Orientação Desporto Com Pés e Cabeça
Orientação Desporto Com Pés e Cabeça
Orientação Desporto Com Pés e Cabeça
Conteúdo
Introdução ....................................................................................................... 2
Orientação: Desporto Para Toda a Vida ........................................................... 4
Mapas de Orientação .....................................................................................15
Orientação Pedestre - Traçado de Percursos ..................................................29
Orientação em BTT - Traçado de Percursos.....................................................53
Corridas Aventura ..........................................................................................60
Orientação de Precisão ...................................................................................66
Jogos Didácticos .............................................................................................77
Aprendizagem da Orientação .........................................................................85
Treino técnico...............................................................................................108
Desenvolvimento das Competências Psicológicas ........................................124
Organização de um Evento ...........................................................................128
A Orientação e o Ambiente ..........................................................................141
Glossário de Termos de Orientação ..............................................................150
Bibliografia ...................................................................................................156
Orientação é… ..............................................................................................158
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Introdução
‘Orientação, Desporto com Pés e Cabeça’ é o resultado da intenção, já com
alguns anos, de produzir um documento que abordasse, de forma transversal,
todas as múltiplas áreas relacionadas com a modalidade desportiva Orientação.
Desta intenção nasceu este livro, constituído por um conjunto de capítulos que
são, por um lado, textos já existentes, reproduzidos integralmente ou revistos e
adaptados para se enquadrarem com os restantes capítulos e, por outro, textos
escritos de raiz.
O capítulo “Orientação: Desporto Para Toda a Vida”, embora utilizando como
base alguns textos já existentes, foi todo reescrito para dar uma introdução
generalista ao mundo da Orientação.
O segundo capítulo aborda a base da Orientação: o mapa. Assim, “Mapas de
Orientação” fala sobre todo o universo dos mapas utilizados nas suas diversas
disciplinas.
De seguida surgem os capítulos “Orientação Pedestre - Traçado de Percursos” e
“Orientação em BTT - Traçado de Percursos”, que se debruçam de forma
aprofundada sobre o mais importante aspecto técnico para o sucesso de uma
prova de Orientação, o trabalho do Traçador de Percursos.
O capítulo “Corridas Aventura” trata de forma separada esta disciplina, devido
às diferenças substanciais face às restantes disciplinas da Orientação.
Também a “Orientação de Precisão”, designada, na língua inglesa, por Trail-O,
tem o seu capítulo próprio. Nele se apresentam as virtudes desta disciplina e se
faz uma descrição em pormenor do funcionamento de um percurso de Ori-
Precisão. Alguns dos conteúdos deste capítulo são transversais à aprendizagem
de diversas questões técnicas da Orientação.
Os três capítulos seguintes surgem numa ideia de crescendo ao nível da
preparação de actividades de aprendizagem e treino da Orientação. “Jogos
Didácticos” descreve alguns jogos de abordagem às bases da Orientação,
dirigidos essencialmente para crianças. “Aprendizagem da Orientação” aborda
de forma detalhada as actividades a desenvolver nas diversas etapas de
aprendizagem da Orientação. “Treino Técnico” explora, de forma
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Federação Portuguesa de Orientação - FPO Orientação - Desporto com Pés e Cabeça
António Aires
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Capítulo 1
Orientação: Desporto Para Toda a Vida
Introdução
A Orientação, embora relativamente recente em Portugal, é um desporto
organizado já com mais de 100 anos de existência.
Os registos indicam que terá sido em Bergen, na Noruega, no dia 31 de Outubro
de 1897, que se organizou a primeira actividade desportiva de Orientação. Os
países nórdicos são, ainda hoje, aqueles onde a modalidade tem maior
implantação, mobilizando um número de praticantes que coloca a Orientação
entre os cinco desportos mais praticados na Escandinávia. A maior prova do
mundo, o “O-Ringen”, realiza-se anualmente na Suécia com um número de
participantes que chegou a alcançar os 25.000.
Ao longo destes mais de cem anos de existência a modalidade foi evoluindo,
tornando-se num desporto altamente desenvolvido, que é praticado em
simultâneo, no mesmo espaço e ao mesmo tempo, por todos, indepen-
dentemente do nível físico ou técnico, da idade ou do género do praticante.
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Federação Portuguesa de Orientação - FPO Orientação - Desporto com Pés e Cabeça
O Que É?
Na partida, cada praticante recebe um mapa específico de Orientação onde
estão marcados pequenos círculos que correspondem a pontos de controlo.
Estes são materializados no terreno pelas "balizas" (prismas de cores laranja e
branca) que têm de ser visitados na ordem indicada. Para permitir que a prova
seja efectivamente aberta a todos, existem sempre diversos percursos
adaptados à condição física e técnica de cada participante.
A Orientação pode ser praticada em qualquer lugar desde que exista um mapa
de Orientação dessa área. Floresta, montanha, montado, zona urbana, qualquer
local é adequado para a sua prática. O terreno deve ser agradável e com
pormenores de relevo e de vegetação, e possuir características que o tornem
acessível a todos os grupos, desde o que se inicia na modalidade àquele que a
pratica ao mais alto nível.
As provas em parques ou jardins citadinos e em áreas urbanas, embora
reduzam o factor do contacto com a natureza, são cada vez em maior número
conferindo mais visibilidade às competições.
As provas de Orientação são, regra geral, realizadas durante o dia. No entanto
existem também provas nocturnas.
Definição
Tomando por base a sua disciplina mais praticada, a Orientação Pedestre,
poderemos definir a modalidade como uma corrida individual, contra-relógio,
em terreno desconhecido e variado, geralmente de floresta ou montanha, num
percurso materializado no terreno por pontos de controlo que o orientista deve
descobrir numa ordem imposta. Para o fazer, ele escolhe os seus próprios
itinerários, utilizando um mapa e, eventualmente, uma bússola.
As definições para as restantes disciplinas, como será visto mais à frente, têm
de receber algumas adaptações relativamente a esta.
Tutela
A nível internacional a modalidade é tutelada pela Federação Internacional de
Orientação (IOF - International Orienteering Federation), englobando quatro
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Breve História
Embora o registo mais antigo remonte a 1897, apenas em 1912 a Orientação
começou a dar os primeiros passos de uma forma mais estruturada. Tendo
como base o desdobramento da distância da Maratona por três provas, o Major
Killander, de nacionalidade sueca e líder escuteiro, adicionou-lhe a componente
de leitura de mapa.
A extraordinária adesão dos jovens motivou o primeiro Campeonato Nacional
na Suécia em 1922.
No início da década de 70, Portugal aderiu à prática desta actividade desportiva,
e, em 1973, disputou-se o primeiro Campeonato das Forças Armadas, em
Mafra. Só em 1987, com a formação da Associação Portuguesa de Orientação
(APORT), se começaram a promover alguns encontros e a produzir mapas
adequados à sua prática, obedecendo às normas da IOF.
Pode considerar-se o ano de 1984 como o início da prática da Orientação no
meio civil em Portugal. Até essa data, a prática da modalidade era restrita ao
meio militar que, até meados da década de 90, ainda permaneceu como a
principal força dinamizadora da modalidade em Portugal.
A 19 de Dezembro de 1990, é criada a FPO - Federação Portuguesa de
Orientação, tornando-se Portugal membro efectivo da IOF.
De forma cronológica e sintética, são os seguintes os principais marcos
históricos da modalidade:
Nível mundial
1897 - 1ª Prova de Orientação (Noruega)
1918 - Orientação como modalidade desportiva por Ernst Killander
1919 - 1º Campeonato Oficial (Estocolmo)
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Nível nacional
1973 - 1º Campeonato das Forças Armadas (Mafra)
1977 - 1ª Participação no Campeonato do Mundo Militar
1980 - 1º Contacto da modalidade com a sociedade civil
1981 - Execução do 1º mapa de Orientação em Portugal - Açoteias (Albufeira)
1987 - Criada a Associação Portuguesa de Orientação - APORT
1990 - Criação da FPO
1991 - 1ª Participação no Campeonato do Mundo (Checoslováquia)
1992 - 1º Campeonato Ibérico (Tróia)
1993 - 1º Campeonato com um sistema de ranking
1995 - É conferido à FPO o Estatuto de Utilidade Pública Desportiva.
1996 – Celebrado Protocolo com Desporto Escolar
1996 - 1ª Edição do Portugal “O” Meeting (Mafra)
2000 - Organização da etapa final da Taça do Mundo (Leiria e Lisboa)
2001 - Organização do Campeonato do Mundo Militar (Beja)
2002 - Organização do Campeonato do Mundo de Desporto Escolar (M.Grande)
2003 - Início da transmissão regular das provas de Orientação na RTP 2
2007 - Assinatura de Protocolo com DGIDC (Desporto Escolar)
2007 - Primeiro título europeu de jovens (Diogo Miguel, Hungria)
2008 - Organização do Campeonato do Mundo de Veteranos (3500 atletas)
2008 - Primeiro título mundial de Desporto Escolar (Vera Alvarez, Escócia)
2010 - Organização do Campeonato do Mundo de Ori-BTT (Montalegre)
2013 - Organização do Campeonato do Mundo de Desporto Escolar (Algarve)
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O “Jogo” da Orientação
Uma prova de Orientação pode ter diferentes características consoante a sua
natureza. Tradicionalmente é composta por um percurso que consiste num
conjunto de pontos de controlo que têm todos de ser visitados de forma
sequencial.
Este percurso está desenhado num mapa específico de Orientação.
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Disciplinas da Orientação
Orientação Pedestre
A Orientação Pedestre é a disciplina da
Orientação com maior tradição e número de
praticantes, tanto em Portugal como a nível
internacional.
São utilizados mapas específicos para
Orientação Pedestre.
Ao longo deste livro, quando algum texto não
referir nenhuma das disciplinas, significa que o
comentário se refere à Orientação Pedestre.
Orientação em BTT
A Orientação em BTT é uma disciplina
semelhante à Orientação Pedestre, mas
onde a deslocação é feita em BTT e
apenas por caminhos.
A Orientação em BTT é a disciplina da
Orientação em fase de maior desen-
volvimento a nível internacional, sendo
reconhecidas as suas enormes poten-
cialidades de futuro.
São utilizados mapas específicos para
Orientação em BTT.
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Corridas Aventura
Disciplina da Orientação, por equipas,
que consiste numa prova de um ou
vários dias com diversas etapas:
Orientação Pedestre, Orientação em
BTT, em canoa, manobras de cordas e
outros.
Esta disciplina, embora seja tutelada em
Portugal pela FPO, a nível internacional
não é reconhecida pela Federação Internacional de Orientação.
São utilizadas cartas militares 1:25000 ou, sempre que possível, mapas de
Orientação Pedestre ou de Orientação em BTT.
Orientação em Esqui
Disciplina da Orientação adaptada a terrenos com neve. Tal como na
Orientação em BTT, a deslocação apenas se pode realizar nos caminhos
indicados no mapa.
São utilizados mapas específicos para Orientação em Esqui.
Pelas características próprias do clima, a sua prática não se verifica em Portugal.
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Os Mapas de Orientação
Embora seja possível praticar Orientação com qualquer tipo de mapa, enquanto
deporto organizado a Orientação é praticada com mapas criados exclusiva-
mente para o efeito. Esses mapas são precisos, detalhados e estão preparados
para uma "escala humana", ou seja, o terreno e as características que aparecem
no mapa são aquelas que uma pessoa, ao mover-se nessa área, observa
facilmente.
Os mapas de Orientação são desenhados segundo um conjunto de regras bem
definidas pela IOF que têm como objectivo normalizar a sua criação em todo o
mundo.
Pelo facto dos atletas de Orientação utilizarem bússolas, os mapas de
Orientação não apontam o Norte Cartográfico, mas sim o Norte Magnético.
O Percurso de Orientação
Um percurso de Orientação é constituído por uma partida, uma série de pontos
de controlo identificados por círculos no mapa, e por uma meta.
Na partida, cada praticante recebe um mapa onde estão marcados, a cor
púrpura (magenta):
- Um triângulo que corresponde ao ponto onde se inicia a orientação
propriamente dita e materializado no terreno por uma “baliza” (prisma de
cores laranja e branca), sem código nem picotador;
- Círculos que correspondem a pontos de controlo, materializados no terreno
pelas "balizas", com um código definido para cada uma e que estão
acompanhadas de uma estação electrónica e/ou um picotador. Introduzindo o
seu identificador electrónico (em Portugal utiliza-se um chip Sport-Ident) que
é transportado preso num dedo, ou picotando o seu cartão de controlo, o
praticante comprova a passagem por cada ponto;
- Dois círculos concêntricos que correspondem à chegada, materializada no
terreno por uma “baliza”, também ela acompanhada de uma estação
electrónica (e/ou um picotador). Introduzindo o seu identificador (ou
picotando o seu cartão de controlo) o praticante comprova o termo do seu
percurso.
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Bússola
A bússola é o único auxiliar permitido para ajudar na orientação, embora não
seja obrigatório. Por exemplo, em diversas fases da formação de jovens é
importante não utilizar bússola.
Uma bússola é um aparelho com uma agulha magnética que é atraída para o
pólo magnético terrestre. Os atletas utilizam-na para orientar o mapa para
norte fazendo coincidir a agulha da bússola com as linhas de norte presentes no
mapa.
Existem bússolas próprias de competição que se transportam presas ao dedo e
directamente em cima do mapa. No entanto, mesmo em competição, pode ser
utilizada qualquer tipo de bússola.
No hemisfério sul as bússolas têm de ser diferentes das utilizadas no hemisfério
norte, devido à diferente influência do campo magnético terrestre entre os dois
hemisférios.
Os Pólos Magnéticos
O fenómeno que faz a agulha da bússola apontar na direcção Norte-Sul é o
Magnetismo terrestre. A Terra é como um íman gigante. Apesar de o
magnetismo ter sido descoberto há muito tempo, a sua utilização como auxiliar
de orientação é bastante mais recente.
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Origem da Bússola
Os Chineses terão sido os primeiros a explorar o fenómeno
do magnetismo para indicar o Norte (ou o Sul). "Si Nan" (Si =
“Apontar para”; Nan = “Sul”) é considerada como a primeira
bússola e consiste numa pedra magnética, esculpida em
forma de concha, cuja pega aponta para Sul.
De acordo com alguns escritos chineses, as primeiras
bússolas, desenvolvidas a partir da “Si Nan”) foram utilizadas
no mar por volta do ano 850. A invenção foi então espalhada para o ocidente
por astrónomos e cartógrafos.
A bússola foi desenvolvida através dos séculos e conheceu um avanço
considerável quando se descobriu que uma peça fina de metal (agulha) podia
ser magnetizada podendo depois ser envolvida e encerrada num invólucro
cheio de ar e transparente, ficando assim a agulha protegida.
Inicialmente, as agulhas das bússolas demoravam muito tempo a estabilizar. As
bússolas modernas são instrumentos de precisão e a sua agulha, agora
geralmente encerrada num invólucro cheio de líquido, rapidamente aponta o
norte (ou o Sul no hemisfério Sul).
Sinalética
A sinalética é a descrição da localização exacta dos pontos de controlo indicados
pelo mapa.
Para além disso, indica qual a colocação da baliza relativamente ao elemento
característico onde está o ponto de controlo e assegura ao orientista, através
do código, que se trata do ponto procurado.
Não deve ser confundida com a simbologia do mapa, embora exista semelhança
entre a maioria dos símbolos utilizados no mapa e os utilizados na sinalética.
Para o transporte da sinalética é normalmente utilizado um porta-sinalética que
se adapta ao antebraço do atleta.
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Capítulo 2
Mapas de Orientação
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Escala
Para a competição de Orientação Pedestre, os mapas têm normalmente escalas
de 1:15000 (Distância Longa), 1:10000 (Distância Média e Estafetas) ou 1:4000 e
1:5000 (Distância Sprint). Para os escalões mais jovens, abaixo dos 15 anos, e
para os mais velhos, acima de 45 anos, não se devem utilizar mapas 1:15000.
Para actividades de Iniciação de jovens e Promoção da modalidade é comum
utilizarem-se mapas de parques, jardins ou escolas, com escalas entre 1:1000 e
1:5000.
Na Formação de jovens deverá existir uma progressão de escalas. Mapas numa
escala muito grande, como por exemplo 1:2000, contêm normalmente
informação adicional mais detalhada.
Para a Orientação em BTT as escalas são menores, sendo utilizadas escalas
1:20000 (Distância Longa), 1:15000 (Distância Média) e 1:10000 (Distância
Sprint).
Mas o que é que representa a escala? Os valores indicados, por exemplo, numa
escala 1:15000 significam que o mapa representa o terreno reduzido 15000
vezes. Assim, 1 cm no mapa corresponde a 15000 cm no terreno, ou seja, 150
metros.
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Equidistância
A equidistância é distância vertical, ou desnível, entre cada curva de nível. Nos
mapas de Orientação é normalmente de 5 metros em terreno de maior relevo,
ou de 2,5 metros em terreno menos desnivelado.
Linhas de Norte
As Linhas de Norte são linhas paralelas desenhadas do Sul Magnético para o
Norte Magnético, espaçadas geralmente 500 metros (1:15000) ou 250 metros
(1:10000). Estas linhas são normalmente azuis ou pretas.
As Linhas de Norte dos mapas de Orientação não apontam para o Norte
Geográfico como na maioria dos restantes mapas, pelo facto das bússolas
indicarem o Norte Magnético e não o Norte Geográfico. Assim, os mapas de
Orientação têm apenas linhas de norte magnético.
Declinação magnética
A declinação magnética é o ângulo entre a linha do norte real (Norte
Geográfico) e a linha apontada pela bússola (Norte Magnético), para Este
positivo ou Oeste negativo. Esta declinação varia consoante o local do mundo.
Em certas zonas do Canadá ultrapassa os 40 graus, mas, por exemplo, na
Escandinávia ela é insignificante.
A declinação magnética varia também ao longo do tempo, calculando-se que
o
varie cerca de 1 a cada 8 anos.
o
Em Portugal continental, em 2011, a declinação é de cerca de 4 oeste, ou seja,
negativa.
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Conteúdo de um Mapa
Sendo o Mapa de Orientação um mapa topográfico detalhado, deverá conter as
características do terreno que sejam óbvias para um orientista em corrida. Nele
se insere tudo o que possa influenciar a leitura do mapa ou a escolha de
trajectos: relevo, formações rochosas, tipo de superfície, velocidade de
progressão através da vegetação, áreas de cultivo, hidrografia, zonas privadas e
casas individuais, rede de caminhos, outras linhas de comunicação e todas as
demais características úteis à orientação.
A forma do terreno é uma das características mais importantes num Mapa de
Orientação. A utilização de curvas de nível é essencial para a representação de
uma imagem tridimensional do terreno (a sua forma e variação em altitude).
A magnitude das diversas características do terreno, a densidade da floresta e a
velocidade de progressão, devem ser consideradas aquando do trabalho de
campo, tendo em vista a homogeneidade do produto final.
Os limites entre os diferentes tipos de superfície fornecem importantes pontos
de referência para o utilizador do mapa. É muito importante a correcta
apresentação destes elementos no mapa.
A velocidade do orientista e a suas opções de itinerário são influenciadas por
muitos factores. Informação sobre todos estes factores deve, portanto, ser
fornecida no mapa através da classificação dos caminhos, da indicação da
transponibilidade de zonas alagadiças, zonas aquáticas, paredes rochosas e
vegetação e mostrando os tipos de superfície e a presença de áreas abertas.
Limites de vegetação bem definidos no terreno também devem ser desenhados
no mapa, visto que são úteis para a sua leitura.
O mapa deve conter todos os elementos visíveis no terreno que sejam úteis à
sua leitura. Durante o trabalho de campo deve-se promover a clareza e
legibilidade do mapa. As medidas mínimas definidas para uma boa visualização
de um determinado elemento deverão ser levadas em conta aquando da
escolha do grau de generalização.
O mapa deverá conter linhas de norte magnético e poderá conter nomes de
locais e outro texto periférico que possam ajudar o seu utilizador a orientá-lo
para Norte. Este texto deverá ser escrito de oeste para este. Texto dentro da
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área do mapa deverá ser colocado de modo a que não obscureça outras
informações e o seu estilo de letra deverá ser simples.
As linhas de Norte Magnético devem ser paralelas aos limites da folha do mapa,
podendo conter setas na sua extremidade superior.
Precisão
A precisão do mapa depende da exactidão das medidas (posição, altura e
forma) e do desenho. As posições relativas dos elementos num Mapa de
Orientação deverão ser consistentes com as obtidas através de bússola e
contagem de passos. Um objecto deverá ser posicionado com um nível de
precisão tal, que o orientista em competição, utilizando bússola e contagem de
passos, não encontre qualquer discrepância entre o mapa e o terreno.
Geralmente, este objectivo é alcançado quando a distância para outros objectos
vizinhos tenha um erro menor que 5%.
O valor exacto da altitude absoluta é de pouca importância num mapa de
Orientação. Por outro lado, é importante que o mapa indique, o mais
correctamente possível, as altitudes relativas entre dois objectos vizinhos.
Uma representação exacta do relevo é de grande importância para o orientista,
visto que uma imagem detalhada e por vezes exagerada da forma do terreno é
essencial para uma boa leitura do mapa. Deve evitar-se a inclusão em demasia
de pequenos detalhes de forma a não se esconder os elementos principais.
Generalização e legibilidade
Um bom terreno de Orientação deverá conter um grande e variado número de
elementos. Aqueles que sejam essenciais ao orientista em competição deverão
ser representados no mapa. Para conseguir este objectivo de modo a que o
mapa seja legível e fácil de interpretar, é necessário aplicar uma generalização
cartográfica. Existem duas fases de generalização: generalização selectiva e
generalização gráfica.
Generalização selectiva é a decisão de quais os detalhes e elementos do terreno
que deverão ser apresentados no mapa. Duas considerações importantes
influenciam esta decisão: a importância do elemento do ponto de vista do
orientista e a sua influência na legibilidade do mapa. Estas duas considerações
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são, por vezes, incompatíveis, mas a legibilidade nunca deverá ser sacrificada a
favor da apresentação em excesso de pequenos detalhes ou elementos no
mapa. Como tal, é necessário, no trabalho de campo, definir tamanhos mínimos
para muitos tipos de detalhes. Estes tamanhos mínimos poderão variar
consideravelmente de um mapa para outro de acordo com a quantidade
existente dos detalhes respectivos. No entanto, a consistência é uma das mais
importantes qualidades de um Mapa de Orientação.
A generalização gráfica pode afectar bastante a clareza do mapa. São utilizados
para este fim a simplificação, o deslocamento de posição e o exagero de
dimensões.
Para uma boa legibilidade é essencial que o tamanho dos símbolos, a espessura
das linhas e o espaço entre elas sejam bem visíveis à luz do dia. Na criação dos
símbolos, deverão ser considerados todos os factores, excepto a distância entre
símbolos vizinhos.
A dimensão do elemento mais pequeno representado no mapa depende, por
um lado, das qualidades gráficas do símbolo (forma, formato e cor) e, por outro,
da localização relativa dos símbolos vizinhos. Para elementos muito próximos,
que ocupem mais espaço no mapa que no terreno, é essencial que seja mantida
a correcta relação entre estes e outros elementos vizinhos.
Simbologia
Os elementos do mapa estão classificados em cinco categorias: relevo; terreno
rochoso e pedras; água e pântanos; vegetação; elementos construídos. Para
além destes, existem também os símbolos utilizados para os percursos que, ao
nível das especificações oficiais,
são considerados como símbolos "O mapa de Orientação é como um livro.
dos mapas. Para o utilizador é importante ser capaz de o
interpretar. O cartógrafo, como o escritor,
Obs: No verso da contra-capa tem de saber fazê-lo. Para se compreenderem
deste livro estão ilustradas legen- têm que falar a mesma linguagem. Esta
das a cores para as diferentes linguagem é a dos símbolos.”
simbologias existentes. Alexander Shirinian
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Relevo (castanho)
A forma do terreno é representada a castanho por curvas de nível detalhadas e
por alguns símbolos especiais para representar cotas, depressões, etc. O relevo
é complementado a preto com os símbolos para rochas e falésias.
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Classificação de caminhos
A Orientação em BTT requer duas classificações para caminhos e carreiros:
a) Velocidade (ou transitabilidade);
b) Largura.
Existem quatro classes para velocidade e duas classes para largura, num total
de oito combinações.
Classificação da transitabilidade
Existem quatro níveis de classificação: DIFÍCIL, LENTO, MÉDIO, RÁPIDO.
Classificação da largura
Existem dois níveis de largura:
- Mais de 1,5m de largura (“Caminho”): pode ser utilizado por veículos de
quatro rodas, carros, tractores, etc. É sempre possível ultrapassar ou cruzar
com outros ciclistas;
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Mapa-base
O mapa-base pode ser um mapa topográfico simples produzido para outras
finalidades, ou um mapa fotogramétrico específico produzido a partir de uma
fotografia aérea.
Idealmente o mapa-base deve ser produzido já com a necessária declinação
magnética, ou seja, já orientado para o norte magnético.
Embora o trabalho de campo seja imprescindível, pois o detalhe necessário a
um mapa de Orientação só se consegue no terreno, a qualidade do mapa-base
influencia directamente o tempo necessário para o trabalho de campo.
Trabalho de campo
O trabalho de campo é feito utilizando uma parte do mapa-base fixo numa
prancheta e com um papel especial semitransparente aplicado por cima que
permite o desenho sobre ele do mapa com lapiseiras de cor.
Este trabalho de campo deve ser feito com grande precisão para que o mapa e
o terreno sejam consistentes. Nos casos em que esta precisão e consistência
não sejam completamente asseguradas nalguma zona ou elemento específico,
esse local não deve ser utilizado para a marcação de pontos.
O trabalho de campo é feito normalmente com uma escala 2x superior
relativamente ao mapa final, para que o cartógrafo consiga desenhar de forma
clara os elementos necessários. Por exemplo, se um mapa final for 1:15000, o
trabalho de campo deve ser realizado a 1:7500.
2
Um cartógrafo poderá demorar 20 a 30 horas por Km de trabalho de campo
para mapas de Orientação Pedestre (1:10000 ou 1:15000). Os mapas de
Orientação de Sprint, devido à escala maior (1:4000 ou 1:5000) e consequente
maior detalhe, necessitam de mais tempo de trabalho por Km2. Os mapas de
Orientação em BTT necessitam de menos tempo de trabalho por Km2 devido
não só à escala menor, mas também ao facto de serem mapas mais
simplificados ao nível do conteúdo.
Desenho
Hoje em dia o desenho final dos mapas é feito em programas especiais de
computador, dos quais o O-CAD é sem dúvida o mais utilizado mundialmente.
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Impressão
O método de impressão que ainda é exigido pela IOF nas competições
internacionais e que permite uma maior qualidade e exactidão de cores e
padrões, é a impressão offset. No entanto, para pequenas quantidades, este
tipo de impressão torna-se muito dispendioso devido à necessidade de se ter de
criar os fotolitos para cada impressão diferente. Como a maior parte dos mapas
são impressos já com os percursos respectivos, a quantidade de cada “versão”
do mapa a imprimir nunca é muito elevada, pelo que a impressão a laser se
torna menos dispendiosa.
Com o surgimento da impressão digital, com o aumento da sua qualidade e
diminuição do seu preço, tornou-se de tal forma comum a impressão dos
mapas de Orientação em impressoras laser a cores que em Portugal já
praticamente não são feitas quaisquer impressões de mapas em offset.
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Capítulo 3
Orientação Pedestre - Traçado de Percursos
Introdução
Este capítulo tem como objectivo fornecer ao traçador de percursos os
princípios básicos do planeamento de percursos para Orientação Pedestre.
Num desporto de competição como a Orientação, é essencial que exista justiça
desportiva, o que só é conseguido se existirem condições iguais de participação
para todos os atletas.
Assim, estes princípios visam estabelecer um padrão comum para o traçado de
percursos de Orientação, de modo a assegurar uma competição justa e
salvaguardar o carácter único da Orientação.
Os percursos, em todas as provas oficiais da FPO, devem ser planeados de
acordo com estes princípios. Podem também servir como linhas-guia para a
organização de eventos de outra natureza.
Este documento é composto por uma parte principal com princípios genéricos e
específicos para Orientação Pedestre. No capítulo seguinte abordaremos os
princípios específicos para a Orientação em BTT.
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
trarem-se para assistir à chegada dos companheiros. Sempre que possível deve
existir um ponto de espectadores visível a partir da chegada.
Um mapa pode ser bom ou mau, mas do trabalho do traçador é que nasce uma
possível ideia negativa dos orientistas, já que um bom mapa pode ter percursos
que não o potenciam minimamente. No entanto, é também possível que num
mapa mau se façam percursos bons, utilizando as zonas interessantes e
pensando com cuidado em cada pernada que se constrói. Nestes casos, mais
vale um bom percurso curto, que um vulgar ou mau percurso longo.
O Traçador de Percursos
A pessoa responsável pelo planeamento dos percursos deve conseguir avaliar
um bom percurso, a partir da sua experiência pessoal. Deve também estar
familiarizado com a teoria do traçado de percursos e ter em consideração os
requisitos para os diferentes escalões e tipos de competição.
O traçador de percursos deve ser capaz de avaliar no terreno os vários factores
que podem afectar a competição, tais como as condições do terreno, a
qualidade do mapa, a eventual presença de orientistas e espectadores, etc.
O traçador é responsável pelos percursos e pelo decorrer da competição entre
o local de partida e o de chegada. O seu trabalho deve ser verificado pelo
Supervisor, de forma a minimizar as inúmeras possibilidades de erros que
poderão ter graves consequências no decorrer da prova.
O traçador de percursos deve estar completamente familiarizado com o
terreno, antes de decidir utilizar qualquer área para o percurso.
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Carácter único
Cada desporto tem o seu carácter próprio. O carácter único da Orientação
consiste em encontrar e seguir o melhor itinerário, através de terreno
desconhecido, numa luta constante contra o tempo. Isto exige diversas
capacidades de orientação: boa leitura do mapa, avaliação de opções, utilização
da bússola, concentração sob stress, rapidez na tomada de decisão, corrida em
terreno acidentado, etc.
Justiça
A justiça é um requisito básico nos desportos competitivos. Se não houver
grande cuidado durante o traçado e marcação dos percursos, o factor sorte
pode ter um peso muito grande nos resultados. O traçador de percursos deve
considerar todos estes factores, de modo a assegurar que a competição é justa
e que todos os atletas são confrontados com as mesmas condições, em toda a
extensão do percurso.
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eventos podem ser realizados em áreas sensíveis sem causar danos se forem
tomadas as devidas precauções e se o traçado dos percursos for correcto. É
muito importante que o traçador de percursos obtenha as autorizações para a
utilização do terreno e que todas as áreas sensíveis sejam detectadas com
antecedência.
Espectadores e media
A necessidade de transmitir uma boa imagem da Orientação para o público
deve ser uma preocupação constante do traçador de percursos. Ele deve ter a
preocupação de dar condições aos espectadores e aos media para
acompanharem o decorrer da competição sem, no entanto, comprometer a
verdade desportiva.
“Planeamento à Distância”
O traçador de percursos nunca deverá planear um ponto de controlo ou uma
pernada sem conhecer detalhadamente o terreno e o mapa, particularmente
nas zonas dos itinerários possíveis.
Deve também ter em consideração que no dia da prova as condições do terreno
podem ser diferentes das existentes no momento em que os percursos foram
planeados.
Não deve escolher os pontos de controlo à priori e depois limitar-se a combiná-
los para os diversos percursos, já que dessa forma a qualidade das opções
intermédias ficará comprometida.
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O Percurso de Orientação
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Pernadas
As pernadas (em conjunto com a qualidade da localização dos pontos de
controlo) são o elemento mais importante de um percurso de Orientação e
determinam a sua qualidade.
Boas pernadas oferecem problemas de Orientação interessantes, conduzem os
orientistas através de bom terreno, dando alternativas para opções
individualizadas e escolha da informação necessária para navegar. A escolha de
boas pernadas facilita também a dispersão dos atletas.
Num mesmo percurso devem existir diferentes tipos de pernadas, alternando a
necessidade de pormenorizada leitura do mapa com opções mais fáceis e
rápidas. Deve também haver variações no que diz respeito à extensão e
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Situações a evitar
Ângulos agudos - É necessário ter muito cuidado ao escolher a localização dos
pontos de controlo, por forma a evitar “ângulos agudos” (entrada e saída do
ponto pelo mesmo itinerário), para que os atletas que estão a sair do ponto de
controlo, não denunciem a sua posição aos que chegam.
Esta situação pode ser evitada, por exemplo, colocando-se um ponto de
controlo suplementar (ver figura abaixo - esquerda).
É necessário ter em atenção que este “ângulo agudo” pode ser provocado pelo
terreno e não pelo ângulo real entre as pernadas (ver figura acima - direita).
Uma situação semelhante pode ocorrer quando diferentes escalões percorrem
um conjunto de pernadas em direcção oposta.
Pernadas cruzadas - Quando existirem pernadas cruzadas deve-se evitar que o
traço que une os pontos passe junto ou sobre outro ponto de controlo.
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Factor sorte - Nenhuma pernada deve conter opções que dêem qualquer
vantagem ou desvantagem que não possa ser prevista através do mapa por um
atleta em competição.
Zonas interditas ou perigosas - Não devem ser escolhidas pernadas que
encorajem os orientistas a atravessar áreas interditas (p.ex. zonas privadas ou
cultivadas) ou perigosas (p.ex. falésias, rios, estradas).
Pontos de controlo
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A chegada
O último ponto de controlo é, geralmente, comum a todos os percursos
(geralmente com o número 100 ou 200), de forma a que todos os atletas
abordem a chegada pela mesma direcção. Este ponto não deverá ser de grande
dificuldade técnica.
Os espectadores na zona de chegadas não deverão conseguir ver o percurso
dos orientistas antes destes chegarem ao último ponto.
A distância entre o último ponto de controlo e a chegada deverá ser curto.
Poderá ser mais longa caso se pretenda dar visibilidade à chegada dos atletas,
por exemplo, numa zona de espectadores e/ou para câmaras de televisão.
O itinerário desde o último ponto de controlo até à chegada poderá ser ou não
balizado. No entanto, como em Portugal é normal este itinerário ser balizado,
deve ser comunicado aos atletas antes da partida caso o balizado seja
incompleto ou não exista.
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Sprint
Preferencialmente mapas de grande complexidade técnica e que permitam uma
elevada velocidade de progressão. Embora exista em Portugal uma grande
tradição de organizar provas de Sprint em meio urbano, é possível e desejável a
realização de provas desta natureza em floresta aproveitando zonas muito
pormenorizadas de terreno.
Caso sejam realizadas em meio urbano, devem-se planear percursos onde seja
muito importante a rapidez de interpretação do mapa com muitas mudanças de
direcção.
Escala 1:5000 ou 1:4000.
Distância Média
Mapa rico em pormenores de difícil e de fácil interpretação, diferentes tipos de
navegação e velocidade quer derivado do tipo de floresta e dos seus
pormenores (relevo, áreas rochosas, vegetação), quer pelos próprios percursos,
suas mudanças de direcção e localização dos pontos de controlo.
Deve exigir aos orientistas um grande nível de concentração ao longo de todo o
percurso.
Escala 1:10000. Em caso de terreno com muito detalhe pode-se utilizar a escala
1:7500 mediante autorização da FPO.
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Distância Longa
Baseia-se na boa escolha de pernadas longas em terreno fisicamente exigente.
Devem-se utilizar mapas que tenham barreiras naturais, principalmente ao nível
do relevo, mas também da vegetação, falésias ou zonas muito técnicas. Poderá
também ser interessante a existência de alguns caminhos que possibilitem uma
opção mais longa, para evitar zonas técnicas (caso esta seja a melhor opção,
nunca deverá ser óbvia nem fácil de descortinar).
Em geral, o ponto de controlo será apenas o ponto de chegada de uma pernada
longa e não necessariamente difícil de encontrar.
Escala 1:15000 (1:10000 para escalões de formação e escalões menos jovens).
Caso o mapa fique muito confuso (como consequência do desenho dos
percursos ou do terreno muito detalhado) pode-se utilizar 1:10000 para todos
os escalões mediante autorização da FPO.
Distância Ultra-Longa
Um percurso que exija ao atleta a necessidade de gerir o esforço físico e
psicológico com predominância de opções longas. É aconselhável a realização
deste tipo de provas em terrenos montanhosos, de grande exigência física e
técnica.
Escala 1:15000
Estafetas
O traçado de percursos para estafetas deve ter em conta a necessidade dos
espectadores poderem seguir de perto a evolução da competição. Deve ser
usado um bom sistema de “junção/separação” nos percursos, para aumentar o
número de combinações de percursos possíveis, de forma a minimizar as
‘colas’.
A parte final dos vários percursos deve ser idêntica, de forma a aumentar a
espectacularidade da prova, já que atletas que terminam juntos estão a
competir directamente entre si.
Escala 1:10000 ou 1:15000.
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Escalões de Formação
Para além dos cuidados especiais que se devem ter com os percursos para estes
escalões, deverá também ser dada muita atenção à escala a utilizar. Caso o
terreno seja muito detalhado, devem-se utilizar (para as provas de distância
Longa e Média) escalas de 1:7500 ou até mesmo 1:5000 para facilitar a leitura
do mapa por parte dos jovens.
Terreno
Terreno exigente
Um terreno exigente e adequado deverá ter várias das seguintes características:
Zonas de floresta; visibilidade limitada; terreno com muitos detalhes e
pequenos elementos; rede de caminhos reduzida; desnível moderado; zonas
sem construções e não cultivadas; piso que permita a corrida; vegetação
moderada; terreno com muitas variações.
A leitura do mapa
Num bom percurso de Orientação os orientistas são forçados a concentrar-se
na navegação, durante todo o percurso.
Devem ser evitadas secções que não solicitem leitura do mapa, a não ser que
elas sejam resultado de opções de itinerário particularmente boas (como as
aconselhadas no tópico anterior “Terreno” para a Distância Longa).
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Opções de itinerário
Os percursos devem ter opções de itinerário alternativas, para forçar os
orientistas a consultar o mapa frequentemente. As opções de itinerário
alternativas fazem os orientistas pensar individualmente, dividindo-os pelas
várias opções, reduzindo assim as possibilidades de ‘colas’.
O grau de dificuldade
Para qualquer tipo de terreno e mapa, um traçador de percursos pode planear
percursos com vários níveis de dificuldade. O grau de dificuldade das pernadas
pode ser aumentado ou diminuído, fazendo, por exemplo, os atletas seguir
mais perto ou mais longe de referências lineares (caminhos, vedações, linhas
eléctricas, etc), ou escolhendo pontos mais próximos ou mais afastados de
grandes referencias. A direcção de abordagem dos pontos também influencia a
sua dificuldade.
Os orientistas devem ter a possibilidade de avaliar a dificuldade de aproximação
ao ponto, a partir da informação disponível no mapa, e assim utilizar a técnica
de aproximação mais apropriada.
Deve ser tida em atenção a capacidade técnica dos atletas, a sua experiência e a
sua capacidade de compreender os pormenores do mapa. É particularmente
importante conseguir o nível correcto de dificuldade, quando o percurso se
destina a principiantes e crianças.
Como foi já referido antes, é um erro comum fazer os percursos de formação e
de promoção demasiado difíceis. O traçador de percursos deve ter cuidado para
não avaliar a dificuldade do percurso de acordo com a sua própria capacidade
técnica e velocidade de execução.
Um bom método para traçar percursos de forma a tornar o nível dos percursos
adequado, é começar pelos percursos mais fáceis (Infantis) e mais difícil (H21E)
e depois a partir dessas referências extremas fazer todos os restantes
percursos.
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Tempos Recomendados
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Distâncias oficiais
Apesar de existirem e serem referidas apenas 3 distâncias oficiais (longa, média
e sprint) é comum encontrarem-se percursos de distância “intermédia” entre a
Longa e a Média. Devem-se incentivar os clubes a realizar Longas, mas, caso
não seja possível, os traçadores de percursos poderão fazer a média entre os
tempos de vencedor das duas tabelas para encontrar os valores para estes
percursos “intermédios”.
Provas de Sprint
As provas de sprint podem e devem ser em Floresta, aproveitando as zonas
tecnicamente mais interessantes dos mapas. No entanto, deverão ser em
terrenos que permitam uma elevada velocidade de progressão.
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Escalões de formação
Para os escalões de formação (Infantis e Iniciados) as pernadas deverão ter, no
máximo, 300 e 400 metros respectivamente. Estes escalões deverão ter,
preferencialmente, um mínimo de 12 pontos de controlo, tanto nas provas de
distância Longa como de Média.
Escalões Veteranos
Os escalões Veteranos superiores (D55, D60, H55, H60, H65, H70), deverão ter
dificuldade técnica relativamente elevada, mas é necessário ter especial
atenção à exigência física do percurso que deverá ser baixa.
Percursos de Promoção
Para os percursos de Promoção devem ser aproveitados ao máximo os locais de
interesse paisagístico e cultural da zona. Nas distâncias destes percursos não
deve ser feita distinção entre Distância Média ou Longa, devendo estas ser
definidas apenas tendo em conta o tipo de terreno e mapa.
Nos percursos Promoção 4 (Difícil Longo) e Promoção 2 (Difícil Curto), apesar do
seu nome, a dificuldade técnica não deve ser muito elevada, mas sim de uma
dificuldade média.
Escalas do mapa
De seguida apresentam-se as escalas recomendadas pelo Regulamento de
Competições 2011 da FPO para os mapas das competições oficiais.
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Escalões H/D11
De forma a colmatar uma lacuna relacionada com a falta de um escalão de
formação nas provas oficiais correspondente ao nível 1 das etapas de
desenvolvimento dos jovens atletas, foi proposta a criação do escalão H11 e
D11 nas provas da Taça de Portugal.
Os elementos críticos para a elaboração destes percursos são os seguintes:
• Deverá ser criado um percurso específico e exclusivo para este escalão que,
portanto, não deverá ser o mesmo que o percurso do Promoção 1.
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Objectivo da sinalética
A sinalética tem como objectivos:
- Dar uma descrição exacta da natureza e das características do elemento onde
se encontra o ponto de controlo;
- Indicar a localização exacta da baliza relativamente ao referido elemento;
- Listar o número de cada ponto de controlo;
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Cabeçalho
- Nome da prova;
- Escalões (linha opcional);
- Código do percurso; Distância do percurso em quilómetros arredondados a
0,1km; Desnível em metros arredondados a 5m.
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Capítulo 4
Orientação em BTT - Traçado de Percursos
O planeamento de percursos para as provas de Orientação em BTT, embora
tenha alguns aspectos comuns ao dos percursos pedestres, tem as suas
características próprias. Assim, este capítulo contém um conjunto de
regulamentos e conselhos direccionados para o traçador de percursos desta
disciplina da Orientação.
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Como regra geral, uma prova com dois ou mais percursos de distâncias distintas
(p.ex: Média e Longa), deve utilizar para a classificação da prova a soma dos
pontos de cada percurso.
Para o Ranking da Taça de Portugal quanto ao tipo de competição devem ser
organizadas provas individuais e de ordem de execução sequencial dos pontos
de controlo. Outros tipos de competição ou ordem de execução dos pontos têm
de ser aprovados pela FPO.
Distância Média
As pernadas devem ser médias, com uma ou duas longas. A tomada de decisão
deve ser difícil para que o atleta tenha dúvidas sobre qual a melhor opção. Deve
exigir ao atleta permanente navegação. Mapas com uma rede complexa de
caminhos e algum desnível são os indicados para esta distância.
Sprint
As pernadas devem ser curtas, com uma longa. A tomada de decisão deve ser
fácil. Deve exigir ao atleta permanente navegação. Mapas com uma rede
complexa de caminhos são os indicados para esta distância. Nesta distância o
perigo de colisão é significativo.
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Média Sprint
Pernadas Médias, curtas e 1-2 longas Curtas e 1 longa
Navegação Permanente Permanente
Fácil e pernada longa
Tomada Decisão Difícil
difícil
Intervalo Partidas 3’ 2’
Equidistância 5/10 m 5/10 m
Escala do mapa 1:15000 1:10000 ou 1:7500
Reabastecimento Água 0/1 0
Distâncias e desnível
A distância e desnível dos percursos, devem ter preferencialmente a seguinte
ordem crescente de dificuldade:
Juv F, Juv M, Promoção 1, Jun F, D45, H55, D35, H50, H45, Promoção 2, H21A,
H40, D21E, H35, Jun M, H21E
As distância dos percursos deverão ser calculadas e divulgadas tanto na melhor
opção (obrigatório) como em linha recta.
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Mapa e Terreno
As escalas para os mapas de Orientação em BTT devem ter preferencialmente
as seguintes escalas:
- Longa e Ultra Longa: 1:20000
- Média: 1:15000
- Sprint: 1:10000 ou 1:7500
O tamanho do mapa deve ser definido tendo em linha de conta que os porta-
mapas têm, geralmente, uma dimensão de 25x25cm.
As áreas, caminhos, estradas ou carreiros perigosos, proibidos ou fora de
competição devem estar identificados no mapa e se necessário no terreno. Os
atletas não podem entrar ou passar nas áreas interditas. Também as passagens
devem estar identificadas no mapa e no terreno.
As descidas perigosas devem estar identificadas com uma linha de cor púrpura
paralela ao traço do caminho.
Partida
A partida deve estar colocada num local e organizada de forma a que os
orientistas, para lá chegarem e enquanto esperam para partir, não consigam
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ver nenhum atleta em prova após a passagem pelo triângulo (excepto num
possível ponto de espectadores).
As partidas devem estar definidas de forma a que os atletas não voltem a
passar nessa área.
O Percurso
A perícia de navegação, a concentração e a condição física do atleta devem ser
tidos em consideração, para cada escalão, no planeamento do percurso. Este
deve exigir ao atleta, durante a competição, elevada concentração, leitura
detalhada do mapa e permanente tomada de decisão.
Cada percurso deve exigir ao atleta a utilização de diferentes técnicas (leitura
de curvas de nível, da classificação dos caminhos e cores) e garantir a máxima
segurança do atleta.
Os ângulos agudos entre pernadas são irrelevantes, desde que o atleta tenha
diferentes opções para o ponto seguinte.
As Pernadas
Devem ser evitadas pernadas de escalões diferentes no mesmo dia de prova,
em sentido contrário, para evitar colisões. Todos os percursos deverão ter,
sempre que possível, o mesmo sentido de rotação.
Nos percursos as pernadas devem ser planeadas para que a melhor opção não
seja voltar para trás.
Cada pernada deve ser planeada de forma a que existam no mínimo duas
opções entre cada ponto, caso contrário é preferível eliminar o ponto de
controlo (excepto se para conduzir os atletas para uma determinada área).
Os Pontos de Controlo
Os pontos de controlo devem estar nas estradas, caminhos ou carreiros, não
necessariamente nos cruzamentos ou entroncamentos.
Deve evitar-se colocar pontos de controlo nas curvas de má visibilidade.
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Chegada
Os últimos 100m do itinerário antes da chegada e, na estafeta, os 100m
seguintes à troca de mapas, devem ser o mais rectos possível e com uma
largura razoável.
O itinerário entre o último ponto e a chegada deve estar balizado e não deve ter
curvas acentuadas. Este itinerário deve ser preferencialmente a subir, de forma
a reduzir o risco de quedas como resultado das travagens para a chegada.
Abastecimento
Se o tempo estimado para o vencedor for superior a 50 minutos, a organização
deve colocar, em cada percurso, um abastecimento por cada 40 minutos de
tempo estimado para o vencedor.
Circulação
A circulação na BTT só é permitida nos caminhos assinalados no mapa. O atleta
pode andar fora dos caminhos, mas apenas com a bicicleta sem tocar com as
rodas no chão (ou seja transportando-a ao ombro).
No entanto, em situações excepcionais definidas pelas organizações e desde
que não corresponda a uma situação em que represente um atentado
ambiental, poderá ser possível circular na BTT em zonas representadas no mapa
como “Áreas Abertas” (amarelo vivo). Nestes casos a organização deve informar
os praticantes com antecedência.
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Estrada.
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Capítulo 5
Corridas Aventura
História
Corrida Aventura é uma modalidade relativamente recente, criada com o
objectivo de conjugar numa só competição diversas actividades de natureza
(BTT, Canoagem, Corrida, Actividades com cordas, etc).
As origens desta modalidade não são claras, mas é geralmente considerado que
o “Alpine Ironman”, criado em 1980 na Nova Zelândia, foi a primeira verdadeira
Corrida Aventura. Nesta prova os atletas corriam, pedalavam e esquiavam ao
longo de um percurso nas montanhas. Nesse mesmo ano o seu criador, Robin
Judkins, criou o “Coast to Coast Race”, competição que já incluía todas as
características das modernas Corridas Aventura: Corrida de Montanha, BTT e
Canoagem com a Orientação a servir de base.
Em 1989 iniciou-se a primeira grande Corrida Aventura (Adventure Race no
original em Inglês) de divulgação mundial: o Raid Gauloises. Gerard Fusil, o seu
criador, imaginou uma corrida tipo expedição onde os atletas teriam de
percorrer grandes distâncias em terreno adverso e de grande dificuldade
técnica. Os aspectos básicos da corrida tinham como objectivo o trabalho das
equipas que teriam forçosamente de ser mistas. Os percursos tinham mais de
500 Km e não tinham um trajecto definido, tendo as equipas de se orientar para
conseguir encontrar os CPs, sendo esta a lógica das actuais Corridas Aventura.
Em 1995 foi criado o Eco-Challenge por Mark Burnett, que pegou no formato do
Raid Gauloises mas dando-lhe uma enorme cobertura televisiva, numa
produção que inclusivamente ganhou Emmys (prémios semelhantes aos
Oscares mas para televisão). Foi com o Eco-Challenge que surgiu o termo
“Adventure Race” (Corrida Aventura).
No fim dos anos 90 começaram a surgir muitas provas por todo o mundo, com
formatos e durações muito diversos.
Em Portugal foi criado o Portugal Eco Aventura em 2000, tornando-se em 2004
na Taça de Portugal de Corridas Aventura passando em 2007 a ser organizada
sob a inteira responsabilidade da FPO.
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Enquadramento institucional
Embora internacionalmente as Corridas Aventura não façam parte da
Federação Internacional de Orientação, Portugal e Espanha foram pioneiros ao
integrar esta modalidade nas respectivas Federações de Orientação.
Actualmente a IOF tem uma comissão a estudar a possível integração das
Corridas Aventura. O maior obstáculo para esta integração é o facto de não
existir um formato definido, existindo durações de prova muito diversas (de 1
dia a 3 semanas), constituição das equipas (de 1 a 5 pessoas), formato da
competição, actividades incluídas, etc.
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Introdução
As Corridas Aventura são uma disciplina onde a modalidade base é a Orientação
e as técnicas desportivas e de progressão utilizadas são obrigatoriamente não
motorizadas.
Actividades
As actividades a realizar durante uma corrida e as respectivas técnicas de
progressão a realizar em cada etapa são em função das características da região
e a sua escolha é da responsabilidade das organizações. Poderão ser Pedestre,
BTT, Canoagem, Manobras com Cordas, Tiro com Arco, Actividades Aquáticas,
Patinagem e similares, Jogos de cooperação e outras Actividades de Perícia.
Duração
A duração efectiva da prova estará dependente do tipo de prova. Por exemplo,
na época 2011:
- Distância ultra-curta – inferior a 8 horas;
- Distância curta – 8 a 12 horas de prova (1 dia de prova);
- Distância média – 18 a 23 horas de prova (2 dias de prova);
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Etapas
A estrutura de etapas numa prova pode variar bastante, devendo, no entanto,
ser respeitadas as regras indicadas acima.
Também a duração de cada etapa pode variar bastante, desde as etapas curtas
com cerca de uma hora até às etapas bastante longas que podem ir até às 5
horas.
A seguir temos um exemplo possível das etapas de uma prova:
1ª etapa: Orientação Pedestre Urbana
2ª etapa: Orientação em BTT
3ª etapa: Multi-Actividades Aquáticas (Coastering)
4ª etapa: Orientação Pedestre com natação
5ª etapa: Orientação em BTT nocturna
6ª etapa: Canoagem
7ª etapa: Run & Bike
Raid-Book
O Raid-Book é um livro entregue antes do início da prova a todas as equipas,
onde estão descritas em detalhe todas as informações de cada etapa: horas de
abertura e fecho da partida e da chegada, distâncias máxima e mínima, meios
de progressão, material obrigatório e recomendado, número de CP’s da etapa,
cartografia utilizada e descrição do funcionamento da etapa.
Percurso
Cada etapa é composta por um conjunto de CP’s (pontos de controlo),
normalmente sem sequência de execução predefinida, e por um tempo limite
para realizar essa etapa.
A generalidade dos CP’s são facultativos podendo a organização, no entanto,
definir CP’s obrigatórios na etapa. Estes devem estar devidamente
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Assistência
Devido ao facto da maioria das etapas numa prova começarem num local e
terminarem noutro local diferente (por vezes a dezenas de quilómetros de
distância), cada equipa tem de ter um elemento para conduzir o veículo de
assistência desde a partida até à chegada. Consoante o escalão, esse elemento
pode ser um atleta da equipa que descansa nessa etapa, ou uma pessoa que
participa apenas como assistência.
Esse elemento da assistência, para além das funções de condução, tem também
normalmente a função de preparar toda a logística (alimentação, material e
outros) para a etapa seguinte.
A assistência pode apenas ser fornecida dentro das áreas de transição entre
etapas. É expressamente proibido qualquer tipo de auxílio fora deste local aos
atletas em prova.
Equipamento
Existe sempre uma lista de material obrigatório e de material recomendado,
que varia consoante a natureza da etapa.
Embora a maioria do material seja da responsabilidade do atleta, a organização
poderá disponibilizar algum material essencial à realização da etapa, como por
exemplo o material para as actividades náuticas (canoas, pagaias, coletes).
Para cada tipo específico de etapa (BTT, canoagem, actividades com cordas,
actividades nocturnas) está definido um conjunto de material obrigatório e
recomendado.
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Classificação
A classificação da prova corresponde à ordenação das equipas pelo maior
número de CP’s válidos realizados e em caso de empate pela que fizer menor
tempo total de prova.
Actualmente o sistema de cronometragem nas provas de Taça de Portugal de
Corridas Aventura é o mesmo utilizando nas disciplinas Pedestre e BTT, ou seja,
o SportIdent. No entanto, devido à especificidade desta disciplina, são utilizados
programas próprios de controlo informático da prova.
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Capítulo 6
Orientação de Precisão
Origem
A Orientação de Precisão (que, para abreviar, chamaremos de Ori-Precisão) é
uma das quarto disciplinas da Orientação a nível internacional. Originalmente
desenvolvida a partir da Orientação Pedestre, a Ori-Precisão é uma variante da
modalidade onde os orientistas se deslocam apenas pelos caminhos (daí o
nome original “Trail-O” - “Caminhos-O”) e resolvem problemas sobre a
colocação de balizas em elementos no terreno. Desta forma, a importância da
capacidade física é retirada, o que permite a participação, em igualdade de
circunstâncias, de atletas com limitações motoras, incluindo os que se deslocam
em cadeira de rodas e com limitações motoras muito significativas. É um dos
poucos desportos onde esta igualdade é possível.
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Apesar das capacidades físicas estarem ausentes desta disciplina, ela decorre na
natureza ao longo de um determinado percurso em terreno que nem sempre é
plano. Como tal, algum esforço físico é necessário para percorrer o percurso,
sendo, no entanto, fornecida ajuda a quem se desloque em cadeiras de rodas e
o solicite.
À medida que os atletas se deslocam ao longo do percurso, encontram
problemas de orientação que têm de resolver através da leitura detalhada do
mapa e da relação com os elementos observados no terreno. Ao nível da
iniciação, os problemas colocados são simples e não é essencial experiência
prévia em Orientação. No entanto, quanto mais elevados forem os níveis de
competição, mais competências de orientação são necessárias, sendo que, ao
mais alto nível em competições internacionais, os percursos são extremamente
exigentes e requerem capacidades de orientação muito elevadas, normalmente
superiores às necessárias para Orientação Pedestre.
Quando a Orientação de
Precisão foi origi-
nalmente desenvolvida
para pessoas com
limitações motoras, a
atenção estava virada
para a captação dessas
pessoas. Isso levou a
que, inicialmente, os
orientistas em geral
julgassem que a
competição estava
limitada a atletas com
deficiência motora. No
entanto, foi feito um grande esforço de divulgação por parte da IOF para tornar
do conhecimento geral que não existe tal limitação. Hoje em dia, a maioria dos
praticantes de Ori-Precisão são atletas sem limitações motoras e com os mais
variados níveis de experiência e de capacidade física, incluindo campeões do
mundo de Orientação Pedestre, todos atraídos pelo desafio técnico inerente a
esta disciplina.
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Noções básicas
O funcionamento da Ori-Precisão explica-se melhor analisando a rotina
necessária à participação numa prova. Muita desta rotina será familiar aos
orientistas pedestres, mas existem algumas diferenças relevantes.
A Inscrição tem a mesma função que nas provas de Orientação Pedestre. Após
a passagem pelo secretariado, o atleta recebe algo que permita o registo das
escolhas nos pontos de controlo. Actualmente existe um cartão de controlo
próprio a esta disciplina, maior que o tradicional cartão da Ori-Pedestre, porque
tem de permitir múltiplas possibilidades de escolha para cada ponto. O controlo
electrónico (p.ex. SportIdent), embora comum na Ori-Pedestre, está ainda em
processo de adaptação para a Ori-Precisão.
É necessário levar para o percurso uma bússola de orientação normal. E, como
é óbvio, auxiliares ópticos (como binóculos ou medidores de distância), GPS ou
telemóveis, são aparelhos que poderão dar uma vantagem injusta sendo, por
isso, proibidos. Será também útil levar um relógio porque existe um tempo
limite para a realização do percurso.
Não existem exigências ao nível da roupa utilizada na Ori-Precisão. A maioria
dos participantes utiliza roupa desportiva. Em caso de utilizar roupa normal de
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A B C
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Cartão de Controlo
O cartão de controlo, ao contrário do cartão normal, tem de ter vários
quadrados para cada ponto de controlo. Assim, no exemplo que vemos abaixo,
cada ponto tem a possibilidade de 6 respostas diferentes, sendo estas de A a E
(5 balizas é o máximo em cada ponto) e ainda a possibilidade Z (de Zero), para
os percursos que possam ter pontos onde nenhuma das balizas está correcta.
De seguida vemos uma imagem do cartão de controlo utilizado em Portugal:
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Respostas erradas
A primeira resposta dada, quer seja por voz ou por picotagem num cartão é a
definitiva. Não são permitidas alterações.
Como tal, quando se utilizam cartões de controlo, o mesmo picotado em
quadrados diferentes do mesmo ponto de controlo é considerado como
resposta errada para aquele ponto.
No entanto, se surgir no quadrado de um ponto de controlo um picotado de um
picotador correspondente a outro ponto de controlo, e caso o picotado desse
ponto esteja no quadrado correcto, poderá ser aceite como resposta correcta.
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Um percurso de Ori-precisão
Em baixo podemos observar um mapa com um percurso de Orientação de
Precisão.
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Ponto de Controlo nº 1
Este é um exemplo bastante simples, visto que a posição das balizas pode ser
facilmente identificada no mapa. A ruína é suficientemente grande para estar
representada no mapa à escala e o centro do círculo indica a localização da
baliza correcta relativamente à ruína, como descrito na coluna G da Sinalética
que indica a Baliza B no canto Sudeste da ruína. A Baliza A também está na
ruína, mas no canto Sudoeste.
A orientação do mapa para identificar o canto correcto pode ser feita ou
através dos elementos no mapa, ou através da utilização da bússola.
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Ponto de Controlo nº 2
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Pontos cronometrados
Num ponto cronometrado o orientista é colocado uma posição fixa,
normalmente uma cadeira. O procedimento normal é um elemento da
organização impedir a visão das balizas enquanto o atleta se prepara,
afastando-se de seguida e dando um mapa (com a mesma escala do mapa de
competição) ao orientista. O tempo registado para a tomada de decisão é o
tempo cronometrado que decorre entre a recepção do mapa e a indicação, por
parte do atleta, de qual a sua resposta. Este tempo pode ser retirado
manualmente com um cronómetro ou por um sistema electrónico (p.ex.
SportIdent).
É dado um tempo máximo de 60 segundos para a resposta. Se não houver
resposta dentro deste limite será considerada como resposta errada.
As provas normalmente têm dois pontos de controlo cronometrados, podendo,
no entanto, ter até quatro.
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Capítulo 7
Jogos Didácticos
Introdução
Este capítulo é constituído por um conjunto de jogos didácticos para crianças.
Estes jogos têm diferentes objectivos como, por exemplo, a aprendizagem da
simbologia dos mapas, o desenvolvimento do sentido de orientação, a
aprendizagem dos pontos cardeais, entre outros.
Cada jogo tem a informação necessária à sua organização, incluindo o material
necessário, objectivos, descrição e variantes.
Apesar de serem aqui apresentados apenas 6 jogos, a partir destes e com
alguma imaginação, pode-se desenvolver todo um conjunto de actividades para
crianças em sala, pavilhão, recreio, etc.
As idades referidas são apenas indicativas, podendo existir variações consoante
a maturidade e experiência dos jovens.
Labirintos
Idades: a partir dos 8 anos.
Materiais: Labirintos; Canetas; Folhas; Legendas.
Objectivo: Ensinar que o triângulo é a partida, os círculos são os pontos onde
têm de ir pela ordem estabelecida (1,2,3,4…) e os dois círculos concêntricos são
a chegada.
Descrição: Um labirinto contém desenhado um percurso. O objectivo é
identificar o itinerário entre cada ponto desenhando os símbolos que existem
no itinerário escolhido e escrevendo o seu significado (ver exemplo).
As soluções devem ser apresentadas aos alunos no final da tarefa, para que
estes façam a correcção.
Variante: Pode-se alterar a dificuldade dando mais possibilidades de ida para os
pontos ou utilizando símbolos mais comuns.
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Labirinto:
Solução:
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Maquetas
As maquetas permitem a utilização de objectos relativamente pequenos para
representar uma dada realidade. Neste domínio é possível realizar diversos
jogos com vista a desenvolver muitas habilidades nas crianças.
Idades: a partir dos 6 anos.
Materiais: Objectos (casas, árvores, pedras, etc.) em miniatura; Caixa ou mesa
para representar o espaço do mapa.
Objectivo: Orientação espacial, relação entre os objectos, capacidade de
representação espacial, conhecer a simbologia de Orientação.
Descrição: Dar à criança um mapa onde estão representados objectos de
dimensões e formas variadas, com uma determinada configuração. A criança vai
colocar os objectos num espaço (caixa) delimitado, de acordo com o mapa, ou
seja na mesma posição e relacionados correctamente uns com os outros.
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Percursos em Linha
Idades: a partir dos 7 anos
Materiais: Mapas com percursos; Local com linhas no chão (p.ex. pavilhão
desportivo).
Objectivo: Aprender a manter o mapa orientado e o dedo polegar sempre a
indicar o local onde estão, conforme avançam no percurso.
Descrição: Os percursos em linha são marcados no chão e deverão ter uma
forma geométrica. A situação mais comum é o aproveitar das linhas no chão
dos pavilhões desportivos.
Os alunos levam na mão um percurso igual àquele que está indicado no chão. A
cada ângulo que fazem devem manter o mapa orientado rodando o corpo deles
em volta do mapa.
Variante: Fazer percursos com saídas falsas, ou seja, linhas que não estão no
mapa. Assim, em certos locais a linha é prolongada para uma direcção errada,
com o objectivo de obrigar os jovens a ir com atenção. Nessas saídas falsas
poderão existir cartões com um símbolo (por ex. ) para eles saberem que não
vão bem.
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SE
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História Incompleta
Idades: a partir dos 9 anos.
Materiais: Histórias, papel e canetas.
Objectivo: Ensinar a simbologia do mapa.
Descrição: A história conta um percurso de Orientação, no entanto falta-lhe
palavras que têm de ser acrescentadas com símbolos do mapa.
Variante: Se não souberem os símbolos podem ir consultá-los a uma legenda
que estará um pouco distante do local da história (para se deslocarem de um
lado para o outro). Podem ir vários de cada vez ver os significados.
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Cartões de Simbologia
Idades: a partir dos 8 anos.
Materiais: Cartões com símbolos; Cartões com significados; Legenda.
Objectivo: Transmitir o significado dos símbolos utilizados nos mapas de
Orientação, bem como dar a noção de que na Orientação a realidade é
representada por símbolos e cores.
Descrição: Existem vários cartões, uns com símbolos, outros com o significado
dos símbolos. Os alunos têm de fazer corresponder os cartões uns aos outros.
Uma legenda é indispensável para a consulta dos alunos.
Variante: Fazer a correspondência dos cartões sem ter uma legenda para
consultar.
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Capítulo 8
Aprendizagem da Orientação
Introdução
Este capítulo aborda de forma detalhada propostas de actividades a
desenvolver nas diversas etapas de aprendizagem da Orientação.
As etapas de aprendizagem (níveis Introdução, Elementar e Avançado) e os
respectivos objectivos são definidos no início de uma forma sequencial.
Embora estas actividades tenham sido originalmente pensadas para o
enquadramento escolar, a sua estrutura permite que sejam aplicadas em
qualquer outro enquadramento.
Etapas de aprendizagem
Nível de Introdução:
(utilizando croquis dos espaços da carteira, sala, ginásio e mapa da escola)
1. Enquadramento da modalidade;
2. Noção de planificação;
3. Localização e orientação do mapa através dos pontos de referência;
4. Automatização do gesto (localização e orientação permanente do mapa);
5. Leitura e interpretação do mapa (identificação da sua simbologia);
6. Noção das distâncias e escalas;
7. Realização de percursos de opção simples;
Nível Elementar
(utilização de mapas de Orientação à escala de 1/2.000 a 1/5.000)
- Recapitulação do passo 5;
- Recapitulação do passo 6;
8. Orientação associando o mapa/terreno (ao longo de um caminho);
9. Introdução da bússola como auxiliar na orientação do mapa;
10. Localizar elementos característicos próximos de caminhos;
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Nível Avançado
(utilização de mapas de Orientação à escala de 1/10.000 e 1/15.000)
11. Realização de pequenos atalhos entre Linha de Segurança;
12. Utilização da bússola para realização de percursos a azimute;
13. Realização de atalhos em direcção a elementos característicos que limitam
o percurso;
14. Realização de opções na escolha entre dois percursos;
15. Noção de relevo e sua planificação;
16. Estudo da sinalética específica de Orientação.
Nível Introdução
(utilização de croquis e de mapas a preto e branco)
Enquadramento da modalidade
a) Características que devem ser do conhecimento do atleta:
- História, conceito e tipos de prática que proporciona;
- Interpretar o mapa;
- Utilidade da bússola; e,
- Material e equipamentos utilizados.
Noção de planificação
Estratégias de ensino-aprendizagem:
a) Desenhos em projecção vertical
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Progressão pedagógica:
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Estratégias de ensino-aprendizagem:
a) Percurso sobre linhas de campo dos JDC
Durante a execução do percurso, o mapa deve permanecer imóvel.
Automatização do gesto
Estratégias de ensino-aprendizagem
a) Percurso sobre linhas de campo dos JDC
b) Percurso efectuado na “ilha do tesouro”
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Nível Elementar
(utilização de mapas de orientação convencionais à escala de 1/2.000 até
1/5.000)
Situações de aprendizagem
a) Percurso acompanhado
Acompanhado pelo professor os alunos deslocam-se no terreno fazendo a
correspondência entre a simbologia do novo mapa e os elementos
característicos existentes no terreno.
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Situações de aprendizagem
a) Aferição do passo
Realizar três vezes um percurso de 100 metros medidos objectivamente no
terreno, contando em passos duplos (processo de contagem apenas com um
dos pés), somar os valores e dividir por três. O resultado obtido surge como o
número de passos duplos a efectuar para se deslocar 100 metros. Como nesta
fase os mapas se referem a situações reais de floresta, convém aferir o passo
em diferentes condições, a subir, a descer, com ou sem vegetação rasteira, em
terreno arenoso e normal.
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Situações de aprendizagem
a) Orientação em Linha
Efectuar um percurso cujos pontos de controlo coincidam com diferentes linhas
de segurança, podendo ser executado a par ou em grupo.
Progressão pedagógica - os primeiros percursos deste tipo podem mesmo estar
balizados no mapa e no terreno com fita, passando a estar apenas
referenciados no mapa até a sua execução sem qualquer tipo de referência
quer no mapa, quer no terreno.
Situações de aprendizagem
a) Descrição sumária da bússola
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b) Estafeta da rosa-dos-ventos
Forma jogada para aquisição do conhecimento relativo aos Pontos Cardeais. De
uma forma jogada e com adversário, os alunos deslocam-se até junto da
respectiva rosa-dos-ventos, seleccionam um dos pontos cardeais em jogo e
colocam-no no local correspondente.
Progressão pedagógica - primeiro iniciar com a identificação apenas dos pontos
cardeais principais, passar de seguida aos colaterais e, por último, misturar os
dois anteriores com os ângulos respectivos.
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Situações de aprendizagem
a) Percurso balizado
Percurso balizado no terreno onde são dispostos alguns prismas próximos dos
caminhos e junto de elementos característicos, cabendo ao aluno referencia-las
no mapa.
Progressão pedagógica - iniciar com a referência dos pontos de controlo no
mapa e no terreno, passando a estarem apenas referenciados no terreno.
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Nível Avançado
(utilização de mapas de orientação convencionais à escala de 1/10.000 até
1/15.000)
Situações de aprendizagem
a) Percurso acompanhado
Realização de pequenos atalhos em grupo e acompanhados pelo professor de
forma a garantir a sua compreensão.
Progressão pedagógica - Ir deixando os alunos tomarem a iniciativa de atalhar.
b) Percurso balizado permitindo pequenos atalhos
Percurso balizado no terreno, permitindo a realização de pequenos atalhos
(seta da figura) de uma LS para outra.
Progressão pedagógica - Os primeiros percursos deste tipo podem mesmo estar
balizados no terreno e no mapa, passando a estar referenciados apenas no
mapa e prever um aumento progressivo da distância realizada em atalho.
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Situações de aprendizagem
a) Praticar a “Técnica 1-2-3” do Azimute
Necessitando apenas de uma bússola e um mapa, esta técnica deve ser
praticada inúmeras vezes até que seja automatizada.
b) Estafeta do azimute
Esta estafeta visa essencialmente a prática da “Técnica 1-2-3” para determinar
um azimute e leitura respectiva. Após a divisão da classe em grupos, cada
elemento terá de percorrer uma determinada distância, determinar o azimute
de um ponto para outro e registar a leitura efectuada. Para isso, no local
encontra-se um mapa com um percurso traçado, uma bússola e uma folha de
respostas. Após concluir a sua tarefa o aluno desloca-se rapidamente para junto
do seu grupo entregando a caneta que serve de testemunho ao colega
seguinte.
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c) Jogo do relógio
Sendo o relógio um objecto, ao contrário da bússola, com o qual os alunos se
encontram familiarizados, numa primeira parte poderemos substituir os pontos
cardeais e graus respectivos pelos números que indicam as horas, facilitando ao
aluno a compreensão do funcionamento da bússola. Conforme se pode ver na
figura, é desenhado um relógio no solo e colocados alguns pontos de controlo
no terreno que o aluno terá que visitar. Estes pontos de controlo são
efectuados um de cada vez, encontrando-se referenciados nos cartões de jogo.
No exemplo da figura, o professor distribui sete cartões aos alunos que se
situam no centro do relógio e que a partir do qual passarão a executar os
percursos evidenciados nos cartões. Quando todos regressarem, procedem à
troca de cartões entre si até que cada aluno tenha executado os sete pontos de
controlo diferentes.
Progressão pedagógica - À medida que os alunos vão interiorizando a forma de
funcionamento da determinação das direcções através da referência do relógio
deve-se associar os pontos cardeais e respectivos graus.
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Situações de aprendizagem
a) Percurso em Zig-Zag
A estratégia proposta visa promover no aluno a sua auto-confiança, por
proporcionar o deslocamento em áreas onde os elementos característicos do
terreno são pobres qualitativamente ou mesmo inexistentes. O aluno inicia o
percurso do triângulo em direcção ao ponto de controlo número 1, uma vez
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Situações de aprendizagem
a) Percursos de Orientação
A tomada de decisão correcta do itinerário a seguir é uma competência que é
adquirida através da vivência prática. Nesta fase deve-se realizar o maior
número possível de percursos de modo a que a aquisição desta competência
seja efectiva.
Progressão pedagógica - De acordo com o nível de prestação evidenciado pela
turma em cada um dos momentos de intervenção, o processo deve ser
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desenvolvido a partir do mais simples para o mais complexo. Para isso devemos
iniciar com percursos do tipo formal ou não, onde a melhor opção pode mesmo
encontrar-se balizada no mapa e no terreno, passando numa fase posterior à
execução de percursos sem qualquer referência. Nesta fase, a forma de como
se traça um percurso é fundamental para a adequação da situação prática ao
nível dos alunos.
Situações de aprendizagem
a) Desenhar, projectar ou fazer corresponder relevos com curvas de nível
Primeiro de uma forma mais teórica e depois em situação prática através da
realização de uma estafeta onde cada executante terá que fazer corresponder
um algarismo a uma letra, vencendo o grupo que finalizar no menor tempo.
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d) Percursos de Orientação
Importa nesta fase a confrontação do aluno com percursos cujos pontos de
controlo se encontrem associados a elementos característicos do relevo
(esporão, cota, colina, reentrância).
Progressão pedagógica - Os primeiros percursos deverão ser executados em
grupo com a explicação por parte do professor acerca das diferentes formas de
relevo e a sua representação no mapa. Após esta fase, passar para a realização
de percursos do tipo radial, estrela e depois formal em terrenos onde a
característica fundamental é o relevo. A um nível mais avançado realizar
percursos onde a única informação do mapa é o relevo, primeiro o tipo radial
com as primeiras pernadas balizadas no mapa e no terreno, posteriormente
sem balizagem mas de curta distância até à realização de percursos formais
com mapas impressos só com a cor castanha referente ao relevo.
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Situações de aprendizagem
A sinalética específica da Orientação representa uma linguagem universal que
permite ao praticante desta modalidade aceder à informação relativa ao
percurso, mais concretamente aos pontos de controlo, independentemente da
sua nacionalidade e língua.
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a) Estafeta da sinalética
b) Equivalência da sinalética
Tal como o sucedido na aprendizagem da simbologia do mapa, estas formas
jogadas organizam-se de igual forma, diferindo apenas na informação que agora
se refere à sinalética específica.
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Capítulo 9
Treino técnico
Introdução
A orientação que tem tanto para oferecer ao atleta que goste de pensar e
correr, é bastante exigente tanto a nível físico como a nível cognitivo. Através
do estudo de Kolb, Sobotka e Werner (1987), podemos verificar a contribuição
relativa das várias componentes para a performance global da Orientação.
Existe um equilíbrio entre a capacidade cognitiva (orientação/navegação: 46%)
e a capacidade física (corrida: 54%).
Performance em
Orientação
Localização no Mapa
20%
Percepção de Opções
40%
Memória do Terreno
15%
Comparação Opções
30% Estimativa da
Distância
10%
Manutenção da
Distância
15%
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Federação Portuguesa de Orientação - FPO Orientação - Desporto com Pés e Cabeça
Factor Táctico
Partindo da definição de táctica desportiva, “processo intelectual de solução de
problemas competitivos, sendo uma componente indissociável da actividade,
devendo ser rápida e deliberada, visando o maior grau de eficiência possível”
(Mahlo, 1966), este é o factor que integra todas as acções do foro cognitivo
realizadas pelo orientista. O objectivo do comportamento táctico passa por
encontrar soluções para a resolução prática dos diferentes problemas postos
pelas diversificadas e complexas situações competitivas. A sua natureza
expressa uma conduta que exige a participação da consciência e exprime um
pensamento produtor do executante. A opção de itinerário exteriorizada
reflecte uma relação consciente e inteligível não representando no entanto
mais que a fase final de um longo e complexo processo de tomada de decisão,
onde os atletas procuram decifrar as melhores opções através da leitura e
interpretação do mapa. O acto táctico é pois um sistema de investigação que
não se contenta em escolher a melhor resposta entre várias possíveis, esta auto
aperfeiçoa-se ao mesmo tempo que resolve o problema posto.
Na ilustração seguinte, podemos analisar os factores que influenciam o
comportamento táctico (adaptado de Castelo et al., 1998).
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Num estudo efectuado, Ferreira (2004), identifica quatro grandes pilares que
sustentam o modelo apresentado na figura 41. Em primeiro lugar, Palmer
(1997), que diferencia três conceitos os skills, como as habilidades específicas
da Orientação, as técnicas, como a selecção e integração destas habilidades
quando confrontados com uma tarefa em particular, e a aplicação, como as
estratégias adoptadas para resolver problemas particulares de navegação,
conceitos estes que originaram a diferenciação entre Competências Específicas,
Técnicas de Orientação e Tácticas de Orientação, respectivamente. Em
segundo, Seiler (1993) que define a selecção da informação relevante do mapa
na escolha do itinerário como o mais importante fundamento cognitivo
implicado na tomada de decisão, sendo esta informação a base que sustenta a
constituição das Técnicas de Orientação. Em terceiro, referindo-se à viabilidade
de registo das técnicas, o seu alvo tem de ser algo objectivo do comportamento
que por meio da perceptibilidade permita captar a sua ocorrência (Anguera,
Blanco, Losada y Hernandéz Mendo, 2000). E por último, a referir que, de um
modo geral, o quadro das técnicas apresentado não se distancia muito do
considerado pelas diversas metodologias da modalidade.
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Federação Portuguesa de Orientação - FPO Orientação - Desporto com Pés e Cabeça
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
Competências específicas
Vistas por Palmer (1994, 1997) como as capacidades cognitivas envolvidas em
acções de orientação, estas competências específicas da modalidade
compreendem unidades mínimas de informação que funcionam como
elemento base à constituição, quer da componente técnica, quer,
posteriormente, da componente táctica e que se dividem em quatro grandes
categorias, a leitura e interpretação do mapa/terreno, o manuseamento da
bússola, a capacidade de memorização e a velocidade na tomada de
consciência do erro.
Manuseamento da bússola
Muito embora a bússola seja um instrumento de uso facultativo, a maioria dos
atletas usam-na em duas acções, para orientar o mapa e para determinar um
azimute de uma direcção. Este deverá ser sempre considerado um instrumento
complementar para o atleta não substituindo a orientação do mapa associando
a informação do mapa com a do terreno e vice-versa. Na iniciação à modalidade
é reconhecido mesmo que a introdução precoce da bússola, como auxiliar na
orientação, é contraproducente ao normal desenvolvimento de um atleta.
Enquanto que em estágios baixos e médios de prestação se verifica um uso
metódico da bússola, é exemplo a determinação de um azimute segundo a
técnica 1-2-3, já em estágios superiores de rendimento a sua utilização é
realizada de uma forma mais simplificada.
Capacidade de memorização
Sendo a memorização um skill eminentemente do foro psíquico, a decisão que
levou a integrá-la nas competências específicas advém do facto de esta se
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Técnicas de orientação
De acordo com o referido anteriormente, o conceito de Técnica de Orientação,
objecto do nosso estudo, não se enquadra nas definições de Factor Técnico do
Treino segundo as diferentes Teorias e Metodologias do Treino que, nesta
modalidade, se referem à técnica de corrida, semelhante às disciplinas de meio-
fundo e fundo do Atletismo, com algumas diferenças que resultam do contexto
de prática da Orientação, entre outras, a transposição de obstáculos e a corrida
em terreno diversificado e ondulado, com ou sem vegetação.
Em sua prática, a informação relativa à direcção que o atleta adopta no seu
deslocamento advém de diferentes origens, da bússola, principalmente através
da determinação do azimute, e do mapa/terreno, mediante a sua própria
leitura e interpretação. Obviamente que, qualquer que seja a opção que venha
a ser adoptada a informação proveniente desta duas origens estará sempre
presente. Importa assim referir que, como forma encontrada para estudar este
fenómeno, as técnicas apresentadas no presente manual foram definidas
mediante a sua prevalência.
Muito embora, com base em estudos de investigação científica realizados nesta
área nos seja possível, hoje, associar as mais diversas técnicas com os diferentes
níveis de rendimento, esta associação jamais deixará de ser relativa. A
veracidade desta reflexão é-nos confirmada quando na análise efectuada às
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Orientação - Desporto com Pés e Cabeça Federação Portuguesa de Orientação - FPO
opções técnicas entre dois atletas em igual pernada, a título de exemplo, ambos
adoptam opções totalmente distintas sem que, expresso pelo tempo
dispendido em sua realização, apresentem diferenças de resultado. Sabe-se
então que na tomada de decisão relativamente à opção do itinerário a seguir,
muitos são os factores que intervêm neste processo de onde sobressai a
consciência do atleta no que se refere às suas capacidades, pontos fortes e
fracos, quase sempre, referindo-se à sua prestação táctica e física.
Acerca deste assunto, Palmer (1997), ao distinguir dois tipos de técnicas de
orientação, as básicas e as avançadas, refere que em condições extremas,
induzidas pelas exigências físicas e cognitivas da competição, as primeiras
poderão se tornar em avançadas. Por sua vez, factores como a experiência e o
estilo individual do praticante reflectem-se na selecção das técnicas e
estratégias a empregar de acordo com a situação (Lowry & Sidney, 1985).
Por muitas vezes exteriorizada por parte de atletas que, após a conclusão da
sua prova, tentam explicar o seu erro relativo às técnicas empregues ou à sua
boa forma física, através de expressões como “corro demais para o que sei”, é
nosso propósito acrescentar algo à bibliografia específica com a definição de
um novo conceito, a Velocidade em Limiar Técnico (VLT), vista como a
velocidade de deslocação a partir da qual existe, progressivamente, uma maior
probabilidade de incorrer em erro de navegação que se traduz pela situação de
perdido, parcial ou totalmente (Ferreira, 2004). Sem dúvida alguma que a
velocidade da corrida se encontra directamente interligada ao maior ou menor
grau de dificuldade técnica, facto este que muito bem pode ser explicado pela
situação de que, um qualquer atleta de média a alta prestação competitiva não
terá qualquer problema em planear, realizar e encontrar um determinado
ponto de controlo se todo este processo se alhear do factor tempo, por outras
palavras, se executado a passo (velocidade baixa). Consideramos então que,
para além do conhecimento que o atleta deve ter relativamente à sua
velocidade em limiar anaeróbio4, o mesmo deve preocupar-se em saber
adoptar uma determinada velocidade de corrida que lhe garanta o sucesso
relativamente ao factor técnico.
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principal da sua progressão, elementos estes que podem ser de origem natural,
linhas de água e limites de vegetação, ou artificial, estradas, caminhos,
carreiros, linhas de alta tensão, vedações e muros. Designada por diversos
autores como técnica por linhas de segurança (Lowry & Sidney, 1985; Silvestre,
1987; Palmer, 1994; Bird, 1996; Palmer, 1997), esta técnica encontra-se
associada a um nível de prestação baixo, muito embora seja uma das mais
utilizadas (Palmer & Martland, 1989; Andersen, 1989; Whitaker & Cuqlock-
knopp, 1992), tendo obviamente que ver com toda uma série de factores, entre
outros, o tipo de mapa, a forma de como o percurso é elaborado, a condição
física e técnica do próprio atleta e a distância da pernada. Pela sua natureza
intrínseca de realização, esta técnica pode ser utilizada de três distintas formas,
quando se segue a referência linear “handdrails”, quando se a apanha “catching
features”, ou quando se realiza um desvio propositado a uma delas “aiming
off”.
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Pelo relevo
Técnica de Orientação que consiste basicamente na utilização do relevo como
referência de localização, sendo utilizado nesse processo duas grandes
competências específicas, a visualização do mapa a 3 dimensões, a partir da
leitura e interpretação das curvas de nível, e o seu inverso, observação e
compreensão do terreno e respectiva representação gráfica. O seu emprego é
conseguido através da operacionalização de três distintas formas, quando o
atleta, por opção, decide deslocar-se “à mesma cota”, ou seja, seguir a curva de
nível, quando toma como referência de localização um elemento característico
linear do relevo, como muros de terra, escarpas, esporões e reentrâncias ou
ainda quando esse elemento é pontual, como buracos, escarpas, depressões,
cotas, colinas, ravinas, fossos. Se analisarmos o modo de emprego das técnicas
anteriores concluímos que esta técnica poderia muito bem integrá-las. No
entanto, uma vez que a bibliografia consultada é unânime em referir o seu
elevado grau de importância para a mestria na Orientação, apontando-a
frequentemente como uma técnica avançada, decidimos proceder à sua
extracção de forma a tornar possível o seu estudo isoladamente.
Por técnica avançada, Palmer (1997) considera as estratégias de navegação que
se associam directamente à performance, como consequência da sua maior
utilização por parte de atletas de elite. Em sua obra, o autor identifica a técnica
“pelo relevo” como sendo a arte e a ciência desta modalidade desportiva.
Conscientes desta importância, Palmer e Martland (1989), defendem a inclusão
no treino de situações que promovam o desenvolvimento desta técnica de
navegação no atleta desde muito cedo. Ao referir-se ao relevo, enquanto
informação presente no mapa, Palmer (1994), refere-o como a pista mais
explorada pelos orientadores de elite e, relevante para níveis básicos.
Para além das vantagens relativas à precisão de navegação, o envolvimento
desta técnica permite também, quando correctamente empregue, uma
economia do estado físico e cognitivo do orientador (Lowry & Sidney, 1985).
Num dos objectos de estudo, Almeida (1997), procurou identificar quais as
pistas mais utilizadas pelos atletas portugueses numa prova competitiva,
concluindo que o relevo era a informação mais pretendida, tanto para os atletas
do topo da classificação como para os restantes. Registou ainda, que uma boa
leitura das curvas de nível pressupõe um cálculo fiável do dispêndio de tempo e
energia, informação esta que pode determinar a opção do atleta. Associados a
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A azimute
Assente na interpretação e manuseamento da bússola enquanto competência
específica desta modalidade desportiva, esta técnica de navegação não se
baseia exclusivamente na direcção determinada pela bússola, aliás, existem
atletas de elite mundial que dispensam este auxiliar de navegação quando
competem sem que no entanto prescindam do azimute em determinados
momentos. Assim, encontramos duas formas de emprego desta técnica, aquela
cuja direcção resulta da aplicação do manuseamento da bússola em conjunto
com o mapa, denominada de “técnica 1-2-3”, onde os algarismos se referem
aos passos a seguir neste procedimento, e uma outra que é determinada
mediante o uso do mapa convenientemente orientado. Associada a níveis de
prestação superior devido à sua rapidez processual, esta segunda estratégia de
emprego desta técnica consiste na determinação do ângulo, azimute mais ou
menos objectivo ao alvo, e que, quando correctamente aplicado, necessita de
se complementar com outras técnicas como forma de incrementar a sua
objectividade. O alvo a que nos referimos tanto poderá ser o ponto de controlo
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como outra referência qualquer que tenha sido planeada alcançar por opção do
atleta.
Na sua grande maioria, a técnica de navegação “pelo azimute” é utilizada em
conjunto com outras técnicas. No entanto, podendo não utilizá-la, o orientador
na consulta sistemática do seu mapa sabe sempre qual a direcção a seguir. Na
sua prática competitiva, entendendo a definição de linha recta como o caminho
mais curto entre dois pontos, os atletas de elevado nível de prestação só a não
utilizam se as condições referidas não o permitirem (Almeida, 1997). Sobre o
seu significado na performance, Palmer (1997), refere a importância que esta
técnica representa em todos os níveis de prestação, sendo frequentemente
utilizada como um complemento da actividade do orientador, nunca devendo
ser usada em substituição da interpretação do mapa/terreno. A sua importância
relativamente a um nível superior de rendimento é lhe conferido por Palmer
(1994), ao referir a sua utilização por atletas de topo numa situação em
particular. Esta situação passa pela opção táctica de “simplificação” da pernada,
largamente utilizada por atletas deste nível que recorrem a esta técnica apenas
para navegarem do ponto de ataque até ao ponto de controlo.
Outras técnicas
Ao contrário das restantes, a abordagem e saída do ponto de controlo e a
técnica do polegar não são consideradas técnicas de navegação mas sim
técnicas de rotina para o orientador, facto que as exclui do factor táctico.
Consciente da importância do pormenor em níveis superiores de rendimento, o
desenvolvimento destas técnicas através da sua inclusão nos programas de
treino é amplamente defendida por vários autores da especialidade.
Actualmente, o elevado nível de prestação evidenciado nas provas competitivas
levaram à inclusão de acções de rotina no processo de treino, como técnicas de
navegação se tratassem (Palmer, 1997), referindo-se à abordagem e saída do
ponto de controlo que consiste, essencialmente, no domínio de determinadas
acções ou tarefas realizadas segundo uma ordem definida. Para este autor, a
complexidade inerente ao domínio das várias acções que constituem a referida
técnica advém da fase e do timing em que as mesmas ocorrem, ou seja, num
curto espaço de tempo e num momento em que é realizada uma navegação
precisa. Em relação à segunda, a técnica do polegar é materializada pela
utilização desse dedo para indicar no mapa a sua localização e onde o qual
deverá seguir à medida que se for deslocando, definição esta, traduzida pela
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Tácticas de orientação
A táctica na Orientação engloba toda a actividade intelectual que se relaciona
directamente com a selecção e execução das técnicas a empregar, no momento
exacto, por antecipação das acções e com uma adequada profundidade,
oscilando, genericamente, entre uma orientação precisa “Fine-O” e uma
orientação grosseira “Rough-O”. Em última análise, é esta actividade intelectual
e cognitiva que incrementa a capacidade das respostas adaptativas dos atletas
perante a competição, facto que permite a estes reconhecer, orientar e regular
o emprego das mais variadas técnicas. Em sua obra, Palmer (1997), define a
táctica como a estratégia utilizada, referindo-se às técnicas empregues, na
resolução de uma situação concreta de orientação.
Relocalização
Numa das obras que se debruçaram exclusivamente sobre o estudo do treino
relativamente às técnicas e tácticas de orientação, Palmer (1994), acerca da
relocalização, refere-a válida mas de relativa importância. A problemática a que
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Simplificação
Para todos os orientadores, o mapa é o factor fulcral desta disciplina
desportiva. A habilidade de o interpretar e extrair a informação mais relevante
é a chave do sucesso em todos os níveis de prestação (Palmer, 1997). Utilizada
como forma de alcançar o ponto de controlo o mais rapidamente possível com
o mínimo de erro, Palmer (1994), considerando esta táctica de elevada
importância a todos os níveis competitivos, defende a sua inclusão nos
programas de treino em todos os estágios de desenvolvimento do atleta. Na
abordagem da “simplificação”, Lowry e Sidney (1985), sintetizam a sua
contribuição na performance da seguinte forma: táctica de navegação que
determina a velocidade do atleta; o seu emprego por orientadores de elite
tendem a utilizar primeiro uma estratégia de navegação simples com
incremento da velocidade de corrida até ¾ da distância da pernada, a partir da
qual, recorrem a uma estratégia de navegação precisa com a consequente
redução na velocidade; e, que esta táctica deve ocorrer a três níveis, à
simplificação do mapa, da bússola e do terreno.
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Capítulo 10
Desenvolvimento das Competências
Psicológicas
Apesar da importância que a componente física desempenha na performance
em orientação, a verdade é que as técnicas na Orientação são quase puramente
cognitivas, o que confirma a importância dos processos psicológicos na
modalidade (Seiler, 1991).
Passamos agora a conhecer alguns dos processos psicológicos.
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Identificação do Erro
Acção
Complemento da Acção
bem Sucedida
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Memória
Estratégias de Coping
A orientação é um desafio. O desafio de deslocar num terreno desconhecido,
competindo contra a pressão do tempo e contra rivais que não se vêem.
Contudo, o verdadeiro teste surge quando o atleta comete um erro e perde-se.
Muitas vezes a chave para uma boa performance encontra-se na forma como os
atletas lidam com situações que geram stress e ansiedade.
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Estratégias de Coping/Confronto
Estas podem ser utilizadas em várias técnicas de orientação.
- Seguir/Ter uma rotina eficaz (ter tempo de fazer o aquecimento, estudar a
mapa, preparação e concentração no percurso).
- Evitar erros logo no início.
- Saber lidar com erros cometidos.
- Um exemplo é jogar pelo seguro depois de se ter cometido um erro em vez
de arriscar para recuperar o tempo perdido.
- Ser confiante nas decisões e não complicar as soluções. Não duvidar nas
suas capacidades.
- Simplificar a pernada de forma a chegar mais perto do ponto de controlo o
mais rapidamente possível e com o menor risco possível. Utilizar
estratégias simples.
- Outro é optar percursos mais seguros, no final de uma longa corrida, para
lidar com os efeitos da fadiga na concentração.
- Manutenção da concentração - a maior parte dos erros são cometidos
quando há uma quebra na concentração.
- Ignorar os outros atletas.
- Conhecer as próprias capacidades - AUTO-CONHECIMENTO. Para poder
desenvolver estratégias de coping para as áreas mais vulneráveis durante o
treino. Construindo assim um estilo competitivo que se adapta às forças do
atleta (ex. procurar percursos que permite correr mais rápido, no caso de
ser um bom corredor, etc.)e, finalmente, aceitar que todas as pessoas
acham difícil lidar com a pressão, mas é possível treinar capacidades
mentais e físicas para ultrapassá-las.
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Capítulo 11
Organização de um Evento
A Organização de eventos de Orientação envolve um planeamento complexo e
um investimento assinalável de tempo e recursos na preparação da mesma,
embora haja formas de aligeirar e simplificar este investimento para eventos de
menor dimensão. Desta forma, a apresentação que se segue irá focalizar-se na
preparação de um evento de dimensão média (entre 200 e 800 participantes)
procurando focalizar os aspectos necessários a ter em conta no caso de se
pretender organizar actividades de menor dimensão.
Todos os dados fornecidos a seguir aplicam-se a uma prova de Orientação
pedestre. Para a Orientação em BTT inclui-se, no fim do capítulo, um tópico
sobre as questões específicas desta disciplina. As questões organizativas para
provas de Orientação de Precisão (Trail-O) ou de Corridas Aventura são tratadas
nos capítulos respectivos.
Planeamento e calendarização
O Tempo
A preparação de um evento de Orientação inicia-se pela escolha do espaço e do
tempo. Escolhe-se a data para a realização do evento considerando aspectos
como a mobilização espectável dos participantes-alvo, sejam estes de escolas
(evitando férias escolares, por exemplo), de praticantes federados (planeando
datas de acordo com o calendário da Federação Portuguesa de Orientação), de
novos praticantes (escolhendo datas da Primavera, por exemplo) ou outros.
Numa perspectiva anual devem ser evitadas datas de calor extremo (Julho e
Agosto) e datas onde a sobreposição de outros eventos possa complicar
aspectos logísticos ou participativos (Natal, Páscoa, etc.). Dias de semana são
adequados para actividades escolares mas inadequados para outros
participantes-alvo.
Na perspectiva diária, se se perspectivar calor, deve ser planeado para o final da
tarde ou preferencialmente para a manhã.
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Federação Portuguesa de Orientação - FPO Orientação - Desporto com Pés e Cabeça
Para a marcação da hora do evento devem ser tidos em conta aspectos que
dizem respeito aos participantes (evitar por exemplo uma prova ao final de
tarde se no dia seguinte houver outra logo de manhã), mas também aspectos
que digam respeito à própria organização. Para eventos competitivos poderá
haver necessidade de se começar cedo se houver muitos participantes, mas tem
que se acautelar que os pontos possam ser colocados no próprio dia e para isso
são necessárias algumas horas de luz solar, dependendo da dimensão da área e
do número de marcadores de pontos.
Simplificar: Actividades simples podem ser preparadas com antecedência não
superior a um mês acautelando inicialmente a viabilidade de utilização do
espaço e os preparativos técnicos (actualizações de mapa e preparação de
percursos).
O Local
A escolha do local é um dos aspectos críticos para o sucesso de uma
organização. É um facto que se pode fazer Orientação em qualquer local desde
que haja um mapa. No entanto, a Orientação deve ser feita com prazer, em
locais agradáveis, de beleza paisagística e/ou interesse técnico. Por vezes é
necessário fazer concessões e organizar em zonas menos agradáveis
tecnicamente mas que estejam próximas do grupo alvo pretendido (escolas por
exemplo).
O espaço (tipo de terreno) deve também ser adequado ao público-alvo. Para
escolas, o primeiro espaço utilizável deve ser a própria escola pois permite uma
iniciação num espaço conhecido e facilmente controlável, facilitando a
transição para eventos posteriores se possível em parques urbanos próximos da
escola.
A escolha do local para efeitos competitivos deve adequar-se à dimensão e
objectivos do evento. Em zonas com muitas áreas de interesse técnico devem
criar-se sistemas de rotatividade entre as áreas existentes para não tornar
repetitiva a utilização de uma área específica. Em zonas urbanas e nas grandes
cidades, há que adequar a escolha da área ao público-alvo. Para eventos mais
competitivos optar por áreas de boa qualidade técnica mesmo que isso obrigue
a organização a deslocar-se para o meio rural. Para eventos de divulgação e de
carácter local, utilizar florestas urbanas ou parques de alguma dimensão em
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Preparação técnica
A chave de qualquer evento de Orientação é a sua qualidade técnica e é esse
aspecto que dever ser acautelado e deve sobrepor-se a qualquer outro aspecto
organizativo. Desde a escolha das áreas de prova à preparação dos percursos,
passando pela revisão do mapa ou mesmo pela constituição de uma equipa
eficaz para a marcação de pontos.
Terrenos
A primeira tarefa de organização de uma prova e possivelmente a mais decisiva
para o seu sucesso é a escolha dos terrenos. Para actividades com mapas novos,
devem ser prospeccionadas áreas adequadas para a prática da modalidade, sem
ceder a pressões externas para realizar o evento em lugares que não sejam os
mais propícios para a satisfação dos futuros participantes.
As áreas escolhidas devem ser avaliadas tendo em conta alguns aspectos
prioritários:
Viabilidade de organizar eventos no local escolhido - devem ser evitadas
zonas de paisagem protegida integral, áreas privadas onde os
proprietários exigem pagamentos ou se recusam a deixar entrar
estranhos. Os contactos com os proprietários são necessários logo numa
fase embrionária do processo para evitar que estas situações só surjam
com o evento já em preparação adiantada;
Limites da área de prova - As áreas de prova devem ser seleccionadas de
forma adequada ao objectivo proposto para o evento. Um evento de
sprint pode ter uma área pequena (inferior a 0,5 kms2) urbana ou de
parque desde que permita percursos interessantes. Um evento de
2
distância média deve ter uma área próxima dos 2 kms embora possa ser
menor se for muito rica tecnicamente ou maior se for uma zona mais
rápida que obrigue à preparação de percursos mais longos. Um evento de
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Mapas
Na perspectiva organizativa, a produção dos mapas deve ser encarada
definindo como prioridades a qualidade do cartógrafo e o tempo disponível
para a elaboração do mapa. Se o planeamento for iniciado muito perto da data
da prova, as garantias de qualidade de evento para os participantes poderão ser
melhor asseguradas recorrendo a um mapa já existente em vez de um mapa
novo.
A decisão de fazer um mapa novo deve ser correctamente ponderada pois os
custos de uma cartografia de qualidade são normalmente a maior fatia
orçamental de uma organização de evento. Se a perspectiva de retorno
financeiro de um evento (ausência de apoios e evento regional ou local) for
reduzida deve recorrer-se a mapas já existentes. Só em casos de maior
exigência competitiva (provas nacionais ou internacionais) é que o recurso a
mapas novos deve ser regra.
Em mapas novos, destacam-se as seguintes prioridades:
Elaborar em conjunto com o cartógrafo um plano de trabalho que permita
estar a salvo de imponderáveis que dificultem que o mapa esteja pronto a
tempo. O planeamento ideal deve prever o fecho do mapa a 3 meses do
evento, criando assim uma margem de um mês para desvios na produção
do mapa (basta que as condições climatéricas sejam regularmente
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Percursos
Numa perspectiva organizativa, importa integrar os percursos dentro da lógica
de realização do evento. Ou seja, as características do evento assentam nos
percursos que são preparados e a sua elaboração deve ser constantemente
coordenada pela Direcção do evento de forma a permitir ao traçador planear os
percursos com a maior liberdade possível mas tendo sempre em atenção
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Preparação logística
A logística de apoio à prova pode ser volumosa em eventos nacionais e
internacionais mas também pode ser muito simples em eventos locais. Há
questões essenciais como a selecção de espaços adequados, a existência de
uma Arena, a utilização de meios que previnam o normal funcionamento
organizativo com chuva (tendas ou edifícios de apoio utilizados), a gestão
adequada do equipamento técnico de controlo de prova, a gestão da água
(postos de abastecimento nas partidas, chegadas e nas zonas de prova, as casas
de banho, entre outros).
Na logística auxiliar, enquadram-se a escolha de locais para banhos, espaços de
refeições quentes, espaço para diversão infantil e baby-sitting, espaço para
massagens, percursos de iniciação para crianças, entre outros aspectos úteis
para servir um vasto leque de interesses dos participantes em eventos de
orientação.
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Material necessário
Tão ou mais importante que obter o material necessário para a organização de
um evento de Orientação é saber coordenar e gerir a correcta distribuição e
colocação de equipamentos e materiais nos devidos locais do evento. O melhor
exemplo deste esforço logístico é a colocação de água. Obter água é
normalmente fácil em fontes ou adquirindo garrafões ou jerrycans, mas por
vezes, ter meios de transporte para colocar consideráveis quantidades de água
nos postos de abastecimento pode acarretar dificuldades logísticas difíceis de
contornar.
Material essencial por áreas de evento:
- Secretariado - Mesas, cadeiras, máquina calculadora, caixa/cofre com trocos
preparados, envelopes e quadros para afixação de informações.
- Equipa Técnica - Material para correr, equipamento técnico (estacas, balizas e
estações ou picotadores), frontal ou lanterna (caso haja necessidade de
recolher ou marcar sem luz do dia) e martelo.
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Dia da competição
A preparação de um evento de Orientação tem por trás um trabalho
preparatório moroso mas obrigatório para que no dia da prova tudo funcione o
melhor possível.
No dia do evento, é normalmente necessário começar a trabalhar muito cedo
de forma a montar as estruturas temporárias existentes e a marcar os pontos
de controlo no terreno. De início o trabalho essencial é o da equipa técnica.
Cerca de uma a duas horas antes do evento começa o secretariado a assumir o
papel essencial no evento e nos minutos iniciais a principal área passa a ser a
área de partidas. A partir do momento que começam a chegar atletas, tanto as
partidas como a Informática/Chegadas são as áreas chave.
No final do evento é importante confirmar que não há participantes em prova
quando se começa a fazer a recolha de pontos de controlo e preparar uma
entrega de prémios digna e célere.
Pós-prova
Após a conclusão da prova as tarefas essenciais são as seguintes:
Garantir a total limpeza das Arenas, locais de abastecimento e zonas dos
pontos de controlo para que as áreas de evento fiquem tal e qual como
foram encontradas antes do evento;
Recolher e devolver o material alugado ou emprestado;
Divulgar resultados e press-releases com a maior celeridade possível (se
possível nas horas seguintes à Cerimónia de Entrega de Prémios.
Agradecer às entidades que viabilizaram o evento, com destaque habitual
para autarquias e proprietários de terrenos, caso sejam áreas privadas.
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Estafetas
Principais especificidades de um evento de estafetas:
Preparar percursos similares para cada uma das partes da estafeta
(normalmente com equipas compostas por 3 elementos);
Gerir a distribuição de peitorais e a inscrição de equipas participantes com
rigor evitando alterações de última hora;
Planear com máxima atenção a zona de Arena e de transmissão. É
importante criar um ponto de espectadores, possibilitando que o atleta
seguinte visualize o colega de equipa a cerca de 5/10 minutos da sua
chegada, e colocar uma área de transmissão que depois permita uma
saída rápida recolhendo o mapa que deve estar colocado em estacas no
funil de saída para que cada atleta só o veja no momento de partida.
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Especificidade da Ori-BTT
A Organização de um evento de Orientação em BTT assenta em alguns
pressupostos prévios diferentes. Por exemplo, o facto de a prova só se poder
realizar em caminhos facilita contactos ao nível das autorizações de passagem
em propriedades, mas, por outro lado, obriga à procura de um tipo de terreno
específico com características bem diferentes da Orientação Pedestre.
Um bom terreno para um evento de Orientação em BTT deverá ter uma densa
rede de caminhos transitáveis, sempre em áreas não urbanas (normalmente as
áreas urbanas são utilizadas apenas para sprints de BTT ou para curtas
passagens em provas mais longas).
A escolha dos locais-chave é realizada também de forma um pouco diferente
uma vez que tanto as partidas como as chegadas têm obrigatoriamente de estar
colocadas em caminhos ou em acessos de caminhos. É também importante
criar zonas de concentração junto a instalações que tenham possibilidade de
lavagem de bicicletas.
Também a preparação técnica é algo diferente. A necessidade de reconhecer o
terreno, cartografar bem (a Orientação em BTT tem um sistema de cartografia
com especificidades próprias, que servem essencialmente para que os
caminhos sejam mais visíveis no mapa) e fazer bons percursos é idêntica à da
disciplina pedestre, embora na BTT a realização dos percursos esteja
dependente só dos caminhos possíveis para chegar a determinado ponto, com
factores que assentam no relevo, na distância, mas também na transitabilidade
dos caminhos.
A nível de recursos, a exigência é menor que na disciplina pedestre uma vez que
normalmente o número de participantes é mais reduzido. No entanto há que
ter em atenção aspectos como a correcta utilização do extensor nas BTTs
(sistema para que o Sport Ident esteja “preso” à bicicleta) e principalmente ao
facto das áreas de prova serem muito mais extensas do que na pedestre
aumentando o tempo necessário para a marcação e levantamento de pontos de
controlo, tornando mais importante a existência de meios de transporte
adequados para acelerar esses processos.
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Capítulo 12
A Orientação e o Ambiente
Introdução
Nos primórdios da existência humana, o homem subsistia apenas daquilo que a
natureza lhe oferecia.
Ao longo do tempo, com o desenvolvimento, muitas vezes desenfreado, o
homem foi esquecendo a base da sua natureza não se poupando em nada para
conseguir os seus objectivos imediatos. Foi modificando o ambiente em que
vivia chegando mesmo a colocar em causa alguns dos recursos naturais mais
importantes à existência humana.
Hoje em dia o homem está cada vez mais
A qualidade ambiental consiste na preocupado e sensibilizado com a devastação
aptidão do ambiente satisfazer as
que o meio ambiente tem sofrido estando
necessidades do Homem e ao
mesmo tempo garantir o equilíbrio mesmo a mudar os seus hábitos diários para
do ecossistema. - J. J. de Melo tentar minimizar os efeitos que vamos já
sentindo nos dias que correm.
Agora, a necessidade é a de estabelecer um
modo de vida sustentável que não abdicando do desenvolvimento, concilie as
suas acções com a base da sua natureza.
Quotidianamente o homem tem tendência a escolher para a prática do
desporto os meios mais naturais e genuínos que ainda possuímos, sendo por
isso importante consciencializar a população em geral e especificamente a
desportista sobre o modo como se devem utilizar os espaços mais naturais para
a prática desportiva.
A Orientação é um desporto que se pratica ao ar livre tendo como “palco”
principal a floresta. É um desporto que se pode praticar individual ou
colectivamente, de modo competitivo ou apenas como forma de recreação.
O presente capítulo pretende analisar o modo como se insere a orientação
como desporto, tão bem chamado “desporto da natureza”, nas florestas
portuguesas identificando os impactes negativos mais significativos desta
modalidade e, num segundo plano, deixar algumas ideias de como podemos
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Traçado de Percurso
Intervenientes: os Traçadores de Percursos e o Clube Organizador
A escolha do traçado dos diversos percursos dos diferentes escalões é
importante no sentido em que existe pisoteio mais ou menos contínuo no
espaço escolhido para o efeito. Esta acção é tanto mais importante se a prova
se inserir num espaço protegido. No entanto, é necessária a sensibilização, ao
traçador de percursos, para o facto de que as espécies vegetais possuem uma
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Arenas
Intervenientes: os Clubes Organizadores e todos os atletas presentes na prova.
As arenas constituem um espaço com uma grande área e diversas actividades
que podem emitir efeitos negativos. Possuem infra-estruturas diversas e de
alguma envergadura. Todo o tipo de infra-estruturas que possuam chão são
impermeabilizantes do solo natural, não deixando existir circulação de ar/água
enquanto se encontram montadas. Contudo, os tempos de permanência são
em geral reduzidos não ultrapassando os dois dias, constituindo este facto
como um efeito minimizador do impacte gerado. Todos os espaços que
constituem uma arena como sejam o secretariado, o espaço infantil, o bar, as
casas de banho, as partidas e as chegadas são zonas aptas à produção de
resíduos e que devem ser confinadas a um espaço o mais restrito possível. Este
é um impacte negativo significativo atendendo ao efeito que provoca sobre os
elementos naturais e de média magnitude (no computo geral das provas)
atendendo ao volume de resíduos produzidos.
Os efeitos / impactes negativos durante uma prova podem resumir-se no
cômputo geral no seguinte, por ordem de maior importância:
- Pisoteio sobre a flora quando se trata da acção de traçados de percursos
com consequente dificuldade de regeneração de certas espécies
florísticas;
- Produção de Resíduos quando se tratam das arenas; pontos de
abastecimento com consequente afectação indirecta sobre os solos e
lençóis freáticos devido aos resíduos produzidos;
- Deterioração da qualidade do ar (motores) - Arenas
- Deterioração dos solos (através da compactação); - Arenas
- Afectação sobre a paisagem e aspectos sócio - económicos quando se
trata de Arenas e prova em geral.
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Antes da Prova
É importante a análise sobre o local e data a escolher tendo em atenção as
épocas de nidificação e migração da fauna para além do cuidado a ter quanto à
classificação do solo em termos do seu uso. Esta análise deverá ser feita com a
participação de quem autoriza a realização do evento:
- Estabelecer contactos com os proprietários dos terrenos utilizados;
- Estabelecer um traçado de percurso que faça marcas como pisoteio em
zonas de vegetação mais rasteira (de preferência sem arbustos);
- Estabelecer vários percursos de modo a evitar um pisoteio contínuo.
Durante a prova
- Colocar informação sobre a não utilização de sapatos com bicos em áreas
sensíveis;
- Colocar informação sobre algumas curiosidades do meio ambiente onde
decorre a prova;
- Disponibilizar contentores de recolha selectiva no final dos percursos e na
arena;
- Concentrar a Arena (secretariado; estacionamento; bar; partidas;
chegadas; espaço infantil);
- Molhar as zonas não asfaltadas e de elevado movimento;
- Separar os resíduos por tipo;
- Evitar a distribuição de garrafas de água nos abastecimentos, pois produz
mais resíduos que a opção copos;
- Solicitar aos atletas que deixem as garrafas (ou copos) junto dos pontos de
abastecimento;
- O estacionamento deverá ser gerido de modo a concentrar todos os
veículos motorizados num espaço livre e não sensível;
- Proporcionar instalações sanitárias.
Importante: O clube organizador é responsável por todo o resíduo produzido
durante o evento no local das provas;
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Após a Prova
- A recolha de pontos/controlos deverá integrar também a recolha de
garrafas e/ou outro lixo que não pertença ao local e tivesse sido produzido
durante o evento;
- Reavaliar as zonas de pisoteio, avaliadas antes da prova e também sobre
os percursos feitos pelos atletas, dias após o evento;
- Deixar as Arenas limpas de resíduos;
- Efectuar um relatório das acções ambientais instauradas durante a prova e
promover a divulgação.
Importante: Após o evento deve analisar-se se todas as situações ambientais
foram repostas.
Ao nível internacional
Importa referir que a IOF (Federação Internacional de Orientação) tomou
consciência em 1996 da necessidade de manter um equilíbrio entre o desporto
que rege e a natureza pois sendo esta a sua ferramenta seria premente
preservá-la. Instituiu alguns princípios/recomendações que se vão tentando,
hoje em dia, colocar em prática nos países onde decorrem as provas de
orientação:
- Continuar a estar atento à necessidade de preservar um meio ambiente
saudável e integrar este princípio na conduta da orientação;
- Assegurar que as regras de competição e as boas práticas na organização
de eventos sejam consistentes com o princípio do respeito pelo ambiente
e protecção da fauna e da flora;
- Cooperar com os proprietários, as entidades públicas e associações
ambientais a fim de definirem boas práticas;
- Zelar por cumprir regulamentos de protecção ambientais vigentes nos
diferentes países membros, bem como reduzir o impacte da orientação,
através da implementação de medidas para evitar a poluição;
- Incluir boas práticas ambientais na educação e formação de praticantes,
organizadores e dirigentes;
- Consciencializar as federações nacionais sobre os problemas ambientais a
nível mundial, para que venham a adoptar e implementar princípios de
utilização sustentável do território;
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Em Portugal
Nacionalmente a FPO publicou um “Guia de Boas Práticas Ambientais” e
frequentemente traz a temática à consideração dos atletas através de cartazes
elucidativos. Também na formação de treinadores o ambiente é já matéria de
discussão.
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Anexo I
Glossário de Termos de Orientação
Alicate
Ver “Picotador”.
Baliza de Orientação
Uma baliza de Orientação é uma prisma quadrangular com as faces compostas
por um triângulo superior branco e um inferior cor-de-laranja, faces essas com
um tamanho de 30 x 30 cm. A baliza tem como função indicar a localização de
um ponto de controlo.
Existem também modelos com outras dimensões (p. ex. 15 x 15 cm), embora
não devam ser utilizadas em competições oficiais.
Bússola
Ver definição na página 13.
Cartão de Controlo
Local onde se registam, através da perfuração feita pelos picotadores, as
passagens nos pontos de controlo.
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Curva de Nível
Linha imaginária no solo a uma altitude constante (ou seja, que une pontes de
igual altitude), representadas no mapa por uma linha castanha. Tem como
função representar, num mapa a 2 dimensões, a 3ª dimensão do terreno
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Declinação magnética
Ver definição na página 18.
EMIT
Sistema electrónico de controlo de provas não utilizado em Portugal, mas
comum em vários países e em algumas competições internacionais. Consiste
num cartão de plástico rectangular que se transporta na palma de mão e se
introduz nas bases existentes nos pontos de controlo.
Equidistância
Desnível entre cada curva de nível. Nos mapas de Orientação é normalmente de
5 metros em terreno de maior relevo, ou de 2,5 metros em terreno menos
desnivelado.
Escala
Relação entre o tamanho real de um objecto e a sua dimensão no mapa. Escala
1:10.000 significa que no mapa está tudo representado 10.000 vezes mais
pequeno, ou seja, 1 cm no mapa corresponde a 10.000 cm (100 metros) no
terreno.
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Legenda
A legenda descreve os símbolos utilizados no mapa para representar as várias
características do terreno. Para que o mapa seja simples de ler e facilmente
compreensível, várias cores e símbolos são utilizados.
Linhas de Norte
São linhas paralelas desenhadas do Sul Magnético para o Norte Magnético,
espaçadas geralmente de 500 metros (1:15.000) ou 250 metros (1:10.000).
Estas linhas são normalmente azuis e encontram-se, geralmente, apenas nos
mapas de Orientação.
Mapa
O mapa é uma representação simplificada da superfície da terra vista de cima e
reduzida em dimensão. A escala indica-nos exactamente quanto é que o mapa
está reduzido, e está presente em todos os mapas.
Norte Geográfico
Um dos locais onde converge o eixo imaginário de rotação da terra, também
chamado de Pólo Norte. (o outro local de convergência será no Sul Geográfico -
Pólo Sul).
Norte Magnético
Existe ao longo da Terra um campo magnético que converge nos pólos
magnéticos norte e sul. A agulha de uma bússola é atraída por estes pólos. Em
Portugal e em toda a zona norte do globo as agulhas das bússolas são atraídas
para o Norte Magnético.
O-CAD
Software para desenho de mapas. Como trás já incorporados todos os símbolos
definidos no ISOM com as dimensões e cores definidas, permite de uma forma
simples fazer o desenho de um mapa de Orientação.
Este software agora tem também uma versão de traçado de percursos (O-Cad
CS)
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Percurso de Orientação
Um percurso de Orientação é constituído por uma partida, uma série de pontos
de controlo identificados por círculos no mapa, unidos por linhas rectas e
numerados na ordem pela qual devem ser visitados, e por uma meta.
Pernada
Nome dado ao percurso a percorrer entre dois pontos de controlo. Por
exemplo, “pernada entre o ponto 12 e 13”.
Perneiras
Peça de vestuário semi-rígida que protege a zona inferior da perna. É bastante
importante quando o terreno é bastante acidentado e contem muitas pedras,
troncos caídos, etc.
Existem também meias especiais até ao joelho feitas de um material mais
resistente de modo a proteger as pernas. Protegem menos que as perneiras,
mas são mais flexíveis e confortáveis.
Picotador
Para provar que um ponto de controlo foi visitado, o “orientista” utiliza um
sistema de perfuração (picotador, também chamado de ‘alicate’) que se
encontra junto à baliza, para "picar" o cartão de controlo.
Cada picotador faz um padrão de furos diferente e está montado ou pendurado
em cada ponto de controlo junto à baliza e consiste num objecto de plástico
vermelho com um determinado número de dentes metálicos. O padrão de
perfuração, diferente de picotador para picotador, permite à organização saber
através do cartão de controlo se todos os pontos de controlo foram visitados.
Pólos Magnéticos
Ver definição na página 13.
Pontos de controlo
São o que materializa os pontos a visitar no terreno. São constituídos por uma
baliza (prisma laranja e branco normalmente com 30 cm de lado) presa a uma
estrutura de metal ou madeira, e com um dispositivo (picotador ou SportIdent)
utilizado pelo atleta para provar a sua passagem no ponto.
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Porta-mapas
É utilizado para transportar o mapa na BTT, permitindo uma fácil rotação deste
para que seja possível mantê-lo sempre orientado.
Porta-sinaléticas
Acessório que o orientista utiliza para transportar a sinalética num local de fácil
e rápido acesso visual, normalmente no antebraço.
Sinalética
Descrição da localização exacta dos pontos de controlo
indicados pelo mapa, que serve para indicar de uma
forma precisa a localização dada pelo mapa, indicar a
colocação da baliza relativamente ao elemento
característico e também assegurar ao orientista, através
do código do ponto de controlo, que aquele é o ponto
procurado.
SportIdent
É o sistema electrónico de controlo de provas utilizado em Portugal e o principal
a nível internacional. Consiste num chip que se transporta no dedo (na
Orientação Pedestre), preso num extensor na bicicleta (na Orientação em BTT)
ou preso ao pulso (nas Corridas Aventura).
Permite registar os pontos realizados pelo orientista,
registando também o tempo de passagem em cada
ponto e o tempo total, assim como a obtenção de
resultados imediatos no momento em que é
“descarregado” para um computador após a prova.
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Anexo II
Bibliografia
Aires, António; Sérgio, Luís e Aires, Tiago (2005); “Manual do Traçador de
Percursos”, FPO.
Almeida, Kátia (s/d); “Orientação - O Desporto da Floresta”.
Arsénio, Vitor e Baltazar, Jorge (1994); “A Orientação nas escolas - Didáctica da
Orientação”; Documento do I Congresso Nacional de Orientação.
Braggins, Anne (s/d); “Trail Orienteering”; Sports Council e British Orienteering
Federation; Ed. Harveys.
Bratt, I. (2002); “Orienteering, The essential guide to equipment and
techniques”. London, UK: New Holland Publishers Ltd.
Ferreira, Rui (2010); “Projecto de desenvolvimento da Orientação em contexto
do Desporto Escolar”.
Ferreira, Rui (2010); “Manual de Treino de Orientação”.
Garcia, Ricardo (2006); “Sobre a Terra”, Publico, Lisboa.
Gleitman, H. (1986); “Psicologia”. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Hasselstrand, C. (1987); “Learning Orienteering Step by Step”; International
Orienteering Federation (IOF); Suécia.
IOF Map Commission (2004); “IOF Control Descriptions 2004”.
IOF Map Commission (2000); “ISOM 2000 - International Specification for
Orienteering Maps”.
IOF Map Commission (2007); “ISSOM 2007 - International Specification for
Sprint Orienteering Maps”.
IOF Map Commission (2010); “ISMTBOM - International Specification for MTB
Orienteering Maps”.
Madeira, Mário e Vidal, José Carlos (1993);“A Orientação na escola”; Dossier da
Revista Horizonte, vol X, nº 55.
Marivoet, Salomé (1998);“Aspectos sociológicos do desporto”; Ed. Caminho.
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Anexo III
Orientação é…
Passar sempre no triângulo de partida, mesmo que o triângulo fique fora de
mão no nosso percurso. Só existe igualdade se todos por lá passarem.
Não ir na "cola" de outro atleta. Estamos a adulterar o espírito da
Orientação, não aprendemos nada com essa atitude, e, muito
provavelmente, estamos a incomodar o outro orientista.
Quando se está perdido, caso se seja um atleta em competição, não pedir
qualquer tipo de ajuda no processo de orientação ou localização. Ao fazer
isto, estamos a ir contra a regra que diz “o atleta tem de se orientar pelos
seus próprios meios” e estamos a ser injustos face aos que não perguntam.
Ajudar quando algum principiante ou criança o solicitar.
Estar prontos para desistir da nossa prova se encontrarmos alguém
lesionado, para prestar todo o auxílio necessário sem pressas. Muitas mais
provas virão!
Ser discreto e silencioso na floresta. Um dos grandes prazeres da Orientação
é o silêncio que se vive durante a prova.
Respeitar as zonas privadas e/ou interditas (por ex. zonas cultivadas). O
respeito pelo que é dos outros deve sempre sobrepor-se a uns curtos
instantes que se poupam por não se circundar estas zonas.
Respeitar a natureza não destruindo desnecessariamente qualquer tipo de
vegetação apenas para poupar uns segundos na sua prova.
Respeitar os outros orientistas que esperam para “picar” um ponto.
Transmitimos uma má imagem da modalidade para os principiantes, se
passamos à sua frente mesmo que não aparentem ter pressa.
Respeitar os elementos da organização. Não nos devemos esquecer que
todo o trabalho é voluntário, e a pessoa que está a distribuir as águas no fim
não merece que descarreguemos nela alguma crítica que tenhamos para
fazer. Devemos criticar apenas com a cabeça fria e das formas correctas.
E, mais que tudo, não esquecer que o maior prazer que se pode alcançar de
um percurso de orientação, é o navegar suavemente pelas curvas de nível
que saem do mapa para os nossos pés, é o transformar a dor em prazer, é,
enfim, a perseguição da prova perfeita...
Estão prontos para a próxima prova?...
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