O Condensador em Corrente Contínua

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Manual do Aluno

Condensadores
O condensador é um componente utilizado na eletrónica cuja principal função é o
armazenamento de energia elétrica. São constituídos, basicamente, por duas placas de
metal separadas por um material isolante chamado de dielétrico. A cada uma dessas
placas de metal é ligado um fio que constitui os terminais do condensador.

Fig. 24: Esquema interno de um condensador (á esquerda). Símbolo do condensador.

Tipo de Condensadores
Cerâmico – valores pequenos (até 1µF), tensões elevadas.

Poliéster – propriedades semelhantes aos cerâmicos e valores mais elevados (até 10uF)

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ELETRÓNICA FUNDAMENTAL

Eletrolítico – Polarizados. Valores elevados mas com baixa precisão e estabilidade com
a temperatura.

Tântalo – Polarizados. Maior capacidade volumétrica e melhor desempenho que os


eletrolíticos. Baixas tensões. Dispendiosos.

Capacidade de um condensador
À propriedade do condensador em armazenar cargas elétricas ou energia elétrica dá-se
o nome de capacidade. Quanto maior é o seu valor, maior será a quantidade de cargas
elétricas que o condensador pode armazenar.
A capacidade representa-se por C. Exprime-se em Farad (F)

Submúltiplos

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Manual do Aluno

O valor da intensidade de corrente elétrica é dado pela expressão:

Q
C= �
U
em que:
Q - Carga elétrica - (C)
U - Tensão aplicada - (V)
C - Capacidade - Farad (F)

Exercicio
1. Determinar a carga de um condensador de 22μF quando alimentado à tensão de 12 V.

Código de cores

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ELETRÓNICA FUNDAMENTAL

Código de letras
É o mais habitual:

Análise de circuitos com condensadores


Uma forma simples de fixar a associação de condensadores é o facto de, no cálculo da
capacidade total CT, ser o inverso das resistências, ou seja o circuito série de condensadores
é idêntico ao circuito paralelo de resistências, verificando-se o mesmo para circuitos
paralelos de condensadores que são idênticos aos circuitos série de resistências.

Circuito série

Fig. 25: Associação em serie de condensadores e seu equivalente

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Manual do Aluno

A tensão divide-se pelos condensadores 1, 2 e 3 logo, a tensão total será a soma da tensão
no condensador 1 mais, a tensão no condensador 2, mais a tensão no condensador 3.
U T = U1 + U 2 + U 3
Na combinação em série, como foi dito anteriormente, a capacidade equivalente é:
1 1 1 1 1
= + + + +
CT C1 C2 C3 Cn

No caso particular, de 2 condensadores poderemos utilizar a seguinte expressão:

C1 × C2
CT =
C1 + C2

A capacidade equivalente é sempre inferior a cada um dos condensadores agrupados.

Circuito paralelo

Fig. 26: Associação em paralelo de condensadores e seu equivalente.

Nos circuitos paralelos temos sempre dois pontos comuns, logo a tensão que chegará a
cada condensador será sempre a mesma logo, diremos que esta é constante ao longo
do circuito.
U T = U1 = U 2 = U 3

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ELETRÓNICA FUNDAMENTAL

Sendo C a capacidade equivalente teremos:

CT = C1 + C2 + C3

Ou, generalizando:
n
CT = ∑Ci
i =1

A capacidade equivalente é sempre superior a cada um dos condensadores agrupados.

Exercicios
2. Agrupamos três condensadores de 10 μF, 12 μF e 47 μF com tensão nominal de 16 V.
Determine:
2.1 A capacidade equivalente.
2.2 A carga armazenada quando se aplica ao conjunto dos condensadores 12 V.
2.3 A tensão nos terminais de cada condensador.
3. Associaram-se em paralelo dois condensadores de 10 μF e 15 μF, 16 V. Calcule:
3.1 A capacidade equivalente.
3.2 A carga armazenada quando o conjunto é alimentado a 12 V.
3.3 A carga adquirida por cada um dos condensadores.

Constante de tempo num circuito RC


Ao aplicarmos a tensão Uin ao circuito da figura seguinte, o condensador vai carregar-
se mais ou menos rapidamente, conforme os valores de R e C. Como vimos atrás, no
instante da ligação o condensador comporta-se como um curto-circuito. Com o aumento
da carga, a tensão Uc aumenta, até atingir o valor da tensão de alimentação, ficando a
tensão UR nula. A carga será tanto mais rápida, quanto menores forem os valores de R
e C.

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Manual do Aluno

Fig. 27: Circuito de análise da carga e descarga de um condensador e respetiva forma


da tensão Uin.

Assim, o produto R C designa-se por constante de tempo do circuito, que se representa


por:
Ƭ=R.C

A variação da tensão no condensador, assim como a variação da corrente no circuito


estão representadas na figura seguinte:

Fig. 28: Gráfico de carga e descarga de um condensador e respetivos valores de τ

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ELETRÓNICA FUNDAMENTAL

No instante t0, a tensão Uin é aplicada ao circuito carregando, consequentemente, o


condensador. No instante t1 o condensador está na sua fase de descarga.
A constante de tempo de um circuito define-se como o tempo necessário para que a
tensão atinja 63 % da sua variação total, ou para que a corrente atinja 37 % do seu valor
inicial.

Condensadores em corrente contínua


Carga de um condensador

Fig. 29: Curvas de carga de um condensador e da corrente no circuito.

Ao ligarmos um circuito constituído por um condensador e um galvanómetro (instrumento


capaz de detetar a passagem da corrente elétrica) como o da figura anterior, aos
terminais de um gerador de corrente contínua, a f.e.m. do gerador provoca o movimento
de grande número de eletrões de uma armadura para outra através do circuito.
No instante da ligação a intensidade da corrente de carga tem o seu valor máximo. Um
grande número de eletrões são deslocados da armadura negativa para a armadura
positiva, sendo atraídos pelo polo positivo do gerador, que lança igual quantidade na
outra armadura que se vai carregando negativamente. A intensidade de corrente é de
elevado valor, decrescendo rapidamente até se anular.
A quantidade de eletricidade aumenta à medida que se vai efetuando a carga, fazendo
aumentar a tensão UC aos terminais do condensador. Quando UC iguala U, cessa a
corrente no circuito. O ponteiro do galvanómetro, que se deslocou bruscamente num
sentido, indica agora o zero. Desligando o comutador da posição 1, o condensador
mantém- se carregado.

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Descarga do condensador

Fig. 30: Curvas de descarga de um condensador e respetivas formas de UC e I.

Passando o comutador à posição 2, as armaduras do condensador são ligadas entre si,


pelo que se inicia a descarga. O ponteiro do galvanómetro desloca-se em sentido contrário
ao da carga. A grande quantidade de eletrões em excesso na armadura negativa passa
para a armadura positiva através do circuito. De início esta corrente é bastante intensa,
mas gradualmente o ponteiro vai regressando a zero, o que sucede quando também é
nula a tensão entre as armaduras.

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