DOENCAS INFECCIOSAS Volume 2 Numero 1 65p. 2020
DOENCAS INFECCIOSAS Volume 2 Numero 1 65p. 2020
DOENCAS INFECCIOSAS Volume 2 Numero 1 65p. 2020
DOENÇAS INFECCIOSAS
Sumário
INTRODUÇÃO
A brucelose bovina é uma enfermidade infectocontagiosa, causada por
bactérias do gênero Brucella, principalmente pela espécie Brucella abortus.
Caracteriza-se como um problema grave ligado à saúde pública por ocasionar
prejuízos econômicos elevados, além de ser uma zoonose de distribuição mundial
(MAPA, 2017).
Em 2001, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ao
verificar a ineficácia das medidas de controle até então adotadas, implantou o
Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT),
que consiste em um conjunto de medidas sanitárias estratégicas para reduzir a
prevalência e incidência destas enfermidades (MAPA, 2017; POESTER et al., 2009;
SOLA et al., 2014).
Para a brucelose bovina, as estratégias podem ser resumidas em vacinação,
certificação de propriedades livres por rotinas de testes indiretos, controle da
movimentação de animais e sistema de vigilância específico (POESTER et al., 2009).
REVISÃO DE LITERATURA
A brucelose bovina é uma enfermidade considerada endêmica no Brasil.
Devido à grande dimensão territorial e as características próprias de cada região, os
dados referentes aos focos são bastante distintos pelo país (LAGE et al., 2008; SOLA
et al., 2014; POESTER et al., 2009).
Para determinar a presença de um foco, em cada estado brasileiro estimou-
se a prevalência de propriedades infectadas pela brucelose bovina e a quantidade de
animais soropositivos, por meio de um estudo amostral dirigido para detectar focos da
enfermidade. O planejamento amostral permitiu determinar as prevalências de focos
e de fêmeas com mais de 24 meses soropositivas para brucelose no Brasil (ALVES et
al., 2009; AZEVEDO et al., 2009; CHATE et al., 2009; DIAS et al., 2009; GONÇALVES
et al., 2009; KLEIN-GUNNEWIEK et al., 2009; MARVULO et al., 2009; NEGREIROS
et al., 2009; OGATA et al., 2009; ROCHA et al., 2009; SIKUSAWA et al., 2009; SILVA
et al., 2009; VILLAR et al., 2009; FIGUEIREDO et al., 2011; SOUZA et al., 2012).
Concentra-se na região Centro-Oeste o maior número de focos da doença,
sendo os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso os que possuem mais casos,
com 41,5% e 41,1% respectivamente. Goiás apresenta 17,5% e Distrito Federal 2,5%.
Em relação aos soropositivos, destaca-se o Mato Grosso com 10,2 % e Goiás com
3% (CHATE et al., 2009; NEGREIROS et al., 2009; ROCHA et al., 2009; GONÇALVES
et al., 2009).
A região Norte possui o segundo maior número de focos, onde Rondônia
apresenta 35,1%, Roraima 27,4% e Tocantins 21,2%. Já em relação aos
soropositivos, Rondônia possui 6,2%, Roraima 4,1% e Tocantins 4,4% dos casos
(VILLAR et al., 2009; SOUZA et al., 2012; OGATA et al., 2009).
Na região Sudeste os números são moderados para focos e soropositivos,
destacando-se o estado de São Paulo com 9,7% e 3,8%, Espírito Santo com 9% e
6,5%, e Rio de Janeiro com 15,4% e 4%, respectivamente (DIAS et al., 2009;
GONÇALVES et al., 2009; AZEVEDO et al., 2009; KLEIN-GUNNEWIEK et al., 2009).
A região Nordeste apresentou poucos focos de brucelose e soropositivos,
sendo Sergipe o estado com maior número, totalizando 12,6% e 3,3% (SILVA et al.,
2009; ALVES et al., 2009; FIGUEIREDO et al., 2011).
A região Sul é a que possui menor número de focos, possuindo apenas 4%
no Paraná e 2% no estado do Rio Grande do Sul. Para animais soropositivos, totaliza-
se 1% no Rio Grande do Sul e Paraná (MARVULO et al., 2009; DIAS et al., 2009;
SIKUSAWA et al., 2009).
Há relatos do aumento dos números de focos de 2001 à 2004, possivelmente
por ser os primeiros anos da implantação do PNCEBT e os produtores estavam
preocupados em diagnosticar e notificar a doença. É observado, a partir de 2004,
diminuição destes números, indicando o sucesso do PNCEBT no país (GUIMARÃES,
2011).
É notável que a notificação de casos na região Centro-Oeste diminuiu
acentuadamente de 2004 até 2015, demonstrando a eficácia do PNCEBT, todavia,
ressalta-se alguns problemas nos dados devido às subnotificações (OLIVEIRA et al.,
2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A brucelose bovina está distribuída de forma heterogênea pelos diversos
estados brasileiros. Evidenciou-se o maior número de focos na região Centro-Oeste,
principalmente, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que concentram o maior
rebanho bovino brasileiro. Todavia, é evidente que ainda é de suma importante a
ampla divulgação e implantação das medidas de controle do PNCEBT no Centro-
Oeste brasileiro, aliado à conscientização dos produtores rurais e médicos
veterinários, em prol da redução do número de casos de brucelose.
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Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, vol.61, supl.1, p.19-26, 2009. Disponível em: <
INTRODUÇÃO
A tuberculose é uma das doenças mais antigas relatadas pela humanidade,
causada por bactérias pertencentes ao complexo Mycobaterium sp. A doença em
seus primórdios, deve ter atingido inicialmente animais, através de uma variante que
antecedeu o Mycobacterium bovis. A zoonose se disseminou primariamente pelo
consumo humano de carne ou leite contaminados, porém, aos poucos novas
linhagens mutantes da bactéria foram surgindo e sendo transmitidas pelo ar (SILVA
NETTO, 2007).
A brucelose, de acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO), a
Organização Mundial da saúde (OMS) e a Organização Mundial da Saúde Animal
(OIE), é uma das zoonoses mais importantes e difundidas no mundo (POESTER;
GONÇALVES; LAGE, 2002).
Enquanto a tuberculose atinge principalmente o sistema respiratório, em
média 80% a 90% dos animais infectados são por meio de via aerógena (PINTO,
REVISÃO DE LITERATURA
Agentes
A Tuberculose é uma doença infecciosa, causada pelo Mycobacterium
tuberculosis, M. bovis e M. avium, agentes etiológicos da tuberculose humana, bovina
e aviária, respectivamente. O agente etiológico, pode sobreviver fora do hospedeiro,
em condições ambientes favoráveis, por longos períodos (acima de dois anos). É
resistente a diversos desinfetantes químicos, com exceção dos produtos que
desnaturam proteínas, como: formol, cresol, álcool e fenol (ABRAHÃO, 1999).
A Brucelose, é uma antropozoonose (doença primária em animais) causada
pelo gênero Brucella, sendo, Brucella melitensis, B. suis, B. abortus e B. canis,
consideradas patogênicas para humanos. Sendo que a humana é endêmica em vários
países do mediterrâneo, Oriente Médio, Ásia, África e América do Sul, e alguns países
da Europa, como Grécia, Portugal, Espanha, Itália e França (MEIRELLES-BARTOLI,
SOUSA e MATHIAS, 2014).
No Brasil, as informações, embora escassas, apresentam a ocorrência da
Brucelose em humanos em diversas partes do país e principalmente em grupos
ocupacionais de pessoas que lidam com animais, como, fazendeiros, vaqueiros,
médicos veterinários e funcionários de matadouros (SOLA, et al. 2014)
Prevenção
No homem, as principais medidas de prevenção e controle da tuberculose
são: vacinação BCG para crianças, quimioprofilaxia, saneamento de rebanhos
bovinos infectados e a ingestão de leite fervido ou pasteurizado (BRASIL, 2019).
Nos bovinos as ações apoiam-se na instalação do diagnóstico precoce com a
aplicação da prova tuberculínica intradérmica e no sacrifício dos animais tuberculina-
positivos. A vacina BCG não é aplicada em bovinos devido ao baixo efeito protetor e
por interferir no teste tuberculínico (ABRAHÃO, 1999).
A principal forma de prevenção da brucelose em animais, é com vacinação,
para estirpes de B. abortus, B. canis, B. suis e B. melitensis (MEIRELLES-BARTOLI,
SOUSA e MATHIAS, 2014). Segundo Corbel (1997), ainda não foi encontrada
nenhuma vacina eficaz e segura para os humanos, em se tratando de animais
doentes, a medida preventiva mais eficaz é a separação e abate.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tanto a tuberculose, quanto a brucelose, são zoonoses de grande importância
pelo grande impacto causado na produção animal. O conhecimento das
características dos agentes etiológicos, dos meios de transmissão, sintomas e
prevenção, são importantes para que haja controle e erradicação das doenças, sendo
o médico veterinário, responsável por essa ação para prevenção e gerenciamento
necessários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ciência Animal) Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
INTRODUÇÃO
O mormo, também conhecido como catarro de burro, catarro de mormo,
lamparão, garrotilho atípico e cancro nasal, é uma doença é causada pela bactéria
Burkholderia mallei (SAID et al., 2016).
É uma zoonose infectocontagiosa, piogranulomatosa (inflamação de caráter
purulento), caracterizada por lesões respiratórias, linfáticas e cutâneas em equídeos,
pode ser transmitida através de secreções de animais contaminados, por água e
alimentos contaminados, ou ainda inalação de partículas em suspenção. O mormo é
responsável por alta taxa de mortalidade em equídeos (FONSECA et al., 2010). O
fluxo de portadores assintomáticos para comercialização, reprodução e práticas
REVISÃO DE LITERATURA
No Brasil, os registros datam no final do século XIX, quando ocorreram casos
de mormo tanto em animais de serviço, quanto em humanos do Exército Brasileiro.
As perdas no plantel foram enormes e levaram, inclusive, à contratação de médicos
veterinários franceses para ajudar a controlar os sucessivos surtos (MORAES, 2011).
Após vários relatos da ocorrência da enfermidade em equídeos e humanos, a
doença parecia ter sido erradicada no Brasil em 1960. Contudo, em 1999, foi
registrado seu ressurgimento, nos estados de Alagoas e Pernambuco. Desde então,
a ocorrência de casos de mormo vem sendo observada em vários estados do Brasil
(MOTA et al., 2000)
No período entre 2006 e 2015, foram registrados 582 casos de mormo no
Brasil, o que dá uma média de 58 casos por ano. Porém, o número de casos teve um
grande aumento nos últimos cinco anos, passando de 40 em 2011, para 428 em 2015.
Nesse mesmo ano, 19 estados da federação registraram casos de mormo (OLIVEIRA,
2016).
Desde 2005 até 2017 vários casos desta zoonose ocorreram em diferentes
regiões do país, suspeitando-se que a mesma nunca tenha sido erradicada (MOTA et
al., 2000). De janeiro de 2005 até dezembro de 2016, 697 focos de mormo foram
registrados no país, sendo que a região Nordeste deteve 61,4% (428/697) do total e,
nos anos de 2013 a 2016 observou-se um incremento considerável nos casos da
enfermidade no Brasil, especialmente na região Nordeste (FONSECA-RODRÍGUEZ;
JÚNIOR; MOTA, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mormo é uma zoonose grave, presente no Brasil desde o ano de 1811 até
os dias atuais. Os maiores focos estão presentes nas regiões Nordeste e Sudeste do
país. A legislação vigente de controle e erradicação da doença define novos testes,
como o ELISA e o Western Blotting para triagem e confirmação, respectivamente. O
uso desses meios diagnósticos reduz os resultados falso positivos e inconclusivos
tornando mais preciso e eficiente o diagnóstico. É de suma importância a realização
de medidas de controle para evitar ainda mais a propagação da doença no país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
O vírus da anemia infecciosa equina (AIE) faz parte da família do Retrovírus,
do gênero Lentivírus e é considerada uma doença de alcance mundial (LEROUX et
al., 2004).
Essa doença foi descrita pela primeira vez no Brasil em 1967 (SILVA et al.,
2001),e desde então se tornou um impedimento para o desenvolvimento da
equideocultura, por ser de fácil propagação e incurávele provocar grandes prejuízos
econômicos (ALMEIDA, 2006).
O homem se torna o principal personagem da cadeia de transmissão, muitas
das vezes por falta de informação, expondo o animal a utensilios contaminados, não
realizando controle de insetos hematófagos e deixando de fazer exames em suas
tropas (SILVA et al., 2001).
O cavalo infectado pode desenvolver sinais clínicos em 15 a 60 dias após a
infecção, e muitas vezes se tornam assintomáticos. A alternativa é um precoce
REVISÃO DE LITERATURA
A transmissão do vírus da AIE ocorre através do contato de um cavalo sadio
com um sangue contaminado, através do vetor hematófago(tabanídeo -“Tabanus
sp.”ou mosca-dos-estábulo - “Stomoxys calcitrans”), ou por fômites (agulhas,
utensílios, esporas, freios), ou ainda por meio da transmissão vertical, como intra-
uterina, leite materno ou sêmen (Figura 1) (CAVALCANTE, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A anemia infecciosa equina é um desafio dentro da medicina veterinária pois
continua acometendo muitos animais e ocasiona graves impactos sanitários e
financeiros na propriedade. O diagnóstico rápido e preciso através da prova de
Coggins é o melhor método identificação da enfermidade, sendo necessário a
imediata instituição das recomendação do regulamento específico, destacando a
interdição da propriedade e eutanásia do animal positivo (Artigos 18 e 53 do anexo I
do Decreto 8.852 de 20 de setembro de 2016, tendo em vista o disposto no Decreto
5.741 de 30 de março de 2006, na Instrução Normativa MAPA nº 57, de 11 de
dezembro de 2013, e o que consta do Processo nº 21000.003588/2015-18).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
De acordo com a FAO (Organização para ações Unidas para Agricultura e
Alimentação), últimos dados publicados referentes a 2017, o Brasil ocupa o terceiro
lugar entre os países produtores de leite, com produção média é de 33,5 milhões de
tonelada por ano (FAO, 2017). Uma das principais doenças responsáveis pelo
comprometimento da rentabilidade da pecuária leiteira é a mastite, devido ao fato de
levar a redução da produção, alterar a composição físico-química do leite (KREWER
et al., 2013). Além disso, a doença apresenta um risco a saúde pública, devido à
veiculação de patógenos e suas toxinas, ou pela presença de resíduos de antibióticos
no leite (COSTA et al., 2013).
A mastite é definida como uma inflamação da glândula mamária que causa
alterações no tecido glandular e/ou físicas, químicas e bacteriológicas (OLIVEIRA et
al., 2011). Existem vários agentes envolvidos nas mastites, entre eles, estão:
bactérias, algas, fungos e vírus (LANGONI, 2013).
Dentre os microrganismos encontrados, as bactérias são responsáveis por 80
a 90% dos casos de mastite, sendo que 95% das infecções são originadas por
Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus, Streptococcus dysgalactiae,
Streptococcus uberis e Escherichia colli (RODRIGUES, 2009). Bactérias do gênero
Staphylococcus spp. estão entre os principais agentes etiológicos da mastite bovina e
são frequentemente resistentes aos antimicrobianos, em especial aos beta-
lactâmicos, limitando assim, a escolha do antibiótico para o tratamento das infecções
causadas por este agente (COELHO et al., 2009).
A mastite pode se apresentar de duas formas, a mastite clínica, quando as
alterações são visíveis macroscopicamente (rubor, aumento da sensibilidade ao tato
e presença de grumos ou flocos no leite) e mastite subclínica, quando as alterações
não são visíveis a olho nu e necessita de testes de campo como o “California Mastitis
Test” (CMT) ou de laboratório como a contagem direta ou eletrônica de células
somáticas (ACOSTA et al., 2016). O aparecimento de cepas multirresistentes a
antibióticos tem dificultado o tratamento dessas infecções, então, a análise
antimicrobiana in vitro deve ser empregada pelos proprietários rurais para auxiliar a
reduzir perdas na produção leiteira (ZANETTE et al., 2010).
O antibiograma é um teste que possibilita obter resultados padrões de
resistência e suscetibilidade de uma bactéria específica a antimicrobianos. A aferição
de sensibilidade é fundamental, para a segurança no momento do tratamento
(COSTA, 2010).
A presente revisão visa abordar a importância da resistência aos principais
antimicrobianos utilizados nos tratamentos de mastite, causadas principalmente por
Staphylococcus spp.
REVISÃO DE LITERATURA
Um aspecto de vital importância no controle da mastite refere-se à resistência
dos patógenos aos antimicrobianos, gerados pelo uso indiscriminado dos mesmos
sem o conhecimento da susceptibilidade dos agentes patogênicos, não só pela
dificuldade no êxito do tratamento da doença ocasionando falhas no tratamento, como
também pelo alto risco que representa para a saúde pública pela presença de toxinas
e resíduos antibióticos (ACOSTA et al., 2016; GIRARDINI et al., 2016).
Para Saeki et al., (2011) o gênero Staphylococcus, está presente em 74,6 %
dos casos de mastite. Alguns estudos relacionados à mastite bovina demonstraram
que os microrganismos de origem contagiosa são os mais prevalentes, e entre esses,
o gênero Staphylococcus spp., destaca-se novamente (LOPES; LACERDA; RONDA,
2014).
Bactérias do gênero Staphylococcus spp. são frequentemente resistentes aos
antimicrobianos, especialmente aos beta-lactâmicos, como ampicilina e penicilina.
Seu uso inadequado no tratamento de mastite pode selecionar cepas resistentes e
comprometer a eficiência do tratamento. Isso ocorre principalmente por dois
mecanismos distintos: a produção da enzima extracelular beta-lactamase que inativa
o princípio ativo, e a produção de uma proteína ligante de penicilina de baixa afinidade
(MENDONÇA et al., 2012; SPINOSA et al., 2011). A resistência do S. aureus aos
antibióticos são expressas devido a mutações de seus genes ou por meio da aquisição
de genes de resistência de outras bactérias, da mesma espécie ou não (RATTI;
SOUZA, 2009).
Em um estudo realizado no Distrito Federal e entorno, com intuito de identificar
sensibilidades do gênero Staphylococcus sp., através da realização do antibiograma
foi possível traçar um perfil de resistência dos diferentes antibióticos testados. As
bases farmacológicas que tiveram uma maior porcentagem de S. aureus resistente
neste estudo foram: penicilina (71,2%), ampicilina (52,9%) e enrofloxacina (39,9%).
Já as bases que apresentaram alta sensibilidade foram a gentamicina (79,8%),
neomicina (76,9%), norfloxacina (76,9%), cefalexina (74,1%), cefazolina (74,1%),
lincomicina (74,1%), oxacilina (74,1%), tetraciclina (74,1%), tobramicina (74,1%),
ceftiofur (71,2%) (ANDRADE, 2012).
Em rebanhos leiteiros pequenos, como descrito em Minas Gerais, não
encontraram resistência das linhagens isoladas de S. aureus para nitrofurantoína e
associações de: neomicina, bactracina e tetraciclina (NBT); e penicilina, nafcilina e
dihidroestreptomicina (PND). Baixos índices de resistência foram encontrados no
grupo das cefalosporinas (0% para cefquinoma, 0,28% para cefalotina e 0,40% para
ceftiofur) e no grupo dos aminoglicosídeos (1,69% para gentamicina e 3,35% para
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prevenção, através da higiene é o ponto-chave para a limitação da mastite.
A alta prevalência da doença nos rebanhos, bem como o alto custo dos tratamentos
instituídos, juntamente com os prejuízos e perdas na produção, justificam a
necessidade de instituir programas relacionados à sua prevenção e controle. Sabendo
que o principal causador da enfermidade é o gênero Staphylococcus sp., recomenda-
se a pratica de antibiograma, o que torna mais eficiente a seleção de antibióticos a ser
utilizado no tratamento, mediante o resultado obtido. Porém, nem sempre é de fácil
acesso para todos produtores.
O uso errôneo dos antibióticos eleva os índices de resistência, a prática do
uso indiscriminado sem o conhecimento adequado do campo de atuação do mesmo
proporciona um tratamento ineficaz. Antimicrobianos de rotina como penicilina,
tetraciclina e ampicilina já não são mais eficazes em tratamentos simples da doença,
mesmo adotando todas a medidas de boas práticas na produção, ressalta-se a
importância de um manejo adequado na associação e escolha dos antibióticos a
serem usados para o tratamento, assim evita-se a possibilidade de resistência em um
rebanho.
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RESUMO A Diarréia Viral Bovina (BVDV) ou doença nas mucosas, como é conhecida,
varia de infecções agudas transitórias à permanentes. Em algumas ocasiões, as
infecções agudas podem levar a episódios clínicos de diarréia, agalactia, infertilidade
e em bezerros, principalmente, causar doenças respiratórias. A infecção venérea
mostra-se importante na transmissão viral, causando infecções fetais e congênitas
levando a abortos, malformações e desenvolvimento de bezerros persistentemente
virêmicos. O maior interesse em qualquer invasão do trato urogenital pelo BVDV é a
possibilidade de infecção congênita subsequente. Esse risco é maior com o animal
persistentemente virêmico. Infecções agudas do trato urogenital de bovinos
soronegativos com BVDV podem produzir doenças clínicas e podem ser uma causa
maior de perda para o rebanho nacional, já que os sintomas mais aparentes da doença
não aparecem e o diagnóstico se torna pouco provável, assim o pecuarista continua
com touro disseminando a doença e acarretando perdas econômicas. Com o sistema
de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), os exames do sistema genital se
tornaram quase que obrigatórios, e a falta deles podem resultar em prejuízos.
Dependendo de como a BVDV está agindo no organismo, o sêmen do touro é
aprovado por não demonstrar maiores problemas, por exemplo, num exame
andrológico. Nesta revisão iremos abordar os sinais clínicos e como o pecuarista pode
prevenir a doença.
Palavras-chave Bovinocultura de corte. Doenças infecciosas. Infertilidade
INTRODUÇÃO
A família Flaviviridae inclui importantes patógenos humanos e animais. Os
membros desta família são vírus de RNA de fita e envelope positivos que
compartilham semelhanças na replicação e organização do genoma. Eles foram
classificados em quatro gêneros: Flavivírus, Hepacivírus, Pestivírus e Pegivírus. Nesta
revisão vamos abordar o vírus da diarreia viral bovina que pertence ao gênero
Pestivirus, que acomete outros animais e causa diferentes infecções, incluindo o vírus
da peste suína clássica (CSFV) e vírus da doença de fronteira (BDV) de ovinos
(CALLENS et al., 2016).
O Vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) emergiu como um dos agentes mais
importantes de doenças infecciosas em bovinos. Sua natureza insidiosa levou a
perdas econômicas substanciais nos setores de leite e carne em nível mundial, até
porque o BVDV foi associado às patologias em vários sistemas, incluindo o
respiratório, hematológico, imunológico, neurológico e reprodutivo (GROOMS, 2004).
Além da eficiência reprodutiva reduzida, o BVDV usa o sistema reprodutivo
para se manter e se espalhar na população bovina, induzindo imunotolerância após a
infecção fetal, resultando no nascimento de bezerros persistentemente infectados (PI)
pelo vírus, que são a principal fonte de disseminação viral dentro e entre fazendas
(VALLE; ANDREOTTI; THAGO; 1998).
Nesta revisão vamos abordar a fisiopatologia da doença, o que se deve fazer
e como preveni-la, a modo de diminuir os prejuízos que podem ser causados na
produção de bovino de corte.
REVISÃO DE LITERATURA
A eficiência reprodutiva é essencial para a manutenção da lucratividade em
fazendas com criação de bovinos de corte (GROOMS, 2004). O vírus da BVDV é um
importante agente infeccioso de bovinos que pode potencialmente ter um efeito
negativo em todas as fases da reprodução (RIBEIRO, 2018).
Taxas reduzidas de concepção, mortes embrionárias precoces, abortos,
defeitos congênitos e bezerros fracos têm sido associados à infecção por BVDV em
bovinos (fêmeas e machos) susceptíveis. Além disso, o nascimento de bezerros com
BVDV como resultado da exposição fetal no útero é extremamente importante na
perpetuação do vírus em um rebanho infectado ou na disseminação para outros
rebanhos suscetíveis (CALLENS, 2016).
O mecanismo da fertilidade reduzida não foi totalmente esclarecido ainda,
entretanto, existem algumas explicações sugeridas que incluem: falha na fertilização,
morte embrionária precoce e disfunção ovariana (ADLER, 1996). Os problemas de
fertilidade dos rebanhos também foram associados a sêmen de baixa qualidade,
originário de touros persistentemente infectados pelo BVDV e que não passaram por
exames precedentes (ADASHI, 1990).
A ooforite crônica já foi descrita após infecção aguda pelo BVDV (GROOMS;
KENNY; WARD; 1998). Esses achados podem levar a alterações na função ovariana,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Práticas de manejo sanitário e nutricional, incluindo eliminação de bovinos PI,
medidas de biossegurança como a escolha da localidade da fazenda, evitando áreas
endêmicas, sistema de criação utilizado, de quais propriedades serão adquiridos os
animais, equipamentos de segurança dos funcionários, o uso estratégico da
vacinação, podem ser implementadas para reduzir o risco de perdas relacionadas ao
BVDV. O desenvolvimento de vacinas e estratégias capazes de fornecer melhor
proteção contra a infecção fetal seria benéfico, pelo ponto de vista de que a
persistência do vírus é uma das principais causas para perpetuar a BVDV na
bovinocultura mundial.
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INTRODUÇÃO
Pododermatite infecciosa, também conhecida como “foto rot.” ou podridão dos
cascos, é uma doença infecciosa que causa pododermatite associada à necrose
causada por duas bactérias Gram-negativas (Fusobacterium necrophorum e
Dichelobacter nodosus), que afetam a região entre o tecido epidérmico e o estojo
córneo. A D. nodosus acomete a parte superficial da pele causando lesão na epiderme
facilitando a entrada para a F. necrophorum, estabelecendo uma relação de
sinergismo entre elas (RIBEIRO, 2001; VERISSIMO, 2010).
Em geral, a podridão de cascos afeta ambas as unhas em mais de um
membro. O “foto rot.” pode se manifestar de duas formas: a benigna e a virulenta. Na
forma benigna é caracterizada por inflamação e necrose do tecido interdigital. O tecido
córneo fica mole e se separa da pele. Na forma benigna um ou poucos animais são
acometidos. Na forma virulenta, se manifesta como claudicação severa em vários
animais do rebanho, com desenvolvimento anormal de tecido córneo duro e presença
de exsudato fétido (RAILLY; BAIRD; PUGH, 2005; CONSTABLE et al., 2017).
REVISÃO DE LITERATURA
A pododermatite infecciosa ovina é uma doença contagiosa dos cascos dos
ovinos e outros ungulados. Inicialmente se apresenta como uma dermatite interdigital,
que é seguida por formações de lesões na parede interdigital do casco, com
subsequente separação do estojo córneo (BENNETT; HICKFORD, 2011). Este
processo ocorre pelo sinergismo do D. nodosus com o F. necrophorum (WANI;
SAMANTA, 2005).
O F. necrophorum é uma bactéria normal do solo e fezes e, aparentemente,
contribui para a patogenia do “foto rot.”, pois promove invasão inicial e superficial do
casco que resulta em lesão leve da epiderme, facilitando o estabelecimento do D.
nodosus. E, após o estabelecimento do D. nodosus, ocorre à invasão mais profunda
dos tecidos pelo F. necrophorum resultando no descolamento dos cascos (RIBEIRO,
2010; WANI; SAMANTA, 2005).
Mesmo com os animais apresentando dificuldade em se locomover, muitos
proprietários não procuram auxílio do Médico Veterinário e tentam tratá-los sem
conhecimento. Sendo assim, não recorrem à ajuda profissional para saber se é uma
doença contagiosa que poderá afetar todo o rebanho (HODGKINSON, 2010).
A base do tratamento é o casqueamento adequado dos cascos, geralmente
duas vezes ao ano. A aplicação tópica de antibióticos após o casqueamento melhora
a taxa de cura, e esta pode ser realizada com tetraciclinas ou antissépticos, como:
sulfato de cobre, sulfato de zinco, cetrimida ou formalina 4 a 5%. O tratamento tópico
deve ser associado à bandagem local para assegurar o contato do produto com o
casco afetado (RAILLY; BAIRD; PUGH, 2005).
contínua, área do spot de 0,028 cm2 e irradiância de 3,5W/cm2, aplicado sobre a lesão
gaze embebida com 5 mL de solução aquosa de azul de metileno (300 μM), com
tempo de pré-irradiação de 5 minutos e irradiada com laser vermelho (λ = 660 nm),
energia de 9J por ponto de aplicação, fluência/ponto de 321J/cm2 e tempo de
exposição/ponto de 90 segundos. Após o tratamento, o animal teve diminuição da dor
conseguindo colocar os pés, e redução da inflamação com ausência de secreção
depois de um dia. Apesar de um excelente desempenho para tratamento, ainda tem
poucos estudos sobre o uso da fotodinâmica antimicrobiana em casos de “foot rot”,
mas pode ser um tratamento complementar promissor.
Além disso, outras medidas de controle de doenças que provaram ser
eficazes na redução do início e severidade da podridão dos cascos, mas que são
onerosas e de difícil manutenção, incluem: criação seletiva, quarentena, uso de
antibióticos prévios (metafilaxia) e vacinação. Entretanto, mesmo que as medidas de
controle sejam empregadas, poderão ocorrer novos casos da doença na propriedade
(BITRUS et al., 2017).
A vacinação contra o “foot rot” pode aumentar significantemente a resistência
à infecção por um curto tempo e é um importante componente da estratégia de
controle da doença, principalmente, em locais onde o clima e as práticas de manejo
não favorecem o controle. A vacinação em nenhum dos casos será 100% efetiva
(CONSTABLE et al., 2017). No entanto, relata-se alta prevalência de reação a
aplicação da vacina (RAILLY; BAIRD; PUGH, 2005; CONSTABLE et al., 2017).
A aplicação da vacina deve ser feita antes da estação úmida/ chuvosa. São
aplicadas duas doses em intervalo de quatro a seis semanas. A proteção não é
completa e dura apenas um curto período (4 a 16 semanas), sendo assim, a vacina
deve ser feita na época em que há mais casos (RAILLY; BAIRD; PUGH, 2005;
RIBEIRO, 2011).
As primeiras vacinas desenvolvidas em 1969 eram monovalentes e
homólogas, e apesar de terem efeitos terapêuticos, não agiam para sorogrupos
heterólogos, o que levou a discussão sobre as vacinas serem do tipo mono ou
multivalentes, dentro da eficácia esperada. A melhor opção são as vacinas fimbriais
mono ou bivalentes específicas que ajudam a controlar e erradicar a doença, pois não
apresentam competição gênica, sendo que estas devem ser correspondentes ao
sorogrupo identificado no rebanho (DHUNGYEL; HUNTER; WHITTINGTON, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diagnóstico precoce da doença facilita o tratamento comumente feito com
uso de antibióticos de amplo espectro, mas a desvantagem é que pode ter alto custo
dependendo do número de animais infectados, por isso o uso de fitoterápicos e
terapias alternativas tem sido estudado. A profilaxia através das vacinas é a melhor
forma do rebanho não contrair pododermatite infecciosa, pois ela estimula uma melhor
resposta imune por mais tempo a partir da realização correta do protocolo. Entretanto,
a vacina sozinha não é única medida de prevenção, a higienização dos ambientes,
casqueamento, quarentenas e outros, são os primeiros passos para erradicação.
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RESUMO: A PSA (Peste Suína Africana) é uma doença viral dos suínos, considerada
atualmente, um dos grandes desafios enfrentados pelo mercado da suinocultura
mundial. Por consequência, tornou-se uma grave ameaça aos produtores de suínos
em todo o mundo desde 2007. Sendo uma enfermidade grave e altamente contagiosa
e com alta taxa de mortalidade. As espécies mais acometidas são suínos domésticos
e selvagens. A suspeita inicial da enfermidade baseia-se, principalmente, na
observação dos sinais clínicos de doença hemorrágica. Testes laboratoriais para PSA,
como diagnóstico diferencial de Peste Suína Clássica (PSC) e o uso de técnicas
laboratoriais, são empregados para a confirmação do diagnóstico. Não existem
vacinas disponíveis. Como medida de controle devido a alta morbidade da doença, se
recomenda o abate sanitário de todo o rebanho. Como a carne suína é uma das mais
consumidas no mercado mundial, por isso devido aos enormes surtos de PSA, sendo
um deles na China, começaram a faltar cortes nobres no mercado e o Brasil começou
a suprir essa demanda, foi observado um aumento de mais de 100% nos preços de
exportação da carne suína brasileira para a China. Estima-se que a China já abateu
cerca de 1,5 milhões de animais na tentativa de controlar os focos em seu território.
No Brasil, o primeiro surto da PSA ocorreu em 1978 e até o presente momento o país
foi declarado livre da doença. Intensas ações de vigilância sanitária e epidemiológica
são fundamentais para que a PSA não volte a atingir a suinocultura brasileira.
Palavras-chave: Exportação. Suinocultura. Viral.
INTRODUÇÃO
A PSA (Peste Suína Africana) é uma doença viral dos suínos, considerada
uma enfermidade letal, capaz de causar grandes prejuízos econômicos, visto que o
maior agravante está no fato de não existir vacinas disponíveis. A PSA foi erradicada
em vários países, exceto nos estados da África subsaariana (LIMA et al., 2017).
A Asfarviridae é considerada uma família de vírus complexa, que apresenta o
seu DNA envelopado, semelhante ao Poxvírus, por acometer espécies de suínos
domésticos, javalis e cruzamentos com suínos domésticos (Quinn et al.,2005; Bastos,
2008 e EMBRAPA, 2019).
A família do vírus possui alta resistência às condições ambientais adversas,
como temperatura baixas, entre 4 °C a 20 °C e um pH ambiental de 3 a 10. Podendo
propagar-se por seis meses em alimentos embutidos e carnes congeladas por até
quatro anos. Assim, é imprescindível que a carne identificada com Asfavírus não seja
consumida. A PSA tem sido observada desde o início do século XX no sul e leste
Africano, inicialmente era caracterizada pelos aspectos clínico-patológicos
semelhantes à peste suína clássica (LIMA et al., 2017). Posteriormente, foi observado
que a Peste Suína Africana e a Clássica são enfermidades distintas. A suspeita inicial
da enfermidade baseia-se principalmente na observação dos sinais clínicos de doença
hemorrágica. Contudo, o uso de técnicas laboratoriais, como as moleculares, é
imprescindível para a confirmação do diagnóstico (EMBRAPA, 2019).
Nesta revisão objetiva-se discorrer sobre a Peste Suína Africana e os
impactos causados à economia brasileira e de outros países.
REVISÃO DE LITERATURA
A Peste Suína Africana (PSA) é uma doença grave e altamente contagiosa,
que acomete suínos e se tornou uma perigosa ameaça aos produtores de suínos em
todo o mundo desde 2007. A doença circula na África Subsaariana, onde se acredita
ser a sua origem em javalis silvestres, mas atualmente é um patógeno comum em
suínos domésticos. A PSA é uma doença letal, que preocupa os produtores do mundo
inteiro. As mudanças nas práticas de produção aliadas a crescente globalização
também aumentaram o risco da propagação da doença em outros países. Surtos
ocorreram na Europa, América do Sul e Caribe, e os custos com a erradicação foram
significativos (OLIVEIRA et al., 2014).
A Peste Suína Africana é endêmica na maior parte da África subsaariana
incluindo a Ilha de Madagascar, porém, a PSA também foi relatada fora do continente
Africano. O vírus foi eventualmente erradicado na maioria dos casos, embora
permaneça endêmico na Ilha da Sardenha (Itália) no Mediterrâneo. Em 2007, a PSA
foi introduzida no Cáucaso, região da Eurásia, através da República da Geórgia e se
espalhou para suínos domésticos e javalis em vários países da região. A partir de
2015, as infecções haviam sido relatadas no extremo oeste da Lituânia, Letônia e
Polônia. O vírus que aparentemente originou este surto também foi encontrado em
javalis no Oriente Médio (Irã). Em 2018, o vírus da Eurásia foi detectado na China e
desde então, tem se alastrado a inúmeros países do sudeste asiático, como Vietnam,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os impactos da PSA são gigantescos para os produtores, visto que a doença
tem uma altíssima taxa de mortalidade, podendo chegar a 100% nos suínos
domésticos. Todas as categorias de produção são extremamente vulneráveis ao vírus.
Mesmo que algum animal sobreviva a Peste Suína Africana, ele se torna portador do
vírus e certamente contaminará outros animais sadios do plantel. Por isso, deve-se
estar sempre atento às práticas de manejo sanitárias, priorizando a capacitação da
equipe de produção, e recorrer aos órgãos competentes para manter o plantel livre do
vírus, e evitar que se dissemine para outros plantéis, que vem em crescente expansão,
com significativo aumento no valor do corte nobre da carne de porco brasileira,
aumentando a produção de animais para que os planteis sejam capazes de suprir a
demanda chinesa, valorizando a carne no mercado internacional e gerando lucros a
grandes e pequenos produtores do Brasil.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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CORONAVÍRUS CANINO
CORONAVIRUS CANINE
RESUMO: O coronavírus canino (CCov), tem grande importância pois infecta cães em todo
o mundo, os filhotes apresentam maior susceptibilidade. O vírus, que não apresenta
aspectos zoonóticos, foi classificado em dois genótipos, CCov-I e CCoV-II, os quais causam
doenças respiratórias, entéricas e generalizadas em animais domésticos. Os cães são
infectados pelas vias oro-fecais, e a replicação viral ocorre nas vilosidades intestinais
provocando diarreia súbita e iniciando suas manifestações clínicas. As principais são:
diarreia, vômito, desidratação, anorexia, febre e letargia. O PCR é o teste diagnóstico mais
sensível e específico para a identificação do patógeno. O tratamento muitas vezes é
baseado no equilíbrio hidroeletrolítico e no controle de possíveis infecções secundárias por
bactérias e parasitas concomitantes. A profilaxia se dá através da vacinação, evitar contato
do cão sadio com outro infectado, e evitar tudo que possa causar imunossupressão no
animal.
Palavras-chave: Gastroenterite viral. Cães. Diagnóstico. Profilaxia.
INTRODUÇÃO
O coronavírus canino (CCoV) foi identificado pela primeira vez na Alemanha
em 1971 com o isolamento do vírus em cães com enterite aguda. No entanto, somente
em 2002, com o surgimento da Síndrome Respiratória Aguda (SARS) em humanos
que ocorreu na China, o interesse pelo CCoV foi renovado e as pesquisas começaram
a surgir (ZUELOW, 2018). Existem quatro gêneros de coronavírus, dentre eles o
Alphacoronavirus e o Betacoronavirus. O coronavírus responsável pela atual
pandemia, o SARS-CoV-2, pertence ao gênero Betacoronavirus. O CCoV que
pertence ao gênero Alphacoronavirus acomete somente cães e não possui aspectos
zoonóticos (BOEHRINGER, 2020).
O CCoV tem sido afiliado a surtos de gastroenterites moderada em cães de
todas as idades, entretanto com gravidade superior em filhotes, principalmente
quando adepto à parvovirose, que além de grave, se torna em muitos casos fatal
(PRATELLI et al., 1999).
Com base nas cepas de CCoV foram classificados dois genótipos, CCoV tipo
1 (CCoV-I) e CCoV tipo 2 (CCoV-II) (DECARO; BUONAVOGLIA, 2001). As cepas
foram classificadas em dois subtipos, CCoV-IIa (cepas clássicas) e CCoV-IIb (cepas
decorrentes de supostos eventos de recombinação entre o CCoV-II e o TGEV, vírus
da gastroenterite transmissível de suíno (PODER, 2011).
No Brasil o primeiro estudo que identificou o CCoV-II na população canina é
recente. Neste estudo, que foi realizado no Rio Grande do Sul, o CCoV-II foi
encontrado nas fezes e em diversos órgãos como cérebro, coração, pulmão, baço,
fígado, rim entre outros, em três de um total de cinco cães com até seis meses de
idade que evoluíram para óbito com gastroenterite hemorrágica (PINTO et al., 2014).
Essa revisão bibliográfica tem como objetivo explanar sobre o coronavírus
canino, evidenciando suas características etiológicas, sinais clínicos, diagnóstico,
tratamento, profilaxia e controle.
REVISÃO DE LITERATURA
Etiologia
O coronavírus canino (CCoV), pertence à família Coronaviridae, gênero
Alphacoronavirus, espécie Alphacoronavirus-I. São vírus envelopados, com a
membrana formada pela proteína M, sendo a proteína estrutural mais abundante e
que demonstrou induzir anticorpos, enquanto a glicoproteína de espículas S é a
principal indutora de anticorpos neutralizadores do vírus (NAVARRO et al., 2017).
Segundo Ettinger e Feldman (2004), o CCoV é resistente em clima frio e
permanece infeccioso por longos períodos durante o inverno. Porém pode ser
inativado pela maioria dos detergentes e desinfetantes comerciais como o hipoclorito
de sódio (água sanitária) na medida de uma colher de sopa para cada litro d’água
utilizado.
É considerado o patógeno mais relevante responsável pela gastroenterite viral
aguda em cães filhotes e possui alta capacidade de intensificar infecções causadas
por outros patógenos (PINTO, 2013).
Epidemiologia
De acordo com Flores (2012), não há idade ou raça susceptível a infecção por
coronavírus canino. Porém, estudos apontam que os filhotes tem maior sensibilidade
e desenvolvem mais comumente sinais clínicos de gastroenterites, apresentando
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O coronavírus canino tem extrema notoriedade por gerar alta taxa de
mortalidade, caso a doença não seja tratada desde o início. Diversos fatores podem
contribuir para a infecção do animal, como estresse, aglomeração e principalmente
contato com ambientes e animais infectados. A profilaxia é efetivada através da
administração de vacinas, evitar contato com animais infectados e a higienização dos
locais onde anteriormente cães infectados estiveram.
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1Discentes Medicina Veterinária FEA; 2Docente Medicina Veterinária FEA¹Discente
INTRODUÇÃO
As leishmanioses são doenças parasitárias, ocasionadas por protozoários
pertencentes ao gênero Leishmania (ROSS, 1903). Nas américas, elas estão
presentes em 18 países e a forma clínica mais comum em humanos é a leishmaniose
tegumentar (LT), enquanto a leishmaniose visceral (LV) sendo a forma mais severa e
quase sempre fatal, se não tratada. Além disso, a leishmaniose mucosa/mucocutânea
(LMC) possui uma evolução crônica podendo causar deformidades e sequelas
(OPAS, 2020). Em cães foi descrita pela primeira vez em 1908, na Tunísia, mas devido
ao seu destaque epidemiológico atualmente se tornou alvo de estudos nas Américas
(BRASIL, 2017).
A principal forma de transmissão do parasito para o homem e outros
hospedeiros mamíferos é pela picada de fêmeas infectadas de dípteros hematófagos
da família Psychodidade pertencentes aos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia
(BRASIL, 2017).
A realização dos tratamentos diminui a carga parasitaria e a capacidade
infectiva de cães ao vetor. Em colaboração é importante a vacinação contra outras
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em todo continente americano, as diferentes formas da doença são
conhecidas como Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e Leishmaniose
Visceral Americana (LVA) (BRASIL, 2017).
A LTA, é uma doença com diversidades de agentes e apresenta um quadro
de sintomas como: hiporexia, lesões cutâneas, alopecia, hiperqueratose, aumento de
linfonodos, baço, onicogrifose, lesões oftálmicas, como blefaroconjuntivite e
ceratoconjuntivite (BRITO et al, 2007; NOGUEIRA, 2007). Na LVA, os animais
apresentam normalmente: linfadenopatia, sinais de insuficiência renal, poliúria,
polidipsia, vômito, neuralgia, poliartrite e poliomiosite (TILLEY; SMITH JR., 2008).
Atualmente há uma gama de animais assintomáticos que se tornam desafio
para diagnóstico, juntamente com uma variabilidade de sinais inespecíficos em
relação a essa doença (NOGUEIRA, 2019).
Por isso ao ocorrer lesões sugestivas para a doença, a análise não pode ser
só baseado na clínica, tornando importante a utilização de testes diagnósticos, sendo
eles parasitológicos, moleculares ou sorológicos (BRASIL, 2017). O diagnóstico
parasitológico é o método de certeza e se baseia na demonstração do parasito obtido
de material biológico de punções hepática, linfonodos, esplênica, de medula óssea e
biópsia ou escarificação de pele. Outros diagnósticos laboratoriais são a realização
de provas sorológicas como a reação de imunofluorescência indireta (RIFI), ensaio
imunoenzimático (ELISA), fixação do complemento e aglutinação direta, sendo
recomendado o soro sanguíneo o material para realização desses exames (BRASIL,
2014).
Os métodos moleculares têm sido amplamente desenvolvidos na última
década e apesar de diferentes métodos moleculares apresentarem bons resultados
para o diagnóstico das leishmanioses, a PCR é mais apropriada (REITHINGER et al.,
2007). Este método apresenta especificidade e sensibilidade altas, além de rapidez
quando comparadas às técnicas convencionais baseadas em microscopias e culturas
SC: Subcutâneo
VO: Via Oral
ressaltar que cada profissional deve utilizar com base na avaliação de seu paciente
(PELISSARI, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado em uma boa análise clínica e na abordagem de cada protocolo cabe
ao médico veterinário responsável optar pelo melhor tratamento ao seu paciente,
sempre levando em consideração as recomendações do Ministério da Saúde.
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INTRODUÇÃO
A população de felinos domésticos no Brasil é de 22 milhões de animais. O
aumento dessa população favoreceu a disseminação de importantes agentes
etiológicos e, consequentemente, a um acréscimo no número de atendimentos
clínicos, com diagnósticos de enfermidades infecciosas, tal como o complexo
respiratório felino (ABINPET, 2012).
O Complexo respiratório felino (CRF) é o termo utilizado para descrever um
conjunto de sinais e sintomas clínicos causados pelo herpesvírus felino tipo 1 (FeHV-
1), pelo vírus da calicivirose felina (CVF), pela infecção da Chlamydophila felis e pela
Bordetella bronchiseptica. Existem alguns fatores considerados predisponentes para
a ocorrência do CRF, quando estão relacionados ao hospedeiro, tendo destaque ao
estresse provocado por aglomeração de animais em gatis e em abrigos, ao transporte
e ao estado fisiológico do gato. (BURNS et al., 2011).
A doença conta com sintomas oculares e nasais, deixando o animal com
quadros de inapetência, de apatia, e de descargas mucopurulenta nasal e/ou ocular,
que variam de ulcerações orais, de estomatite crônica, de perda de peso progressiva
REVISÃO DE LITERATURA
O complexo respiratório felino (CRF) é uma patologia de caráter infeccioso e
contagioso, que acomete as vias respiratórias superiores, e apresenta alterações
conjuntivais, podendo ter inúmeros agentes virais e bacterianos envolvidos (CONH,
2011; BERGER et al., 2015). Dentre os principais patógenos do complexo estão os
virais como o Calicivírus felino (FCV) e o Herpesvírus felino-1 (FeHV-1), e os
bacterianos como a Chlamydophila felis e a Bordetella bronchiseptica. No entanto,
tudo depende da interação entre esses patógenos infecciosos e a suscetibilidade do
hospedeiro, considerando a condição nutricional e a imunológica do animal (DOWERS
et al., 2010).
Herpesvírus Felino-1 (FeHV-1)
O herpesvírus felino tipo 1 (FeHV-1) é um alfaherpesvírus, que acomete o
trato respiratório superior de felinos domésticos e de selvagens, ocasionando uma
doença conhecida como Rinotraqueíte Viral Felina (GERALDO JR., 2010; PADILLA,
2015).
Segundo Gaskell et al. (2007) a transmissão do FeHV-1 ocorre principalmente
pelos contatos direto ou indireto com as secreções nasais, as oculares e as orais.
Após o animal ter sido infectado, o vírus se replica na mucosa do septo nasal, na
nasofaringe, nas tonsilas, na conjuntiva e na córnea. A infecção viral pode ser
detectada na mucosa nasal e na orofaringe 24 horas após a infecção, e geralmente
fica por até três semanas. Ainda assim, o DNA viral pode ser identificado pela reação
em cadeia pela polimerase (PCR) por um longo período (VOGTLIN et al., 2002).
O sinal clínico inicialmente observado é uma descarga nasal serosa, que pode
evoluir para mucopurulenta devido a uma colonização bacteriana secundária. Além
disso, os gatos podem apresentar depressão, inapetência, espirros, sialorreia com ou
sem ulcerações orais, e em casos severos, dispneia e tosse (GASKELL et al., 2007).
Ainda pode ocorrer doenças sistêmicas como a pneumonia intersticial, a
necrose hepática, o aborto, os edemas generalizados e as dermatites severas,
principalmente em animais imunossuprimidos e em filhotes. O felino mesmo que
bronchiseptica não é conhecida, uma vez que a bactéria é isolada de muitos gatos
sadios. Esse patógeno pode ocasionar a doença clínica relacionada a fatores de
infecções concomitantes e pode induzir a doença respiratória de forma isolada. A
manifestação mais comum causada por bordetelose em comparação com os outros
patógenos é a tosse (CONH, 2011).
Chlamydophila felis (C. felis)
Chlamydophila felis é uma bactéria gram-negativa intracelular obrigatória, que
não sobrevive fora do hospedeiro, se multiplica no citoplasma de células epiteliais,
produz corpos reticulares não-infecciosos e corpos elementares infecciosos
(HALANOVA et al., 2011).
Os sinais clínicos mais comumente encontrados na infecção pela C. felis são
espirros, febre intermitente, inapetência, perda de peso, descargas nasal e vaginal,
claudicação e letargia (HALANOVA et al., 2011). Geralmente, as complicações da
clamidiose são decorrentes de infecções concomitantes com outros microrganismos
(GERRIETS et al., 2012). Gatos com infecção recente podem apresentar sinais
unilaterais, podendo evoluir posteriormente para bilateral. A conjuntivite pode ser
severa com hiperemia, com secreção ocular, com blefarospasmo e com quemose,
sendo considerada a principal causa de ceratite em filhotes (BAUMWORCEL et al.,
2017). O potencial zoonótico da C. felis é considerado baixo, mas a infecção pode ser
possível através da manipulação de gatos infectados, pelos aerossóis e por fômites
(BUSH et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O animal portador da doença, mesmo que assintomático, continua sendo
fonte de infecção e prolongando o ciclo do processo infeccioso, por isso, a
identificação e o estudo dos patógenos associados ao complexo respiratório felino são
muito importantes para auxiliar nas medidas de controle e de prevenção da doença,
além da escolha no tratamento clínico.
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INTRODUÇÃO
Atualmente, as afecções oculares causadas pela presença do Herpesvírus
Felino tipo 1 (HVF-1) consistem um dos principais problemas oftálmicos encontrados
na clínica de felinos. O HVF-1 é o agente mais constante nas conjuntivas e nas
ceratites em gatos domésticos, tornando-se a causa infecciosa mais estudada na
espécie (HERRERA, 2008).
Geralmente, a faixa etária dos gatos acometidos pelo HVF-1 varia de 4 meses
a 16 anos, e não há predisposição sexual (HARGIS; GINN, 1999). Uma característica
importante é a capacidade do vírus de promover uma infecção latente que pode ser
reativada em situações mais tardias da vida (STILES, 2000).
Os sinais clínicos do HVF-1 se manifestam de três a cinco dias após a
infecção (FRANCO, 2007) e podem suspender por um tempo de 10 a 14 dias
(DAVIDSON, 2009). Comumente, os felinos se recuperam em 10 a 21 dias, posto que
possa ocorrer uma infecção crônica, latência ou até mesmo óbito (STILES, 2003).
Ademais, esse vírus pode ocasionar uma série de alterações oculares, com
ou sem presença de doença clínicas sistêmicas. Variadas lesões oculares têm sido
descritas em decorrência da infecção. O complexo respiratório anterior pode produzir
divergentes formas de distúrbios oculares, que parecem referentes a idade. Observa-
REVISÃO DE LITERATURA
Conhecida desde 1958, a Rinotraqueite Viral Felina foi descrita pela primeira
vez por Crandell e Maurer; é também chamada de Infecção do Trato Respiratório
Superior Felina e popularmente conhecida como “Gripe do Gato” (MARQUES;
GALERA; RIBEIRO, 2008).
O Alphaherpesvirus felino 1 (hvf-1) é um membro da família Herpesviridae,
subfamía Alphaherpersvirinae e gênero Varicellovirus (ICTV, 2018). O mesmo possui
um genoma DNA de dupla-fita e é envelopado. Apresenta um ciclo replicativo in vitro,
uma rápida disseminação e persistência nos glânglios sensoriais de seus
hospedeiros, denominada como latência (GOULD, 2011).
O HVF-1 no ambiente é relativamente instável, podendo sobreviver por
aproximadamente 18 horas em condições úmidas (GOULD, 2011), sendo
extremamente suscetível a qualquer desinfetante (LIM; MAGGS, 2018). Em soluções
usadas na rotina da clínica de oftalmologia veterinária esse agente permanece viável
por menos de uma hora, como os colírios de fluoresceína e de anestésico (MAGGS,
2005).
Segundo Gaskell et al. (2007), a principal forma de transmissão do HVF-1
ocorre a partir das secreções nasais, oculares e orais de felinos. Entretanto, em
algumas situações como os gatis, a transmissão indireta pode ocorrer pela
contaminação de fômites, do recinto e contato humano. Porém, como o HVF-1 possui
a característica de viabilidade fora do hospedeiro relativamente curta, o ambiente não
é habitualmente uma fonte de infecção a longo prazo.
Os sítios primários da replicação viral são os tecidos epiteliais, contendo a
conjuntiva, epitélio nasal, corneal e faringeano (STILES, 2013). Essa infecção primária
ocorre principalmente em gatos filhotes e jovens, já que os seus anticorpos maternos
diminuem por volta da oitava semana de vida. Contudo, mesmo os gatos vacinados
continuam com algum risco, logo que as vacinas de HVF-1, tanto parenterais quanto
as intranasais, certificam apenas imunidade parcial contra os sinais clínicos e
nenhuma proteção contra reativação e eliminação (STILLES, 2007).
entre doze a quatorze semanas de vida com reforço a cada três anos (BIRCHARD;
SCHERING, 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Herpervirus Felino tipo 1 é um dos vírus que mais acomete gatos não
vacinados, principalmente os que vivem em gatis. Os sinais clínicos oculares mais
evidentes são conjuntivite e ceratite. O diagnóstico pode ser firmado através do
histórico e dos achados clínicos, e também por diagnóstico laboratorial, apesar de
suas limitações.
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