Ray Dalio Crise Da Grande Dicc81vida
Ray Dalio Crise Da Grande Dicc81vida
Ray Dalio Crise Da Grande Dicc81vida
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O que se entende por Crédito e Débito
Como Ray Dalio, no livro “Crise da Grande Dívida” ([“Big Debt Crises”]
Bridgewater; sept 2018), usará muito os termos “crédito” e “dívida”, ele o
começa com suas definições e como funcionam ao longo de um ciclo
econômico-financeiro.
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os mutuários e os credores não ficarão satisfeitos e há uma boa chance de os
recursos terem sido mal alocados.
Quão cara é a dívida ruim em relação a não ter o gasto financiado pela
dívida?
Para se ter uma ideia do significado disso para uma economia como um
todo, as perdas com dívidas incobráveis são de cerca de 40%, este é um valor
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de empréstimo não possível de ser pago de volta. Esses empréstimos ruins
representam cerca de 20% de todos os empréstimos pendentes, de modo essas
perdas equivalerem a cerca de 8% da dívida total. Essa dívida total, por sua
vez, equivale a cerca de 200% da renda (por exemplo, PIB), portanto a
diferença é aproximadamente igual a 16% do PIB.
Por essa razão, Dalio afirma os riscos negativos de ter uma quantidade
significativa de dívida dependem muito da disposição e da capacidade dos
formuladores de políticas para disseminar as perdas decorrentes de dívidas
incobráveis. Ele já viu isso em todos os casos vividos e estudados. Se os
formuladores de políticas podem fazer isso depende de dois fatores:
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Crises da dívida são inevitáveis?
Por essa razão, quer enfatizar não estar falando de nada mais além de
uma série de eventos movidos por lógica capazes de se repetirem nos
padrões. Em uma economia baseada no mercado, expansões e contrações nos
ciclos econômicos, afetando a carteira de crédito, ocorrem por razões
perfeitamente lógicas. Embora os padrões sejam semelhantes, as sequências
não são predestinadas a repetir exatamente da mesma maneira, nem tomar
exatamente a mesma quantidade de tempo.
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Se você entender o jogo do Monopoly®, você pode muito bem entender
como os ciclos de crédito funcionam no nível de toda a economia. No início do
jogo, as pessoas têm muito dinheiro e apenas algumas propriedades, por isso
vale a pena converter seu dinheiro em propriedade. À medida que o jogo
avança e os jogadores adquirem mais e mais casas e hotéis, é necessário mais
dinheiro para pagar os aluguéis cobrados quando você pousa em uma
propriedade com muitos deles. Alguns jogadores são forçados a vender sua
propriedade a preços com desconto para levantar esse dinheiro. No início do
jogo, “a propriedade reina”, e mais tarde no jogo "o dinheiro reina". Quem
joga melhor entende como manter a seleção certa de propriedade e dinheiro
à medida que o jogo avança.
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Durante as altas, os empréstimos apoiam gastos e investimentos, o que,
por sua vez, sustenta os rendimentos e os preços dos ativos. O aumento da
renda e dos preços dos ativos sustentam novos empréstimos para gastos com
bens e investimentos em ativos financeiros. O endividamento eleva,
essencialmente, os gastos e a renda acima do crescimento consistente da
produtividade da economia.
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Em “bolhas”, as expectativas irreais e os empréstimos irresponsáveis
resultam em uma massa crítica de empréstimos ruins. Em um estágio ou
outro, isso fica evidente para banqueiros comerciais e banqueiros centrais – e
a bolha começa a se esvaziar. Um sinal de alerta clássico de uma bolha estar
sendo inflada é quando uma quantidade crescente de dinheiro está sendo
emprestada para fazer pagamentos do serviço da dívida. Esse
refinanciamento, obviamente, aumenta o endividamento dos tomadores de
empréstimo.
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Gerenciamento das Crises de Grande Dívida
Do seu exame desses casos, os maiores riscos não são das próprias
dívidas, mas de:
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Modelo para o Ciclo Arquetípico em Longo Prazo com Grande Dívida
!13
juros que ajudaram a impulsionar a expansão da dívida não possam mais
continuar.
Embora o gráfico ofereça um bom quadro geral, Dalio deixa claro ele
ser inadequado em dois aspectos:
2) mostra apenas o que é chamado de dívida, por isso não reflete passivos
muito maiores como pensões previdenciárias e obrigações de saúde.
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Exame do Ciclo Econômico-financeiro
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Monetária é geralmente capaz de tirar a economia de uma recessão,
facilitando as taxas para estimular o ciclo de novo.
Mas com o tempo, cada parte inferior e superior do ciclo termina com
mais atividade econômica em relação ao ciclo anterior e com mais dívidas.
Por quê? Porque as pessoas o empurram – elas têm uma inclinação para pedir
emprestado e gastar mais em vez de pagar a dívida. É a natureza humana.
Como resultado, durante longos períodos de tempo, as dívidas aumentam mais
rapidamente em lugar das rendas. Isso cria o ciclo de dívida de longo prazo.
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• Como os gastos de uma pessoa são a renda de outra pessoa, a renda
começa a cair, o que torna as pessoas ainda menos dignas de crédito.
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1. o primeiro grupo foi chamado de trabalhadores, o proletariado e “os
que não têm”, e
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Este desequilíbrio fundamental entre o tamanho dos créditos em
dinheiro (dívida) e a oferta de dinheiro, ou seja, o fluxo de caixa necessário
para atender a dívida, ocorreu muitas vezes na história. Ele sempre foi
resolvido por meio de uma combinação das quatro alavancas descritas
anteriormente.
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produzia vendas forçadas e mais inadimplência, mas não era um problema de
balanço de pagamentos por conta da depreciação da moeda nacional ou crise
cambial.
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Fases do Ciclo Clássico da Dívida Deflacionária
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Bolha
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são ciclos de dívida de curto prazo. Muitos deles geralmente somam-se a um
ciclo de dívida de longo prazo.
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compra alavancada e o mercado fica totalmente longo, alavancado e
superfaturado, torna-se maduro para uma reversão. Isso reflete um princípio
geral: quando as coisas estão tão boas a ponto de não poderem melhorar, mas
todos acreditam ser possível melhorar, os auges nos crescimentos dos
mercados estão alcançados.
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Isso é, classicamente, o resultado de pessoas comprarem ativos de
investimento a preços elevados com alavancagem. Fazem isso com base em
suposições excessivamente otimistas sobre o fluxo de caixa futuro.
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Quanto mais alavancagem existe e quanto mais altos os preços, menor
o aperto necessário para furar a bolha e maior o crash consequente. Para
entender a magnitude da desaceleração a ocorrer, provavelmente, é menos
importante entender a magnitude do aperto em vez de entender a
sensibilidade de cada setor em particular para apertar e como as perdas vão
cair em cascata. Essas imagens são melhor visualizadas examinando cada um
dos setores importantes da economia e cada um dos grandes participantes
nesses setores, e não em médias de toda a economia.
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Depressão
!27
O gráfico acima mostra a queda acentuada das taxas de juros em
direção a 0% para a média das 21 crises de dívida deflacionária observadas por
Dalio.
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Com os investidores pouco dispostos a continuar emprestando e os
mutuários lutando para encontrar dinheiro para cobrir seus pagamentos de
dívidas, a liquidez, ou seja, a capacidade de vender investimentos por
dinheiro, torna-se uma grande preocupação. Como ilustração, quando você
possui um instrumento de dívida de US$ 100.000, presume ser capaz de trocá-
lo por US$ 100.000 em dinheiro e, por sua vez, trocar o dinheiro por US$
100.000 em bens e serviços. No entanto, como a proporção de ativos
financeiros em relação ao dinheiro é alta, quando um grande número de
pessoas corre para converter seus ativos financeiros em dinheiro e comprar
bens e serviços em tempos difíceis, o Banco Central precisa fornecer a
liquidez necessária imprimindo mais dinheiro ou permitir muitos calotes
[“defaults”].
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Com base na superficial linha de pensamento denominada “Economia
da Confiança”, alguns economistas pensam erroneamente as depressões
serem psicológicas: os investidores transferem seu dinheiro de investimentos
mais arriscados para mais seguros, por exemplo, de ações e empréstimos de
alto rendimento para títulos de dívida pública e dinheiro, porque estão com
medo. Mas, logo, com restauração do estado de confiança, a economia será
restaurada. Então, eles poderiam ser persuadidos a transferir seu dinheiro de
volta para investimentos mais arriscados.
Por exemplo, quando você compra algo em uma loja com um cartão de
crédito, basicamente diz “Eu prometo pagar”. Juntos, você e o dono da loja
criam um ativo de crédito e um passivo de crédito. Então, de onde você tira o
dinheiro? Lugar algum. Você criou crédito. Ele vai embora da mesma maneira.
Suponhamos se o proprietário da loja passar a acreditar, corretamente, você e
outras pessoas não pagarão a empresa do cartão de crédito e a empresa do
cartão de crédito não pagará a ele. Então ele acredita corretamente o “ativo
de crédito” possuído por ele não estar realmente lá. Não foi para outro lugar;
simplesmente, desapareceu.
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O processo de desalavancagem leva as pessoas a descobrirem grande
parte do considerado antes riqueza própria era apenas uma promessa das
pessoas lhes dar dinheiro. Agora, se essas promessas deixam de ser cumpridas,
essa riqueza não existe mais.
1) austeridade,
2) inadimplência / reestruturações,
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investimento de sucesso seja difícil, não é tão difícil quanto ser um
formulador de políticas econômicas bem-sucedido.
Bela desalavancagem
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O Banco Central pode fazer isso emprestando contra um leque mais
amplo de garantias (tanto de qualidade inferior quanto de prazo mais longo) e
também comprando (monetizando) dívidas de menor qualidade e / ou de
longo prazo. Isso produz alívio e, se for feito nas quantidades certas, permite
a desalavancagem ocorrer com crescimento positivo.
Então, o que Ray Dalio quer dizer com isso? Basicamente, a renda
precisa crescer mais rápido em relação ao ritmo da dívida. Por exemplo:
suponhamos um país estar passando por uma desalavancagem e tenha uma
relação dívida / renda de 100%. Isso significa o montante da dívida possuída é
a mesma quantidade de renda gerada por todo o país em um ano.
Agora pense na taxa de juros dessa dívida. Digamos ser 2%. Se a dívida
for de 100 e a taxa de juros for de 2%, então, se nenhuma dívida for paga, ela
será 102 depois de um ano. Se a renda for 100 e crescer a 1%, a renda será de
101, então o ônus da dívida aumentará de 100/100 para 102/101. Portanto,
para os ônus da dívida existente não aumentarem, o crescimento da renda
nominal deve ser maior em relação às taxas de juros nominais. Quanto maior,
melhor, isso se não for tão elevado a ponto de produzir inflação inaceitável
e / ou declínios cambiais inaceitáveis.
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economistas tradicionais veem apavorados a velocidade do dinheiro diminuir,
mas isso não é nada se ordenar a economia.
Acertar esse balanço é muito mais difícil em países onde há uma grande
porcentagem de dívida denominada em moeda estrangeira e pertencente a
investidores estrangeiros, como na Alemanha de Weimar e nos países da
América do Sul. Isto porque essa dívida não pode ser monetizada ou
reestruturada tão facilmente.
!34
Normalmente, os governos com sistemas monetários indexados a ouro,
commodities ou moeda estrangeira são forçados a ter políticas monetárias
mais rígidas para proteger o valor de sua moeda em relação aos governos com
sistemas monetários fiduciários. Mas, eventualmente, as contrações da dívida
se tornam tão dolorosas a ponto de eles cederem, quebrarem o vínculo e
imprimirem, isto é, abandonam esses sistemas ou alteram o valor / preço da
mercadoria que trocarão por uma unidade de dinheiro.
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Ray Dalio resume a quantidade típica de impressão e desvalorização da
moeda necessária para criar a virada de uma depressão para uma “bela
desalavancagem”. Em média, a impressão de dinheiro tem sido de cerca de
4% do PIB por ano.
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Boa política econômica Má política econômica
BOLHA • Os Bancos Centrais • Grandes bolhas em
consideram o ações ou imóveis
crescimento da são alimentadas por
dívida e seus efeitos especuladores e
nos mercados de credores.
ativos na gestão de
políticas. Se eles • Extrapolam sucessos
podem impedir a passados ao fazer
bolha, eles podem novos investimentos
impedir o crash. financiados por
dívida, apostando
• Os Bancos Centrais na tendência de alta
usam políticas dos preços.
macroprudenciais
para direcionar • Grandes bolhas são
restrições ao toleradas por
crescimento da Bancos Centrais
dívida, onde as concentrados
bolhas estão apenas na inflação
emergindo, e e/ou crescimento e
permitir o não considerando as
crescimento da bolhas infladas por
dívida onde não é endividamento
excessivo. excessivo para
investimento em
• As políticas fiscais ativos, mantendo
são mais rigorosas. assim o crédito
barato por tempo
demais.
TOPO DO CICLO (AUGE) • Os Bancos Centrais • Os Bancos Centrais
restringem a bolha, continuam a apertar
seja com o controle a política
monetário amplo, monetária, mesmo
seja com políticas depois de estourar a
macroprudenciais bolha.
bem escolhidas.
• Em seguida, facilita
seletivamente a
retomada do
crescimento via
políticas setoriais.
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DEPRESSÃO • Os Bancos Centrais • Os Bancos Centrais
fornecem ampla são mais lentos em
liquidez, reduzem cortar taxas,
rapidamente as fornecer liquidez
taxas curtas até mais limitada e
atingirem 0% e, em apertar cedo
seguida, buscam demais. Eles
monetizações também esperam
agressivas, usando muito tempo para
políticas buscar uma
macroprudenciais monetização
direcionadas. agressiva.
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DESALAVANCAGEM • As reflexões • As monetizações
BONITA começam com iniciais vacilam, mas
monetizações começam.
agressivas por meio
de compras de • As compras de
ativos ou grandes ativos são mais
depreciações da discretas e
moeda, o suficiente consistem mais em
para levar o instrumentos de
crescimento caixa em vez de em
nominal do PIB ativos de risco, de
acima das taxas de modo não
juros nominais. produzirem um
efeito riqueza.
• Políticas
macroprudenciais • O estímulo
estimulantes são concedido pelo
direcionadas para Banco Central é
proteger entidades prejudicado por
sistemicamente conta da
importantes e austeridade fiscal.
estimular o • As empresas super
crescimento do
endividadas são
crédito de alta
protegidas mesmo
qualidade.
não sendo
• Instituições não sistemicamente
importantes do importantes,
sistema social levando a “bancos
podem falhar de zumbis” e mal-estar
maneira ordenada. social.
• Os formuladores de • As “depressões
políticas equilibram inflacionárias feias”
as forças surgem nos casos
depressivas de onde os
inadimplência e formuladores de
austeridade com as políticas permitem a
forças reflacionárias confiança na moeda
de monetização da nacional entrar em
dívida, depreciações colapso ao imprimir
cambiais e estímulo excesso de dinheiro.
fiscal.
!39
Política Monetária é como laçar um touro; se ele se volta contra você,
não há como “empurrar a corda”
Política Monetária 1
!40
A MP1 é tipicamente a primeira abordagem para uma crise da dívida,
mas quando as taxas de juros de curto prazo atingem cerca de 0%, elas
deixam de funcionar de forma eficaz. Daí os bancos centrais devem ir para o
segundo tipo.
Política Monetária 2
O que eles fazem com esse dinheiro e crédito fazem toda a diferença
no mundo.
!41
Com o tempo, porém, o uso de QE para estimular a economia diminui
em eficácia, porque os prêmios de risco são empurrados para baixo e os
preços dos ativos são empurrados para níveis além dos quais são difíceis de
empurrar e o efeito riqueza diminui. Em outras palavras, a preços mais altos e
retornos esperados mais baixos, a compensação por assumir o risco torna-se
muito pequena para fazer com os investidores aumentarem os preços, o que
levaria a uma possível queda dos retornos futuros.
Política Monetária 3
!42
de dinheiro ocorrerem. Se bancos centrais apenas derem dinheiro às pessoas
(“dinheiro lançado de helicóptero”), será tipicamente menos adequado em
lugar de dar-lhes esse dinheiro com incentivos para gastá-lo. No entanto, às
vezes é difícil para aqueles definidores da política monetária se coordenarem
com aqueles definidores a política fiscal, caso abordagens distintas do
Ministério da Economia e do Banco Central sejam usadas.
Normalização
!43
para as estatísticas de resumo e texto do 21 estudos de caso mostrados na
Parte 3.
!44
Depressões Inflacionárias e Crises Cambiais
Na seção anterior, Ray Dalio examinou a crise arquetípica da dívida
deflacionária, esboçada com a média dos 21 ciclos deflacionários possíveis de
serem revistos na Parte 3. Vamos agora olhar para a crise da dívida
inflacionária arquetípica. Foi recriada pela média dos 27 piores casos de
ciclos inflacionários (também mostrados na Parte 3). Depois de rever este
modelo, Dalio encoraja a ler sobre a hiperinflação na República de Weimar, na
Alemanha, quando é analisada em profundidade na Parte 2, para compará-lo
ao caso arquetípico descrito aqui. Antes de nos voltarmos para os gráficos e
outros dados, por favor lembre-se disso:
!45
para quem seja beneficiado, embora nem sempre consiga equilibrá-los
bem.
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• não há moeda estrangeira suficiente em reserva cambial, portanto, não
há um viés global para manter sua moeda / dívida como uma reserva de
riqueza;
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pode prejudicar ainda mais a demanda por sua moeda e corroer seu status de
moeda de reserva. Os investidores veem isso como uma menor disponibilidade
de uma reserva de riqueza e transformam sua desalavancagem em uma
inflação.
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Fases do Ciclo da Dívida Inflacionária Clássica
Classicamente, as desalavancagens inflacionárias acompanham os
fluxos e refluxos do dinheiro e do crédito em cinco estágios. Eles espelham os
estágios de desalavancagem deflacionária, mas são diferentes em aspectos
importantes. Nos últimos anos, Ray Dalio navegou através de uma série de
desalavancagens inflacionárias e pesquisou muito mais em diversas décadas.
Eles transcorrem praticamente tal como os desalavancamentos deflacionários
fazem até o quarto estágio: a depressão.
Os fluxos de capital – tanto dentro dos países como entre eles – são
tipicamente os fluxos mais importantes a serem observados, porque eles são
os mais voláteis. À medida que o ciclo começa, as dívidas e os rendimentos
aumentam a taxas comparáveis. Os mercados de títulos de dívida pública e de
ações estão fortes, o que incentiva o investimento, muitas vezes com dinheiro
emprestado. O setor privado, o governo e os bancos começam a emprestar, o
que faz sentido para eles, porque os rendimentos estão subindo rapidamente,
facilitando o serviço da dívida.
Se o Banco Central fizer isso, ele precisa fazer algo com essa moeda
recém-adquirida, como comprar ativos de investimento denominados naquela
moeda estrangeira (mais obrigações) e colocá-los em uma conta chamada
"reservas cambiais". Reservas em moeda estrangeira são como poupança:
2. elas também podem ser usadas para comprar ativos possíveis de serem
investimentos desejáveis ou oferecer retornos estratégicos.
!51
levar à apreciação da moeda nacional e/ou ao aumento das reservas de
moeda estrangeira.
Bolha
!52
Investidores nunca envolvidos com esse mercado chegam apressados. Quando
o mercado fica totalmente longo, alavancado e superfaturado, torna-se
maduro para uma reversão.
!53
que os credores estão mais dispostos a emprestar para eles. Os altos preços
de exportação, geralmente para commodities, aumentam a renda do país e
incentivam o investimento.
!54
Durante a bolha, a diferença entre a renda do país e seus gastos
aumenta. O país requer um aumento do fluxo de capital para impulsionar o
crescimento contínuo dos gastos. Mas os níveis de atividade econômica podem
permanecer forte no topo do ciclo apenas enquanto continuaram influxos,
motivados por expectativas de alta contínua no crescimento, elevar os preços
dos ativos e fazer a moeda se fortalecer ainda mais. Neste ponto, o país está
cada vez mais sujeito a reverter seu crescimento. Um evento frágil e até
mesmo menor pode desencadear uma reversão de expectativas.
!55
Abaixo, Dalio resume as condições através dos aumentos de taxas
possíveis de levar às 27 desalavancagens inflacionárias estudadas. Excluiu os
casos extremos com maiores e menores níveis de endividamento em moeda
estrangeira e os casos eventuais com os menores e maiores extremos
resultados econômicos, conforme medidos pelos declínios mais severos no
crescimento dos preços das ações e nos aumentos do desemprego e da
inflação. Como você verá, os países cada vez mais externamente dependentes
através do upswing experimentaram as maiores bolhas de ativos. Em última
análise, passaram para os resultados mais dolorosos.
!57
juros pelo Fed – cria pressão para o capital estrangeiro sair do
país).
!58
A mudança nos fluxos de capital e renda faz os preços dos ativos caírem
e as taxas de juros subirem, desacelerando as taxas de crescimento
econômico dependentes das entradas. Isso piora os fundamentos das empresas
e expulsa ainda mais os fluxos de capital. A economia sofre um colapso da
dívida, isto é, os preços dos ativos caem e os bancos quebram.
!59
O montante da depreciação da moeda deverá diminuir é precificado em
quanto menos o preço a termo está abaixo do preço à vista. Por exemplo, se o
mercado espera a moeda cair 5% ao longo de um ano, precisará essa moeda
oferecer rendimentos com uma taxa de juros 5% maior.
!60
moeda à vista, a moeda a prazo continuará declinando em proporção ao
aumento da paridade entre juros interno e externo.
!61
Depressão (Depreciação Livre da Moeda Nacional)
Por isso, o mundo não tem uma moeda global. Alterar o valor da moeda
altera os preços de bens e serviços do país para estrangeiros a uma taxa
diferente da dos seus cidadãos, ou seja, altera a paridade entre os poderes de
compra.
!62
Aqui está o que normalmente vemos depois os formuladores de
políticas deixarem a moeda depreciar livremente:
!63
Os Bancos Centrais não devem defender suas moedas a ponto de deixar
suas reservas ficarem muito baixas ou suas taxas de juro muito altas em
relação ao nível adequado para a economia. Os perigos representados por
essas condições são maiores em relação aos perigos da desvalorização.
Mas as quedas de moeda são espadas de dois gumes. A forma como são
conduzidas pelos tomadores de decisões de política econômica tem um grande
impacto na quantidade de dor suportada pela economia durante o ajuste. A
natureza do declínio da moeda impacta fortemente a elevação da inflação e
como a depressão inflacionária se desenrola. Em todas as depressões
inflacionárias, a fragilidade da moeda nacional se traduz em preços mais altos
para bens importados, muitos dos quais são repassados aos consumidores,
resultando em aumento acentuado da inflação.
!64
Por isso, geralmente é melhor ter uma desvalorização grande e única
capaz de levar a moeda a um nível predeterminado, onde há um mercado
bidirecional, ou seja, onde não há expectativa ampla de a moeda continuar a
enfraquecer para quem a compra e vende. Isso significa ser menos provável
uma inflação mais alta ter sustentação. E se a desvalorização súbita “uma vez
por todas” não é esperada pelo mercado, ou seja, é uma surpresa, então os
tomadores de decisões de política econômica não terão de gastar reservas e/
ou permitir as taxas de juros subirem para defender a moeda em
desvalorização contínua. Por isso, os tecnocratas geralmente prometem
continuar a defender a moeda até o momento certo.
!65
Normalmente, o repatriamento do capital não é muito compensado
pelo dinheiro emitido pelo Banco Central, porque a impressão monetária
arrisca a permitir mais pessoas a sair da moeda, piorando a fuga de capitais.
O crescimento mais fraco faz os investidores retirarem seu dinheiro de
qualquer maneira. Os bens nacionais há pouco tempo antes vistos como um
fabuloso tesouro, agora parecem lixo. Eles rapidamente vão de overbought
(“comprados”) para oversold (“vendidos”) e os preços despencam.
!66
endividamento, considerado em moeda local. Não há muito para os tomadores
de empréstimos externos fazerem, então, eles tipicamente trocam a moeda
local para pagar dívidas, fazer hedge e demandar mais moeda estrangeira
como reserva para futuros pagamentos, o que contribui ainda mais para o
ciclo de pressão descendente sobre o valor da moeda local.
!67
Durante esta fase, o pêndulo oscila de quase tudo aparentemente
ótimo para quase tudo aparentemente terrível.
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• Desemprego aumenta
Normalização
!70
O objetivo do Banco Central deve ser o de permitir a moeda ficar
barata o suficiente para fornecer o estímulo necessário para a retomada do
crescimento da economia e o equilíbrio do balanço de pagamentos, enquanto
executa uma política monetária apertada o suficiente para fazer o retorno na
moeda local voltar a ser atraente. Como você pode ver no gráfico abaixo, os
retornos para manter a moeda para os estrangeiros começam negativos, mas
depois se elevam, cerca de um ano após a desvalorização.
!71
curtas recuam aos seus níveis pré-crise em cerca de dois anos. O
declínio nas taxas curtas é estimulante.
!72
Fornecemos um resumo de como são as versões bem gerenciadas e mal
gerenciadas desses ajustes.
!73
Fechamento de • Política monetária • Os tomadores de
Desequilíbrios Externos restritiva causa decisões de política
contração da demanda econômica favorecem as
interna em linha com a condições domésticas e
queda nos rendimentos. a política monetária é
muito frouxa, adiando a
• Os formuladores de dor e alimentando a
políticas criam inflação.
incentivos para os
investidores • Os tomadores de
permanecerem na decisões de política
moeda, ou seja, taxas econômica tentam parar
de juros mais altas de a fuga de capital com
modo a compensar o controles de capital ou
risco de depreciação outras medidas.
cambial.
Suavizando da • Uso judicioso das • Confia nas vendas de
Desaceleração reservas para suavizar a reserva para manter
retirada de capital níveis mais altos de
estrangeiro enquanto gastos.
trabalha para fechar os
desequilíbrios.
Gerenciando Más • Refinanciar as dívidas • Permite defaults
Dívidas ou Defaults de empresas super desordenados,
(Inadimplências) endividadas, provocando um aumento
compensando a carência da incerteza e
de demanda efetiva consequente fuga de
com o crédito em outro capitais.
setor de atividade.
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Sumário
Ray Dalio reitera seu anunciado: administrar as crises da dívida é
espalhar a dor das dívidas malfeitas e isso quase sempre pode ser bem feito se
as dívidas de alguém estiverem na própria moeda. Os maiores riscos
normalmente não são das dívidas em si, mas do fracasso dos tomadores de
decisões de política econômica em fazer as coisas certas devido à falta de
conhecimento e/ou falta de autoridade.
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é menos volátil. As consequências políticas, por exemplo, aumento do
populismo de direita, resultantes dessas crises pode ser muito mais
consequente para o mal-estar do país em lugar das próprias crises da dívida.
Os gráficos abaixo, apresentados por Ray Dalio, mostram o PIB real per
capita, desde o 1900 até 2020, em países ricos e emergentes do BRIC (BRZ é
Brasil). Ajudam a colocar em perspectivas essas grandes crises da dívida e as
“pequenas”, chamadas de recessões.
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