Resumo Dentistica I
Resumo Dentistica I
Resumo Dentistica I
→ Superfícies
Face Vestibular:
1. S. cervico-mesial ou mésio-cervical
2. S. cervino-medial ou médio-cervical
3. S. cervico-distal ou disto-cervical
1 2 3 4. S. médio-mesial ou mésio-medial
5. S. médio-medial ou médio-medial
6. S. médio-distal ou disto-medial
7. S. inciso-mesial ou mésio-incisal
4 5 6 8. S. inciso-medial ou médio-incisal
9. S. inciso-distal ou disto-incisal
7 8 9
Face Oclusal:
1. S. vestibulo-mesial ou mésio-vestibular
2. S. vestibulo-medial ou médio-vestibular
1 2 3 3. S. vestibulo-distal ou disto-vestibular
4. S. médio-mesial ou mésio-medial
5. S. médio-medial ou médio-medial
6. S. médio-distal ou disto-medial
4 5 6 7. S. palato-mesial ou mésio-palatal
8. S. palato-medial ou médio-palatal
7 8 9 9. S. palato-distal ou disto-palatal
→ Face oclusal
Sulcos secundários
Fossas
Sulcos principais
Pontas de cúspides
Mesa oclusal
Cristas marginais
Vertentes triturantes
Vertentes lisas
→ Cavidade
• Lesão ou condição do dente, causada pela destruição de tecido ósseo
→ Tipos de cavidade
• Cavidade patológica: é uma cavidade com forma e dimensões irregulares causada pela
destruição dos tecidos duros do dente
• Cavidade terapêutica: é a cavidade com forma geométrica e dimensões definidas,
resultado de um processo cirúrgico que visa remover o tecido cariado (preparo cavitário)
2° grupo: é o ângulo formado pela união de uma parede circundante com uma parede de
fundo (Ex: V, L, M, D e C com axial ou pulpar)
3° grupo: é o ângulo formado pela união das paredes de fundo da cavidade (Ex: axial e
pulpar)
- Ângulos triedros: são formados pelo encontro de três paredes e denominados pela combinação
de seus respectivos nomes
OBSERVAÇÃO: existe uma exceção às regras encontradas nas cavidades de classe III, nas
quais a junção das paredes constituintes forma ângulos diedros e triedros incisais
- Ângulo cavo-superficial: é o ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a
superfície externa do dente
OBSERVAÇÃO: o ângulo cavo-biselado possui uma ‘’rampinha’'
→ Classificação artificial
• Classe I: cavidades em regiões de má coalescência do esmalte (cicatrículas e fissuras)
na face oclusal de pré-molares e molares; 2/3 oclusais da face vestibular dos molares
inferiores; 2/3 oclusais da face palatina dos molares superiores e palatina dos incisivos
e caninos superiores
• Classe II: cavidades nas faces proximais dos pré-molares e molares
• Classe III: cavidades nas faces proximais dos dentes anteriores (IC, IL, C) sem
comprometimento do ângulo incisal
• Classe IV: cavidades nas faces proximais dos dentes anteriores (IC, IL, C) com remoção
e restauração do ângulo incisal
• Classe V: cavidades no terço gengival ou cervical das faces vestibulares e linguais de
todos os dentes
• Classe VI: bordas incisais e nas pontas de cúspides
• Classe I de Sockwell: cavidades em cicatrículas e fissuras incipientes (em ponto) na
face V de dentes anteriores
PRÍNCIPIOS GERAIS DO PREPARO CAVITÁRIO:
→ Preparo cavitário
• É o tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos duros dentais de
forma que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que as
proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie
→ Tipos
• Isolamento absoluto
• Isolamento relativo
→ Indicações
• Remoção de tecido cariado
• Remoção de restaurações
OBSERVAÇÃO: na restauração de amalgama é obrigatório pela toxicidade, nas outras
restaurações é opcional
• Procedimentos adesivos
• Situações clínicas que necessitam de afastamento gengival
• Pacientes com necessidades especiais/dificuldades motoras
→ Contra indicações
• Pacientes com asma ou dificuldades respiratórias
• Dentes com erupção incompleta
• Pacientes que apresentam alergia ao látex
→ Vantagens
• Proteção para o paciente e o profissional (Paciente: evita o engasgo com peças
pequenas e a contaminação com materiais tóxicos/ Profissionais: diminui o risco de
infecção)
• Condições assépticas de trabalho
• Controle da infecção
• Melhor acesso e visibilidade
• Retração e proteção dos tecidos moles
• Condições adequadas para inserção dos materiais
4° furo Molares
• Grampos
- Função: estabilizar o lençol, assim, o grampo sempre fica na ponta extrema do temi-arco
- O grampo é colocado no dente distal ao dente que será restaurado
Grupos Indicações
210 a 212 (212M, 212R, 212L) Dentes anteriores; 212 é utilizado para retração
gengival
→ Sequência operatória
1. Preparo da cavidade bucal
• Passar fio dental para checar contatos proximais
• Profilaxia, se necessário
2. Seleção e prova do grampo
• Amarrar o fio dental no arco do grampo para evitar deglutição indevida
• Boa adaptação do grampo - garra no terço cervical sem sangrar ou machucar a gengiva
3. Preparo do lençol de borracha
• Dividir o lençol em quadrante para que a borracha fique bem distribuída (5cm para arco
superiores; 4 cm para arco inferior e 3 cm para o lado direito e esquerdo)
4. Marcação dos orifícios no lençol
• Seguir as regras para perfuração do lençol
Dentes posteriores: no minimo um dente para distal daquele que será restaurado até o
canino do hemiarco oposto
Dentes anteriores: isola-se de PM à PM ou de C à C
5. Perfuração do lençol
6. Lubrificação do lençol
7. Adaptação do grampo/lençol
Técnica 1: conjunto grampo/arco/lençol
• Deve-se usar grampos com asas
• Sempre ir adaptando o lençol dos dentes mais distais para mesial
Técnica 2: grampo + lençol/arco
• Deve-se usar grampos sem asa
• Posiciona-se o grampo no dente, depois estica o orifício do lençol e adapta no dente do
grampo
Técnica 3: lençol/arco + grampo
• Adaptação do lençol de borracha (não utilizar materiais pontiagudos)
• Colocação do grampo (grampo com ou sem asa)
8. Colocação das amarrias
• Utilizadas quando não há estabilidade do lençol na região cervical dos dentes isolados
• Formas alternativas: stop de borracha, borracha de aparelhos ortodônticos
→ Situações específicas
• Retração gengival: utiliza-se o grampo 212
• Estabilização de grampos com godiva
→ Instrumentais e materiais
• Sugadores de saliva
• Roletes de algodão e gaze
• Afastados e abridores bucais
• Fios retratores
→ Sequência operatória
• Colocação de algodões nas saídas das glândulas salivares
OBSERVAÇÃO: na remoção dos materiais de absorção, pode ser necessário umedece-
los para evitar a remoção acidental do epitélio dos lábios ou bochecha
• Isolamento gengival
• Barreira gengival
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR:
→ Esmalte e dentina
• O esmalte e a dentina se protegem mutualmente, ao mesmo tempo em que fornecem
proteção à polpa
• O esmalte é a camada externa porque tem função de proteção do complexo
dentinopulpar (dureza - composição inorgânica), a dentina é a camada intermediário
porque absorve impactos mecânicos (composição orgânica) e a polpa é a camada
interna porque é a parte vascularizada e inervada do dente
• Esmalte: estrutura altamente mineralizada, duro, pouco permeável, resistente ao
desgaste, bom isolamento térmico
• Dentina: é permeável, pouco resistente ao desgaste, resiliente
OBSERVAÇÃO: o CIV é o material que imita as características da dentina
• Polpa: forma a dentina, mantém a vitalidade pulpar, fornece nutrição, defesa e
sensibilidade (através dos canalículos dentinários)
Vernizes cavitários:
• Forma uma película forradora
• Não tem uma adesão tão efetiva
Cimentos protetores:
• Alguns tem ação antimicrobiana, liberam flúor, são isolantes térmicos e elétricos e/ou
promovem adesão aos tecidos dentais
• Exemplos: fosfatos de zinco, óxido de zinco e eugenol, cimento de íonomero de vidro
- Fosfato de zinco (fosfatão): resistência à compressão, não possui uma ótima adesão
aos outros materiais restauradores
- Óxido de zinco e eugenol (pasta zoe): bacteriostático, analgésico, boa resistência à
compressão, incompatibilidade com materiais resinosos
- Cimento de ionômero de vidro: biocompatível, liberação de flúor, propriedades físicas e
mecânicas desejáveis
- MTA: é um tipo de cimento, constituído de cálcio e íons de fósforo, resistência à
compressão, baixa solubilidade, apresenta boas propriedades biológicas induzindo a
formação de barreira dentinária
Sistemas adesivos:
• Podem servir como base protetora/forradora para diferentes materiais
• Unem-se à dentina, impermeabilizando-a, evitando por exemplo a contaminação por
micro-organismos e a sensibilidade dentinária
Restauração de amálgama:
• Possuem irritantes pulpares
• Não é bom isolante térmico
• Não é bom isolante elétrico
• Não tem bom selamento marginal
→ Tratamento expectante
• Proteção pulpar indireta
• Para dentes sem sintomatologia de alteração pulpar irreversível (anamnese)
• Com preparos muito profundos
• Remineralização da dentina desmineralizada e não infectada
• Estimular a formação de dentina reparadora
• Remoção futura de todo o tecido cariado sem exposição pulpar
• Feito em duas sessões
1° sessão
- Anamnese
- Exame clínico
- Exame radiográficos
- Teste de vitalidade
- Se tiver ausência de lesões periapicais, faz a anestesia e começa a remoção parcial da
dentina cariada amolecida
- Selamento provisório com um curativo de demora
- Curativo de demora (1° opção - cimento de hidróxido de calcio; 2° opção - CIV ou
cimento de óxido de zinco e eugenol)
- Retornar com 45 a 60 dias
2° sessão
- Exame clínico
- Teste de vitalidade a frio
- Exame radiográfico
- Isolamento absoluto
- Remoção do curativo
- Remoção de toda a dentina cariada (retirado com brocas, com consistência de pó de
cupim)
- Lavagem da cavidade
- Restauração da cavidade
• Seu insucesso pode indicar a necessidade de: proteção pulpar direta ou tratamento
endodôntico
PREPARO E RESTAURAÇÕES COM AMÁLGAMA:
→ Sequência clínica:
1. Amalgamação ou trituração
• Produção de uma massa plástica
2. Homogeneização
• Amálgama dental após trituração, pronto para condensação
3. Inserção na cavidade e condensação
• Compactar o amálgama na cavidade e remover todo o mercúrio possível
• Condensação
- Minimiza as porosidades internas
- Ligas em forma de limalha: condensadores menores
- Ligas esféricas: condensadores maiores
4. Escultura
5. Acabamento e polimento
• Objetivos mecânicos:
- Proporcionar resistência ao remanescente dental e ao material restaurador
- Conferir retenção do material restaurador à cavidade, visto que o amálgama não
apresenta características adesivas
- Broca n° 329 ou n° 330 cone invertido de extremo arredondado
• Passo a passo
- Penetração da broca 245 com ligeira inclinação em relação à superfície oclusal
- Broca posicionada paralelamente ao longo eixo, formando uma canaleta
• Passo a passo
- Posicionamento da colher de dentina para rompimento da crista marginal
remanescente e o rompimento da crista
- Cavidade MOD sem acabamento; acabamento utilizando recortador de margem
gengival
• Limpeza com o ácido - proteção do complexo pulpar com sistema adesivo convencional
ou verniz cavitário em cavidade rasa ou média
- Primeiro passa o ácido no esmalte (30s) e depois na dentina (15s)
- Se aplicar o ácido não precisa passar clorexidina, por que já esta incluso na fórmula do
ácido. O flúor não é necessário, exceto em pacientes que não cuidam da cavidade
bucal
OBSERVAÇÃO: sempre priorizar a questão de saúde do paciente, e depois a estética
- Fotopolimerização
2. Inserção do amálgama na cavidade
• Misturar o amálgama no dedal de borracha
• colocar o material no porta amálgama e sempre começa a inserir na cavidade pelas
extremidades (M ou D), porque tem o apoio das paredes para condensar com força
3. Condensação
• Para ligas convencionais ou mistas: usar os condensadoras na ordem crescente de
diâmetro
• Para ligas esféricas: usar os condensadores maiores (limalha)
• Inicio da condensação nos ângulos internos e vai em direção ao centro da cavidade. A
finalização deve ser feito de encontro às margens da cavidade
4. Brunimento
• Brunidura inicial
- Brunidor com diâmetro maior que a abertura vestibulo-palatal-lingual do preparo (ovo
de pombo) - para não fazer um buraco
- Metade da ponta ativa do brunidor deve ser apoiado constantemente na superfície
dentária e a outra metade deve ser apoiada no amalgama - para não fazer buraco e
para ajudar a fazer a escultura
- Em direção as margens da cavidade para fazer o contorno das vertentes das cúspides
- Brunidor em formato esférico ou ovóide
• Brunidura pré-escultura
• Brunidura pós-escultura
5. Escultura
• Espátula hollemback
• Imediata: em ligas de cristalização rápida ou em restaurações amplas (Ex: uma
restauração MOD)
• Mediata: em ligas de cristalização lenta ou restaurações pequenas
• Passo à passo
- Iniciar quando oferecer resistência ao corte
OBSERVAÇÃO: se estiver afundando que nem areia, não esta bom para iniciar a
escultura
- Apoiar parte do instrumental na superfície dental
- Anatomia rasa: aumento da espessura do amálgama nas bordas torna menor
vulnerável à fratura e à degradação marginal
• Partículas
- Partículas tipo esféricas = superfície lisa
- Partículas tipo limalha = superfície granulosa
Fases
- Brunidura inicial
- Brunidura pré-escultura: hollemback, metade da ponta ativa apoiada no dente e metade
apoiada no amálgama - é feito as vertentes e os sulcos secundários
- Brunidura pós-escultura: utilizado um instrumental em forma de flecha, começar do
centro da restauração para a superfície dental. Melhora a captação da restauração,
reduz a quantidade de mercúrio residual, reduz as porosidades, superfícies mais lisas e
constrói sulcos e fóssulas com brunidores afiados
6. Acabamento e polimento
Acabamento:
• Acabamento utilizando brocas multilaminadas de diferentes formatos.
OBSERVAÇÃO: verificação de pontos altos na restauração, caso houver tirar o excesso
com broca multilaminadas
- Pontas do tipo esféricas: utilizadas para acabamento na região oclusal
- Pontas do tipo chama/vela: utilizadas para acabamento na região de vertentes e sulcos
• Polimento
- Começa pelas borrachas de maior granulação para as de menor granulação (no kit:
marrom, verde, azul)
• Objetivos do acabamento e polimento:
- Corrigir a oclusão
- Refinar a escultura
- Reduzir a aspereza das restaurações
- Regularizar as bordas da restauração
- Aumentar a resistência do amalgama a corrosão
- Aspecto final mais agradável (lisura)
• É feito, no mínimo, 24 horas depois da realização da restauração
• Fazer SEMPRE isolamento absoluto
• usar brocas multilaminadas, porque o material já cristalizou e para dar uma lisura a
restauração
• Pré-polimento e polimento com borrachas abrasivas em ordem decrescente
• Brilho com escovas e pastas especificas (óxido de zinco + álcool 96° GL ou amalgloss =
álcool 96° GL)
2. Restauração
• Fita matriz e porta matriz
OBSERVAÇÃO: fita matriz deve ser bem grossa para restauração com amálgama
• Acoplar a matriz metálica em volta de todo o dente para simular uma parede, e colocar
uma cunha de cada lado para fornecer estabilidade a fita matriz e não ocorrer
extravasamento de amálgama para o espaço biológico
• Cunhas
- Ponto de contato da matriz com as margens da cavidade
- Leve afastamento dental para compensar a espessura da matriz
- Facilita o contato proximal
- Íntimo contato com os dentes adjacentes
- Inserção da cunha é por palatal-lingual
• Inserção
- Inserção do amálgama sempre pelas caixas proximais e depois vai em direção a
oclusal
- instalação da matriz de aço com o auxílio de porta matriz e cunha de madeira
- Material restaurador inicialmente condensado nas caixas proximais
• Condensação
- Corrigi o ponto de contato proximal
- Deve ter excessos
• Escultura
- Com sonda exploradora ou esculpidor de hollemback define-se o contorno externo das
cristas marginais
- Delimita o perímetro da mesa oclusal
- Retirar as lascas de amálgama com bolinha de algodão
- Concluída a restauração, retira-se a matriz metálica
- Cunhas permanecem para o afastamento dental
- Após a brunidura pode ser retirado o dique de borracha
- Verificação dos contatos proximais
- Amálgama ainda em processo de cristalização (cuidado no ajuste oclusal)
• Acabamento
- Acabamento utilizando brocas multilaminadas de diferentes tamanhos e formatos
- Brocas removem irregularidades e excessos
- Refinar a anatomia
- Proporcionar lisura superficial
- Polimento com borrachas de diferentes granulações (ordem decrescente)
- Pastas com escova robson
- O acabamento e polimento são realizados após, no mínimo, 24 horas e idealmente sob
isolamento absoluto
ADESÃO AS ESTRUTURAS DENTÁRIAS:
→ Sistemas adesivos
• São substâncias capazes de unir o material restaurador (lentes de contato, cimentos
resinosos, outro remanescente dental, resinas compostas, etc) à estrutura dentária,
possibilitando restaurações mais estéticas e conservadores
• Permite que nosso preparo cavitário seja conservador. Unindo a resina composta e os
materiais cerâmicos à superfície dentária
• Existe no mercado uma grande diversidade de adesivos dentais, isso se dá em grande
parte devido às diferenças morfológicas e histológicas do elemento dental
• Ainda não contamos com um sistema adesivo que atua com excelência nos diferentes
tipos de tecido dental o que torna ainda mais importante o entendimento do esmalte,
dentina, cemento e polpa
OBSERVAÇÃO: os sistemas adesivos são de difícil aderência na dentina, porque este é
um tecido muito úmido
→ Adesão ao esmalte
• Buonocore em 1955, deu início ao processo de adesão por meio do condicionamento do
esmalte
Dente com
Dente natural condicionamento ácido Dente com adesivo
→ Adesão a dentina
• Atualmente, é dada pela penetração dos sistemas adesivos por entre as fibras
colágenas, gerando uma zona de interdifusão denominada camada híbrida
• Contém grande quantidade de água e de matéria orgânica sob a forma de fibras
colágenas. Isso pode justificar os inúmeros fracassos na tentativa de adesão a dentina
OBSERVAÇÃO: se o CD esquece de colocar a bolinha de algodão em cima da dentina
para proteção desta e aplica o jato de ar direto nela, ocorre obliteração dos túbulos
dentinários e uma falsa adesão do material restaurador, causando sensibilidade dentária
após o procedimento
• Além da diferença morfológica entre as dentinas intertubular e peritubular, existe ainda
diferenciação da dentina que tange a sua profundidade, idade (fechamento da polpa e
formação da dentina reacional - dentina mais dura), experiência cariosa ou traumática
• A íntima relação com a polpa dental e a diversidade de substratos dentários dificultam
ainda mais o protocolo de adesão a dentina
• A dentina intertubular, localizada entre os túbulos dentinários, é o principal substrato
para a adesão dentinária. Já a dentina peritubular, situada ao redor dos túbulos
dentinários, exerce papel secundário no processo da adesão
OBSERVAÇÃO: quando mais próximo da junção amelodentinária, maior é a quantidade
de dentina intertubular e menor a quantidade de túbulos dentinários. Com isso quanto
mais superficial melhor a adesão a dentina
Esmalte Dentina
Dentina:
• Remoção da lama dentinária (camada superficial formada por detritos)
• Dissolução mineral superficial da dentina (aplicação do ácido)
• Exposição das fibras colágenas
• Aumento da embocadura dos túbulos dentinários e afloramento dos fluidos dentinários
• Está úmida e com considerava teor orgânico (baixa energia de superfície)
• Secar com bolinhas de algodão ou papel absorvente para que o emaranhado de fibras
colágenas expostas não percam sua configuração espacial
OBSERVAÇÃO: Se secar com jatos de ar, as fibras colapsaram e impediram a
penetração do adesivo
Primer:
• É um composto de monômeros bifuncionais - elo entre a superfície úmida da dentina
(parte hidrófila) e o adesivo (parte hidrófoba) - ou seja, é a preparação da dentina para
aplicação do adesivo
Protocolo:
1. Isolamento absoluto
2. Condicionamento ácido (esmalte: 30 segundos/Dentina: 15 segundos) - iniciar pelo
esmalte quando envolver ambas estruturas
3. Lavar com água
4. Secar o esmalte com jato de ar e proteger a dentina com bolinhas de algodão
5. Aplicação do primer apenas na dentina - se for aplicar o primer + bond (no mesmo
frasco) aplicar 2 camadas - Fotoatiavação
6. Aplicação do adesivo
2. Autocondicionantes:
• Não existe uma etapa separada para o condicionamento ácido
• Um agente acídico (monômero ácido) é o responsável pelo condicionamento do esmalte
e da dentina. Graças a capacidade tampão do elemento dental ocorre a neutralização
dos componentes acídicos alguns segundos após a aplicação
• A lama dentinária não é removida e sim incorporada na camada híbrida
• Autocondicionantes de 1 passo:
- Ácido, primer e adesivo são aplicados simultaneamente
• Autocondicionantes de 2 passos:
- Primer acídico + agente adesivo
- Pode ser dividido em 2 frascos (primer acídico + bond) ou 3 frascos (primer acídico A +
primer acídico B + bond) - O primer acídico A é misturado com o B e em seguida
aplicado sobre a estrutura dental
- Não existe uma etapa separada para o condicionamento ácido
- O primer do pH baixo irá desmineralizar os cristais de hidroxiapatita do esmalte e da
dentina
- Melhor adesão na dentina do que no esmalte
→ Protocolos
Protocolo convencionais de 3 passos:
• Cavidade pronta
• Aplicar o ácido no esmalte por 30 s e na dentina por 15 s - começa pelo esmalte
• Lavar pelo dobro do tempo (1 minuto)
• Secar a dentina com bolinha de algodão estéril e o esmalte com leve jato de ar
• Aplicar o primer na dentina com microbrush por 30 s
• Aplicar um leve jato de ar para volatilizar
• Aplicar uma camada de adesivo com outro microbrush
• leve jato de ar para diminuir a camada de adesivo
• Fotoativar de acordo com as normas do fabricante (UNISUL: 10 segundos)
→ Restauração classe I e II
• O sucesso da restauração esta diretamente relacionado a um criterioso diagnóstico
clínico e radiográfico (radiografia interproximal e se necessário, solicitar radiografia
periapical)
• Após a confirmação da presença de lesão cariosa inicia-se o preparo cavitário
• Condições ideais: superfície limpa, seca e bem iluminada, para isso recomenda-se o
uso de isolamento relativo e expandex
OBSERVAÇÃO: quando a lesão cariosa esta muito próxima da polpa, retira-se a dentina
amolecida e faz o tratamento expectante (aplicação de cimento de hidróxido de cálcio,
CIV ou cimento de óxido de zinco e eugenol e deixa agir por 60 dias)
→ Sequência clínica
• Técnica incremental obliqua - começar na face mesial da primeira cúspide e ir até a face
distal da última cúspide
• Inicio da inserção da massa pela dentina e depois começa a inserção da massa para
esmalte
• Utilizar espátula, pincel e a ponta de silicone para inserção do material restaurador
OBSERVAÇÃO: se a espessura da dentina for muito maior que a espessura normal, a
saturação aumenta. Se a espessura do esmalte for muito maior que a espessura normal,
o dente fica translúcido e com aspecto cinza
→ Polimerização de compósitos
Contração de polimerização:
• Aproximação de moléculas de monômeros e redução no volume do material
• 2 a 6% nos compósitos atuais
• Influenciado pelo tipo de matriz de resina composta, pelo comprimento da cadeia
molecular de monômeros
• Quanto mais longas as cadeias e maior o peso molecular
Estresse de polimerização:
• Tensões geradas na interface entre o compósito e os substratos dentais, em virtude da
união adesiva entre eles
• Consequências clínicas da ruptura adesiva: infiltração marginal, cárie marginal,
manchamento marginal, flexão das cúspides, sensibilidade pós-operatória, trincas de
esmalte, diminuição do volume do material, módulo de elasticidade, técnica de
polimerização utilizada, técnica de inserção dos incrementos
• Fase pré-gel: as tensões decorrentes da contração são dissipadas pela deformação da
resina composta. Ocorre da superfície livre em direção às superfície aderidas
• Fase gel: o compósito não é mais capaz de sofrer deformação sem que esta seja
acompanhada de tensões internas.
OBSERVAÇÃO: Se o CD utiliza intensidade de luz baixa na fotoativação ocorre o
prolongamento da fase pré-gel e diminui a fase pós-gel. Dessa forma, diminui a contração
e deformação do material
• Fase pós gel: toda a contração é acompanhada por estresse. Ou seja, qualquer tensão
vai gerar deformação
• Fator c (fator de configuração cavitária): quanto maior for a área aderida em relação à
área livre, menor será a possibilidade de deformação e portanto maior será o estresse
de polimerização
OBSERVAÇÃO: em uma classe I o fator c é igual a 2 (material apoiado em duas
paredes). Em uma classe II o fator c é igual a 3 (material apoiado em três paredes). Em
uma classe III o fator c é igual a 4 (material apoiado em 4 paredes). Em uma classe IV o
fator c é igual a 5 (material apoiado em 5 paredes)
→ Técnicas de fotoativação
• Pré-gel
• Estado menos viscoso
• Escoamento contínuo do material
• Pós-gel
• Estado rígido do material
• Não ocorre o escoamento do material
Convencional: aplicação de luz por um período contínuo em um dado valor de intensidade
de luz (Ex: 40s - 60 mW/cm2)
Stepped: aplicação de um baixo valor inicial de intensidade de luz por um período
determinado, e imediatamente após, aplica-se um alto valor de intensidade de luz por um
período de tempo específico (Ex: 20s - 250 mW/cm2 + 40s - 600 mW/cm2)
Ramped: aplicação de luz inicialmente em baixa intensidade e gradualmente é aumentada
sobre o tempo para uma alta intensidade de energia (Ex: 150 mW/cm2 aumentando
gradualmente até 600 mW/cm2)
Pulsed: aplicação de um baixo valor inicial de intensidade de luz por um período
especifico, aguarda de 3 a 5 minutos, para posterior aplicação de um alto nível de
intensidade de luz (Ex: 3 a 5 segundos - 200 mW/cm2 / 3 a 5 minutos de espera / 30 a 40
segundos - 600 mW/cm2)
RESTAURAÇÕES EM DENTES ANTERIORES COM RESINA COMPOSTA:
→ Classificação/propriedades/indicações
Categoria Tamanho da % carga Propriedades Polimento e Indicação
carga (volume) físico- lisura
mecânicas superficial
→ Contração de polimerização
• A contração de polimerização é um problema porque pode causar trincas, sensibilidade
pós-operatória, infiltração marginal, queixas de dor
• Toda resina contrai, então o CD tem a função de diminuir a tensão causada pela
contração:
- Quanto menores os incrementos, menores serão as tensões das contrações
(espessura máxima de 2 mm)
- Fator de configuração cavitária é a relação existente entre as superfícies aderidas e as
superfícies não aderidas, ou seja, quanto maior o fator c, maior será a tensão causada
pela contração de polimerização
- Método de fotoativação gradual - para fazer que a conversão de monômeros em
polímeros seja mais lenta
OBSERVAÇÃO: o aparelho da clínica tem três métodos de fotoativar: luz contínua, pulso
delay e soft start
→ Fotopolimerização:
Método de fotoativação manual:
• Fotoativar cada incremento por 5 segundos, quando acabar de usar a massa de dentina
faz a fotoativação completa de dentina sem usar o gel bloqueador. Faz fotoativação por
5 segundos de cada incremento do esmalte e quando acabar de usar a massa de
esmalte faz a fotoativação completa do esmalte com a camada de gel bloqueador
Método de fotoativação programado:
Fotoativação contínua Fotoativação em Fotoativação em rampa Fotoativação pulso
passos (soft start) (ramp) tardio (pulso delay)
→ Seleção da cor
• Dimensões da cor:
Matiz:
- Representa o nome da cor
- Escala vita classical: Matiz A (laranja), B (amarelo), C (cinza), D (vermelho)
Croma:
- Representa a intensidade ou saturação da cor (cor mais clara até uma cor mais escura)
- Escala vita classical: Croma 1 a 4
- Composta por 16 cores: A1, A2, A3, A3-5 e A4 / B1, B2, B3 e B4 / C1, C2, C3 e C4 / D1,
D2, D3
Valor:
- Representa a luminosidade da cor
OBSERVAÇÃO: para enxergar o valor dos dentes, o certo é fazer uma fotografia, passar
a fotografia para o preto e branco e visualizar se o dente tem alta luminosidade (tons de
branco - alto valor) ou baixa luminosidade (tons acizentados - baixo valor)
• A escala de cores é uma pré-referencia para a seleção de cor, deve-se levar em
consideração a interferência da:
- Luz ambiente
- Dentes da escala úmidos
- Incremento de resina composta no dente
- Terço médio da face V
• É muito difícil acertar a cor, porque os dentes são policromáticos
• Protocolo:
1. Pré-seleção da escala de cor
2. Selecionar a resina composta
3. Provar o incremento, colocar no terço médio da face vestibular
4. Prova, fotoativa e pede pro paciente passar a língua
OBSERVAÇÃO: fazer a prova do incremento antes de realizar o isolamento, pois ele
desidrata o dente
→ Características ópticas dos dentes naturais:
• O esmalte é uma estrutura dentária com alta tranlucidez e baixa saturação → principal
responsável pelo valor dos dentes naturais
• A dentina é uma estrutura de baixa translucidez e elevada saturação → principal
responsável pelo matiz e croma dos dentes naturais
• No terço incisal tem mais esmalte e menos dentina, no terço médio existe uma
espessura entre esmalte e dentina que estão mais equilibrados e no terço cervical tem
mais dentina e menos esmalte
• No terço incisal - mamelões
→ Instrumentais e materiais:
• Pincéis
• Espátulas de metal
• Espátulas de silicone
OBSERVAÇÃO: limpar constantemente a ponta das espátulas com uma gaze com álcool
70, porque os monômeros ficam na ponta e a espátula fica grudenta
→ Técnica restauradora:
• Em restaurações com resina, o importante é que todo o tecido cariado seja removido de
modo mais conservador possível
Restauração classe III:
• Acesso inicial: face lingual, face vestibular ou, preferencialmente, acesso direto
(diretamente na lesão)
• O ideal é realizar o acesso direto, mas caso não seja possível, pode-se escolher fazer o
acesso pela face lingual ou vestibular, levando em consideração que a cavidade deve
ser a mais conservadora possível
• Pode-se recorrer ao afastamento dental com o objetivo de melhorar o acesso à
cavidade e preservar o tecido sadio (cunhas ou elásticos)
• Sequência operatória:
1. Seleção de cor
2. Preparo cavitário conservador
- Remover esmalte cariado ou qualquer material restaurador com pontas diamantadas
em alta rotação
OBSERVAÇÃO: Não deve-se retirar materiais restauradores com canetas de baixa
rotação, porque o material é muito duro, gera tensão e pode causar danos a polpa
dentária
- Para retirar dentina cariada usa-se os instrumentos cortantes manuais (curetas de
dentina) ou brocas em baixa rotação
- Confecção de bisel no ângulo cavo-superficial, ou seja, arredondar os ângulos com
ponta diamantada 2135. No entanto, não se realiza mais essa etapa porque ela gera
desgaste de estruturas sadias
Funções do bisel:
• Estética
• Melhora o velamento marginal
• Exposição dos prismas de esmalte transversalmente
• Exposição da camada subsuperficial do esmalte
3. Antes de começar o protocolo para adesão, fazer a proteção do dente vizinho com uma
tira de poliéster
4. Restauração
5. Acabamento e polimento pode ser feito 24h depois
Sequência:
1°) Pontas diamantadas F (fina) e FF (extra-fina)
2°) Sequência de discos de lixa (maior granulação → menor granulação)
3°) Borrachas abrasivas (maior granulação → menor granulação)
4°) Disco de feltro e pasta de polimento
OBSERVAÇÃO: essa sequência pode ser feita para qualquer restauração
3° caso: quando o paciente precisa fazer a reconstrução de uma classe IV e não pode
esperar o guia ficar pronto, faz-se a restauração a mão livre
Restauração classe V:
• Sequência operatória:
1. Isolamento absoluto utilizando um grampo retratar
2. Remoção do material restaurador com caneta de alta rotação
3. Remoção da dentina com curetas
4. Acabamento com cortantes manuais
5. Proteção pulpar, se necessário
6. Protocolo de adesão
7. Começa a restauração - incrementos oblíquos, colando no mínimo de paredes
possível e fotoativando
8. Acabamento e polimento pode ser feito 24h depois
→ Guia de silicona
• A matriz lingual classicamente conhecida, é confeccionada em elastômero (Ex: silicone
de condensação ou de adição)
• Uma das etapas da confecção da matriz lingual é a moldagem do ensaio restaurador
realizado diretamente em boca, dessa forma, a confecção exige um tempo maior de
trabalho, normalmente duas sessões clínicas, o que muitas vezes torna o trabalho
inviável, principalmente nos casos que precisam ser finalizados em uma única sessão
por razões estéticas
→ Matriz BRB
• A matriz BRB é a modificação da técnica de obtenção da matriz lingual, frequentemente
usada como um guia em restaurações de resina composta em dentes anteriores
• Objetivo: otimizar o tempo clínico, sem abrir mão dos benefícios do uso da técnica da
matriz palatina, que pode ser confeccionada de maneira imediata, sem necessidade de
modelos de gesso encerados e etapas laboratoriais