APOSTILA - Funções Executivas

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APOSTILA: FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES

FUNÇÕES EXECUTIVAS

Ministrante: Georgiane Mendes Castro


PSICOPEDAGOGA
ABPP 19/10101034

25 DE MARÇO DE 2021

1
ROTEIRO:

1- Funções Executivas (FE)

2- Como se desenvolvem as funções executivas

(FE) na primeira infância

3- Contribuições de atividades

4- Componentes das funções executivas (FE)


Funções Executivas (FE)

Conjunto de habilidades e capacidades que nos permitem executar as


ações necessárias para atingir um objetivo. •Um mecanismo de controle
cognitivo que direciona e coordena o comportamento humano de maneira
adaptativa, permitindo mudanças rápidas e flexíveis ante as novas exigências
do ambiente.

Para que serve?

Direcionar comportamentos para alcançar metas.  Planejar ações.


 Resolver problemas imediatos e de longo prazo.
 Inibir comportamentos não adaptativos.
 Alternar comportamentos ou pensamentos de acordo com a exigência ambiental.
 Fazer autorregulação emocional.
 Nos engajar para atividades que fogem do escopo dos processos automáticos.

Como se desenvolvem as funções executivas

(FE) na primeira infância

O período da vida compreendido do nascimento até os seis anos de


idade, chamado de primeira infância, constitui um período sensível para o
desenvolvimento de diversas habilidades. Nesta fase da vida, há elevada
plasticidade cerebral, o que significa uma maior capacidade de transformação
do cérebro devido aos estímulos e experiências vivenciadas. As habilidades
desenvolvidas neste início serão fundamentais para o desenvolvimento de
habilidades mais complexas em fases posteriores da vida. Desperdiçar as
possibilidades da primeira infância significa limitar o potencial individual, uma
vez que nem sempre é possível recuperá-lo plenamente com investimentos
posteriores. Entre as habilidades que encontram na primeira infância seu
período sensível de desenvolvimento, destacam-se as relacionadas com as
funções executivas.
As funções executivas são fundamentais para que o indivíduo,
progressivamente, gerencie os diferentes aspectos de sua vida com autonomia.
Ter autonomia significa não apenas possuir independência, mas também estar
inserido na sociedade, assumir consequências por decisões tomadas e possuir
responsabilidade. Aprender a construir reflexões próprias e ter autonomia são
capacidades intrinsecamente relacionadas ao desenvolvimento das funções
executivas. Tais habilidades compreendem processos cerebrais que
possibilitam lembrar e associar diferentes informações, rever a forma de
pensar, planejar e filtrar distrações. Sem um bom funcionamento executivo,
torna-se difícil para o indivíduo se concentrar em seus pensamentos, a fim de
organizá-los e planejá-los de forma criativa e única.
No caso de prejuízo dessas habilidades, atividades diárias como
administração de rotinas (vinculadas à organização, antevisão, priorização de
atividades, movimentação de objetos no espaço e à duração e sequência de
atividades no tempo), formulação, execução e avaliação de projetos e
resolução de problemas tornam-se de difícil execução e comprometem a vida
do indivíduo, bem como daqueles com quem interage. Assim, não surpreende
que o funcionamento executivo afete de forma relevante variados aspectos da
vida das pessoas durante todo o ciclo vital.

Contribuições de atividades

Sabendo se que a educação é um processo formativo que não se limita ao contexto


formal da sala de aula, mas que por ela perpassa, considerou-se relevante compreender a
contribuição da mediação do professor na ampliação do potencial de aprendizagem dos
alunos. Entender como a mediação pode potencializar a aprendizagem requer observação e
análise um pouco mais atenta sobre quais efeitos ela – mediação – acarreta nas operações
mentais e funções cognitivas do indivíduo. Isso, no entanto, requer análise pouco mais
detalhada da possível associação entre o conhecimento do funcionamento do cérebro e a
aprendizagem.
O estímulo é qualquer escolha do mediador com vistas a interação entre os estudantes
e ele mesmo. Feuerstein diz que somos constantemente bombardeados por estímulos: são
estímulos aleatórios, desordenados, com variedades de intensidades e diz que a maioria dos
seres humanos aprende a responder seletivamente inúmeros estímulos que recebe
constantemente. Durante a mediação, os adultos se interpõem entre a criança e o estímulo
modifica o estimulo, a si mesmos, e também a criança com o objetivo de mudar, orientar a
forma como essas percebem os estímulos. (Feuerstein, 2012). “The stimulus is the source of
meaningin a mediated interaction” 6 (FEUERSTEIN, 2012, p. 34).
O mediado é o foco o centro da intervenção do mediador. A mediação envolve a
cognição e a motivação. A motivação é o aspecto afetivo da cognição, ele afirma que ela é a
vontade de alguém fazer algo. E o estímulo colabora, juntamente com as intervenções do
mediador, para desenvolver a motivação no mediado. Com a escolha responsável e orientada
dos estímulos os mediadores vão, a cada intervenção, possibilitando o desenvolvimento e
aquisição de habilidades e a aprendizagem, dantes faltantes nos mediados. Por isso,
Feuerstein postula que o cérebro humano, a mente humana, é plástica, podendo, portanto,
ser reorganizada, reelaborar determinadas operações mentais em busca de responder aos
estímulos propostos na mediação.

A T I V I D A D E S
MEMÓRIA OPERACIONAL
1- Soletre essas palavras indicadas, depois, soletre mesmas palavras

ao contrário e escreva:

EX: olho - o; l; h; o. Ao contrário: o; h; l; o.

FELICIDADE CASA CARRO CAMINHÃO BOTECO LOUÇA PEDRA

BANHEIRO BANHEIRA CAÇA SAPO CACHORRO CORDA CABEÇA

CAVALO ORELHA BICHO SAPECA BONITO CARRAPICHO ANIMAL

PELE BOCA
ATENÇÃO E PERCEPÇÃO

CONTROLE INIBITÓRIO E PLANEJAMENTO


CRIATIVIDADE
pinturas/ desenhos/ recortes e colagem

FLEXIBILIDADE COGNITIVA

RACIOCÍNIO LÓGICO

2- QUAL A SEQUÊNCIA LÓGICA

PÁ - XALE – JAPERI

UMA QUARTA PALAVRA QUE DARIA CONTINUIDADE À SEQUÊNCIA PODERIA SER:


A) CASA
B) ANSEIO
C) URUBU
D) CAFÉ
E) SUA

Componentes das funções executivas (FE)


Planejamento da conduta cognitiva
Para Feuerstein, planejar significa o modo como a mente se
organiza, se prepara para antecipar e resolver problemas e encontrar
a resolução de problemas de uma tarefa. Tal preparo e antecipação
são constituídas pela análise – que é uma operação mental – prévia
do problema. Indivíduos com dificuldades acentuadas de
aprendizagem quase nunca fazem uso do planejamento para orientar
seu próprio raciocínio.

Conduta controlada
É a capacidade de controle dos esquemas sensório-motores que
impede o comportamento impulsivo, para desenvolver essa função
cognitiva uma prática que pode ser adota durante a aula é solicitar e
orientar os alunos a só realizarem determinada etapa da tarefa
depois de ir, passo a passo, realizando as anteriores, exemplo:
primeiro observe e só depois passe para a segunda etapa da
atividade.

Traçar estratégias para verificar hipóteses


É a ação constituída em etapas com vistas à realização de uma
tarefa, as estratégias são sistematizadas em níveis: o primeiro nível é
o do conhecimento 15 Estação Científica - Juiz de Fora, nº18, jul –
dez / 2017 prévio sobre o mundo; o segundo nível é o da resolução
de problemas utilizando as estratégias disponíveis pelo
conhecimento prévio; o terceiro nível é o da elaboração de novas
estratégias a partir da imposição do meio. Segundo Gomes (2002)
mais importante nessa função cognitiva é a capacidade de construir
novas estratégias quando as já obtidas não resolvem o problema.
Pensamento hipotético
Essa função cognitiva se relaciona ao raciocínio lógico. Ela está
relacionada a capacidade de projetar situações que não ocorreram,
mas que são possíveis. Segundo Gomes (2002) tem essa função
eficiente quem tem um conhecimento prévio sobre o mundo, quem
estabelece ordem entre as coisas e compreende as relações de
causa e efeito entre elas e que pense sobre um evento que não
necessariamente ocorreu, mas que pode ocorrer. Como exemplo, o
autor apresenta a situação dos agricultores quando pela observação
da natureza podem pressupor quando o clima pode ser favorável à
atividade agrícola. “Em outras palavras para que uma hipótese tenha
relevância, o problema deve ser bem definido” (GOMES, 2002,p.
124) A deficiência nessa função cognitiva faz com que as pessoas
apresentem dificuldades em pensar hipoteticamente e pensam
genericamente sobre dados parciais. “A formulação de hipótese abre
o leque cognitivo, possibilita previsões e predições probabilistas, o
que, aliás é uma necessidade humana desde os seus primórdios
para controlar a natureza e conhecer seus enigmas.” (GOMES, 2002,
p. 125)

Perceber e definir um problema


Combinando os dados e informações apreendidos pelos sentidos de
modo a identificar qual o problema que a realidade apresenta.
Pessoas com deficiência nessa função tem dificuldade de definir e
identificar a natureza do problema que se apresenta.
Indicações bibliográficas:

Este livro oferece dois programas, um para crianças e outro para


adolescentes, de 12 sessões cada, com o objetivo de facilitar o
processo escolar e a organização cognitiva com esquemas
práticos que treinam auto monitoramento, planejamento,
resolução de problemas, tomada de decisão, flexibilidade mental,
autorregulação, controle inibitório e memória operacional. Ao
buscar alternativas para um problema específico, as sessões
permitem que os pacientes ampliem a capacidade criativa e
estratégica de possibilidades, controlem seu comportamento
diante de possível frustração sem desistir do seu desafio e
alcancem maior sucesso escolar e de aprendizagem.

Livro magistral direcionado a pais e educadores para ajudar as


crianças no processo de amadurecimento de sua inteligência
emocional. Um método brilhante que transforma as interações
cotidianas em momentos valiosos.

Nesse livro inovador, o autor do best-seller O CÉREBRO DA


CRIANÇA, Daniel J. Siegel, mostra aos pais, profissionais da
educação e do comportamento como transformar um dos
períodos de desenvolvimento mais difíceis da vida em uma
experiência gratificante e transformadora. Entre as idades de 12 e
24 anos, o cérebro muda em aspectos importantes e muitas vezes
enlouquecedores. Não é de admirar que muitos pais se
aproximam da adolescência de seus filhos com medos e receios.
Funções Executivas: modelos e aplicações cumprem o seu
papel de informar, mas também de discutir, apresentar e
tentar entender os desafios que a área apresenta. Para tal,
os autores fazem um percurso que vai desde a discussão
sobre o conceito e seus diferentes modelos, indicando de
forma crítica as divergências e convergências existentes,
até problemas conceituais que tornam a área desafiadora e
alvo de interesse entre os pesquisadores.
Entender os conceitos de forma aprofundada - como se dá
o processamento da informação, seu desenvolvimento ao
longo da vida, pautando-se no conhecimento da relação
entre estrutura e função cerebral (“muito além dos lobos
frontais")

O livro Funções Executivas e Aprendizagem O uso


dos jogos no desenvolvimento das Funções Executivas 2.0
surge a partir do trabalho que vem sendo desenvolvido nas
escolas e atrai a atenção dos educadores e gestores. As
Funções Executivas atualmente estão em discussão na
educação, temática de grande relevância para a
compreensão das questões ligadas à demanda inclusiva
nas escolas.

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