35 Apostila Humildade e Mansidão
35 Apostila Humildade e Mansidão
35 Apostila Humildade e Mansidão
mansidão
Humildade e mansidão
CÉSAR BIANCO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Antes de nos aprofundarmos na visão bíblica de humildade e mansidão, recomendamos a leitura e meditação
dos capítulos cinco ao sete do livro de Mateus. Nesse trecho das Escrituras estão os ensinamentos conhecidos
como o Sermão do Monte, pelos quais aprendemos com Jesus diversos princípios sobre o tema desta aula e
tantos outros em relação a como podemos forjar um caráter aprovado por Deus.
A HUMILDADE
Visto isso, começaremos a tratar do conceito de humildade, que muitas vezes é confundido com baixa autoestima.
No entanto, sermos humildes significa sabermos exatamente aquilo que temos a oferecer para as pessoas. Por
isso, o pensamento de que somos inferiores e incapazes se esconde, na verdade, atrás de uma falsa humildade.
Isso se torna mais claro ao nosso entendimento quando recebemos a revelação da graça de Deus em nós:
Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não
pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação,
segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. (Romanos 12.3)
Logo, quando entendemos as porções de fé repartidas especificamente sobre cada um de nós, somos capazes
de notar as nossas qualidades e as das outras pessoas, fazendo, assim, um julgamento sincero sobre quem somos:
Portanto, Paulo deixa explícito em suas cartas que, para sermos verdadeiramente humildes, devemos
discernir quem somos em Cristo – a fim de que tenhamos uma vida abundante.
Além disso, existem outras diferenças entre a humildade e a autoestima, no que tange ao excesso, ou à falta
de uma delas – ou das duas em algum grau.
• Um coração humilde sabe sua própria medida, uma vez que reconhece sua identidade de filho de Deus.
Porém, quando uma pessoa tem falta ou excesso de autoestima, a perspectiva sobre si é distorcida,
impedindo-a de trabalhar suas fraquezas e aperfeiçoar suas qualidades;
• Outra característica presente naqueles que conhecem a si mesmos é saber quais são os seus limites. Isso
os previne de viverem sob comparações que produzem um julgamento desequilibrado de menosprezo ou
enaltecimento pelo próximo;
2 HUMILDADE E MANSIDÃO
• Da mesma forma, quando crescemos em humildade, passamos a depender cada vez mais do Senhor.
Assim, nos mantemos focados no chamado que recebemos, mesmo diante dos elogios ou críticas. Por
outro lado, uma autoestima desordenada, ao invés de gerar valorização pela aprovação de Deus, produz
dependência por reconhecimento humano;
• Alguém com pouca autoestima, quando recebe críticas, logo se sente abalado e condenado. Já quem
possui autoestima elevada, geralmente não assume suas falhas, mas as transfere para as situações
e pessoas à sua volta. No entanto, uma vez que nosso caráter é trabalhado pelo Espírito Santo, nos
tornamos receptíveis às correções, visto que, assim, seremos semelhantes a Jesus;
• Por fim, a humildade nos ajuda a enxergar nosso próximo com a ótica de Cristo, tal como nos colocamos
na situação deles. Mas quando somos movidos por autoestima, passamos a sentir indiferença à
necessidade alheia. Como consequência, começamos a idolatrar as pessoas, porque nos esquecemos de
que elas também estão em processo de santificação. Desse modo, quando elas cometem uma falha, nos
decepcionamos sem considerar que possuem a mesma humanidade que nós.
Logo, esses processos nos mostram que o desenvolvimento da humildade acontece aos poucos: assim como
em toda transformação de caráter, precisamos investir tempo em construção interna para sermos servos que
conhecem seu lugar no Reino. Pois, quando compreendemos nosso chamado, também passamos a considerar o
potencial das pessoas à nossa volta:
Por meio desse versículo, aprendemos que nossos atos não devem ser motivados por obrigação ou
exibicionismo. Antes, devemos olhar para Jesus, uma vez que encontramos n’Ele um exemplo de obediência,
expressando humildade em todas as suas ações:
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois
ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se
em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. (Filipenses 2.5-8)
Deste modo, um coração humilde sempre agirá com o objetivo de dar glória ao Senhor, porque toda
capacitação e oportunidade que temos para produzir algo neste mundo devem retornar a Ele em forma de
exaltação. Isso nos mostra que somos empoderados a manifestar o caráter de Deus às pessoas, a fim de que
conheçam e sejam abraçadas pelo Seu amor. Quando agimos assim, expressamos compaixão pelo próximo; o que
nos diferencia dos orgulhosos, que demonstram amor apenas a si mesmos.
Outra característica da falsa humildade é o menosprezo próprio diante de elogios. No momento que
trabalhamos com zelo para glorificar o nome de Deus, é normal que sejamos reconhecidos pelo que fazemos,
e isso não significa que estamos sendo soberbos. Portanto, uma reação humilde ao sermos honrados é a de
assumirmos que nossos esforços produzem um excelente resultado por causa da graça aperfeiçoadora que atua
em nossas vidas, conforme a Palavra diz:
3 HUMILDADE E MANSIDÃO
Dito isso, entendemos que a função do orgulho é construir muros entre as pessoas, resultando em divisão.
Mas, pela humildade, edificamos pontes para que a graça de Cristo alcance a todos e nos leve à uma vida
abundante de comunhão com a nossa família da fé.
A MANSIDÃO
Assim como a humildade, a mansidão faz parte de um atributo essencial para nos tornarmos parecidos com Jesus:
Como uma qualidade imprescindível na Bíblia, ser manso, do grego praus, reflete um comportamento
controlado diante de situações de tensão. Jesus nos mostrou como isso se dá na prática quando foi crucificado
injustamente e, mesmo com poder para sair daquela cruz, suportou o sofrimento com mansidão. A qualquer
hora nosso Mestre poderia ter recusado Seu chamado, mas cada atitude de amor que teve foi voluntária.
Portanto, diferentemente da humildade, que é o reconhecimento do nosso lugar em Deus, a mansidão revela
quão controlados podem ser nossos instintos.
Entretanto, sermos mansos não quer dizer que seremos “bobos”, como muitos assim definem. Na verdade, o
limite entre o abuso e a mansidão fica no reconhecimento de nossa identidade. No instante em que entendemos
quais são os princípios do Reino que atuam sobre os filhos de Deus, somos capacitados com sabedoria pelo
Espírito Santo a tomarmos decisões radicais sem deixarmos de ser mansos. Logo, precisamos sempre estar
atentos à voz d’Ele para sabermos como agir segundo o caráter de Jesus:
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde
de coração; e achareis descanso para a vossa alma. (Mateus 11.29)
Nesse versículo, Jesus centraliza em si toda a nossa atenção para aprendermos a verdadeira humildade e
mansidão revelada pelos Seus atos. Conforme lemos os evangelhos, deixando que a vida de Cristo habite em
nosso íntimo, passamos a notar comportamentos que precisam ser apresentados diante do Pai para serem
santificados. Contudo, a transformação proveniente do Espírito não gera acusação ou cansaço, porque por
meio da graça fomos libertos de todas as correntes do Velho Homem.
Por isso, além da mansidão produzir efeitos no nosso interior, ela também é capaz de intervir em questões
problemáticas com soluções pacíficas, representando, assim, um fruto do Espírito Santo em nossas vidas:
4 HUMILDADE E MANSIDÃO
Diante do que lemos nesse texto, observamos que o fruto do Espírito é um só, mas assim como uma tangerina
possui vários gomos, ele também é formado por partes que, em sua totalidade, constituem o processo de
santificação. Cada parcela do fruto do Espírito já existe em nós, uma vez que fomos justificados. Basta, então,
desenvolvermos relacionamento com o Senhor para aprendermos a agir mediante a nova natureza em Cristo.
Embora não sejamos transformados instantaneamente, é o esforço diário pela busca de um caráter aprovado
que nos torna aptos a levar a glória de Deus aonde quer que formos:
Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça,
a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. (1 Timóteo 6.11)
Para finalizarmos a aula e pormos em prática o que aprendemos, responda às perguntas abaixo:
1. O que mudou no seu entendimento sobre humildade e mansidão depois desta aula?
5 HUMILDADE E MANSIDÃO
4. Por que a autoestima alta ou baixa não é uma avaliação saudável de comportamento?
7. Em qual área de sua vida você tem mais dificuldade em se manter manso? Por quê?
DESAFIO PESSOAL: Leia os capítulos 5, 6 e 7 do livro de Mateus e, com base neles, liste os versículos sobre humildade
e mansidão que você precisa alinhar em sua vida nesta semana.
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