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MATRIZES

1.NOÇÃO SOBRE MATRIZ


A tabela que se segue, mostra o aproveitamento de um determinado aluno durante os 3 trimestres do ano
lectivo de 2006, nas disciplinas de Português, Geografia e História.

Trimestre
Disciplina 1º 2º 3º
Portugês 12 13 12
Geografia 13 15 14
História 14 10 15

Para simplificar , podemos escrever as notas da seguinte maneira:

12 13 12 
  A esta forma de se dispor as notas, chamamos matriz.
13 15 14  De um modo geral, chamamos de matriz a qualquer tabela
14 10 15 
  rectangular de números reais.

As matrizes podem ser representadas de uma das formas abaixo:

12 13 12   2 13 − 2 1 3 13
  − 13 5 9 
13 15 14  ou   ou −4 0 −5
14 10 15   14 0 1 
  11 7 0

2.CARACTERIZAÇÃO DE UMA MATRIZ

12 13 12  A matriz ao lado é formada por 3 filas


  horizontais ( linhas) e 3 filas verticais
 13 15 14 
(colunas). Por isso ela é do tipo 3x3 ( lê-se: 3
14 15 
 10 por 3).

Uma matriz do tipo m x n é aquela que tem m linhas e n colunas.

3.ELEMENTOS DE UMA MATRIZ

Os números que compõem a matriz, chamamos elementos da matriz.

 − 6 3 0
Consideremos a matriz A =   que é composta por 6 elementos:
 1 − 2 5

O elemento -6 está na 1ª linha e na 1ª coluna. Indicamos por a11 = -6 (lê-se: aum um = -6)
O elemento 3 está na 1ª linha e na 2ª coluna. Indicamos por a12 = 3;

1
O elemento 1 está na 2ª linha e na 1ª coluna. Indicamos por a21 = 1;
O elemento 5 está na 2ª linha e na 3ª coluna. Indicamos por a23 = 5;
E assim indicamos a posição dos restantes elementos.

Em geral, quando queremos nos referir a um elemento que está na linha “i” e na coluna “j”,
escrevemos aij.

4.REPRESENTAÇÃO GENÉRICA DE UMA MATRIZ

Vai aprender agora como representar, genericamente, uma matriz. Veja os exemplos.

Ex1: Matriz A do tipo 1 x 3


A = ( a11 a12 a13 ) ou abreviadamente, A = ( aij ) 1 x 3.

Ex2: Matriz B do tipo 2 x 3


 b11 b12 b13 
B =   ou abreviadamente, B = ( bij )2 x 3.
 b21 b22 b23 

Ex3: Matriz C do tipo m x n


 c11 c12 ........ c1n 
c c2 n 
C=  21 c21 ....... ou abreviadamente, C = ( cij )m x n.
 .... .... ..... .....
 
cm1 cm 2 ....... cmn 

Observação: Verifica que o último elemento dá-nos o tipo da matriz.

EXERCÍCIO 1
1.Represente, genericamente, as matrizes que se seguem:
a) A = ( aij)3 x 2 b) A = ( aij)2 x 5 c) A = ( aij)1 x 3 d) A = ( aij)2 x 1

2.Escreve as seguintes matrizes:


a) A = ( aij)3 x 2, sabendo que aij = 2i + j b) B = ( bij)2 x 3, sabendo que aij = i2-j2.
3i , se i  j
i − j, se i = j 
c) C = (cij)4 x 4, onde cij =  d) D=(dij)5 x 3, dij = − j , se i = j
10 , se i  j  j 2 , se i  j

5.MATRIZES IGUAIS

Duas matrizes A = (aij) e B = ( bij), de mesma ordem m×n, são iguais se todos os seus elementos
correspondentes são iguais, isto é: aij = bij.

2
 a11 a12   b11 b12 
Considere as matrizes A =   e B=  
 a 21 a 22   b21 b22 

Definição: Diz-se que A = B, sse, a11 = b11, a12 = b12, a21 = b21 e a22 = b22.

EXERCÍCIO 2
 x − y   5  1 x − y  1 2
1.Determine x e y tais que: a )   =   b)  = .
 x + y  1 x+ y 6   8 6 

 2m 3n   m + 1 2n 
2.Determine m e n tais que:   =  .
 3 4   3 n + 4 

6.OPERAÇÕES COM MATRIZES

6.1. ADIÇÃO DE MATRIZES

A soma de duas A = ( aij) e B = (bij) do mesmo tipo, é uma matriz A + B = ( aij) + (bij) .

 − 5 3  3 2
Exemplo: Dadas as matrizes A =   e B =   , calcular A + B.
 1 0   − 4 − 1 

 − 5 3  3 2   − 5+3 3+ 2  − 2 5 
A + B =   +   =   =  
 1 0   − 4 − 1 1+ (−4) 0 + (−1)   − 3 − 1

Propriedades da Adição de Matrizes

P1: Associativa: Para quaisquer matrizes A, B e C, de mesma ordem m×n, vale a igualdade:
(A + B) + C = A + (B + C)

P2: Comutativa: Para quaisquer matrizes A e B, de mesma ordem m×n, vale a igualdade:
A+B=B+A

P3: Elemento neutro: Existe uma matriz nula 0 que somada com qualquer outra matriz A de mesma
ordem, fornecerá a própria matriz A, isto é: 0 + A = A

P4: Elemento oposto: Para cada matriz A, existe uma matriz -A, denominada a oposta de A, cuja soma
entre ambas fornecerá a matriz nula de mesma ordem, isto é:

3
A + (-A) = 0

Obs: Sendo a subtracção operação inversa da adição, pode-se dizer que subtair a matriz B da matriz A,
é o mesmo que adicionar à matriz A, a oposta da matriz B.

1 − 4 0  2 0 4
Ex: Dadas as matrizes A =   e B =   , calcular A – B.
5 − 3 2  3 0 5

1 − 4 0  2 0 4  −1 − 4 − 4
A – B =   -   =  
5 − 3 2  3 0 5  2 − 3 − 3
6.2.MULPLICAÇÃO DE UM ESCALAR POR UMA MATRZ

Seja k um escalar ( k  R) e A = ( aij) uma matriz. Definimos a multiplicação do escalar k, não nulo pela
matriz A, como uma outra matriz kA = K ( aij) obtida, multiplicando cada elemento da matriz A por K.

1 0 − 2
Exemplo: Dado o escalar -4 e a matriz A =   , calcule – 4A.
 3 1 4 

1 0 − 2  − 4  1 − 4  0 − 4  (−4)   − 4 0 16 
- 4 A = - 4   =   =  
3 1 4   − 4  3 − 4  1 − 4  4   − 12 − 4 − 16 

Propriedades da Multiplicação de Escalar por Matriz

P1: Multiplicação pelo escalar 1: A multiplicação do escalar 1 por qualquer matriz A, fornecerá a
própria matriz A, isto é: 1.A = A

P2: Multiplicação pelo escalar zero: A multiplicação do escalar 0 por qualquer matriz A, fornecerá a
matriz nula, isto é: 0.A = 0

P3: Distributividade das matrizes: Para quaisquer matrizes A e B de mesma ordem e para qualquer
escalar k, tem-se: k (A+B) = k A + k B

P4: Distributividade dos escalares: Para qualquer matriz A e para quaisquer escalares k1 e k2, tem-se:
(k1 + k2) A = k1 A + k2 A

EXERCÍCIO 3

 1 2 1 1
1 − 2 3     0 2 − 1  
1.Dadas as matrizes A =   , B =  4 5  , C =   e D =  3 2  .
 0 3 − 1  − 1 3  4 1 − 1  2 3
   
Calcule: a) 2A – C b) -A - 2C c) 1/2 B – D d) 3/2A – 2C.

4
e) 3D – B f) 2/3(C – A ) g)1/5 (A + C) h)-2/3 (B – D )

2. Determine x e y, tais que:


x + 3 y = B 1  − 2 x + y = A 2 4   − 1 3
a)  , se A =   e B =   b)  , se A =   e B =  
2 x − 3 y = A  3 0  x − y = B  0 − 3  − 2 1

6.3.MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES

Seja a matriz A = (aij)m x n e a matriz B = (bij)n x p . Definimos o produto das matrizes A e B como uma
outra matriz C = (A B)m x p obtida multiplicando-se, ordenadamente, os elementos da linha i da matriz
A pelos elementos da coluna j da matriz B e, em seguida, somando-se os produtos.

Obs: O produto de matrizes só é possível se o número de colunas da 1ª matriz for igual ao número de
linhas da 2ª matriz. A matriz produto possui o mesmo número de linhas da 1ª matriz e o mesmo número
de colunas da 2ª matriz.

 3 − 1  2 1 3
Ex: Sabendo que A =   e B =   , encontre C = A B.
2 6   3 5 6

Resolução:
 c11 c12 c13 
A é 2x2 e B é 2x3, então a matriz C será do tipo 2x3 e C =  
 c21 c22 c23 
c11 obtem-se, multiplicando os elementos da 1ª linha de A com os elementos da 1ª coluna de B e,
adicionam-se os produtos. Então c11 = 3 . 2 + -1 . 3 = 3

c12 obtem-se, multiplicando os elementos da 1ª linha de A com os elementos da 2ª coluna de B,


adicionando depois os produtos e teremos: c12 = 3 . 1 + (-1). 5 = -2.

C13 obtem-se, multiplicando os elementos da 1ª linha de A com os elementos da 3ª coluna de B,


adicionando depois os produtos e teremos: c13 = 3 . 3 + (-1) . 6 = 3.

C21 obtem-se, multiplicando os elementos da 2ª linha de A com os elementos da 1ª coluna de B,


adicionando depois os produtos e teremos: c21 = 2 . 2 + 6 . 3 = 22 .

C22 obtem-se, multiplicando os elementos da 2ª linha de A com os elementos da 2ª coluna de B,


adicionando depois os produtos e teremos: c22 = 2 . 1 + 6 . 5 = 32.

C23 obtem-se, multiplicando os elementos da 2ª linha de A com os elementos da 3ª coluna de B,


adicionando depois os produtos e teremos: c23 = 2 .3 + 6 . 6 = 42

 3 − 1  2 1 3   3 −2 3 
Assim, C =   .   =  
 2 6   3 5 6  22 32 42 

5
Propriedades da multiplicação de matrizes
Para todas as matrizes A, B e C que podem ser multiplicadas, temos algumas propriedades:
P1: Nem sempre vale a comutatividade: Em geral, A×B é diferente de B×A

P2: Distributividade da soma à direita P3: Distributividade da soma à esquerda


A (B+C) = A B + A C (A + B) C = A C + B C

P4: Associatividade: A (B C) = (A B) C

P5: Nulidade do produto: Pode acontecer que o produto de duas matrizes seja a matriz nula, isto é:
AB=0, embora nem A nem B sejam matrizes nulas, como é o caso do produto:
 1 0  0 0  0 0
     =  
 0 0  0 3  0 0

P6: Nem sempre vale o cancelamento: Se ocorrer a igualdade AC=BC, então nem sempre será
verdadeiro que A=B, pois existem exemplos de matrizes como as apresentadas abaixo, tal que:

 0 1  0 5  0 2  0 5  0 1  0 5
     =      , mas     
 0 0  0 0   0 0   0 0   0 0   0 0 

EXERCÍCIO 4

1.As matrizes A, B, C e D são de ordens 2x3, 3x4, 1x3 e 2x4, respectivamente. Dê a ordem de cada
matriz abaixo, se possível:
a) A B b) (C B) Dt c) ( A Ct ) D d) ( D Bt) Ct.
2.Uma certa matriz 4x5 foi multiplicada correctamente por uma certa matriz X e obteve-se, como
produto, uma matriz com 60 elementos. Qual é o tipo da matriz X?

3.Se A é uma matriz 3x4, quantos elememntos tem A At?

 1 − 1
 4 7 0 1 2 3 4   
4.Calcule os produtos: a)      b)     2 3
 2 3 1 0  1 2 − 1  − 3 6 
 

 4 − 8 2   1 0 1  2 3 4 1 0 0
       
c)  − 6 12 − 3   0 1  d ) 4  (2 1 3) e)  − 1 2 3   0 1 0 
 1 − 2 1/ 2  − 2 4 5  0 2 10 0 1
       
 1 3
5.Mostre que a matriz A =   é zero da função f(x) = x2 – 4x – 12 .
 5 3 

6. Determine g(A), sabendo que :

6
 0 − 1  1 0
a) g(x) = 2 – 3x – x2 e A =   b) g(x) = 2x2 – x – 1 e A =  
3 0   2 1
2 2   0 − 1
c) g(x) = x3 -3x2 -2x + 4 e A =   d) g(x) = 2x2 – 4x + 3 e A =  
 3 − 1  −1 0 

7.Determine uma matriz X, tal que:


 − 1 1 3
  − 2 1  9
a) X  A = B, sendo A =  3 − 1 1  e B = (5 1 11) b) A  X = B, se A =   e B =  
 2 0 0  1 − 2 3
 
 2 1  1 2
c) A  X = B, sendo A =   e B =  
 3 2  − 2 1

7.TIPOS DE MATRIZES

1.A matriz A = ( -2, 5, 0, 7)1 x 4 é matriz linha , pois possui uma única linha.

7 
 
2.A matriz A =  − 1 é matriz coluna , pois possui uma única coluna.
2 
  3x1

3.Matriz quadrada é a matriz que tem o número de linhas igual ao número de colunas, i.e., m = n.

0 1
Ex: A =   Neste tipo de matrizes temos a destacar duas diagonais:
 4 2

Diagonal principal: A diagonal principal da matriz é indicada pelos elementos da forma aij onde i = j.
Ex: 0 e 2 são elementos da diagonal principal.

Diagonal secundária: A diagonal secundária da matriz é indicada pelos elementos a12 e a21. São
elementos aij tais que i + j = n + 1.

A natriz dada é de ordem n = 2. Assim para o elemento a12 teremos:1 + 2 = n + 1.

4.Matriz diagonal é uma matriz quadrada que tem todos elementos nulos, excepto os da diagonal
principal. Os elementos da diagonal principal não são nulos, podendo, no entanto alguns elementos
dessa diagonal serem nulos. Ou é uma matriz quadrada, tal que todo elemento aij = 0, se i  j .

7
 − 3 0 0
 
Ex: A =  0 2 0 
 0 0 6
 

5.Matriz triangular: é uma matriz quadrada onde todos elementos que figuram acima ou abaixo da
diagonal principal são nulos.

 − 3 0 0 1 7 2
   
Ex: A =  4 2 0 B = 0 5 3
 0 1 6 0 0 1
   

A matriz A é triangular inferior e a matriz B é triangular superior.

6.Matriz nula é aquela que possui todos os elementos nulos.

7.Matriz identidade, denotada por In, é uma matriz diagonal onde todos os elementos da diagonal
principal são iguais a 1. Isto significa que todos elementos aij = 1, se i = j e aij = 0, se i  j .

1 0 0
 
Ex: A =  0 1 0  Esta matriz pode ser chamada identidade de ordem 3, e indica- se por I3.
0 0 1
 

Matrizes com propriedades especiais

1.Uma matriz A é nilpotente de índice k natural, se: Ak = 0


2.Uma matriz A é periódica de índice k natural, se: Ak+1= A
3.Uma matriz quadrada A é idempotente, se: A2 = A (A matriz identidade é idempotente)
4.As matrizes A e B são comutativas, se: A B = B A
5.As matrizes A e B são anti-comutativas, se: AB=-BA
6.A matriz identidade In multiplicada por toda matriz A, fornecerá a própria matriz A, quando o
produto fizer sentido. In A = A

8.MATRIZ TRANSPOSTA E SUAS PROPRIEDAS

Dada uma matriz A= (aij)mxn, chamamos matriz transposta da matriz A e indicamos por
At = (aij)nxm , a matriz que resulta da troca ordenada de suas linhas e colunas.
8 3 − 4
Ex: A =   a matriz At é obtida, transformando a 1ª linha de A em 1ª colunas de At , a 2ª
 1 0 − 3 
linha de A em 2ª coluna de At , etc. Assim, teremos:

8
 8 1 
 
At =  3 0 .
 − 4 − 3
 

Propriedades das matrizes transpostas


P1: A transposta da transposta da matriz é a própria matriz. Isto é (At)t = A
P2: A transposta da multiplicação de um escalar por uma matriz é igual ao próprio escalar multiplicado
pela transposta da matriz. Isto é (kA)t = k (At)
P3: A transposta da soma de duas matrizes é a soma das transpostas dessas matrizes. Isto é (A + B)t =
A t + Bt
P4: A transposta do produto de duas matrizes é igual ao produto das transpostas das matrizes na ordem
trocada. Isto é (A B)t = Bt At

EXERCÍCIO 5

1.Quantos zeros há em cada linha de uma matriz I5?


2.Quantos zeros existem numa matriz I5? E numa matriz In?
x+ y 4 −2   5 4 − 2
   
 3 2z 3   3 2 3 
3.Considere as seguintes matrizes A =  e B=  . Determine x, y, z e
0 4 x− y 0 4 −1
   
 − 6 z −t  − 6 − 3 1 
 1   
t para que A = B .
t t

9.MATRIZ SIMÉTRICA E MATRIZ ANTI-SIMÉTRICA.

9.1.MATRIZ SIMÉTRICA
Uma matriz A é simétrica se é uma matriz quadrada tal que: At = A
Por outra, matriz simétrica é uma matriz quadrada , onde aij = aji.
 4 3 − 1
 
Ex: B =  3 2 0  Nesta matriz b12 = b21, b13 = b31 e b23 = b32.
−1 0 5 
 

9.2.MATRIZ ANTI-SIMÉTRICA

Uma matriz A é anti-simétrica se é uma matriz quadrada tal que: At = -A

 0 2 3
 
Ex: B =  − 2 0 5  é anti-simétrica. Os elementos bij = - bji.
 − 3 − 5 0
 

9
Propriedades das matrizes simétricas e anti-simétricas

P1: Se A é uma matriz simétrica de ordem n, então para todo escalar k, a matriz k.A é simétrica.

P2: Se A é uma matriz quadrada de ordem n, então a matriz B = A + A t é simétrica.

P3: Se A é uma matriz quadrada de ordem n, então a matriz B = A - At é anti-simétrica.

EXERCÍCIO 6

 4 6 y − 3z   0 x + y + 10 z 1 
  
Dadas as matrizes A = 4 x + y − 1 4 x − 3z  e B =  − 2 0 x − 3 y − 5 z  .
 10 20 5   x − y + 5 z −1 0 

Determine x, y e z de odo que: a) A matriz A seja simétrica. b) A matriz B seja anti-simétrica.

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

 5x 8  10 − y 8 
1.Determine x e y, tais que:   =  .
 10 1   10 6 x − y 

 2x + y = A 3 1
2. Determine x e y, tais que:  sendo A =   e B =  
y + x = B  4 1
 1 − 2
3.Seja A = ( aij)2 x 2 com aij = (-1) i + j.( i x j) e B =   .Determine A . B.
− 2 4 

2 −1 0   − 1
   
4.Sendo A =  0 0 2  e B =  6  , determine X tal que A . X = B.
 1 1 − 1 2
   

 1 2 0
 
5.Sendo A =  2 0 0  e B = (0 − 4 3) , determine X tal que X . A = B.
 −1 1 2
 

6.Multiplicando-se uma matriz 2x5 por uma matriz quadrada, qual é o tipo da matriz-produto?

10
7.Certa matriz A foi multiplicada por uma matriz B3x4 e o resultado obtido foi uma matriz quadrada. Qual
é o tipo da matriz A?

8.Qual é a transposta da matriz I6?

9.Se A é uma matriz triangular superior, qual é a transposta de A?

1 2 
10.Determine g(A), sabendo que A =   e g(x) = 2x2 – x + 5.
 4 − 3
 1 3
11.Seja A =   . Determine f(A), se f(x) = x2 – x – 3.
 − 1 0 

aii = 0

12.Seja dada a matri A = ( aij )4 x 4 para a qual aij = a ji . Determine a referida matriz

aij = i + j , se 1  i  j  4
e a sua transposta. Classifique-a quanto ao tipo.

3 2 2 x + y − 3z 7 
2 8 5 4 
13.Determine x, y, z e t de modo que a matriz E =   seja
− 5 3 y + 4 z + t −1 − 4x + 2z − t
 
7 3x − y + t 0 2 
simétrica.

DETERMINANTES

Para resolvermos os sistemas no próximo capítulo, é necessário termos o conhecimnto de uma ferramenta
que nos permitirá classificá-los quanto ao tipo de soluções – os determinantes.
O determinante de uma matriz A quadrada é indicado por det A ou | A |.

 1 4 1 4
Se A =   é uma matriz quadrada então, o determinante dessa matriz indica-se por det A = .
 2 6 2 6

1.CÁLCULO DOS DETERMINANTES DE MATRIZES DE ORDEM 1, 2, E 3

1.Determinante da matriz 1 x 1
O determinante da matriz de ordem 1 é igual ao seu único elemento

Exemplo: Se A = (- 6 ) , temos det A = - 6

11
2.Determinante da matriz 2 x 2
a a 
A =  11 12   det A = a11 a22 - a12 a21
 a21 a22 

O determinante de uma matriz de ordem 2 é igual a diferença entre o produto dos elementos da diagonal
principal perlo produto dos elementos da diagonal secundária.
Exemplo:
4 −4
= 4  3 − (−4)  1 = 12 + 4 = 16
1 3

3.Determinante da matrix 3 x 3
Se a matriz for de ordem 3, seu determinante pode ser calculado pela regra de Sarrus.
 a11 a12 a13 
 
Seja dada a matriz A =  a 21 a 22 a 23 
a 
 31 a32 a33 

1̊ Passo: Com os elementos da matriz, forma-se uma tabela, onde depois da 3ª coluna, repetem-se a 1ª e
2ª colunas.

a11 a12 a13 a11 a12

a21 a22 a23 a21 a22

a31 a32 a33 a31 a32

- - - + + +
2º Passo: Efectuam-se as multiplicações dos elementos indicados pelas setas;
Associa-se a cada produto o sinal indicado na seta;
Somam-se os produtos. Assim, temos:
det A = a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 – a12 a21 aa33 – a11 a23 a32 – a13 a22 aa31

1 −1 0
 
Exemplo: Calcule o determionante da matriz B =  2 3 4 
 1 −1 2
 
Resolução: 1 -1 0 1 -1

2 3 4 2 3  det B = 6 – 4 + 4 + 4 =10

1 -1 2 1 -1

12
EXERCÍCIO 1

1.Calcule os seguintes determinantes:

1 5 2 −2 1 2 1 5 0
sen 2 x −1
a) − 2 1 − 1 b) c) 1 0 1 d) −3 1 1
cos2 x 1
3 0 3 3 −1 3 2 −1 0

2.Determine x tal que:


1 x 3 3 2 0 1 1 1
1 −1
a) 2 1 − 1 = 2 b) 1 1 1  2 c) x 3 −1 =
13 1
−1 0 2 − 1 3x − 5 −2 x 0

1 2 −3 0 0 2 1 3 2
d ) x 0 1  53 e) − 1 1 lg( x − 2) = 0 f) 2 6 x = 0
−1 1 2 lg x 1 1 −3 4 6

3.Ache a segunda derivada dos seguintes determinantes:


x 1 2 0 ln (x − 5) − 2
x2 x3
a) b) x 2 x + 1
2
x3 c) 0 e 3 x −1 1
2 x 3x + 1
0 3x − 5 x 2 − 2 −4 2 3

2.CÁLCULO DO DETERMINANTE – DEFINIÇÃO DE LAPLACE

Seja A uma matriz de ordem n  2 .


Definição: Chamamos menor complementar de um elemento aij e indicamos por Mij (ou Dij), o
determinante da matriz que se obtém, eliminando a linha i e a coluna j da matriz A.

Exemplo:
1 −1 0 
 
Com base na matriz C =  4 3 − 4 , calcule : M 13 , M 22 , M 32 , M 23 e M 11 .
1 −1 2 
 

Resolução: a) M13 determinante obtido, eliminando a 1ª linha e a 3ª coluna. Assim,


4 3
M13 = = 4  (−1) − 1  3 = − 4 − 3 = − 7
1 −1

Obs. : Resolve os restantes exercícios.

13
Definição:Chamamos co-factor de um elemento aij de uma matriz de ordem n  2 e indicamos por Aij
− M ij , se i + j for impar

ao número Aij = (− 1)i + j M ij = 
M ij , se i + j for par

Exemplo:

Com base na matriz acima, calcule: A13 , A11 , A23 , A32 e A21 .

Resolução: a) A13 é o co-factor do elemento a13. Assim,


4 4 3
A13 = (− 1) M13 = (− 1)
1+ 3
= 4  (−1) − 1  3 = − 4 − 3 = − 7
1 −1
Obs. : Resolve os restantes exercícios.

TEOREMA DE LAPLACE

“ O determinante de uma matriz quadrada de ordem n  2 é igual a soma dos produtos dos elementos
de qualquer fila ( linha ou coluna ) da matriz, pelos respectivos co- factores.”

 a11 a12 a13 


 
Veja como aplicar o teorema para a seguinte matriz A =  a21 a22 a23 
a a33 
 31 a32

Para o efeito, vamos escolher a 1ª linha e, segundo o teorema temos:

det A = a11 A11 + a12 A12 + a13 A13 = a11 (-1)2 M11 + a12 (-1)3 M12 + a13 (-1)4 M13

Podemos também escolher, por exemplo, a 2ª coluna e teremos:

det A = a12 A12 + a22 A22 + a32 A32 = a12 (-1)3 M12 + a22 (-1)4 M22 + a32 (-1)5 M32

Exemplo
 2 3 1
 
Calcule, segundo Laplace o determinante da seguinte matriz C =  2 1 5 .
 − 3 1 0
 
Resolução
Aconselha-se escolher a fila com o maior número de zeros possíveis, pois teremos um número reduzido
de co-factores a determinar.
Vamos, para o nosso caso , escolher a 3ª coluna. Segundo o teorema de Laplace, teremos:

det A = a13 A13 + a23 A23 + a33 A33 = a13 (-1)4 M13 + a23 (-1)5 M23 + a33 (-1)6 M33

14
2 1 2 3 2 3
det A = 1  (− 1) + 5  (− 1) + 0  (− 1) = 2 + 3 − 5 (2 + 9) + 0 = 5 − 55 = − 50
4 5 6

−3 1 −3 1 2 1

EXERCÍCIO 2

Calcule os seguintes determinantes:


1 0 3 0 3 −1 2 6 2 −1 3 1
−1 2 3 3 −1 2
1 2 −1 3 5 −1 2 0 −2 0 1 3
1. 2 0 − 1 2. 0 1 1 3. 4. 5.
0 1 2 −1 1 3 2 0 1 2 1 3
1 3 0 2 −3 1
1 3 5 −2 8 −5 1 0 3 −1 2 −1
sol. − 12 sol. − 3

3.PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES

P1. O determinante de uma matriz A é igual ao determinante de sua transposta (det A = det At ).

Exercício
3 1
Dada a matriz A =  .
5 2

Determine a transposta de A e, em seguida, calcule os determinantes das duas matrizes.

P2. Se todos elementos de uma fila ( linha ou coluna ) de uma mAtriz quadrada forem nulos, seu

determinante é nulo.

Exercício
1 0 2
Calcule : − 2 0 −1
3 0 3

P3. Se multiplicarmos (ou dividirmos) todos os elementos de uma fila ( linha ou coluna ) de uma matriz

quadrada por um número real não nulo, o determinante dessa matriz fica multiplicado ( ou dividido) por

esse número real.

Exercício
 1 3
Considere a matriz A =  .
 −1 0

15
Multiplique os elementos da 1ª coluna por 3 e calcule o determinante de A e da matriz resultante. Veja a
propriedade.

P4. Se trocarmos duas filas paralelas ( linhas ou colunas ) de uma matriz quadrada, seu determinante

muda de sinal.

Exercício
 1 3
Considere a matriz A =  .
 2 5 
Troque a posição das linhas e calcule o determinante de A e da matriz resultante. Veja a propriedade.

P5. O determinante de uma matriz triangular é igual ao produto dos elementos da diagonal principal.

Observação: esta propriedade não se aplica à diagonal secundária.

Exercício
 − 2 0 0
 
Considere a matriz B =  1 3 0  . Calcule o det er min ante.
 0 5 4
 

P6. Se duas filas paralelas ( linhas ou colunas ) de uma matriz quadrada forem iguais, então seu

determinante é nulo.

Exercício
 − 2 0 − 2
 
Considere a matriz C =  1 3 1  . Calcule o det er min ante.
 −1 5 −1
 

P7. Se uma das linhas ( ou colunas ) de uma matriz quadrada for múltipla de outra linha (ou coluna ), seu

determinante é nulo.

Exercício
 − 2 0 − 2
 
Considere a matriz D =  1 3 − 1  . Nesta matriz l3 = 2 l2 . Calcule o det er min ante.
 2 6 − 2
 

16
P8. “O determinante de uma matriz quadrada não altera se aos elementos de uma linha (ou coluna)

somarmos (ou subtrairmos), ordenadamente, os elementos de outra linha (ou coluna), previamente

multiplicados (ou divididos) por um número real não nulo.” Este é o Teorema de Jacobi.
Simbolicamente, pode − se escrever : k li + l j → li

Significa adicionar, ordenadamente, aos elementos da linha j, os elementos da linha i previamente

multiplicados por um número real k não nulo e o resultado vai para a linha i da matriz resultante.

Observação: Com a ajuda deste teorema podemos criar zeros numa linha (ou coluna) que facilitarão o

cálculo do determinante, pois diminuirá o número de co-factores a calcular.

Exercício
2 1 −4 −3
4 3 6 9
1. Calcule ( Sugere − se antes a operaca~o : c2 + c3 → c3 )
5 4 2 6
−2 1 −5 −4

−1 3 0 2
3 2 1 3
2, Calcule ( Sugesta~o : 2 l1 + l2 → l2 )
1 8 1 7
 e 13 0

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

Calcule os determinantes que se seguem, usando o teoroma de Laplace.

1 2 −1 2 1 1 1 1 1 −2 2 1 1 4 −1 2
2 3 −2 3 1 2 2 2 3 0 1 2 3 2 −2 0
1. (0) 2. (3) 3. (40) 4. (−68)
4 1 0 5 1 2 3 3 1 0 4 −1 2 0 −2 3
5 0 4 9 1 2 3 6 −1 0 0 1 5 0 − 5 −1

17
1 2 3 5 2 1 2 1 2 1
1 3 5 6 −1 0 0 0
0 −1 0 −1 1 1 1 1 1 1
−4 0 2 1 10 3 0 0
5. 6. 0 3 0 3 2 7. = − 48 , x = ? 8. 2 3 0 0 0
7 9 9 8 9 1 x 0
0 2 0 2 3 3 2 0 0 0
5 3 3 5 1 3 2 x
0 2 1 1 −1 1 2 0 0 0

4.MATRIZ ESCALONADA

Considere as seguintes matrizes:


 2 1 0 − 3 0 4 − 5 6 2  0 1 0 0
     
A = 0 0 5 4  B =  0 0 0 3 − 1 C = 0 0 1 0
0 0 0 7  0 0 0 0 4  0 0 0 1
     

Nelas pode-se notar que o número de zeros, precedendo o primeiro elemento não nulo de uma linha
aumenta, linha por linha, podendo por vezes sobrarem linhas com todos elementos nulos. A este tipo de
matrizes chama-se matriz escalonada.
A matriz C possui elementos iguais a 1 na 2ª , 3ª e 4ª colunas e são os únicos elementos não nulos dessas
colunas. Assim, diz-se que a matiz C está escalonada e reduzida por linhas ( ou está na forma canónica).

Para escalonar uma matriz usamos as seguintes operações elementares com as linhas. Assim
indicamos:
E1 : li  l j Significa fazer a troca de lugares da linha i e linha j.
E2 : k li → li significa multiplicar a linha i por um numero real k  0 e substituir
o resultado obtido na linha i.
E 3 : k l i + l j → l i significa adicionar à linha j, a linha i previamente multiplicada por um número
real não nulo e substituir o resultado na linha i.

Definição: Diz-se que uma matriz B é equivalente por linhas à matriz A, se esta for obtida de A por uma
sucessão finita de operações elementares.

5.RANK ( POSTO OU CARACTERÍSTICA ) DE UMA MATRIZ

Definição: Chama-se rank ( posto ou característica ) de uma matriz A escalonada, ao número de linhas
não nulas dessa matriz. E indica-se por r ( A ).

Exemplo
Reduza à forma escalonada a matriz que se segue e determine a característica.

18
1 2 − 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0
     
A =  2 4 − 2 2   0 0 4 2   0 0 4 2
 3 6 − 4 3  0 0 5 3  0 0 0 2
     
− 2l1 + l2 → l2 − 5l2 + 4l3 → l3
− 3l1 + l3 → l3

A matriz resultante tem 3 linhas não nulas, por isso, a caractertica é r( A) = 3.

EXERCÍCIOS 3

1.Reduza as matrizes que se seguem à forma escalonada e depois à forma canónica por linhas.

1 3 − 1 2 
1 2 − 1 2 1  2 3 − 2 5 1  0 11 − 5 3
 
A = 2 4 1 − 2 3 , B = 3 − 1 2 0 4 e C =  
2 − 5 3 1 
3 6 2 − 6 5 4 − 5 6 − 5 7   
4 1 1 5

1.MATRIZ INVERSA

Definição:Chama-se matriz inversa de A, se existir, à matriz B tal que A B = B A = I.

• A inversa de uma matriz nem sempre existe. Caso exista diz-se que a matriz é invertível.
• Se exixte inversa representamos por A-1. Então A A-1 = A-1 A = I .
• As matrizes A e A-1 são todas quadradas e possuem a mesma ordem.

2.DETERMINANDO MATRIZ INVERSA

2.1.Usando a matriz adjunta


 a11 a12 a13 
 
Consideremos uma matriz A =  a21 a22 a23 
a a33 
 31 a32
A inversa desta matriz, se existir, determina-se da seguinte maneira:

adj ( A )
A −1 =
det A
Onde adj (A) é a matriz adjunta e det A é o determinante da matriz A

Definição: Chama-se matriz adjunta à transposta da matriz dos co-factores dos elementos da matriz A.

Exemplo

19
 2 − 3
Determina a inversa da matriz A =   .
1 3 

2 −3
Cálculo do determinante: det A = = 6 − (−3) = 9
1 3

Cálculo dos co-factores e da matriz adjunta.

A11 = (-1)2 3 = 3 A12 = (-1)3 1 = -1 A21 = (-1)3 (-3) = 3 A22 = (-1)4 2 = 2

 3 − 1  3 3
Cof A =    adj ( A) =  
3 2   −1 2

Cálculo da matrir inversa


 3 3
   3 3   1 1 
−1
A =
adj ( A )
 A −1  −1 2 =  9 9 =  3 3
det A 9  −1 2   −1 2 
 9 9  9 9
Agora verifique se: A A-1 = I2

2.2.MÉTODO DE GAUSS-JORDAN

Teorema1: “ Uma matriz A é invertível se, e somente se A é equivalente por linhas à matriz identidade.”

Teorema2: “ Sendo A uma matriz equivalente por linhas à matriz identidade pela sucessão de operações
elementares, essa sucessão de operações elementares aplicada à matriz identidade, produz a matriz
inversa.”

Este teorema permite o cálculo da matriz inversa pelo método de Gauss-Jordan. Neste método, formamos
uma matriz de blocos ( A| I ) ao qual aplicamos uma cadeia de operações elementares que permitirão
reduzir a matriz A na forma canónica por linhas e obteremos a seguinte matriz de blocos ( I | A-1 ).

 1 2 − 1
 
Exemplo: Determine a inversa da matriz B =  − 1 0 4  .
2 2 1
 

20
l +l → l − l 2 + l 3 → l1
 1 2 −1 1 0 0 1 2 −1 1 0 0 1 2 −1 1 0 0
1 2 2

     
 −1 0 4 0 1 0  0 2 3 1 1 0   0 2 3 1 1 0 
 2 2 1 0 0 1 0 − 2 3 − 2 0 1 0 0 6 −1 1 1
  − 2l1 + l3 →l3  l 2 + l 3 → l 3  
3l + 2 l → l
1 0 − 4 0 −1 0 3 0 0 − 2 −1 2 
l /3
1 0 0 −2 −1

1 3 1 1 2
     
3 3 3

0 2 3 1 1 0  0 4 0 3 1 − 1  0 1 0 3
4
1
4
−1
4
0 0 6 −1 1 1 0 0 6 −1 1 1  0 0 1 −1 1 
  − l3 + 2l 2 →l 2  l 2 / 4  6 
1
; l3 / 6 6 6

 −2 3 −1 2

 
3 3

B −1 =  3 4 1
4
−1
4
 −1 1 
 6 6 
1
6

EXERCÍCIO

I.Determine a inversa das matrizes que se seguem, se existirem:

1.Usando a matriz adjunta e o determinante

 3 1 − 2 1 1 1  1 − 3 1
1 − 2   2 − 1      
A =   b) B =   c) C =  0 1 5  d) D = 2 5 7  e) E =  2 0 2 
1 3  3 1  0 0 1   2 1 − 1 1 3 1
     

II.Usando o método de Gauss-Jordan.

 − 2 6 4  1 3 − 2
1 2 −1 0     
a) A =   b) B =   c) C =  1 − 3 2  d) D =  − 3 0 − 5
3 4  7 − 2  1 5 2   2 5 0 
  

 1 1 − 1  2 − 1 3  1 − 2 3 2 1 − 1
       
e) E =  1 − 1 1  f ) F =  − 2 3 2 g) G =  2 1 2  h) H =  0 2 1 
−1 1 1   0 2 5   3 −1 5 5 2 − 3 
     
1 3 4  − 1 2 − 3 2 3 4 1 0 2
       
i) I =  3 − 1 6  j ) J = 2 1 0  l) L =  1 − 1 2  m) M =  2 −1 3
−1 5 1  4 −2 5  3 1 − 1 4 1 8 
     
SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

DEFINIÇÃO: Chama-se sistema de m equações e n variáveis a um conjunto de equações do tipo:

21
a11 x1 + a12 x 2 + ......+ a1n x n = b1
a x + a x + ......+ a x = b
 21 1 22 2 2n n 2
 (1)
.................................................
a m1 x1 + a m 2 x 2 + .......+ a mn x n = bm

Chama-se solução de um sistema ao conjunto de valores de x que satisfazem todas equações do sistema

. Se o sistema tem solução diz-se compatível e, no caso contrário diz-se incompatível.

NOTA: Se todos os coeficientes b1, b2,…., bm forem nulos, o sitema chama-se linear homogéneo.
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 = 0

Por exemplo, o sistema seguinte a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 = 0 é linear homogéneo pois as equações que o
a x + a x + a x = 0
 31 1 32 2 33 3

compõem são iguais a zero.

1.ESTUDO DAS SOLUÇÕES DE UM SISTEMA LINEAR HOMOGÉNEO

Todo sistema linear e homogéneo é compatível ( tem solução ), pois admite sempre a solução trivial ( 0,
0, 0), isto é x1= 0, x2 = 0 e x3 = 0 se considerarmos o sistema do exemplo que tem três incógnitas.

Considerando o método de Cramer, pode-se dizer o seguinte:

• Se o determinante principal (determinante formado pelos coeficientes das incógnitas do sistema)


for diferente de zero (  0 ) , então o sistema admite apenas a solução trivial, isto é o sistema
admite uma única solução.

• Se o determinante principal (determinante formado pelos coeficientes das incógnitas do sistema)


for igual a zero ( = 0) , então o sistema admite para além da solução trivial, as soluções próprias,
isto é o sistema admite um número infinito de soluções.

2.MÉTODO DE GAUSS PARA A RESOLUÇÃO DE SISTEMAS

DEFINIÇÃO: Chama-se matriz principal do sistema à matriz formada pelos coeficientes das variáveis.
A partir do sistema (1), teremos:

22
 a11 a12 ... a1n 
 
a a 22 ... a 2 n 
A =  21
... ... ... ... 
 
a ... a mn 
 m1 am2

DEFINIÇÃO: Chama-se matriz alargada do sistema, à matriz formada pelos coeficientes das variáveis
e pelos coeficientes independentes de variáveis.
 a11 a12 ... a1n b1 
 
 a21 a22 ... a2 n b2 
B= 
... ... ... ... ... 
 
a 
 m1 m 2a ... amn bm

DEFINIÇÃO: Diz-se que o sistema está na forma escalonada se a matriz alargada B estiver na forma
escalonada.

TEOREMA: Dados dois sistemas de equações lineares, se as suas matrizes alargadas são equivalentes
por linhas, então estes sistemas são equivalentes. Isto significa que os dois sistemas admitem o mesmo
conjunto solução.

2.1.MÉTODO DE GAUSS

Este método consiste no seguinte:


1. Formar a matriz alargada do sistema em causa;
2. Reduzir a matriz alargada do sistema na forma escalonada;
3. Compor o sistema que corresponde à matriz resultante em 2;
4. Resolver o sistema escalonado obtido no passo anterior.

2.2.TEOREMA DE KRONECKER-CAPELLI

Seja dado um sistema de m equações e n variáveis:

1.Se a caractertica da matriz alargada B for igual à característica da matriz principal A [ r(A) = r(B) = r
], então o sistema diz-se compatível ( tem solução), sendo:

• Definido( tem única solução) se r = n ( n é o nº de variáveis)

• Indefinido ( tem um número infinito de soluções), se r < n.

2.Se a caractertica da matriz alargada B não for igual à característica da matriz principal A [ r(A)  r(B)
], então o sistema diz-se incompatível (não tem solução).

23
EXEMPLOS:

 x − 2 y + 3z = 2

1.Ache as soluções do seguinte sistema: − 2 x + y − z = − 3
3 x + 2 y + z = − 2

 1 −2 3 2 1 − 2 3 2 1 −2 2
3 1 − 2 3 2 
 − 2 1 − 1 − 3   0 − 3 5 1   0 − 3 5 1   0 − 3 5 1  
  
 3 2 1 − 2 0 8 − 8 − 8 0 1 − 1 − 1 0 0 2 − 2
2l1+l2 → l2 ; -3l1+l3 → l3 l3 /8 → l3 3l3 + l2 → l3 l3 /2 → l3

x y z

1 − 2 3 2  1 − 2 0 5  1 − 2 0 5  1 0 0 1 
0 − 3 5 1   0 − 3 0 6    0 1 0 − 2    0 1 0 − 2 
       
0 0 1 − 1 0 0 1 − 1 0 0 1 − 1 0 0 1 − 1

-5l3+l2 → l2 ; -3l3 +l1 → l1 -l2 /2 → l2 2l2 + l1 → l1

Assim, a solução é: x = 1, y = -2, z = -1 ou ( 1, -2, -1 )

Ao escalonar a matriz alargada verificou-se que sua característica é 3 e é igual à característica da matriz
principal, sendo esta igual ao número de incógnitas. Sendo assim, o sistema tem uma única solução que
é a trípla ( 1, -2, -1 ).

 x1 + 2 x 2 − 3x3 + 2 x 4 = 2

2.Ache a solução do sistema que se segue, se existir: 2 x1 + 5 x 2 − 8 x3 + 6 x 4 = 5
3x + 4 x − 5 x + 2 x = 4
 1 2 3 4

1 2 − 3 2 2  1 2 − 3 2 2 1 2 − 3 2 2
 2 5 − 8 6 5   0 1 − 2 2 1   0 1 − 2 2 1

  
3 4 − 5 2 4 0 − 2 4 − 4 − 2 0 0 0 0 0
− 2l1 + l2 → l2 2l2 +l3 → l3
− 3l1 + l3 → l3

Depois de escalonar o sistema, verifica-se que as caracteristicas das matrizes principal e alargada são

iguais, sendo o valor inferior ao número de variáveis. Assim, o sistema tem um número infinito de

soluções. Vamos compor o sistema escalonado

24
 x1 + 2 x2 − 3x3 + 2 x4 = 2

 x2 − 2 x3 + 2 x4 = 1
Resolve-se a segunda equação em ordem a x2, em função de x3 e x4 e substituímos na primeira equação
para determinar x1, em termos de x3 e x4. Pode-se resolver em ordem a qualquer variável, dependendo da
preferência.

x2 = 1 +2x3 -2x4 , substituindo na primeira equação: x1 + 2 (1 +2x3 -2x4 ) -3x3 +2x4 = 2  x1 + x3 – 2x4
= 0  x1 = - x3 + 2x4

A solução do sistema será: x1 = - x3 + 2x4 , x2 = 1 +2x3 -2x4 , x3 = x3 e x4 = x4 onde x3, x4  R. Atribuindo


valores a x3 e x4 acharemos algumas soluções particulares. Por exemplo, se x3 = 0 e x4 = 1, teremos:

x1 = - x3 + 2x4 = 0 + 2 = 2 e x2 = 1 +2x3 -2x4 = 1 + 0 – 2 = -1 sol: ( 2, -1, 0, 1)

x − y + 2z = 1

3.Ache a solução do seguinte sistema, se existir 3 x − 3 y + 6 z = 3
− 2 x − 2 y − 5 z = 2

 1 − 1 2 1 1 − 1 2 1  1 − 1 2 1 
 3 − 3 6 5   0 0 
0 2  0 2 − 1 5 O sistema resul tan te sera :
  
− 2 4 − 5 3 0 2 − 1 5 0 0 0 2
− 3l1 + l2 → l 2 l2  l3
2l 1 + l1 → l3
x − y + 2z = 1

 2y − z = 5
 0 = 2 Im possivel

O sistema não tem solução, pois a característica da matriz principal “e diferenta ca caracferistica da matriz
alargada.

EXERCÍCIO 1

I.Classifique e ache as soluções dos seguintes sistemas, se existirem:

 x1 + x2 + x3 + x4 = 0
 x1 + x2 − x3 + x4 = 0  x − 2 y + 3z = 13 x + x + x − x = 4 x − 3 y + 2z = 0
   1 2 3 4 
1. 2 x1 + x2 + x3 − x4 = 0 2. 2 x − 2 z = − 10 3.  4. 2 x − 6 y + 4 z = 0
x + 2x + x + x = 0 − x + 2 y − z = − 7 x + x
 1 2 3 4 − x + x = − 4 x + 3 y
 1   =0
2 3 4
x − x + x + x = 2
 1 2 3 4

25
II. Determine as soluções os seguintes sistemas, se existirem.
 x1 − 2 x 2 + x3 + x 4 = 1 x + 5 y + z = 0 2 x + 4 y − 5 z + 3t = 0  x − 2 y + 3z = 10
   
1.  x1 − 2 x 2 − x3 − x 4 = − 1 2. 2 x − 3 y + z = 0 3 3x + 6 y − 7 z + 4t = 0 . 4. 2 x + 3 y − 4 z = − 7
x − 2 x + x + 5x = 5 3x + 2 y + 3 y = 0 5 x + 10 y − 11z + 6t = 0 − x + y + 2 z = 1
 1 2 3 4   
3x − 7 y + 35z =18 3x − 20 y + 5z = −4 3x − 3 y − 9 z + t = −10 2t − 2 x − 12 y + 6 z = 4
5.  6.  7.  8. 
5x + 4 y − 20z = − 17  x − 4 y + z = −2 2 x − 2 y − 6 z + 7t = 6 3t − 3x − 2 y + z = −2

3 x + y + z = 8 − x + y − 2 z = 6 2 x − 3 y + z − t = 0 x + y + t = 3
− x + y − 2 z = −5 − x − y − z = −1 x + y + t = 1 − 17 x + y + 2 z = 1
   
9.  10. 11.  12. 
2 x + 2 y + 2 z = 12 3 x + y + z = 1 3x + z − t = 2 8 y − 5 z + 4t = 1
− 2 x + 2 y − 3 z = −7 − 2 x + 2 y − 3 z = −2 2 x + 4 y + z + t = −1 − 5 x − 2 y − z = 1

 x + 3 y + 5 z − 4t = 1
 x + 3 y + 2 z − 4t + k = −1  x + 7 y − 5 z − 5t + 5k = 0 2 x + y + 2 z + 3t = 1
 x − 2 y + z + t − k = 0  x − 2 y + 3z + 4t = 5
 
13.  x − 2 y + z + t − k = 1 14.  15. 
 x − 4 y + z + 3t − k = 1 2 x + y − z − t + k = 0 3x + 2 y + z + 2t = 1
 3x − y − 2 z + t − k = 0 4 x + 3 y + 2 z + t = −5
− x + 2 y + z − t + k = −1

3.RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO MATRICIAL

a11 x1 + a12 x 2 + ......+ a1n x n = b1


a x + a x + ......+ a x = b
 21 1 22 2 2n n 2
Consideremos o seguinte sistema:  .
 ..........
..........
..........
..........
.........
a n1 x1 + a n 2 x 2 + .......+ a nn x n = bn

O sistema possui n equações e n incógnitas e pode ser reduzido na forma matricial.

 a11 a12 ... a1n   x1   b1 


     
 a 21 a 22 ... a 2 n   x 2   b2 
Assim,  =  A X = B  X = A −1  B
 ... ... ... ...   ...   ... 
     
a ... a nn   x n  b 
 n1 an2  n

Significa que a solução do sistema é dada pelo produto entre a matriz inversa da matriz principal do
sistema e a matriz dos termos independentes das incógnitas, se a matriz principal for invertível.

Este método aplica-se para os casos em que o determinante da matriz principal não é nulo.

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x + 2 y = 8
Exemplo: Ache a solução do sistema 
3x − 4 y = − 6

x + 2 y = 8 1 2   x  8 
Resolução:        =  
3x − 4 y = − 6 3 − 4  y   − 6
− l2 + l1 → l1
1 2  1 2 1 0 1 2 1 0 1 2 1 0 
A =            
3 − 4  3 − 4 0 1  −3l1 + l2 →l2  0 − 10 − 3 1  −l2 / 5  0 2 3
5 − 15 
1 0 2 1
 1 0 2 1
  25 1
5 
      A −1 =  
5 5 5 5

0 2 3
5 − 15  l / 2 → l 0 1 3
10 − 10 
1
 10 − 10 
3 1
2 2

 x   25 1
  8   165 − 65   105   2  x = 2
Solução:   =      =  24 6  =  30  =    
5
−1   − 6 
 y   310 10     10 + 10   10   3  y =3

EXERCÍCIO 2

I.Resolve pelo método matricial os seguintes sistemas lineares:

− x − 2 y + z = 3 2 x + y + z = 7
x + 2 y = 9  2 x + y = 4 
1.  ( 5, 2) 2 . 2 x + 3 y − z = − 2 (3, − 2, 2) 3. (1, 2) 4.  x − y + z = 0 (1, 3, 2)
2 x − 3 y = 4 x − y + 2z = 9 5 x − 2 y = 1 4 x + 2 y − 3 z = 4
 

x + y = 3

II.Determine k de modo que o sistema  x − z = 0 seja impossível.
y + z = k

x + y + z = a x + y + z = − 1
 
III.Discute os sistemas a)  x − y + 2 z = 1 b ) 2 x − 2 y + z = 5
2 x + b z = 3 3x − y + bz = a
 

em função dos parâmetros a e b.

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