O Suicídio Na Adolescência
O Suicídio Na Adolescência
O Suicídio Na Adolescência
Resumo: O presente artigo tem como objetivo evidenciar as características distintas ao suicídio
na adolescência, seus princípios, abordar reflexões teóricas, e pensar sobre as mudanças que o
passar dos anos trouxe no contexto real, a partir dos estudos realizados por Freud e as
atualizações de teóricos pós-freudianos. Salientando que mais de um milhão de pessoas tiram
a própria vida todos os anos no mundo, esse fato torna-se um desafio para a área clínica.
Apesar de termos variáveis fatores que contribuem para o suicídio, os mais expostos são os
jovens, que serão o foco deste artigo, os idosos e os socialmente isolados. Vale dizer que a
prevenção ao suicídio é possível, sendo os comportamentos de ordem suicida, sempre dão
indícios comunicativos, podendo ser estes sinais de ordem verbal, planejamento do ato, e na
própria tentativa da retirada da vida. Cabe dizer que o suicídio não é qualquer morte, mas sim
uma morte específica, em um momento específico.
1. Introdução
A adolescência, historicamente falando, se inicia entre o século XVIII e XIX, mas o uso do termo
para notabilizar a passagem da vida se vigora a partir do século XIX. Ainda assim, não existe
uma distinção claramente estabelecida na colocação dos termos puberdade e adolescência.
Define-se então adolescência o estágio da vida, que começa com a puberdade e vai se
caracterizando pelas mudanças corporais e também psicológicas, que vai dos 12 até os 20
anos. No período da puberdade é onde mais ocorrem mudanças físicas, o amadurecimento
sexual, onde pode acontecer a reprodução humana. Na obra freudiana, predomina-se, o termo
puberdade (Vieira, 2014).
Para Freud (1905), a pulsão, que na adolescência conhecida por puberdade, alcança uma nova
meta sexual, pois antes o predomínio era auto-erótico, agora a descarga é através de um
objeto sexual. Adolescência que marca a passagem da infância para a vida adulta.
A inclusão numa família fornece um importante amparo ao jovem. Porém, o adolescente deve
justamente matar simbolicamente seus pais para que possa responder por si só a demanda
que lhe é feita. Sendo assim, com o afastamento dos pais, a sensação de desamparo é
intensificada nos adolescentes.
Para Calligaris (2010, p. 27), a dificuldade dos adultos de lidarem com o adolescente se deve ao
fato deste ser um intérprete do desejo inconsciente do adulto:
A identificação imaginária diz respeito a uma imagem que nos faz merecedores do amor do
outro, e se constitui para um olhar do Outro - o Eu Ideal. O que está em jogo aqui é a
semelhança, a aparência, tendo como base a noção de complementaridade. Já a identificação
simbólica se constitui a partir do olhar do Outro; diz respeito ao ponto de onde somos
observados para a avaliação se somos dignos de amor - o Ideal do Eu. Nesse caso, temos um
traço do Outro que escapa à imitação, e é esse traço que possibilitará a articulação de todo o
universo de identificações. Nesse sentido, elas não estão situadas num mesmo nível (Saggese,
2001).
Para Melman, é comum que hoje as famílias se sintam impotentes e acabam por se tornar
impotentes diante da liberdade que a sociedade dá aos adolescentes, que naturalmente agem
de acordo com esses parâmetros. Este fato leva o adolescente a uma situação difícil, já que,
segundo o autor, o momento da adolescência é, sobretudo, estar contra o pai e crer-se além
do pai.
O único outro aceitável para o Eu é o seu outro especular encarnado pelo Eu Ideal. No
entanto, o luto desencadeado pelo abandono das figuras parentais como objeto de desejo
contribui para o enfraquecimento narcísico do sujeito adolescente. Para lidar com o
desamparo que emerge quando o sujeito não pode mais se sustentar como antes, nesse Eu
Ideal garantido pelo investimento dos pais, o Ideal do Eu deverá buscar novas ancoragens para
que possa fazer a sua função de guiar a relação do sujeito com o outro. Se neste momento não
conseguir constituir novas referências que o ajude a transpor as identificações e idealizações
da infância, um adolescente pode se precipitar numa descarga pulsional imediata no real
através das passagens ao ato (Savietto, 2006).
Segundo Dolto (1988), é comum que os adolescentes cheguem com sintomas somáticos, como
acne, escoliose, astenia, entre outros; ou que se defronte com uma espécie de prostração, sem
motivação para nada, completamente desamparados, sem saber o que fazer ou o que dizer. Já
em análise, oscilam entre a indiferença e uma forte queixa que eles não formulam.
O psicanalista teria a tarefa de dar lugar à palavra ali onde só há ato, os atos adolescentes vêm
sem a mediação da palavra, e se fundamentam numa grande dificuldade com o laço social. A
dificuldade que o adolescente tem com o recurso da simbolização leva a problemas como as
Nesta tendência de agir, percebemos certo capricho onde o sujeito se precipita, revelando
determinadas alterações em sua conduta. Entre adolescentes, vemos com frequência nessa
tendência de agir no apelo dirigido ao Outro, não sendo possível generalização, mas sim,
apresentar observações realizadas na posição ao quais os adolescentes se situam na relação
com o Outro (Alberti, 2009).
A passagem ao ato é, portanto, uma resposta rudimentar, que nos remete ao traumático,
àquilo que é irrepresentável. Como vimos, a adolescência por si só pressupõe vivências
traumáticas e violentas a partir do excesso pulsional, da fragilidade narcísica e egóica. A
passagem ao ato como uma defesa, portanto, diz respeito a uma tentativa do sujeito de passar
de uma posição passiva, do ponto de vista psíquico, onde o ego não consegue ligar a energia
pulsional que irrompe no psiquismo, para uma posição ativa, onde há uma exteriorização de
algo que é interno (Gaspar et al., 2011).
Em se tratando de uma intensificação de pedidos de ajuda pela via do ato, fala de uma
sociedade na qual o sofrimento psíquico encontra pouco espaço para se manifestar por vias
que não sejam as da medicalização, o corte distingue e separa o tempo antes da adolescência
e um depois da infância. É possível observar traços melancólicos em determinados
comportamentos, mas essas “patologias do ato” nos dizem de um algo a mais (Bauman, 2000).
Freud nos mostra que não há representação psíquica da morte no inconsciente, embora o
sujeito não canse de tentar representá-la. Por trás dos casos de suicídio analisados ocorreram
traumas decorrentes de rompimentos afetivos mal elaborados, dificuldades de processos de
diferenciação no interior da família, bem como casos de assédio, o que podemos relacionar
com o bullying na adolescência.
Sobre o adolescente e o suicídio, Alberti (2009) afirma que no jovem a fronteira entre a vida e
a morte é muito frágil, pois fica difícil viver quando há uma nova tensão a todo instante. Para a
autora, seguindo a visão freudiana, o Eu e a cultura estão em constante oposição na
adolescência. A cada nova renúncia pulsional, aumenta-se a culpa, que pode voltar contra a
própria pessoa.
Segundo Freud (1917), diferentemente do que ocorre no luto, a melancolia se caracteriza por
um investimento objetal que é substituído por uma identificação, o Eu se identifica ao objeto
perdido e o incorpora. O que ocorre é que, ao invés da libido, que ficou livre depois da perda
do objeto, se ligar a novos objetos e fazer novas escolhas objetais, ela se volta para o próprio
Eu.
Podemos então destacar que a subjetivação na adolescência identifica possíveis relações entre
o aumento da incidência de patologias psíquicas nessa fase, que utilizam o recurso da
passagem ao ato, e uma sociedade que nem sempre funciona como receptor para as angústias
dos jovens (Bauman, 2000).
Freud nos mostra que a felicidade deriva da satisfação repentina da necessidade, de modo que
sentimos prazer quando estamos num contraste: “Nada é mais difícil de suportar do que uma
sucessão de dias belos” (1930, p. 84). Nesse dilema do sujeito ter o direito de satisfazer
plenamente seus desejos, pode ocorrer um sentimento de insatisfação constante, de
desinteresse para com o mundo externo, adquirindo uma necessidade de voltar-se para
dentro. Hoje, temos um conflito caracterizado, sobretudo, pelo vazio. Sendo possível que os
sintomas variem em questões de normas sociais. Se antes os sintomas suicidas eram
caracterizados pelos êxtases numa cultura ainda religiosa, atualmente, os sintomas se
caracterizam por um caráter depressivo ou compulsivo. Podendo acontecer de o sintoma
como apelo ao Outro não ser atendido, sendo assim, não tem espaço social, sendo comum o
conflito psíquico de forma direta como a passagem ao ato (Ehrenberg, 1998).
Atualmente, é comum nos depararmos com sentimentos de fracasso e desilusão por estarmos
o tempo todo em busca de objetivos inalcançáveis, e assim, com a frustração. Desta forma,
acredita-se que o fracasso seja o mal-estar contemporâneo. As mudanças normativas se
referem ao modelo disciplinar de gestão de condutas, e a partir do momento que essa
Sendo assim, os sujeitos passam a medir seus ideais pela aptidão, o que gera muita ansiedade,
já que a vitória nunca é definitiva, e se as referências mudam, o mesmo acontece com a auto-
estima, pois se submete a essas referências. O sujeito pertence ao que ela chama de
“totalidade orgânica”. Quanto mais eficaz é essa homogeneização, mais difícil torna-se aceitar
as diferenças e mais intensa é a ansiedade que esta pode causar (Melman, 2003)
Assim, muitos optam ainda, pelo medicamento. O medicamento, não é o problema, mas sim, a
expectativa que esse gera no sujeito, levando a um bem estar artificial, que decepciona o
sujeito na medida em que ele acredita que terá seu sofrimento resolvido, fazendo com que ele
esteja sempre em busca de tratamentos mágicos, entrando em um ciclo vicioso onde a
plenitude nunca é alcançada. Onde com o excesso de medicamento, o sujeito é levado a
condições cada vez mais passivas, no entanto, cada vez mais depressiva, pois nesses casos, o
medicamento cura o próprio sentimento de existir (Ehrenberg, 1998).
O suicídio ainda é um assunto pouco comentado, considerado tabu, ainda mais se tratando da
adolescência. O jovem age para demonstrar as emoções que sente, e por vezes se torna difícil
lidar com fatores que causam estresse, pois, pode colocar a vida em risco mesmo sem ter a
intenção de morrer, pois se vale de conduta para suicida (Hooven, 2013).
Mas quando a morte não acontece por motivos naturais e sim pela interferência do próprio
sujeito, o caso fica mais intrigante. Freud (1923; 1976) afirma que quanto mais a pessoa tenta
controlar sua agressividade em relação ao outro, mais aumentam a agressividade do seu ego
ideal para um caminho externo, podendo se voltar contra ele mesmo. Porque essa
agressividade também aparece na melancolia, sofrimento que vem acompanhado e
caracterizado por camuflado, mas forte sadismo. Quando um sujeito neurótico tenta suicídio
na adolescência, significa que está fazendo um apelo.
A psicanálise é solução para quem já tentou suicídio e também ajuda o adolescente a se livrar
da questão da angústia, achando uma saída menos radical que se suicidar (Burman, 2007).
Pensar em suicídio na adolescência é normal, pois isso faz parte do seu desenvolvimento
(Moreira e Bastos, 2015), mas não pode ser frequente:
“Conforme Ministério da Saúde (MS) do Brasil, as taxas de 2014 de suicídio entre jovens e
crianças na faixa etária de 10 a 19 anos alcançaram 814 notificações. O suicídio é a terceira
maior causa de morte, ficando atrás apenas para acidentes de trânsitos e homicídios (MS,
2014), mas a principal causa de internação psiquiátrica de adolescentes é a tentativa de
suicídio (Kuazynski, 2014).”
Para aliviar a dimensão dos sintomas do sujeito, o psicanalista entra em cena com uma escuta.
O adolescente e a família poderão contar como acontece o mal-estar que gera incômodo. A
análise tenta ajudar o adolescente a encontrar diante desses deslizes, uma estabilidade maior
para que consiga alcançar o respeito tão desejado, sem precisar cometer atos mortíferos
(Lacadú, 2011).
O Conselho Federal de Psicologia (2013) direciona para os diversos fatores que influenciam os
indivíduos a ir à procura da morte para tentar acabar com a dor e o sofrimento, como:
emoções, fatores psíquicos, fatores religiosos e os socioculturais. O adolescente sofre
transformações que podem acarretar em uma fragilidade maior relacionada à vida. Não sabem
explicar o que sentem, ou nem sabem o que sentem.
A psicanálise vê o suicídio como uma alternativa para escapar de uma crise que nem sempre se
consegue explicar sobre a mesma. Podendo ter uma comparação com uma tomada de decisão
para muitos adolescentes. Tentar suicídio seria uma maneira de se fazer existir. Quem sofre
com a vida, procura buscar a morte, pois a morte pode aparentar uma solução para a vida
(Ansermet, 2003).
Freud descobriu a pulsão de morte, e percebeu que o sujeito também trabalha algo que leva a
sua destruição e não somente ao seu bem-estar. Lacan (1959) também fala que algumas vezes
o sujeito agiria de maneira prejudicial e não somente em favor do bem-estar.
Os fatores que ajudam os adolescentes a terem essas condutas são inúmeras; como o
abandono da família, a própria indiferença familiar, os pais querendo se identificar com os
filhos, procurando se manter jovens, não aceitando a condição de serem mais velhos que eles.
Também tem peso nisso a violência e abusos de ordem sexual, desavenças entre casal
parental, a atitude hostil por parte da madrasta e padrasto; o que faz com que adolescentes
queiram se afastar da família (Lacadée, 2011).
Com uma terminologia pobre em relação à palavra suicídio, desqualifica-se o ato de quem
tenta ou tira a própria vida, e assim o acusam de poder ter o controle de suas próprias
atitudes, e amordaçam e impedem que a pessoa traga a tona o que a morte representa sobre
a sociedade em que o contexto acontece. Portanto, procura-se evitar o suicídio, pois a morte
traz manifestações da vida e de uma sociedade opressora desigual, preconceituosa,
competitiva e individualista que influencia no cometimento do mesmo, cabendo ao
profissional da saúde saber conscientizar o sujeito de que ele não é responsável sozinho pelo
seu fracasso ou sucesso.
É estimado que metade das pessoas que cometeram suicídio já tenham tentado
anteriormente, fazendo com que a tentativa seja um fator de risco, tornando essencial o
tratamento dessas pessoas.
Do ponto de vista psicanalítico, o sujeito está sempre em busca de algo que possa preencher
seu vazio existencial, que é marcada por uma falta. Falta essa que nunca vai ser sanada, que o
leva a procura de uma causa, alguma coisa que faça sentido em sua vida. no entanto, as
tentativas de suicídio não são apenas atos para chamar a atenção, mas sim um ato para
implorar a atenção.
O comportamento suicida deve começar ser prevenido na família, que precisa saber lidar com
a morte, onde esse assunto fica escondido, pelo fato de pensar que os filhos pequenos não
terão condições psíquicas para enfrentar essa situação. O papel da escola também é de grande
importância, onde a mesma deve começar desde a pré-escola, trabalhando a importância da
valorização da vida, de resgatar valores.
O psicólogo precisa estar ciente que necessita ter informações sobre o fenômeno, saber que os
fatores de risco são vários, que existe sempre uma sensível área psíquica a ser compreendida.
Na clínica existe uma diferença entre o ato suicida, em que a intenção é realmente menor
daquela que no inconsciente o sujeito quer que não dê certo.
3. Conclusão
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Ao entrar nesse assunto, percebe-se que a mudança nos rituais de passagens da infância para
a vida adulta, onde se encontra a fase da puberdade e onde há um apoio psíquico social, fez
com que o adolescente se sinta envolvido em um emaranhado de condições conflituosas, e
que com a contemporaneidade, deixa de ter esse acompanhamento e passa a ter que se
estruturar psiquicamente sozinho.
O suicídio revela-se sendo uma fonte de fuga, onde o adolescente já não terá mais que lidar
com seus conflitos psíquicos, que por vezes não são coerentes na conduta social, onde o ego
não consegue mais controlar os desejos do id e nem as exigências do supereu, acaba por
sucumbir-se a eles, não conseguindo manter em equilíbrio a estrutura que se reformularia na
passagem da puberdade, levando o ao ato. No entanto, se o sujeito consegue passar por essa
fase sem grandes turbulências, seu aparelho psíquico se reestruturará.
Percebe-se então com a psicanálise, em visão de mudança, vê que, o que impulsiona o sujeito
a se render a pulsão de morte, levando-o ao ato, é a individualização. Não tem um olhar para o
outro, não tem um apoio paternal, e não tem um apoio social.
Cabe ao profissional olhar além, neste momento de extrema fragilidade, que com uma boa
escuta consiga mudar a visão que o adolescente nesse processo conflituoso tem do mundo e
de suas complexidades, e através da fala perceba que há novos rumos a serem seguidos além
dos atos suicidas.
Referências: