Anais XV Confaeb
Anais XV Confaeb
Anais XV Confaeb
Trajetória e Políticas
do Ensino de Artes no Brasil
ANAIS
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Cultura
Gilberto Gil
Presidente da Funarte
Antonio Grassi
Diretora Executiva
Myriam Lewin
XV CONFAEB
Trajetória e Políticas
do Ensino de Artes no Brasil
ANAIS
FAEB
Copyright© by Funarte, 2005
Todos os direitos reservados à Funarte - Fundação Nacional de Arte
UNIBENNETT
Rua Marquês de Abrantes, 55 – Flamengo
SUMÁRIO
1. ABERTURA
1.1. CONFAEB – Antônio Grassi, 13
1.2. Apresentação FAEB – José Mauro Barbosa Ribeiro, 14
1.3. Bem Vindos! Arte – Educadores-Míriam Brum, 15
2. PAINEL: políticas públicas para o ensino de arte no Brasil
2.1. Boas-vindas! – Myriam Lewin, 16
2.2. XV CONFAEB – Antonio Cláudio Gomes, 17
2.3. A importância da arte no currículo do ensino fundamental das escolas
do município do Rio de Janeiro – Maria de Fátima Gonçalves da Cunha, 18
2.4. Aspectos da arte-educação a partir dos anos 70 no Estado do
Rio de Janeiro – Caíque Botkay, 20
3. HOMENAGENS
3.1. Não me conformo – Renan Tavares, 24
3.2. Albertina: dínamo de coragem e liderança – Ritamaria Aguiar, 27
3.3. Homenagem ao prof. Camarotti – Arheta Ferreira de Andrade, 30
4. CONFERÊNCIAS: a FAEB
4.1. Arte/educação contemporânea ou culturalista – Ana Mae Barbosa, 32
4.2. XV Congresso da Federação de Arte Educadores do Brasil – Laís Aderne, 40
5. MESAS TEMÁTICAS
5.1. Políticas públicas e o ensino de arte no Brasil, 50
Mediador: Richard Perassi Luis de Souza
5.1.1. Políticas públicas para o ensino de arte no Brasil – a transversalidade
necessária – José Mauro Barbosa Ribeiro, 50
5.1.2. O Ministério da Cultura e a Funarte – Míriam Brum, 55
5.1.3. Educação física e cultural na escola pública – Carlos Alberto de Xavier, 62
5.1.4. Políticas públicas e o ensino da arte – Francisco Potiguara Cavalcante Júnior, 74
5.2. Ensino da arte em contextos de comunidade, 79
Mediadora: Leda Guimarães
5.2.1. Educação artística a serviço da comunidade: perspectiva histórica dos
Africanos e a Diaspóra – Jacqueline Chanda, 79
5.2.2. Componentes da ação comunitária como fontes pedagógicas – Vesta Daniel, 87
5.2.3. Reflexões sobre o ensino da arte no âmbito das Ongs – Lívia Marquês, 97
5.3. Pesquisas em ensino de arte no Brasil, 105
Mediadora: Isabela Frade
5.3.1. Entrevidas: o cotidiano e o ensino de arte – Míriam Celeste Martins, 105
5.3.2. Pesquisas no ensino e na formação de professores: caminhos entre
visualidades e visibilidades – Lucimar Bello P. Frange, 109
5.3.3. Pedagogia do teatro na educação – Ingrid Dormien Koudela, 119
5.4. Formação de professores de arte novos caminhos, 122
Mediador: Aldo Victoriano
5.4.1. Formação de professor@ de arte: novos caminhos, muitas
responsabilidades imensa responsabilidade – Lúcia Gouvêia Pimentel, 122
5.4.2. Dança-Educação: uma contribuição da expressão corporal-dança
– Mabel Emilce Boteli, 130
5.4.3. A modalidade música no composto arte-educação-música-escola:
notas, certezas e indagações em torno da formação de professores
– Regina Márcia Simão Santos, 138
5.4.4. Cursos de arte: novos caminhos. Abordagens metodológicas do teatro
na educação – Arão Paranaguá de Santana & Ingrid Dormien Koudela, 147
5.5. Arte, diversidade, cidadania e inclusão, 156
Mediadora: Ritamaria Aguiar
5.5.1. Arte na diversidade: da função à inclusão – Roberta Puccetti, 156
5.5.2. Pertencer e viver – Denise Mendonça, 165
5.5.3. Educação intercultural e educação para todos (as): dois conceitos que se
complementam – Ivone Richter, 169
6. COMUNICAÇÕES
6.1. Ensino de arte e cultura visual, 174
Coordenação: Terezinha M. Losada Moreira
6.1.1. Arte em lata – Adalgiza da Silva Rocha, Amanda Nogueira
Brum Fontes, Diogo dos Santos Netto et al, 174
6.1.2. Arte em qualquer parte – Cecília Maria Lúcio Pacheco, 175
6.1.3. Duas mulheres de fibra – Eudirce Silva Almeida, 176
6.1.4. Estudo e produção de imagem – Cristina Pierre de França, 177
6.1.5. As imagens na sala de aula: possibilidades de abordagem da cultura e
do cotidiano na constituição do sujeito – Márcia Maria de Sousa, 178
6.1.6. Jogos com a visualidade – Ronaldo Auad, 179
6.1.7. Linguagem visual instrumental: uma proposta de formação docente
– Esequiel Rodrigues Oliveira & Teresa Maria Moniz de Aragão, 180
6.1.8. Memórias zipadas: visualidades do centro oeste brasileiro – Leda Guimarães, 181
6.1.9. Modernismo e expressão regional na arte goiana – Enauro de Castro, 182
6.1.10. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade turística
– Alexandre Sá Barretto da Paixão, 183
6.1.11. O Olho que se faz olhar: os sentidos do “Espaço Estético do
Colégio de Aplicação da Ufsc” para alunos do ensino fundamental
– Fabíola Cirimbelli Búrigo Costa, 184
6.2. Currículo e ensino de arte, 185
Coordenação: Donald Hugh Barros Kerr Jr.
6.2.1. Aspectos curriculares do bacharelado em artes visuais
– Richard Perassi Luiz de Sousa, 185
6.2.2. Beuys! – Alexandre Pereira, Alexandre Sá Barretto da Paixão, Amélia Sampaio
Possidônio et al, 186
6.2.3. A década da educação e a disciplina de fundamentos da arte
educação no curso de pedagogia em módulo da Universidade
Federal do Amapá – Alexandre Pereira, 187
6.2.4. Educação especial: mito ou utopia – o desvelar de uma vida
– Marisa Tsubouchi da Silva, 188
6.2.5. Por onde caminha a educação? – Angela Capanema Garcia,
Jurema Regina Holperin & Lurimar Rangel de Freitas, 189
6.2.6. Proposta curricular para o ensino fundamental da rede pública
estadual de Sergipe – Manoel Luiz Cerqueira Filho, Erinaldo Alves
do Nascimento, Nadja Nayra Alves Monteiro et al, 190
6.2.7. Revista arte-educação – Alexandre Palma da Silva, 191
6.2.8. Teatro-educação: saberes e transformações de jovens artistas
– Alexandre Santiago da Costa, 192
6.2.9. Teatro-educação, componente curricular no meio rural: o caso da escola
comunitária Brilho do Cristal – Riomar Lopes da Silva, 193
6.2.10. Trabalhos finais de curso de arte no Brasil: a tendência histórica
da obra prima – Sérgio Augusto Malacrida, 194
6.2.11. Uma trajetória no ensino de arte em Uberlândia: diretrizes básicas
de ensino – Carneiro de Zumpano França, Ana Maria Vilela de Carvalho,
Márcia Maria de Sousa, et al, 195
6.3. Ensino de arte na diversidade, 196
Coordenação: Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo
6.3.1. Arte-educação e turismo em escolas públicas de São Luís – Izabel Mota Costa, 196
6.3.2. A arte na alfabetização de jovens e adultos – Cilene Nascimento Canda, 197
6.3.3. Ensino de arte e inclusão do aluno deficiente visual – Roberto Sanches Rabello &
Eliane de Souza Nascimento, 198
6.3.4. O ensino de teatro na Eja: uma experiência com jogos teatrais
– Elaine Rodrigues, 199
6.3.5. A “Instalação” na escola – Jacqueline Mac-Dowell, 200
6.3.6. Inter-relações entre teatro e educação: a alfabetização cênica
– André Luiz Porfiro, 201
6.3.7. A leitura de imagens através do jogo teatral: uma experiência de ensino
de arte em espaços não escolares – Everson Melquiades Araújo Silva, 202
6.3.8. O negro e seus acessos aos direitos de cidadania – Ronivaldo
Moraes da Silva, 203
6.3.9. Um olhar sobre a inclusão através do teatro – Arheta Ferreira de Andrade, 204
6.3.10. O papel da arte-educação na realização de um projeto social – Claudia Carneiro da
Cunha, Mabel Emilce Botelli & Denise Mendonça, 205
6.3.11. Pequenos espetáculos da memória – Beatriz Pinto Venâncio, 206
6.3.12. A práxis do teatro didático na instituição pública escolar: uma
experiência dentro e fora da sala de aula – Eneila Almeida dos Santos, 207
6.3.13. Processo de criação na contemporaneidade – Marly Silva Rodriguez, 208
6.3.14. Representações visuais da identidade sexual de adolescentes em
escolas públicas de Goiânia – Adair Marques Filho, 209
6.3.15. Tecendo lembranças e vivenciando as artes no convívio entre amigas e profissionais
– Maria Célia Fernandes Rosa, Vera Lúcia Dias & Lydia Garcia, 210
6.3.16. A tridimensionalidade e a formação – Roberta Puccetti, Carla
Carolina Constantino, Maria Christina Quilici Guimarães, et al, 211
6.4. História do ensino da arte no Brasil, 212
Coordenação: Luciana Grupelli Loponte
6.4.1. A contribuição do professor Ivan Serpa – Hélio Márcio Dias Ferreira, 212
6.4.2. Ensino de arte e educação profissional feminina: a criação da
escola profissional feminina de São Paulo – Carolina Marielli Barreto, 213
6.4.3. O ensino de arte na educação feminina no Colégio Nossa Senhora
das Dores (1885-1973) – Roberta Maira de Melo Araújo, 214
6.4.4. Panorama histórico das artes cênicas no município do Rio de Janeiro
– Laureana Conte de Carvalho & Juvêncio Fernandes Carvalho, 215
6.4.5. Os primeiros passos no ensino da dança moderna em Minas Gerais
– Gabriele Luzia Pires Generoso & Alba Pedreira Vieira, 216
6.4.6. As quatro chaves do imaginário na poética de Ilo Krugli – Márcia
Mascarenhas, 217
6.5. Arte, educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, 218
Coordenação: Itamar Alves Leal dos Santos
6.5.1. Ensino de arte nas séries iniciais do ciclo I: implantação do ensino de
arte ministrado por Especialistas nas séries iniciais – Roseli Cassar
Ventrella & Maria Terezinha Telles Guerra, 218
6.5.2. Projeto arte-educação para a cidadania – Joana Sanches Justo
& Carmem Sílvia Sanches, 220
6.5.3. Projeto Dante no PIJ: uma experiência pedagógica em arte-educação
infantil – José Mauro Barbosa Ribeiro, Elza Gabriela Godinho Miranda,
Patrícia Lúcia Mércio da Silveira Sá, et al, 221
6.5.4. Vídeo: produção visual de crianças – Valéria Fabiane Ferreira, 222
6.6. Formação de professores em arte, 223
Coordenação: Richard Perassi Luis de Sousa
6.6.1. A arte como princípio de todas as aulas – Sônia Regina Fernandes, 223
6.6.2. A crítica genética e o ensino artístico: um diálogo possível
– Edna de Jesus Goya, 224
6.6.3. Cultura e arte nas séries iniciais – Sandra Helena Escouto de Carvalho, 225
6.6.4. Da “professora criativa” à docência artista: tensões na produção da
docência em arte – Luciana Gruppelli Loponte, 226
6.6.5. Educador, artista, pesquisador: utopia ou realidade?
– Renata Bittencourt Meira, 227
6.6.6. Em busca (e à espreita) de uma pedagogia para o ator
– Tatiana Motta Lima, 228
6.6.7. Ensino de arte na formação inicial dos professores das séries iniciais
da escolarização: uma análise das matrizes curriculares das instituições
formadoras da região metropolitana do Recife – Clarissa Martins de Araújo
& Everson Melquiades Araújo Silva, 229
6.6.8. Exercício de cena – Berenice Raulino, 230
6.6.9. Formação de professores de arte: representações visuais e suas mediações
– Henrique Lima Assis, 231
6.6.10. Teatro-educação: um coadjuvante do auto-conhecimento na adolescência
– Lêda Aristides, 232
6.6.11. Tons e semitons na formação do professor – Ana Valéria de Figueiredo da
Costa & Stella Maria Peixoto de Azevedo Pedrosa, 233
6.6.12. Vygotsky, educação e arte: pressupostos e práticas da Psicologia
Sócio-Histórica na Educação Estética – Adilson Florentino, 234
6.7. Ensino de arte e interdisciplinaridade, 235
Coordenação: Maria Célia F. Rosa
6.7.1. A Arte possibilita ao ser humano re-pensar suas certezas e reinventar seu
cotidiano – Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo, 235
6.7.2. 100 anos de Dali: projeto pedagógico de uma escola de periferia de
Nova Friburgo – Rose Mary Aguiar Borges, 236
6.7.3. Experimentos na disciplina Seminário Interdisciplinar no Curso de
Educação Artística/Habilitação Artes Cênicas da UFU
– Ana Maria Pacheco Carneiro, 237
6.7.4. História da Estética: como estudá-la e como traçar meios de viabilizar a
apreensão do mundo contemporâneo através da arte – Merinéia Ribeiro, 238
6.7.5. Jogos tradicionais na educação – Ingrid Dormien Koudela & Itamar
Alves Leal dos Santos, 239
6.7.6. Oficina-Escola de Arte de Nova Friburgo: uma experiência bem sucedida
em arte-educação por políticas públicas da Secretaria de Cultura de
Nova Friburgo – Sônia Guaraldi, Maria Vidal & Eliane Jordy, et al, 240
6.7.7. Sabores e saberes das Minas Gerais: recortes e trajetórias interdisciplinares
– Déborah de Oliveira Lins, Fernanda Vianna & Fernanda Viola Trinta, 241
6.7.8. Teatro e o adolescente em conflito com a lei – marly Alonso Araújo, 242
6.7.9. Artes visuais e teatro: experimento de interação da obra “Desvio
Para O Vermelho” de Cildo Meireles com “Dois Perdidos Numa
Noite Suja” de Plínio Marcos – Fred Nascimento, 243
6.8. Ensino de arte e espaços culturais, 244
Coordenação: Alice Bemvenutti
6.8.1. Alfabetização cultural: o acesso às instituições culturais no processo de aprendizagem
– Renata Sant’Anna de Godoy Pereira & Anacláudia
Di Lorenzo Paciullo, 244
6.8.2. Ateliê de sonhos: uma experiência em arte na educação de jovens e
adultos da escola municipal de educação infantil e ensino fundamental
Profª. Terezinha Souza – Nélia Lúcia Fonseca, 245
6.8.3. A biblioteca como espaço cultural estimulador da ação cultural e
da arte – Raphael Figueiredo Xavier, 246
6.8.4. Da escola à galeria e de volta para a vida – Luisa Günther, 247
6.8.5. Estratégia de mediação para a exposição Morte das Casas – Nuno Ramos
– Alberto Duvivie, Camila Lia, Christiane Coutinho, et al, 248
6.8.6. Estudo de espaços escolares reais e imaginados em escolas públicas
de Goiânia – Lílian Ucker, 249
6.8.7. Instalação Casa – Robson Francisco Martins, Maria das Graças
M. Martins, Maria Ignez de Almeida Cacholas, et al, 250
6.8.8. Mediação arte/público: encontros provocativos de um grupo de pesquisa
– Mirian Celeste Martins, Ana Maria Schultze, Olga Egas, et al, 251
6.8.9. Museus e educação em museus-história, metodologias e projetos com
análises de caso: Museus de Arte Contemporânea de São Paulo,
Niterói e Rio Grande do Sul – Alice Bemvenuti, 252
6.8.10. “Oficina do Olhar”: estendendo os limites do museu até a escola
– Bárbara Harduim, Mariana Furlon, Ana Paula Pereira, et al, 253
6.8.11. Oficina do patrimônio cultural – Rossano Antenuzzi de Almeida, 254
6.8.12. Práticas pedagógicas teatrais: um olhar etnográfico – Narciso Telles, 255
6.8.13. Prefiro ver com meus próprios olhos! – Rejane Galvão Coutinho, 256
6.8.14. Projeto de extensão: arte educação e cidadania “Caminhos de Barro” – Mônica
Scarpat Zandonadi, José Ricardo Viana, Silvia Alicia Martinez, et al, 257
6.8.15. Relações entre a codificação Freireana e o distanciamento Brechtiano na
prática de teatro para o desenvolvimento – Maria Amélia Gimmler Netto,
Paula Karina Kornatzki & Márcia Pompeo Nogueira, 258
6.8.16. Teatro e imaginário: a sala de aula como espaço cênico
– Sueli Barbosa Thomaz, 259
6.8.17. O teatro na relação escola/comunidade – Josanne Pinheiro
Tavares & Márcia Pompeo Nogueira, 260
6.9. Ensino de arte e novas tecnologias, 261
Coordenação: Alberto Coelho
6.9.1. Arte interativa por computador – Alberto Coelho, 261
6.9.2. Artes visuais e o laboratório de informática: parceria de sucesso
– Claudia Maria Mauad de Sousa Andrade, Sandra Maria Vasconcelos,
Wilma Maria Costa, et al, 262
6.9.3. Clube de quadrinhos: unindo arte e tecnologia – Anderson Leitão, 263
6.9.4. Ensino de dança e novas tecnologias: existe uma fronteira? – Mirza Ferreira, 264
6.9.5. Experiência do teatro de animação em audiovisual – Letícia Braga Santoro, 265
6.9.6. Jogando & aprendendo: proposta para o uso de um jogo eletrônico sobre
história da arte – Débora da Rocha Gaspar, 266
6.9.7. Revista Digital Art&: uma experiência de uso da internet como veículo de
atualização profissional e divulgação científica em arte – Anna Rita
Ferreira de Araújo, Ester Marçal Fér, Gisa Picosque, et al, 267
6.9.8. O vídeo como modelo de educação cognitiva e estética
– Fábio Ferreira de Lima, 269
6.9.9. A vídeo-instalação como material educativo no ensino de arte
– Greice Cohn & Anita Leandro, 270
6.10. Ensino de arte, corpo e som, 271
Coordenação: Rosimerie Gonçalves
6.10.1. Angel Vianna: a pedagoga do corpo – Maria Enamar Ramos Neherer Bento, 271
6.10.2. O circo na escola: o prazer da aprendizagem – Carlos Cartaxo, 272
6.10.3. Escultura viva – Laiz Vilarinho, Mônica França, Vera Resende, et al, 273
6.10.4. Eu danço, me pergunte como? – Luciana Gomes Ribeiro, 274
6.10.5. Música e teatro: uma proposta artístico-estética – Martha Lemos
de Moraes & Betsy Emery Keppel, 275
6.10.6. O trabalho corpóreo e o estudo do movimento na disciplina dança
educacional, no curso de licenciatura em teatro/UFAL – Nara Salles, 276
7. POSTERS
7.1. A arte-educação por meio do lúdico: Leo no Renascimento
– Tatiana Dantas Oliveira, 277
7.2. Ciranda de Tarituba – Elis Regina Silveira Vasconcelos de Lima, 278
7.3. Comunidade virtual Faeb – Federação de Arte-Educadores do
Brasil – Arthur Leandro & Itamar Alves Leal dos Santos, 279
7.4. Do labirinto dos dinossauros ao labirinto das crianças – Alessandra Mara Rotta
de Oliveira, 280
7.5. Ensino da dança: arte, corpo e socialização – Valeska Ribeiro Alvim, Kátia Imacula
Moreira & Maristela Moura Silva Lima, 281
7.6. O enigma do prazer – Natasha Parlagreco, 282
7.7. O fluxo da imagem domina tudo: o fluxo da mulher domina o homem
– Silvana Fonseca, 283
7.8. Língua de barro e fogo – Ana Maria Giffoni Soares, 284
7.9. As linguagens artísticas e a pesquisa em artes – Rose Mary Aguiar Borges & João
Henrique Verly Serrão, 285
7.10. Macapá, Amapá: extremo norte do Brasil, bem no meio do mundo – Jonas Borges &
Anderson Rirley, 286
7.11. Obra de arte cédula – Dione Souza Lins & Luís Ricardo Pereira de Azevedo, 287
7.12. As Ongs e a ludicidade na formação de arte-educadores: uma possibilidade de inclusão
social? – Ana Paula Trindade de Albuquerque, 288
7.13. O que é o lugar? Por que e quando se dá o nosso lugar? – Kátia Meireles, 289
7.14. Por que se esconde a árvore? – Barbara Harduim, 290
7.15. Projeto de artes – Maria do Carmo Ferreira Magela, 291
7.16. Revista arte-educação – Alexandre Palma da Silva, 292
7.17. 2º encontro de arte-educadores da Região do Médio Paraíba III – Resende/Rj-múltiplas
linguagens da arte no mundo da escola – Alice Brandão, Maria Estela de Oliveira &
Nadia Teresinha Moraes Nelson, 293
7.18. Um triângulo imoral? Reflexões acerca da relação sexualidade/família/
escola – Rejane Galeno & Tissiana Carvalhêdo, 294
7.19. Uso de VRML para educação à distância em arte – Jurema Luzia de
Freitas Sampaio-Ralha, 295
8. OFICINAS
Coordenação: Itamar Alves Leal dos Santos & Rosimeri Aguiar Borges, 296
10
8.1. Arte-educare: arte-educação integrada ao programa
de educação em valores humanos – educare – Marcelle de Lima Lyra, 296
8.2. A arte na escrita – Maria Beatriz Albernaz, 297
8.3. Brincando de brincadeira: reciclando o encontro – Antonio Ataíde Cunha Filho, 298
8.4. Expressão criativa com o corpo no teatro-educação – Ariadne Cardoso
Carvalho & Cilene Nascimento Canda, 299
8.5. Expressão musical: recriação e som – Sidney Mattos, 300
8.6. A importância da dança como propulsora do movimento criativo na formação
de professores de arte – Carla Ávila & Mirza Ferreira, 301
8.7. Grafismo indígena brasileiro: os Asurini do Xingu – Vera Pletitsch, 302
8.8. Oficina de circo – Merinéia Ribeiro, 303
8.9. Percepção corpóreo/vocal para dançar na escola – Nara Salles, 304
8.10. Zumbi e a estética africana através de máscaras de argila – Rose Mary
Aguiar Borges & Vitória Levy Sztejnman, 305
11
12
1. ABERTURA
1.1. CONFAEB
Antonio Grassi
Presidente da Fundação Nacional de Arte
13
ANAIS – CONFAEB
14
ANAIS – CONFAEB
Míriam Brum
15
ANAIS – PAINEL
2.2. Boas-vindas!
16
ANAIS – PAINEL
2.3. XV CONFAEB
1
Então Subsecretário Adjunto da Gestão Escolar.
17
ANAIS – PAINEL
1
Diretora da Diretoria de Educação Fundamental, do Departamento Geral de Educação da Secretaria Municipal da
Cidade do Rio de Janeiro.
18
ANAIS – PAINEL
19
ANAIS – PAINEL
Caíque Botkay
Assessor da Subsecretária de Ação Cultural em Exercício da SECRJ.
22
ANAIS – PAINEL
23
3. HOMENAGENS
3.1. Não me conformo1
1
Contino, Gabriel (O Pensador). Diário noturno. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001. p. 22-23.
24
ANAIS – HOMENAGENS
25
ANAIS – HOMENAGENS
das atividades inerentes tanto ao ensino dos alunos do CAp quanto à formação
dos futuros professores. Ainda aqui, neste encontro, com interesses nitidamente
profissionais, pude re-confirmar a serenidade, a generosidade, a disponibilidade
para com o próximo como qualidades inerentes àquela personalidade.
Como último momento de convívio, talvez o mais intenso e o mais produ-
tivo, em que Geraldo me revelou sua incansável e cuidadosa atenção a tudo o
que diz respeito à inserção do Teatro no universo do Ensino, foi quando acolheu
meu convite para ler e avaliar uma numerosa contribuição de pesquisadores e
estudantes dos Cursos de Mestrado e Doutorado de São Paulo e do Rio com
vistas a uma publicação sobre Teatro e Educação no Ensino e na Comunidade.
Trabalhamos juntos durante um pouco mais de um mês, trocando idéias, experi-
ências e desfrutando de um valioso prazer em verificar a real existência de textos,
resultantes de pesquisas e experiências em sala de aula, oriundos de quase a
totalidade dos estados do Brasil. Nossa tarefa – ler e avaliar – foi concluída e foi
elaborado, dentro do prazo, o sumário para tal publicação que, apesar de não
ter sido efetivada, nos aproximou sobremaneira. Nesta época, experimentamos
uma forte sensação de orgulho de pertencermos a uma comunidade de pesqui-
sadores, cujos textos poderiam contribuir para subsidiar o trabalho pedagógico
dos inúmeros professores de Teatro nos três níveis de Ensino.
Durante este tempo de intenso trabalho conjunto, Geraldo me revelou seu
interesse em trabalhar na UNIRIO e pude, então, através de um dossiê que ele
preparou, apresentar ao Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Teatro
sua candidatura como Professor Convidado. Uma carta da Profa. Dra. Ana Mae
Barbosa ao então vice-reitor da UNIRIO em muito colaborou para a concretização
deste desejo. A participação do Prof. Dr. Geraldo Salvador de Araújo foi aceita,
sem questionamentos. Entretanto, inesperada e surpreendentemente, a chama de
sua vida se apagou.
Recentemente, revendo o filme de Peter Brook, Encontro com homens no-
táveis, que trata da juventude de Gurjief, fiquei muito impressionado sobre um
questionamento que ele faz durante sua busca pelo conhecimento: o que acon-
tece quando se morre? A resposta de um dos notáveis cabe aqui ser reproduzida:
“a gente desenvolve durante a vida uma substância fina que custa muito tempo
para morrer depois de nossa morte”. Ao me lembrar destes três momentos de
convívio com Geraldo, ouso dizer que sua generosidade, sua cuidadosa atenção
e disponibilidade para o próximo, sua paixão pelo que fazia profissionalmente,
sua serenidade, seu prazer em acolher e ouvir seus pares ainda permanecem vivas
e por estarem vivas, enquanto sutil e fina substância justifica nossa homenagem.
Tê-lo assim em nossa memória é, sem dúvida, colocar-nos como aprendizes diante
de um verdadeiro mestre. Espero que saibamos alimentar, cotidianamente, em
nossas mentes e em nossos corações, o legado que Geraldo nos deixou, enquanto
Arte-educadores que somos.
26
ANAIS – HOMENAGENS
Ritamaria Aguiar
27
ANAIS – HOMENAGENS
28
ANAIS – HOMENAGENS
29
ANAIS – HOMENAGENS
Aretha Andrade
Univ. Fed. Pernambuco
É com imensa honra e respeito que, por meio desta homenagem, tentarei
expressar o sentimento de gratidão e saudade que invadiu, nesses últimos dias,
os corações de tantos arte-educadores que conheceram Marco Antonio Camarotti
Rosa.
Professor da Universidade Federal de Pernambuco, Ph.D em Teatro, Es-
critor, Ator, Dramaturgo, Encenador, enfim, Camarotti dedicou toda a sua vida
a questões relativas aos campos da Arte e da Educação. Lutou, junto a muitos
dos arte-educadores aqui presentes, por espaços ativos para o trabalho em arte-
educação dentro das instituições de ensino e colaborou com valiosas pesquisas
sobre teatro infantil, teatro folclórico, dentre tantas outras.
No entanto, não é apenas deste homem de grande importância acadêmica
que quero falar, mas também do brilhante ser humano que tive o privilégio de
encontrar, para além do espaço acadêmico.
Posso dizer que conheci um dos homens mais belos que já vi. Homem cuja
beleza se expressava através da interminável crença na vida, na fé do encontro
indiscriminado com o outro, no respeito às diferenças e ao tempo de cada um.
Beleza presente na coragem de se entregar por inteiro aos seus alunos, abrindo
as portas de sua casa, de sua família, de sua vida, do seu coração. Beleza con-
centrada no dedicado amor com que realizava todas as suas atividades. E, dentre
as tantas que realizava, a que ele mais amava era a educação. Sempre ouvi isso
dele, de sua esposa, de sua filha.
Mais que ensinar o o quê e o como dar aulas de teatro, o nosso professor
nos ensinou o amor pela arte-educação, amor com que descobrimos o como e
o o quê ensinar.
Finalizo dizendo que o Professor Marco Camarotti contagiou uma legião
de educadores com seus sonhos de um mundo melhor, com sua fé no homem e
em suas possibilidades de mudança.
30
ANAIS – HOMENAGENS
Vida breve
Natureza
Quem mandou, coração?
31
4. CONFERÊNCIAS: a FAEB
4.1. Arte-educação contemporânea ou culturalista
33
ANAIS – CONFERÊNCIAS
1
Ver Tópicos Utópicos BH: Comarte, 1998.
2
À Arte Popular chamo Arte do Povo. É a Arte reconhecida em separado pelo código hegemônico como arte do
povo, resultando que o artista do povo que a faz também se reconhece como artista. Exemplo: Vitalino. Chamo
Arte das minorias. Estética do povo ou Cultura visual do povo, quando o produto tem alta qualidade estética, não
é codificado pela cultura dominante e o próprio criador não se vê como artista. Exemplo: lateiro, as bancas dos
feirantes, os bonecos de escapamento, a confeiteira de bolo. Estética das massas quando ligada aos valores visuais
dos grandes mitos e manifestações populares’, como o Carnaval, o Candomblé. À “Popular Art” dos americanos
chamo de cultura de massa (no singular).
35
ANAIS – CONFERÊNCIAS
tendo como base filosófica comum Martim Buber. Portanto, as primeiras sistema-
tizações teóricas na Arte-educação foram de origem psicanalítica e psicológica.
Embora nenhum destes autores houvesse prescrito que a análise visual inerente
ao desenho de observação da natureza era a única forma aceitável de estímulo à
expressão. Como diz Eisner, a idéia do Ensino da Arte como solução criadora de
problemas esteve influenciada pela Bauhaus (1919-1932, Weimar-Dessau).
A função do Ensino da Arte era produzir soluções para a vida e para o de-
sign tecnicamente eficientes, esteticamente prazerosas e socialmente relevantes.
A idéia era desafiar expectativas tradicionais quando a melhor forma de resolver
problemas fosse encontrada. Na Escolinha de Arte de São Paulo, trabalhamos não
só no desenho de observação de objetos e roupas de bom desenho, visitando
lojas da moda, mas ensaiamos o desenho gráfico de capas de discos e livros e a
construção de objetos de madeira.
Atualmente, a abordagem mais contemporânea de Arte-educação na qual
estamos mergulhados no Brasil é a associada ao desenvolvimento cognitivo.
Embora Eisner afirme que a visão de Arte-educação mais fortemente im-
plantada no imaginário popular é a ligada à expressão criadora difusa interpreta-
da como algo emocional e não mental, como atividade concreta e não abstrata,
como trabalho das mãos e não da cabeça, o movimento de Arte-educação como
cognição se impõe no Brasil . Por meio dele se afirma a eficiência da Arte para
desenvolver formas sutis de pensar, diferenciar, comparar, generalizar, interpretar,
conceber possibilidades, construir, formular hipóteses e decifrar metáforas.
Rudolf Arnheim foi um dos expoentes da idéia de Arte para o desenvolvimento
da Cognição. Sua concepção se baseia na equivalência configuracional entre percep-
ção e cognição. Para ele, perceber é conhecer. Eisner aponta Ulric Neisser e Nelson
Goodman como colaboradores desta visão. Arrisco a afirmar que o Projeto ZERO,
que Goodman iniciou e financiou pessoalmente, foi a maior fonte de pesquisas
sobre a Cognição em Arte e a Cognição por meio da Arte. O livro The Arts and
Cognition, editado pelo Projeto ZERO, em 1977, foi um forte argumento cognitivo.
Evidenciou que Arte depende de julgamento, mas obriga a poucas regras
que precisam ser conhecidas antes de se ousar desafiá-las. Estas regras são para
Arnheim a gramática visual subjacente à todas as operações envolvidas na cog-
nição como recepção, estocagem e processamento de informação, percepção
sensorial, memória, pensamento, aprendizagem, etc. Acusado de formalista nos
anos oitenta, na efervescência do Pós-Modernismo nos Estados Unidos, Arnheim,
entretanto, vem sendo recuperado pelos cognitivistas, pois sua gramática visual
não se comprazia apenas na forma, mas derivava de uma negociação contextual
mental e se dirigia ao contexto perceptual.
A princípio se trabalhava a percepção desta gramática visual só a partir da
percepção do mundo fenomênico. Nos anos 80, precisamente a partir de 1983 (Fes-
tival de Inverno de Campos do Jordão), o esforço cognitivo de apreender a imagem
36
ANAIS – CONFERÊNCIAS
37
ANAIS – CONFERÊNCIAS
38
ANAIS – CONFERÊNCIAS
Referências bibliográficas
AGIRRE, Imanol. Teorías y Prácticas en Educación Artística. Pamplona: Universidad Pública
de Navarra, 2000.
BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da Educação Artística. São Paulo: Editora Cultrix, 1975.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da Arte. São Paulo: Editora Perspectiva, 1991.
BARBOSA, Ana Mae. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: Editora Com/Arte,1998.
DEWEY, John. Art as experience. New York: Perigee Books, 1980.
EISNER, Elliot. The Arts and the creation of mind. New Haven: Yale University Press, 2002.
FERRAZ, M. Heloísa e FUSARI, M.F. Metodologia do Ensino da Arte. São Paulo: Editora
Cortez, 1993.
PERKINS, David and LEONDAR, Barbara. The Arts and the Cognition. Baltimore and London:
The John Hopkins University Press, 1977.
RÄSÄNEM, Marjo. Buiding Bridges. Helsinki: University of Art and Design, 1998.
39
ANAIS – CONFERÊNCIAS
Laís Aderne 1
1
Universidade de Brasília. Instituto HUAH DO PLANALTO CENTRAL.
40
ANAIS – CONFERÊNCIAS
Laís Aderne
Universidade de Brasília
Instituto HUAH DO PLANALTO CENTRAL
Em anexo, os Anais do I Encontro Bienal de Ecologia Humana, Ambiental e
Social.
Universidade do Cerrado – UNICERRADO
Cocalzinho de Goiás – agosto de 2004
41
ANAIS – CONFERÊNCIAS
I – Relatório Geral
Este 1º Encontro Bienal de Ecologia Ambiental, Humana e Social, após seis
anos do início da implantação do Ecomuseu, objetivou refletir, consolidar e am-
pliar as metas e propostas estabelecidas para sua região de atuação, preparando
e estimulando os cidadãos e grupos envolvidos através das “Instituições Parceiras”
e definindo as novas metas que incluem a criação da Universidade do Cerrado e
do Museu de História Natural do Cerrado, no Planalto Central.
O I Encontro Bienal aconteceu entre os dias 20 e 25 de agosto de 2004.
Representou dois momentos significativos das linhas metodológicas do Ecomuseu
do Cerrado, sua experiência de cultura e sociedade, bem como a reflexão sobre
os conceitos teóricos e as metodologias que a norteiam. Este projeto é um Eco
Museu Território, que está sendo implantado no cerrado do planalto central do
Brasil, integrando o pensamento o sentimento e a ação das comunidades envol-
vidas em seu programa de trabalho.
O primeiro momento do encontro foi a “II Feira dos Poetas, Escritores, Mú-
sicos e Produtores Culturais de Corumbá de Goiás”, que ocorreu entre os dias 20
e 22 de agosto de 2004. Esta feira, a cada ano faz homenagens especiais, tendo
no ano passado homenageado os nove “Poetas e Escritores Imortais” de Corumbá
de Goiás (das Academias Goiana e Brasileira de Letras), e neste ano destacando o
poeta latino-americano Pablo Neruda, pela ocasião do seu centenário, e o pároco
Monsenhor Chiquinho, criador da 1a Biblioteca de Corumbá de Goiás, incentivando
e apoiando o nascimento de uma significativa produção literária na região.
A feira mostrou e refletiu as práticas culturais das comunidades do Ecomu-
seu e especialmente de Corumbá; com extensa programação com stands, com
apresentações musicais, rodas de poesia, exposições de artesanato e artes visuais,
42
ANAIS – CONFERÊNCIAS
43
ANAIS – CONFERÊNCIAS
b) METODOLOGIA
Um espaço/tempo de pedagogia integradora, experimental e de pesquisa
em processo contínuo e em cultura democrática.
Um centro gerador de idéias e de formação humana assegurando projetos
multidisciplinares.
Um local de preservação cultural e ambiental da região do Ecomuseu do
Cerrado.
Um núcleo gerador de integração de saberes e difusão de conhecimentos,
com foco no desenvolvimento sustentável embasado na cultura.
Um laboratório humano de criação e superação individual e coletiva na
perfectiva da harmonia e do bem-estar do homem e do seu ambiente em processo
de estudo/reflexão contínuo.
46
ANAIS – CONFERÊNCIAS
c) CULTURA E SOCIEDADE
A Universidade do Cerrado (UNICERRADO) deverá ser uma universidade voltada
para as características de seu meio ambiente e sua sociedade da seguinte forma:
• intercambiando com outros centros acadêmicos e grupos sociais de outras
culturas dominantes, sem competir com eles, mas inovando em suas linhas de
pesquisa e ação societária e ambiental, bem como produtiva;
• voltada para populações de pequeno e médio porte, atuando com seus
mestres e com especialistas de outros centros culturais que poderão ministrar
cursos e oficinas em módulos e atender pessoas vindas de outras regiões, que
poderão trocar um período de estudo na UNICERRADO por serviços na área de
extensão e ensino às comunidades do Ecomuseu;
• construindo uma rede de especialistas de diferentes áreas do conhecimento
das várias regiões do país e do continente; não somente doutores, mas também
grandes mestres, outros níveis de conhecimento não acadêmico;
• promovendo cursos de experiências em diferentes áreas da ciência, tec-
nologia e humanidades, como a botânica, a geologia, a medicina tradicional ou as
tecnologias construtivas regionais e a comunicação através do rádio, audiovisual,
teatro, folclore e outros meios;
• propiciando acesso gratuito à população local;
• criando produtos para a difusão do processo gerado pela atividade
acadêmica e comunitária, bem como proporcionando recursos materiais para a
produção de instrumentos e registro de processos e resultados;
• oferecendo créditos aos alunos pelas atividades de extensão comunitária;
• desenvolvendo estudos e guias de ações voltados para a interação entre
a comunidade universitária e a sociedade;
• realizando estudos e projetos com bases nas tecnologias construtivas
históricas da região, que favoreçam a saúde humana, a partir dos materiais uti-
lizados;
• planejando seu calendário para permitir a promoção do turismo acadêmico,
cultural e ecológico com outras universidades do país e do exterior, possibilitando
o intercâmbio entre professores, pesquisadores, produtores culturais e estudantes
em períodos de férias;
47
ANAIS – CONFERÊNCIAS
IV) Colaboradores
a) PARTICIPANTES DO GRUPO DE TRABALHO “MISSÃO E FILOSOFIA”
Gabriela Silva Noronha – Sebrae/GO
Eduardo Luiz Luppi – Instituto Huah/UFMG – Belas Artes
Hermés Oliveira dos Anjos – UNB
Tiago Gomes Teixeira Neto – PMS-SPJ-J.Botânico Salvador – BA
Laércio Carlos Tomaz – Ecomuseu – Santo Antônio do Descoberto/GO
José Áureo de Oliveira Villena – Comunidade de Francisco – RJ
Sônia Aparecida Santos Curado – Corumbá de Goiás – GO
Itamar de Queiroz Ferreira – Secretário de Turismo de Corumbá/Pres.
ACIACG
Lúcia Pio dos Santos – IBAMA/DIREC/CGECO/DF
48
ANAIS – CONFERÊNCIAS
49
5. MESAS TEMÁTICAS
5.1.1. Políticas públicas e o ensino de arte no Brasil
1
Professor Mestre do Departamento de Artes Cênicas da UnB – Universidade de Brasília e Presidente da FAEB.
50
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
51
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
qualificado para tal. Formou-se, assim, uma verdadeira confusão que passava
pela questão da competência profissional, do enfoque teórico-metodológico, das
técnicas e materiais didáticos, como pelo próprio preconceito dos professores das
outras disciplinas quanto à incompreensão da arte como forma de conhecimento,
o que infelizmente perdura até hoje.
Dessa maneira, o “mal” que veio para o “bem”, ou melhor, a obrigatoriedade
da arte no currículo, acabou colaborando para transtornar o ainda combalido e
frágil processo de implantação do ensino de arte na educação escolar brasileira.
Na tentativa de resolver os problemas que se apresentaram, principalmente re-
lativos à carência no quadro de professores, foram criados cursos emergenciais,
para os professores leigos, e complementares, para os professores provenientes
de bacharelados de belas artes, conservatórios de música e escolas de teatro e
dança. Ainda antes disso, no final dos anos sessenta, foi celebrado um convênio
entre o MEC e a Escolinha de Arte do Brasil, para execução junto às Secretarias
Estaduais de Educação, o qual resultou em cursos de especialização (ainda não
se tinha um sistema de pós-graduação no Brasil) e na elaboração de um guia de
orientação da nova disciplina. Contudo, poucos Estados conseguiram desenvolver
e realizar algum projeto que resultasse em algo razoável, apesar de que se tenha
realizado um trabalho mais efetivo de reciclagem e atendimento de professores
no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O insucesso do pro-
grama levou à criação, em 1977, do Programa de Desenvolvimento Integrado
de Arte-educação / PRODIARTE, visando-se estabelecer uma integração entre a
cultura da comunidade e a cultura escolar, projeto esse que acabou caindo na
inércia e no populismo, pelo esgotamento do regime militar que experimentava
sua agonia derradeira.
Se o advento da licenciatura em Educação Artística provocou o surgimento
de graves problemas desde sua implantação, por outro lado contribuiu para dar a
largada definitiva da afirmação da arte como área de conhecimento e sua gradativa
expansão no ensino superior. Segundo estudos de Arão Paranaguá de Santana,
“em 1972 existiam apenas três cursos superiores de teatro, ao passo que, hoje,
entre bacharelados e licenciaturas, há trinta e quatro cursos em todo o território
nacional”, o que se pode verificar também nas outras áreas da arte, pois há cerca
de 150 cursos de licenciatura em artes, em todo o Brasil; nos últimos vinte anos,
foram criados diversos programas de pós-graduação stricto sensu, principalmente
lato sensu; a produção acadêmica aumentou devido à atuação das universidades
públicas; cresceu consideravelmente o número de títulos publicados, o que dá
provas da capacidade produtiva e da capilaridade da arte-educação.
A construção deste árduo e belo caminho firmou-se através de lutas, debates,
experimentações artísticas, pesquisas e principalmente pelo movimento organi-
zado dos arte-educadores, iniciado na década de 80, marcado pelos inúmeros
encontros nacionais, ampliadores de um debate até então restrito às agências
formadoras, conselhos, secretarias de educação. Faz-se necessário registrar os
marcos desse “movimento” organizado pelos professores e estudantes de arte, que
52
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
53
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
54
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Miriam Brum
55
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
programa acabou atuando de forma paralela ao próprio MEC, só que com muito
mais eficiência que ele, o que acabou por gerar um conflito. Em conseqüência,
a partir daí, os recursos começaram a ser repassados diretamente para os órgãos
existentes, o programa se enfraqueceu e a solução foi a criação de uma estrutura
para herdar a agilidade e os recursos que o PAC tinha.
Para executar as diretrizes da POLÍTICA NACIONAL DE CULTURA foi então
criada a FUNARTE, em bases modernas, buscando criar modelos mais leves e ágeis,
que não fossem dominados pela máquina burocrática, tendo em sua estrutura o
Instituto Nacional de Artes Plásticas (INAP), o de música (INM) e o folclore. O
Serviço Nacional de Teatro, já existente, com autonomia política, mas vinculado
orçamentariamente à FUNARTE, ganhou mais força.
A FUNARTE, dirigida de 1976 a 1981, por Roberto Parreira, que tinha
sido gestor do PAC, tinha sua política claramente formulada: “a cultura se liga à
identidade nacional e à preservação de seus valores. As raízes são vistas como
questão de “segurança nacional” (1). Atuava-se com uma equipe de ponta através
do fomento às atividades culturais, numa política de incentivo à produção e ao
consumo, como uma agência de financiamento.
Empírica, num primeiro momento, sua ação amadureceu, e a partir de
pesquisas e análises técnicas, chegou-se a uma política de prioridades e divisão
de responsabilidades entre as áreas estaduais e municipais, numa definição de
políticas mais claras.
Passou a atuar em duas linhas:
1. Financiando projetos próprios, criando uma área editorial, formando
pessoal, criando áreas de pesquisa, documentação e divulgação.
2. Apoiando projetos externos, vindos de todo o país.
Em 1981, durante o governo Figueiredo, a Secretaria de Assuntos Culturais
do MEC foi transformada em Secretaria de Cultura, com mais peso político e insti-
tucional, estabelecendo uma coordenação única das instituições culturais Dirigida
por Aloísio Magalhães. Esta Secretaria “estabelece dois campos operacionais”:
1. Uma vertente de produção, com a Funarte, a Embrafilme e a criação do
Inacem (com autonomia administrativa e financeira, mas ligada à Funarte)
2. Uma vertente patrimonial, na qual a Fundação Pró-Memória absorve o
Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Imperial, o Museu Villa-Lobos e o Museu
Histórico Nacional; mais tarde, a Fundação Biblioteca Nacional absorveu parte
do Instituto Nacional do Livro, extinto em março de 1990.
A partir de 1982, com as primeiras eleições diretas para governos estaduais
depois do golpe de 64, a área cultural se viu fortalecida: foram criadas secretarias
estaduais de cultura, desligadas das de educação. Organizou-se o Fórum Nacional
dos Secretários Estaduais.
Alguns anos mais tarde, em 1985, fruto de articulações deste Fórum, veio a
ser criado o Ministério da Cultura.
Assim, de uma Secretaria de Cultura forte dentro do MEC, com uma política
claramente formulada, foi criado um Ministério, que não chegou a ter a mesma
56
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
força e acabou defenestrado pelo governo Collor em 90, que desmantelou bru-
talmente suas estruturas e demitiu grande parte de seus funcionários. Ainda hoje
sentimos as conseqüências deste desmantelamento no cotidiano da instituição.
Três estruturas antes autônomas e com perfis bastante consolidados (Fu-
narte, Fundacen e Fundação do Cinema Nacional) foram amontoadas dentro de
um Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, o IBAC.
O esvaziamento causado levou a uma “redistribuição de responsabilidades”.
Com a saída de cena do governo federal, os estados e municípios tiveram
que, de uma hora para a outra, assumir sozinhos, integralmente, suas responsa-
bilidades para com a cultura.
Com a escassez dos recursos públicos federais, as esferas estaduais e mu-
nicipais, regidas por uma visão cada vez mais “de resultados” dos investimentos
efetuados e pela pressão do marketing, passaram a disputar espaço, recursos e
visibilidade e se dissociam cada vez mais radicalmente.
Programas e projetos eram gestados nos centros das burocracias federal,
estaduais e municipais, que atuavam de forma desvinculada, dissociada, gerando
ações paralelas.
Como se vê, política cultural no Brasil tem sido quase sempre conjuntural,
nunca estrutural, imediatista, visando a atender a demandas circunstanciais.
Não se trabalha para a consolidação e fortalecimento das instituições. Es-
quece-se que o objetivo destas é atender à demanda da população e acaba-se
sucumbindo às pressões de grupos com interesses particulares fragmentados.
Um dos grandes desafios que a conjuntura atual nos apresenta é: como
abraçar este imenso Brasil, com suas múltiplas facetas, enormes desigualdades e
diferenças culturais nos planos econômico e social?
Quando falamos em diferenças culturais nos referimos tanto à riqueza da
diversidade quanto do abismo gerado pela desigualdade de oportunidades entre
os diversos grupos sociais neste país tão heterogêneo.
Vivemos num país em que convivem uma elite que discute os caminhos da
pós-modernidade e uma imensa população que ainda não tem equacionadas suas
questões básicas de sobrevivência como comida, saneamento e saúde.
É claro que isto não é novo e, historicamente, sempre foi o cerne da questão.
Este conflito ocorreu historicamente num contexto de enorme instabilidade
institucional que sempre caracterizou nosso país.
São exemplos expressivos dessa instabilidade uma seqüência de eventos
como a revolução de 30, a de 32, o golpe de estado de 37, a reconstitucionalização
do país em 45, a crise de 54, que culminou com o suicídio de Vargas, a renúncia
de Jânio, o golpe de 64, dezessete atos institucionais que modificaram profunda-
mente as constituições de 46 e 67 e sete planos de estabilização econômica, só
para citar alguns exemplos macro-históricos.
Assim, podemos notar que grande parte do séc. XX foi marcado por
constantes rupturas que, não poucas vezes, nos alienou de nossa memória em
campos fundamentais para o desenvolvimento nacional e nos afastou do eixo
da questão.
57
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Neste contexto, quantas ações foram iniciadas e abortadas sem que suas
virtudes tenham sido mais bem exploradas... Programas e projetos foram e con-
tinuam sendo sempre marcados por esta descontinuidade, pela carência de uma
reflexão mais profunda a cada mudança.
Pretende-se reinventar a roda a cada gestão, seja por desconhecimento das
experiências bem-sucedidas anteriores, seja pelo desejo de alguns governantes
em deixar marcadas suas impressões digitais, em suas ações.
Como primeiro passo no sentido de restaurarmos a arte-educação dentro
das ações da Funarte, buscamos conhecer os projetos que já tinham sido con-
cebidos e desenvolvidos ao longo de sua história, para evitar que mais uma vez
reproduzíssemos estes velhos e condenáveis vícios de gestão.
A questão da educação vinha sendo trabalhada na Funarte desde seus
primeiros anos. Tendo como princípio a educação do indivíduo através da arte
e a cultura como matéria prima da educação, foram implantados três projetos:
o Projeto Universitário em 1977, os apoios aos Festivais de Arte e o projeto “Fa-
zendo Artes” em 1980.
O Projeto Universitário apoiava a “extensão cultural” da universidade, partia
do reconhecimento desta como espaço próprio para uma reflexão sobre a cultura
brasileira e visava à integração com a comunidade.
O apoio aos Festivais de Arte buscava transformar o caráter de “evento” dos
festivais, através de ações que deixassem raízes nas comunidades.
Em 1980, a Funarte criava, como uma alternativa à Educação Artística (ins-
tituída como disciplina obrigatória nos currículos pela Lei 5.692/71), o “Fazendo
Artes”, para apoiar experiências em arte-educação que pudessem trazer subsídios
a professores e educadores. Trabalhando as diferentes possibilidades de arte na
educação, “privilegiou-se o espaço informal propício à experimentação e à ati-
vidade livre da criança e do professor, dando prioridade a crianças que estavam
fora da escola ou com dificuldades de aprendizagem e adaptação”. O primeiro
passo foi fazer um levantamento, em termos nacionais, desses trabalhos, para
posterior seleção e apoio. Concomitantemente também foram realizados encontros,
seminários, congressos, promovendo a discussão e divulgação de experiências
e propostas.
Em 1981 a Secretaria de Cultura do MEC – com a participação de todos os
órgãos que compunham sua estrutura - elaborou o documento “Diretrizes para
a operacionalização da Política Cultural do MEC”.
Este documento apontava para a necessidade de um “sistema de ações
descentralizadas que compreendessem e beneficiassem a produção do bem
cultural e a proteção do bem patrimonial”. O mecanismo fundamental proposto
era a “articulação dos níveis municipais, estaduais e federal, através de efetiva
interação de instituições oficiais, entidades privadas e representantes do fazer e
do pensamento das comunidades”, descentralizando ações através de um sistema
de comunicação entre os diferentes contextos culturais existentes no Brasil”.
Apontava também para a “necessidade de interdisciplinaridade, o reco-
58
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
59
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
BOTELHO, Isaura. Romance de Formação: FUNARTE e Política Cultural 1976-1990. Rio de
Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2001.
FUNARTE. Legislação Básica da Funarte. Rio de Janeiro, s/d.
Documento de Ação. Rio de Janeiro, 1983.
Interação Educação Básica: Contexto Cultural - Cinco anos de projeto: avaliação e perspec-
tivas. Rio de Janeiro, 1986.
Boletim Fazendo Artes. Vários números.
Documentos Internos. Relatórios de atividades. Vários.
60
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
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ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
No presente texto, o autor procura fazer um pequeno histórico da evolução
institucional do Ministério da Educação, da sua fundação em 1930 aos nossos dias,
especialmente no que diz respeito ao tratamento dado a conteúdos do processo
educativo os quais, apesar de fundamentais, nem sempre são assim considerados:
educação física; o ensino das artes; a formação cultural e todas as atividades com-
plementares necessárias ao desenvolvimento da criança e a formação do jovem
para fazê-lo cidadão responsável e participativo.
Primeiras Palavras
Inicialmente, gostaria de salientar que não falo aqui como especialista em
arte-educação, nem mesmo falo como professor, mas sim como funcionário público
federal, por trinta anos desempenhando diversos cargos e funções na órbita da
educação, cultura e meio ambiente. Por essa condição e, também, pelo privilégio
da permanência na alta direção da Administração Pública Federal, em setores tão
importantes, meu texto traz um testemunho sobre o papel desempenhado pelo
setor público a respeito do tema deste Congresso.
Como ensina Celso Furtado (terceiro Ministro da Cultura no Brasil), devemos
analisar a questão cultural por três ângulos: o relativo ao arcabouço jurídico de
que dispomos – Constituição Federal e Leis e Decretos específicos –; o aparato
institucional que montamos – o conjunto de organizações do Estado que tratam
da matéria; e, por fim, a organização da sociedade: o conjunto de entidades de
interesse público, não estatais, criadas pelos cidadãos.
Tendo isso em conta, informo também que não vou falar apenas da edu-
cação cultural ou do ensino de arte, vou fazer um breve histórico da evolução
institucional do Ministério da Educação – MEC –, desde a sua fundação em 1930
até os dias atuais, especialmente no que diz respeito ao tratamento dado a certos
conteúdos do processo educativo os quais, apesar de essenciais, nem sempre são
1
Carlos Alberto Ribeiro De Xavier, é Assessor Especial do Ministro da Educação. Foi Diretor do Jardim Botânico do
Rio de Janeiro (MMA); do IPHAN (MINC); Secretário de Cooperação Internacional e Chefe de Gabinete do Ministro
da Cultura e do Gabinete do Ministro da Educação, em várias gestões. ([email protected])
62
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Introdução
Onze dias após a tomada do poder pela Revolução de 1930, o Governo
Provisório de Getúlio Vargas criou o Ministério da Educação e Saúde Pública,
nomeando o Doutor Francisco Campos, o primeiro titular desta Pasta. Antes do
surgimento do Ministério, a educação era tarefa afeta ao Departamento de Instrução
Pública, Correios e Telégrafos, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.
Em 1934, em meio ao processo constituinte, Gustavo Capanema foi nome-
ado Ministro e, dois anos e meio depois, em 1937, conduziu uma ampla reforma
do Ministério, incluindo todos os assuntos ligados à Cultura, à Educação Física,
à Ciência e à Pesquisa na Universidade em uma nova estrutura, o Ministério da
Educação e Saúde denominação persistente até 1953, quando surgiram o Minis-
tério da Saúde, o Ministério da Educação e Cultura, fixando-se a sigla MEC, que
se conserva até hoje.
Vale lembrar, ainda, que a reforma proposta e implementada por Gustavo
Capanema, em 1937, deu a conformação institucional que vigora até os nossos
dias, mesmo que aqui ou ali, como em São Paulo, onde o Estado assumiu integral-
mente as tarefas da educação, inclusive o ensino superior com a criação da USP
em 1934. Hoje, as atividades antes desenvolvidas pelo Ministério de Capanema
estão subdivididas entre seis Ministérios: Saúde, Meio Ambiente, Cultura, Educação,
Esportes, Ciência e Tecnologia e, com a crescente descentralização e autonomia
dos sistemas educacionais, o modelo federal tende a se reproduzir.
Com a criação da ONU e dos organismos a ela vinculados, como OMS,
UNESCO, OIT, entre outros, vários países criaram instituições homólogas ou
análogas, ou foram se adaptando aos novos tempos do pós-guerra. Assim é
que foram criados: um organismo autônomo, não estatal, denominado IBECC
– Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura, para articular a sociedade
nacional em torno da Educação, Ciência e Cultura. Essa mesma preocupação
apareceu nas Américas com o sistema da OEA e na Iberoamérica com o sistema
OEI, organismo do qual o Brasil voltou a fazer parte em 2002. Mas o Brasil já
vinha, pioneiramente, implantando as bases da educação nacional, um poderoso
Ministério, inclusive com a inauguração do prédio de sua sede que é hoje, marco
mundial indiscutível da arquitetura moderna no Rio de Janeiro.
Nós todos, funcionários do Ministério da Educação e Cultura, o MEC, somos
herdeiros do exemplo deixado pelo grupo de pessoas que o Ministro Gustavo
63
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
A Evolução do MEC
Até a mudança da capital e do Ministério da Educação para Brasília, em
1960, desenvolveu-se no Brasil um sistema educacional centralizado, que se pre-
tendeu modelar, seguido em todos os estados e municípios do país, onde existia
a oferta do ensino primário, de quatro anos, mas o MEC estabelecia os currículos
64
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2
Sobre trajetória de Aloísio Magalhães na Secretaria de Cultura do MEC, ver o livro E Triunfo?, editado pelo
IPHAN.
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3
Sobre este histórico de atividades de educação física e cultural, consultar o documento “Considerações preliminares
sobre a assinatura de Termo de Cooperação entre o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura” e o Relatório
Final do Projeto “Esporte e Cultura nas Escolas” Acordo Brasil/UNESCO, MEC, julho de 2004.
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1
Coordenador Geral de Política do Ensino Médio – Ministério da Educação / Secretaria de Educação Básica / De-
partamento de Política do Ensino Médio.
74
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
cações que, oficiais ou não, definem os eixos norteadores de uma prática docente
competente e emancipadora, como bem demonstram os princípios norteadores da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: I – igualdade de condições para
o acesso e permanência na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar
e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de idéias e
de concepções pedagógicas; IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância; V
– coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI – gratuidade do
ensino público em estabelecimentos oficiais; VII – valorização do profissional da
educação escolar; VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta
Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extra-escolar; XI – vinculação entre a educação
escolar, o trabalho e as práticas sociais.
A normatização desses princípios tem concretizado avanços na oferta e im-
plementação da Educação Básica que expressam o resultado das lutas históricas
pela democratização do ensino.
E o Ensino da Arte? De que forma a dimensão da Cultura incorporada ao
currículo escolar pode gerar movimentos capazes de induzir mudanças significa-
tivas na formação de professores e alunos? Faz sentido ensinar Arte? Como e em
que condições devemos trabalhar o ensino da arte nas Escolas?
Quando comecei a refletir sobre o tema “Políticas Públicas e o Ensino da
Arte”, logo vieram do passado sons, imagens e conteúdos do tempo em que le-
cionei História da Arte para alunos do, então, 2o Grau, que buscavam habilitação
pela formação do Curso Técnico de Turismo.
Na ausência de Professor de Artes, entra o professor de História, com o de-
safio de desenvolver competências e habilidades numa área, a princípio, distante
da sua formação inicial.
Por intuição, comprei um livro e, assim como tantos outros professores, a par-
tir dele fiz o planejamento do ano letivo. O livro História da Arte, de Gombrich.
Muitas janelas se abriram: conhecer a história das Artes Plásticas no Oci-
dente e dividir este novo conhecimento com os meus alunos foi uma experiência
enriquecedora. Era o que minha história de vida permitia fazer em uma orga-
nização escolar sem coordenação, sem planejamento e satisfeita pelo fato de,
naquele momento, preencher a grade curricular. No papel, todas as disciplinas
tinham professores.
Dessa experiência, retomo um conceito de Arte de Gombrich:
Nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem
somente artistas. Outrora, eram homens que apanhavam um punhado
de terra colorida e com ela modelavam toscamente as formas de um
bisão na parede de uma caverna; hoje, alguns compram suas tintas e
desenham cartazes para os tapumes; eles faziam e fazem muitas ou-
tras coisas. Não prejudica ninguém dar o nome de arte a todas essas
atividades, desde que se conserve em mente que tal palavra pode
significar coisas muito diversas, em tempos e lugares diferentes, e que
75
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
E é com a percepção desses três autores que ouso refletir com vocês sobre
o Ensino de Artes nas escolas brasileiras. Os Parâmetros Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio estabelecem como objetivo do Ensino da Arte o seguinte:
Capacitar os estudantes a humanizarem-se melhor como cidadãos
inteligentes, sensíveis, estéticos, reflexivos, criativos e responsáveis,
no coletivo, por melhores qualidades culturais na vida dos grupos e
das cidades, com ética e respeito pela diversidade.
76
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
77
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
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08 de outubro de 2004.
GOMBRICH, E. H. História da Arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1993.
78
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Jacqueline Chanda 1
Resumo
Este artigo analisa a educação artística como uma intervenção direta no
desenvolvimento cultural da comunidade, fazendo um breve exame de como a
arte africana tem sido usada no passado e no presente como veículo para manter
o controle social, elaborar conceitos históricos e disseminar valores educacionais.
Discute, primeiramente, alguns exemplos de objetos de arte africana em socieda-
des tradicionais como instrumento de controle social, preservação da memória
histórica e educação, focalizando, em seguida, como conceitos parecidos se ma-
nifestam em sociedades urbanas contemporâneas, analisando um exemplo mais
atual, na forma de um fenômeno chamado Set-Setal, que ocorreu no Senegal
entre 1989 e 1992.
1
Professora de Educação Artística e História da Arte na Universidade do Norte do Texas. [email protected]
79
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
3
Os sufis são muçulmanos que representam uma vertente mística do Islã; muçulmanos que buscam uma experiência
direta de Alá.
83
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
4
O sufismo cristalizou sua forma atual no século XVII. “A vereda do amor”, como a religião é chamada, é um
caminho que facilita a união pessoal e direta com o “Divino Amado”. Por meio dessa união, aquele que busca,
fortalecido pela disciplina e pela graça, vive a experiência da essência do amor e sabedoria divinos no mundo e
atinge a consciência da “Realidade Única”.
84
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
águas, sossegar um leão famélico e escapar das ciladas cruéis de seus captores
franceses. As representações de Bamba predominam nos “quartiers” majoritaria-
mente muçulmanos. Esses murais servem não somente para ornamentar ou em-
belezar a cidade, mas também para contar a história e falar do poder de Bamba.
Os “mourides”5 levam uma imagem de Bamba à testa ou beijam os murais para
receber sua bênção (Roberts e Roberts, 2002, p. 55). Embora o Islã proíba a re-
presentação de seres humanos, a imagem visual é, nesse contexto, usada como
veículo de intercessão.
Um dos principais responsáveis pela criação dos murais relacionados com o
movimento Set-Setal era um jovem grafiteiro chamado Pape Samb, mais conhecido
por Papisto Boy. Órfão, chegou a Dakar aos dez anos. Tinha vivido numa comu-
nidade de pescadores espremida entre pátios de fábricas e um parque industrial
chamado Belaire. Ele pinta murais como um ato de devoção ao Caminho Mouri-
de. Artista autodidata, é mais conhecido pelo mural de mais de duzentos metros
de comprimento nas paredes de uma fábrica de Belaire. O mural retrata Nelson
Mandela, Jimi Hendrix, Malcom X e outras figuras conhecidas. Papisto Boy diz
que se inspira em sonhos e que sua mão é guiada pelo santo. Depois de Amadu
Bamba, o retratado que mais aparece é Bob Marley, considerado um “mensageiro”
que inspirou Papisto por intermédio da música. Diferentemente do que acontece
com outros murais, Papisto vem trabalhando no seu mural das paredes sórdidas
da fábrica há trinta anos, de modo que se trata de uma obra em andamento. Há
pinturas sobre pinturas, que não são completamente cobertas. Às vezes, ele en-
xerga algo escondido em um retrato ou em uma cena e pinta essa visão. O retrato
de Che Guevara é um perfeito exemplo disso. “Certa manhã, enquanto ele estava
parado diante do retrato do político Abdoulaye Wade (p. 3), da oposição, o olhar
fixo nele”, o retrato de Che se revelou a ele e Papisto Boy o pintou.
Conclusão
Como vimos, a arte em sociedades africanas continua a exercer controle
social, manter os padrões sociais, reforçar conceitos históricos e educar as mas-
sas. Ao passo que, antes, a arte era usada para controlar forças imprevisíveis, no
contexto urbano de hoje no Senegal, ela é usada para transformar espaços mar-
ginalizados em “espaços imaginários”, criados pelo desejo de controlar um meio
ambiente negligenciado pelo governo de Dakar. Esse controle assumiu a forma
de murais que recriam a história, produzem memórias compartilhadas e instruem
a comunidade a respeito de questões sociais. Infelizmente, ao contrário dos obje-
tos de arte tradicional, cujo uso e função eram reforçados por uma comunidade
homogênea, esses murais são efêmeros e frágeis diante da ação do tempo e da
poluição e, por isso, alguns já começam a se apagar.
Referências bibliográficas
5
Seguidores do “mouridismo”, um movimento islâmico contemporâneo, inspirado pelo sufi pacifista, poeta e santo
Amadou Bamba.
85
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Vesta A. H. Daniel 2
1
Palestra feita no XV CONFAEB – Congresso Nacional da Federação de Arte-Educadores do Brasil, realizado de 10
a 12 de novembro de 2004 na sede da FUNARTE, no Rio de Janeiro.
2
Doutora em Educação, Departamento de Educação Artística, Universidade Estadual de Ohio, Columbus, Ohio,
EE.UU.
87
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
para que a educação seja mais estreitamente vinculada tanto aos professores
como aos estudantes. Pode também transformar a sociedade, contribuindo para
a consecução do ideal de igualdade.
88
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Africana (de que são exemplos, embora não exclusivos, os negros na África, na
América do Norte e na América do Sul, na Europa e no Caribe) e indivíduos
que não são de ascendência africana. A constituição de uma comunidade pode
também transcender os diferentes níveis econômicos e educacionais, podendo
ser caracterizada pela proximidade geográfica, sem a ela se limitar. O sentido de
experiência histórica e de fundamento filosófico partilhados produz tanto con-
sonância como dissonância entre os membros de uma comunidade. Entende-se,
porém, que nossa relação tradicional, contextual e emocional com nossos filhos,
por exemplo, age em harmonia com nossos diversos objetivos sociais, estéticos e
educacionais. Estamos cientes de que nossas decisões não podem racionalmente
ser separadas de nossas realidades contextuais e de que as ações comunitárias
proativas são um componente fundamental da educação de crianças e adultos.
Acho que as escolas sabem disso também, mas não sabem bem como agir nessa
base.
5. Uma forma de trabalho do espírito. Uma volta pela livraria local pro-
vavelmente nos há de revelar um acervo de textos voltados para o cuidado e a
alimentação do espírito. O espírito pode ser considerado como a força invisível
e intangível que anima os seres vivos, talvez sem nosso consentimento ou apro-
vação. A artista brasileira Regina Vater, ao discorrer sobre a influência do legado
africano no Brasil, oferece uma explicação para o conceito de espírito:
A vibração de antigos saberes da África ainda reverbera em muitas
coisas no Brasil: em nossa espiritualidade sensorial, em nossa conexão
mágica com a vida, na nossa resistência e paciência nas circunstâncias
mais adversas, em nossa teimosa esperança de “melhores dias”, na
espontânea conexão com a alegria, no aguçado sentido de meiguice
e generosidade do amor, na liberdade e inventividade do corpo, no
admirável ouvido musical brasileiro e na flexibilidade e adaptabilidade
diante do novo (1977, p. 72).
92
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
93
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Conclusão
Os professores fariam bem em se envolver no ensino de arte como uma ação
comunitária, visto que tal processo oferece as seguintes vantagens: confere um
propósito a uma abordagem, muitas vezes desprovida de rumo, do envolvimento
educacional nas experiências comunitárias de arte; propicia uma perspectiva sob
a qual a pedagogia se baseia no saber da comunidade; ensina os educadores
formais a respeito do processo, filosofia e valor da arte e da pesquisa baseada na
comunidade; permite uma visão dos componentes de um conhecimento que é
evolutivo, ligado a situações específicas, contextual e voltado tanto para o processo
como para o produto; e exige que os educadores e pesquisadores examinem sua
tendência para a exploração da “comunidade”. Hooks (1994), que resumiria esses
componentes como “pedagogia engajada”. Acrescentaria que essa abordagem de
parceria de objetivos educacionais entre escolas e comunidades é “uma expressão
de atividade política” (Hooks, 1994, pp. 202-203).
A familiaridade dos educadores com as características da ação comunitária
pode respaldar as maneiras de ensinar e aprender, mediante a transferência do
95
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
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96
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
Em decorrência de uma combinação de problemas sociais que se acentua-
ram no início da década de 1980, verificou-se no Brasil o aumento do número de
crianças e adolescentes fora das escolas, vagueando pelas ruas. A inconformidade
com essa situação tem levado a sociedade civil organizada, principalmente as
ONGs – Organizações Não-Governamentais, a se estruturarem criando mediações
de caráter educacional e político visando a promover a inclusão social. Em tais
organizações, a arte é quase sempre tomada como uma diretriz pedagógica fun-
damental. Com base em uma pesquisa realizada em três ONGs brasileiras situadas
na Região Nordeste, voltadas para a promoção e a defesa de crianças e jovens em
situação de risco social, analisa-se o papel da arte, o perfil dos/as educadores/as
e as atividades artísticas empregadas nesses espaços educativos.
1
Mesa Redonda Tema: Ensino de Arte em Contextos de Comunidade.
2
Doutoranda em Artes pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – USP. Mestre em Ciência
da Informação pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Graduada em Educação Artística pela UFPB. Professora
do Departamento de Artes Visuais da UFPB. Coordenadora da Oficina de Artes da Casa Pequeno Davi, atividade
de extensão universitária (1989-2004). Autora de diversos artigos na área de arte e educação no Terceiro Setor, em
coletâneas e revistas especializadas.
97
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98
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
3
Artigo 58, do capítulo IV do Estatuto de Criança e do Adolescente que dispõe sobre o direito à educação, à cultura,
ao esporte e ao lazer. (ECA, 1990, p. 22).
100
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
mais diretamente o sentido da visão como as artes plásticas, artes gráficas e arte
em tecido.
Atividades Artísticas Número de ocorrência/ONG Grupos
Música 2 (CPD; CR)4 G1 – Performance
Percussão 1 (DM) G1 – Performance
Teatro 3 (CPD; DM; CR) G1 – Performance
Dança de Rua 1 (CPD) G1 – Performance
Dança contemporânea 2 (CPD; CR) G1 – Performance
Dança Afro-Brasileira 1 (DM) G1 – Performance
Artes Plásticas 2 (CPD; DM) G2 – Artes visuais
Arte em Tecido 1 (CPD) G2 – Artes visuais
Marcenaria 1 (CPD) G2 – Artes visuais
4
CPD (Casa Pequeno Davi); DM (Daruê Malungo); CR (Casa Renascer).
101
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
102
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
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ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
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SINSON von, Olga; PARK, Margareth; FERNANDES, Renata (orgs). Educação não-formal: ce-
nário da criação. Campinas, SP: Unicamp/Centro de Memória, 2001.
104
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
Na mesa-redonda em que se situa esta reflexão, pretende-se abordar a pes-
quisa do ponto de vista do cotidiano do professor, partindo dela para a pesquisa
acadêmica e para as publicações que tanto têm provocado o ensino de arte no
Brasil.
Talvez seja a nossa condição humana que nos faça percorrer caminhos,
escolher percursos, atravessar terrenos pouco amistosos.
Mas, como educadores, nos basta a condição humana de sermos cuidadosos?
Basta caminhar delicadamente, com a sensibilidade à flor da pele, com o respeito
e o cuidado frente à fragilidade do outro?
O senso comum tem invadido a sala de aula e nos tomado em suas garras.
1
Mesa Redonda Tema: Pesquisas em Ensino de Arte no Brasil.
2
Professora de Pós-graduação do Instituto de Artes/Unesp. Sócia-funadadora do Espaço Pedagógico (formação
contínua de educadores) e do Rizoma Cultural (coordenação de Ações Educativas em Instituições Culturais). Autora
de artigos e livros. Espaç[email protected].
3
Para maiores informações sobre Anna Maria Maiolino consulte: http://www1.uol.com.br/bienal/24bienal/ e www.
obraprima.net/materias/html722/html722.html.
105
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
4
Este termo é empregado por Perrenoud (1993) para designar o trabalhar com os meios disponíveis, re-utilizar textos,
situações, materiais, como uma bricolage, retirando o termo do antropólogo Claude Levi-Straus.
106
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
107
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
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STENHOUSE, Lawrence. La investigación como base de la enseñanza. Madrid: Morata,
1987.
108
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
O texto está dividido em duas partes: a primeira trata de uma abordagem
sobre algumas teorias da arte e seu ensino e, a segunda, possibilita uma reflexão
sobre a formação de professores, propondo alguns caminhos de pesquisa.
Maurice Merleau-Ponty
A partir dos anos 80, a arte e seu ensino vêm sendo estudados em pesqui-
sas de mestrados e de doutorados relacionadas a várias áreas do conhecimento.
Nesse sentido vão se construindo e consolidando abordagens metodológicas
diversificadas. Estas pesquisas nos permitem considerar vários caminhos de
professoralidades3 em artes visuais, permitindo conviver e dialogar pensamentos
convergentes e divergentes. São presenças constantes os termos: “educação artís-
tica”, “educação através da arte”, “arte-educação”, “arte e seu ensino”. O primeiro
reporta-se às proposições da Lei 5.692/71 e os caminhos percorridos, anunciados
e denunciados como “anti-caminhos” para o ensino da arte. “Educação através
da arte” se refere a Herbert Read e, no Brasil, ao MEA – Movimento de Escoli-
nhas de Arte do Brasil4. “Arte-educação” e “Arte e ensino de arte” estabelecem a
contigüidade entre arte e educação nas escolas, nos espaços culturais, grupos e
comunidades5. Os PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – propõem categorias:
arte como expressão e comunicação; elementos básicos formais; produtores de
arte; diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional;
1
Temática da Mesa: Pesquisa em Ensino de Arte no Brasil.
2
Artista plástica (exposições no Brasil e exterior), pesquisadora em artes visuais (Bolsa de Pesquisa em Arte, Fun-
dação VITAE, 1994), doutora em arte-educação pela ECA/USP e pós-doutora em comunicação e semiótica, pela
PUC/SP. Professora aposentada, UFU, Uberlândia. Publicações: Por que se esconde a violeta? São Paulo: Anna Blume
/ Uberlândia: EDUFU, 1995; Noemia Varela e a arte. Belo Horizonte: C/Arte, 2001; Desenhando e Construindo a
Cidade no Cerrado (org. com Falcão Vasconcelos). Uberlândia: EDUFU, 2002.
E-mail [email protected]
3
Professoralidade é um termo trabalhado por Marcos Vilela Pereira, em sua tese de doutorado: A estética da profes-
soralidade, um estudo interdisciplinar sobre a subjetividade do professor. São Paulo: PUC, 1996.
4
Sobre o MEA, ver: “Noemia e o Movimento Escolinhas de Arte”. In: FRANGE, Lucimar Bello P. Noemia Varela e a
Arte. Belo Horizonte, C/Arte, 2001. E ainda: “Arte e seu ensino, uma questão ou várias questões?”. In: BARBOSA, Ana
Mae (org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002, p. 35-47.
5
Sobre esses termos existe hoje, no Brasil, uma bibliografia significativa de livros, dissertações e teses (ainda não
publicadas), anais de congressos, como os da FAEB – Federação de Arte-Educadores do Brasil; os da ANPAP – As-
sociação Nacional de Pesquisadores em Arte e publicações de encontros e materiais de instituições culturais.
109
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
6
PIMENTEL, Lúcia Gouvêa. Limites em expansão, licenciatura em artes visuais. Belo Horizonte: C/Arte, 1999, p. 97.
7
Sobre os PCN ver considerações em: TOURINHO, Irene. “Transformações no ensino de arte: algumas questões para
uma reflexão conjunta”. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Op. cit., p. 27-34.
8
Ver: “Fundamentação do trabalho de arte-educadores realizado na Mostra”. In: RIZZI, Maria Christina de Souza
Lima. Olho Vivo. Arte-Educação na Exposição Labirinto da Moda: uma aventura infantil. São Paulo: ECA/USP, 1999.
(tese de doutoramento)
9
Sobre o olhar e leitura de imagens ver: BUORO, Anamelia Bueno. O olhar em construção, uma experiência de
ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Cortez, 1996.
10
Sobre releituras ver: “Leitura e releitura”. In: PILLAR, Analice Dutra (org.). A educação do olhar. Porto Alegre:
Mediação, 1999, p. 9-21. Ver ainda: “Outras maneiras de ver Mondrian e universos pessoais”. In: FRANGE, Lucimar
Bello P. Por que se esconde a violeta? Isto não é uma concepção de desenho, nem pós-moderna, nem tautológica.
São Paulo: AnnaBlume/Uberlândia: EDUFU, 1995, p. 148.
11
Ver: OLIVEIRA, Ana Claudia de. “As semioses pictóricas”. In: Face; revista de semiótica e comunicação. São Paulo:
PUC/COS, v. 4, n. 2, novembro, 1985.
12
Ver: BUORO, Anamelia B. Olhos que pintam; a leitura da imagem e o ensino da arte. São Paulo: EDUC, FAPESP,
Cortez, 2002.
13
Mais de 160 000 pessoas visitaram a Exposição Os Guerreiros de X’i an e os Tesouros da Cidade Proibida (em São
Paulo). Seriam pessoas seduzidas pela arte e o que ela nos mostra, diz, afirma ou provoca?
14
BARBOSA, Ana Mae. “As mutações do conceito e da prática”. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Id., p. 13-25.
110
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
15
PIMENTEL, Lúcia Gouvêa. “Tecnologias contemporâneas e o ensino de arte”. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Id.,
ibid., p. 113-121.
16
MARTINS, Mirian Celeste et alii. Didática do ensino de arte; a língua do mundo, poetizar, fruir e compreender
arte. São Paulo: FTD, 1998.
17
DOMINGUES, Diana (org.). A arte no século XXI, a humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP, 1997.
18
Ver: FAZENDA, Ivani. Integração e Interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo:
Loyola, 1992.
19
RICHTER, Ivone. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino de artes visuais. Campinas: Mercado Aberto, 2003.
20
AZEVEDO, Fernando Antônio Gonçalves. “Multiculturalidade e um fragmento da história da Arte/Educação Espe-
cial”. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Op. cit. p. 95-104.
111
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
21
Centros de Cultura são espaços de encontros com obras, trajetórias de artistas e de pessoas, cotidianos, comuni-
dades e mundos vividos, imaginados, e em-vivência.
22
MERLEAU-PONTY, M. “O olho e o espírito”. In: Maurice Merleau-Ponty, textos selecionados. São Paulo: Abril
Cultural, 1984, p. 88.
112
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
sou na forma, me mostro nela e deixo inúmeras visibilidades nela e através dela.
No sistema educacional precisamos investir na construção dessas relações entre
o cognoscível e o sensível. Segundo Jacqueline Chanda, compreender a filosofia
estética de uma cultura que gerou uma obra de arte significa olhar para aquele
objeto através da epistemologia daquela cultura. Para mim, isso quer dizer atuar
nas dimensões intervalares das culturas: as intra-culturas (as dimensões de uma
pessoa), as entre-culturas (dimensões entre pessoas), e as inter-culturas (dimen-
sões intervalares existentes nas suas dimensões anteriores, ou seja, o que se gesta
e/ou se constrói de conexões das tessituras de intervalos).
As subjetivações & as objetivações constituem as alteridades. As alteridades,
por sua vez, são constituídas de “pessoalidades e de sujeitidades”, a pessoa em um
tempo e em um espaço em relação com outras pessoas, em outros tempos e em
outros espaços. “Pessoalidade” é a pessoa com suas histórias, memórias, vontades,
frustrações, desejos-desejantes, esperas, apostas – jeitos de ser. “Sujeitidade” é essa
pessoa sócio-político-cultural adensada de “mils” possibilidades de Ser e Pessoa-
que-se-faz-Ser. O SER se institui no EU, uma sociabilidade e uma sustentabilidade
“de si no outro”, em co-partilhamentos de corpos, em outro CORPUS – a Arte
na vida. ARTE é criação, é invenção efetivada. ARTE é conhecimento. Arte é, de
certa forma, a “anti-disciplina” na escola, ela está entre limites e potencialidades
de ser “Coisa” e ser SER-Humano a se mostrar e se fazer ver nos objetos e nas
situações, nas instaurações, como diz Tunga, ao invés do termo “instalações”,
usado nas artes visuais.
As Licenciaturas em Artes Visuais poderiam enfatizar pesquisas em:
• conteúdos da Arte, do sistema da Arte e de tessituras intervalares;
• conteúdos das culturas pelas histórias de vida das pessoas daquele grupo
(professores, alunos, técnico-administrativos, pessoas da comunidade escolar e
das famílias dessa comunidade);
• formação crítica permanente entre Arte e saberes (quer sejam, ou não,
os “instituídos”);
• arte nas contemporaneidades, quer dizer, os mundos cotidiânicos e suas
complexidades, desafios e potências, frestas e fissuras.
Levanto, para pensarmos, algumas expressões retiradas dos currículos das
licenciaturas em artes plásticas ou visuais:
• cursos ancorados em disciplinas das “belas artes” e na Lei 5.692/71 (que
fez nascer as licenciaturas curtas), geram as despossessões na arte e da arte na
vida;
• as particularidades sem especificidade da própria arte;
• a disciplina “folclore” tem sido uma “exotização” de quem somos e como
somos;
• a disciplina chamada “análise e exercício das técnicas e dos materiais ex-
pressivos”, separa a estrutura de seus conteúdos (como se isso fosse possível);
• informações conteudísticas (excessos de disciplinas, um saber falso, de
conta gotas sem formar uma Gota sequer);
113
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
114
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
23
BAITELLO JUNIOR, Norval. “O olho do furacão. A cultura da imagem e a crise da visibilidade”. In: Revista Virtual
GHREBH. São Paulo: CISC, 03/03/2003. (internet)
24
FARIAS, Agnaldo. Arte Brasileira Hoje. São Paulo: Publifolha, 2002, p. 14.
116
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
música, prefere ir além: prefere produzir mais um livro ou pintura ou obra mu-
sical. Sintonia de uma insatisfação, cada obra de arte traz embutida uma crítica à
própria noção de arte e pode mesmo modificar aquilo que entendemos por arte
24
. As Licenciaturas em Artes Visuais têm de incorporar e enfatizar esses desafios
e tecer, conjuntamente, outros fios.
Uma Licenciatura em Artes Visuais é uma força latente e uma proposta
curricular de transformação de “realidades” em atos, é corpus de consistências
e resistências para transformar uma vontade inovadora, audaciosa, coerente, em
ARTE, em experiências significativas para as pessoas. A arte fala, diz, e precisamos
escutar as maneiras de sua organização para dizer o que ela nos fala, assim como
escutar o que nos dizem os artistas, suas produções e proposições inquiridoras.
O artista enfrenta o desafio DESENHAR É DESENHAR-SE, que são as ou-
sadias permanentes da criação. Ele trabalha num campo “pessoal” movediço e
abastecido pelo coletivo. Somos sócio-culturais, as trajetórias são, portanto, pes-
soais e coletivizadas. O conceito de desenho, ainda como mimeses, é um dos
maiores entraves nas “grades curriculares” (?) dos cursos; a sua dependência e
não-autonomia minora a Arte e as estruturas formais de pensamentos e saberes
inquietos. O desenho está pensado (aqui) como “desenhamento”, uma condição
de estrutura visiva e cambiante, inventada por uma pessoa e a nós mostrada para
que, com ela, possamos conversar.
O professor de Arte professa e constrói sua professoralidade na relação entre
o sistema escolar e o sistema da arte. As trajetórias, mais uma vez, são coletivas.
O professor se realiza na sala de aula, se abastece dos desafios coletivos seus,
dos alunos, dos sistemas da arte e da escola, e nas comunidades com as quais
está envolvido. Isto é além de “uma comunidade escolar”, um curso não pode
ser, portanto, concebido apenas pela comunidade acadêmica (esse tem sido um,
dentre outros, de nossos grandes equívocos no ensino da arte).
A escola é propulsora do processo de transformações cultural, educacio-
nal, política e ética das pessoas. Os ateliês, os laboratórios, as salas de aulas
são espaços de encontros e desencontros para encontros outros. Aqui podemos
lembrar algumas experiências recentes: o professor-visitante-artista num atelier
dentro do espaço escolar; o artista-visitante na Escola de Belas Artes da UFMG;
a proposta de Rod Taylor em Wigan, Inglaterra, do artista-residente na escola;
as escolas de Reggio Emilio, na Itália, em que cada uma tem um artista ou um
artesão trabalhando ora ao lado, ora junto com os alunos. Os trabalhos de final
de Curso precisam abrir espaços e ter defesas publicizadas junto a profissionais
da arte, artistas e junto a profissionais do ensino de arte, os professores-pesqui-
sadores de arte e sobre a arte.
Uma proposta curricular poderia atuar no cognoscível e no sensível. A
escola é lugar de síntese entre cotidianidades e rupturas. É espaço do intervalar,
do inesperado na espera; é espaço e tempo da criação. A escola é espaço edu-
cativo-social da condição humana.
A construção de uma proposta curricular em Artes Visuais é uma gestão
117
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
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UFRGS, 2002.
ROLNIK, Suely. “Cartografia sentimental.” In: Roteiros... Roteiros... Roteiros... Roteiros... Ro-
teiros... Roteiros... Roteiros... 24ª Bienal de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal de São
Paulo, 1998.
118
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Ingrid Koudela 2
1
Mesa Redonda Tema: Pesquisas em Ensino de Arte no Brasil.
2
Professora Doutora – Escola de Comunicação e Artes, USP.
119
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
O dicionário
Concebido como instrumento de trabalho para orientação na área da
Theaterpädagogik, que teve na última década um grande desenvolvimento e é
concebida, cada vez mais, como disciplina autônoma na Alemanha, incorporada
em diferentes sistemas organizacionais e de formação, o WÖR/TER/BUCH DER
THEATER/PÄDAGOGIK Berlin: Scribni-Verlag, 2003. (Koch, Gerd e Streisand,
Marianne (org.)) é a primeira publicação desta natureza em língua alemã.
Proporcionando uma perspectiva da multiplicidade de abordagens, méto-
dos, procedimentos e suas formulações teóricas e históricas e apontando para
o caráter inter-disciplinar da Pedagogia do Teatro, incorpora temáticas que al-
cançaram projeção significativa no discurso internacional e que pertencem aos
conhecimentos reunidos na área.
O Dicionário traz verbetes escritos por cento e quarenta autores, sendo os
conceitos oriundos de diferentes contextos culturais, tais como Animation (anima-
ção), Warming Up (aquecimento), Stegreif (improvisação), Statuentheater (teatro
imagem), Ästhetische Bildung (formação estética), Spiel (jogo), Psychodrama
(psicodrama), Rollenspiel (desempenho de papéis), Prozess und Produkt (pro-
cesso e produto), Performance (performance), Lehrstück (peça didática), Contact
Improvisation (contato improvisação), Drama in Education (drama na educação),
Konstruktivismus (construtivismo), entre outros.
Há, também, verbetes que se referem a autores, oriundos de várias discipli-
nas, o que condiz com o objeto da Pedagogia do Teatro, na prática e na teoria,
que se caracteriza como disciplina de integração entre os pólos teatro e pedagogia,
bem como de disciplinas limítrofes. Nesse sentido, o Dicionário traz o desafio de
constituir-se como um programa de pesquisa em Pedagogia do Teatro. Entre os
autores, sobre os quais é apresentada uma breve biografia, encontramos Rudolf
Steiner, Jacob Moreno, Richard Schechner, Bertolt Brecht, Rudolf Laban, Augusto
Boal, John Dewey, Viola Spolin, entre outros.
Drama in education
Outro verbete que merece comentário mais detalhado é Drama in Education
(drama na educação), cujos princípios metodológicos foram desenvolvidos desde
a década de cinqüenta na Inglaterra. Também nos Estados Unidos, no Canadá e
na Austrália esta concepção didática representa uma especialização do Educa-
tional Drama (drama educacional). Na Europa, o DIE (Drama in Education) foi
120
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
O campo epistemológico
O intuito de incorporar reflexões e indagações sobre a Pedagogia do Tea-
tro visou não apenas a ampliar o espectro da pesquisa na área, trazendo para a
discussão os Mestres de Teatro – dramaturgos, teóricos e encenadores –, como
também fundamentar a epistemologia e os processos de trabalho do teatro, inse-
rindo-os na história da cultura. Acredito que essa dimensão nos permita escapar
do risco de reducionismos e camisas de força didáticas, entendendo o ensino do
teatro na sua complexidade.
121
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
A elaboração de um currículo para formação de professores de Arte tem
como premissas mais que normas legais. É necessário que sejam levadas em conta
as contextualizações de como se pretende realizar essa formação e das condições
em que esse ensino vai se realizar, bem como que o currículo proposto tenha
condições de preparar o aluno a preocupar-se com sua formação continuamente.
Parte-se, ainda, do princípio que um curso de Arte forma artistas; alguns/mas vão
ser professores, outros não.
Introdução
Conhecer é uma construção e não uma aquisição. Supõe oportunidade de
ter acesso à informação e supõe um movimento interno que torne significativa
essa informação para que possam ser tomadas decisões não a partir do que está
na moda ou do que outras pessoas fazem, mas com base nos pensamentos e na
autonomia da vontade pessoal. Os saberes são construídos a partir do conheci-
mento. Os saberes em arte pressupõem, portanto, um trabalho de informação
e de conhecimento – a cargo do ensino de arte – que faz parte do trabalho de
educação em arte.
É muito importante pensar e discutir o porquê do ensino de arte na escola.
Uma das questões é entender a justificativa para serem incluídas aulas de Arte
na Educação Básica. Na maioria das vezes, o ensino de Arte, nas escolas, tem
como objetivos: desenvolver a criatividade, permitir a auto-expressão e ajudar
a sociabilidade. Não há, normalmente, o registro a priori de que o objetivo das
aulas de Arte é ensinar e aprender arte.
1
A grafia @, neste caso,refere-se ao masculino eao feminino
2
Mesa Redonda Tema: Cursos de arte: novos caminhos
3
Professora e Vice-Diretora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG). Ba-
charel e Licenciada em Belas Artes (EBA/UFMG), Mestre em Educação (FAE/UFMG) e Doutora em Arte/Educação
(ECA/USP). Membro da AMARTE (Associação Mineira de Arte/Educação), da FAEB e da InSEA. Coordenadora da
Coleção Arte & Ensino (Editora C/ARTE-BH) e membro do Conselho Editorial da Revista Art&. luciagpi.bh@terra.
com.br e [email protected]
122
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
123
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
significativas.
O desafio diante de um material a ser trabalhado esteticamente ou de uma
obra de arte já finalizada propiciam a elaboração do pensamento em que todas as
forças intelectuais/emocionais agem em completude. As experiências de desenhar,
pintar, cantar, dançar, apreciar, filmar, videografar, dramatizar, etc. são vivências
essenciais para a construção de conhecimento em arte. Não se pode pensar na
formação de professores de Arte em cursos que não tenham o tempo adequado
para que essas experiências se realizem.
Saber como a arte é concebida e ensinada na escola, como se expressa
em cada cultura e que significado tem para um indivíduo e para a sociedade é
importante para que se possa planejar as ações necessárias para o ensino/apren-
dizagem da arte. Pela necessidade da especulação constante, o estudo-ação está
sempre presente na arte, quer seja em sua análise ou produção.
Ensinar arte significa possibilitar experiências e vivências significativas em
apreciação, reflexão e elaboração artística. Para isso, é necessário que o profes-
sor tenha uma base teórica que lhe possibilite a amplidão de pensamento, tanto
para conhecer os caminhos trilhados por seus/suas alunos quanto para propiciar
momentos significativos que possibilitem encontrar novos processos individuais
e coletivos.
Além dos trabalhos tradicionais bidimensionais e tridimensionais, em Artes
Visuais é importante que as formas contemporâneas de expressão também sejam
contempladas, tais como o grafite, a instalação e a arte digital.
O trabalho de arte digital não é chamado de 2D (bidimensional) ou 3D (tri-
dimensional) porque é virtual. Isto porque a arte digital é de outra natureza. São
obras digitais as realizadas com o uso de equipamentos que produzem imagens
digitalizadas, como o computador e a câmara digital, por exemplo. Essas imagens
podem ou não ser impressas em suportes tradicionais. Não é o uso de papel ou
de tela como suporte o que caracteriza a impressão, quando se pensa na imagem
digital. Impressão, hoje, é um dos conceitos a serem revisitados.
A tecnologia digital propicia novas formas de pensar e fazer arte. Para que
isso aconteça, os alunos precisam entender a natureza dos instrumentos de arte
e os meios de escolha. Isso significa que é importante que façam exercícios para
conhecer programas de tratamento de imagem, por exemplo, mas é essencial
que pensem seu trabalho como sua própria produção artística, e não somente
usem os recursos desses programas aleatoriamente. É importante, portanto, que
o professor de Arte conheça e experiencie os meios digitais de produção artística,
para poder fazer propostas e aceitar propostas de alunos, bem como para poder
contextualizar adequadamente obras de arte digital.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – ARTE, é fundamen-
tal, no processo ensino/aprendizagem de arte contemporâneo, que os alunos,
através de pesquisas, observações, análises e críticas, possam conhecer e analisar
os processos:
• dos produtores de arte – artistas;
125
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
127
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
uma pessoa inserida no contexto artístico como forma de viver. É essencial que
a experiência estética seja um componente importante em sua vida cotidiana.
Ao se ensinar e aprender arte, é preciso que se assegure continuidade e
ruptura, garantindo uma prática artística/pedagógica consistente, responsável
e respeitável. Para além da inteligência e da percepção já instituídas. Rumo ao
pensamento. Ao se lidar com arte, lida-se não somente com conhecimento es-
pecífico, com sensibilidade e com emoção, com identidade e com subjetividade,
mas também e certamente com o pensamento.
Como norteamento geral, durante todo o período de sua formação, o aluno
estará sendo estimulado a fazer reflexões acerca da arte, seu estudo, sua aprendi-
zagem e seu ensino, considerados em seus múltiplos aspectos e tendências.
Teoria e prática não serão concorrentes, mas interagentes num mesmo
processo. A especulação constante, necessária tanto ao trabalho do artista quanto
ao do professor, supõe ambas. Assim, um professor da EBA/UFMG que desen-
volva seus estudos predominantemente na área teórica deverá estar num ateliê
discutindo questões levantadas durante atividades práticas e vice-versa. Isso
acarretará um esforço de todos, no sentido de quebrar as barreiras dos muros
departamentais, além de centrar as discussões em questões de ensino, mais que
nas burocráticas.
Note-se que as nomenclaturas das disciplinas, na grade curricular, são
apresentadas de maneira globalizante, possibilitando flexibilidade na elaboração
das ementas dos conteúdos programáticos e facilitando as mudanças sempre que
se faça necessário. De acordo com as normas da flexibilização, o aluno poderá
cursar parte de sua formação em outra escola, faculdade ou instituto que não
a EBA, assim como a EBA poderá receber alunos oriundos de outras escolas,
faculdades ou institutos.
O primeiro ano é básico. o aluno tem oportunidade de construir conhe-
cimentos que serão necessários para sua formação em Arte, qualquer que seja
sua opção posterior por cursar uma habilitação. Casa semestre tem 315 horas de
aula, perfazendo 21 créditos. Serão oferecidas duas turmas para cada disciplina
(manhã e tarde), à exceção das disciplinas eminentemente teóricas, que terão
turma única. Ao final do segundo semestre, o aluno fará sua opção por uma das
habilitações oferecidas no bacharelado, ou pela licenciatura.
O segundo ano é o intermediário, em que será feita a base mais específica
para a licenciatura. o aluno será iniciado nas práticas pedagógicas, tendo um
conhecimento mais aprofundado dos fundamentos do ensino de arte, que lhe
darão a sustentação para sua presença em sala de aula.
O terceiro e o quarto anos são de aprofundamento. o aluno sistematizará
seus conhecimentos nas bases teóricas do ensino de arte e os trabalhará integra-
damente ao processo artístico de ateliê, bem como iniciará sua prática em escola
de educação infantil e do primeiro segmento do ensino fundamental, cumprindo
405 horas de Estágio Supervisionado. As duas últimas semanas de cada semestre
serão de preparação e mostra de seu trabalho, tanto de artista quanto de profes-
sor de arte.
128
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS / ESCOLA DE BELAS ARTES. Currículo do Curso
de Artes Visuais – Bacharelado e Licenciatura. Belo Horizonte: EBA/UFMG, 2004.
PIMENTEL, Lucia Gouvêa. Limites em expansão: Licenciatura em Artes Visuais. Belo Hori-
zonte: C/ARTE, 1999.
129
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
Contribuição sobre Dança-Educação, apresentando o trabalho que teve seu
início na Primer Escuela Argentina de Expresión Corporal-Danza e que está sendo
desenvolvido no Brasil há dezesseis anos. Apresentação da pesquisa em Dança-
Educação intitulada Corpo Natureza: sentidos da Expressão Corporal-Dança na
Natureza entre adolescentes. O estudo analisa atividades desenvolvidas no Rio
de Janeiro com adolescentes junto à Escola de Arte Tear.
1
Mesa Redonda Tema: Formação de Professores de Arte: Novos Caminhos.
2
Arte-Educadora formada pela Primer Escuela Argentina de Expresión Corporal-Danza; Mestre em Educação Física,
UGF, Dissertação sobre Dança-Educação; professora do Curso de Dança da UFRJ; responsável pela Coordenação
Artística da Companhia Cirandeira do Projeto Ciranda Brasileira realizado pelo Instituto de Arte Tear (tear@instituto tear.
org.br). Responsável pela disciplina: Estagio Supervisionado em Dança Contemporânea da Escola Angel Vianna.
130
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
a descoberta de quem ele é, como ele é, do que quer expressar, de quais são os
caminhos para dizê-lo corporalmente. Nesta concepção de dança não se procura
um corpo adestrado para responder a formas e códigos preestabelecidos. Importa,
antes, despertar a atenção e o domínio do corpo, para responder aos próprios
impulsos que se materializam na dança. Para que os princípios desta abordagem
possam ser aplicados é indispensável integrar o desenvolvimento corporal com o
sujeito como um todo. Esta perspectiva pressupõe, por outro lado, que todo ser
humano pode dançar, sem distinção de idade, sexo ou situação física ou mental;
todos têm o direito e a possibilidade de viver a experiência da dança.
Desenvolver a dança de cada um não significa se isolar. Como diz Herbert
Read (1977), a singularidade carece de valor prático no isolamento. Segundo este
autor, a formação pessoal deve ser não somente um processo de individuação,
mas também de integração, de reconciliação da singularidade individual com a
unidade social. A corrente de dança preconizada pela Primer Escuela utiliza como
uma de suas fontes filosóficas o pensamento de Read. Assim, busca-se estimular a
consciência de que o ser humano se completa no intercâmbio com os demais, na
cooperação, no compartilhar, no respeitar-se e respeitar o outro. O ser humano
não nasce pronto, ele vai se constituindo durante toda a vida, e isto acontece na
troca com o meio, a partir da sua relação com as outras pessoas, outros seres e
o ambiente. O ser humano é um ser cultural e social. Ele se completa na vida
em sociedade. E a dança é uma das formas em que tal aspecto essencial pode
ganhar espaço.
A ECD pode cumprir uma importante função educativa na formação global
do ser humano, trazendo temas, conteúdos e objetivos próprios e complementa-
res aos de outras áreas do conhecimento. Segundo a filosofia da Primer Escuela,
educar através da dança é promover certas qualidades humanas como: desenvol-
vimento da sensibilidade; impulso para investigar; expressão das emoções e da
subjetividade; expansão da imaginação; criatividade; prazer da beleza; ludicidade;
capacidade de comunicação humana. Entre seus objetivos específicos, podemos
citar o desenvolvimento da sensibilidade e percepção do corpo, da consciência,
a expressão e o domínio do movimento, da criatividade e da comunicação não
verbal. Nos documentos de base da Primer Escuela Argentina, enuncia-se:
A princípio sonhamos e lutamos por instituições educativas onde
Arte e Ciência se equilibram para viabilizar um novo ser humano,
desenvolvendo todas as suas potencialidades. Acreditamos em um
currículo onde cada área com sua identidade e todas em sua diver-
sidade possibilitem ao aluno sintetizar em si mesmo o ‘cientista’ e o
‘artista’. (Stokoe et al., 1986: 1).
de converter em unidade aquilo que está separado. Mais adiante, vincula a dança
com a mitologia, dizendo:
(...) quem dança ganhará através dela poderes mágicos que o levarão
à vitória, à saúde e à vida; um laço mítico que une a tribo, cujos in-
tegrantes juntam suas mãos em dança grupal, e a desenfreada dança
individual, expoente da profunda devoção que o executante consagra
a si mesmo”. (Idem: 14)
132
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
3
Patricia Stokoe (1921-1996), bailarina e arte-educadora argentina, recebeu sua formação e trabalhou profissional-
mente como bailarina em Londres, desse modo incorporando muitas disciplinas de dança e de teatro, de 1938
até 1950, ano em que regressou ao seu país. Desenvolveu um conceito de dança criativa ao qual deu o nome de
“Expressão Corporal”, sobre o que escreveu vários livros. Foi a criadora da Primer Escuela Argentina de Expresión
Corporal-Danza, tendo desenvolvido sua metodologia de ensino e prática desde 1950. Patricia Stokoe abriu um
caminho de prática e investigação incansáveis e se dedicou durante toda a sua vida à reaproximação da dança
com o social e o cotidiano. A dança deve estar ao alcance de todos, acreditava ela. Nesta busca de uma linguagem
autêntica, Patricia, como bailarina e educadora, ao confrontar-se com tantas inibições, tensões e bloqueios por uma
falta de conhecimento e contato corporal, produto de séculos de negação do corpo e dicotomização da pessoa, foi
integrando os anos de prática e investigação sobre si mesma com as contribuições mais valiosas, entre as que se
encontram as de Rudolf Von Laban e de seus mestres e companheiros de trabalho, entre os quais podemos citar
Moske Feldenkrais e Gerda Alexander.
4
Alicia Sirkin, psicóloga, socióloga e atriz, foi uma das pessoas que se integrou ao núcleo da Escuela no final da
década de 1970, quando ela se constituiu como espaço de formação de educadores na área.
133
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas
BRASIL, Ministério da Educação (2000a). Parâmetros Curriculares Nacionais, (Ensino Funda-
mental 1a à 4a Série) – Educação Física. Disponível em: <www.mec.gov.br/> Acesso em: 24
maio 2003.
135
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Bibliografia Consultada
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1992.
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1992.
CALLOIS, Roger. Os jogos e os homens. Lisboa: Cotobia, 1990.
136
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
137
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
Apresento histórias de vida e trajetórias do pensamento em “Educação
Musical”, “Educação Artística” e “Arte-Educação” no Brasil – teorização, políticas
públicas e práticas curriculares cotidianas. Trago questões contemporâneas para
a formação de especialistas (Professores de Arte, nas modalidades Artes Visuais,
Dança, Teatro e Música) e para a formação de professores das séries iniciais
(generalistas ou unidocentes), a propósito do composto arte-educação-música-
escola: Arte (Música) como forma de conhecimento-pensamento, experiência da
ordem do plano de composição estética, multiplicidade já presente na prática
social, trajeto dinâmico entre os caminhos de profissionalização e humanização, e
projeto educacional-pedagógico-curricular com um funcionamento da aula como
mapa-cartografia.
Atuo na Licenciatura do Curso de Música da Universidade Federal do Es-
tado do Rio de Janeiro (UNIRIO) desde o início dos anos 70. Vivi a proposta
das Licenciaturas Curtas e Plenas, as tendências do pensamento em Educação
Artística, Arte-educação e Educação Musical, a euforia em torno da Lei 5.692/71
e, recentemente, a expectativa em torno da Lei 9.394/96, que fala do “ensino da
arte” como “componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação
básica”, e se conjuga com os documentos do MEC (Referenciais Curriculares Na-
cionais para a Educação Infantil, Parâmetros Curriculares Nacionais de 1a a 4a e
de 5a a 8a, Diretrizes Curriculares para o Ensino Superior, Diretrizes Gerais para as
Licenciaturas, Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional de Nível Téc-
nico)1 – que tratam, por exemplo, das modalidades Artes Visuais, Dança, Teatro
e Música e da formação de especialistas.
Minha história de vida se confunde com tais histórias, que deixaram marcas
inscritas em todos que viveram e estão vivendo essas experiências.
Não estamos aqui para fazer discursos saudosistas ou denunciatórios. Há
muito já temos ouvido falar do enfraquecimento das linguagens da arte no coti-
diano escolar, e quero me referir especificamente ao caso da música. Como disse
em recente congresso2, não cabe indagar que conjunto de fatores responde por
isso: se (como dizem alguns) a arte-educação enfraqueceu o projeto do Canto
Orfeônico; se algumas universidades brasileiras abdicaram dos saberes específi-
1
Documentos normativos, de orientação oficial, mas não de caráter obrigatório, que servem de base para a cons-
trução de projetos políticos-pedagógicos da competência das escolas, em acordo com orientações das instâncias
federal, estadual e municipal, conforme o caso. São documentos situados historicamente. Não devem ser tomados
como um conjunto de “princípios atemporais”.
2
XIII Encontro da Associação Brasileira de Educação Musical, out. de 2004, Rio de Janeiro.
138
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
3
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139
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
140
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
A que ações e pensamentos toda essa trajetória e toda essa imbricada com-
posição nos leva hoje?
Quero desenvolver isso em cinco pontos que entendo serem questões con-
temporâneas para o traçado de uma política de formação de professores espe-
cialistas nas diversas modalidades da Arte e também para professores das séries
iniciais, considerando o funcionamento pedagógico-curricular:
1 – Arte (Música) como forma de pensamento e conhecimento
Deleuze e Guattari vão tratar da arte, ciência e filosofia como três formas de
pensamento e campos indiscerníveis, um não sendo inferior, nem mais relevante
que o outro, ou de excelência ou lugar exclusivo de criação e pensamento. Todos
os três são campos de criação.
Assim, se desfaz a visão romântica da arte como lugar exclusivo da criati-
vidade e do espontâneo. Dizem Deleuze e Guattari (1992) que “é o cérebro que
diz Eu, mas (...) este Eu não é apenas o ‘eu concebo’ do cérebro como filosofia, é
também o ‘eu sinto’ do cérebro como arte. A sensação não é menos cérebro que
o conceito”6. (p. 271). A ciência tem a função de produzir proposições científicas;
a filosofia tem a função de produzir conceitos; e a arte tem a função de produzir
blocos de sensação, de afetos. Diz de afetar e ser afetado por uma escultura (seus
5
Tradução de Regina Marcia Simão Santos.
6
Curioso é observar que na virada do século XIX para o XX Dalcroze falava que os seus alunos deveriam chegar
ao final de uma experiência de ensino dizendo “eu sinto, ao invés de dizer eu sei”...
142
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143
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7
Documentário Som da Rua, TV ZERO. Exibições através da emissora de televisão CANAL BRASIL.
144
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8
Conferência de abertura do XIII Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação Musical, Rio de Janeiro,
outubro de 2004.
145
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
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146
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
148
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
7
Ver Ingrid Dormien Koudela, Brecht na pós-modernidade, São Paulo, Perspectiva, 2001; _____. Brecht: um jogo de
aprendizagem, São Paulo, EDUSP/Perspectiva, 1991; _____. Um vôo brechtiano: teoria e prática da peça didática,
São Paulo, Perspectiva/FAPESP, 1992.
151
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
próprio, que pode ser declarado (ou camuflado) por meio da confissão do teatro
como teatro. Os campos hipnóticos do velho teatro de ilusões sugerem que, ao
abrir-se a cortina, aparecerá um mundo real de ações e paixões.
A capacidade de transformação completa é tida como uma característica do
talento do ator; se falhar, tudo estará perdido. Ela falha quando crianças brincam
de teatro e com atores leigos. Algo de artificial estará presente no seu jogo. A
diferença entre teatro e realidade aparece de forma dolorosa.
A natureza do Gestus é dialética, justamente pelo fato de ser, simultanea-
mente, símbolo e ação física. É o que lhe confere o status de Gestische Sprache
(linguagem gestual), de acordo com Brecht. No poema Teatro do Cotidiano, o
autor descreve como esse processo de pensamento se organiza. No ensaio Cena
de Rua, tira as conseqüências do teatro do cotidiano para as formas de proce-
dimento e a estética do Teatro Épico. A cena de rua é eleita por Brecht como
modelo de uma cena de Teatro Épico.
O teatro passa a ser o espaço do filósofo (no sentido de Brecht), que se
reflete sobre os processos históricos para exercer uma ação sobre eles. O conceito
de Gestus exerce, justamente neste ponto nevrálgico ou neste campo de tensão
entre os estados estéticos e históricos, a sua importância primordial. Tarefa do
trabalho pedagógico, na dicção brechtiana, é ter em mira o concreto e o abstrato,
na forma do gesto, que deverá ser operacionalizado (tornado físico).
O Lehrstück foi estudado à margem ou esteticamente desqualificado, a partir
de pontos de vista artísticos, críticos e/ou políticos que impediam o acesso à sua
poética. A marca registrada da vulgata brechtiana é pensar a Peça Didática como
aprendizado e suporte de conteúdos que envelheceram.
Quando Brecht traduziu o termo Lehrstück para o inglês, utilizou o equiva-
lente Learning Play, isto é, um jogo de aprendizagem e não a instrumentalização
de conhecimentos pré-estabelecidos. Essa confusão afastou o conhecimento
real do trabalho teórico de Brecht sobre a Peça Didática e sua capacidade de se
adaptar a novos contextos.
A prática do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, surgiu da necessidade de
reação às relações ditatoriais na América Latina na década de 1960. Boal conclui
por uma total desativação do papel do espectador, tendo em vista a sua libertação
do papel de mero observador e, com isso, em última instância, a libertação do
povo de sua passividade e impotência. Ao acusar Brecht de ter proclamado a ex-
periência política apenas no nível da consciência e não da ação, Boal desconhece
as reflexões do escrevinhador de peças e sua teoria da Peça Didática.
Através da publicação de Brecht: um jogo de aprendizagem, foram recupe-
rados materiais importantes, que eram totalmente desconhecidos entre nós e que
permaneceram em grande parte fragmentários e subterrâneos na obra de Brecht.
Na teoria da Peça Didática e na especificidade dessa tipologia dramatúrgica foi
possível vislumbrar uma proposta estética e pedagógica que mostrou ser mere-
cedora de novos aprofundamentos teórico-práticos de pesquisa, com vistas à sua
aplicabilidade no contexto educacional brasileiro contemporâneo.
152
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
A teoria pura da Peça Didática não mais existe – e certamente nunca existiu.
É a possibilidade de ir além do plano meramente intelectual e buscar a percepção
sensório corporal para provocar o processo de estranhamento de gestos e atitu-
des corporais, o que torna a proposta pedagógica brechtiana singular. Vemos na
perspectiva de um dos maiores encenadores de Brecht no Brasil, José Antonio
Martinez Correia, que:
Na pequena brecha antes do primeiro fim (antes da Segunda Guerra),
Brecht criou uma antítese teatral para deter o que vinha vindo – o
merchandising, a arte como mídia. Trouxe a tecnologia dos ritos taoístas
de sacação social dialética para as suas peças chamadas de didáticas,
softwares sofisticadíssimos de educação social. A Peça Didática entrou
na máquina de produção cultural que os corais operários comunistas
desencadearam num último round de guerra social. Mas disso ficou
um eco de teatro doutrinário. Essas peças não são isso. São obras de
arte. São como os mistérios dos jesuítas, ou rituais de feitura de nova
cabeça no candomblé, que se fazem para sacar nossos papéis no jogo
social. Ritos austeros, produzidores de estalos dialéticos, não somente
comunistas, mas metáforas da sacação coletiva do tempo. Essas peças
sempre foram horrivelmente mal representadas como teatro político.
Como teve que fazer as malas, Brecht trabalhou muito pouco com
elas. Essas peças, inspiradas em ritos de teatro Nô chinês, são pro-
gramas teatralizados de aprendizagem que o Ministério da Educação
deve aplicar à educação como Villa Lobos fez com os corais (...) para
a educação da juventude no teatro.8
8
Folha de São Paulo, 1999.
153
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9
Há várias referências tratando da Pedagogia do Teatro e suas variadas vertentes, seja em publicações ou encontros
científicos, a exemplo dos livros e anais da Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas / ABRACE.
Ver também Arão Paranaguá de Santana (coord.), Visões da ilha: apontamentos sobre teatro e educação, São Luís,
2003.
154
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155
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Roberta Puccetti 2
Resumo
A arte na educação e sua relação com a diversidade cultural no exercício
da cidada-nia plena, efetiva e na inclusão social. A função social e a ética da arte
na educação no contexto da sociedade contemporânea. A tendência sócio-inte-
racionista da arte na educação. A arte como conhecimento, como ruptura com o
modelo racionalista, tecnicista, e individualista excludente.
Introdução
O tema proposto para esta palestra pressupõe a relação, a interlocução, a
articulação entre quatro idéias ou conceitos ricos em sentidos e significações, o
que sem dúvida permite uma variedade de aproximações. Minha exposição se
dará no sentido da articulação dos conceitos de diversidade, cidadania e inclusão
para situar, ao final, o papel da arte, sob a perspectiva da arte na educação, ou
seja, o ensino da arte e a função que desempenha na educação inclusiva numa
sociedade multicultural. O propósito é contribuir na reflexão sobre a função da
arte, estruturada na experiência do fazer, na linguagem visual, na expressão e
conhecimento e na produção artística numa sociedade complexa, diversa e glo-
balizada. Enfim, demonstrar a importância da arte para todos e demonstrar que,
nesse sentido, como aponta Loureiro (2003:15), a questão é mais de caráter ético
do que estético, ou seja, permitir que todos, sem distinção, desfrutem das pos-
sibilidades do estético, em que a diferença seja entendida como singularidade,
“a inclusão como equilíbrio diante do desequilíbrio dissimétrico da exclusão”;
a simetria da estética transposta para a dimensão social, como garantia de que
todos, sem exceção, possam exercer a real função da arte.
1
Mesa Redonda Tema: Arte, Diversidade, Cidadania e Inclusão.
2
Mestre em Educação pela PUC – Campinas, SP. Doutora em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba,
SP. Diretora e Professora da Faculdade de Artes Visuais da PUC-Campinas, SP.
156
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157
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A arte e a educação
A experiência estética se situa na origem, naquele ponto em que o
homem, confundido inteiramente com as coisas, experimenta sua
familiaridade com o mundo (Dufrene, 1971).
158
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
o mundo, que ora enfatizam o fazer, ora o exprimir, ora a forma, como elemento
definidor da produção artística. Sobre esses elementos, foram construídos os di-
ferentes paradigmas sobre a arte, várias maneiras de conceber a arte e a função
que desempenha na educação. De tal modo, que os pressupostos filosóficos e
metodológicos na arte-educação passaram por algumas transformações e várias
tendências influenciaram o ensino e a aprendizagem da arte, acompanhando as
variações conhecidas pelo próprio conceito de arte.
Nesta apresentação, porém, nos limitaremos a considerar apenas a tendência
sócio-interacionista, reflexiva, emergente e crítica, que contempla a arte como
conhecimento, que evidenciou a ruptura com o modelo tecnicista, reprodutivista,
individualista e excludente.
O paradigma sócio-interacionista parte de uma concepção integral do ho-
mem, compreendido como racional e sensível, inacabado, um ser social e político,
que se relaciona com outros homens e se constrói nessas relações, um ser singular
e coletivo; que interpreta o mundo; que emprega sentido ao que vivencia, um ser
dotado de corpo, razão, emoção e espiritualidade (Freire, 2004 & Charlot, 2000).
Comprerender a educação como um processo pelo qual o sujeito se constrói e a
arte como uma produção que lhe é inerente, uma produção social, uma lingua-
gem construída pelo ser humano e histórico, modo construído de comunicação
com o mundo, que pode ser aprendido, capaz de promover transformações. Com
Varela (1991) compreendemos que:
O espaço da arte-educação é essencial à educação numa dimensão
muito ampla, em todos os seus níveis e formas de ensino. Não é um
campo de atividades, conteúdos e pesquisa de pouco significado. Muito
menos está voltado apenas para atividades artísticas. É um território que
pede presença de muitos, tem sentido profundo, desempenha papel
integrador plural e interdisciplinar no processo formal da educação.
Sob esse ponto de vista, a arte-educação poderia exercer um papel
de agente transformador na escola e na sociedade.
161
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Conclusão
A leitura crítica do mundo permite identificar as bases e os fundamentos
sobre os quais se assentam a escola, o ensino e as políticas públicas, assim como
as outras dimensões em que a sociedade se organiza . A análise crítica é funda-
mental diante da necessidade de promover mudanças sociais profundas na escola,
quando se almeja práticas e processos escolares humanizados e inclusivos. Nesse
sentido, é fundamental contemplar as formas de conhecimentos que se assentem
sobre a concepção do ser plural e, ao mesmo tempo, singular.
A condição humana é plural. A arte contempla essa pluralidade. Nessa pers-
pectiva, entendemos que a arte na educação implica a busca do diferente (novo),
da transformação e transposição de algo já existente e a criação do inexistente.
Sob este enfoque, educação e arte têm muito em comum, pois na arte o processo
de criação move o fazer, o conhecer e o exprimir em direção da transformação.
A arte, então, permite ao homem demonstrar como vê e como se vê no
mundo. Permite que outros conheçam essa relação, daí que o ensino da arte
implica o reconhecimento do outro, ou seja, mudanças. A arte envolve o sujeito
como elemento sensível e atuante, que observa o mundo, que se vê e vê os outros
no mundo, que aplica processos mentais, racionais, na produção e na leitura da
produção artística. Sujeito racional, sensível, que se relaciona, que reconhece na
produção e na linguagem artística a pluralidade de culturas. Enfim, um ser social,
cultural, dentre tantas e diferentes culturas, e dotado de percepções estéticas. Em
outras palavras: o fazer, a leitura da produção artística permitem identificar dados
culturais, símbolos e a significação presente no ato criativo em si, em seu criador
e no contexto histórico e social.
Desse modo, a experiência artística é um exercício de sensibilidade, em
queas vivências têm significados e conteúdos e pode ser estimulada por meio
de práticas pedagógicas, que se constroem com as interações entre o fazer, o
conhecer e o exprimir, o processo de criação e as concepções de linguagem,
com que o sujeito interage com o mundo, apropria-se de formas culturalmente
organizadas de ação, constituindo-se sujeito de seu próprio desenvolvimento,
capaz de utilizar-se da arte para esse fim. A arte-educação, portanto, rompe com
o limite do racional e o estigma da exclusão, pois ordena o pensamento; revela a
expressão; convida à criação, considera a perspectiva da diversidade, de ruptura
com a hierarquia, com a segregação elitista.
Referências bibliográficas
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Integração. Secretaria da Educação Especial, Ministério da Educação: Edição nº 24, 2002.
163
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
164
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Denise Mendonça 2
Resumo
A partir da História da Escola de Arte Tear e focalizando um de seus projetos
sociais, articulam-se reflexões e devaneios acerca da importância da arte como
produtora dos sentidos e das dimensões do ser, do pertencer, do perceber e do
estar no mundo. Levanta, ainda, questões sobre a função da arte nos projetos de
reconstrução e inserção sociais.
1
Mesa Redonda Tema: Arte, Diversidade, Cidadania e Inclusão.
2
Diretora Geral da Escola de Arte Tear e do Instituto de Arte Tear. www.institutotear.org.br
3
Nas palavras de Affonso Romano de Sant’Anna.
165
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
rica, política social e cultural, constituindo-se como um espaço não formal (de
natureza privada com fins públicos) de educação pela arte – nas suas diversas
linguagens e dimensões.
Pela vocação de atender um público variado – todo e qualquer criança,
adolescentes e adultos, incluindo comunidades populares, indígenas e quilom-
bolas – trabalha através da arte em uma relação dialética de construção de co-
nhecimentos na diversidade.
Também por trabalhar com a formação de educadores de vários segmentos
profissionais em via de mão dupla educador-educando, consolida uma práxis que
não se separa da experiência cotidiana dos sujeitos. A esses fatos credito a sua
característica de educação inclusiva com e pela arte.
A arte como produtora e reveladora de sentidos, é o princípio norteador de
todas as ações do Tear. É o que leva às dimensões de ser, pertencer, perceber e
estar no mundo. Portanto a Arte é sua poética e a Educação, sua política.
É a partir deste ponto e deste lugar que me coloco – na vizinhança dos
espaços e culturas acadêmicas – que gostaria de tecer (ou desfiar) algumas idéias
que possam contribuir para o tema deste colóquio Arte, Diversidade, Cidadania
e Inclusão.
Puxarei, para tanto, um dos fios da malha de projetos que o Tear vem te-
cendo no momento, o Projeto Ciranda Brasileira.
Para melhor compreensão das idéias defendidas e do trabalho desenvolvido,
faz-se necessário enunciar um pouco mais de sua estrutura. “O Ciranda Brasileira”
é um projeto com e para adolescentes moradores de várias comunidades de bai-
xa renda localizadas na Grande Tijuca – Borel, Formiga, Salgueiro, Casa Branca,
Chacrinha, Turano e Macacos. Reúne quatro programas de diferentes linguagens
que dialogam entre si.
“O Ciranda” se realiza na casa/sede do Tear. Todos os adolescentes estudam
em escolas da rede pública e optaram por participarem do projeto, escolhendo
um dos 4 programas oferecidos:
• Catadores de História – eixo: literatura;
• Artecidade – eixo: artes visuais;
• Brincantes – eixo: artes corporais / teatro;
• Menestréis – eixo: música.
Freqüentam em média de 9 a 16 horas semanais e, quinzenalmente, partici-
pam da Tribo-Arte – vivências, fóruns, integrando todos os grupos para discussões
sobre diversos temas voltados para o universo adolescente.
É um projeto que instiga a todos nós, educadores do “Ciranda”, a pensar
durante todo o processo de trabalho sobre as sutilezas, delicadezas e contradi-
ções contidas num exercício da arte como libertadora e produtora de sentidos, ao
mesmo tempo reveladora de grandes hiatos, não-lugares, de um tempo quando
166
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
a violência (nas suas várias dimensões) passa a ser o avesso dos direitos.
É uma proposta de educação cidadã, de promoção e de defesa de direitos
dos adolescentes.
Tendo iniciado em 2001, hoje é possível observar a trajetória de alguns dos
cerca de 150 adolescentes que estiveram e estão no projeto.
O que nós podemos constatar é que, através da arte, se torna possível a
elaboração de novas narrativas e representações sobre como percebem e com-
preendem a si mesmos, aos outros e os seus ambientes (comunidade, família,
escola, tribos, etc.). É possível verificar outras maneiras como enfrentam seus
cotidianos, como traduzem a condição de existência projetando desejos futuros,
encorajando-se para conquistarem seus espaços de direitos e por direito.
É possível constatar, a partir dos posicionamentos assumidos pelos ado-
lescentes frente às solicitudes do dia-a-dia, o apuramento e desenvolvimento
da percepção, da imaginação, do pensamento, da crítica, da sensibilidade e da
criatividade.
Enfim, sabemos que através da arte, quando se torna possível um caminho
processual, com uma intencionalidade que provoque o sentir, a expressão, o
conhecimento e a contextualização, o trabalho conduz a possibilidades de en-
contros, identificações e desenvolvimentos pessoais e coletivos. No entanto, para
que esses jovens vivenciem o processo artístico como algo que faça sentido para
se desdobrarem no mundo como sujeitos – indivíduos e coletivos –, é preciso
“uma revelação inesperada e fascinante: serem desafiados a reconhecer que se
encontraram na mesma arca, como se fosse na viagem primordial”4.
É preciso o exercício, rituais e ritos, do estar junto com, se fazendo ser na
relação com o outro, que os torne, iguais entre si e semelhantes, implicados com
o grupo e com o que está ao redor. São esses pequenos gestos solidários de
amizade, de amorosidade, que “se tecem na articulação do privado, do próprio,
do diferente com o público, o comum, o mesmo”5. Surge daí o sentido de per-
tencimento e de destino do bem comum, realimentando nossas identidades.
Não pertencer é como ficar com um presente todo embrulhado com
papel enfeitado de presente nas mãos e não ter a quem dizer: tome,
é seu, abra-o!
(Clarice Lispector)
4
Nas palavras de Octavio Ianni.
5
Jean Pierre Vernant.
167
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168
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
Resumo
O ensino intercultural da arte tem como objetivo propiciar uma educação
inclusiva no seu sentido mais amplo, respeitando as individualidades pessoais e
as características culturais de todos os grupos presentes em sala de aula e que
compõem a nossa sociedade, utilizando, para isso, a arte contemporânea em
suas múltiplas manifestações e suas múltiplas estéticas, de forma a propiciar uma
educação mais justa e um tratamento mais igualitário para todos (as).
1
Mesa Redonda Tema: Arte, Diversidade, Cidadania e Inclusão.
2
Professora Pesquisadora da Universidade Federal de Santa Maria. Mestre em Arte-Educação pela Concordia University,
Canadá. Doutora em Educação pela UNICAMP. Coordena intercâmbios de pesquisa com Universidades do Canadá,
Inglaterra e Alemanha. Foi Conselheira Mundial da InSEA e Presidente da FAEB – Federação dos Arte-Educadores
do Brasil. Possui trabalhos publicados no Canadá, Estados Unidos, Hungria, Inglaterra, Lituânia, Portugal e Uruguai.
Endereço eletrônico: [email protected].
169
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
dia a dia. Lia Menna Barreto, que, com sua obra, desafia a nossa compreensão
da sociedade e seus absurdos.
Rachel Mason relata sua experiência de proporcionar, nas aulas de arte na
escola, a presença de artistas britânicos de origens étnicas diferenciadas, filhos de
imigrantes da África, Ásia e do Caribe, como uma forma de promover a educação
intercultural na Grã-Bretanha. A análise da autora sobre estas experiências pode
ser muito enriquecedora para a professora e o professor de arte no Brasil (2001).
Outras obras que abordam as questões multiculturais no Brasil podem também
ser de utilidade para as abordagens interculturais na escola, como as obras de
Ana Mae Barbosa (2001), Azoilda Trindade, Org. (1999) e de Maria do Rosário
Porto et allii (2002).
Muitos artistas latino-americanos têm questionado o caráter consumista de
nossa sociedade, criando obras em que aspectos do cotidiano são trazidos à luz
de novos olhares, buscando o pensamento reflexivo, como também obras em
que objetos do cotidiano evocam reminiscências culturais. Podemos citar desde
artistas consagrados, como Xul Solar, até artistas contemporâneos, como Nicola
Constantino e Edgardo Vigo, da Argentina, Juan Domingos Dávila, do Chile, Carlos
Zerpa e Sergio Rangel Penzo, da Venezuela e Sammy Cucher, do Peru.3
Utilizar o sentimento estético como uma forma de lutar contra esse tipo
de discriminação presente no cotidiano é um caminho a ser seguido como um
canal para a compreensão da estética de outras culturas, no sentido de despertar
valores estéticos que permitam a valorização de todas as manifestações culturais.
Mesmo agindo em um espaço micro, como o da sala de aula, pode-se “perturbar
certezas... ensinar a crítica e a auto-crítica” (Louro, 1998, p. 124). Salientar-se em
algum processo artístico pode significar, para a criança discriminada, a diferença
entre a inferioridade e a igualdade, ou mesmo a superioridade, naquele momento
específico. Da mesma forma, ver a sua cultura valorizada, estudada em detalhes,
percebida como parte influente na cultura da humanidade, pode significar o
crescimento da auto-estima, na formação da própria individualidade.
Como diz Heller, o campo de ação da individualidade não é somente a vida
cotidiana, senão a vida enquanto tal, da qual a vida cotidiana é fundamento e,
em parte, espelho. Os valores são formados através da concepção de mundo do
ser individual, e este é, em grande parte, regido pelo ser coletivo. No entanto é
possível ao ser individual, através da arte, alcançar a genericidade de concep-
ções do cotidiano, como o amor, o ódio, o respeito e a amizade. A concepção
de mundo de cada indivíduo é a forma através da qual ele ou ela ordena, de
um modo hierárquico, sua cotidianidade. Cada ser humano possui uma irrepe-
tibilidade e unicidade que o caracterizam como ser único. E esta é a razão pela
qual o ser humano faz “única” a sua concepção de mundo, adaptando-a à sua
individualidade.
3
Serão apresentadas e analisadas obras dos artistas citados.
172
ANAIS – MESAS TEMÁTICAS
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3971-4.
PORTO, Maria do Rosário et alli. Negro: Educação e Multiculturalismo. São Paulo: Panorama,
2002.
RICHTER, Ivone Mendes. Interculturalidade e Estética do Cotidiano no Ensino das Artes Vi-
suais. Campinas: Mercado de Letras, 2003.
173
6. COMUNICAÇÃO
6.1. Ensino da arte e cultura visual
6.1.1. Arte em lata1
Este trabalho tem como objetivo levar arte, ciência e cidadania aos alunos
de comunidades carentes. Com essa finalidade, foi montada uma oficina de fo-
tografia em lata, Pinhole (Pin=alfinte e hole=buraco), no Ciep 314, localizado no
bairro de Santa Maria, Belfort Roxo. Aos alunos envolvidos com a oficina, foram
transmitidas noções de luz, cores e história de fotografia. Após o preparo das
“Máquinas-Latas”, os alunos realizavam suas tomadas fotográficas no ambiente
escolar ou na comunidade. Os negativos foram processados em uma câmara
escura improvisada na própria escola. A foto foi obtida através da técnica de
contato, utilizando-se a luz da própria câmara. As fotografias obtidas nas diversas
oficinas foram expostas em alguns eventos como: “Arte de portas abertas”, “Meu
Bairro, Minha Comunidade”, “10 Anos da Universidade Aberta” e “2° Simpósio
de Ciência, Arte e Cidadania”. Cada foto obtida apresenta uma beleza singular,
com imprevisíveis curvaturas e incríveis granulosidades. Por esta particularidade,
esperamos atrair o olhar de quem já estava acostumado com as dificuldades do
dia-a-dia para uma nova maneira de ver o cotidiano.
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Fundação Oswaldo Cruz.
174
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
UBM – Centro Universitário Barra Mansa, RJ.
175
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.
176
ANAIS – COMUNICAÇÃO
177
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, MG.
178
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Ronaldo Auad 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Curso de Arte Visuais – Licenciatura – Centro Universitário de Barra Mansa – UBM, Barra Mansa, RJ.
179
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
3
Colégio Pedro II.
180
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Leda Guimarães 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Faculdade de Artes Visuais, Universidade Federal de Goiás.
181
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Enauro de Castro 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Mestrado em Cultura Visual – FAV-UFG.
182
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino da Arte e Cultura Visual.
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Belas Artes. Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais.
183
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Cultura Visual.
2
Colégio de Aplicação/UFSC.
184
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada no GT Currículo e Ensino de Artes.
2
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
185
ANAIS – COMUNICAÇÃO
6.2.2. Beuys!1
Alexandre Pereira 2
Alexandre Sá
Amélia Sampaio Possidônio
Arthur Leandro
Giordani Maia
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Todos os propositores desta comunicação são artistas e também professores na rede oficial de ensino.
186
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Alexandre Pereira 2
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Colegiado de Artes Visuais, Universidade Federal do Amapá.
187
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Faculdades Integradas de Curitiba, Paraná.
188
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
SME – Rio de Janeiro/RJ.
189
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Secretaria de Estado da Educação e do Desporto e Lazer/SE.
190
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Mestrando, Faculdade de Educação/UFRJ.
191
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação: Currículo e ensino de arte.
2
Pós-Graduação em Educação/UFBA.
192
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Universidade Federal da Bahia – Faculdade de Educação – Programa de Pós – Graduação em Educação.
193
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo.
194
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Currículo e Ensino de Arte.
2
Secretaria Municipal de Educação de Uberlândia, MG.
195
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino da Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal do Maranhão – UFMA.
196
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT. Ensino de Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal da Bahia.
197
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte e Diversidade.
2
Universidade Federal da Bahia.
198
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Elaine Rodrigues 2
Referências bibliográficas
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte – 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental/
Arte. Brasilia, MEC, 1998.
COURTNEY, Richard. Jogo, Teatro e Pensamento: As bases intelectuais na Educação. São
Paulo: Perspectiva,1980.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1975.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 197.
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal de Pernambuco.
199
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Jacqueline Mac-Dowell 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
200
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino da Arte na Diversidade.
2
Secretaria Municipal de Educação – Rio de Janeiro, RJ.
3
Organização das Nações Unidas para a Educação, para a Ciência e para a Cultura.
201
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal de Pernambuco.
202
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal do Amapá.
3
Parte da Agência Experimental de Comunicação Social “Ingomba N’Aruanda”, extensão universitária do Colegiado
de Artes da Universidade Federal do Amapá e Faculdade SEAMA para a Federação de Cultos Afro-brasileiros do
Amapá. Professores orientadores: Arthur Leandro e Alexandre Alcolumbre.
203
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Universidade.
2
Universidade Federal de Pernambuco.
204
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Instituto de Arte TEAR.
205
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Universidade Federal Fluminense – Rio de Janeiro, RJ.
206
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Escola Estadual João Kopke, São Paulo, SP.
207
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Fundação de Apoio à Escola Técnica – FAETEC.
208
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação Ensino de Arte na Diversidade.
2
Faculdade de Artes Visuais – Universidade Federal de Goiás.
209
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte na Diversidade.
2
Fundação Educacional do Distrito Federal.
210
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte na Diversidade.
2
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, SP.
3
Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, SP.
211
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT História do Ensino da Arte no Brasil.
2
Escola de Teatro – UNIRIO.
212
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT História do Ensino de Arte no Brasil.
213
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT História do Ensino de Arte noBrasil.
2
Universidade Federal de Uberlândia, MG..
214
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT História do Ensino de Arte no Brasil.
2
SME/RJ.
215
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT História do Ensino de Arte no Brasil.
2
Universidade Federal de Viçosa, MG..
216
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Márcia Mascarenhas 2
1
Comunicação apresentada ao GT História do Ensino da Arte no Brasil.
2
Universidade Federal de Uberlândia, MG..
217
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
2
Secretaria de Estado de Educação de São Paulo/CENP.
218
ANAIS – COMUNICAÇÃO
219
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
2
Universidade Estadual de Londrina / Universidade Estadual Paulista.
220
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
2
Projeto Infanto-juvenil – PIJ. Departamento de Artes Cênicas – CEN. Universidade de Brasília – UnB.
221
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Arte, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
2
Faculdade de Artes Visuais, da Universidade Federal de Goiás – UFG.
222
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Todo professor de arte deve, por princípio, ser criador de aulas inesquecíveis
e transformadoras. O maior sentido de qualquer aula é ser situação de encontro
que coloca a vida em curso, tornando-se momento de revelação, de construções
de significação, de interações fecundas. Portanto, cada aula, em sua autonomia
pedagógica, deve ser arte em ação, ou seja, conhecimento das transformações na
experiência do dinamismo, que faz viver intensamente, nas realidades relacionais,
a existência humana em suas diversas facetas. Nela, deve-se reconhecer o jogo
do continuum da semiose do mundo.
Toda aula, em sua existência individualizada, para se garantir educação
ativa, deve ser arte em curso: arte em obra.
“A quase-eternidade da arte confunde-se com a quase-eternidade da exis-
tência encarnada (...)”, escreve Marleau-Ponty ao analisar a obra de Cézanne.
Segundo sua visão, a arte representa pulsação, vitalidade, respiração, enfim,
sensação de se estar vivo. Assim, como celebração do potencial humano, a arte
tem nas limitações humanas sua matéria-prima. Ela pode significar, como nos
indica Eduardo Portella, a manifestação da plenitude do vigor humano e viver no
ser que pulsa e se expor no pulsar que perturba, deixando à mostra o coração
trêmulo, conforme as palavras de Clarice Lispector.
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores de Arte.
2
Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo.
223
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Faculdade de Artes Visuais, Universidade Federal de Goiás.
224
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Departamento de Didática – UNESP – Campus Marília, SP.
225
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC.
226
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Universidade Federal de Uberlândia, MG.
227
ANAIS – COMUNICAÇÃO
No seu livro “Les Gestes”, Vilém Flusser analisa, entre outros, o “gesto de
plantar”. Próprio a esse “gesto” seria o basear-se em um projeto inicial que, apli-
cado à terra e seguido de um momento de espera, geraria a colheita. Segundo
Flusser, no gesto de plantar, acredita-se tão firmemente que a realidade se curvará
ao projeto inicial que “uma má colheita” é vista como “uma catástrofe”. Seguindo
esse pressuposto, pode-se inferir que se a realidade, porventura, vier a desmentir
o plano inicial, o agricultor passará a acreditar ou que o projeto “perfeito” ainda
não foi encontrado ou que a terra é definitivamente imprópria. Acredito que,
muitas vezes, temos como modelo do gesto de ensinar/aprender e, consequen-
temente, do ensino/aprendizagem do teatro, o “gesto de plantar”. Pretendo, no
primeiro momento da minha comunicação, trabalhar sobre esta comparação a
partir de alguns pontos: a ênfase no planejamento, a dificuldade de lidar com a
alteridade, o apego a métodos e técnicas, a maneira de relacionar-se com o tempo
na aprendizagem, etc. Aqui, estarei dialogando, entre outros, com Jorge Larossa
no seu livro “Pedagogia Profana”. Embora Flusser não tenha um capítulo sobre
o “gesto de caçar”, acredito que este possa ser um contraponto interessante para
a discussão que vou apresentar. Numa entrevista que me concedeu, Thomas Ri-
chards trabalha sobre as imagens do “engenheiro” e do “caçador” como imagens
que, dialeticamente, devem dialogar no trabalho daqueles que conduzem outros
pelo caminho da criação. Na segunda parte da comunicação, estarei inferindo
um certo modo de pensar o ensinar/aprender a partir do “gesto de caçar”. Este
gesto que se apresenta como intrinsecamente ligado à selvageria, à instabilidade,
ao nomadismo e que onde não se “espera” como um agricultor espera a colheita,
mas se “espreita” assim como se faz quando há necessidade de caçar.
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Escola de Teatro da UNIRIO.
228
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Frofessores em Arte.
2
Universidade Federal de Pernambuco.
229
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Berenice Raulino 2
A proposta inicial do experimento foi a criação de uma cena por cada aluno
do grupo, tendo como princípio uma idéia a ser trabalhada. O aluno autor da
idéia-tema a transformaria em ação por meio de dois personagens com vontades
conflitantes e respectivas contra-vontades, de modo a explicitar o tema escolhido.
A proposta seguia a linha realista e as cenas contavam sempre com a participação
de dois alunos-atores. O autor da cena redigia seu texto a partir de improvisações
e o reescrevia pelo menos mais uma vez, depois de novas improvisações em
que o texto esboçado tivesse sido utilizado como roteiro. As improvisações eram
discutidas pelo grupo, que fazia sugestões para seu criador. Nesses exercícios,
era sempre solicitado aos alunos que deixassem evidenciada a contra-vontade
do personagem. O criador da cena, em um sistema de alternância de funções,
atuava em cenas de seus colegas. A proposta possibilitou que o aluno se exer-
citasse em diferentes funções, uma vez que era dramaturgo, diretor, cenógrafo,
iluminador, sonoplasta e figurinista de uma cena e ator de outras. Esta proposta
foi se modificando em suas versões posteriores, em que o estilo e o número de
participantes de cada cena foram sendo liberados.
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Instituto de Artes, Departamento de Didática – UNESP – Campus Marília, SP.
230
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Centro de Estudo e Pesquisa “Ciranda da Arte” e Faculdade de Artes Visuais / Universidade Federal de Goiás.
231
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Lêda Aristides 2
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
UCAM/RJ.
232
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
PUC-RJ.
233
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Adilson Florentino 2
1
Comunicação apresentada ao GT Formação de Professores em Arte.
2
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
234
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinaridade.
2
Mestre. SEDUC – Pernambuco e FAITVISA, Pernambuco.
235
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinaridade.
2
SEE-Colégio Estadual Prof. Galdino do Vale Filho – NF.
236
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino da Arte e Interdisciplinaridade.
2
Universidade Federal de Uberlândia/UFU.
237
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Merinéia Ribeiro 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinaridade.
2
Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília, SP.
238
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinaridade.
2
Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo.
239
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinaridade.
2
Coordenadora.
3
Professores.
240
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinariedade.
2
Centro Educacional Espaço Integrado.
241
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinariedade.
2
Coordenadora. Colégio Estadual Padre Carlos Leôncio – DEGASE.
242
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Fred Nascimento 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Interdisciplinariedade.
2
Escola Municipal de Arte João Pernambuco.
243
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação – Centro Universitário Maria Antônia/USP.
244
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Secretaria Municipal de Educação de Belém, PA.
245
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
UNESP, Faculdade de Filosofia e Ciências – Marília, SP.
246
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Luisa Günther 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Conjunto Cultural da Caixa, Brasília, DF.
247
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentado ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
248
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Lílian Ucker 2
1
Comunicação apresenta ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Universidade Federal de Goiás – Mestrado em Cultura Visual.
3
Projeto orientado pelo Prof. Dr. Raimundo Martins. Agência financiadora: CNPq.
249
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Colégio Estadual Dom Antonio de Almeida M. Júnior. Educação Artística.
3
Coordenadora Educação Artística.
4
Coordenadora Educação Física.
5
Educação Física.
6
Geografia.
250
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Cultuais.
251
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Alice Bemvenuti 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino da Arte e Espaços Culturais.
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
252
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Museu Antônio Parreiras.
253
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Museu Nacional de Belas Artes.
254
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Narciso Telles 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino da Arte e Espaços Culturais.
2
Núcleo de Criação e Pesquisa Teatral/Tribo – Universidade Federal de Uberlândia, MG..
255
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Prefiro ver com meus próprios olhos! Foi esta a resposta espontânea dada
a um “monitor”, há quatro anos atrás, quando a questão da mediação não fazia
parte de meu repertório enquanto arte-educadora. De lá pra cá, muita coisa mudou
na minha maneira de encarar a questão, mas a afirmação continua orientando o
trabalho que venho desenvolvendo e que gostaria de relatar nesta comunicação.
São experiências de mediação, tendo como fundamentação a abordagem trian-
gular e, como campo de ação, várias exposições no Centro Cultural Banco do
Brasil de São Paulo. Durante este percurso, meus olhos continuam cada vez mais
exigentes e autônomos, mas aprendi também a ver em conjunto, a trocar olhares,
experimentando outras formas de ver a arte. O “monitor” deixou de ser um “guia”
que indicava o que se deveria olhar para se tornar um educador em processo de
busca de conhecimentos sobre mediação, sobre arte e, principalmente, sobre seu
papel como mediador. Na dinâmica deste trabalho, a possibilidade de mergulhos
nos diferentes universos da arte alimenta e desafia a construção de estratégias de
mediação, que se tornam significativas porque são construídas e negociadas num
coletivo complexo. Formar equipes de educadores para exercer a mediação tem
sido um desafio constante.
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Artes e Espaços Culturais.
2
Instituto de Artes da UNESP.
256
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Artes e Espaços Culturais.
2
Universidade Estadual do Norte Fluminense, RJ.
257
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Centro de Artes UDESC.
258
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Este trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla, cujo objetivo foi a apre-
ensão do imaginário de alunos de uma escola fundamental através dos jogos
dramáticos nas aulas de teatro. Partindo do pressuposto de que o imaginário é
um sistema organizador de imagens, e que ele permite mediar a relação do ho-
mem com outro, a pesquisa buscou compreender o imaginário de alunos através
da apreensão dos regimes de imagens, de modo a perceber se os jogos podem
contribuir para a resignificação do social, criando outros sistemas simbólicos e
redes de relações. Partindo das lembranças-afetivas dos sujeitos da pesquisa, liga-
das ao nome da comunidade onde vivem, e através de práticas teatrais, pensadas
por Ryngaert, que considera o espaço da sala de aula um local onde menos nos
movimentamos, onde o corpo é negado e proibido em nome do intelecto, foi
possível a compreensão do imaginário de grupos de alunos. O espaço cênico
transformou-se num espaço de ações consigo mesmo e com o Outro, um espaço
possível para a compreensão do imaginário. Indo além de uma temporalidade
linear e racional, os jogadores deixaram emergir imagens, próprias das lembran-
ças-afetivas, e que nos dias de hoje estão presentes na vida cotidiana do grupo.
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
2
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
259
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Espaços Culturais.
260
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Alberto Coelho 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Artes e Novas Tecnologias.
2
Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS. Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica
– CEFET- Pelotas, RS.
261
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Artes e Novas Tecnologias.
2
Equipe de Artes Visuais do Colégio Pedro II – Unidade Humaitá I.
3
Equipe de Informática Educativa do Colégio Pedro – Unidade Humaitá I.
262
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Anderson Leitão 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
CIEP 441 – Mané Garrincha.
263
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Mirza Ferreira 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
Centro Universitário de Belo Horizonte, MG.
264
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
Centro Federal de Educação Tecnológica/RJ.
265
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
266
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
Fundação Educacional do Distrito Federal.
267
ANAIS – COMUNICAÇÃO
268
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
Faculdade de Artes Visuais, Goiânia – GO.
269
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Greice Cohn 2
Anita Leandro 3
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte e Novas Tecnologias.
2
Professora de Artes Visuais do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, RJ.
3
Professora NUTES/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ e Universidade de Bourdeaux, França.
270
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte, Corpo e Som.
2
Tese (Doutorado em Teatro) – Programa de Pós-graduação em Teatro, Centro de Letras e Artes, Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2004.
271
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Carlos Cartaxo 1
O pensamento moderno do que seja ensino de arte tem tratado o circo como
uma linguagem cênica que possibilita procedimentos pedagógicos que propiciam
uma re-leitura do que vem a ser artes cênicas. Essa concepção tem evoluído a partir
dos espe-táculos mais marcantes dos últimos cinco anos, realizados por companhias
como o Cirque du Soleil, Intrépida Trupe, Circo Mínino, Escola Piolin, Grupo Gal-
pão, entre outros. Esses trabalhos deram uma nova configuração do que, de fato,
são as artes cênicas, ou seja, a concomitância artística das linguagens do teatro, do
circo, da dança e da ópera. Esse pensamento da obra cênica está sendo pesquisado
em algumas instituições de ensino como a UNICAMP, através do Grupo LUME, a
Universidade Federal da Bahia, através da Pós-graduação em teatro e dança e a
Universidade Federal da Paraíba, através do trabalho do professor Carlos Cartaxo,
que pesquisa o ensino das artes cênicas na escola de ensino fundamental e médio.
A influência do trabalho desenvolvido na UFPB tem descoberto alunos do curso
de Educação Artística cujos perfis técnicos se enquadram na linguagem circense,
de maneira que o projeto O Circo na Escola é uma forma de levar o trabalho
desenvolvido academicamente às escolas públicas e de baixa renda, foco desse
projeto. O Circo é uma das linguagens que, conjuntamente com o teatro, a dança
e a ópera, compõe as artes cênicas. Não obstante, pedagogicamente, nem sempre
se dá tratamento equânime as quatro linguagens citadas. O circo, por exemplo,
na maioria das vezes, nem é citado enquanto linguagem artística. Como esta é
uma linguagem que faz parte do inconsciente coletivo, dos pequenos vilarejos
às grandes cidades e metrópoles, inclusive ultrapassando as fronteiras de vários
continentes, defendemos o universo imaginário do circo como conteúdo do en-
sino de arte, de tal forma que esta expressão artística não fique fora da escola. A
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, de 20 de
dezembro de 1996, cita, no seu artigo 26 parágrafo 2, “que o ensino de arte consti-
tuirá componente obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a
promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. A mesma lei tira o ensino das
artes cênicas e torna obrigatório apenas o teatro e/ou a dança. Esse procedimento
marginaliza o circo, como se fosse uma manifestação de periferia de “arte menor”
e elitiza a ópera, como se toda ópera fosse erudita. Na verdade o circo é uma
manifestação artística alegre, que simboliza perfeição, harmonia, desafio e que
está presente no nosso imaginário, da mesma forma que a ópera popular, muito
bem representada pela Nau Catarineta, Bumba-meu-Boi, Lapinha, Coco de Roda,
etc. Partindo dessa concepção, propomos a linguagem do circo como sendo um
conteúdo programático que pode e deve ser trabalhado na escola através de um
projeto lúdico, que propicie auto-estima e motivação à aprendizagem.
1
UFPB.
272
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Laiz Vilarinho 2
Mônica França
Vera Resende
Robson Martins
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte, Corpo e Som.
2
Escola Arte Vida – Fundação de Apoio às Escolas Técnicas / FAETEC.
273
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte, Corpo e Som.
2
Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Goiânia – ESEFFEGO.
274
ANAIS – COMUNICAÇÃO
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte, Corpo e Som.
2
Fundação Cabo Frio, RJ.
275
ANAIS – COMUNICAÇÃO
Nara Salles 2
1
Comunicação apresentada ao GT Ensino de Arte, Corpo e Som.
2
Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
276
7. POSTERS1
7.1. A arte-educação por meio do lúdico: Leo no Renascimento
1
Poster apresentado no XV Confaeb/RJ – 2004.
2
Fundação Dracenense de Educação e Cultura – FUNDEC.
277
ANAIS – POSTERS
1
Centro Universitário de Barra Mansa.
278
ANAIS – POSTERS
1
Escola de Comunicação e Artes, USP.
279
ANAIS – POSTERS
1
Núcleo de Estudos e Pesquisa da Educação de Crianças de 0 a 6 anos (NEE0a6) – Universidade Federal de Santa Ca-
tarina. Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação (GEDEST) – Universidade do Extremo Sul Catarinense.
280
ANAIS – POSTERS
1
Universidade Federal de Viçosa.
281
ANAIS – POSTERS
Natasha Parlagreco 1
1
Universidade Federal do Amapá.
282
ANAIS – POSTERS
Silvana Fonseca 1
1
Universidade Federal do Amapá.
283
ANAIS – POSTERS
1
Escola Estadual Gabriel Prestes – Lorena, SP. Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), RJ.
284
ANAIS – POSTERS
1
Instituto de Educação de Nova Friburgo-SEE-RJ. Programa de Pós-graduação em Odontologia Social UFF Niterói
– RJ.
285
ANAIS – POSTERS
Jonas Borges
Anderson Rirley 2
1
Projeto integrante do Grupo de Pesquisa em Artes Visuais do Colegiado de Artes da Universidade Federal do Amapá.
Linha de pesquisa em poéticas políticas. Professor orientador: Arthur Leandro. Professores colaboradores: Alexandre
Adalberto Pereira, Fátima Garcia dos Santos, Joaquim César da Veiga Netto e Marco Antônio Scutti da Costa Brava.
2
Universidade Federal do Amapá.
286
ANAIS – POSTERS
1
Escola Estadual Leitão da Cunha.
287
ANAIS – POSTERS
1
UFBA/FACED/Programa de Pós-graduação em Educação.
288
ANAIS – POSTERS
Kátia Meireles 1
1
Universidade Federal do Amapá.
289
ANAIS – POSTERS
Barbara Harduim 1
Na maioria das vezes, adultos e crianças pegam num lápis para desenhar
uma árvore, fazem duas retas verticais ligadas na parte superior por um risco
ondulado circular. O resultado é um desenho que traduz um esquema muito
distante da riqueza de detalhes presente na árvore.
Muitas podem ser as causas desse fato, porém, para uma nova forma de
desenhar, o importante é fornecer elementos motivadores. Não me refiro a ne-
nhum manual de ensino de desenho, e sim a um exercício de traduzir o que se
pensa, o que se usa da memória e, principalmente, o que se observa, para pos-
teriormente fazer o registro. É o resgate do olhar curioso, da pesquisa cuidadosa
e da apreciação estética.
A partir destas questões, o Setor Educativo elaborou uma oficina que visa a
estimular as pessoas, em especial as crianças, a perceberem as formas na natureza
e os elementos da composição visual na representação da árvore. O exercício
da observação e da percepção representa a pauta metodológica desta oficina, na
qual o processo inicia muito antes de se pegar no lápis.
1
Museu Antônio Parreiras.
290
ANAIS – POSTERS
1
Colégio Santo Inácio – Curso noturno.
291
ANAIS – POSTERS
1
Mestrando – Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, RJ.
292
ANAIS – POSTERS
Alice Brandão
Maria Estela de Oliveira
Nadia Teresinha Moraes Nelson 1
1
Coordenadoria Regional da Região do Médio Paraíba III.
293
ANAIS – POSTERS
1
Universidade Federal do Maranhão.
294
ANAIS – POSTERS
1
Universidade Paulista – UNIP e Faculdades Integradas IPEP.
295
8. OFICINAS
8.1. Arte-educare: arte-educação integrada ao programa
de educação em valores humanos – educare
1
Instituto de Educação Nova Friburgo – SEE, RJ.
296
ANAIS – OFICINAS
1
Doutoranda em Ciências da Literatura (Poética) na Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ.
297
ANAIS – OFICINAS
1
Secretaria de Estado do Distrito Federal. Escola Parque 303/304 Norte.
298
ANAIS – OFICINAS
1
Universidade Federal da Bahia.
299
ANAIS – OFICINAS
Sidney Mattos 1
1
NEAE – Núcleo Experimental em Arte-educação. www.neae.com.br
300
ANAIS – OFICINAS
Carla Ávila
Mirza Ferreira 1
1
Universidade Federal de Viçosa e Centro Universitário de Belo Horizonte, MG.
301
ANAIS – OFICINAS
Vera Pletitsch 1
1
Casa de Cultura Villa Maria. Mestranda em Cognição e Linguagem, UENF.
302
ANAIS – OFICINAS
Merinéia Ribeiro 1
1
Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília.
303
ANAIS – OFICINAS
Nara Salles 1
1
Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
304
ANAIS – OFICINAS
1
Instituto de Educação Nova Friburgo (SEE), UNIRIO, RJ.
305
ANAIS – ÍNDICE AUTORAL
306
ANAIS – ÍNDICE AUTORAL
307
ANAIS – ÍNDICE AUTORAL
308
ANAIS – ÍNDICE AUTORAL
309