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Serviços FTP, TELNET e SSH agosto/2013

Instalação e configuração dos serviços FTP, TELNET e SSH.


Noções de rdesktop e VNC.

1 – Serviços em redes

Uma rede de computadores pode ser definida como um conjunto de módulos processadores1
interligados por um meio físico2, e que fazem uso de um protocolo comum de comunicação. Por
protocolo de comunicação entendemos um conjunto de regras de comunicação comum às partes
envolvidas nessa troca de dados.

Na nossa proposta de trabalhar em ambientes livres, usamos apenas protocolos de


comunicação abertos. Daí a escolha pela suíte3 Internet Protocol [TCP/IP].

Atualmente, na era da internet comercial, a suíte TCP/IP é o protocolo de comunicação de


fato. De fato significa que não é o único protocolo de comunicação em rede existente, porém é o
mais comumente praticado em qualquer realidade de rede de computadores.

O protocolo IP faz uso de endereços IPs, e ainda hoje a versão mais usada é o ipv4. O ipv6
já existe desde 1998, porém ainda é inexpressivo em termos de uso real.

Na versão 4, o endereço IP tem 4 bytes [32 bits], que possibilita apenas [teoricamente] 232
endereços [4294967296]. Devido a isso, está previsto para os próximos anos a exaustão dos
endereços na versão 4, pela expansão da base de usuários na internet. Consequentemente, a partir
daí não será mais possível postergar a adoção em massa da versão 6, que permite teoricamente 2128
endereços !!

Host significa hospedador, ou máquina servidora que hospeda serviço em rede. Para acessar
determinado serviço usa-se uma aplicação cliente, daí o conceito de cliente-servidor. Do ponto de
vista do sistema operacional, tanto servidor quanto cliente, a aplicação servidora ou cliente não
passa de uma aplicação comum, com a diferença de prover também acesso em rede. Isso implica em
processos do lado cliente e processos do lado servidor, tendo a rede como veículo a transportar
informações de um para o outro.

O endereçamento IP é hireárquico: para o cliente alcançar determinado serviço, precisa


primeiro acessar a rede do host, chegando a essa rede alcança o host e, nesse host, busca pela porta
do serviço.

Exemplo:

192.168.1.10:80
1 Por exemplo: computadores, roteadores, switches, hubs.
2 Cabo de rede, coaxial, ótico, ou mesmo wireless.
3 Suíte nos sentido de conjunto de protocolos divididos em camadas funcionais, num conceito de arquitetura de rede.

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onde 192.168.1.0/24 é a rede [nesse caso, classe C] do host, 10 é o endereço desse host
nessa rede e 80 é a porta do serviço hospedado por esse host [80 é a porta padrão (default) do
serviço web, que usa protocolo de camada de aplicação HTTP].

Desse modo é possível, por exemplo, hospedar dois servidores web no mesmo host [mesmo
endereço IP], desde que não usem a mesma porta TCP.

Pelo seu lado, para acessar o servidor, a aplicação cliente precisa apenas saber o endereço
desse host, já que usa o mesmo protocolo de camada de aplicação do serviço e conhece a porta
padrão [default] desse serviço. Se o serviço estiver em outra porta que não a default, essa
informação precisa ser passada ao cliente ou ele não conseguirá acesso.

Um vez iniciado determinado serviço num host, ele abre a porta desse serviço e a mantém
assim enquanto estiver rodando. Desse modo, aguarda pelo acesso dos clientes. Já o cliente, no
acesso a esse serviço, abre uma porta de cliente para receber os dados enviados pelo servidor.

As portas de serviço normalmente estão entre 0 e 1023. Isso não implica em dizer que não
possa haver serviço em portas fora dessa faixa. Por exemplo, o serviço proxy squid usa a porta
padrão 3128.

Já as portas de cliente sempre estão acima de 1023.

Alguns exemplos de portas padrão associadas a protocolos de camada de aplicação são:

21: FTP [File Transfer Protocol]


22: SSH [Secure Shell]
23: TELNET [Telecommunications Network Protocol. Acesso remoto shell]
25: SMTP [Simple Mail Transfer Protocol]
53: DNS [Domain Name System]
80: HTTP [Hyper Text Transfer Protocol]
110: POP [Post Office Protocol]
143: IMAP [Internet Message Access Protocol]
443: HTTPS [ Hyper Text Transfer Protocol Secure]

O processo de serviço rodando num sistema operacional membro da família Unix é chamado
de daemon, de disk and execution monitor. É devido a isso que, de um modo geral, os processos de
serviço tem nomes que terminam com a letra d. Por exemplo, inetd, httpd, sshd, named, httpd.

Esses daemons podem ser de duas naturezas, inetd ou standalone. No Linux, é comum usar
xinetd ao invés de inetd.

A diferença entre inetd e xinetd ocorre nos arquivos de conguração: enquanto inetd é
configurado pelo arquivo /etc/inetd.conf, xinetd tem arquivos específicos de configuração no
diretório /etc/xinetd.d.

Tipicamente, do ponto de vista do sistema operacional, um serviço em rede é constituído de


pelo menos três partes:

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• o executável [que ao rodar dá origem ao processo daemon];
• o arquivo de configuração;
• o script de inicialização do serviço.

Por exemplo, no servidor SSH de um CentOS [Red Hat] temos o executável


"/usr/sbin/sshd", o arquivo de configuração "/etc/ssh/sshd_config" e o script de inicialização
"/etc/init.d/sshd".

2 – Servidor inetd

O servidor inetd também é chamado de super servidor, pois ele gerencia conexões para
diversos daemons.

Por exemplo, se configurarmos os serviços FTP e TELNET sobre o inetd, teremos apenas o
daemon inetd rodando e escutando nas portas 21 e 23. Quando um cliente requisitar um desses
serviços, o servidor inetd dispara o daemon específico [nesse caso, ftpd ou telnetd] que gera um
processo de serviço e atende ao cliente. Com isso, existe uma economia de processos daemons
rodando no host.

Por outro lado, no caso de um serviço muito requisitado, não parece boa idéia disponibilizá-
lo como inetd, pois isso acabaria produzindo muita carga num único daemon, que resultaria em
maior tempo de espera para o cliente.

Além disso, existe o aspecto disponibilidade do serviço. Por exemplo, se determinados


serviços forem configurados como inetd e este daemon for comprometido [digamos, por ter sofrido
algum ataque], todos esses serviços se tornarão indisponíveis pois o daemon inetd não estará mais
respondendo corretamente às requisições dos clientes.

O principal argumento em favor do serviço rodar sobre o inetd é a redução da carga no


sistema de forma geral, quando comparado a se executar cada daemon individualmente. Executar o
daemon individualmente é o caso de servidor standalone.

3 – Servidor standalone

O servidor é standalone quando disponibiliza um serviço inependente do inetd. Em outras


palavras, o serviço é standalone quando mantém seu próprio daemon rodando.

Por exemplo, o serviço SSH standalone mantém rodando o tempo todo o daemon sshd.

Em comparação com inetd, disponibilizar alguns serviços standalone no mesmo host


representa maior carga no sistema, pois os processos daemons estarão lá consumindo recursos
independente de haver cliente acessando ou não. Por outro lado, se existe uma carga média grande
de acessos ao serviço, justifica usar daemon standalone em lugar de inetd. Aliás, essa é a tendência

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dos últimos anos: cada vez mais serviços standalone e menos inetd.

Em princípio, qualquer serviço pode ser disponibilizado standalone ou inetd, basta fazer a
escolha e configurar.

O conceito de daemon standalone em contraposição a inetd não tem a ver com servidor
standalone do ponto de vista do domínio Windows.

4 – Serviço FTP: File Transfer Protocol

FTP é um protocolo padrão para transferência de arquivos, desenvolvido numa arquitetura


cliente-servidor.

É um dos serviços mais antigos da internet, porém continua popular ainda hoje.
Inicialmente, haviam apenas as interfaces clientes de linha de comando, mas atualmente existe
também uma diversidade de interfaces clientes gráficas, que justifica a popularidade desse serviço.

5 – Serviço TELNET: acesso shell remoto

O serviço telnet oferece acesso em linha de comando [shell] a um cliente remoto. O


protocolo TELNET foi desenvolvido em 1969.

NOTA:

À época de criação do TELNET e FTP, a segurança no acesso em rede era um aspecto


secundário, e por isso tanto TELNET quanto FTP não implementam criptografia na
transmissão de dados. Por isso, atualmente esses serviços deveriam ser substituídos por
SSH.

6 – Instalação do servidor xinetd com serviço TELNET

Para descobrir se o servidor xinetd está instalado, uma dica simples é procurar pelo seu
script de inicialização em /etc/init.d:

shell# ls /etc/init.d | grep xinetd


/etc/init.d/xinetd

Se não houver saída no comando acima é indicativo de que o servidor xinetd não está

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instalado. Nesse caso, instalar com o comando yum:

shell# yum install xinetd

Num Ubuntu, o comando seria "apt-get install xinetd".

Após instalado, verificar se existem os seguintes arquivos:

shell# file /etc/init.d/xinetd


/etc/init.d/xinetd: Bourne shell script text executable
shell# file /usr/sbin/xinetd
/usr/sbin/xinetd: ELF 32-bit LSB shared object, Intel 80386, version 1 (SYSV), dynamically linked (uses
shared libs), for GNU/Linux 2.6.18, stripped
shell# file /etc/xinetd.d
/etc/xinetd.d: directory

onde:
• /etc/init.d/xinetd é o script de inicialização do servidor xinetd;
• /usr/sbin/xinetd é o executável que ao rodar dá origem ao processo daemon;
• /etc/xinetd.d é o diretório onde estão os arquivos de configuração dos serviços xinetd.

Verificar se existe o processo daemon rodando:

shell# ps -ef | grep xinetd


root 3234 1 0 15:05 ? 00:00:00 /usr/sbin/xinetd

portanto, se houver saída no comando indica que o processo está rodando e deve ser parado esse
serviço:

shell# /etc/init.d/xinetd stop


Parando o xinetd: [ OK ]

É importante lembrar que o servidor xinetd apenas disponibiliza serviços a partir do daemon
xinetd, então é necessário também verificar se o serviço telnet está instalado para rodar sobre o
xinetd.

Para essa verificação, comandar

shell# ls /etc/xinetd.d/telnet
/etc/xinetd.d/telnet

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Se não houvesse saída no comando acima, seria necessário instalar o serviço telnet para
rodar sobre o daemon xinetd:

shell# yum install telnet-server

Num Ubuntu, o comando seria "apt-get install telnetd".

NOTA:
O fato de instalar o serviço TELNET sobre o xinetd não significa que esse serviço não possa
ser disponibilizado de outro modo, por exemplo inetd ou standalone. Porém, na maior parte
dos casos de instalação em Linux, TELNET será um serviço disponibilizado sobre o daemon
xinetd.

Agora, devem estar instalados os executáveis /usr/sbin/in.telnetd [daemon do serviço


TELNET] e /usr/sbin/tcpd [TCP-Wrapper]. Isso pode ser verificado com o comando:

shell# ls /usr/sbin/in.telnetd /usr/sbin/tcpd


/usr/sbin/in.telnetd /usr/sbin/tcpd

Porém, no CentOS a instalação do serviço telnet não instala o arquivo de configuração desse
serviço em /etc/xinetd.d/telnet. Desse modo, precisa ser criado ou copiado de algum lugar. O jeito
mais fácil é baixar de www.jairo.pro.br com o comando wget:

shell# cd /etc/xinetd.d
shell# wget www.jairo.pro.br/telnet

Caso haja um proxy no meio do caminho, que é o caso de acesso à internet a partir dos
laboratórios acadêmicos da Uninove, antes de comandar wget precisa passar a instrução de usuário
e senha para a variável http_proxy, e isso é feito com o comando export:

shell# export http_proxy=http://RA:[email protected]:3128

Onde:
RA: é o RA do aluno;
SENHA: é a senha de acesso do aluno;
186.251.39.196: é o IP do serviço proxy, que atende na porta 3128 (é um Squid).

No arquivo de configuração /etc/xinetd.d/telnet baixado de www.jairo.pro.br deverá ter o


seguinte conteúdo:

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========== arquivo /etc/xinetd.d/telnet =======================================
# default: on
# description: The telnet server serves telnet sessions; it uses \
# unencrypted username/password pairs for authentication.
service telnet
{
disable = yes
flags = REUSE
socket_type = stream
wait = no
user = root
server = /usr/sbin/in.telnetd
log_on_failure += USERID
}
======================================================================

Nessa configuração, precisa alterar "disable = yes " para "disable = no".

E com isso está instalado e configurado o serviço TELNET para rodar sobre o servidor
xinetd. Mas antes de iniciar o servidor xinetd, verificar quais portas TCP estão abertas. Para isso, é
necessário a aplicação nmap para fazer um scan de portas. E se esta aplicação não estiver
instalada, é necessário instalar:

shell# yum install nmap

Num Ubuntu, o comando acima seria "apt-get install nmap".

Agora, é só fazer o scan de portas:

shell# nmap localhost

Starting Nmap 4.76 ( http://nmap.org ) at 2009-09-07 15:31 BRT


Interesting ports on localhost (127.0.0.1):
Not shown: 999 closed ports
PORT STATE SERVICE
631/tcp open ipp

Nmap done: 1 IP address (1 host up) scanned in 0.11 seconds

que mostra apenas a porta 631 [servidor de impressão] aberta.

E também, antes de iniciar o servidor xinetd, verificar se existe o processo daemon xinetd
rodando:

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shell# ps -ef | grep xinetd

que não deve ter saída, indicando que esse daemon não está rodando.

Agora, então, iniciar o servidor xinetd:

shell# /etc/init.d/xinetd start


Iniciando o xinetd: [ OK ]

Depois disso, o scan de portas vai mostrar que a porta 23 também está aberta:

shell# nmap localhost

Starting Nmap 4.76 ( http://nmap.org ) at 2009-09-07 15:38 BRT


Interesting ports on localhost (127.0.0.1):
Not shown: 998 closed ports
PORT STATE SERVICE
23/tcp open telnet
631/tcp open ipp

Nmap done: 1 IP address (1 host up) scanned in 0.08 seconds

E o comando ps vai mostrar que o daemon xinetd está rodando:

shell# ps -ef | grep xinetd


root 3314 1 0 15:41 ? 00:00:00 /usr/sbin/xinetd

7 – Testar o acesso com a aplicação cliente telnet

Sabendo que foi disponibilizado serviço TELNET na máquina remota com endereço IP, por
exemplo, 192.168.1.10, usar a aplicação cliente telnet para fazer o acesso a esse serviço:

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shell$ telnet 192.168.1.10
Trying 192.168.1.10...
Connected to 192.168.1.10.
Escape character is '^]'.
Ubuntu 9.04
Lab10 login: aluno
Password:
Last login: Sun Sep 13 11:36:57 from 192.168.1.13
[[email protected]]$ hostname

Uma vez conectado no acesso telnet, pode disparar comandos no servidor remoto.

O acesso telnet é usado para administrar hosts remotos e equipamentos de rede como
roteadores, switches e firewalls.

8 - Instalação do serviço FTP standalone

Verificar se o serviço vsftpd está instalado:

shell# ls /etc/init.d | grep vsftpd


/etc/init.d/vsftpd

Se não houver saída no comando acima é indicativo de que o servidor vsftpd não está
instalado. Nesse caso, instalar com o comando yum:

shell# yum install vsftpd

Num Ubuntu, o comando seria "apt-get install vsftpd".

Depois de instalado o serviço, deverá haver o arquivo /etc/init.d/vsftpd. Verificar as


configurações desse arquivo com o comando more:

shell# more /etc/init.d/vsftpd

Também deverá estar instalado o executável /usr/sbin/vsftpd [daemon do serviço FTP].


Isso pode ser verificado com o comando ls:

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shell# ls /usr/sbin/vsftpd
/usr/sbin/in.telnetd /usr/sbin/vsftpd

E no arquivo de configuração /etc/vsftpd/vsftpd.conf deverá haver o seguinte conteúdo:

========== arquivo /etc/vsftpd/vsftpd.conf =========


anonymous_enable=YES
dirmessage_enable=YES
xferlog_enable=YES
connect_from_port_20=YES
listen=YES
pam_service_name=vsftpd
userlist_enable=YES
tcp_wrappers=YES
===========================================

NOTA:
Num Ubuntu, esse arquivo está em /etc/vsftpd.conf. Além disso, precisa incluir na última
linha a configuração "tcp_wrappers=YES".

Para visualizar esse conteúdo no arquivo de configuração, basta comandar:

shell# grep -v "^#" /etc/vsftpd/vsftpd.conf

9 – Testar o acesso com as aplicações cliente ftp

Sabendo que foi disponibilizado serviço FTP na máquina com endereço IP, por exemplo,
192.168.1.10, usar a aplicação cliente ftp para fazer o acesso a esse serviço:

shell$ ftp 192.168.1.10


Connected to 192.168.1.10.
220 Lab10 FTP server (Version 6.4/OpenBSD/Linux-ftpd-0.17) ready.
Name (Lab10:aluno): aluno
331 Password required for aluno
Password:
230 User aluno logged in.
Remote system type is UNIX.
Using binary mode to transfer files.
ftp>

obtendo o acesso, ganha o prompt do shell cliente ftp.

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Nesse prompt, comandar "?" para visualizar a lista de comandos possíveis no acesso ftp:

ftp> ?
Commands may be abbreviated. Commands are:

! debug mdir sendport site


$ dir mget put size
account disconnect mkdir pwd status
append exit mls quit struct
ascii form mode quote system
bell get modtime recv sunique
binary glob mput reget tenex
bye hash newer rstatus tick
case help nmap rhelp trace
cd idle nlist rename type
cdup image ntrans reset user
chmod lcd open restart umask
close ls prompt rmdir verbose
cr macdef passive runique ?
delete mdelete proxy send

Para enviar um arquivo, usar "put", para enviar vários arquivos de uma única vez, usar
"mput". Para baixar um arquivo, usar "get", para baixar vários arquivos de uma única vez usar
"mget". O comando "ascii" configura a transferência para arquivo de texto [e não binário].

Por exemplo, o usuário aluno logado no servidor FTP em 192.168.1.10 irá baixar o arquivo
/etc/passwd para o diretório /tmp da sua estação de trabalho Linux:

ftp> pwd
257 "/home/aluno" is the current directory
ftp> cd /etc
250 CWD command successful
ftp> lcd /tmp
Local directory now /tmp
ftp > ascii
200 Type set to A
ftp> get passwd
local: passwd remote: passwd
ftp> bye
221 Goodbye.
shell$

Se fosse o caso de enviar um arquivo do cliente para o servidor, o comando seria "put" e
não "get". Com "mget" ou "mput" podem ser usados curingas "*".

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10 - TCP-Wrappers

TCP-Wrappers é um controle no acesso pela rede, usado como filtro para impedir clientes de
determinados endereços ou redes de acessarem serviços disponibilizados por algum host.

Ter controle no acesso a determinado serviço é muito importante para a segurança,


especialmente quando estamos disponibilizando serviços típicos da internet, onde os acessos podem
ocorrer de qualquer lugar do mundo.

As configurações do TCP-Wrapper são locais ao host, nos arquivos "/etc/hosts.allow" e


"/etc/hosts.deny", mas dependem da biblioteca libwrap. Ou seja, apenas os serviços compilados
contra essa biblioteca é que podem ser configurados para ter esse controle no acesso. Por questões
históricas, o servidor xinetd suporta TCP-Wrappers, bem como uma parte das implementações de
serviços SSH. O serviço FTP vsftpd também suporta TCP-Wrappers.

Tipicamente, as configurações TCP-Wrapper envolvem bloquear o acesso para todos no


arquivo /etc/hosts.deny, e posteriormente liberar o acesso no arquivo /etc/hosts.allow para
alguns endereços IPs ou redes.

Desse modo, as configurações abaixo:

===== arquivo /etc/hosts.deny =====


ALL: ALL
============================

===== arquivo /etc/hosts.allow =====


in.telnetd: 10.1.2.3, 192.168.1.0/255.255.255.0
vsftpd: ALL
============================

liberam o acesso aos serviços TELNET e FTP. No caso do TELNET, apenas para clientes com IPs
da rede 192.168.1.0/24 e também para o IP 10.1.2.3. No caso do serviço FTP, essas configurações
liberam o acesso para qualquer IP.

Convém notar que a configuração em /etc/hosts.deny está impedindo o acesso a todo


serviço [ALL] para todo IP ou rede [ALL], daí a notação ALL:ALL. Desse modo, no
/etc/hosts.allow precisa declarar alguma liberação de acesso para o serviço que use TCP-Wrapper.

11 – Instalação e configuração do serviço SSH standalone

SSH vem de Secure SHell, ou shell seguro, e foi criado para resolver os problemas de
segurança dos protocolos antigos TELNET e FTP que, embora funcionais, não implementam

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criptografia de dados.

Desse modo, quando se faz um acesso a um serviço FTP ou TELNET, tanto usuário e senha
quanto dados enviados ou recebidos são transportados pela rede expostos como texto. E qualquer
um que intercepte essa informação obtém diretamente a senha de acesso ao serviço, além dos dados
que estão trafegando pela rede.

Existem pelo menos três vantagens em usar SSH ao invés de TELNET e FTP:

• 1) o SSH usa uma única porta, que é a 22, tanto para aceso shell remoto quanto transferir
arquivos;
• 2) o SSH implementa criptografia de dados;
• 3) existem pelo menos três aplicações clientes para o SSH: ssh, sftp e scp.

O serviço SSH usa criptografia assimétrica, com chaves públicas e privadas. Nesse acesso
[por exemplo], os dados são criptografados no servidor usando a chave pública do cliente
[previamente recebida pelo servidor], e então decriptografados no cliente com a chave privada do
cliente. Portanto, isso não impede que os dados sejam interceptados, porém só quem conseguirá
extrair a informação é o detentor da chave privada.

A implementação mais comum de serviço SSH é o OpenSSH.

Para descobrir se o servidor sshd está instalado, uma dica simples é procurar pelo seu
script de inicialização em /etc/init.d:

shell# ls /etc/init.d | grep sshd


/etc/init.d/sshd

NOTA:
Num Ubuntu, o arquivo é "/etc/init.d/ssh".

Se não houvesse saída no comando acima, seria indicativo de que o servidor sshd não está
instalado. Nesse caso, poderia ser instalado com o comando yum:

shell# yum install openssh-server

Num Ubuntu, o comando seria "apt-get install openssh-server".

O serviço SSH foi instalado como standalone [que é o padrão] e não inetd. Após instalado,
verificar se existem os seguintes arquivos:

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shell# file /etc/init.d/sshd
/etc/init.d/sshd: Bourne shell script text executable
shell# file /usr/sbin/sshd
/usr/sbin/sshd: ELF 32-bit LSB shared object, Intel 80386, version 1 (SYSV), dynamically linked (uses
shared libs), for GNU/Linux 2.6.18, stripped
shell# file /etc/ssh/sshd_config
/etc/ssh/sshd_config: ASCII English text

onde:
• /etc/init.d/sshd é o script de inicialização do servidor sshd (Ubuntu: /etc/init.d/ssh);
• /usr/sbin/sshd é o executável que ao rodar dá origem ao processo daemon;
• /etc/ssh/sshd_config é o arquivo de configuração do servidor sshd.

Verificar se existe o processo daemon rodando:

shell# ps -ef | grep sshd


root 3234 1 0 15:05 ? 00:00:00 /usr/sbin/sshd

portanto, se houver saída no comando indica que o processo está rodando e deve ser parado:

shell# /etc/init.d/sshd stop


Parando o sshd: [ OK ]

Nessa situação, o scan de portas nmap não deve mostrar a porta 22 aberta.

Agora, então, iniciar o servidor sshd:

shell# /etc/init.d/sshd start


Iniciando o sshd: [ OK ]

Depois disso, o scan de portas vai mostrar que a porta 22 está aberta:

shell# nmap localhost

Starting Nmap 4.76 ( http://nmap.org ) at 2009-09-07 17:38 BRT


Interesting ports on localhost (127.0.0.1):
Not shown: 998 closed ports
PORT STATE SERVICE
22/tcp open ssh
631/tcp open ipp

Nmap done: 1 IP address (1 host up) scanned in 0.08 seconds

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E o comando ps vai mostrar que o daemon sshd está rodando:

shell# ps -ef | grep sshd


root 1327 1 0 19:22 ? 00:00:00 /usr/sbin/sshd

12 – Testar o acesso com as aplicações clientes ssh, scp e sftp

A aplicação cliente ssh é semelhante a telnet, com a segurança da criptografia.

Sabendo que foi disponibilizado serviço SSH na máquina remota com endereço IP, por
exemplo, 192.168.1.10, usar a aplicação cliente ssh para fazer o acesso a esse serviço:

shell$ ssh [email protected]


The authenticity of host 'localhost (192.168.1.10)' can't be established.
RSA key fingerprint is 66:39:9d:7a:8f:4c:af:1b:40:c4:a7:35:42:15:3b:d6.
Are you sure you want to continue connecting (yes/no)? yes
Warning: Permanently added 'localhost' (RSA) to the list of known hosts.
[email protected]'s password:
Last login: Sun Sep 13 11:37:30 2009 from 192.168.1.13
[[email protected]]$

Uma vez conectado no acesso ssh, pode disparar comandos no servidor remoto.

O acesso ssh também é usado para administrar hosts remotos e equipamentos de rede como
roteadores, switches e firewalls.

Uma alternativa à notação "ssh [email protected]" é usar:

shell$ ssh -l aluno 192.168.1.10

onde a letra l vem de login_name.

A aplicação cliente scp [secure copy] serve para transferir arquivos usando o protocolo
SSH.

Por exemplo, para transferir o arquivo /etc/passwd do host remoto 192.168.1.10 para o
diretório /tmp local [download], comandar:

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shell$ scp [email protected]:/etc/passwd /tmp
[email protected]'s password:
passwd 100% 2023 2.0KB/s 00:00
shell$

Para enviar um arquivo local para o servidor remoto [upload], comandar:

shell$ scp /etc/group [email protected]:/tmp


[email protected]'s password:
group 100% 875 0.9KB/s 00:00
shell$

A aplicação cliente sftp tem esse nome de secure ftp, pois transfere arquivos usando
criptografia de dados. A funcionalidade é similar a do cliente ftp, incluindo a interatividade.

Por exemplo, para acessar o host no IP 192.168.1.10, comandar:

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shell$ sftp [email protected]
[email protected]'s password:
sftp> ?
Available commands:
cd path Change remote directory to 'path'
lcd path Change local directory to 'path'
chgrp grp path Change group of file 'path' to 'grp'
chmod mode path Change permissions of file 'path' to 'mode'
chown own path Change owner of file 'path' to 'own'
df [path] Display statistics for current directory or filesystem containing 'path'
help Display this help text
get remote-path [local-path] Download file
lls [ls-options [path]] Display local directory listing
ln oldpath newpath Symlink remote file
lmkdir path Create local directory
lpwd Print local working directory
ls [path] Display remote directory listing
lumask umask Set local umask to 'umask'
mkdir path Create remote directory
progress Toggle display of progress meter
put local-path [remote-path] Upload file
pwd Display remote working directory
exit Quit sftp
quit Quit sftp
rename oldpath newpath Rename remote file
rmdir path Remove remote directory
rm path Delete remote file
symlink oldpath newpath Symlink remote file
version Show SFTP version
!command Execute 'command' in local shell
! Escape to local shell
? Synonym for help
sftp>

Uma configuração importante no servidor SSH é impedir o acesso do usuário root


diretamente ao host, pois isso caracteriza um acesso genérico com privilégios. O modo correto [e
recomendado] é o administrador logar com o seu usuário e depois comandar su ou sudo para
ganhar privilégios de root, e com isso registrar em logs do sistema quem é a pessoa que está
executando esses comandos.

Para impedir o acesso do usuário root no acesso SSH basta que haja a seguinte linha de
configuração no arquivo /etc/ssh/sshd_config:

=== arquivo /etc/ssh/sshd_config ===


PermitRootLogin no
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13 – Noçoes de rdesktop e vnc

A aplicação cliente rdesktop é usada para acessar sistemas Windows com Terminal
Services. Essa aplicação roda praticamente em todos os sistemas da família Unix, e serve para
acessar ou administrar sistemas Windows a partir de uma estação de trabalho Linux [por exemplo].

O cliente rdesktop exige ambiente gráfico na estação onde for rodar.

O nome vnc vem de virtual network computing, que é um sistema de compartilhamento do


desktop para controle a partir de outro computador. O vnc transmite os eventos de teclado e mouse
de um computador para o outro.

Uma grande vantagem do vnc é a independência de plataforma: um vnc viewer


[visualizador] num determinado sistema operacional pode conectar a um vnc server em outro
sistema operacional.

Com isso, uma máquina com vnc server pode ser administrada remotamente por outra,
mesmo de sistema operacional diferente, desde que tenha um vnc viewer.

Porém, na prática, a administração de sistemas operacionais da família Unix e equipamentos


de rede é feita via linha de comando, de modo que tanto rdesktop quanto vnc estão mais
voltados para administração e acesso a sistemas Windows.

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