Resumo Dentistica I

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Resumo: Roberta Guimarães Camargo

NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES:


→ A nomenclatura é dividida em:
• Classe: molares, pré-molares, caninos e incisivos
• Tipo: IC ou IL; 1° PM ou 2° PM; 1° ou 2° ou 3° M
• Conjunto: permanentes ou decíduos
• Arcada: superior ou inferior
• Posição: direito ou esquerdo

→ Superfícies

Face Vestibular:
1. S. cervico-mesial ou mésio-cervical
2. S. cervino-medial ou médio-cervical
3. S. cervico-distal ou disto-cervical
1 2 3 4. S. médio-mesial ou mésio-medial
5. S. médio-medial ou médio-medial
6. S. médio-distal ou disto-medial
7. S. inciso-mesial ou mésio-incisal
4 5 6 8. S. inciso-medial ou médio-incisal
9. S. inciso-distal ou disto-incisal

7 8 9

Face Oclusal:
1. S. vestibulo-mesial ou mésio-vestibular
2. S. vestibulo-medial ou médio-vestibular
1 2 3 3. S. vestibulo-distal ou disto-vestibular
4. S. médio-mesial ou mésio-medial
5. S. médio-medial ou médio-medial
6. S. médio-distal ou disto-medial
4 5 6 7. S. palato-mesial ou mésio-palatal
8. S. palato-medial ou médio-palatal
7 8 9 9. S. palato-distal ou disto-palatal
→ Face oclusal

Mesa oclusal (região entre as pontes de cúspide)

Sulcos secundários

Fossas

Sulcos principais

Pontas de cúspides

Mesa oclusal

Cristas marginais

Vertentes triturantes

Vertentes lisas

→ Cavidade
• Lesão ou condição do dente, causada pela destruição de tecido ósseo

→ Tipos de cavidade
• Cavidade patológica: é uma cavidade com forma e dimensões irregulares causada pela
destruição dos tecidos duros do dente
• Cavidade terapêutica: é a cavidade com forma geométrica e dimensões definidas,
resultado de um processo cirúrgico que visa remover o tecido cariado (preparo cavitário)

→ Objetivos do preparo cavitário


• Remover tecidos cariados
• Obter formas precisas
• Impedir fratura do dente e do material restaurador
→ Classificação das cavidades
1. Quanto a finalidade:
• Terapêutica: cavidade resultante de total remoção de cárie em condições de receber
material restaurador direto (Ex: restauração de amálgama)
• Protéica: cavidade com ou sem lesão de cárie, cujo objetivo é servir de suporte de uma
peça protética
2. De acordo com o número de faces em que ocorre:
• Simples: quando atinge uma só face do dente
• Composta: quando atinge duas faces do dente
• Complexa: quando atinge três ou mais faces do dente
3. De acordo com as faces envolvidas:
• Cavidade oclusal (O)
• Cavidade mésio-oclusal (MO)
• Cavidade disto-oclusal (DO)
• Cavidade mésio-ocluso-distal (MOD)
• Cavidade médio-ocluso-lingual (MOL)
4. De acordo com a extensão:
• Inlay: não pega cúspides
• Olay: pega cúspides
• Overlay: pega todas as cúspides

→ Partes constituintes das cavidades


• Paredes: são os limites internos das cavidades
- Circundantes: são as paredes laterais da cavidade e recebem o nome da face do dente
a que correspondem ou estão mais próximos

Classe I: Classe II: Classe III:

- De fundo: são as paredes correspondentes ao soalhos da cavidade


Pulpar: parede que apresenta-se perpendicular ao longo eixo dos dentes
Axial: parede que apresenta-se paralela ao longo eixo dos dentes

• Ângulos: é a linha ou ponto resultante da união de duas ou mais paredes


- Ângulos diedros: são formados pela união de duas paredes de uma cavidade,
denominados pela combinação dos seus respectivos nomes, podem ser do 1°, 2° ou 3°
grupo
1° grupo: é o ângulo formado pela união de duas paredes circundantes (Ex: V, L, M, D e
C)

2° grupo: é o ângulo formado pela união de uma parede circundante com uma parede de
fundo (Ex: V, L, M, D e C com axial ou pulpar)

3° grupo: é o ângulo formado pela união das paredes de fundo da cavidade (Ex: axial e
pulpar)
- Ângulos triedros: são formados pelo encontro de três paredes e denominados pela combinação
de seus respectivos nomes
OBSERVAÇÃO: existe uma exceção às regras encontradas nas cavidades de classe III, nas
quais a junção das paredes constituintes forma ângulos diedros e triedros incisais

- Ângulo cavo-superficial: é o ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a
superfície externa do dente
OBSERVAÇÃO: o ângulo cavo-biselado possui uma ‘’rampinha’'

→ Classificação das cavidades propostas por G.V Black


• Classificação etiológica: baseada nas áreas do dente que apresentam suscetibilidade à
cárie, ou seja, regiões de difícil higienização, divididas conforme a localização
anatômica
- Cavidades em cicatrículas e fissuras: suscetibilidade à cárie
- Cavidades em superfície lisa: imunidade relativa à cárie

→ Classificação artificial
• Classe I: cavidades em regiões de má coalescência do esmalte (cicatrículas e fissuras)
na face oclusal de pré-molares e molares; 2/3 oclusais da face vestibular dos molares
inferiores; 2/3 oclusais da face palatina dos molares superiores e palatina dos incisivos
e caninos superiores
• Classe II: cavidades nas faces proximais dos pré-molares e molares
• Classe III: cavidades nas faces proximais dos dentes anteriores (IC, IL, C) sem
comprometimento do ângulo incisal
• Classe IV: cavidades nas faces proximais dos dentes anteriores (IC, IL, C) com remoção
e restauração do ângulo incisal
• Classe V: cavidades no terço gengival ou cervical das faces vestibulares e linguais de
todos os dentes
• Classe VI: bordas incisais e nas pontas de cúspides
• Classe I de Sockwell: cavidades em cicatrículas e fissuras incipientes (em ponto) na
face V de dentes anteriores
PRÍNCIPIOS GERAIS DO PREPARO CAVITÁRIO:
→ Preparo cavitário
• É o tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos duros dentais de
forma que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que as
proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie

→ Ordem geral de procedimentos do preparo cavitário


1. Forma de contorno
• Determinar a área da superfície dentária a ser envolvida no preparo cavitário
• Antigamente: acreditava-se que a forma de contorno deveria englobar todo o tecido
cariado e as áreas susceptíveis à cárie da superfície do dente a ser restaurada (fóssulas
e fissuras) - ‘’extensão preventiva’’
• Filosofia atual: a forma de contorno restringe-se à extensão da lesão de cárie,
preservando ao máximo a estrutura dental sadia
• O que considerar:
- Preservação das estruturas de reforço, como: cúspides, cristas marginais, pontes de
esmalte, vertentes
- Extensão da lesão de cárie, preparo que permite total visualização e acesso à lesão e
confecção da restauração
2. Forma de resistência
• Configuração dada à cavidade para que as estruturas dentárias remanescentes e a
restauração possam resistir às forças mastigatórias
• Só é valido para materiais restauradores que não são adesivos (Ex: amálgama precisa
de uma espessura de 1,5mm de material na restauração, se não corre o risco de
fratura)
• Esmalte socovado: esmalte sem o suporte da dentina, mais fácil de ocorrer a fratura. A
dentina pode ser substituída por um material com características semelhantes (CIV ou
material adesivo)
OBSERVAÇÃO: caso aquela cavidade for restaurada com material que possui
propriedades diferentes, o esmalte socavado deve ser retirado e só deixar o esmalte
apoiado em dentina (amálgama)
• Características:
- Paredes pulpar e gengival devem ser planas e paralelas entre sí, e perpendiculares ao
longo eixo do dente, para fornecer uma melhor distribuição de forças
- Ângulo áxio-pulpar devem ser arredondados para uma melhor distribuição de forças e
evitar fraturas
- Os ângulos internos arredondados pelo mesmo motivo
- O ângulo cavo-superficial deve ser agudo, vivo (margens do dente), para que o material
preencha toda a cavidade e evite fraturas
- Anatomia rasa X anatomia profunda: riqueza de detalhes anatômicos deve ser
pensada, porque as vezes a espessura do material é baixa e pode ocorrer fratura
3. Forma de retenção
• Forma dada a cavidade para torna-la capaz de reter a restauração, impedindo o seu
deslocamento
• Quando a profundidade de uma cavidade for igual ou maior que a sua abertura V-L, ela
é considerada uma cavidade autorretentiva
OBSERVAÇÃO: Se não for um sistema adesivo, deve-se usar métodos para criar uma retenção
mecânica
• Retenção mecânica:
- Convergência para oclusal das paredes V e L, ou seja, deixar a entrada da cavidade mais
estreita que o fundo
- Criação de canaletas, sulcos ou orifícios dentro do preparo cavitário para criar retenção
- Pinos intrarradiculares em dentes tratados endodônticamente para reforçar a estrutura
fragilizada
4. Forma de conveniência
• Manobras que visam possibilitar a instrumentação adequada da cavidade e a inserção do
material restaurador. São elas:
- Afastamento dental pode ser feito com borrachas orotodônticas mediatas (24h a 72h) ou com
cunhas imediatamente (acesso por faces proximais)
- Isolamento do campo operatório, tanto absoluto como relativo
- Proteção do dente vizinho durante o preparo cavitário proximal com fita matriz metálica
(proteção da face proximal dos dentes vizinhos)
- Intervenção periodontal, ou seja, muitas vezes é necessário uma cirurgia periodontal para
depois realizar a restauração
5. Remoção da dentina cariada
• Dentina cariada é dividida em três zonas: superficial, intermediária e profunda. As zonas
superficial e intermediária são compostas por dentina infectada e irreversivelmente
desorganizada, já a zona profunda é composta por dentina reversivelmente desorganizada e
possível de remineralização dependendo do estímulo correto
• Remoção da dentina cariada
- Utilização de corantes (fucsina musica a 0,5%), a dentina que fica corada deve ser removida,
no entanto essa técnica não é 100% segura, pois a dentina corada é passível de ser
remineralizada
- Remoção químico-mecânica da dentina cariada se baseia na utilização de géis que possuem
enzimas que degradam o colágeno contaminado e,também, são bactericidas e bacteriostáticos.
O gel age com as fibras colágenas e depois o resíduo é retirado com curetas
DICA: limpar bem as paredes circundantes da dentina, depois curetar de acordo com a dureza,
quando a camada de dentina não estiver tão amolecida tratar com hidróxido de cálcio e
acompanhar (tratamento expectante)
6. Acabamento das paredes do esmalte
• Consiste na remoção dos prismas de esmalte sem suporte dentinário ou reforço destas paredes
com um material adesivo, alisamento das paredes de esmalte da cavidade e preparo adequado
do ângulo cavo-superficial
• No geral, é feito com instrumentos cortantes manuais (recortadores de margem gengival)
• Objetivos
- Melhorar a adaptação do material restaurador às paredes cavitárias
- Melhorar o velamento marginal
- Diminuir a infiltração marginal
7. Limpeza da cavidade
• Remoção de partículas remanescentes do preparo cavitário, permitindo a colocação do material
restaurador em uma cavidade complemente limpa
• Smear layer: camada residual formada pela ação mecânica de corte ou abrasão, constituída
principalmente por raspas de esmalte e dentina, saliva, sangue e óleo lubrificante de
equipamentos
OBSERVAÇÃO: o ácido fosfórico é o unico agente cavitário que remove completamente o smear
layer
• Agentes de limpeza cavitária
- Germicidas (clorexidina a 2%)
- Alcalinizastes ou estimulante (produtos a base de Ca(OH)2 - para cavidades profundas)
- Alcalinizastes e limpeza cavitária (água de cal)
- Ácidos (ácido fosfórico 37% ou ácido poliacrílico 25%)
OBSERVAÇÃO: o ácido poliacrílico tem uma relação com o semear layer mas não o remove
completamente
ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO:
→ Conceito de isolamento absoluto
• Etapa do procedimento restaurador responsável pela obtenção e manutenção de um
campo de trabalho limpo, seco e com adequado acesso
OBSERVAÇÃO: no dia-a-dia o nosso campo de trabalho é contaminado, úmido e com
difícil acesso

→ Tipos
• Isolamento absoluto
• Isolamento relativo

→ Indicações
• Remoção de tecido cariado
• Remoção de restaurações
OBSERVAÇÃO: na restauração de amalgama é obrigatório pela toxicidade, nas outras
restaurações é opcional
• Procedimentos adesivos
• Situações clínicas que necessitam de afastamento gengival
• Pacientes com necessidades especiais/dificuldades motoras

→ Contra indicações
• Pacientes com asma ou dificuldades respiratórias
• Dentes com erupção incompleta
• Pacientes que apresentam alergia ao látex

→ Vantagens
• Proteção para o paciente e o profissional (Paciente: evita o engasgo com peças
pequenas e a contaminação com materiais tóxicos/ Profissionais: diminui o risco de
infecção)
• Condições assépticas de trabalho
• Controle da infecção
• Melhor acesso e visibilidade
• Retração e proteção dos tecidos moles
• Condições adequadas para inserção dos materiais

→ Instrumentais e materiais utilizados


• Lenços ou dique de borracha
• Arco de Young metálico/plástico
• Perfurador de lençol de borracha
1° furo Incisivos inferiores

2° furo Incisivos superiores

3° furo Caninos e pré-molares

4° furo Molares

5° furo Dentes com grampo

• Grampos
- Função: estabilizar o lençol, assim, o grampo sempre fica na ponta extrema do temi-arco
- O grampo é colocado no dente distal ao dente que será restaurado
Grupos Indicações

200 a 205 Molares

206 a 209 Pré-molares

210 a 212 (212M, 212R, 212L) Dentes anteriores; 212 é utilizado para retração
gengival

0 e 00. Pré-molares pequenos

8A, 14 e W8A Molares parcialmente erupcionados e atípicos

12A e 13A 3° molares e dentes em erupção

14A Molares grandes parcialmente erupcionados

2,6E+29 Molares com pouca retenção

• Pinça porta grampos


• Fio dental
• Sugadores de saliva
• Godiva de baixa fusão e lamparina
• Gel hidrossolúvel a base de água (KY)

→ Sequência operatória
1. Preparo da cavidade bucal
• Passar fio dental para checar contatos proximais
• Profilaxia, se necessário
2. Seleção e prova do grampo
• Amarrar o fio dental no arco do grampo para evitar deglutição indevida
• Boa adaptação do grampo - garra no terço cervical sem sangrar ou machucar a gengiva
3. Preparo do lençol de borracha
• Dividir o lençol em quadrante para que a borracha fique bem distribuída (5cm para arco
superiores; 4 cm para arco inferior e 3 cm para o lado direito e esquerdo)
4. Marcação dos orifícios no lençol
• Seguir as regras para perfuração do lençol
Dentes posteriores: no minimo um dente para distal daquele que será restaurado até o
canino do hemiarco oposto
Dentes anteriores: isola-se de PM à PM ou de C à C
5. Perfuração do lençol
6. Lubrificação do lençol
7. Adaptação do grampo/lençol
Técnica 1: conjunto grampo/arco/lençol
• Deve-se usar grampos com asas
• Sempre ir adaptando o lençol dos dentes mais distais para mesial
Técnica 2: grampo + lençol/arco
• Deve-se usar grampos sem asa
• Posiciona-se o grampo no dente, depois estica o orifício do lençol e adapta no dente do
grampo
Técnica 3: lençol/arco + grampo
• Adaptação do lençol de borracha (não utilizar materiais pontiagudos)
• Colocação do grampo (grampo com ou sem asa)
8. Colocação das amarrias
• Utilizadas quando não há estabilidade do lençol na região cervical dos dentes isolados
• Formas alternativas: stop de borracha, borracha de aparelhos ortodônticos
→ Situações específicas
• Retração gengival: utiliza-se o grampo 212
• Estabilização de grampos com godiva

→ Conceito de isolamento relativo


• Utilizado em procedimentos de curta duração, devendo-se ser restringido aos casos de
impossibilidade do uso de isolamento absoluto

→ Instrumentais e materiais
• Sugadores de saliva
• Roletes de algodão e gaze
• Afastados e abridores bucais
• Fios retratores

→ Sequência operatória
• Colocação de algodões nas saídas das glândulas salivares
OBSERVAÇÃO: na remoção dos materiais de absorção, pode ser necessário umedece-
los para evitar a remoção acidental do epitélio dos lábios ou bochecha
• Isolamento gengival
• Barreira gengival
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR:
→ Esmalte e dentina
• O esmalte e a dentina se protegem mutualmente, ao mesmo tempo em que fornecem
proteção à polpa
• O esmalte é a camada externa porque tem função de proteção do complexo
dentinopulpar (dureza - composição inorgânica), a dentina é a camada intermediário
porque absorve impactos mecânicos (composição orgânica) e a polpa é a camada
interna porque é a parte vascularizada e inervada do dente
• Esmalte: estrutura altamente mineralizada, duro, pouco permeável, resistente ao
desgaste, bom isolamento térmico
• Dentina: é permeável, pouco resistente ao desgaste, resiliente
OBSERVAÇÃO: o CIV é o material que imita as características da dentina
• Polpa: forma a dentina, mantém a vitalidade pulpar, fornece nutrição, defesa e
sensibilidade (através dos canalículos dentinários)

→ O material ou o conjunto de materiais restauradores deverá ser capaz de:


• Manter vivo o órgão pulpar e de restabelecer a homeostasia do conjunto esmalte-
dentina-polpa
• Devolver a estética e a função com o mínimo de dano ao sistema dentina-polpa com o
intuito de manter a vitalidade pulpar, eliminar o processo infeccioso e/ou inflamatório e
em caso de exposição pulpar promover a cura pela formação de dentina reparadora
• Quanto menor a quantidade de remanescente dentinário entre a polpa e a cavidade,
maior deve ser a preocupação em relação aos procedimentos que visem à manutenção
da vitalidade pulpar
• Objetivo: consiste na aplicação de um ou mais materiais, tanto em tecido dentinário
quando sobre a polpa que sofreu exposição, a fim de manter sua vitalidade
• Sempre que houver exposição de tecido pulpar, o ideal é que seja restabelecido o
equilíbrio pulpar pela formação de uma nova dentina na área exposta
OBSERVAÇÃO: escolher um material que tenha características semelhantes a estrutura
a ser restaurada

→ Avaliando o remanescente dental


• Avaliar na radiografia: condição da polpa, quantidade de remanescente e qualidade do
remanescente

Condição pulpar pré-operatória:


• Dor espontânea ou de regressão lenta - dor que demora pra passar (anamnese)
• Lesões cariosas (avaliação clínica e radiográfica )
• Exposição pulpar (avaliação clínica) - sangue exposto
• Alterações periapicais - lesões no ápice radicular (radiografia)

Quantidade e qualidade do remanescente:


• Esmalte
- Formado por mineral (96%) organizado sob a forma de prismas e 4% de conteúdo
orgânico com pouca interação com o órgão pulpar
OBSERVAÇÃO: se a agressão da cárie atingiu apenas o esmalte, é mais fácil o
tratamento, porque a restauração protege completamente o complexo dentina-polpa se
bem feita. No entanto, se a agressão é maior e atinge a dentina, o problema é maior
porque a dentina tem uma intima relação com a polpa
• Dentina
- Intima relação com a polpa dental
- Dependendo da quantidade e qualidade da dentina entre o fundo da cavidade e a
polpa, o material restaurador pode influenciar na saúde pulpar
- Dentina superficial: próximo à junção amelodentinária, poucos túbulos dentinários,
menor permeabilidade, menor interação com a polpa
- Dentina profunda: mais próxima da polpa, aumento do calibre dos túbulos, aumento
da quantidade de túbulos dentinários, maior permeabilidade, maior interação com a
polpa
OBSERVAÇÃO: se jogar o jato de ar nessa região, pode colapsar as fibras colágenas e
causar muita dor depois do sistema adesivo
- Dentina esclerótica: tem conteúdo mineral aumentado, menor permeabilidade, pode
ocorrer devido à idade, trauma, defesa à lesão de cárie, preparos cavitários ou por
lesões cervicais não cariosas
• Polpa
- A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado, que
integra junto com a dentina o complexo dentinopulpar
- Através dos odontoblastos produz dentina
- Gera estímulos quando a dentina é agredida
- Forma dentina reparadora quando a polpa é agredida
- Forma dentina secundária constantemente para compensar a perda de estrutura
mineralizada

→ Agressores do tecido pulpar


• Física:
- Trauma dental acidental (fratura)
- Trauma dental causado no preparo cavitário
- Mudanças térmicas exageradas (temperatura muito alta ou muito baixa)
• Químico:
- Agentes tóxicos provenientes de microorganismo
- Materiais restauradores especialmente quando há exposição pulpar
• Biológico:
- Anacorese
- Doença cárie
- Exposição pulpar
- Fenda (gaps) entre o material e a parede da cavidade (infiltração)

→ Modalidade da proteção pulpar


• Proteção pulpar direta
- Quando existe a exposição da polpa
- Aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto
- Funções Hidróxido de cálcio: mantém a vitalidade pulpar, estimular o desenvolvimento
da dentina, proteger a polpa de irritações posteriores
- Modalidades: capeamento pulpar; curetagem pulpar; pulpotomia
• Proteção pulpar indireta
- Quando não há exposição da polpa
- São utilizados materiais restauradores (CIV), agentes senadores (sistema adesivo) e
agentes forradores (CIV ou cimento de hidróxido de cálcio)
- Funções: proteger a polpa de agressões, manter a vitalidade pulpar, inibir o processo
carioso, reduzir a microinfiltração, estimular a formação de dentina esclerosada
reacional e/ou reparadora
→ Materiais protetores
• Características
- Deve proteger o complexo dentinopulpar de choques térmicos e elétricos
- Ter ação bactericida (elimina as bactérias) e bacteriostática (inibe o crescimento
bacteriano)
- Ter adesão às estruturas dentárias
- Remineralizar a dentina descalcificada e hipermineralizar a dentina sadia subjacente
- Estimular a formação de dentina terciária ou reparadora nas lesões profundas
- Reorganizar a camada odontoblástica e forma dentina nas exposições pulpares
- Ser anódico, biocompatível e manter a vitalidade pulpar
- Inibir a penetração de íons metálico das restaurações de amálgama para a dentina
subjacente
- Vedação marginal das restaurações

Vernizes cavitários:
• Forma uma película forradora
• Não tem uma adesão tão efetiva

Cimentos protetores:
• Alguns tem ação antimicrobiana, liberam flúor, são isolantes térmicos e elétricos e/ou
promovem adesão aos tecidos dentais
• Exemplos: fosfatos de zinco, óxido de zinco e eugenol, cimento de íonomero de vidro
- Fosfato de zinco (fosfatão): resistência à compressão, não possui uma ótima adesão
aos outros materiais restauradores
- Óxido de zinco e eugenol (pasta zoe): bacteriostático, analgésico, boa resistência à
compressão, incompatibilidade com materiais resinosos
- Cimento de ionômero de vidro: biocompatível, liberação de flúor, propriedades físicas e
mecânicas desejáveis
- MTA: é um tipo de cimento, constituído de cálcio e íons de fósforo, resistência à
compressão, baixa solubilidade, apresenta boas propriedades biológicas induzindo a
formação de barreira dentinária

Produtos à base de hidróxido de cálcio:


• Características:
- capacidade de estimular a formação de dentina reacional e hipermineralizar a dentina
remanescente
- Dependendo da sua formação, induz a formação de nova camada de dentina em locais
onde ocorreu exposição pulpar
- Produtos à base de hidróxido de cálcio: hidróxido de cálcio pró-análise (PA); solução ou
água de hidróxido de cálcio; pasta de hidróxido de cálcio; suspensões de hidróxido de
cálcio; cimentos de hidróxido de cálcio convencionais e cimentos de hidróxido de cálcio
fotopolimerizáveis

Sistemas adesivos:
• Podem servir como base protetora/forradora para diferentes materiais
• Unem-se à dentina, impermeabilizando-a, evitando por exemplo a contaminação por
micro-organismos e a sensibilidade dentinária

→ Material restaurador e seus protetores


• A escolha do material utilizado para a restauração do elemento dental implica a
indicação ou não de proteção pulpar adicional, bem como qual material protetor é mais
indicado
• Classificação das cavidades
- Rasa: muito próximo do limite amelodentinário
- Média: nível próximo do limite amelodentinário
- Profunda: está um pouco acima do corno pulpar
- Bastante profunda: próxima ao corno pulpar
OBSERVAÇÃO: quando tem dentina amolecida, cureta a dentina
amolecida e depois utiliza-se brocas de baixa rotação laminadas na
dentina mais endurecida. Depois que a cavidade tiver
completamente limpa, sobra a dentina sadia e coloca-se o material
restaurador

Restauração de resina composta:


• São bons isolantes térmicos e elétricos
• Sistemas adesivos evitam infiltração marginal
• Resinas + sistemas adesivos fornecem proteção pulpar contra:
agressores físicos, químicos e biológicos

Cavidades 1° opção 2° opção

Cavidade rasa ou média Sistema adesivo

Cavidade profunda Sistema adesivo CIV + sistema adesivo

Cavidade muito profunda Sistema adesivo Cimento de hidróxido de cálcio +


CIV + sistema adesivo; ou CIV +
sistema adesivo

Exposição pulpar Pó de hidróxido de cálcio +


cimento de hidróxido de cálcio +
CIV + sistema adesivo

OBSERVAÇÃO: o pó de hidróxido de cálcio só é utilizado para exposição pulpar

Cavidade rasa e média Sistema adesivo + resina


composta

Cavada profunda CIV + sistema adesivo + resina


composta
Cavidade muito profunda cimentos de hidróxido de cálcio +
CIV + sistema adesivo + resina
composta

Cavidade com exposição pulpar Pó de hidróxido de cálcio PA +


cimento de hidróxido de cálcio +
cimento de ionômero de vidro +
aplicação do sistema adesivo +
resina composta

Restauração de amálgama:
• Possuem irritantes pulpares
• Não é bom isolante térmico
• Não é bom isolante elétrico
• Não tem bom selamento marginal

Cavidades 1° opção 2° opção

Cavidade rasa ou média sistema adesivo verniz cavitário ou produtos à


base de flúor

cavidade profunda CIV + sistema adesivo outros cimentos + verniz cavitário

cavidade muito profunda CIV + sistema adesivo cimento de hidróxido de cálcio +


CIV + sistema adesivo ou outros
cimentos + verniz cavitário

Exposição pulpar pó de hidróxido de cálcio + pó de hidróxido de cálcio +


cimento de hidróxido de cálcio + cimento de hidróxido de cálcio +
CIV + sistema adesivo outros cimentos + verniz cavitário

• Cavidade rasa ou média:


- Verniz ou adesivos: evita a penetração de íons metálicos
- Indicado o uso de produtos à base de flúor: manchamento marginal, reduzir a infiltração
marginal, sensibilidade
• Cavidade profunda: cimento de ionômero de vidro, sistema adesivo, cimento de
hidróxido de cálcio fotoativo, cimento de fosfato de zinco, cimento de óxido de zinco e
eugenol e verniz
• Cavidade muito profundas: cimentos de hidróxido de cálcio, cimento de ionômero de
vidro e sistemas adesivos
• Cavidade com exposição pulpar: pó de hidróxido de cálcio, cimento de hidróxido de
cálcio, cimento de ionômero de vidro, sistema adesivo
Restaurações de cimento de ionômero de vidro:
• Isolante térmico
• Isolante elétrico
• Bom secamente marginal
• Coeficiente de expansão similar ao das estruturas dentais
• Adesão ao esmalte e à dentina

Cavidades 1° opção 2° opção

Cavidade rasa, média ou sem proteção adicional


profunda

Cavidade muito profunda sem proteção adicional cimento de hidróxido de cálcio

Exposição pulpar pó de hidróxido de cálcio +


cimento de hidróxido de cálcio

→ Tratamento expectante
• Proteção pulpar indireta
• Para dentes sem sintomatologia de alteração pulpar irreversível (anamnese)
• Com preparos muito profundos
• Remineralização da dentina desmineralizada e não infectada
• Estimular a formação de dentina reparadora
• Remoção futura de todo o tecido cariado sem exposição pulpar
• Feito em duas sessões
1° sessão
- Anamnese
- Exame clínico
- Exame radiográficos
- Teste de vitalidade
- Se tiver ausência de lesões periapicais, faz a anestesia e começa a remoção parcial da
dentina cariada amolecida
- Selamento provisório com um curativo de demora
- Curativo de demora (1° opção - cimento de hidróxido de calcio; 2° opção - CIV ou
cimento de óxido de zinco e eugenol)
- Retornar com 45 a 60 dias
2° sessão
- Exame clínico
- Teste de vitalidade a frio
- Exame radiográfico
- Isolamento absoluto
- Remoção do curativo
- Remoção de toda a dentina cariada (retirado com brocas, com consistência de pó de
cupim)
- Lavagem da cavidade
- Restauração da cavidade
• Seu insucesso pode indicar a necessidade de: proteção pulpar direta ou tratamento
endodôntico
PREPARO E RESTAURAÇÕES COM AMÁLGAMA:
→ Sequência clínica:
1. Amalgamação ou trituração
• Produção de uma massa plástica
2. Homogeneização
• Amálgama dental após trituração, pronto para condensação
3. Inserção na cavidade e condensação
• Compactar o amálgama na cavidade e remover todo o mercúrio possível
• Condensação
- Minimiza as porosidades internas
- Ligas em forma de limalha: condensadores menores
- Ligas esféricas: condensadores maiores
4. Escultura
5. Acabamento e polimento

→ Preparo e restauração da cavidade classe I


• Objetivos biológicos:
- Acesso à lesão e remoção do tecido cariado
- Brocas esféricas em baixa rotação

• Objetivos mecânicos:
- Proporcionar resistência ao remanescente dental e ao material restaurador
- Conferir retenção do material restaurador à cavidade, visto que o amálgama não
apresenta características adesivas
- Broca n° 329 ou n° 330 cone invertido de extremo arredondado

• Requisito mecânico da retenção


- Cavidades auto-retentivas: paredes paralelas e profundidade igual ou maior que o
istmo vestíbulo lingual, não necessitando retenções adicionais
- Cavidades mais largas que profundas: paredes vestibular e palatal-lingual
convergentes para oclusal para favorecer a retenção da restauração
- Paredes circundantes vestibular e palatal-lingual com leve convergência para oclusal

• Requisito resistência do remanescente


- Ângulos internos arredondados
- Ausência de esmalte sem suporte dentinário
- Paredes circundantes mesial e distal paralelas ou levemente divergentes para oclusal
- Ângulo entre a superfície da restauração e as paredes circundantes vestibular e lingual-
palatal com cerca de 70° para conferir espessura suficiente ao amálgama na região das
margens

• Requisito resistência do material


- Parede pulpar plana e relativamente paralela ao plano oclusal
- Espaço para 1,5mm de amálgama no corpo da restauração

• Passo a passo
- Penetração da broca 245 com ligeira inclinação em relação à superfície oclusal
- Broca posicionada paralelamente ao longo eixo, formando uma canaleta

→ Preparo e restauração da cavidade classe II:


• Requisitos
1. Convergência da caixa proximal
- Paredes vestibular e lingual-palatal da caixa proximal devem convergir levemente para
oclusal
- Ângulos gengivo vestibular e gengivo lingual-palatal são arredondados
- Ângulo axio-pulpar arredondado

2. Acabamento das margens


- Machado para esmalte: parede vestibular e palatal-lingual da caixa proximal
- Recortador de margem gengival: margem gengival da caixa proximal; ângulo axio-
pulpar arredondado
- Enxada: parede pulpar

3. Orientação dos prismas de esmalte


- Ângulo cavosuperficial seja tão próximo quanto possível a 90° com a superfície externa
- Curva reversa de hollemback na parede vestibular da caixa proximal
- Ângulo cavosuperficial não pode estar em contato com o dente adjacente

• Passo a passo
- Posicionamento da colher de dentina para rompimento da crista marginal
remanescente e o rompimento da crista
- Cavidade MOD sem acabamento; acabamento utilizando recortador de margem
gengival

Protocolo clínico de restaurações com amálgama dental


→ Cavidade classe I para amálgama dental - passo à passo
1. Limpeza de cavidade: dependerá da profundidade biológica da cavidade (proximidade
com a cavidade pulpar) e da filosofia de proteção pulpar (tipo de material - amálgama
ou resina)
OBSERVAÇÃO: a limpeza pode ser feita com ácido, flúor, clorexidina, água oxigenada,
etc
• Sequência:
- Aplicar uma bolinha de algodão com clorexidina a 2% ou agua oxigenada a 3% em toda
a cavidade
- Lavar abundantemente
- Secar
- Aplicar uma solução neutra de fluoreto de sódio a 2% com bolinha de algodão por 4
minutos
OBSERVAÇÃO: não lavar a cavidade, para deixar o flúor impregnado
- Secar com jato de ar

Cavidades 1° opção 2° opção

Cavidade rasa ou média sistema adesivo verniz cavitário ou produtos a


base de flúor

Cavidade profunda Cimento de ionômero de vidro + outros cimentos + verniz cavitário


sistema adesivo

Cavidade muito profunda Cimento de ionômero de vidro + cimento de hidróxido de cálcio +


sistema adesivo cimento de ionômero de vidro +
sistema adesivo ou outros
cimentos + verniz cavitario

Exposição pulpar Pó de hidróxido de cálcio + pó de hidróxido de cálcio +


cimento de hidróxido de cálcio + cimento de hidróxido de cálcio +
cimento de ionômero de vidro + outros cimentos + verniz cavitário
sistema adesivo

OBSERVAÇÃO: outros cimentos: óxido de zinco e eugenol (interfere na polimeralização


das resinas), fosfato de zinco e cimento de hidróxido de cálcio fotoativado (são mais
resistentes, utilizados para o amálgama) - utilizados só para amálgama, não são
compatíveis com a resina composta

• Limpeza com o ácido - proteção do complexo pulpar com sistema adesivo convencional
ou verniz cavitário em cavidade rasa ou média
- Primeiro passa o ácido no esmalte (30s) e depois na dentina (15s)
- Se aplicar o ácido não precisa passar clorexidina, por que já esta incluso na fórmula do
ácido. O flúor não é necessário, exceto em pacientes que não cuidam da cavidade
bucal
OBSERVAÇÃO: sempre priorizar a questão de saúde do paciente, e depois a estética
- Fotopolimerização
2. Inserção do amálgama na cavidade
• Misturar o amálgama no dedal de borracha
• colocar o material no porta amálgama e sempre começa a inserir na cavidade pelas
extremidades (M ou D), porque tem o apoio das paredes para condensar com força
3. Condensação
• Para ligas convencionais ou mistas: usar os condensadoras na ordem crescente de
diâmetro
• Para ligas esféricas: usar os condensadores maiores (limalha)
• Inicio da condensação nos ângulos internos e vai em direção ao centro da cavidade. A
finalização deve ser feito de encontro às margens da cavidade
4. Brunimento
• Brunidura inicial
- Brunidor com diâmetro maior que a abertura vestibulo-palatal-lingual do preparo (ovo
de pombo) - para não fazer um buraco
- Metade da ponta ativa do brunidor deve ser apoiado constantemente na superfície
dentária e a outra metade deve ser apoiada no amalgama - para não fazer buraco e
para ajudar a fazer a escultura
- Em direção as margens da cavidade para fazer o contorno das vertentes das cúspides
- Brunidor em formato esférico ou ovóide
• Brunidura pré-escultura
• Brunidura pós-escultura

5. Escultura
• Espátula hollemback
• Imediata: em ligas de cristalização rápida ou em restaurações amplas (Ex: uma
restauração MOD)
• Mediata: em ligas de cristalização lenta ou restaurações pequenas
• Passo à passo
- Iniciar quando oferecer resistência ao corte
OBSERVAÇÃO: se estiver afundando que nem areia, não esta bom para iniciar a
escultura
- Apoiar parte do instrumental na superfície dental
- Anatomia rasa: aumento da espessura do amálgama nas bordas torna menor
vulnerável à fratura e à degradação marginal
• Partículas
- Partículas tipo esféricas = superfície lisa
- Partículas tipo limalha = superfície granulosa
Fases
- Brunidura inicial
- Brunidura pré-escultura: hollemback, metade da ponta ativa apoiada no dente e metade
apoiada no amálgama - é feito as vertentes e os sulcos secundários
- Brunidura pós-escultura: utilizado um instrumental em forma de flecha, começar do
centro da restauração para a superfície dental. Melhora a captação da restauração,
reduz a quantidade de mercúrio residual, reduz as porosidades, superfícies mais lisas e
constrói sulcos e fóssulas com brunidores afiados

6. Acabamento e polimento
Acabamento:
• Acabamento utilizando brocas multilaminadas de diferentes formatos.
OBSERVAÇÃO: verificação de pontos altos na restauração, caso houver tirar o excesso
com broca multilaminadas
- Pontas do tipo esféricas: utilizadas para acabamento na região oclusal
- Pontas do tipo chama/vela: utilizadas para acabamento na região de vertentes e sulcos
• Polimento
- Começa pelas borrachas de maior granulação para as de menor granulação (no kit:
marrom, verde, azul)
• Objetivos do acabamento e polimento:
- Corrigir a oclusão
- Refinar a escultura
- Reduzir a aspereza das restaurações
- Regularizar as bordas da restauração
- Aumentar a resistência do amalgama a corrosão
- Aspecto final mais agradável (lisura)
• É feito, no mínimo, 24 horas depois da realização da restauração
• Fazer SEMPRE isolamento absoluto
• usar brocas multilaminadas, porque o material já cristalizou e para dar uma lisura a
restauração
• Pré-polimento e polimento com borrachas abrasivas em ordem decrescente
• Brilho com escovas e pastas especificas (óxido de zinco + álcool 96° GL ou amalgloss =
álcool 96° GL)

→ Cavidade classe II para amálgama dental (preparo e restauração)


1. Preparo cavitário
• Penetração inicial com broca 245, com ligeira inclinação em relação à superfície oclusal,
abertura da caixa oclusal
OBSERVAÇÃO: primeiro começa fazendo uma cavidade classe I e depois rompe a face
MeD
• Proteção do dente adjacente para confecção da cavidade proximal sem remoção das
cristas marginais
• Posicionamento da colher de dentina para rompimento da crista marginal remanescente
e o rompimento da crista
• Cavidade MOD sem acabamento. Acabamento utilizando recortador de margem
gengival.

2. Restauração
• Fita matriz e porta matriz
OBSERVAÇÃO: fita matriz deve ser bem grossa para restauração com amálgama
• Acoplar a matriz metálica em volta de todo o dente para simular uma parede, e colocar
uma cunha de cada lado para fornecer estabilidade a fita matriz e não ocorrer
extravasamento de amálgama para o espaço biológico
• Cunhas
- Ponto de contato da matriz com as margens da cavidade
- Leve afastamento dental para compensar a espessura da matriz
- Facilita o contato proximal
- Íntimo contato com os dentes adjacentes
- Inserção da cunha é por palatal-lingual
• Inserção
- Inserção do amálgama sempre pelas caixas proximais e depois vai em direção a
oclusal
- instalação da matriz de aço com o auxílio de porta matriz e cunha de madeira
- Material restaurador inicialmente condensado nas caixas proximais
• Condensação
- Corrigi o ponto de contato proximal
- Deve ter excessos
• Escultura
- Com sonda exploradora ou esculpidor de hollemback define-se o contorno externo das
cristas marginais
- Delimita o perímetro da mesa oclusal
- Retirar as lascas de amálgama com bolinha de algodão
- Concluída a restauração, retira-se a matriz metálica
- Cunhas permanecem para o afastamento dental
- Após a brunidura pode ser retirado o dique de borracha
- Verificação dos contatos proximais
- Amálgama ainda em processo de cristalização (cuidado no ajuste oclusal)
• Acabamento
- Acabamento utilizando brocas multilaminadas de diferentes tamanhos e formatos
- Brocas removem irregularidades e excessos
- Refinar a anatomia
- Proporcionar lisura superficial
- Polimento com borrachas de diferentes granulações (ordem decrescente)
- Pastas com escova robson
- O acabamento e polimento são realizados após, no mínimo, 24 horas e idealmente sob
isolamento absoluto
ADESÃO AS ESTRUTURAS DENTÁRIAS:

→ Sistemas adesivos
• São substâncias capazes de unir o material restaurador (lentes de contato, cimentos
resinosos, outro remanescente dental, resinas compostas, etc) à estrutura dentária,
possibilitando restaurações mais estéticas e conservadores
• Permite que nosso preparo cavitário seja conservador. Unindo a resina composta e os
materiais cerâmicos à superfície dentária
• Existe no mercado uma grande diversidade de adesivos dentais, isso se dá em grande
parte devido às diferenças morfológicas e histológicas do elemento dental
• Ainda não contamos com um sistema adesivo que atua com excelência nos diferentes
tipos de tecido dental o que torna ainda mais importante o entendimento do esmalte,
dentina, cemento e polpa
OBSERVAÇÃO: os sistemas adesivos são de difícil aderência na dentina, porque este é
um tecido muito úmido

→ Adesão ao esmalte
• Buonocore em 1955, deu início ao processo de adesão por meio do condicionamento do
esmalte

Dente com
Dente natural condicionamento ácido Dente com adesivo

→ Adesão a dentina
• Atualmente, é dada pela penetração dos sistemas adesivos por entre as fibras
colágenas, gerando uma zona de interdifusão denominada camada híbrida
• Contém grande quantidade de água e de matéria orgânica sob a forma de fibras
colágenas. Isso pode justificar os inúmeros fracassos na tentativa de adesão a dentina
OBSERVAÇÃO: se o CD esquece de colocar a bolinha de algodão em cima da dentina
para proteção desta e aplica o jato de ar direto nela, ocorre obliteração dos túbulos
dentinários e uma falsa adesão do material restaurador, causando sensibilidade dentária
após o procedimento
• Além da diferença morfológica entre as dentinas intertubular e peritubular, existe ainda
diferenciação da dentina que tange a sua profundidade, idade (fechamento da polpa e
formação da dentina reacional - dentina mais dura), experiência cariosa ou traumática
• A íntima relação com a polpa dental e a diversidade de substratos dentários dificultam
ainda mais o protocolo de adesão a dentina
• A dentina intertubular, localizada entre os túbulos dentinários, é o principal substrato
para a adesão dentinária. Já a dentina peritubular, situada ao redor dos túbulos
dentinários, exerce papel secundário no processo da adesão
OBSERVAÇÃO: quando mais próximo da junção amelodentinária, maior é a quantidade
de dentina intertubular e menor a quantidade de túbulos dentinários. Com isso quanto
mais superficial melhor a adesão a dentina

Próximo ao esmalte Próximo a polpa

→ Adesão da polpa dental


• A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado, que
integra junto com a dentina o complexo dentinopulpar
• Em se tratando da união entre o material restaurador e a estrutura dental, a aplicação
do sistema adesivo diretamente sobre o tecido pulpar não traz benefícios e gera
controvérsias, e deve ser evitada

Esmalte Dentina

Substrato limpo Substrato contaminado

Alta energia de superfície Baixa energia de superfície

Baixo ângulo de contato Alto ângulo de contato

Ótimo molhamento Péssimo molhamento

OBSERVAÇÃO: camada roxa na imagem = camada de sujividades, impede uma boa


adesão e gera baixa energia de superfície
→ Protocolo da adesão clinica
Esmalte:
• Aumento do molhamento
• Aumento da energia livre de superficie
OBSERVAÇÃO: para melhorar energia de superfície e adesão, fazer uma profilaxia com
pasta sem óleo e escova robson
• Resulta em retenções micromecânicas
• Aumento da área de contato

Dentina:
• Remoção da lama dentinária (camada superficial formada por detritos)
• Dissolução mineral superficial da dentina (aplicação do ácido)
• Exposição das fibras colágenas
• Aumento da embocadura dos túbulos dentinários e afloramento dos fluidos dentinários
• Está úmida e com considerava teor orgânico (baixa energia de superfície)
• Secar com bolinhas de algodão ou papel absorvente para que o emaranhado de fibras
colágenas expostas não percam sua configuração espacial
OBSERVAÇÃO: Se secar com jatos de ar, as fibras colapsaram e impediram a
penetração do adesivo

Primer:
• É um composto de monômeros bifuncionais - elo entre a superfície úmida da dentina
(parte hidrófila) e o adesivo (parte hidrófoba) - ou seja, é a preparação da dentina para
aplicação do adesivo

• O primer ocupa os espaços antigamente ocupados pelos cristais de hidroxiapatita na


superfície desmineralizada
• Estabilizada a rede de fibras colágenas
• Provoca a evaporação do excesso de água (porque possui solventes na composição)
• Produz um aumento de energia livre de superfície
• Após 30 segundos, aplicar jato de ar
• Não há necessidade de aplicar o primer sobre o esmalte, pois apenas com jatos de
ar já se cria uma alta energia de superfície
• Se for aplicar o Primer + bond (no mesmo frasco) aplicar 2 camadas
Adesivo:
• É o agente intermediário entre a estrutura e os materiais restauradores
• Penetra nos túbulos dentinárias e preenche o espaço das fibras colágenas expostas e
então é polimerizado = camada híbrida
• Camada híbrida = é a região entre os polímeros do adesivo e os componentes da
dentina. Vai desde as fibras colágenas expostas ate a dentina não condicionada
• TAGS = são os prolongamentos do adesivo dentro dos túmulos dentinários

Protocolo:
1. Isolamento absoluto
2. Condicionamento ácido (esmalte: 30 segundos/Dentina: 15 segundos) - iniciar pelo
esmalte quando envolver ambas estruturas
3. Lavar com água
4. Secar o esmalte com jato de ar e proteger a dentina com bolinhas de algodão
5. Aplicação do primer apenas na dentina - se for aplicar o primer + bond (no mesmo
frasco) aplicar 2 camadas - Fotoatiavação
6. Aplicação do adesivo

→ Composição dos adesivos


• O processo de adesão é cercado de variáveis. Isso faz com que muitos produtos sejam
encontrados no mercado e devem ser conhecidos
• Os primeiros sistemas adesivos eram monômeros resinosos hidrofóbicos sem carga
que proporcionavam a adesão somente em esmalte
• A composição química dos adesivos dentinários são mais complexas, apresentando
monômeros hidrofílicos e hidrofóbicos, solventes, diluentes e em alguns casos
partículas de carga
• Possuem iniciadores e estabilizantes e podem, ainda, possuir carga como flúor silicato
de sódio, alumínio boro-silicato de bário e sílina coloidal

• Entre os monômeros temos:


- Bisfenol glicidil dimetacrilato (Big-GMA)
- Hidroxietil metacrilato (HEMA)
- Dipentaeritritol pentacrilato éster fosfato (PENTA)
- Uretano etileno glicol dimetacrilato (EG-DMA)
- Bisfenil dimetacrilato (BPDM)
- Uretano dimetacrilato (UDMA) - leva a condição do manchamento, ou seja, com o
tempo vai amarelando
- Trietileno glicol dimetacrilato (TEGDMA)

• Entre os solventes podemos listar:


- Água
- Etanol
- Acetona
OBSERVAÇÃO: o melhor solvente é o álcool, pela volatilização do material

→ Classificação dos adesivos


• Podemos classificar os adesivos dentais: quanto ao condicionamento ácido prévio;
quanto à afinidade aos fluidos dentinários; quanto à forma de polimerização; quanto ao
número de passos
Quanto ao condicionamento ácido prévio:
1. Convencionais:
• Utilizam o condicionamento ácido previamente aos demais componentes do sistema
adesivo
• Nos sistemas adesivos convencionais a tendência é a utilização de ácido fosfórico gel
de 32% a 37% por 30s a 60s em esmalte e por aproximadamente 15s em dentina. A
apresentação em gel é possível graças à incorporação de sílica coloidal
• Ácido faz a remoção da lama dentinária
• Convencionais de 2 passos: ácido + primer bond

Ácido Primer + Adesivo

• Convencionais de 3 passos: ácido + primer + bond

Ácido Primer Adesivo

• Propriedades adesivas melhores que os autocondicionantes


• Melhor comparado com o demais, pois tem melhor aderência ao esmalte

2. Autocondicionantes:
• Não existe uma etapa separada para o condicionamento ácido
• Um agente acídico (monômero ácido) é o responsável pelo condicionamento do esmalte
e da dentina. Graças a capacidade tampão do elemento dental ocorre a neutralização
dos componentes acídicos alguns segundos após a aplicação
• A lama dentinária não é removida e sim incorporada na camada híbrida
• Autocondicionantes de 1 passo:
- Ácido, primer e adesivo são aplicados simultaneamente

Ácido + Primer + Adesivo

• Autocondicionantes de 2 passos:
- Primer acídico + agente adesivo
- Pode ser dividido em 2 frascos (primer acídico + bond) ou 3 frascos (primer acídico A +
primer acídico B + bond) - O primer acídico A é misturado com o B e em seguida
aplicado sobre a estrutura dental
- Não existe uma etapa separada para o condicionamento ácido
- O primer do pH baixo irá desmineralizar os cristais de hidroxiapatita do esmalte e da
dentina
- Melhor adesão na dentina do que no esmalte

Ácido + Primer Adesivo

Quanto à afinidade aos fluidos dentinários:


• Podem ser classificados como hidrofóbicos e hidrofílicos
• Os adesivos hidofóbicos são de composição mais simples e podem ser usados
separadamente sobre o esmalte condicionado ou em conjunto com a porção hidrofílica
(primers hidrofílicos)
• Os sistemas adesivos hirofílicos apresentam em sua composição monômeros
hidrofílicos e hidrofóbicos diluídos em solventes orgânicos
• Graças aos grupamentos hidrofílicos é possível estabelecer a união do sistema adesivo
às fibras colágenas resultantes da dentina desmineralizada e úmida, o que permite a
formação da camada híbrida
• Classificação:

Classificação N° frascos 1° passo 2° passo 3° passo

Sistema adesivo 2 frascos Ácido Primer Bond


hidrofílico com
primer e bond

Sistema adesivo 1 frasco Ácido Primer bond


hidrofílico com
primer e bond

Sistema adesivo 1 frasco Ácido Bond


hidrofóbico usado
em esmalte após o
condicionamento
ácido

Sistema adesivo 2 frascos Ácido Primer Bond


hidrofóbico usado
em dentina após o
condicionamento
ácido e a aplicação
do primer

Quanto a forma de polimerização:


• Os sistemas adesivos podem ser de polimerização:
- química (autopolimerizáveis)
- física (fotopolimerizáveis)
- polimerização dual (são polimerizados por ativação química e física)
• Depende do tipo de restauração que será executada
• Os adesivos autopolimerizáveis ou de polimerização química apresentam-se em dois
frascos distintos, e a polimerização inicia-se quando ocorre a mistura de ambos
• Os adesivos fisicamente ativados polimerizam-se na presença de um comprimento de
onda específico, sem a necessidade de misturas. Os mais utilizados atualmente são os
sistemas adesivos polimerizados por luz visível ou simplesmente fotopolimerizáveis
• A escolha do tipo de polimerização depende do tipo de restauração que será realizada e
da compatibilidade entre a polimerização dos adesivos e as resinas ou cimentos
resinosos
OBSERVAÇÃO: quando o CIV estiver junto com a resina composta, ele é
fotopolimerizável por processo físico e químico
• Classificação:

Classificação 1° passo 2° passo 3° passo 4° passo 5° passo

Adesivo Ácido Adesivo A Adesivo B


autopolimerizáv
el com
condicionament
o ácido prévio

Adesivo dual Ácido Primer bond Ativador primer


com bond
condicionament
o ácido prévio

Adesivo dual Ácido Primer Ativador primer Bond Ativador do


com bond
condicionament
o ácido prévio

OBSERVAÇÃO: mistura primer e ativador do primer antes de aplicar na cavidade. Mistura


bond e ativador do bond antes de aplicar na cavidade

Quanto ao número de passos:

Classificação N° de passos Componentes N° de frascos

Adesivo convencional 3 passos ácido + primer + bond 3 frascos

Adesivo convencional 2 passos ácido + primer bond 2 frascos

Adesivo 1 passo ácido/primer/bond 1 frasco


autocondicionantes

Adesivo 1 passo ácido/primer/bond A + 2 frascos


autocondicionante ácido/primer/bond B

Adesivo 2 passos primer acídico + bond 2 frascos


autocondicionante

Adesivo 2 passos primer acídico A + primer 3 frascos


autocondicionante acídico B + bond

Adesivo 1 passo ácido + ácido/primer/ 2 frascos


autocondicionante com bond
condicionamento ácido
prévio

Adesivo 1 passo ácido + ácido/primer/ 3 frascos


autocondicionante com bond A + ácido/primer/
condicionamento ácido bond B
prévio

Adesivo 2 passos ácido + primer acídico + 3 frascos


autocondicionante com bond
condicionamento ácido
prévio
→ Fatores clínicos que interferem na adesão
• Nos sistemas adesivos convencionais o tempo do condicionamento ácido no esmalte e
na dentina se diferenciam e deve ser respeitado
• A dentina deve ser mantida levemente umedecida, pois a água apresenta a capacidade
de manter a rede de colágeno íntegra e deve-se ter precaução de não ressecá-la
• No momento em que o primer (sistema convencional de 3 ou primer/adesivo de 2
passos) é aplicado sobre a estrutura dental, o solvente ajuda a deslocar a água e auxilia
na penetração do sistema adesivo, porém deve ser evaporado. Para isso, se utiliza leve
jatos de ar para promover o solvente

→ Protocolos
Protocolo convencionais de 3 passos:
• Cavidade pronta
• Aplicar o ácido no esmalte por 30 s e na dentina por 15 s - começa pelo esmalte
• Lavar pelo dobro do tempo (1 minuto)
• Secar a dentina com bolinha de algodão estéril e o esmalte com leve jato de ar
• Aplicar o primer na dentina com microbrush por 30 s
• Aplicar um leve jato de ar para volatilizar
• Aplicar uma camada de adesivo com outro microbrush
• leve jato de ar para diminuir a camada de adesivo
• Fotoativar de acordo com as normas do fabricante (UNISUL: 10 segundos)

Protocolo convencionais de 2 passos:


• Cavidade pronta
• Aplicar o ácido no esmalte por 30 s e na dentina por 15 s - começar pelo esmalte
• Lavar pelo dobro do tempo (1 minuto)
• Secar a dentina com bolinha de algodão estéril e o esmalte com leve jato de ar
• Aplicar uma camada do primer bond (esperar 30 s)
• Secar com leve jato de ar para volatilização
• Aplicar mais uma Camada de primer bond
• Secar com leve jato de ar para diminuir a camada de primer bond
• Fotoativar de acordo com as normas do fabricante (UNISUL: 10 segundos)

Protocolo autocondicionante de 2 passos:


• Cavidade pronta
• Aplicar uma camada de primer acídico com microbrush (tem pH baixo)
• Aplicar uma camada de adesivo com microbrush
• Fotoativar
OBSERVAÇÃO: não é feita a lavagem, a lama dentinária não é removida, ela é
incorporada à camada híbrida
OBSERVAÇÃO: o desempenho no esmalte é inferior que o sistema de adesivos
convencionais

Protocolo autocondicionante de 1 passo:


• Cavidade pronta
• Aplicação de ácido/primer/adesivo em um frasco ou dois frascos que devem ser
misturados
• Fotoativar

Protocolo autocondicionante com condicionante:


• Cavidade pronta
• Aplicar o ácido no esmalte por 30 seg e na dentina por 15 seg
• Lavar pelo dobro do tempo
• Aplicar uma camada de primer acídico
• Aplicar uma camada de adesivo
• Fotoativar
RESTAURAÇÃO CLASSE I E II EM RESINA COMPOSTA:

→ Restauração classe I e II
• O sucesso da restauração esta diretamente relacionado a um criterioso diagnóstico
clínico e radiográfico (radiografia interproximal e se necessário, solicitar radiografia
periapical)
• Após a confirmação da presença de lesão cariosa inicia-se o preparo cavitário
• Condições ideais: superfície limpa, seca e bem iluminada, para isso recomenda-se o
uso de isolamento relativo e expandex
OBSERVAÇÃO: quando a lesão cariosa esta muito próxima da polpa, retira-se a dentina
amolecida e faz o tratamento expectante (aplicação de cimento de hidróxido de cálcio,
CIV ou cimento de óxido de zinco e eugenol e deixa agir por 60 dias)

→ Protocolo restauração classe I e II


1. Demarcação dos contatos oclusais
• Secar a estrutura dental
• Marcar com papel articulador fino (papel-carbono) em máxima intercuspidação habitual
(MIH) - parte vermelha do papel voltada para o dente
• Os contatos devem ser registrados e memorizados para auxiliar o ajuste oclusal da
restauração
• Se tiver contato prematuro retira-se o excesso com ponta diamantada depois da
restauração feita
• Não devem existir contatos na região da interface dente-restauração
OBSERVAÇÃO: Quando existe o contato entre a interface dente-restauração, pode
ocorrer fratura ou formação de lesão cariosa. Por isso, desgasta-se um pouco o esmalte
para formar um contato na região da interface dente-dente
2. Profilaxia dos dentes envolvidos
• Pode-se utilizar pedra pomes e água ou outro material não oleoso
• Pode fazer a profilaxia só do elemento dental que será restaurado
• Materiais oleosos não são recomendados porque deixam a superfície dental com baixa
energia de superfície
3. Seleção de cor
• Analisar o remanescente dental e conhecer o material que será utilizado
• Seleção de cor pode ser feita através de: escala de cores ou com uma esfera do
compósito fotopolimerizado junto ao dente
• Selecionar no mínimo 2 compósitos
• Devem ser usados para técnica de estratificação natural
- Dentina: compósitos mais saturados e menos translúcidos
- Esmalte: compósito menos saturado e mais translúcidos
OBSERVAÇÃO: A utilização de isolamento absoluto gera desidratação no elemento
dental, deixando ele muito mais branco. Assim, o isolamento é feito após a seleção de cor
para não causar alteração nas cores dente/restauração
4. Seleção da resina composta
• Deve apresentar boa propriedade mecânica, sendo compatível aos esforços
mastigatórios inerentes à região a ser restaurada
• Classificação: micro-híbridas, nanohíbridas, nanoparticuladas e resina composta de
incremento único
OBSERVAÇÃO: A resina flow tem a quantidade de carga maior do que a resina
convencional, é utilizada na odontopediatria ou como selante
5. Isolamento do campo operatório
6. Preparo cavitário
• Deve ser o mais conservador possível, consistindo basicamente na remoção do tecido
cariado
• A lesão cariosa na região do limite amelodentinário progride lateralmente, devido à
característica orgânica da dentina
• O esmalte socavado não deve ser removido, porque a resina composta consegue
absorver os impactos mecânicos
• Instrumentais utilizados para retirar a lesão cariosa:
- No esmalte utiliza-se pontas diamantadas, geralmente esféricas, na caneta de alta
rotação
- Curetagem da dentina amolecida com cureta/colher/escavador de dentina
- Na dentina mais dura utiliza-se as brocas multilaminadas na caneta de baixa rotação,
até chegar na dentina com aspecto de ‘’pó de cupim’’
- O acabamento deve ser realizado com baixa rotação e instrumentos cortantes manuais
• Para restauração classe II torna-se fundamental definir a via de acesso à lesão
proximal, pois irá determinar o tipo de preparo cavitário
• Na ausência de contato proximal, o acesso da-se de forma direta
• Evidenciadores de cárie podem ser utilizados para auxiliar na detecção do tecido
cariado (deve se ter atenção para não remover tecido sadio corado indevidamente)
7. Proteção do complexo dentinopulpar
• Levar em consideração: a extensão da lesão, o tipo de substrato e o material
restaurador a ser utilizado
• Instrumentais utilizados: pote dappen, vidro com bolinhas de algodão esterilizadas,
gaze, aplicador de hidróxido de cálcio, espátula para inserção de hidróxido de cálcio,
(…)

→ Protocolo restauração classe I (autocondicionante 2 passos):


• Condicionamento ácido do ângulo cavossuperficial em esmalte 30 s e dentina 15 s
• Lavagem abundante pelo dobro do tempo (1 minuto)
• Aplicação do 1° passo do adesivo autocondicionante (ácido e primer no mesmo frasco),
seguindo as orientações do fabricante
• Aplicação do 2° passo do sistema adesivo autocondicionante (adesivo)
• Fotopolimerização
• Inserção incremental de resina composta unindo o mínimo de paredes possível
Técnica estratificada incremental:
1° etapa: reconstrução da dentina (compósitos mais saturados)
- Aplicar um incremento na vertente interna mesial da cúspide vestibular
- Fotoativar por 5 segundos
- Aplicar outro incremento na vertente interna distal da cúspide vestibular
- Fotoativar por 5 segundos
- Aplicar outro incremento na vertente interna mesial da cúspide lingual
- Fotoativar 5 segundos
- Aplicar outro incremento na vertente interna distal da cúspide lingual
2° etapa: fotoativar pelo tempo indicado pelo fabricante ao terminar a reconstrução da
dentina
3° etapa: reconstrução do esmalte (escultura) se faz com espátulas e pincéis - a camada
de compósito referente ao esmalte deve ser menor que a camada de esmalte natural
• Fotoativar pelo tempo recomendado pelo fabricante
• Para finalizar aplicar gel bloqueador (KY) sutilmente com microbrush sobre a
restauração
OBSERVAÇÃO: se o gel bloqueador não for aplicado sobre a última camada da resina,
ela não polimeriza, porque o oxigênio esta em contato com a resina. Assim, se o KY não
for aplicado a resina vai sofrer pigmentação e pode descolar do dente
• Fotopolimerização final por 45 segundos e aspecto da restauração
• Remoção do isolamento absoluto
• Contato oclusais devem ser checados, após a remoção do isolamento absoluto
• Retirar contatos prematuros com pontas diamantadas de granulação fina (F) e extrafina
(FF)
• Acabamento e polimento - borrachas sequenciais em ordem decrescente de
abrasividade (cor mais escura para a cor mais clara)
OBSERVAÇÃO: o acabamento e polimento é feito uma semana depois, porque durante
esse período o processo de polimerilização interna ainda esta acontecendo
OBSERVAÇÃO: não precisa fazer o isolamento no acabamento e polimento da resina
composta

→ Sequência clínica
• Técnica incremental obliqua - começar na face mesial da primeira cúspide e ir até a face
distal da última cúspide
• Inicio da inserção da massa pela dentina e depois começa a inserção da massa para
esmalte
• Utilizar espátula, pincel e a ponta de silicone para inserção do material restaurador
OBSERVAÇÃO: se a espessura da dentina for muito maior que a espessura normal, a
saturação aumenta. Se a espessura do esmalte for muito maior que a espessura normal,
o dente fica translúcido e com aspecto cinza

→ Protocolo restauração classe II (convencional de 2 passos):


• O preparo cavitário classe I se difere da classe II: pelo acesso à lesão, seleção de
matriz e cunha, inserção do material restaurador na caixa proximal
• Adaptação de matriz e cunha para proteção do dente adjacente
• Preparo cavitário
• Fratura da crista marginal
• Acabamento da cavidade com broca multilaminada em baixa rotação
• Aplicação de ácido fosfórico por 30 segundos, primeiro em esmalte e em seguida
aplicação na dentina por 15 segundos
OBSERVAÇÃO: colocar fita metálica no dente adjacente para não provocar agressão à
ele
• Lavar pelo dobro do tempo (1 minuto)
• Aplicar uma camada do sistema adesivo convencional de 2 passos (primer + adesivo)
• Esperar 30 segundos
• Aplicar leves jatos de ar
• Aplicar mais uma camada do sistema adesivo convencional de 2 passos
• Fotoativar de acordo com as normas do fabricante (UNISUL: 10 segundos)
• A obtenção da forma e dos contatos proximais adequados é obtido com a utilização da
matriz
- O uso de matriz minimiza a ocorrência de excessos e facilita o acabamento da
restauração
- Para obter forma e contato proximal adequado realiza-se a separação dental
temporário, utilizando a matriz biconvexa
• Adaptação da matriz e da cunha
• Cuidados!!
- Cavidade MOD - inserir a matriz e a cunha em uma face de cada vez
- Verificar se a cunha não esta pressionando a matriz para dentro da cavidade
- Se ela toca adequadamente o dente vizinho
- Se o lençol de borracha não invadiu a cavidade entre a matriz e a cavidade dental
• Inserção incremental da resina composta (incrementos de 2mm)
- Utilizar a técnica incremental oblíqua (incrementos triangulares apoiados em duas
paredes)
- Fotoativar pelo tempo recomendado pelo fabricante
• Remoção da matriz e cunha e inserção de resina na caixa oclusal
• Aplicação de gel bloqueador de oxigenado antes de fotoativar a ultima camada de
esmalte
• Aplicação de pigmento utilizando instrumento de ponta fina (opcional)
• Fotoativar
• Inserção da resina composta após a fotopolimerização do pigmento
• Acabamento da superfície oclusal e aspecto final da restauração

→ Polimerização de compósitos
Contração de polimerização:
• Aproximação de moléculas de monômeros e redução no volume do material
• 2 a 6% nos compósitos atuais
• Influenciado pelo tipo de matriz de resina composta, pelo comprimento da cadeia
molecular de monômeros
• Quanto mais longas as cadeias e maior o peso molecular
Estresse de polimerização:
• Tensões geradas na interface entre o compósito e os substratos dentais, em virtude da
união adesiva entre eles
• Consequências clínicas da ruptura adesiva: infiltração marginal, cárie marginal,
manchamento marginal, flexão das cúspides, sensibilidade pós-operatória, trincas de
esmalte, diminuição do volume do material, módulo de elasticidade, técnica de
polimerização utilizada, técnica de inserção dos incrementos
• Fase pré-gel: as tensões decorrentes da contração são dissipadas pela deformação da
resina composta. Ocorre da superfície livre em direção às superfície aderidas
• Fase gel: o compósito não é mais capaz de sofrer deformação sem que esta seja
acompanhada de tensões internas.
OBSERVAÇÃO: Se o CD utiliza intensidade de luz baixa na fotoativação ocorre o
prolongamento da fase pré-gel e diminui a fase pós-gel. Dessa forma, diminui a contração
e deformação do material
• Fase pós gel: toda a contração é acompanhada por estresse. Ou seja, qualquer tensão
vai gerar deformação
• Fator c (fator de configuração cavitária): quanto maior for a área aderida em relação à
área livre, menor será a possibilidade de deformação e portanto maior será o estresse
de polimerização
OBSERVAÇÃO: em uma classe I o fator c é igual a 2 (material apoiado em duas
paredes). Em uma classe II o fator c é igual a 3 (material apoiado em três paredes). Em
uma classe III o fator c é igual a 4 (material apoiado em 4 paredes). Em uma classe IV o
fator c é igual a 5 (material apoiado em 5 paredes)

→ Técnicas de fotoativação
• Pré-gel
• Estado menos viscoso
• Escoamento contínuo do material
• Pós-gel
• Estado rígido do material
• Não ocorre o escoamento do material
Convencional: aplicação de luz por um período contínuo em um dado valor de intensidade
de luz (Ex: 40s - 60 mW/cm2)
Stepped: aplicação de um baixo valor inicial de intensidade de luz por um período
determinado, e imediatamente após, aplica-se um alto valor de intensidade de luz por um
período de tempo específico (Ex: 20s - 250 mW/cm2 + 40s - 600 mW/cm2)
Ramped: aplicação de luz inicialmente em baixa intensidade e gradualmente é aumentada
sobre o tempo para uma alta intensidade de energia (Ex: 150 mW/cm2 aumentando
gradualmente até 600 mW/cm2)
Pulsed: aplicação de um baixo valor inicial de intensidade de luz por um período
especifico, aguarda de 3 a 5 minutos, para posterior aplicação de um alto nível de
intensidade de luz (Ex: 3 a 5 segundos - 200 mW/cm2 / 3 a 5 minutos de espera / 30 a 40
segundos - 600 mW/cm2)
RESTAURAÇÕES EM DENTES ANTERIORES COM RESINA COMPOSTA:
→ Classificação/propriedades/indicações
Categoria Tamanho da % carga Propriedades Polimento e Indicação
carga (volume) físico- lisura
mecânicas superficial

Microhíbridas 0,04 - 1 μm 52 - 72% Boas Bom Universal


(dentes
anteriores e
posteriores)

Micropartícula 0,04 μm 32 - 50% Regulares Muito bom V dentes


anteriores e
classe V

Nanoparticula 20 - 75 nm* 58 - 60% Boas Muito bom Universal


(dentes
anteriores e
posteriores)
• Partículas de carga são responsáveis pelas propriedades físico-mecânicas
- Quanto maior a quantidade de partículas de carga, melhor as propriedades físico-
mecânicas
- Quando maior o tamanho das partículas de carga, mais difícil fica o polimento
• As resinas microparticuladas não são indicadas para regiões de esforço mastigatório
(cúspides, face oclusal, ângulo incisal, face palatal)

→ Contração de polimerização
• A contração de polimerização é um problema porque pode causar trincas, sensibilidade
pós-operatória, infiltração marginal, queixas de dor

• Toda resina contrai, então o CD tem a função de diminuir a tensão causada pela
contração:
- Quanto menores os incrementos, menores serão as tensões das contrações
(espessura máxima de 2 mm)
- Fator de configuração cavitária é a relação existente entre as superfícies aderidas e as
superfícies não aderidas, ou seja, quanto maior o fator c, maior será a tensão causada
pela contração de polimerização
- Método de fotoativação gradual - para fazer que a conversão de monômeros em
polímeros seja mais lenta
OBSERVAÇÃO: o aparelho da clínica tem três métodos de fotoativar: luz contínua, pulso
delay e soft start

→ Fotopolimerização:
Método de fotoativação manual:
• Fotoativar cada incremento por 5 segundos, quando acabar de usar a massa de dentina
faz a fotoativação completa de dentina sem usar o gel bloqueador. Faz fotoativação por
5 segundos de cada incremento do esmalte e quando acabar de usar a massa de
esmalte faz a fotoativação completa do esmalte com a camada de gel bloqueador
Método de fotoativação programado:
Fotoativação contínua Fotoativação em Fotoativação em rampa Fotoativação pulso
passos (soft start) (ramp) tardio (pulso delay)

Durante x segundos o Durante os primeiros x O aparelho utiliza uma Existe um período de


aparelho vai utilizar a segundos o aparelho intensidade de luz que intensidade de luz baixa,
mesma intensidade de utiliza uma intensidade vai aumentando um período de
luz de luz menor e durante gradativamente durante intensidade de luz alta e
os últimos x segundos o x segundos entre esses períodos
aparelho utiliza a existe um período sem
intensidade máxima luz para que ocorra a
paralisação da
conversão do polímero

→ Seleção das resinas compostas:


• As resinas são divididas por categorias: microhíbridas, microparticuladas (esta saindo
do mercado) e nanoparticuladas
• Nanohíbridas: tem partículas de tamanho µm e nm
DICA!! precisa-se saber as categorias das marcas comerciais utilizadas na clinica

→ Seleção da cor
• Dimensões da cor:
Matiz:
- Representa o nome da cor
- Escala vita classical: Matiz A (laranja), B (amarelo), C (cinza), D (vermelho)
Croma:
- Representa a intensidade ou saturação da cor (cor mais clara até uma cor mais escura)
- Escala vita classical: Croma 1 a 4
- Composta por 16 cores: A1, A2, A3, A3-5 e A4 / B1, B2, B3 e B4 / C1, C2, C3 e C4 / D1,
D2, D3
Valor:
- Representa a luminosidade da cor
OBSERVAÇÃO: para enxergar o valor dos dentes, o certo é fazer uma fotografia, passar
a fotografia para o preto e branco e visualizar se o dente tem alta luminosidade (tons de
branco - alto valor) ou baixa luminosidade (tons acizentados - baixo valor)
• A escala de cores é uma pré-referencia para a seleção de cor, deve-se levar em
consideração a interferência da:
- Luz ambiente
- Dentes da escala úmidos
- Incremento de resina composta no dente
- Terço médio da face V
• É muito difícil acertar a cor, porque os dentes são policromáticos
• Protocolo:
1. Pré-seleção da escala de cor
2. Selecionar a resina composta
3. Provar o incremento, colocar no terço médio da face vestibular
4. Prova, fotoativa e pede pro paciente passar a língua
OBSERVAÇÃO: fazer a prova do incremento antes de realizar o isolamento, pois ele
desidrata o dente
→ Características ópticas dos dentes naturais:
• O esmalte é uma estrutura dentária com alta tranlucidez e baixa saturação → principal
responsável pelo valor dos dentes naturais
• A dentina é uma estrutura de baixa translucidez e elevada saturação → principal
responsável pelo matiz e croma dos dentes naturais
• No terço incisal tem mais esmalte e menos dentina, no terço médio existe uma
espessura entre esmalte e dentina que estão mais equilibrados e no terço cervical tem
mais dentina e menos esmalte
• No terço incisal - mamelões

→ Técnica de estratificação natural:


• O esmalte e a dentina tem propriedades ópticas diferentes, por isso deve-se utilizar
massas diferentes para cada terço da estrutura dentária
• Massa para dentina, massa para esmalte, massa translúcida, massa de valor

→ Instrumentais e materiais:
• Pincéis
• Espátulas de metal
• Espátulas de silicone
OBSERVAÇÃO: limpar constantemente a ponta das espátulas com uma gaze com álcool
70, porque os monômeros ficam na ponta e a espátula fica grudenta
→ Técnica restauradora:
• Em restaurações com resina, o importante é que todo o tecido cariado seja removido de
modo mais conservador possível
Restauração classe III:
• Acesso inicial: face lingual, face vestibular ou, preferencialmente, acesso direto
(diretamente na lesão)
• O ideal é realizar o acesso direto, mas caso não seja possível, pode-se escolher fazer o
acesso pela face lingual ou vestibular, levando em consideração que a cavidade deve
ser a mais conservadora possível
• Pode-se recorrer ao afastamento dental com o objetivo de melhorar o acesso à
cavidade e preservar o tecido sadio (cunhas ou elásticos)
• Sequência operatória:
1. Seleção de cor
2. Preparo cavitário conservador
- Remover esmalte cariado ou qualquer material restaurador com pontas diamantadas
em alta rotação
OBSERVAÇÃO: Não deve-se retirar materiais restauradores com canetas de baixa
rotação, porque o material é muito duro, gera tensão e pode causar danos a polpa
dentária
- Para retirar dentina cariada usa-se os instrumentos cortantes manuais (curetas de
dentina) ou brocas em baixa rotação
- Confecção de bisel no ângulo cavo-superficial, ou seja, arredondar os ângulos com
ponta diamantada 2135. No entanto, não se realiza mais essa etapa porque ela gera
desgaste de estruturas sadias
Funções do bisel:
• Estética
• Melhora o velamento marginal
• Exposição dos prismas de esmalte transversalmente
• Exposição da camada subsuperficial do esmalte
3. Antes de começar o protocolo para adesão, fazer a proteção do dente vizinho com uma
tira de poliéster
4. Restauração
5. Acabamento e polimento pode ser feito 24h depois
Sequência:
1°) Pontas diamantadas F (fina) e FF (extra-fina)
2°) Sequência de discos de lixa (maior granulação → menor granulação)
3°) Borrachas abrasivas (maior granulação → menor granulação)
4°) Disco de feltro e pasta de polimento
OBSERVAÇÃO: essa sequência pode ser feita para qualquer restauração

Restauração classe IV:


1° caso: quando o paciente quer trocar a restauração, por queixa de coloração e brilho
diferentes do natural, mas a anatomia esta boa
• A restauração pode ser feita a mão livre ou com guia de silicona
• Sequência operatória:
1. Seleção da cor
2. Preparo cavitário conservador
3. Protocolo de adesão
4. Posiciona a guia e aplica uma fina camada de massa de esmalte por cima
5. Aplica uma fina camada de massa de dentina e de massa de translucidez com
irregularidades na margem
OBSERVAÇÃO: Para classe IV e classe III, a massa de dentina deve ser aplicada de
maneira a formar uma camada muito fina que tem que passar um pouco sobre o ângulo
cavossuperficial. Isso cria um efeito mais natural
6. Finaliza a restauração com massa de esmalte e faz a fotoativação
7. Acabamento e polimento pode ser feito 24h depois

2° caso: quando o paciente precisa fazer a reconstrução de uma classe IV sem


restauração pré-existente:
• Sequência operatória:
1. Faz uma moldagem
2. Faz o enceramento (reconstrução com cera)
3. Faz a guia
4. Faz a restauração
5. Posiciona a guia e aplica uma fina camada de massa de esmalte por cima
6. Aplica uma fina camada de massa de dentina e de massa de translucidez com
irregularidade na margem
7. Finaliza a restauração com massa de esmalte e faz a fotoativação
8. Acabamento e polimento pode ser feito 24h depois
OBSERVAÇÃO: Alternativa: Matriz BRB

3° caso: quando o paciente precisa fazer a reconstrução de uma classe IV e não pode
esperar o guia ficar pronto, faz-se a restauração a mão livre

Restauração classe V:
• Sequência operatória:
1. Isolamento absoluto utilizando um grampo retratar
2. Remoção do material restaurador com caneta de alta rotação
3. Remoção da dentina com curetas
4. Acabamento com cortantes manuais
5. Proteção pulpar, se necessário
6. Protocolo de adesão
7. Começa a restauração - incrementos oblíquos, colando no mínimo de paredes
possível e fotoativando
8. Acabamento e polimento pode ser feito 24h depois

→ Guia de silicona
• A matriz lingual classicamente conhecida, é confeccionada em elastômero (Ex: silicone
de condensação ou de adição)
• Uma das etapas da confecção da matriz lingual é a moldagem do ensaio restaurador
realizado diretamente em boca, dessa forma, a confecção exige um tempo maior de
trabalho, normalmente duas sessões clínicas, o que muitas vezes torna o trabalho
inviável, principalmente nos casos que precisam ser finalizados em uma única sessão
por razões estéticas

→ Matriz BRB
• A matriz BRB é a modificação da técnica de obtenção da matriz lingual, frequentemente
usada como um guia em restaurações de resina composta em dentes anteriores
• Objetivo: otimizar o tempo clínico, sem abrir mão dos benefícios do uso da técnica da
matriz palatina, que pode ser confeccionada de maneira imediata, sem necessidade de
modelos de gesso encerados e etapas laboratoriais

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