Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico - Eletrobrás
Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico - Eletrobrás
Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico - Eletrobrás
A PRESENTAÇÃO
A última edição das “Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico de Usinas Hidrelétricas” é
datada de outubro de 1995.
O presente trabalho irá nortear as exigências para a elaboração do Projeto Básico de Usinas
Hidrelétricas, assim como, complementará a série de revisões dos Manuais utilizados no
desenvolvimento de projetos hidrelétricos, quais sejam:
Este trabalho contém a experiência do Setor Elétrico Brasileiro na execução de Projeto Básico de
Usinas Hidrelétricas e foi realizado de modo a permitir aos interessados no desenvolvimento de
projetos hidrelétricos, um pleno entendimento das atividades necessárias a sua execução.
Finalmente, cumpre consignar aqui os agradecimentos às empresas que cederam seus técnicos,
bem como aos mesmos, que acompanharam e participaram dos trabalhos, e também aos técnicos
da ANEEL e da ELETROBRÁS, cujo esforço e dedicação em muito contribuíram para a
concretização da presente revisão das Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico.
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ANEEL
INTRODUÇÃO
No desenvolvimento do Projeto Básico deverão ser mantidos os principais itens fixados no edital
de licitação do empreendimento e que foram definidos na fase de Estudos de Viabilidade, de
modo a manter, nesta fase de projeto, sua energia assegurada. São descritos, a seguir, os
principais itens que não deverão ser alterados:
• NA Max Montante;
• Na Jusante;
• Potência Mínima;
• Coordenadas Geográficas.
Nesta etapa são detalhados os programas sócio-ambientais definidos nos Estudos de Viabilidade.
Trata-se, portanto, de aprofundar o conhecimento sobre as medidas necessárias à prevenção,
mitigação ou compensação aos impactos identificados, até o nível de projeto, preparando-os
para a imediata implantação.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
É a etapa dos estudos em que se procede a análise preliminar das características da bacia
hidrográfica, especialmente quanto aos aspectos topográficos, hidrológicos, geológicos e
ambientais, no sentido de verificar a vocação da bacia para geração de energia elétrica .
Essa análise, exclusivamente pautada nos dados disponíveis, permite efetuar uma primeira
avaliação do potencial, definir prioridades, prazos e os custos dos estudos da etapa seguinte.
Essa análise é efetuada com base em dados secundários, complementados com essenciais
informações de campo, e pautado em estudos básicos cartográficos, hidrometeorológicos,
energéticos, geológicos e geotécnicos, ambientais e outros usos de água. Dessa análise re-
sultará um conjunto de aproveitamentos, suas principais características, índices custo – benefício
e índices ambientais .
Þ ESTUDOS DE VIABILIDADE
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ANEEL
Þ PROJETO BÁSICO
Þ PROJETO EXECUTIVO
É a etapa em que se processa a elaboração dos desenhos de detalhamento das obras civis e
dos equipamentos eletromecânicos, necessários a execução da obra e a montagem dos
equipamentos. Nesta etapa são tomadas todas as medidas pertinentes à implantação do
reservatório e dos projetos sócio-ambientais.
Este relatório é composto de 7 capítulos e 5 anexos além dos itens Apresentação e Introdução.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Os aspectos institucionais e legais, de interesse à realização do projeto básico que deverão ser
considerados, desde o registro até a “aprovação de estudo” pela ANEEL, abrangem uma faixa
ampla da legislação vigente, tendo como linhas mestras a “Constituição da República Federativa
do Brasil”, de 1998 o “Código de Águas”, Decreto nº 24.643 de 10 de julho de 1934, Leis nºs
8.987 de 13 de fevereiro de 1995 e 9.427 de 26 de dezembro de 1996 que institui à ANEEL é
legislação complementar.
Do ponto de vista legal o projeto básico pode ser considerado sob três aspectos:
I - Para centrais até 1 MW. É necessário apenas a comunicação à ANEEL para fins de registro
estatístico.
II - Para usina com potência instalada entre 1 e 30 MW e com área total de reservatório igual ou
inferior a 3 km2 (Resolução ANEEL 394/98), o projeto básico representa a condição para a
obtenção da autorização para exploração do aproveitamento hidrelétrico.
O Projeto Básico deve ser elaborado de acordo com as Normas da ANEEL sobre o assunto e
atender ao documento “Diretrizes para Estudos de Pequenas Centrais Hidrelétricas”.
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ANEEL
III - Para usina com potência instalada maior que 30 MW ou até 30 MW sem características de
PCH, o Projeto Básico representa o atendimento de condicionante estabelecida no processo
licitatório e de atendimento à exigência para início da construção do aproveitamento hidrelétrico.
O Projeto Básico deve ser elaborado de acordo com as Normas da ANEEL sobre o assunto e
atender as presentes diretrizes.
A aprovação do Projeto Básico e a autorização para início da construção serão concedidas após
a apresentação da Licença Ambiental de Instalação (LI).
Estas diretrizes não impedem a aplicação de técnicas diferentes das previstas, desde que estas
garantam a profundidade necessária para o estágio do empreendimento.
Estas diretrizes foram elaboradas considerando o ambiente institucional vigente no ano de 1999.
Os principais textos legais que orientam o licenciamento ambiental são a Política Nacional de
Meio Ambiente (Lei n.º 6.931/81), o Decreto n.º 99.274/90, as Resoluções do CONAMA no
237/97 e a Lei de Crimes Ambientais. É necessário, também, o atendimento das exigências das
legislações estadual e municipal.
Os procedimentos para este licenciamento estão descritos no Anexo III - Procedimentos para o
Licenciamento Ambiental.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
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ANÁLISE CRÍTICA DOS ESTUDOS ANTERIORES
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ANEEL
Os estudos para o Projeto Básico de um aproveitamento hidrelétrico devem ser iniciados com
uma análise crítica dos estudos realizados nas etapas anteriores, particularmente da fase dos
Estudos de Viabilidade .
O Projeto Básico é, no caso das usinas de médio e grande porte, para as quais o presente
documento é basicamente orientado, o detalhamento da alternativa de aproveitamento escolhida
como melhor, sob os aspectos técnico-econômico e ambiental, na fase de Estudos de Viabilidade.
Na análise crítica dos Estudos de Viabilidade e nas condicionantes da licença prévia deverá ser
dado ênfase nos aspectos relacionados a seguir:
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Nesta etapa já terá sido aprovado o Estudo de Impacto Ambiental- EIA, pelo órgão
licenciador ambiental e consequentemente obtida a Licença Prévia (LP) para que a ANEEL
tenha aprovado os Estudos de Viabilidade.
Ö Abrangência espacial;
Ö Escala dos levantamentos;
Ö Profundidade dos estudos;
Ö Equipamentos e obras;
Ö Época de implantação (durante a etapa de projeto básico, construção ou operação).
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ANEEL
2
LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
2. LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES
As escalas mais adequadas dos desenhos topográficos, sobre os quais serão desenvolvidos os
estudos do Projeto Básico, dependerão das dimensões da estrutura e/ou parte da mesma, a ser
estudada e representada graficamente. Na relação de levantamentos apresentada a seguir, são
indicadas escalas mínimas usuais utilizadas em estudos de aproveitamentos constituídos por
estruturas de médio e grande porte. Para aproveitamentos menores, poderão ser utilizadas escalas
maiores.
Para servir como base cartográfica no local do eixo selecionado nos Estudos de Viabilidade, os
estudos de Projeto Básico necessitam de levantamentos topográficos e batimétricos, cobrindo a
área das estruturas principais, que devem incluir ainda o levantamento de seções topobatimétricas,
a montante e a jusante do barramento, na quantidade definida pelos estudos hidráulicos e de
modelo hidráulico reduzido. Sobre estes levantamentos serão feitos todos os estudos e a
representação gráfica das estruturas principais. Deverão ser realizados na escala mínima de
1: 2.000, com curvas de nível de 1 em 1 metro.
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ANEEL
As jazidas de areia e cascalho no leito do rio deverão ser levantadas por topobatimetria na mesma
escala.
Levantamentos das Áreas para Implantação das Vilas Residenciais e dos Canteiros
As áreas selecionadas para os estudos de implantação das vilas residenciais e dos canteiros
deverão ser objeto de levantamento topográfico e/ou aerofotogramétrico em escala mínima 1:
2.000 com curvas de nível de 1 em 1 metro.
A amarração topográfica das investigações geológico-geotécnicas deverá ser realizada por meio
de locação plani-altimétrica . Esses levantamentos deverão ser realizados na escala de 1:2000.
Todas as réguas limnimétricas instaladas na área dos estudos deverão ser amarradas à referência
de nível utilizada como “Datum” local referido ao Sistema Geodésico Brasileiro e niveladas,
geometricamente, em relação a essa referência.
Outros Levantamentos
Outros levantamentos que foram realizados nos Estudos de Viabilidade, poderão vir a ser
complementados, visando o aproveitamento dos estudos a que se destinam, como por exemplo:
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
do rio e seus afluentes. A definição do espaçamento das seções será feita levando-se em
conta as características do reservatório em estudo tais como: relevo, área, comprimento;
Þ Levantamentos topográficos para os estudos de relocação de populações urbanas, rurais,
indígenas, de implantação de unidades de conservação, povoados e vilas, de relocação
de equipamentos de infra-estrutura, ou de outros estudos que necessitem base mais
ampliada do mapeamento do reservatório. Quando necessário, deverá ser executado o
mapeamento na escala 1:5.000 com curvas de 2 em 2 metros, topograficamente ou, se as
condições da área forem favoráveis, por restituição aerofotogramétrica;
Þ Deverá também ser executado um programa de aferição da restituição aerofotogramétrica
da área do reservatório, principalmente em áreas de floresta densa, caso esta providência
não tenha sido tomada na fase dos Estudos de Viabilidade. Este programa tem como
finalidade permitir a avaliação da qualidade da restituição bem como verificar sua precisão
e confiabilidade.
2.2 HIDROMETEOROLÓGICOS
Deverá ser feito um detalhamento das investigações geológico-geotécnicas realizadas nos Estudos
de Viabilidade, através de investigações manuais (trados, poços e trincheiras), investigações
mecânicas (sondagens rotativas, percussão e mistas) e investigações geofísicas, visando definir
o modelo geomecânico característico das fundações das diversas estruturas, identificando os
critérios utilizados para sua elaboração e evidenciando as condicionantes características de cada
situação.
Os critérios a serem utilizados para a elaboração do modelo geomecânico das fundações, serão
naturalmente função das condicionantes específicas de cada local. Deverão ser definidos como
conseqüência de um nível de investigações geológico-geotécnicas adequado, os diversos tipos
de tratamento de fundações necessários para as várias estruturas do aproveitamento, assim
como as respectivas quantidades, profundidades, espaçamentos, rumos e inclinações.
• galerias em rocha;
• ensaios de injeção;
• sondagens com amostragem integral;
• ensaios de palheta (“Vane test”);
• ensaios de penetração estática (“Diepsoundering”);
• ensaios de permeabilidade “in situ” ;
• ensaios pressiométricos;
• ensaios de mecânica das rochas.
Os ensaios relacionados a seguir tem o seu uso consagrado nos estudos de aproveitamentos
hidrelétricos. Existem normas também consagradas, ABNT, US Bureau of Reclamation, ASTM e
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
outras, para a sua execução. Os ensaios que devem ser executados para determinação das
propriedades geotécnicas dos diversos materiais construtivos, de forma compatível com os
objetivos da fase do Projeto Básico são os seguintes:
Os ensaios que devem ser realizados em amostras de solos provenientes de áreas de empréstimos
e áreas de escavações obrigatórias, bem como de amostras de solos situados nas áreas de
fundação das barragens, diques e ensecadeiras são as seguintes:
• ensaios de caracterização;
• ensaios de compactação;
• teor da umidade natural;
• ensaios de densidade “in situ”;
• ensaios de permeabilidade em permeâmetros, com carga variável;
• ensaios de adensamento com e sem saturação e com e sem medidas de permeabilidade;
• ensaios de expansibilidade com medida de pressão e expansão;
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ANEEL
2.4 SÓCIO-AMBIENTAIS
Eles são determinados a partir dos trabalhos do item 1. ANÁLISE CRÍTICA DOS ESTUDOS
ANTERIORES, item 3.6 ESTUDOS BÁSICOS SÓCIO-AMBIENTAIS, onde são apresentados, de
forma integrada, os levantamentos e estudos necessários ao detalhamento e desenvolvimento
dos projetos sócio-ambientais.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
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ESTUDOS BÁSICOS
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ANEEL
3. ESTUDOS BÁSICOS
3.1 HIDROMETEOROLÓGICOS
Na caracterização climatológica da bacia deverá ser efetuada uma descrição sucinta das condições
meteorológicas atuantes ; descrição do clima na bacia em termos de precipitação, temperatura,
umidade, vento, insolação, evaporação, evapotranspiração, balanço hídrico e a classificação
segundo os tipos climáticos.
A partir de dados fluviométricos locais, deverá ser determinada a série de vazões médias mensais
naturais afluentes ao aproveitamento.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
resultados desses estudos serão utilizados como dados de entrada nos modelos chuva-vazão
para a obtenção dos hidrogramas de projeto das estruturas hidráulicas do aproveitamento.
Os estudos para obtenção das vazões e hidrogramas de cheias de projeto serão desenvolvidos
em função da disponibilidade de dados, ou seja, com base: (a) no ajuste de distribuições de
probabilidades de valores extremos às vazões máximas no local; (b) na regionalização de vazões
máximas na bacia; ou (c) indiretamente, a partir de dados de precipitações, utilizando-se os modelos
chuva-vazão. A partir desse enfoque os seguintes estudos deverão ser desenvolvidos.
Critério Geral
Tradicionalmente têm-se utilizado os critérios de risco expostos a seguir, que deverão ser ajustados
à realidade do projeto em causa:
Nesses estudos adotar-se-á uma das metodologias a seguir descritas, levando-se em conta,
contudo, a capacidade de descarga dos vertedouros de aproveitamentos existentes a montante
e a jusante.
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ANEEL
A EMP resultante será amortecida no reservatório para se obter a cheia defluente de projeto
do vertedouro levando em conta a regra de operação prevista em situações de cheias. As
dimensões do vertedouro deverão permitir a passagem da enchente máxima provável EMP,
admitindo-se uma sobrelevação e borda livre compatíveis com o empreendimento.
Não havendo disponibilidade de dados que permitam o cálculo da PMP, o limite da capacidade
do vertedouro poderá corresponder a uma cheia decamilenar.
Para o cálculo da cheia de projeto do vertedouro recomenda-se consultar o “Guia para Cálculo
de Cheia de Projeto de Vertedouro”, ELETROBRÁS, março de 1987.
Deverá ser elaborado um sistema de previsão de vazões para operação do reservatório, sendo
recomendado, também, sua utilização na fase de construção.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Havendo riscos de perdas de vidas humanas, face à existência de moradias no vale a jusante do
empreendimento, deverá ser feita simulação de ruptura de barragem, objetivando determinar a
planície extrema de inundação a jusante da mesma, necessária para adoção de medidas legais
de ocupação do solo e de sistema de alerta às populações ribeirinhas.
Estudos deverão ser realizados para verificar os efeitos de sobrelevação dos níveis d’água no
canal de fuga devido a singularidades hidráulicas significativas situadas a jusante (estrangulamento
da calha fluvial) bem como reservatórios previstos ou existentes. Deverão ser simulados perfis
de níveis d’água abrangendo a faixa das vazões turbinadas e para a descarga de projeto do
vertedouro.
Com o objetivo de avaliar as características gerais do transporte sólido fluvial e servir de base
para as previsões das alterações geomorfológicas, deverá ser realizada uma avaliação dos dados
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ANEEL
O cálculo da descarga sólida total média anual (suspensão e arraste), será executado a partir da
aplicação de métodos a serem julgados mais adequados aos dados disponíveis. Os valores
obtidos servirão de base para a previsão da vida útil do futuro reservatório e da evolução temporal
da curva cota x volume. Dependendo dos resultados alcançados, deverão ser adotadas medidas
mitigadoras do processo de assoreamento do reservatório.
3.2 HIDRÁULICOS
Na fase de Projeto Básico deverão ser definidas as estruturas e obras hidráulicas permanentes e
provisórias, a partir das vazões atualizadas nos estudos hidrológicos.
Durante os estudos básicos, deverão ser realizados ensaios em modelo reduzido para a
adequação do projeto, visando a otimização das formas das diversas estruturas e obras hidráulicas,
possibilitando seu melhor desempenho. As otimizações obtidas com os resultados deverão ser
incorporadas ao Projeto Básico e ao Projeto Executivo.
Recomenda-se a utilização do manual “Hydraulic Design Criteria”, editado pelo “U.S. Corp of
Engineers”.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
A partir do tipo das estruturas componentes do arranjo, das vazões de desvio e níveis d’água
correlatos obtidos na atualização dos estudos hidrológicos, deverá ser otimizado o esquema de
desvio do rio.
A partir destes estudos, no caso de desvio por meio de túneis e/ou adufas, deverão ser
determinadas e aferidas em modelo reduzido, as curvas de descarga do desvio e as cotas das
ensecadeiras. Deverá ser feito o dimensionamento hidráulico dos canais de adução, tomada
d’água e seção do túnel e/ou adufas, bem como avaliado o seu desempenho hidráulico para
diversos níveis d’água a montante e a jusante.
Para os desvios por meio de canais escavados ou por estrangulamento do leito do rio, deverão
ser caracterizados em modelo reduzido, os perfis da linha d’água para dimensionamento das
ensecadeiras, bem como os regimes hidráulicos e respectivos efeitos sobre as seções transversais
e taludes, visando a análise da estabilidade e dimensionamento de blocos de materiais a serem
lançados.
O fechamento do desvio do rio também deverá ser simulado em modelo, procurando-se avaliar
as etapas para sua realização, bem como o funcionamento e o desempenho das estruturas
durante o procedimento.
Estes estudos deverão incluir a avaliação dos efeitos do desvio sobre a estrutura natural da calha
do rio, considerando trechos ensecados, erosão no canal de fuga do desvio, alterações nas
margens à jusante etc.
A partir deste dado e dos níveis d’água no reservatório e a jusante, deverá ser definida a geometria
das estruturas e dos dispositivos de dissipação de energia, conforme os critérios de projeto.
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ANEEL
A geometria do vertedouro e órgãos de dissipação de energia poderá ser otimizada para uma
vazão correspondente a aproximadamente 75% da vazão máxima de projeto. Este percentual
poderá ser ajustado após verificação através de estudos em modelo reduzido em fundo móvel,
de forma a não haver erosões que coloquem em risco as referidas estruturas.
Deverá ser verificada a possibilidade de cavitação na calha, prevendo-se caso seja necessário,
dispositivos de aeração. Deverão ser definidas cotas e disposição dos canais de aproximação e
restituição, fundações, galerias de acesso e drenagem, bem como indicados os sistemas de
drenagem e tratamento profundo das fundações. Deverá ser previsto o sistema de manutenção
dos dispositivos de dissipação.
O dimensionamento dos órgãos extravasores, sua geometria e seu desempenho deverão ser
verificados através dos estudos hidráulicos em modelo reduzido, que envolverão as seguintes
atividades:
• definição da geometria e forma hidráulica ótimas, para diferentes vazões até a descarga
máxima de projeto;
• análise dos regimes envolvidos, caracterizando o seu desempenho hidráulico, inclusive com
operação de comportas;
• definição dos planos de operação das comportas do vertedouro;
• previsão de fenômenos hidráulicos localizados;
• análise das velocidades e dos esforços de origem hidráulica sobre as obras, estruturas e
áreas de restituição a jusante.
Os pilares e guias de comportas deverão ter conformação apropriada, de forma a evitar ou atenuar
os efeitos da erosão. Para o estabelecimento de critérios de análise estrutural de pilares de
comportas e de outros elementos estruturais críticos, deverão ser realizados estudos, enfatizando-
se os efeitos de vibrações, pulsações e condições de transientes hidráulicos.
Deverão também incluir o estudo dos efeitos das descargas dos órgãos extravasores na calha e
margens do rio, à jusante do barramento.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
As estruturas componentes do circuito hidráulico deverão ser projetadas para a descarga referida
à potência nominal das turbinas e verificadas para condições de potência máxima instantânea.
Com base no valor da vazão a ser aduzida às turbinas, nos níveis característicos do reservatório,
determinados nos estudos energéticos, e nas velocidades admissíveis estabelecidas nos critérios
de projeto, deverão ser definidas as estruturas de adução, bem como verificadas e avaliadas em
modelo reduzido, a submergência, a forma e as dimensões da entrada e das demais seções da
tomada d’água, devendo-se procurar soluções que evitem a formação de vórtices.
As entradas d’água devem ser projetadas de modo que a água fique sujeita a uma aceleração
progressiva e gradual .
Deverá ser definido o dimensionamento dos condutos forçados, túneis de adução e chaminés de
equilíbrio, bem como o tipo e espessura do revestimento, se aplicável.
Deverão ser determinadas a perda de carga total nas diferentes condições de operação, as
sobrepressões e subpressões e a amplitude das oscilações do nível d’água na chaminé para as
condições de operação mais desfavoráveis. No caso de condutos forçados longos e de túneis de
fuga de baixa pressão, deverão ser verificados e estudados os efeitos de golpe de ariete e
ressonância.
Curvas horizontais ou verticais, em condutos de pressão, deverão ser projetadas de modo que a
redução local de pressão devido à aceleração do fluxo ao longo da curva não resulte em cavitação.
Deverão ser definidas as cotas da fundação, crista, pisos intermediários, galerias, bem como
indicados os sistemas de drenagem e tratamento das fundações de todas as estruturas do sistema
adutor.
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ANEEL
Deverá ser elaborado um Mapa Geológico do Reservatório em escala 1: 50.000 (mínimo) que
deverá abranger a área do Mapa do Reservatório e onde deverão ser indicados os limites do
reservatório e os eixos das estruturas de barramento necessárias.
Nesse mapa deve constar a Litologia, Estratigrafia e a Tectônica da área abrangida em detalhe
coerente com a escala do mapa.
Deverá indicar:
• sondagens mecânicas;
• seções dos levantamentos geofísicos;
• poços de inspeção e trincheiras executadas;
• os afloramentos de rocha existentes na área;
• os solos e suas naturezas;
• litologias, seus contatos e todas as estruturas geológicas, tais como falhas, zonas de
cisalhamento, dobramentos, foliações, acamamentos, juntas e fraturas.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
O número destas seções deve ser o suficiente para representar os tipo litológicos existentes,
seus contatos, seus graus de coerência, graus de decomposição, graus de fraturamento,
percentagem de recuperação de testemunhos e coeficientes de perda d’água específicos.
• a superfície do terreno;
• a posição do nível d’água;
• o contato solo/rocha;
• o RQD e grau de alteração da rocha;
• o topo da rocha, ou outro material, adequado para as fundações;
• o contorno das escavações previstas para as fundações das estruturas de concreto e
barragens de terra/enrocamento;
• os furos e poços de inspeção situados nas seções;
• os diversos horizontes ocorrentes;
• características dos solos (SPT e permeabilidade quando ensaiadas).
• localização dos epicentros de todos os sismos que porventura tenham ocorrido na área,
indicando-se a sua respectiva intensidade na escala Mercalli Modificada ou magnitude na
escala Richter e os erros admitidos na sua localização;
• estruturas e/ou tipos litológicos existentes;
• eixos dos barramentos necessários;
• limites do reservatório.
Os dados deste mapa deverão ser adequadamente descritos e analisados em capítulo específico
do Relatório do Projeto Básico onde deverão ser apresentados de forma conclusiva, considerações
a respeito da potencialidade sísmica da área, possibilidade de ocorrência de sismos induzidos
após o enchimento do reservatório e se deverá ser executado ou não o cálculo sismo-resistente
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ANEEL
das diferentes estruturas e aterros que compõem o aproveitamento hidrelétrico, indicando o valor
máximo da aceleração a ser considerada nesse cálculo.
• volumes;
• distâncias e acessibilidade ao local do barramento;
• aproveitamento dos materiais provenientes das escavações obrigatórias, inclusive da camada
orgânica superficial em projetos de recuperação paisagística;
• características e propriedades destes materiais;
• a posição do nível d’água;
• sua adequação para a sua utilização como material natural construtivo.
No Projeto Básico recomenda-se a realização dos ensaios e estudos necessários para a definição
dos tipos e classes de concreto a serem empregados nas diversas estruturas que vão compor o
aproveitamento hidrelétrico.
Uma vez definidas as dosagens, pequenos ajustes poderão ser realizados na obra, durante o
projeto executivo, devido a obtenção dos materiais e produção dos concretos em escala industrial.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Atenção especial deverá ser dada às adições, tais como, materiais pozolânicos e aditivos químicos.
Quanto ao CCR - Concreto Compactado com Rolo, destaca-se a utilização dos finos de britagem
(material pulverulento - mais fino que a peneira 0,075 mm), em teores variáveis entre 10% e 20%,
incorporados aos agregados, notadamente na areia artificial.
3.5 ENERGÉTICOS
Os parâmetros físico-operativos, que em princípio, não devem ser alterados na etapa de Projeto
Básico, são os seguintes:
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ANEEL
Não obstante, caso se justifique a alteração de alguns destes parâmetros por ocasião da
elaboração do Projeto Básico, recomenda-se a utilização da mesma metodologia e dos critérios
utilizados nos Estudos de Viabilidade, referendados no documento supracitado.
3.6 SÓCIO-AMBIENTAIS
Este item indica os levantamentos e estudos a serem realizados de forma a permitir que sejam
detalhados e aprofundados os programas sócio-ambientais previstos nos Estudos de Viabilidade
visando a elaboração dos projetos Sócio-Ambientais.
Assim, espera-se que para cada caso sejam analisados e adequados os elementos de
detalhamento indicados a seguir, de acordo com as necessidades de cada empreendimento.
A relação de projetos aqui apresentados tem como base o documento “Referencial para
Orçamentação dos Programas Sócio-Ambientais. Vol. I - Usinas Hidrelétricas” (COMASE/
ELETROBRÁS, 1994). Foram realizados ajustes e atualizações nesta relação, quando necessário,
indicando-se os objetivos gerais e os elementos mínimos para o detalhamento de cada projeto.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Considera-se importante que, nesta fase, já tenham sido retomados os trabalhos de Comunicação
Sócio-Ambiental iniciados na Viabilidade, mantidos os objetivos de:
Cabe ainda acrescentar que todos os projetos devem ser desenvolvidos tendo-se em vista o seu
conjunto e as relações de interdependência, assim como a simultaneidade da implantação das
ações. Neste sentido é apresentada, ao final do item 3.6, quadro indicando as associações entre
os projetos sócio-ambientais.
Este projeto tem por finalidade sistematizar as ações ambientais, dando-lhes um enfoque integrado
e global, visando atingir os objetivos e metas propostos nos diversos projetos sócio-ambientais.
Sua formulação deverá considerar a fase de implantação e estabelecer diretrizes para a fase de
operação.
O seu detalhamento deve ter como referências o atendimento às exigências legais e às ações
necessárias à manutenção da qualidade ambiental, a gestão integrada dos recursos ambientais
da bacia hidrográfica e o atendimento de demandas de partes interessadas.
Este projeto busca manter as comunidades afetadas informadas sobre o empreendimento, bem
como receber críticas e sugestões de modo que o empreendedor possa manter-se em contato
com essas comunidades e ajustar a implantação dos projetos sócio-ambientais às condições
locais.
Tem como objetivo, também, dar suporte às negociações a aos procedimentos interinstitucionais
necessários à implantação do conjunto de projetos sócio-ambientais.
Na seleção do público alvo deve ser considerada a necessidade de estender o projeto à população
diretamente envolvida com o empreendimento (trabalhadores e familiares) e outros segmentos
sociais tais como aqueles atraídos por atividades comercias e de prestação de pequenos serviços
na Área de Influência.
· Identificação dos marcos principais onde são necessárias ações de comunicação sócio-
ambiental específicas, sejam estes marcos etapas do projeto de engenharia, da construção
ou da implantação dos demais projetos sócio-ambientais;
· Mapeamento dos atores e segmentos sociais que constituem o público alvo do projeto;
· Desenvolvimento de instrumentos de comunicação adequados aos atores sociais identificados
e às etapas do empreendimento;
· Desenvolvimento das informações adequadas aos interesses dos diversos públicos-alvo;
· Desenvolvimento das parcerias estabelecidas para implementação das ações de
comunicação sócio-ambiental e ações de cunho educativo;
· Programação das atividades visando atender as demandas dos demais projetos ambientais.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Visto que o remanejamento comporta uma pluralidade de ações, não excludentes, podendo ter
aplicações combinadas, envolvendo em geral, dentre outras modalidades, a indenização, o
reassentamento e a reorganização das propriedades remanescentes, este projeto pode ser dividido
em sub-projetos adequados à realidade de cada empreendimento.
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ANEEL
Þ Subprojeto Reassentamento
Este Projeto tem como objetivo promover a relocação das populações e das estruturas físicas
correspondentes às comunidades urbanas atingidas pelo empreendimento, tendo como referência
a recomposição físico-territorial da região afetada resguardando, tanto quanto possível, as relações
e polarizações existentes, no intuito de estabelecer um novo equilíbrio e introduzindo conceitos
de melhoria na qualidade de vida dessas populações.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Este projeto visa garantir as condições de vida de acordo com os padrões étnicos das comunidades
afetadas, assim como atender as exigências legais.
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ANEEL
Cabe salientar que deve ser reconhecido aos índios e às populações remanescentes de quilombos
o direito de participar em todas as decisões que os afetem ao longo das etapas de planejamento,
construção e operação dos empreendimentos.
Este projeto tem por objetivo promover a recomposição física dos sistemas existentes na área
afetada pelo empreendimento no que tange aos sistemas rodoviário, ferroviário, hidroviário, de
transmissão e distribuição de energia elétrica e de comunicação, não incluídos em 3.6.4. Deve
ser preservado o atendimento existente, promovendo melhorias e modernizações na medida do
possível considerando previsões existentes em programas governamentais. Este projeto poderá
ser subdividido em decorrência das características locais.
36
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Este projeto tem por objetivo estabelecer planos de controle, prevenção e acompanhamento das
mudanças que possam ocorrer no quadro de saúde da população e nos serviços correspondentes
na área de influência do empreendimento.
Este projeto tem por objetivo auxiliar os municípios no trato da demanda criada pelo aumento da
população ocasionado pela implantação do empreendimento.
Este projeto visa a preservação, resgate, registro e divulgação dos bens móveis, imóveis e dos
conhecimentos adquiridos, dos patrimônios arqueológico, histórico, artístico, paisagístico,
paleontológico e espeleológico, assim como atender as exigências legais.
O Programa de Apoio aos Municípios tem como objetivo fornecer apoio técnicos às prefeituras
locais de modo que elas possam se adaptar as mudanças advindas da implantação e operação
do empreendimento, considerando o aumento da demanda por habitação, infra-estrutura,
empregos e de serviços públicos.
Este projeto tem ainda por objetivo, organizar o atendimento e a instalação da população atraída
pela obra buscando formas de integrá-la na organização social e econômica da Área de Influência,
sem desorganizar as estruturas e serviços públicos ou criar tensões sociais.
Este projeto tem como objetivo apoiar a reorganização das atividades produtivas dos municípios
atingidos pela implantação do empreendimento.
39
ANEEL
Este projeto tem por objetivo preparar a área do reservatório para a inundação possibilitando o
aproveitamento econômico do potencial madeireiro da área a ser inundada, minimizando os efeitos
negativos da decomposição da biomassa florestal sobre os usos e qualidade da água, garantindo
as condições de segurança para a operação da usina, permitindo a implantação de eventuais
usos do reservatório e eliminar possíveis focos de contaminação de organismos prejudiciais à
saúde humana nos recursos hídricos .
40
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Este projeto visa definir as estratégias para conservação da flora a ser atingida pelo reservatório.
A efetiva conservação da flora dar-se-á por meio da implantação dos projetos de unidades de
conservação, salvamento de germoplasma, estabilização das margens, recuperação de áreas
degradadas e plano diretor do reservatório, reflorestamento ciliar e enriquecimento florestal.
41
ANEEL
Este projeto tem por objetivo indicar e detalhar as medidas de manejo que busquem garantir a
conservação da fauna terrestre na área do empreendimento e seu entorno. Visa também, detalhar
as atividades de monitoramento que possibilitem verificar a situação da fauna após a formação
do reservatório, bem como analisar as medidas de manejo e reorientá-las quando for o caso.
Este projeto tem por objetivo indicar e detalhar as medidas de conservação e manejo da fauna
aquática, principalmente para a ictiofauna e outros grupos animais quando houver. No
tocante à ictiofauna as atividades deverão buscar prioritariamente a preservação da diversidade
biológica, estoques pesqueiros e manutenção das condições de pesca afetadas pelo
empreendimento.
· Revisão dos estudos realizados na etapa de Estudos de Viabilidade e atualização dos dados
de fauna aquática, se necessário;
42
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Este projeto visa acompanhar e avaliar as modificações da estrutura trófica do sistema hídrico,
verificar a presença de contaminantes e poluentes nas águas do rio e do reservatório, acompanhar
a evolução da qualidade da água, considerando as fases de pré-enchimento, enchimento e
operação, de modo a estabelecer a implantação de possíveis ações corretivas, identificar os
compartimentos do corpo do reservatório e subsidiar outros programas relacionados a fauna,
flora e usos múltiplos da água.
Estes estudos devem considerar aqueles citados no item: 3.1.9 Estudos Sedimentológicos.
· Revisão dos estudos realizados na Etapa de Estudos de Viabilidade e atualização dos dados,
se necessário;
· Estabelecimento dos pontos de coleta de água para realização do monitoramento da qualidade
da água;
· Definição das variáveis e parâmetros físicos químicos e biológicos a serem analisados,
conforme resolução CONAMA 20/86;
· Definição dos parâmetros físico-químicos e biológicos;
· Apresentação das metodologias laboratoriais e estatísticas;
· Previsão das futuras condições das águas no reservatório e à jusante e eventuais restrições
a outros usos das águas e do reservatório;
· Especificação dos recursos e materiais necessários aos projetos associados;
· Estabelecimento de convênio com universidades e centros de pesquisa visando o desenvolvi-
mento do projeto.
43
ANEEL
Este projeto tem por objetivo identificar as áreas sensíveis quanto a instabilidade de taludes e
processos erosivos, caracterizando-as e propondo as medidas de controle necessárias antes e
após a formação do reservatório.
Nestes trabalhos devem ser considerados os aspectos levantados e estudados nos itens 3.1.7
Estudos de Remanso, 3.1.9 Estudos Sedimentológicos e em 3.3.2 Mapa Geológico da Área do
Reservatório.
Este projeto visa manter a qualidade ambiental das áreas afetadas e a recuperação de áreas
degradadas pelas atividades ligadas à implantação do empreendimento (acampamentos, canteiro
de obras, estradas de acesso, áreas de empréstimo e de jazidas e pedreiras).
44
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
O objetivo deste projeto é efetuar medições que possibilitem melhor conhecimento do clima regional
e a identificação de alterações climáticas locais, seja por ampliação da rede climatológica ou pela
realização de estudos mais detalhados.
Os trabalhos a serem realizados devem considerar aqueles que constam do item 3.1.2
Caracterização Climatológica da Bacia.
45
ANEEL
Este projeto tem por objetivo orientar a participação do empreendedor na articulação com os
vários setores usuários dos recursos hídricos da bacia, visando buscar soluções de consenso
para os conflitos provocados pela competição do uso da água e para a preservação dos recursos
naturais e otimização das oportunidades de desenvolvimento sustentável na sua área de atuação.
Neste sentido, este projeto deve considerar para o empreendimento os outros usos estabelecidos
no processo de outorga.
Estando implantado o Comitê de Bacias as ações de usos múltiplos deverão ser compatibilizadas
por meio do Projeto de Gestão Ambiental.
PROJETO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
4
CRITÉRIOS GERAIS DE PROJETO
48
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Deve ser o objetivo dos critérios gerais de projeto, a utilização de padrões compatíveis de
segurança, economia e confiabilidade, de todos os componentes do projeto, bem como de práticas
de engenharia atualizadas e aceitas em projetos, relativas a concepção, às normas técnicas a
serem aplicadas, aos cálculos analíticos e à elaboração dos desenhos e especificações, bem
como à construção de obras civis e a fabricação e montagem de equipamentos. Os critérios
gerais de projeto deverão definir os requisitos para os projetos civil e eletromecânico.
O Projeto Básico das estruturas deverá ser executado segundo os critérios gerais do projeto civil,
de modo a nortear os requisitos adiante colocados, garantindo assim, a segurança das estruturas
durante toda a sua vida útil.
49
ANEEL
Níveis de Água
Reservatório
Desvio do Rio
Fechamento do Desvio
Barragens e Diques
Órgãos Extravasores
Chaminé de Equilíbrio
Na definição das seções típicas das estruturas, deverão ser considerados os seguintes requisitos:
Ações a Considerar
• peso próprio
• pressões hidrostáticas
• subpressões
• pressões intersticiais
• pressões hidrodinâmicas
• impacto de ondas
• empuxos de solo, rocha e enrocamento
• vibrações induzidas por máquinas ou fluxos d’água
• assoreamento
• efeitos sísmicos
• vento
• impacto de embarcações
• cargas de utilização
• cargas de equipamentos
• variações volumétricas
• protensão
• recalque de apoio
• temperatura
Condições de Carregamento
• condições de carregamento normal (CCN)
• condições de carregamento excepcional (CCE)
51
ANEEL
Análise de Tensões
Detalhes Construtivos
• juntas de contração
• juntas de construção
• juntas de dilatação
• aberturas em estruturas de concreto
• dispositivos de vedação
Instrumentação de Auscultação
Na definição das seções típicas dos maciços deverão ser considerados os seguintes requisitos:
52
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Análises de Estabilidade
Análises de Percolação
Análises de Tensão-Deformação
• solos impermeáveis
• areias para filtros
• transições
• enrocamento
• rip-rap
Instrumentação de Auscultação
Na definição das seções típicas das escavações e fundações deverão ser considerados os
seguintes requisitos:
• Análises de estabilidade
• Análises de percolação
• Análises de tensão-deformação
• nstrumentação
• Análise do sistema de suporte e revestimento
• Drenagem da água de percolação
• Limpeza
• Recobrimento Superficial
• Drenagem Superficial
• Injeções de impermeabilização
• Injeções de consolidação
• Cortina de injeção
• Injeções de contato
• Furos de drenagem
• “Cut off” e poços de alívio
• Galerias e Túneis
• Dados de precipitação
• Descarga de Projeto
• Dimensionamento hidráulico
O Projeto Básico dos equipamentos e sistemas elétricos e mecânicos deverá ser executado de
forma a atender os requisitos e critérios adiante definidos.
54
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Deverão ser previstos os meios adequados para o suprimento confiável de energia elétrica de
emergência para operação dos equipamentos essenciais à segurança das instalações tais como:
bombas de drenagem e esgotamento, comportas dos órgãos extravasores, iluminação de
emergência e do sistema de telecomunicações.
Esse suprimento de emergência deverá permitir também a partida de uma unidade geradora
após o desligamento pleno da usina e perda das fontes normais de alimentação elétrica.
Para segurança das estruturas, as comportas dos órgãos extravasores deverão funcionar em
qualquer condição de operação do reservatório, particularmente durante a ocorrência de cheias
do rio.
Para a segurança do pessoal de operação, deverão ser previstos sistemas de proteção contra
incêndio, de proteção contra choques elétricos e acidentes em geral. Serão estabelecidos os
requisitos para iluminação, ventilação e sinalização adequadas das áreas internas e externas da
Casa de Força e demais estruturas, particularmente nas galerias inferiores. Os meios e facilidades
para a evacuação do pessoal em situações de emergência deverão ser contemplados no arranjo
dos acessos e da circulação do pessoal de operação e manutenção da usina.
Os valores admissíveis de projeto, como as tensões admissíveis para os materiais sob cargas
normais e excepcionais, os limites de densidade de correntes elétricas, velocidades de escoamento
dos fluidos em tubulações e no circuito hidráulico de potência e os níveis de proteção elétrica
deverão ser estabelecidos previamente. Alguns desses valores serão utilizados no pré-
dimensionamento das estruturas civis e dos equipamentos no decorrer do Projeto Básico.
55
ANEEL
Os projetos dos equipamentos e dos sistemas auxiliares deverão atender os critérios gerais de
segurança pessoal e patrimonial, bem como a sua disponibilidade para a operação. São indicados
abaixo os critérios mais significativos utilizados no projeto:
• Utilizar as normas NBR da ABNT ou, na ausência dessas, preferencialmente as da ISO, IEC,
ANSI, DIN, ASME, AWS,HI e ASTM;
• Utilizar preferencialmente equipamentos, materiais e acessórios disponíveis no mercado
nacional, possibilitando a sua reposição em curto prazo;
• Não especificar parâmetros que não sejam requeridos pelo Sistema de Potência ou por qualquer
outra necessidade (especialmente para o gerador e transformador elevador);
• Os serviços auxiliares elétricos devem ter duas fontes normais e independentes de alimentação
e uma de emergência para os serviços e sistemas vitais da usina;
• Considerar como vitais, no mínimo, o sistema de drenagem da Casa de Força, os carregadores
de baterias, as comportas do vertedouro e iluminação de emergência;
• O sistema de aterramento deve ser dimensionado e projetado em função da maior corrente
de curto-circuito e de tempo de eliminação da falha. Deve considerar as tensões permissíveis
de passo e de toque;
• Privilegiar a utilização de disjuntores de baixa tensão em vez de fusíveis;
• Definir tensões nominais normalizadas, em número mínimo compatível com necessidades;
• Analisar a necessidade de uma fonte de energia externa (ou de emergência) para partida de
uma unidade em caso de falta geral dos serviços auxiliares elétricos da usina;
• A definição do Sistema de Controle (comando, proteção, supervisão e regulação) deverá
descrever a filosofia de partida e de paradas normal e de emergência das unidades geradoras
e da operação da usina e da subestação a serem adotadas, incluindo os diversos automatismo,
níveis e locais (local / central / remoto) de operação;
• Os requisitos do sistema de proteção deverão definir os elementos mínimos necessários à
proteção da unidade geradora, do sistema de excitação, do regulador de velocidade, do
transformador elevador, da subestação, das saídas de linhas de transmissão e dos
equipamentos dos sistemas de serviços auxiliares da usina;
• Os requisitos do sistema elétrico referentes à operação das unidades geradoras deverão ser
estabelecidos previamente, em particular aqueles relativos à operação dessas unidades em
regime de base ou ponta e se serão utilizadas como compensadores síncronos;
• Deverão ser definidas margens de segurança adequadas com relação às velocidades críticas
do conjunto rotativo da unidade geradora para eliminar a ocorrência de ressonância paramétrica.
56
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
5
PROJETO BÁSICO DAS OBRAS PRINCIPAIS
57
ANEEL
Os estudos do Projeto Básico para definição do arranjo geral das estruturas que compõem o
aproveitamento consistem essencialmente na otimização do arranjo geral definido nos Estudos
de Viabilidade.
• Estudo aprofundado das alternativas de micro localização do eixo objetivando definir o eixo
final da barragem;
• Estudo aprofundado e definição da geometria das estruturas que por sua vez dependem dos
estudos básicos topográficos, hidrometeorológicos, hidráulicos, geológicos, geotécnicos,
mecânicos e elétricos;
• Análise de diferentes arranjos gerais (otimizados);
• Estimativas de custo desses arranjos gerais;
• Seleção do arranjo geral final;
• Otimização do arranjo selecionado, considerando principalmente o esquema de desvio do rio
durante a construção e usando como ferramenta o modelo hidráulico reduzido.
O tipo de desvio do rio a ser adotado, definido nos Estudos de Viabilidade do aproveitamento,
deverá ser otimizado nesta fase de Projeto Básico.
O dimensionamento das obras de desvio deverá ser compatibilizado com os níveis admissíveis
a montante e com a definição das obras das ensecadeiras.
As datas para início e fechamento do desvio, deverão ser determinadas a partir das condições
hidrológicas e do cronograma geral de implantação do empreendimento.
No Projeto Básico as obras de desvio deverão ser definidas e orçadas por meio dos seguintes
estudos:
58
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
5.3 BARRAGEM
Os parâmetros de resistência e deformação dos materiais serão obtidos a partir dos ensaios de
laboratório para caracterização dos materiais das escavações e/ou áreas de empréstimos e jazidas.
59
ANEEL
Deverão também ser realizados os estudos relativos a aspectos construtivos específicos como
índices e distribuição da pluviosidade, controle de compactação e métodos construtivos.
As barragens e muros de concreto terão seus estudos aprofundados na fase de Projeto Básico.
Nessa fase a estrutura será definida em todas as suas características e detalhes principais. Serão
definidos os tipos de concreto a serem utilizados na barragem.
Os aspectos mais importantes a serem considerados no projeto das barragens de concreto estão
relacionados às características das fundações, tratamento das fundações, e à análise estrutural
da barragem que deverá considerar a interação da estrutura com a fundação.
Os tipos de tratamento da fundação serão previstos em função das conclusões dos estudos
geotécnicos que definirão as características geomecânicas, o grau de fraturamento, a condu-
tividade hidráulica e a existência de descontinuidades na rocha de fundação.
Deverá ser feito o cálculo do volume de concreto da barragem, definido e detalhado o sistema de
juntas de dilatação e de construção e o plano de concretagem da estrutura.
60
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Com base nos resultados dos ensaios realizados em modelo reduzido deverão ser feitos os
cálculos hidráulicos necessários ao dimensionamento final otimizado da geometria dos órgãos
extravasores e dispositivos de proteção contra a ocorrência de processos erosivos a jusante das
estruturas.
Deverá ser feita a análise da estabilidade da estrutura, por bloco, e os cálculos estruturais a nível
de pré-dimensionamento.
Os equipamentos hidromecânicos deverão ser estudados e definidos no que diz respeito ao tipo
e às características principais do arranjo (geométricas e estruturais) e dos sistemas de
acionamento. Deverão ser também definidos preliminarmente os esforços transmitidos ao concreto
necessários ao projeto da estrutura civil, onde serão também consideradas as condições de
vibrações, aeração e de cavitação.
61
ANEEL
Deverá ser feito o pré-dimensionamento dos equipamentos e analisar a solução para acionamento
e movimentação dos mesmos. Deverão ser previstas áreas necessárias para montagem e
manutenção dos equipamentos principais e de estocagem dos equipamentos de fechamento a
montante.
Comportas Ensecadeiras
Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, válvulas “by pass”, arranjo, áreas de estocagem e manutenção, acionamento e
estimativa de pesos.
Comportas Principais
Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, tipo e capacidade do acionamento, controle e medição da abertura e estimativa de
pesos.
Tipo dos instrumentos de medição, esquema de medições hidráulicas e arranjo dos equipamentos
e sensores.
62
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
O cálculo hidráulico de todo o circuito deverá ser feito em nível de dimensionamento final mediante
análise do percurso hidráulico da adução até a restituição e considerando também o conjunto
girante turbina-gerador.
No caso da necessidade de chaminé de equilíbrio deverá ser definido o tipo, seu dimensionamento
hidráulico e definida a geometria da estrutura.
Com relação à estrutura da tomada d’água e demais estruturas de concreto do sistema adutor,
deverão ser definidas as cotas da fundação, crista, pisos intermediários, galerias, bem como
indicados os sistemas de drenagem e tratamento das fundações.
Para todas as estruturas deverão ser feitas a análise da estabilidade, por bloco, e os cálculos
estruturais a nível de pré-dimensionamento. Uma vez definidas as estruturas e pré-dimensionados
seus elementos constituintes, será estabelecido o plano de concretagem mediante definição das
juntas de concretagem e elaboração dos cálculos dos volumes de concreto e de quantidades de
materiais das obras do circuito de adução.
Será ainda definido o sistema de instrumentação de auscultação das estruturas e sua fundação.
Grades
Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, distância entre barras, características das barras
para minimizar as perdas de carga, verificação da estabilidade à vibração produzida pelo
escoamento, sistema de limpeza e estimativa de pesos.
63
ANEEL
Comportas Ensecadeiras
Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, válvulas “by pass”, arranjo, áreas de estocagem e manutenção, acionamento e
estimativa de pesos.
Comportas de Emergência
Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, tipo de extensão das guias, capacidade de acionamento, tipo de acionamento, controle
e medição e estimativa de pesos.
Máquina Limpa-grades
Pórtico Rolante
Tipo dos equipamentos, esquema de medições hidráulicas e arranjo dos equipamentos e sensores.
Condutos Forçados
Traçado, ângulo das curvas, diâmetro econômico, espessura mínima, apoios, juntas de dilatação
(caso necessário), válvulas (esférica, borboleta), perdas de carga, esquema de montagem e
estimativa de pesos.
Para condutos forçados embutidos em concreto e/ou rocha, serão definidos o traçado, as seções,
os esforços atuantes, os revestimentos, os sistemas de drenagem, acessos, sistemas de injeção
da rocha adjacente e métodos executivos.
64
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Deverão ser revistas e detalhadas as características técnicas das unidades geradoras, definidas
nos Estudos de Viabilidade, visando a otimização do arranjo da Casa de Força. Deve ser dada
especial atenção às dimensões principais da caixa espiral, que determinam a largura do bloco da
unidade.
O arranjo da Casa de Força deve levar em conta que esta estrutura deve abrigar os equipamentos
principais e auxiliares nela instalados. Deve, portanto, prover espaço suficiente para instalar,
montar, operar e fazer manutenção destes equipamentos. Estes espaços devem, no entanto,
serem otimizados ao máximo. Deverão ser detalhados os seguintes itens :
Tem também grande importância a solução a ser dada ao arranjo dos mancais da unidade geradora
e, em especial, ao mancal de escora, no seu método de apoio e no seu esquema mecânico
geral. Deverão adicionalmente ser feitos estudos visando a máxima redução da altura do grupo
turbina-gerador, formando um grupo tão compacto quanto possível.
Deverá ser desenvolvido um estudo integrado para a definição do arranjo dos equipamentos
elétricos nos vários pisos da Casa de Força e edifício de comando,levando em consideração
que:
Para o estudo detalhado das turbinas e definição das suas características, serão levados em
conta os níveis definidos para o reservatório e o canal de fuga, incluindo os cálculos de perdas de
carga, o que determinará as quedas líquidas disponíveis.
65
ANEEL
Para o sistema de acionamento das pás móveis do distribuidor deverão ser estudados o arranjo,
o número e o sistema de fixação dos servomotores.
Com relação aos geradores, deverão ser verificados a tensão de geração mais adequada, os
limites permissíveis de elevação de temperatura acima da temperatura do ar ambiente para os
enrolamentos do estator e do rotor, o sistema de refrigeração mais conveniente a ser adotado, as
características relacionadas com o planejamento do sistema elétrico (reatâncias, constantes de
tempo e de inércia etc.), bem como a necessidade e a adequação dos mesmos para atuarem
como compensadores síncronos.
Visando a elaboração das especificações técnicas, serão desenvolvidos no Projeto Básico estudos
necessários à definição dos geradores e cubículos associados:
• definição dos sistemas de excitação e regulação de tensão, elaborada a partir de estudos das
características de geração e contingências operacionais, dos estudos de simulação do
comportamento excitação-regulador de tensão-gerador-sistema de potência e da análise
comparativa de tecnologias, abordando os aspectos econômicos, cultura de manutenção e
confiabilidade. Como resultado desses estudos, serão elaborados o diagrama unifilar do
66
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Turbinas
• Tipo
• Numero de unidades
• Potência nominal
• Vazão nominal
• Rotação nominal
• Rendimentos esperados
• Níveis de montante:
máximo de enchente
máximo normal
mínimo
mínimo excepcional
• Níveis de jusante:
máximo de enchente
máximo (todas as unidades com carga nominal)
mínimo (1 unidade com carga nominal)
mínimo (sem fluxo)
• Quedas líquidas:
máxima operacional
nominal
mínima operacional
de projeto
de referência
67
ANEEL
Geradores
• Potência nominal
• Número de unidades
• Tensão de geração
• Fator de potência
• Freqüência
• Rotação nominal
• Sentido de rotação
• Efeito de inércia
Uma vez otimizados os parâmetros básicos das unidades geradoras, deverão ser definidas as
características básicas dos equipamentos de levantamento e transporte, considerando as cargas
a serem transportadas, tais como o rotor do gerador, o eixo e o rotor da turbina acoplados, o rotor
da turbina, entre outros. Nessa definição deverão ser levados em conta o esquema de montagem
previsto, o acesso adequado e as devidas facilidades de equipamentos auxiliares.
A partir da definição dos parâmetros básicos das unidades geradoras serão pré-dimensionados
os sistemas auxiliares necessários ao bom funcionamento das mesmas.
Transformadores Elevadores
Deverá ser definido o tipo (monofásico ou trifásico), a potência, tensões nominais, nível de
isolamento e tipo de resfriamento.
Também deverão ser desenvolvidos estudos dos procedimentos de montagem e manutenção,
incluindo a possibilidade de substituição de uma unidade avariada pela unidade de reserva, se
houver, bem com o sistema de movimentação das mesmas.
No piso dos transformadores deverão ser analisadas as necessidades e facilidades para acesso,
transporte e movimentação dos transformadores, bem como para a montagem e a manutenção
dos mesmos. As utilidades necessárias, sistema anti-incêndio, ar comprimido geral, drenagem,
coleta separação de água-óleo, e outros, deverão também ser estudadas e definidas.
69
ANEEL
• Dimensionamento eletrodinâmico;
70
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
e auxiliar, curso dos ganchos principal e auxiliar, operações a executar, avaliação das potências
dos motores elétricos e estimativas de peso.
Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, válvulas “by pass”, arranjo, áreas de estocagem e manutenção, acionamento e
estimativa de pesos.
Deverão ser definidos de modo mais amplo os aspectos relativos aos serviços auxiliares da casa
de máquinas. Tratando-se de sistemas integrados, essas definições deverão abranger as demais
estruturas da usina: vertedouro, tomada d’água e subestação.
Deverão ser elaborados diagrama unifilares, em número apropriado para cada sistema, com
base na tabela preliminar de carga constante das memórias de pré-dimensionamento e estudos
de curto-circuito, que serão desenvolvidos durante o Projeto Básico.
71
ANEEL
O projeto dos sistemas auxiliares será desenvolvido com base nas experiências de
empreendimentos similares e nas normas técnicas aplicáveis. O pré-dimensionamento desses
sistemas será executado em função das características básicas dos equipamentos principais da
usina que serão atendidos pelos mesmos.
Deverão ser definidas as filosofias de proteção, controle e supervisão das unidades geradoras,
abrangendo:
Sistemas de Utilidades
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Sistemas Complementares
Þ Malha de Terra
Þ Iluminação
A escolha do tipo de conduto a ser empregado em cada área deverá considerar os seguintes
aspectos:
Þ Sistemas de Comunicação
Os sistemas de comunicação da usina serão definidos nesta fase do projeto. Deverão ser previstos
neste estudo os sistemas de comunicação necessários à construção e operação da usina,
73
ANEEL
• Sistema telefônico;
• Sistema óptico;
• Sistema de sismologia;
• Rede de hidrometeorologia
As obras acessórias a serem incluídas e definidas no Projeto Básico, são aquelas não inerentes
ao processo de geração de energia elétrica, porém necessárias por imposições de outra natureza,
que podem ser ambientais ou de usos múltiplos para a água do reservatório.
74
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
• da sua localização no arranjo geral, que poderá ser uma obra incorporada a uma das estruturas
do aproveitamento ou totalmente fora das obras principais;
• da necessidade cronológica da sua implantação;
• dos aspectos institucionais envolvidos na sua execução e/ou exploração econômica.
Caso a obra acessória seja incorporada a uma das estruturas do projeto, deverá ser detalhada
no mesmo nível das demais obras que compõem o projeto.
As obras acessórias previstas fora do corpo das estruturas do aproveitamento hidrelétrico poderão
ou não ser detalhadas no Projeto Básico, podendo ainda ser de responsabilidade de terceiros.
É necessário, também, que no Projeto Básico, onde aplicável, sejam definidas e compatibilizadas
as vazões para os múltiplos usos da água do empreendimento.
Ressalta-se que estes estudos deverão ser desenvolvidos em compatibilidade com os projetos
sócio-ambientais correspondentes.
75
ANEEL
Dimensionamento das áreas e funções para as diferentes instalações, sistemas e utilidade do(s)
canteiro(s) de obra civil. Elaboração de arranjos dessas instalações e sistemas, incluindo a
localização das centrais de britagem, central(is) de concreto, ar comprimido e outras.
Estudos finais e definição dos acessos rodoviários locais visando a interligação da obra, seus
canteiros e núcleos residenciais, à rede rodoviária regional.
Definição das rotas de acesso nacional e regional, rodoviário e ferroviário, à obra, para
abastecimento de materiais de construção, equipamentos, carga geral e transporte de mão-de-
obra.
Þ Acesso Fluvial
76
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Þ Acesso Aéreo
Þ Energia Elétrica
Definição da alternativa para abastecimento de energia elétrica para a obra (geração local, linhas
de transmissão, termelétrica a lenha, e outras). Estimativa dos custos de investimento e da
quantidade de energia produzida ou suprido nas várias alternativas.
Þ Telecomunicações
Definição de vilas residenciais para a construção da obra, bem como a definição das quantidades
e unidades tipo de casas e alojamentos de solteiros. Definição dos equipamentos comunitários,
sistema viário e serviços de infra-estrutura (abastecimento de água, esgoto, drenagem e
comunicações), atendendo aos requisitos do cronograma de construção previsto, tanto das obras
civis quanto da montagem eletromecânica.
Para a implantação da subestação deverá ser selecionada a área mais conveniente, tanto sob o
ponto de vista elétrico propriamente dito, como também sob os aspectos de segurança, facilidade
de acesso e entradas para as linhas de transmissão.
Deverão ser desenvolvidos estudos para definição dos níveis de isolamento e características
elétricas de equipamentos.
Deverão ser feitos também estudos sobre as características de tensões de restabelecimento dos
disjuntores e chaveamentos de transformador, reator e linhas.
• tensão de transmissão;
• número de circuitos;
• tipo e quantidade de cabos condutores e pára-raios;
• tipo e quantidade de estruturas;
• número de cabos condutores por fase;
• comprimento.
Deverá ser estudado a interligação entre a sala de controle da usina e a subestação secionadora
para os cabos de controle, proteção, supervisão, comunicação e serviços auxiliares.
78
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Para a definição das linhas de transmissão de interligação e das subestações que serão
necessárias para que se escoe a energia da usina para a rede básica de transmissão, deverão
ser elaborados os estudos e documentos recomendados nas “Diretrizes para Projeto Básico de
Sistema de Transmissão ” emitido pela ELETROBRÁS/DNAEE em nov/97 ou revisões posteriores.
Para iniciar o planejamento, devem ser fixadas as principais premissas adotadas, tais como:
• Etapas da obra;
• Data do desvio do rio;
• Data do enchimento do reservatório;
• Data do início de geração da primeira unidade;
• Intervalo do início de geração das demais unidades;
• Alturas de camadas de concretagem e tipos de concreto (refrigerado ou não), por estrutura,
da Obra;
• Critérios de empilhamento do material escavado e destino;
• Projetos sócio-ambientais (datas marco);
• Data limite para obtenção das licenças de operação.
79
ANEEL
As etapas construtivas devem ser claramente definidas e as interfaces entre etapas e partes da
obra perfeitamente caracterizadas.
Para o cumprimento dos prazos e datas marco são necessárias a otimização e a compatibilização
dos histogramas dos materiais e da mão-de-obra empregados na construção, levando em conta
as condições hidrológicas para o desvio do rio e o enchimento do reservatório.
Todos os custos serão expressos em moeda nacional e deverão estar referidos a uma única
data-base, devendo também ser indicada a taxa de câmbio média do mês da data-base em
relação ao dólar americano.
Os custos ambientais, deverão ser alocados nas rubricas do OPE a partir das estimativas
elaboradas para cada um dos projetos sócio-ambientais detalhados nesta etapa.
Os custos de terras e benfeitorias a serem considerados deverão ser obtidos através de pesquisas
efetuadas na região do aproveitamento.
Com o objetivo de obter um orçamento de referência que reflita as condições prevalecentes das
obras, os custos das obras civis deverão ser obtidos a partir de composições de custos, levando
em conta informações do projeto, do planejamento construtivo e das especificações técnicas.
As composições de custos deverão ser elaboradas a partir de preços dos insumos básicos,
equipamentos de construção, materiais e mão de obra, obtidos mediante pesquisas de mercado
correspondente a data de referência do orçamento. Como alternativa para obtenção de uma
base de custos unitários de serviços, insumos e equipamentos, a ELETROBRÁS dispõe do
SISORH, Sistema para Elaboração de Orçamentos de Obras Civis de Usinas Hidrelétricas. Este
sistema informatizado propicia orçamento de obras e/ou serviços com base em custos unitários
compostos a partir de preços de mercado de insumos, periodicamente atualizados por regiões
geográficas e está apoiado em rotinas que consideram as características específicas do projeto
e as condições locais do sítio de implantação.
Os custos de equipamentos elétricos e mecânicos deverão ser obtidos por meio de consultas a
fabricantes e fornecedores. Os procedimentos para obtenção do custo final destes equipamentos
deverão ser homogeneizados de forma a incluir os impostos que incidem sobre o custo FOB e o
transporte até o local da obra.
81
ANEEL
Þ Subestação da Usina
• Equipamentos e Materiais
- Transformadores Elevadores;
- Equipamentos Principais do pátio;
- Equipamentos Auxiliares;
- Estrutura Suporte dos Barramentos;
- Barramentos, Isoladores e Conexões.
• Construção e Montagem
- Fundação, Bases e Canaletas;
- Edificações;
- Montagem das Estruturas;
- Montagem dos Equipamentos e Painéis.
• Urbanização, Drenagem e Acabamentos
• Administração
• Eventuais
O cronograma financeiro deverá ser elaborado a partir dos cronogramas físico e econômico, das
informações dos histogramas de produção, dos preços estimados para cada serviço e do
desembolso previsto para pagamento dos equipamentos permanentes.
6
PROJETOS SÓCIO - AMBIENTAIS
83
ANEEL
6. PROJETOS SÓCIO-AMBIENTAIS
O conteúdo mínimo de cada projeto, estabelecido a partir dos Elementos ao longo do item 3.6
Sócio-Ambientais deverá incluir:
O cronograma de cada projeto e do conjunto de projetos deverá ser compatível com o cronograma
de engenharia e com as necessidades de realização da obra, indicando os marcos principais
destas atividades. O cronograma geral dos projetos sócio-ambientais deverá contemplar a duração
de cada projeto e iniciar suas fases de implantação e monitoramento, por exemplo.
84
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
85
ANEEL
7
RELATÓRIO FINAL DO PROJETO BÁSICO
86
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
7.1 ITEMIZAÇÃO
Como coroamento de todos os estudos desenvolvidos nas atividades descritas, ao final do Projeto
Básico deverá ser elaborado o relatório final conclusivo, que sintetizará os trabalhos realizados.
1. Apresentação
2. Introdução
2.1 Objetivo
2.2 Histórico
2.3 Estudos Anteriores
2.4 Características Principais
6. Projetos Sócio-Ambientais
7. 2 DESENHOS - CONTEÚDO
Com relação à escala com que deverão ser representadas as figuras dos desenhos de projeto,
entende-se que as mesmas poderão variar substancialmente em função das dimensões do
empreendimento. Determinados tipos de desenhos, entretanto, deverão ser, obrigatoriamente,
representados em escalas compatíveis com o grau de detalhamento requerido, razão pela qual
apresenta-se, no Item 7.3 uma Tabela-Guia de escalas recomendadas a serem utilizadas.
88
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
principais, afluentes e limites geo-políticos. Além disso, deverão ser indicadas informações úteis,
tais como rodovias pavimentadas ou não, as ligações ou acessos projetados ou em construção,
e os respectivos gabaritos rodo-ferroviários;
Þ esquema de desvios - desenhos que possam fornecer dados acerca das fases
construtivas da obra, esclarecendo, inclusive, sobre os volumes de obras, provisórias e definitivas,
a serem executadas em cada fase.
Þ descrição das obras - os desenhos de descrição das obras deverão poder ilustrar,
considerando o nível de elaboração do projeto:
O detalhamento deverá ser de tal modo a poder identificar os materiais necessários à construção
destas estruturas e permitir sua cubagem, bem como avaliar todos os condicionantes de seu
método construtivo. Assim, granulometria, volumes, curvas-chave, metodologia de tampona-
mento de túneis de desvio, e outras informações são importantes para uma adequada avaliação
das operações de desvio.
Do mesmo modo como na descrição das obras de desvio, os desenhos descritivos das obras
principais deverão permitir:
90
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Basicamente, para cada área da obra, ou para cada estrutura típica, será necessário detalhar,
quando aplicável:
• arranjo geral;
• escavações: planta, cortes típicos e, quando for o caso, fases construtivas e seus acessos;
• forma geométrica: plantas nos diversos níveis típicos, cortes e vistas;
• tratamento de fundações: tipo e disposição geométrica;
• esquemas construtivos: disposição de juntas, lances de concretagem e fases construtivas;
• zoneamento e classes de concreto;
• armadura típica;
• instrumentação: locação dos diversos instrumentos;
• ensaios realizados.
• barragem de terra;
• barragem de enrocamento;
• barragem de concreto.
91
ANEEL
• canal de adução;
• túnel/conduto de adução livre ou forçado;
• tomada de água;
• chaminé de equilíbrio;
• túnel / conduto forçado;
• casa de força;
• canal de fuga;
• área de montagem;
• edifício de comando.
• extravasores de superfície;
• extravasores de fundo;
• canal de aproximação;
• bacia ou canal de restituição;
• bacia de dissipação;
• canal de restituição;
• dissipador de energia.
Þ outras estruturas - serão incluídas, neste grupo, as estruturas que não pertencem a
nenhum dos grupos acima descritos, sendo que, em função da importância que tais estruturas
tiverem no contexto do aproveitamento, poderão ter maior ou menor destaque, podendo, constituir
um volume de desenhos à parte.
Serão reunidos, neste grupo, todos os desenhos relativos aos equipamentos principais e sistemas
auxiliares eletromecânicos, incluindo plantas, cortes, seções e detalhes, quando houver:
Þ Estruturas de Geração
Þ Estruturas de Extravasão
Þ Subestação da Usina
• Diagrama Unifilar Simplificado;
• Diagrama Unifilar de Proteção e Controle;
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ANEEL
de 1: 2.000 a 1: 10.000
de 1: 200 a 1: 2.000
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Desenhos Estruturais
de 1: 100 a 1: 500
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ANEEL
A N E X O S
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