Desenho Tecnico Calderaria e Tubulação

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FIRJAN

CIRJ
SESI
SENAI
IEL

DESENHO
TÉCNICO
Controle Dimensional
Caldeiraria e Tubulação

SENAI-RJ • Metrologia
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

DESENHO
TÉCNICO
Referente à Norma da Petrobras
N-2109, set./98
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente

Diretoria Corporativa Operacional


Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor

Diretoria Regional do SENAI-RJ


Fernando Sampaio Alves Guimarães
Diretor

Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora

Gerência de Educação Profissional


Luis Roberto Arruda
Gerente
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

DESENHO
TÉCNICO
Controle Dimensional
Caldeiraria e Tubulação

SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2004
Desenho Técnico
2004

SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação

FICHA TÉCNICA

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda


Gerência de Produtos Newton Martins
Produção Editorial Vera Regina Costa Abreu
Pesquisa de Conteúdo e Redação Nilo de Souza e Silva
Revisão Pedagógica Maria Leonor de Macedo Soares Leal
Revisão Gramatical Mário Élber dos Santos Cunha
Revisão Editorial Izabel Maria de Freitas Sodré
Colaboração Marcelo Oliveira Gaspar de Carvalho
Projeto Gráfico Artae Design & Criação
Editoração Conexão Gravatá Ltda.

Edição revista do material Desenho Técnico, publicado pelo SENAI–RJ, 1998.

SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional

Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca


20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1117
Fax: (21) 2254-2884
E-mail: [email protected]
http://www.rj.senai.br
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................... 11
UMA PALAVRA INICIAL ................................................... 13

1
PROJEÇÕES ORTOGONAIS ............................................... 17
I . Planos de projeções. ................................................................. 19

II . Peças cilíndricas ...................................................................... 29

III . Cortes e seções. .................................................................... 30

IV . Praticando. ............................................................................ 34

2 DESENHO DE CALDEIRARIA. ............................................ 37

I . Equipamentos e componentes utilizados pela Petrobras .................. 39

II . Estrutura tubular marítima ........................................................ 43

III . Planificações básicas. ............................................................. 46

IV . Planificação dos componentes dos subconjuntos de


estruturas metálicas ............................................................... 53

V . Planificação dos tampos dos vasos de pressão ............................. 61

VI . Gabaritos de forma ................................................................. 73

VII . Planificação dos costados dos vasos ........................................ 78

VIII . Praticando ........................................................................... 82


Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada
para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de
jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia,
proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas
de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis
flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o
comprometimento com os resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá
de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade
de um formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos
essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo
uma formação flexível e modularizada.
Esse tipo de formação tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu
desenvolvimento, você poderá contar com apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
desta escola do SENAI para orientá-lo em seu projeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem vindo!

Andréa Marinho de Souza Franco


Diretora de Educação

SENAI-RJ 9
Desenho Técnico - Apresentação

Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e
aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros
aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
Essa também é a preocupação do Curso de Controle Dimensional que você está realizando
e deste material didático que compõe o conjunto elaborado especialmente para o curso. Neste
material, você encontrará conteúdos que lhe darão a possibilidade de aprofundar seus
conhecimentos de desenho geométrico e de desenho técnico, uma vez que traz noções que o
habilitarão para a leitura e interpretação dos traçados da área de caldeiraria.
O material vai ajudá-lo em seus estudos, podendo ser usado por você para acompanhar as
aulas do professor, fazer leituras que complementem o entendimento de determinado assunto,
apoiá-lo na execução dos desenhos, realizar consultas e pesquisas, esclarecer dúvidas, fazer os
exercícios propostos, etc.
Desse modo, você vai enriquecer a sua educação profissional e tornar-se mais capacitado
para desempenhar, com competência as atividades de um inspetor de controle dimensional.

SENAI-RJ 11
Desenho Técnico - Uma palavra inicial

Uma palavra inicial


Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade
da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de
curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.
Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em
mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.

SENAI-RJ 13
Desenho Técnico - Uma palavra inicial

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a


falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias
não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser
fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas da mesma
forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua
capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente
não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o
uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade,
possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também buscar novas
formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-
-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós
(o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais
desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para
sua reputação ou para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de
pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que
melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de
forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho
é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências
acabam afetando a todos.

14 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Uma palavra inicial

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no


trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos
empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar
as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção.
A redução do número de acidentes só será possível, à medida que cada um – trabalhador,
patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar
a segurança de todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o
meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores,
propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países,
empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm
desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde.
Mas isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso
recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando
com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício
profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela
segurança e saúde de todos.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?

SENAI-RJ 15
Projeções Ortogonais

Nesta seção...

I. Planos de projeções

II. Peças cilíndricas

III. Cortes e seções

IV. Praticando

1
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

18 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Projeções ortogonais
Neste primeiro bloco de estudo, trataremos de um assunto muito importante para o
profissional de controle dimensional desempenhar as suas atividades: as projeções ortogonais.
O trabalho com tal conteúdo vai ajudá-lo a entender a representação das partes de um
componente de caldeiraria, como, por exemplo, as dos tampos e costados, que abordaremos
na unidade 2 do material.

I. Planos de projeções
O desenho técnico de um objeto pode ser representado por meio de vista ortográfica ou
perspectiva.
As vistas ortográficas de um objeto, que veremos adiante com mais detalhes, são projeções
cilindro-ortogonais ou, simplesmente, projeções ortogonais.
A Fig. 1 mostra a projeção ortogonal de um objeto.

plano de projeção

projetantes perpendiculares ao plano

vista ortográfica objeto

Fig. 1

SENAI-RJ 19
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Observando a Fig. 1 com atenção, você verá que a projeção é uma operação geométrica que
pressupõe a existência de um ponto, o centro de projeção que representa o observador e uma
superfície, onde se realiza a projeção.
As retas que partem do centro de projeção e se dirigem para os diversos pontos do espaço
a serem projetados denominam-se projetantes.

Quando todas as projetantes são paralelas entre si, temos uma projeção cilíndrica. Essa
projeção pode ser ortogonal ou oblíqua em relação à superfície plana de projeção.
· Projeção cilíndrica ortogonal
É aquela cujas projetantes são perpendiculares ao plano de projeção.
· Projeção cilíndrica oblíqua
É aquela cujasprojetantes são oblíquas ao plano de projeção.
Veja esses tipos de projeção na Fig. 2.

projetante perpendicular ao plano


projetante oblíqua ao plano
ponto

projetantes
superfície

projeção
do
ponto

Fig. 2

Diedro de projeções
Um diedro de projeção é formado por dois
plano vertical
planos de projeção: um vertical e outro
horizontal, os quais se interceptam num ângulo
plano horizontal
de 90º, formando as linhas de terra (LT).
Observe um diedro de projeção na Fig. 3.

observador

Fig. 3

20 SENAI-RJ
Montagem e AlinhamentoDesenho
de Máquinas
Técnico
- Alinhamento
- Projeções de
Ortogonais
Máquinas

Para que os desenhos das projeções sejam representados e integrados, é necessário que os
dois planos de projeção sejam apresentados em uma mesma superfície plana, voltada para a
direção do observador. Consegue-se isso rotacionando o plano horizontal (PH) a 90º, até ele se
sobrepor ao plano vertical (PV).
Os planos vertical e horizontal de projeções formam quatro diedros, denominados: primeiro
diedro, segundo diedro, terceiro diedro e quarto diedro, como mostra a Fig. 4.

PV PV PV

1 diedro
0
1 0 diedro 2 0 diedro
2 0 diedro
90º

PH PH L T

30 diedro 40 diedro
PH
3 diedro
0

PV
PH
4 diedro
0

Vista de perfil dos


quatro diedros PV e PH na mesma
superfície
Rotação do PH e
justaposição ao PV
Fig. 4

Desses quatro diedros, somente o primeiro e o terceiro são utilizados para as projeções
ortográficas. No Brasil, de acordo com a NBR 10067, da ABNT, adota-se o primeiro diedro.
A simbologia para a indicação do método de projeção é representada por meio de figuras,
como podemos ver nos itens que se seguem.

· Indicativo de projeção no primeiro diedro

Fig. 5

·Indicativo de projeção no segundo diedro

Fig. 6

SENAI-RJ 21
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Vistas ortográficas
Como já vimos, um objeto pode ser representado por meio de vistas ortográficas ou
perspectiva. A quantidade de vistas deve ser a necessária à perfeita compreensão do objeto.
Assim, uma peça, por mais complicada que seja, é representada em desenho técnico por suas
vistas ortográficas, obedecendo às normas e procedimentos técnicos.

Tipos de vista
As duas vistas básicas são a vista frontal e a vista superior.
A vista frontal corresponde à projeção vertical – PV, conforme especifica a NBR 10067, da
ABNT, sendo representada no plano vertical superior.
A vista superior é a que corresponde à projeção horizontal – PH, sendo representada no
plano horizontal anterior.

Vale observar que, após o giro do plano horizontal, acontece o seguinte:


- o plano horizontal anterior sobrepõe-se ao PV inferior;
- o plano horizontal posterior sobrepõe-se ao PV superior.
Agora, analise a Fig. 7 com atenção, procurando perceber as vistas frontal e superior.

projeção vertical ou
vista frontal
e r io r PVS
PV sup
objeto
linhas de
2 o diedro referência

ste-
PH po
rior
T
1 o diedro
L T
L

observador
nter ior
PH a

f e r io r
P V in projeção horizontal ou
vista superior PHA

Fig.7

22 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

É importante você saber que no desenho definitivo não são necessárias as linhas que vemos
na Fig. 7 limitando os planos de projeções nem as linhas de referência.
Já as linhas de cota, mostradas na Fig. 8, são necessárias e importantes nos desenhos
técnicos, pois indicam as dimensões do objeto. Observe.

linhas
9 de cota

29
12

12

23

Fig.8

A ABNT estabelece normas e procedimentos para a cotagem em desenho técnico.

Escolha das vistas


A vista principal é a mais importante em desenho técnico. Por isso, a vista frontal deve ser
utilizada como vista principal, pois geralmente ela representa a peça na sua posição de
utilização.
Quando outras vistas são necessárias (por exemplo, vistas laterais ou vistas posteriores),
inclusive cortes e/ou seções, elas devem ser selecionadas conforme critérios recomendados
pela NBR 10067. Esses critérios são:
– usar o menor número possível de vistas (podem ser seis ou mais, como observaremos no
item seguinte);
– evitar a repetição das vistas;
– evitar, nas vistas, linhas tracejadas desnecessárias.

SENAI-RJ 23
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

As vistas laterais são colocadas ao lado da vista principal e podem ser duas: vista lateral
direita e vista lateral esquerda. A escolha de uma ou de outra vai depender dos detalhes da peça
a serem representados. Eventualmente, as duas laterais podem ser representadas, como mostra
a Fig. 18 que ilustra a perspectiva de uma peça em três vistas.

PLD
PVS PL
Dir
vista principal .

vista lateral
esquerda

PHP

lado
esquerdo da
peça

plano lateral
direito
PHA

PHA

Perspectiva de uma peça com 3 vistas

Fig.9

24 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Veja agora as projeções ortográficas nas seguintes três vistas: vista principal(ou frontal),
vista superior e vista lateral esquerda (representada no PL direito).

plano vertical plano lateral


(ou frontal) direito

vista frontal
(principal)

vista lateral
esquerda

vista superior Projeções em 3 vistas

plano hor. anterior

Fig.10

Já nesta outra figura, temos as projeções ortográficas em outras três vistas: vista principal
(frontal), vista superior e vista lateral direita (representada no PL esquerdo).

plano lateral esquerdo plano vertical


(ou frontal)

vista frontal
(principal)

vista lateral
direita

vista superior

Projeções em 3 vistas

plano hor. anterior

Fig.11

SENAI-RJ 25
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Os planos de projeção
As duas vistas básicas – a frontal e a superior –, mesmo auxiliadas pela vista lateral, por
vezes não conseguem esclarecer, suficientemente, a forma de objetos mais complexos. Nesses
casos, uma alternativa possível é aumentar o número de vistas para seis. Para tanto, utiliza-se
um paralelepípedo de referência, como estabelece a Norma ABNT – NBR 10067, e que você
pode observar nas duas figuras que seguem.

A C

F
vi
B st
a
fr
on
ta
l

Paralelepípedo de referência (6 faces)

Fig.12

26 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

D A C F

plano frontal

O paralelepípedo de referência (planificado)

Fig.13

Sobre as seis faces do paralelepípedo são projetadas as seis vistas ortográficas. Veja.

D A C F

Fig.14

A denominação das vistas A, B, C, D, E, e F mostradas nesta figura e dos planos


correspondentes, considerando que a vista principal é a vista frontal (A), é a seguinte:

VISTA PLANO

A – Vista frontal (vista principal) Plano frontal


B – Vista superior (ou planta) Plano horizontal inferior
C – Vista lateral esquerda Plano lateral direito
D – Vista lateral direita Plano lateral esquerdo
E – Vista inferior Plano horizontal superior
F – Vista posterior Plano vertical posterior
Quadro 1

SENAI-RJ 27
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Veja agora dois exemplos de peças representadas em três vistas, com utilização de linhas
tracejadas que representam arestas ocultas, e também de linhas de centro ou de eixo, que
representam os centros de círculos ou de cilindros.

• Exemplo 1

arestas ocultas

linha tracejada
(arestas ocultas)

vista frontal

3 vistas (com linhas tracejadas) Perspectiva

Fig.15

• Exemplo 2

linhas de eixo
ou de centro

linhas de eixo
ou de centro
vista frontal

Perspectiva

3 vistas (com linhas de eixo)

Fig.16

28 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

II. Peças cilíndricas


Você já viu que na representação do desenho de uma peça usamos tantas vistas quantas
forem necessárias para a compreensão de sua forma. No caso das peças com formas cilíndricas,
a aplicação do símbolo ∅ permite suprimir a vista em que o círculo do cilindro aparece de
forma frontal.
Analise este exemplo.
A figura nos mostra a representação de uma peça cilíndrica em duas vistas, em que a cota
do diâmetro (que é 20) aparece três vezes:

Perspectiva do
cilíndro

Fig.17

Utilizando o símbolo ∅, a representação dessa mesma peça pode ser feita em vista única,
aparecendo a cota do diâmetro uma única vez.
∅ 20

35

Fig. 18

SENAI-RJ 29
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Agora, observe, na Fig. 19, representação de uma peça cilíndrica em vista única, cotada.

Fig.19

III. Cortes e seções


Os cortes são artifícios aplicados em desenho de peças para representar seus detalhes
internos com maior clareza, uma vez que nas vistas normais esses detalhes seriam apresentados
em linhas tracejadas, tornando a interpretação mais difícil ou, até mesmo, ilegível.
Observe, na Fig. 20, que o corte é representado pela linha de corte, a qual indica a localização
do plano de corte.

linha
de corte

plano de corte

Fig. 20

30 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Veja, na Fig. 21, que a parte da peça mostrada em corte é a posterior ao plano de corte.
A parte anterior não é representada na vista de corte (e somente nesta).

parte porterior ao
plano de corte

parte anterior ao
Fig.21 plano de corte

A parte maciça da peça, no plano de corte, é mostrada com hachuras, que são linhas
estreitas a 45º. Já as partes ocas não são hachuradas.
Os procedimentos para a representação das peças em corte são estabelecidos pela NBR
10067, da ABNT.
Na Fig. 22, temos uma peça representada em três vistas, sendo a vista frontal cortada por
um plano horizontal.

hachuras

corte AA

linha de corte

A A

Fig. 22

SENAI-RJ 31
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

O corte de uma peça pode ser total, parcial ou meio corte. Vejamos.
• Corte total
Corta a peça em toda a sua extensão, como é mostrado nas figuras anteriores.

• Corte parcial
linha de ruptura que limita
Corta
. somente em trecho o corte parcial
que representa algum detalhe flange
importante interno. O trecho
cortado é limitado por uma
linha sinuosa, como mostra o
desenho de tubo com flange tubo
integral da Fig. 23.
Fig.23

• Meio corte
Neste caso, somente a metade da vista é apresentada em corte, ou seja, a metade é cortada
e a outra, não.
Observe, no desenho de um tê de redução em meio corte, que a indicação do plano de
corte AA é representada em um ângulo de 90º.

linha de corte

Fig.24

Agora, analise os quatro desenhos de peças mostrados a seguir.

• Desenho de peça em duas vistas em


que a linha de corte é desnecessária

Fig. 25

32 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

• Desenho de uma válvula-esfera em vista única

Fig. 26

• Desenho de um niple roscado em vista única

tubo

niple

tubo

Fig. 27

• Desenho de um trocador de calor em vista única

Fig. 28

As Figs. 25 a 28 que você acabou de analisar mostram-nos exemplos de corte total. Veja que
em nenhuma delas houve a necessidade de indicação da linha de corte, cuja ausência é admitida
pela NBR 10067 da ABNT, quando sua localização é clara, não admitindo dúvida.

SENAI-RJ 33
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

IV. Praticando
1) Complete, à mão livre, as vistas indicadas pelas marcas nos desenhos que se seguem.

1 2

3 4

5 6

34 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

2) Desenhe, à mão livre, as duas vistas de cada peça, tendo como referência a vista já
desenhada em cada quadro a seguir.
Identifique cada uma das vistas do desenho (tanto a já existente como as que você vai
desenhar), empregando as seguintes siglas:
VF – vista frontal;
VS – vista superior;
VLD – vista lateral direita;
VLE – vista lateral esquerda.

1 2

3 4

5 6

SENAI-RJ 35
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

3) Entre as projeções que se seguem, assinale com X a representação em corte que estiver
correta.

36 SENAI-RJ

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