Resumo - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Resumo - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Resumo - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Ação que tem por objetivo responsabilizar por danos morais e patrimoniais causados ao meio-ambiente, ao
consumidor, à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a
interesse difuso ou coletivo, por infração da ordem econômica e da economia popular. Prevista na Lei nº 7.347, de 24
de Julho de 1985.
Segundo a doutrina, não é taxativo o rol dos direitos que podem ser buscados através da ação civil pública e nem o dos
instrumentos processuais de tutela coletiva. Aplica-se no caso, o denominado Princípio da Não-Taxatividade.
De acordo com o art. 21, parágrafo único, incisos I e II do Código de Defesa do Consumidor, temos as seguintes
definições:
• São aqueles transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato.
• São direitos que pertencem a todos, com titulares indeterminados, não podendo ser individualizado, eis que o
bem jurídico é indivisível. O que gera a junção de interesses, é uma situação de fato.
• Ex. Dano ambiental que causa a poluição da água; dano a um patrimônio histórico, artístico, turístico; dano a
patrimônio público; propaganda enganosa e abusiva que atinge a todas as pessoas indeterminadamente.
• São os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.
• Ex. conjunto de pais de alunos que sofreram aumento abusivo da mensalidade escolar, gerando a eles um
dano coletivo em sentido estrito. Note-se que os titulares são identificáveis e podem propor uma Ação Civil
Pública para evitar o aumento.
Pretensões que não podem ser veiculadas por ação civil pública-
• Tributos;
• Contribuições previdenciárias;
• Outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.
A legitimação para a propositura da ação civil pública é extraordinária, concorrente (os entes legitimados podem
atuar ao mesmo tempo no pólo ativo da ação) e disjuntiva (nenhum dos entes legitimados depende da concordância
dos outros para mover a ação civil pública).
a. Ministério Público.
• O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
b. Defensoria Pública.
• A lei 11.448/07 trouxe legitimidade para a Defensoria Pública, consolidando entendimento tanto da doutrina
quanto da jurisprudência.
e. a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
e. b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à
livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
• Requisito da pré-constituição das associações - Poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
protegido.
1. Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas habilitar-se como litisconsortes de
qualquer das partes.
2. Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
Estados na defesa dos interesses e direitos que podem ser objeto de defesa através da ação civil pública.
Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado assumirá a titularidade ativa.
Foro competente-
Foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
• Prevenção – A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
• Condenação em dinheiro;
Ação cautelar –
Pode ser intentada objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística ou
aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico
Mandado liminar-
• A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à
saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento
do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo
para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
Multa cominada liminarmente - Só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor,
mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às
exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
Petição inicial
Para instruí-la o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar
necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.
O interessado deverá ministrar-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os
elementos de convicção.
Juízes e tribunais-
Se, no exercício de suas funções, tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil,
remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Inquérito Civil
Poderá ser instaurado pelo Ministério Público, sob sua presidência. Para tanto, poderá:
• Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, hipótese em que a ação poderá ser proposta
desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
Crime-
Recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando
requisitados pelo Ministério Público. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos,
mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTN
Arquivamento do Inquérito –
Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a
propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o
fundamentadamente.
Nesse caso os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se
incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. Lá, será submetido
a uma sessão para exame e deliberação, onde a promoção de arquivamento será homologada ou rejeitada.
• Até que ocorra a sessão, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos,
que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
• Será designado, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer
O juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de
execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de
requerimento do autor.
• A indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos
Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade.
Poderá ser conferido pelo juiz para evitar dano irreparável à parte.
Execução-
• Será promovida pelo Ministério Público, após decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, sem que a associação autora tenha executada.
Fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator.
• Se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Litigância de má-fé-
Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade
por perdas e danos.
Nas ações civis públicas, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé.
RESUMO 2 – AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Esta modalidade de ação tem por objeto os interesses difusos, os interesses coletivos e os
interesses individuais homogêneos.
Quanto à legitimação das associações civis para ingresso em juízo com uma ação civil
pública, há exigência legal de preenchimento de dois requisitos:
Nesse sentido, o Conselho Superior do Ministério Público, em São Paulo, editou a Súmula de
Entendimento n. 07: “O Ministério Público tem legitimidade para defender os interesses
individuais homogêneos que tenham expressão para a coletividade, tais como: a) os interesses
individuais homogêneos que dizem respeito à saúde e segurança das pessoas; b) o acesso de
crianças e adolescentes à educação; c) onde haja extraordinária dispersão dos lesados; e d)
quando convenha à coletividade, o zelo pelo funcionamento de um sistema econômico, social
ou jurídico”.
2.5. Competência
A competência para propositura de ação civil pública é a denominada “competência funcional
absoluta”, isto é, será competente para apreciação da ação proposta o juízo do local da
ocorrência do dano.
Caso o dano ocorra em duas ou mais comarcas, a ação civil pública poderá ser proposta em
qualquer uma delas. Caso o dano atinja uma região de um Estado, a Ação deverá ser proposta
na Capital deste Estado.
A Constituição Federal estabelece quais os interesses da União e dispõe que, havendo dano a
qualquer um deles, a ação civil pública deverá ser proposta em uma das varas da Justiça
Federal, com a competência ditada pelo critério territorial.
A Súmula n. 183 do STJ dispunha que competia ao Juiz estadual, nas comarcas que não eram
sede da Justiça Federal, processar e julgar a Ação Civil Pública, ainda que a União figurasse no
processo. Segundo o Prof. Hugo Nigro Mazzilli, “A Lei n. 7.347/85 não diz que cabe à Justiça
Estadual processar e julgar ações civis públicas de interesse da União, nas comarcas que não
sejam sede de varas federais – como pretendia a Súmula n.183 do STJ - ; assegura apenas que
a competência funcional será a do foro do local do dano. Isso significa que, se se trata de
questão afeta à Justiça Estadual, conhecerá e julgará a causa o juiz estadual que tenha
competência funcional sobre o local do dano; ou então, será o juiz federal que tiver
competência funcional em relação ao local do dano”. “Dirimindo a controvérsia, o plenário do
STF, por unanimidade, recusou, enfim, a tese da Súmula n. 183 do STJ, e reconheceu a
competência dos juízes federais e não do juiz estadual local, nas ações civis públicas em que
seja interessada a União, entidade autárquica ou empresa pública federal” .
2.9. Execução
O tipo de execução na ação civil pública será aquele determinado pelo Código de Processo Civil.
Os titulares de execução serão os mesmos que podem propor a ação civil pública, desde que
tenham legitimidade.
O Ministério Público tem o dever de propor a ação de execução na omissão dos demais
legitimados, não existindo independência funcional, visto que o direito já foi reconhecido
judicialmente (art. 15 da lei de ação civil pública).
Quando for interesse difuso ou coletivo, a indenização obtida será destinada a um Fundo de
Recuperação de Interesses Metaindividuais lesados.
Esse fundo tem administração própria, inclusive com a participação do Ministério Público. É
estabelecida uma divisão entre Fundo Federal e Fundo Estadual; no entanto, não há
subdivisões, como fundo ambiental, fundo do consumidor, etc.
Não existirá um Fundo quando o interesse for individual homogêneo.
Na Improbidade Administrativa, no entanto, o dinheiro voltará para o erário lesado, ou seja, se
foi crime contra Administração Municipal, por exemplo, os valores serão devolvidos ao erário
Municipal.