Teoria Geral Do Objecto Da Relação Juridica
Teoria Geral Do Objecto Da Relação Juridica
Teoria Geral Do Objecto Da Relação Juridica
DISCENTES
1. Augusta Betrande Bonguisse
2. Judite da Conceição Namodha
3. Willma Tomé Rosário
DOCENTE
drª. Nércia Zafanias Machai
DISCENTES
1. Augusta Betrande Bonguisse
2. Judite da Conceição Namodha
3. Willma Tomé Rosário
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
METODOLOGIA ......................................................................................................... 3
Dito de outra maneira: uma relação jurídica é aquela que forjam sujeitos jurídicos quando
uma norma atribui certas consequências ao vínculo. Destas derivam direitos e obrigações
que ligam as partes intervenientes, ou seja, a relação jurídica é o resultado do vínculo
entre duas ou mais pessoas, sendo que essas pessoas têm como tutela o Direito, já que é
o Direito quem cria as obrigações e os direitos dos envolvidos.
Desse modo, se temos, por exemplo, um locador e um locatário para o caso do aluguem
de um imóvel, há então um vínculo entre ambos (relação jurídica) e há também os direitos
e deves de cada um.
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OBJECTIVO GERAL
Compreender a Teoria Geral do Objecto da Relação Jurídica
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
• Apresentar o conceito e noções gerais sobre a Teoria Geral do Objecto da Relação
Jurídica;
• Descrever o conteúdo da relação jurídica;
• Diferenciar o objecto mediato do imediato.
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METODOLOGIA
No presente estudo, adotou-se como principais fontes de pesquisa: livros, trabalhos
acadêmicos, artigos científicos e avulsos, bem como consultas à internet, cujo aporte
técnico direcionou a operacionalização do conhecimento.
Conforme descrição de Vergara 1(2010):
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2004.
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1. TEORIA GERAL DO OBJECTO DA RELAÇÃO JURIDICA
1.1. Noções gerais
O convívio humano é marcado por relações interpessoais que são reguladas pelo Direito,
que as ordena, proíbe ou permite. Assim, os atos humanos são classificados como atos
devidos (ordenados ou proibidos) ou atos permitidos. Os atos são ordenados, proibidos
ou permitidos no sentido de proteger e beneficiar a comunidade, os grupos, ou os
indivíduos determinados ou indeterminados. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que as
relações interpessoais reguladas pelo Direito são conhecidas como relações jurídicas que,
segundo Amaral (1998, p. 156), são definidas como “relação social disciplinada pelo
direito e, concretamente, é uma relação entre sujeitos, um titular de um poder, outro, de
um dever.”
Para Betioli (1996, p.212), a relação jurídica estabelece um ‘vínculo entre pessoas, do
qual derivam consequências obrigatórias, por corresponder a uma hipótese normativa.
Mello (2002, p. 125) refere-se à relação jurídica como sendo a “relação da vida
disciplinada pelo direito, vinculando o titular do direito subjetivo e o obrigado,
relativamente ao objeto ou bem jurídico.”
Percebe-se, portanto, que a relação jurídica pode ser conceituada no plano objetivo ou no
subjetivo. No plano objetivo, a relação jurídica é toda relação social disciplinada pelo
direito, enquanto no plano subjetivo ela representa o vínculo entre dois ou mais
indivíduos, dotado de obrigatoriedade (BEM, 2004, p. 16). Nessa perspectiva, as
situações subjetivas são momentos de uma relação jurídica, frações temporais de uma
relação interpessoal regulada pelo Direito.
A “relação jurídica é relação entre pessoas tuteladas pelo ordenamento jurídico” (BEM,
2004, p. 17). Nessa perspectiva, é importante ressaltar que dois requisitos são essenciais
para que se perceba a tutela pelo Direito, sendo um de ordem material, a ligação
intersubjetiva, e outro de natureza formal, a hipótese normativa ou laço entre as partes,
necessariamente previsto por normas.
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O sujeito de direito é aquele que participa da relação jurídica, como sujeito ativo, o titular
do direito ou passivo, o titular do dever. O objeto da relação é o bem ou a prestação em
que incide o poder jurídico, com a intenção de favorecer o sujeito ativo. O fato jurídico é
todo e qualquer acontecimento que gera uma relação jurídica contribuindo com a criação,
modificação ou extinção de direitos (BEM, 2004, p. 21).
Para Diniz (2002, p. 229), o fato jurídico é o “acontecimento previsto em norma de direito,
em razão do qual nascem, se modificam, subsistem ou se extinguem as relações
jurídicas.” Reale (1973, p. 22) define fato jurídico como ‘todo e qualquer fato que, na
vida social, venha a corresponder ao modelo de comportamento ou de organização
configurado por uma ou mais normas de direito.’ E, sucintamente, Gomes (2001, p. 127)
apresenta sua conceituação de fato jurídico, ao referir que ele é “o elemento propulsor da
relação jurídica.”
Para Monteiro (1979, p. 16), “o princípio consagrado na lei, segundo o qual a todo direito
corresponde uma ação que o assegura, não é, senão, o próprio direito no esforço da própria
conservação integral.”
O objeto da relação jurídica é aquilo sobre que incidem ou recaem os poderes do titular
do direito, isto é, do sujeito ativo, ou seja, é o quid sobre que podem recair direitos
subjetivos.
É usual identificar-se o objeto da relação jurídica com o objeto do Direito Subjetivo, que
constitui o lado ativo daquela relação.
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O objecto da relação jurídica é tudo aquilo sobre que incidem os poderes d titular activo
da relação. É corrente identificar-se o objecto da relação jurídica com o objecto do Direito
subjectivo, que constitui o lado activo da mesma relação.
Exemplo:
A relação jurídica é constituída pelo direito, entre dois sujeitos, com referência a um
objeto, sendo este um dos elementos essenciais da relação jurídica, o qual pode ser
definido como um bem ou prestação sobre o qual incide o poder jurídico do sujeito ativo
(BEM, 2004, p. 115).
Para Beviláqua (1979, p. 214), “bens são valores materiais ou imateriais que servem de
objeto a uma relação jurídica.” Assim, presume-se que uma relação jurídica só pode
existir em função de um objeto e este deve apresentar características próprias como
estimativa econômica, disponibilização, ser apropriável pessoalmente, ser passível de
titularidade, de posse e de transferência por actos inter-vivos (BEM, 204, p. 115).
Em toda relação jurídica há um bem imediato, que é a posição ativa e passiva do sujeito,
isso é, os direitos e deveres de titularidade dos sujeitos na relação, e um bem mediato que
é o bem jurídico sobre o qual incidem os poderes em uma relação. O objeto mediato é
‘formado por bens jurídicos que correspondam a qualquer bem voltado para a satisfação
dos interesses humanos tutelados pelo direito (BEM, 2004, p. 116).
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Os bens considerados em sua individualidade são os bens imóveis e os bens móveis. De
acordo com Santos (1964, p. 8), “os bens imóveis ou bens de raiz, são os que
absolutamente não se podem transportar sem a alteração de sua essência.” Os bens
móveis, conforme está prescrito no artigo 82 do Código civil,”são bens susceptíveis de
movimento próprio, ou de remoção por força alheia sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social.”
Pertenças são bens jurídicos, auxiliares do bem principal e são definidos no artigo 93 do
Código Civil como ‘bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento do outro.’ Convém salientar que a
relação entre as pertenças e o bem principal se dá num vínculo funcional (BEM, 2004, p.
129).
Os bens acessórios são aqueles que possuem vínculo com o principal e sua existência
pressupõe a do principal, Esses bens podem ser objeto de relações jurídicas autônomas,
seguindo a mesma sorte do bem principal, salvo se houver disposições contrárias.
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1.3. Objecto e Conteúdo da Relação Jurídica
Para Mello (2002, p.212), toda relação jurídica é formada pelos sujeitos activo e passivo,
o vínculo e o objeto da relação. Sujeito ativo pode ser classificado como a pessoa que tem
o direito subjetivo, ou seja, pode exigir da outra pessoa o cumprimento de uma prestação.
Já o sujeito passivo é aquele que dever cumprir a obrigação em favor do outro, prestação
essa, denominada dever jurídico. É importante dizer que as relações jurídicas podem ser
classificadas em virtude de seus sujeitos, sendo simples, quando envolvem apenas duas
pessoas, ou plurilateral, quando possui várias pessoas como sujeitos ativos ou passivos.
Verifica-se, ainda, relações jurídicas de Direito Público, quando é o Estado que figura
como pólo ativo, exercendo seu poder de império, numa relação de subordinação em
relação ao pólo passivo; e relações jurídicas de Direito Privado, quando é formada por
indivíduos, que nos dois pólos, ativo ou passivo, exercem seus direitos e deveres numa
relação de igualdade, ou coordenação. Outro elemento da relação jurídica é o vínculo,
que pode ser explicado como a ligação entre os sujeitos da relação, estabelecendo os
sujeitos ativos e passivos de cada relação.
Já o objeto, importante elemento da relação jurídica, pode ser explicado como a coisa
sobre a qual recai o direito do sujeito ativo, e o dever do sujeito passivo.
Vale dizer que o objeto da relação jurídica sempre será um bem, que pode ser patrimonial
ou não, ou seja, pode possuir valor financeiro ou não.
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Com relação ao objeto, as relações jurídicas podem se distinguir em relações jurídicas
pessoais, quando o objeto da relação refere-se a um modo de ser da pessoa (exemplo:
honra, imagem, liberdade); relações jurídicas obrigacionais, nas quais o objeto da relação
é uma prestação (obrigações de dar, fazer ou não fazer) e relações jurídicas reais, aquelas
em cujo objeto é uma coisa, como no caso da posse de uma casa. Mas deve-se atentar
que, embora, o objeto da relação seja uma coisa, a relação jurídica não é entre coisa e
pessoa, mas uma relação entre o titular da coisa e os não titulares, em que a titularidade
da coisa, valerá contra qualquer pessoa, mesmo que não determinada.
De acordo com Gonçalves (2001), esta distinção entre objecto imediato e mediato nem
sempre se verifica, pois nos direitos reais não há intermediário entre o titular do direito e
o bem. O proprietário está em contacto directo com o objecto do seu direito, como vimos
no primeiro exemplo. Porém, a distinção verifica-se nas obrigações de prestação de coisa
certa e determinada. Nestas, o objecto imediato de direito do credor é o comportamento
do próprio devedor, isto é, a prestação do devedor e o objecto mediático é a própria coisa.
Assim, entre o credor e a coisa intromete-se a pessoa do devedor como vimos no segundo
exemplo.
• O poder paternal;
• O poder tutelar.
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1.4.2. Prestações
Denomina-se prestação à conduta a que o devedor está obrigado. Exemplo: Nos direitos
de crédito, o objecto não é rigorosamente uma coisa, mas, sim, o comportamento do
devedor.
São as coisas físicas, isto é, aquelas que podem ser apreendidas pelos sentimentos.
Está neste caso o objecto dos chamados direitos reais, maxime do direito de propriedade,
que é o direito real por excelência.
Não são mais do que valores da natureza que não podem ser apreendidos pelos sentidos.
São concebidos apenas pelo espírito. Assim, o objecto de tais direitos é a respectiva obra
na sua forma ideal e não as coisas materiais que constituem a sua corporização exterior,
como o livro, o filme, etc.
Exemplo: Um determinado autor pode adaptar a sua obra literária ao cinema e daí auferir
lucros, mas pode também mantê-la inédita ou impedir que depois de publicada seja
posteriormente reproduzida com modificações.
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1.4.5. Direitos Subjectivos
Exemplo: Penhora de Direitos (acto de apreensão judicial dos bens do devedor em acção
executiva. Os bens são entregues a um depositário nomeado pelo juiz no despacho que
ordena a penhora).
Exemplo:
Se eu for a vender um carro, o carro é o objeto mediato da relação jurídica, a entrega do
carro é o seu objeto imediato.
OBJECTO OBJECTO
IMEDIATO MEDIATO
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2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista as abordagens desenvolvidas no presente trabalho de pesquisa, chega-se
ao consenso que a Relação jurídica é o vínculo entre duas ou mais pessoas, ao qual as
normas jurídicas atribuem efeitos obrigatórios.
Assim, o objeto da relação jurídica é aquilo sobre que incindem ou recaem os poderes do
titular do direito, isto é, do sujeito ativo, ou seja, é o quid sobre que podem recair direitos
subjetivos.
Em poucas palavras o objecto da relação jurídica é aquilo que é discutido na relação
jurídica.
Em linhas gerais, costuma distinguir-se entre o objeto imediato do objeto mediato dos
direitos subjetivos, consoante se trata daquilo sobre que os respetivos poderes incidem
diretamente, sem que se interponha qualquer elemento mediador, ou daquilo sobre que
tais poderes só de modo indireto vêm a recair.
Contudo, suponhamos o direito de propriedade: o seu conteúdo é constituído pelo
conjunto de poderes que pertencem ao proprietário. O objeto é o bem sobre o qual recaem
esses poderes, por exemplo, um carro.
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3. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Legislação
Código Civil Moçambicano
Doutrina
1. Amaral, Francisco. (1998). Direito Civil: introdução. 2. ed. Rio de Janeiro:
Renovar
2. Bem, Leonardo Schmitt. (2004). Teoria da relação jurídica: análise da parte
geral do novo Código Civil. Curitiba: JM
3. Betioli, Antônio Bento. (1996). Introdução ao Direito.4. ed. São Paulo: Letras
& Letras
4. Beviláqua, Clóvis. (1979). Código Civil dos Estados Unidos do Brasil
Comentado. Edição Histórica. Rio de Janeiro: Rio
5. Diniz, Maria Helena. (2002). Curso de Direito Civil Brasileiro. 18. ed. São
Paulo: Saraiva
6. Gomes, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense
7. Gonçalves, Carlos Roberto. (2001). Responsabilidade Civil. São Paulo: Saraiva
8. Mello, Marcos Bernardes. (2002). Teoria do Fato Jurídico - Plano da
Existência. 11. ed. São Paulo: Saraiva
9. Reale, Miguel. (1973). Lições preliminares de Direito. São Paulo: Bushatsky
10. Santos, J. Carvalho (2003). Repertório Enciclopédico do Direito. São Paulo:
Freitas Bastos
11. Santos, J.M. Carvalho. (1964). Código Brasileiro interpretado. 9. ed. São
Paulo: Freitas Bastos
12. Venosa, Silvio de Salvo. (2003). Direito Civil: Parte geral. 3. ed. São Paulo:
Atlas
13. Vergara, Sylvia Constant. (2004). Projetos e relatórios de pesquisa em
administração. São Paulo: Atlas
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