Apostila de Fotografia - Módulo 2

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1

SUMÁRIO
Composição da imagem.....................................................................................3
Curva em forma de S..........................................................................................7
Sol nascente.......................................................................................................8
Linha diagonal.....................................................................................................9
Linha triangular...................................................................................................9
Linha vertical......................................................................................................10
Linhas de interseção..........................................................................................11
Velocidade da fotografia....................................................................................11
Textura e espaço...............................................................................................16
Fotometria..........................................................................................................20
Balanço de branco.............................................................................................21
Diferentes tonalidades.......................................................................................22
Modos automáticos...........................................................................................23
Modos manuais ................................................................................................26
Resolução.........................................................................................................27
Resolução radiométrica e quantificação...........................................................29
Resolução temporal ou frequência de revisita..................................................30
Dicas para fotografar pessoas..........................................................................32
Direção..............................................................................................................32
Produção...........................................................................................................35
Fotografia de arquitetura...................................................................................39
Desenvolvendo o olhar fotográfico....................................................................41
O enquadramento perfeito................................................................................42
Fotografando a natureza...................................................................................43
Localização e composição................................................................................43
Dicas para fotografar esportes..........................................................................46
Fotografar com o mau tempo............................................................................55
Fotografar a noite..............................................................................................57
Importância da edição de fotos.........................................................................62
Principais editores de fotos...............................................................................64

2
COMPOSIÇÃO DA IMAGEM

A composição fotográfica é o ponto fundamental para o sucesso de suas


imagens. De nada adianta uma sessão de fotos longa se o conjunto não for
convincente e equilibrado. Esta técnica, desde que bem executada, transmite
de forma eficiente a mensagem de suas fotos e facilita o entendimento de suas
imagens para o espectador.
O termo composição fotográfica diz respeito à organização dos elementos
visuais de suas fotos na tela da câmera digital, incluindo o seu tema principal, o
periférico e elementos de fundo que compõem a sua fotografia.
O equilíbrio entre esses pontos é o que chamamos de fotografia bem-sucedida.
Entretanto, para além de uma técnica teórica, a composição fotográfica
depende ativamente da criatividade e sensibilidade do fotógrafo, ponto
determinante no processo.
Além disso, a composição fotográfica também determina a impressão causada
por suas fotografias. Ou seja, a maneira como você organiza os elementos
visuais em suas fotos, influencia na maneira como as pessoas irão perceber os
aspectos de sua fotografia.

Formatos padrão de composição fotográfica


Há uma série infindável de princípios e regras para composição fotográfica.
Além dos formatos estudados ricamente na literatura fotográfica, cada fotógrafo
pode ter a sua própria maneira de compor a sua fotografia e dar significado a
ela.
Contudo, três formatos padrão de composição fotográfica são amplamente
discutidos no cenário de fotografia. Na sequência, vamos discutir outras regras
de composição fotográfica que também podem ajudar em seu trabalho como
fotógrafo profissional.
Os três formatos padrão de composição fotográfica são: A Regra Áurea, Regra
dos Terços e a Regra das Metades. Ao capturar as suas fotos, o fotógrafo deve
escolher o melhor método de composição fotográfica.

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Regra Áurea de composição fotográfica

A primeira regra de composição fotográfica é baseada na razão áurea, onde é


traçada uma linha perpendicular a partir do ponto superior da foto em ângulo
reto, até um traço diagonal. Desta forma, são gerados os chamados ―Pontos de
Poder‖, região da imagem onde as linhas se cruzam.
O intuito da regra áurea de composição fotográfica é posicionar o objeto
principal de sua imagem em um desses pontos de poder, dando equilíbrio e
sensação de dimensão para a sua fotografia, tornando-a mais clara em relação
a sua mensagem.
Com isso, o fotógrafo consegue unir em suas imagens beleza, estabilidade,
dinâmica e um perfeito posicionamento dos elementos primários, secundários e
de fundo, sem mencionar, que o tema da foto estará bem equilibrado com os
outros aspectos.

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Regra dos Terços de composição fotográfica

A Regra dos terços é conhecida pela maioria dos fotógrafos, independente de


seu nível de conhecimento e experiência. Possui uma semelhança incrível com
a Regra Áurea que vimos anteriormente e utiliza de duas linhas verticais ou
horizontais para dividir a imagem em três partes.
De acordo com a divisão da imagem, a regra dos terços pode se dividir em:
orientação vertical com três seções verticais, orientação vertical com três
seções horizontais, orientação horizontal com três seções horizontais ou
verticais. Sendo que a palavra seção aqui se refere a cada retângulo gerado na
imagem ao traçar as linhas.
As seções da imagem na regra dos terços de composição fotográfica também
podem ser chamadas de pontos de interseção e, geralmente, o tema principal
da foto deve ser alinhado ao centro com uma das linhas.

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Regra das Metades de composição fotográfica

Na regra das metades, por sua vez, a divisão da imagem ocorre ao traçar

apenas uma linha, criando metades iguais, que podem ser de nível
superior/inferior, esquerda/direita ou ainda seções diagonais. O objetivo é criar
uma foto direta, nítida e que realça o tema principal da sua fotografia,
deixando-o em maior destaque.
O principal diferencial da regra das metades para composição fotográfica é
seu contraste extremamente limpo, apresentando assim uma impressão sólida
de estabilidade e utilizando de tons opostos, como claro e escuro, para
enfatizar determinada região da imagem.

Outros estilos de composição fotográfica


Como já mencionamos antes, existem outros estilos de composição
fotográfica para além dos três principais que discutimos anteriormente. Por
isso, vamos citar mais alguns deles em que a composição de suas fotos pode
ser baseada.

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Entre eles:

Curva em forma de S

A composição Curvas em forma de S traz sensualidade à composição


fotográfica, suaviza e ajuda a direcionar o olhar graças ao tipo de distorção
diagonal. É uma grande ajuda na transmissão de profundidade devido à
associação que o nosso cérebro faz com outros objetos da realidade, ou algo
semelhante ao que a imagem mostra que já vimos antes.

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Sol nascente

Neste estilo de composição fotográfica, o fotógrafo deve centralizar o tema


principal na imagem, deixando-o em destaque e contribuindo para a
identificação imediata em sua fotografia.
Fotos do amanhecer, pôr do sol ou luar são exemplos comuns deste tipo de
fotografia, onde a estrela ou astro é destacado na imagem e o plano de fundo
(céu) desfocado. No entanto, também é possível empregar este padrão de
composição fotográfica em outros métodos de fotos, utilizando-se os mesmos
conceitos e padrões.

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Linha diagonal

As linhas diagonais, que podem ser imaginárias ou não, servem para direcionar
o olhar do espectador e, ao mesmo tempo, adicionar trama as suas fotos.
Também podem ser usadas para transmitir a impressão de distância e espaço,
com o chamado ponto de fuga, ou ainda usar de linhas de perspectivas para
deixar as imagens mais impactantes.

Linhas triangulares ou em forma de V


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Esta composição fotográfica é comumente utilizada em temas estendidos por
longas distâncias na imagem em linha reta. Um exemplo deste estilo de
composição é o retrato de estradas simples, vales, fotos do horizonte e assim
por diante. A posição do triângulo altera a perspectiva da imagem, um triângulo
apontado para cima representa estabilidade, apontado para baixo, no entanto,
transmite instabilidade na imagem.

Linhas verticais

As linhas verticais são usadas nas imagens para transmitir ordem, padrão e
organização de qualquer método. Fotografia de bosques de cedros, exteriores
de edifícios, etc. são exemplos claros desta composição fotográfica.

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Linhas de interseção

Ao contrário do que acontece na Regra dos Terços e outros estilos padrões de


composição fotográfica, o foco neste tipo de imagem está num ponto de
interseção e não em qualquer outra parte da imagem. O resultado é uma
impressão mais forte neste tipo de composição fotográfica do que em qualquer
outra.
VELOCIDADE DA FOTOGRAFIA

A Velocidade do Obturador é medida em segundos. Ou na maioria dos casos


em ‗frações de segundos‘. Quanto maior o denominador, mais rápida a
velocidade (por exemplo: 1/1000 é muito mais rápido que 1/30).

Na maioria das vezes você deve usar velocidades de disparo de 1/60s ou mais
rápido. Isso porque qualquer velocidade mais lenta do que isso é muito difícil
não sair tremida. A foto ―tremida‖ acontece quando você movimenta a câmera
enquanto o obturador está aberto. E o resultado é aquela foto ―borrada‖.
Para usar velocidade de disparo mais lenta (qualquer valor mais lento que
1/60) você vai precisar de um tripé. Ou apoiar sua câmera em alguma
superfície firme.
A Velocidade do Obturador disponível na sua câmera geralmente dobra de
valor. É bem provável que você veja as seguintes opções na sua câmera:

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1/500, 1/250, 1/125, 1/60, 1/30, 1/15, 1/8, entre outros. É útil ter isso em mente,
pois as opções de Abertura do Diafragma também dobram.

Algumas câmeras têm opção de Velocidades de Disparo muito lentas


Nesse caso não são medidas em frações de segundo, mas em segundos. Por
exemplo, 1 segundo, 10 segundos, 30 segundos, etc. Essas opções são
usadas em situações de pouca luz, quando você quer produzir alguns efeitos
ou ainda quando você quer capturar muitos movimentos na sua foto.
Em algumas câmeras é possível ainda utilizar o modo B (Bulb). O modo Bulb te
permite manter o obturador aberto enquanto você segura o disparador
(qualquer que seja o tempo).

Para considerar qual Velocidade do Obturador usar você deve se perguntar se


tem algo na cena que se move. E como você quer capturar aquele momento.
Se tiver movimento na sua cena você deve decidir se quer congelar o
movimento (para que ele fique parado) ou se quer capturar intencionalmente
esse movimento (e passar a sensação de movimento, o chamado ―blur‖).

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Para congelar um movimento, como nesse exemplo acima, você deve escolher
uma Velocidade de Obturador rápida e para passar a sensação de momento
você deve escolher uma velocidade lenta.
A Velocidade de Disparo que você escolhe vai depender da velocidade do
assunto que você está fotografando e quanto você quer congelar ou ―borrar‖.
Por exemplo, nessa foto do pássaro foi usada uma velocidade de 1/3200 já que

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há muito movimento e precisaria de uma velocidade bem rápida pra congelar
sua ação.
f/6.3 | ISO 400 | 1/3200 | 220mm

Movimento nem sempre é ruim. No início é comum confundir esses elementos


e não entender como alguém pode querer ―borrar‖ uma imagem. Mas existem
momentos onde o movimento é muito bom.
Por exemplo, ao fotografar uma cachoeira, mar e mostrar o movimento da
água, ou fotografar um carro de corrida e passar a sensação de velocidade ou
ainda fotografar as estrelas e mostrar o movimento delas no céu, durante um
longo período de tempo. Em todas essas situações você vai precisar de um
disparo longo.
Assim como em todas essas situações você vai precisar de um tripé ou você
corre um sério risco de ter suas fotos tremidas.

Por exemplo, nessa foto da cachoeira foi usado um tempo de Velocidade do


Obturador de 8 segundos e podemos ver o movimento da água:

f/20 | ISO 100 | 8s | 10mm

Nessa outra foto, o tempo de disparo também de 8 segundos capturou o


movimento dos carros:

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f/13 | ISO 100 | 8s | 17mm – @MikeGreenham

Distância Focal e Velocidade de Disparo: outro fator a se considerar ao


escolher a Velocidade do Obturador é a distância focal da lente que estiver
usando. Distância focal maior aumenta a chance de tremer a câmera e por isso
você deve escolher velocidades de disparo mais rápidas (a não ser que tenha o
estabilizador na lente).
A “Regra de Ouro” que se aplica a distância focal em lentes sem estabilizador é
escolher uma Velocidade de Obturador que seja igual ou maior que a distância
focal.
Por exemplo: se você estiver usando uma lente 50mm então você deve optar
por uma velocidade de 1/60s ou mais rápida. Já se você está com uma lente de
200mm então você deve escolher uma velocidade igual ou mais rápida que
1/250s.

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Velocidade de Obturador – Juntando as peças
Tenha em mente que pensar em Velocidade de Obturador isoladamente dos
outros dois elementos do Tripé da Fotografia não é uma boa ideia. Ao mudar a
velocidade do obturador você vai precisar compensar de alguma forma com os
outros dois elementos: o ISO ou a Abertura.
Por exemplo, se você aumenta a velocidade do obturador de 1/125s para 1/250
você estará deixando entrar metade da luz no sensor. Pra compensar isso você
provavelmente vai ter que aumentar a abertura em, por exemplo, de f/16 para
f/11. E outra alternativa seria escolher um ISO mais alto, como de 100 para
400.

Pergunta-chave para definir a velocidade do obturador:


Você quer congelar uma ação ou captar o movimento?

 Congelar ação = Disparo rápido


 Captar movimento = Disparo longo

Sempre compensando com Abertura e/ou ISO.

Aproveite para praticar e se familiarizar com esses conceitos nessa ferramenta.


Faça o teste com um disparo mais rápido, outro com disparo mais lento e veja
a diferença. Veja também que ao mudar a velocidade você vai precisar
compensar com a abertura ou o ISO.

TEXTURA E ESPAÇO

Textura
Textura pode se apresentar nas nossas fotografias de diversas maneiras. Elas
podem se apresentar como um conjunto de pontos, linhas retas, curvas ou
sinuosas. A textura pode ser macia, áspera, lisa, enrugada, etc. e pode nos
transmitir sensações e sentimentos, como por exemplo:

 A textura lisa nos transmite tranquilidade, suavidade, frio;


 A textura áspera nos transmite raiva, calor;
 A textura macia nos transmite conforto, aconchego; e
 A textura enrugada nos transmite tristeza, sofrimento, umidade.

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Espaço
Em fotografia, trabalha-se com o espaço bidimensional (altura e largura, sendo
plano em sua essência) onde representamos o espaço do mundo real que é
tridimensional (altura, profundidade e largura, o que na prática indica relevo).
Para representá-lo, trabalha-se com a ilusão através de alguns recursos como:

Sobreposição: sabemos que as formas estão sobrepostas, pois a que tem o


contorno completo é a que está na frente, e isso nos dá a impressão de
existirem vários planos.

Nesta imagem,
sabemos que o
colar está à frente
dos outros dois
objetos pois eles
estão incompletos,
não vemos os
outros dois objetos
por inteiro, e,
sabemos também
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que a caixa é o objeto mais distante pois o vidro e o colar estão sobrepostos à
ele.
Tamanho das formas: as maiores parecem estar mais perto de nós e as
menores, mais distantes.

Perspectiva linear: é a ilusão de que os objetos parecem convergir para um


ponto de fuga. Esse ponto de convergência pode ser visível ou imaginário.

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Luz e sombra: ressalta volume do objeto retratado e dá a ele
tridimensionalidade.

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FOTOMETRIA

É a técnica usada para ―medir‖ a quantidade (ou intensidade) de luz em um


ambiente. A ―luz‖ é a principal matéria prima da fotografia.
Para usar nem mais nem menos, e sim, a quantidade certa dessa ―luz‖,
precisa-se de uma ferramenta para medi-la, e isso, fará toda diferença na foto,
aí que entra o famoso fotômetro.
Há um tempo, na época da fotografia analógica, era mais comum usar um
fotômetro de mão (Figura 03), pois nem toda câmera tinha um fotômetro
embutido. Hoje, ainda eles são usados em alguns casos, porém agora, toda
câmera profissional vem incorporada um fotômetro, o que facilitou bastante

esse procedimento. (Figuras 01, 03 e 04)

O fotômetro tem uma escala de -1-2-3… 0 +1+2+3… Para a leitura correta da


luz, o ponteiro ou ―tracinho‖ precisa ficar no meio ou no 0 (zero). Observe na
Figura 02, é o que chamamos de ―zerar o FOTÔMETRO‖, o FOTÔMETRO
zerado, será a quantidade correta de luz que atingirá o sensor da câmera,
resultando assim em fotos tecnicamente corretas em fotometria.

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Como se faz a fotometria?
Para fazer a fotometria, a maneira que trará o resultado esperado na fotografia,
será no modo manual. Você precisa usar na sua câmera o trio: Abertura do
Diafragma, ISO e Velocidade do Obturador. A primeira delas é a Abertura do
Diafragma, logo em seguida determina-se o ISO que será usado, por último e
fundamental será a Velocidade do Obturador. Rolando o ―dion‖ principal da
câmera para a direita ou esquerda, o ―tracinho‖ que fica abaixo da parte
graduada do fotômetro (geralmente piscando) moverá para esquerda ou para
direita, assim que ele tiver em baixo do 0 (zero) será a exposição correta.
(Fig.02)
Outros fatores devem ser considerados na hora de ―fotometrar‖, como por
exemplo, os modos de medição que mudam a leitura da luz completamente
quando não usados corretamente. O correto é treinar bastante fotometria, pois
é uma das partes mais importantes para se obter resultados que você busca
em sua fotografia

BALANÇO DE BRANCO

Você já reparou que, muitas vezes, fotografias tiradas no mesmo ambiente


apresentam colorações diferentes? Algumas ficam mais amareladas e outras
com um tom mais azulado. Você sabe o que causa esse efeito?
Essas variações de cor são resultado do balanço de branco feito pela câmera.
Ou seja, muitas vezes, a lente não consegue traduzir corretamente o que é
branco no ambiente e distorce as cores na fotografia.

O balanço de branco e o olho humano


Cada um dos tipos de luzes diferentes que encontramos no nosso dia a dia
produz um brilho com uma cor característica. Não apenas aquelas lâmpadas
coloridas, que seriam os casos extremos, porém as lâmpadas comuns
encontradas em todas as casas.
Alguns tipos de fontes de luz produzem um brilho mais amarelado, outras
possuem uma cor característica em tons de verde ou azul. Nós quase não
percebemos isso, pois o nosso olho é capaz de, automaticamente, corrigir as
diferentes tonalidades que encontramos por aí.

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Fonte das imagens: Rachel K. (cima) e allen LI (baixo)

Não apenas as lâmpadas, mas alguns ambientes que possuem paredes


coloridas ou muitas superfícies de uma mesma tonalidade podem refletir a luz
em tons característicos. Apesar de o nosso olho ser ―treinado‖ para compensar
essas diferenças, uma máquina fotográfica não tem a mesma capacidade. Ou,
pelo menos, não de uma maneira tão eficaz.

Diferentes tonalidades
Todas as fontes de luz possuem brilhos em tonalidades características. Por
exemplo, a luz do sol (em um dia sem nuvens) possui uma coloração
levemente amarelada. Uma luz fria, fluorescente, pode ter tons mais azuis e

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algumas lâmpadas incandescentes são bastante amareladas.

Nesta tabela é possível apontar algumas situações: por volta de 5200K está a
luz do sol, a iluminação dos flashs das câmeras é encontrada entre 5500K e
6000K. Luzes de tungstênio (incandescentes) estão entre 3000K e 3200K,
aproximadamente, e um dia nublado tem uma iluminação com a tonalidade em
aproximadamente 7000K a 8000K.
Quando uma fotografia é batida, o brilho refletido pelo ambiente vai interferir na
coloração da imagem. Em um quarto iluminado por uma lâmpada
incandescente, tudo o que for branco, vai sair na foto com tons levemente
amarelados. É possível corrigir isso no Photoshop, mas não é necessário. A
sua câmera tem ajustes que balanceiam essas alterações de cor no momento
do disparo.
O balanço de branco é a função que corrige a coloração das fotos. Ela é
chamada assim, pois, quando você mostra para a câmera o que ela deve tratar
como a cor branca na imagem, ela automaticamente ajusta todas as outras
cores.

Modos automáticos

Existem quatro meios de a câmera lidar com a mudança na tonalidade de


diversas fontes de iluminação. Ela pode usar uma função completamente
automática, alguns modos pré-definidos, uma ferramenta na qual você indica a
temperatura de cor aproximada ou o modo completamente manual.
Escolhendo o modo automático, você não tem nenhum controle sobre a
coloração final, e nem sempre o sistema da câmera acerta. Muitas vezes o que
vemos é uma fotografia sem vida, com cores que não apresentam o devido
brilho. Tente não optar por esse modo, sempre que possível.

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Fonte da imagem: Domínio Público

O problema nesses casos é que a câmera só consegue medir com maior


precisão quando houver elementos brancos na composição a ser fotografada.
Caso contrário, o medidor pode se confundir e deixar a imagem com tons
lavados e sem vida.
Já os modos pré-programados apresentam, geralmente, resultados melhores.
Muitas câmeras não trazem nenhum tipo de configuração manual para o
balanço de branco, sendo que nesses casos as funções programadas são a
melhor alternativa.
Com esse tipo de ajuste, você escolhe uma configuração de acordo com a
iluminação local, e a máquina tem condições de medir melhor a tonalidade da
luz do ambiente. Por exemplo, em uma tarde ensolarada, escolha o modo ―luz
solar‖ (geralmente indicado com o ícone de um sol), pois ele é o que mais
corresponde com a realidade.

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Fonte da imagem: Ana Nemes

Nem sempre vai existir um modo programado que seja exatamente condizente
com a realidade, mas as câmeras mais novas procuram trazer uma gama bem
grande de opções, que conseguem cobrir uma boa faixa de temperaturas de
cor. As configurações pré-programadas mais encontradas são: luz solar (para
dias com sol em ambientes abertos), dia nublado (para dias chuvosos, em
ambientes abertos), luz fria (ambientes fechados com luzes em tons mais
azulados), luz de tungstênio (lâmpada comum incandescente) e, nas máquinas
mais novas, luz de flash e sombra. Teste todos eles em diferentes ambientes
para ter uma ideia do que é melhor para cada situação.

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Se você quer obter uma cor distorcida, mais amarelada ou azulada que o real,
escolha propositadamente um modo que não condiz com a realidade. Por
exemplo, em um dia de sol, se você quer uma foto mais amarelada que o
normal, escolha o modo nublado no balanço de brancos.

Modos manuais de ajuste do balanço de branco


Além do sistema automático e dos ajustes pré-programados, algumas câmeras
trazem dois modos manuais para o balanço de brancos: um no qual você pode
indicar a tonalidade da iluminação e outro no qual você indica para a câmera
um objeto branco para que ela faça a medição, a famosa ação de ―bater o
branco‖.
Apesar de serem configurações manuais, não existe segredo nenhum em
ajustar o balanço de brancos. Primeiro, observe o ambiente e a sua iluminação.
Você não precisa saber exatamente a temperatura de cor, mas pode deduzir a
partir da coloração predominante no local. Se for preciso, olhe em uma tabela
de temperatura de cores, então indique o valor para a máquina fotográfica.

Fonte da imagem: Ana Nemes

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RESOLUÇÃO

Resolução de uma imagem pode ser analisada de três formas:

 Espacial
 Radiométrica
 Temporal

Para começar, falaremos um pouco mais sobre a resolução espacial


O nível de detalhamento que podemos observar objetos na superfície terrestre
é o que chamamos de resolução espacial. Ela pode ser resumidamente
definida como ―nível de detalhamento‖ ou, a capacidade do sensor em
enxergar os objetos em relação ao seu tamanho. Isto vale tanto para imagens
de satélites como para imagens em geral. As imagens ―a‖ e ―b‖ abaixo mostram
o resultado quando a resolução é dividida por um fator de 6, provocando uma
mudança no aspecto da imagem, causado pela menor quantidade de linhas e
colunas.

Em uma imagem com resolução espacial de 15m, onde cada pixel tem 15m X
15m, qualquer objeto com dimensões menores que isso não será teoricamente
visível na imagem.

Na verdade, se o objeto é um pouco menor que a resolução nominal nativa do


sensor, mas pela sua cor e pelo contexto ele se sobressai com um bom
contraste, ele poderá sim aparecer na imagem e ser detectado. Por outro lado,
se o objeto é maior do que a resolução da imagem, mas está camuflado no seu
contexto ou tem o mesmo tom que o seu ambiente, ele pode ficar invisível na
imagem.

Veja no exemplo abaixo a mesma imagem de um porto, nas resoluções de 50


cm até 80 m. Assim dá para entender porque a resolução é geralmente a
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principal especificação ao qual o usuário faz referencia ao escolher a imagem
com a qual vai trabalhar.

Atualmente a EngeSat trabalha o maior portfólio de sensores do mercado, com


altas resoluções espaciais a partir de 0,25m, como é o caso dos recém
lançados satélite Worldview-3 e Worldview-4, até baixas resoluções espaciais
de 30m, como o satélite Landsat. Para uma melhor compreensão do tema,
seguem abaixo alguns exemplos práticos e algumas amostras de imagens de
satélite e suas respectivas resoluções espaciais:

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Resolução radiométrica e quantificação
As imagens de satélite são geradas por sensores eletrônicos que recebem uma
quantidade de luz e codificam isto em informação digital em forma de números,
para quantificar o volume de luz recebido durante um dado período durante o
qual eles são expostos. E esta tradução do sinal analógico para um sinal digital
pode ser feito com mais ou menos resolução, ou seja, detalhamento em termos
de radiometria. Isto se chama a quantificação digital da imagem.
Geralmente, as imagens são codificadas em 8 bits, ou seja em código binário,
usando valores de 0 e 1, isto equivale a ter 2 elevado a potência 8 = 256
possibilidades de resultados, de 0, para ausência de sinal, e 255 para sinal
saturado ou máximo.

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Atualmente, encontramos imagens quantificadas com 11 bits (2.048 níveis), 12
bits (4.096 níveis) e 14 bits (16.384 níveis). Quanto mais bits, mais
sensibilidade e diferenciação de níveis de informação na imagem, o que pode
ser qualificado como riqueza de informação. O exemplo acima mostra de (a) a
(c) uma foto de uma moça de chapéu em que a resolução radiométrica vai
diminuindo da esquerda para a direita, para ficar no caso com menos resolução
radiométrica com 2 níveis de informação, preto ou branco, ou seja, 2 níveis de
informação, 0 ou 1, equivalente a 2 a potencia 1 = 2, imagem codificada com 1
bit somente por pixel.

O mesmo se aplica a imagens de satélites:

Resolução Temporal ou frequência de revisita


A resolução temporal é a medida que temos para medir a capacidade de
revisita de um satélite sobre um mesmo local da Terra, o que o permite de
obter imagens mais ou menos frequentemente. Por exemplo, os satélites da
família Landsat, pela sua órbita e possibilidade de imagear na sua vertical, têm
um ciclo orbital de 16 dias, e infalivelmente imageam o mesmo local a cada 16
dias… Veja um exemplo no Pará, onde foi monitorado o desmatamento de uma
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área, sendo detectado inclusive um incêndio, nas imagens de data
de 01/06/2014, 03/07/2014, 04/08/2014 e 20/08/2014.

É fácil entender que quanto maior a resolução temporal de um satélite, maior a


probabilidade dele adquirir imagens sem nuvens, mesmo em época de chuva,
por exemplo, no verão. Para aumentar a resolução temporal de seus sistemas
e a capacidade de imageamento, vários operadores lançam constelações de
vários satélites em vez de um único satélite. Assim é o RapidEye (5 satélites),
o Pleiades (2 satélites) e o Triplesat (3 satélites).

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DICAS PARA FOTOGRAFAR PESSOAS

Direção
1- Observe o melhor ângulo do seu modelo. Há sempre um lado dos olhos que
é mais doce e amoroso e outro que é mais frio. Na dúvida, fotografe os dois
lados, e depois, faça a escolha junto com o retratado. A luz deve ser afinada
conforme o melhor ângulo.
2- Em alguns casos, uma leve angulação da cabeça (para baixo ou para cima)
poderá evidenciar o melhor ângulo do seu retratado. O lado que o modelo
penteia o cabelo, o movimento da boca e o jeito de sorrir podem dizer muito
sobre o lado do rosto que a pessoa mais se identifica.
3- Use um espelho no lado oposto ao do melhor ângulo do seu modelo. Isso
ajudará a pessoa a se autodirigir.
4- Crie conteúdo no olhar: procure conversar sobre assuntos pessoais e
afetivos. As pupilas costumam triplicar de tamanho quando falamos sobre
coisas que amamos.

Conversar sobre assuntos afetivos com a pessoa costuma aumentar o tamanho das pupilas e isso é
ótimo para o retrato, pois os olhos ficam mais expressivos

5- Os gestos e a direção das mãos devem, de preferência, ser pouco abertos e


contidos, entretanto devem ser genuínos.
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6- Cuide da tensão da coluna cervical do seu retratado. A maioria das pessoas
tende a tencionar essa região e acaba não percebendo, e no retrato isso fica
evidente. Peça licença e faça uma massagem nos ombros para ―desmontar‖
essas tensões.
7- Sorrisos e risadas precisam ser dados de maneira sincera e genuína.
Colecione um repertório de piadas curtas. Conte-as sem tirar os olhos do visor
e o dedo no botão de disparo da câmera e aproveite para clicar durante o auge
do humor. Após uma boa gargalhada os olhos tendem a ficar marejados e
felizes. Aproveite o momento.
8- Prefira abordar assuntos pessoais e emocionais durante o ensaio. Não
provoque conversas com temas difíceis. Aproveite para fazer bons cliques
enquanto a pessoa fala. Espere as sílabas abertas para fazer o clique.

A direção de um retrato requer cuidado com o posicionamento das mãos da pessoa; aqui as mãos estão
bem posicionadas

9- Música povoa os pensamentos e ajuda a emocionar. Use o recurso durante


a sessão. Elas devem ser as preferidas do seu retratado, e não a suas.
10- Posar de corpo inteiro é bem difícil. O truque é pedir para que a pessoa dê
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dois passos para frente e depois para trás. Clique no primeiro passo. Esse
movimento rende fotos espontâneas.
11- Peça movimentos rápidos, como olhar para o lado e voltar a olhar para a
câmera. Fotografe antes do seu modelo terminar a pose. A expressão é natural
no instante do movimento.
12- Peça para o modelo experimentar sentimentos simples: como frio, calor,
pressa, preguiça, medo, sedução, raiva. Peça que faça um discurso, mesmo
que sem nexo, como: ―-pamonhas, pamonhas, pamonhas‖. Ou declamando um
poema, o hino nacional, regendo uma orquestra. Você vai ver como funciona.

Fazer a pessoa dar dois passos para frente e um para trás, e clicar no primeiro passo, é um truque para
fotos de corpo inteiro, em especial as corporativas

13- Durante as trocas de roupas e acessórios estimule o retratado a se olhar


em um espelho colocado no set de fotografia. Isso pode render bons registros.
14- O fotógrafo de retratos deve se dividir em dois: um que fica sempre com os

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olhos na câmera e outro que faz uma investigação minuciosa do rosto e corpo
do modelo.
15- Pergunte sobre tudo ao seu modelo. Ouça sempre. Não economize elogios,
sempre sinceros. Mergulhe no rosto e espírito do seu retratado. Exerça ao
máximo o sentido da palavra empatia.
16- Coloque um apoio para as mãos e cotovelos na frente do seu retratado. Um
cubo de madeira alto ou o encosto de uma cadeira podem ser valiosos truques
para o seu modelo interagir e conter os gestos.

Ter apoios para as mãos e cotovelos do retratado ajuda a conter gestos e deixa a pessoa mais
relaxada na hora de posar; aqui, a cadeira e o tablet resolveram o problema

17- Para retratos com finalidade de trabalho (para o setor corporativo,


campanhas publicitárias ou políticas), use a técnica do enquadramento formal e
clássico: os ombros devem sempre aparecer. Faça ainda muitas variações de
enquadramento durante o ensaio. Fundos brancos são sempre infalíveis.

Produção
18- A maquiagem em um retrato deve ser pouca, simples e discreta,
principalmente no caso dos homens. Utilize sempre bons produtos,
principalmente de marcas apropriadas para fotografia. Se for preciso retire o
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excesso com uma toalha seca.
19- Cosméticos brilhantes ou cintilantes devem ser abolidos das opções de
maquiagem para retratos.
20- Um colírio lubrificante aplicado antes do ensaio poderá deixar os olhos
nítidos. Olhos aguados pelo colírio brilham mais na foto.

A maquiagem para retratos, principalmente os corporativos, deve ser simples e discreta; cosméticos
brilhantes ou cintilantes não devem ser usados

21- Em pessoas idosas ou de pele muito branca, prefira usar tons de cinza ou
marrom no contorno dos olhos e sobrancelhas.
22- Antes da sessão, peça para o seu modelo escovar os dentes. Eles ficam
mais brilhantes.
23- Para a boca masculina utilize uma pomada apropriada ou algum hidrante,
como manteiga de cacau (não deixe excessos). Pelos nas orelhas e no nariz
devem ser removidos antes do retrato.
24- Tome cuidado especial com as sobrancelhas, que durante a troca das
roupas costumam se desalinhar. Penteie-as.

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25- Lembre-se: a câmera vê o que você não enxerga. Faça alguns cliques
antes para testar a maquiagem.

Maquiagem para homens deve ser a mais discreta possível e deve-se ter o cuidado de remover pelos das
orelhas e do nariz que estiverem aparecendo

Iluminação
26- A luz de um retrato deve ser suave e filtrada por grandes modificadores.
Utilize, no mínimo, dois acessórios, como o dois hazies ou um hazy e um
striplight. Posicione um terceiro refletor de luz difusa e potente ao lado da
câmera para enfatizar os olhos do modelo e criar um ponto de brilho na íris.
27- Afine a luz com o modelo no set. Avise a pessoa que, por alguns minutos, a
relação será puramente técnica. Peça desculpa, sempre.
28- Cada rosto requer posições específicas. Posicione a câmera em ângulos

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variados até encontrar a simetria dos olhos do retratado. Se for o caso, suba
em uma escada para retratar pessoas muito altas ou com olhos pequenos.
Ajude a pessoa a se posicionar.

A iluminação de retrato em estúdio deve ser suave, filtrada por grandes modificadores de luz, como o
hazy e o strip; a sombrinha também pode ser usada

29- Se for realizar um retrato na contraluz, use uma iluminação difusa. Tome
cuidado com os cabelos ralos. Eles ficam evidentes na contraluz. Cuidado
também com luzes colocadas no alto da cabeça do retratado. Elas brilham
demais e costumam realçar falhas no cabelo.
30- Para aqueles modelos que usam óculos, peça para que lavem bem as
lentes com detergente. Use luzes difusas laterais no rosto (uma luz de um lado
e um rebatedor do outro resolve bem) e uma terceira fonte de luz rebatida no
teto branco e um isopor.

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A câmera deve ser posicionada em ângulos variados até que o fotógrafo encontre a simetria dos olhos do
retratado

FOTOGRAFIA DE ARQUITETURA

Desde os primórdios da fotografia, a arquitetura tem servido de modelo para


muitas imagens e sendo uma aliada para a atividade de fotografar. A fotografia
dá destaque no que há de mais interessante nas formas das construções e a
arquitetura, mesmo com todo o concreto, consegue passar poesia, inspiração e
beleza às imagens.
Por possuir elementos interessantes para a fotografia, muitos fotógrafos
retratam prédios, casas e estruturas interiores, mas todos eles sabem qual é a
melhor formar de fazer essas imagens?
Em relação à melhor forma de fotografar a arquitetura, tudo vai depender do
propósito final da imagem: se ela é mais informativa, ou mais artística. A
abordagem técnica, então, vai depender dessas duas vertentes: se o fotógrafo
quer explicar o que a construção representa, ou se ele quer, simplesmente,
retratar a beleza da arquitetura.

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Fotografia de arquitetura informativa
Uma fotografia de arquitetura informativa deve ser composta e conter
elementos que mostrem exatamente do que a imagem se trata e o que está
sendo mostrado. Esse tipo de fotografia diminui a possibilidade do fotógrafo de
usar a criatividade e elementos artísticos, mas não a bloqueia completamente.
Antes de fazer uma fotografia dessas, é interessante observar bem a
construção a ser retratada, avaliando os ângulos e formas. Analise também os
elementos que precisam entrar na fotografia e aqueles que podem ser
descartados sem perder informações necessárias, como janelas e paredes
específicas. Em uma fotografia do Museu Oscar Niemeyer em Curitiba (PR),
por exemplo, a estrutura em forma de olho e as rampas são essenciais para
formar uma fotografia informativa, mas o prédio retangular atrás pode ser
descartado, sem perder informações valiosas.

No caso de fotografias de arquitetura interior, use lentes fotográficas com um


grande ângulo de captura para que seja possível mostrar o máximo de detalhes
em uma só imagem. Use a iluminação a seu favor e prefira torná-la mais
aconchegante para um ambiente interno.
Preste atenção também nas texturas e materiais existentes nos ambientes
internos e nos externos. Estude como esses fatores se comportam com as
diferentes iluminações que um dia inteiro proporciona.

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Fotografia de arquitetura artística
Ao contrário da fotografia de arquitetura informativa, que tem a intenção de
mostrar um local como ele realmente é, na fotografia artística tudo é permitido
e a qualidade da imagem depende da criatividade do fotógrafo.

Desenvolvendo o olhar fotográfico


Apesar disso, conseguir resultados interessantes requer muito mais do que
simplesmente sair com uma câmera fotográfica digital a tira colo fotografando
tudo o que vê de forma criativa. Um olhar fotográfico treinado é necessário. Por
exemplo, fotógrafos que tenham interesse em arquitetura e que entendam, nem
que for o mínimo do assunto, podem se sair melhor, pois sabem o que destacar
em uma imagem.
Aliás, conhecer o tema fotografado ajuda o fotógrafo a escolher melhores
enquadramentos. Para isso, não é preciso se aprofundar em estudos teóricos,
a simples observação de prédios, casas e interiores já basta. Antes de tudo,
um fotógrafo é um observador. Para atingir esse patamar e fazer fotos
artísticas de arquitetura, observe os detalhes das construções, faça uma leitura
mais crítica da cidade e avalie elementos que, normalmente, passam
despercebidos.

Tenha o equipamento fotográfico em mãos


Independente se você tiver uma câmera compacta e profissional, é
interessante sempre sair com um equipamento quando for a qualquer
compromisso. Isso vai facilitar na hora de retratar algo que você achou

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interessante no meio do caminho. Se você achar muito perigoso, ou não
prático, sair com um equipamento profissional na rua, tenha uma compacta, ou
um celular com câmera de boa resolução. Caso necessário, volte outro dia com
o equipamento profissional para fazer a mesma imagem.
Alguns itens podem ser úteis quando o objetivo da saída for apenas fotografar:
além do equipamento fotográfico, leve com você um guarda-chuva (para fazer
sombra e composições de iluminação), fita adesiva e pilhas, ou baterias.

O enquadramento perfeito
As linhas na fotografia de arquitetura são muito importantes, por isso é
necessário prestar atenção nelas, se elas são retas, curvas, curtas, ou longas.
Cada tipo vai causar um efeito diferente na imagem e o ângulo em que elas
são fotografadas também causam uma sensação diferente em quem vai olhar a
foto. Para avaliar essas linhas, treine seu olhar para sair do lugar comum.
Além das linhas, que são consideradas os elementos mais importantes na
fotografia de arquitetura, o que deve ser levado em conta no enquadramento
são as curvas, os detalhes diferenciados (enfeites, objetos e detalhes em
geral), textura, cores, contrastes, simetrias, iluminação, janelas, portas, arcos,
escadas, etc. Todos esses elementos misturados e harmonizados entre si
podem criar um efeito profissional.

A regra dos terços, um elemento importante no enquadramento, deve ser


descartada na fotografia de arquitetura porque pode não servir quando
elementos simétricos entram em cena, isso porque prédios e casas com esses
elementos devem ser posicionados no meio da fotografia, para que a simetria

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seja trabalhada corretamente na imagem.
É interessante também usar a profundidade de campo para criar imagens com
várias camadas.
Os sentimentos, em uma fotografia de arquitetura, também podem ser
trabalhados. Um exemplo é uma imagem que retrata a luz atravessando a
janela e iluminando um quarto, trazendo o sentimento de conforto. Por outro
lado, o mesmo efeito de iluminação incidido em um cômodo vazio, pode passar
a sensação de solidão, e assim por diante…

FOTOGRAFANDO A NATUREZA

Localização e composição
―Antes de fazer qualquer fotografia, deve-se perguntar: onde devo ficar?‖,
explica o fotógrafo. A escolha é sempre pessoal e vai determinar o estilo de
fotografar de cada um.
Para o segundo passo, a escolha da composição, pode-se utilizar a regra dos
terços, que tem como premissa a divisão da imagem em duas linhas
horizontais e duas verticais, formando uma moldura interna, em que os pontos
de encontro são os locais onde os olhos têm maior atenção, como guia inicial.
Hoje em dia, os celulares já possuem grids com essas linhas no visor para
auxiliar a hora da fotografia.

Foto: Haroldo Palo Jr./Divulgação

Simetria
Outro aspecto importante é a simetria. Para Palo Jr., a imagem principal em
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uma foto, geralmente, fica melhor fora do centro. ―Cria-se um equilíbrio para
que os outros assuntos participem da imagem e quebra-se o excesso de
simetria.‖

Foto: Haroldo Palo Jr./Divulgação

Linha do horizonte
Para fotografar uma paisagem o ideal é o sentido horizontal. ―Cada um pode
fazer da maneira que desejar, mas se não for na horizontal, a foto terá outra
aplicação que não a representação natural‖, destacou. Existe um recurso
excelente disponível hoje em dia, a montagem de panorâmicas com vários
fotogramas da mesma paisagem. ―Isso também se encontra nos celulares, por
meio de aplicativos que transformam fotos em panorâmicas‖, destacou.

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Foto: Haroldo Palo Jr./Divulgação

Proximidade
Ao contrário de ampla paisagem, quando o objeto de registro está próximo,
Haroldo Palo Jr. conta que a lente normal da câmera tem suma importância,
pois faz com que o retrato tenha o mesmo ponto de vista do olhar humano. No
caso de objetos, por exemplo, é só estender o braço e apanhar.

Foto: Haroldo Palo Jr./Divulgação

Tratamento final
Por fim, o fotógrafo especialista em natureza aponta o último detalhe para o
sucesso do registro. ―Todas as imagens digitais precisam de tratamento final. É
a mesma etapa obrigatória dos filmes antigos: a revelação.‖
No tratamento, o fotógrafo faz os ajustes finais de cor, brilho, contraste,
saturação e balanço de brancos, por exemplo. ―Geralmente são ajustes
pequenos, mas fundamentais para terminar a foto‖, conclui.
Para celular também existem programas de edição, como Handy Photo, Adobe
Photoshop Express, Photo Studio e PicsArt Photo Studio.

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Foto: Haroldo Palo Jr./Divulgação

DICAS PARA FOTOGRAFAR ESPORTES


1. Luz

© A. Ricardo, Pólo Aquático – Via Shutterstock

Sim, quanto mais luz, mais chances de conseguir congelar aquela imagem
espetacularmente. Essa dica é uma das mais importantes porque nós temos
uma tendência natural de achar que precisamos fazer as fotos nas

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condições de luz que encontramos no ambiente, e isso não é verdade.
Perceber as variações, e possibilidades, da luz do local quando você não pode
controlá-la, é uma das principais habilidades de qualquer grande fotógrafo.

2. Velocidade

© Paolo Bona, Patinação no gelo – Via Shutterstock

Se você já sabe fotografar no modo manual, saberá da importância de ter altas


velocidades para congelar um movimento. A maioria das câmeras costuma
precisar de velocidades acima de 1/100 para conseguirem congelar um
assunto com nitidez, e muitos fotógrafos de esportes indicam que para
conseguirem resultados realmente incríveis, você deve usar pelo menos 1/500.
Você também pode utilizar o modo de prioridade de velocidade – considerando
que você está em boas condições de luz – escolha uma velocidade acima de
1/100, acompanhe o motivo com a câmera e faça a foto.

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3. ISO

Futebol Americano – Via Shutterstock

Ainda no triângulo de exposição e fotografando no modo manual (Abertura x


velocidade e ISO), um grande aliado pra conseguir velocidades mais altas é
o ISO. Quanto mais alto for o ISO, mais você poderá aumentar sua velocidade,
o que pode ser determinante pra esse tipo de foto. Você já deve ter ouvido falar
em ruído, essa é a parte ruim de um ISO alto, mas muitas vezes você nem
precisa que ele seja tão alto: 400 ou 800 podem trazer aquela luz que falta pra
aquela foto que você tanto espera.

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4. Foco

Surf – Via Shutterstock

Muitas vezes nossas fotos saem borradas por causa do foco, é preciso focar
cada cena que pretendemos congelar, na maioria das câmeras você precisa
primeiro apertar o botão do obturador até o meio – fazendo o foco – e depois
terminando de apertar o obturador para finalmente capturar a foto.

6. Modo de Foco

Snowboarder – Via Shutterstock

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Desligar o seu auto-foco para AF-C (Nikon) ou AI Servo (para usuários Canon),
permite que você acompanhe o seu assunto enquanto ele se movimenta ao
apertar o botão do obturador, ao invés de ter que voltar a focar durante essa
movimentação.
7. Modo de Área de Foco (AF)

Remo – Via Shutterstock

Você também pode querer mudar os seus pontos focais para dinâmico, para
torná-lo mais fácil de manter o foco em seu assunto. Dependendo da sua
DSLR, pode haver um número grande de opções quando se trata de pontos
AF, assim pode ser bem interessante ler sobre sua câmera e descobrir o que
irá atender melhor a sua situação. Sugere-se que seja Foco Central ou Único.
8. Foco no botão traseiro/AF-ON

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Escalada – Via Shutterstock

O botão AF traseiro da sua câmera substitui ter que apertar até a metade o
botão do obturador para focar. Isto significa que você é capaz de bloquear o
seu foco para facilitar a recomposição, deixando-o livre para mover para a
esquerda ou para a direita, sem ter que mudar o foco.
Porém, é preciso se acostumar com esta nova forma de ajustar o foco, mas
além dos benefícios que tem para a focagem, utilizar esse botão é
ergonomicamente muito melhor também. Com o tempo, ela se torna uma
maneira muito mais confortável de segurar a câmera, mudando o equilíbrio de
peso para fotos potencialmente mais estáveis também.

8. Modo Burst ou Disparo Contínuo

© Muzsy,Vôlei – Via Shutterstock

Esse modo é aquele em que sua câmera dispara várias fotos uma atrás da
outra enquanto você mantém o botão do obturador pressionado até o fim. Essa
pode ser uma grande vantagem na fotografia de esportes. A maioria das
DSLRs podem fazer em média de 3 FPS (frames por segundo – ou 3 fotos por
segundo) a 8 FPS, mas modelos mais sofisticados como a 7D Mark II chega a
fazer 10 FPS. Como o tamanho dos arquivos são potencialmente altos, a sua
câmera terá que gravar as fotos na memória até salvá-las no seu cartão de

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memória, e isso pode ter impacto no tempo que terá que esperar pra ela estar
pronta pra fotografar novamente.

9. JPEG ou RAW?

Salto – Via Shutterstock

Muitos fotógrafos profissionais de esportes fazem suas fotos somente em


JPEG, isso acontece porque a câmera consegue passar uma imagem JPEG
para a memória da câmera muito mais rápido do que uma imagem em RAW –
que são arquivos potencialmente muito maiores – o que dificultaria a rapidez da
gravação dependendo do equipamento. Com certeza é um conselho útil, mas
para fotógrafos iniciantes é uma excelente ideia fazer as fotos em RAW, ou
pelo menos considerar gravar nos dois formatos ao mesmo tempo, se sua
câmera permitir.

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10. Panning

© ZRyzner, Fórmula 1 – Via Shutterstock

Panning é uma técnica que se utiliza baixa velocidade para conseguir o efeito
de movimento. Utilizando um modo de foco contínuo junto com o modo burst,
você aumenta bastante suas chances de um grande resultado.

11. Estabilizadores

Correndo na areia – Via Shutterstock

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Já que estamos falando de baixa velocidade, então precisamos falar de
estabilização de imagem.
Muitas câmeras DSLRs possuem estabilizadores em seus corpos e isso pode
realmente ajudar em fotos mais nítidas. Também existem vários tipos de lentes
com estabilizadores de imagem em seus corpos, principalmente lentes zoom. A
dica é que se você está entre duas lentes, uma com estabilizador e outra sem,
vale o investimento nas lentes com estabilizadores, principalmente se você for
iniciante.

11. Tripés

Kite Boarding – Via Shutterstock

O tripé também podem ser seu aliado pra conseguir nitidez com fotos feitas em
baixas velocidades ou com lentes zoom, já que quanto maior for
o comprimento focal, mais estabilidade é necessário pra se conseguir bons
resultados.

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12. Lentes

Vôo Livre – Via Shutterstock

Uma lente zoom (teleobjetiva) é a escolha usual para este tipo de fotografia.
Você provavelmente vai querer uma lente que lhe permita obter close-ups da
ação, sem ter que chegar muito perto. Se você está iniciando, uma boa pedida
é procurar lentes que possuam milimetragem entre de 200-300mm . A abertura
de sua lente escolhida também terá importância, já que muitas lentes zoom
possuem aberturas muito pequenas, consideradas escuras, por isso, a
luminosidade nesse caso será determinante. Caso possua uma lente zoom
com grandes aberturas como f/2.8, suas chances aumentam muito. Lentes com
―estabilização de imagem‖ embutido também é uma excelente ideia.

FOTOGRAFAR COM MAU TEMPO

Clima de tempestade pode ser um grande momento para fotografar a natureza.


Nuvens da ninhada e belas paisagens são ingredientes para fotografias
convincentes que podem transmitir emoções, bem como uma história.
Você pode obter ótimas fotos durante uma tempestade ou quando ele está
limpando. Você também pode obter imagens excelentes quando as nuvens
estão a construir antes de uma tempestade.

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A primeira coisa que você precisa se preocupar em caso de tempestade é a
sua segurança. Em certas partes do mundo, o clima pode ficar muito feio
rápido. O que parece ser uma grande oportunidade de foto pode representar
uma ameaça para sua segurança. Aqui estão algumas dicas para se proteger
em caso de tempestade:

Vestir para a ocasião


Se você está fotografando em tempo frio, usar roupas quentes. Em algumas
áreas, você terá uma manhã fria e, em seguida, ele vai aquecer durante a
tarde. Para este cenário, vestir-se em camadas. Se você fotografar em um
clima onde tempestades ou pancadas de chuva ocorrem frequentemente, leve
um pequeno poncho de plástico em seu saco da câmera.

Manter as mãos quentes


Se você for fotografar em um clima frio, compre um par de luvas para fotógrafo.
As pontas dos dedos polegar e indicador das luvas para fotógrafo viram para
trás para quando você for precisar das mãos nuas para usar os controles da
câmera e pressionar o botão do obturador. Quando você não estiver tirando
fotos, vire as pontas de volta para manter os dedos aquecidos.
Confira a previsão do tempo na internet para obter uma previsão atual. Você
também pode visualizar mapas online que mostram as nuvens de tempestade
e observar o movimento previsto para as próximas horas. Se você possui um
smartphone, você pode obter aplicativo que vai atualizar as condições
meteorológicas em qualquer lugar que você tenha um sinal.

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Não se afaste muito longe de casa. As condições meteorológicas podem mudar
rapidamente.
Fotografar no tempo turbulento requer paciência e resistência. Depois de tomar
medidas para sua própria segurança, é hora de pensar sobre o seu
equipamento.
Proteja sua câmera. Use uma luva de chuva ou carregue uma touca de banho
na sua bolsa da câmera. Corte um buraco para a lente e um para o visor.
Coloque um pedaço de fita adesiva em cada lado do buraco que você cortar
para o visor. Proteja a sua bolsa da câmera. Use uma capa de chuva ou você
pode usar um grande saco de plástico para protegê-la. Corte fendas para a
alça de bolsa de câmera.
Troque as lentes com cautela. Não altere lentes no tempo ventoso, a menos
que você estiver em algum abrigo. O vento pode soprar a poeira ou grãos em
seu sensor.
Deixe aclimatar sua câmera. Se você estiver indo de uma sala quente para um
tempo frio, proteja a sua câmara com um saquinho. Você também pode deixar
sua câmera na bolsa da câmera por alguns minutos.
Inverta o procedimento quando você levar a câmera para dentro de casa. Não
remova o cartão de memória até que a câmera tem aclimatado às condições
quentes. Mantenha a sua bateria reserva quente. Baterias acabam
rapidamente em tempo frio. Em vez de manter a sua bateria reserva na bolsa
da câmera, coloque-a em seu bolso.

FOTOGRAFAR A NOITE

Utilize um tripé
A maioria das pessoas prefere fotografar segurando a câmera nas mãos.
Realmente, facilita a mobilidade e oferece mais opções de ângulos que nem
sempre um tripé possibilita. Mas, nesse caso, ele é uma ferramenta essencial
para fazer fotos noturnas sem flash. O motivo é simples. Fotos a noite são mais
difíceis de tirar justamente pela pouca disponibilidade de luz. Para driblar essa
adversidade é preciso manter o obturador mais lento para que a quantidade de
luz entrando no sensor seja maior. Mais tempo com o obturador aberto, sem
um tripé ou sem que a câmera esteja posicionada em um apoio estável é a
causa de fotos tremidas e borradas.

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Para fazer fotos da lua é essencial a utilização de um tripé ou o posicionamento da câmera em uma
superfície plana — Foto: Heloísa Facin/TechTudo

Ajuste o ISO para o mais baixo possível


O menor valor de ISO possível vai te proporcionar os melhores resultados.
Mais nitidez da paisagem e, em caso de ambientes com pontos de luz como
um poste ou os pontinhos das estrelas no céu, vão ganhar mais definição. Isso
impede que fique com efeito estourado de luz como no caso de uma fogueira,
onde o fogo é um ponto de luz estourado, ao invés de faíscas. Tudo vai sempre
depender do ambiente ou motivo a ser fotografado. Se for preciso, vá
aumentando aos poucos a sensibilidade do ISO e conferindo os resultados com
zoom conforme for fazendo os cliques. Assim, você vai utilizar a quantidade de
ISO necessária, sem que a foto fique com aspecto granulado.

Observe que a luz do fogo está superexposta em decorrência do ISO mais alto — Foto: Heloísa
Facin/TechTudo

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Longa exposição e Abertura
Para fazer fotos a noite sem a utilização do flash, é preciso oferecer o tempo
mínimo para que a câmera possa captar a quantidade de luz natural necessária
para compor a imagem, ou seja usar o método de longa exposição.
O tempo vai variar sempre. De acordo com o ambiente, a existência ou não de
algum ponto de luz e o que você pretende mostrar. Na imagem seguinte, veja
que o tempo escolhido possibilitou um pouco do efeito de céu em 'movimento'
nas estrelas. Isso acontece quando o tempo de abertura é longo o suficiente
para captar a rotação da terra em relação ao céu. Nesse caso, não havia
nenhuma luz artificial disponível, o ambiente ao olho humano era totalmente
escuro. Ou seja, foi preciso prolongar o tempo de obturação e aumentar um
pouco o valor do ISO para que o registro fosse possível.
Experimente começando com a velocidade 1/30 e vá clicando. As
possibilidades de abertura são infinitas, levando em consideração que as
DSLRs têm a opção BULB de abertura. Ou seja, ela inicia a captação com um
primeiro clique e só para quando você der outro clique para fechar a cortina.
Com a câmera estabilizada, seja em um tripé, ou em uma superfície plana, o
sensor capta a luz mais distante, fazendo com que aumente a profundidade de
campo da sua foto.
Outro aspecto muito importante, e que contribui muito para aumentar a
profundidade de campo é a abertura (F). Quanto maior o valor da abertura,
menor vai ser a diferença entre primeiro, segundo e terceiro plano.

Observe o efeito do 'céu em movimento', imperceptível ao olho nu — Foto: Heloísa Facin/TechTudo

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Foco manual e controle remoto
Se desprenda de configurações prontas. Para fazer fotos de paisagem ou céu
noturnas (sem flash) é preciso explorar as infinitas possibilidades que as
configurações manuais oferecem. A câmera é inteligente, mas sem luz, essa
inteligência fica cega. Por isso, o uso do foco automático (AF) nesses casos
não funciona bem. Dica importante: aproveitando que sua abertura está com
valor baixo e o tempo de obturação mais longo, utilize a maior distância focal
possível. Isso fará com que a paisagem/céu permaneça em foco.
Já os controles remotos ou a opção de temporizador são bem importantes,
pois, mesmo que sua câmera esteja estável em um tripé ou superfície plana, o
movimento de pressionar o botão do obturador, mesmo que imperceptível a
nós, movimenta o corpo da câmera, causando pequenos borrões indesejáveis
na captação.
Posicione sua câmera no ângulo desejado, configure o temporizador de 5seg,
caso não tenha o controle remoto, acione o botão do obturador e se afaste para
deixar que o equipamento faça todo o trabalho sem nenhum risco de esbarrar e
estragar a foto.

Lentes
Basicamente, é possível fazer uma imagem noturna, sem flash, com qualquer
objetiva que você tenha disponível, mesmo as que vêm no kit da câmera, como
as tradicionais 18-55mm. No entanto, já que queremos captar imagens do céu
e paisagens, o mais indicado é optar por lentes mais angulares. Elas vão
possibilitar maior campo de enquadramento com uma menor distância do
assunto. Isso, para o caso de fotos no escuro, é bem interessante, pois
possibilita alguma visão humana do assunto.
Lembrando que para o caso de fotos da lua, quanto maior a distância focal,
melhor. Ou seja, procure optar por lentes telezoom (acima de 100mm).
Além disso, evite deixar a opção de estabilização de imagem (IS) ligada, caso
sua objetiva tenha essa possibilidade. Pois, ao imobilizar por completo sua
câmera usando um tripé, você acaba 'confundindo' a câmera e obtendo o efeito
oposto ao de estabilizar, perdendo um pouco do foco e nitidez.

Experimente criar efeitos


Pode ser uma das partes mais divertidas e criativas de fotos noturnas. Aqui,
sua criatividade é o maior requisito.
Para criar efeitos de luz em uma imagem noturna, utilize todas as outras dicas

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contidas aqui, adaptando de acordo com a necessidade. No caso da foto
seguinte, uma lanterna foi utilizada para criar esse desenho no ar. Pode ser
coração, formas, nomes, desenhos psicodélicos ou até luzes de cores
diferentes. O efeito fica muito bacana e bem único.

Uso da lanterna para produzir efeitos interessantes em fotos no escuro — Foto: Heloísa Facin/TechTudo

Já no caso de utilizar a própria luz em movimento disponível em sua paisagem,


como no caso da imagem dos carros em movimento na imagem seguinte,
também formam um interessante contraste entre a quietude e imobilidade dos
prédios e casas em relação à vida noturna.

Foto noturna e de longa exposição do movimento dos carros na rua — Foto: Heloísa Facin/TechTudo

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Fique atento ao clima e se planeje
Última dica, mas não menos importante: se planeje. Faça uma lista dos
equipamentos e suprimentos (em caso de locais distantes) que vai precisar e
cheque tudo, tanto antes de sair de casa como na saída, após fazer as fotos.
Além disso, não se esqueça de verificar a previsão do tempo com antecedência
para não correr o risco de sair com todos os equipamentos e se frustrar ao não
encontrar uma condição favorável. Em geral, fotos noturnas de paisagem e,
principalmente, do céu exigem condições climáticas boas e céu limpo.

IMPORTÂNCIA DA EDIÇÃO DE FOTOS

Fotografia, Edição de Imagens e a Importância do Bom Senso

Visual Arts | Por Laís Oliveira

Será que as melhores fotografias são aquelas tiradas por profissionais com
experiência? Será que todas as fotos precisam de edição final antes de ser
entregue a um cliente com recursos como photoshop? Esta é uma dúvida muito
comum entre os iniciantes ou até mesmo para quem tem a fotografia como
hobby, afinal, atualmente raras são as fotos que saem perfeitas com apenas o
clique e, para uma boa edição de imagem, é preciso realmente entender de
pós-produção, técnicas de edição de imagens e ter domínio em programas
desse tipo.
―O fator experiência ajuda e muito para que uma foto saia perfeita no exato
momento em que ela está sendo tirada, mas quando isso não acontece é
preciso lançar mão de bons programas de edição de imagens. E para
manuseá-los corretamente é necessário conhecimento sobre as técnicas de
iluminação, enquadramento, padrão, cenário, entre outros‖, nos diz Claudia
Passos, a fotografa de suporte e eventos da Soul Brasil.
Na era digital em que vivemos, são poucos os profissionais da fotografia e
quase nenhuma agência de publicidade, jornalismo e marketing que usam
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imagens sem edição final. Isto acontece porque os programas de edição
melhoram a qualidade da imagem ou até mesmo podem alterá-la retirando ou
acrescentando efeitos, personagens e objetos da foto, o que enriquece a
imagem que geralmente é vendida para revistas, agências e meios de
comunicação.
Mas se você não trabalha neste ramo e a fotografia é apenas um hobby, estes
recursos de edição provavelmente serão desnecessários já que as câmeras
compactas e os novos telefones celulares trazem cada vez mais avanços
tecnológicos que processam a imagem final na hora do clique.

O que antigamente se esperava conseguir por horas seguidas, uma boa luz,
um dia especial, uma coloração exata ou sol ou uma lua incrível brilhando no
céu, hoje simplesmente se cria. Não há como voltar atrás, não há como não
admirar este avanço da tecnologia, mas ao mesmo tempo, muitos profissionais
se questionam se não estão deixando de lado sua habilidade na arte de
fotografar para usufruir de recursos que os softwares de edição de imagem
disponibilizam.
―Apesar do imprescindível, há de se colocar certo bom senso ao utilizar esses
tipos de programas, afinal para uma boa fotografia é importante captar a
essência, a base do que está a ser fotografado, o que é totalmente corrompido
com uma edição de imagem sem o bom senso‖, acrescenta Claudia Passos.
Muitos profissionais questionam o uso indiscriminado e afirmam que devido a
estes programas, muitos fotógrafos ou iniciantes deixam de dar importância à
técnica fotográfica e passam a se preocupar mais em saber dominar esses
programas.

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―O bom é ter a percepção entre o bom senso e o exagero. Poucas são as
agências e empresas de comunicação que aceitam uma imagem crua. Por
exemplo, na fotografia de moda, o uso de retoques acontece em 90%, seja por
vaidade da pessoa fotografada, por incompetência do fotógrafo ou do
retocador, ou por exigência e perfeccionismo da empresa‖, complementa a
fotógrafa da Soul Brasil.
Então, entendemos o quanto é importante usar esse tipo e ferramenta com
bom senso. Para corrigir uma luz, tirar uma pessoa indesejada da foto, fazer
um recorte, mudar a temperatura da cor, um estouro de flash em alguma parte
do corpo, até mesmo para adaptar a foto para uma boa impressão. O erro está
em exagerar em seu uso e transformar as pessoas por completo, perder a
essência da foto, acrescentar muitos efeitos à imagem, tornar seres humanos
imperfeitos em homens e mulheres sem defeitos.

Conheça os principais editores de fotos profissionais


Todo fotógrafo, seja ele profissional ou amador, utiliza algum programa de
manipulação para editar e aprimorar as suas imagens. A pós-produção delas é
feita através de softwares de edição. São diversas opções de editores
disponíveis para o tratamento digital das fotos. Com eles, você consegue, de
maneira até fácil, aprimorar a qualidade gráfica das fotografias. Vamos
apresentar agora alguns:

● Adobe Photoshop: É o editor de fotos profissional mais conhecido do


mundo. É um software de tratamento de imagens que permite que elas sejam
alteradas à vontade do manipulador, gerando imagens completamente
diferentes. Ele simplesmente muda o que você quiser na foto, além de
adicionar diversos efeitos. É, talvez, o programa mais completo;

● PhotoDirector: O software oferece ferramentas de ajuste completas,


capazes de proporcionar cores por meio de uma vasta gama de ferramentas
para o ajuste tonal, além de controle de branco e saturação, incluindo curvas e
níveis, entre muitos outros benefícios;

● PhotoKey Pro: Focado na montagem e personalização de fotos com fundo


de Chroma Key, o programa é considerado o melhor software de tela verde do
mundo. Ele analisa suas fotos e, de imediato, muda a tela verde para um novo
fundo à sua escolha. Portátil e prático, o software permite criar diversas
montagens criativas, reproduzindo vários lugares do mundo ou da história. A
ferramenta permite aprimorar e processar milhares de imagens de grandes
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eventos;

● Paintshop Pro: É o grande aliado na hora de realizar edição de imagens,


afinal, ele simplifica e agiliza a pós-produção de fotos, permitindo que o
profissional atinja resultados impressionantes e possa elaborar projetos
criativos e ousados, pois combina as ferramentas de edição de fotos de
qualidade profissional com a poderosa tecnologia de correção de imagem.

● AfterShot Pro: Combina um gerenciamento robusto de arquivos, como


ajustes avançados não-destrutivos e processamento RAW completo,
permitindo que o profissional extraia o máximo proveito dos dados e dos
detalhes extras das suas, tendo como resultado imagens com cores
notavelmente precisas.

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Referências

Amo Foto Livro

Ciclo Vivo

Criando e Andando

Emania

Engesat

Foto Dicas Brasil

Fotografe Melhor

Fotografia DG

Infoescola

Iphotochannel

Techtudo

Tecmundo

Travessia Expedições

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