O Espírito Santo Na Vida Do Crente

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O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE

TEXTO: Efésios 5.18

QUEM É O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo é Deus, sendo denominado na teologia como a Terceira Pessoa


da Trindade. A Bíblia responde explicitamente a pergunta sobre quem é o Espírito
Santo, afirmando, especialmente, sua divindade e personalidade, e destacando
sua obra do Antigo ao Novo Testamento.

1. O Espírito Santo é uma pessoa

Muitas seitas do Cristianismo negam a pessoalidade do Espírito Santo, afirmando


que Ele é uma energia ou força. No Entanto, a Bíblia é suficientemente clara ao
revelar a personalidade distinta do Espírito Santo.

Apesar do nome “Espírito” ser um gênero neutro no grego, sempre é utilizado


pronomes masculinos para se referir a Ele, o que torna explícita a verdade de que
Ele é uma pessoa distinta, tanto do Pai quanto do Filho.

Mt 3.16: E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram
os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
Lc 4.18: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração.
Jo 15.26: Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de
enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim.
Jo 16.7: Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque,
se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.
At 5.32: E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o
Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.

Aliás, a Bíblia explora de uma forma tão explícita os atributos pessoais do Espírito
Santo que sua relação com o Pai e o Filho só pode ser entendida se também
houver o entendimento de que Ele é uma pessoa.

Mt 28.19: Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do


Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
1 Co 12.3: Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala
pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus
é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
2 Co 13.13: A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão
do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!
1 Pe 1.2: eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz
vos sejam multiplicadas.

Sobre a personalidade do Espírito Santo, a Bíblia fala que Ele possui:

a. intelecto (Rm 8.27: E aquele que examina os corações sabe qual é a


intenção O termo aqui é "φρόνημα (phronēma)", que, no grego define,
"inclinação ou propósito" do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede
pelos santos / 1Co 2.10: Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito;
porque o Espírito penetra “ερευνα (ereuna)”: “sonda, busca, pesquisa,
esquadrinha” todas as coisas, ainda as profundezas de Deus).

b. vontade (1 Co 12.11: Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas


coisas, repartindo particularmente a cada um como quer).

c. emoções (Ef 4.30: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual


estais selados para o Dia da redenção).

As ações do Espírito refletem sua personalidade. Vejamos aqui mais alguns


atributos dessa personalidade. Ele ensina, exorta, orienta, controla, testifica,
repreende, intercede, tem ciúme (zelo), etc. (Jo 14.26; 15.26; At 8.29; 13.2;
15.28; Rm 8.14,26; 1 Co 12.11; 1 Tm 4.1; Ap 22.17).

2. O Espírito Santo é Deus

O Espírito Santo aparece nas Escrituras sendo igualmente Deus, assim como o Pai
e o Filho. Tanto a fórmula batismal como a bênção apostólica pronunciada pelo
apóstolo Paulo, indicam claramente essa verdade (Mt 28.19; 2 Co 13.14; 1 Co
12.4-6; 1 Pedro 1.2).

O próprio Jesus, ao falar sobre o Espírito Santo, se refere a Ele como “um outro
Consolador”, numa melhor tradução “um outro Auxiliador”. Essa expressão não
apenas aponta para o Espírito Santo como uma pessoa, mas também como Deus,
pois Cristo se posiciona em pé de igualdade com Ele ao utilizar a palavra “outro”,
ou seja, Ele está indicando que o Espírito Santo é alguém como Ele.

Além do mais, são atribuídos ao Espírito Santo atributos que só pertencem a


Deus, como: onipresença, onisciência, onipotência e soberania, glória, eternidade
e a própria santidade tão singular que o adjetiva (1Co 2.10; 12.4-6; Hb 9.14).

Assim, fica evidente que a Bíblia revela o Deus Triúno nas pessoas do Pai, Filho e
Espírito. O Filho é gerado eternamente do Pai, e o Espírito procede eternamente
do Pai e do Filho (Jo 15.26).

Portanto, o Espírito Santo é o Espírito do Pai, como também é o Espírito de Cristo,


mas não deve ser confundido como sendo a própria pessoa do Pai ou do Filho, ao
contrário, é no Espírito Santo que o Pai e o Filho se encontram (Mt 10.20; Rm 8.9;
1 Co 2.11,12; Gl 4.6). Como disse Agostinho de Hipona, o Espírito Santo é a pessoa
que une o Pai e o Filho “em um vínculo de amor”. Em outras palavras, o amor
entre o Pai e o Filho é tão grande que se revela na pessoa do Espírito Santo.

A Igreja Primitiva, desde seus primeiros dias, já entendia e reconhecia a plena


divindade do Espírito Santo. Isto pode ser notado no episódio em que Ananias e
Safira foram castigados por terem mentido ao Espírito Santo. Na ocasião, o
apóstolo Pedro declarou explicitamente que aquele casal havia mentido a Deus
(At 5.3,4).

QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESPÍRITO SANTO?

1. O Espírito Santo convence o mundo da justiça, do pecado e do juízo –


Arrependimento

a. Não éramos capazes de crer por iniciativa própria (Jo 16.8-11): “E,
quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do
juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou
para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe
deste mundo está julgado”.

b. A “crença” é a base do arrependimento (At 16.31): “E eles disseram:


Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”.
2. O Espírito Santo gera a vida de Deus em nós – Regeneração

a. Tínhamos apenas a natureza humana; estávamos mortos para Deus


(Ef 2.1-3): “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera
nos filhos da desobediência; entre os quais todos nós também, antes,
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e
dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros
também.

b. Recebemos a natureza divina, o seu DNA, por obra do Espírito


(Ef 2.4-7): “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu
muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas
ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares
celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as
abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco
em Cristo Jesus.

3. O Espírito Santo nos faz crescer espiritualmente – Santificação

a. A natureza que for mais alimentada orienta nosso caráter:


• Jo 3.6: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito”.
• Rm 8.5: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para
as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as
coisas do Espírito”.
• 1Co 2.14: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.

b. O Espírito é que nos faz crescer em graça:


• 1 Co 13.11: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia
como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a
ser homem, acabei com as coisas de menino”.
• 2 Pe 3.18: “antes, crescei na graça e conhecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim
agora como no dia da eternidade. Amém!”

c. A natureza predominante determina nossa eternidade:


• Rm 8.6,13-17: “Porque a inclinação da carne é morte; mas a
inclinação do Espírito é vida e paz. porque, se viverdes segundo
a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras
do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito
de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o
espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas
recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:
Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo,
herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é
certo que com ele padecemos, para que também com ele
sejamos glorificados.

• 1Jo 5.4: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e


esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”.

4. O Espírito Santo nos fará aptos a eternidade com Deus – Glorificação

a. A transformação dos salvos será de dentro para fora; obra do Espírito


(1Ts 4.16,17): “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e
com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em
Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o
Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”.

b. A natureza humana deixará de existir; o pecado e a morte não mais


terão poder sobre nós (1Co 15.51-57): “Eis aqui vos digo um mistério:
Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a
última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto
que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é
mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da
imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada
foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está,
ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força
do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso
Senhor Jesus Cristo”.

COMO SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

1. Renuncie sua própria vontade


a. Fuja das obras da carne; pratique o Fruto do Espírito:
• Gl 5.19-21: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais
são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes
vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino
de Deus”.
• Gl 5.22,23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra essas coisas não há lei. Se vivemos no
Espírito, andemos também no Espírito”.

b. Sujeite suas decisões à vontade de Deus ; não se guie por vista, como
Ló (Gn 13).

2. Não se distraia com os prazeres do mundo

a. Não entregue “sua alma à vaidade” (Sl 24.3,4): Quem subirá ao monte
do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de
mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem
jura enganosamente”.

b. “Não vos embriagueis com vinho... (Ef 5.18). “Enchei-vos”:


imperativo passivo presente, no grego. Indica “ser enchido repetidas
vezes”.

c. Nadabe e Abiú estavam embriagados e apresentaram fogo estranho


(Lv 10).
3. Obedeça à Palavra de Deus
a. Siga os exemplos dos homens de Deus (referenciais).
b. Oriente-se pela Palavra de Deus, guie-se por fé, como Abraão (Gn
13), quando separou-se de Ló e não temeu ir para o deserto.
4. Não se conforme com o mundo
a. Conformar = assumir a forma.
b. O mundo se parece com o Diabo; vá na contramão das tendências.
5. Transforme-se pela renovação da sua mente
a. Pense diferente; viva na dimensão do Espírito.
b. Revolucione: faça como que o mundo não seja digno de você (Hb
11.38).

POR QUE DEVO SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?

1. Porque o Espírito Santo nos faz conhecer a Deus


a. Pelo Espírito, experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.
b. Só conhecemos alguém pela convivência. O Espírito é o nosso
professor na matéria de Deus (1 Co 2.11-15).
2. Porque o Espírito Santo nos faz parecer com Cristo
a. Ande como Cristo andou (1Jo 2.6), pense como Ele (1Co 2.16) e se
pareça com Ele (2 Co 3.17,18).
b. Seja um “pequeno Cristo” (cristão, em grego), uma cópia autenticada
pelo Espírito.
3. Porque nossa adoração é inútil sem o Espírito Santo
a. “Não apagueis o Espírito” (1 Ts 5.19).
b. Você é sacerdote e a responsabilidade do altar é sua (Lv 6.13).

4. Porque o Espírito Santo nos faz acertar o alvo


a. Somos flechas na aljava do Espírito Santo (Is 49.2,3). Deus não tem
plano B; se formos uma flecha quebrada, ele certamente nos
dispensará e usará outra flecha.
b. Sansão e Saul foram arcos enganosos (Sl 78.56,57; Os 7.16).

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