Avaliação de Imóveis

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O Corretor de Imóveis avaliador

nos processos judiciais


ASPECTOS LEGAIS

▪ As atribuições legais dos engenheiros Lei 5.194/66


▪ Avaliações sem exclusividade
▪ Decisões judiciais - jurisprudência
Norma ABNT NBR 14653-1

Avaliação de bens: Análise técnica, realizada por


engenheiro de avaliações, para identificar o valor de
um bem, de seus custos, frutos e direitos, assim
como determinar indicadores de viabilidade de sua
utilização econômica, para uma determinada
finalidade, situação e data.
Norma ABNT NBR 14653-1

Laudo de Avaliação: Relatório técnico elaborado


por engenheiro de avaliações em conformidade
com esta parte da NBR 14653, para avaliar o bem.
ASPECTOS LEGAIS

O Código de Defesa do Consumidor


Lei nº 8.078/1990
Art. 39, VIII
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,
dentre outras práticas abusivas:
I - ............; II - ...........; .....
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO;
Lei 6.530/78:

Art. 3º. :
Compete ao Corretor de Imóveis exercer a
intermediação na compra, venda, permuta e
locação de imóveis, podendo, ainda, opinar
quanto à comercialização imobiliária.
Norma ABNT NBR 14653-1

Parecer Técnico: Relatório circunstanciado ou


esclarecimento técnico emitido por um
profissional capacitado e legalmente habilitado
sobre assunto de sua especialidade.
A opinião abalizada e fundamentada apresentada
em forma de relatório circunstanciado,
elaborado por profissional capacitado e
legalmente habilitado, corresponde à definição de
PARECER TÉCNICO da Norma NBR 14.653.
Logo, o Corretor de Imóveis tem competência
legal para emitir opinião sobre
comercialização imobiliária, ou seja, emitir
Parecer Técnico sobre mercado imobiliário.
PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA - PTAM

Esta é a denominação do documento avaliatório de


imóvel emitido legalmente pelo Corretor de Imóveis
inscrito no CRECI.

▪ Resolução-COFECI nº 1066/2007
Insatisfeitos, os engenheiros ajuizaram ação contra o
COFECI na Justiça Federal no DF, com o objetivo de
obter a anulação de nossa Resolução. Perderam.

Inconformados, recorreram ao TRF 1 e, novamente,


perderam.
Destacam-se, no Acórdão da 7ª Turma do TRF 1, os
seguintes trechos:

“A Resolução impugnada não se desvia das


finalidades, bem assim das determinações contidas
na Lei nº 6.530/78, uma vez que “opinar quanto à
comercialização imobiliária” inclui a elaboração de
Parecer de Avaliação Mercadológica descrito nos
termos do Art. 3º da Resolução-COFECI...”
“As atividades elencadas no art. 3º da Resolução -
COFECI, para elaboração do Parecer de Avaliação
Mercadológica, não necessitam de formação
específica na área de engenharia, arquitetura ou
agronomia, porque tais atividades estão
relacionadas com a respectiva área de atuação e
de conhecimento do corretor de imóveis.”
Reunião na ABNT em 31/01/2019
Postagem no Facebook da ABNT
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS
Nos processos judiciais, provar os fatos e alegações é
fundamental às pretensões das partes.
O Código de Processo Civil (CPC) estabelece quais
provas são, em Direito, admissíveis (documental,
testemunhal, confissão, etc).
Interessa-nos a Prova Pericial (Art. 464 a 480, CPC).
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS

Diz o Art. 464, CPC:

Art. 464. A prova pericial consiste em exame,


vistoria ou avaliação.
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS
Em diversas ações judiciais é necessário o conhecimento
do valor de mercado de imóveis:

❖ Desapropriações ❖ Revisionais de locação


❖ Inventário ❖ Indenizatórias
❖ Partilha ❖ Dissolução e liquidação de
❖ Renovatórias sociedades, etc.
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS
▪ Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da
perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
▪ § 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da
intimação do despacho de nomeação do perito:
▪ I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
▪ II - indicar assistente técnico;
▪ III - apresentar quesitos.
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS

▪ § 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco)


dias:
▪ I - proposta de honorários;
▪ II - currículo, com comprovação de especialização;
▪ III - contatos profissionais, em especial o endereço
eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações
pessoais.
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS

▪ § 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários


para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco)
dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as
partes para os fins do art. 95.
▪ § 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta
por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no
início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago
apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados
todos os esclarecimentos necessários.
O PTAM NOS PROCESSOS JUDICIAIS

▪ § 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz


poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o
trabalho.
▪ § 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á
proceder à nomeação de perito e à indicação de assistentes
técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
Em qualquer das ações, o cliente poderá solicitar o
PTAM para instruir petição como requerente
(autor) ou requerido (réu).
No caso, entretanto, de nomeação pelo juiz, como perito
judicial, há que se observar o que determina o Art. 156
do Código de Processo Civil:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato
depender de conhecimento técnico ou científico.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente


habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos
em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem
realizar consulta pública, por meio de divulgação na
rede mundial de computadores ou em jornais de grande
circulação, além de consulta direta a universidades, a
conselhos de classe, ao Ministério Público, à
Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do
Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos
técnicos interessados.

§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações


periódicas para manutenção do cadastro, considerando
a formação profissional, a atualização do conhecimento
e a experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de
suspeição, nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou
científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz
os nomes e os dados de qualificação dos profissionais
que participarão da atividade.

§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro


disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre
escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão
técnico ou científico comprovadamente detentor do
conhecimento necessário à realização da perícia.
▪ Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo
que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência,
podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

▪ § 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze)


dias, contado da intimação, da suspeição ou do
impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao
direito a alegá-la.
▪ § 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na
secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos
para habilitação à consulta de interessados, para que a
nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas
a capacidade técnica e a área de conhecimento.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e
ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2
(dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais
sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que
entender cabíveis.
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe
foi cometido, independentemente de termo de compromisso.
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não
estão sujeitos a impedimento ou suspeição.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o
acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que
realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
Em caso de impedimento ou suspeição do perito nomeado,
sua substituição deverá ser efetivada pelo juiz. A manutenção
de um perito suspeito ou impedido poderá ensejar uma
impugnação pela parte que se julgar prejudicada.

Já os assistentes técnicos não estão sujeitos às


impugnações por serem de confiança das partes.
Ao ser nomeado pelo Juiz para exercer o munus de
perito do juízo, o corretor de imóveis deverá:

1. Fazer carga do processo;


2. Estudá-lo e verificar o objetivo de seu trabalho;
3. Elaborar proposta de honorários;
4. Defende-la, em caso de impugnação;
5. Levantar a parcela de honorários depositada;
6. Dar início aos trabalhos na data fixada nos
autos;
7. Dar ciência aos assistentes técnicos do
andamento dos trabalhos;
8. Entregar o Laudo dentro do prazo determinado;

9. Requerer o levantamento do saldo de honorários;

10. Permanecer à disposição do Juízo para eventual


necessidade de comparecer em audiência.
LUIZ FERNANDO PINTO BARCELLOS

(65) 99319-0009

[email protected]

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