Fernando Lopes Graça
Fernando Lopes Graça
Fernando Lopes Graça
VIDA E OBRA D
FERNANDO
História e Cultura das Artes
LOP
Pedro Meireles
8º Grau
junho 2020
Pedro Meireles
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Vida e Obra de Fernando Lopes-Graça
APRESENTAÇÃO
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Vida e Obra de Fernando Lopes-Graça
VIDA E OBRA
INICIO
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Disto e daquilo. Col. Obras literárias de Fernando Lopes-Graça, n. 13. Lisboa: Edições Cosmos, 1973
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ANOS 30
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Hindemith era considerado nessa altura o mais importante representante da nova escola alemã de
composição. Quanto a Schoenberg, nos anos trinta, era aceite como o profeta da nova música pela
"invenção do dodecatonismo"
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Em Paris compõe várias obras para piano, a música para o bailado realista La
Fièvre du Temps, estreada a 28 de maio de 1938 no Théâtre Pigalle, em Paris, pela
Companhia dos Bailados Internacionais e realiza as suas primeiras harmonizações para
voz e piano de canções tradicionais portuguesas.
É nesta período que se dá, no seu estilo, a viragem decisiva no sentido de uma
orientação de timbre nacionalista, com o aproveitamento e a elaboração, na sua
linguagem, dos elementos harmónicos, melódicos e rítmicos do folclore português. As
suas obras já apresentam uma linguagem peculiar e reconhecível. Passam a orientar-se
no sentido de conferir à sua música um cunho marcadamente português.
Terá sido por incentivo da cantora Lucie Devinski que Lopes-Graça se inclina,
de um modo diferente do que no passado, sobre a música tradicional portuguesa, e de
que resultaria, ao longo da sua vida, dezenas de harmonizações de canções populares.
A sua orientação nacionalista reafirma-se e amadurece em obras como a Suite
Rústica (para orquestra, sobre melodias tradicionais portuguesas), os cinco Velhos
Romances Portugueses (para pequena orquestra), as Nove Canções Populares
Portuguesas (para voz e orquestra), os Natais Portugueses e Melodias Rústicas
Portuguesas (para piano), além de numerosos ciclos de harmonizações de canções
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populares, para voz e piano, e para coro a capella.
Dois exemplos são a Sonata para piano nº 2 e a primeira versão do Quarteto
com piano, onde a referência estilizada às canções populares surge junto com o uso de
uma colorística harmonia e de ritmos percutidos alternados com polirritmias lineares.
Esta nova tendência no seu estilo de compor manifesta a influência de Bela Bartók e de
Manuel de Falla e a dos escritos de Koechlin publicados nestes anos.
Ao despontar a 2ª Guerra Mundial, em 1939, Fernando Lopes-Graça alistou-se
no corpo de voluntários dos Amis de la République Française mas, tendo recusado uma
proposta de naturalização francesa, em outubro, foi forçado a regressar a Portugal.
ANOS 40
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ANOS 50/60
Outro exemplo das suas múltiplas funções, mostra-se quando Fernando Lopes-
Graça dirige a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional nas comemorações do
bicentenário da morte de J. S. Bach, no Tivoli, em
Lisboa, a 6 de maio de 1950.
No mesmo ano, cria o Coro da Academia
de Amadores de Música. Para além do trabalho de
regência, Lopes-Graça escreveu para este
agrupamento dezenas de harmonizações corais de
Fotografia de Fernando Lopes-Graça
a dirigir o Coro da Academia de canções tradicionais portuguesas (especialmente
Amadores de Música (1955).
do folclore nacional), que constituíram o seu
repertório.
Por esta época, apoia a criação da revista Gazeta Musical, mais tarde, Gazeta
Musical e de Todas as Artes, editada durante duas décadas.
Em 1952 ganha pela quarta vez o Prémio de Composição do Círculo de Cultura
Musical com a Sonata nº 3 para piano solo.
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Em 1954, o Ministério da Educação decide retirar a Lopes-Graça o diploma de
professor do ensino artístico e particular, valendo-lhe para sobreviver a intensificação
das outras atividades que exercia, tendo expressado à época, vontade de emigrar. Mas os
amigos não o deixam partir. Manuel Rodrigues das "Edições Cosmos" dá-lhe a
oportunidade de realizar um projeto que há muito ambicionava fazer: publicar um
"Dicionário de Música" em português.
O desenvolvimento posterior da obra musical de Lopes-Graça permite definir
uma nova fase no seu estilo, iniciada na segunda metade da década de cinquenta, e
marcada por obras como o ciclo vocal As mãos e os frutos (1959), sobre poemas de
Eugénio de Andrade, o Canto de Amor e de Morte, quinteto com piano composto em
1961, e a Sonata para piano nº 5, escrita em 1977. Estas duas obras contam-se entre a
produção mais intensa e exigente em termos formais e expressivos do compositor,
evidenciando esta nova orientação. Embora nunca chegasse a abandonar completamente
as referências explícitas à canção tradicional no seu catálogo, nestes anos, o compositor
passou a explorar de maneira intensiva o ritmo e a harmonia, sendo o trabalho sobre este
parâmetro baseado na utilização de um número muito reduzido de relações intervalares,
em estruturas mais elaboradas.
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A partir dos anos 70, e com a grande exceção do Requiem para as vítimas do
fascismo em Portugal, que conclui em 1979 e que sintetiza os rasgos mais peculiares do
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seu estilo, surgem obras com novas características. Neste período, Lopes-Graça inicia a
composição de obras em que volta a uma espécie de neo-classicismo revisitado,
combinado com o uso de instrumentos em agrupamentos que nunca tinham aparecido
no seu catálogo.
Desses anos deverão destacar-se obras como os dois quintetos de sopro Sete
Lembranças para Vieira da Silva, O Túmulo de Villa-Lobos, Sonatas nº5 e nº6 para
piano, Deux Airs e Dois Movimentos para flauta, Quatro peças em Suite para violeta e
piano, Sete Apotegmas para oboé, violeta, contrabaixo e piano, Sinfonietta de
homenagem a Haydn para orquestra, Quarteto nº2, Três Equali para quatro
contrabaixos, Meu país de marinheiros, para vozes flauta e guitarras, e
as Geórgicas para oboé, viola, contrabaixo e piano, entre outras.
Fê-lo numa atitude exploratória de novas possibilidades técnicas e meios de
expressão, confirmando a constante procura de renovação e do desejo de revitalizar o
panorama musical português. Este facto também se deve a uma maior abertura
demonstrada pelos músicos portugueses.
Em 1973 Fernando Lopes-Graça volta a pertencer à Direcção Artística da
Academia de Amadores de Música.
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MEMÓRIA
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PEIXINHO, Jorge, Lopes-Graça: uma figura ímpar da cultura portuguesa, in Uma homenagem a
Fernando Lopes-Graça, 1993, p. 6.
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Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria, que o guarda desde 1995, logo após a sua
morte.
Em Tomar a casa onde nasceu o compositor foi transformada no Museu
Fernando Lopes-Graça para homenagear a sua obra e o seu exemplo cívico.
A Câmara Municipal de Cascais, a Fundação D. Luís I e o Museu da Música
Portuguesa promovem o Prémio Internacional de Composição Fernando Lopes-Graça.
Na cidade da Amadora, freguesia da Brandoa, existe uma Avenida com o seu
nome e na Parede uma escola igualmente com o seu nome: Escola Secundária Fernando
Lopes-Graça.
Sempre que se comemora a data do seu nascimento, é frequente multiplicarem-
se homenagens, vindas de várias entidades e proveniências, que, de uma forma ou de
outra, estiveram ou estão ligadas à vida e obra do compositor, designadamente,
concertos, palestras e exposições.
Mostrando que Lopes-Graça é um compositor com a sua obra muito registada,
existe, hoje em dia, uma vasta discografia com obras do compositor (perto de 140). A
primeira gravação data de 1956, Cantos Tradicionais Portugueses da Natividade, pelo
Coro de Câmara da Academia de Amadores de Música Fernando Lopes Graça e a
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última data de 2019, Travels in My Homeland Portuguese Piano Music, por Joana
Gama ao Piano.
E, por fim, cumpre assinalar como sendo da maior relevância o facto que toda a
discografia com títulos de Fernando Lopes-Graça estar disponível para consulta on-line
no Centro de Informação da Música Portuguesa (CIMP) 6 - serviço de catalogação,
preservação, investigação, informatização, edição, distribuição e divulgação do
Património Musical Português dos séculos XIX, XX e XXI.
Bibliografia
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Consultar página da Internet em: http://www.mic.pt
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