1 Contabilidade Geral
1 Contabilidade Geral
1 Contabilidade Geral
Contabilidade Geral
Alberto Manoel Scherrer
Seguramente podemos afirmar que a denominada “escrituração contábil” é o grande impeditivo para os leitores não
afeitos à Contabilidade. Antes do advento das partidas dobradas, idealizadas e publicadas pelo monge italiano do século
XV, Luca Pacioli, a Contabilidade restringia-se a um registro descritivo dos bens e haveres das pessoas e empresas (nos
moldes como eram organizadas à época). No máximo, havia uma informação quantitativa física e monetária desses bens
e haveres, sem, contudo, estabelecer-se uma relação entre a forma de aquisição desses bens (ORIGEM DE
RECURSOS: doação, compra efetiva com pagamento a vista ou a prazo) e a identificação física e financeiramente
quantificada do bem adquirido e/ou direito consequente (APLICAÇÃO DE RECURSOS: se houve aquisição de algum
bem, se o dinheiro tenha permanecido sob sua guarda ou, ainda, se houve a configuração plena de algum direito (valor a
receber) sobre alguma transação comercial).
Após a sistematização das partidas dobradas, a escrituração contábil, agora dotada de uma nova estrutura, passou a
ter uma mais evidente qualidade na informação sobre as transações comerciais. Entretanto, a adoção do conceito de
DÉBITO para as contas do ativo, custos e despesas, e de CRÉDITO para as contas do passivo, patrimônio líquido e
receitas, trouxe (e continua provocando) um enorme “desespero” para seu entendimento na concepção estrutural e
conceitual. A pergunta que se faz preliminarmente por todos, quando do ingresso em um curso de ciências contábeis e/ou
leitores de outras áreas do conhecimento, é a seguinte: por que razão a conta “caixa” tem seu saldo identificado como
“devedor”, se se trata de um recurso monetário disponível às empresas, para sua utilização? Diante de questionamentos
dessa natureza e congêneres, torna-se necessária uma explicação pontual sobre a assertiva de tal identificação (saldo
“devedor” para conta “caixa” e demais do Ativo, bem como saldo “credor” para contas do Passivo e Patrimônio Líquido,
para falarmos, neste instante, somente das contas desses grupos). Para um entendimento concreto a respeito do
questionamento apresentado, pode-se dizer:
a) Se uma empresa possui em determinado momento o montante de R$ 100,00 em seu caixa, a pergunta inicial a ser
feita é a seguinte: de onde veio esse valor? Ou, em outras palavras, qual é a origem desse recurso monetário?
b) Tais perguntas nos levam a identificar, preliminarmente, que, se a empresa tem posse do valor, esse (valor)
originou-se de alguma negociação: algum empréstimo, venda de algum bem ou alguma doação recebida.
c) Considerando, em última análise, que toda e qualquer empresa tem início (físico, organizacional e financeiro)
pela vontade de alguma(s) pessoa(s), que se “juntam” para constituí-la, não é nenhum exagero afirmar que, a
partir do momento em que a empresa torna-se uma organização jurídica (uma ficção do direito, na concepção de
alguns estudiosos) e essa organização passa a ter “vida própria” independentemente dos sócios que a
constituíram, a organização passa a ter um “primeiro” recurso monetário que teve como ORIGEM o dinheiro dos
sócios que a compuseram. Assim, é correto dizer que a empresa, agora juridicamente organizada, tem
como CREDORES os sócios que a idealizaram, haja vista que, como já dito, tal dinheiro era, de fato, de verdade
e de direito, desses mesmos sócios. E sem conotação jocosa, a palavra CREDOR começa com a letra “C”. Em
contrapartida, tal dinheiro está guardado na empresa (que a contabilidade identifica como “caixa”) e, como tal
dinheiro pertence aos sócios, pode-se (e deve-se) afirmar que a empresa é DEVEDORA de tal dinheiro a eles
(sócios). E, também sem conotação jocosa, a palavra DEVE começa com a letra “D”, nada mais correto afirmar
que a empresa tem aquele recurso monetário mas que, ao mesmo tempo, deve tal dinheiro aos sócios.
d) No procedimento denominado “escrituração contábil”, utilizando-se o método das partidas dobradas aqui tratado,
esse fato é assim registrado contabilmente:
DÉBITO: caixa 100,00
CRÉDITO: capital social 100,00
Importante ressaltar que a conta denominada “capital social” identifica exatamente o valor que os sócios
“emprestaram” para a empresa. Por essa razão (ainda que numa abordagem simples sem ser simplista), resume-se o
entendimento da seguinte forma: a empresa DEVE o dinheiro para os sócios, que são seus CREDORES. Por isso, a conta
“caixa” tem seu saldo qualificado como “D” (débito) e o capital social como “C” (crédito).
Os livros contábeis exigidos por lei são: o livro Diário e o livro Razão. No primeiro, escrituram-se todos os eventos
havidos no período (usualmente, o livro refere-se a um exercício social que, em sua grande maioria, é exatamente o ano
civil). No segundo, ficam registrados os eventos, por ordem das contas contábeis movimentadas naquele período,
lançamentos esses ordenados cronologicamente.
O embasamento legal que dispõe sobre a forma, linguagem, ordenamento e metodologia da escrituração dos livros
contábeis é a Lei 10.406/02 (novo Código Civil), especialmente em seus arts. 1.179 a 1.195.
Vale lembrar que as demonstrações contábeis obrigatórias a serem apresentadas são: Balanço Patrimonial (BP),
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA),
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), esta última obrigatória para as
empresas de capital aberto.
Essa equação nada mais é que a estrutura do Balanço Patrimonial, cuja configuração, após a vigência da Lei 11.638/07,
está a seguir demonstrada; aqui neste trabalho, procuramos também demonstrar um paralelo com a estrutura então
exigida nos termos da Lei 6.404/76, sendo ambas denominadas “Lei das Sociedades por Ações”, estando a primeira aqui
citada em plena vigência.
Apresentamos, para efeito comparativo, a estrutura básica ANTES e DEPOIS da nova Lei das Sociedades por Ações,
como a seguir demonstrado:
A diferença fundamental entre esses regimes: princípio da competência versus o regime de caixa está em que, quando se
adota o regime de competência, as receitas são reconhecidas, independentemente de seu efetivo recebimento, e as
despesas (e custos) são reconhecidos, independentemente de seus pagamentos. Já no regime de caixa, consideram-se,
exclusivamente para fins de apuração do resultado, somente as receitas efetivamente recebidas no período apurado e, no
caso das despesas (e custos), tão somente aquelas efetivamente pagas. Essa apuração tem característica exclusivamente
financeira, enquanto a apuração pelo regime de competência é mais abrangente no aspecto econômico.
Para um entendimento objetivo dessas diferenças, incluímos aqui um exercício didaticamente resolvido, com o fito de
se esclarecer ao leitor com utilização de dados numéricos, conforme segue:
Considere que determinada empresa tenha realizado no mês de janeiro/X1 as seguintes operações:
Diante das informações acima, o resultado no mês, pelo princípio da competência, é de:
( ) R$ 6.580,00
( ) R$ 9.580,00
( ) R$ 16.480,00
( ) R$ 9.480,00
CORREÇÃO:
( ) R$ 680,00
( ) R$ 3.680,00
( ) R$ 19.680,00
( ) R$ 6.880,00
CORREÇÃO:
a) Se você apontou R$ 680,00 (R$ 8.500,00 – R$ 3.000,00 – R$ 120,00 – R$ 1.500,00 – R$ 3.200,00), sua resposta
está ERRADA, pois o custo das mercadorias vendidas e dos honorários contábeis ainda não foram pagos.
b) Se você apontou R$ 3.680,00 (R$ 8.500,00 – R$ 120,00 – R$ 1.500,00 – R$ 3.200,00), sua resposta
está ERRADA, pois os honorários contábeis não foram pagos.
c) Se você apontou R$ 19.680,00 (R$ 8.500,00 + R$ 12.800,00 – R$ 120,00 – R$ 1.500,00), sua resposta
está ERRADA, pois as vendas a prazo não entram no cômputo do resultado pelo regime de caixa.
d) Se você apontou R$ 6.880,00 (R$ 8.500,00 – R$ 120,00 – R$ 1.500,00), sua resposta está CORRETA, pois no
regime de caixa consideram-se exclusivamente as receitas efetivamente recebidas e os custos e despesas
efetivamente pagos.
Mediante a leitura e acompanhamento do exercício apresentado, fica fácil a identificação das diferenças fundamentais
entre os regimes tratados no presente tópico.
O balancete de verificação contábil é uma peça (planilha) elaborada com o propósito de se verificarem os saldos de cada
conta movimentada. Em suma, é uma “consolidação” dos razonetes de cada uma delas (conta contábil), pois para esse
relatório (não exigido por lei) são transferidos os saldos iniciais e os lançamentos contábeis ocorridos no período,
demonstrando-se assim seu saldo final. É uma peça de conferência, não sendo obrigatória sua transcrição ao livro diário
e/ou qualquer outro congênere.
A estrutura do balancete varia de conformidade com o volume de contas movimentadas, do porte da empresa, bem
como do grau de interesse e/ou necessidade, tudo de acordo com o volume contábil trabalhado.
Como exemplo, segue um modelo de balancete de verificação, cuja visualização é capaz de dirimir, porventura,
dúvidas existentes sobre o mesmo.
MOVIMENTAÇÃO DAS
NOME DA SALDO CONTAS SALDO
D/C D/C
CONTA INICIAL FINAL
DÉBITO CRÉDITO
Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis
devem ser reconhecidos e apresentados nas demonstrações contábeis.
Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam que ser pagos se esses ativos
(ou equivalentes de ativos) fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos também
são reconhecidos da mesma forma que os ativos: valores não descontados, que seriam necessários para liquidar as
obrigações na data ou no período das demonstrações contábeis.
Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em
uma forma ordenada. Os passivos são mantidos analogamente aos ativos, porém com valores não descontados, que
seriam pagos para liquidar as obrigações no transcurso normal das operações da entidade jurídica.
Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entradas líquidas de caixa, que se espera seja
gerado especificamente por aquele item, no transcurso normal das operações da entidade jurídica. Os passivos são,
também, mantidos pelo valor presente esperado para liquidá-los.
É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo possa ser liquidado, em uma transação sem favorecimentos
financeiros.
Conforme dispõe a NBC T 19.6, “Os bens do imobilizado reavaliados devem ser acompanhados com o objetivo de
verificar se o valor recuperável é inferior ao valor líquido contábil. Se o valor recuperável for inferior ao valor líquido
contábil, o mesmo deve ser reduzido ao valor recuperável, desde que a perda seja considerada permanente. O montante
da redução, de que trata o item 19.6.14.2, deve reverter a reavaliação anterior, caso exista saldo, debitando-se a conta
de reserva da reavaliação”: o valor de venda de um ativo menos o custo para a sua alienação (preço líquido de venda),
ou o valor que a entidade do setor público espera recuperar pelo uso futuro desse ativo nas suas operações, estimado com
base nos fluxos de caixa futuros trazidos a valor presente por meio de taxa de desconto (valor em uso), o que for maior.
O conceito geral de impairment diz respeito à perda por redução do valor contábil, ante o valor recuperável do ativo.
Trata-se da irrecuperabilidade ou “falta de paridade” entre os valores (contábil e recuperável).
Objetivando discriminar a perda por irrecuperabilidade, apresenta-se aqui sua abordagem em relação aos estoques,
às contas a receber de clientes e ao Imobilizado, conforme menções específicas abaixo:
› Em relação aos estoques: diz respeito ao MENOR VALOR entre o custo ou preço de venda, deduzidos os custos
necessários para concretizar a venda.
› Quanto às contas a receber de clientes: trata-se do valor de face (do título) menos a provisão para créditos de
liquidação duvidosa (PCLD).
› Para o imobilizado: será o MENOR VALOR entre o valor contábil líquido (deduzida a depreciação acumulada) e
o valor recuperável.
A mensuração da perda com o Imobilizado identifica o valor recuperável como sendo este o MAIOR VALOR
entre os seguintes (valores):
› O valor líquido de realização: (que é o preço de venda, deduzido do custo para se realizar [a venda]); e
› O valor em uso: (que é o valor presente dos benefícios econômicos futuros que poderão ser gerados pelo ativo,
durante sua vida útil remanescente).
O exemplo a seguir apresenta a mensuração da perda por irrecuperabilidade, com base nos conceitos acima citados:
Considere que a empresa tenha em seu ativo uma máquina, com as seguintes informações monetárias:
OBS.: A perda apontada (de R$ 1.500,00) é pelo fato de o valor recuperável ser MENOR que o valor em uso. Caso
fosse o contrário, não haveria perda a ser registrada.
Os efeitos das alterações do poder aquisitivo em moeda nacional devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis,
mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
I – aplicação do percentual de participação no capital social sobre o resultado da subtração do Patrimônio Líquido da
investida do valor do adiantamento para aumento de capital concedido a essa; e
II – subtração, do montante referido no inciso I, dos lucros não realizados nas operações intercompanhias, líquidos
dos efeitos fiscais.
ABORDAGEM CONCEITUAL
Avaliar pelo MEP significa fazer constar dos demonstrativos contábeis (DRE e Balanço Patrimonial) da empresa
controladora os resultados havidos nas empresas controladas e/ou coligadas, na mesma proporção da participação no
capital social desta (controladora) naquelas empresas (controladas e/ou coligadas).
É a empresa da qual a controladora participa com mais de 50% do capital votante (ações ordinárias) da controlada.
É a empresa da qual a controladora participa com, no mínimo, 20% do capital votante (ações ordinárias) ou, sendo
menor essa porcentagem, tenha significativa participação na administração. Por exemplo, se a empresa controladora tem
como prerrogativa nomear a direção da coligada, ou se a coligada utiliza parte (ou todo) do ativo imobilizado da
controladora… ou outras situações administrativas que indiquem a “significativa participação na administração”, nos
termos da Lei 11.638/07.
ABORDAGEM PRÁTICA
Admitamos que a empresa ALFA (controladora) participe do capital social de “BETA” e “ÔMEGA”, nas seguintes
proporções:
Participação em BETA: 25% das ações ordinárias e 15% das ações preferenciais, sem significativa participação na
administração. O capital social de BETA está assim composto:
Capital total: R$ 400.000,00.
Ações ordinárias: 100.000 ações a R$ 3,00 cada.
Ações preferenciais: 100.000 ações a R$ 1,00 cada.
Participação em ÔMEGA: 60% das ações ordinárias e 20% das ações preferenciais. O capital social de ÔMEGA
está assim composto:
Capital total: R$ 900.000,00.
Ações ordinárias: 150.000 ações a R$ 5,00 cada.
Ações preferenciais: 150.000 ações a R$ 1,00 cada.
PEDE-SE:
a) Determinar a natureza da participação societária.
b) Avaliar os investimentos de ALFA em BETA e ÔMEGA, pelo MEP, sabendo-se que o lucro da empresa BETA
tenha sido de R$ 135.000,00 e da empresa ÔMEGA tenha sido de R$ 290.000,00.
RESOLUÇÃO
PRIMEIRO PASSO: determinar a natureza da participação societária de ALFA nas demais empresas.
1) BETA é coligada de ALFA, uma vez que a participação é superior a 20% do capital votante (ações ordinárias),
mesmo não tendo significativa participação na administração (conforme o enunciado apresentado).
2) ÔMEGA é controlada de ALFA, uma vez que a participação é superior a 50% do capital votante (ações
ordinárias).
Considerando que ALFA participa de BETA nos percentuais acima apresentados, deduz-se logicamente que o volume
monetário da participação é de R$ 90.000,00, assim identificado:
Como o capital total de BETA é de R$ 400.000,00, sabe-se que a participação total de ALFA no capital social de
BETA é de 22,50%, assim calculado: R$ 90.000,00/R$ 400.000,00 × 100 (para se determinar a participação na forma
percentual).
Assim, como o lucro de BETA foi de R$ 135.000,00, a parcela desse lucro pertencente à empresa ALFA será de R$
30.375,00 (R$ 135.000,00 × 22,50%).
Analogamente aos cálculos acima, procedamos à identificação do resultado monetário pertencente a ALFA, advindo
da relação societária com a empresa ÔMEGA.
Volume monetário da participação: R$ 480.000,00. Considerando que o capital total de ÔMEGA é de R$ 900.000,00,
tal participação corresponde a 53,33% (R$ 480.000,00/R$ 900.000,00 × 100).
Dessa maneira, a parcela do lucro de ÔMEGA que pertence à ALFA é de R$ 154.657,00 (R$ 290.000,00 × 53,33%).
Resta agora elaborar o relatório referente às participações:
% DE RESULTADO DA
CAPITAL
EMPRESAS RESULTADO PARTICIPAÇÃO NO PARTICIPAÇÃO
SOCIAL
CAPITAL SOCIAL ACIONÁRIA
Após os cálculos, procede-se aos lançamentos contábeis pertinentes (na empresa ALFA, que é a investidora):
EXERCÍCIO PLENO
A Investidora Accountancy S/A participa do capital social das investidas: CONT1, CONT2, CONT3, CONT4 e
CONT5, com as seguintes indicações:
CONT1: R$ 1.150.000,00
CONT2: R$ 3.150.000,00
CONT3: R$ 1.790.000,00
CONT4: R$ 1.440.000,00
CONT5: R$ 915.000,00
PEDE-SE:
RESOLUÇÃO
PARTICIP. NO CAP.
CAPITAL SOCIAL RESULTADO EM RESULT. DA
EMPRESA
SOCIAL 31/12/2009 PARTICIP.
% VALOR
LANÇAMENTOS
02/01/2009
D: Participação em CONT1 188.760,00
D: Participação em CONT2 1.207,140,00
D: Participação em CONT3 228.480,00
D: Participação em CONT4 245.700,00
D: Participação em CONT5 294.000,00
C: Banco conta-movimento 2.164.080,00
31/12/2009
D: Participação em CONT1 7.686,00
D: Participação em CONT2 186.735,00
D: Participação em CONT4 128.700,00
D: Participação em CONT5 13.440,00
C: Resultado positivo em participação societária 336.561,00
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) tem como finalidade principal evidenciar as alterações
havidas no Patrimônio Líquido das empresas, cujo relatório discrimina a destinação dos resultados auferidos (lucro ou
prejuízo), bem como mudanças ocorridas nas demais contas do Patrimônio Líquido, como exemplo, o capital social.
A estrutura dessa demonstração já de per si constitui-se em um relatório de análise e, mediante isso, para fins de
estudos e exemplificações, inserimos a seguir um modelo devidamente preenchido mediante as informações aqui também
exaradas.
Consideremos o seguinte exemplo:
Em 31/12/X1, determinada empresa apresentou seu balanço patrimonial com as seguintes informações:
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
TOTAL 274.430,00
Com base nas informações citadas, proceda ao preenchimento da DMPL, conforme modelo a seguir apresentado:
RESERVAS DE LUCROS
CAPITAL RESERVAS LUCROS
HISTÓRICO SOCIAL DE RESERVAS RESERVA ACUMULADOS TOTAL
(REALIZADO) LUCROS A ESTATUTÁRIAS LEGAL
REALIZAR
Saldo em
200.000,00 52.260,00 252.260,00
31/12/X1
Aumento
//////////////// //////////// //////////////// /////////// ///////////////// //////////
de capital:
Com lucros
50.000,00 (50.000,00)
e reservas
Com aporte
100.000,00 100.000,00
de capital
Reversão
Reservas
Lucros a
Realizar
Lucro
Líquido do 86.500,00 86.500,00
Período
Transf. p/
//////////////// //////////// //////////////// /////////// ///////////////// ///////////
Reservas:
P/ Reserva
Legal
P/ Reservas
Estatutárias
Saldo em
350.000,00 88.760,00 438.760,00
31/12/X2
1) Se a empresa, através de suas operações próprias, está gerando caixa suficiente para investir em bens do ativo
e/ou tecnologias que propiciem seu crescimento.
2) Se esse crescimento é suficientemente rápido e eficientemente gerido, de tal forma que não se torne necessário
financiamento externo (capital de terceiros), para manter as operações em estado crescente e as aquisições citadas
no quesito anterior.
3) Se a geração dos fluxos de caixa para liquidar é suficiente somente para liquidar suas dívidas ou se também
capacita a empresa para investir em novos produtos.
Percebe-se, pelos questionamentos elencados acima, a relevância da compreensão mais ampliada sobre a DFC.
Comentando a questão, MARION (2001, p. 208) assim se expressou: “Não há dúvida de que a melhor fonte é
Capital Próprio, já que a remuneração desse recurso será o dividendo e este ocorre apenas quando a empresa tem lucro
e dispõe de situação financeira favorável para pagar (por nossa Lei das Sociedades Anônimas, a empresa poderá
postergar pagamentos de dividendos quando sua situação financeira é precária).”
Temos presentes em nossa literatura dois métodos de elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa: MÉTODO
DIRETO e MÉTODO INDIRETO. O primeiro (DIRETO) é também chamado de DFC no sentido restrito. Compreende a
entrada e saída de numerários do Disponível, representa o Balanço Financeiro da empresa (muito importante para as
entidades sem fins lucrativos), sendo de grande valia para o tesoureiro. Sua estrutura é bastante simples, cuja
apresentação está contida no presente trabalho. Já o segundo (INDIRETO) traz em seu bojo a natureza mais “contábil”,
pois sua demonstração tem como ponto de partida o lucro apontado na DRE. Demonstra as causas da variação do
Disponível. Para o administrador financeiro, o método indireto é mais pormenorizado e mais completo para as análises
de pertinência. Para o foco do presente trabalho, apresentamos um exercício com sua respectiva resolução, sobre a DFC
pelo método direto, a fim de elucidar alguma possível dúvida e auxiliar na compreensão dos conceitos próprios da
demonstração em apreço.
Em 31 de dezembro de 2009, a empresa “PROJETADA” apresentou o balanço a seguir:
ATIVO PASSIVO
RESUMO DA DEMONSTRAÇÃO
Visando consubstanciar mais a temática, transcrevemos a seguir “recortes” do CPC 03, que trata especificamente da
DFC, aprovada em 13 de junho de 2008, haja vista sua aplicação em todas as entidades jurídicas do setor privado.
RECORTES DO CPC 03
OBJETIVO
As informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações
contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas
necessidades de liquidez. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade
de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época e do grau de segurança de geração de tais
recursos.
Este Pronunciamento fornece informação acerca das alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa de uma
entidade por meio de demonstração que classifique os fluxos de caixa do período por atividades operacionais, de
investimento e de financiamento.
ALCANCE
Os usuários das demonstrações contábeis se interessam em conhecer como a entidade gera e usa os recursos de
caixa e equivalentes de caixa, independentemente da natureza das suas atividades, mesmo que o caixa seja
considerado como produto da entidade, como é o caso de instituição financeira. As entidades necessitam de caixa
essencialmente pelas mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades geradoras de
receita. Elas precisam dos recursos de caixa para efetuar suas operações, pagar suas obrigações e prover um
retorno para seus investidores. Assim sendo, este Pronunciamento requer que todas as entidades apresentem uma
demonstração dos fluxos de caixa.
BENEFÍCIOS DA DFC
A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis,
proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua
estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos fluxos
de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos de
caixa são úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aos usuários
desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futuros fluxos de caixa de diferentes entidades. A
demonstração dos fluxos de caixa também melhora a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional
para diferentes entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as
mesmas transações e eventos.
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA), exigida pela Lei 11.638/07 para as companhias com capital aberto, com
aplicabilidade a partir do ano de 2008, foi conceituada e estruturada pelo advento do Pronunciamento 09 do CPC
(Comitê de Pronunciamentos Contábeis) em 30 de outubro de 2008, o que oficializa sua “existência contábil”. O modelo
apresentado no presente tópico foi extraído integralmente do Pronunciamento CPC em apreço, no intuito de propiciar um
melhor entendimento estrutural da demonstração em estudo (DVA).
O CUSTO EXTERNO
Nem todo custo é gerado dentro da própria empresa. Boa parte dele ou até mesmo a quase totalidade é apenas
transferida de outras empresas fornecedoras de matérias-primas, mercadorias, materiais diversos e serviços.
Os custos mais comuns incorporados ao produto da empresa vendedora, mas gerados em outras empresas, são:
Matérias-primas consumidas ou o custo das mercadorias vendidas.
Materiais diversos, como lubrificantes, material de limpeza, material de escritório e combustíveis.
Serviços diversos, como serviços de firmas de engenharia, de estabelecimentos de crédito, de escritórios de
contabilidade ou auditoria ou de firmas de limpeza e segurança.
CUSTOS INTERNOS
REMUNERAÇÃO DE FATORES
Toda empresa utiliza fatores de produção – trabalho, natureza, capital, capacidade tecnológica e capacidade
empresarial – e arca com um determinado custo para a utilização desses fatores, na forma de salários, aluguéis, pro
labore ou juros, por exemplo.
São os chamados CUSTOS INTERNOS, ou seja, custos gerados dentro da própria empresa.
VALOR ADICIONADO
O somatório desses custos – gerados dentro da própria empresa – que cobrem a remuneração dos fatores de produção
por ela utilizados é chamado de VALOR ADICIONADO ou VALOR AGREGADO, por ser o custo ACRESCIDO por
essa empresa aos custos que já vierem transferidos de outras empresas. Assim, o valor de venda de determinado produto
(em determinada empresa) seria o somatório dos custos gerados em outras empresas com o somatório do pagamento,
feito pela empresa vendedora, dos fatores de produção utilizados, ou seja:
Ou então,
DEPRECIAÇÃO
Apesar de não representar remuneração de fatores, a depreciação dos bens de uso da empresa deve ser incluída no
valor adicionado, pois trata-se, sem dúvida, de um custo gerado internamente.
Assim, teríamos:
IMPOSTOS INDIRETOS
Note-se que o somatório do valor adicionado gerado com os insumos absorvidos ainda não atinge o valor de mercado
dos bens e serviços vendidos.
Estão faltando os impostos indiretos, como IPI, ICMS, ISS, PIS e COFINS, já incluídos no preço de venda das
mercadorias ou serviços.
Já os impostos DIRETOS são considerados integrantes do lucro gerado e, por isso, aparecerão dentro do item
LUCROS (como remuneração do fator capital).
Dessa forma, teremos, finalmente:
Valor Adicionado
(=) Remuneração de fatores
(+) Depreciação
(+) Impostos indiretos
RECEITAS EXTERNAS
As receitas recebidas de outras entidades jurídicas, como aluguéis, dividendos ou juros, por exemplo, são
consideradas valor adicionado na empresa que nos pagou. Assim, não deverão fazer parte de nossa DVA e, sim, da
empresa pagadora.
VALOR ADICIONADO
Valor adicionado corresponde ao somatório da remuneração paga a todos aqueles que participaram do processo de
produção, mais o valor correspondente ao desgaste do ativo fixo (depreciação), mais o valor transferido ao governo na
forma de tributos indiretos.
A destinação do valor adicionado pode ser dividida em:
EXEMPLO PRÁTICO
DESCRIÇÃO VALORES EM
REAIS
ANO ANO 2
1 (atual)
1. RECEITAS
2.4 – (Outras)
6.3 - Outras
8.1 - PESSOAL
8.1.3 – FGTS
8.2 - GOVERNO
8.3.2 – Aluguéis
8.3.4 – Outros
8.4 – FINANCIADORES
8.5 – ACIONISTAS
8.6 – REINVESTIMENTO
8.6.1 – Depreciações
Isso posto, entendemos que a leitura do CPC 09 esclarece e aprofunda o conhecimento sobre a DVA, uma vez que
sua relevância está em subsidiar o conhecido “balanço social”, onde e quando as riquezas são geradas pelas empresas e
os destinos diversos dados a essa riqueza são demonstrados com clareza, alcance e profundidade.
“Receitas
74. A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos. A receita surge no curso das
atividades ordinárias de uma entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários,
juros, dividendos, royalties e aluguéis.
75. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das
atividades ordinárias da entidade, representando aumentos nos benefícios econômicos e, como tal, não diferem, em
natureza, das receitas. Consequentemente, não são considerados como um elemento separado nesta Estrutura
Conceitual.
76. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não correntes. A definição de receita
também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos negociáveis e os que
resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Quando esses ganhos são reconhecidos na demonstração do
resultado, eles são usualmente apresentados separadamente, porque sua divulgação é útil para fins de tomada de
decisões econômicas. Esses ganhos são, na maioria das vezes, mostrados líquidos das respectivas despesas.
77. Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da receita; exemplos incluem caixa, contas a
receber, mercadorias e serviços recebidos em troca de mercadorias e serviços fornecidos. A receita também pode
resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode fornecer mercadorias e serviços a um credor em
liquidação da obrigação de pagar um empréstimo.
Despesas
78. A definição de despesas abrange perdas assim como as despesas que surgem no curso das atividades ordinárias
da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade incluem, por exemplo, o custo
das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um desembolso ou redução de ativos como caixa
e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.
79. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no curso das
atividades ordinárias da entidade, representando decréscimos nos benefícios econômicos e, como tal, não são de
natureza diferente das demais despesas. Assim, não são consideradas como um elemento à parte nesta Estrutura
Conceitual.
80. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que
decorrem da venda de ativos não correntes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas, por
exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma moeda estrangeira com relação aos
empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são
geralmente demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. As
perdas são geralmente demonstradas líquidas das respectivas receitas.
Reconhecimento de Receitas
92. A receita é reconhecida na demonstração do resultado quando resulta em um aumento, que possa ser
determinado em bases confiáveis, nos benefícios econômicos futuros provenientes do aumento de um ativo ou da
diminuição de um passivo. Isso significa, de fato, que o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o
reconhecimento de aumento de ativo ou de diminuição de passivo. Mas isso não significa que todo aumento de ativo
ou redução de passivo corresponda a uma receita.
93. Os procedimentos normalmente adotados na prática para reconhecimento da receita, como por exemplo o
requisito de que a receita deve ter sido ganha, são aplicações dos critérios de reconhecimento definidos nesta
Estrutura Conceitual. Tais procedimentos são geralmente orientados para restringir o reconhecimento como receita
àqueles itens que possam ser determinados em bases confiáveis e tenham um grau suficiente de certeza.
Reconhecimento de Despesas
94. As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando surge um decréscimo, que possa ser
determinado em bases confiáveis, nos futuros benefícios econômicos provenientes da diminuição de um ativo ou do
aumento de um passivo. Isso significa, de fato, que o reconhecimento de despesa ocorre simultaneamente com o
reconhecimento do aumento do passivo ou da diminuição do ativo (por exemplo, a provisão para obrigações
trabalhistas ou a depreciação de um equipamento).
95. As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base na associação direta entre elas e os
correspondentes itens de receita. Esse processo, usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas
(Regime de Competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e despesas que resultem
diretamente das mesmas transações ou outros eventos; por exemplo, os vários componentes de despesas que
integram o custo das mercadorias vendidas devem ser reconhecidos na mesma data em que a receita derivada da
venda das mercadorias é reconhecida. Entretanto, a aplicação do conceito de confrontação da receita e despesa de
acordo com esta Estrutura Conceitual não autoriza o reconhecimento de itens no balanço patrimonial que não
satisfaçam à definição de ativos ou passivos.
96. Quando se espera que os benefícios econômicos sejam gerados ao longo de vários períodos contábeis, e a
confrontação com a correspondente receita somente possa ser feita de modo geral e indireto, as despesas são
reconhecidas na demonstração do resultado com base em procedimentos de alocação sistemática e racional. Muitas
vezes isso é necessário ao reconhecer despesas associadas com o uso ou desgaste de ativos, tais como imobilizado,
ágio, marcas e patentes; em tais casos, a despesa é designada como depreciação ou amortização. Esses
procedimentos de alocação destinam-se a reconhecer despesas nos períodos contábeis em que os benefícios
econômicos associados a tais itens sejam consumidos ou expirem.
97. Uma despesa é reconhecida imediatamente na demonstração do resultado quando um gasto não produz
benefícios econômicos futuros ou quando e na extensão em que os benefícios econômicos futuros não se qualificam,
ou deixam de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial como um ativo.
98. Uma despesa é também reconhecida na demonstração do resultado quando um passivo é incorrido sem o
correspondente reconhecimento de um ativo, como no caso de um passivo decorrente de garantia de produto.”
A maior parte dos Ativos Imobilizados de uma empresa tem uma vida útil limitada. Por essa razão, a Contabilidade deve
proceder aos cálculos e contabilização dos valores relativos a essa perda de capacidade de geração de recursos de tais
ativos. Na interpretação do fisco e da forma que por ele é admitido, os terrenos e obras de arte não estão sujeitos aos
cálculos da depreciação. Para os demais, a Contabilidade deve estar atenta, pois a finalidade principal da depreciação é
demonstrar, através do balanço patrimonial, a redução da capacidade de trabalho, traduzida em termos monetários. Esse é
o motivo pelo qual a conta “depreciação acumulada” é uma REDUTORA dos valores do Ativo Imobilizado. Ao se
proceder à contabilização da depreciação, a Contabilidade (através da DRE) está “diminuindo” o lucro da empresa, com
o propósito de que aqueles valores sirvam como bússola para os administradores, bem como “separando” do lucro
valores a fim de reposição de tais ativos. Dessa maneira, o lucro “diminuído” pela depreciação sofrerá uma tributação
menor de IR/CSLL (para o caso de tributação pelo chamado lucro real), e, principalmente, distribuição de lucros aos
sócios/acionistas de maneira gerencialmente lúcida, ou seja, os valores próprios para reposição dos ativos já foram
“separados”. Existem três métodos principais de calcular a depreciação: o método linear, o método da soma dos dígitos
dos anos e o método da depreciação conforme a vida útil do bem. Para o cálculo (método linear), a legislação do Imposto
de Renda contém uma tabela de porcentagens para os tipos de imobilizado. A tabela a seguir está elaborada com seus
respectivos percentuais (POR ANO-CALENDÁRIO), quando o regime de trabalho é de 08 (oito) horas/dia. Para o
regime de dois turnos de 08 horas/dia, aplica-se o coeficiente de 1,5 e, para o regime de trabalho de 3 turnos de 08
horas/dia, o coeficiente é de 2,0 (ambos aplicados sobre as porcentagens indicadas, conforme tabela ilustrativa a seguir,
com alguns ativos).
O denominado método “soma dos dígitos dos anos”, como dito, é uma forma gerencial mais coerente de se calcular a
depreciação. Sua metodologia de cálculo está assim estruturada:
A depreciação por esse método é calculada da seguinte forma:
› Fase 1 ⇒ Somam-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem a ser depreciado;
› Fase 2 ⇒ Multiplica-se o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo denominador é a soma obtida na fase
1, e o numerador, para o primeiro ano, é o total de anos da vida útil do bem. O numerador para o segundo ano é o
número de anos de vida útil do bem diminuindo-se 1 ano já passado. O numerador para o terceiro é o número de
anos de vida útil do bem diminuindo-se 2 anos já passados, e assim por diante.
Exemplificando:
A coerência desse método com o aspecto gerencial está em que, a partir da premissa de que determinado bem tem
maior capacidade produtiva e, consequentemente, propicia a geração de uma receita mais elevada, deve-se,
contabilmente, “separar” uma determinada importância com o propósito de, no momento adequado, substituir aquele
ativo. Se fosse adotado o método linear, todos os períodos teriam o mesmo valor de depreciação calculado. Já pela soma
dos dígitos dos anos, percebe-se facilmente que, do início ao término, os valores vão gradativamente sendo reduzidos,
guardando a tão propalada coerência gerencial, pois a base de comparação é com a capacidade de geração de receita.
Em outras palavras, poder-se-ia comparar essa situação com as finanças individuais de qualquer ser humano, ou seja,
a partir do instante em que o indivíduo tem um maior salário, ele pode (e deve) separar uma determinada parcela do
salário para, por exemplo, construir sua poupança, para que, oportunamente, seja utilizada. Se, num certo momento, a
renda desse indivíduo tem um decréscimo, o “impacto” não será tão evidente, haja vista que a poupança formada
anteriormente “permite” que ele faça os investimentos desejados.
Assim, analogamente, a empresa, considerando esse método, contabiliza como despesa (puramente econômica) um
valor mais acentuado no início da vida útil do bem e, com isso, reduz a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), assim como reduz contabilmente o lucro líquido, com a consequente
redução na distribuição de dividendos aos acionistas.
Em síntese, quando se diz “separar” valores para substituição de ativos (isso é uma definição clássica de
depreciação), está se falando em pagar menos tributos e distribuir valores menores de dividendos e, concomitantemente,
possibilitando a formação de uma reserva para substituição dos ativos depreciados.
Finalmente, com o advento da Lei 11.638/07, os órgãos normativos contábeis orientam a que os cálculos das
depreciações sejam feitos mediante a informação sobre o tempo de vida útil do bem e, a partir dessa quantificação,
procede-se ao cálculo estabelecendo a porcentagem de depreciação para cada período, conforme prescrito no CPC 27 de
2009, especificamente em seus itens 43 a 62, cuja transcrição literal se dá a seguir:
“Depreciação
43. Cada componente de um item do ativo imobilizado com custo significativo em relação ao custo total do item deve
ser depreciado separadamente.
44. A entidade aloca o valor inicialmente reconhecido de um item do ativo imobilizado aos componentes
significativos desse item e os deprecia separadamente. Por exemplo, pode ser adequado depreciar separadamente a
estrutura e os motores de aeronave, seja ela de propriedade da entidade ou obtida por meio de operação de
arrendamento mercantil financeiro. De forma similar, se o arrendador adquire um ativo imobilizado que esteja
sujeito a arrendamento mercantil operacional, pode ser adequado depreciar separadamente os montantes relativos
ao custo daquele item que sejam atribuíveis a condições do contrato de arrendamento mercantil favoráveis ou
desfavoráveis em relação a condições de mercado.
45. Um componente significativo de um item do ativo imobilizado pode ter a vida útil e o método de depreciação que
sejam os mesmos que a vida útil e o método de depreciação de outro componente significativo do mesmo item. Esses
componentes podem ser agrupados no cálculo da despesa de depreciação.
46. Conforme a entidade deprecia separadamente alguns componentes de um item do ativo imobilizado, também
deprecia separadamente o remanescente do item. Esse remanescente consiste em componentes de um item que não
são individualmente significativos. Se a entidade possui expectativas diferentes para essas partes, técnicas de
aproximação podem ser necessárias para depreciar o remanescente de forma que represente fidedignamente o
padrão de consumo e/ou a vida útil desses componentes.
47. A entidade pode escolher depreciar separadamente os componentes de um item que não tenham custo
significativo em relação ao custo total do item.
48. A despesa de depreciação de cada período deve ser reconhecida no resultado a menos que seja incluída no valor
contábil de outro ativo.
49. A depreciação do período deve ser normalmente reconhecida no resultado. No entanto, por vezes os benefícios
econômicos futuros incorporados no ativo são absorvidos para a produção de outros ativos. Nesses casos, a
depreciação faz parte do custo de outro ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil. Por exemplo, a
depreciação de máquinas e equipamentos de produção é incluída nos custos de produção de estoque (ver o
Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques). De forma semelhante, a depreciação de ativos imobilizados usados
para atividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um ativo intangível reconhecido de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível.
Visando ampliar o entendimento sobre o tema abordado no presente item, inserem-se aqui alguns esclarecimentos,
aliando a teoria temática com a prática, por meio de um exemplo.
A mensuração da depreciação deve levar em consideração preliminar as variáveis relacionadas com o cálculo da
depreciação. Dentre essas, destacam-se:
Com base nas informações, o valor da depreciação do ano será de R$ 10.000,00, assim calculado: R$ 150.000,00 –
R$ 90.000,00 = R$ 60.000,00 (valor depreciável)/6 anos.
Utilizando os mesmos dados do exemplo e adotando o método de depreciação denominado “benefício gerado”, e
acrescentando outros elementos, quais sejam:
Conceitos básicos
O que é a consolidação? Na tentativa de elaborar uma resposta didática e voltada aos feitos contábeis, poderíamos
utilizar a figura da medicina, quando trata de “consolidar”. Para essa ciência, consolidar significa “fazer aderir as partes
de osso fraturado”. Transportando essa figura para o ramo da ciência contábil, consolidar um demonstrativo é unir
diversas partes que, embora fisicamente separadas, são integrantes de um mesmo “corpo”.
A consolidação das demonstrações contábeis é o resultado da somatória das demonstrações de várias empresas
pertencentes a um mesmo grupo, excluídos os saldos e os resultados de operações entre essas empresas.
O objetivo da consolidação é refletir o resultado das operações e a verdadeira situação econômica, patrimonial e
financeira de todo o grupo de empresas, como se fosse uma única empresa a apresentar o resultado das operações.
Analisemos o seguinte exemplo: A empresa “A” participa do capital social das empresas “B” e “C”, com as quais
também mantém operações comerciais. Isoladamente, são três empresas distintas, com personalidades jurídica e contábil
próprias. Entretanto, formam o Grupo “ABC” e, para que se tenha uma visualização concreta da situação desse grupo,
torna-se necessário apresentar os demonstrativos de forma consolidada. Assim sendo, temos:
Empresa “A” participando de “B” e “C” compra e vende para essas empresas seus produtos.
Numa equação, teremos: balanços de “A” + “B” + “C” (–) resultados de operações entre as empresas “A”, “B”, “C”
= resultado consolidado “ABC”.
O que está representado no exemplo citado é o fato de que, na consolidação dos demonstrativos contábeis, o chamado
“demonstrativo consolidado” apresenta somente dados que retratam a relação do “grupo” para com “terceiros”,
expurgando as operações intercompanhias, ou seja, se a empresa “A” tem a receber de “B”, logicamente no balanço de
“B” estará demonstrado o passivo. Sendo ambas as empresas do mesmo grupo, quando “B” liquidar a dívida com “A”,
para o “grupo AB” não houve uma “melhora patrimonial”, pois, no exemplo, o dinheiro saiu de “B” e foi para “A”,
permanecendo a mesma situação anterior para o “grupo AB”. Assim, essas movimentações entre empresas do mesmo
grupo não representam aumento ou diminuição da riqueza patrimonial e, por isso, são “eliminadas” quando da
elaboração do demonstrativo consolidado.
Quanto à sistemática de eliminação das relações comerciais intercompanhias, a Contabilidade não registra
formalmente tais movimentações, não havendo nada que impeça que se promova um controle extracontábil, inclusive
com lançamentos que demonstrem com maior clareza tais eliminações, como veremos nos exemplos tratados no presente
trabalho.
Sobre a determinação legal dessas eliminações, assim encontra-se expresso no Pronunciamento Técnico 36 (R1) do
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), estabelecendo procedimentos em correlação às normas internacionais de
contabilidade, nos termos do IAS-27:
“Na elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, a entidade controladora combina suas demonstrações
contábeis com as de suas controladas, linha a linha, ou seja, somando os saldos de itens de mesma natureza: ativos,
passivos, receitas e despesas. Para que as demonstrações contábeis consolidadas apresentem informações sobre o
grupo econômico como uma única entidade econômica, os seguintes procedimentos devem ser adotados:
(a) o valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora no patrimônio
líquido das controladas devem ser eliminados (ver o Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, o
qual descreve o tratamento do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) resultante);
(b) identificar a participação dos não controladores no resultado das controladas consolidadas para o período de
apresentação das demonstrações contábeis; e
(c) identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas consolidadas,
separadamente da parte pertencente à controladora.
A participação dos não controladores nos ativos líquidos é composta:
(i) do montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial, calculada em conformidade
com o Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios; e
(ii) da participação dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da
combinação.
Os saldos, transações, receitas e despesas intragrupo (entre as entidades do grupo econômico), devem ser
eliminados.
Os saldos de balanços e transações intragrupo, incluindo receitas, despesas e dividendos são eliminados. Os
resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como estoque ou ativo
imobilizado, devem ser eliminados. As perdas intragrupo podem indicar redução no valor recuperável dos ativos
correspondentes que precisa ser reconhecida nas demonstrações contábeis consolidadas. Os impostos e
contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de resultados não realizados nas transações
intragrupo devem ser reconhecidos no ativo ou passivo como tributos diferidos (Pronunciamento Técnico CPC 32 –
Tributos sobre o Lucro).”
Notas importantes
Exemplos práticos
Primeiro exemplo:
A empresa “A” tem a receber $ 100 da empresa “B”. Logo, do total de suas contas a pagar, a empresa “B” deve $ 100
para a empresa “A”. Assim sendo, devem-se eliminar as contas a receber de “A” contra as contas a pagar de “B”.
Dentro do exemplo acima, teremos:
Segundo exemplo:
Consideremos as seguintes operações entre empresas do mesmo grupo:
Obs.: nesse caso, o lucro foi realizado. Não se fará qualquer ajuste no balanço consolidado, conforme veremos
abaixo:
Relativamente ao primeiro exemplo (onde não ocorreu a figura do lucro a realizar – uma vez que todo o estoque foi
vendido para terceiros), a coluna do consolidado apresenta:
Quanto ao segundo exemplo (onde ocorreu a figura do lucro a realizar – uma vez que somente parte do estoque foi
vendido para terceiros), a coluna do consolidado apresenta:
Mediante a leitura do texto, ainda que singelo, assim como estão os exemplos apresentados, depreende-se que a
consolidação dos demonstrativos contábeis é de fundamental importância, sendo exigência da CVM (Instrução no 247, de
27 de março de 1996) para todas as Companhias Abertas.
O “retrato” que a consolidação pretende fornecer é espelhar as informações contábeis de certo grupo de empresas,
cujas ações do capital social pertençam no todo ou em parte a uma controladora (direta e/ou indiretamente), e que
negociem entre si, como se todas elas fossem uma “única empresa”, como já mencionado no presente trabalho,
excluindo-se as operações comerciais intercompanhias, permanecendo somente as relações das mesmas para com
terceiros.
Evidentemente, temos na vida profissional prática situações mais complexas. Por exemplo, no caso de operação
intercompanhia (compra/venda) de bem do Ativo Imobilizado em que haja lucro na venda. Numa situação dessas, o lucro
na empresa vendedora deverá ser eliminado, bem como todos os efeitos provocados por esse lucro na empresa
adquirente, tais como: valor incorporado ao Imobilizado, eventual reavaliação, o efeito da depreciação dessa parcela de
lucro e sua inclusão como custo ou despesa.
Para um exame mais acurado do tema, o interessado deve pesquisar a Instrução 247/96 da CVM, que contém as
informações necessárias, em sua amplitude contábil e posturas fisco-tributárias.
Informação preliminar:
ATIVO
Eliminação de
Empresa Empresa Saldos
CONTAS Consolidação
“X” “B” Consolidados
Débito Crédito
Disponível 75.000 30.000 6.000 99.000
Contas a Receber de
180.000 40.000 8.000 212.000
Terceiros
Contas a Receber de “A” 10.000 8.000 2.000
Contas a Receber de “B” 15.000 12.000 3.000
Estoques Adq. de
124.000 40.000 8.000 156.000
Terceiros
64.000 +
Investimentos em “B” 72.000 8.000
16.000
Ativo Permanente 759.000 111.800 22.360 848.440
TOTAL DO ATIVO 1.225.000 231.800 1.320.440
PASSIVO
Contas a pagar – terceiros 246.860 106.600 21.320 332.140
Contas a pagar p/ “A” 15.000 12.000 3.000
Contas a pagar p/ “B” 10.000 8.000 2.000
Impostos a pagar 55.140 20.200 4.040 71.300
Capital Social 600.000 80.000 64.000 616.000
Reservas de Capital 205.340 20.000 16.000 209.340
Lucros Acumulados 107.660 (10.000) 8.000 105.660
TOTAL DO PASSIVO 1.225.000 231.800 1.320.440
O Código Comercial, em seus arts. 335 a 353, apresenta o procedimento de dissolução, liquidação e extinção das
sociedades de pessoas, enquanto a Lei 6.404/76, com as modificações implementadas pela Lei 9.457/97, regulamentou o
processo dissolutório das sociedades por ações. Posteriormente, o novo Código Civil, Lei 10.406/02, em seus arts. 1.033
a 1.038, atualizou a legislação pertinente.
A dissolução de uma sociedade comercial comporta as seguintes fases:
a) Pleno direito:
– Expiração do prazo de duração da sociedade.
– Pelo falecimento de um dos sócios.
b) Judicial:
– Falência da sociedade.
– Vontade de um dos sócios, quando a sociedade é celebrada por tempo indeterminado.
– A impossibilidade da continuação, por não poder preencher o seu fim social.
– A incapacidade de algum(ns) dos sócios, julgada por sentença.
– O abuso, prevaricação, violação ou falta de cumprimento das obrigações sociais, ou fuga de algum dos sócios.
c) Consensual:
– Por acordo de todos os sócios, com o propósito de extinguir a sociedade (no caso das limitadas).
Judicial:
› Ocorre quando existe a propositura de ação por quaisquer acionistas pretendendo a anulação da constituição da
sociedade. Na hipótese de, comprovada, não estar a sociedade cumprindo o seu fim, devendo o acionista possuir
uma representação societária de, no mínimo, 5% para poder propor a ação.
› Quando ocorrer a falência, nos termos da legislação falimentar.
De acordo com o art. 237 do RIR/99, a PJ será tributada até findar-se sua liquidação, ou seja, embora interrompida a
normalidade da vida empresarial pela paralisação de suas atividades-fins. Deve o liquidante manter a escrituração de suas
operações, levantar balanços periódicos, apresentar as declarações, pagar os tributos exigidos e cumprir todas as demais
obrigações previstas na legislação tributária.
Em todos os atos ou operações necessárias à liquidação, o liquidante deverá usar a denominação social, seguida da
expressão “em liquidação”, conforme disposto no art. 212 da Lei 6.404/76.
Durante o período de liquidação, a administração da pessoa jurídica compete, exclusivamente, ao liquidante e este
terá as mesmas responsabilidades do administrador. Os deveres e responsabilidades dos administradores, conselheiros
fiscais e acionistas (dirigente, sócios ou titular) subsistirão até a extinção da PJ, conforme art. 217 da Lei 6.404/76.
A sociedade, inicialmente, entra em dissolução, passa pelo processo de liquidação e finaliza com sua extinção.
A dissolução é o ato de formalizar o encerramento da pessoa jurídica.
A liquidação é o ato de realizar os ativos, pagar os passivos e destinar o saldo restante, se houver, para reembolso aos
sócios. A liquidação antecede a extinção da sociedade.
A extinção é o ato de conclusão do término da existência da sociedade, por meio da baixa dos respectivos registros,
inscrições e matrículas nos órgãos competentes.
Na hipótese de a sociedade divulgar publicamente demonstrações contábeis no período da liquidação, devem ser
observados, principalmente, os seguintes pontos:
› Os ativos e passivos devem ser classificados no circulante, já que existe intenção de realização de bens e direitos
e de liquidação das dívidas em curto prazo.
› Devem ser constituídas todas as provisões necessárias, fundamentalmente as relacionadas com indenizações nas
demissões de empregados.
› Nota explicativa deve ser incluída nas demonstrações contábeis, sobre a expectativa do montante de lucro ou
prejuízo na realização dos ativos e na liquidação dos passivos. É recomendável que os ganhos somente sejam
contabilizados quando efetivamente realizados.
Os sócios da “Descobrimento S/A” resolveram, em 1o/12/2012, dissolver a sociedade, cujo Balanço Patrimonial em
30/11/2012 apresentava a seguinte situação:
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
– Sócio Cristóvão Colombo: 20% das ações ordinárias e 50% das ações preferenciais.
– Sócio Pero Vaz Caminha: 30% das ações ordinárias e 30% das ações preferenciais.
– Sócio Pedro Álvares Cabral: 50% das ações ordinárias e 20% das ações preferenciais.
02/12 – Todo o estoque foi vendido (a vista) com um acréscimo de 40% sobre seu valor.
06/12 – Pagamento dos salários, com recursos existentes no Caixa.
07/12 – Pagamento dos fornecedores e das guias de PIS, COFINS, FGTS e INSS, com cheque. Não houve qualquer
desconto por parte dos fornecedores.
10/12 – Venda a vista das instalações por R$ 180.000,00 e dos móveis e utensílios por R$ 145.000,00.
15/12 – Pagamento dos tributos gerados pela venda do dia 02.
PEDE-SE:
RESOLUÇÃO
02/12
D: Banco c/ Movimento
C: Venda de Mercadorias c/ Liquidação 56.168,00
D: CMV c/ Liquid.
C: Estoque de Mercadorias 40.120,00
06/12
D: Salários a pagar
C: Caixa 22.130,00
07/12
D: PIS a Recolher 960,00
D: COFINS a Recolher 3.090,00
D: FGTS a Recolher 2.790,00
D: INSS a Recolher 9.840,00
D: Fornecedores 32.150,00
10/12
D: Banco c/ Movimento 180.000,00
D: Deprec. Acum. Instalações 205.250,00
D: Desp. Não Oper. c/ Liquid. 25.250,00
C: Instalações 410.500,00
15/12
D: ICMS a Recolher 10.110,24
D: PIS a Recolher 365,09
D: COFINS a Recolher 1.685,04
C: Banco c/ Movimento 12.160,37
DRE EM 15/12/2012
Venda de Mercadorias c/ Liquidação 56.168,00
ATIVO PASSIVO
Banco c/ Movimento 355.677,63 Capital Social 800.000,00
Prej. Acum. (444.322,37)
TOTAIS 355.677,63 355.677,63
ATIVO PASSIVO
Após a sequência de demonstrações e lançamentos, a contabilidade procedeu ao ordenamento de registro dos fatos,
nada mais restando, sob o ponto de vista contábil, a se realizar. Seguem-se, assim, as atividades relativas à extinção da
sociedade junto aos órgãos públicos (procedimentos de baixas e congêneres), conforme mencionado no subitem 1.15.5
supra.
• QUESTÃO 01 – 2016/2
Temática: impairment – teste de recuperabilidade
Uma Sociedade Empresária, no seu Balanço Patrimonial em 1o.1.2015, possui dois terrenos, “A” e “B”, no valor contábil
de R$ 38.400,00 e R$ 64.000,00, respectivamente. Em 31.12.2015, diante de um indicativo de perda, realizou testes de
recuperabilidade que lhe proporcionaram as seguintes conclusões:
› se o terreno “A” fosse vendido, obter-se-ia um valor líquido das despesas de venda de R$ 48.000,00 e, pelo uso,
poderia gerar benefícios econômicos no valor de R$ 32.000,00;
› se o terreno “B” fosse vendido, obter-se-ia um valor líquido das despesas de venda de R$ 57.600,00 e, pelo uso,
poderia gerar benefícios econômicos no valor de R$ 51.200,00.
O Ativo Imobilizado dessa Sociedade Empresária é composto apenas por essas duas Unidades Geradoras de Caixa.
Considerando-se os dados apresentados e a NBC TG 01 (R3) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE
ATIVOS, o Valor Contábil do Ativo Imobilizado a ser apresentado no Balanço Patrimonial em 31.12.2015 é de:
a. R$ 83.200,00.
b. R$ 96.000,00.
c. R$ 102.400,00.
d. R$ 105.600,00.
DESCOMPLICANDO A RESOLUÇÃO
› o valor líquido de realização (que é o preço de venda, deduzido do custo para se realizar tal venda); e
› o valor em uso (que é o valor presente dos benefícios econômicos futuros que poderão ser gerados pelo ativo
durante sua vida útil remanescente).
Dessa maneira, utilizando os dados do enunciado, as análises pontuais em cada uma das alternativas esclarecem
como se chegar a resposta correta, bem como apontam como se chegou a valores nas alternativas incorretas, cujos
resultados foram frutos dos equívocos cometidos (propositadamente no caso do enunciado).
Portanto, conforme explicado na análise do enunciado acima, o MAIOR VALOR (entre o valor líquido de realização
e o valor em uso) é de R$ 48.000,00. Assim, este será o valor a ser comparado com o valor contábil.
Dessa maneira, não haverá valor a ser registrado como redução ao valor recuperável de ativos (para o terreno
“A”). Ou seja, no balanço patrimonial esse terreno não está superavaliado. PERCEBA QUE O VALOR
RECUPERÁVEL É SUPERIOR AO VALOR CONTÁBIL E, POR ISSO, O BALANÇO NÃO SERÁ
“ATUALIZADO”, por não se configurar perda.
Agora, analisando o terreno “B”:
Assim, o MAIOR VALOR a ser considerado é de R$ 57.600,00. Nesse caso, configura-se uma perda, pois o valor
contábil é maior que o valor recuperável. Ou seja, o terreno “B” (no balanço) está superavaliado.
Em síntese, os registros contábeis apresentarão os seguintes valores (dos terrenos) no balanço:
Uma Sociedade Empresária apresentou os seguintes dados extraídos da contabilidade referente ao ano de 2015:
A variação de Contas a Receber deveu-se única e exclusivamente a recebimentos de vendas de mercadorias efetuadas no
período.
Com base nos dados apresentados, o caixa gerado nas atividades operacionais foi de:
a. R$ 10.000,00.
b. R$ 25.000,00.
c. R$ 40.000,00.
d. R$ 115.000,00.
DESCOMPLICANDO A RESOLUÇÃO
1. Considerou R$ 60.000,00 a variação das contas a receber e isso, como destacado na explicação da alternativa “A”
anterior, não representa valor recebido dos clientes, mas, sim, valor a receber;
2. O outro erro foi considerar a compra a vista de imobilizado como valor de caixa consumido pela atividade
operacional, quando, na verdade, a aquisição a vista de imobilizado faz parte da ATIVIDADE DE
INVESTIMENTO.
Isso posto, pode-se afirmar que a resposta da alternativa “B” está errada.