O Homem Que Mordeu o Cão

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O HOMEM QUE MORDEU O CÃO

Nuno Markl

Digitalização e Arranjo
Fátima Vieira

FICHA TÉCNICA
TÍTULO O HOMEM QUE MORDEU O CÃO
AUTOR NUNO MARKL
EDITOR TEXTO EDITORA
DESIGN GRÁFICO SECTOR CRIATIVO TEXTO Orlando Gaspar (capa e
projecto gráfico)
ILUSTRAÇÃO NUNO MARKL
PAGINAÇÃO SECTOR DE PAGINAÇÃO TEXTO
IMPOSIÇÃO E CHAPAS SECTOR DE ESTÚDIO GRÁFICO E MONTAGEM
TEXTO
IMPRESSÃO E ACABAMENTOS TEXTO EDITORA, LDA.
"O HOMEM QUE MORDEU O CÃO"
Marca registada da Rádio Comercial
© Rádio Comercial, 2002
MORADAS
LISBOA
Estrada de Paço Arcos, nº 66 e 66-A, 2735-336 CaCéM
Tel: 21 427 22 00
PORTO
Rua Damião de Gois, nº 45 4050-225 PORTO
COIMBRA
Quinta dos Militares - Casa da Meada, Armazém nº18
3040-583 ANTANHOL
ENDEREÇO POSTAL Apartado 237, 2736-955 CACEM CODEX
INTERNET
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Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta


obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.
sem o consentimento escrito da Editora, abrangendo esta
proibição o texto, a ilustração e o arranjo gráfico. A
violação destas regras será passível de procedimento
judicial, de acordo com o estipulado no Código do Direito
de Autor e dos Direitos Conexos.
Lisboa. Dezembro de 2002 1ª Edição
Texto Editora
www.TE.pt

Prefácio
Esta é geralmente a parte do livro que é escrita por outra
pessoa que não o autor. Geralmente uma figura de renome,
muito mais renome que o autor. Dessa forma, o autor tenta
desesperadamente fazer passar a ideia que se dá francamente
bem com figuras de renome e, por isso, é um indivíduo
extremamente credível e com amigos famosos - e por isso
merecedor do seu dinheiro, senhor(a) leitor(a).
Meus amigos, há que desfazer o mito: todas as grandes
celebridades que aparecem a prefaciar obras de pessoas
deprimentes como eu, fazem-no porque há dinheiro para lhes
pagar. Muitas vezes para lhes pagar só o uso do nome na
assinatura. O leitor acha mesmo que há grandes vultos a
ouvir O Homem Que Mordeu o Cão? Se eu encontrasse algum
grande vulto disposto a assinar o prefácio deste livro, era
provável que ele fizesse apenas isso: assinar o estupor do
prefácio. O resto teria de ser escrito por alguém que
tivesse, de facto, ouvido alguma coisa d'O Homem Que Mordeu
o Cão - tipo eu. É por isso que, para poupar confusões e
perdas de tempo,
optei por assumir desde o início que esta nota prévia de
elogio ao autor é escrita pelo próprio autor. Uma vez que
fica mal fazermos elogios a nós próprios, vou mas é
explicar como é que tudo isto se passou.
Sou convocado para uma reunião com a direcção da Rádio
Comercial e a Texto Editora. «Queremos editar um livro d'O
Homem Que Mordeu o Cão. As melhores histórias reunidas num
volume».
Eu disse, «tudo bem» - e imediatamente perdi os sentidos,
caindo pesadamente no chão da sala de reuniões. A direcção
da Comercial e a Texto Editora optaram por marcar nova
reunião para daí a uma semana.
Uma semana depois, reconheço caras familiares na sala de
reuniões da rádio - pessoas da direcção da Comercial, sim,
mas outras que não consegui imediatamente identificar quem
seriam - eram da Texto Editora, disseram-me. «E o que faz a
Texto Editora aqui na Rádio Comercial?», questionei, jovial
e simpático - mesmo cativante.
«Eles querem editar o livro d'O Homem Que Mordeu o Cão»,
explicaram-me.
A reunião teve de ser adiada para daí a um mês - o tempo
previsto de recuperação, não por ter simplesmente perdido
os sentidos (nunca perco os sentidos por muito tempo), mas
por ter perdido os sentidos enquanto olhava pela janela -
aberta - da sala de reuniões, tendo caído de uma altura de
dois andares sobre um carro estacionado na rua Padre
António Vieira (mais tarde vim a saber que se tratava da
viatura de um dos administradores).
A cena repetiu-se mais algumas vezes ao longo de meses, até
os representantes da Texto Editora
terem finalmente descoberto que eu talvez não perdesse os
sentidos se recebesse a notícia do interesse deles em
editar o livro d'O Homem Que Mordeu o Cão não apenas
sentado, mas enquanto era esbofeteado repetidas vezes.
(Gente inteligente, a da Texto Editora - ou não fossem eles
os editores de todos aqueles famosos manuais escolares:
quem não se lembra de um M7? De um M8? Ou mesmo de um M9,
que fazem anualmente as delícias da petizada.)
Eu disse que aceitava o repto. Afinal de contas, não ia ser
difícil - pensei, no caminho para casa. Trata-se apenas de
escolher entre cerca de 12 000 notícias bizarras que contei
ao longo de cinco anos de vida d'O Homem Que Mordeu o Cão.
l2.000 não é um número muito mau. Há números piores, o caso
de um 79 537 221. Ou mesmo de um 354 667 998. 12.000 é
francamente aceitável, pensei.
O resultado da pesquisa, segura-o nas mãos o(a) amigo(a)
leitor(a). Longe de ser o best of que me foi encomendado
(mas alguém achava que eu ia mesmo seleccionar
criteriosamente as melhores histórias de entre l 2 000?
Está tudo louco?), foi feito com empenho e dedicação para
que se torne numa recordação palpável do espírito d'O Homem
Que Mordeu o Cão. Alguma coisa que o ouvinte possa guardar.
Algo que não seja efémero, ao contrário do som que brota de
uma telefonia e que se desintegra no ar a cada segundo.
(Sim, eu sei que é possível gravar as edições d'O Homem Que
Mordeu o Cão e ter como recordação igualmente palpável uma
série de cassetes ou de CDs - mas onde está a poesia do
objecto livro? Onde está o cheiro das páginas novas? A
surpresa de virar uma e outra página, em constante
descoberta?
As sessões de autógrafos nas grandes superfícies
comerciais?)
Ah sim, as sessões de autógrafos nas grandes superfícies
comerciais! Sempre invejei aqueles escritores cujo nome se
faz ouvir no sistema de som dos hipermercados, enquanto o
consumidor percorre as prateleiras da peixaria, em busca de
uns pargos para assar: «Lembramos os senhores clientes que
o escritor Nuno Markl se encontra a dar autógrafos do seu
último livro na zona Multimedia, junto à secção de Higiene
e Limpeza».
Sim! Quero fazer parte do fascinante mundo literário
nacional - exijo que o(a) amigo(a) leitor(a) atire,
confiante, este livro, para dentro do seu carrinho de
compras, entre embalagens de pensinhos diários e caixas de
esparregado congelado.
Muito e muito obrigado.
Nuno Markl Lisboa, Setembro de 2002

PERGUNTAS FREQUENTEMENTE COLOCADAS SOBRE O HOMEM QUE MORDEU


O CÃO
(aquilo a que na Internet, e de uma forma muito coo/, se
chama FAQs)
Uma das coisas catitas de se ter uma rubrica radiofónica de
culto é a possibilidade de termos as nossas próprias FAQ-
as pomposamente chamadas Frequently Asked Ques-tions.
Geralmente é uma vasta lista de questões mais ou menos
pertinentes, populares em sites da Internet, que rodeiam o
fenómeno de culto em causa e que - pensei eu quando estava
a planear este canhenho - me iriam ocupar pelo menos umas
dez páginas e emprestar a tudo isto uma credibilidade e uma
coolness incomparáveis.
No entanto, feitas as contas, cheguei à conclusão que, ao
contrário do que acontece com outras coisas de culto como a
série Ficheiros Secretos, as FAQ d'O Homem Que Mordeu o Cão
não constituem uma lista lá MUITO vasta. Nem sequer uma
lista mais ou menos longa, mas sim uma lista francamente
pequena de apenas três questões. Por mais voltas que desse
à cabeça, ia sempre parar a s três miseráveis questões, mas
pensei que antes ter
três do que nenhuma (afinal de contas, quantas FAQs terá,
por exemplo, Marques Mendes?) e decidi assim mesmo colocá-
las aqui.
l. Como se escreve o apelido do autor d'O Homem Que Mordeu
o Cão?
M-A-R-K-L.
2. Onde raio é que o Nuno Marques/ Marco/ Martel foi buscar
o título da rubrica?
É um ensinamento básico do jornalismo levado ao extremo.
Quando estamos a aprender o ofício dizem-nos que não é
notícia quando um cão morde num homem, mas sim quando um
homem morde num cão.
3. O Nuno Marte/ Marvin/ Matos cheira mesmo mal dos pés?
Na verdade, não. Ele tentou simplesmente começar um mito e,
para mal dos seus pecados, perdeu o controlo da coisa. Pelo
contrário, o mito que tentou lançar há anos sobre o imenso
tamanho da sua masculinidade nunca chegou a pegar.
E é isto, em termos das questões mais frequentemente
colocadas. Há uma outra que me é frequentemente colocada e
que é «O que é que estás a fazer, imbecil?». No entanto,
optei por não a juntar a estas porque não tem a ver
directamente com O Homem Que Mordeu o Cão - essa questão é
geralmente colocada quando eu começo a dançar ao som dos KC
and the Sunshine Band. Por alguma razão, as pessoas não
levam a sério o meu talento para a dança. Nas imortais
palavras de Mr. T, o não menos imortal actor de Soldados da
Fortuna e Rocky III, «sinto pena desses idiotas».

GLOSSÁRIO OFICIAL D'O HOMEM QUE MORDEU O CÃO


Ao longo dos cinco anos de vida d'O Homem Que Mordeu o Cão,
várias foram as palavras e expressões que se tornaram
recorrentes e que, qual pasta medicinal Couto, passaram a
andar na boca de toda a gente - o que, convenhamos, é uma
porcaria. Seja como for, aqui fica uma selecção do
glossário que todos os estreantes no universo do Cão têm de
aprender. Ensinem-no aos vossos petizes, nem que seja à
força.
Enormes Seios - Não há muito para dizer; a expressão acaba
por explicar-se a si própria e refere-se, de facto, a
mulheres que tenham esse tipo de glândulas mamarias. A
reter aqui é o facto desta expressão ter de ser dita aos
gritos sem excepção.
Pièce de Resistance - É francês. Chamamos isto ao pequeno
pormenor no fim de uma história bizarra de que ninguém está
à espera, mas que é de um requinte de malvadez extremo.
Podíamos não usar esta expressão, ou podíamos usar o bem
mais português «peça de resistência», mas usamos isto por
puro pretensiosismo.
Iztúpidos (não confundir com «estúpidos») - Designação pela
qual são conhecidos os protagonistas de histórias d'0 Homem
Que Mordeu o Cão que levam a cabo feitos realmente
inacreditáveis e inéditos; designação que, mais tarde, os
ouvintes d'O Homem Que Mordeu o Cão adoptaram para si
próprios - e também para o autor da rubrica.
Desbloqueadores de Conversa - Preciosas frases que podem
ser usadas em locais de silêncio confrangedor como
elevadores. Mais à frente, neste livro, elas serão
explicadas ao pormenor.
A Maior invenção Desde a Roda - Todas as grandes e
históricas invenções que vão passando pel'O Homem Que
Mordeu o Cão, tais como... Não me ocorre neste momento
nenhuma.
Dallas - Sempre que, por alguma razão, a palavra «Dálias» é
proferida, o tema da famosa série TV é trauteado a seguir.

AS HISTÓRIAS, PROPRIAMENTE DITAS


(Finalmente ilustradas pelo autor da rubrica)

OS DOIS MAIORES CLÁSSICOS DE SEMPRE


Tinha mesmo que inaugurar o livro d'O Homem Que Mordeu o
Cão com as duas histórias que, feitas as contas, analisado
o impacto junto dos ouvintes, acabaram por revelar-se um
dos maiores pares de clássicos da História da Rádio
(depois, é claro, do par de clássicos de Pamela Anderson
quando foi ao programa de rádio de Howard Stern e cá está a
primeira piada baixa deste livro). Uma lida com a desgraça
de um homem egípcio; a outra com uma famosa redacção sobre
uma vaca.
Já que falamos em vacas, O Homem Que Mordeu o Cão foi
também a rubrica onde o mais inovador conceito de televisão
nasceu, embora nenhuma das televisões nacionais lhe tenha
pegado. Chamava-se Cow Police e narrava, num tom algures
entre A Balada de Hill Street e TV Rural, as investigações
de uma força policial encarregada de resolver mistérios do
crime envolvendo bovinos. Confesso que Md altura fiquei um
pouco magoado com a indiferença a que fui votado pelas
direcções das televisões, mas agora já tudo passou. Não
querem, não querem. Já passou A sério.

A vingança da barata
Foi isto o que se passou algures no Egipto, a terra onde
foram construídos esses prodígios absolutos que são as
pirâmides e a esfinge (obviamente que tudo isso foi há
muito, muito tempo): uma dona de casa encontra uma barata a
passear-se pelo apartamento. Depois de algumas horas de
luta e de gritos, a senhora consegue atirar o insecto para
dentro da sanita. Puxa o autoclismo. Mas ela quer assegurar-
se que a barata está mesmo morta e que, apesar de ter
levado com litradas de água em cima, não voltará a nadar
pelo sistema de canalizações, sedenta de vingança, e
regressar àquela casa-de-banho. Então a senhora pega numa
lata de um poderoso insecticida e esguicha uma boa dose do
mortífero produto para dentro da sanita.
Longe de imaginar toda esta saga, o marido da senhora chega
a casa após mais um dia de trabalho. Tal como muitos
homens, a celebração do fim de mais uma jornada é feita,
por este senhor, da maneira mais libertadora possível: ele
tem como objectivo sentar-se na sanita com o jornal do dia
e assim exorcizar não apenas todos os aborrecimentos das
horas de expediente, mas também o próprio almoço.
O senhor senta-se no trono de porcelana, começa a ler o
jornal - e decide fumar um cigarro. Ora, toda a gente sabe
que fumar faz mal. Sobretudo - e isto, infelizmente, não
vem referido nos maços de tabaco - quando se está sentado
numa sanita onde, minutos antes, foi espargida uma generosa
dose de insecticida. Quando este senhor deitou o cigarro
para dentro da pia, uma reacção explosiva aconteceu - e o
grito de dor, provocado pelo encontro entre chamas súbitas
e partes privadas, foi ouvido a quilómetros de distância.
A dedicada esposa e combatente anti-barata liga para o
equivalente egípcio do 112 e daí a pouco surgem enfermeiros
com uma maca. Quando os dois enfermeiros estão a
transportar o dorido senhor pela escada do prédio, não
conseguem resistir ao impacto da história que provocou o
acidente. Começam ambos a rir, ao ponto de não conseguirem
equilibrar a maca que transporta a vítima. Tudo cai pela
escada abaixo: um dos enfermeiros, a maca, o homem que há
cerca de meia-hora e sem saber como queimara boa parte dos
seus pêlos posteriores e que agora tinha ainda que lidar
com variadíssimas nódoas negras.
Longe dali, o riso sinistro de uma barata encharcada fazia-
se ouvir...

A redacção da vaca.
A história da redacção da vaca é um daqueles mitos urbanos
envolvidos em mistério - como boa parte das histórias que
passam pela mesa de trabalho d'O Homem Que Mordeu o Cão.
Num lugar surgem descritos certos pormenores de localização
e autoria que, noutro lugar, são já completamente
diferentes. Foi exactamente desta maneira que o caso chegou
às minhas mãos: como uma redacção escrita por um aluno
francês com uma mente algo... à deriva, digamos assim.
«O pássaro de que vos vou falar é o mocho. O mocho não vê
nada de dia, e à noite é mais cego que uma toupeira. Não
sei grande coisa do mocho, por isso vou continuar com outro
animal que vou escolher - a vaca.
A vaca é um mamífero. A vaca tem seis lados: o da direita,
o da esquerda, o de cima, o de baixo, o de trás, que tem um
rabo, o qual tem um pincel pendurado. Com este pincel
espantam-se as moscas para que não caiam no leite. A cabeça
serve para que lhe saiam cornos e também porque a boca tem
de estar nalgum lado. Os cornos são para a vaca combater
com eles. Pela parte de baixo tem leite, está equipada para
que se possa ordenhar. Quando se ordenha, o leite vem e não
pára nunca. Como é que se desenrasca, a vaca? Nunca
compreendi, mas o leite sai cada vez com mais abundância.
O marido da vaca é o boi. O boi é um mamífero. A vaca não
come muito, mas o que come, come duas vezes, ou seja: já
tem bastante. Quando tem fome, muge; quando não diz nada, é
porque está cheia de erva por dentro. As suas patas chegam
ao chão. A vaca tem o olfacto muito desenvolvido, pelo que
se pode cheirá-la desde muito longe.
É por isso que o ar do campo é tão puro.»
86
E A MENÇÃO HONROSA VAI PARA...
O Casamento
Esta foi uma das primeiras histórias bizarras enviadas por
ouvintes para o chamado «e-mail da moda» (para quem ainda
não sabe, [email protected], um correio electrónico
à vossa disposição) e hoje não tem o mesmo impacto, uma vez
que continua incessantemente a circular de mailing list em
mailing list e quase toda a gente a sabe de cor - sendo só
superada pela maldita história do assentador de tijolos de
Cascais, que neste momento ainda estou a pensar se irei
incluir ou não neste compêndio.
Esta história do casamento na Carolina do Sul, EUA, é um
pequeno prodígio de requinte de malvadez em plena desgraça
e lembro-me que, quando nos idos de 98 se pensou em fazer
uma versão televisiva d'O Homem Que Mordeu o Cão (num
magazine da RTP apresentado pela Margarida Pinto Correia e
o Diogo Infante que nunca chegou a concretizar-se), esta
história foi incluída num episódio--piloto que constituiu a
minha atrapalhada e deprimente estreia televisiva - que,
felizmente, ninguém chegou a ver (ao contrário do que
aconteceu, mais tarde, com o programa Sem Filtro, que
chegou a ser visto por cerca de sete pessoas).
«300 convidados assistem a um casamento algures na Carolina
do Sul. Depois da cerimónia, o noivo pede licença para
subir ao palco e dizer umas palavras ao microfone. Agradece
a todos terem vindo, muitos deles de muito longe, para
assistir ao casamento; agradece de maneira particularmente
tocante ao sogro, por ter montado e pago uma festa tão
catita. E diz ainda que, como retribuição pela presença de
tanta gente bonita e simpática naquela festa, todos iriam
ter direito a uma pequena prendinha, que poderia ser
encontrada debaixo das várias cadeiras dos convidados.
De facto, colados com fita-cola em todas as cadeiras,
estavam delicados envelopes contendo a tal lembrança.
Sorridentes, com aquela expressão típica de 'deixa cá ver o
que este maluco esteve para aqui a arranjar', as pessoas
começam a abrir os envelopes - e, aos poucos, a expressão
dos convidados vai mudando; os sorrisos vão desaparecendo;
o choque toma conta deles.
Dentro de cada um dos envelopes estava a fotografia do
padrinho de casamento do noivo a ter relações sexuais...
com a noiva.
Acontece que, semanas, antes, o noivo já andava desconfiado
de que existia alguma coisa entre a sua futura mulher e o
seu melhor amigo. E contratou um detective para descobrir
se era verdade ou não e, muito importante, trazer provas
concretas da situação. O detective tirou comprometedoras e
explícitas fotografias que agora podiam ser vistas pelos
300 incrédulos convidados da cerimónia.
Um silêncio arrepiante caiu na sala, tendo sido
interrompido pelo noivo, que continuava sorridente em
frente ao microfone. Ele disse: 'Divirtam-se, tenham uma
boa festa' e saiu dali de cabeça erguida. A vingança estava
consumada...»
E PARA QUE NÃO DIGAM QUE EM PORTUGAL NÃO ACONTECEM COISAS
BIZARRAS DIGNAS DE FIGURAR N'O HOMEM QUE MORDEU O CÃO...
...eis a história de Zé Bomba. Melhor que uma história
bizarra passada em Portugal e noticiada em todos os
jornais, só mesmo um exclusivo d'O Homem Que Mordeu o Cão,
enviado para a Comercial por um ouvinte que assinava
simplesmente Bomb Jack. Ele narrava a história inesquecível
do seu amigo Zé Bomba, indivíduo que acabou por se tornar
numa figura de culto dos ouvintes da rubrica. Reparem bem
nisto:
«A história que vou contar é verídica, daí o meu anonimato.
Espero que compreendam. Um rapaz em plena fase da
puberdade, decidiu certo dia ir à pesca. Como não tinha
chumbo para colocar na linha, decidiu procurar lá por casa.
Procurou, procurou, até que encontrou aquilo que parecia
ser uma velha granada - imaginem! - cheia de chumbo. Para
fazer chumbadas. Havia, portanto, que derreter toda aquela
quantidade de chumbo. Assim fez ele: colocou a granada a
derreter dentro de uma panela no fogão, ao lume. Saiu à
procura de isco no quintal, quando de repente: BUUM! Enorme
estardalhaço provocado pelo rebentamento da granada que,
afinal, não estava desactivada. Escusado será dizer que a
cozinha ficou parcialmente destruída.
Agora imaginem a cara da mãe do rapaz quando chegou a casa
e deparou com aquele cenário de destruição. Ela perguntou-
lhe o que se tinha passado, ao que o pobre rapaz respondeu:
'Foi o leite, derramou-se'.
Até hoje, este rapaz é conhecido como Zé Bomba. Um abraço
para o Zé se estiver a ler ou a ouvir isto. Espero que
compreendam o meu anonimato, e não, não sou eu a dita
personagem.
Bomb Jack»
É obviamente deste material que são feitas as lendas. De
qualquer forma, aconselho a que não tentem fazer isto em
casa. Aliás - e que fique já explícito nas primeiras
páginas deste livro - não tentem fazer em casa praticamente
nada do que vem descrito neste livro. É possível que muitas
das coisas que aqui estão descritas sejam espectaculares e
aparatosas; é possível que visualmente proporcionem um belo
e inolvidável momento e até uma fortíssima satisfação
pessoal, mas eu não quero ser processado por pais furiosos
que me vejam da mesma maneira que um ouvinte que me
telefonou para a Rádio Comercial no fim de uma edição d' O
Homem Que Mordeu o Cão, há alguns anos, e me acusou,
zangado, de eu estar a «destruir a civilização» que ele
ajudara a erigir. Se há coisa por que tenho respeito é pelo
trabalho que dá erigir o que quer que seja - e uma
civilização é coisa para ainda ser pesadinha. Longe de mim,
por isso, querer destruir o que quer que seja. Deus me
livre. A sério. Estou-vos a dizer.
...E AGORA, UMA VERDADEIRA
ORGIA DE HISTÓRIAS QUE PASSARAM
N'O HOMEM QUE MORDEU O CÃO
(Feche os olhos, imagine que a música de fundo d'O Homem
Que Mordeu o Cão está a tocar e... Espere, pensando melhor,
é aconselhável abrir os olhos, porque senão não vai
conseguir ler o livro.
Esqueça. Esqueça esta parvoíce de fechar os olhos e
imaginar a música e comece mas é a ler.)
«Hoje em dia é tudo uma correria. Mas no meio desta
correria pode haver ainda tempo para nos dedicarmos a um
pouco de arte. Que o diga a Virgem Maria que, de acordo com
uma mulher da Louisiana chamada Rose Holland, lhe aparece
em casa frei vezes por semana e lhe dita, a correr, vários
poemas. Tão a correr que, segundo Rose, já por várias vezes
ela teve de pedir à Virgem para que falasse mais devagar.
Ainda segundo Rose, a Virgem terá respondido que não tinha
tempo, pois tinha muitos negócios a tratar. Pois é... Às
vezes a gente não pensa no que não deve ser a vida de um
ente divino - sobretudo porque têm de estar em todo o lado
ao mesmo tempo, o que não é para qualquer um.
Rose Holland diz agora que vai editar em livro os poemas
que a Virgem lhe dita. Esperemos que o faça com o
consentimento da autora, porque eu imagino o que não devem
ser os advogados dela.»
«Em 1995, uma noiva francesa foi presa em pleno copo de
água por esfaquear o marido - precisamente com a faca que
tinha sido usada minutos antes para cortar o bolo de noiva.
Este foi um dos casamentos mais rápidos da história, uma
vez que eles se desentenderam ainda durante o copo de água.
Saltaram uma série de episódios e pouparam imenso tempo - é
certo que foi chato para o noivo ter sido esfaqueado,
porque é uma coisa que aleija, além de que o fato ficou
todo sujo não apenas de sangue mas também de creme do bolo,
que custa tanto a tirar. Mas por outro lado poupou-se
imenso tempo. O casamento acabou logo ali, horas depois de
ter acontecido.»
«Um casamento fracassado clássico aconteceu nos idos de
1867, em Turim. A Princesa Maria dei Pozzo della Cisterna
nunca se esqueceu do dia do seu casamento com o Duque
D'Aosta, Amadeo, filho do Rei de Itália. No dia do
casamento, o que aconteceu - para além do casamento - foi
isto:
A costureira da noiva enforcou-se;
O guarda do palácio cortou a sua própria garganta.
O coronel que liderava a procissão do casamento colapsou
com uma insolação;
O condutor da carruagem dos noivos morreu esmagado pelas
rodas da dita carruagem;
O escudeiro do Rei morreu ao cair do cavalo;
O padrinho suicidou-se com um tiro;
De resto, correu tudo bem...»
«Do Japão chega uma notícia inquietante para os maridos que
traem as mulheres: agora está disponível nu mercado japonês
um spray que serve para detectar infidelidades conjugais.
Tudo o que a mulher tem de fazer é, assim que o marido
chega a casa, pedir-lhe as cuecas, depois é só borrifar as
cuecas com o spray, esperar uns segundos e, se houver
vestígios de sémen, eles ficarão destacados em atractivas
cores fluorescentes. O spray detecta o mais pequeno
vestígio.
Assim que foi posto no mercado, o S-Check foi um êxito:
está a vender-se às 200 latas por mês, a 35 mil ienes cada
(cerca de 2500 euros). Imaginem as incríveis cenas de vida
conjugal proporcionadas pela presença desta latinha de
spray na vida de tantos casais:
- Takeshi, tira as cuecas se fazes favor.
- Mas ó querida..."
- Tiras as cuecas se fazes favor, Takeshi Manuel.
- Mas ó querida, eu estive numa reunião.
- Tiras as cuecas e já!
- Pronto... Está bem...
- PSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSST!

«Na Inglaterra profunda, um homem armado entra numa sex-


shop. Está armado com um spray de pimenta, obriga o
empregado da loja a pôr as mãos no ar e quando se espera
que ele vá à máquina registadora sacar de lá o dinheiro
todo - não. A única coisa em que o tipo pega - e
nitidamente, desde o princípio, ele estava decidido a levar
aquilo - foi num aparelho de sensações anatomicamente
correcto. Que é como quem diz, um órgão sexual feminino
portátil. De plástico. Sem mulher à volta. Só mesmo o órgão
em si. Era esse o objectivo dele quando entrou na sex-shop,
e foi isso que ele levou. Só isso. Não fez mal a ninguém -
pegou no aparelho e pirou-se.
O que não quer dizer que isto não seja um considerável
rombo financeiro para a loja. O aparelho ainda é caro -
vale 180 libras (mais de 270 euros) e justifica-se por isso
o facto da polícia estar a investigar o caso. Inquirido
pela imprensa sobre o eventual paradeiro do ladrão, um
porta-voz da polícia disse: 'Nesta altura, acreditamos que
ele deve estar em casa a gozar o aparelho'».
Vários ouvintes d'O Homem Que Mordeu o Cão enviaram para o
e-mail da moda uma notícia notável sobre o tipo que tem o
pior emprego do mundo. Há por isso que Prestar homenagem a
este homem:
«Mohamed Binatang, 25 anos, natural de Singapura. Ele é
funcionário do banco de esperma do Jardim Zoológico local.
Esta profissão é, na sua essência, admirável, já que
Mohamed está a colaborar para a preservação das espécies.
Mas... a que preço?
Diz a notícia que o turno de Mohamed Binatang começa às
quatro da manhã. Numa entrevista recente, ele afirma:
'Precisamos de começar assim tão cedo porque muitos animais
apresentam a chamada erecção matutina ao acordar, o que
torna mais fácil a colheita do esperma'.
Todas as manhãs, às 4 horas, lá vai Mohamed, luvas de
borracha calçadas, caixa de esferovite e frascos de
plástico nas mãos, de jaula em jaula. Trazendo a felicidade
a tanto e tanto animal do Jardim Zoológico de Singapura.
Coube a Mohamed Binatang a melhor frase de sempre dita por
um protagonista de uma notícia do HQMC: 'Nunca imaginei que
fosse acabar a masturbar um orangotango todas as manhãs. O
orango-tango é o pior, porque espera ser beijado
primeiro'».
A notícia incluía algumas descrições do procedimento de
Mohamed para com os orangotangos, mas eu acho que vou
passar essa parte à frente. Diz ainda que ele termina o
turno às 3 da tarde, depois de cumprir a sua tarefa com os
tapires, os rinocerontes, as girafas e os gorilas entre
outros. Mais frases marcantes de Binatang:
«Os chimpanzés querem sempre ser acariciados depois.»
«O elefante é o mais trabalhoso de todos por causa do
tamanho... às vezes preciso de usar as duas mãos.»
«Como se poderia esperar, isto está a afectar a minha vida
sexual. Sempre que começo a fazer amor com a minha esposa,
vejo hipopótamos ejacu-ladores a flutuar na minha mente.»

«Em Dorset, na Inglaterra, os nadadores estão a ser


avisados da presença, naquelas costas, de um golfinho
sexualmente agressivo. Ninguém pára o Randy - foi assim que
foi baptizado o animal - que, entretanto, acabou por se
transformar numa atracção turística desde que se agarrou de
maneira particularmente apaixonada a um nadador, em Abril
de 2001. Neste momento há pessoas que mergulham naquelas
águas à espera que Randy se deixe seduzir por elas e lhes
faça uma visitinha. As autoridades não aconselham a
experiência: é que o golfinho não tem a mesma meiguice de
um humano, nu que toca ao romance. Não quer ser levado a
nem não quer jantares à luz das velas - quer sexo puro e
duro e pode aleijar seriamente o seu objecto de luxúria...»
«O cheiro dos pés, vulgo, chulé (e penso que esta deverá
ser a primeira vez que a palavra 'chulé' surge num livro da
Texto Editora, o que faz de O Homem Que Mordeu o Cão - o
Livro algo ainda mais histórico) sempre foi um tema
recorrente da rubrica, sobretudo quando se tentou iniciar o
mito de que o autor da rubrica sofria desse mal. OK, não
terei os pés a cheirar a rosas, mas também há algum exagero
nisto!
A certa altura, esta verdadeira saga de cheiro de pés
chegou à mesa de trabalho d' O Homem Que Mordeu o Cão: um
homem holandês cheirava tão mal dos pés que teve de ir a
tribunal. O homem tinha o hábito desagradável de tirar os
sapatos e as meias quando ia ler livros à biblioteca da
Universidade de Delft. As queixas multiplicavam-se, o homem
recusava-se a calçar os sapatos, argumentando que se sentia
muito mais à vontade quando descalço e justificando-se com
a ideia de que, se tirava sapatos e meias, era precisamente
para arejar os pés e evitar o mau cheiro.
O homem foi a tribunal e mesmo aí voltou a fazer furor
quando, em pleno julgamento, tirou os sapatos e as meias,
novamente com o intuito de arejar os pés naquela situação
tão stressante.
Mais tarde surgiu a notícia que dava conta da intenção
deste homem de emigrar para um país onde, de acordo com
ele, é possível andar livremente de pés mal cheirosos ao
léu - a Alemanha. Nesta altura, os alemães inquirem-se:
'Como disse???'
Coitados dos alemães. Ainda por cima, este homem diz que
não acha que os seus pés cheirem assim tão mal, mas
centenas de pessoas cujos narizes já cheiram o chulé da
criatura não podem estar enganadas. O homem disse numa
recente entrevista: 'Sinto os meus pés húmidos, mesmo
quando calço umas meias secas. A única maneira de os secar
é deixá-los ao ar'.
O jornalista que entrevistou o homem dos pés que fedem
disse, no texto da reportagem, que durante a entrevista
teve de manter o nariz tapado com os dedos K comparou o
pivete que emanava dos pés do homem a uma saca de batatas
podres deixadas dentro de um armário fechado durante duas
semanas.
Isto é a mais precisa descrição que eu já ouvi de um
pivete, mas nos seus tempos áureos, devo dizer que os meus
pés chegaram a cheirar a um caixote de madeira amarela
cheio de nêsperas podres colhidas na zona de Sintra e
cobertas por queijo derretido há / 7 dias que entretanto se
solidificou e ficou com uma cobertura de fungos sobre a
qual alguém despejou meio litro de leite azedo, leite cujo
prazo já expirou há precisamente 29 dias. Hoje não, hoje os
meus pés são perfeitamente normais e aceitáveis. A sério.»
Da índia, mais precisamente do distrito de Gurgaon, chega
uma notícia que vai deixar os suínos que neste momento lêem
este livro muito revoltados - e com alguma razão, há que
dizê-lo.
«Na índia os animais são sagrados, mas parece que, para
justa irritação dos porcos, uns parecem ser mais sagrados
do que outros. O que acontece é que a partir de agora é
proibido por lei grupos de quatro ou mais porcos
encontrarem-se em público: um porco é bom, dois é
aceitável, três é chato mas ainda aceitável, quatro é um
comício. Esta lei surge porque andava muito porco à solta
naquele distrito indiano - 8000 porcos passeando livremente
por aquela zona. E agora chegou-se à conclusão de que os
porcos podem continuar a .andar livremente por ali, só não
podem é reunir-se. Isto é uma medida errada, quanto a mim,
porque vai levar a quê? Vai levar a que comecem a acontecer
reuniões clandestinas de porcos, em pocilgas subterrâneas,
as tensões vão acumular-se e mais tarde ou mais cedo, a
coisa dá para o torto. E vocês não vão querer ver hordas de
porcos rebeldes em fúria, ou vão?»
Agora que penso nisso, é capaz de ser um espectáculo
catita..
«Em San Diego, na Califórnia, um jovem de 24 anos chamado
Nicholas Vitalich, foi acusado de ataque com arma letal
contra a sua namorada de 21 anos. No calor de uma
discussão, durante uma ida ao supermercado, Nicholas
desferiu uma violentíssima sapa na cara da namorada... com
um enorme, grosso, fresco e potente atum. Nicholas é ainda
acusado de resistir à autoridade porque, assim que os
polícias lhe caíram em cima, ele tentou esfaquear um deles
até à morte com um espadarte.»
(Na verdade, esta parte do espadarte não aconteceu; foi
aqui colocada para dar mais calor à narrativa.)
A sorte foi que o atum que serviu de arma a Vitalich era
fresco; se fosse congelado, era possível que a cabeça da
namorada tivesse ido parar à secção de higiene e limpeza do
supermercado, no outro extremo do recinto. Seja como for, a
polícia considerou que um atum fresco entra para a
categoria das armas letais.»
Perante uma notícia destas, o senhor Tenório está
certamente a dar voltas no túmulo. Não foi para isto que
ele dedicou toda a sua vida ao atum.
«Em Bangkok, fez-se historio - não apenas do transformismo,
mas também da força bruta. Foi lá que ocorreu recentemente
o evento destinado a eleger o travesti mais forte da
Tailândia, um certame intitulado Kratoy Ud (que significa
Travesti de Ferro). Cada concorrente tinha de levar a cabo
cinco duras provas: carregar um saco de arroz com 50
quilos, deitar abaixo uma bananeira, rebentar a casca de um
coco com as próprias mãos (sem estragar as unhas,
obviamente), fazer braço de ferro com outro travesti e, por
fim, entrar numa corrida carregando pesados baldes cheios
de água. De acordo com o organizador deste evento, esta é
uma maneira de pensarmos em todos os travestis que não
sendo necessariamente bonitos têm por trás da maquilhagem,
das plumas e dos saltos altos outros talentos, como a pura,
simples e inadulterada força bruta. Vencedor da primeira
edição do Travesti de Ferro, um professor de dança de 38
anos chamado Pua Ia Krongyuti, verdadeira bisarma
maquilhada.»
«Mais confusão sexual, esta vinda das Honduras: uma
hondurenha que viveu, durante 33 anos da sua vida, a achar
que era uma mulher, descobriu, passado todo este tempo, que
afinal de contas, é um homem. Coisas que acontecem. Este
senhor vestiu-se a vida toda como mulher, enganado por uma
má formação da sua genitália. Agora os médicos garantem-lhe
que tudo voltará ao sítio, com uma operação que lhe irá
restaurar o pénis e fazer de Juana José Maldonado um Juan.»
«Um estudante britânico de design diz ter criado uma
retrete absolutamente inovadora - a retrete que promete
acabar com as discussões entre maridos e mulheres sobre o
velho tema da tampa da sanita aberta. E porquê? Porque a
sanita inventada por este estudante é uma sanita mutante,
onde não é preciso mexer em nenhuma tampa. A sanita muda de
forma conforme seja usada por um homem ou por uma mulher,
transformando-se num urinol quando é a vez de um homem
aparecer e numa sanita normal quando é a vez de uma mulher
fazer as suas necessidades. Fascinante. Basta carregar num
botão.
Esta sanita inovadora está avaliada em 900 contos, o que
sinceramente me parece um preço justo a pagar por uma
sanita, uma vez que se trata da coisa
mais importante que temos em casa, essa é que é essa. Eu
consigo imaginar-me sem nada em casa, mas por amor de Deus,
não me levem a sanita.
O jovem estudante criador deste sistema avançadíssimo de
sanita já foi premiado por esta invenção e é natural que
daqui a uns anos esta sanita seja a norma e não apenas uma
curiosidade. Esta é a sanita que os nossos filhos vão usar.
Vou fazer um xixi', diz o homem - TRANC TRANC TRANC TRANC
TRANC - BZZZZZ - BEEEP! Mais tarde, chega a mulher, 'vou
fazer um xixi' - TRANC TRANC TRANC TRANC TRANC - BZZZZ -
BEEEEP!
Já agora podia também servir café e chocolate quente.
Ou não.
Não, pensando melhor não.
A próxima vem de Hong Kong e envolve um cabeleireiro, Julia
Roberts e Osama Bin Laden. Muito estranho, mas reparai,
amigos leitores e ouvintes, como todas as peças se juntam
numa trama maior do que a própria vida...
«Uma mulher vai a um cabeleireiro em Hong Kong, o
cabeleireiro New Idol, e pede: 'Faça-me uma permunenie
assim tipo Julia Roberts'. No fim, a senhora olha-se ao
espelho em terror - não era nada daquilo. Ela pede que lhe
façam uma nova permanente e desta vez ela fica com o cabelo
num formato que, nas palavras dela, era reminiscente de um
guarda-chuva aberto. A ideia, recordo, era ficar parecida
com a Julia Roberts. E de Julia Roberts para guarda-chuva
aberto ainda vai um bocadinho. Mais: a senhora diz ainda
que, com o cabelo em formato de guarda-chuva aberto ficava
inquietantemente parecida com Osama Bin Laden, o que me
parece francamente esquisito, uma vez que ninguém sabe como
é o formato do cabelo do Bin Laden - o tipo tem sempre o
turbante na cabeça.
O que eu penso é que esta senhora está a ver o problema de
maneira distorcida - eu acho é que enquanto esta senhora
queixosa não cortar aquela maldita barba, ela será sempre
parecida com o Osama Bin Laden, independentemente do
formato que tiver no cabelo.»
Eis uma fascinante história de sobrevivência, no sentido
mais rápido, eficaz e imediato da palavra:
«Uma senhora que caiu de uma altura de 14 andares, da
janela de um arranha-céus em M ia m i... Veio por aí
abaixo, caiu em cima do tejadilho de um Honda CR V e não só
sobreviveu à queda como só fracturou um bracito,
rapidamente saiu do tejadilho do carro e foi à vida dela.
Possivelmente, esta senhora descobriu uma maneira mais
rápida de sair de casa do que ter de passar sempre por
aquele aborrecimento de apanhar sempre o elevador. Basta
que haja carros estacionados cá em baixo.
- Então até logo, querida, vou trabalhar.
AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!
Espera aí que eu aproveito e saio contigo.
AAAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!
- Papá, esqueceste-te da tua pasta, espera aí que eu levo-
te aí abaixo. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!»
«Da Holanda chega a história do camionista que descobriu
uma maneira genial de tirar prazer sexual de várias
mulheres sem que ninguém - nem as mulheres nem a polícia -
possam fazer nada para o impedir ou prender. O que se passa
é que este camionista de 43 anos só precisa de passar as
mãos pelos cabelos de mulheres para ficar satisfeito e
realizado. Que maneira é que ele arranjou pura conseguir
estar SEMPRE a passar as mãos pelos cabelos de mulheres?
Muito simplesmente, ele faz-se passar por cabeleireiro. Ele
diz que é assistente de um cabeleireiro famoso e anda a
marcar encontros com as mais variadas mulheres para lhes
tratar do cabelo. A polícia diz que objectivamente ele não
faz mal às mulheres em cujo cabelo deita as mãos e que por
isso não há razão nenhuma para o prender. A única coisa
que a polícia aconselha é que as senhoras, quando
convidadas pelo suposto cabeleireiro para serem devidamente
penteadas e ensaboadas, digam que não. A não ser que
queiram arranjar o cabelo à borla - parece que o tipo se
safa razoavelmente bem a criar penteados originais, pondo a
bom uso as suas manápulas de camionista.»
...E AGORA, NO LIVRO D' O HOMEM QUE MORDEU O CÃO... UMA
HISTÓRIA DE PENSIONISTAS!
«Vamos até à Roménia, para conhecer a história da senhora
de 78 anos que todos os dias tem de subir e descer de uma
árvore, na pequena aldeia perdida onde vive. Isto tem uma
razão de ser: é que o único sítio em toda aquela zona onde
se consegue ter rede nos telemóveis é no alto da árvore. Só
aí é que a pacata senhora Maria Niculae tem rede para poder
falar com a família que vive na cidade. O que está
combinado com a família é que, todas as quartas-feiras e
sábados, por volta das 10 da noite, ela sobe à cerejeira e
espera, lá em cima, pela chamada.
A coisa funcionaria, não fosse o facto de haver algumas
quartas-feiras e sábados em que a família se esquece do
compromisso e deixa a idosa senhora plantada no alto da
árvore sem qualquer outra possibilidade de passatempo que
não seja comer cerejas.»
«Do Japão, chegam histórias sobre toda uma nova maneira que
as mulheres têm de olhar para os produtos da TV Shop. Sem
mais delongas, aqui ficam os satisfeitos depoimentos de
algumas consumidoras japonesas felizes:
- Adquiri dois cintos de emagrecimento por vibração.
Comprei-os, é claro, para perder peso, mas rapidamente me
apercebi de que, se os usasse não na barriga, na
horizontal, mas na vertical entre as pernas, aquilo me
sabia francamente bem. E posso usar em qualquer lugar, em
qualquer situação sem que ninguém dê por isso.
- Comprei na TV Shop uma escova de dentes eléctrica. É
claro que inicialmente a usei como é suposto usar uma
escova de dentes, mas numa noite de insónias, comecei a
ponderar sobre a ideia de utilizar a escova de outra
maneira. Há dois anos que, por razões de trabalho, o meu
marido vive em Singapura e agora descobri que a escova
dentes é um perfeito substituto.
- Vi na TV Shop um aspirador para limpar a cera dos
ouvidos e...
MEU DEUS, VAMOS MUDAR DE TEMA!»
Eis uma comovente pequena saga de devoção à Rainha-mãe de
Inglaterra e também de precipitação e estupidez. O seu
protagonista é um homem alemão de 50 anos cujo nome
permanece escondido debaixo de camadas e
camadas de anonimato. O homem tem tanto anonimato em cima
que nem tomando um banho quente e esfregando bem o
anonimato sai. E percebe-se porquê. O que se passou foi
isto...
«O homem alemão está calmamente em casa a ver as cerimónias
fúnebres da Rainha-mãe de Inglaterra pela televisão. Ele
está, obviamente, na sua casa na Alemanha. De repente, na
televisão, ele vê os canhões a disparar salvas em honra da
falecida Rainha-mãe. O homem comove-se - e relembro que ele
nem sequer está em Inglaterra; ele está na Alemanha, no seu
apartamento, a ver a cerimónia pela televisão.
Mas dizia eu que o homem se comove com os tiros de canhões
em honra da Rainha-mãe. Então vai a um armário, saca de lá
a sua própria pistola, vai com a pistola para a varanda do
seu apartamento em Sonthofen e decide, tal como os canhões
ingleses, disparar também ele próprio - mas com a sua
pistola. Meia dúzia de disparos respeitosos e solenes, à
janela do seu apartamento - em honra da Rainha-mãe de
Inglaterra.
Resultado: a vizinhança completamente alarmada, a julgar
que estava um maluco armado à solta no bairro - o que acaba
por não ser assim tão mentira como isso. As autoridades
acabaram por apanhar o homem e descobrir que ele nem sequer
tinha licença para usar aquele pistolão. A arma foi
confiscada e o tipo vai ser julgado em breve...»
«Anna Mette Smette, norueguesa, tornou-se numa figura
mítica d'O Homem Que Mordeu o Cão, que durante alguns dias,
em 1999, acompanhou a sua tentativa de levar ao extremo o
conceito de 'mãe-galinha'. Esta mulher tentou chocar um
ovo, conservando-o durante algum tempo entre os seus seios,
e teve de lidar com os mais tenebrosos boatos a circular na
Internet - entre eles o que dizia que o marido dela teria
quebrado o ovo com uma cotovelada, durante a noite. Nada
mais falso.
Infelizmente, a história não teve o desfecho esperado: o
ovo não tinha rigorosamente nada lá dentro - nem sequer
estava fertilizado. Isto levou a que Anna Mette Smette
tenha dito à imprensa uma das grandes frases dos últimos
anos: 'Talvez eu seja demasiado velha para ser mãe'.
Quanto ao marido da norueguesa, que esteve cerca de um mês
proibido de tocar nos seios da mulher, limita-se a lamentar
as oportunidades perdidas ao longo de quase trinta dias.»^
O Homem Que Mordeu o Cão, sempre envolvido nas grandes
campanhas humanitárias para com seres inanimados:
«COMUNICADO DA A.R.E.S.P - ASSOCIAÇÃO DA RESTAURAÇÃO E
SIMILARES DE PORTUGAL, RECEBIDO NA MESA DE TRABALHO D'O
HOMEM QUE MORDEU O CÃO, NO DIA 15 DE JUNHO DE 1999
Devido à grande polémica que foi recentemente levantada
sobre o problema das Colheres de Pau, no sector da
restauração, queremos esclarecer e elucidar a opinião
pública em geral quanto ao enquadramento legal da sua
utilização, e sobretudo quanto aos interesses ocultos, que
estão por detrás desta campanha orquestrada. (...)
As empresas e os profissionais de Restauração e Bebidas,
podem usar as Colheres de Pau na confecção de alimentos,
desde que as mesmas estejam em bom estado de conservação,
não apresentem falhas, e possam ser facilmente lavadas e
desinfectadas. (...)
A Colher de Pau é um utensílio indispensável na culinária
portuguesa. (...)»
Será que o objectivo é acabar com o artesanato português,
fazendo a propaganda em favor do plástico?
«COMUNICADO DA RUBRICA O HOMEM QUE MORDEU O CÃO, LIDO AOS
MICROFONES DA RÁDIO COMERCIAL, A 16 DE JUNHO DE 1999
O Homem Que Mordeu o Cão está com a ARESP - Associação da
Restauração e Similares de Portugal, na sua luta em prol da
Colher de Pau, e da ascensão deste utensílio à categoria de
património nacional.
É nesse sentido que lançamos hoje, aqui e agora, a grande
corrente de Colheres de Pau Homem Que Mordeu o Cão.
Queremos que todos os ouvintes se associem neste grande
abraço à Colher de Pau e, dessa forma, pedimos a cada
ouvinte desta rubrica que envie para a Rádio Comercial, um
exemplar desse utensílio de cozinha em risco de extinção.»
Nos dias que se seguiram, fomos invadidos com toda a
espécie de Colheres de Pau, que ainda hoje repousam, com
aquele ar que só as Colheres de Pau conseguem fazer depois
de uma missão cumprida, nos gloriosos arquivos da Rádio
Comercial.
Em 2002, a controversa Colher de Pau continua a ser usada.
Gostamos de pensar que tivemos alguma coisa a ver com isso.
Mas o mais certo é que não tenhamos tido rigorosamente nada
a ver com isso. Seja como for, viva a Colher de Pau!
(Mais tarde lançámos uma campanha destas que consistia em
convocar os ouvintes para fazer A Grande Corrente Nacional
das Cuecas. Recebemos quilos de cuecas, novas, usadas...
lavadas... sujas. E apercebemo-nos do erro. Experiência a
não repetir.)
«Um drama laborai vindo de Inglaterra: um destes dias, o
pessoal de uma estação dos correios em Sommerset, foi
surpreendido por um aviso colado na parede, onde se pedia,
por favor, a todos os funcionários que parassem com a mania
de soltar gases durante o horário de expediente. Naquela
central do Royal Mail trabalham quinze funcionários, e
parece que todos eles têm o hábito de libertar sonoras
farpas à desgarrada, provocando um incrível mau ambiente. A
coisa chegou ao ponto dos superiores fazerem passar uma
circular implorando para que, por favor, enquanto
estivessem a separar a correspondência, os funcionários não
levassem a cabo a já tradicional competição de traques. Os
funcionários ficaram de pensar no assunto, e não excluem a
hipótese de fazer greve. 'Pelo menos é da maneira que
poderemos respirar ar puro durante um dia', desabafam os
superiores.»
«Esta vem do estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. Um
tipo chamado Mark McCuire é uma gigantesca massa humana que
pesa quase 200 quilos... e pode haver uma explicação para
isso na dieta deste indivíduo. Desde 1972, o ano em que
Mark McCuire comprou o seu primeiro carro, que ele
sobrevive com uma dieta de 9 hamburgers Big Mac por dia.
Feitas as contas, o homem deverá ter comido na sua vida
cerca de 18 000 hamburgers destes.
A notícia avança com a explicação para a coincidência entre
o carro e os hamburgers: é que só depois de ter o carro é
que ele começou a fazer três viagens por dia ao restaurante
mais próximo da sua casa. Em cada viagem ele comprava três
Big Mães, comia-os no carro e atirava com as caixas para o
banco de trás da viatura. A primeira vez que ele limpou o
carro foi um mês depois de ter começado com esta mania -
nessa altura ele tinha umas belas 265 caixas de hamburgers
no banco de trás do carro e achou que talvez não fosse má
ideia limpar aquilo.
Este homem foi, justamente, personalidade da manhã em que
esta notícia passou pelos microfones da Comercial: ele
serve como objecto de estudo de alunos de escolas de
Wisconsin, e isso é louvável. Um grupo de estudantes fez um
trabalho sobre ele onde chegou à conclusão que desde 1972
este homem comeu uma verdadeira manada de vacas - feitas as
contas, ele terá comido 14 vacas e meia e também 6.25
milhões de sementes de sésamo, 1900 pepinos, quase 600
quilos de queijo e litradas e litradas de molho. Agora
reparem bem o que não deve ser o organismo deste tipo.
Podemos dizer com alguma propriedade que ele não tem
colesterol - ele é um enorme colesterol que sofre um
bocadinho de homem.»
«Esta notícia vem da Indonésia, e fala desse grande método
de cortar lenha que é usando uma mulher nua - a nossa
mulher, nua. Mas não pensem que isto consiste em despir a
nossa mulher, pegar nela pelos tornozelos e desatar a bater
com ela no tronco de uma árvore até a árvore cair. Não, não
pensem nisso. Por favor. É capaz de demorar muito tempo até
a árvore cair e a vossa mulher pode ficar com alguns
arranhões.
Lenhadores clandestinos na Indonésia levam as mulheres para
as zonas onde vão cortar árvores e o que acontece é que
elas despem-se e vão fazendo olhinhos às autoridades
enquanto os maridos vão deitando árvores abaixo. E a coisa
parece que funciona. Imaginem mulheres nuas e árvores a
cair por todos os lados. O que dizem as autoridades?
Possivelmente, 'EEEEEEEH, GAJÁ BOA!!! ESPERA AÍ, O QUE É
AQUILO? UMA ÁRVORE A CAIR... Hã? EEEEEEEEEEEE-EEEH, GAJÁ
BOA!'»
Chega da Estónia, esta grande notícia. Isto sim, é um
grande desporto, qual futebol, qual carapuça.
«A Estónia voltou a ganhar o título de Carregamento de
Esposas às Costas. É o quinto ano consecutivo em que a
Estónia é campeã desta magna prova do carregamento de
mulheres. Os campeões foram Meelis Tammre, um rapaz de 24
anos, e a sua mulher Anna Zilberberg, de 21. Eles foram os
mais rápidos a percorrer a pista de umas belas dezenas de
metros - ele com a mulher às costas, mas numa modalidade
muito própria da Estónia, a que eles chamam inclusivamente
as Cavalitas Estónias. Isto consiste no seguinte: o homem
transporta a mulher de pernas para o ar nas suas costas,
sendo que ela se segura apertando as coxas com toda a força
à volta da cara do homem. Catita.
A esta prova assistiram 6000 pessoas que se reuniram na
cidade finlandesa de Sonkajarvi, que foi este ano o palco
do campeonato de carregamento de esposas. Para quando
Portugal a organizar esta prova, em vez de se meter
naqueles trabalhos do Euro 2004?
Resta dizer que os membros deste casal estónio vencedor
pesam cerca de 100 quilos cada um. Portanto imaginem a
massa humana que aquilo não era... Se por azar eles
tivessem caído a meio do percurso, acho que hoje poderíamos
não estar aqui, eu a escrever estas linhas, você, amigo
leitor e ouvinte desse lado a lê-las. Por isso vamos
agradecer a Deus estarmos vivos em mais um dia, OK?»
Eis um outro campeonato, também ele de uma modalidade
muito, muito interessante - e que eu gostaria que as
pessoas passassem a ver com outros olhos e quem sabe,
trocassem mesmo a paixão pelo futebol pela paixão por esta
modalidade...
«O futebol só dá chatices e desgostos, por isso a minha
proposta é que se passe a popularizar esta grande
modalidade que é o cuspimento do caroço da cereja. Um
campeonato que acontece em Michigan, nos EUA.
Rick Krause, vencedor durante doze anos consecutivos foi
finalmente derrotado este ano e perdeu o título de campeão
do cuspimento do caroço para o próprio filho, Brian.
Rick, o pai ficou em segundo lugar, e em terceiro lugar
ficou o outro filho de Rick, Matt. Portanto temos aqui um
verdadeiro império familiar do cuspimento de caroços de
cereja. Na prática, o que aconteceu foi isto: o detentor da
medalha de bronze, o jovem Matt de 19 anos, cuspiu o caroço
a uma distância de 13 metros; a medalha de prata, Rick, o
pai, de 49 anos, cuspiu o caroço a uma distância de 17, l
metros e finalmente o vencedor, medalha de ouro, Brian, 24
anos, conseguiu cuspir um caroço a uma distância de 18,6
metros.
Dizem os organizadores deste evento que cuspir caroços é um
desporto saudável e libertador - é quase como espirrar.»
«Uma empresa britânica - a Farrelly Facilities &
Engineering - está a dar o exemplo ao mundo do que deve ser
alegria no trabalho. Os patrões desta firma baseiam-se numa
antiga filosofia chinesa para fazer as coisas andar dentro
da empresa - e a verdade é que houve um aumento de lucros
na casa dos 200%. Agora reparem bem em que consiste esta
filosofia:
Para já, dia sim, dia não, a empresa promove a hora do
abraço... A essa hora, todos os funcionários têm de abraçar
os colegas... Abraços que incluam palmadinhas nas costas e
tudo. Isto já acontece em Portugal, a mítica palmadinha nas
costas, mas ainda não passámos daqui.
Durante as horas de expediente, é tocada música calma,
relaxante... Possivelmente é pan pipes (se bem que no meu
caso os pan pipes não me acalmam; eu ouço um pan pi pé e
fico com vontade de bater 53 vezes com a cabeça num muro).
Nesta empresa são proibidas as horas extraordinárias e - e
este é o pormenor que eu gosto mais - a empresa paga aos
seus funcionários para eles se divertirem e socializarem.
Eles dão dinheiro às pessoas para irem para o Pb ao fim de
um dia de trabalho.
Nas palavras de um dos responsáveis da empresa, 'há um
grande amor dentro desta empresa e por isso ninguém anda
deprimido. Durante o fim de semana os nossos empregados
estão ansiosos por que chegue a segunda-feira'. É impressão
minha ou um dia estes tipos vão matar-se uns aos outros?

Parece que estou a ver o clima de harmonia... A música a


tocar, Céline Dion em versão pan pipes... E de repente
alguém entorna um pingo de café em cima do documento de um
colega e vamos ter notícia de mortos e feridos. Vai correr
sangue naquele escritório e ao som de pan pipes!»
«A próxima notícia chega de Dálias.
É uma bonita história infantil. Uma criança com 21 meses,
chamada William, mais valia que se tivesse chamado Hoover,
porque, inexplicavelmente, o miúdo está viciado em
aspiradores. Com 21 meses, o miúdo tem a obsessão dos
aspiradores e de 12 em 12 horas vai aspirar divisões da
casa. Mas não só. Ele não gosta de ver desenhos animados. A
única coisa que faz com que esta pequena criança se acalme
em frente à televisão são os anúncios da TV Shop sobre
aspiradores. Os pais gravam-lhe horas e horas de anúncios
sobre aspiradores e sempre que ele está inquieto ou que lhe
dá para chorar, eles põem a cassete do TV Shop com toda a
espécie de anúncios a toda a espécie de aspiradores, e ele
sossega imediatamente, fascinado com a última palavra na
limpeza do lar.
Um dos grandes desgostos que estes pais deram ao filho foi
quando, sem querer, desgravaram o vídeo favorito dele - não
era A Dama e o Vagabundo, não era O Rei Leão: era o mais
recente anúncio do aspirador Stick Shark 2000. Muito chorou
aquela pobre criança...»

AHA! - OUTRA HISTÓRIA DE PENSIONISTAS!


Nada como um pouco de ultra-violência, sobretudo quando
praticada por pessoas com mais de 80 anos. A maneira como
elas nos aplicam golpes violentos com as suas peles
flácidas... Sim, é de pensionistas violentos que vos
falamos!
«Uma senhora de 89 anos, com cerca de metro e meio de
altura, passou uma noite na cadeia depois de ter atacado
violentamente um polícia em Naples, na Florida, nos EUA,
tudo porque o polícia lhe passou uma multa. Ela ficou de
tal maneira que deu um valentíssimo soco no valoroso
representante da lei. E parece que mesmo com 89 anos e
metro e meio de altura, a senhora sabia bater - tanto assim
que o polícia não teve outro remédio senão pôr-lhe as
algemas. Nessa altura a senhora estrebuchou e disse: 'Não
aperte muito as algemas que eu tenho a pele muito
sensível'. Isto é verídico e chega mesmo a roçar o
comovente. Mas mesmo só a roçar; não chega a ser comovente.
A senhora acabou por passar uma noite atrás das grades onde
transformou imediatamente dois suspeitos de assassínio,
cada um com dois metros de altura, nas suas escravas
privadas - em inglês, e em linguagem prisional, as suas
'bitches'.»
(Esta parte poderá não ter acontecido exactamente assim,
mas achei que assim ficava com outro brilho.)
«O que ela disse à imprensa foi que a experiência foi
stressante mas que as senhoras com quem ela partilhou a
cela eram muito simpáticas. Parece que eram extremamente
parecidas, as duas, com o actor Orlando Costa, o famoso Zé
Gato, incluindo o bigode.
O que me lembra a minha teoria sobre a cantora Diná e que,
já agora, aproveito para introduzir perfeitamente a martelo
no meio deste livro. Sim, eu acho que a Diná e o actor
Orlando Costa são uma e a mesma pessoa. Eles são
extremamente parecidos um com o outro. E pergunto eu -
alguém, alguma vez, os viu juntos no mesmo sítio? Ah,
pois...»
«Em West Palm Beach, nos EUA, grande tensão num restaurante
daquela célebre cadeia cujo nome começa por M e acaba em S
e que no meio tem as letras ACDONALD.
O que se passou foi que uma mulher pôs um processo contra
essa famosa cadeia de restaurantes de fast-food, porque um
dia em vez de lhe darem um
McBacon, deram-lhe uma McSova, que incluiu McMurros e
McPontapés. A senhora ficou cheia de McNódoas Negras. Ela
ainda gritou qualquer coisa como 'McBruta! McVaca!
McEstúpidal McAca! Sua McAca!'.
Tudo porquê? Porque ela se queixou que um dos empregados,
em vez de lhe dar o ketchup que ela tinha pedido, atirou-
lhe com o ketchup à bruta. Ela achou que aquilo era falta
de educação e decidiu queixar-se junto da gerente da loja.
Antes de conseguir chegar à fala com a gerente, uma outra
empregada de serviço agarrou-se aos cabelos da cliente,
arrastou-a pelo cabelos até à cozinha e fez tudo para que,
possivelmente, aquela cliente saísse dali já sob a forma de
hamburger.
A mulher ficou cheia de escoriações depois desta ida ao
restaurante. Os dois empregados - tanto o do ketchup como a
da porrada - foram despedidos.»
«Também da América vem a história que se segue, mais
precisamente de Santa Cruz, na Califórnia. Um homem fez uma
das mais bizarras queixas à polícia que alguma vez se viu
naquele sítio: ele sente-se ameaçado por uma árvore que o
vizinho tem plantada no quintal e que, de acordo com ele,
tem uma agressiva forma de pénis. Um pénis com alguns
metros de altura, ostensivamente apontado para a casa do
lado e que o senhor acredita piamente que o vizinho foi
aparando ao longo do tempo para ficar com aquele formato.
O vizinho diz que nunca lhe passou pela cabeça ter no
quintal uma árvore em forma de pénis, mas o queixoso está
firmemente convencido que a árvore é uma ofensa. Em
declarações à polícia, o queixoso diz que é tão ofensiva,
que, quando é vista de um ângulo parece, de facto, uma
genitália masculina e de outro ângulo parece um gigantesco
par de seios, completo com os mamilos e tudo.
O dono da árvore trabalha no centro de prevenção de
violações e no respectivo gabinete de aconselhamento e diz
que era capaz de ser piada de mau gosto ter uma árvore
naquele formato no quintal. Ele diz 'há gente que vê pénis
em todo o lado - eu vejo árvores'.
Mas será que mesmo quando olha para o que tem entre as
pernas ele vê árvores? Aqui fica a questão.»
«E agora aqui está a prova definitiva de que afinal de
contas os homens, tradicionalmente considerados pelas
mulheres como bestas insensíveis... são, no fim de contas,
os seres mais sensíveis do universo. Os homens são
verdadeiras flores de que é preciso cuidar, regar, adubar e
dar prazer oral.
Bom, seja como for, o que se passa é isto: de acordo com um
estudo feito numa Universidade da Carolina do Sul, as
mulheres - quando toca a analisar o fim de uma relação -
sentem-se exactamente da mesma maneira, tenham sido elas a
abandonar ou tendo sido elas abandonadas.
Já com os homens, de acordo com este estudo, o que se passa
é que quando são abandonados eles não só sofrem muito mais
como não param de pensar que a coisa já estava a ser
planeada há muito tempo pela mulher. Ou seja: enquanto as
mulheres têm tendência a seguir em frente, nós somos seres
realmente sensíveis que ficamos horas e horas a sofrer e a
matutar sobre o assunto ao ponto de ficarmos com cabelos
brancos... 'Mas porque é que ela me fez isto? Mas será que
ela já tinha alguém há muito tempo? Mas porque é que ela me
fez isto? Porquê?'
Os homens vertem muito mais lágrimas nestas situações.
Mas só nestas, porque de acordo com o mesmo estudo, quando
são os homens a terminar uma relação, está tudo bem, vamos
em frente e não se fala mais nisso. Seja como for, isto
mostra como, em certas situações, os homens são seres
francamente sensíveis e estão longe de ser as bestas
desumanas que as mulheres acham que eles são. Os homens são
muito sensíveis - é certo que são mais sensíveis para com
eles próprios do que para o resto da humanidade, mas são
sensíveis e isso é o que interessa. Nós somos meigos. E
mesmo quando o português saca do cinto e bate na mulher,
ele faz isso porque gosta dela.»
«Na índia, coisas estranhas acontecem: a cidade de
Sangrampur, ao pé de Calcutá, foi surpreendida há dias por
aquilo que os locais definiram como uma chuva verde. Nunca
ninguém tinha visto chuva verde, não havia sequer registos
em lado nenhum de chuva de cor verde, uma chuva que deixou
manchas amareladas em edifícios e roupas e que ninguém
conseguia explicar - até ontem. Ontem chegou a explicação
oficial para esta misteriosa chuva verde que muita gente
pensou tratar-se de uma ameaça química. Nada disso - a
chuva verde não era mais do que coco de abelha. Muito, mas
mesmo muito coco de abelha.
As autoridades locais analisaram essa chuva verde e
descobriram que era composta de pólen mal digerido de
manga, coco e relva. Digamos que o que se passou foi que um
enxame inteiro de abelhas demasiado sôfregas e gulosas
sofreu um inacreditável ataque de diarreia e quem se lixou
foi quem estava cá em baixo. Como dizem os americanos: Shit
happens.»
E agora, arte!
«Um artista chinês está a convidar pessoas de todo o mundo
para irem ter com ele à Austrália, munidos de coisas que
ele possa lamber. É esta a ideia da nova performance deste
artista, Cang Xin, uma performance intitulada LAMBER O
MUNDO e que consiste no próprio Cang Xin, sentado numa
sala, a lamber toda a espécie de objectos.
Entre os que ele já lá tem contam-se escovas de cabelo,
tijolos, malas de senhora e sapatos. E ele já andou pelo
mundo a lamber coisas como a Grande Muralha da China, o
passeio do Big Ben, em Londres, e alguns pedregulhos das
ruínas do Coliseu de Roma. A língua deste homem não pára, e
não vai parar nem um segundo na Bienal de Sidney, na
Austrália, a maior exposição de arte contemporânea do
mundo. Ele vai lá estar à espera que as pessoas levem
pertences seus nos quais ele possa passar a língua como se
não houvesse amanhã. Este homem lambe sem parar,
independentemente do nível de sujidade das coisas que
pretende lamber. Imaginem uma escova de cabelo cheia de
cabelos gordurosos e cotão - para ele isso não é obstáculo.
Ele estica a língua e passa aquilo tudo a eito. Porque é
que ele faz isto? Eu estou satisfeito com a explicação que
ele dá: ele diz que não há melhor maneira de nos sentirmos
completamente ligados ao mundo do que tocarmos com o
interior da nossa boca em tudo o que nos rodeia. Está bem,
pronto.»
«Aqui há tempos o governo americano lançou um documento
onde listava o tipo de coisas consideradas boas para a
saúde e que não envolvessem um esforço físico desmesurado.
Nessa lista estava, entre outras actividades, o trabalho
doméstico. Segundo o governo americano, 30 minutos de
trabalho doméstico todos os dias fazem maravilhas à saúde.
Agora surge um grupo de investigadores britânicos que
resolveram testar esta ideia do trabalho doméstico fazer
bem à saúde. A conclusão a que chegaram é que o governo
americano está a aldrabar - o trabalho doméstico não faz
bem à saúde. Penso que esta informação poderá ser útil para
tanta e tanta gente que nos ouve. Pode ser uma boa desculpa
a usar: 'Arruma o teu quarto!', Vai limpar o pó!', 'Vai
aspirar a casa!'...
'Não, isso faz mal...'
De facto, de acordo com os investigadores da Universidade
de Bristol, o trabalho doméstico não traz nenhum benefício
a saúde. É uma coisa que cansa muito. Mas eu acho que a
escolha de cobaias para os testes da Universidade de
Bristol não é alheia a esta conclusão: é que as pessoas que
eles testaram tinham idades compreendidas entre os 60 e os
79 anos.»
«Um agricultor na Nova Zelândia teve a brilhante ideia de
decorar a cerca da sua quinta com soutiens. Achou que
ficava giro. A história espalhou--se e agora este homem
está a receber soutiens de todo o mundo. E, ainda mais
excitante, soutiens dentro dos quais já estiveram, bem
aconchegados...
... ENORMES SEIOS!
A cerca está cheia de soutiens e eles não param de chegar à
quinta deste homem. É uma verdadeira enchente de soutiens,
sendo que um dos últimos era preto, de renda, e enviado por
uma americana do Colorado chamada Mary Lou.
O agricultor diz que lhe dão um soutien em todo o lado onde
ele vá. Ele diz que quando vai almoçar ao restaurante
local, toda a gente lhe dá um soutien. O sentido da vida
deste homem é receber soutiens. Mais tarde ou mais cedo,
ele poderá fazer a experiência de cruzar repolhos com
soutiens. Quem sabe que vegetal pode sair desse fascinante
cruzamento? Uma coisa de que o Engenheiro Sousa Veloso
nunca se lembrou, isto do cruzamento genético entre um
repolho e um soutien. Um repolhan! Ou um soutolho! Imaginem
Sousa Veloso rodeado de coelhinhas da Playboy usando nada
mais nos seus voluptuosos corpos do que os belos repolhans.
Bem, sendo que se tratava do mítico TV Rural, acho que se
calhar as coelhinhas podiam ser mesmo coelhas de criação.»
O que raio acabou de acontecer neste livro? Não sei. Vamos
em frente.
«A polícia norueguesa diz ter detido um suspeito de ataque
a uma senhora. O homem fugia todo nu usando apenas um único
patim. Não deve ter sido fácil localizar este suspeito no
meio de tanta gente nua e que desliza num único patim. Mas
parece que entre essa imensidão de potenciais criminosos
eles encontraram o homem nu e usando um único patim que, de
facto, tinha levado a cabo um ataque a uma senhora que
andava a distribuir jornais. A senhora diz que o homem nu e
de um patim agarrou-a, tapou-lhe a boca e deu-lhe repetidos
murros no alto da cabeça. Belo show. Mas mais belo ainda é
o que o homem diz: afirma que não fez nada de mal e que
quando agarrou a senhora e lhe deu repetidos murros na
cabeça, ele diz que estava apenas a reclamar pelo facto do
jornal que ele lê estar ultimamente cheio de folhetos de
publicidade. Aqui fica uma lição para todos nós: se estão
descontentes com o vosso jornal, vão ao quiosque todos nus
usando apenas um patim e esmurrem aplicadamente a cabeça do
vosso vendedor de jornais.»
Neste ponto do livro, amigo leitor, gostaria de lhe falar
numa arte oriental ancestral. Considero que, de vez em
quando, é interessante abordarmos o que as outras culturas
têm para nos oferecer. Sim, vamos falar, neste livro d'O
Homem Que Mordeu o Cão, na nobre arte do Origami Genital.
É fascinante. Não sei se está a ver no que consiste o
origami normal: a arte de fazer bonitas formas usando
papel. Agora imaginem o que é o origami genital - isso
mesmo, a arte de fazer bonitas formas usando a genitália
masculina. Ou seja, aquilo que os palhaços fazem usando
balões, os especialistas em origami genital fazem usando as
suas partes baixas. Agora imagine o que é preciso torcer e
retorcer até que da nossa masculinidade possa nascer, por
exemplo, um bonito animal, uma simpática flor... um
cachorrinho de focinho hirsuto. Tudo isso se consegue
construir, dizem os especialistas em origami genital,
usando a matéria-prima que nós, homens, temos entre as
pernas. Já viram bem o potencial disto?
«O que acontece é que na Nova Zelândia organizou-se um
festival de origami genital que está a gerar grande
controvérsia... É um show feito pela companhia Puppetry of
the Penis. Em português, os bonecreiros do pénis.
Eles são dois tipos que actuam completamente nus e que
manipulam os seus pénis, perante os olhos fascinados da
audiência, transformando-os em toda a espécie de figuras.
Agora é claro que o show está a gerar grande controvérsia e
há defensores da moral e dos bons costumes que se opõem
vigorosamente a este espectáculo. Outras pessoas também
reclamam, mas porque, ao contrário dos tradicionais shows
de balões que os palhaços fazem, aqui as pessoas não podem
levar as figuras para casa. É. só para ver.»
Mas não ponho de parte a hipótese de experimentar fazer
origami genital. O meu futuro pode passar por aí, embora
tristemente a única figura que eu consigo fazer é o
anãozito marreco. Mas o que é preciso é não desistir, fazer
das fraquezas forças e das forças alegrias.
A próxima notícia mostra até que ponto pode chegar a
obsessão de um homem por cuecas de senhora. Eu acho que é
importante falar sobre isto, trazer este assunto cá para
fora, porque eu sei que deve haver muita gente aí desse
lado a sofrer com este problema, esta ânsia de deitar as
mãos a um par de cuecas de senhora.
Eu vou, aliás, saltar para fora do armário e assumir aqui,
nesta página do livro d'O Homem Que Mordeu o Cão, assim
como assumi aos microfones da Rádio Comercial que eu, Nuno
Markl, figura pública, não só gosto de deitar as mãos a
cuecas de senhora como estou com um par de cuecas de
senhora vestido. Porquê? Porque é mais confortável. Não
pensem que sou menos macho por isso. Não. Eu sou muito
macho - apenas gosto de usar cuecas de senhora.
Saltos altos.
E, aos domingos, saia travada.
É mentira - não, descansem, eu só uso cuecas de senhora.
«O que aconteceu foi que um homem no Nebraska entrou na
caravana de uma mulher, roubou-lhe vários pares de cuecas e
ela ainda o conseguiu apanhar a fugir... E deu-lhe um tiro.
Ela ia acertando na zona do homem vulgarmente conhecida por
nalguedo. O homem, em pânico, conseguiu fugir dali, mas a
missão estava cumprida: ele conseguira levar algumas cuecas
da senhora. Ora, pelo menos teoricamente, depois de ter
quase levado um tiro, ele poderia nunca mais ter voltado à
caravana para buscar mais e mais cuecas - só que um
criminoso volta sempre ao local do crime. Sobretudo se for
um viciado em cuecas - e a senhora pressentiu que ele iria
voltar. Era mais forte do que ele. E quando ele voltou, a
polícia estava à espera dele, ao pé do armário das cuecas.»
Que isto sirva de lição para todos vós: eu sei como custa
estar longe da gaveta das cuecas - mas há que fazer um
esforço. Há mais no mundo do que pares de cuecas de
senhoras. Também há o campo, a praia.
Os cintos de ligas.
Os bodies.
Hnngh,
De Ohio, nos EUA, chega a notícia de mais uma grande
invenção deste milénio. Eu estava até capaz de comparar
esta invenção... à invenção da roda, mas depois de pensar
um bocadinho cheguei à conclusão que isso era capaz de ser
uma estupidez e por isso não o vou fazer, não vou comparar
esta invenção à da roda. Vou compará-la, isso sim, a outro
tipo de invenção, menos importante. Vou compará-la, por
exemplo, à invenção dessa outra grande obra da humanidade
que era aquele limão com um aro de plástico que se punha à
volta do tornozelo. Depois punha-se o limão a andar à roda
e tinha que se saltar. Uma das melhores invenções dos anos
80, essa. Que drogas terá tomado o tipo que inventou esse
sacana desse brinquedo? Eu estou a imaginá-lo a ir à
empresa dos brinquedos: «lá, man... Tenho aqui uma ideia
genial... Um limão... para se pôr no tornozelo... depois
aquilo anda à roda e a pessoa tem de saltar... lá... Um
limão...»
Ora, pergunta o leitor: que invenção é, para mim,
comparável a esse fascinante limão? Nada mais, nada menos
do que o primeiro ferro de engomar com rádio. Assim,
enquanto a dona de casa estiver a engomar a roupa, pode
estar a ouvir o seu programa de rádio favorito. O que isto
quer dizer é que se este ferro de engomar com rádio se
espalha pelo mundo, mais tarde ou mais cedo a minha voz
poderá estar a comunicar consigo saindo de dentro de um
ferro de engomar. Imaginem o calor.
Tenho aqui outra grande invenção que eu estou tentado a
dizer que se trata da melhor invenção da História da
Humanidade desde a roda. Vem aí, cortesia dos alemães, a
experiência definitiva em termos de videojogos: uma consola
chamada Painstation. O nome diz tudo: pela primeira vez, os
jogadores vão poder sentir dor enquanto jogam. Porque jogar
aqueles jogos de pancadaria é muito bonito, sim senhor;
hoje em dia até já fazem comandos que vibram e tudo -
mas... e a DOR? A DOR? Como viver uma boa simulação de
pancadaria se não se sentir a dor? E assim entra em cena a
Painstation, para colmatar essa falha.
Até agora a Painstation só tem disponível um jogo,
inspirado no clássico videojogo Pong - aquele clássico que
é uma espécie de ténis onde controlamos umas barrinhas para
cima e para baixo e vamos atirando a bola ao adversário. Os
dois jogadores ligam-se a esta consola de mesa que tem um
ecrã no meio, ficando um de cada lado, e depois lá vão
movendo o joystick. Cada falhanço equivale a... DOR! Isto
estimula os jogadores a serem perfeccionistas - tudo para
evitar a dor.
Eu apoio esta tecnologia e mal posso esperar para ver o
Mortal Kombat nesta Painstation. Juntamos os amigos lá em
casa para jogar e depois, muito divertidos, os
sobreviventes têm de apanhar os restos mortais dos
perdedores e limpar o sangue das alcatifas.
Uma empresa alemã teve uma ideia brilhante - mas não vou
dizer que foi a melhor desde a invenção da roda, porque
isso seria estúpido da minha parte.
A empresa alemã partiu deste princípio: toda a gente lê na
casa-de-banho. Toda a gente, depois de fazer as suas
necessidades, limpa o chamado rabo. Ora o que estes alemães
fizeram não foi mais do que juntar os dois conceitos e
criar romances em papel higiénico. Ou seja: enquanto está a
fazer a função, o utilizador corta logo duas ou três
folhas, lê o que lá está escrito e depois pega nessas
páginas e limpa-se. A ideia é que grandes clássicos da
literatura sejam editados neste formato. O que é positivo,
se bem que levanta alguns problemas: vocês sentem-se
confortáveis a limpar o rabo a Tolstoi? Eu não Outro
problema, ainda referente a Tolstoi: de que tamanho terá de
ser o rolo de papel higiénico do romance Guerra e Paz? E
ainda outro problema: um rolo é suposto ser para toda a
família, como acontece actualmente? Nesse caso, não é muito
chato que eu interrompa a leitura numa determinada altura
do rolo e, de repente a minha mulher usa a casa-de-banho e
limpa-se a três ou quatro páginas do romance? Depois como é
que eu apanho o fio narrativo à história? Em teoria, isto é
tudo muito bonito, mas na prática... Não sei.
Uma coisa é certa: nas primeiras reuniões que houve sobre o
livro d'O Homem Que Mordeu o Cão, pensámos seriamente em
lançar uma edição em papel higiénico. Neste caso faz
sentido, porque são histórias pequenas - cada história do
HQMC equivale a um rabo completamente limpo.
Para ser sincero, ainda não pusemos de parte esta ideia.
Mas se não quiser esperar, o leitor poderá desde já
destacar - com jeitinho - esta página e testar o seu poder
de absorção, suavidade e resistência numa das próximas
visitas ao WC. Relatórios poderão ser enviados para o e-
mail da moda: [email protected]
Aqui está agora a notícia porque todos os homens esperavam
desde que existem máquinas fotográficas. Eu imagino que,
assim que foi inventada a primeira máquina fotográfica da
história, a reacção dos homens foi qualquer coisa como «OK,
isto da máquina fotográfica é muito bonito, possivelmente é
até a maior invenção desde a roda, mas quando é que fazem
uma que dê para ver as gajas através da roupa?».
Agora as preces foram ouvidas.
«Diz esta notícia que um recente programa de ciência
britânico prevê produzir máquinas fotográficas para uso no
espaço que são tão sensíveis que verão através de névoa,
fumo e até mesmo paredes e roupa. É óbvio que a nós, homens
broncos e insensíveis, a questão do espaço não podia
interessar-nos menos. Para que raio é que vão levar para o
espaço uma máquina fotográfica que pode tirar fotografias
através das roupas? A não ser que esteja nos planos deles
mandar para o espaço astronautas giras. Aí a máquina
fotográfica volta a fazer sentido. Imagino a conferência de
imprensa em que alguém diz, com pompa e circunstância:
'Hoje é um dia histórico para a Humanidade... O dia em que
a NASA vai testar finalmente, no espaço, a máquina
fotográfica BK-YY2003...', e alguém se levanta no meio da
multidão:
- QUAL QUÊ? MOSTREM MAS É AS GAJAS!
- Mas hoje é um dia histórico...
- AS GAJAS! MOSTREM MAS É AS GAJAS!!!
- Mas esta máquina vai permitir estudar a atmosfera da
Terra com todo o detalhe...
CALOU!!! AS GAJAS!!! AS GAJAS!!!»
Portugal poderá ter Paços de Ferreira, que é a Capital do
Móvel, mas os Estados Unidos, eternamente à frente do resto
do mundo, têm Wisconsin - a Capital Mundial do Papel
Higiénico. Foi lá que em 1902 a fábrica Green Bay's
Northern Paper Mill criou o papel higiénico, tal como o
conhecemos hoje. Ou quase como o conhecemos hoje - na
altura o papel higiénico limpava sim senhor, mas não só era
um papel que tinha grainhas que faziam doer a pessoa que o
usava, como também deixava desagradáveis pedaços de papel
colados aos derrières das pessoas. Aquilo desfazia-se e as
pessoas ficavam com a ideia de que ficavam mais limpas se
não tivessem usado o papel... Só em 1935 é que o papel
higiénico foi aperfeiçoado de modo a limpar sem deixar
vestígios de papel no rabo do consumidor. Tudo isso está
nesta exposição em Wisconsin, que conta, por exemplo, como
as pessoas tinham por hábito limpar-se a folhas de milho ou
mesmo - e reparem bem como era deprimente ser-se jornalista
no pré-Papel Higiénico - usavam os jornais para limpar o
traseiro. Ou seja, sabia-se que o destino de todo e
qualquer jornal não era acabar nos contentores de
reciclagem, o que é digno, mas sim servir para limpar os
rabos de famílias inteiras. Muito, muito triste.
E AGORA, NO LIVRO
D'O HOMEM QUE MORDEU O CÃO...
ISTO SÃO DESBLOQUEADORES DE CONVERSA!
Sem dúvida uma das grandes invenções da História da
Humanidade depois da roda, os Desbloqueadores de Conversa
têm a particularidade de - ao contrário de invenções como a
roda - terem sido inventados em directo, no estúdio da
Rádio Comercial, na Rua Sampaio e Pina, em Lisboa, numa das
edições da rubrica O Homem Que Mordeu o Cão.
De uma utilidade extrema, os Desbloqueadores de Conversa
servem para as embaraçosas situações do dia-a-dia em que
estamos a conversar com alguém e, de repente, ficamos sem
assunto. Inquietante, sobretudo quando pretendemos
convencer a outra pessoa de que somos pessoas realmente
interessantes. Outra utilidade dos Desbloqueadores de
Conversa tem a ver com o flagelo das viagens de elevador.
Haverá situação mais confrangedora do que uma interminável
viagem dentro de um apertado cubículo que partilhamos com
mais uma pessoa e onde não fazemos ideia do que havemos de
dizer para acabar com aquele silêncio desconfortável?
Aqui ficam alguns exemplos de Desbloqueadores de Conversa,
todos eles encenados na Rádio Comercial e interpretados com
brilho pelo Pedro Ribeiro e a Maria de Vasconcelos. Agora
já pode reunir os seus amigos, levar este livro para dentro
de um elevador e rir, rir, rir, rir!
Exemplo l: NO ELEVADOR
A situação clássica. Você viaja com alguém no elevador e o
silêncio está desconfortável.
VOCÊ: Pois é, pois é, pois é... Este tempo anda instável...
VIZINHO: Pois é...
VOCÊ: Pois é...
VIZINHO: Pois... Cá estamos...
VOCÊ: É verdade: sabia que, depois de cortados, os órgãos
sexuais do armadilo continuam activos?
ISTO É UM... DESBLOQUEADOR DE CONVERSA!
Exemplo 2: SALA DE ESPERA
Outro lugar de silêncios desconfortáveis (sobretudo se se
tratar da sala de espera do dentista, em que esses
silêncios incluem o som da maldita broca), uma sala de
espera pode oferecer inúmeras possibilidades de desbloqueio
de conversas para as pessoas que não quiserem cair na
previsível e pouco estimulante conversa sobre as doenças
pessoais.
VOCÊ: Pois é... Pois é, pois é, pois é...
A OUTRA PESSOA: É para que médico?
VOCÊ: É para o Dr. Simões.
A OUTRA PESSOA: Ah, pois é, pois é... Bom médico...
VOCÊ: É bom médico, é...
A OUTRA PESSOA: Pois é, pois é, pois é...
VOCÊ: É verdade! Sabia que o Japão está à frente do resto
do mundo no que toca à venda de preservativos porta-a-porta
por mulheres?
ISTO É UM... DESBLOQUEADOR DE CONVERSA!
Exemplo 3: INTERIOR DE UMA BALEIA
Aconteceu ao Pinóquio, pode acontecer-lhe a si. Imagine que
foi engolido por uma baleia juntamente com outra pessoa. O
silêncio é desconfortável. Alguém terá de desbloquear a
conversa.
VOCÊ: Pois é, lá fomos comidos por uma baleia...
A OUTRA PESSOA: Pois é, pois é, pois é...
VOCÊ: Felizmente ainda não começou a digestão.
A OUTRA PESSOA: Pois é, é verdade sim senhor...
VOCÊ: Pois é... É giro pensar que daqui a uns tempitos não
passaremos de dejectos expelidos pelo rabo da baleia.
A OUTRA PESSOA: Pois é, pois é, pois é...
VOCÊ: É verdade... Parece que está frio, não é?
A OUTRA PESSOA: Está um bocadinho, está. Pois é...
VOCÊ: Pois é. Já agora, não sei se sabia mas a tradução
literal do sistema montanhoso do Wyoming, Grand Tetons, é
ENORMES SEIOS.
ISTO É UM... DESBLOQUEADO» DE CONVERSA!
Exemplo 4: NA SUPERFÍCIE LUNAR
Ainda não é qualquer um que vai à Lua, mas mais tarde ou
mais cedo essa é uma realidade com a qual terá de lidar. O
Homem Que Mordeu o Côo antecipa-se, divulgando um
Desbloqueador de Conversa para uso na superfície lunar.
VOCÊ: Cá estamos na Lua.
A OUTRA PESSOA: Pois é.
VOCÊ: É um pequeno passo para o homem e um grande para a
humanidade.
A OUTRA PESSOA: Já não é um passo muito grande para a
humanidade.
VOCÊ: Pois é... Já foi mais, já...
A OUTRA PESSOA: Pois é... Pois é... Pois é...
VOCÊ: Sabia que todos os anos há cerca de 11 mil americanos
que se aleijam a tentar posições sexuais bizarras?
ISTO É UM... DESBLOQUEADOR DE CONVERSA!
Exemplo 5: NOS DESTROÇOS DO TITANIC A MUITOS METROS DE
PROFUNDIDADE, DEBAIXO DE ÁGUA
Gostaria de arranjar um enquadramento realista para este,
mas depois de pensar um pouco acabei por concluir que se
trata de uma situação absolutamente gratuita. Seja como
for...
Ah, apenas uma indicação: este diálogo deve ser lido com
bolhas pelo meio. Como se estivessem mesmo debaixo de água.
A OUTRA PESSOA: Pois é, pois é, pois é...
VOCÊ: Cá estamos...
A OUTRA PESSOA: Pois é...
VOCÊ: Isto está profundo...
A OUTRA PESSOA: Está, está...
VOCÊ: Pois é, então isto é que é o Titanic...
A OUTRA PESSOA: Diz que sim...
VOCÊ: Sabias que em 1930 um homem foi preso, acusado de
bestialismo por molestar sexualmente um pato no Hyde Park
de Nova Iorque?
ISTO E UM... DESBLOQUEADOR DE CONVERSA!
Retomamos esta torrente de bizarrias com uma grande
descoberta do mundo médico. A ver se conseguimos emprestar
alguma respeitabilidade a este projecto. Um relatório
apresentado num jornal médico diz que os homens correm um
grande risco - um GRANDE risco - de se aleijarem seriamente
no momento mágico em que eles tiram o soutien a uma mulher.
De acordo com o relatório, um paciente sofreu uma fractura
num dos dedos quando tentava tirar o soutien a uma mulher.
Durante semanas, o homem teve de manter o dedo
completamente firme e hirto, graças a este ferimento, um
tipo de ferimento que está geralmente associado aos
alpinistas, à escalada de montanhas. Por isso estão a ver a
hierarquia dos ferimentos - o retirar do soutien e a
escalada de montanhas estão ali ela por ela, o que acaba
por não ser assim tão estranho. O retirar do soutien,
antecede, de certa forma - e reparem na finesse da piada! -
o escalar de outro tipo de montanhas.
Este estudo mostra também que 40% dos homens entre os 3u e
os 40 anos têm problemas ao tirar soutiens a mulheres. A
média de tempo gasto a tirar um soutien é de 27 segundos.
Usando as duas mãos.
O estudo do British Journal of Plastic Surgery diz que
homens que usam simplesmente uma mão para tirar um soutien,
demoram uma média de 58 segundos. Quando foi feito este
estudo, houve um desgraçado que demorou 20 minutos, naquele
que é o actual recorde de mais tempo gasto a tirar um
soutien.
«A protagonista desta notícia é uma funcionária de um
abrigo para animais em Eccles, na Inglaterra.
Uma noite, esta senhora de 39 anos decidiu levar um
papagaio do abrigo para sua casa. Não se percebe porquê,
uma vez que nessa noite a senhora até tinha companhia lá em
casa, e mais lhe valia por isso ter deixado a meiga ave
sossegada no abrigo...
O que aconteceu é que no dia seguinte, o papagaio estava
mudado. Bastou uma noite em casa desta senhora - e logo
numa noite em que o namorado da senhora passou lá a noite -
para que no dia seguinte, e de regresso ao abrigo, o
papagaio surpreendesse toda a gente dizendo coisas que
nunca tinha dito. Coisas que estão longe, bem longe do
tradicional 'Dá cá o pé, louro'.
O que dizia então o papagaio depois daquela noite? O
papagaio dizia, e agora peço aos pais que arranquem
brutalmente esta publicação das mãos dos pequenitos, frases
tais como:
- OH MEU DEUS! OH MEU DEUS!
- COSTAS DISTO NÃO GOSTAS?
ou ainda
- ACARRA-ME AS TETAS!
Agora o papagaio está num lugar recolhido do abrigo, longe
dos olhos e dos ouvidos dos visitantes, enquanto as
funcionárias tentam fazê-lo esquecer-se das lições
aprendidas na animada casa da colega.»
A vida começa aos 90. Nenhum de nós ainda não viveu nada.
Excepto os leitores que tenham, de facto, mais de 90 anos,
e para esses, o autor e a Texto Editora, numa iniciativa
histórica sem precedentes no mundo literário, vai aumentar
o corpo de letra para que possam ler isto sem óculos.
«Uma pessoa nada vive até ter uma placa e a pele
encarquilhada. Ponham os olhos neste homem: Jim Webber, de
Dorset, na Inglaterra. Ele é jardineiro profissional, um
dos mais bem sucedidos. Tem 99 anos de idade. O negócio
está a correr tão bem que ele acabou de contratar um
ajudante mais novo. Compreende-se: de facto, aos 99 anos,
Jim precisava de um jovem para o ajudar a manter o negócio
da jardinagem bem próspero. Vai daí contratou o irmão mais
novo, um jovem de 91 anos. É bonito da parte dele, aos 99
anos, passar o testemunho à geração mais nova. 91 anos ali
cheios de sangue na guelra. Ah, mocidade! Esses jovens de
91 anos, eu bem os vejo à porta dos lares a fumar...»
Vem de Rhode Island, nos EUA, esta notícia que, confesso,
me trouxe gratas recordações dos meus tempos de perseguidor
obsessivo de mulheres. Tempos que já lá vão. Há duas
semanas.
«O que se passou em Rhode Island foi isto: um homem foi
detido, acusado de ter lambido os pés a duas senhoras que
faziam compras num supermercado. Ele declarou-se inocente,
mas as senhoras cujos pés foram lambidos não têm dúvidas de
que AQUELE homem lhes lambeu os pés. Não há fuga possível.
Diz uma senhora de 32 anos que o homem a seguiu pelo
supermercado e começou por lhe fazer um elogio aos pés. Ele
disse que o verniz das unhas era bem bonito.»
(Estou a reconhecer todo o processo - é tão nostálgico!)
«Daí a pouco o homem estava a acocorar-se aos pés da
senhora, agarrou-lhe um deles e lambeu-o. A senhora
conseguiu libertar o pé e fugiu a correr
para as caixas deixando o homem acocorado no meio de uma
das alas do supermercado.
Mas ele não desistiu (lembro-me tão bem... eu também era
assim!) e aproximou-se nesse mesmo dia de uma outra
cliente. Acocorou-se novamente, dizendo que era empregado
do supermercado e que tinha de arranjar uns produtos que
estavam na prateleira de baixo. Daí a segundos eleja estava
novamente a lamber o pé desta senhora. Só que esta senhora
era casada e o marido dela moveu uma animada perseguição ao
lambedor de pés. O lambedor conseguiu meter-se no carro e
fugir, mas o marido da lambida conseguiu tomar nota da
matrícula do carro do lambedor.»
Lições a tirar daqui, caros perseguidores de mulheres que
me lêem;' Nitidamente este homem é um principiante. Regra
de ouro: nunca usar o nosso próprio carro. Roubar sempre um
carro antes. Nunca lamber os pés de uma senhora sem ter a
certeza se ela está acompanhada ou não. Isto é o elementar.
Isto está na famosa Cartilha do Fetichista de Pés de João
de Deus. É claro que não estou a falar desse João de Deus,
o da Cartilha Maternal. Este é outro João de Deus. João de
Deus, o fetichista de pés. É outro João de Deus.
«A grande notícia deste fim-de-semana é mesmo a da criação
do maior charro do mundo. Isto é absolutamente fantástico -
cinco tipos, australianos, foram apanhados em flagrante
pela polícia a fumar um charro de um metro de comprimento.
Um metro, senhoras e senhores. Aquilo tinha de ser
suportado pelos cinco indivíduos, senão caía.
A polícia prendeu os cinco rapazes... O charro não foi
apagado - acho que teve de ser extinto pela corporação
local dos bombeiros.
Afinal de contas, dentro da mortalha gigante não havia nada
de ilegal: aquilo era suposto ser só uma brincadeira dos
membros da Rede Contra a Proibição. Um grupo que defende a
legalização das drogas leves. Em protesto eles enrolaram o
gigantesco charro com algumas ervinhas, tudo muito natural.
Ervinhas, é como quem diz. Para encher um charro daquele
tamanho, eles devem ter arrancado a relva inteira de algum
jardim. Já fumaram relva? Dá uma grande pedra, um tipo fica
durante horas a pensar que é uma vaca.»
«Esta é capaz de ser a maior notícia de todo este livro. A
verdade é que, pela segunda vez em 2002, foi batido o
recorde de tamanho de cabelos dentro de ouvidos.
Anthony Victor, indiano, 70 anos, tem pêlos que lhe saem
dos ouvidos que atingem um comprimento de 11 centímetros e
meio. Eu ainda me lembro de quando, com pompa e
circunstância, nós anunciámos que o recorde de pêlos nos
ouvidos tinha sido batido pelo senhor B D Tyagi, de Madhya
Pradesh - ele tinha pêlos que lhe saiam dos ouvidos com um
comprimento de 10,2 centímetros. Mal sabíamos nós que este
indivíduo não passava de um deprimente principiante
Agora surge este homem, também ele indiano - o que é que se
passa com os indianos e os pêlos que saem dos ouvidos? Não
haverá ouvidos peludos em mais nenhuma parte do mundo?
O que é certo é que entretanto apareceu um tipo também ele
indiano chamado Narayan Prasad Pai. Diz ele que os pêlos
que lhe saem dos ouvidos atingem a impressionante extensão
de 13 centímetros quando esticados. Este recorde ainda não
foi verificado e oficializado pelo Guiness Book. Se isso
acontecer até ao fim de 2002, este poderá ser um recorde
batido três vezes no mesmo ano. Eu espero que as revistas
do ano não se esqueçam destes grandes heróis da
modernidade: B D Tyagi, pêlos nas orelhas de 10,2
centímetros; Anthony Victor, pêlos nas orelhas de 11,5
centímetros; Narayan Prasad Pai, pêlos nas orelhas de 13
centímetros.
Ainda por cima é tão sexy ter uma trança de pêlo negro a
pender de dentro das orelhas. Eu imagino as miúdas que
estes tipos não conseguem engatar! Eles té devem fazer
aquele movimento de cabeça para trás, como quem afasta o
cabelo da cara - só para pôr os pêlos das orelhas a adejar
ao vento.
Bem sexy.
«Fortíssima barraca numa escola britânica: uma respeitável
escola britânica em Wiltshire. O que se passou foi isto:
era dia de exame. O professor tinha acabado de usar o seu
computador portátil, que estava ligado a um enorme ecrã ha
sala, para mostrar um exercício que os alunos tinham de
resolver.
Enquanto os alunos se dedicavam à resolução do problema, o
professor decidiu entreter-se no seu portátil - e desatou a
navegar na net pelos mais obscuros sites de pornografia...
...sem se lembrar que o computador portátil ainda estava
ligado ao ecrã.
Quando um dos alunos decidiu levantar a cabeça do exame
para pensar, viu uma matrona de enormes seios segurando um
legume - e não era necessariamente usando as mãos.
- Senhor professor... Isto também faz parte do problema ?
O professor foi expulso da escola. E tudo por causa de uma
matrona e de um legume.»
«As forças da lei na Nova Zelândia têm muito que fazer. É
de lá que chega esta notícia que diz que a polícia local
seguiu, durante 20 e tal quilómetros, um misterioso rasto
de cebolas. Cebolas cuidadosamente organizadas em fila, ao
longo de 20 e tal quilómetros.
Um grupo de polícias achou que aquilo era estranho. Que
aquilo era suspeito. E seguiram o rasto das cebolas
quilómetro após quilómetro após quilómetro...
Até que, a certa altura o rasto foi ficando cada vez mais
disperso - até que finalmente... ...as cebolas
desapareceram.»
Não, a sério. A história anterior acaba mesmo ali. As
cebolas desapareceram e eles não perceberam o que era
aquilo. Não há mais nada para dizer sobre esta história. Os
polícias consideraram que o caso estava encerrado por falta
de explicação.
Eu juro, juro que queria que esta história tivesse um
desfecho mais bombástico, mas lamento muito - não tem. As
cebolas vão em fila durante 20 e tal quilómetros e depois
deixam de aparecer. O que eu posso fazer é inventar um
final bombástico para a história.
Talvez uma coisa do estilo: finalmente os polícias
perceberam que o rasto de cebolas ia dar a um disco voador
dentro do qual estava a cebola-mãe, com os seus tenebrosos
planos de conquista do planeta Terra.
Mas não é um grande final para a história.
Depois vinha um alho francês gigante, que saía do mar e...
Não. É melhor parar com isto. Próxima história!
Da Suécia chega uma notícia absolutamente bombástica. Para
mim, trata-se da grande descoberta do ano, juntamente com o
tamanho dos pêlos nas orelhas daqueles indianos.
«O que se passa é que as trutas fêmeas fingem orgasmos.
Cientistas suecos observaram 117 acasalamentos e chegaram à
conclusão que em 69 deles a truta comportou-se como se a
relação se tivesse consumado em grande estilo - mas estava
simplesmente a fingir.
Por que é que a truta finge os orgasmos?
Simplesmente porque a certa altura da relação ela apercebe-
se que não está na posição certa, ou não está no timing
certo e então quando o macho liberta o seu esperma, a truta
faz-lhe o favor de fingir que correu tudo bem - Al QUE
GOZO, Al QUE COZO, diz a truta, naquela maneira
inconfundível que as trutas têm de manifestar o prazer
sexual mas quando chega a altura de libertar os seus ovos,
nada.»
A próxima notícia requer um estômago forte. Por isso, se
estão prestes a tomar uma refeição, não tomem já -
mantenham as entranhas vazias, porque é provável que, se
elas estiverem cheias, venha tudo parar cá fora. E nós não
vamos querer sujar este livro magnificamente encadernado,
pois não?
«Um homem tailandês diz que come 15 lagartos vivos por dia
- e não estamos a falar de adeptos do Sporting, estamos a
falar de lagartos mesmo.
Suwan Meunlow diz que começou a sofrer dores de estômago
quando tinha 18 anos e desde então procurou toda a espécie
de curas sem êxito e visitou vários médicos que não lhe
conseguiram resolver o problema.
Um dia um vizinho diz-lhe que o que costuma resultar muito
bem nestes casos é comer lagartos. Desde então, há 30 anos,
este homem engole 15 lagartos por dia. Diz que não só as
dores de estômago passam como o seu poder sexual fica
imenso.
Não vos passa pela cabeça o sucesso que ele tem com as
mulheres desde que começou a engolir 15 lagartos vivos por
dia.»
Pode-se dizer que a protagonista da próxima história se foi
embora com um estoiro. A senhora morreu, mas antes de
morrer deixou explícito que gostaria que as suas cinzas
fossem misturadas com foguetes de fogo de artifício de modo
a que ela pudesse voltar à Terra numa autêntica chuva de
estrelas.
Eu acho isto sublime, mas é daquelas coisas que não convém
de facto fazer com ninguém sem ter a certeza de que essa
pessoa está realmente morta. Daí ser necessário cremar a
pessoa. Estando a pessoa cremada, é certo e sabido que está
realmente morta. Em caso de dúvidas, não é aconselhável
disparar uma pessoa para o ar amarrando-a a um foguete.
Mais serviço público, cortesia d'O Homem Que Mordeu o Cão.
E agora, mais serviço público!
Agora que a ameaça nuclear volta a pairar sobre o mundo,
não há nada como seguirmos os melhores conselhos para o
caso da bomba rebentar - e neste caso o melhor conselho vem
da índia, da Comissão de Protecção das Vacas de Uttar
Pradesh.
E o conselho consiste nisto: no caso de uma guerra nuclear,
o ideal é a pessoa barrar todo o seu corpo com estrume de
vaca. O estrume de vaca protege contra as radiações. E
mais: é aconselhável espalhar o estrume de vaca também
pelas paredes das casas. E pelos telhados das casas.
Eu acho que perante isto a própria bomba atómica dá volta e
vai explodir longe.
É que me parece que uma pessoa escapa da ameaça nuclear mas
nunca mais engata uma mulher na sua vida. O cheiro fica
entranhado. Para sempre.
Da Eslováquia chega mais material de que são feitas as
lendas.
«Um homem chamado Robert Mikula conseguiu empurrar um
eléctrico de 16 toneladas... sem usar as mãos - o que só
por si já era épico. Mas, muito mais arriscado e heróico, o
homem conseguiu empurrar um eléctrico alguns metros usando
a sua maçã-de-adão. Havia um mastro a ligar o eléctrico à
maçã-de-adão do homem, e foi com a maçã-de-adão que ele
empurrou o mastro que, por sua vez, empurrou o eléctrico
durante alguns metros.»
Isto é um número perigoso - e houve um tipo, há alguns
anos, que morreu na tentativa. Quando esse tipo percebeu a
estupidez que estava a fazer, já a ponta do mastro lhe
estava a sair pela parte de trás do pescoço. Mas este não -
este tinha, aparentemente, a mais rija maçã-de-adão do
mundo. Eu arriscaria dizer que este tipo não tinha uma maçã-
de-adão: este tipo tem uma verdadeira melancia-de-adão.
Ele tem 28 anos, é perito em artes marciais, suou que se
fanou para conseguir empurrar o eléctrico sem acabar por
engolir a sua própria maçã-de-adão - e agora o Guiness Book
não quer reconhecer este recorde. Eles dizem que isto é
demasiado perigoso para ser promovido no Livro dos
Recordes.
E eu sou obrigado a dar-lhes razão. Vistas bem as coisas,
tentar empurrar um eléctrico com a maçã de adão nem sequer
me parece muito heróico. Parece-me só parvo e nem sequer é
uma coisa que possa ter qualquer efeito para engatar miúdas
(não acaba por ser esse o objectivo de todos os tipos que
se metem nestas parvoíces?).
«Então o que é que fazes e tal?»
«Eu já empurrei um eléctrico com a maçã-de-adão»
«Ah... OK, parabéns... e mais?»
A próxima notícia é o que se chama um verdadeiro bloqueador
de conversa, porque depois de uma coisa destas, qualquer
conversa, qualquer discussão que se esteja a ter, é certo e
sabido que irá chegar abruptamente ao fim.
Esta incrível história sobre falta de jeito - e como essa
falta de jeito pode aleijar violentamente - passou-se nos
EUA, em Toledo. Imagine esta cena:
«Estão duas pessoas a discutir à grande no parque de
estacionamento de um bar, um homem e uma mulher. A
discussão está a aquecer - e está a ser vista ao longe por
um homem que acha que está na altura de intervir. De fazer
uma boa acção e separar o casal cujos gritos ecoam cada vez
com mais força pelo parque de estacionamento. O que é que
este homem, este bom samaritano que só queria paz e amor e
o fim da discussão se lembra de fazer? Ele tinha uma arma
no bolso das calças e achou que o melhor era chegar ao pé
do casal e parar a discussão dando uns tiros para o ar.
Agora ponha-se na pele do casal, que vê um tipo aproximar-
se deles a meio da discussão, um tipo que eles não conhecem
de lado nenhum e que, quando já está ao pé deles, mete a
mão ao bolso das calças e, antes que ele tire lá de dentro
do bolso o que quer que seja, PAMH! Ouve-se um tiro. A
expressão no rosto do homem é de dor, muita dor.
Ou seja: não era bem desta maneira que o homem pretendia
parar, com a discussão entre o casal - recordo que a ideia
deste bom samaritano era disparar para o ar de modo a parar
a discussão do casal.
A arma disparou um bocadinho cedo demais. Disparou ainda
dentro das calças do homem. Apontada que estava para os
testículos do homem. A bala passou ao de leve e podia ter
feito mais estragos, mas digamos que fez os suficientes
para magoar bastante.
As boas notícias são que a discussão entre o tal casal
parou. Não é de estranhar. Estamos a discutir com a nossa
mulher e de repente aparece ao pé de nós um tipo com a mão
no bolso das calças, depois ouve-se PAM, o homem dá um
salto, grita com a voz mais fina que consegue e fica com um
ar de incomportável dor no rosto. Acho que é seguramente o
fim de qualquer discussão.»
Os nomes que se seguem pertencem, de facto, a bandas de
rock de várias partes do mundo. Infelizmente, bandas que
nunca conseguiram um lugar ao sol. Pergunto-me porquê.
OS ANGIOSPERMAS
OS PROFESSORES GAGOS
O BARNEY PASSOU-SE
O BEN E GAY, O BOB É HETERO
BEN-WA E OS SEUS TESTÍCULOS AZUIS
O GRANDE REI DO PUS E DO COCÓ (2)
INFECÇÃO NA BEXIGA
TRAQUE SANGRENTO
AS KARATEKAS NUAS
O GNOMO E O PÉNIS DE BOI
COMPRA ESTA PORCARIA DESTE CD, FILHO DA MÃE FORRETA
CLÍTORIS CONCRETO
E ainda, esta banda, que fez algum furor nos anos 80
(sobretudo entre os amigos deles):
QUEM É AQUELA RAPARIGA DO VESTIDO VERMELHO E POR QUE RAIO É
QUE ELA INSISTE EM CHAMAR-ME ANDREW
Nota: (2) Arrisco dizer que é a primeira vez na história da
Texto Editora que tais palavras surgem num livro e logo na
mesma linha. Peço imensa desculpa; não voltará a acontecer.

Do Canadá, chega uma história que merece o prémio «mais


valia estar calado».
«Josh Rempel, jovem de 16 anos, discutia animadamente com
os seus amigos a existência ou não de Deus e dizia não
acreditar que existisse um ente supremo. Ele foi mais
longe, ao dizer, alto e bom som: 'Se Deus existe, então que
me mande um raio para cima'.
Pois.
Minutos depois, Josh estava a caminho do hospital - um raio
caiu-lhe em cima. Por sorte não tardou a ficar fora de
perigo. Nitidamente um caso típico de 'mais-valia-estar-
calado'. Parece que estou a ver O Todo Poderoso, lá em
cima: 'Ai queres? Ai queres?'»
Mais uma invenção tremenda vinda do Japão - uma invenção,
arrisco dizê-lo, comparável apenas à da própria roda.
Estamos a falar de uma máquina que se coloca na Cama e que
mede a profundidade do sono da pessoa que lá está deitada e
ainda a quão cheia está a sua bexiga. Quando o detector
constata que a bexiga está cheia, desata num chinfrim a
acordar o utilizador e a dizer-lhe que vá esvaziar a bexiga
à casa-de-banho.
Desvantagens do aparelho: ocupa mais de metade do espaço da
cama, a pessoa tem de dormir ligada a vários fios e o
sistema medidor ainda não está muito afinado, precipitando-
se e começando o chinfrim muito antes da bexiga estar a
necessitar de ser esvaziada.
Suponho que uma noite com este aparelho seja qualquer coisa
como isto... BONK!
- Ai, o que é isto? Ah, é a máquina.
BONK!
- Ai, o que é isto? Ah, é a máquina.
BEEEP BEEEP BEEEP BEEEP BEEEP!
- Ai, o que é isto? Ah, é a bexiga.
BONK!
- Ai, o que é isto? Ah, é a máquina.
BEEEP BEEEP BEEEP BEEEP!
- Ai, o que é isto? Ah, é a bexiga."
BONK!
- Ah, e a máquina, também.»

E AGORA, MAIS UM CLÁSSICO!


(é bom ser surpreendido assim a meio do livro, não é? Não?
Tudo bem.)
Dave Barry é um cronista americano absolutamente genial
que, todas as semanas, apresenta no jornal Miami Herald
preciosas crónicas sobre grandes eventos bizarros da
História da Humanidade. Barry, que tem editada uma vasta e
hilariante colecção de livros reunindo as suas melhores
crónicas, foi quem deu a conhecer ao mundo uma das mais
geniais histórias bizarras verídicas, hoje transformada - e
muito justamente - numa verdadeira lenda. Estamos a falar,
é claro, do caso da Baleia Explosiva.
Há vários sites na Internet dedicados à Baleia Explosiva,
possivelmente um dos maiores hinos à estupidez humana
colectiva - e notem que não uso aqui a palavra «iztupidez»,
mas sim «estupidez». Está na altura de prestar homenagem a
todos os envolvidos no caso, relatando no livro d'O Homem
Que Mordeu o Cão esta saga histórica - que foi das
primeiras a passar na rubrica, nos idos de 1997.
«Isto passou-se na América, no estado de Oregon - e existem
provas do sucedido, uma vez que tudo foi filmado por uma
equipa de reportagem da televisão local. Nessas imagens
começamos por ver o enquadramento do caso: uma baleia de
oito toneladas, morta, dá à costa, e as autoridades decidem
ver-se livres do gigantesco cadáver usando explosivos. Na
reportagem surgem engenheiros que, aparentemente, pensaram
a fundo nesta situação. Eles dizem que a ideia é colocar
dinamite dentro da baleia, fazer com que ela fique desfeita
em pequenos pedaços que depois os animais marítimos, como
as gaivotas, se encarregarão de comer.
Vários populares dirigem-se à praia para assistir ao
evento. Os engenheiros introduzem meia tonelada de dinamite
dentro da baleia morta (e um deles até chega a dizer à
reportagem que possivelmente aquilo é pouco dinamite) e
preparam a explosão. A praia está cheia de curiosos. Sempre
é um espectáculo que não se vê todos os dias.
A baleia explode. Até aqui tudo bem.
Aquilo em que ninguém pensou é que meia tonelada de
dinamite dentro de uma baleia não se limita a fazer com que
os tais pequenos pedaços se espalhem pacatamente pela
areia: milhares de pedaços de baleia são projectados a
grande velocidade em todas as direcções - e não, ninguém se
lembrou disto. Nem mesmo os ultra-profissionais
engenheiros. O que se vê no vídeo - e que o cronista Dave
Barry classifica como "o espectáculo mais maravilhoso da
História da Humanidade" é a reacção de alegria dos
populares ser subitamente transformada em pânico absoluto,
à medida que gigantescas postas de baleia voam na sua
direcção. A certa altura ouve-se distintamente uma mulher
gritar "Oh meu Deus, são gigantescos bocados de...
AAAAAAAAH!!!". O caos está instalado.
Imagens inesquecíveis: a de carros com os tejadilhos
completamente metidos para dentro por bocadões de baleia,
estacionados no parque de estacionamento de um supermercado
a alguns quilómetros dali. O engenheiro ultra-confiante que
se vê no início da reportagem com a nítida expressão de
quem pensa "oh meu Deus, o que é que nós fizemos".
Quanto às gaivotas, as tais que eram suposto alimentarem-se
dos pedaços de baleia... Onde foram? Ninguém sabe, mas
muitos acham que depois do cagaço que apanharam com a
explosão migraram definitivamente para o Brasil e nunca
mais foram avistadas naquela zona, até hoje. A história
passou-se em 1970.»
E agora, cabeças rijas que se fartam. Cabeças como a deste
homem de Los Angeles, cujo nome está mantido no anonimato.
Ele ia pacatamente no seu carro, de volta a casa, quando,
por volta da uma e vinte da manhã levou um tiro na cabeça,
vindo sabe-se lá de onde. Sempre sem perder a calma, o
homem deu meia-volta e conduziu pacatamente o seu carro até
à esquadra mais próxima, onde pediu ajuda.
O homem foi operado e ficou fora de perigo... Aquilo em
L.A. já é tão comum, que para eles é como cortar um dedo
numa folha de papel. «Ora bolas, levei um tiro no crânio.
Bem, deixa-me cá ver onde é que eu pus os pensos
rápidos...»
A questão do papel higiénico continua a fazer vítimas entre
os casais de todo o mundo. O grande problema é que os
homens acabam os rolos de papel higiénico e não os mudam;
as mulheres, se encontram o tubo de cartão vazio pendurado
no suporte recusam-se a pôr lá um rolo novo e obrigam o
homem a ir até à casa-de-banho, esteja onde estiver, para
pôr o rolo novo. O homem pode estar em Kuala Lumpur, mas se
tiver sido ele a acabar o rolo de papel higiénico, a mulher
há-de o obrigar a vir de onde quer que esteja para
substituir o raio do rolo.
Os homens têm então que passar por uma das grandes
humilhações da vida em casal que é trocarem o rolo sob o
olhar severo das mulheres: elas de pé, mão na anca - e não
saem de lá sem se certificarem de que o homem mudou o rolo
convenientemente. Ou seja: não só meter o rolo no suporte,
mas também descolar do rolo a primeira folha - que
geralmente vem estupidamente colada - para a deixar
pendurada e pronta para a próxima utilização.
Este é um sério drama da vida em casal, e é por isso que
nos Estados Unidos, a terra onde acontece de tudo, um grupo
de homens uniu-se para fundar o Movimento Anti-Troca de
Rolo de Papel Higiénico. Estes homens defendem esse último
resquício de orgulho masculino. Quando um rolo acaba, e
eles reparam nisso, fazem questão de não trocar o rolo.
Deliberada e conscientemente. Eles podiam fazê-lo e evitar
ouvir as mulheres, mas não
'eu acabei agora o rolo e possivelmente ainda precisava de
me limpar melhor - mas o meu orgulho masculino impede-me de
ir buscar o rolo novo, por isso vou sair desta casa-de-
banho com uma sensação de sujidade aqui atrás que, mais
tarde ou mais cedo, irá transformar-se numa comichão
insuportável, mas saio desta casa-de-banho de cabeça
erguida!'
É bonito ou não é?
No capítulo Estranhos Fetiches, trago agora a história de
Roy McCarthy, um americano de 36 anos, acusado de assédio
após três incidentes em que se terá feito passar por médico
e terá aproveitado o disfarce para massajar vários pés de
homens. No último incidente, ele ultrapassou todos os
limites, porque atirou deliberadamente com uma série de
garrafões de vinho para cima dos pés de um empregado de
supermercado. O desgraçado ficou com o pé partido e Roy
pôde dizer-lhe a seguir: «Tenha calma, eu sou médico» - e
começou a massajar-lhe os pés. Roy MCarthy aguarda
julgamento.
«Uma bela história chega de Stafford, na Inglaterra: um
homem chamado Louie Holliman fez 50 anos e os seus colegas
de trabalho resolveram fazer-lhe uma surpresa em grande.
Eles contrataram uma stripper para saltar de dentro de um
enorme bolo que apresentaram a Louie. A ideia era ele ser
surpreendido por aquela jovem já bastante desnudada e que
depois faria uma dança exótica que a deixaria ainda mais
desnudada.
O bolo chega. Louie Holliman sorri, porque já faz uma ideia
do que vai saltar ali de dentro. E quando, de repente, o
bolo se abre e salta lá de dentro a stripper, há um
silêncio aterrador.
Imaginem o espanto de Louie quando constata que a rapariga
que acaba de saltar do bolo é... a sua filha. Louie não
fazia a mínima ideia de que a filha tinha aquele segundo
emprego de dançarina erótica; a filha não fazia ideia de
que o aniversariante era o seu próprio pai.
Posto isto, o homem tem um ataque cardíaco... e está, neste
momento, a recuperar.»
«De Pequim chega uma notícia que nos fará olhar para as
galinhas com outros olhos: um pobre agricultor estava a
comer uma galinha, ao jantar, quando, de repente, percebe
que há qualquer coisa dentro da galinha, a brilhar. Era
nada mais, nada menos do que um diamante valiosíssimo. Li
Yunz-hong acabou por vender o diamante ao governo pelo
triplo do dinheiro que ele ganha num ano de trabalho. Como
é que o diamante foi parar ao bucho da galinha, isso é um
mistério. Possivelmente, aquela era uma variante viva
(agora morta e comida) da mítica galinha dos ovos de ouro.
Quem sabe, se ele não a tivesse comido, quantos mais
diamantes a galinha não iria pôr?
E o duro que deve ser para uma galinha pôr diamantes...»
Da Suécia chegam ecos de uma exigência que se está a tornar
inquietantemente comum em diversos lares - as mulheres
suecas andam a exigir que os seus maridos e namorados
urinem sentados. Parece que os homens suecos padecem de uma
tremenda falta de pontaria, o que está a deixar as suecas
com os nervos em franja - é por isso que elas estão a
exigir que eles façam o seu xixi sentados, como elas. E o
que começou como uma coisa isolada, foi passando de boca em
boca e agora são já muitas as mulheres a obrigarem os
homens a contrariar a tendência com que nasceram e a negar-
lhes parte da sua masculinidade.
Agora vem a parte melhor.
Cientistas alemães dizem que se está a assistir, à escala
global, um aumento de falta de pontaria dos homens no que
toca a acertar com o jacto dentro da sanita, o que pode
dever-se - tomem nota - a alterações das forças magnéticas
do planeta.
(O que me parece é que estes cientistas alemães andam a
fazer tudo por fora e servem-se do facto de serem
cientistas para arranjarem logo uma teoria... Então e nós,
que não somos cientistas? Que desculpa é que arranjamos? Eu
não vou dizer à minha mulher que há forças magnéticas a
arruinarem-me a pontaria!)
A vida de um homem é sempre muito dura. É que, ainda por
cima, temos que aguentar com a síndroma da última pinga.
Aquela que vai SEMPRE (e friso bem o SEMPRE) para dentro
das calças.
SEMPRE.
«No capítulo 'Coisas Que Podiam Acontecer ao Autor da
Rubrica', temos o caso do homem de Filadélfia que passou
por uma garagem em construção e, inocentemente, resolveu
tirar uma placa de ferro que estava lá.
Quando tirou, os três andares da garagem desabaram.
Não lhe caiu nada em cima, apesar de tudo (sendo que esta é
a parte que não aconteceria ao autor da rubrica).»
Esta é capaz de ser a mais bizarra de sempre contada n'O
Homem Que Mordeu o Cão. Ou não, mas se por acaso abriu o
livro ao calhas e lhe apareceu esta história pela frente,
deve saber bem encontrar aquela que é, supostamente, a
história mais bizarra de sempre da rubrica.
«Um homem matou o seu psiquiatra a tiro. Até aqui, é um
crime como outro qualquer, mas agora vou dar-lhe, amigo
leitor, a informação completa...
Um homem de 74 anos, chamado Cesare Fratazzi, vestiu-se de
mulher e entrou no consultório do seu psiquiatra Emílio
Dido, de 91 anos, cego como uma toupeira - e matou-o.»
Eu penso que o assassino deve ter-se sentido aldrabado por
este psiquiatra. Sempre que abria a boca para desabafar com
o médico e dizer: «Doutor, eu tenho um problema», aquilo
que o psiquiatra lhe respondia não deveria ser mais do que
um «Ha? Quem falou? Quem está aí?»
Não percebo, porém, o disfarce de mulher. Tendo em conta
que o psiquiatra não via um palmo à frente do nariz,
possivelmente o paciente assassino vestiu-se de mulher...
porque lhe apeteceu.
«Coisas estranhas passam-se em cima dos autocarros de
Santiago Del Estero, na Argentina. Um jovem de 25 anos,
chamado Mário Paz, ia entrar no autocarro quando se
apercebeu que a viatura ia muito, mas mesmo muito cheia - a
abarrotar. Ora parece que lá na Argentina, quando isto
acontece, os passageiros estão autorizados - se tiverem
agilidade para isso - para subir para o tejadilho do
autocarro e viajar lá em cima. Foi isso que fez Mário Paz.
Ora, em cima do tejadilho estava um caixão, pertencente a
uma companhia funerária. E qual não é o espanto de Mário
quando vê o caixão estremecer e uma voz sair lá de dentro a
perguntar se estava frio.
Mário não esperou um segundo para perceber o que se estava
a passar e fez a coisa mais esperta que um tipo que viaja
num tejadilho de autocarro pode fazer - atirou-se lá de
cima com medo...
...e acabou por fracturar um braço e uma perna.
Afinal de contas, a voz que vinha de dentro do caixão era a
de um outro passageiro que tinha constatado que não havia
espaço para ele dentro do autocarro. Por isso subiu para o
tejadilho e, como estava fresco, resolveu arrumar-se dentro
do caixão vazio e pôr a tampa por cima.»
Nos dias 23 de Junho, os americanos celebram o Dia de Levar
o Animal de Estimação Para o Emprego. A iniciativa tem tido
algum êxito, embora tenha gerado alguma polémica junto do
patronato, já que os animais de estimação, no fundo, gostam
de fazer aquilo que muitos donos não se importariam nada de
fazer: coco nas empresas.
Sim, foram muitas as alcatifas sujas, mas toda a gente
acaba por ter boas memórias desta iniciativa, o que me leva
a propor que isto vá para a frente também em Portugal:
vamos todos levar os nossos cães, gatos, ratos, peixes,
para o nosso local de trabalho. As pessoas que têm cavalos,
não hesitem - levem também os belos equídeos para o vosso
local de trabalho. E você, amigo bancário que é suinicultor
nas horas vagas, porque não passar a levar consigo a vara
para o banco?
Imagino neste momento centenas de patrões por Portugal
fora, inquirindo-se «oh meu Deus, o que é que ele está a
fazer???»
Várias vezes, n'O Homem Que Mordeu o Cão, houve
oportunidade para abordar esse síndroma raro, mas que
começa a afectar cada vez mais pessoas - o síndroma do
sotaque estrangeiro. Ou seja, aquilo que Filipa Garnel tem
quando está a entrevistar vedetas da Globo.
«Há casos clínicos registados e os que se seguem são dois
dos mais surpreendentes: uma britânica de 47 anos, chamada
Wendy Hasnip, teve um princípio de trombose, e quando
recobrou os sentidos falava com sotaque francês. Ora Wendy
não sabe uma palavra de francês, nunca esteve em França e
também não tem nenhum parente francês.
Mas o que é o caso de Wendy comparado com o de Willi
Melnikov? Este russo de 37 anos, depois de sofrer danos
cerebrais na explosão de uma mina, tornou-se fluente em
dezenas de línguas de todo o mundo.»
Parece que basta uma pessoa saber qual é a zona certa do
cérebro para rebentar e escusa de gastar dinheiro numa
escola de línguas. Seja como for, amigos ouvintes e
leitores, ainda continua a ser preferível gastar dinheiro
numa escola de línguas do que tentarem fazer explodir parte
da cabeça. É um conselho amigo.
Gostaria agora de partilhar convosco uma operação plástica
tão original que o cirurgião que a fez acabou de ser
condenado a pagar uma indemnização choruda. Isto passou-se
nos EUA...
«O Dr. Elliot Jacobs foi processado por uma dançarina
exótica chamada Mary Cale, que trabalhava numa discoteca e
fazia furor, mas que um dia caiu no erro de achar que tinha
um mau rabo. Foi então que ela decidiu visitar o bom
doutor, e o que este lhe fez foi colocar-lhe no rabo não os
normais implantes de nádegas que se usam neste caso, mas
sim magníficos implantes de seios. E o resultado ficou um
pouco bizarro, embora para alguns homens fosse a grande
oportunidade de conseguir o chamado apalpão 2 em 1: rabo e
seios no mesmo lugar. O que mais se pode desejar?
Mary pôs um processo no cirurgião, que argumentou que, na
altura da operação, os implantes de nádegas estavam
esgotados e ele teve de usar o que tinha à mão, esperando
que não se notasse muito.
Parece que sim, que se notava.»
«Em Cooper's Hill, na Inglaterra, e tal como acontece todos
os anos, lá decorreu mais uma edição da tradicional Caça ao
Queijo. As pessoas de Cooper's Hill têm esta tradição
anual: trata-se de um ritual que consiste em pôr um queijo
enorme a rolar por uma ribanceira abaixo, e depois toda a
gente é largada atrás do queijo, num festim que termina
frequentemente com diversas cabeças e pernas partidas e,
mais frustrante de tudo, o tipo que consegue apanhar o
queijo não fica com o dito todo para ele: o queijo é para
depois ser comido por toda a gente, na opípara refeição que
se segue a esta corrida, ribanceira abaixo.
Por que raio é que eles não comem logo o queijo? Mas não -
'primeiro vamos partir-nos todos, depois comemos o
queijo...'.
'Então e se este ano não houvesse a parte de ir atrás do
queijo e se o ritual passasse a consistir em cortar
carcaças ao meio e pegar no queijo e...'
'NÃO! PRIMEIRO VAMOS PARTIR-NOS TODOS, DEPOIS COMEMOS O
ESTUPOR DO QUEIJO, OK?'
No capítulo das «paixões impossíveis», temos a história
de uma senhora americana, de Oklahoma, e da estranha
relação que ela manteve com a antena parabólica dos
vizinhos do lado.
«A senhora, de 32 anos, acreditava piamente que estava a
ser cobiçada por uma celebridade - neste caso, nada mais
nada menos do que o Pato Donald e achava que a antena
parabólica que os vizinhos tinham montado ali ao lado era
uma maneira da famosa personagem de Walt Disney comunicar
com ela mais facilmente.
Nos dias seguintes à montagem da parabólica, esta senhora
foi vista várias vezes a rondar a antena, até que um dia
foi descoberta toda nua dentro do disco da parabólica, com
um ar muito satisfeito.
Ela disse então que, finalmente, tinha feito amor com o
Pato Donald em cima da antena. E eu acredito nela.
Esta senhora esteve em terapia e agora parece que está
perfeitamente curada e até se ri do incidente. Vive feliz
numa casinha lá em Oklahoma com o marido, o sr. Rato
Mickey, de quem espera agora um filhinho.
A Minnie não estava disponível para comentar.»
Pode ser que o sentido da vida esteja em Winnipeg, no
Canadá.
É lá que existe um programa de rádio capaz de fazer com que
O Homem Que Mordeu o Cão pareça a reflexão diária do senhor
padre, na rádio da concorrência.
A estação de rádio chama-se Winnipeg Power Rock e tem um
programa da manhã onde existe uma rubrica chamada «O Mais
Duro Concurso de Sempre», onde os ouvintes, para ganharem
prémios, são obrigados a levar a cabo provas
verdadeiramente épicas que são propostas pelos próprios
ouvintes.
Por isso, se visitar um dia Winnipeg e vir uma jovem de 18
anos, em nu integral, a andar de bicicleta...
Se vir uma mulher totalmente rapada, desprovida de
quaisquer pêlos no corpo, da cabeça aos pés...
E se vir um homem com duas caras tatuadas nas nádegas...
...tudo isso são concorrentes e ouvintes da rádio Winnipeg
Power Rock. Esta das caras tatuadas é particularmente
impressionante: é que as caras que este ouvinte tem
tatuadas no nalguedo são as caras dos apresentadores do
programa.
Se um dia fizéssemos isto no Programa da Manhã da
Comercial, eu gostaria desde já de saber a disponibilidade
dos meus colegas no que toca a terem as suas caras
estampadas nas nádegas de um ouvinte.
Eu posso desde já dizer que depende da nádega, porque tendo
em conta o formato normal de uma nádega, eu acho que isso
vai sinceramente desfavorecer o meu perfil...
O jornal londrino The Independent revela a existência de um
clube de cidadãos britânicos respeitáveis chamado O Clube
das Segundas-Feiras. Todas as semanas, às segundas, quartas
e sábados estes senhores reúnem-se numas termas de Londres
para serem chicoteados à grande por outros homens que usam
perucas louras e depois mergulham em água gelada.
Nas palavras de um dos membros do Clube das Segundas-
Feiras, 'o nosso corpo é como um automóvel e esta prática é
como ir à revisão.'
O Clube das Segundas-Feiras existe desde há 60 anos e os
seus membros dizem ficar extremamente relaxados.
Mas... porquê as perucas louras?
Uma empresa de Tóquio reclama para si a invenção do século
(só comparável à invenção da... ah, deixem estar): roupa
interior feminina que se desfaz em água quente!
De acordo com um porta-voz da empresa, uma das grandes
fontes de poluição, lá no Japão, é a quantidade
impressionante de roupa interior feminina que é deitada
fora pelas japonesas - "olha, lá vai um soutien... olha, lá
vai uma cueca..."
Com esta grande inovação, todas as manhãs a senhora
japonesa veste a sua cueca e o seu soutien... e à noite,
entra na banheira com a cueca e o soutien vestidos - e é vê-
los desaparecer na água, como que por magia. Muito, muito,
muito, muito interessante.
Não, mas a sério: porquê as perucas louras?
Aqui há tempos chegou-me à mesa de trabalho uma notícia
cujo protagonista merece um dos tradicionais prémios d'O
Homem Que Mordeu o Cão. Falamos, é claro, do Prémio Este
Gajo é Bom - Não Sei Seja Vos Tinha Dito.
O Prémio Este Gajo é Bom - Não Sei Se Já Vos Tinha Dito da
manhã, vai para o americano Steven Johnson, de 40 anos,
detido várias vezes por conduzir embriagado e que, em
declarações a um juiz, disse: «Desde sempre que um dos
grandes prazeres da minha vida é beber enquanto conduzo. É
dos vícios bons que eu tenho.»
Este gajo é bom. Não sei se já vos tinha dito.
E as perucas louras?
Um clássico ousado d'O Homem Que Mordeu o Cão é o que
descreve um dos passatempos favoritos de alguns médicos dos
serviços de urgência dos hospitais: coleccionar listas de
objectos encontrados dentro de pessoas que, dizem elas, iam
muito bem a andar e caíram em cima deles.
Se é que compreendem o que quero dizer.
Sim, estamos a falar daquilo que na Internet é chamado de
RECTAL FOREIGN BODIES. E mais não digo. Querem aprender
línguas, ponham-se no meio de um exercício de fogo real do
exército (quem leu uma notícia há algumas páginas sobre
maneiras bizarras de ficar, de repente, a falar línguas
estrangeiras, sabe do que estou a falar).
Aqui está então uma lista desses fenómenos recolhidos nos
hospitais...
Escovas de dentes;
Garrafas de shampoo;
Uma pilha;
Uma Barbie;
Os chamados massajadores faciais;
A mão de uma pessoa amiga.
A partir deste momento é oficial: a questão das perucas
louras é assunto encerrado. Quero lá saber.
QUEREM LÁ VER MAIS UM CLÁSSICO? (Datado de 1478)
Isto é o texto integral da sentença de um padre muito fora
do vulgar chamado Fernando Costa. Estávamos então no ano de
1478 e já nessa altura Portugal provava estar à frente do
seu tempo. Este relatório inacreditável e real foi enviado
várias vezes para O Homem Que Mordeu o Cão (não tantas, no
entanto, como a história do assentador de tijolos de
Cascais, que continuo nesta altura a ponderar se hei-de
juntar a este livro, uma vez que apanhei uma brutal
overdose de cópias da dita).
«O Padre Fernando Costa, Prior de Trancoso, de 62 anos de
idade, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas
a rabos de cavalos e esquartejado o seu corpo e posto aos
quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime
que foi arguido e ele mesmo não nega, sendo acusado de ter
dormido com as afilhadas, tendo delas 97 filhas e 37
filhos, e com 5 irmãs de quem teve 18 filhos, e de 9
comadres que tiveram 38 filhas e 8 filhos, e de 7 amas que
deram 29 filhas e 5 filhos, dormiu com uma tia chamada Ana
da Cunha, de quem teve 3 filhos, e de 2 criadas desta, que
teve 21 filhos e 7 filhas, e da própria mãe que o pariu
leve 2 filhas.
Total, 275 filhos, sendo 200 do sexo masculino e 75 do sexo
feminino, os quais foram concebidos de 54 mulheres.
El-rei D. João II perdoou ao fecundo sotaina e o mandou pôr
em liberdade e arquivou o processo no Arquivo da Torre do
Tombo, com mais papéis da devassa sentença.»
Outra história de outros tempos passou-se no Texas. A
primeira parte, no século XIX, a segunda, no século XX.
«Um tipo chamado Henry Ziegland tinha dado com os pés numa
namorada. Ela, com o desgosto, suicidou-se. O irmão dela,
clamando por vingança, foi ter com Henry de arma em punho
e, quando se viu frente a frente com ele, não hesitou -
disparou logo. Henry caiu para o lado. O irmão da falecida,
satisfeito com a vingança, matou-se ali mesmo.
Ora acontece que Henry não tinha morrido. A bala nem sequer
lhe tinha acertado. Ele levantou-se foi à vida dele.
Isto aconteceu em 1893. Vinte anos mais tarde, em 1913, um
bem mais velho Henry Ziegland passava no local onde tudo
tinha sucedido e onde existia uma árvore. Para acabar de
vez com os fantasmas do passado, Henry decidiu deitar
abaixo a árvore.
Abriu um buraco no tronco, encheu-o de explosivos e acendeu
o rastilho.
Aquilo explodiu, bocados da árvore voam em todas as
direcções e, no meio dos bocados, sai disparada a bala que,
em 1893, não tinha acertado no Henry e estava cravada na
árvore. Uma bala que, vinte anos depois, graças à explosão,
acertou em cheio no peito dele!»
Moral da história: se o irmão da pessoa com quem vocês
andavam e que deixaram e que se matou vier ter convosco
para vos matar e ele disparar a pistola e a bala ficar
presa numa árvore, vinte anos depois não se armem em
espertos e não façam um buraco nessa árvore, nem a encham
de explosivos, nem a façam rebentar, porque depois podem
levar com a bala e, portanto, morrer.
Da América chega a notícia da edição do livro Como Engatar
Miúdas. O título não podia ser mais explícito e o tipo de
conselhos que dá são, de acordo com o autor Brett Witty,
infalíveis. Eu escolhi alguns dos tópicos que o livro
fornece como sendo as coisas a fazer quando se quer engatar
aquela miúda especial.
Homens que me lêem, sobretudo os informáticos, esses
malucos, O Homem Que Mordeu o Cão vai salvar a vossa penosa
vida sentimental com este guia sucinto:
Como Engatar Miúdas:
deixem em casa todas as vossas t-shirts do Star Trek;
usem roupas em que não haja uma única etiqueta ou
logotipo referentes aos seguintes assuntos: Ficção
Científica, Matemática, Xadrez;
confirmem que limparam da manga da camisola todos os
vestígios de ranho seco que lá estavam;
não pensem que lá porque têm na cabeça um boné da vossa
equipa favorita, isso faz de vós indivíduos imediatamente
cool;
» lavem a cabeça com um bom shampoo as vezes que forem
precisas até desaparecer todo e qualquer vestígio de caspa;
se forem a uma discoteca, não usem gravata;
certifiquem-se que o vosso spray nasal está bem escondido;
não se esqueçam de esconder o vosso tenebroso hálito
debaixo de pastilhas e mais pastilhas de mentol;
e acima de tudo, evitem a todo o custo - mas mesmo a
todo o custo - que o sacana do elástico das cuecas apareça
acima da cintura das calças.
Por esta altura do livro, os leitores inquirem-se: então e
não existe, de facto, nenhuma notícia bizarra que envolva
um homem a morder um cão.
Nós não queremos que lhe falte nada, amigo leitor.
Aqui está, por isso...
UMA HISTÓRIA SOBRE UM HOMEM QUE MORDEU, REALMENTE,
UM CÃO
Em Oklahoma, nos Estados Unidos, um homem foi mordido por
um cão durante uma rusga policial. Depois de ter sido
mordido pelo cão, não esteve com meias medidas e retribuiu
a dentada, mordendo ele próprio o cão. E não foi apenas uma
dentada, foram três - na orelha, no pescoço e no ombro.
O cão tinha descoberto alguns quilos de cocaína no porta-
bagagem do carro do dito homem. Agora, o criminoso vai ter
de passar oito anos na cadeia, por posse da droga - e vai
ter de pagar a conta de veterinário do cão que, apesar de
já estar bem, ainda hoje está traumatizado e a questionar-
se sobre o sentido da vida.
Ainda aí estão?
Bom, então talvez seja altura de contar aqui...,
...A MALDITA HISTÓRIA DO ASSENTADOR DE TIJOLOS
Tudo o que é demais cansa. Recordo com saudade a manhã de
1997 em que esta história célebre - que ninguém faz ideia
se é mito ou realidade - chegou, pela primeira vez, ao e-
mail d'O Homem Que Mordeu o Cão. Fosse verdade ou mentira,
era um prodígio de engenharia humorística que me fez ir às
lágrimas e o palco onde tudo se passava era Cascais (se bem
que outros ouvintes enviaram a mesma história, mas passada
em cidades diferentes!), o que fez disto a primeira
bizarria portuguesa narrada n'O Homem Que Mordeu o Cão.
É claro que desde então, esta notícia está constantemente a
chegar ao e-mail da rubrica e, de vez em quando, é colocada
no Fórum d'O Homem Que Mordeu o Cão e no velhinho Clube Não
Oficial da rubrica, no Yahoo, contada sempre como se fosse
a coisa mais nova e surpreendente do mundo. Isto fez com
que, rapidamente, a história do assentador de tijolos
ganhasse uma aura maldita entre os fãs da rubrica e
provocasse fortes ataques de nervoso sempre que alguém se
lembrava de, pela 218 789 147 91 5.a vez, enviá-la para O
Homem Que Mordeu o Cão.
Este livro pretende exorcizar a situação de uma vez por
todas e esperar que a maldita história nunca mais apareça
em nenhum e-mail, fórum ou clube do Yahoo. Vejam - já tenho
o olho esquerdo a tremer, só de pensar que ela vem aí...
Mas é hilariante.
«Ao TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE CASCAIS.
Exmos Senhores,
Em resposta ao vosso gentil pedido de informações
adicionais, esclareço: na alínea três da comunicação do
sinistro mencionei que 'tentava fazer trabalho sozinho'
como causa do meu acidente. Na vossa carta V. Exas. pedem-
me uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero que
sejam suficientes os seguintes detalhes:
Sou assentador de tijolos, e no dia do acidente, estava a
trabalhar sozinho no telhado de um prédio de 6 (seis)
andares. Ao terminar o meu trabalho, verifiquei que tinham
sobrado 250 kg de tijolos.
Em vez de os levar à mão para baixo (o que seria uma
asneira), decidi, num acesso de inteligência, colocá-los
dentro de um barril, e com a ajuda de uma roldana, a qual
felizmente estava fixada num dos lados do edifício (mais
precisamente no sexto andar), descê-lo até ao rés-do-chão.
Desci ao rés-do-chão e atei o barril com uma corda, e subi
para o sexto andar, de onde puxei o dito cujo para cima,
colocando os tijolos no seu interior. Regressei de seguida
para o rés-do-chão, desatei a corda e segurei-a com força
para que os tijolos (250 kg) descessem lentamente (notar
que na alínea 11 informei que meu peso oscila em torno de
80 kg.).
Surpreendentemente, porém, senti-me violentamente alçado do
chão, e perdendo a minha característica presença de
espírito, esqueci-me de largar a corda. Acho desnecessário
dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Nas
proximidades do terceiro andar, dei de cara com o barril
que vinha a descer.
Ficam pois explicadas as fracturas do crânio e das
clavículas.
Continuei a subir a uma velocidade um pouco menor, somente
parando quando os meus dedos ficaram entalados na roldana.
Felizmente, nesse momento já recuperara a minha presença de
espírito e consegui, apesar das fortes dores, agarrar a
corda.
Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu
ao chão, o que partiu o seu fundo. Sem os tijolos, o barril
pesava aproximadamente 25 kg (novamente refiro-me ao meu
peso indicado na alínea 11).
Como podem imaginar comecei a cair vertiginosamente
agarrado à corda, sendo que, próximo ao terceiro andar quem
encontrei? O barril, que vinha a subir. Ficam pois
explicadas as fracturas dos tornozelos e os ferimentos das
pernas.
Felizmente, a redução da velocidade da minha descida, veio
minimizar o meu sofrimento quando caí em cima dos tijolos,
em baixo, pois felizmente só fracturei três vértebras e
cortei-me todo com os pedaços afiados dos tijolos.
Lamento, no entanto, informar ainda que houve agravamento
do sinistro, pois quando me encontrava caído sobre os
tijolos, incapacitado de me levantar, e vendo o barril em
cima de mim, perdi novamente a minha presença de espírito e
larguei a corda. O barril, que pesava mais do que a corda,
desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as pernas.
Pensei que já tinham acabado os meus sofrimentos, quando o
outro lado da corda, com aproximadamente 18 metros,
continuou a subir, passou pela roldana e caiu na minha
cara, cegando-me do olho direito.
Espero ter fornecido as informações complementares, que me
tinham sido solicitadas. Esclareço ainda que este relatório
foi escrito pela minha enfermeira pois os meus dedos ainda
guardam a forma da roldana e estou cego de um olho e com o
outro bastante inchado, o que faz com que não consiga ver
nada.»
E SE EU QUISER SABER MAIS SOBRE O HOMEM QUE MORDEU O CÃO?
(pergunta o leitor)
Se este livro não saciar a sua sede («qual sede?»,
perguntará o leitor que recebeu este compêndio no Natal,
como oferta de uma tia idosa, juntamente com um par de
peúgas brancas, turcas, com raquetes), o melhor é tomar
nota destes links que foram surgindo pela Internet sobre O
Homem Que Mordeu o Cão. Se há rubrica radiofónica que
dificilmente existiria se ninguém se tivesse lembrado de
criar este grande sistema de troca de imagens de gajas
nuas, é a nossa. É das agências noticiosas representadas
pela net que chega boa parte das notícias bizarras que
passam pel'O Homem Que Mordeu o Cão é através do endereço
electrónico que baptizámos há anos como «o e-mail da moda»
que os ouvintes comunicam, mandam feedback e colaborações
para a rubrica; é em sites como www.sexyhotlegs-ohmygod-
ohmygod.com1 que o autor ganha entusiasmo para escrever e
apresentar O Homem Que Mordeu o Cão.
Nota:
(1) À data de escrita deste texto, este endereço era
fictício (julgavam mesmo que eu vos ia revelar de onde saco
a minha pornografia, seus tarados?), mas é provável que por
esta altura já exista lá alguma coisa.
SITES OFICIAIS:
Rádio Comercial
http://www.radiocomercial.iol.pt
Extremamente atractivo e incluindo, lá dentro, uma secção
própria d'O Homem Que Mordeu o Cão (já lá vamos). Tem uma
webcam apontada para o estúdio da Comercial, onde é
frequente os ouvintes apanharem os apresentadores em
tristíssimas figuras.
Subsite d'O Homem que mordeu o cão
http://www.radiocomercial.iol.pt/rubricas/riibricasjhrtic.a
sp
Dentro do site da Rádio Comercial, esta é a zona onde se
reúne toda a panóplia de material d'O Homem Que Mordeu o
Cão: as edições de cada dia, um arquivo de edições antigas
e um fórum onde os ouvintes podem insultar o autor da
rubrica e também insultar-se entre si. É também dentro
desta área que funciona, 24 horas por dia, a net-rádio Cão
FM. Chamámos-lhe Cão FM porque as letras TM' dão
credibilidade a qualquer projecto radiofónico - e mesmo a
este. Ou não. Na verdade, esta rádio não existe nem em OM,
quanto mais em FM: existe na net e oferece edições non-stop
d'0 Homem Que Mordeu o Cão, entrecortadas por melodias dos
nossos heróis musicais de sempre: gente como o cantor
alemão de cabaret Max Raabe, o músico do esfíncter Mister
Methane e, é claro, os embaixadores musicais d'O Homem Que
Mordeu o Cão, Phil e Eddie Stardust - os Cebola Mol.
SITES NÃO OFICIAIS:
Clube Yahoo! O Homem que mordeu o cão
http://hqmc.freeservers.com
Bem nostálgico, este! Não oficial - porque feito à revelia
da Rádio Comercial - mas, de certa maneira, oficial -
porque foi o autor da rubrica que o abriu, durante uma
gripe valente no Inverno de 1999 - este clube do Yahoo foi
o primeiro grande ponto de encontro entre ouvintes da
rubrica. Poderá já não existir, mas ainda tem lá uma peça
de museu: o primeiro desenho do logotipo d'O Homem Que
Mordeu o Cão.
Site do canal de IRC #NUNOMARKL
http://nunomarkl.home.sapo.pt
Este site, criado pelos fundadores do canal de chat
dedicado ao autor d'O Homem Que Mordeu o Cão tem
curiosidades, biografias, um guestbook todo catita,
fotografias das visitas dos frequentadores do canal à
Comercial e promete crescer.
Site do canal de IRC #HMC
http://ohomemquemordeuocao.no.sapo.pt
Um outro canal de IRC, este mais dedicado à rubrica - e com
um site na web que inclui fotografias e um pequeno arquivo
de edições d'O Homem Que Mordeu o Cão em formato MP3.
Marklismo
http://marklismo.tripod.com
Qualquer descrição nunca fará justiça aos píncaros de
demência e delirante criatividade a que chega um grupo de
fãs devotos d'O Homem Que Mordeu o Cão. Confira o fervor
religioso, ou as Brigadas Marklistas dão-lhe cabo do
canastro.
E o E-mail da moda?
Sempre à sua disposição, em.
[email protected]
Agradecimentos e homenagens
Há que fazer alguns agradecimentos e prestar homenagens a
pessoas muito importantes na História d'O Homem Que Mordeu
o Cão, começando por aqueles sem os quais esta rubrica
estaria confinada a um indivíduo sozinho num estúdio a
dizer umas graçolas para a parede, esperançado que alguém,
do outro lado, se estivesse a rir, mas que provavelmente se
tinha aguentado apenas umas duas edições - os meus
companheiros de programa: o grande Pedro Ribeiro, mentor e
amigo de há mais de uma década, o primeiro editor que tive
quando comecei a ser jornalista a sério, num lugar de
lendas chamado CMR e um dos melhores e mais talentosos
homens da rádio da actualidade; a renascentista Maria de
Vasconcelos, que de médica a cantora e compositora,
passando por modelo e radialista é um pouco de tudo - e
tudo lhe sai bem, incluindo nisto o talento que tem para
ser uma grande amiga; o super-herói Bruno Santos,
possivelmente a pessoa mais infalível à face do planeta
Terra; o Fernando Alvim, que faz das segundas edições do
Cão um acontecimento ainda mais delirante; o José Carlos
Malato e a Ana Lamy, com quem passei momentos gloriosos na
afamada mesa do canto e cujas gargalhadas contagiantes me
eram como pão para a boca; o patronato empenhado: Diogo
Leitão, um director humano, com um entusiasmo contagiante e
aquele que deu o passo decisivo para que este livro
deixasse de ser uma ideia gira e passasse a ser mesmo um
livro; Rui Silvestre, pelo entusiasmo na concretização do
projecto e por me deixar esticar um bocadito os prazos;
Luís Montez, pelo dia em que me disse 'gostava que fizesses
uma rubrica sobre histórias bizarras'; Miguel Cruz, porque
veio do CMR e percebe de rádio cumó caraças e tem sempre um
feed-back certeiro; Carlos Marques e a grande equipa de
Internet da Comercial, por terem ajudado a transformar O
Homem Que Mordeu o Cão num fenómeno ciberespacial (além
disso, o Marques também veio do CMR); dedico este livro a
todos os meus amigos, novos e antigos, da Comercial - uma
palavra especial ao José Nunes por fazer a única rubrica de
desporto que eu consigo ouvir, pelo sentido de humor brutal
e pelas boleias matinais; e também à pequena grande Célia
Bernardo, pelas inspiradoras sínteses informativas que
fazia no nosso programa (e porque, tal como o Zé Nunes,
também veio do CMR); à Telefonia Virtual por ter dado sinal
mais ao Cão; aos monumentais criativos das Produções
Fictícias; aos Irmãos Phil e Eddie Stardust, os Cebola Mol,
por tudo o que de criativo e incomparável deram à rubrica e
continuarão a dar; a todos os editores que quiseram fazer o
livro d'O Homem Que Mordeu o Cão; aos meus novos amigos
da Texto Editora; à maior redacção do mundo jamais reunida
para uma rubrica de rádio: os criativos, hilariantes,
dementes, saudáveis, perigosos, viciantes ouvintes d'O
Homem Que Mordeu o Cão.
À família Markl e o seu elenco de pessoas brilhantes,
despistadas, geniais sem as quais eu não consigo viver
(mesmo que às vezes se passem dias sem que eu dê
notícias!).
À minha cadela Jamie, que já não vai poder ler isto por
causa do problema na vista (e só por isso; ela é tão
especial que, se ainda tivesse o dom da visão, tenho a
certeza que iríamos descobrir este livro dentro da cama
dela; se bem que ela preferiria sempre Dostoievski).
À minha inigualável Anabela, de quem a tarefa titânica de
conceber este livro me afastou durante longos,
intermináveis fins-de-semana. Se isto vender bem, garanto-
te que fazemos uma nova Lua-de-mel em Nova Iorque. Se
vender mal, voltamos ao Alentejo.
Seja como for, meu amor, we'll always have Benfica!
Nuno Markl
(Foi O Homem Que Mordeu o Cão, bom dia.)

Data da Digitalização
Linda-A-Velha, Março de 2003

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