O Homem Que Mordeu o Cão
O Homem Que Mordeu o Cão
O Homem Que Mordeu o Cão
Nuno Markl
Digitalização e Arranjo
Fátima Vieira
FICHA TÉCNICA
TÍTULO O HOMEM QUE MORDEU O CÃO
AUTOR NUNO MARKL
EDITOR TEXTO EDITORA
DESIGN GRÁFICO SECTOR CRIATIVO TEXTO Orlando Gaspar (capa e
projecto gráfico)
ILUSTRAÇÃO NUNO MARKL
PAGINAÇÃO SECTOR DE PAGINAÇÃO TEXTO
IMPOSIÇÃO E CHAPAS SECTOR DE ESTÚDIO GRÁFICO E MONTAGEM
TEXTO
IMPRESSÃO E ACABAMENTOS TEXTO EDITORA, LDA.
"O HOMEM QUE MORDEU O CÃO"
Marca registada da Rádio Comercial
© Rádio Comercial, 2002
MORADAS
LISBOA
Estrada de Paço Arcos, nº 66 e 66-A, 2735-336 CaCéM
Tel: 21 427 22 00
PORTO
Rua Damião de Gois, nº 45 4050-225 PORTO
COIMBRA
Quinta dos Militares - Casa da Meada, Armazém nº18
3040-583 ANTANHOL
ENDEREÇO POSTAL Apartado 237, 2736-955 CACEM CODEX
INTERNET
Home Page: www.TE.pt
E-mail: [email protected]
Prefácio
Esta é geralmente a parte do livro que é escrita por outra
pessoa que não o autor. Geralmente uma figura de renome,
muito mais renome que o autor. Dessa forma, o autor tenta
desesperadamente fazer passar a ideia que se dá francamente
bem com figuras de renome e, por isso, é um indivíduo
extremamente credível e com amigos famosos - e por isso
merecedor do seu dinheiro, senhor(a) leitor(a).
Meus amigos, há que desfazer o mito: todas as grandes
celebridades que aparecem a prefaciar obras de pessoas
deprimentes como eu, fazem-no porque há dinheiro para lhes
pagar. Muitas vezes para lhes pagar só o uso do nome na
assinatura. O leitor acha mesmo que há grandes vultos a
ouvir O Homem Que Mordeu o Cão? Se eu encontrasse algum
grande vulto disposto a assinar o prefácio deste livro, era
provável que ele fizesse apenas isso: assinar o estupor do
prefácio. O resto teria de ser escrito por alguém que
tivesse, de facto, ouvido alguma coisa d'O Homem Que Mordeu
o Cão - tipo eu. É por isso que, para poupar confusões e
perdas de tempo,
optei por assumir desde o início que esta nota prévia de
elogio ao autor é escrita pelo próprio autor. Uma vez que
fica mal fazermos elogios a nós próprios, vou mas é
explicar como é que tudo isto se passou.
Sou convocado para uma reunião com a direcção da Rádio
Comercial e a Texto Editora. «Queremos editar um livro d'O
Homem Que Mordeu o Cão. As melhores histórias reunidas num
volume».
Eu disse, «tudo bem» - e imediatamente perdi os sentidos,
caindo pesadamente no chão da sala de reuniões. A direcção
da Comercial e a Texto Editora optaram por marcar nova
reunião para daí a uma semana.
Uma semana depois, reconheço caras familiares na sala de
reuniões da rádio - pessoas da direcção da Comercial, sim,
mas outras que não consegui imediatamente identificar quem
seriam - eram da Texto Editora, disseram-me. «E o que faz a
Texto Editora aqui na Rádio Comercial?», questionei, jovial
e simpático - mesmo cativante.
«Eles querem editar o livro d'O Homem Que Mordeu o Cão»,
explicaram-me.
A reunião teve de ser adiada para daí a um mês - o tempo
previsto de recuperação, não por ter simplesmente perdido
os sentidos (nunca perco os sentidos por muito tempo), mas
por ter perdido os sentidos enquanto olhava pela janela -
aberta - da sala de reuniões, tendo caído de uma altura de
dois andares sobre um carro estacionado na rua Padre
António Vieira (mais tarde vim a saber que se tratava da
viatura de um dos administradores).
A cena repetiu-se mais algumas vezes ao longo de meses, até
os representantes da Texto Editora
terem finalmente descoberto que eu talvez não perdesse os
sentidos se recebesse a notícia do interesse deles em
editar o livro d'O Homem Que Mordeu o Cão não apenas
sentado, mas enquanto era esbofeteado repetidas vezes.
(Gente inteligente, a da Texto Editora - ou não fossem eles
os editores de todos aqueles famosos manuais escolares:
quem não se lembra de um M7? De um M8? Ou mesmo de um M9,
que fazem anualmente as delícias da petizada.)
Eu disse que aceitava o repto. Afinal de contas, não ia ser
difícil - pensei, no caminho para casa. Trata-se apenas de
escolher entre cerca de 12 000 notícias bizarras que contei
ao longo de cinco anos de vida d'O Homem Que Mordeu o Cão.
l2.000 não é um número muito mau. Há números piores, o caso
de um 79 537 221. Ou mesmo de um 354 667 998. 12.000 é
francamente aceitável, pensei.
O resultado da pesquisa, segura-o nas mãos o(a) amigo(a)
leitor(a). Longe de ser o best of que me foi encomendado
(mas alguém achava que eu ia mesmo seleccionar
criteriosamente as melhores histórias de entre l 2 000?
Está tudo louco?), foi feito com empenho e dedicação para
que se torne numa recordação palpável do espírito d'O Homem
Que Mordeu o Cão. Alguma coisa que o ouvinte possa guardar.
Algo que não seja efémero, ao contrário do som que brota de
uma telefonia e que se desintegra no ar a cada segundo.
(Sim, eu sei que é possível gravar as edições d'O Homem Que
Mordeu o Cão e ter como recordação igualmente palpável uma
série de cassetes ou de CDs - mas onde está a poesia do
objecto livro? Onde está o cheiro das páginas novas? A
surpresa de virar uma e outra página, em constante
descoberta?
As sessões de autógrafos nas grandes superfícies
comerciais?)
Ah sim, as sessões de autógrafos nas grandes superfícies
comerciais! Sempre invejei aqueles escritores cujo nome se
faz ouvir no sistema de som dos hipermercados, enquanto o
consumidor percorre as prateleiras da peixaria, em busca de
uns pargos para assar: «Lembramos os senhores clientes que
o escritor Nuno Markl se encontra a dar autógrafos do seu
último livro na zona Multimedia, junto à secção de Higiene
e Limpeza».
Sim! Quero fazer parte do fascinante mundo literário
nacional - exijo que o(a) amigo(a) leitor(a) atire,
confiante, este livro, para dentro do seu carrinho de
compras, entre embalagens de pensinhos diários e caixas de
esparregado congelado.
Muito e muito obrigado.
Nuno Markl Lisboa, Setembro de 2002
A vingança da barata
Foi isto o que se passou algures no Egipto, a terra onde
foram construídos esses prodígios absolutos que são as
pirâmides e a esfinge (obviamente que tudo isso foi há
muito, muito tempo): uma dona de casa encontra uma barata a
passear-se pelo apartamento. Depois de algumas horas de
luta e de gritos, a senhora consegue atirar o insecto para
dentro da sanita. Puxa o autoclismo. Mas ela quer assegurar-
se que a barata está mesmo morta e que, apesar de ter
levado com litradas de água em cima, não voltará a nadar
pelo sistema de canalizações, sedenta de vingança, e
regressar àquela casa-de-banho. Então a senhora pega numa
lata de um poderoso insecticida e esguicha uma boa dose do
mortífero produto para dentro da sanita.
Longe de imaginar toda esta saga, o marido da senhora chega
a casa após mais um dia de trabalho. Tal como muitos
homens, a celebração do fim de mais uma jornada é feita,
por este senhor, da maneira mais libertadora possível: ele
tem como objectivo sentar-se na sanita com o jornal do dia
e assim exorcizar não apenas todos os aborrecimentos das
horas de expediente, mas também o próprio almoço.
O senhor senta-se no trono de porcelana, começa a ler o
jornal - e decide fumar um cigarro. Ora, toda a gente sabe
que fumar faz mal. Sobretudo - e isto, infelizmente, não
vem referido nos maços de tabaco - quando se está sentado
numa sanita onde, minutos antes, foi espargida uma generosa
dose de insecticida. Quando este senhor deitou o cigarro
para dentro da pia, uma reacção explosiva aconteceu - e o
grito de dor, provocado pelo encontro entre chamas súbitas
e partes privadas, foi ouvido a quilómetros de distância.
A dedicada esposa e combatente anti-barata liga para o
equivalente egípcio do 112 e daí a pouco surgem enfermeiros
com uma maca. Quando os dois enfermeiros estão a
transportar o dorido senhor pela escada do prédio, não
conseguem resistir ao impacto da história que provocou o
acidente. Começam ambos a rir, ao ponto de não conseguirem
equilibrar a maca que transporta a vítima. Tudo cai pela
escada abaixo: um dos enfermeiros, a maca, o homem que há
cerca de meia-hora e sem saber como queimara boa parte dos
seus pêlos posteriores e que agora tinha ainda que lidar
com variadíssimas nódoas negras.
Longe dali, o riso sinistro de uma barata encharcada fazia-
se ouvir...
A redacção da vaca.
A história da redacção da vaca é um daqueles mitos urbanos
envolvidos em mistério - como boa parte das histórias que
passam pela mesa de trabalho d'O Homem Que Mordeu o Cão.
Num lugar surgem descritos certos pormenores de localização
e autoria que, noutro lugar, são já completamente
diferentes. Foi exactamente desta maneira que o caso chegou
às minhas mãos: como uma redacção escrita por um aluno
francês com uma mente algo... à deriva, digamos assim.
«O pássaro de que vos vou falar é o mocho. O mocho não vê
nada de dia, e à noite é mais cego que uma toupeira. Não
sei grande coisa do mocho, por isso vou continuar com outro
animal que vou escolher - a vaca.
A vaca é um mamífero. A vaca tem seis lados: o da direita,
o da esquerda, o de cima, o de baixo, o de trás, que tem um
rabo, o qual tem um pincel pendurado. Com este pincel
espantam-se as moscas para que não caiam no leite. A cabeça
serve para que lhe saiam cornos e também porque a boca tem
de estar nalgum lado. Os cornos são para a vaca combater
com eles. Pela parte de baixo tem leite, está equipada para
que se possa ordenhar. Quando se ordenha, o leite vem e não
pára nunca. Como é que se desenrasca, a vaca? Nunca
compreendi, mas o leite sai cada vez com mais abundância.
O marido da vaca é o boi. O boi é um mamífero. A vaca não
come muito, mas o que come, come duas vezes, ou seja: já
tem bastante. Quando tem fome, muge; quando não diz nada, é
porque está cheia de erva por dentro. As suas patas chegam
ao chão. A vaca tem o olfacto muito desenvolvido, pelo que
se pode cheirá-la desde muito longe.
É por isso que o ar do campo é tão puro.»
86
E A MENÇÃO HONROSA VAI PARA...
O Casamento
Esta foi uma das primeiras histórias bizarras enviadas por
ouvintes para o chamado «e-mail da moda» (para quem ainda
não sabe, [email protected], um correio electrónico
à vossa disposição) e hoje não tem o mesmo impacto, uma vez
que continua incessantemente a circular de mailing list em
mailing list e quase toda a gente a sabe de cor - sendo só
superada pela maldita história do assentador de tijolos de
Cascais, que neste momento ainda estou a pensar se irei
incluir ou não neste compêndio.
Esta história do casamento na Carolina do Sul, EUA, é um
pequeno prodígio de requinte de malvadez em plena desgraça
e lembro-me que, quando nos idos de 98 se pensou em fazer
uma versão televisiva d'O Homem Que Mordeu o Cão (num
magazine da RTP apresentado pela Margarida Pinto Correia e
o Diogo Infante que nunca chegou a concretizar-se), esta
história foi incluída num episódio--piloto que constituiu a
minha atrapalhada e deprimente estreia televisiva - que,
felizmente, ninguém chegou a ver (ao contrário do que
aconteceu, mais tarde, com o programa Sem Filtro, que
chegou a ser visto por cerca de sete pessoas).
«300 convidados assistem a um casamento algures na Carolina
do Sul. Depois da cerimónia, o noivo pede licença para
subir ao palco e dizer umas palavras ao microfone. Agradece
a todos terem vindo, muitos deles de muito longe, para
assistir ao casamento; agradece de maneira particularmente
tocante ao sogro, por ter montado e pago uma festa tão
catita. E diz ainda que, como retribuição pela presença de
tanta gente bonita e simpática naquela festa, todos iriam
ter direito a uma pequena prendinha, que poderia ser
encontrada debaixo das várias cadeiras dos convidados.
De facto, colados com fita-cola em todas as cadeiras,
estavam delicados envelopes contendo a tal lembrança.
Sorridentes, com aquela expressão típica de 'deixa cá ver o
que este maluco esteve para aqui a arranjar', as pessoas
começam a abrir os envelopes - e, aos poucos, a expressão
dos convidados vai mudando; os sorrisos vão desaparecendo;
o choque toma conta deles.
Dentro de cada um dos envelopes estava a fotografia do
padrinho de casamento do noivo a ter relações sexuais...
com a noiva.
Acontece que, semanas, antes, o noivo já andava desconfiado
de que existia alguma coisa entre a sua futura mulher e o
seu melhor amigo. E contratou um detective para descobrir
se era verdade ou não e, muito importante, trazer provas
concretas da situação. O detective tirou comprometedoras e
explícitas fotografias que agora podiam ser vistas pelos
300 incrédulos convidados da cerimónia.
Um silêncio arrepiante caiu na sala, tendo sido
interrompido pelo noivo, que continuava sorridente em
frente ao microfone. Ele disse: 'Divirtam-se, tenham uma
boa festa' e saiu dali de cabeça erguida. A vingança estava
consumada...»
E PARA QUE NÃO DIGAM QUE EM PORTUGAL NÃO ACONTECEM COISAS
BIZARRAS DIGNAS DE FIGURAR N'O HOMEM QUE MORDEU O CÃO...
...eis a história de Zé Bomba. Melhor que uma história
bizarra passada em Portugal e noticiada em todos os
jornais, só mesmo um exclusivo d'O Homem Que Mordeu o Cão,
enviado para a Comercial por um ouvinte que assinava
simplesmente Bomb Jack. Ele narrava a história inesquecível
do seu amigo Zé Bomba, indivíduo que acabou por se tornar
numa figura de culto dos ouvintes da rubrica. Reparem bem
nisto:
«A história que vou contar é verídica, daí o meu anonimato.
Espero que compreendam. Um rapaz em plena fase da
puberdade, decidiu certo dia ir à pesca. Como não tinha
chumbo para colocar na linha, decidiu procurar lá por casa.
Procurou, procurou, até que encontrou aquilo que parecia
ser uma velha granada - imaginem! - cheia de chumbo. Para
fazer chumbadas. Havia, portanto, que derreter toda aquela
quantidade de chumbo. Assim fez ele: colocou a granada a
derreter dentro de uma panela no fogão, ao lume. Saiu à
procura de isco no quintal, quando de repente: BUUM! Enorme
estardalhaço provocado pelo rebentamento da granada que,
afinal, não estava desactivada. Escusado será dizer que a
cozinha ficou parcialmente destruída.
Agora imaginem a cara da mãe do rapaz quando chegou a casa
e deparou com aquele cenário de destruição. Ela perguntou-
lhe o que se tinha passado, ao que o pobre rapaz respondeu:
'Foi o leite, derramou-se'.
Até hoje, este rapaz é conhecido como Zé Bomba. Um abraço
para o Zé se estiver a ler ou a ouvir isto. Espero que
compreendam o meu anonimato, e não, não sou eu a dita
personagem.
Bomb Jack»
É obviamente deste material que são feitas as lendas. De
qualquer forma, aconselho a que não tentem fazer isto em
casa. Aliás - e que fique já explícito nas primeiras
páginas deste livro - não tentem fazer em casa praticamente
nada do que vem descrito neste livro. É possível que muitas
das coisas que aqui estão descritas sejam espectaculares e
aparatosas; é possível que visualmente proporcionem um belo
e inolvidável momento e até uma fortíssima satisfação
pessoal, mas eu não quero ser processado por pais furiosos
que me vejam da mesma maneira que um ouvinte que me
telefonou para a Rádio Comercial no fim de uma edição d' O
Homem Que Mordeu o Cão, há alguns anos, e me acusou,
zangado, de eu estar a «destruir a civilização» que ele
ajudara a erigir. Se há coisa por que tenho respeito é pelo
trabalho que dá erigir o que quer que seja - e uma
civilização é coisa para ainda ser pesadinha. Longe de mim,
por isso, querer destruir o que quer que seja. Deus me
livre. A sério. Estou-vos a dizer.
...E AGORA, UMA VERDADEIRA
ORGIA DE HISTÓRIAS QUE PASSARAM
N'O HOMEM QUE MORDEU O CÃO
(Feche os olhos, imagine que a música de fundo d'O Homem
Que Mordeu o Cão está a tocar e... Espere, pensando melhor,
é aconselhável abrir os olhos, porque senão não vai
conseguir ler o livro.
Esqueça. Esqueça esta parvoíce de fechar os olhos e
imaginar a música e comece mas é a ler.)
«Hoje em dia é tudo uma correria. Mas no meio desta
correria pode haver ainda tempo para nos dedicarmos a um
pouco de arte. Que o diga a Virgem Maria que, de acordo com
uma mulher da Louisiana chamada Rose Holland, lhe aparece
em casa frei vezes por semana e lhe dita, a correr, vários
poemas. Tão a correr que, segundo Rose, já por várias vezes
ela teve de pedir à Virgem para que falasse mais devagar.
Ainda segundo Rose, a Virgem terá respondido que não tinha
tempo, pois tinha muitos negócios a tratar. Pois é... Às
vezes a gente não pensa no que não deve ser a vida de um
ente divino - sobretudo porque têm de estar em todo o lado
ao mesmo tempo, o que não é para qualquer um.
Rose Holland diz agora que vai editar em livro os poemas
que a Virgem lhe dita. Esperemos que o faça com o
consentimento da autora, porque eu imagino o que não devem
ser os advogados dela.»
«Em 1995, uma noiva francesa foi presa em pleno copo de
água por esfaquear o marido - precisamente com a faca que
tinha sido usada minutos antes para cortar o bolo de noiva.
Este foi um dos casamentos mais rápidos da história, uma
vez que eles se desentenderam ainda durante o copo de água.
Saltaram uma série de episódios e pouparam imenso tempo - é
certo que foi chato para o noivo ter sido esfaqueado,
porque é uma coisa que aleija, além de que o fato ficou
todo sujo não apenas de sangue mas também de creme do bolo,
que custa tanto a tirar. Mas por outro lado poupou-se
imenso tempo. O casamento acabou logo ali, horas depois de
ter acontecido.»
«Um casamento fracassado clássico aconteceu nos idos de
1867, em Turim. A Princesa Maria dei Pozzo della Cisterna
nunca se esqueceu do dia do seu casamento com o Duque
D'Aosta, Amadeo, filho do Rei de Itália. No dia do
casamento, o que aconteceu - para além do casamento - foi
isto:
A costureira da noiva enforcou-se;
O guarda do palácio cortou a sua própria garganta.
O coronel que liderava a procissão do casamento colapsou
com uma insolação;
O condutor da carruagem dos noivos morreu esmagado pelas
rodas da dita carruagem;
O escudeiro do Rei morreu ao cair do cavalo;
O padrinho suicidou-se com um tiro;
De resto, correu tudo bem...»
«Do Japão chega uma notícia inquietante para os maridos que
traem as mulheres: agora está disponível nu mercado japonês
um spray que serve para detectar infidelidades conjugais.
Tudo o que a mulher tem de fazer é, assim que o marido
chega a casa, pedir-lhe as cuecas, depois é só borrifar as
cuecas com o spray, esperar uns segundos e, se houver
vestígios de sémen, eles ficarão destacados em atractivas
cores fluorescentes. O spray detecta o mais pequeno
vestígio.
Assim que foi posto no mercado, o S-Check foi um êxito:
está a vender-se às 200 latas por mês, a 35 mil ienes cada
(cerca de 2500 euros). Imaginem as incríveis cenas de vida
conjugal proporcionadas pela presença desta latinha de
spray na vida de tantos casais:
- Takeshi, tira as cuecas se fazes favor.
- Mas ó querida..."
- Tiras as cuecas se fazes favor, Takeshi Manuel.
- Mas ó querida, eu estive numa reunião.
- Tiras as cuecas e já!
- Pronto... Está bem...
- PSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSST!
Data da Digitalização
Linda-A-Velha, Março de 2003