Alexander Soljenítsin - O Erro Do Ocidente
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O erro do Ocidente
Título original: L'erreur de l'Occident
Tradução de Maria da. GTa.ça F. Oltveira
Capa: estúdios P. E. A.
© 1980, by Alexander Solschenizyn
Direitos reserva.dos
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sores sã,o pa.ssíveis de procedimento iudtctal
O ERRO DO OCIDENTE
PUBLICAÇõES EUROPA-AM1l:RICA
tNDICE
Pig.
I - O comunismo: quando é que se compreenderá
o que salta aos olhos? ........ . . . . ............ 13
II - O perigo que o Ocidente corre pela sua igno-
rância acerca da Rússia ........... ............ 25
Dois erros acerca do comunismo ......... 27
A Rússia e a U. R. S. S. .................... 28
A incompreensão dos especialistas ..... .. 30
A incompreensão dos informadores ....... 39
A Rússia derrubada ... .... ................. 47
Quando o comunismo utiliza o naciona-
lismo como montada ................... 52
Um rosário de erros ........................ 57
A minha tentativa de endereçar uma
«Carta aos Dirigentes> ............... 65
Esclarecer ideias ............................. 71
A penúltima linha ......... . ................. 76
Apindice
Comentários e correspondincia .................. 81
O comunismo e a Rússia . .. ........ .. .. ... 81
O Sr. Soljenitsine e os seus críticos ............ 94
A coragem de ver ........................... J 10
I
O COMUNISMO:
QUANDO É QUE SE COMPREENDERÁ
O QUE SALTA AOS OLHOS?
Os erros fatais que o Ocidente tem cometido no seu
comportamento em relação ao comunismo começaram em
1918, quando os governos ocidentais não foram capazes
de ver o perigo mortal que para eles o mesmo representava.
Na Rússia, todas as forças que até aí se haviam · defron
tado - os apoios do Estado iam até aos cadetes e aos
socialistas da direita - se uniram então, a fim de faze
rem frente ao comunismo. Sem se alistar nas suas fileiras,
nem na sua acção, foi através de milhares de revoltas de
camponeses e de dezenas de motins de operários que todo o
povo manifestou a sua oposição. Para formar o Exército
Vermelho foi necessário fuzilar milhares de refractários.
Mas esta resistência nacional ao comunismo não encontrou
o apoio dos governos ocidentais. Nessa época circulavam
pelo Ocidente inteiro maravilhosos contos cor-de,.rosa e a
opinião pública «progressista» saudou calorosamente o des
pontar do regime comunista, apesar do genocídio cam
bojano, que já desde 1921 se perpetrava em trinta provín
cias da Rússia. (Durante a vida do próprio Lenine não
foram massacrados menos inocentes entre a população civil
do que durante a de Hitler, e, no entanto, os intelectuais
ocidentais, que actualmente dão a Hitler o título de o maior
facínora da história, consideram Lenine benfeitor da huma
nidade.) As potências ocidentais acotovelaram-se a fim de
darem ajuda económica e apoio diplomático ao regime
soviético, que, sem esse auxílio, não teria conseguido sobre
viver. Enquanto seis milhões de pessoas morriam de fome
na Ucrânia e no Cubão, a Europa dançava.
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Est. Doe. - 174-2
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(Traduzido do russo
por Genevieve e José Johannet.)
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II
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A Rússia e a U. R. S. S.
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O ERRO DO OCIDENTE
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Est. Doe. - 1 74-3
ALEXA NDRE SOLJENITSINE
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O ERRO DO OCIDENTE
A Rússia derrubada
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Est. Doe. - 1 74 - 4
ALEXANDRE SOLJENITSINE
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O ERRO DO OCIDENTE
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A LEXA NDRE SOLJENITSINE
Quand.o o comunismo
utiliza o nacionalismo como montada
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Um rosário de erros
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mente emigrados fazem sobre a sua nova vida não são menos
inoportunos: toda a gente sabe que na U. R. S. S. apenas os
judeus têm direito a emigrar e que essa autorização apenas
pode contribuir para fazer nascer o anti-semitismo. Os res
ponsáveis por A Voz da América nunca se esquecem de que
o que é preciso é não irritar o Governo soviético. Salvaguar
dando a détente, retiram das emissões tudo o que poderia
irritar os dirigentes da U. R. S. S. Abundam exemplos deste
servilismo de A Voz da América em relação ao comité
central do P. C. U. S. Vou apenas referir-me à minha expe
riência pessoal, porque tenho documentos em meu poder. Na
minha declaração relativa à prisão de Guinzburg, datada de
4 de Fevereiro de 1978, em três frases, a censura de A Voz
da América cortou duas:
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A minha tenfativa
de endereçar uma «Carta aos Dirigentes»
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Esclarecer ideias
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A penúltima Unha
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AP:tNDICE
COMENTARIOS E CORRESPONDtNCIA
O comunismo e a Rússia
Ao EDITOR:
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A LEXANDRE SOLJENITSINE
82
O ERRO DO OCIDENTE
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ALEXANDRE SOLJENITSINE
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O ERRO DO OCIDENTB
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A LEXA NDRE SOLJENITSINE
*
Ao EDITOR:
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ERRATA
PRIMAVERA DE 1980
Na p. 830 do artigo do Sr. Soljenitsine «Ideias erradas
acerca da Rússia constituem uma ameaça para a América> ,
quis o autor citar os casos da Polónia e de Israel como
países nos quais a religião contribui para a vida espiritual
da nação (embora não como nações onde o Estado não
persiga a religião). Assim, nessa página, linhas 3-7, dever
-se-á ler o seguinte:
O que acho é que o Estado não deverá perse
guir a religião. Mais, a religião devia dar um con
tributo adequado à vida espiritual da nação; tal
situação existe em Israel e na Polónia, por exemplo,
e ninguém a condena. Não consigo perceber porque
é que a mesma coisa é proibida na Rússia.
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o SR. SOLJENITSINE E os SEUS camcos
Ao EDITOR:
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95
A LEXA NDRE SOLJENITSINE
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Est. Doe. - 1 74 - 7
A LEXANDRE SOUENITSINE
•
Ao EDITOR:
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ALEXA NDRE SOLJENITSINE
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*
Ao EDITOR:
No número de Verão de 1 980 de Foreign A ffairs foram
publicadas duas respostas ao artigo de Alexandre Soljenitsine
incluído no número da Primavera: uma do Prof. Robert
C. Tucker, de Princeton, e outra do Sr. Silvio J. Treves,
da cidade de Nova Iorque. De ambas as respostas transpa
recia uma hostilidade tão grande que fui de novo consultar
o artigo do Sr. Soljenitsine, tendo-o lido cuidadosamente
pela segunda vez. Acho que agora compreendo a utilização
então dada pelo Sr. Soljenitsine ao termo «espanto» quando
se refere às reacções do Ocidente. Não hã palavra mais
adequada: depois de ter relido o artigo do Sr. Soljenitsine,
fiquei espantado com as respostas do Prof. Tucker e do
Sr. Treves.
Nenhuma delas revela uma leitura cuidadosa do artigo
do Sr. Soljenitsine. O Prof. Tucker censura ao autor «o tom
câustico e desdenhoso de quem pretende lançar no des
crédito os que pensam de maneira düerente» ; no entanto, o
Prof. Tucker dedica seis pâginas inteiras, impressas em tipo
miudinho, à refutação incoerente de apenas duas pâginas
do artigo do Sr. Soljenitsine, que ocupa trinta e sete.
O Prof. Tucker cita a observação do Sr. Soljenitsine de que
na Rússia czarista «não havia campos» e depois dâ uma
lição ao Sr. Soljenitsine acerca do facto de que «na Rússia
czarista o Governo utilizava os trabalhos forçados» - ponto
que o Sr. Soljenitsine admite claramente na mesma pâgina
quando, após ter dito «não haver campos» , se refere a
«prisioneiros não políticos condenados a trabalhos forçados
nessa época» .
Em nenhum ponto da sua resposta trata o Prof. Tucker,
por exemplo, o problema principal focado no artigo do
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I
Um bom indicador da viabilidade de qualquer sistema
é a sua receptividade à crítica. Sempre pensei que o regime
político americano desejava ouvir críticas e que até as apre
ciava. Esta minha convicção foi abalada após a comunica
ção que apresentei em Harvard, onde, por entre as cata
dupas de jornalistas irados, não tenho dúvidas de ter ouvido
gritar: «Mete-te na tua vida» , «Cala a boca» e, até mesmo,
«Vai-te embora» . Sou franco, foi para mim uma surpresa
encontrar o eco dessas palavras nas páginas de Foreign
Affairs (Sílvio J. Treves). Não foi minha intenção <<pregar
sermões» a ninguém; apenas desejei relatar o que é viver
com um governo comunista. Para mim nada seria mais
fácil do que calar-me e deixar as preocupações relativas
ao futuro da América para o Sr. Treves e aqueles que têm
a mesma opinião. No dia em que as sentirem na pele, enten
der�nos-emos perfeitamente. Porém, continua a ser verdade
que o medo à crítica e às novas ideias são sintomas de
regimes condenados.
A resposta de Robert W. Thurston parece ter sido
escrita com a intenção expressa de ilustrar a minha afir
mação de que é facílimo ludibriar um visitante ocidental
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II
Claro está que o artigo de Robert C. Tucker reflecte não
só a sua opinião pessoal, mas também a de um meio que
exerce uma influência formativa na política dos Estados
Unidos: quer sejam os Democratas quer sejam os Repu
blicanos que se encontrem no poder, e independentemente
de quem possa estar na Casa Branca, os principais peritos
e conselheiros provêm desses mesmos círculos. (Sintomático
é o facto de o Prof. Dallin concordar com os argumentos
principais do Prof. Tucker.)
O fundo do problema está na interpretação errada da
natureza do comunismo: por um lado, o seu não reconheci
mento como o mal mais dinâmico e implacável (está claro
que, actualmente, «mal» não é considerado conceito cientí
fico, quase não passando de uma simples palavra de três
letras, porque em vez de «bem» e «mal» existe uma multi
plicidade de opiniões, cada uma delas tão válida como as
outras) e, por outro lado, o seu não reconhecimento como
fenómeno histórico internacional e universal (manifestação
extrema do socialismo) - não apenas um episódio localizado
na Rússia - conduzem a uma interpretação errada da reali
dade soviética contemporânea.
Quem tiver tempo para ler cuidadosamente a carta do
Sr. Tucker, descobrirá a simpatia do autor por um comu
nismo «puro>> , pelo seu primeiro período leninista, assim
como pela ausência de toda e qualquer condenação da dou
trina marxista. Bem podia o Sr. Tucker esquivar-se a expri
mir hoje essa opinião em tantas palavras, mas ela nota-se
na própria estrutura do seu pensamento. Isso obriga-o a
atribuir todos os males do comunismo à época estaliniana e
a mergulhar em seguida na Rússia dos séculos xv e XVI, à
procura das origens. O Sr. Tucker duvida que o período
leninista tivesse o sistema de Gulag, nega a existência do
regime de trabalhos forçados nos campos de concentração
de Lenine e até parece querer justificar a existência desses
campos, criados, aparentemente, só «para deter os oposi
tores ao regime bolchevista» ; porém, na realidade, qualquer
pessoa que se salientasse acabava por ir parar aos campos,
juntamente com todos os que, devido ao seu comportamento
ou à origem social, pudessem desagradar aos bolchevistas.
(Tudo isto está suficientemente bem desenvolvido n'O Ar-
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