SERIGRAFIA
SERIGRAFIA
SERIGRAFIA
Curso de Design
Oficina de Serigrafia Aplicada
INTRODUÇÃO À SERIGRAFIA
Edith Lotufo, 2006
Conceitos teóricos
Serigrafia ou Permeografia
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area da imagem, com auxílio de uma escova ou esfregador de borracha, na
superfície a ser impressa.
Como a entintagem é mais pesada do que nos outros processos de impressão, a
serigrafia produz excelentes resultados em superficies lisas ou ásperas: metal,
vidro, cerâmica, madeira, plástico, tecido, cartão e, logicamente, papel. Isto torna
a serigrafia ideal para muitos projetos comerciais, tais como sinalização de ruas,
posters e papéis de parede.
Uma grande vantagem da serigrafia: devido à opacidade da tinta, é possível
imprimir o branco ou qualquer tinta clara numa superfície escura, com uma só
aplicação. Há uma grande variedade de tintas disponíveis, incluindo as metálicas e
fluorescentes.
Embora a velocidade da impressão serigráfica não seja comparável a dos três
principais processos, ela atingiu um importante lugar na indústria da impressão
devido à sua versatilidade e às suas singulares vantagens.”
Dalley (1982) também cita as impressões com stencil chineses e japoneses como
origem da serigrafia, que ele define enquanto a técnica de impressão mais
recente. De acordo este autor, as primeiras patentes de impressão com stêncil
através de tecido de seda foram registrados na Inglaterra em 1907. Nos Estados
Unidos esta técnica passou a ser usado com fins comerciais nos anos trinta,
durante a depressão econômica, possívelmente pelo custo mais baixo dos
equipamentos necessários.
O processo de trabalho
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gráfica, em textos veiculados na internet e nos prospectos das firmas de
materiais e equipamentos.
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base ou pasta da tinta e pigmentos, preparando as diferentes cores pela mixtura
dos ingredientes.
- Vantagens
A tinta serigráfica de tecido se aplica bem em superfícies que absorvem parte da
umidade, como tecido, papelão e papel. Ela não tem cheiro forte e prejudica
menos a saúde. Ela é lavável enquanto estiver úmida e se torna resistente à
àgua após a secagem total (após 48-72 horas).
- Desvantagens
Como a tinta depois de seca só pode ser retirada com dificuldade, é necessário
um fluxo de trabalho contínuo para que a tinta não seque na tela, entupindo a
mesma.
Para esta tinta costumamos usar telas com poliêster 77 fios por cm², o que reduz
a possibilidade de definição do desenho.
Emulsionar a tela
A tela limpa e livre de gordura recebe uma fina camada de emulsão
“fotosensível”, quer dizer sensível à luz.
O instrumento para espalhar a emulsão na tela se chama “calha”. Uma
quantidade suficiente de emulsão é despejada na calha. Encosta-se a calha na
parte inferior da tela em posição vertical até que a emulsão tenha contato com o
poliêster por igual. Com um movimento cuidadoso, mas firme e contínuo se
aplica a emulsão numa camada fina até a parte superior da moldura. O mesmo
processo se repete na parte interna.
Após a aplicão se retira o excesso da emulsão com a calha, desta vez, menos
inclinada, dos dois lados por duas vezes. Na luz vermelha pode-se conferir, se a
camada ficou uniforme e realmente fina. O restante da emulsão é devolvido para
o recipente.
Neste ponto a tele deveria ser colocada numa estante secadora, vedada para que
não entre luz e equipada com uma ventilação quente que ajuda na secagem e na
“cura” da emulsão.
Como este equipamento é caro, usam-se, em substituição, ventiladores,
secadores de cabelo e “sopradores”, estes últimos devem ser utilizados com
muito cuidado pelo fato deles produzirem calor intenso.
O tempo de secagem da emulsão é de 20 a 30 minutos, quando a camada se
apresenta totalmente fosca.
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O trabalho com esta emulsão deve ser feito em ambientes razoávelmente escuros
para que as telas não fiquem “veladas” por exposição acidental de luz forte ou
demorada por infiltrações continuadas de luz. Esta emulsão, uma vez preparada,
só pode ser utilizada no mesmo dia.
O grande problema da emulsão com bicromato é que o cromato é prejudicial ao
meio ambiente, por isso proibido em alguns países.
As artes ou originais
O melhor original para ser transferido para a tela é o fotolito, usado também na
gravação de chapas no processo de impressão offset, permitindo maior nitidez e
aplicação perfeita de retículas ( porém com a resolução adaptada ao poliêster
utilizado). O original é sempre feito idêntico à impressão pretendida, o que
chamamos também de um original em positivo.
A serigrafia é uma técnica apropriada para processos de produção tanto em
grande e quanto em pequena escala, dependento do nível tecnológico.
Nas produções em pequena escala o fotolito se torna relativamente caro e pode
ser substituido por impessão digital a lazer em papel vegetal (gramaturas a
partir de 90g/m²).
Uma improvização, porém, com perda de qualidade de reprodução, pode ser uma
fotocópia de impressão a jato de tinta, com uma camada de óleo de cozinha
aplicada no verso.
Desenhos artisticos podem ser feitos diretamente em papel vegetal com caneta
ou pincel com nanquim. Máscaras ou moldes de papel preto servem como
originais de grandes áreas de impressão. O que vale como regra geral é que
desenho ou imagem devem ser o mais preto possível.
A Gravação da tela
Gravar a tela é basicamente expôr a tela emulsionada à luz. Existem muitos
modelos de mesas de luz, que contém lâmpadas muito fortes de luz UV. Outro
recurso muito importante também é um fechamento à vácuo, que faz com que
entre a arte e a tela exista um contato muito direto, garantindo contornos nítidos
das imagens.
Como ja dissemos, podem ser improvisadas mesas com recursos simples,
correndo o risco, porém, de perder em qualidade.
Na gravação da tela colocamos a arte sobre o vidro da mesa de luz no mesmo
sentido que ela deverá ser reproduzida depois. Quando utilizamos mais de uma
cor, devemos fazer marcações ou “registros” nas artes a nas telas, antes de
emulsioná-las, que servirão nesta etapa de referência para o posicionamento das
telas sobre os originais.
Dentro da mesa de luz podemos fixar uma lâmpada vermelha, uma vez que a
emulsão não é sensível à luz vermelha, o que ajudará no posicionamento de arte
e tela. O tempo de exposição da camada de emulsão à luz, depende de muitos
fatores. Deve-se fazer testes para os diferentes suportes da arte. Plástico
transparente do fotolito ou desenhos e colagens sobre acetato, que deixam
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passar o máximo de luz, exigem menor tempo de exposição, papel vegetal
necessita um tempo maior e papel sulfite com óleo mais ainda.
A Revelação
Da mesa de luz levamos a tela para um tanque de água com mangueira de
pressão. No caminho até lá devemos evitar a exposição da tela à luz,
principalmente do sol, para que não aconteça uma “velação” da imagem
indesejada.
Passando água dos dois lados da tela com um jato fraco interrompemos o
processo de transformação quimica da emulsão.
O desenho agora já se diferencia do fundo por uma cor mais clara e logo a
emulsão não gravada ou endurecida se desfaz na água, e o tecido fica aberto ou
“permeável” na parte da imagem reservada.
Com um jato de água mais forte retiramos toda emulsão amolecida, dando
definição aos contornos e detalhes.
Em seguida encostamos levemente uma folha de jornal em ambos os lados da
tela para retirar possíveis excessos da emulsão.
Agora colocamos as telas na frente de um ventilador, ou novamente na
secadora, até a secagem completa da camada de emulsão. Quando pretendemos
utilizar a tela por repetidas vezes devemos fechar a área do tecido por completo
com um pouco de emulsão, deixando secá-la novamente. Quando vamos usar a
tela poucas vezes podemos vedar as margens do tecido com fita adesiva ou fita
crêpe.
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Enquanto as tintas cromo se integram bem ao tecido, as opacas, depois de
secas, podem ter mais ou menos brilho e podem ter alto ou baixo “toque”, o que
significa que se incorporam mais ao tecido ou que formam uma camada fechada,
mais plastificada de tinta sobre a base impressa.
A tinta é aplicada com “rodos”, que são compostos por uma pega de madeira à
qual é inserida uma tira de borracha ou silicone, de maior ou menor flexibilidade,
com quinas mais acentuadas ou mais arredondadas.
A Impressão
A tela é fixada numa garra junto à mesa ou encostada numa guia, no caso do
berço.
Deve-se bater a tinta levemente com uma espátula de plástico antes de colocá-la
sobre a tela. Restos de tinta sêca são retiradas das bordas dos recipientes. Pode
ser necessário diluir a tinta com uma pequena quantidade de água, quando ela
se torna espessa demais, deixando, porém, a tinta com aspecto pastoso.
Numa primeira “passada” de leve a tinta é espalhada sobre a tela sem ainda
passar pela trama, e na seunda passada é aplicada uma pressão firme com o
rodo sobre a tela, assim a tinta é pressionada através da trama e transferida
para o suporte da impressão, com o rodo sempre levemente inclinado.
Em se tratando de tecido o processo é repetido de duas a três vezes,
dependendo da capacidade de absorção do mesmo Já quando imprimimos em
papel o processo deve ser mais acelerado, porque o papel absorve a tinta com
rapidez, o que pode provocar manchas por baixo da tela. Estas manchas às
vezes podem ser removidas com um pedaço de tecido úmido, outras vezes é
necessário remover a tinta, lavar e secar a tela, para recomeçar o trabalho
novamente.
O procedimento se repete, repondo tinta quando necessário e tomando o cuidado
de não deixar secá-la sobre o desenho.
Para evitar que a tinta entupa a tela deve se usar uma quantidade muito maior
do que seria necessário para a simples impressão, porque em uma camada mais
espessa o risco de secar é menor. A tinta restante volta para o recipiente.
Todo processo de trabalho deve ser feito de forma organizada e concentrada,
evitando descuidos que podem manchar o trabalho.
Após a impressão a tela deve ser lavada cuidadosamente com água, usando uma
bucha macia e um jato de água para remoção final da tinta.
A tela é colocada para secar em seguida e, guardada com cuidado, a mesma
imagem pode ser impressa inúmeras vezes.
Desgravar a tela
Existem diversos produtos próprios de cada fabricante para remover a emulsão.
Muitas pessoas usam, na prática, produtos mais baratos como água sanitária,
que apesar de funcionar de imediato, podem prejudicar a durabilidade do
poliêster.
Espalhamos uma pequena quantidade do removedor em ambos os lados da tela,
deixamos reagir o produto um pouco, e em seguida esfregamos levemente a
emulsão com escovinhas de nylon. Quando a emulsão estiver toda amolecida,
lavamos a tela por completo com um jato de água forte.
Muitas vezes a tinta deixa manchas ou “fantasmas” que podemos retirar ou
reduzir com sabão em pó ou detergente. Restos de emulsão que não se defazem
de imediato, podem ser removidos com alcool. Para demais restos de tinta ou
emulsão que ficam na tela existem produtos quimicos abrazivos que precisam
ser usados com máscaras, luvas e óculos de proteção, enquanto os produtos
comuns exigem apenas o uso de luvas.
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Em geral os produtos tem nos seus rótulos as inscrições das propriedades e de
todos os cuidades necessários a serem tomados. Alguns fabricantes tem textos
explicativos maiores na internet ou disponíveis nas lojas especializadas.
Conclusão
O propósito da nossa disciplina optativa não é formar serígrafos. Pretendemos
oferecer noções básicas para poder executar projetos enquanto protótipos para a
produção em série. Conhecer o processo gráfico desde a concepção de um
projeto até sua execução é importante para poder optar por determiadas
técnicas e para poder avaliar possíveis problemas em trabalhos profissionais.
O serígrafo tem sua bagagem de experiência e ter noções práticas da impressão
serigráfica ajuda a dialogar com este profissional técnico com maior
conhecimento de causa.
Quanto ao costume ou à necessidade de improvisar, devemos ter clareza, que
essa prática implica sempre em perda de qualidade ou risco de fracasso do
trabalho.
Deve-se conhecer todos os procedimentos técnicos cuidadosamente elaborados,
para poder avaliar quando se pode abrir mão da exatidão de um trabalho
técnico, valorizando mais a criatividade e os efeitos surpresa, ou usando a
técnica com a liberdade da expressão artística.
RESUMO
• Preparação da tela
-Tela de acordo com o desenho ou arte final, 5cm maior de cada lado
-Retalho de malha
Passar acool com tecido macio na tela limpa, para retirar eventuais manchas
de gordura.
• Preparação da emulsão
-Copo de medida de 500ml
-Copo de medida de 50ml
-Local escuro com luz vermelha ou amarela
-Espátula de plástico
-Recipiente escuro com tampa
Despejar a emulsão fotográfica num copo de medida (10 partes) e
acrescentar o sensibilizante (1 parte). Misturar os dois componentes sem
agitar muito, evitando a formação de bolhas. Exemplo: 100ml de emulsão e
10ml de sensibilizante.
Deixar descansar por meia hora, colocando o copo de medida em recipente
escuro fechado, evitando o contato com a luz.
Desfazer eventuais bolhas de ar.
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-Calha ou aplicador de emulsão
-Pano de limpeza úmido
Despejar a emulsão com sensibilizante na calha, encostá-la em posição
inclinada na parte inferior da tela até que a emulsão tenha um contato
contínuo, puxar o aplicador para cima deixando um filme fino de emulsão
sobre a tela.
Repetir o processo na parte interna da tela.
Passar a calha em posição normal nos dois lados da tela para tirar o excesso
de emulsão.
Limpar eventuais manchas de emulsão.
• Revelação da tela
-Tanque de água
-Mangueira de pressão
Levar a tela sensibilizada ao tanque evitando contato com a luz.
Molhar a tela dos dois lados, interrompendo assim o processo de
sensibilização. Seguir molhando a tela dos dois lados até amolecer a parte
não endurecida da da emulsão.
Usar jato forte para retirada total da emulsão e abertura da trama no lugar do
desenho.
Colocar uma folha de jornal sobre os dois lados da tela para retirada de um
eventual excesso de emulsão.
Deixar secar a tela ao sol ou em estufa com calor e ventilação.
• Imprimir
-Rodo maior do que o desenho
-Espátula de plástico para aplicar a tinta
-Tinta na diluição adequada
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Colocar uma quantidade abundante de tinta ao lado do desenho. Aplicar uma
camada de tinta sobre o desenho, com a tela levantada,
num movimento extremamente leve para que a tinta apenas preencha o vazio
da trama.
Abaixar a tela sobre o suporte e passar o rodo com força numa inclinação de
45° sobre o desenho.
No caso do tecido repete-se o movimento para que a tinta possa penetrar no
tecido.
Na impressão em papel uma única passagem forte sobre o papel é suficiente.
• Limpar a tela
-Tanque
-Mangueira de pressão
O primeiro cuidado com a tela deve ser imediato, ao têrmino da impressão. A
tinta que sobrou sobre a tela deve ser devolvida ao pote de tinta.
A tela é levada ao tanque onde se retira a tinta com a mangueira de pressão.
A tinta deixa, muitas vezes, manchas na tela chamadas de fantasmas. Estas
manchas são formadas pelos pigmentos que tingem o poliêster. Com uma
esponja macia e sabão néutro podemos tirar estas manchas com facilidade,
desde que cuidemos logo delas. Quanto mais tempo demoramos com a
limpeza, mais dificil ela se tornará.
• Retirada da emulsão
-Tanque
-Mangueira de pressão
-Removedor de emulsão
-Escovinha de nylon
-Luva de borracha
-Óculos de proteção
Colocar uma tampinha de removedor sobre a parte fechada da emulsão,
espalhar com uma escovinha macia de nylon pelos dois lados da tela, deixar
amolecer um pouco, esfregar levemente com a escolva até a completa
diluição da emulsão, removê-la com jato de água forte.
Repetir o processo em partes onde for necessário.
Deixar secar a tela e guardá-la em local adequado.
BILBIOGRAFIA
BAER, Lorenzo. Produção Gráfica. São Paulo: Editora SENAC, 1999.
CARRAMILLO NETO, Mário. Contato imediato com produção gráfica. São Paulo:
Global, 1987.
CRAIG, James. Produção Gráfica. Sao Paulo: Nobel, 1987.
DALLY, Terence. The Complete Guide to Illustration and Design. Oxford: Phaidon
Press, 1980
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
RIBEIRO, Milton. Planejamento Visual Gráfico. Brasilia: LGE Editora, 1998.
KOSCHATZKY, Walter. Die Kunst der Graphik. München: dtv, 1975.
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Sites recomendados para maiores informações:
http://www.genesistintas.com.br/
http://www.agabe.com
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