Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico - Eletrobrás

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

A PRESENTAÇÃO

A última edição das “Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico de Usinas Hidrelétricas” é
datada de outubro de 1995.

O presente trabalho irá nortear as exigências para a elaboração do Projeto Básico de Usinas
Hidrelétricas, assim como, complementará a série de revisões dos Manuais utilizados no
desenvolvimento de projetos hidrelétricos, quais sejam:

· Instruções para Estudos de Viabilidade de Usinas Hidrelétricas (término em abril/97);


· Manual de Inventário Hidrelétrico de Bacias Hidrográficas (término em setembro/97);
· Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (término em agosto/
99).

Este trabalho contém a experiência do Setor Elétrico Brasileiro na execução de Projeto Básico de
Usinas Hidrelétricas e foi realizado de modo a permitir aos interessados no desenvolvimento de
projetos hidrelétricos, um pleno entendimento das atividades necessárias a sua execução.

Devemos considerar, que as várias recomendações aqui apresentadas, baseiam-se na tecnologia


atualmente disponível no mercado e na legislação vigente, e que estas deverão acompanhar o
estado da arte. Portanto, este trabalho está aberto a comentários, sugestões ou contribuições
para enriquecê-lo tecnicamente, as quais deverão ser encaminhadas ao Departamento de
Engenharia de Geração da Diretoria de Engenharia ELETROBRÁS.

Finalmente, cumpre consignar aqui os agradecimentos às empresas que cederam seus técnicos,
bem como aos mesmos, que acompanharam e participaram dos trabalhos, e também aos técnicos
da ANEEL e da ELETROBRÁS, cujo esforço e dedicação em muito contribuíram para a
concretização da presente revisão das Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico.

Rio de Janeiro, 12 setembro de 1999.

XISTO VIEIRA FILHO JOSÉ MÁRIO ABDO


Diretor de Planejamento Diretor da Agência Nacional
ELETROBRÁS de Energia Elétrica - ANEEL

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ANEEL

INTRODUÇÃO

ESCOPO DESTAS DIRETRIZES

As Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico de Usinas Hidrelétricas destinam-se a servir de


roteiro básico para caracterizar a abrangência e a profundidade com que deve ser tratada a fase
de Projeto Básico de um empreendimento hidrelétrico, de modo a manter a qualidade técnica
dos projetos e sua segurança, e atender a Lei 9.074 artigo 5º, capítulo II, que fala de sua
obrigatoriedade.

No desenvolvimento do Projeto Básico deverão ser mantidos os principais itens fixados no edital
de licitação do empreendimento e que foram definidos na fase de Estudos de Viabilidade, de
modo a manter, nesta fase de projeto, sua energia assegurada. São descritos, a seguir, os
principais itens que não deverão ser alterados:

• NA Max Montante;
• Na Jusante;
• Potência Mínima;
• Coordenadas Geográficas.

Nesta etapa são detalhados os programas sócio-ambientais definidos nos Estudos de Viabilidade.
Trata-se, portanto, de aprofundar o conhecimento sobre as medidas necessárias à prevenção,
mitigação ou compensação aos impactos identificados, até o nível de projeto, preparando-os
para a imediata implantação.

As atividades integrantes destas Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico de Usinas


Hidrelétricas, pretendem abranger a totalidade dos trabalhos a desenvolver, devendo, portanto,
servir de orientação para a elaboração da programação específica para empreendimentos de
médio a grande porte com potências maiores que 30 MW ou aqueles que não atendam a
resolução ANEEL 394 de 04/12/98. Caberá aos usuários adaptar a extensão e a profundidade
das atividades à situação particular do aproveitamento a estudar, no sentido de assegurar a
qualidade dos estudos, preconizada nestas diretrizes.

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

ETAPAS DE ESTUDOS E PROJETOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM APROVEITAMENTO


HIDRELÉTRICO

As etapas de estudos e projetos para implantação de um aproveitamento hidrelétrico são as


seguintes:

Þ ESTIMATIVA DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO

É a etapa dos estudos em que se procede a análise preliminar das características da bacia
hidrográfica, especialmente quanto aos aspectos topográficos, hidrológicos, geológicos e
ambientais, no sentido de verificar a vocação da bacia para geração de energia elétrica .

Essa análise, exclusivamente pautada nos dados disponíveis, permite efetuar uma primeira
avaliação do potencial, definir prioridades, prazos e os custos dos estudos da etapa seguinte.

Þ ESTUDOS DE INVENTÁRIO HIDRELÉTRICO

É a etapa em que se determina o potencial hidrelétrico da bacia hidrográfica e se estabelece a


melhor divisão de queda, mediante a identificação dos aproveitamentos que, no seu conjunto,
propiciem o máximo de energia, ao menor custo e com o mínimo impacto ao meio ambiente.

Essa análise é efetuada com base em dados secundários, complementados com essenciais
informações de campo, e pautado em estudos básicos cartográficos, hidrometeorológicos,
energéticos, geológicos e geotécnicos, ambientais e outros usos de água. Dessa análise re-
sultará um conjunto de aproveitamentos, suas principais características, índices custo – benefício
e índices ambientais .

Þ ESTUDOS DE VIABILIDADE

É a etapa em que se define a concepção global de um dado aproveitamento, da divisão de queda


selecionada na etapa anterior, visando sua otimização técnico-econômica e ambiental e a obtenção
de seus benefícios e custos associados. Essa concepção compreende o dimensionamento do
aproveitamento, as obras de infra-estrutura local e regional necessárias a sua implantação, o
reservatório, a área de influência, os outros usos da água e as ações sócio-ambientais
correspondentes.

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ANEEL

Os Estudos de Viabilidade se constituem em documento de suporte técnico para os processos


de licitação da concessão.

Þ PROJETO BÁSICO

É a etapa em que o aproveitamento, concebido nos Estudos de Viabilidade, é detalhado de


modo a definir, com maior precisão, a segurança das estruturas através do desenvolvimento das
características técnicas do projeto, as especificações técnicas das obras civis e equipamentos
eletromecânicos, bem como os projetos sócio- ambientais.

Þ PROJETO EXECUTIVO

É a etapa em que se processa a elaboração dos desenhos de detalhamento das obras civis e
dos equipamentos eletromecânicos, necessários a execução da obra e a montagem dos
equipamentos. Nesta etapa são tomadas todas as medidas pertinentes à implantação do
reservatório e dos projetos sócio-ambientais.

OBJETIVO DO PROJETO BÁSICO

Atender a obrigatoriedade legal da elaboração do Projeto Básico, além de garantir a qualidade


técnica e sócio-ambiental dos projetos. Desta forma, o Projeto Básico estará garantindo os critérios
de segurança das estruturas e dos equipamentos, bem como o compromisso de disponibilidade
de energia para atendimento ao mercado, através do detalhamento das características técnicas
das obras civis e dos equipamentos eletromecânicos e da elaboração de suas correspondentes
especificações técnicas.

ESTRUTURA DESTAS DIRETRIZES

Este relatório é composto de 7 capítulos e 5 anexos além dos itens Apresentação e Introdução.

1- Análise Crítica dos Estudos Anteriores


2- Levantamentos Complementares
3- Estudos Básicos
4- Critérios Gerais de Projeto
5- Projeto Básico das Obras Principais
6- Projetos Sócio-Ambientais
7- Relatório Final do Projeto Básico

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Anexo I - Quadro Síntese do OPE


Anexo II - Ficha Técnica
Anexo III - Procedimentos para Licenciamento
Ambiental
Anexo IV- Referência Bibliográfica
Anexo V - Participantes do Grupo de Trabalho

ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS

Os aspectos institucionais e legais, de interesse à realização do projeto básico que deverão ser
considerados, desde o registro até a “aprovação de estudo” pela ANEEL, abrangem uma faixa
ampla da legislação vigente, tendo como linhas mestras a “Constituição da República Federativa
do Brasil”, de 1998 o “Código de Águas”, Decreto nº 24.643 de 10 de julho de 1934, Leis nºs
8.987 de 13 de fevereiro de 1995 e 9.427 de 26 de dezembro de 1996 que institui à ANEEL é
legislação complementar.

De acordo com a Constituição Federal, os potenciais de energia hidráulica constituem bens da


União (capítulo II, art. 20, inciso VIII).

De acordo, ainda, com a Constituição, compete à União explorar diretamente ou mediante


autorização, concessão ou permissão, o aproveitamento energético dos cursos d’água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos. (capítulo II, art. 21,
inciso XII, alínea b).

Do ponto de vista legal o projeto básico pode ser considerado sob três aspectos:

I - Para centrais até 1 MW. É necessário apenas a comunicação à ANEEL para fins de registro
estatístico.

II - Para usina com potência instalada entre 1 e 30 MW e com área total de reservatório igual ou
inferior a 3 km2 (Resolução ANEEL 394/98), o projeto básico representa a condição para a
obtenção da autorização para exploração do aproveitamento hidrelétrico.

Para o desenvolvimento do projeto básico desse aproveitamento, o interessado deve encaminhar


à ANEEL os documentos necessários ao registro dos estudos em conformidade com a Resolução
ANEEL nº 395 de 04 de dezembro de 1998.

O Projeto Básico deve ser elaborado de acordo com as Normas da ANEEL sobre o assunto e
atender ao documento “Diretrizes para Estudos de Pequenas Centrais Hidrelétricas”.

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ANEEL

A autorização para exploração do aproveitamento, nesta faixa de potência, fica condicionada à


apresentação do Projeto Básico e outras condicionantes previstas em Resolução da ANEEL.

A aprovação do projeto e a autorização para início da construção serão concedidas após a


apresentação da Licença Ambiental de Instalação (LI).

III - Para usina com potência instalada maior que 30 MW ou até 30 MW sem características de
PCH, o Projeto Básico representa o atendimento de condicionante estabelecida no processo
licitatório e de atendimento à exigência para início da construção do aproveitamento hidrelétrico.

O Projeto Básico deve ser elaborado de acordo com as Normas da ANEEL sobre o assunto e
atender as presentes diretrizes.

O relatório final do Projeto Básico deverá ser submetido à aprovação da ANEEL.

A aprovação do Projeto Básico e a autorização para início da construção serão concedidas após
a apresentação da Licença Ambiental de Instalação (LI).

Os procedimentos recomendados nestas Diretrizes têm caráter geral, independem do tipo de


pessoa jurídica (empresa estatal, privada etc), que vai realizar o inventário hidrelétrico, e
independem da destinação da energia a ser gerada pelo potencial (autoprodução, produção
independente e serviço público).

Estas diretrizes não impedem a aplicação de técnicas diferentes das previstas, desde que estas
garantam a profundidade necessária para o estágio do empreendimento.

Estas diretrizes foram elaboradas considerando o ambiente institucional vigente no ano de 1999.

No que se refere aos aspectos sócio-ambientais, os aproveitamentos hidrelétricos estão


submetidos a um processo de licenciamento ambiental exigido para as atividades que utilizam os
recursos ambientais e possam provocar degradação ambiental, nos termos da legislação vigente.

Os principais textos legais que orientam o licenciamento ambiental são a Política Nacional de
Meio Ambiente (Lei n.º 6.931/81), o Decreto n.º 99.274/90, as Resoluções do CONAMA no
237/97 e a Lei de Crimes Ambientais. É necessário, também, o atendimento das exigências das
legislações estadual e municipal.

Os procedimentos para este licenciamento estão descritos no Anexo III - Procedimentos para o
Licenciamento Ambiental.

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

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ANÁLISE CRÍTICA DOS ESTUDOS ANTERIORES

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ANEEL

1. ANÁLISE CRÍTICA DOS ESTUDOS ANTERIORES

Os estudos para o Projeto Básico de um aproveitamento hidrelétrico devem ser iniciados com
uma análise crítica dos estudos realizados nas etapas anteriores, particularmente da fase dos
Estudos de Viabilidade .

A etapa de Estudos de Viabilidade contempla a definição global do aproveitamento visando sua


otimização econômica e a definição para fins de planejamento dos respectivos benefícios e custos
associados. A concepção do aproveitamento nessa fase compreende o seu dimensionamento,
as obras de infra-estrutura local e regional necessárias à sua implantação, o reservatório e a
respectiva área de influência, o uso múltiplo da água e os efeitos sobre o meio ambiente.

O Projeto Básico é, no caso das usinas de médio e grande porte, para as quais o presente
documento é basicamente orientado, o detalhamento da alternativa de aproveitamento escolhida
como melhor, sob os aspectos técnico-econômico e ambiental, na fase de Estudos de Viabilidade.

Na análise crítica dos Estudos de Viabilidade e nas condicionantes da licença prévia deverá ser
dado ênfase nos aspectos relacionados a seguir:

• Base Cartográfica: análise da necessidade de levantamentos complementares;


• Hidrometeorologia: análise da necessidade de levantamento e/ou coleta de dados adicionais;
• Geologia e Geotecnia: análise do detalhamento necessário através de investigações e ensaios
de campo e/ou de ensaios de laboratórios complementares;
• Análise dos Estudos Energéticos-Econômicos: identificação da eventual necessidade de
modificação dos parâmetros físico-operativos e da viabilidade econômica do empreendimento;
• Arranjo Geral das Obras Principais e dos Equipamentos: análise da concepção geral do apro-
veitamento e das estruturas, considerando-se os aspectos hidrológicos, hidráulicos, geológicos-
geotécnicos e a capacidade instalada;
• Análise das Fases Construtivas e do Esquema de Desvio do Rio;
• Cronograma: análise do planejamento construtivo e da adequabilidade do cronograma e das
datas marco;
• Infra-Estrutura e Suprimento para a Obra: análise das condições gerais para implantação do
empreendimento com relação à infra-estrutura local e regional;

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

• Análise dos Programas Sócio-Ambientais

Ao iniciar as atividades sócio-ambientais do Projeto Básico, deverão ser realizadas duas


atividades básicas: a análise crítica dos Estudos de Viabilidade e a programação das
atividades de elaboração dos projetos sócio-ambientais.

Cada um dos programas sócio-ambientais indicados na etapa de viabilidade deverá ser


analisado visando o dimensionamento das atividades necessárias ao seu detalhamento.
Deverão ser indicados os levantamentos e estudos necessários à formulação e im-
plementação dos projetos sócio-ambientais.

Deve ser realizado o planejamento das atividades referentes a elaboração do Projeto


Básico adotando-se uma estratégia preventiva de forma a assegurar a implantação, antes
do início da construção, de alguns projetos e ações que se mostrarem necessários.

Os programas propostos deverão ser analisados considerando novas necessidades


decorrentes de exigências do licenciamento ambiental, de arranjos institucionais ou acordos
com a população, ou decorrentes da postura empresarial do vencedor da licitação.

A estratégia proposta para a participação efetiva das comunidades locais e parceiros


institucionais deverá também ser considerada.

Nesta etapa já terá sido aprovado o Estudo de Impacto Ambiental- EIA, pelo órgão
licenciador ambiental e consequentemente obtida a Licença Prévia (LP) para que a ANEEL
tenha aprovado os Estudos de Viabilidade.

A unidade de tratamento refere-se a cada projeto sócio-ambiental, uma vez que o


conhecimento da região foi explorado na etapa anterior. Os projetos poderão ter
características próprias com relação a :

Ö Abrangência espacial;
Ö Escala dos levantamentos;
Ö Profundidade dos estudos;
Ö Equipamentos e obras;
Ö Época de implantação (durante a etapa de projeto básico, construção ou operação).

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ANEEL

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LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

2. LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES

2.1 AEROFOTOGRAMÉTRICOS E TOPOBATIMÉTRICOS

Os dados topográficos básicos do empreendimento já deverão estar disponíveis, podendo, para


o Projeto Básico, serem necessárias complementações dos levantamentos, a montante e a jusante
da barragem, para atender finalidades específicas de investigações geológico-geotécnicas, de
pesquisa de materiais de construção, simulações do escoamento e qualidade da água para o
modelo reduzido, o reservatório e outras.

Todos os trabalhos de topografia deverão estar vinculados ao Sistema Geodésico Brasileiro, e


serem executados conforme as normas vigentes da ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas.

As escalas mais adequadas dos desenhos topográficos, sobre os quais serão desenvolvidos os
estudos do Projeto Básico, dependerão das dimensões da estrutura e/ou parte da mesma, a ser
estudada e representada graficamente. Na relação de levantamentos apresentada a seguir, são
indicadas escalas mínimas usuais utilizadas em estudos de aproveitamentos constituídos por
estruturas de médio e grande porte. Para aproveitamentos menores, poderão ser utilizadas escalas
maiores.

2.1.1 Principais Levantamentos Utilizados no Desenvolvimento dos Estudos e


Representação do Projeto Básico

Levantamentos Planialtimétricos e Batimétricos do Local de Implantação das


Estruturas Principais

Para servir como base cartográfica no local do eixo selecionado nos Estudos de Viabilidade, os
estudos de Projeto Básico necessitam de levantamentos topográficos e batimétricos, cobrindo a
área das estruturas principais, que devem incluir ainda o levantamento de seções topobatimétricas,
a montante e a jusante do barramento, na quantidade definida pelos estudos hidráulicos e de
modelo hidráulico reduzido. Sobre estes levantamentos serão feitos todos os estudos e a
representação gráfica das estruturas principais. Deverão ser realizados na escala mínima de
1: 2.000, com curvas de nível de 1 em 1 metro.

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Levantamento das Áreas de Empréstimo

Os levantamentos topográficos das áreas de fornecimento de materiais naturais de construção


deverão ser realizados na escala mínima de 1: 2.000, com curvas de nível de 1 em 1 metro.

As jazidas de areia e cascalho no leito do rio deverão ser levantadas por topobatimetria na mesma
escala.

Levantamentos das Áreas para Implantação das Vilas Residenciais e dos Canteiros

As áreas selecionadas para os estudos de implantação das vilas residenciais e dos canteiros
deverão ser objeto de levantamento topográfico e/ou aerofotogramétrico em escala mínima 1:
2.000 com curvas de nível de 1 em 1 metro.

Amarração Topográfica das Investigações Geológico-Geotécnicas na Área das


Estruturas

A amarração topográfica das investigações geológico-geotécnicas deverá ser realizada por meio
de locação plani-altimétrica . Esses levantamentos deverão ser realizados na escala de 1:2000.

Amarração e Nivelamento de Réguas Limnimétricas

Todas as réguas limnimétricas instaladas na área dos estudos deverão ser amarradas à referência
de nível utilizada como “Datum” local referido ao Sistema Geodésico Brasileiro e niveladas,
geometricamente, em relação a essa referência.

Outros Levantamentos

Outros levantamentos que foram realizados nos Estudos de Viabilidade, poderão vir a ser
complementados, visando o aproveitamento dos estudos a que se destinam, como por exemplo:

Þ Apoio topográfico às investigações por geofísica;


Þ Levantamentos topográficos de eventuais selas nas bordas do reservatório. Esses
levantamentos deverão ser realizados na escala mínima de 1:2.000, com curvas de nível
de 1 em 1 metro;
Þ Levantamentos topobatimétricos para estudos de remanso. Esses levantamentos
consistirão, basicamente, da execução de seções topobatimétricas transversais ao eixo

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

do rio e seus afluentes. A definição do espaçamento das seções será feita levando-se em
conta as características do reservatório em estudo tais como: relevo, área, comprimento;
Þ Levantamentos topográficos para os estudos de relocação de populações urbanas, rurais,
indígenas, de implantação de unidades de conservação, povoados e vilas, de relocação
de equipamentos de infra-estrutura, ou de outros estudos que necessitem base mais
ampliada do mapeamento do reservatório. Quando necessário, deverá ser executado o
mapeamento na escala 1:5.000 com curvas de 2 em 2 metros, topograficamente ou, se as
condições da área forem favoráveis, por restituição aerofotogramétrica;
Þ Deverá também ser executado um programa de aferição da restituição aerofotogramétrica
da área do reservatório, principalmente em áreas de floresta densa, caso esta providência
não tenha sido tomada na fase dos Estudos de Viabilidade. Este programa tem como
finalidade permitir a avaliação da qualidade da restituição bem como verificar sua precisão
e confiabilidade.

2.2 HIDROMETEOROLÓGICOS

No Projeto Básico deve ser analisada a necessidade de levantamentos adicionais, no sentido de


atualizar, complementar ou refinar os Estudos Hidrometeorológicos desenvolvidos nos Estudos
de Viabilidade, observando-se os seguintes itens:

• Coleta de dados básicos, especialmente níveis d’água, medições de vazões líquidas e


sólidas, vazões e alturas de chuva diárias, alturas de evaporação mensais, ventos,
temperatura, umidade do ar e ponto de orvalho;
• Obtenção de dados para caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica, incluindo
descrição do uso do solo;
• Instalação de postos limnimétricos complementares, inclusive os necessários à aferição
dos estudos hidráulicos em modelo reduzido, à definição da curva-chave do canal de fuga
e aos modelos matemáticos de simulação do escoamento (propagação de cheias, ruptura
de barragem e remanso);
• Campanhas de medições de vazão, com freqüência suficiente para definição, princi-
palmente, dos extremos das curvas-chave de interesse;
• Campanhas de medições de descarga sólida durante estações chuvosas para avaliar o
aporte de sedimentos no local do aproveitamento e campanha de coleta de material de
fundo da calha fluvial a jusante, visando subsidiar estudos de degradação nesse trecho;
• Levantamento de seções topobatimétricas do curso d’água, a montante e a jusante da
barragem, bem como dos perfis instantâneos de níveis d’água para a aferição dos modelos
de escoamento;
• Pesquisa e nivelamento das marcas de cheia para estimar as vazões extremas aconteci-
das e não registradas.
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ANEEL

2.3 GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS

Os dados geológicos e geotécnicos básicos do empreendimento já deverão estar disponíveis a


partir dos Estudos de Viabilidade. No Projeto Básico será detalhado esse conhecimento por meio
de investigações de campo e ensaios de laboratório complementares, cujos resultados servirão
de base ao desenvolvimento dos demais estudos de engenharia das obras civis.

2.3.1 Investigações de Campo

Deverá ser feito um detalhamento das investigações geológico-geotécnicas realizadas nos Estudos
de Viabilidade, através de investigações manuais (trados, poços e trincheiras), investigações
mecânicas (sondagens rotativas, percussão e mistas) e investigações geofísicas, visando definir
o modelo geomecânico característico das fundações das diversas estruturas, identificando os
critérios utilizados para sua elaboração e evidenciando as condicionantes características de cada
situação.

Os critérios a serem utilizados para a elaboração do modelo geomecânico das fundações, serão
naturalmente função das condicionantes específicas de cada local. Deverão ser definidos como
conseqüência de um nível de investigações geológico-geotécnicas adequado, os diversos tipos
de tratamento de fundações necessários para as várias estruturas do aproveitamento, assim
como as respectivas quantidades, profundidades, espaçamentos, rumos e inclinações.

Deverão ser feitos quando se revelarem necessários devido às características geológico-


geotécnicas particulares dos locais dos aproveitamentos e de exigências estruturais específicas,
estudos especiais “in situ” e sondagens especiais tais como:

• galerias em rocha;
• ensaios de injeção;
• sondagens com amostragem integral;
• ensaios de palheta (“Vane test”);
• ensaios de penetração estática (“Diepsoundering”);
• ensaios de permeabilidade “in situ” ;
• ensaios pressiométricos;
• ensaios de mecânica das rochas.

2.3.2 Ensaios de Laboratório

Os ensaios relacionados a seguir tem o seu uso consagrado nos estudos de aproveitamentos
hidrelétricos. Existem normas também consagradas, ABNT, US Bureau of Reclamation, ASTM e

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

outras, para a sua execução. Os ensaios que devem ser executados para determinação das
propriedades geotécnicas dos diversos materiais construtivos, de forma compatível com os
objetivos da fase do Projeto Básico são os seguintes:

Þ Ensaios em Amostras de Rochas, Cascalhos e Areias

• determinação da resistência à compressão simples de testemunhos de rocha;


• análise petrográfica macroscópica e microscópica;
• abrasão Los Angeles;
• reatividade potencial com os alcalis do cimento;
• ensaios de barras de argamassa, normal e acelerado;
• ensaios de sanidade;
• testes de desagregabilidade por ciclagem natural, ciclagem acelerada em estufa e ciclagem
acelerada com etileno-glicol;
• raio X e/ou análise termo-diferencial, sempre que for necessária a caracterização mineralógica
do material;
• densidade, massa específica real dos grãos (areais) e absorção d’água;
• características térmicas;
• teor da matéria orgânica para areais;
• teor de impurezas;
• granulometria dos cascalhos e areias.

Þ Ensaios em Amostras de Solo

Os ensaios que devem ser realizados em amostras de solos provenientes de áreas de empréstimos
e áreas de escavações obrigatórias, bem como de amostras de solos situados nas áreas de
fundação das barragens, diques e ensecadeiras são as seguintes:

• ensaios de caracterização;
• ensaios de compactação;
• teor da umidade natural;
• ensaios de densidade “in situ”;
• ensaios de permeabilidade em permeâmetros, com carga variável;
• ensaios de adensamento com e sem saturação e com e sem medidas de permeabilidade;
• ensaios de expansibilidade com medida de pressão e expansão;

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ANEEL

• ensaios de compressão triaxial rápidos, rápidos pré-adensados, rápidos pré-adensados


saturados, lentos, lentos saturados;
• ensaios de compressão triaxial PH (pressões hidrostáticas) e PN (pressões não hidrostáticas);
• ensaios de compressão triaxial K0 drenados ou não drenados;
• ensaios de erodibilidade - estes ensaios só devem ser feitos, em princípio, quando houver
evidência da existência de argilas dispersivas (argilas sódicas). Os principais métodos de
ensaios para determinar a dispersividade de um material argiloso são os ensaios de Furo de
Agulha (“Pinhole Test” de Sherard), o Ensaio de Dispersão (U.S. Soil Conservation Service) e
o Ensaio Químico (U.S. Soil Conservation Service);
• raio X e/ou análise termo-diferencial - sempre que for necessária a caracterização mineralógica
do material.

Os resultados destes ensaios devem ser adequadamente apresentados, descritos e analisados


em relatórios específicos. Todos os materiais das áreas de empréstimo, das áreas de escavação
obrigatória e das fundações em solo, deverão ser classificados.

2.4 SÓCIO-AMBIENTAIS

Os levantamentos complementares referentes aos projetos sócio-ambientais destinam-se a


atualizar, complementar e aprofundar as informações obtidas na etapa de Estudos de Viabilidade
de forma a permitir a elaboração dos projetos sócio-ambientais com o nível de precisão adequado
para caracterizar plenamente os serviços a serem implantados.

Eles são determinados a partir dos trabalhos do item 1. ANÁLISE CRÍTICA DOS ESTUDOS
ANTERIORES, item 3.6 ESTUDOS BÁSICOS SÓCIO-AMBIENTAIS, onde são apresentados, de
forma integrada, os levantamentos e estudos necessários ao detalhamento e desenvolvimento
dos projetos sócio-ambientais.

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

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ESTUDOS BÁSICOS

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ANEEL

3. ESTUDOS BÁSICOS

3.1 HIDROMETEOROLÓGICOS

Os dados hidrometeorológicos deverão ser submetidos à análise de consistência para verificação


de homogeneidade e adequabilidade, previamente a sua utilização nos estudos recomendados
para o Projeto Básico.

3.1.1 Caracterização Fisiográfica da Bacia

Consiste na descrição sucinta dos fatores topográficos, geológicos, geomorfológicos e de


ocupação do solo intervenientes na geração de escoamentos e na determinação de coeficientes
definidores da forma, drenagem e declividade da bacia.

3.1.2 Caracterização Climatológica da Bacia

Na caracterização climatológica da bacia deverá ser efetuada uma descrição sucinta das condições
meteorológicas atuantes ; descrição do clima na bacia em termos de precipitação, temperatura,
umidade, vento, insolação, evaporação, evapotranspiração, balanço hídrico e a classificação
segundo os tipos climáticos.

3.1.3 Definição da Série de Vazões

A partir de dados fluviométricos locais, deverá ser determinada a série de vazões médias mensais
naturais afluentes ao aproveitamento.

Na ausência ou insuficiência desses dados, deverá ser realizada modelagem hidrometeorológica


da bacia, visando a geração, o preenchimento de falhas e/ou extensão das séries históricas de
vazões naturais. No caso de usinas pertencentes ao sistema interligado, essas séries deverão
ter início em janeiro de 1931 e término, no mínimo, dois anos antes da data de desenvolvimento
dos estudos.

3.1.4 Estudos de Chuvas Intensas e Precipitação Máxima Provável (PMP)

Os dados meteorológicos deverão ser empregados para, além da caracterização climática e do


regime de chuvas na bacia hidrográfica, realização de estudos de chuvas intensas associadas a
diversas durações e probabilidades de ocorrência, bem como para desenvolvimento de estudos
de estimativa da precipitação máxima provável (PMP) pelo método hidrometeorológico. Os

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

resultados desses estudos serão utilizados como dados de entrada nos modelos chuva-vazão
para a obtenção dos hidrogramas de projeto das estruturas hidráulicas do aproveitamento.

3.1. 5 Estudos de Cheias

Os estudos para obtenção das vazões e hidrogramas de cheias de projeto serão desenvolvidos
em função da disponibilidade de dados, ou seja, com base: (a) no ajuste de distribuições de
probabilidades de valores extremos às vazões máximas no local; (b) na regionalização de vazões
máximas na bacia; ou (c) indiretamente, a partir de dados de precipitações, utilizando-se os modelos
chuva-vazão. A partir desse enfoque os seguintes estudos deverão ser desenvolvidos.

Þ Estudos de cheias para dimensionamento das estruturas de desvio do curso d’água:

Determinação das cheias (pico/volume) associadas a diversas probabilidades de ocorrência,


através do ajuste de distribuições de probabilidades de valores extremos à série de descargas
instantâneas máximas no local do aproveitamento (ou nos postos da bacia - regionalização), em
intervalos anual, semestral, trimestral e mensal.

Critério Geral

Tradicionalmente têm-se utilizado os critérios de risco expostos a seguir, que deverão ser ajustados
à realidade do projeto em causa:

10 ano: 5% (1ª fase de desvio)


20 ano: 4% (2ª fase de desvio)
30 ano: 1%
40 ano: 0,5% (última etapa construtiva)

Þ Estudos para a Definição das Descargas de Projeto do Vertedouro

Nesses estudos adotar-se-á uma das metodologias a seguir descritas, levando-se em conta,
contudo, a capacidade de descarga dos vertedouros de aproveitamentos existentes a montante
e a jusante.

• A partir da Precipitação Máxima Provável (PMP):

Utilizando modelos de simulação chuva-vazão, será gerado a partir da PMP o hidrograma da


Enchente Máxima Provável (EMP). A EMP deverá ser determinada para diversas durações
de PMP, conjugadas com distribuições espaciais e temporais mais desfavoráveis, e
considerando severas condições antecedentes de chuva.

19
ANEEL

A EMP resultante será amortecida no reservatório para se obter a cheia defluente de projeto
do vertedouro levando em conta a regra de operação prevista em situações de cheias. As
dimensões do vertedouro deverão permitir a passagem da enchente máxima provável EMP,
admitindo-se uma sobrelevação e borda livre compatíveis com o empreendimento.

• A partir de estudos probabilísticos:

Não havendo disponibilidade de dados que permitam o cálculo da PMP, o limite da capacidade
do vertedouro poderá corresponder a uma cheia decamilenar.

A vazão decamilenar será determinada a partir do ajuste de distribuições de probabilidades


de valores extremos à série de descargas instantâneas máximas anuais no local do
aproveitamento . Na ausência de dados fluviométricos locais, essa vazão poderá ser estimada
através de estudo de regionalização.

Para se obter o hidrograma da cheia decamilenar deverá ser desenvolvido um estudo de


probabilidades de volumes máximos correspondentes a durações críticas para a bacia em
estudo. O hidrograma definido pelo volume associado à vazão decamilenar será amortecido
no reservatório, conforme descrito para a EMP.

Opcionalmente, poderão ser determinadas chuvas decamilenares para diversas durações,


com posterior transformação em vazão através de modelos chuva-vazão, considerando as
distribuições espaciais e temporais mais desfavoráveis e severas condições antecedentes.

• Referência para Consulta

Para o cálculo da cheia de projeto do vertedouro recomenda-se consultar o “Guia para Cálculo
de Cheia de Projeto de Vertedouro”, ELETROBRÁS, março de 1987.

Para os estudos de regionalização, tomar como base a publicação “Metodologia para


Regionalização de Vazões”, ELETROBRÁS, dezembro de 1983.

Þ Sistema de Previsão de Vazões

Deverá ser elaborado um sistema de previsão de vazões para operação do reservatório, sendo
recomendado, também, sua utilização na fase de construção.

20
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

3.1.6 Estudos de Ruptura de Barragem

Havendo riscos de perdas de vidas humanas, face à existência de moradias no vale a jusante do
empreendimento, deverá ser feita simulação de ruptura de barragem, objetivando determinar a
planície extrema de inundação a jusante da mesma, necessária para adoção de medidas legais
de ocupação do solo e de sistema de alerta às populações ribeirinhas.

3.1.7 Estudos de Remanso

Þ Estudo de Remanso do Trecho a Jusante da Barragem

Estudos deverão ser realizados para verificar os efeitos de sobrelevação dos níveis d’água no
canal de fuga devido a singularidades hidráulicas significativas situadas a jusante (estrangulamento
da calha fluvial) bem como reservatórios previstos ou existentes. Deverão ser simulados perfis
de níveis d’água abrangendo a faixa das vazões turbinadas e para a descarga de projeto do
vertedouro.

Þ Estudo de Remanso do Trecho a Montante da Barragem

Deve-se verificar a influência nos canais de fuga de eventuais aproveitamentos hidrelétricos


situados a montante. Deverão ser determinados os perfis do nível d’água nos diversos braços do
reservatório, com o objetivo de avaliar as áreas que serão inundadas em conseqüência da
implantação do reservatório.

Estes estudos deverão considerar a influência do assoreamento no reservatório.

3.1.8 Estudos de Enchimento do Reservatório

Deverá ser realizado um estudo probabilístico de enchimento do reservatório com o objetivo de


determinar parâmetros necessários ao planejamento do projeto executivo, da construção do
aproveitamento, levando em consideração possíveis condicionantes sócio-ambientais associadas
à determinação da época de fechamento, período de enchimento e vazão sanitária.

3.1.9 Estudos Sedimentológicos

Com o objetivo de avaliar as características gerais do transporte sólido fluvial e servir de base
para as previsões das alterações geomorfológicas, deverá ser realizada uma avaliação dos dados

21
ANEEL

sedimentológicos disponíveis. Os dados sedimentométricos coletados nas campanhas locais


deverão ser correlacionados com os obtidos anteriormente em outros postos regionais, o que
permitirá identificar possível evolução no processo erosivo da bacia.

O cálculo da descarga sólida total média anual (suspensão e arraste), será executado a partir da
aplicação de métodos a serem julgados mais adequados aos dados disponíveis. Os valores
obtidos servirão de base para a previsão da vida útil do futuro reservatório e da evolução temporal
da curva cota x volume. Dependendo dos resultados alcançados, deverão ser adotadas medidas
mitigadoras do processo de assoreamento do reservatório.

Além disso, deverão ser desenvolvidos estudos de erodibilidade e de mudanças na declividade


da calha fluvial a jusante do aproveitamento, com base na granulometria de amostras de material
de fundo coletadas nesse trecho, avaliando-se as conseqüências e os prejuízos resultantes.

3.2 HIDRÁULICOS

Na fase de Projeto Básico deverão ser definidas as estruturas e obras hidráulicas permanentes e
provisórias, a partir das vazões atualizadas nos estudos hidrológicos.

O delineamento quanto à disposição, características e formas gerais das estruturas hidráulicas


deverá estar indicado nos desenhos do Projeto Básico.

Durante os estudos básicos, deverão ser realizados ensaios em modelo reduzido para a
adequação do projeto, visando a otimização das formas das diversas estruturas e obras hidráulicas,
possibilitando seu melhor desempenho. As otimizações obtidas com os resultados deverão ser
incorporadas ao Projeto Básico e ao Projeto Executivo.

Para o desenvolvimento destes ensaios será necessária a elaboração das respectivas


especificações definindo suas características, objetivos, grandezas e variáveis a medir, bem como
a forma de apresentação de resultados. Os ensaios de laboratório deverão ser acompanhados
e interpretados tecnicamente, indicando as eventuais mudanças necessárias no projeto ou na
concepção das formas das estruturas.

No desenvolvimento dos trabalhos deverão também ser consideradas as eventuais restrições


sócio-ambientais estabelecidas na Licença Prévia, tanto para o desvio e controle do rio para a
construção como para o dimensionamento dos órgãos extravasores.

Recomenda-se a utilização do manual “Hydraulic Design Criteria”, editado pelo “U.S. Corp of
Engineers”.

22
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

3.2.1 Estudos Hidráulicos para o Desvio e Controle do Rio durante a Construção

A partir do tipo das estruturas componentes do arranjo, das vazões de desvio e níveis d’água
correlatos obtidos na atualização dos estudos hidrológicos, deverá ser otimizado o esquema de
desvio do rio.

Conforme critérios preestabelecidos, deverão ser definidas as condições de funcionamento


hidráulico e a geometria das estruturas de desvio, que deverão ser verificadas para diversas
vazões durante a construção, até o valor máximo da enchente de desvio.

A partir destes estudos, no caso de desvio por meio de túneis e/ou adufas, deverão ser
determinadas e aferidas em modelo reduzido, as curvas de descarga do desvio e as cotas das
ensecadeiras. Deverá ser feito o dimensionamento hidráulico dos canais de adução, tomada
d’água e seção do túnel e/ou adufas, bem como avaliado o seu desempenho hidráulico para
diversos níveis d’água a montante e a jusante.

Para os desvios por meio de canais escavados ou por estrangulamento do leito do rio, deverão
ser caracterizados em modelo reduzido, os perfis da linha d’água para dimensionamento das
ensecadeiras, bem como os regimes hidráulicos e respectivos efeitos sobre as seções transversais
e taludes, visando a análise da estabilidade e dimensionamento de blocos de materiais a serem
lançados.

O fechamento do desvio do rio também deverá ser simulado em modelo, procurando-se avaliar
as etapas para sua realização, bem como o funcionamento e o desempenho das estruturas
durante o procedimento.

Deverão ser também caracterizados os esforços de origem hidráulica sobre as estruturas e os


fenômenos hidráulicos localizados.

Estes estudos deverão incluir a avaliação dos efeitos do desvio sobre a estrutura natural da calha
do rio, considerando trechos ensecados, erosão no canal de fuga do desvio, alterações nas
margens à jusante etc.

3.2.2 Estudos de Dimensionamento Hidráulico dos Órgãos Extravasores

As estruturas extravasoras deverão ser dimensionadas para a descarga de projeto amortecida


no reservatório, definida nos estudos hidrológicos e confirmada através de estudos em modelo
reduzido.

A partir deste dado e dos níveis d’água no reservatório e a jusante, deverá ser definida a geometria
das estruturas e dos dispositivos de dissipação de energia, conforme os critérios de projeto.
23
ANEEL

A geometria do vertedouro e órgãos de dissipação de energia poderá ser otimizada para uma
vazão correspondente a aproximadamente 75% da vazão máxima de projeto. Este percentual
poderá ser ajustado após verificação através de estudos em modelo reduzido em fundo móvel,
de forma a não haver erosões que coloquem em risco as referidas estruturas.

Deverá ser verificada a possibilidade de cavitação na calha, prevendo-se caso seja necessário,
dispositivos de aeração. Deverão ser definidas cotas e disposição dos canais de aproximação e
restituição, fundações, galerias de acesso e drenagem, bem como indicados os sistemas de
drenagem e tratamento profundo das fundações. Deverá ser previsto o sistema de manutenção
dos dispositivos de dissipação.

O dimensionamento dos órgãos extravasores, sua geometria e seu desempenho deverão ser
verificados através dos estudos hidráulicos em modelo reduzido, que envolverão as seguintes
atividades:

• definição da geometria e forma hidráulica ótimas, para diferentes vazões até a descarga
máxima de projeto;
• análise dos regimes envolvidos, caracterizando o seu desempenho hidráulico, inclusive com
operação de comportas;
• definição dos planos de operação das comportas do vertedouro;
• previsão de fenômenos hidráulicos localizados;
• análise das velocidades e dos esforços de origem hidráulica sobre as obras, estruturas e
áreas de restituição a jusante.

O projeto do vertedouro deverá minimizar os efeitos da erosão devido às altas velocidades de


escoamento e às pressões negativas. O revestimento de concreto da calha deverá ser estável e
passível de manutenção, mesmo após descargas prolongadas.

Os pilares e guias de comportas deverão ter conformação apropriada, de forma a evitar ou atenuar
os efeitos da erosão. Para o estabelecimento de critérios de análise estrutural de pilares de
comportas e de outros elementos estruturais críticos, deverão ser realizados estudos, enfatizando-
se os efeitos de vibrações, pulsações e condições de transientes hidráulicos.

As descargas do vertedouro não deverão provocar barras de assoreamento de material erodido,


efeito de remanso ou qualquer perturbação no canal de fuga que seja prejudicial ao rendimento
e estabilidade da produção de energia, durante a operação normal da casa de força.

Deverão também incluir o estudo dos efeitos das descargas dos órgãos extravasores na calha e
margens do rio, à jusante do barramento.

24
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

3.2.3 Estudos de Dimensionamento Hidráulico do Circuito de Adução

As estruturas componentes do circuito hidráulico deverão ser projetadas para a descarga referida
à potência nominal das turbinas e verificadas para condições de potência máxima instantânea.

Com base no valor da vazão a ser aduzida às turbinas, nos níveis característicos do reservatório,
determinados nos estudos energéticos, e nas velocidades admissíveis estabelecidas nos critérios
de projeto, deverão ser definidas as estruturas de adução, bem como verificadas e avaliadas em
modelo reduzido, a submergência, a forma e as dimensões da entrada e das demais seções da
tomada d’água, devendo-se procurar soluções que evitem a formação de vórtices.

As entradas d’água devem ser projetadas de modo que a água fique sujeita a uma aceleração
progressiva e gradual .

Deverá ser definido o dimensionamento dos condutos forçados, túneis de adução e chaminés de
equilíbrio, bem como o tipo e espessura do revestimento, se aplicável.

Deverão ser determinadas a perda de carga total nas diferentes condições de operação, as
sobrepressões e subpressões e a amplitude das oscilações do nível d’água na chaminé para as
condições de operação mais desfavoráveis. No caso de condutos forçados longos e de túneis de
fuga de baixa pressão, deverão ser verificados e estudados os efeitos de golpe de ariete e
ressonância.

As juntas em condutos abertos ou condutos de pressão, sejam juntas estruturais ou de término


de revestimento de aço, deverão ser localizadas fora das áreas de picos de pressões
hidrodinâmicas ou de áreas passíveis de cavitação.

Curvas horizontais ou verticais, em condutos de pressão, deverão ser projetadas de modo que a
redução local de pressão devido à aceleração do fluxo ao longo da curva não resulte em cavitação.

Deverão ser definidas as cotas da fundação, crista, pisos intermediários, galerias, bem como
indicados os sistemas de drenagem e tratamento das fundações de todas as estruturas do sistema
adutor.

3.3 GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS

3.3.1 Mapa Geológico Regional

Deverá ser elaborado um Mapa Geológico Regional, de preferência em escala 1: 100.000 ou no


mínimo 1: 250.000 abrangendo uma área nunca inferior a 100 km de raio circunscrita ao centro
do eixo principal e estendendo-se por, pelo menos, 30 km além dos limites do reservatório.

25
ANEEL

Nesse mapa devem constar a Litologia, Estratigrafia, Geologia-Estrutural, a Tectônica e


Geocronológia. Também deverão ser indicados os limites do reservatório bem como a localização
dos eixos das estruturas de barramento.

3.3.2 Mapa Geológico da Área do Reservatório

Deverá ser elaborado um Mapa Geológico do Reservatório em escala 1: 50.000 (mínimo) que
deverá abranger a área do Mapa do Reservatório e onde deverão ser indicados os limites do
reservatório e os eixos das estruturas de barramento necessárias.

Nesse mapa deve constar a Litologia, Estratigrafia e a Tectônica da área abrangida em detalhe
coerente com a escala do mapa.

Deverá indicar:

• a localização precisa de áreas de ocorrência de rochas solúveis, como calcáreos, que


apresentem ou possam desenvolver durante o tempo de vida útil do reservatório, estruturas
de dissolução que possam produzir grandes fugas d’água;
• o terreno circunvizinho ao reservatório que possa se instabilizar com o enchimento do mesmo,
para serem objeto de estudos detalhados, se necessário;
• áreas de considerável erodibilidade.

3.3.3 Mapa e Seções Geotécnicas do Local do Aproveitamento

Deverá ser elaborado um Mapa Geológico-Geotécnico do local do aproveitamento em escala 1:


2.000 ou 1: 2.500 (mínimo), e abrangendo uma área que se estenda por, pelo menos, 1 km para
montante e 1 km para jusante do eixo e com um comprimento paralelo ao eixo igual a 1,5 vezes
o comprimento deste, incluindo obrigatoriamente a área das estruturas de desvio, área das fun-
dações das estruturas de concreto e barragens de terra e/ou enrocamento, calha do vertedouro
e bacia de dissipação, canais de adução, de aproximação, de acesso (caso existam túneis) e de
fuga. Se existirem na área do reservatório, barragens secundárias e/ou diques, este mapa também
deverá ser feito para os locais de sua implantação. Neste mapa deverão estar representadas:

• sondagens mecânicas;
• seções dos levantamentos geofísicos;
• poços de inspeção e trincheiras executadas;
• os afloramentos de rocha existentes na área;
• os solos e suas naturezas;
• litologias, seus contatos e todas as estruturas geológicas, tais como falhas, zonas de
cisalhamento, dobramentos, foliações, acamamentos, juntas e fraturas.

26
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Associadas ao Mapa Geológico-Geotécnico do local devem ser apresentadas, obrigatoriamente,


seções geológico-geotécnicas paralelas e transversais ao eixo do aproveitamento hidrelétrico,
com escala horizontal 1: 2.000 e escala vertical 1: 1.000 sendo o ideal, escala vertical igual à
escala horizontal.

O número destas seções deve ser o suficiente para representar os tipo litológicos existentes,
seus contatos, seus graus de coerência, graus de decomposição, graus de fraturamento,
percentagem de recuperação de testemunhos e coeficientes de perda d’água específicos.

Nas seções geológico-geotécnicas deverão estar indicados:

• a superfície do terreno;
• a posição do nível d’água;
• o contato solo/rocha;
• o RQD e grau de alteração da rocha;
• o topo da rocha, ou outro material, adequado para as fundações;
• o contorno das escavações previstas para as fundações das estruturas de concreto e
barragens de terra/enrocamento;
• os furos e poços de inspeção situados nas seções;
• os diversos horizontes ocorrentes;
• características dos solos (SPT e permeabilidade quando ensaiadas).

3.3.4 Caracterização da Sismicidade Local e Mapa Sismotectônico

Deverá ser elaborado um Mapa Sismotectônico Regional, de preferência em escala 1: 100.000


ou 1: 250.000 (mínimo) abrangendo a mesma área do Mapa Geológico Regional.

Deverão ainda ser indicados:

• localização dos epicentros de todos os sismos que porventura tenham ocorrido na área,
indicando-se a sua respectiva intensidade na escala Mercalli Modificada ou magnitude na
escala Richter e os erros admitidos na sua localização;
• estruturas e/ou tipos litológicos existentes;
• eixos dos barramentos necessários;
• limites do reservatório.

Os dados deste mapa deverão ser adequadamente descritos e analisados em capítulo específico
do Relatório do Projeto Básico onde deverão ser apresentados de forma conclusiva, considerações
a respeito da potencialidade sísmica da área, possibilidade de ocorrência de sismos induzidos
após o enchimento do reservatório e se deverá ser executado ou não o cálculo sismo-resistente

27
ANEEL

das diferentes estruturas e aterros que compõem o aproveitamento hidrelétrico, indicando o valor
máximo da aceleração a ser considerada nesse cálculo.

De acordo com a potencialidade sísmica da área, se indicará a necessidade de instalação de um


Arranjo Sismológico na área do reservatório ou de apenas algumas Estações Sismológicas, que
permitam verificar se o enchimento do reservatório produziu ou não o aumento da sismicidade
dessa área.

3.3.5 Caracterização Tecnológica e/ou Geotécnica e Geomecânica de Solos e Rochas


como Materiais de Fundação e/ou Materiais Naturais de Construção

Caracterização de Áreas de Empréstimo, Jazidas e Pedreiras.

Deverão ser convenientemente definidos:

• volumes;
• distâncias e acessibilidade ao local do barramento;
• aproveitamento dos materiais provenientes das escavações obrigatórias, inclusive da camada
orgânica superficial em projetos de recuperação paisagística;
• características e propriedades destes materiais;
• a posição do nível d’água;
• sua adequação para a sua utilização como material natural construtivo.

3.4 TECNOLÓGICOS DE CONCRETO

No Projeto Básico recomenda-se a realização dos ensaios e estudos necessários para a definição
dos tipos e classes de concreto a serem empregados nas diversas estruturas que vão compor o
aproveitamento hidrelétrico.

Os ensaios nesta fase, objeto de estudos em laboratório, conduzirão ao conhecimento das


composições das dosagens dos concretos dos tipos Convencional Alto Desempenho - CAD e
Compactado com Rolo - CCR, assim como as características físicas, químicas e físico-químicas
dos materiais constituintes.

Uma vez definidas as dosagens, pequenos ajustes poderão ser realizados na obra, durante o
projeto executivo, devido a obtenção dos materiais e produção dos concretos em escala industrial.

28
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Atenção especial deverá ser dada às adições, tais como, materiais pozolânicos e aditivos químicos.

Dentre os materiais pozolânicos destaca-se a sílica-ativa (microssílica), para uso principalmente


em Concretos de Alto Desempenho - CAD; embora seja adequada também para os demais tipos
de concreto.

Quanto ao CCR - Concreto Compactado com Rolo, destaca-se a utilização dos finos de britagem
(material pulverulento - mais fino que a peneira 0,075 mm), em teores variáveis entre 10% e 20%,
incorporados aos agregados, notadamente na areia artificial.

No Projeto Básico, o programa de estudos e ensaios constará essencialmente de:

• Ensaios de caracterização de materiais cimentícios;


• Ensaios de caracterização dos agregados disponíveis, inclusive a verificação da Reação Álcali-
Agregado - RAA, através da determinação da composição mineralógica, ensaio acelerado e
microscopia eletrônica;
• Ensaio de caracterização da água;
• Ensaios de caracterização de aditivos químicos;
• Realização de estudos de dosagens e definição das composições de acordo com os tipos e
classes de concreto, para dimensões máximas características até 152 mm;
• Caracterização das propriedades de algumas das dosagens a serem mais utilizadas na obra,
para cada Dmáx - dimensão máxima característica, tais como as propriedades mecânicas,
elásticas, viscoelásticas e térmicas;
• Estudos Térmicos, com análise das temperaturas e das subsequentes tensões e/ou
deformações oriundas da contração térmica do concreto, durante o seu período de resfriamento.
A partir dos resultados serão definidas medidas tais como: uso de refrigeração do concreto,
altura das camadas, intervalo de lançamento entre camadas sucessivas, etc.

3.5 ENERGÉTICOS

O dimensionamento energético de uma usina hidrelétrica para empreendimentos de médio a


grande porte com potência maior do que 30 MW, ou aqueles que não atendam a Resolução
ANEEL 394, se dá na fase dos Estudos de Viabilidade, quando então são fixados os parâmetros
físico-operativos que irão inclusive embasar o processo de licitação da outorga de concessão,
principalmente no que diz respeito aos valores de energia e potência asseguradas, quando for o
caso.

Os parâmetros físico-operativos, que em princípio, não devem ser alterados na etapa de Projeto
Básico, são os seguintes:

29
ANEEL

• Localização do Eixo do Barramento;


• N.A. máximo operativo;
• N.A. mínimo operativo;
• Potência Instalada (Potência Mínima do Edital de Licitação - Potência Ótima);
• Queda de Referência;
• Canal de Fuga (Nível de restituição);
• Número Mínimo de unidades.

A definição destes parâmetros se dá de acordo com a metodologia e os critérios usuais do Setor


Elétrico brasileiro, que estão condensados no documento intitulado “Instruções Para Estudos de
Viabilidade de Aproveitamentos Hidrelétricos - ELETROBRÁS/DNAEE - abr/97”.

Não obstante, caso se justifique a alteração de alguns destes parâmetros por ocasião da
elaboração do Projeto Básico, recomenda-se a utilização da mesma metodologia e dos critérios
utilizados nos Estudos de Viabilidade, referendados no documento supracitado.

3.6 SÓCIO-AMBIENTAIS

Este item indica os levantamentos e estudos a serem realizados de forma a permitir que sejam
detalhados e aprofundados os programas sócio-ambientais previstos nos Estudos de Viabilidade
visando a elaboração dos projetos Sócio-Ambientais.

Os levantamentos complementares e estudos específicos necessários a cada programa foram


identificados, de forma preliminar, quando da realização da análise crítica dos Estudos de
Viabilidade (Capítulo 2).

Assim, espera-se que para cada caso sejam analisados e adequados os elementos de
detalhamento indicados a seguir, de acordo com as necessidades de cada empreendimento.

As atividades contidas neste item incluem levantamentos bibliográficos complementares e outros


específicos, estudos estatísticos e, principalmente, levantamentos de campo. O nível de
aprofundamento e o conteúdo dos levantamentos deverá também atender o estabelecido junto
ao Órgão de Licenciamento Ambiental, visto que os elementos aqui obtidos subsidiarão a
montagem do Projeto Básico Ambiental (PBA), documento indispensável para a obtenção da
Licença de Instalação (LI).

A relação de projetos aqui apresentados tem como base o documento “Referencial para
Orçamentação dos Programas Sócio-Ambientais. Vol. I - Usinas Hidrelétricas” (COMASE/
ELETROBRÁS, 1994). Foram realizados ajustes e atualizações nesta relação, quando necessário,
indicando-se os objetivos gerais e os elementos mínimos para o detalhamento de cada projeto.

30
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Estas diretrizes deverão ser adaptadas a cada aproveitamento, incluindo, excluindo ou


reorganizando (agregando ou subdividindo) projetos conforme as situações encontradas.
Recomenda-se seguir sempre a relação obtida nos Estudos de Viabilidade, acrescidos daqueles
resultantes de exigências do licenciamento ambiental e dos acordos estabelecidos com as
comunidades afetadas.

Considera-se importante que, nesta fase, já tenham sido retomados os trabalhos de Comunicação
Sócio-Ambiental iniciados na Viabilidade, mantidos os objetivos de:

• fornecer às populações e comunidades a informação adequada sobre os estudos e trabalhos


em desenvolvimento na Área de Influência;
• restabelecer os canais de comunicação com os segmentos sociais afetados e seus
representantes a fim de realizar os levantamentos necessários;
• considerar os diferentes interesses envolvidos no sentido da inserção e viabilização do
empreendimento;
• manter a população afetada informada sobre o andamento dos trabalhos, bem como receber
críticas e sugestões de modo a permitir a adaptação de eventuais ações em andamento ou
em implantação;
• implementar a estratégia adotada para a participação da população, entidades ou instituições
nos projetos (vide item 2).

Cabe ainda acrescentar que todos os projetos devem ser desenvolvidos tendo-se em vista o seu
conjunto e as relações de interdependência, assim como a simultaneidade da implantação das
ações. Neste sentido é apresentada, ao final do item 3.6, quadro indicando as associações entre
os projetos sócio-ambientais.

3.6.1 Projeto de Gestão Ambiental

Este projeto tem por finalidade sistematizar as ações ambientais, dando-lhes um enfoque integrado
e global, visando atingir os objetivos e metas propostos nos diversos projetos sócio-ambientais.

Sua formulação deverá considerar a fase de implantação e estabelecer diretrizes para a fase de
operação.

O seu detalhamento deve ter como referências o atendimento às exigências legais e às ações
necessárias à manutenção da qualidade ambiental, a gestão integrada dos recursos ambientais
da bacia hidrográfica e o atendimento de demandas de partes interessadas.

Deve considerar, ainda, o controle e o acompanhamento das questões ambientais durante o


processo de implantação e as diretrizes para a continuidade das ações na fase de operação.
31
ANEEL

Þ Elementos para detalhamento

· Definição e implantação sistemática de avaliação de desempenho dos projetos ambientais;


· Implantação de sistema de documentação e registros relativos à informação ambiental;
· Definição do organograma de responsabilidades pela implantação das ações ambientais;
· Definição de procedimentos em situações de emergência;
· Estabelecimenro do cronograma geral de implantação dos projetos adequado ao cronograma
geral de obra;
· Definição do acompanhamento da implantação dos projetos;
· Definirçõa dos procedimentos de acompanhamento e controle de recursos financeiros;
· Estabelecimento da organização dos projetos que terão continuidade na fase de operação;
· Adequação do empreendimento e os procedimentos de implantação à legislação ambiental.

3.6.2 Projeto de Comunicação Sócio-Ambiental

Este projeto busca manter as comunidades afetadas informadas sobre o empreendimento, bem
como receber críticas e sugestões de modo que o empreendedor possa manter-se em contato
com essas comunidades e ajustar a implantação dos projetos sócio-ambientais às condições
locais.

Tem como objetivo, também, dar suporte às negociações a aos procedimentos interinstitucionais
necessários à implantação do conjunto de projetos sócio-ambientais.

Na seleção do público alvo deve ser considerada a necessidade de estender o projeto à população
diretamente envolvida com o empreendimento (trabalhadores e familiares) e outros segmentos
sociais tais como aqueles atraídos por atividades comercias e de prestação de pequenos serviços
na Área de Influência.

Þ Elementos para detalhamento

· Identificação dos marcos principais onde são necessárias ações de comunicação sócio-
ambiental específicas, sejam estes marcos etapas do projeto de engenharia, da construção
ou da implantação dos demais projetos sócio-ambientais;
· Mapeamento dos atores e segmentos sociais que constituem o público alvo do projeto;
· Desenvolvimento de instrumentos de comunicação adequados aos atores sociais identificados
e às etapas do empreendimento;
· Desenvolvimento das informações adequadas aos interesses dos diversos públicos-alvo;
· Desenvolvimento das parcerias estabelecidas para implementação das ações de
comunicação sócio-ambiental e ações de cunho educativo;
· Programação das atividades visando atender as demandas dos demais projetos ambientais.

32
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

3.6.3 Projeto de Remanejamento da População Rural

O objetivo deste projeto é promover o remanejamento de contingentes populacionais rurais


atingidos pela implantação do empreendimento.

Visto que o remanejamento comporta uma pluralidade de ações, não excludentes, podendo ter
aplicações combinadas, envolvendo em geral, dentre outras modalidades, a indenização, o
reassentamento e a reorganização das propriedades remanescentes, este projeto pode ser dividido
em sub-projetos adequados à realidade de cada empreendimento.

Elementos para Detalhamento

Þ Levantamentos e Negociações (geral)

· Cadastro sócio-econômico da população a ser diretamente afetada;


· Estabelecimento de diretrizes e critérios para negociação junto às comunidades ou seus
representantes;
· Discussão dos conceitos básicos, critérios gerais e proposições com as autoridades
constituídas, comunidades afetadas e demais parceiros, incluindo critérios de indenização,
de relocação e alternativas de remanejamento nas suas diversas modalidades;
· Revisão de diretrizes e critérios para definição do público-alvo das diversas alternativas
acordadas para a execução do remanejamento;
· Elaboração de procedimentos para ressarcimento ao empreendedor de benefícios
proporcionados pelo projeto (pagamento financiado de áreas para não-proprietários ou
diferença por recebimento de área maior que a indenizada), incluindo todas as modalidades
adotadas;
· Definição de público-alvo para cada modalidade de remanejamento;
· Elaboração de plano de monitoramento do processo de remanejamento da população rural,
incluindo todas as modalidades adotadas.

Þ Subprojeto Desapropriação e Indenização

· Estabelecimento de critérios específicos para desapropriação e indenização;


· Levantamentos aerofotogramétricos, cadastrais e de situação documental da área a ser
desapropriada;
· Pesquisa de preços imobiliários e de benfeitorias reprodutivas e não reprodutivas para
estabelecimento de valores de indenização;
· Estabelecimento do cronograma de desapropriações e desocupações;
· Procedimentos para regularização fundiária da área a ser desapropriada.

33
ANEEL

Þ Subprojeto Reassentamento

· Estabelecimento de critérios específicos e definição de procedimentos para opção por esta


modalidade de remanejamento;
· Definição de procedimentos para a preparação das famílias;
· Definição de parâmetros de projeto de reassentamento, com indicação, entre outros, do
tamanho da área necessária, das benfeitorias em cada lote e da infra-estrutura comunitária,
levando-se em conta a organização social anterior;
· Escolha das áreas para implantação de projetos de reassentamento com a participação da
comunidade a ser reassentada;
· Elaboração de uma avaliação técnica quanto à viabilidade dos locais selecionados para
reassentamento;
· Apresentação e discussão para a população do estudo técnico de avaliação das áreas
indicadas para reassentamento;
· Definição de procedimentos de parceria para assistência técnica, financiamento à produção
e atendimento de saúde e educação para a população do reassentamento.

Þ Subprojeto Reorganização de Áreas Remanescentes

· Realização de levantamentos de áreas desapropriadas viáveis para exploração agrícola em


torno do reservatório, levando-se em consideração a faixa de segurança e as restrições
previstas na legislação;
· Estabelecimento de critérios específicos e definição de procedimentos para opção por esta
modalidade de remanejamento, preferencialmente proprietários lindeiros que tiveram sua
área inviabilizada, mas em composição com áreas vizinhas consigam construir área suficiente
para a continuidade de sua exploração;
· Definição de critérios para negociações necessárias para a reorganização fundiária;
· Definição de ações necessários para recomposição tais como: acesso, abastecimento de
água, distribuição de energia, e infra-estrutura comunitária.

3.6.4 Projeto de Relocação de Cidades, Vilas e Povoados

Este Projeto tem como objetivo promover a relocação das populações e das estruturas físicas
correspondentes às comunidades urbanas atingidas pelo empreendimento, tendo como referência
a recomposição físico-territorial da região afetada resguardando, tanto quanto possível, as relações
e polarizações existentes, no intuito de estabelecer um novo equilíbrio e introduzindo conceitos
de melhoria na qualidade de vida dessas populações.

34
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Elementos para o detalhamento

· Elaboração de cadastro sócio-econômico da população afetada;


· Elaboração de cadastro das estruturas atingidas (incluindo sistemas de abastecimento de
água, esgoto, águas pluviais, lixo, energia elétrica, iluminação pública, telefonia etc);
· Elaboração de cadastro das atividades produtivas atingidas;
· Elaboração de cadastro das propriedades atingidas e sua situação documental;
· Elaboração de cadastro dos prédios públicos atingidos (escolas, hospitais, postos de saúde,
rodoviária etc);
· Registro espacial dos núcleos existentes;
· Estabelecimento de critérios específicos para desapropriação e indenização;
· Pesquisa de preços imobiliários e de benfeitorias reprodutivas para estabelecimento de valores
de indenização;
· Estabelecimento do cronograma de desapropriação e desocupações;
· Procedimentos para regularizaçãio fundiária da área a ser desapropriada;
· Discussão e definição dos conceitos básicos, critérios e proposições com as autoridades
constituídas e comunidades afetadas, incluindo critérios de indenização, de relocação, de
localização do novo núcleo, conceitos urbanísticos básicos, tipo e localização dos
equipamentos urbanos, escolha dos novos lotes e cronograma geral de mudança;
· Escolha de áreas;
· Proposição geral de relocação;
· Realização de convênios com as instituições públicas municipais, estaduais e federais para
relocação de suas edificações e equipamentos;
· Proposição de procedimentos legais para a relocação;
· Levantamento da história local e registro do patrimônio edificado;
· Definição de plano de monitoramento do processo de relocação.

3.6.5 Projeto de Apoio às Comunidades Indígenas e Remanescentes de Quilombos

Este projeto visa garantir as condições de vida de acordo com os padrões étnicos das comunidades
afetadas, assim como atender as exigências legais.

No caso de haver a necessidade de relocação, deve ser desenvolvido um projeto específico. A


área escolhida para relocação deverá ser contígua e de valor etno-ecológico equivalente às
áreas atingidas.

35
ANEEL

Cabe salientar que deve ser reconhecido aos índios e às populações remanescentes de quilombos
o direito de participar em todas as decisões que os afetem ao longo das etapas de planejamento,
construção e operação dos empreendimentos.

Elementos para detalhamento

· Previsão das atividades de manutenção do relacionamento com as comunidades afetadas e


das ações compensatórias já em curso;
· Aprofundamento dos estudos para detalhamento dos projetos de apoio e relocação das
comunidades afetadas;
· Ajuste dos termos do convênio existente, quando necessário, ou elaboração de convênio
com entidade especializada no tema;
· Levantamento de invasores da área e detalhamento das ações a serem desenvolvidas para
a sua desocupação;
· Detalhamento das ações de demarcação da área indígena, quando necessário;
· Definição e negociação de eventual reposição de benfeitorias afetadas;
· Determinação das ações de compensação e participação nos resultados para as comunidades
afetadas;
· Programação das atividades e desenvolvimento dos elementos básicos para o projeto;
· Estabelecimento de acordos de cooperação com as comunidades ou entidades que
representem os interesses dos grupos afetados.

3.6.6 Projeto de Recomposição de Infra-Estrutura Regional

Este projeto tem por objetivo promover a recomposição física dos sistemas existentes na área
afetada pelo empreendimento no que tange aos sistemas rodoviário, ferroviário, hidroviário, de
transmissão e distribuição de energia elétrica e de comunicação, não incluídos em 3.6.4. Deve
ser preservado o atendimento existente, promovendo melhorias e modernizações na medida do
possível considerando previsões existentes em programas governamentais. Este projeto poderá
ser subdividido em decorrência das características locais.

Elementos para o detalhamento

· Levantamento cadastral dos sistemas existentes;


· Levantamento cadastral das estruturas atingidas tais como aeródromos, aeroportos, portos,
antenas de transmissão, mineradoras, pontes, sistemas de transmissão, sistemas de
comunicação, ferrovias, rodovias e gasodutos;
· Estabelecimento dos critérios de indenização e relocação, considerando parcerias, prioridades,
eventuais reduções, ampliações e novos atendimentos;
· Proposição de recomposição e relocação;

36
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

· Estabelecimento dos critérios de indenização e relocação, considerando parcerias, prioridades,


eventuais reduções, ampliações e novos atendimentos;
· Proposição de recomposição e relocação;
· Estabelecimento de consenso sobre as proposições com as entidades envolvidas e com as
comunidades afetadas.

3.6.7 Projeto de Relocação de Infraestrutura Econômica e Social Isoladas

Este projeto refere-se à relocação de edificações e equipamentos comunitários situados na área


rural e não considerados nos projetos de reassentamento rural e de relocação de vilas e povoados.

Elementos para detalhamento

· Definição das necessidades de atendimento da população remanescente, levando-se em


consideração o acesso à saúde e educação e outros serviços;
· Definição da necessidade de relocação de equipamentos de infra-estrutura econômica e
social isolada;
· Estabelecimento dos critérios de indenização e relocação, considerando parcerias, prioridades,
eventuais reduções, ampliações e novos atendimentos;
· Definição da necessidade de estabelecimento de parcerias com governos municipal, estadual
ou federal para relocação de suas edificações e equipamentos.

3.6.8 Projeto de Saúde Pública

Este projeto tem por objetivo estabelecer planos de controle, prevenção e acompanhamento das
mudanças que possam ocorrer no quadro de saúde da população e nos serviços correspondentes
na área de influência do empreendimento.

Elementos para detalhamento

· Atualização do diagnóstico do setor de saúde nos seus aspectos estruturais e de sanidade


da população da área de influência do empreendimento;
· Levantamento das necessidades de atendimento de saúde da população a ser empregada
na construção do empreendimento;
· Previsão das necessidades de atendimento de saúde da população atraída pelo
empreendimento;
· Definição de critérios e diretrizes para a implantação de ações que visem garantir as boas
condições de saúde da população na área de influência, trabalhadores das obras e população
atraída;
· Definição de critérios e diretrizes para implantação de ações de vigilância e controle epidemioló-
gico, de vetores e hospedeiros de doenças;
37
ANEEL

· Elaboração do projeto visando o estabelecimento de convênios com as prefeituras e outras


entidades pertinentes para a execução do projeto.

3.6.9 Projeto de Adequação da Estrutura Educacional

Este projeto tem por objetivo auxiliar os municípios no trato da demanda criada pelo aumento da
população ocasionado pela implantação do empreendimento.

Elementos para detalhamento

· Atualização do diagnóstico do setor de educação, na área de influência do empreendimento,


visando estimar o número de profissionais e equipamentos necessários para melhoria nos
serviços de educação prestados dentro do município a ser afetado;
· Definição de critérios e diretrizes para implantação de ações que visem melhorar as condições
de ensino na área de influência;
· Previsão das necessidades de atendimento em educação;
· Elaboração do projeto visando o estabelecimento de convênios com as prefeituras, estado e
outras entidades para sua execução.

3.6.10 Projeto de Salvamento do Patrimônio Cultural

Este projeto visa a preservação, resgate, registro e divulgação dos bens móveis, imóveis e dos
conhecimentos adquiridos, dos patrimônios arqueológico, histórico, artístico, paisagístico,
paleontológico e espeleológico, assim como atender as exigências legais.

Este projeto poderá ser desenvolvido a partir de sub-projetos específicos.

Elementos para detalhamento

· Confirmação e atualização dos levantamentos realizados na etapa de viabilidade e seleção


dos sítios de interesse visando planejar os trabalhos de preservação;
· Estabelecimento de critérios e detalhamento das medidas a serem tomadas para preservação
dos patrimônios e para divulgação dos resultados dos trabalhos;
· Estabelecer procedimentos e critérios para compensação das interferências;
· Estabelecimento de convênios e parcerias com entidades e instituições competentes para
execução do projeto;
· Submeter o projeto à aprovação dos órgãos competentes municipais, estaduais e federal
(IPHAN, Prefeituras etc);
· Desenvolvimento de atividades de salvamento nas áreas prioritárias (canteiro, acampamento
etc).
38
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

3.6.11 Projeto de Apoio aos Municípios

O Programa de Apoio aos Municípios tem como objetivo fornecer apoio técnicos às prefeituras
locais de modo que elas possam se adaptar as mudanças advindas da implantação e operação
do empreendimento, considerando o aumento da demanda por habitação, infra-estrutura,
empregos e de serviços públicos.

Este projeto tem ainda por objetivo, organizar o atendimento e a instalação da população atraída
pela obra buscando formas de integrá-la na organização social e econômica da Área de Influência,
sem desorganizar as estruturas e serviços públicos ou criar tensões sociais.

Elementos para detalhamento

· Levantamento do funcionamento das prefeituras e de suas necessidades;


· Atualização da quantificação das demandas criadas em função do empreendimento, oriundas
dos Estudos de Viabilidade. Implantação;
· Realização de diagnóstico atualizado do setor habitacional na área de influência do empreendi-
mento para se estimar o déficit habitacional dos municípios afetados;
· Definição de diretrizes e critérios que subsidiem os municípios afetados na melhoria de suas
condições considerando a previsão de expansão da área urbana e a elaboração de Plano
Diretor do município, quando necessário;
· Entendimentos com as prefeituras para negociação dos projetos e estabelecimento de
parcerias;
· Elaboração de plano de atendimento à população atraída, incluindo instalações físicas,
recursos humanos e materiais bem como alternativas econômicas visando a ocupação dessa
população.

3.6.12 Projeto de Apoio à Reorganização das Atividades Produtivas

Este projeto tem como objetivo apoiar a reorganização das atividades produtivas dos municípios
atingidos pela implantação do empreendimento.

Elementos para detalhamento

· Qualificação e quantificação das interferências causadas nas diversas atividades econômicas,


realizando-se levantamentos específicos complementares;
· Estabelecimento das formas de atuação do empreendedor e a proposição de parcerias;
· Detalhamento das informações que devem ser repassadas aos diversos grupos, de forma
que possam se reorganizar frente às possíveis mudanças;

39
ANEEL

· Estabelecimento de convênios com entidades que possam propor alternativas econômicas


em substituição àquelas prejudicadas e fornecer cursos de capacitação visando novas
atividades;
· Negociação com entidades competentes e comunidade.

3.6.13 Projeto de Limpeza da Área do Reservatório

Este projeto tem por objetivo preparar a área do reservatório para a inundação possibilitando o
aproveitamento econômico do potencial madeireiro da área a ser inundada, minimizando os efeitos
negativos da decomposição da biomassa florestal sobre os usos e qualidade da água, garantindo
as condições de segurança para a operação da usina, permitindo a implantação de eventuais
usos do reservatório e eliminar possíveis focos de contaminação de organismos prejudiciais à
saúde humana nos recursos hídricos .

Elementos para detalhamento

· Atualização em campo do conhecimento produzido na etapa anteiror, incluindo os


levantamentos e análises necessários;
· Avaliação da viabilidade da exploração florestal;
· Elaboração de Plano de Desmate, com indicação de critérios básicos de desmatamento,
exploração e seleção dos remanescentes, considerando os recursos necessários para a
reprodução da fauna aquática;
· Preparação do processo de solicitação de licença junto ao órgão competente para supressão
de vegetação;
· Incorporação das informações oriundas dos projetos associados;
· Cadastramento de outros itens específicos, como pocilgas, açudes, fossas, poços artesianos,
etc;
· Estabelecimentos de critérios de remoção e limpeza incluindo, cota de remoção, garantia a
navegação e esportes náuticos, procedimentos de desinfecção, de segurança, e de ordem
estética;
· Estabelecimento de parcerias com entidades competentes para tratamento e destino final do
material a ser removido;
· Elaboração de Plano de Limpeza com indicação de critérios e procedimentos adotados,
compatibilizado com os estudos de enchimento do reservatório.

3.6.14 Projeto de Implantação de Unidade de Conservação

Este projeto visa compensar os impactos do empreendimento, procurando conservar amostras


dos ecossistemas atingidos, mantendo e promovendo condições para que se conserve a

40
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

diversidade biológica, em atendimento as exigências legais. Adicionalmente, onde couber, deve


também possibilitar o incentivo às atividades de pesquisa científica, monitoramento ambiental e
propiciar a educação ambiental.

Elementos para detalhamento

· Estabelecer critérios para seleção de uma ou mais áreas de Unidade de Conservação, ou de


outra forma de atendimento às exigências legais, de acordo com as indicações dos Estudos
de Viabilidade e Estudo de Impacto Ambiental – EIA;
· Definição da(s) área(s) da(s) Unidade(s) de Conservação, junto ao órgão ambiental;
· Programação das atividades necessárias para a implantação da Unidade de Conservação
(projeto, plano de manejo etc);
· Programação das atividades para gestão da Unidade de Conservação;
· Identificação das responsabilidades para a etapa de manutenção e possível transferência de
domínio para a entidade do poder público;
· Indicação do prazo limite para aquisição de área e implantação da Unidade de Conservação
de acordo com o cronograma da obra;
· Elaboração de plano de tratamento de outras áreas de preservação permanente.

3.6.15 Projeto de Conservação da Flora

Este projeto visa definir as estratégias para conservação da flora a ser atingida pelo reservatório.
A efetiva conservação da flora dar-se-á por meio da implantação dos projetos de unidades de
conservação, salvamento de germoplasma, estabilização das margens, recuperação de áreas
degradadas e plano diretor do reservatório, reflorestamento ciliar e enriquecimento florestal.

Elementos para detalhamento

· Revisão dos estudos realizados na etapa de viabilidade, visando a indicação de pesquisas


específicas e o atendimento aos projetos associados;
· Atualização dos dados de cobertura vegetal;
· Indicação de procedimentos e áreas para a conservação da flora nativa na Área de Influência
do Empreendimento;
· Indicação das estratégias e procedimentos para a implantação do projeto, incluindo meios
de obtenção de sementes, mudas e exemplares da flora nativa a ser suprimida;
· Indicação das parcerias e convênios necessários para sua implantação.

41
ANEEL

3.6.16 Projeto de Conservação da Fauna Terrestre

Este projeto tem por objetivo indicar e detalhar as medidas de manejo que busquem garantir a
conservação da fauna terrestre na área do empreendimento e seu entorno. Visa também, detalhar
as atividades de monitoramento que possibilitem verificar a situação da fauna após a formação
do reservatório, bem como analisar as medidas de manejo e reorientá-las quando for o caso.

Elementos para detalhamento

· Revisão dos estudos realizados na etapa de Estudos de Viabilidade, visando a indicação de


pesquisas específicas ou complementares;
· Atualização dos dados de fauna, se necessário;
· Indicação das áreas para a conservação da fauna nativa na Área de Influência do
Empreendimento;
· Indicação e justificativa do tipo de aproveitamento da fauna (científico, conservação de
exemplares vivos ex-situ, repovoamentos, soltura etc);
· Estabelecimento de outras atividades de manejo e preservação;
· Definição a necessidade de realização da Operação Resgate, junto ao órgão licenciador
ambiental, indicando as espécies a serem relocadas e as áreas potenciais de soltura, quando
for o caso;
· Detalhamento das atividades de monitoramento;
· Indicação de possíveis parceiros e constituir lista de instituições de pesquisa, universidade e
outras, interessadas em participar do projeto.

3.6.17 Projeto de Conservação da Fauna Aquática

Este projeto tem por objetivo indicar e detalhar as medidas de conservação e manejo da fauna
aquática, principalmente para a ictiofauna e outros grupos animais quando houver. No
tocante à ictiofauna as atividades deverão buscar prioritariamente a preservação da diversidade
biológica, estoques pesqueiros e manutenção das condições de pesca afetadas pelo
empreendimento.

Deverão ser detalhadas as atividades de monitoramento que permitam avaliar as condições de


ictiofauna e da pesca (profissional e amadora) após o enchimento do reservatório, para eventuais
alterações nas atividades de manejo.

Elementos para detalhamento

· Revisão dos estudos realizados na etapa de Estudos de Viabilidade e atualização dos dados
de fauna aquática, se necessário;

42
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

· Detalhamento das atividades de manejo e monitoramento para as fases de pré-enchimento,


desvio do rio, enchimento e operação do reservatório, levando em consideração os possíveis
efeitos a montante do reservatório e a jusante da barragem;
· Definição dos postos de coleta, efetuando contato com as colônias de pescadores existentes;
· Detalhamento das pesquisas específicas e complementares que subsidiarão as demais
atividades;
· Indicação dos possíveis parceiros e elaboração de lista de instituições de pesquisa,
universidade e outras, interessadas em participar do projeto.

3.6.18 Projeto de Monitoramento da Qualidade da Água

Este projeto visa acompanhar e avaliar as modificações da estrutura trófica do sistema hídrico,
verificar a presença de contaminantes e poluentes nas águas do rio e do reservatório, acompanhar
a evolução da qualidade da água, considerando as fases de pré-enchimento, enchimento e
operação, de modo a estabelecer a implantação de possíveis ações corretivas, identificar os
compartimentos do corpo do reservatório e subsidiar outros programas relacionados a fauna,
flora e usos múltiplos da água.

Estes estudos devem considerar aqueles citados no item: 3.1.9 Estudos Sedimentológicos.

Elementos para detalhamento

· Revisão dos estudos realizados na Etapa de Estudos de Viabilidade e atualização dos dados,
se necessário;
· Estabelecimento dos pontos de coleta de água para realização do monitoramento da qualidade
da água;
· Definição das variáveis e parâmetros físicos químicos e biológicos a serem analisados,
conforme resolução CONAMA 20/86;
· Definição dos parâmetros físico-químicos e biológicos;
· Apresentação das metodologias laboratoriais e estatísticas;
· Previsão das futuras condições das águas no reservatório e à jusante e eventuais restrições
a outros usos das águas e do reservatório;
· Especificação dos recursos e materiais necessários aos projetos associados;
· Estabelecimento de convênio com universidades e centros de pesquisa visando o desenvolvi-
mento do projeto.

43
ANEEL

3.6.19 Projeto de Monitoramento Sismológico

O objetivo deste projeto é implantar o monitoramento sismológico visando acompanhar a


ocorrência de eventuais sismos induzidos por efeito do enchimento do reservatório.

Elementos para detalhamento

· Os elementos para detalhamento deste projeto encontram-se no item 3.3.4 Caracterização


da Sismicidade Local e Mapa Sismotectônico;
· Elaboração do projeto de monitoramento considerando a formação de banco de dados, a
realização de diagnóstico e a divulgação de informações.

3.6.20 Projeto de Estabilização das Margens

Este projeto tem por objetivo identificar as áreas sensíveis quanto a instabilidade de taludes e
processos erosivos, caracterizando-as e propondo as medidas de controle necessárias antes e
após a formação do reservatório.

Nestes trabalhos devem ser considerados os aspectos levantados e estudados nos itens 3.1.7
Estudos de Remanso, 3.1.9 Estudos Sedimentológicos e em 3.3.2 Mapa Geológico da Área do
Reservatório.

Elementos para detalhamento

· Mapeamento geológico, geotécnico, geomorfológico e pedológico das encostas marginais


ao reservatório, com levantamentos de campo e análise de fotografias aéreas;
· Individualização e caracterização dos processos erosivos e de instabilidade;
· Definição das medidas preventivas e corretivas em função dos estudos realizados;
· Previsão de eventuais restrições à implantação de instalações nas margens do reservatório;
· Elaboração de plano de monitoramento.

3.6.21 Projeto de Controle Ambiental das Obras e Recuperação de Áreas Degradadas

Este projeto visa manter a qualidade ambiental das áreas afetadas e a recuperação de áreas
degradadas pelas atividades ligadas à implantação do empreendimento (acampamentos, canteiro
de obras, estradas de acesso, áreas de empréstimo e de jazidas e pedreiras).

Os estudos deverão levar em consideração o realizado para 3.3.5 Caracterização Tecnológica e


Geotécnica de Solos e Rochas como Materiais de Fundação e Materiais Naturais de Construção.

44
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Elementos para detalhamento

Þ Tratamento das áreas utilizadas pela obra

· Estabelecimento de critérios para instalação, operação e desmobilização dos canteiros e


instalações associadas, abastecimento de água, tratamento de efluentes e destino final de
resíduos sólidos;
· Estabelecimento de critérios para exploração de materiais para construção e áreas de
empréstimo, e localização e implantação de bota-fora e aterro;
· Estabelecimento de critérios para o controle ambiental das atividades de execução da obra;

Þ Recuperação de áreas degradadas

· Identificação das áreas a serem recuperadas;


· Estabelecimento das formas de recuperação a serem utilizadas;
· Elaboração de projeto de recuperação específico para cada área identificada, incluindo
indicação de parâmetros de erodibilidade.

Þ Destino final das áreas tratadas

· Identificação de possíveis usos das áreas a serem recuperadas.

3.6.22 Projeto de Monitoramento Climatológico

O objetivo deste projeto é efetuar medições que possibilitem melhor conhecimento do clima regional
e a identificação de alterações climáticas locais, seja por ampliação da rede climatológica ou pela
realização de estudos mais detalhados.

Os trabalhos a serem realizados devem considerar aqueles que constam do item 3.1.2
Caracterização Climatológica da Bacia.

Elementos para detalhamento

· Reavaliação da necessidade de instalação de uma Estação Evapoclimatológica;


· Em caso de necessidade da estação deverá ser realizado:
Ö Seleção do local;
Ö Especificação e operação da estação;
Ö Instalação e operação da estação;
Ö Implementar o projeto de monitoramento.
· Elaboração de plano de monitoramento.

45
ANEEL

3.6.23 Projeto de Usos Múltiplos da Água

Este projeto tem por objetivo orientar a participação do empreendedor na articulação com os
vários setores usuários dos recursos hídricos da bacia, visando buscar soluções de consenso
para os conflitos provocados pela competição do uso da água e para a preservação dos recursos
naturais e otimização das oportunidades de desenvolvimento sustentável na sua área de atuação.

Neste sentido, este projeto deve considerar para o empreendimento os outros usos estabelecidos
no processo de outorga.

Estando implantado o Comitê de Bacias as ações de usos múltiplos deverão ser compatibilizadas
por meio do Projeto de Gestão Ambiental.

Elementos para detalhamento

· Desenvolvimento de critérios para a articulação institucional e gerenciamento dos conflitos


pelo uso da água;
· Identificação dos atores locais e regionais envolvidos;
· Definição dos critérios de operação compatíveis com os demais usos estabelecidos.

3.6.24 Projeto de Plano Diretor do Reservatório

Este projeto objetiva estabelecer diretrizes para o acompanhamento da dinâmica, a proteção e a


administração do reservatório ao longo de sua vida. Abrange tanto o disciplinamento do uso de
suas águas e das áreas contíguas, de propriedade da concessionária, quanto o acompanhamento
e tratamento das alterações decorrentes das atividades desenvolvidas na bacia de contribuição,
considerando os usos múltiplos da água e as responsabilidades pelo uso compartilhado do
reservatório. Deverá sugerir também formas adequadas de uso e ocupação para as áreas
adjacentes, em compatibilidade com o processo de desenvolvimento regional e as novas opor-
tunidades que se abrirão com a implantação do empreendimento.

Elementos para detalhamento

· Levantamento e análise da legislação pertinente às diversas atividades abaixo relacionadas;


· Atualização do diagnóstico de interferências no reservatório pelas atividades desenvolvidas
na bacia de contribuição;
· Estabelecimento de critérios para o monitoramento destas atividades;
· Estabelecimento de critérios de uso do reservatório e acesso à água;
· Identificação de atividades e potencialidades associadas ao reservatório na Área de Influência;
· Identificação de parcerias para o desenvolvimento de atividades e negociação com as
comunidades entidades e autoridades para a formulação do Plano Diretor;
· Elaboração do Plano Diretor;
· Participação dos setores sociais usuários.
46
PROJETOS ASSOCIADOS

PROJETO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

01 PROJETO DE GESTÃO AMBIENTAL


02 COMUNICAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL
03 REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO RURAL
04 RELOCAÇÃO DE CIDADES, VILAS E POVOADOS
05 APOIO ÀS COM. INDÍGENAS E REMAN. QUILOMBOS
06 RECOMPOSIÇÃO DE INFRAESTRUTURA REGIONAL
07 RELOCAÇÃO INFRAESTR.ECON. E SOCIAL ISOLADOS
08 PROJETO DE SAÚDE PÚBLICA (das Populações)
09 ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA EDUCACIONAL
10 SALVAMENTO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO


11 APOIO AOS MUNICÍPIOS
12 APOIO À REORGANIZ. DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS
13 LIMPEZA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO
14 IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
15 CONSERVAÇÃO DA FLORA
16 CONSERVAÇÃO DA FAUNA TERRESTRE
17 CONSERVAÇÃO DA FAUNA AQUÁTICA
18 CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA
19 MONITORAMENTO SISMOLÓGICO
20 ESTABILIZAÇÃO DAS MARGENS
21 CONTR. AMB. DAS OBRAS DE RECUP.ÁREAS DEGR.
22 MONITORAMENTO CLIMATOLÓGICO
23 USOS MÚLTIPLOS
24 PLANO DIRETOR DO RESERVATÓRIO
47
ANEEL

4
CRITÉRIOS GERAIS DE PROJETO

48
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

4. CRITÉRIOS GERAIS DE PROJETO

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As estruturas hidráulicas são destinadas a operar sob condições extremamente variáveis


estipuladas pela sua iteração com o material de fundação, exposição ao ar e água, variação de
temperatura, radiação solar, ações de onda, sismos etc.

As consequências danosas de uma possível falha demanda um alto grau de requisitos de


segurança para estas estruturas, especialmente aquelas que operam sobre pressão d’água.

Os Critérios Gerais do Projeto estabelecem os requisitos técnicos gerais e as exigências de


segurança que devem ser atendidos na elaboração do Projeto Básico. Os critérios são esta-
belecidos a partir dos conceitos básicos de engenharia, de normas técnicas e do conhecimento
dos estudos existentes, realizados nas fases anteriores, e de suas complementações na fase do
Projeto Básico.

Deve ser o objetivo dos critérios gerais de projeto, a utilização de padrões compatíveis de
segurança, economia e confiabilidade, de todos os componentes do projeto, bem como de práticas
de engenharia atualizadas e aceitas em projetos, relativas a concepção, às normas técnicas a
serem aplicadas, aos cálculos analíticos e à elaboração dos desenhos e especificações, bem
como à construção de obras civis e a fabricação e montagem de equipamentos. Os critérios
gerais de projeto deverão definir os requisitos para os projetos civil e eletromecânico.

4.2 CRITÉRIOS GERAIS DO PROJETO CIVIL

Deverão ser utilizados critérios aceitos internacionalmente como os do Bureau of Reclamation,


U.S. Corps of Engineers, T.V.A (Tennesee Valley Authority) ou aqueles desenvolvidos pelo setor
elétrico brasileiro.

O Projeto Básico das estruturas deverá ser executado segundo os critérios gerais do projeto civil,
de modo a nortear os requisitos adiante colocados, garantindo assim, a segurança das estruturas
durante toda a sua vida útil.

4.2.1 Projeto Hidráulico

Os estudos básicos hidrológicos e hidráulicos confirmarão e/ou definirão os seguintes requisitos:

49
ANEEL

Níveis de Água

• N.A. Máximo Normal do Reservatório


• N.A. Mínimo Normal do Reservatório
• N.A. Máxima Enchente do Reservatório
• N.A. Máximo Operativo no Canal de Fuga
• N.A. Mínimo Operativo no Canal de Fuga
• N.A. Mínimo no Canal de Fuga
• N.A. Máxima Enchente no Canal de Fuga
• N.A. Máxima Enchente a Jusante da Barragem
• N.A. Mínimo a Jusante da Barragem
• N.A. Máxima Enchente a Jusante do Vertedouro
• N.A. Mínimo a Jusante do Vertedouro

Reservatório

• Curva cota x área x volume do reservatório.


• Volume de Espera
• Cheia Máxima Provável
• Cheia de Projeto da Barragem

Desvio do Rio

Tipo do desvio, prazos e seu inter-relacionamento com as condições hidrológicas, parâmetros de


planejamento para construção das ensecadeiras, borda livre das ensecadeiras, períodos de
recorrência, vazão de projeto, vazão de fechamento, velocidades admissíveis no desvio (túneis,
canais, adufas) e coeficientes de rugosidade.

Fechamento do Desvio

Vazão máxima para o fechamento das pré-ensecadeiras e vazão máxima admissível no


fechamento das comportas para enchimento do reservatório.

Barragens e Diques

Borda livre normal e mínima, proteção de taludes.

Órgãos Extravasores

O Vertedouro será projetado de maneira a conduzir as vazões de cheia restituindo-as a jusante


em condições de segurança para a barragem e sem perturbações de níveis prejudiciais a operação
da usina. Hidrograma do projeto, condições de operacionalidade das comportas para efeito de
50
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

cálculo de sobreelevação de níveis d’água, vazão de projeto, aeração, dissipação de energia,


perda de carga e coeficientes de descarga e de rugosidade.

Circuito Hidráulico de Geração e Canal de Fuga

Velocidades admitidas no canal de adução, grades, tomada de água, comportas, condutos


forçados, tubo de sucção e canal de fuga. Geometria, critérios de submergência na tomada de
água e na saída do tubo de sucção. Vazão turbinada, perda de carga e coeficientes de rugosidade
nos canais, túneis e condutos.

Chaminé de Equilíbrio

Considerar hipótese de rejeição rápida de vazão máxima.

4.2.2 Projeto das Estruturas de Concreto

Na definição das seções típicas das estruturas, deverão ser considerados os seguintes requisitos:

Ações a Considerar

• peso próprio
• pressões hidrostáticas
• subpressões
• pressões intersticiais
• pressões hidrodinâmicas
• impacto de ondas
• empuxos de solo, rocha e enrocamento
• vibrações induzidas por máquinas ou fluxos d’água
• assoreamento
• efeitos sísmicos
• vento
• impacto de embarcações
• cargas de utilização
• cargas de equipamentos
• variações volumétricas
• protensão
• recalque de apoio
• temperatura

Condições de Carregamento
• condições de carregamento normal (CCN)
• condições de carregamento excepcional (CCE)
51
ANEEL

• condições de carregamento limite (CCL)


• condições de carregamento de construção (CCC)

Análise de Estabilidade e Coeficientes de Segurança

Para as análises de estabilidade e os respectivos coeficientes de segurança deverão ser adotados


os critérios estabelecidos na publicação “Design Criteria for Concrete Arch and Gravity Dams” - A
Water Resources Technical Publication - Engineering Monograf n° 19 - United States Department
of the Interior - Bureau of Reclamation”, ou aqueles desenvolvidos pelo setor elétrico brasileiro.

Análise de Tensões

• segurança à ruptura estrutural;


• segurança a deformações excessivas;
• análises de tensões ( tensões médias, distribuição de tensões e tensões localizadas, tensões
admissíveis).

Propriedades e Classes dos Materiais

• concretos (cimento, materiais pozolânicos, agregados, aditivos e água);


• aço estrutural;
• aço para armadura de concreto estrutural (armado e protendido);
• chumbadores e barras de ancoragem.

Detalhes Construtivos

• juntas de contração
• juntas de construção
• juntas de dilatação
• aberturas em estruturas de concreto
• dispositivos de vedação

Instrumentação de Auscultação

• caracterização dos pontos de instalação dos instrumentos;


• caracterização dos tipos de instrumentos.

4.2.3 Projeto dos Maciços de Terra e/ou Enrocamento

Na definição das seções típicas dos maciços deverão ser considerados os seguintes requisitos:

52
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Análises de Estabilidade

Para os procedimentos de análises de estabilidade de taludes deverão ser seguidos os critérios


estabelecidos no “U.S. Corps of Engeneers - Engineering and Design Manual EM 1110-2-1902 1
April 1970 - Stability of Earth and Rockfill Dams’, especialmente os relativos a fatores de segurança
mínimos, ou aqueles desenvolvidos pelo setor elétrico brasileiro.

Análises de Percolação

Análises de Tensão-Deformação

Propriedades dos Materiais

• solos impermeáveis
• areias para filtros
• transições
• enrocamento
• rip-rap

Instrumentação de Auscultação

• caracterização dos pontos de instalação dos instrumentos


• caracterização dos tipos de instrumentos

4.2.4 Projeto das Escavações e Fundações

Na definição das seções típicas das escavações e fundações deverão ser considerados os
seguintes requisitos:

• Análises de estabilidade
• Análises de percolação
• Análises de tensão-deformação
• nstrumentação
• Análise do sistema de suporte e revestimento
• Drenagem da água de percolação

4.2.5 Projeto dos Tratamentos de Fundação

• Remoção de Materiais Indesejáveis


• Retaludamento
• Regularização da fundação
53
ANEEL

• Limpeza
• Recobrimento Superficial
• Drenagem Superficial
• Injeções de impermeabilização
• Injeções de consolidação
• Cortina de injeção
• Injeções de contato
• Furos de drenagem
• “Cut off” e poços de alívio
• Galerias e Túneis

4.2.6 Projeto de Drenagem de Águas Pluviais

• Dados de precipitação
• Descarga de Projeto
• Dimensionamento hidráulico

4.3 CRITÉRIOS GERAIS DE PROJETO ELETROMECÂNICO

O Projeto Básico dos equipamentos e sistemas elétricos e mecânicos deverá ser executado de
forma a atender os requisitos e critérios adiante definidos.

O estabelecimento dos conceitos fundamentais, que definem as características técnicas dos


equipamentos eletromecânicos, terão efeito significativo sobre o custo global, o desempenho e a
vida útil dos mesmos. Além das características técnicas operacionais, deverão ser consideradas
as dimensões físicas dos diversos componentes, suas particularidades construtivas e as facilidades
de montagem, de manutenção e de operação, bem como os valores limites e os coeficientes de
segurança que deverão ser observados na execução dos projetos.

Os equipamentos definidos nos Estudos de Viabilidade devem ser confirmados, e as suas


características técnicas principais estabelecidas com um maior nível de detalhamento, de modo
que seja possível fazer uma melhor estimativa de custos e dos prazos de fabricação e montagem,
bem como a obtenção dos demais dados que servirão posteriormente para a elaboração das
especificações técnicas dos mesmos.

O estabelecimento dos requisitos de segurança para os equipamentos eletromecânicos deverá


ser precedido de definição quanto ao grau de automação previsto para a operação da usina, o
qual condicionará os projetos e os níveis de monitoramento e supervisão dos equipamentos e
dos sistemas auxiliares.

54
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

A fixação de coeficientes de segurança e níveis de proteção adequados no projeto, bem como a


utilização de tecnologias aprovadas na fabricação e na montagem dos equipamentos, são
fundamentais para a segurança de operação da usina. Estas condições devem ser apresentadas
no Projeto Básico.

4.3.1 Requisitos de Segurança

Deverão ser previstos os meios adequados para o suprimento confiável de energia elétrica de
emergência para operação dos equipamentos essenciais à segurança das instalações tais como:
bombas de drenagem e esgotamento, comportas dos órgãos extravasores, iluminação de
emergência e do sistema de telecomunicações.

Esse suprimento de emergência deverá permitir também a partida de uma unidade geradora
após o desligamento pleno da usina e perda das fontes normais de alimentação elétrica.

Para segurança das estruturas, as comportas dos órgãos extravasores deverão funcionar em
qualquer condição de operação do reservatório, particularmente durante a ocorrência de cheias
do rio.

Para a segurança do pessoal de operação, deverão ser previstos sistemas de proteção contra
incêndio, de proteção contra choques elétricos e acidentes em geral. Serão estabelecidos os
requisitos para iluminação, ventilação e sinalização adequadas das áreas internas e externas da
Casa de Força e demais estruturas, particularmente nas galerias inferiores. Os meios e facilidades
para a evacuação do pessoal em situações de emergência deverão ser contemplados no arranjo
dos acessos e da circulação do pessoal de operação e manutenção da usina.

4.3.2 Projeto dos Equipamentos

Os critérios básicos que nortearão a elaboração das especificações técnicas e, consequentemente,


dos projetos dos equipamentos eletromecânicos a serem instalados na casa de força e demais
estruturas do aproveitamento hidrelétrico, deverão ser definidos durante a elaboração do Projeto
Básico.

Os valores admissíveis de projeto, como as tensões admissíveis para os materiais sob cargas
normais e excepcionais, os limites de densidade de correntes elétricas, velocidades de escoamento
dos fluidos em tubulações e no circuito hidráulico de potência e os níveis de proteção elétrica
deverão ser estabelecidos previamente. Alguns desses valores serão utilizados no pré-
dimensionamento das estruturas civis e dos equipamentos no decorrer do Projeto Básico.

55
ANEEL

Os projetos dos equipamentos e dos sistemas auxiliares deverão atender os critérios gerais de
segurança pessoal e patrimonial, bem como a sua disponibilidade para a operação. São indicados
abaixo os critérios mais significativos utilizados no projeto:

• Utilizar as normas NBR da ABNT ou, na ausência dessas, preferencialmente as da ISO, IEC,
ANSI, DIN, ASME, AWS,HI e ASTM;
• Utilizar preferencialmente equipamentos, materiais e acessórios disponíveis no mercado
nacional, possibilitando a sua reposição em curto prazo;
• Não especificar parâmetros que não sejam requeridos pelo Sistema de Potência ou por qualquer
outra necessidade (especialmente para o gerador e transformador elevador);
• Os serviços auxiliares elétricos devem ter duas fontes normais e independentes de alimentação
e uma de emergência para os serviços e sistemas vitais da usina;
• Considerar como vitais, no mínimo, o sistema de drenagem da Casa de Força, os carregadores
de baterias, as comportas do vertedouro e iluminação de emergência;
• O sistema de aterramento deve ser dimensionado e projetado em função da maior corrente
de curto-circuito e de tempo de eliminação da falha. Deve considerar as tensões permissíveis
de passo e de toque;
• Privilegiar a utilização de disjuntores de baixa tensão em vez de fusíveis;
• Definir tensões nominais normalizadas, em número mínimo compatível com necessidades;
• Analisar a necessidade de uma fonte de energia externa (ou de emergência) para partida de
uma unidade em caso de falta geral dos serviços auxiliares elétricos da usina;
• A definição do Sistema de Controle (comando, proteção, supervisão e regulação) deverá
descrever a filosofia de partida e de paradas normal e de emergência das unidades geradoras
e da operação da usina e da subestação a serem adotadas, incluindo os diversos automatismo,
níveis e locais (local / central / remoto) de operação;
• Os requisitos do sistema de proteção deverão definir os elementos mínimos necessários à
proteção da unidade geradora, do sistema de excitação, do regulador de velocidade, do
transformador elevador, da subestação, das saídas de linhas de transmissão e dos
equipamentos dos sistemas de serviços auxiliares da usina;
• Os requisitos do sistema elétrico referentes à operação das unidades geradoras deverão ser
estabelecidos previamente, em particular aqueles relativos à operação dessas unidades em
regime de base ou ponta e se serão utilizadas como compensadores síncronos;
• Deverão ser definidas margens de segurança adequadas com relação às velocidades críticas
do conjunto rotativo da unidade geradora para eliminar a ocorrência de ressonância paramétrica.

56
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

5
PROJETO BÁSICO DAS OBRAS PRINCIPAIS

57
ANEEL

5. PROJETO BÁSICO DAS OBRAS PRINCIPAIS

5.1 ARRANJO GERAL DAS OBRAS PRINCIPAIS

Os estudos do Projeto Básico para definição do arranjo geral das estruturas que compõem o
aproveitamento consistem essencialmente na otimização do arranjo geral definido nos Estudos
de Viabilidade.

O arranjo geral resultará da integração harmonizada dos estudos de otimização e de definição de


cada uma das estruturas e equipamentos que compõem o aproveitamento, dos cálculos das
quantidades de materiais, do balanceamento desses materiais, do planejamento construtivo do
empreendimento e das estimativas de custo de cada alternativa estudada.

Basicamente os estudos do arranjo geral se compõem de:

• Estudo aprofundado das alternativas de micro localização do eixo objetivando definir o eixo
final da barragem;
• Estudo aprofundado e definição da geometria das estruturas que por sua vez dependem dos
estudos básicos topográficos, hidrometeorológicos, hidráulicos, geológicos, geotécnicos,
mecânicos e elétricos;
• Análise de diferentes arranjos gerais (otimizados);
• Estimativas de custo desses arranjos gerais;
• Seleção do arranjo geral final;
• Otimização do arranjo selecionado, considerando principalmente o esquema de desvio do rio
durante a construção e usando como ferramenta o modelo hidráulico reduzido.

5.2 OBRAS DE DESVIO

O tipo de desvio do rio a ser adotado, definido nos Estudos de Viabilidade do aproveitamento,
deverá ser otimizado nesta fase de Projeto Básico.

O dimensionamento das obras de desvio deverá ser compatibilizado com os níveis admissíveis
a montante e com a definição das obras das ensecadeiras.

As datas para início e fechamento do desvio, deverão ser determinadas a partir das condições
hidrológicas e do cronograma geral de implantação do empreendimento.

No Projeto Básico as obras de desvio deverão ser definidas e orçadas por meio dos seguintes
estudos:

58
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

• Definição do hidrograma de desvio;


• Definição do arranjo das obras de desvio e do seu inter-relacionamento com a obra principal;
• Definição da seqüência construtiva do desvio, das obras principais e da montagem dos
equipamentos;
• Estudos de fechamento do desvio, considerando o tempo e riscos envolvidos;
• Cálculos hidráulicos de dimensionamento das obras que compõe o sistema de desvio, incluindo
as condições limites para reabertura em caso de necessidade;
• Estudo em modelo hidráulico reduzido;
• Definição do tipo e da geometria das estruturas;
• Cálculos de estabilidade e cálculos estruturais das obras de desvio;
• Cálculos de quantidades de materiais e suas origens e destinos;
• Definição dos equipamentos hidromecânicos (comportas vagão, válvulas especiais, comportas
ensecadeiras) e seus acionamentos, bem como os equipamentos de movimentação de cargas
para a montagem e desmontagem dos equipamentos hidromecânicos.

5.3 BARRAGEM

No Projeto Básico será desenvolvido o estudo de otimização de locação do eixo definitivo da


barragem. Deverão ser também definidas a geometria e as características finais da barragem de
acordo com as linha gerais a seguir:

5.3.1 Barragens e Diques de Terra e/ou Enrocamento e Ensecadeiras

Deverão ser definidas as geometrias e as seções tipo, e caracterizados os materiais constituintes


de cada trecho da barragem que resultarão dos estudos geológico-geotécnicos e da otimização
de:

• Balanceamento dos materiais de escavação e aterro, sua origem e destino;


• Fases construtivas das obras da barragem;
• Estabelecimento das cotas da crista e fundações;
• Sistemas de drenagem;
• Tratamento das fundações e metodologia de execução;
• Tratamento de taludes e impermeabilizações;
• Lligações com estruturas de concreto e ombreiras;
• Instrumentação de auscultação;
• Cálculos volumétricos detalhados de cada material que constitui a estrutura da barragem bem
como das escavações onde esses materiais serão obtidos;
• Análise de estabilidade dos trechos característicos da barragem e integração barragem-
fundação.

Os parâmetros de resistência e deformação dos materiais serão obtidos a partir dos ensaios de
laboratório para caracterização dos materiais das escavações e/ou áreas de empréstimos e jazidas.

59
ANEEL

Deverão também ser realizados os estudos relativos a aspectos construtivos específicos como
índices e distribuição da pluviosidade, controle de compactação e métodos construtivos.

No Projeto Básico são também definidos os detalhes referentes às estradas e acessos


incorporados à barragem tais como pavimento, guarda-corpos, iluminação, drenagem, guarda-
rodas e outros detalhes específicos.

5.3.2 Barragens de Concreto

As barragens e muros de concreto terão seus estudos aprofundados na fase de Projeto Básico.
Nessa fase a estrutura será definida em todas as suas características e detalhes principais. Serão
definidos os tipos de concreto a serem utilizados na barragem.

Os aspectos mais importantes a serem considerados no projeto das barragens de concreto estão
relacionados às características das fundações, tratamento das fundações, e à análise estrutural
da barragem que deverá considerar a interação da estrutura com a fundação.

Os critérios do projeto e métodos de análise estrutural dependerão do tipo de barragem e das


condições geológico-geotécnicas das fundações. O método utilizado deverá ser compatível com
o estado da arte relativo ao tipo de estrutura a ser analisado e exigirá alto grau de integração com
os estudos geológicos e geotécnicos.

Os tipos de tratamento da fundação serão previstos em função das conclusões dos estudos
geotécnicos que definirão as características geomecânicas, o grau de fraturamento, a condu-
tividade hidráulica e a existência de descontinuidades na rocha de fundação.

Os esforços atuantes na estrutura serão estabelecidos para as condições de carregamento normal,


excepcional, de construção e limite, previsto de ocorrer durante a vida da estrutura, conforme
definido nos critérios de projeto.

Os esforços atuantes resultantes da subpressão da fundação serão determinados em função de


estudos específicos do sistema de drenagem previsto para a rocha de fundação.

Deverá ser feito o cálculo do volume de concreto da barragem, definido e detalhado o sistema de
juntas de dilatação e de construção e o plano de concretagem da estrutura.

Serão também definidos os detalhes relativos a pavimento, guarda-corpos, iluminação, drenagem


superficial, guarda-rodas e outros detalhes específicos.

Será ainda definido o sistema de instrumentação de auscultação da barragem e sua fundação.

60
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

5.4 ÓRGÃOS EXTRAVASORES

Com base nos resultados dos ensaios realizados em modelo reduzido deverão ser feitos os
cálculos hidráulicos necessários ao dimensionamento final otimizado da geometria dos órgãos
extravasores e dispositivos de proteção contra a ocorrência de processos erosivos a jusante das
estruturas.

A estrutura de concreto abrangerá os órgãos extravasores e de dissipação. Deverão ser igualmente


definidos as galerias de acesso e drenagem, os sistemas de drenagem e tratamento das fun-
dações e o sistema de manutenção dos dispositivos de dissipação. Serão também definidas as
juntas e blocos da estrutura.

Deverá ser feita a análise da estabilidade da estrutura, por bloco, e os cálculos estruturais a nível
de pré-dimensionamento.

Deverá ser definido o sistema de instrumentação de auscultação dos Órgãos Extravasores e de


sua fundação.

Uma vez definidas as estruturas e pré-dimensionados seus elementos constituintes, será


estabelecido o plano de concretagem mediante definição de juntas de concretagem e elaboração
dos cálculos dos volumes de concreto e de quantidade de materiais das obras do sistema ex-
travasor.

Os demais aspectos de engenharia civil a serem definidos no Projeto Básico referem-se a:

• escavações e aterros complementares;


• detalhes da plataforma superior da estrutura do Vertedouro, como caminho de rolamento
do pórtico rolante ou monovia, guarda-rodas, guarda-corpos, escadas metálicas, tampas
metálicas para os poços das comportas e acabamento dos pisos.

Os equipamentos hidromecânicos deverão ser estudados e definidos no que diz respeito ao tipo
e às características principais do arranjo (geométricas e estruturais) e dos sistemas de
acionamento. Deverão ser também definidos preliminarmente os esforços transmitidos ao concreto
necessários ao projeto da estrutura civil, onde serão também consideradas as condições de
vibrações, aeração e de cavitação.

Além dos equipamentos hidromecânicos principais (comportas e respectivos sistemas de


acionamento) deverão ser estudados e definidos os equipamentos hidromecânicos de fechamento
a montante (comportas ensecadeiras) e demais equipamentos acessórios, ou seja, pórticos
rolantes, monovias, sistema de medições, controle hidráulico, e sistema de geração de emergência,
quando aplicável.

61
ANEEL

Deverá ser feito o pré-dimensionamento dos equipamentos e analisar a solução para acionamento
e movimentação dos mesmos. Deverão ser previstas áreas necessárias para montagem e
manutenção dos equipamentos principais e de estocagem dos equipamentos de fechamento a
montante.

Deverão ser definidas no Projeto as características e os parâmetros construtivos dos


equipamentos, tais como:

Comportas Ensecadeiras

Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, válvulas “by pass”, arranjo, áreas de estocagem e manutenção, acionamento e
estimativa de pesos.

Comportas Principais

Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, tipo e capacidade do acionamento, controle e medição da abertura e estimativa de
pesos.

Pórtico Rolante ou Monovia

Tipo, classe, características, dimensões, estabilidade, definição do caminho de rolamento e do


gabarito de movimentação de carga, capacidade nominal dos guinchos principal e auxiliar, curso
dos ganchos principal e auxiliar, operações a executar, área para montagem e manutenção,
avaliação das potências dos motores elétricos e estimativas de peso.

Grupo Gerador de Emergência

Definição da necessidade de implantação de grupo gerador de emergência para o acionamento


das comportas principais.

Dispositivos para Medidas Hidráulicas

Tipo dos instrumentos de medição, esquema de medições hidráulicas e arranjo dos equipamentos
e sensores.

No caso dos estudos do aproveitamento indicarem a necessidade de implantar um descarregador


de fundo para o reservatório, os equipamentos hidromecânicos e de movimentação de cargas
para esse descarregador deverão ser definidos com o mesmo nível de detalhes dos anteriores.

62
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

5.5 CIRCUITO HIDRÁULICO DE GERAÇÃO

O cálculo hidráulico de todo o circuito deverá ser feito em nível de dimensionamento final mediante
análise do percurso hidráulico da adução até a restituição e considerando também o conjunto
girante turbina-gerador.

No caso da necessidade de chaminé de equilíbrio deverá ser definido o tipo, seu dimensionamento
hidráulico e definida a geometria da estrutura.

Com relação à estrutura da tomada d’água e demais estruturas de concreto do sistema adutor,
deverão ser definidas as cotas da fundação, crista, pisos intermediários, galerias, bem como
indicados os sistemas de drenagem e tratamento das fundações.

Para todas as estruturas deverão ser feitas a análise da estabilidade, por bloco, e os cálculos
estruturais a nível de pré-dimensionamento. Uma vez definidas as estruturas e pré-dimensionados
seus elementos constituintes, será estabelecido o plano de concretagem mediante definição das
juntas de concretagem e elaboração dos cálculos dos volumes de concreto e de quantidades de
materiais das obras do circuito de adução.

Será ainda definido o sistema de instrumentação de auscultação das estruturas e sua fundação.

Os demais aspectos de engenharia civil a serem definidos referem-se a:

• escavações e aterros complementares;


• blocos de apoio e ancoragem para condutos forçados;
• bases e acessos de eventuais chaminés de equilíbrio;
• detalhes da plataforma superior da estrutura da tomada d’água como trilhos do pórtico rolante,
guarda-rodas, guarda-corpos, escalas metálicas, tampas metálicas para os poços de comportas
e acabamento dos pisos.

Deverá ser feito o pré-dimensionamento e a caracterização dos equipamentos do circuito hidráulico,


devendo ser definidos:

Grades

Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, distância entre barras, características das barras
para minimizar as perdas de carga, verificação da estabilidade à vibração produzida pelo
escoamento, sistema de limpeza e estimativa de pesos.

63
ANEEL

Comportas Ensecadeiras

Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, válvulas “by pass”, arranjo, áreas de estocagem e manutenção, acionamento e
estimativa de pesos.

Comportas de Emergência

Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, tipo de extensão das guias, capacidade de acionamento, tipo de acionamento, controle
e medição e estimativa de pesos.

Máquina Limpa-grades

Tipo, independente ou acoplada ao pórtico da tomada d’água, quantidade, capacidade, esquema


de limpeza, características do ancinho, velocidades operacionais, verificação da estabilidade ao
tombamento, definição do caminho de rolamento, avaliação da potência dos motores elétricos,
áreas para montagem e manutenção, esquema de despejos de detritos e estimativa de pesos.

Pórtico Rolante

Tipo, classe, características, dimensões, estabilidade, definição do caminho de rolamento e do


gabarito de movimentação de carga, capacidade nominal dos guinchos principal e auxiliar, curso
dos ganchos principal e auxiliar, operações a executar, áreas para montagem e manutenção,
avaliação das potências dos motores elétricos e estimativas de peso.

Dispositivos para Medidas Hidráulicas

Tipo dos equipamentos, esquema de medições hidráulicas e arranjo dos equipamentos e sensores.

Condutos Forçados

Traçado, ângulo das curvas, diâmetro econômico, espessura mínima, apoios, juntas de dilatação
(caso necessário), válvulas (esférica, borboleta), perdas de carga, esquema de montagem e
estimativa de pesos.

Deverão ser efetuados cálculos preliminares referentes às condições transitórias, levando em


conta os parâmetros estabelecidos para o conduto forçado e para a turbina.

Para condutos forçados embutidos em concreto e/ou rocha, serão definidos o traçado, as seções,
os esforços atuantes, os revestimentos, os sistemas de drenagem, acessos, sistemas de injeção
da rocha adjacente e métodos executivos.

64
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

5.6 CASA DE FORÇA

Deverão ser revistas e detalhadas as características técnicas das unidades geradoras, definidas
nos Estudos de Viabilidade, visando a otimização do arranjo da Casa de Força. Deve ser dada
especial atenção às dimensões principais da caixa espiral, que determinam a largura do bloco da
unidade.

O arranjo da Casa de Força deve levar em conta que esta estrutura deve abrigar os equipamentos
principais e auxiliares nela instalados. Deve, portanto, prover espaço suficiente para instalar,
montar, operar e fazer manutenção destes equipamentos. Estes espaços devem, no entanto,
serem otimizados ao máximo. Deverão ser detalhados os seguintes itens :

• definição da estrutura dos blocos;


• definição dos concretos de primeiro e segundo estágio dos blocos;
• definição das escavações, do tratamento e do sistema de drenagem das fundações;
• definição da superestrutura;
• análise de estabilidade dos blocos;
• cálculos estruturais dos blocos e da superestrutura, a nível de pré-dimensionamento;
• definição do plano de concretagem;
• estimativa de volumes de concreto e demais materiais.

Tem também grande importância a solução a ser dada ao arranjo dos mancais da unidade geradora
e, em especial, ao mancal de escora, no seu método de apoio e no seu esquema mecânico
geral. Deverão adicionalmente ser feitos estudos visando a máxima redução da altura do grupo
turbina-gerador, formando um grupo tão compacto quanto possível.

Deverá ser desenvolvido um estudo integrado para a definição do arranjo dos equipamentos
elétricos nos vários pisos da Casa de Força e edifício de comando,levando em consideração
que:

• durante o comissionamento da primeira unidade todos os equipamentos essenciais a sua


segura operação deverão estar instalados e prontos para operação;
• as distâncias das cargas aos centros de distribuição serão as menores possíveis;
• os equipamentos serão dispostos de maneira a facilitar os trabalhos de manutenção e
principalmente de operação.

5.6.1 Equipamentos Principais

Para o estudo detalhado das turbinas e definição das suas características, serão levados em
conta os níveis definidos para o reservatório e o canal de fuga, incluindo os cálculos de perdas de
carga, o que determinará as quedas líquidas disponíveis.
65
ANEEL

Os estudos deverão visar a uma otimização do conjunto turbina/gerador que minimize as


dimensões da casa de força. Para esse fim, devem ser examinados entre outros os aspectos de
rotação, cota de implantação da turbina, arranjo dos mancais e características do traçado hidráulico.

Para o sistema de acionamento das pás móveis do distribuidor deverão ser estudados o arranjo,
o número e o sistema de fixação dos servomotores.

Deverá ser estudada a necessidade de se prever a instalação de compressores para injeção de


ar no circuito hidráulico da turbina, para melhorar suas condições operacionais na faixa de cargas
baixas.

Deverão ser estudadas as características e os requisitos para o sistema de regulação de velocidade


(sobre-velocidade, sobre-pressão, tempo de fechamento), as faixas de vibração do conjunto girante
e as conseqüências de sua propagação na estrutura de concreto e equipamentos adjacentes.

A definição do sistema de regulação de velocidade deverá envolver estudos e simulações,


relacionando parâmetros, faixa de atuação e estrutura de controle.

Estudos de definição de tecnologias, de qualidade de regulação e simulações paramétricas


dinâmica e inercial serão realizados e se constituirão como fonte de dados para os seguintes
documentos: diagramas unifilares e de blocos, memórias de cálculo e descritiva, interfaces e
plano de testes.

Com relação aos geradores, deverão ser verificados a tensão de geração mais adequada, os
limites permissíveis de elevação de temperatura acima da temperatura do ar ambiente para os
enrolamentos do estator e do rotor, o sistema de refrigeração mais conveniente a ser adotado, as
características relacionadas com o planejamento do sistema elétrico (reatâncias, constantes de
tempo e de inércia etc.), bem como a necessidade e a adequação dos mesmos para atuarem
como compensadores síncronos.

Visando a elaboração das especificações técnicas, serão desenvolvidos no Projeto Básico estudos
necessários à definição dos geradores e cubículos associados:

• determinação dos requisitos básicos do projeto de gerador, ou seja, confirmação da potência


nominal, e outras características elétricas que irão melhor atender às exigências do sistema
de potência ao qual esses geradores estarão conectados;

• definição dos sistemas de excitação e regulação de tensão, elaborada a partir de estudos das
características de geração e contingências operacionais, dos estudos de simulação do
comportamento excitação-regulador de tensão-gerador-sistema de potência e da análise
comparativa de tecnologias, abordando os aspectos econômicos, cultura de manutenção e
confiabilidade. Como resultado desses estudos, serão elaborados o diagrama unifilar do
66
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

sistema de excitação e regulação de tensão, diagrama de interfaces, diagrama de blocos,


diagrama de instrumentação, lay-out de subsistemas, diagrama de blindagem e de aterramento.

A solução otimizada dos equipamentos principais deverá considerar os seguintes parâmetros:

Turbinas

• Tipo

• Numero de unidades

• Potência nominal

• Vazão nominal

• Rotação nominal

• Rendimentos esperados

• Níveis de montante:
máximo de enchente
máximo normal
mínimo
mínimo excepcional

• Níveis de jusante:
máximo de enchente
máximo (todas as unidades com carga nominal)
mínimo (1 unidade com carga nominal)
mínimo (sem fluxo)

• Quedas líquidas:
máxima operacional
nominal
mínima operacional
de projeto
de referência

• Número específico de rotação (nqr)

• Rotação de disparo estimada

• Diâmetro de entrada do rotor


• Diâmetro de saída do rotor
• Elevação da linha de centro do distribuidor
• Altura de sucção
• Dimensões principais da caixa espiral
• Altura do tubo de sucção
• Largura e altura da saída do tubo de sucção

67
ANEEL

• Distância do centro da unidade até a seção de saída do tubo de sucção


• Diâmetro do poço da turbina
• Sobrepressão
• Sobrevelocidade máxima admissível em rejeição de carga máxima
• Tipo de regulador de velocidade
• GD2 da turbina
• Arranjo dos mancais
• Pesos estimados do: rotor, eixo, pré-distribuidor e caixa espiral
• Peso estimado da turbina completa

Geradores

• Potência nominal

• Número de unidades

• Tensão de geração

• Faixa de variação de tensão para potência máxima contínua

• Fator de potência

• Freqüência

• Rotação nominal

• Sentido de rotação

• Rendimento estimado à potência e tensão nominais

• Temperaturas máximas para regime contínuo à potência nominal (estator e rotor)

• Classe de isolamento dos materiais (estator e rotor)

• Efeito de inércia

• Reatância síncrona do eixo direto

• Reatância transitória de eixo direto

• Relação entre a reatância subtransitória de eixo em quadratura e a reatância subtransitória


do eixo direto

• Constante de tempo transitória do eixo direto em circuito aberto

• Diâmetro externo do estator (sem trocadores de calor)

• Diâmetro interno do alojamento do gerador

• Diâmetro externo do rotor

• Altura do núcleo do estator

• Altura do alojamento do gerador

• Peso estimado do rotor


68
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

• Peso estimado do estator

• Peso estimado do gerador completo

Uma vez otimizados os parâmetros básicos das unidades geradoras, deverão ser definidas as
características básicas dos equipamentos de levantamento e transporte, considerando as cargas
a serem transportadas, tais como o rotor do gerador, o eixo e o rotor da turbina acoplados, o rotor
da turbina, entre outros. Nessa definição deverão ser levados em conta o esquema de montagem
previsto, o acesso adequado e as devidas facilidades de equipamentos auxiliares.

A área de montagem deverá ser estudada, verificando-se as dimensões mínimas necessárias


para atendimento ao cronograma de montagem da usina e para permitir a posterior desmontagem
e manutenção da unidade geradora, mantendo-se os devidos espaços para circulação e locais
para estocagem de equipamentos.

Deverão ser estudados os requisitos específicos referentes ao projeto mecânico e construtivo


das unidades geradoras e dos seus acessórios, visando assegurar um nível adequado de
confiabilidade, facilitar a operação e a manutenção e para atender aos procedimentos de operação
e manutenção usuais.

Deverão ser realizadas consultas preliminares a fabricantes, de forma a se obter informações


relativas ao estado da arte, às dimensões, aos pesos, a preços, prazos de fornecimento, e demais
características dos equipamentos.

A partir da definição dos parâmetros básicos das unidades geradoras serão pré-dimensionados
os sistemas auxiliares necessários ao bom funcionamento das mesmas.

Transformadores Elevadores

Deverá ser definido o tipo (monofásico ou trifásico), a potência, tensões nominais, nível de
isolamento e tipo de resfriamento.
Também deverão ser desenvolvidos estudos dos procedimentos de montagem e manutenção,
incluindo a possibilidade de substituição de uma unidade avariada pela unidade de reserva, se
houver, bem com o sistema de movimentação das mesmas.

No piso dos transformadores deverão ser analisadas as necessidades e facilidades para acesso,
transporte e movimentação dos transformadores, bem como para a montagem e a manutenção
dos mesmos. As utilidades necessárias, sistema anti-incêndio, ar comprimido geral, drenagem,
coleta separação de água-óleo, e outros, deverão também ser estudadas e definidas.

69
ANEEL

Barramentos Blindados e Cubículos Associados

Os barramentos blindados deverão ser detalhados, sendo examinados os seguintes aspectos:

• Arranjo físico, indicando derivações, estruturas de suporte, acessos para montagem e


manutenção;

• Dimensionamento eletrodinâmico;

• Estudo de coordenação de isolamento entre geradores, barramentos blindados, trans-


formadores elevadores, subestação blindada (se aplicável) e linha de transmissão aérea de
saída da casa de força;

• Características das ligações aos terminais do gerador, do transformador elevador, do


transformador de excitação e do transformador ou reator limitador de corrente para os serviços
auxiliares e cubículos de surtos;

• Características dos invólucros quanto ao aterramento, vedação contra poeira, unidade,


insetos, e quanto à drenagem da umidade acumulada devido à condensação;

• Avaliação das perdas no barramento e invólucro;

• Características dos transformadores para instrumento, capacitores e pára-raios do cubículo


de surto.

5.6.2 Equipamentos de Movimentação de Cargas

Pórtico ou Ponte Rolante Principal

Tipo, quantidade, classe, características, dimensões, estabilidade, definição do caminho de


rolamento e do gabarito de movimentação de carga, capacidade nominal dos guinchos principal
e auxiliar, curso dos ganchos principal e auxiliar, operações a executar, áreas para montagem e
manutenção, avaliação das potências dos motores elétricos e estimativas de peso.

Pontes Rolantes Auxiliares

Tipo, quantidade, classe, características, dimensões, estabilidade, definição do caminho de


rolamento e do gabarito de movimentação de carga, capacidade nominal dos guinchos principal
e auxiliar, curso dos ganchos principal e auxiliar, operações a executar, avaliação das potências
dos motores elétricos e estimativas de peso.

Ponte Rolante ou Monovia da Sucção

Tipo, quantidade, classe, características, dimensões, estabilidade, definição do caminho de


rolamento e do gabarito de movimentação de carga, capacidade nominal dos guinchos principal

70
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

e auxiliar, curso dos ganchos principal e auxiliar, operações a executar, avaliação das potências
dos motores elétricos e estimativas de peso.

5.6.3 Equipamentos Hidromecânicos

Comportas Ensecadeiras da Sucção

Tipo, quantidade, dimensões, esquema estrutural, número de elementos por comporta, sistema
de vedação, válvulas “by pass”, arranjo, áreas de estocagem e manutenção, acionamento e
estimativa de pesos.

Válvulas de fechamento de emergência

Tipo, dimensões, pressão de projeto, arranjo, sistema de acionamento e estimativa de peso.

5.6.4 Sistemas Auxiliares

Sistemas Auxiliares Elétricos de CA e CC

Deverão ser definidos de modo mais amplo os aspectos relativos aos serviços auxiliares da casa
de máquinas. Tratando-se de sistemas integrados, essas definições deverão abranger as demais
estruturas da usina: vertedouro, tomada d’água e subestação.

• Definição da configuração básica do sistema de distribuição de média tensão, incluindo filosofias


de operação, proteção e controle, além da tabela preliminar de carga;
• Definição da configuração básica do sistema de distribuição de baixa tensão, incluindo filosofias
de operação, proteção e controle, além da tabela preliminar de carga;
• Definição da configuração básica do sistema de distribuição de corrente continua, incluindo
filosofias de operação, proteção e controle, alem da curva de carga;
• Definição do sistema de geração de emergência, incluindo filosofias de operação e controle,
alem da tabela preliminar de carga;
• Memórias de pré-dimensionamento dos equipamentos principais dos serviços auxiliares;
• Estudo de curto-circuito;
• Descrição básica dos equipamentos principais dos serviços auxiliares, como transformadores,
equipamentos de manobra, quadros de distribuição, carregadores de baterias, baterias e outros.

Deverão ser elaborados diagrama unifilares, em número apropriado para cada sistema, com
base na tabela preliminar de carga constante das memórias de pré-dimensionamento e estudos
de curto-circuito, que serão desenvolvidos durante o Projeto Básico.

71
ANEEL

Sistemas Auxiliares Mecânicos

O projeto dos sistemas auxiliares será desenvolvido com base nas experiências de
empreendimentos similares e nas normas técnicas aplicáveis. O pré-dimensionamento desses
sistemas será executado em função das características básicas dos equipamentos principais da
usina que serão atendidos pelos mesmos.

• Sistema de água de serviço de uso geral;


• Sistema de água de resfriamento das unidades geradoras e do selo de vedação das turbinas;
• Sistemas de proteção contra incêndio para os geradores, a sala de tratamento de óleo, os
transformadores elevadores e outros equipamentos;
• Sistemas de tratamento de óleo lubrificante e óleo isolante;
• Sistema de ar comprimido para uso geral e para os freios dos geradores
• Sistema de ar comprimido para operação das unidades geradoras em cargas parciais;
• Sistema de ar comprimido para rebaixamento do nível no tubo de sucção em operação como
síncrono;
• Sistema de ar comprimido de alta pressão para os reguladores de velocidade das turbinas;
• Sistema de enchimento e esgotamento das unidades;
• Grupo gerador de emergência e equipamentos associados;
• Sistemas de medição de nível do reservatório e do canal de fuga;
• Sistema de drenagem ;
• Sistemas de ventilação e ar condicionado;
• Sistema geral de proteção contra incêndio;
• Sistema de drenagem das bacias dos transformadores principais.

Deverão ser elaborados e apresentados no Projeto Básico os arranjos gerais e fluxogramas


desses sistemas, procurando o máximo aproveitamento de espaço, sem prejuízo da sua eficiência
operacional e uma descrição resumida de cada sistema, contemplando finalidade, características
gerais e princípios de funcionamento.

Sistemas de Supervisão, Controle e Proteção

Deverão ser definidas as filosofias de proteção, controle e supervisão das unidades geradoras,
abrangendo:

• Definição da arquitetura dos sistemas de supervisão e controle incluindo os diversos níveis


hierárquicos de operação e controle de equipamentos;
• Definição dos relês de proteção do gerador transformador elevador e vão de interligação a
partir de estudos das características de geração e contingências operacionais.

Sistemas de Utilidades

72
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Deverá ser analisada a necessidade de sistemas de utilidades para complementar os auxiliares


da usina, tais como:

• Tratamento e distribuição de água potável;


• Coleta e tratamento de esgoto.

Sistemas Complementares

Þ Malha de Terra

A definição do sistema de aterramento da usina e da subestação tem por objetivo o pré-


dimensionamento e a definição dos condutores das malhas de terra. Farão parte do Projeto
Básico os desenhos de distribuição dos condutores e a indicação das ligações entre a malha de
terra da usina e a da subestação.

Os valores de curto-circuito (contribuição do sistema) e de resistividades, a serem considerados


no pré-dimensionamento, serão previamente definidos.

Þ Iluminação

O pré-dimensionamento da quantidade e a definição qualidade da iluminação normal de cada


área deverão ser baseadas nos requisitos de desempenho, conforto e agradabilidade visual
recomendados por normas específicas.

O sistema de iluminação de emergência será definido durante a elaboração do Projeto Executivo


de empreendimento.

Þ Condutos para Cabos (eletrodutos, prateleiras e canaletas)

A escolha do tipo de conduto a ser empregado em cada área deverá considerar os seguintes
aspectos:

• Adequação do conduto ao ambiente;


• Proteção de fiação;
• Facilidade de instalação da fiação;
• Ocupação ordenada dos condutos.

Þ Sistemas de Comunicação

Os sistemas de comunicação da usina serão definidos nesta fase do projeto. Deverão ser previstos
neste estudo os sistemas de comunicação necessários à construção e operação da usina,

73
ANEEL

subestação e vila residencial e sua interligação ao sistema de comunicação das empresas


interligadas.

Esses sistemas poderão compreender:

• Sistema telefônico;

• Sistema de busca-pessoa em alta voz;

• Sistema de energia para equipamentos de telecomunicações;

• Sistema rádio de alerta capacidade;

• Sistema óptico;

• Sistema de sismologia;

• Rede de hidrometeorologia

• Sistema de supervisão de telecomunicações;

• Sistema de rádio chamada;

• Rede local de microcomputadores;

• Circuito interno de TV;

• Interligação com a rede de telefonia pública;

• Rede móvel de apoio à construção.

5.6.5 Outros Equipamentos

Dependendo do arranjo da Casa de Força, poderá haver necessidade de serem incluídos no


projeto outros equipamentos, além dos já relacionados, como:

• Elevadores de passageiros e cargas;

• Equipamentos auxiliares de levantamento e movimentação de cargas tais como talhas,


monovias, pontes rolantes de menor capacidade;

• Coberturas metálicas móveis da casa de força e área de montagem;

• Oficina de manutenção elétrica e mecânica.

5.7 OBRAS ACESSÓRIAS

As obras acessórias a serem incluídas e definidas no Projeto Básico, são aquelas não inerentes
ao processo de geração de energia elétrica, porém necessárias por imposições de outra natureza,
que podem ser ambientais ou de usos múltiplos para a água do reservatório.

74
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

O nível do detalhamento da obra acessória no Projeto Básico, dependerá basicamente:

• da sua localização no arranjo geral, que poderá ser uma obra incorporada a uma das estruturas
do aproveitamento ou totalmente fora das obras principais;
• da necessidade cronológica da sua implantação;
• dos aspectos institucionais envolvidos na sua execução e/ou exploração econômica.

Caso a obra acessória seja incorporada a uma das estruturas do projeto, deverá ser detalhada
no mesmo nível das demais obras que compõem o projeto.

As obras acessórias previstas fora do corpo das estruturas do aproveitamento hidrelétrico poderão
ou não ser detalhadas no Projeto Básico, podendo ainda ser de responsabilidade de terceiros.

É necessário, também, que no Projeto Básico, onde aplicável, sejam definidas e compatibilizadas
as vazões para os múltiplos usos da água do empreendimento.

Os principais tipos de obras acessórias são:


• tomadas de água para abastecimento de água urbana ou industrial;
• tomadas de água para irrigação;
• obras de controle de enchentes;
• obras de transposição hidroviárias: canais, eclusas e portos;
• estações de piscicultura.

5.8 INFRA-ESTRUTURA E SUPRIMENTO PARA AS OBRAS

Os estudos de logística e instalações de apoio, e da infra-estrutura necessária à implantação do


aproveitamento serão aprofundados nesta fase de Projeto Básico.

Ressalta-se que estes estudos deverão ser desenvolvidos em compatibilidade com os projetos
sócio-ambientais correspondentes.

Estes estudos abrangerão o seguinte:

Þ Fluxo de Materiais para Obra

Compreende a estimativa das quantidades e procedências dos principais materiais de construção,


produtos e equipamentos a serem trazidos para a obra e lá manuseados, utilizados e/ou
processados. Definição de pedreiras, de áreas de empréstimo e de pilhas de estoque.

75
ANEEL

Þ Mão-de-obra Mobilizada no Aproveitamento

Estimativa da população envolvida localmente na implantação do aproveitamento, ao longo da


construção da obra, a nível de correlação dos fatores: volumes de obra, categorias profissionais,
uso de acessos (rodoviário, aéreo, fluvial) e volumes de carga de abastecimento.

Þ Canteiro de Obra Civil Principal

Definição da localização do(s) canteiro(s) em função do arranjo geral do aproveitamento.


Elaboração de histogramas de aplicação dos principais materiais e equipamentos de construção
civil.

Dimensionamento das áreas e funções para as diferentes instalações, sistemas e utilidade do(s)
canteiro(s) de obra civil. Elaboração de arranjos dessas instalações e sistemas, incluindo a
localização das centrais de britagem, central(is) de concreto, ar comprimido e outras.

Þ Canteiro para a Montagem Eletromecânica

Definição das necessidades da infra-estrutura para a montagem eletromecânica (pátios de


estocagem e pré-montagem, galpões de serviço, almoxarifados específicos).

Dimensionamento e arranjos dessas instalações.

Þ Acesso Rodoviário Local

Estudos finais e definição dos acessos rodoviários locais visando a interligação da obra, seus
canteiros e núcleos residenciais, à rede rodoviária regional.

Definição do projeto de acesso rodoviário.

Þ Rotas Nacionais de Acesso Terrestre

Definição das rotas de acesso nacional e regional, rodoviário e ferroviário, à obra, para
abastecimento de materiais de construção, equipamentos, carga geral e transporte de mão-de-
obra.

Þ Acesso Fluvial

Definição do projeto do porto para a obra.

76
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Þ Acesso Aéreo

Definição do projeto do aeroporto para a obra, se necessário, ou indicação da localização,


características e acessos aos aeroportos mais próximos.

Þ Energia Elétrica

Definição da alternativa para abastecimento de energia elétrica para a obra (geração local, linhas
de transmissão, termelétrica a lenha, e outras). Estimativa dos custos de investimento e da
quantidade de energia produzida ou suprido nas várias alternativas.

Þ Telecomunicações

Definições das necessidades e soluções de atendimento para as telecomunicações da obra


(rádio SSB, telefonia, telex, televisão etc).

Þ Produção Local de Materiais

Recomendações referentes à produção, nas proximidades da obra, de determinados materiais


de construção (tijolos, telhas, madeiras e outros).

Þ Definição dos Núcleos Residenciais

Definição de vilas residenciais para a construção da obra, bem como a definição das quantidades
e unidades tipo de casas e alojamentos de solteiros. Definição dos equipamentos comunitários,
sistema viário e serviços de infra-estrutura (abastecimento de água, esgoto, drenagem e
comunicações), atendendo aos requisitos do cronograma de construção previsto, tanto das obras
civis quanto da montagem eletromecânica.

5.9 SUBESTAÇÃO E LINHAS DE TRANSMISSÃO

5.9.1 Subestação da Usina

A subestação da usina compreende os transformadores elevadores e a subestação secionadora.

A localização e cota de implantação da subestação deverão ser estudadas em conjunto com a


definição do arranjo geral do empreendimento. A partir do diagrama unifilar deverá ser elaborado
o arranjo físico da subestação (planta e cortes) bem como os resultados conclusivos dos estudos
de dimensionamento de barramentos, cálculos de flechas e tensões, esforços nos terminais dos
equipamentos e níveis de curto-circuito.

O projeto dos barramentos deverá incluir investigações sobre:


77
ANEEL

• Intensidade de corrente nos barramentos em regime de operação normal e sob condições de


curto-circuito;
• Corona e rádio interferência;
• Considerações sobre barramentos rígidos e flexíveis;
• Esforços nas estruturas;
• Características elétricas e mecânicas das colunas e cadeias de isoladores;
• Proteção contra descargas atmosféricas.

Para a implantação da subestação deverá ser selecionada a área mais conveniente, tanto sob o
ponto de vista elétrico propriamente dito, como também sob os aspectos de segurança, facilidade
de acesso e entradas para as linhas de transmissão.

Deverão ser desenvolvidos estudos para definição dos níveis de isolamento e características
elétricas de equipamentos.

Os estudos de coordenação de isolamento consistirão de verificações a partir dos níveis de


isolamento dos equipamentos. Essas verificações serão concentradas no número e localização
dos pára-raios, considerando-se o arranjo físico concebido para a subestação.

Deverão ser feitos também estudos sobre as características de tensões de restabelecimento dos
disjuntores e chaveamentos de transformador, reator e linhas.

Deverão ser desenvolvidos estudos comparativos entre subestações convencionais de elevação


e seccionamento, com as subestações compactas em SF6 abrigadas na Casa de Força.

5.9.2 Interligação da Casa de Força à Subestação Secionadora

Deverão ser estudadas as linhas de transmissão de interligação dos transformadores elevadores


da usina à subestação, definindo no mínimo:

• tensão de transmissão;
• número de circuitos;
• tipo e quantidade de cabos condutores e pára-raios;
• tipo e quantidade de estruturas;
• número de cabos condutores por fase;
• comprimento.

Deverá ser estudado a interligação entre a sala de controle da usina e a subestação secionadora
para os cabos de controle, proteção, supervisão, comunicação e serviços auxiliares.

78
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

5.9.3 Interligação ao Sistema de Transmissão Associado

Para a definição das linhas de transmissão de interligação e das subestações que serão
necessárias para que se escoe a energia da usina para a rede básica de transmissão, deverão
ser elaborados os estudos e documentos recomendados nas “Diretrizes para Projeto Básico de
Sistema de Transmissão ” emitido pela ELETROBRÁS/DNAEE em nov/97 ou revisões posteriores.

5.10 CRONOGRAMA E PLANEJAMENTO CONSTRUTIVO

Para iniciar o planejamento, devem ser fixadas as principais premissas adotadas, tais como:

• Etapas da obra;
• Data do desvio do rio;
• Data do enchimento do reservatório;
• Data do início de geração da primeira unidade;
• Intervalo do início de geração das demais unidades;
• Alturas de camadas de concretagem e tipos de concreto (refrigerado ou não), por estrutura,
da Obra;
• Critérios de empilhamento do material escavado e destino;
• Projetos sócio-ambientais (datas marco);
• Data limite para obtenção das licenças de operação.

Os estudos de planejamento construtivo e o estabelecimento do cronograma das obras civis e


de montagem visam os seguintes objetivos:

• Atender as datas de geração estabelecidas;


• Avaliar e sugerir ações quanto às interfaces entre as atividades de construção civil e montagem
eletromecânica;
• Fornecer subsídios para a mobilização do empreiteiro das obras civis principais e dos serviços
de montagem eletromecânica;
• Fornecer subsídios para definições das datas início de fabricação dos equipamentos
eletromecânicos, dos prazos de fabricação e das datas de entrega na Obra.

Os estudos de planejamento construtivo também devem definir as etapas construtivas básicas e


devem ser desenvolvidos simultaneamente com os estudos de desvio do rio. Esses estudos
deverão considerar entre outros os seguintes aspectos:

• Hidrologia: vazões, níveis d’água;


• Pluviosidade;

79
ANEEL

• Volumes de serviços: escavações em solo e rocha, aterros, enrocamentos, volumes de


concreto por tipo;
• Balanceamento dos materiais das escavações obrigatórias;
• Bistância de transporte;
• Critérios para lançamento de materiais escavados e de minimização de estoque e bota-fora;
• Métodos construtivos e relação, por tipo, dos equipamentos de execução principais;
• Métodos de montagem dos equipamentos eletromecânicos, seqüências e prazos de montagem
e suas interfaces com a construção civil;
• Mobilização de equipamentos e materiais;
• Caracterização dos acessos e vias de circulação da obra;
• Tipo de pavimento, geometria e rampas;
• Localização do canteiro;
• Histogramas de materiais: escavações, aterros, enrocamentos, concretos;
• Histogramas de mão de obra por categoria funcional.

As etapas construtivas devem ser claramente definidas e as interfaces entre etapas e partes da
obra perfeitamente caracterizadas.

O cronograma de construção e montagem do empreendimento é o resultado final do planejamento


construtivo.

Para o cumprimento dos prazos e datas marco são necessárias a otimização e a compatibilização
dos histogramas dos materiais e da mão-de-obra empregados na construção, levando em conta
as condições hidrológicas para o desvio do rio e o enchimento do reservatório.

O cronograma deverá indicar as datas marco principais e os quantitativos envolvidos em cada


etapa. Os principais marcos a serem indicados são:

• Mobilização da construção civil;


• Início da construção;
• Desvio do rio;
• Início do concreto da tomada d’água;
• Início do concreto da casa de força;
• Início do concreto do vertedouro;
• Início da montagem;
• Término da barragem (crista);
• Início e término dos projetos sócio-ambientais;
• Licença de operação;
• Início do enchimento do reservatório;
• Início da geração.
80
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

5.11 ORÇAMENTO PADRÃO ELETROBRÁS E CRONOGRAMA FINANCEIRO

O orçamento do empreendimento deverá ser apresentado conforme itemização do Plano de


Contas do Orçamento Padrão ELETROBRÁS para Usinas Hidrelétricas, devendo englobar os
custos referentes às ações sócio-ambientais, aquisição de terras e relocações, obras de infra-
estrutura, construção civil, fornecimento, montagem e transporte dos equipamentos
eletromecânicos, além dos encargos financeiros durante a construção (JDC).

Todos os custos serão expressos em moeda nacional e deverão estar referidos a uma única
data-base, devendo também ser indicada a taxa de câmbio média do mês da data-base em
relação ao dólar americano.

Os custos ambientais, deverão ser alocados nas rubricas do OPE a partir das estimativas
elaboradas para cada um dos projetos sócio-ambientais detalhados nesta etapa.

Os custos de terras e benfeitorias a serem considerados deverão ser obtidos através de pesquisas
efetuadas na região do aproveitamento.

Com o objetivo de obter um orçamento de referência que reflita as condições prevalecentes das
obras, os custos das obras civis deverão ser obtidos a partir de composições de custos, levando
em conta informações do projeto, do planejamento construtivo e das especificações técnicas.

As composições de custos deverão ser elaboradas a partir de preços dos insumos básicos,
equipamentos de construção, materiais e mão de obra, obtidos mediante pesquisas de mercado
correspondente a data de referência do orçamento. Como alternativa para obtenção de uma
base de custos unitários de serviços, insumos e equipamentos, a ELETROBRÁS dispõe do
SISORH, Sistema para Elaboração de Orçamentos de Obras Civis de Usinas Hidrelétricas. Este
sistema informatizado propicia orçamento de obras e/ou serviços com base em custos unitários
compostos a partir de preços de mercado de insumos, periodicamente atualizados por regiões
geográficas e está apoiado em rotinas que consideram as características específicas do projeto
e as condições locais do sítio de implantação.

Os custos de equipamentos elétricos e mecânicos deverão ser obtidos por meio de consultas a
fabricantes e fornecedores. Os procedimentos para obtenção do custo final destes equipamentos
deverão ser homogeneizados de forma a incluir os impostos que incidem sobre o custo FOB e o
transporte até o local da obra.

Os custos da Subestação da Usina e da interligação entre a Casa de Força e a Subestação


Secionadora deverão conter os seguintes itens:

81
ANEEL

Þ Subestação da Usina
• Equipamentos e Materiais
- Transformadores Elevadores;
- Equipamentos Principais do pátio;
- Equipamentos Auxiliares;
- Estrutura Suporte dos Barramentos;
- Barramentos, Isoladores e Conexões.
• Construção e Montagem
- Fundação, Bases e Canaletas;
- Edificações;
- Montagem das Estruturas;
- Montagem dos Equipamentos e Painéis.
• Urbanização, Drenagem e Acabamentos
• Administração
• Eventuais

Þ Interligação da Casa de Força à Subestação Secionadora


• Material
- Estruturas;
- Cabo Condutor;
- Cabo pára-raios;
- Ferragens;
- Isoladores.
• Construção e Montagem
- Fundações;
- Montagem das Estruturas;
- Lançamento dos Cabos;
• Administração
• Eventuais

Þ Sistema de Transmissão Associado


Os itens de custo estão no trabalho “Diretrizes para Projeto Básico de Sistema de Transmissão’’
emitido pela ELETROBRÁS/DNAEE em nov/97.

O cronograma financeiro deverá ser elaborado a partir dos cronogramas físico e econômico, das
informações dos histogramas de produção, dos preços estimados para cada serviço e do
desembolso previsto para pagamento dos equipamentos permanentes.

Para determinação do custo total do empreendimento deverão ser avaliados os encargos


financeiros durante a construção. Esta parcela de juros, conforme critério de calculo constante
dos Manuais da ELETROBRÁS, deverá ser estimada levando em consideração o período total
de construção, o cronograma financeiro, a época de entrada de operação de cada máquina, a
taxa de juros e, quando possível, os planos de financiamentos previstos. No procedimento de
calculo de juros imobiliza-se todo o investimento na data de entrada em operação comercial da
1ª unidade e, a partir desta data, os juros são calculados somente sobre o investimento restante
necessário para colocar em operação as demais unidades.
82
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

6
PROJETOS SÓCIO - AMBIENTAIS

83
ANEEL

6. PROJETOS SÓCIO-AMBIENTAIS

Cada um dos projetos sócio-ambientais a serem apresentados, resultante do aprofundamento e


detalhamento dos Programas Sócio-Ambientais incluídos nos Estudos de Viabilidade, deverá
conter o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado,
para caracterizar a obra, serviços ou ações a serem implantadas, possibilitando a definição dos
métodos, do prazo de execução e a avaliação do custo de suas obras ou serviços.

O conteúdo mínimo de cada projeto, estabelecido a partir dos Elementos ao longo do item 3.6
Sócio-Ambientais deverá incluir:

• O desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global do tema tratado e


a identificação, com clareza, de todos os seus elementos constitutivos;
• As soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar
a necessidade de reformulação ou de variantes durante a eventual elaboração do projeto
executivo e da implantação dos serviços, das obras ou ações;
• Os subsídios para o desenvolvimento dos serviços de campo e outros dados necessários em
cada caso;
• Os mecanismos necessários à sua viabilização, tais como recursos, parceiros, convênios e
outros instrumentos de articulação institucional;
• O orçamento detalhado do custo dos trabalhos, fudamentado em quantitativos de serviços e
fornecimentos propriamente avaliados.

As ações estabelecidas devem estar organizadas de maneira harmônica e integrada, consideradas


tanto individualmente em cada projeto, como em relação ao conjunto de projetos, construindo a
rede de relações entre eles. A análise da inter-relação entre os projetos deverá ser apresentada
em um fluxograma.

No caso de serem necessárias ações antecipatórias, o correspondente sistema de monitoramento


e controle deverá ser definido e implantado.

O cronograma de cada projeto e do conjunto de projetos deverá ser compatível com o cronograma
de engenharia e com as necessidades de realização da obra, indicando os marcos principais
destas atividades. O cronograma geral dos projetos sócio-ambientais deverá contemplar a duração
de cada projeto e iniciar suas fases de implantação e monitoramento, por exemplo.

Assim, cada projeto deverá ser elaborado considerando o seguinte roteiro:

84
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

• Introdução, contendo os elementos descritivos que caracterizam o projeto, sua origem,


justificativas e suas inter-relações com demais projetos;
• Objetivos;
• Levantamentos e estudos realizados;
• Critérios e metodologia adotados no seu desenvolvimento e para sua implantação;
• Atividades previstas;
• Produtos previstos;
• Cronograma de atividades, referenciado a marcos ou fases do empreendimento, destacando
as atividades correspondentes à etapa de implantação e de operação;
• Peças gráficas correspondentes (mapas, desenhos, gráficos, tabelas etc);
• Referências bibliográficas e outras;
• Indicadores e sistemática de avaliação de desempenho do projeto;
• Recursos (humanos e materiais) e orçamento;
• Anexos, onde serão apresentado os dados obtidos nos levantamentos realizados.

Para o conjunto dos projetos deverá ser apresentado:

• Fluxograma de inter-relacionamento dos projetos;


• Fluxograma e cronograma geral de implantação;
• Orçamento Padrão ELETROBRÁS;
• Compatibilização do orçamento dos projetos com o OPE.

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ANEEL

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RELATÓRIO FINAL DO PROJETO BÁSICO

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

7. RELATÓRIO FINAL DO PROJETO BÁSICO

7.1 ITEMIZAÇÃO

Como coroamento de todos os estudos desenvolvidos nas atividades descritas, ao final do Projeto
Básico deverá ser elaborado o relatório final conclusivo, que sintetizará os trabalhos realizados.

Com as adaptações que se fizerem necessárias, em função das características particulares de


cada aproveitamento, o relatório final deverá conter todas as informações constantes da itemização
que se apresenta a seguir, assim como os desenhos a serem apresentados deverão seguir o
conteúdo e tabelas de escala recomendadas.

1. Apresentação

2. Introdução
2.1 Objetivo
2.2 Histórico
2.3 Estudos Anteriores
2.4 Características Principais

3. Sumário das Principais Conclusões e Recomendações

4. Levantamentos Complementares e Estudos Básicos Efetuados


4.1 Aerofotogramétricos e Topobatimétricos
4.2 Hidrometeorológicos
4.3 Hidráulicos
4.4 Geológicos e Geotécnicos
4.5 Tecnológicos de Concreto e Materiais de Construção
4.6 Estudos Energéticos
4.7 Sócio-Ambientais
4.8 Integração da Usina ao Sistema de Transmissão

5. Descrição das Estruturas do Aproveitamento


5.1 Concepção Geral do Projeto
5.2 Desvio do Rio
5.3 Barragens e Diques
5.4 Vertedouro
5.5 Circuito Hidráulico de Geração
5.6 Casa de Força
5.7 Equipamentos e Sistemas Eletromecânicos
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5.8 Subestação e Linhas de Transmissão


5.9 Obras Acessórias

6. Projetos Sócio-Ambientais

7. Infra-estrutura e Suprimento para a Obra

8. Cronograma e Planejamento Construtivo

9. Orçamento Padrão Eletrobrás

10. Ficha Técnica

11. Documentos de Referência

7. 2 DESENHOS - CONTEÚDO

Fazem-se a seguir considerações sobre a apresentação dos desenhos do Projeto Básico.

Com relação à escala com que deverão ser representadas as figuras dos desenhos de projeto,
entende-se que as mesmas poderão variar substancialmente em função das dimensões do
empreendimento. Determinados tipos de desenhos, entretanto, deverão ser, obrigatoriamente,
representados em escalas compatíveis com o grau de detalhamento requerido, razão pela qual
apresenta-se, no Item 7.3 uma Tabela-Guia de escalas recomendadas a serem utilizadas.

7.2.1 Desenhos Gerais

Incluem-se, neste grupo, os desenhos de caracterização geral do empreendimento, visando o


fornecimento de uma visão global das obras a construir e de um resumo sucinto dos resultados
dos principais estudos realizados até o final do Projeto Básico. Tais desenhos gerais deverão
permitir visualizar:

Þ a localização geral do Empreendimento - mapa político situando o local do


empreendimento e indicando suas principais ligações aéreas e terrestres com o restante do país.
Deverão conter, no mínimo: localização de aeroportos, ferrovias, rodovias, portos, cidades
principais, rios e barragens existentes. Barragens em construção ou projetadas constarão do
desenho da bacia hidrográfica;

Þ a situação regional do empreendimento - mapa político regional contendo a situação


do empreendimento com relação aos núcleos habitacionais próximos e suas ligações. Deverá
conter, no mínimo: localização de aeroportos, ferrovias, rodovias, portos, cidades principais, rios

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

principais, afluentes e limites geo-políticos. Além disso, deverão ser indicadas informações úteis,
tais como rodovias pavimentadas ou não, as ligações ou acessos projetados ou em construção,
e os respectivos gabaritos rodo-ferroviários;

Þ a situação geral do reservatório - mapa geral de contorno da futura área inundada,


evidenciando a situação do reservatório na bacia hidrográfica a que pertence, a área a ser desa-
propriada, outros empreendimentos ligados à utilização do reservatório e considerados
condicionantes do aproveitamento. Este desenho deverá indicar além das barragens existentes,
as em construção e em projeto, bem como o perfil do rio em questão (cascata);

Þ desenhos indicando, quais informações topobatimétricas e geodésicas estão


disponíveis na área do empreendimento (usina e reservatório);

Þ a implantação local das obras principais - desenhos enfocando, principalmente a área


das obras sob o ponto de vista de utilização territorial. Deverão ser distinguidas as áreas ocupadas
pelo Canteiro de Obras, Acampamento, Vila Residencial, Obras Principais, Áreas de Empréstimo,
Jazidas, Pedreiras etc;

Þ o arranjo geral do aproveitamento - detalhando a situação relativa das obras principais;

Þ a localização das estações hidrológicas e meteorológicas - no local e na região do


empreendimento, utilizadas nos estudos hidrometeorológicos;

Þ detalhes civis típicos (escadas, veda-juntas, armaduras típicas, juntas de construção,


acabamentos de concreto, barras de ancoragem, tirantes,etc.);

Þ o resumo das características hidrológicas, hidráulicas e climatológicas - desenhos


contendo, basicamente: histogramas de chuvas médias anuais, ventos, temperaturas médias
anuais, vazões médias (máximas, médias e mínimas) mensais, curva de permanência das vazões,
curva de remanso, onda de cheia característica, curvas-chave características (de jusante e dos
órgãos extravasores para cada fase do desvio do rio), curvas cota x área x volume do reservatório;

Þ o resumo das características geológico-geotécnicas - mapa geológico-geotécnico


regional contendo os cortes geológicos típicos (regionais), mapa geológico-geotécnico local, in-
cluindo localização de jazidas, pedreiras e áreas de empréstimo, planta de situação das in-
vestigações geotécnicas, perfil geológico típico ao longo do eixo das estruturas principais e
indicação da localização dos pontos investigados (seções transversais e longitudinais ao eixo),
características de rochas e solos investigados e ensaios realizados.
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7.2.2 Desenhos das Obras de Desvio

Þ esquema de desvios - desenhos que possam fornecer dados acerca das fases
construtivas da obra, esclarecendo, inclusive, sobre os volumes de obras, provisórias e definitivas,
a serem executadas em cada fase.

Os desenhos poderão ser esquemáticos, sem necessidade de detalhamento geométrico acurado,


mas deverão possuir os elementos essenciais, necessários à boa compreensão da evolução
das fases.

Þ descrição das obras - os desenhos de descrição das obras deverão poder ilustrar,
considerando o nível de elaboração do projeto:

• a implantação geométrica das estruturas;


• o arranjo geral das mesmas;
• os cortes típicos em cada trecho.

Deverão estender-se a todos os elementos importantes do desvio, tais como:

• ensecadeiras em ambas as margens;


• ensecadeiras finais de fechamento;
• canal de desvio;
• túnel de desvio;
• órgãos ou estruturas de controle e fechamento.

O detalhamento deverá ser de tal modo a poder identificar os materiais necessários à construção
destas estruturas e permitir sua cubagem, bem como avaliar todos os condicionantes de seu
método construtivo. Assim, granulometria, volumes, curvas-chave, metodologia de tampona-
mento de túneis de desvio, e outras informações são importantes para uma adequada avaliação
das operações de desvio.

Þ equipamentos hidromecânicos - desenhos dos equipamentos hidromecânicos e res-


pectivos dispositivos de acionamento/movimentação, englobando as comportas corta-fluxo e
ensecadeiras, peças fixas, equipamentos e/ou dispositivos de acionamento e seqüência de
operações de fechamento do desvio.

7.2.3 Desenhos Civis das Obras Principais

Do mesmo modo como na descrição das obras de desvio, os desenhos descritivos das obras
principais deverão permitir:
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

• identificar qualitativamente os materiais necessários de construção das obras e sua disposição


geométrica;
• cubar os diversos materiais de construção;
• verificar os métodos construtivos previstos;
• verificar o tipo e disposição dos diversos equipamentos eletromecânicos principais de cada
estrutura.

Basicamente, para cada área da obra, ou para cada estrutura típica, será necessário detalhar,
quando aplicável:

• arranjo geral;
• escavações: planta, cortes típicos e, quando for o caso, fases construtivas e seus acessos;
• forma geométrica: plantas nos diversos níveis típicos, cortes e vistas;
• tratamento de fundações: tipo e disposição geométrica;
• esquemas construtivos: disposição de juntas, lances de concretagem e fases construtivas;
• zoneamento e classes de concreto;
• armadura típica;
• instrumentação: locação dos diversos instrumentos;
• ensaios realizados.

Como obras definitivas, será necessário separar as estruturas em:

Þ barragens e diques - estruturas cuja finalidade no aproveitamento é, apenas, o


barramento do rio, podendo, ou não, englobar seus elementos de transição ou ligação com outras
estruturas. Incluem-se, nesta categoria, para efeito de apresentação dos desenhos do Projeto
Básico, apenas as barragens ligadas fisicamente, ou, pelo menos, com interferência física direta
com as estruturas de geração.

De um modo geral, poderá haver:

• barragem de terra;
• barragem de enrocamento;
• barragem de concreto.

Eventualmente diferenciadas, em função de sua posição situação em planta, em:

• barragem de margem esquerda;


• barragem da margem direita;
• barragem do leito do rio;
• muros de abraço ou de transição.

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ANEEL

Þ estruturas de geração - incluem-se, neste grupo, todas as estruturas integrantes do


circuito hidráulico de geração, tais como:

• canal de adução;
• túnel/conduto de adução livre ou forçado;
• tomada de água;
• chaminé de equilíbrio;
• túnel / conduto forçado;
• casa de força;
• canal de fuga;
• área de montagem;
• edifício de comando.

No caso de usina subterrânea, considerar galerias de transformadores, de válvulas, e outras.

Þ estruturas de extravasão - incluem-se, neste grupo, todas as estruturas integrantes do


sistema de extravasão da usina, tais como:

• extravasores de superfície;
• extravasores de fundo;
• canal de aproximação;
• bacia ou canal de restituição;
• bacia de dissipação;
• canal de restituição;
• dissipador de energia.

Þ outras estruturas - serão incluídas, neste grupo, as estruturas que não pertencem a
nenhum dos grupos acima descritos, sendo que, em função da importância que tais estruturas
tiverem no contexto do aproveitamento, poderão ter maior ou menor destaque, podendo, constituir
um volume de desenhos à parte.

Podem ser incluídas, neste grupo, estruturas como:

• tomada d’água para abastecimento d’água/irrigação;


• obras de controle de enchente;
• canais e eclusas;
• portos;
• estações de piscicultura;
• escadas de peixe;
• ponte.
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

7.2.4 Desenhos dos Equipamentos Eletromecânicos das Obras Principais

Serão reunidos, neste grupo, todos os desenhos relativos aos equipamentos principais e sistemas
auxiliares eletromecânicos, incluindo plantas, cortes, seções e detalhes, quando houver:

Þ Estruturas de Geração

• Grades da tomada d’ água e máquina limpa-grades, concepção e peças fixas;


• Comportas ensecadeiras e principais da tomada d’água, concepção e peças fixas;
• Pórtico rolante, concepção e peças fixas;
• Condutos forçados, concepção;
• Equipamentos de movimentação e levantamento de cargas da casa de força e tubo de
sucção;
• Arranjo físico dos equipamentos principais;
• Sistemas auxiliares mecânicos na casa de força e subestação;
• Sistemas auxiliares de corrente alternada;
• Sistemas auxiliares de corrente contínua
• Sistemas de aterramento;
• Fluxogramas dos diversos sistemas auxiliares mecânicos;
• Diagrama isométrico do barramento blindado e equipamentos associados;
• Diagramas unifilares dos sistemas auxiliares de corrente alternada;
• Diagramas unifilares dos sistemas auxiliares de corrente contínua;
• Arquitetura do sistema de comando, controle e proteção;
• Diagrama Unifilar geral, unidade geradora e subestação;
• Diagrama Unifilar de medição e proteção da unidade geradora;
• Diagrama Unifilar de medição e proteção da subestação.

Þ Estruturas de Extravasão

• Comportas ensecadeiras e segmento do vertedouro, concepção e peças fixas;


• Equipamentos de movimentação e levantamen-to de cargas do vertedouro, concepção e
peças fixas;
• Serviço auxiliar de corrente alternada do vertedouro.

7.2.5 Desenhos de Subestações e Linhas de Transmissão

Þ Subestação da Usina
• Diagrama Unifilar Simplificado;
• Diagrama Unifilar de Proteção e Controle;

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• Diagrama de Serviços Auxiliares de CA e CC;


• Arranjo Geral- Plantas;
• Arranjo Geral- Cortes;
• Esquema de Aterramento e Blindagem;
• Planta de Localização.

Þ Interligação da Casa de Força à Subestação Secionadora


• Traçado da Linha de Interligação;
• Planta e Perfil Preliminar;
• Silhuetas das Estruturas;
• Arranjo das cadeias de isoladores (suspensão e ancoragem);
• Fundação Típica.

7.2.6 Desenhos de Planejamento da Construção

Serão reunidos, neste grupo, os desenhos relativos ao planejamento da construção do empreendi-


mento, basicamente: cronograma de barras, desenhos de estradas de acesso e serviço, canteiro
e acampamento, e histogramas de materiais.

7.3 TABELAS DE ESCALAS RECOMENDADAS

Desenhos Gerais (Regionais)

Localização, clima, relevo, hidrografia, e outros:


de 1: 100.000 a 1: 1.000.000

Desenhos de Implantação Geral (Locais)

Canteiro, arranjos geral das obras, vilas, esquemas de desvio e outros:

de 1: 2.000 a 1: 10.000

Desenhos de Arranjo Geral de Estruturas

Obras de desvio, unidades funcionais, desenhos gerais de escavação, e outros:

de 1: 200 a 1: 2.000

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO

Desenhos Estruturais

Plantas e cortes específicos, escavações em solo e rocha, tratamentos, instrumentação,


equipamentos eletromecânicos e outros:

de 1: 100 a 1: 500

Desenhos dos Equipamentos

Arranjos Gerais: de 1: 50 a 1:100


Detalhes : 1:5 a 1:20

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