O Terceiro Olho - O Poder Da Int - Professor Viana PDF

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O TERCEIRO

OLHO
O Poder da Intuição

BENÉ VIANA

Copyright © 2014 Bené Viana


Todos os direitos reservados.

Revisão: Egilena Silva

Capa: Bené Viana


[email protected]
facebook/Bené Viana

“Minhas intuições se tornam mais claras ao esforço de transpô-las para


palavras...”( Clarice Lispector)
Dedicatória
A Deus por ter se manifestado em cada pessoa que contribuiu para
que este projeto fosse realizado. E a todas as pessoas que serviram
de veículo dessa força poderosa.
Sumário

Prefácio ....................................................................................... 3

Capítulo I O Terceiro Olho………………............................... 1


1
Capítulo II Fé e Crença………………….................................. 2
5
Capítulo III Trabalho e Missão................................................. 4
5
Capítulo IV O verdadeiro Sentido da Vida............................... 6
9
Capítulo V O Poder da Espiritualidade.................................... 8
9
Agradecimentos
As experiências por mim vividas, que resultaram nas ideias que aqui
proponho, foram marcadas por presenças e participações de
inúmeras personalidades. Agradeço primeiramente a Deus, o
Supremo poder criador pelo dom da vida, e depois às duas pessoas
que devo tudo que sou, minha mãe Raimunda Viana Gonçalves e
meu pai Benedito Lacerda Gonçalves que desde criança com muito
amor, dedicação e ternura construíram o alicerce da minha
educação, que me enche de orgulho por terem me mostrado a
direção do caminho que hoje percorro. Sou profundamente grato aos
meus professores e imortais mestres da vida, de modo especial à
filosofia de René Descartes, ao mestre espiritual Huberto Rohden, ao
psicólogo e psicanalista Augusto Cury e ao palestrante Carlos
Hilsdorf, pelo privilégio de conhecer seus ensinamentos e
compartilhar suas sabedorias. Meu muito obrigado aos meus
familiares, que sempre estiveram comigo em todos os momentos e
que me deram desvelo naqueles mais difíceis da minha vida. De
modo especial à minha esposa Egilena Silva, que com muito
entusiasmo e dedicação embarcou nessa viagem, e me ajudou a
gestar este livro.
.
Prefácio
“Vamos ver as coisas com outros olhos.” “Vamos ver as
coisas sobre um outro ponto de vista.” “Abre o olho”. É natural
ouvirmos essas frases no nosso dia a dia, em casa, no trabalho, na
conversa com os amigos. Mas, será que fazemos ideia da
sagacidade e da autenticidade delas? Minha mãe quando me
mandava fazer algo que exigia muita atenção recomendava: “Meu
filho sexto sentido!”. No entanto, nunca tinha refletido sobre isso,
afinal aprendi que os órgãos dos sentidos são apenas cinco: o tato
(pele); o paladar (língua); o olfato (nariz); a visão (olhos) e a audição
(ouvido). O que seria o sexto sentido?
Imagine uma viagem a um lindo lugar, com belas paisagens,
onde as brisas acariciam as aves e os pássaros alegres ensaiam
suas mais belas e primorosas serenatas e que nesse lugar tem
alguém esperando por você ansiosamente, que ao chegar lhe diz que
é o seu melhor amigo, ao se abraçarem um novo horizonte se abre,
uma latitude de paz e harmonia agora entra em sintonia com os
cantos dos passarinhos. Vocês começam um longo papo.
Então percebe que essa pessoa sabe tudo de você, no
entanto, você não sabe nada sobre ela. Como? Nunca tinha visto,
nunca tinha falado com ela, pior ainda, nunca tinha ouvido falar dessa
pessoa. Será? Mas, nesse momento essas indagações são
dispensáveis, pois ninguém quer saber esses detalhes, a longa e
prazerosa conversa continua. A pessoa garante que tem muita coisa
para lhe contar que nem você mesmo sabe. Se você for curioso
como eu sou, certamente quando alguém lhe dissesse isso, não
resistiria e despertaria uma enorme curiosidade. Você quer embarcar
nessa experiência? Estou lhe lançando um convite para uma longa
aventura, uma viagem que poucos têm coragem de fazer. Um
turbilhão de emoção e conhecimento.
Conhecimento de um mundo que poderá parecer um conto
de fada, um romance, uma história de super-herói. Não posso
garantir que você embarcará, porque não basta apenas adquirir o
exemplar, pois ele é apenas um guia de viagem, mas uma coisa eu
posso lhe assegurar, quem embarcar, vai viajar e não voltará sem
conhecer esse amigo secreto.
O terceiro olho é o poder da intuição, o nosso sexto sentido,
a visão interior. Em outras palavras podemos dizer, que é a
sensibilidade de percepção. O que é este poder? Onde está? É
real? Ou será que são apenas algumas pessoas que possuem esse
dom de perceber? Talvez a maioria das pessoas que estão lendo
agora não conheça, não faça ideia desse grande poder do ser
humano. Um poder que muitos estudiosos já desvendaram há
séculos e que a princípio me parecia como algo sobrenatural,
místico. A verdade é que não sabemos nada sobre nós mesmos.
Como disse um dos fundadores da filosofia ocidental “Só sei que
nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre
aqueles que acham que sabem alguma coisa”.
O homem é o único ser na face da terra que superou todos
os estágios da evolução, do mineral ao espiritual, ou seja, da criação
de Adão “o primeiro” à Ascenção de Jesus “o Cristo”. Esta última
fase de evolução capacitou ao homem distinguir entre o bem e o mal,
e o tornou conscientemente responsável por seus atos. O filósofo e
educador Huberto Rohden escreveu em seu livro Em Comunhão com
Deus “O Cristo já está em nós, como que concebido, mas ainda não
nascido; anda como que em gestação, em viagem, rumo a Belém,
gloriosa Belém do nascimento da consciência divina, ou, no dizer
do Mestre, o renascimento pelo espirito”. A consciência Divina é a
essência de todo SER humano, o nascimento do Cristo no próprio
homem.
Este trabalho é uma partilha da minha experiência de vida.
Muitas pessoas contribuíram com seus conhecimentos e
experiências, dessa forma eu também quero contribuir com aquilo
que o Filho do Homem, Jesus de Nazaré, em uma das suas sábias e
Divinas analogias chamou de Talentos.
O dia a dia é a nossa maior escola, uma grande
universidade. Como escreveu um dos meus grandes colaboradores
Augusto Cury “A vida é uma grande universidade, mas pouco
ensina quem não sabe ser um aluno”. Estamos o tempo todo nesse
grande colégio, cercados de “professores” da vida (aqueles que nos
ensinam o bem e o mal), mas, às vezes “matando aula”, não
prestando atenção nos que eles estão nos ensinando.
Você sabe o que acontece na hora da prova com os alunos
que não frequentam as aulas ou que não prestam atenção ao que os
professores ensinam? Eu sempre observei os colegas que gostavam
de brincar, fazer as “palhaçadas” em plena aula no tempo que
estudei o ensino fundamental. E hoje no papel de professor também
fico analisando e refletindo. Os sujeitos ficam sem saber por onde
começar, sem norte, e no desespero para tentar resolver a situação
buscam alternativas que são um risco para o resultado da sua nota.
Na linguagem popular “chutam”, ou tentam algo muito comum que
acontece com o aluno que não estuda, eles tentam “colar” do colega
que está ao lado. E o resultado disso? Às vezes são desastrosos.
Assim também é a nossa vida. Não prestar atenção no que acontece
no nosso dia a dia, não estar alerto é viver uma vida no “chute” e ir
pelo outros é um grande perigo no resultado final.
Ver as coisas com outros olhos é uma intuição, uma
sabedoria que dispensa análise intelectual. Mas, é possível que o ser
humano adolesça essa percepção, um potencial que todos humanos
são dotados, uma espécie de luz, uma bússola da vida. Quando
desenvolvemos essa percepção nossas vidas tomam direção, parece
que somos iluminados, e tudo faz sentido.
Jesus de Nazaré ao encarnar o Cristo, o espírito de Deus, o
primogênito e unigênito do Pai, aquele que estava desde o princípio,
que era o verbo que estava com Deus e era Deus; Ao ser batizado,
que quer dizer “iniciado”, assumiu a sua grande Missão. A partir
disso, tudo que pregava era em nível espiritual, apesar do grosso da
humanidade até hoje, ainda não ter compreendido isso “Tudo que
vos falo é espírito e verdade, a carne de nada vale”. Em um de seus
ensinamentos disse: “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e
então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho de teu
irmão.” Jesus falou do terceiro olho, o grande poder de percepção, o
olho que não é material, palpável, mas que é real, aliás, a realeza
Divina. É a partir do momento que desenvolvemos essa percepção é
que tiramos a “trave” e então “podemos ver com clareza”.
Vendo as coisas com outros olhos, conseguimos distinguir o
bem do mal, o certo do errado. Dessa forma, passamos a tirar as
lições de vida em todas as circunstâncias da qual antes, só se via
caos. Muitas vezes, as coisas acontecem nas nossas vidas para
crescermos pessoal e profissionalmente, porém nem sempre
percebemos. Neste sentido, escreveu o lendário escritor russo Liev
Tolstói “Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para fogueira”.
Isto quer dizer que devemos ver além do natural, do normal para
libertar-se de suas crenças antigas arquivadas em suas mentes.
Só poderemos encontrar felicidade de verdade se vivermos
livres. Mas isso só é possível para aqueles que estão dispostos a
romper o estado do pensamento que na psicologia chama-se
acomodação.Sempre ouvimos ou até mesmo dizemos que o
verdadeiro sentido da vida é viver, entretanto, existe uma grande
diferença entre viver e apenas respirar. Se alguém perguntasse a
você: Está vivendo ou apenas respirando? Qual seria sua resposta?
O foco principal deste livro é tentar mostrar através da
minha experiência, que a vida é mais do que respirar, ou então
nascer, crescer, lutar para sobreviver, reproduzir-se, envelhecer e
morrer. Assim escreveu Alan Watts “O sentido da vida é estar vivo.
É tão claro, tão óbvio e tão simples. Mesmo assim, todo mundo não
para de correr em pânico, como se fosse necessário conseguir
alguma coisa além de si própria”. A vida só pode ser vivida se
vivermos a cada instante, cada minuto um por um. Viver é como um
passeio com hora marcada para voltar.
O encontro do homem consigo mesmo é o último estágio da
sua evolução aqui na terra, através desse encontro pessoal o ser
humano descobre que ele não é apenas o que ver (visão material) e
percebe então que existe de fato outra realidade, e essa realidade é
totalmente diferente da material, pois é essa nova realidade que lhe
mostrará um verdadeiro sentido para a vida.
A nossa cultura há milênios de anos nos educa que o real é
aquilo que vemos ou tocamos. Por isso é compreensível que muitos
ainda sintam dificuldade em aceitar uma realidade totalmente ao
contrário. A busca dessa nova realidade é cheia de paradoxos, nas
palavras do Mestre Jesus “uma porta estreita”, “um Jugo suave, um
fardo leve”. Uma porta estreita porque é difícil de encontrar, porém
depois que encontramos percebemos que é suave e leve. É como
um pássaro que está preso, quando encontra um escapamento na
gaiola sai e no infinito espaço do universo ensaia suas mais belas
canções de prazer. É o gozo da liberdade.
Uma das grandes altercas do ser humano há milhares de
anos é tentar compreender o humano e o Divino. Muitos foram e são
os apologistas que travaram sérias e calorosas discussões em torno
desse assunto. Infelizmente, a grande massa da humanidade ainda
se encontra num estado de infantilidade espiritual. Para a maioria,
espírito é um ser sobrenatural.
Assim como uma criança não tem capacidade de
compreender a personalidade de um adulto, assim também é muito
difícil uma pessoa com o nível espiritual infantil compreender um
indivíduo com nível espiritual mais elevado, dessa forma, é preciso
alfabetizar, começar pelo “ABC” da espiritualidade. A crença dualista
ainda é muito predominante e incompreensiva, na nossa cultura. E
essa mesma crença torna o ser humano ateísta. O “abandonar” o
mundo ainda é incompreensível pelo grosso da humanidade, assim
como o “andar na presença de Deus”.
Aqui não tratarei de “religião” porque sou um leigo e
respeito todas, além de ser grato a todos os religiosos
principalmente aqueles que contribuíram direta e indiretamente com
seus conhecimentos nessa jornada da vida. A religião até hoje, na
sociedade contemporânea ainda exerce uma parte social vigente,
pois a maioria das pessoas tem uma crença e isso por um lado é
bom, pois a crença é um princípio, já diz um poeta “quem acredita
sempre alcança”. Por outro lado, muitos se aproveitam dessa
fortaleza humana. Junto com a educação e a política, a religião
integra os pilares da sociedade, porém precisam atualizar-se para
contribuir com o bem estar das pessoas.
Neste livro, falarei de espiritualidade, poder do pensamento,
que para mim é o fator essencial na busca por nossas
autorrealizações. “O homem se torna aquilo que pensa”. Ainda que
a grande massa da humanidade acredite que falar de espiritualidade,
de Deus é assunto apenas dos religiosos. Aqui, espírito não se trata
de um ser sobrenatural, mas da força que nos guia e nos conduz.
Falarei da experiência de ter encontrado a presença de Deus na
minha vida. A verdade Divina, que só quem experimentou pode dar
testemunho.
Este livro trata de questões relacionadas à vida, Jesus
declarou isso com muita convicção “Eu vim para que todos tenham
vida e tenham em abundância”. Ele sabia que não existe nada nesse
mundo mais precioso que ela, o dom de Deus, o sopro do altíssimo,
a alma humana, a razão do Criador sobre sua criatura.
Entretanto, nesse contexto fica inaceitável para quem ainda
não descobriu que Jesus não foi um “bode expiatório”, mas que
morreu apenas por não negar que era o filho de Deus. Ele veio para
dar testemunho da verdade, que foi a sua razão de viver. Quem não
gostaria de encontrar uma razão para viver melhor neste mundo tão
complexo? Um mundo cheio de angústia, decepções, falta de amor.
Será que ainda existe razão para viver? Onde encontrar essa razão?
O primeiro capítulo intitulado de O Terceiro Olho, explicará o
motivo da escolha do título do livro e fará referências aos
conhecimentos científicos pesquisados, em seguida descreverei a
minha experiência e como desenvolvi esse Divino potencial na minha
vida.
No segundo capítulo trata da Fé e a Crença, farei uma
análise do real sentido desses dois termos com base em estudos de
grandes pessoas iluminadas que me ajudaram a despertar para essa
nova alvorada na minha vida.
No terceiro capítulo intitulado de Trabalho e Missão tratarei
sobre a diferença entre trabalho e missão, também será um relato
da minha própria experiência como professor e educador.
O quarto capítulo chama-se o Verdadeiro Sentido da Vida,
como nos demais capítulos, este apresentará histórias e reflexões,
além de relatos reais que farão refletir que ainda é possível
encontrar um verdadeiro e real sentido para viver bem de verdade e
que tudo depende de nós mesmos.
E no quinto e último capítulo intitulado de O Poder da
Espiritualidade, descreverei minhas experiências vividas e mostrarei
meios de como ter um nível espiritual mais elevado e alcançar uma
paz interior através desse Divino Poder. O Mestre de todos os
mestres recomendava “buscai primeiro as coisas do alto e tudo a
vós será acrescentado”. É nas alturas do nosso espírito que
encontramos tudo que precisamos na nossa vida. Espero que faça
desse livro o teu guia dessa viagem.
O
autor

“...representa o Filho de Deus em nós, nossa consciência


espiritual e amorosa, alimentada pela vontade divina que nos chega
dos céus e o amor que vem do nosso coração... é a única glândula
do corpo diretamente ligada à Consciência Superior”.

Não sou nenhum paranormal, psicólogo, psiquiatra ou


terapeuta de formação acadêmica, eu sou um ser normal como
qualquer um de vocês. Apenas um grande curioso e apaixonado pela
vida, a vontade de viver me despertou interesse de estudar o
comportamento humano. Haja vista, que sou pedagogo e estou me
especializando na psicologia da educação. A minha profissão me
influenciou muito nessas descobertas, porque ser professor é
descobrir a cada dia um novo horizonte. Por isso, o que você lerá
nesse primeiro capítulo é parte integrante das minhas buscas. Albert
Einstein já dizia “A curiosidade é mais importante que o
conhecimento”. Porque é a curiosidade e a necessidade como dizia
Rubens Alves que produz o conhecimento.
O que é o Terceiro Olho? Segundo a revista Bons Fluídos,
num texto de Laiane Camargo de Almeida Alves, postado por José
Carlos Medeiros de Araújo no blog do holístico Caio, o terceiro olho
fica bem no centro do cérebro e não é um olho, mas uma glândula,
chamada de pineal. Segundo cientistas, é um potente centro receptor
de informações, relacionado à intuição, espiritualidade e percepção
de acontecimentos sutis. O terceiro olho, como um radar, recebem
informações que dependem de outras regiões cerebrais para serem
compreendidas. Essa área, segundo os cientistas, está associada à
intuição, à clarividência e à mediunidade. Tão pequena quanto uma
ervilha e na forma de pinha, daí o seu nome, a glândula pineal é
considerada como um terceiro olho, pois tem a mesma estrutura
básica de nossos órgãos visuais. Acreditava-se, até há pouco tempo,
que era um órgão atrofiado, um olho não desenvolvido, de funções
indefinidas. Mesmo assim, despertou o interesse dos cientistas, que
descobriram funções relacionadas à física e aos fenômenos
paranormais. Constataram que, como uma antena, a pineal, também
chamada de epífise, é capaz de receber radiações eletromagnéticas
da lua, que regula ciclos menstruais, por exemplo, as radiações
eletromagnéticas vindas do sol e ainda despertar a produção de
certas substâncias neurotransmissoras, que estimulam a atividade
física e mental. Também é a glândula pineal que ativa a produção de
hormônios sexuais no início da puberdade, iniciando-se assim o ciclo
da reprodução humana. Nos animais (sim, ela também está presente
neles), capta os campos eletromagnéticos da Terra, orientando as
migrações das andorinhas ou das tartarugas, por exemplo. E há
ainda funções muito intrigantes relacionadas a esse ponto no centro
do cérebro. “A pineal é capaz de captar campos eletromagnéticos
não apenas desta dimensão, onde vivemos, que é a terceira, mas
também de outras dimensões do Universo, acessando campos
espirituais e sutis”, conta Sérgio Felipe de Oliveira, psiquiatra,
mestre em ciências pela Universidade de São Paulo e diretor-clínico
do Instituto Pineal-Mind, de São Paulo. Segundo a Teoria das
Supercordas, da física quântica, existem ao menos 11 dimensões
diferentes no Universo e é possível a comunicação entre elas. Em
outras palavras: a pineal é capaz de detectar dimensões invisíveis
aos olhos comuns, e esse pequeno radar está relacionado a
fenômenos como clarividência (vidência de acontecimentos ainda não
ocorridos), telepatia (comunicação por meio do pensamento) e
capacidade de entrar em contato com outras dimensões
(mediunidade).
Após analisar a composição da glândula pineal, o cientista
Sérgio Felipe de Oliveira detectou na sua estrutura cristais de
apatita, mineral também encontrado na natureza sob a forma de
pedras laminadas. Segundo suas pesquisas, esse cristal capta
campos eletromagnéticos. “E o plano espiritual age por meio desses
campos. A interferência divina sempre acontece obedecendo as leis
da própria natureza” esclarece Sérgio Felipe, que é diretor-
presidente da Associação Médico Espírita de São Paulo (Amesp).
“Os médiuns, pessoas capazes de entrar em contato com outras
dimensões espirituais, apresentam maior quantidade de cristais de
apatita na pineal. Os iogues e místicos, que experimentam estados
de meditação e êxtase profundos, têm menor quantidade”, atesta
Sérgio Felipe. E ninguém pode aumentar ou diminuir essa
concentração de cristais, garante o psiquiatra – ela é uma
característica biológica, assim como a cor dos olhos e cabelos.
Sérgio explica que a glândula é um receptor poderoso, mas quem
decodifica as informações recebidas são outras áreas do cérebro,
como o córtex frontal cerebral. “Sem essa interação, as informações
recebidas não são compreendidas. É por isso que os animais não
podem decodificá-las: as outras partes do cérebro deles não têm
esse atributo”, conclui.
No Ocidente, a importante função dessa glândula foi
descrita no livro A Terceira Visão (ed. Nova Era), escrito por um
inglês que adotou o pseudônimo de Lobsang Rampa. O filósofo e
matemático francês René Descartes também se curvou ao fascínio
da pineal. Na sua famosa Carte a Mersenne, escrita em 1640, ele
afirmava que existe no cérebro uma glândula que é o local onde a
alma se fixa mais intensamente. As religiões também consideram o
terceiro olho como um centro de percepção espiritual.
Para os espíritas – A doutora Marlene Nobre, médica e
diretora do jornal Folha Espírita, conta que as funções espirituais e
psíquico-espirituais da pequena glândula eram consideradas pelo
fundador do espiritismo, Allan Kardec, no século XIX, e foram
descritas no livro Missionários da Luz (ed. FEB), psicografado pelo
médium Francisco Cândido Xavier e publicado pela primeira vez em
1958. “Segundo o livro, a melatonina, o hormônio segregado pela
pineal, gera os impulsos para as experiências que promovem seu
desenvolvimento espiritual”, finaliza a médica.
Para os hindus – Na antiga tradição da Índia, dois chacras,
ou centros de energia, são responsáveis pelo desenvolvimento da
espiritualidade: o chacra do terceiro olho, que fica na testa, um
pouco acima da linha das sobrancelhas, e o chacra coronário, no
topo da cabeça. Esses dois centros, que captam e transmitem
energia vital, dizem os indianos, revelam informações espirituais que
influem em nossas ações e escolhas. “O chacra do terceiro olho é
responsável pela clarividência e pela criatividade. O centro
coronário nos reabastece de energia cósmica e nos dá força
espiritual”, explica a professora de ioga Alda Biggi, do Centro Vishnu
de Hatha Yoga, em São Paulo. As cores relacionadas ao chacra que
fica no alto da cabeça são o branco, o violeta e o dourado. “Está
ligado ao canal central de energia que passa pela coluna vertebral”,
diz a professora. Ele rege a glândula pineal, que, para os hindus, é o
principal órgão do corpo. “É a representação do céu dentro do
homem e está associada às qualidades mais puras e elevadas que
temos dentro de nós”, conta Alda. Já o chacra do terceiro olho está
ligado à tonalidade azul-índigo e à glândula pituitária, que também
fica no cérebro. “Ele influencia todas as formas de expressão,
capacidade artística e intelectual”, complementa.
Para os cristãos – “Ela representa o Filho de Deus em nós,
nossa consciência espiritual e amorosa, alimentada pela vontade
divina que nos chega dos céus e o amor que vem do nosso
coração”, diz Amarilis de Oliveira, doutora em psicologia e diretora
do Instituto Cisne de Pesquisas, em São Paulo, dedicado a estudos
na área da inteligência espiritual. “Ela é a única glândula do corpo
diretamente ligada à Consciência Superior”, conclui.
Outra publicação que descreve a existência desse órgão,
descobri através do site Epoch Times postado por Tara Maclsaac diz
que a glândula pineal, que fica no cérebro humano, tem a estrutura
de um olho. Possui células que funcionam como receptores de luz, tal
como a retina faz. Ela tem uma estrutura comparável com o vítreo,
uma substância parecida com um gel que fica entre a retina e a lente
do olho. Ela tem também a estrutura semelhante a uma lente.
Cientistas ainda estão aprendendo muito sobre a glândula
pineal, conhecida tanto no espiritualismo oriental quanto na filosofia
ocidental como a sede da consciência humana. Crenças orientais
também sustentam que, em outros planos de existência, os olhos
podem ser vistos por todo o corpo. A ciência ocidental está
lentamente começando a entender a glândula pineal como um
terceiro olho.
Por muitos anos, os cientistas reconheceram as
semelhanças entre a glândula pineal e os olhos. Em 1919, Frederick
Tilney e Luther Fiske Warren escreveram que as similaridades
listadas acima provam que a glândula pineal foi formada para ser
sensível à luz, e possivelmente ter outras capacidades visuais.
Mais recentemente, em 1995, a Dra. CherylCraft,
presidente do departamento de neurobiologia e células da
Universidade da Califórnia do Sul, escreveu sobre o que ela chamou
de “olho da mente”. “Sob a pele do crânio de um lagarto encontra-
se um ‘terceiro olho’ sensível à luz, que é equivalente à glândula
pineal do cérebro humano. A pineal humana não tem acesso à luz
diretamente, mas como o ‘terceiro olho’ do lagarto, ela mostra uma
versão melhorada do seu hormônio, a melatonina, durante a noite”,
escreveu ela. “A glândula pineal é o ‘olho da mente’”.
Um feixe de fibras nervosas a conecta à comissura
posterior, uma outra parte do cérebro que não é bem compreendido.
Por volta de 1950, pesquisadores descobriram a habilidade da
glândula pineal de detectar a luz, e de produzir melatonina de acordo
com a quantidade de luz que ela detecta. Deste modo, ela controla
de forma essencial alguns ritmos importantes do corpo. Ela afeta os
sistemas de reprodução e do sistema imunológico. A glândula pineal
foi previamente pensada em ser algo vestigial, mas esta descoberta
mostrou que ela realmente tem uma função importante.
Em maio de 2013, foi feita uma outra descoberta que
poderia mudar completamente a visão sobre a glândula pineal. Foi
observado que a glândula pineal de um rato produz N,N-
Dimethyltryptamine (DMT). O DMT tem uma ampla presença nos
seres orgânicos que não é bem compreendida. Algumas pessoas
ingerem DMT para induzir experiências psicodélicas, muitas vezes
caracterizadas como intensamente espirituais.
O Dr. Rick Strassman realizou uma pesquisa clínica
aprovada pelo governo dos EUA na Universidade do Novo México em
1990, injetando DMT em voluntários humanos. Ele chama o DMT de
a “molécula do espírito”. O estudo que confirmou a presença de
DMT na glândula pineal dos ratos foi realizado na Universidade de
Michigan pelo Dr. JimoBorjigin e na Universidade Estadual de
Louisiana pelo Dr. Steven Barker. Ele foi parcialmente financiado pela
Fundação de Pesquisa Cottonwood, que é dirigido pelo Dr.
Strassman, que apoia pesquisas científicas sobre a natureza da
consciência. O estudo foi publicado na revista Cromatografia
Biomédica.
Compreendo que para muitas pessoas isso ainda pode ser
uma novidade, até mesmo um espanto, afinal nossa cultura não foi
educada para estudar a consciência humana, falamos de consciência
de uma forma muita superficial, isto é, inconscientemente. Esse
apanhado acima não é o fundamento do conteúdo do livro, é apenas
um esclarecimento em torno, do título do mesmo. O terceiro olho
existe, porém, em cada cultura com seu significado. Aqui usarei o
conceito baseado na cultura Cristã, que se refere a nossa
consciência espiritual, amorosa, ligado ao poder divino, isto é, a
consciência Superior.
Mas, falar do terceiro olho, intuição, sexto sentido, não é
uma tarefa fácil, vemos que há muitos anos várias culturas, tanto
filosóficas, religiosas, científicas e espirituais, testemunharam a
existência desse órgão e que até nos dias atuais ainda é objeto de
pesquisas. Portanto, para falar de uma forma real e concreta
teríamos que ter a sabedoria de Salomão, a experiência de Jesus
Cristo, e a inteligência de Albert Einstein.
O que é a intuição? A intuição, segundo o Dicionário Aurélio
é “Ato de ver, perceber, discernir, Pressentimento, presságio.”
Neste caso, a intuição se identifica no primeiro significado ao simples
ato de identificar algo no mundo, ou seja, de ver mesmo, por
exemplo, este texto que aqui se apresenta, podemos vê-lo, identificá-
lo, percebê-lo e mais que isso, sabemos que ele é um texto. Então, a
intuição não se limita a ver uma coisa, mas também a sabermos a
respeito dela.
Já no segundo significado, e este é o mais conhecido e
usado popularmente, é atribuído à intuição características mais
místicas. Pressentimento, ou pressentir algo é de fato uma intuição,
mas é importante saber que isto não se dá de maneira sobrenatural,
mística como que se houvesse no indivíduo que pressente um dom,
algo que o faça transcender as condições de si e ter acesso a
alguma previsão de um tempo futuro. Há também quem confunda a
intuição com revelação, isto é, um conhecimento obtido por
intermédio de Deus que, através do seu poder e sabedoria infinitos,
insere no intelecto do indivíduo o conhecimento.
Ainda nesse sentido, a intuição entendida como presságio é
algo puramente lógico, ou seja, ocorre por inferências simples no
intelecto do indivíduo, o que o faz saber de imediato que algo pode
acontecer ou vir a ser, isso se dá basicamente por dedução, ou seja,
o indivíduo ao longo da vida adquire experiências que são suficientes
para ele deduzir que tal coisa pode decorrer de outras, caso sejam
concretizadas. Com isso, ele forma de maneira automática um
encadeamento de relações causais onde a causa final será a dita
intuição. Assim, a intuição também seria perceber, ver, mas agora
interiormente, entender algo que vem de dentro de si, por exemplo,
uma pessoa entrar em um bairro violento, da sua cidade, pode
“intuir” que será assaltado ou levar um tiro por bala perdida, isto é,
por motivo da violência (causa) ele intui que corre riscos.
Então, podemos perceber aqui dois tipos de intuição, uma
que seria relacionada ao interior e outra pautada ao exterior, no
sentido de que nesta, olhamos para fora de nós para ter a intuição
ou que a mesma está relacionada a objetos externos, enquanto que,
naquela olhamos para dentro de nós para termos a intuição ou
percebermos o que ocorre ao nosso redor, isto é, nossos
conhecimentos e experiências previamente obtidos.
Na filosofia, mais especificamente nos trabalhos dos
filósofos ligados à “Teoria do Conhecimento” a intuição tem um papel
de destaque. Isso por que ela é peça fundamental para entender o
processo de produção do conhecimento humano. Grandes filósofos
como René Descartes, o qual é a minha base desse trabalho, a
intuição ganha ênfase nas suas teses a respeito do “conhecimento”
com um significado não tão diferente destes expressados no
dicionário Aurélio, mas com certeza são bem mais amplos e assim
mais abrangentes.
Um conceito básico de intuição vista desta maneira
(filosófica) pode ser encontrado no Dicionário básico de Filosofia:
“Intuição: (lat. Intuitio: ato de contemplar) Forma de contato direto
ou imediato da mente com o real, capaz de captar sua essência de
modo evidente, mas não necessitando de demonstração”. De certo
modo, este conceito se aproxima em parte do significado básico do
Aurélio. Porém, é visto que ele se mostra bem mais específico ao
conhecimento e não qualquer conhecimento, mas aquele racional da
realidade na sua essência, mesmo que de forma imediata. Para
entendermos melhor como isto se dá vamos analisar um fragmento
do livro escrito pelo filósofo René Descartes. “Por intuição entendo
não a confiança flutuante que dão os sentidos ou o juízo enganador
de uma imaginação de más construções, mas o conceito que a
inteligência pura e atenta forma com tanta facilidade e distinção que
não resta absolutamente nenhuma dúvida sobre aquilo que
compreendemos; [...] Deste modo, cada qual pode ver por
intelectual que existe, que pensa, que um triangulo é limitado só por
três linhas, um corpo esférico por uma única superfície [...]”. (In
Regras para a direção do Espírito)
Descartes foi um filósofo que sempre buscou estabelecer
um critério racional para conhecermos as coisas, totalmente
despendido de dúvida. No “Discurso do método”, nas “Meditações”
ele vai buscar este critério racional e chega inclusive a citar as
formas pelas quais conhecemos que apresentam dúvida e que
consequentemente pode nos induzir ao engano, ao erro, à ilusão. Os
sentidos (sensibilidade) seria uma destas formas de conhecimento
que não é segura em sua totalidade, pois em algumas circunstâncias
podemos nos enganar quanto aos sentidos.
Estabelecendo que Deus é bom em sua totalidade e que
assim não pode nos enganar quanto à realidade (pois não seria bom
se assim procedesse), temos a segurança de que podemos
conhecer as coisas sem que um possível “gênio mau” nos engane,
nos iluda. Entre estes e outros argumentos ele fundamenta a
segurança para podermos conhecer o que nos rodeia.
Para ele, a intuição seria uma forma de conhecer as coisas
de forma segura. Através desta, podemos captar de maneira segura
e direta por meio da nossa inteligência (razão) os conhecimentos
simples, que por assim serem não nos resta qualquer resquício de
dúvida quanto a sua validade. Isto por que a intuição é caracterizada
por nos fornecer ideias claras e distintas e uma apreensão da
totalidade do objeto, sem precisarmos de uma devida demonstração,
pois tudo isso é dado de forma imediata. Em outras palavras,
conhecemos determinado objeto completamente sem precisarmos de
um aprofundamento para se chegar a sua essência, uma vez que a
totalidade da ideia ou do objeto nos é fornecido no momento em que
se dá o contato direto.
Podemos concluir que a intuição é uma forma de percepção.
A forma que percebemos as situações do dia a dia, seja ela, interior
ou exteriormente, determina nosso grau de intuição, quanto mais
intuitiva é uma pessoa mais conhecimento terá.
Eu sou educador e conheci a filosofia de René Descartes
por meio do meu curso de pedagogia. Desse modo, farei algumas
considerações sobre este filósofo considerado por muitos como “o
pai” da filosofia moderna, pois como foi dito anteriormente ele me
serviu de base para desenvolver este trabalho.
O pensamento de Descartes é revolucionário para uma
sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja
ainda era muito forte e quando ainda não existia uma tradição de
"produção de conhecimento". Para a sociedade feudal, o
conhecimento estava nas mãos da Igreja. Aristóteles tinha deixado
um legado intelectual que o clero se encarregava de disseminar.
René Descartes viveu numa época marcada pelas guerras
religiosas entre Protestantes e Católicos na Europa. Ele viajou muito
e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo
contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é
achado como ridículo, disparatado, mentira nos outros lugares.
A contribuição filosófica de Descartes para a educação
centra-se na proposta do método sem o qual a mente não se
organiza para processar o conhecimento seguro. Para ele, a razão é
igual em todos os homens. A razão é o bom senso e todos devem
desejar possuí-la, pois representa o poder de julgar de forma correta
e discernir entre o verdadeiro e o falso.
Para Descartes, a diversidade de opiniões decorre do
direcionamento do pensamento e por não serem consideradas as
mesmas coisas por todos, indistintamente. Não haveria, a princípio,
pessoas mais racionais que outras. Pois, seria insuficiente ter o
espírito bom, o importante seria aplicá-lo bem, se continuasse pelo
caminho reto mesmo avançando devagar, sem desistir, poderiam
avançar bem mais do que aqueles que não persistiram.
Desde muito cedo, Descartes foi instruído nas letras.
Estava convencido de que, por intermédio delas, poder-se-ia adquirir
um conhecimento claro e seguro de tudo o que é útil na vida. Porém,
assim que terminou os estudos, mudou radicalmente de opinião pelo
fato de estar embaraçado em inúmeras dúvidas e erros, o que
pensava, não seria próprio ocorrer após ter recebido instruções.
Constatou que quanto mais tentava se instruir, descobria cada vez
mais a sua ignorância, apesar de ter estudado numa das mais
célebres escolas da Europa, onde imaginava que devia haver
homens sábios, se é que havia em algum lugar da Terra.
Porém, isso não o desestimulava a deixar de apreciar os
exercícios com os quais se ocupam nas escolas, pois tinha convicção
da necessidade e do valor que representavam para a sua
personalidade ávida por conhecimentos.
Com isso, Descartes não abria mão das formas possíveis
de conhecer a realidade. Uma dessas formas merece destaque: a
conversação com as pessoas mais qualificadas do passado, que se
estabelece com a leitura de bons livros.
Para Descartes, a educação deve fazer a equalização entre
o passado e o presente para nortear o futuro. E mais, deve dar
vazão à cultura que está próxima, sem afastar a possibilidade de
conhecer a de outros povos.
Em conclusão, embora não fosse à intenção de Descartes
em dar contribuições efetivas para a educação, a forma que pautou
a sua vida e o relato dessa experiência acabou por não só alertar à
humanidade sobre a necessidade do método como também legar um
método (método cartesiano) como caminho seguro para a produção
de conhecimentos seguros. O método cartesiano partia da premissa
“duvidar de tudo” e tinha quatro regras principais: (1) só aceitar
como verdadeiro o que está claro e não suscita dúvidas; (2) dividir
cada problema em tantas partes quantas forem necessárias; (3)
analisar cada parte com clareza e plenamente, acrescentando-a ao
conhecimento do todo; (4) não deixar de levar em conta nada que
possa ser fonte de erro. Em grande parte devido a esse método que
enfatizava como sabemos o que sabemos e não o que é possível
saber.
Quando conheci a sua filosofia fiquei encantado e passei
estudar um pouco mais do que exigia meu curso. Depois de um longo
período de estudos mais aprofundados, conclui que o ser humano
apesar de ter os órgãos dos sentidos perfeitos são “deficientes”. A
ignorância é a falta de conhecimento e isso é uma deficiência. Como
ninguém conhece tudo, somos todos ignorantes. Conhecer é como
abrir o olho, o olho do espírito (mente, pensamento).
O título desse livro O TERCEIRO OLHO, o poder da
intuição, é uma contextualização do dizer popular “Abre teus olhos”,
ou seja, fica esperto. Além da contribuição da filosofia de René
Descartes, outros autores também fizeram parte na construção
deste “guia”. Mas, a psicologia de Augusto Cury no seu livro “O
código da inteligência” merece destaque, ele propõe a técnica do
DCD (Duvide – Critique - Decida). Essa técnica consiste em você
analisar tudo que te rodeia, e antes dos cincos primeiro 5 minutos
fazer uma análise crítica para tomar sua decisão. E hoje é
fundamental para que não “cairmos em tentação” Jesus, o Cristo
sabia muito bem dessa psicologia e recomendou “vigiai e orai” vigiar
é prestar atenção, estar esperto, olhos abertos para as
circunstâncias do dia a dia. Orar é pedir em pensamentos o que
queremos ou comunicar nossos desejos a Deus. Contudo, é preciso
o conhecimento de si mesmo e depois do mundo. Será que nos
conhecemos? Será que conhecemos o mundo? Será que
conhecemos a Deus? Estas e outras respostas estão nos próximos
capítulos.

“Pensamentos sem conteúdos são vazios; intuições sem conceitos


são cegas”. (Immannuel kante)

“...caminham juntas como nossos pés, um depende do


outro para caminhar... quando subimos ou descemos a uma
escada, colocamos um pé e depois precisamos pôr o outro para
que possamos efetuar o processo de subir ou de descer... Muitos
confundem Fé com a simples ideia de querer, ou crer intensamente.
Mas, Fé é atitude! É agir movido pela certeza do Amor Divino e da
Divina Justiça...Romper um estado da nossa mente nem sempre é
possível porque estamos “encarcerados” pelo poder que a cultura
exerce sobre cada um de nós... A crença substantivo do verbo, crer,
é uma opção vaga, incerta, indefinida; assim como alguém diz:
creio que vai chover, creio que fulano morreu – mas nada disso é
certo”

O ser humano é capaz de superar um estado psicológico e


encontrar caminhos que possibilitem a libertação do seu pensamento.
A depressão por exemplo é um desses estados da nossa mente que
na maioria das vezes é preciso ajuda profissional para libertar-se. O
ser humano vive muitas vezes encarcerado pela sua própria mente.
Uma prisão psicológica que Augusto Cury chamou em uma de suas
obras de: A pior prisão do mundo.
Deus é o SER Criador de todas as criaturas, no livro dos
Salmos encontramos “todo ser que respira, louve ao Senhor”.
Exatamente isso, porque todo ser que tem vida respira, as árvores,
os animais, até os minúsculos insetos. Louvar é manifestar-se,
porém muitos ainda acham que louvor é apenas quando abrimos a
boca para falar ou cantar. Tudo é forma de manifestação. Expressar
a Deus seus agradecimentos também é louvor. Porém contemplar a
sua criação esse é o maior louvor.
Na verdade, Deus existe através de suas manifestações,
ninguém poderá vê-Lo se não for através delas no nosso dia a dia. O
universo inteiro está repleto de sua presença, é só prestarmos
atenção para reconhecermos que o Deus do universo é o grande
Poder criativo, que quando analisamos uma planta, quando olhamos
para o céu em uma noite estrelada, quando observamos o nascer de
uma borboleta entendemos esse grande mistério. Foi através dessa
manifestação da sabedoria Divina no homem, que fiz uma grande
descoberta que mudou totalmente minha vida em todos os sentidos,
pois encontrei respostas que há muito tempo procurava, porém ainda
era difícil a compreensão devido a mente está impedida de aceitar
uma nova realidade. É uma prova que muitas vezes, precisamos de
alguém que abra nosso olho, isto é, desperte nosso sentido, a
intuição.
Em toda caminhada é preciso sempre dar o primeiro passo,
depois o outro para assim continuarmos até o destino final. O
primeiro passo nessa caminhada é dissolver os conceitos já
formados na mente, o segundo é abrir a mente para os novos
conceitos. Superei o primeiro estágio, que no meu ponto visto é o
mais difícil, posso dizer refletindo as palavras de Jesus Cristo que
esse achado é “uma porta estreita”.
A porta estreita representa a dificuldade que todos sentem
em encontrar a saída no meio desse estágio, é como um pássaro
engaiolado, que ao adaptar-se à prisão não consegue ver a abertura
por mais que esteja bem na sua frente. Segui então alguns conselhos
dos grandes mestres, buscando as origens dos vocábulos. E percebi
que há muita diferença entre a epistemologia das palavras e os seus
sentidos contidos nos dicionários. Nestes, encontramos os
significados delas, na maioria das vezes, duas palavras sinônimas
(mesmo sentido) podem possuir significados totalmente diferentes se
buscarmos suas origens. Isso faz muita diferença na psicologia do
pensamento. Porém, o convite aqui é ser mais intuitivo, reflexivo,
perceptivo, ir além dos dicionários. A teoria filosófica do
conhecimento pode ser, (pelas minhas experiências vividas) a chave
ou a direção para a saída, o despertar do terceiro olho, a busca do
conhecimento.
Entre muitas outras, essas duas palavras (fé e crença) que
intitulam este capítulo, foi para mim um princípio que me motivou, foi
a causa de uma grande busca e grandes descobertas. Descobertas
que muitas pessoas já haviam realizadas, porém a nossa cultura
ainda não as compreendem, e isso pode ser um grande obstáculo.
Aparece então um fator que é responsável pelas implicações de
nossos pensamentos. A cultura. O que a cultura influencia em nossos
estados de espírito?
Segundo o dicionário Aurélio, cultura significa: “1- Ato, arte,
modo de cultivar. 2- Lavoura. 3- Conjunto das operações
necessárias para que a terra produza. 4- Vegetal cultivado. 5- Meio
de conservar, aumentar e utilizar certos produtos naturais. 6-
Aplicação do espírito a (determinado estudo ou trabalho intelectual).
7- Instrução, saber, estudo. 8 Apuro; perfeição; cuidado”. Observe
que a palavra cultura tem conceito muito amplo, podendo se encaixar
em muitos exemplos. Aqui trataremos no sentido de conservação,
saber, aplicação do espírito, neste livro trato espírito como
expressão do pensamento. Sendo assim, veremos que cultura é o
conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e
comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte
da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações:
música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos,
hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos,
formas de organização social, etc. O site suapesquisa.com definiu o
termo cultura da seguinte forma: “Uma das capacidades que
diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade
de produção de cultura”. Analisando esse conceito percebemos a
relação que existe entre a cultura e as nossas crenças, por esse
motivo confundimos crença com a fé.
Qual a diferença entre fé e crença? Numa visão geral as
duas palavras são sinônimas, ou seja, parecem ter o mesmo
significado. Mas, vamos analisar sobre outro ponto de vista, vendo
com outros olhos, a partir de uma visão psicológica. Quando
tratamos de fé e crença não há como negar que as religiões são as
maiores instituições que tratam desse tema, por causa do poder que
elas exercem desde nossos antepassados. No entanto, hoje com o
fluxo de informações e a velocidade do conhecimento esse cenário
tem mudado bastante, fazendo com que muitas pessoas tenham
acesso as fontes e cheguem às suas próprias conclusões.
A psicologia do pensamento também entendida por
psicologia espiritual, constituiu o alicerce para que eu pudesse abrir o
que eu chamo de “o terceiro olho”, ou seja, a minha percepção. Dois
grandes mestres despertaram em mim o poder da intuição, em
relação à fé e a crença que antes, por razão da nossa própria cultura
acreditava que fossem palavras sinônimas e que possuíam o mesmo
sentido. Você perceberá como a cultura religiosa influencia no nosso
desenvolvimento espiritual, isso não quer dizer que as religiões sejam
as “culpadas”, mas apenas mostrar que nós somos descendentes
delas. Diante dessas reflexões podemos perceber que o ser humano
poderá viver como disse Jesus em abundância. A abundância da qual
o Mestre se refere é a fortaleza espiritual. Essa é grande descoberta
do “tesouro escondido”. Carlos Hisldorf, um economista,
conferencista, palestrante em seu livro 51 atitudes essenciais para
vencer na vida escreveu “A palavra “fé” vem do latim (fides), do qual
vem também a palavra “fidelidade”, qualidade de quem é fiel. Para
os romanos, fé significava a materialização da palavra dada, o
compromisso cumprido. Assim, a fé em Deus é a certeza de que a
palavra Dele será sempre cumprida. Muitos confundem Fé com a
simples ideia de querer, ou crer intensamente. Mas, Fé é atitude! É
agir movido pela certeza do Amor Divino e da Divina Justiça. Não é
ficar inoperante, à espera que Deus faça as coisas por nós. Ele nos
dotou de todas as condições para fazê-las e nos concedeu
liberdade para agir. Quem vive a fé produz boas obras, assim como
as boas árvores produzem bons frutos. Fé não é crença, é
convicção, é certeza! Fé é a certeza que resta quando todas as
outras deixam de existir! Quando temos fé, seguimos determinados
por caminhos que outras pessoas julgariam ser impossíveis. Fé não
é teoria, é prática. Viva sua fé e você chegará a lugares muito
melhores do que aqueles aos quais sonhou chegar. Faça por
merecer o Amor que Deus dedica a você em cada segundo de sua
existência!” Huberto Rohden: ex-padre, filósofo, educador, mestre
espiritual da terceira humanidade em seu livro a Sabedoria das
Parábolas escreveu: “Há quase 2000 anos que a cristandade
identifica fé com crença – esta identificação marcou o início de uma
das maiores tragédias espirituais do cristianismo de todos os
setores, sobretudo do protestantismo, que se baseia principalmente
no princípio de ‘quem crer será salvo’. A nossa palavra fé vem do
termo fides, radical de fidelidade. Fé é, pois uma atitude de
fidelidade, harmonia, sintonia. Quando o meu aparelho de rádio
está sintonizado com a onda eletrônica pela estação emissora,
então o meu rádio apanha nitidamente a música irradiada pela
emissora – meu rádio tem fé, fidelidade, alta fidelidade, com a
estação emissora. Mas quando o meu aparelho receptor não está
afinado pela mesma frequência, vibratória da emissora, não apanha
a música, porque não tem fé, fidelidade, sintonia. A crença nada
tem a ver com a fé. A crença substantivo do verbo, crer, é uma
opção vaga, incerta, indefinida; assim como alguém diz: creio que
vai chover, creio que fulano morreu – mas nada disso é certo”.
Veja que nos dois argumentos os autores dizem a mesma
coisa, “fé não é crença” (Carlos Hilsdorf) “A crença nada tem a ver
com fé”(Huberto Rohden). Então, por que usamos a palavra crença
em vez de fé? O próprio Huberto Rohden esclarece que foi devido os
primeiros textos dos evangelhos serem escritos em grego e nesta
língua fides, fé, é pistis, que tem o verbo pisteuein, ter fé, fidelizar.
No entanto, a tradução latina, não encontrou verbo derivado de fides,
viu-se obrigado a recorrer ao termo vago credere que em português
significa crer, esta significa acreditar, um estado da mente. Portanto,
segundo esse filósofo, Jesus teria dito: “Quem for fiel a mim, será
salvo” em vez de “Quem crer em mim, será salvo”.
Se analisarmos sobre esse ponto de vista, as palavras do
Mestre ganham uma reciprocidade em relação à personalidade de
Jesus, pois, Este foi o Homem com a mais autêntica atitude e ação.
Quando aquela pecadora foi trazida até Jesus, Ele não pediu que
cresse Nele, mas que fosse fiel. E exigiu somente atitude (fidelidade
à sua ordem) “Vai e não peca mais”.
Quando li sobre isso custei entender, porém depois a luz foi
se abrindo e compreendendo percebi que crença pode ser uma
doença psicológica, no sentido de temer, acreditar em algo, como
por exemplos as superstições, a feitiçaria, são pontos negativos da
crença. E foi nessa alvorada que acabei descobrindo que a crença
no sentido de acreditar é o mais potente poder do ser humano. Ela
pode ser a chave da libertação e da prisão.
Quando eu tinha mais ou menos 6 anos de idade minha irmã
me contou uma história de uma animal que não tinha cabeça e saia
fogo pelo pescoço, que morava nas florestas e gostava de comer
criança. Passei a acreditar realmente nessa história, e isso fez com
que eu não conseguisse andar sozinho por muito tempo, sempre que
saia lembrava do animal sem cabeça querendo pegar as crianças
para comer. Quando minha mãe me matriculou para estudar, não
conseguia ir para a escola e nem voltar para casa sozinho. Minha
casa ficava fora do povoado e toda vez que precisava voltar sem a
companhia do meu irmão, que apenas me deixava no colégio,
parecia que estava vendo sair de dentro do mato aquele “monstro”,
eu ficava em pânico. Quando cresci, descobri que se tratava de uma
lenda, “A mula sem cabeça”. Hoje ninguém consegue me amedrontar
com essa história. O que houve com o medo da mula sem cabeça?
Na psicologia a palavra crença está vinculada um estado da
mente, acreditar, ou seja, é dar crédito, é confiar, enquanto que, fé
está relacionada às atitudes, ações. E é bem compreensivo. A fé é
um conjunto de princípios: acreditar, perseverar e esperar. Um não
pode acontecer sem o outro. Quando acreditamos, mas não
perseveramos e não esperamos perdemos a fé. Ficamos apenas
com a crença. Não há como perseverar e tão pouco esperar se não
acreditamos. Isso também me fez refletir o papel de Deus em nossa
vida. Fidelidade é um pacto um ato de confiança mútua. Analise um
casal de pessoas que é fiel um ao outro, o peso é igual, o respeito, a
cumplicidade devem ser de ambos. Porém, é preciso cuidado, em
comparar a fidelidade Divina com a fidelidade humana, pois Deus é
manifestação e não um ser humano. A fidelidade Divina é
incondicional não depende da cumplicidade do outro, mas de um
acreditar profundo, um perseverar ardente e um esperar sensato.
Não compreender a essência Divina e o ego humano pode ser um
dos maiores equívocos que o ser humano ainda comete.
Vejamos um exemplo básico: Quando procuramos um banco
para nos dar crédito, estamos pedindo que o banco acredite em nós.
O banco acredita e quer que sejamos fiéis ao crédito dado. Quando
comecei a fazer essa diferenciação entre os dois termos, senti que
libertava meu espírito. Muitas indagações como essas passavam
pela minha cabeça: Devemos acreditar em Deus ou ser fiéis a Ele?
Quem confia a quem? Será que somos nós quem confiamos em
Deus ou Deus que já confiou em nós? Nesse ponto de vista, não teria
Deus confiado à vida a nós (crédito) e quer apenas que sejamos fiéis
a ele (ter fé)? Imagine quando o banco dá um crédito, (acredita) a
um cliente e este não é fiel (não tem fé). Certamente terá muitas
complicações na sua vida financeira, desde o nome sujo nos órgãos
competentes, a não poder fazer outras negociações. Observe o
quanto é essencial ser fiel a quem nos confia. A crença no sentido
de acreditar é aquilo que você cria na sua mente, os seus desejos,
por exemplo: um sonho é um produto da nossa imaginação. A fé é
uma atitude diante daquilo que imaginamos, sonhamos.
Suponhamos que seu grande desejo (sonho) é ter sua casa
própria, você está acreditando essa ideia na sua mente (estado de
crença). Então começa ir em busca dessa realização, como por
exemplo: procurar um trabalho, fazer economias, poupanças,
aplicações. Essa atitude de construir os meios de realizar este seu
desejo é a fidelidade a sua ideia (fé).
A falta de compreensão em diferenciar estes termos (Fé e
crença) tem atrapalhado o homem em conhecer a verdade Divina. O
ser humano acredita em Deus, no entanto nem sempre é fiel. Quem
não gostaria de ver Deus? Ou você é daquelas pessoas que acredita
que só poderemos ver Deus depois que morrermos? Se você assim
acredita, é melhor refletir sobre quem é Deus para você? Onde
está? Ele existe mesmo? Acreditar em Deus até o ateu acredita,
pois quando está em apuros clama por ele. Mas, se você acredita
que Deus é real e que pode se manifestar na sua vida aqui mesmo
nesta terra, dois passos devem ser dados. O primeiro é crer que ele
existe. E o segundo ser fiel, e quem é fiel tem atitude e vai em
busca.
A nossa cultura impregnou na mente dos seres humanos
que veremos Deus apenas no “juízo final” e essa crença faz com que
poucos busquem um encontro pessoal com Ele ainda aqui nessa
dimensão da matéria. Podemos perceber que para ser fiel a alguma
coisa primeiramente essa coisa deve existir (ou fazer existir, afinal
nossa mente tem esse grande poder). Como ser fiel a algo que não
existe? Impossível. É nesse sentido que faz toda diferença, você
saber o que é ação (Fé) e o que é produto da imaginação (crença).
Um dia vai perceber que a imaginação é apenas um princípio, um
caminho que leva a uma realidade por meio de uma atitude. Porém,
se você analisou com intuição percebeu que a crença é uma espécie
de alimento da fé, um caminho que leva a um destino. Para as
grandes realizações na nossa vida precisamos de dois passos:
acreditar (confiar) e ser fiel (tomar uma atitude). Eu já ouvi muitas
pessoas dizerem “Eu acredito em Deus e ele é fiel a mim”. Eu diria
“Deus acredita em mim, e eu busco ser fiel a ele”, no meu ponto de
vista, fidelidade não é algo pronto e acabado, é um exercício diário.
As pessoas quando querem alcançar algo principalmente nos
momentos mais difíceis da vida, constantemente clamam a Deus, por
que sabem que ele existe. Mas, muitas vezes quando não recebem o
que querem não compreendem. Esse processo é um ato de “fé” ou
apenas um momento de “crença”?
O alpinista
Esta é a história de um alpinista que sempre buscava
superar mais e mais desafios. Ele resolveu, depois de muitos anos
de preparação, escalar o Aconcágua. Mas, ele queria a glória
somente para ele, e resolveu escalar sozinho sem nenhum
companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada dessa
dificuldade.
Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde,
porém ele não havia se preparado para acampar resolveu seguir a
escalada, decidido a atingir o topo. Escureceu, e a noite caiu como
um breu nas alturas da montanha, e não era possível mais enxergar
um palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada. Tudo era
escuridão, zero de visibilidade, não havia lua e as estrelas estavam
cobertas pelas nuvens.
Subindo por uma “parede”, a apenas 100 metros do topo,
ele escorregou e caiu… Caía a uma velocidade vertiginosa, somente
conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na
mesma escuridão, e sentia a terrível sensação de ser sugado pela
força da gravidade. Ele continuava caindo e, nesses angustiantes
momentos, passaram por sua mente todos os momentos felizes e
tristes que ele já havia vivido em sua vida. De repente, ele sentiu um
puxão forte que quase o partiu pela metade …shack! Como todo
alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com
grampos a uma corda comprida que fixou em sua cintura.
Nesses momentos de silêncio, suspenso pelos ares na
completa escuridão, não sobrou para ele nada além do que gritar:
- Oh, meu Deus! Me ajude! - De repente uma voz grave e
profunda vinda do céu respondeu:
- O que você quer de mim, meu filho?
- Me salve, meu Deus, por favor!
- Você realmente acredita que eu possa te salvar?
- Eu tenho certeza, meu Deus.
- Então corte a corda que te mantém pendurado…
Houve um momento de silêncio e reflexão. O homem se
agarrou mais ainda a corda e refletiu que se fizesse isso morreria…
Conta o pessoal de resgate que ao outro dia encontrou um
alpinista congelado, morto, agarrado com força com as suas duas
mãos a uma corda … a tão somente dois metros do
chão.
Autor
desconhecido

Veja bem como aquele alpinista não foi fiel (não teve fé),
acreditou (teve crença) mas, faltou atitude. A crença e a fé
caminham juntas como nossos pés, um depende do outro para
caminhar. Observe quando subimos ou descemos a uma escada,
colocamos um pé e depois precisamos pôr o outro para que
possamos efetuar o processo de subir ou de descer, ou seja, para
que possamos realizar precisamos agir. O alpinista deu o primeiro
passo faltou dar o segundo. Dessa forma, percebemos que a
crença é um princípio psicológico potente, enquanto que a fé é uma
atitude. Por isso, Deus está em cada um de nós, buscamos-Lhe
através dos nossos pensamentos viver em sua comunhão, e Ele se
manifesta no homem por meio dos gestos. É a harmonia do corpo e
da alma, o humano e o Divino.
Deus é a fonte de energia de toda nossa mente e se
conecta a nós através do nosso pensamento, ou seja, a mente é a
tomada que nos liga a Deus, é como um aparelho eletrônico que se
liga na rede elétrica. A mente é o aparelho receptor, o pensamento é
o fio condutor e Deus a fonte de energia. O que acontece com os
aparelhos eletrônicos quando desligamos a tomada que conecta à
rede elétrica? Simplesmente desliga, para de funcionar, é
exatamente isso que ocorre quando nos desligamos da fonte maior
da nossa energia. É fácil confiar em Deus, basta apenas colocar
nossos pensamentos voltados a Ele.
Entretanto, é muito mais difícil ser fiel, pois exige ação, uma
atitude, e muitas vezes essa atitude depende de uma grande
decisão, como fez com aquele alpinista. Por isso, muitos confiam em
Deus, mas quando Deus exige provar sua confiança, falham.
Portanto, acreditar é o momento que você quer algo e aplica
inteiramente seus pensamentos a fonte. Mas, isso requer uma
atitude para a realização do que se almeja. Aquilo que eu chamo de
segundo passo.
Você já deve ter passado por situação que alguém disse, ou
você mesmo tenha dito: “Pensamento positivo e tudo vai dar certo”.
O fator psicológico é a principal força. Porque tudo começa no
pensamento. Mas essa situação também merece uma análise. Às
vezes queremos algo, desejamos e não conseguimos. Um exemplo:
Por que o mundo clama por paz e parece que cada dia fica pior?
Todo pensamento é causa de um efeito, todos os nossos
pensamentos tomam forma de alguma maneira. Agora eis o
“segredo”. Nossos pensamentos são vibrações do nosso interior,
isso significa que a “força do pensamento” não depende apenas de
um grande “desejo” de querer algo, mas de um querer interiorizado,
e depende do estado da nossa mente.
Muitos confundem mente com pensamento, na verdade o
pensamento é o produto da nossa mente. Uma mente saudável
significa que os pensamentos serão saudáveis também. Assim como
uma mente confusa, doentia, certamente produzirá pensamentos
confusos e doentios. Jesus Cristo se referiu a isso quando disse: “A
árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim produzirá
bons frutos”.
O nosso cérebro é um órgão principal de todo o nosso
sistema nervoso central, ele comanda todo o nosso movimento do
corpo material através da nossa mente. Portanto, a mente é um
instrumento do nosso cérebro, ela é responsável por todo o nosso
pensamento. E o pensamento é a mais potente energia do ser
humano. Apesar da grande massa humana não saber disso. E como
toda e qualquer energia, ela precisa de uma fonte geradora para
existir. De onde veio à energia que está alimentando a TV da sua
casa? Certamente de uma fonte geradora que passou por várias
subestações até chegar na TV.
Para o nosso pensamento existir precisa de uma fonte
geradora, o Criador, Supremo, Deus, o Pai como dizia Jesus. A
mente é apenas o veículo que conecta a fonte. É como se fosse um
grande tubo que traz água da nascente. Agora imagine uma nascente
de água pura, e que o tubo que traz a água até você, esteja sujo. A
água certamente chegará suja, não por causa da nascente(fonte),
mas pelo veículo(condutor) que a trouxe. Por isso, o estado da
mente é essencial para realizações dos nossos desejos. Então, por
que será que nossos pedidos de paz para o mundo não chegam ao
ouvido de Deus? Será que estamos num estado em que nossos
desejos possam ser atendidos? Jesus alertou “a paz que eu vos dou
não é a paz que o mundo oferece”. Qual é a paz que queremos?
Quando estamos em uma situação desesperadora é muito
comum pensarmos: Onde está Deus? Parece que não me ouve, será
que me abandonou? Nesse caso, nosso cérebro poderá estar
funcionando normalmente, mas a mente está num estado enleado,
por isso não conseguimos ter respostas e essas dúvidas às vezes
são externadas através das palavras.
Em 2000, foi o ano que eu descobri que estava com um
problema de saúde, passei mal, fui ao médico e detectei uma
gastrite. Iniciei o tratamento, melhorei, mas não conclui o mesmo. E
sem sentir nada levei uma vida normal, em 2002 mais uma vez
passei mal, voltei ao médico, e estava com uma gastrite avançada.
Retomei ao tratamento, melhorei novamente, parecia estar tudo
bem, continuei levando uma vida “normal”. Em 2011 passei muito
mal, perdi peso, não dormia, e sentia muita indisposição. Fui ao
médico, e em uma endoscopia digestiva, foi detectado que estava
com duas úlceras no estômago e possivelmente malignas, pois o
médico teve que recolher o material de exame para enviar aos
laboratórios especializados para uma análise mais concreta e
definitiva. Nesse momento, perdi todas as minhas estruturas
psicológicas, não conseguia ver nada mais a não ser o fim da minha
vida. Foram 15 dias e 15 noites de grande angústia e grande
sofrimento até o resultado final do exame. Durante esse período de
espera a irmã de uma colega indicou um psicanalista e me levou até
ele.
Lembro-me que quando estava na sala de espera tinha uma
imagem de Jesus Cristo na cruz. Olhei para ela e pensei: “pai tu que
curaste leprosos, cegos cochos e aleijados toma conta de mim”. E
fiz uma promessa: “Pai se você me der a última chance, eu serei o
testemunho da tua existência”. Quando entrei no consultório, o
psicanalista me perguntou o que estava sentindo, contei tudo. Ele me
perguntou você acredita em Deus? Respondi que sim. Perguntou
onde está Deus? Eu disse que estaria no céu. Ele me olhou com um
olhar sarcástico e sorriu, confesso que naquele momento senti raiva
dele. Eu era muito religioso, sonhei um dia em ser padre, fui
catequista, agente comunitário na pastoral da juventude. E sempre
participei ativamente na igreja. Não entendi a “incredulidade” daquele
homem, e me perguntava: por que ele coloca a imagem de Jesus na
porta do seu consultório, se não acreditava em Deus? Depois de
uma descontraída legal, ele me relaxou os pensamentos e disse:
você tem uma arma muito forte, você confia em Deus, basta ser fiel
a ele. Descubra esse poder e você nada temerá. Em seguida, me
indicou os livros de Augusto Cury para ler como terapia de
autoconhecimento.
Às vezes quando reflito essa história, recordo de quando
pedi a Deus por meio daquele símbolo na porta daquele consultório,
e minutos depois estaria ele (Deus) se manifestando através daquele
homem. Passei a compreender a manifestação Divina no ser
humano. O evangelista João em uma de suas cartas escreveu
“Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus
está em nós, e em nós é perfeito o seu amor”. Percebi que não
entendia nada sobre Deus, apenas acreditava que existia. Se você
também analisou essa história percebeu que acreditar somente, não
basta. Foi a partir desse grande óbice que fui à busca de Deus na
minha vida.
Hoje, posso dizer que diante das diversidades que já
enfrentei, posso afirmar que encontrei Deus e sei que ele é muito
mais real do que quando apenas acreditava, posso contar com esse
poder sempre, em todos os momentos. Ele se manifesta em nós de
todas as maneiras e até nas coisas menos improváveis para o ser
humano. Deus jamais nos abandona, ele é a vida. A nossa alma,
nosso corpo é apenas um santuário do Senhor. Muitas vezes temos
tanto cuidado, respeito por um “sacrário” morto de madeira, feito
pela mão humana para “simbolizar” e esquecemos que o nosso
corpo que é a casa de Deus, um santuário vivo como escreveu o
apóstolo Paulo a comunidade de corinto "Não sabei vós que sois
templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se
alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o
templo de Deus, que sois vós é santo". Deus está em nós, mas
nem sempre estamos nele, nos afastamos dele por nosso próprio
egoísmo, fazemos como aquele “filho” que Jesus contou nessa
profunda parábola.
A parábola do filho pródigo
Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao
pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele repartiu os
haveres.
Passados não muitos dias, o filho mais moço, juntando tudo
o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os
seus bens, vivendo dissolutamente.
Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma
grande fome, e ele começou a passar necessidade.
Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela
terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos
comiam; mas ninguém lhe dava nada.
Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu
pai têm pão com fartura, e eu aqui morrendo de fome!
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai,
pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores; E, levantando-
se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou,
e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já
não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos
seus servos:
Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel
no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho
cevado. Comamos e regozijemos-nos; porque este meu filho estava
morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a
regozijar-se.
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando
voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.
E ele informou: veio teu irmão, e teu pai mandou matar o
novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
Ele se indignou e não queria entrar, saindo, porém, o pai
procurava conciliá-lo.
Mas ele respondeu a seu pai. Há tantos anos que te sirvo
sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito
sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse
teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste
matar para ele o novilho cevado.
Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás
comigo; tudo o que é meu é teu.
Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos
alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava
perdido e foi achado.
Apesar dessa comparação que Jesus faz do SER humano
com seu próprio egoísmo, quase sempre a grande parte da
humanidade interpreta com exclusividade como a parábola clássica
do pai misericordioso para com o pecador penitente, meu objetivo
aqui não é excluir tal interpretação.
O grande educador espiritual Huberto Rohden fez com que
me identificasse nessa grande mitologia bíblica, quando mostrou a
essência do simbolizado a partir dessa analogia. Uma intensa
comparação do homem que se encontra com seu ego. Uma espécie
de conversa do nosso Eu Divino com a “imagem” que vemos no
espelho das ilusões. A mais pura e avançada evolução do homem
através de erros humanos para a verdade Divina. Fez perceber que
quando estamos passando pelas maiores dificuldades da nossa vida
é que realmente “caímos em si”. Carlos Hilsdorf diz que a dor, não a
dor material, mas a dor moral, é uma professora severa, porém
eficaz. Buscamos conhecer quem somos. Quem sou? Quem é meu
pai? De onde vim? Nós nos conscientizamos, e certamente
desejamos voltar ao Pai não com desígnio de ser chamado filho,
exigir direitos, mas apenas de ser um servo.
Veja quanto significado tem esse binômio (fé e crença) e
quanto elas influenciam a nossa vida. Romper um estado da nossa
mente nem sempre é possível porque estamos “encarcerados” pelo
poder que a cultura exerce sobre cada um de nós. É preciso romper
com os pensamentos que nos aprisionam, nesse estado o ser
humano não consegue imaginar, ou seja, sair da gaiola que apresa o
pássaro chamado imaginação. A leitura de bons livros, como dizia
René Descartes, refletir sobre os significados de nossa existência
como recomendava Mahatma Gandhi, são caminhos que nos levam a
encontrar os meios de libertar nossas ideias. Muitas vezes é preciso
tenacidade para abandonar nosso lar da acomodação, e
conhecimento para retornar a ele como aquele filho que teimou em
sair. Mas, aprendeu, conheceu a verdade sobre ele mesmo, teve
sabedoria e retornou. Acreditar é um princípio, mas a essência está
em descobrir a verdade, às vezes esta é dolorosa e isso poucos
estão dispostos a aceitar. Entretanto, a ideia da verdade é
equivocada. Jesus ao dizer “descobrireis a verdade e a verdade vos
libertará” quis explicar que a única verdade existente é aquela sobre
nós mesmos.
Acreditar em tudo que dizem sem ir à busca da profunda
realidade é como alguém que acredita que as estrelas estão mortas
somente porque o céu está nublado.
A crença é um estado da mente. A fé é uma atitude.
“O melhor trabalho político, social e espiritual que
podemos fazer é parar de projetar nossas sombras nos outros” (C.
G. Jung)

“...podem significar a mesma coisa. Toda missão é um


trabalho, mas nem todo trabalho é uma missão. As pessoas que
fazem do seu trabalho a sua missão, já não se preocupam com o
“como” nem com “o quê” fazer, mas somente tem certeza que o seu
trabalho não é um benefício de si próprio mas, sabe que ele é uma
luz que ilumina, uma direção que encaminha, um cajado que abre
os mares rumo as terras prometidas...”
É o sonho de todo cidadão ou cidadã encontrar um trabalho,
uma estabilidade na vida. De norte a sul de leste ao oeste deste
planeta, sem dúvida, essa é a maior luta do ser humano. Pois, é
através de seu trabalho que o homem sobrevive dignamente.
Milhares de pessoas no mundo estão entrando em depressão por
falta de um trabalho. No entanto, um considerável número estão no
mesmo estado psicológico por excesso dele. E aqueles que mesmo
com as possibilidades não conseguem realizar seus sonhos? O que
impossibilita?
Andala, o pardal
O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as
árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar
Yan, a grande águia. Seu voo preciso, perfeito, enchia seus olhos de
admiração. Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia
como o fazer. Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não
conseguia assim ser. Todavia, não cansava de segui-la por entre as
árvores só para vislumbrar tamanha beleza... Um dia estava a voar
por entre a mata a observar o voo de Yan, e de repente a águia
sumiu da sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a
águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto:
deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua
frente. Tentou conter o seu voo, mas foi impossível, acabou batendo
de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando
voltou a si, pôde ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado
observando-o. Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram
arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia em sua quietude
apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria,
perguntou-lhe:
- Por que estás a me vigiar, Andala?
- Quero ser uma águia como tu, Yan. Mas, meu voo é baixo,
pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir
ultrapassar meus limites.
- E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de
tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas
asas? –
Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito
grande de realizar este sonho... O pardal suspirou olhando para o
chão... E disse:
- Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar.
És tão única, tão bela. Passo o dia a observar-te.
- E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou
Yan.
- Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu
voas... Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter
forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e
experiência, tu cortas harmoniosamente...
- Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é
diferente, e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma
águia. Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti
possa dar rumos diferentes aos teus instintos. Se abrires apenas
uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta
dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu. Acredita!
- E assim, a águia preparou-se para levantar voo, mas
voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:
- Andala, apenas mais uma coisa: Não poderás voar como
uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias. O
treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para
que possas dar realidade aos teus sonhos. Se não pões em prática
a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho. Esta
realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites,
crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido. É para
aqueles que acreditam serem livres, e quando trazes a liberdade em
teu coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não
estarás apegado a nenhuma delas, serás livre! Um pardal poderá,
sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade. Confia
em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com
eles.
Autor
desconhecido

Quando conheci essa história lembrei-me de um professor


de matemática do ensino médio, no dia que a turma havia aprontado
uma “bagunça” na sala. Ele entrou e nos deu um sermão, e lembro
que ele dizia: “o que vocês querem da vida de vocês, a sociedade é
uma selva, só os mais fortes sobrevivem.” Talvez o professor
tivesse agido com a melhor das intenções, mas não entendi a
mensagem e talvez não somente eu. Não concordei com essa
pedagogia e sempre refleti. Então, será por isso que as pessoas são
capazes de praticar atos cruéis, só para serem os mais fortes? Uma
grande massa humana pode usar essa justificativa para suas
atitudes. Passei a me sentir um Andala da vida, apenas admirando
as “águias”.
No entanto, um dia minha professora de psicologia da
educação em meu primeiro dia de aula do curso de pedagogia me
apresentava uma das maiores lições para minha vida. Ela disse:
“compare nossa vida com uma grande maratona, todos são iguais,
com a mesma possibilidade, partindo do mesmo ponto. Porém,
apenas aquele que se prepara melhor, chega. Seja ele em primeiro,
segundo ou terceiro não importa. Mas se vocês observarem uma
grande maratona perceberão que do ponto de partida sai uma
grande quantidade de participantes, cada um com um objetivo.
Alguns apenas para participar do evento, outros para testar seus
limites e ainda tem alguns que querem apenas queimar um pouco
de calorias. Contudo, tem aqueles que seu objetivo é ser um
vencedor, um campeão” E concluiu: “qual é o seu objetivo na
maratona da vida”? Foi nesse momento que entendi o meu professor
de matemática. Somos assim, quantas pessoas estão como estive,
apenas admirando as águias? Eu não deixei de admirá-las, mas hoje
tento treinar meu voo todos os dias.
Quando falamos de trabalho, estamos relacionando nossos
sonhos, pois são por causa de nossos sonhos que saímos cedo da
nossa cama. Mas é necessário que saibamos definir nossos sonhos
para evitarmos que ele se transformem em um pesadelo. O que são
os sonhos? Na nossa cultura temos pelo menos dois conceitos de
sonhos. Um está relacionado ao momento do sono que nosso
espírito se desprende do corpo físico. O outro aos nossos desejos,
imaginação. Trataremos aqui no sentido do segundo conceito. O
sonho no sentido de desejo ou de querer.
O sonho das três árvores
Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que
sonhavam com o que seriam depois de grandes... A primeira,
olhando as estrelas, disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de
tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada.
A segunda olhou para o riacho e suspirou: - Eu quero ser
um grande navio para transportar reis e rainhas. A terceira árvore
olhou o vale e disse:
- Eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto
que, as pessoas ao olharem para mim, levantem seus olhos e
pensem em Deus.
Muitos anos se passaram, e certo dia vieram três
lenhadores e cortaram as três árvores, todas muito ansiosas em
serem transformadas naquilo com que sonhavam.
A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho de
animais, coberto de feno.
A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca,
carregando pessoas e peixes todos os dias, a terceira, mesmo
sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em altas
vigas e colocada de lado em um depósito.
E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes:
- Para que isso?
Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde
havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu neném
recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira
árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo!
A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando
um homem que acabou dormindo no barco, mas quando a
tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem se levantou e
disse: "PAZ".
E num relance, a segunda árvore entendeu que estava
carregando o rei dos céus e da terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore
espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um
homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas logo
no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu
que nela havia sido pregado um homem para salvação da
humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de
seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.
Autor
desconhecido

Como tudo muda quando vemos as coisas com outros


olhos, o terceiro olho é o ponto de luz na escuridão, é a sapiência do
ser humano. A intuição, o sexto sentido é olho de Deus no homem.
Podemos analisar que o “sonho das três árvores” não foi realizado
como elas imaginaram, mas foram surpreendidas com o resultado
dos sonhos, pelo significado que cada um representou. Essa é a
grande razão da nossa autorrealização. Um dia sonhei em ser padre,
entretanto me tornei professor, hoje sou tão feliz quanto qualquer um
que vive sua missão para ser feliz e contribuir para construir a
felicidades das pessoas. Isso é missão, encontrar um significado
para nossos desejos e dar sentido à vida. Quando vemos às coisas
com o olho Divino, presente em nós através da nossa própria
consciência, os acontecimentos da nossa vida tantos os bons quanto
os ruins são motivos de grande aprendizado. Os bons são guardados
como recordações e os ruins como lição de vida. Sem usar o poder
da intuição parecemos cegos, levamos os eventos ao “pé da letra”.
Na sociedade que vivemos cheia de desilusão em todas as
esferas da vida, é preciso “acordar” abrir o olho, “vigiar” como dizia
Jesus, “buscar a razão” como recomendava René Descartes. Mas, a
sociedade infelizmente não apela para essas sabedorias, pois ainda
preferem viver sobre o poder do intelectualismo e dominados pela
emoção.
A sabedoria não é adquirida nos centros acadêmicos, é
alcançada no nosso dia a dia. Nós crescemos em sabedoria quando
prestamos atenção em tudo que nos rodeia. Um simples ato de
resolver situações cotidianas tem um grande espólio de sabedoria da
parte de quem sabe resolver os problemas. A sabedoria se destacou
na época do barbarismo quando a inteligência humana era pouco
evoluída. Com o desenvolvimento da inteligência, o homem achou
que resolveria todos os problemas apenas com essa ferramenta.
Uma vez um rei que morava num grande castelo, levantou-
se apavorado. Havia tido um sonho terrível no qual teria perdido de
uma só vez todos os dentes. Preocupado, ordenou:
– Chame o meu melhor sábio.
Em poucos minutos, lá estava o sábio diante do rei. Após
contar-lhe o sonho terrível, ordenou-lhe:
– Diga-me, sábio, o que significa esse meu sonho?
O sábio pensou… pensou… pensou… e, virando-se para o
rei, disse-lhe:
– Majestade, vai acontecer uma desgraça na sua família.
Uma doença terrível vai invadir o castelo e morrerá o mesmo número
de parentes tanto quanto for o número de dentes perdidos em seu
sonho.
O rei, furioso, ordenou ao seu comandante da guarda que
amarrasse o sábio no toco e lhe desferisse cem chibatadas diante
de todos os súditos.
– Chame outro sábio, este é um idiota – ordenou aos gritos.
Logo, logo, lá estava o outro sábio diante do rei. Contando-
lhe todo o sonho terrível, ordenou-lhe:
– Diga-me, sábio, o que significa esse sonho?
O sábio pensou… pensou… pensou… e, olhando nos olhos
do rei deu um sorriso largo, disse:
– Vossa Majestade é realmente um iluminado, um protegido
por Deus. O número de dentes que sonhou perder será o mesmo
número de familiares que morrerão vítimas de uma doença terrível.
Mas, apesar de toda a desgraça do castelo, Vossa Alteza
irá sobreviver são e salvo.
O rei, feliz da vida, ordenou que lhe entregassem cem
moedas de ouro.
Quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse
admirado:
– Não é possível! A interpretação que você fez foi à mesma
que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele
puniu com cem chibatadas e a você ele recompensou com cem
moedas de ouro.
Autor
desconhecido

Observamos que a mesma situação foi dada aos dois


sábios, no entanto a forma de resolver foi diferente. O que para um,
foi causa de condenação para o outro foi motivo de glória.
A resiliência é um conceito psicológico emprestado
da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com
problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações
adversas - choque, estresse etc., sem entrar em surto psicológico.
No entanto, Job que estudou a resiliência em organizações,
argumenta que a ela se trata de uma tomada de decisão quando
alguém depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a
vontade de vencer. Essa decisão propicia forças na pessoa para
enfrentar a adversidade. Assim entendido, Barbosa propôs que se
pode considerar a resiliência como uma combinação de fatores que
propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar
problemas e adversidades.
“Os problemas nasceram para serem resolvidos” diz uma
sabedoria popular. Na verdade os problemas são ilusórios, é um
estágio da mente, porque o problema é o grau das dificuldades,
apesar dos nomes (dificuldade e problema) parecerem sinônimos,
eles se diferem totalmente. Se dissermos tenho um problema para
resolver, teremos um problema, porém se mudarmos e dissermos
estou enfrentando uma dificuldade, significa que já estamos
resolvendo o “problema”. Portanto, encare as dificuldades e
perceberá que não existem problemas. Carlos Hilsdorf disse: “Uma
semente possui o ‘gérmen vital’; a potencialidade de vida, para
efetivá-la terá de vencer uma série de dificuldades: o rompimento
da membrana que envolve o ‘sêmen’; encontrar no solo os
nutrientes necessários para o seu desenvolvimento; vencer a força
a resistência que o solo aplica ao seu crescimento; vencer a força
da gravidade na sua busca pela luz do sol, entre muitas outras”.
O mesmo acontece conosco, temos dificuldades, não
problemas. Problemas somos nós que criamos, as dificuldades
fazem parte da nossa própria natureza, sempre surgirão. A corrida
pela concepção é a nossa primeira e maior das dificuldades, entre
todas que teremos, afinal são milhões de espermatozoides em busca
de um óvulo. Não é esse o mistério da vida?
Uma dificuldade poderá transformar-se em um problema.
Porém, depende muito de como você lida como as dificuldades.
Qual sua atitude diante das dificuldades? Reflita através dessa
história.

O lavrador e o sábio
Conta uma lenda que um lavrador foi procurar o sábio do
seu vilarejo para se queixar sobre as dificuldades da vida. Estava
cansado de lutar com os problemas. Parecia que mal terminava de
resolver um e surgia outro pior. Estava a ponto de desistir de tudo.
O sábio pediu-lhe para descer até o lago e trazer um balde
com água. Feito isso, o sábio dividiu a água em 3 panelas e colocou-
as no fogão. Logo a água estava fervendo.
Na primeira panela, colocou uma cenoura; na segunda, um
ovo; e na terceira, um punhado de folhas de chá.
Depois de meia hora, o sábio tirou as panelas do fogão.
Pegou a cenoura e colocou-a numa tigela, o ovo em outra e
derramou o chá numa terceira tigela. Virando-se para o lavrador,
perguntou:
- Diga-me o que você está vendo?
- Cenoura, ovo e chá.
- Pegue a cenoura e aperte-a. O que lhe parece?
- A cenoura esta cozida, mole.
- Agora, apanhe o ovo e quebre - disse o sábio.
O lavrador quebrou a casca e viu que o ovo estava cozido e
firme. Por fim, o sábio mandou o lavrador tomar o chá.
Ele sorriu quando sentiu o aroma delicioso e bebeu com
prazer. Em seguida, perguntou:
- O que o senhor pretende com isto?
O sábio explicou que essas três coisas tinham enfrentado a
mesma dificuldade: a água fervente. E cada uma reagiu de maneira
diferente. A cenoura entrou forte e rígida, mas ao ser submetida ao
calor, amoleceu. O ovo era frágil, só contava com a casca muita fina
para proteger seu interior, mas a água fervente o fez endurecer. As
folhas de chá, entretanto, mostraram um comportamento singular:
depois de passarem alguns segundos mergulhados na água fervente,
elas modificaram a água!
- Qual deles é você? - indagou o sábio. Como reage quando
a adversidade bate à sua porta? Você como a cenoura, o ovo ou as
folhas de chá?
Autor
desconhecido

Quando você estiver diante dos “problemas” da vida,


pergunte a si próprio: O que sou? Uma cenoura, que parece forte,
mas amolece e se fragiliza na primeira dificuldade? Um ovo que
começa com um coração frágil e espírito fluido, mas depois da perda
ou outro problema torna-se rígido e endurecido? Ou a folha de chá,
que consegue transformar as dificuldades em oportunidades,
liberando seus aromas e sabores.
Trabalhar é uma missão ou nossa missão é trabalhar? A
palavra missão provém do verbo latino “militere”, significa “enviar,
mandar”. Segundo o dicionário Aurélio significa: encargo, poder dado
a alguém para fazer alguma coisa. Observamos que missão é uma
ordem recebida de alguém, que enviou para um determinado
trabalho. O homem já tem certeza que é uma criatura, isso significa
que ele não é auto criador. Quem nos criou? Quem nos enviou?
Estas reflexões, já nos remetem a uma resposta, isto é, que temos
uma missão, portanto, somos missionários do nosso Criador, pois
somos enviados. Viemos ao mundo enviado por aquele que nos
criou, porque somos uma criatura, independentemente de credo ou
religião. Nenhum homem conseguiu tamanha façanha, isto é, de dar
vida a um ser humano, portanto, dependemos de um Ser Superior,
Aquele que nos enviou e que, portanto, nos deu a vida. Mas, qual é a
nossa missão? Para que viemos a este mundo? Podemos encontrar
respostas a essas indagações perguntando a si mesmo, O que eu
quero para minha vida? Onde estou? Até quando estarei aqui? O que
estou fazendo? Como estou fazendo? Por quê? Para quê?
A partir do nosso autoconhecimento, somos capazes de
diferenciarmos esses dois termos, e percebermos que missão e
trabalho podem significar a mesma coisa. Toda missão é um
trabalho, mas nem todo trabalho é uma missão. As pessoas que
fazem do seu trabalho a sua missão, já não se preocupam com o
“como” nem com “o quê” fazer, mas somente tem certeza que o seu
trabalho não é um benefício de si próprio mas, sabe que ele é uma
luz que ilumina, uma direção que encaminha, um cajado que abre os
mares rumo as terras prometidas.
O sentido da palavra missão neste livro está relacionado ao
envio. Imagine um capitão de um exército, ele manda seus soldados
à guerra, e ordena que estes devam fazer o possível e o impossível
para vencer. O capitão é o superior e os soldados, os enviados. Os
soldados farão de tudo para cumprir a ordem recebida do seu
superior. O “tudo” que eles farão é o trabalho que terão para cumprir
a missão, isto é, trabalharão por uma grande causa. Agora imagine
trabalhar sem causa, sem saber para quem nem para quê. Isto é
viver sem rumo. E acredite é angustiante, é como um carro sem
piloto, em um indeterminado momento vai bater, e quanto maior a
velocidade, maior é o impacto. Talvez, isso seja a causa de muitas
pessoas viverem infelizes, no trabalho, em seu dia a dia e até mesmo
com sua própria vida. William Barclay disse: “Há dois dias
extraordinários na vida do homem: quando nasce e quando
descobre o porquê”.
Existem muitas pessoas que vivem apenas no nível do
ambiente. O que isso significa? Elas apenas reagem ao ambiente em
que vivem. Tornam-se, portanto, vítimas deste. Essas pessoas
passam o dia inteiro no trabalho reclamando da empresa e culpando-
a por todos os seus problemas. Dizem frases do tipo: “Na minha
empresa existem problemas que nenhuma outra tem. Você só vai
acreditar se trabalhar aqui um dia. Por isso não consigo progredir
nem realizar todo o meu potencial”. Colocam toda a culpa no
ambiente. Chega um dia em que mudam de empresa, passam-se
alguns meses de “lua-de-mel” e vem a grande surpresa: a nova
empresa tem os mesmos problemas da anterior. Alguns até piores.
Não adianta nada você mudar de ambiente e levar você com você.
Os problemas tendem a se repetir. Isso acontece sempre que
trabalhamos somente no nível do ambiente.
Mudanças apenas no ambiente podem ser respostas a
problemas ocasionais, mas dificilmente atacam as causas. Podemos
chamar essas mudanças de “remediáveis”. Elas apenas remediam o
problema, mas dificilmente geram grandes mudanças. É como, por
exemplo, um dente quando dói e tomamos um antibiótico. Portanto,
se sonhamos com mudanças profundas no ambiente que vivemos,
devemos mudar interiormente.
O que move as pessoas generosas a trabalhar diariamente,
e não desistir nunca? Somente a consciência da nossa missão é que
mostra a resposta para tal pergunta. Quando você tem a consciência
de que através do seu trabalho estará realizando sua missão, você
desenvolve uma força extra, capaz de levá-lo ao cume da montanha
mais alta do planeta.
Infelizmente, muita gente se perde nesta viagem e distorce
o sentido de sua existência (missão) e vive apenas trabalhando,
pensando que acumular bens materiais é o objetivo da vida. E
quando chega ao final do caminho percebe que o caixão não tem
gavetas e que ela só vai poder levar daqui o bem que fez às
pessoas. Como o capitão que envia seus soldados à guerra, nossa
vida também é assim, existe um Ser Superior que nos mandou,
ordenou, confiou uma missão. Tudo que faremos deve ter relação
com a ordem recebida. Quem é o seu Superior? Essa reflexão pode
ser a linha de chegada ou o ponto de partida. Para aqueles que já
sabem que o seu trabalho é uma missão que tem a cumprir, também
sabe que um dia prestará conta de seus serviços. Porém, aqueles
que ainda não sabem para onde estão indo, é melhor encontrar um
caminho.
Todo enviado recebeu uma missão daquele que o enviou.
Uma coisa preciso descobrir: Para quem estou trabalhando? Qual é
o projeto do meu superior? Em que meu trabalho contribui no projeto
do meu Superior. Vejamos o exemplo do capitão. Certamente, tudo
que seus soldados fizeram foram em prol do seu exército. O exército
é uma espécie de “reino”. Reino é uma grande organização, que
lembra hierarquia. No reino há um superior (rei) e os súditos
(subordinados) alguém que orienta e os que seguem sua orientação.
Será que meu trabalho está contribuindo com os projetos do “reino”
do meu “Administrador”? Quando um homem disse que foi enviado
do seu Pai, que está nos Céus, ele declarou para que veio: “Eu vim
para que todos tenham vida, e tenham em abundância”. Quem
responde para que veio tem certeza de sua missão.
Muitos foram as personagens que sabiam que seu trabalho
era uma grande missão e fizeram da sua missão um grande trabalho.
O que dizer do maior de todos, Jesus de Nazaré, como professor e
educador ele é o meu maior pedagogo, na minha filosofia de vida é o
meu maior filósofo, no meu desespero, o maior psicólogo, na certeza
da vida eterna, ele é o meu Mestre espiritual.
Vale ressaltar, que outros também fizeram história com sua
ousadia de sonhar, capacidade de concretização de seus objetivos,
desejos de fazer o bem e amor incondicional ao próximo. Essas são
algumas das características que certamente encontramos ou
encontraremos em nossos grandes sonhadores e que se tornam
fonte de inspiração para o nosso trabalho. Foram e serão seres
humanos, que além de nos deixarem seus valiosos exemplos de vida
e legados, eram dotados de virtudes extremamente importantes e
que servem para superarmos nossos obstáculos do dia a dia, e
principalmente, construirmos algo produtivo para o bem comum.
Ensinamentos como a cidadania de Betinho, a compaixão de
Mahatma Gandhi, a coragem de Martin Luther King, a determinação
de Ayrton Senna, a humildade de Albert Einstein, a fraternidade de
São Francisco, o otimismo de Charles Chaplin, a perseverança de
Beethoven, a superação de Stephen Hawking, dentre outros, essas
exposições são apenas uma introdução à grandeza destas pessoas,
que enfrentaram tantas dificuldades (de formas diversas e distintas)
para alcançar seus objetivos, semeando durante suas vidas um
mundo melhor, mais justo e fraterno, e que fazemos questão de
divulgá-los, com o intuito de motivar e conscientizar a todos, a serem
mais otimistas, perseverantes, solidários e a criarem uma “corrente
do bem” cada vez mais ampla, sincronizada e eficiente. Esse é um
de nossos maiores desafios, é nossa missão passarmos esses
ensinamentos adiante, se cada ser humano se conscientizasse de
sua missão ou trabalho, trabalho ou missão, o mundo estaria mais
digno, mais Divino. Mas o que fazer diante de um mundo que parece
não ter mais solução? É um problema ou uma dificuldade?
O beija flor e a floresta
Diz a lenda que havia uma imensa floresta onde viviam
milhares de animais, aves e insetos. Certo dia uma enorme coluna de
fumaça foi avistada ao longe e, em pouco tempo, embaladas pelo
vento, as chamas já eram visíveis por uma das copas das árvores.
Os animais assustados diante da terrível ameaça de morrerem
queimados fugiam o mais rápido que podiam, exceto um pequeno
beija-flor. Este passava zunindo como uma flecha indo veloz em
direção ao foco do incêndio e dava um voo quase rasante por uma
das labaredas, em seguida voltava ligeiro em direção a um pequeno
lago que ficava no centro da floresta. Incansável em sua tarefa e
bastante ligeiro, ele chamou a atenção de um elefante, que com suas
orelhas imensas ouviu suas idas e vindas pelo caminho, e curioso
para saber por que o pequenino não procurava também afastar-se
do perigo como todos os outros animais, pediu-lhe gentilmente que o
escutasse, ao que ele prontamente atendeu, pairando no ar a
pequena distância do gigantesco curioso.
– Meu amiguinho, notei que tem voado várias vezes ao local
do incêndio, não percebe o perigo que está correndo? Se retardar a
sua fuga talvez não haja mais tempo de salvar a si próprio! O que
você está fazendo de tão importante?
Tem razão senhor elefante, há mesmo um grande perigo em
meio aquelas chamas, mas acredito que se eu conseguir levar um
pouco de água em cada voo que fizer do lago até lá, estarei fazendo
a minha parte para evitar que nossa mãe floresta seja destruída.
Em menos de um segundo o enorme animal marchou
rapidamente atrás do beija-flor e, com sua vigorosa capacidade,
acrescentou centenas de litros d’água às pequenas gotinhas que ele
lançava sobre as chamas.
Notando o esforço dos dois, em meio ao vapor que subia
vitorioso dentre alguns troncos carbonizados, outros animais
lançaram-se ao lago formando um imenso exército de combate ao
fogo.
Quando a noite chegou, os animais da floresta exaustos
pela dura batalha e um pouco chamuscados pelas brasas e chamas
que lhes fustigaram, sentaram-se sobre a relva que duramente
protegeram e contemplaram um luar como nunca antes haviam
notado.
Na profissão de professor decidi ser um educador, assumi
esta missão (como todas, não é uma tarefa fácil) o qual é o meu
trabalho, minha fonte de sobrevivência, através dele procuro
contribuir a cada dia, mesmo que seja como o beija flor. Muitas
vezes o que observamos no nosso dia a dia é um pensamento
utópico generalizado, principalmente no campo político partidário,
isto é, grandes sonhadores, que querem mudar, sua cidade, seu
estado, seu país, o mundo, no entanto ainda não conseguiram mudar
o seu próprio mundo interior.
Havia, certa vez, um rapaz que era revoltado com os erros
da sociedade. Ele quis então mudar o mundo. Esforçava-se, lutava...
Viu que os resultados eram muito pequenos.
Então decidiu: Eu vou mudar a minha cidade. E começou a
trabalhar nesse sentido. Mas, um tempo depois, percebeu que a
tarefa estava difícil.
Ele pensou: Já sei. Vou mudar pelo menos a minha rua. E
empregou todos os esforços nesse sentido. Depois de um tempo,
coitado! Não viu resultado.
Então ele decidiu com entusiasmo: Vou mudar a minha
família. Após alguns meses, viu que os frutos da sua luta eram
pequenos demais.
Após um bom tempo, já adulto, ele decidiu: Vou mudar a
mim mesmo. E começou a se esforçar nesse sentido. Logo ele viu
que estava melhorando. E, para sua alegria, viu que, junto com ele, a
família estava se tornando melhor, a sua cidade estava mais rica em
virtudes, as quais, aos poucos, iam se espalhando pelo mundo.
Padre
Queiroz
Acredito que não podemos transformar o mundo exterior
como num passo de mágica, mas creio na mudança do mundo
interior do homem. Se quisermos transformar o exterior, o primeiro
passo estar na mudança da nossa mente, dos pensamentos, na
conscientização de nossos atos e atitudes diante das dificuldades.
Platão escreveu: “Tente mover o mundo - o primeiro passo será
mover a si mesmo.” Há milhares de anos atrás os homens mais
sábios já conheciam o caminho da mudança. Infelizmente, o homem
contemporâneo devido ao grande avanço do intelectualismo
desprezou essa sabedoria.
O autoconhecimento será sem dúvida o primeiro passo,
para as grandes transformações, dessa forma, é possível afirmar
que é de dentro do homem que se manifestam os seus verdadeiros
sentimentos. Aqueles que sonham em ter, sem ser, apenas sonham,
mesmo que seus esforços sejam grandes e muito bem
intencionados. Ao acordar para realidade muitos desistem por se
decepcionarem com os resultados na maioria das vezes frustrantes.
Os sonhos são o combustível da realização dos nossos desejos.
Um dia um colega e eu saímos de moto para outra
localidade mais ou menos a 20 km de distância de onde moro.
Calculamos que o combustível que havia no tanque daria para chegar
até o nosso destino. Porém, antes de chegarmos acabou a gasolina
e lá ficamos, tínhamos a esperança que alguém passasse pela
estrada e nos ajudasse. Depois de passadas quase duas horas,
apareceu um amigo que me levou até um posto, comprei a gasolina e
voltei para buscar o meu colega que ficou vigiando a moto. Quando
liguei a moto Pensei: “Uma moto sem gasolina é como um ser
humano sem sonhos.” Poderia esquecer aquela viagem por causa
da angústia que vivemos, mas dela tirei um grande aprendizado que
nunca esquecerei.
É assim a nossa vida, a máquina que é o nosso corpo,
muitas vezes está perfeita. O espírito que nos conduz também pode
estar bem. Porém, sem o combustível que o alimenta, que são os
nossos desejos e sonhos, tudo fica imobilizado e perdemos a
vontade de continuar e paramos como aquela moto. Ainda neste
sentido escreveu Carlos Hilsdorf: “O sonho é matéria prima mental,
espiritual. A toda matéria prima é preciso impor o trabalho, a
persistência, a dedicação, a disciplina, ou seja: o esforço e a atitude
orientada para que o sonho se realize. Não basta apenas sonhar.
Não basta apenas querer. É preciso ter atitude. Atitude é o que
define, que abre caminhos, que faz a diferença. Sonhar é preciso!
Mas a atitude de trabalhar conscientemente pela realização do
sonho é imprescindível! O sonho é um potencial, mas só a
materialização dele torna sua existência real! As recompensas vêm
das nossas realizações, não do nosso potencial! Sonhe. Sonhe
muito. Mas lembre-se: sonhar é importante, mas o sonho é apenas
o combustível do motor das realizações. Sonho sem atitude é
delírio.”
Podemos concluir que na interpretação de Hilsdorf, sonhos
têm a ver com atitude, e esta é ação. Tomemos o exemplo da moto,
quando cheguei com a gasolina e a coloquei no tanque, ela precisou
das ações, primeiro do espírito da moto (o motorista) e depois do
corpo dela (a máquina). A gasolina era só o combustível. O mesmo
acontece conosco, máquinas humanas. O motorista é o nosso
espírito, aquele que nos conduz, a máquina é o nosso corpo material
que trabalha, age e os sonhos são o combustível, a energia que nos
movem. Então podemos refletir que somos movidos pelos nossos
grandes sonhos. A autorrealização, isto é, a realização do nosso
ser, e não do nosso querer como vimos no conto das três arvores é
o nosso reconhecimento maior da nossa missão, Jesus disse: “Eu
vim para que todos tenham vida e tenham em abundância” e o seu
mandamento foi que apenas amemos uns aos outros como ele o fez.
“Um novo mandamento eu dou a vocês: que amem uns aos outros;
assim como eu amei vocês. Assim também vocês deverão amar
uns aos outros”. No entanto, esse Amor ainda é incompreensivo, o
egoísmo do ser humano pode anular os sentimentos, que é o canal
de acesso, para chegar a uma verdadeira razão da nossa vida.
Um pescador certa vez pescou um salmão. Quando viu seu
extraordinário tamanho, exclamou: “Que peixe maravilhoso! Vou
levá-lo ao Barão! Ele ama salmão fresco.”
O pobre peixe consolou-se, pensando: “Ainda posso ter
alguma esperança.”
O pescador levou o peixe à propriedade do nobre, e o
guarda na entrada perguntou: “O que tem aí?”
“Um salmão”, respondeu o pescador, orgulhoso.
“Ótimo”, disse o guarda. “O Barão ama salmão fresco”. O
peixe deduziu que havia motivos para ter esperança. O pescador
entrou no palácio, e embora o peixe mal pudesse respirar, ainda
estava otimista. Afinal, o Barão amava salmão, pensou ele.
O peixe foi levado à cozinha, e todos os cozinheiros
comentaram o quanto o Barão gostava de salmão.
O peixe foi colocado sobre a mesa e quando o Barão
entrou, ordenou: “Cortem fora a cauda, a cabeça, e abram o
salmão.” Com seu último sopro de vida, o peixe gritou em
desespero:
“Por que você mente? Se realmente me ama, cuide de
mim, deixe-me viver. Você não gosta de salmão, gosta de si
mesmo!”
Autor
desconhecido

O verdadeiro amor é incompreensivo para muitas pessoas e


usado equivocadamente. O egoísmo pode ser confundido com amor,
(no caso daquele barão) o egocentrismo pode ser confundido com o
amor próprio, e assim muitos outros sentimentos poderão ser
confundidos com o amor. Contudo, o amor não é sentimento. O
Amor é uma razão de toda a nossa existência, é a consciência
universal, o Poder criativo do Criador sobre a experiência de toda a
criatura. A sua existência é evidenciada por meio de gestos e
atitudes. Como fez o grande Mestre, quando deu sua própria vida,
para libertar a povo, das opressões do poder que regia aquela
sociedade. O testemunho da verdade custou sua vida por Amor.
“Não há maior amigo do que aquele que doa a sua própria vida
pelos seus irmãos” Esse Amor ele recomendou aos seus discípulos.
Doar a vida nem sempre é morrer pelos outros, se apenas
morrermos sem uma razão não estamos “dando a vida”.
Simplesmente seremos um “herói” morto. O doar a vida pode estar
também relacionado à dedicação. Jesus dedicou a sua vida em
pregar a verdade do reino de Deus, e assumiu as consequências.
Naquele tempo ele desafiou o poder da “igreja” e morreu por isso.
Não voltou atrás por mais que tenha sentido muito medo. “Pai se for
possível, afasta de mim este cálice de sofrimento”. Mas o seu Amor
superou todos os desafios e cumpriu sua missão “tudo está
consumado”.
Talvez Jesus de Nazaré tenha sido um grande sonhador,
quando desejou libertar Israel do jugo da Igreja romana. Uma
libertação que até hoje, muitos ainda se perguntam, será que valeu a
pena? A libertação da qual Jesus anunciou era do espírito dos seres
humanos que estavam encarcerados pelas “leis de Deus” que
serviam apenas para oprimi-los. A vinda do Messias era a única
esperança. Porém, o Messias que esperavam seria um grande
guerreiro como Davi, bom de espada e com um poder de derrubar
os gigantes. O Messias veio e poucos foram aqueles que
reconheceram e até hoje ainda não foi reconhecido pela maioria da
humanidade. Para aqueles que como Paulo de Tarso reconheceram
que Jesus era de fato o Messias o qual ele chama de Cristo, que
quer dizer “o ungido”, compreende que a morte de cruz simboliza a
sua nova e eterna aliança, que seu sangue não foi derramado em
vão. Porém, para aqueles que não conseguiram libertar-se da lei, a
morte de Jesus foi baldado. Um justo morreu por nada. Por mais que
adorem, venerem não passa de uma pseudolibertação.
Na visão do homem material é difícil compreender, pois o
que ele imagina é uma libertação carnal. Por outro lado, existem as
culturas religiosas que por falta de conhecimento, quase por
unanimidade acreditam no “cordeiro de Deus”. O sangue do “bode
expiatório” de Israel foi substituído pelo sangue de um único homem
para a remissão dos pecados. O fato é que quem liberta-se desse
julgo pesado, sai desse cárcere da mente, liberta seu espírito e
compreende que toda a salvação do homem depende
essencialmente de dois pontos fundamentais: oração e renúncia.
Oração não no sentido de rezar (proferir palavras), apenas de pedir
a Deus como se Ele fosse um servo a disposição, mas como
respiração da alma. A renúncia também não se trata somente de
bens materiais, haja vista que isso pode contribuir para a renúncia de
si mesmo, do seu egoísmo.
Entretanto, de nada vale abandonar as coisas objetivas se
as subjetivas permanecem em nós. E isso depende de um grande
poder que Deus entregou a cada um de nós, o livre arbítrio, a
liberdade de escolha. Essa é a graça de Deus da qual Jesus sempre
pregou, não foi compreendido e acabou morto. As palavras na cruz
não foram um pedido de perdão pelas almas daquelas pessoas que
o crucificavam, mas foi o desabafo do que concluía nos últimos
instantes da sua vida. “Pai perdoa, eles não sabem o que fazem”.
A dedicação é uma forma de doar a vida. Quando nos
dedicamos às causas de nossos próximos estamos doando nossa
vida. Quando uma pessoa dedica-se aos seus estudos, por exemplo,
pensando no seu bem estar e da sociedade em que vive, abre mão
de uma vida, para ir à busca de outra. Muitas pessoas doam sua
vida, e prol de si mesmo e do bem estar da sociedade. Imagine
como seria o mundo hoje sem os professores, sem os padres, sem
os médicos, sem os psicólogos, sem os cientistas, entre todos que
contribuem “para que todos tenham vida” como dizia o Mestre.
Todas essas pessoas são exemplos de quem abandona uma vida,
para buscar outra.
E você em que tem dedicado sua vida?
Uma senhora aproximou-se de um exímio instrumentista ao
final de um concerto e disse-lhe:
- O senhor toca divinamente, nos transporta, nos eleva... Eu
daria minha vida para tocar como o senhor!
Ao que ele respondeu:
- Foi o que eu fiz senhora!

“...é viver...é quando o homem encontra o Amor pela sua


própria vida, e pela dos outros, o gosto de estar vivo e não de
apenas existir. Quando descobrimos que o Amor de Deus é uma
fortaleza em nós que supera todos os obstáculos, e que somos o
filho do Pai, um ser de luz, de paz e plena alegria... é “ser” feliz...”.

Será que um dia você nunca se perguntou qual é o


verdadeiro sentido da vida? Por que viemos ao mundo? Para que
viemos?
Vida significa existência. Do latim “vita”, que se refere à
vida. É o estado de atividade incessante comum aos seres
organizados. É o período que decorre entre o nascimento e a morte.
Por extensão, vida é o tempo de existência ou funcionamento de
alguma coisa. A palavra vida tem um conceito bastante amplo e pode
ter vários significados dependendo do contexto onde é inserida. Por
exemplo: ouço muitas pessoas dizerem frases como: “vida boa é de
professor”, “Eu tenho uma vida social agitada”, “A vida dele está
nas mãos de Deus”, “Oh! vida de cão” “minha recompensa será a
Vida eterna”, “Quero ser educador pelo resto da vida”.
Se não analisarmos intuitivamente cada frase parece que a
palavra vida tem o mesmo significado. No entanto, ao verificarmos
sobre um ponto de vista mais amplo, percebemos que em cada caso
tem um significado, ou seja, um sentido. Muitas pessoas com certeza
já devem ter se perguntado qual é o verdadeiro sentido da vida. E
posso garantir que muitos já o encontraram. Mas, sei também que
muitos ainda se autoenganam. Assim como a palavra vida, viver tem
um sentido muito amplo, por exemplo, “todo ser que respira vive”.
Podemos negar isso? Lógico que não, foi o que aprendemos. Nesse
sentido todos nós humanos vivemos.
Sim, mas por que ainda se autoenganam? 80% das
pessoas acham que o verdadeiro sentido da vida é ser feliz e não
resta dúvida disso. Ser feliz é encontrar o verdadeiro sentido da vida.
Até aí ninguém está enganado. Mas encontrar um verdadeiro sentido
na vida é ter a certeza que ontem já passou, que o amanhã não
existe e que só o hoje é um presente. Quantas pessoas vivem
infelizes por causa de um acontecimento do passado? Quantas
pessoas ainda não estão felizes por esperar que no futuro serão?
Hoje podemos sorrir, amanhã quem sabe? Hoje podemos sonhar,
amanhã quem sabe? Hoje podemos fazer, amanhã quem sabe? Hoje
podemos tudo, amanhã quem sabe? E ontem já passou, não nos
serve mais, ninguém pode voltar no tempo.
A professora que quis ser aluna.
No primeiro dia de aula nosso professor se apresentou aos
alunos, e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que
não conhecêssemos ainda.
Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave
tocou meu ombro.
Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e
enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que iluminava
todo o seu ser.
Ela disse: “Ei, bonitão. Meu nome é Rose. Eu tenho oitenta
e sete anos de idade”. Eu ri, e respondi entusiasticamente: “É claro
que pode!”, e ela me deu um gigantesco apertão. Não resisti e
perguntei-lhe: “Por que você está na faculdade em tão tenra e
inocente idade?”, e ela respondeu brincalhona: “Estou aqui para
encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me
aposentar e viajar.” “Está brincando”, eu disse. Eu estava curioso em
saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua
idade, e ela disse: “Eu sempre sonhei em ter um estudo
universitário, e agora estou tendo um!”.
Após a aula nós caminhamos para o prédio da união dos
estudantes, e dividimos um milkshake de chocolate. Nos tornamos
amigos instantaneamente. Todos os dias nos próximos três meses
nós teríamos aula juntos e falaríamos sem parar. Eu ficava sempre
extasiado ouvindo aquela “máquina do tempo” compartilhar sua
experiência e sabedoria comigo. No decurso de um ano, Rose
tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos
facilmente, onde quer que fosse.
Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe
davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida! No fim do
semestre nós convidamos Rose para falar no nosso banquete de
futebol. Jamais esquecerei o que ela nos ensinou.
Ela foi apresentada e se aproximou do pódio. Quando ela
começou a ler a sua fala, já preparada, deixou cair três, das cinco
folhas no chão. Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o
microfone e disse simplesmente: “Desculpem-me, eu estou tão
nervosa”!
Eu não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo,
então deixem-me apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei.
Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou:
“Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos
tornamos velhos porque paramos de jogar”.
Existem somente quatro segredos para continuarmos
jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeiro você precisa rir e
encontrar humor em cada dia. Segundo, você precisa ter um sonho.
Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos
tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem
desconfiam! Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e
crescer.
Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado na
cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará
com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por
um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos.
Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho. Isso não
exige talento nem habilidade, é uma consequência natural da vida. A
ideia é crescer através das oportunidades. E por último, não tenha
remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que
fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer.
As lágrimas mais amargas diante de um túmulo, são mais
por palavra não ditas do que por palavras ditas, portanto, não tenha
medo de viver. Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente “A
Rosa”. Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em
nossa vida diária. No fim do ano Rose terminou o último ano da
faculdade que começara há tantos anos atrás. Uma semana depois
da formatura, Rose morreu tranquilamente em seu sono. Mais de
dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à
maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca
é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente
ser, se realmente desejar. “Ficar velho é obrigatório, crescer é
opcional”.
Autor
desconhecido

A história de Rose nos remete a um legado de aprendizado.


Poderíamos escrever um livro analisando a atitude dessa
personagem. Mas, vamos analisá-lo numa visão mais psicológica.
Considerando os mesmos números de pessoas lá do início de nossa
conversa. Quantas Rose encontramos nos dias atuais? Quantas
pessoas buscam ser feliz? Ser feliz nos dias de hoje, carece uma
grande reflexão. Primeiro lugar: Qual é meu conceito de felicidade?
Segundo: Eu quero ser feliz ou eu quero ter felicidade? O mundo nos
impõe ter felicidade, e somos levados por esses desejos, na maioria
das vezes inconscientemente, que na psicologia do pensamento
chama-se conduta gregária.
A filosofia popular diz “querer não é poder”. Numa visão
material faz todo sentido. Muitos querem, mas não podem. Contudo,
numa visão intuitiva, percebemos que é ao contrário, isto é, o
“querer” é o “poder”. O querer é um princípio que começa no nosso
pensamento, portanto, o início de qualquer coisa na nossa vida
começa com uma grande vontade de querer. Porém querer é apenas
o impulso. É preciso que tenha mais que essa estremeção do nosso
pensamento, além de querer muito é preciso ter força de vontade.
Eu quero eu posso, mas por que não tenho? Se você também
pensou assim, é porque ainda não percebeu que tudo em nós é
impulsionado pela mente. Esta é o instrumento comparado ao violão
que o músico através dele retira as harmonias sonoras. Isto quer
dizer que, assim como o violão não toca sozinho, apenas a mente
não realiza, ela apenas é uma ferramenta. Nas pessoas mais
intuitivas, a sua filosofia de vida ao invés de “querer não é poder”
seria “querer não é ser” e “querer é poder” Se eu quero eu posso,
porém é preciso ser para ter. Quem é feliz tem felicidade. Onde
encontrar a tal felicidade? Constâncio C. Vigil disse: “Quem busca a
felicidade fora de si é como um caracol que caminha em busca da
sua casa”.
O conceito de felicidade imposto pela sociedade atual é o
de ter para ser. Se tenho sou feliz, mas se não tenho não sou. O
Mestre Jesus recomendou a mais de 2000 anos atrás “buscai
primeiro as coisas do alto, e tudo a vós será acrescentado”. Jesus
nos encoraja em priorizar a busca dos valores espirituais que são
eternos e alimentam nossa alma, porque os valores materiais serão
supridos conforme nossas necessidades. Era como se ele nos
dissesse, prepara primeiro o teu espírito, e você não pode esquecer
que espírito é o pensamento. A falta de compreensão ou devido as
crenças limitadoras imposta por milênios de anos principalmente
pelas religiões, fazem com que as pessoas não busquem “essas
coisas do alto”.
Quantas pessoas são infelizes hoje por causa da busca
material? Quantas são infelizes por medo de perder o que já possui?
A falta de compreensão do que ensinou esse Divino homem ainda é
motivo de muitas pessoas ficarem tristes, como aquele jovem rico
que ao perguntar a Jesus o que faria para ter o reino de Deus, teve
como resposta do Mestre “Vai, vende tudo que tu tens e divide aos
pobres”. Talvez esse jovem fosse feliz materialmente porque era um
possuído, todo o conflito humano em possuir e ser possuído é
relatado nesse contexto.
Muitos são possuídos, poucos possuem, é fato que não
podemos viver sem possuir, por exemplo: precisamos de trabalho,
casa, roupas, alimentos, pois somos seres humanos e precisamos
das coisas desse mundo. Portanto, aquele jovem era um possuído e
não um possuidor, pois não conseguia se libertar dos bens materiais,
toda sua vida girava em torno do que tinha, por isso o motivo de
tanta tristeza quando ouviu as palavras do Mestre. Quantas pessoas
tiraram sua vida, na crise de 1929 que culminou com a quebra da
bolsa de valores de Nova York?
É bem mais fácil possuir e se deixar ser possuído, a maioria
das pessoas são. É muito mais difícil possuir e não se deixar ser
possuído, poucos conseguem. Quando ouvimos essa frase do
Mestre: “Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um
e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não
podeis servir a Deus e ao dinheiro”. É insuportável para um
possuído, que ainda não compreendeu a essência do Homem de
Nazaré. Em relação a isso, o grande filósofo e educador Huberto
Rohden escreveu em seu livro Em comunhão com Deus “Há
pouquíssimos homens que, na verdade, possuem aquilo que dizem
ou parecem possuir; muitos deles vivem em perpétua ilusão,
cuidando possuir determinados bens externos, quando, de fato são
eles possuídos”. Realmente, essa é a grande hostilidade do homem
material, porém, isso se deve a cultura ocidental também chamada
de estilo de vida ocidental ou civilização europeia, que é o conjunto
dos temas e tradições artísticos, filosóficos, literários e legislativos.
Somos “teleguiados” por esses costumes. O homem atribui a tal
“maldade” do mundo a um ante Deus, um satã, que quer dizer
adversário. Quando na verdade esse mal não está no “objeto”
coletivo (mundo) e sim no “sujeito” individual (homem), ou seja,
aquele que faz uso das coisas do mundo de forma errada.
Se analisarmos com intuição o caso de Rose podemos
concluir que ela não estava querendo ter felicidade e sim querendo
apenas mostrar que era feliz. Uma mulher de mais de 80 anos
certamente não teria como sonho usar seu aprendizado adquirido em
uma academia para ensinar. A sua vida era uma lição. Realizar seus
sonhos era o seu objetivo.
E você, Quais são seus sonhos? Será que seu sonho é ser
feliz ou ainda está esperando ter felicidade?
É fácil ser feliz, o difícil é aceitar o conceito de felicidade
propagada principalmente pela mídia. Os comerciais dos Bancos,
por exemplo, propõe uma felicidade que motiva aqueles que
compreendem que lutar, trabalhar, realizar seus sonhos é ser feliz.
Por outro lado, desmotiva aqueles que estão esperando ter para ser.
O ser humano é muito pouco intuitivo, ele não consegue
perceber as coisas pequenas do seu dia a dia. Se deixam levar pelo
mundo midiático do qual só mostra as estrelas que estão brilhante,
mas não contam quantas nuvens se passaram na sua frente.
Conta-se que um buscador saiu em uma jornada disposto a
encontrar o segredo para alcançar grandes objetivos... No caminho
ele passou por um vilarejo...um vilarejo onde um homem muito forte
conseguia levantar uma enorme vaca por cima dos ombros, para
assombro dos seus espectadores...
Quando perguntado como que ele conseguia realizar tal
proeza, ninguém soube responder. Eles diziam apenas: “Ele é só um
homem forte”...
Mas o viajante-buscador sabia que havia algo mais e sentiu
que precisava descobrir...Então ele levou o homem para um canto e
lhe perguntou o seu segredo...o seu exercício secreto, o nutriente
secreto, ou a sua técnica secreta... O homem respondeu “Eu tenho
levantado esta vaca aqui todos os dias, no mesmo lugar, mas as
pessoas não se importavam e nem davam bola, pois a vaca era só
um bezerro e eles não achavam isto nada de tão extraordinário.”
Autor
desconhecido

Somos assim mesmo, sempre apreciamos os grandes


feitos, as coisas consideradas extraordinárias, quantos milhões de
pessoas praticam ações admiráveis e que não valorizamos. Um
palhaço que faz as crianças sorrirem, um jardineiro que cuida das
plantinhas, um gari que faz a limpeza das ruas... Por que não
valorizamos? Demóstenes escreveu: “É extremamente fácil enganar
a si mesmo, pois, o homem geralmente acredita no que deseja.” O
desejo é apenas um princípio, um combustível.
O ser humano materialista não consegue sentir admiração
por coisas pequenas, pois seus desejos dominam a razão, isto é, a
consciência espiritual. Isso ocorre pelo fato que a maioria das
pessoas não conhece a si mesmo. A escola prepara para o mundo,
para conhecer galáxias além do planeta terra, mas é falha no
conhecimento de si mesmo. Como disse o psicanalista e educador
Gilson Tavares “O homem conhece cada vez mais o mundo em que
vive, mas não o mundo que é. As crianças conhecem cada vez
mais o imenso espaço e o pequeno átomo, mas não conhecem a
construção da inteligência e o funcionamento da sua própria mente.
Esta carência de interiorização educacional faz com que elas
percam a melhor oportunidade de desenvolver as funções mais
profundas da inteligência: a capacidade de pensar e refletir sobre si
mesmas; a capacidade de analisar seus comportamentos; a
capacidade de perceber seus limites; a capacidade de autocrítica e
de dar respostas mais maduras para as suas frustrações e
sofrimentos; a capacidade de compreender a construção das
relações humanas e aprender a se colocar no lugar do outro.”
No entanto, a mais de 20 séculos, o maior homem de toda
nossa história ensinou que para sermos felizes, deveríamos “nascer
de novo”. Apesar de o cristianismo ser a religião de mais seguidores
no mundo, a grande massa humana ainda não compreendeu o
Mestre.
A bíblia é o maior livro das sabedorias dos nossos
antepassados, devido o mesmo ser restrito aos religiosos por muito
tempo, os homens ainda utilizam somente para fins destas
instituições. Entretanto, se usarmos com um pouco de intuição e
análise percebemos que este livro sagrado pode ser para nós o que
o Cristo nos disse “o caminho a verdade e a vida”. Por outro lado,
pode ser um dificulto para aqueles que como Nicodemos não
compreendeu o grande Mestre, ou que ainda estão “presos” aos
dogmas religiosos.
Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos
judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
- Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus
enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver
com ele. Jesus respondeu:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: Ninguém pode ver
o Reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos perguntou:
- Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será
que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: Ninguém pode
entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem
nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce
do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso, não fique
admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo.
O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não
se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa
acontece com todos os que nascem do Espírito. –
Como pode ser isso? - perguntou Nicodemos. Jesus
respondeu:
- O senhor é professor do povo de Israel e não entende
isso? Pois eu afirmo ao senhor que isto é verdade: Nós falamos
daquilo que sabemos e contamos o que temos visto, mas vocês não
querem aceitar a nossa mensagem. Se vocês não creem quando falo
das coisas deste mundo, como vão crer se eu falar das coisas do
céu? Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que
desceu do céu. Assim como Moisés, no deserto, levantou a serpente
de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de
ser levantado, para que todos os que crerem nele tenha a vida
eterna.
Será que nós não estamos com a mentalidade de
Nicodemos de mais de 20 séculos atrás? Jesus falou as claras
“Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e
do Espírito”. A água significa pureza, limpeza, lavagem. E espírito
significa pensamento, aquele que nos conduz para o bem, ou para o
mal. Mas, há um grande engano aqui, para aqueles que ainda acham
e acreditam que o “Reino de Deus” o “Céu” é um lugar geográfico, e
que Deus é uma personalidade. O Céu é o infinito universal e Deus é
a força criadora de todo o universo cósmico, o logos, a palavra, o
verbo ou razão da criação de todas as criaturas.
Onde está Deus? Os nossos antepassados, os profetas,
viam Deus, falavam com Ele. Por que hoje Deus se faz estranho para
mim? “Não consigo ouvi a voz de Deus” e Jesus diz, “Quem nasce
de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do
Espírito é um ser de natureza espiritual”. Está muito claro que nós
não sabemos quem somos. Não é triste viver sem saber o porquê
vivemos? Já nascemos materialmente (natureza humana). O que
falta? Será que não precisamos “nascer de novo”? Somos apenas
matéria? O livro do Gênesis diz que Deus criou o homem a sua
“imagem e semelhança”, mas Deus não é uma pessoa (matéria).
Quem somos?
Certa vez uma pessoa dormia mal porque morava num
porão escuro. Ela sonhava em colocar uma lâmpada no ambiente.
Depois de muito trabalhar, contratou um eletricista e colocou a tão
desejada lâmpada. Antes de acendê-la, pensou: “Agora finalmente
vou dormir tranquilo.” Ao acendê-la, uma surpresa. Perdeu o sono.
Por quê? Porque a luz expôs uma realidade que ela não via: sujeira,
insetos, aranhas. Só descansou depois de uma bela faxina.
Talvez seja esse o maior medo de todo ser humano,
descobrir a si próprio. Quantas vezes vemos um homem desafiando
o outro e caso o outro não aceite o desafio é taxado como covarde,
medroso. Não há maior covarde do que aquele que tem medo de si
mesmo. Sócrates disse “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o
universo e os deuses”. Não somos o que vemos apenas, nosso
corpo é um veículo de nós mesmos. Somos mais que carne e osso.
Osho escreveu “A felicidade não é um destino, é uma viagem. A
felicidade não é amanhã, é agora. A felicidade não é uma
dependência, é uma decisão. A felicidade é o que você é, não o
que você tem”. Tudo que temos é material, tudo o que somos é
espiritual.
Será que devemos ter beleza ou ser belo? Será que
devemos ter poesia ou ser um poeta? Será que devemos ter
dinheiro ou ser rico? Será que devemos ter razão ou ser a razão?
Os poetas, por exemplo, que são poetas tem o entusiasmo criador
como reflexo do seu interior. Nunca queira compreender um poeta
porque eles descrevem a sua própria alma. Fernando Pessoa ao
descrevê-lo define seu alento.
Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços.
Quantos o mundo pode dar.
– Eu... Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu... Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu... Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...
O verdadeiro sentido da vida acontece, quando o homem se
encontra consigo mesmo. Numa viagem que poucos já
experimentaram.
Como escreveu Augusto Cury “A vida humana é o maior
mistério da existência. Só não se encanta com ela quem nunca a
explorou. Todavia, se compararmos a personalidade humana com
uma grande casa, a maioria não conhece nem mesmo a sala de
visitas do seu próprio ser”. O encanto pela vida começa quando
você se encontra nela. A palavra viver já não é apenas respirar, é
sentir prazer em estar vivo. É admirar as estrelas, é se encantar com
a lua, é rir das coisas sem graça, é se aventurar no mar do dia a dia
sem medo de se afogar, é levar a vida a sério como uma brincadeira
de criança. Contudo, só podemos nos encontrar quando mudamos
nosso sentido, de ver as coisas, quando mudamos a direção do
nosso olhar. Disse Carl G. Jung. “Quem olha pra fora, sonha; quem
olha pra dentro, acorda”. Quando olhamos para dentro de nós
mesmos, acordamos nosso poder intuitivo, O terceiro olho. Entre a
razão e a emoção existe a intuição, como um grande mapa.
Quantas vezes nós nos encontramos numa grande
indecisão? Nesses momentos o que fazer? Ativar o poder da intuição
é avivar sua percepção, o olho de Deus, o seu terceiro olho. Quando
você atear esse grande poder em seu interior irá dizer sem
anfibologia “Vou deixar que Deus decida”. Deus é vida, é amor,
felicidade, paz, alegria e plenitude. Como encontrar Deus nesse
momento? Escreveu Vitor Hugo: “Escuta tua consciência antes de
agir, porque a consciência é Deus presente no homem”.
A emoção é o conjunto de sentimentos produzido pela nossa
mente provocado através dos nossos sentidos. Essa emoção pode
se manifestar em vários sentimentos: raiva, inveja, cobiça, desejo,
paixão, carinho e muitos, outros. E o Amor? Amor não é um
sentimento, é razão. O Amor está no lado oposto dos sentimentos e
caminham juntos. Que paradoxos da vida! Pois são neles que
existem a essência da nossa existência. A emoção é uma espada de
dois gumes. A paixão é uma emoção assim como o ódio. A maioria
das pessoas chamam a qualquer sentimento de carinho, paixão, ou
afeto, de amor. Entretanto, esse é um grande engano. Existe apenas
um Amor, e este é incondicional e independente. Há muitos enganos
quando falamos de amor, muitos dizem que há várias maneiras de
amar, na verdade há várias maneiras de sentir o amor ou manifestá-
lo. O Amor é manifestação. Dessa forma, o Amor que tenho pela
minha mãe, pelo meu pai, pelos meus irmãos, é o mesmo que tenho
pela minha esposa, porém, a forma como eu manifesto que é
diferente. Sentir é emoção, saber é a razão.
Quando uma pessoa termina um relacionamento, se ele (a)
soubesse que sua dor é superável, que amanhã poderá encontrar um
novo amor, uma nova paixão, não sentiria nada. Mas, por não saber,
sente. Uma das coisas mais comum, que ocorre com as pessoas
que não conseguem diferenciar a razão da emoção é quando as
pessoas se conhecem, e se apaixonam, a emoção está a 100% e
razão 0, onde a emoção domina, a razão se afasta. É normal nesse
estágio dizerem ter encontrado o amor da sua vida, e com o passar
dos tempos, o “amor” acaba. Não se veem como antes. Já não
sentem a mesma atração, passam a não concordar um com o outro.
O que aconteceu? Acabou o Amor (razão) ou a emoção
(sentimento)?
Na verdade a emoção é um combustível, aquele que motiva,
incendeia. Mas como tudo na vida, devemos ter o controle dela. Se
nos deixarmos levar pelas emoções corremos o riscos de não
encontrar a razão. Um jovem quando levado pela emoção a
experimentar uma droga, pode depois não conseguir se livrar dela.
Assim como não podemos viver somente sobre a razão, o ser
humano precisa sorrir, brincar, apaixonar pelas coisas belas da vida,
para viver. Só Deus é a razão, a consciência cósmica. Somos
humanos e divinos.
Augusto Cury escreveu “A mente humana é como o
pêndulo de um relógio que flutua entre a razão e a emoção. Nossa
capacidade de tolerar, solidarizar-nos, doar-nos, divertir, criar,
intuir, sonhar é uma das maravilhas que surgem desse complexo
movimento. O Amor é seu melhor fruto. Cuidado com os desvios
desse pêndulo”. Podemos perceber que nossa mente é uma
grande árvore em constante produção. E desse processo de
produção poderá ter outros frutos, além do Amor. O melhor é o
Amor, a razão. Ser emotivo é uma virtude, viver sobre a emoção é
um risco.
O verdadeiro sentido da vida é quando o homem encontra o
Amor pela sua própria vida, e pela dos outros, o gosto de estar vivo
e não de apenas existir. Quando descobrimos que o Amor de Deus
é uma fortaleza em nós que supera todos os obstáculos, e que
somos o filho do Pai, um ser de luz, de paz e plena alegria.
Deus é Amor e Este se manifesta plenamente nas atitudes.

Uma carta de Deus


Quero te perguntar se já não teve o suficiente? Quero saber
se está pronto (a) agora? Quer mesmo saber as respostas das suas
perguntas?
Você tem me feito muitas perguntas, está irritado (a) e
agora eu te pergunto, que mesmo saber as respostas das perguntas
que está fazendo ou é só desabafo.
Eu sei o que está pensando, pois é louco receber esta
carta, mas eu falo com todo mundo o tempo todo, com suas vozes,
mas a questão é, quem me ouve?
Da montanha mais alta foi proclamado e do lugar mais baixo
seu sussurro foi ouvido, pelos corredores da experiência humana a
verdade ecoou, o amor é a resposta para tudo.
Vocês humanos projetam o papel de pai em Deus, e por
isso imaginam um Deus que julga, recompensa e puni, vocês criam
uma realidade no medo entorno do amor, essa realidade do amor
baseada no medo domina sua experiência no amor. Mas você tem
certeza que é do medo que precisa para ser, fazer e ter o que
intrinsecamente correto? Tem que se sentir ameaçado para ser
bom? E o que é ser bom? Quem tem a palavra final sobre isso?
Vocês criam as próprias regras, vocês dão as diretrizes, só
existe o amor, você já ouviu isto, eu até coloquei em um adesivo para
você, mas em tempos de problemas, preocupações, dificuldades,
dúvidas ou medos você prefere esquecer.
O que deveria fazer agora é responder uma simples
pergunta, o que o amor faria agora?
Lembre-se, você está a todo momento se recriando, está a
cada momento decidindo quem ou o que você é. Você decide isso
pelas escolhas que faz de acordo com quem ou pelo que você gosta.
Saiba o sofrimento não tem nada a ver com os fatos, mas como se
reage a eles, o que está acontecendo no mundo só está
acontecendo, como se sente sobre eles é o que importa. Saiba
também que a preocupação é uma atividade da mente de quem não
entende a conexão comigo.
Você se lembra da pergunta - o que o amor faria agora?
Responda a pergunta e eu estarei lá, sempre de toda e qualquer
forma.
Você às vezes, entende tudo errado, eu não quero nada de
você, a não ser te fazer feliz. Mas você acha que está debaixo de
mim, quando na verdade somos iguais e não há separação, saiba
que o que quero para você e o mesmo que você quer para você,
nada mais e nada menos. Os seus pedidos são carências e dizer
que deseja algo, apenas produz essa mesma experiência, o desejo
em sua realidade. Pense bem. Eu deveria puni-lo por fazer uma
escolha que eu mesmo pus na sua frente? Esta é a pergunta que
tem que se fazer antes de me atribuir ao papel Deus condenador.
Eternamente você tem suplicado para que eu me mostre,
me explique, me revele, e agora é o que estou fazendo claramente
para que compreenda, estou sempre aqui, bem aqui neste momento.
Agora, estar na hora de você se espiritualizar, mas do que nunca vai
lhe trazer paz mental, e da mente pacificada grandes ideias vão fluir,
são ideias que podem ser soluções para os seus problemas.
Você pensa que os seus problemas são enormes, mas eu te
pergunto, seus problemas são grandes demais para mim resolver?
Tirá-lo (a) do aperto é muita coisa pra mim? Entendo que para você
possa ser, mesmo até com as ferramentas que te dei. Mas você
acha muita coisa para mim resolver?
Eu não estou preocupado com seu sucesso material no
mundo, só você está. Você não precisa se preocupar em ganhar a
vida, pois os mestres são aqueles que escolheram viver em vez de
ganhá-la, vá em frente faça o que realmente gosta, não faça mais
nada, por que você tem muito pouco tempo. Para que vai servir o
tempo que foi gasto em algo que não gosta? Fazer o que não gosta
não é viver, isso é morrer.
Não se sinta abandonado, pois eu estarei sempre com você,
não o deixarei, nunca, jamais poderei deixá-lo, porque você é minha
criação e meu produto. Você meu filho, minha filha, meu propósito e
eu mesmo; portanto, me chame onde quiser em qualquer lugar que
for. E se estiver sozinho, lembre-se de mim. Se estiver separado da
parte que eu sou me chame, e eu estarei lá.
Com muito carinho, assinado:
DEUS!

“Você precisa abandonar o abrigo do seu conforto e penetrar no


terreno da sua intuição. O que você vai descobrir será fantástico.
Você se descobrirá” (Alan Alda)
“... o mistério do Reino de Deus...uma experiência... é o
alimento da alma, tem gosto, tem sabor, assim, não posso afirmar
que o sal é salgado sem antes ter experimentado, ... , somos seres
individuais e isso é o maior aprendizado de quem experimentou
esse alento... é uma atitude, aqui podemos chamá-lo de Fé...”

Ao longo da vida todos nós passamos por momentos


decisivos e situações que nos pressionam a agir por impulso ou de
forma irracional. As atitudes que tomamos de forma irracional são os
principais responsáveis pela falta de sucesso, prosperidade,
abundância e equilíbrio em nossas vidas. Enquanto uma pessoa
calma e equilibrada tem toda a sua energia disponível para criar
saúde e prosperidade, uma pessoa com a mente agitada ou
desalinhada desperdiça sua energia e ao invés de encontrar
soluções, cria mais problemas. Muitas pessoas perdem as melhores
oportunidades de suas vidas simplesmente porque não estão
conscientes para perceber e aproveitar estas oportunidades, pois o
“Terceiro Olho” está fechado, sem intuição ou sem perceber nada,
como uma criança brincando de “pata cega”.
Este capítulo é produto de uma grande experiência pessoal,
foi depois de uma grande “turbulência” nesta viagem da vida, que
pude compreender o poder da espiritualidade. Percebi que quando a
dor agasta o nosso espírito, é que descobrimos que vivemos sobre
um véu de ilusão. Hoje a sociedade contemporânea está num
colapso total, é acordar de manhã ligar a TV, ou outros meios de
comunicações assistir aos noticiários para muitas vezes até
perdermos o ânimo de viver. As notícias são uma trepidação de caos
social. O que fazer diante de tamanho acabrunhamento? É diante
dessas situações do dia a dia que procuramos condições para ainda
sobrevivermos. Durante a dor ser suportável, ficamos acomodados,
porém quando não dar mais, procuramos os meios de saída.
O cão preguiçoso
Isso aconteceu com um cara que saiu para fazer uma
caminhada no interior durante final de semana.
Depois de um longo dia de caminhada, ele se deparou com
uma casa. Um senhor idoso estava sentado em uma cadeira de
balanço na varanda de madeira e seu grande cachorro estava
deitado ao seu lado. O cara caminhou sozinho o dia inteiro, por isso,
estava com vontade de conversar um pouco com o senhor.
Enquanto eles estavam conversando, o cachorro começou a
gemer e fazer alguns barulhos.
O cara perguntou: “O seu cachorro está bem?” O senhor
disse: “Sim, apenas ignore-o, ele só é preguiçoso.”
Eles continuaram a conversar, mas depois de alguns poucos
minutos o cachorro começou a gemer novamente. O cara disse:
“Você tem certeza que o cachorro está bem?”
O senhor disse: “Sim, ele está bem... ele só está gemendo
porque está deitado sobre um prego. A dor é apenas o suficiente
para fazê-lo gemer, mas não o suficiente para fazê-lo mudar de
lugar”
Autor
desconhecido

Somos quase que unanimidade em ter esse


comportamento. Como aquele cachorro, gememos, reclamamos,
porém continuamos na acomodação. No entanto, quando a dor é
insuportável movemo-nos. A história é uma reflexão sobre o
comportamento do ser humano, diante das situações do dia a dia,
ela tem uma grande lição a ser aprendida. Na psicologia, os
psicólogos identificaram essa atitude e chamam de “acomodação” ou
“zona de conforto”.
Falar de espiritualidade não é algo fácil, pois é uma
experiência. Não há como convencer alguém apenas com palavras, é
uma prática, um caminho que nos leva a verdade divina. Muitos são
esses caminhos e cada um encontrará o seu, se o buscar de
verdade. Como orientam os grandes mestres, aqueles que
experimentaram podem apenas indicar a direção. Não foi esse o
caminho que o Grande Mestre Jesus Cristo indicou?
A espiritualidade é o alimento da alma, tem gosto, tem
sabor, assim, não posso afirmar que o sal é salgado sem antes ter
experimentado, também ninguém pode provar por outro o poder da
espiritualidade, somos seres individuais e isso é o maior aprendizado
de quem experimentou esse alento.
Ainda há um grande preconceito principalmente nas bases
religiosas em termo da espiritualidade, porém com o avanço das
tecnologias, as informações estão tornando-se mais acessíveis e
isso tem provocado mudanças em todos os âmbitos da vida humana.
A psicologia também tem se atualizado e quebrado os paradigmas
impostos por culturas de séculos. Diante disso, podemos dizer que
as pessoas começam a caminhar com suas próprias “pernas”.
Será que um dia você já se perguntou qual é o maior
mistério da vida?
A ciência explica o processo, o funcionamento dos órgãos
vitais, mas não o mistério da vida. Por que estamos vivos? Será
porque nossos órgãos estão em perfeito funcionamento apenas? Se
assim fosse, não seria capaz o homem saber quando iria morrer?
Percebemos que estar vivo não depende apenas de nós, fazemos o
possível para isso. Cuidamos da nossa saúde, evitamos correr
riscos de acidentes. Quando adoecemos, procuramos os médicos. E
estes podem nos ajudar, com suas sabedorias e conhecimentos que
são dádivas de Deus. Porém, a vida, o sopro divino, a alma humana,
nenhum ser humano é capaz de dar ao outro. Esse é o maior
mistério da vida. A alma humana pode ser confundida com o
espírito, no entanto, os dois não são os mesmos.
O que é o espírito?
A palavra espírito apresenta diferentes significados e
conotações, a maioria deles relativos a algo invisível, que não possui
forma e faz contraste com o corpo material. Este termo (espírito) é
muitas vezes usado metafisicamente para se referir à consciência ou
personalidade. No entanto, espírito é o que nos conduz, e diferencia
os humanos dos outros seres vivos. Neste caso, percebe-se que
espírito é o pensamento. Nenhum animal pensa, apenas age por
instinto. Na verdade a alma é a vida de um corpo. Todos os seres
vivos têm alma, mas somente os seres humanos têm espírito.
No livro Bíblico do Gêneses descreve que somente o
homem recebeu o sopro divino. “E formou o Senhor Deus o homem
do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o
homem foi feito alma vivente.” Os outros seres foram apenas
ordenados por Deus. “E Deus prosseguiu, dizendo: ‘Produza a terra
almas viventes segundo as suas espécies, animal doméstico, e
animal movente, e animal selvático da terra, segundo a sua
espécie.’ E assim se deu.” As palavras espírito e sopro são
traduções da palavra hebraica neshamah e da palavra grega
pneuma. As palavras significam “forte rajada de vento ou
inspiração”. O ser humano foi feito a “imagem e semelhança de
Deus”. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança”. Há milhões de anos o homem
compara o seu aspecto físico com o de Deus. Se analisarmos,
percebemos que Deus é uma grande força, um entusiasmo criador e
não uma persona. Neste contexto, podemos dizer que o espírito é
uma “força da alma”, que somente a espécie humana o possui.
Qual é essa força que distingue o homem de outras
espécies de seres vivos? Um cachorro, por exemplo, tem
capacidade de tomar suas próprias decisões? É lógico que não, age
apenas por sua própria natureza, que chamamos de instinto animal.
Ainda no livro do Gêneses é apresentado o poder dado por Deus ao
homem “e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que
se move sobre a terra.” A expressão “E domine” revela o controle do
homem como o regente do seu Criador na terra, Deus proporcionou
esta capacidade ao homem de dominar e sujeitar a terra e tudo o
que nela há. Chamamos a isso de livre arbítrio. O livre arbítrio é o
pensamento do homem. O homem é livre para pensar, o pensamento
é a mesma “força da alma”. Portanto, pensamento é o sopro de
Deus no homem, a inspiração. Mas, na história do Gênesis apareceu
a serpente que foi a causa de todo o sofrimento do homem.
Entretanto, que faz o homem dotado do livre arbítrio? E o
satanás nessa história toda onde está? A palavra Satanás deriva do
radical satã, que quer dizer adversário, opositor, força contrária. E a
serpente? A palavra serpente quer dizer “inteligência”. Observe o
que diz o livro do Gênesis “Então a serpente disse à mulher: Não
morrer, mas Deus sabe o dia em que comerdes desse fruto, vossos
olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do
mal”. A serpente deu a Eva “o fruto do conhecimento”
simbolicamente representado pela maçã. Paulo diz que a serpente
“por sua astúcia enganou Eva”. Adão culpou Eva por seu pecado: “A
mulher que pusestes me deu da árvore” e Eva culpou a serpente “A
serpente me enganou, e eu comi”. Nenhum satanás aparece nessa
história.
Por que o mundo está cada dia mais infrene? Quanto mais o
ser humano “conhece” mais o caos se instala como uma grande
moléstia mundial. O que tem a ver a chamada “evolução humana”
nesse contexto?
Não há como falar de espiritualidade sem falar de Deus e o
seu reino. Jesus o Mestre dos mestres, e não há outro na história da
humanidade que tenha falado com tanta frequência do “Reino de
Deus” ou “Reino dos Céus” através de uma pedagogia até hoje
usada pela maioria dos professores de educação infantil. Jesus
contava histórias do dia a dia para fazer analogia ao Reino de Deus
ou Reino dos céus. Essa comparação ficou conhecida como as
parábolas de Jesus. “O Reino dos Céus é como... O Reino de Deus
é como...”
Porque Jesus usava essa metodologia?
Para ajudar a compreender, vamos conhecer um pouco da
história e a cultura do povo daquela época.
A maioria da população era pobre e/ou escravos, os “livres”
viviam principalmente da agricultura (trigo, cevada, azeite, legumes
etc.), pecuária (bois, camelos, ovelhas etc), pesca e artesanato. Não
tinha acesso à educação.
Nos povoados, os Romanos cobravam impostos: sobre a
colheita, a corveia para manter o exército, pedágio e alfândega
sobre o transporte de mercadorias. Quem fazia a cobrança eram os
Publicanos, que eram muito corruptos. Isso levou o povo a desprezar
e marginalizar essa categoria (Mc 2,15-26).
Era obrigatório também o Dízimo para o Templo, em
Jerusalém: 10% das colheitas, 1% para os pobres, a cada 7 anos, o
produto referente a um ano de trabalho. O templo era o banco
central e centro de câmbio (troca de moedas). Todos os impostos
eram centralizados ali, graças às peregrinações, os visitantes (mais
ou menos 60 mil durante a Páscoa) alimentavam um comércio de
lembranças, artesanato e objetos de luxo, havia um conjunto de
hospedarias e comércio de animais para os sacrifícios. O templo era
uma fonte de empregos entre sacerdotes, funcionários, cambistas,
vendedores e operários, eram 18 mil pessoas que viviam da
organização do templo.
O templo tinha deixado de ter significado religioso para
sustentar a dominação. Quando Jesus entrou naquele lugar, e
expulsou os cambistas, ele desafiou a maior ordem do sistema
econômico que se apoiava nele (no templo). Esse foi um dos motivos
de sua condenação (Mc 11,15s). Jesus veio do campo, de uma
aldeia humilde chamada Nazaré. Seus moradores eram
marginalizados, tratados como ignorantes e bandidos (Jo1,46;7,52).
Jesus era carpinteiro ou biscateiro. Pagava impostos aos sacerdotes
e aos romanos (Mc 12,13s).
A maior parte da população da Palestina vivia no campo e
era constituída de trabalhadores pobres, que sobreviviam no ganho
do dia a dia. Os ricos moravam nas cidades. Havia uma classe
média pouco numerosa. Nela se encontrava os Escribas e Fariseus.
A família era patriarcal. Na Palestina o pai era o centro da
família, tinha plena autoridade sobre a casa. A mulher não
participava da vida em sociedade, era considerada inferior ao
homem em todas as situações, as filhas não tinham os mesmos
direitos que os filhos. A mulher precisava ser fiel ao marido, sob
pena de morte, mas o marido podia ter outras mulheres além da
esposa, não podia ler no culto, não tinha o direito de estudar e ser
discípula, no tribunal, a mulher não podia ser testemunha,
resumidamente, a mulher pertencia ao grupo de pessoas excluídas
da sociedade, assim como os doentes (surdos, mudos, cegos,
leprosos, etc.), pagãos, escravos, estrangeiros, publicanos.
Saduceus: Pertenciam a camada mais rica da Judeia.
Tinham, portanto, o poder econômico em suas mãos. Por um lado,
esse grupo era formado pelos grandes proprietários de terra e pelos
donos do grande comércio. Formavam a elite leiga e rica que
considerava sua riqueza sinal de bênção de Deus. Os saduceus
eram defensores da ordem estabelecida. Colaboravam com o
Império Romano para não serem destituídos de seus cargos. Eles
tinham privilégios de defender, especialmente sua situação
econômica, seus cargos e seu poder no Templo. Eles não aceitavam
a tradição oral, apegando-se somente à lei escrita no Pentateuco (5
primeiros livros da nossa bíblia). Esperavam o Messias numa
aparição gloriosa.
Fariseus: Na sua maioria era formado de pessoas leigas.
Suas origens eram de todas as camadas sociais, mas, sobretudo,
das camadas médias. Também, a maior parte dos Escribas,
especialistas nas escrituras, pertencia ao grupo dos Fariseus. Por
seu saber bíblico, estes eram as maiores lideranças nas sinagogas
(comunidades). Eram guias espirituais das comunidades. Seu
conhecimento das leis e do hebraico, como especialista em direito,
administração e educação, também lhe assegurava lugares
importantes no Sinédrio. De um modo geral, eram nacionalistas. Por
isso, eram contra a presença de povos estrangeiros, considerando-
os impuros (At 10,11-16). Valorizavam a tradição oral dos
antepassados. Achavam que o messias viria como um guerreiro para
expulsar os romanos.
Com o tempo, viraram fanáticos. Insistiam em coisas
exteriores, visíveis (ex: a observância do sábado, do jejum, da
esmola, circuncisão etc.). Realizavam tudo isto para mostrar que
eram judeus observantes da lei de Moisés e de outras prescrições
impostas pela tradição. Eram rígidos nas suas posições. Oprimiam a
quem não seguissem seu fanatismo. Prendiam-se às exterioridades,
mas deixavam dominar-se pela injustiça.
Escribas ou Doutores da Lei: O povo tinha veneração pelos
escribas, por serem especialistas nas escrituras. Mas também tinha
medo deles, pois passaram a exercer um controle ideológico. Eram
eles que diziam o que era certo ou errado, bom ou mau, santo ou
profano. Muitas vezes estavam ligados à classe dominante. Muitos
fariseus eram escribas (Mc 2,16; 7,5). Os fariseus e os escribas
tornaram-se “donos” da consciência do povo, impondo suas ideias.
Sacerdotes: O Sumo-sacerdote controlava o Templo e
através dele, toda a vida econômica do país. Os romanos deixavam
que os sacerdotes tomassem certas decisões econômicas, contanto
que eles dessem o dinheiro exigido por Roma. O culto era um
instrumento ideológico, muito baseado no puro e no impuro. Puro era
quem frequentava o Templo (pagar seus tributos).
Os demais... O Sinédrio: ou grande conselho era
responsável pela administração da justiça em Israel. Era o supremo
tribunal político, criminal e religioso. Foi esse tribunal que resolveu
entregar Jesus aos romanos para que fosse eliminado (Mc 14,55).
Era composto de 71 homens e funcionava numa sala junto ao
Templo. O chefe era o sumo sacerdote indicado pelo procurador
romano da ocasião. O grande sacerdote era o responsável não só
pelo Sinédrio, mas também pelo culto no Templo, pela segurança no
santuário, pelas finanças do Templo e pelo comércio que aí se fazia.
Faziam parte desse tribunal: os Sacerdotes, os Escribas (por causa
do seu saber a respeito da Lei ou Tora), os Saduceus (grupo de
maior influência).
Samaritanos: eram considerados raça impura pelos demais
judeus, por serem descendentes de população misturada com
estrangeiros. Os samaritanos se julgavam israelitas autênticos,
veneravam Moisés e esperavam o Messias. Por serem
marginalizados, tinham pouca influência sobre a maneira de pensar
do restante da Palestina. Jesus diz que os samaritanos, longe de
serem impuros, podiam ser modelos de pensar, agir, amar e rezar
(Lc 10,33s).
A Palestina era dividida em dois territórios: a Judeia e a
Samaria, ao Sul e a Galileia, ao norte. Na Judeia e na Samaria, havia
um procurador romano, ou seja, alguém que governava em nome do
Imperador romano, morava na cidade marítima Cesaréia (na
Samaria). Na Judéia e na Samaria, o Procurador romano deixava o
Sinédrio exercer o poder, nomeava o Sumo Sacerdote e só intervinha
quando havia protestos populares. A Galileia tinha um Rei que, na
época de Jesus era Herodes, Morava em Tiberíades. Herodes era
amigo de César, o Imperador Romano, e para não perder o seu
cargo, fazia de tudo para agradá-lo.
Talvez com esse apanhado histórico. Você esteja até
assustado, e se perguntando. O que isso tem a ver com
espiritualidade? Compreendo, pois o que expresso nesse livro é a
minha própria experiência.
Talvez agora você comece a entender porque tive que
esclarecer o significado das palavras fé e crença e como elas
influenciam a nossa vida. Fomos doutrinados a aceitar através das
religiões o Jesus Cristo, como redentor dos nossos pecados, mas
não conhecemos o humanismo de Jesus e o seu tempo conturbado.
René Descartes, por exemplo, dizia que a educação só faria sentido
quando adviesse o passado com o presente para nortear o futuro.
Ao conhecer um pouco mais da história do tempo em que viveu o
“filho do homem”, é que hoje posso testemunhar com perspicácia os
seus enormes prodígios. Uma história que poucos conhecem devido
a nossa herança cultural.
Por muito tempo confundi espiritualidade com Religião,
achava que era simplesmente rezar. Entretanto, essa nada tem a ver
com aquela, como escreveu Luciana Souza “Ser espiritualizado não
é ser nenhum religioso; é ser cristão. Não é ostentar uma crença. É
vivenciar a fé sincera. Não é ter uma religião especial; é deter uma
grave responsabilidade. Não é superar o próximo; é superar a si
mesmo. Não é construir templos de pedras; É transformar o
coração em templo eterno”. Jesus mesmo disse: “Conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará”.
A liberdade do espírito, encarcerado pelas doutrinas, pelos
dogmas e as crenças culturais. Por que Jesus teria dedicado
inteiramente a sua vida a espiritualidade? Os evangelhos registram
que ele passava a noite nos altos das montanhas em profunda
oração. Foi nesse ápice espiritual de comunhão com o Pai, que
Jesus teria descoberto o Reino de Deus dentro do homem “o Reino
de Deus está dentro de vós”.
Não podemos negar que Jesus foi um ser humano, social,
cultural que viveu naquela sociedade e compreendeu que o Reino de
Deus está dentro do homem que busca encontrá-Lo. Jesus desde
criança fez isso, buscou esse Reino e encontrou. Só depois dessa
grande e profunda experiência espiritual resolveu compartilhar tudo
que vivera interiormente. Como fazer para que o povo daquela época
compreendesse? Imagine a sociedade em que vivia esse povo. De
um lado, escravos, analfabetos sem condições de entender tamanha
realidade. Do outro, aqueles que se julgavam “donos” do reino de
Deus. Foi depois de ter conhecido um pouco sobre aquela
sociedade, em que viveu Jesus de Nazaré, que passei a refletir
muitas vezes e compreender o grande Mestre. Dessa forma, conclui
que foi por isso que Jesus não falava abertamente do Reino de Deus
e dizia a seus discípulos “A vós é dado compreender os mistérios do
Reino de Deus, mas ao povo só lhes falo em Parábolas”. Ou seja,
aquele povo era infantil espiritualmente.
Hoje, costumo usar histórias com meus alunos, por causa
da sabedoria que expressa, a facilidade de compreensão e a riqueza
de interpretação. Sempre fui apaixonado por Jesus, quantas vezes
me peguei em prantos quando assistia aos filmes durante a semana
santa. E me perguntava: por que mataram um homem tão bom e tão
carismático? Porém, depois de conhecer um pouco sobre sua
humanidade e a sociedade em que viveu, esse sentimento tem
aumentado e se transformado a cada dia. Ouço pessoas dizerem
“eu amo a Jesus”. Eu ainda não sou capaz de professar tamanha
declaração. Mas, busco cada dia exercitar os seus mandamentos.
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Porque Ele mesmo
disse “quem ouve minhas palavras e põe-nas em prática, estes são
a minha família”. E isso tenho alcançado através da espiritualidade,
no silêncio do meu íntimo. Não basta silenciarmos apenas o ambiente
exterior é necessário calar nosso ambiente interno.
Muita gente acha que é difícil começar uma caminhada.
Pessoalmente e por experiência própria penso diferente. Para mim,
mais difícil que iniciar é continuar. De começos o mundo está cheio:
os que começam um casamento, os que começam a abandonar um
vício, os que iniciam um curso, e assim por diante. Ir em frente é
mais complicado, exige persistência e muita força de vontade.
Requer que nós olhemos para trás com sentimento de satisfação
pela experiência adquirida e não com remorso ou sensação de
arrependimento. Que nós tenhamos sonhos, mas que não vivamos
de sonhos. Que choremos, mas não deixemos as lágrimas turvarem
nossa visão. Que escutemos os outros, mas que não desistamos de
fazer o que julgamos certo, por causa deles. Tudo isso de tão
simples parece coisa de criança. E é mesmo! Nos últimos tempos
tenho aprendido muito com elas, não é à toa que o Mestre as
comparou com o “Reino dos Céus”.
Antes de aprendermos a andar precisamos: cair muitas
vezes, nos machucar, chorar, ser motivo de riso, e nem por isso
desistimos ou deixamos de levantar. Nisso, temos muito que
aprender com as crianças, elas “sabem” que antes de dar os
primeiros passos é preciso ficar de pé, e antes disso é preciso
engatinhar. Outra sábia lição é o Amor puro delas, observo
diariamente na sala de aula como comportam-se “brigam” se
empurram, às vezes choram, e dentro de cinco minutinhos estão
felizes confraternizando dividindo o mesmo brinquedo.
Espiritualidade é um exercício diário, em casa, no trabalho,
na igreja, em todos os momentos de nossa vida. Assim como
cuidamos do corpo material, escovando os dentes, tomando banho,
fazendo a barba, fazendo a unha, assim devemos tratar do nosso
espírito. Do mesmo modo como o exercício físico, aumenta a
resistência do corpo material, assim também o exercício espiritual
exerce a mesma função para o espírito. Quanto mais “malhação”,
mais resistência.
Não há mais dúvida que Deus é o Amor, o que acontece é
que muitos ainda não compreenderam o “Amar a Deus sobre todas
as coisas” Talvez por não o conhecer. Como amar alguém que eu
não conheço? Como amar a Deus? Afinal amar é uma razão. E
sendo uma razão não posso apenas dizer ou sentir. Tenho que
provar. Como posso provar esse Amor? Com que atitude se deve
demonstrar esse Amor? Amar a Deus sobre todas as coisas é amar
a si mesmo. Deus está em nós porque estamos vivos e Deus é a
vida. Amar a sua vida é amar a Deus, ninguém ama a Deus se não
ama a sua própria vida. Como alguém pode amar outra pessoa se
não ama a si mesmo? Quem ama a si mesmo se cuida, tem cuidado
com sua saúde corporal e espiritual, trabalha dignamente para seu
sustento. Quem ama a vida, preserva a natureza, pois, reconhece o
valor dela para uma vida saudável. Quem ama a vida, respeita a
vida.
Amor não pode ser confundido com egoísmo e nem com
egocentrismo. Egoísmo é um “amor” pelos seus próprios interesses,
opiniões e necessidades. Pelos seus interesses é capaz de passar
por cima de todo mundo sem medir consequências. O que dizer dos
grandes latifundiários que desmatam enormes extensões de terra,
pondo em risco a sua própria vida e de todos os seres vivos do
planeta? Egocentrismo é um “amor” que gira em torno de si. Poderá
ser confundido com egoísmo e autoestima, porém a diferença é que
um ser egocêntrico é uma pessoa desligada dos seus próximos,
aquele que não compreende que os seres humanos são
heterogêneos. Exemplos dessa personalidade são os homo fóbicos,
os apologistas políticos e/ou religiosos. O grande Mestre Jesus
sabia disso, porque os homens religiosos do seu tempo “amavam a
Deus” sobre todas as coisas. Porque Deus para eles era a Lei. Por
isso, não compreenderam o Amor a Deus que o Cristo, anunciava, e
quando os mestres da Lei interrogaram qual era o primeiro
mandamento Jesus nem só respondeu qual era o primeiro, mas
também falou qual era o maior de todos. “Amarás, pois, ao Senhor
teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que
estes.”
Amar de verdade é pôr-se no lugar do outro. O Amor é uma
razão e não um sentimento. O amor é sentido no coração, mas, ele é
provado nas atitudes. Por isso, Jesus disse que não há outro
mandamento maior que o primeiro e o segundo. O primeiro se
manifestará, na vivência da ética do segundo.
A única razão de toda a existência humana é o Amor. Este é
o mistério do Reino dos Céus. Neste sentido escreveu Giseli Silva:
“Eu acho que o Amor é a única religião que o mundo está
precisando. Eu tenho visto tanta gente levantando a mão para
‘Louvar’ e não estende as mesmas mãos, para levantar alguém que
precisa de ajuda. Tem gente que aponta o dedo para julgar e não
abre as mãos para acolher. Tem gente que pede perdão a Deus e
não perdoa os outros... Deus está aí para habitar o coração de
qualquer um. Mas, algumas pessoas parecem não querer que Ele
entre e faça sua morada”.
Quando o ser humano se aproxima do seu Eu espiritual, ele
se aproxima do Reino de Deus, vale ressaltar que este não é um
lugar geográfico, mas um estado do seu próprio espírito. O Reino de
Deus está dentro de nós. Contudo, o que fazer para entrar no Reino
de Deus? Essa pergunta Nicodemos, fez a Jesus. E o Mestre não
lhe disse o que deveria fazer, mas mostrou-lhe o caminho para ser.
“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus”. Este é “o caminho a verdade
e a vida”.
Toda a essência espiritual está numa questão de ser e não
de fazer. Podemos fazer muitas coisas pelo Reino de Deus, porém
só poderemos participar desse Reino quando somos alguém. Quem
sou? Como ser alguém? O único caminho para alguém entrar em
comunhão com Deus é despojar-se do “homem velho” e vestir-se do
“homem novo”. Uma vida de espiritualidade não é uma “continuação”
é um “novo início”.
O ser humano nasce puro, no entanto, a sua natureza faz
com que ele se encha do seu ego. Ego é um conjunto de nossos
defeitos psicológicos, na filosofia conhecido como os sete pecados
capitais. E quanto mais o homem se enche desses defeitos mais se
esvazia do seu Eu espiritual, a ponto de zerar e/ou anular,
adormecer, assim como estava em Lázaro. Quando Cristo o
ressuscitou. “Lazaro não está morto ele apenas dorme.” A
ressurreição é o morrer para ressurgir, é o nascimento de uma nova
criatura.
Como ter uma vida de espiritualidade?
Antes de conhecer o verdadeiro sentido da espiritualidade,
imaginava que uma pessoa espiritualizada era alguém místico, que
vivia ajoelhado em “oração” constantemente, que não se envolvia
com as coisas do dia a dia do ser humano. Parecia algo incompatível
com uma vida normalmente humana e com atividades profissionais
do homem comum.
Com ajuda das interpretações do grande mestre Huberto
Rohden, compreendi que para ser uma pessoa espiritualizada, é
necessário encontrar a si mesmo, conscientizar o seu Eu divino que
está dentro de cada um de nós, às vezes ainda dormente. Mas,
acordar o espírito de Deus requer uma grande decisão de “morrer
todos os dias” como disse o apóstolo Paulo. Para nascer do espírito
é preciso matar o nosso egoísmo todos os dias, é preciso estar
alerto em oração. “Vigiai e orai para não cair em tentação, pois o
espírito é forte, mas a carne é fraca”. Todo ser material é mortal.
Somente o espírito é imortalizável. O ego é realmente a causa de
nossos sofrimentos, inconsciência, erros, vícios, medos, fraquezas,
etc.
É o desejo de todo ser humano viver bem, já imaginou uma
vida sem sofrimento? Foi por isso que Jesus suportou tudo, ele
esvaziou-se do seu ego. Quando o homem decide, “morrer para
viver” compreende que vive no mundo sem ser do mundo, sem deixar
sua profissão, sua família. Segue intuitivamente seu destino, pois
passa a compreender os paradoxos que Jesus e aqueles que
seguiram seus conselhos falavam em relação ao espírito. Em relação
a isso, o apostolo Paulo disse “Eu morro todos os dias, para que eu
viva, pois já não sou eu que vivo, mas é cristo que vivem em mim”.
O ego é causa de todo sofrimento humano, somente quando
o homem esvazia-se de si mesmo, isto é, de seu próprio ego é que
encontra seu Eu Divino, a essência da vida. Entretanto, como Paulo
essa prática deve ser vivenciada todos os dias. A todo instante
somos “tentados” por situação do dia a dia, cabe a nós estarmos
despertos, atentos, vigilantes para não cairmos em tentação. A
oração é o exercício para fortalecer o espírito, porém muitos ainda
atribuem o sentido de orar, a rezar.
A fé é essencial, porém, vimos nos capítulos anteriores que
no sentido de acreditar, é apenas um princípio. No entanto, no
sentido de uma atitude, de busca, de perseverança e paciência,
podemos alcançar os “milagres” em nossa vida. A espiritualidade é
unicamente individual. Por esse motivo, Jesus Cristo disse “Quem
ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e
quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de
mim”. Não posso levar uma vida espiritual pelo meu pai, minha mãe,
meus filhos. O próprio Cristo conduziu a sua vida espiritual, por si
mesmo e ensinou o caminho.
Dessa forma, cada um de nós devemos caminhar. “Quem
quiser me seguir tome a sua própria cruz e siga-me”. É uma
infantilidade espiritual, achar que Jesus pagou pelos nossos
pecados, nesse caso não teríamos nada a prestar conta. Mas,
Jesus morreu pela verdade, porque esclareceu que a salvação
depende de cada um de nós, e não como pregava ou ainda prega a
maioria das religiões. Jesus mostrou o caminho da libertação, que
muitos ainda até os dias atuais não conseguiram se libertar.
Augusto Cury escreveu “A pior prisão do mundo não é
aquela que restringe os movimentos do corpo, mas a que confina
os pensamentos e controla as emoções e, consequentemente
engessa a capacidade de pensar e impede a poesia da vida.” É
dessa prisão que o ser humano em pleno século XXI deve libertar-se
e tornar um ser mais compreensivo: primeiro consigo mesmo, depois
com sua família, com a comunidade, com a sociedade e com o
mundo. Não é porque alguém não comunga de nossos ideais
religiosos que podemos julgá-lo como inferior, pois somente Deus
conhece os corações. Jesus disse que seria seu irmão, sua mãe
aqueles que fizessem a vontade de Deus. E a vontade de Deus é
que todos vivam plenamente.
Só é possível ao homem entrar no “Reino dos Céus” (que
está dentro de cada um), quando nasce pelo espírito, ou seja, é de
dentro do próprio homem que nasce o espírito, não pode haver
purificação externa para o espírito. Nada material pode purificar ou
contaminar o espírito. Jesus Cristo disse: “Vocês ainda não
entenderam que tudo que entra na boca passa pelo estômago, e
acaba indo para o sanitário? Mas o que sai da boca procede do
coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem
os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam
o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o
homem”. Tudo aquilo que ingerimos serve para a matéria, mas o que
exteriorizamos, seja através de palavras ou atitudes vem do
pensamento. Isto é, do nosso espírito. Como disse o grande Mestre
“procedem do coração”.
Um funesto erro é a falta de compreensão entre o símbolo
material e o simbolizado espiritual, quem se apega ao símbolo
material, não comunga do simbolizado espiritual. Comer com a mão
suja, por exemplo, contamina o corpo material, causa vermes,
bactérias. Mas, Jesus Cristo não falava de corpo material e sim do
ser espiritual do homem. “As palavras que vos digo são espírito e
vida, a carne de nada vale”. Tudo que nos purifica ou contamina vem
de dentro de nós mesmos. Assim como o filho pródigo somos
responsáveis por nossa ida e pela nossa volta. Tudo depende de
nós, Deus apenas nos recebe de braços abertos.
Como ouvir a voz de Deus?
Invariavelmente encontramos pessoas que nos aconselham
com uma frase padrão do tipo: “Busque ouvir a voz de Deus e a
obedeça, não faça nada fora da vontade dele”. Apesar de ser uma
resposta bíblica e correta ela é muito vaga e certamente não satisfaz
a dúvida da pessoa, na verdade somente cria outra: Como Deus
fala? Em primeiro lugar você precisa entender que quando várias
pessoas estão falando ao mesmo tempo é muito difícil ouvir uma
delas. Da mesma forma, no mundo natural e espiritual, várias vozes
estão falando. Deus nos fala constantemente, mas como existem
outras vozes, não discernimos qual é a dele.
Por isso, o primeiro passo é calar as outras vozes que
estão falando na sua cabeça: das pessoas a sua volta e a do seu
próprio coração. O coração é o símbolo do Amor o terreno da
gratidão, o pomar da dignidade. Sua primeira atitude é parar de
pedir opinião a qualquer pessoa sobre sua dúvida. Cada um trará
seu ponto de vista, sua forma de agir, e isso o confundirá. Outra
etapa é orar em pensamento, buscando em Deus a resposta, o
inimigo (pensamentos negativos) não deve ter acesso às suas
dúvidas, pois ele poderá se apropriar dela para te conduzir, confundir
ou deixar mais ansioso. Busque no secreto do seu quarto,
oportunidade de orar e falar com Deus. Orar não é apenas pedir, ou
declamar textos decorados, é agradecer, abrir a sua mente, é ligar a
tomada do pensamento à fonte que o alimenta. Oração é um diálogo,
por isso é importante deixar Deus falar também. Busque um lugar
deserto, silencioso, onde o os pássaros gorjeiam, onde o som da
natureza canta para você dormir. Ouça músicas de relaxamentos e
meditação, isso ajuda a acalmar nossos pensamentos.
Espiritualidade é estar em comunhão com Deus na sua
casa, no seu trabalho, nas suas viagens, no seu lazer. Deus nunca
nos abandona, somos nós que o abandonamos. Quando perdemos
os nossos pensamentos positivos, que faz bem a nós e para os
nossos próximos, afastamo-nos de Deus e aproximamos do
adversário do bem (Satã), pensamentos negativos, que faz mal, que
prejudica a nós mesmos e ao nosso próximo. Não existe uma fórmula
engessada sobre como Deus falará para você.
Na Bíblia encontramos maneiras variadas pelas quais Deus
falou com seus profetas e delegados: Em uma sarça ardente: “E
apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio
duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não
se consumia.” (Êxodo 3.2) Por meio de uma mula: “Então o Senhor
abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que
me espancaste estas três vezes?”(Números 22.28) Na brisa: “E
depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava
no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.” (1 Reis
19.12) Pessoalmente: “E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o
Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti
recalcitrar contra os aguilhões.”(Atos 9.5) Com visões: “Eu fui
arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma
grande voz, como de trombeta”, que dizia: “Eu sou o Alfa e o
Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num
livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a
Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a
Laodicéia.” (Apocalipse 1.10-11) Em sonhos: “E há de ser que,
depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos,
os vossos jovens terão visões.” (Joel 2.28)
Quanto mais íntimos estivermos com o Espírito Santo,
(pensamentos para o bem) mais sensível estaremos às imprevisíveis
manifestações da voz do Pai. O “pecado” (transgressão da lei
Divina) além de nos separar de Deus, também atrapalha nossa
comunicação com Ele. Por isso, temos que ter o coração aberto
para sentir e a mente limpa para aceitar que Deus se manifeste por
meio de sua multiforme para falar conosco. Permita-se em ser
surpreendido pela “voz de Deus” Fica em silêncio e ouça sua
consciência! “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei
coisas grandes e firmes que não sabes.” (Jeremias 33.3) Quanto
mais eu me silencio, mais alto ouço a voz de Deus. Como já
mencionei no capítulo anterior, não podemos fazer nada além do que
indicar o caminho, mostrar uma direção, compartilhar experiências, o
caminhar é uma atitude, aqui podemos chamá-lo de Fé. Foi o que
fizeram os maiores mestres que pisaram neste chão. Reflita o que
escreveu um desses grandes homens.
Nada tenho algo de novo para ensinar ao mundo. A verdade
e a não violência são tão antigas quanto as montanhas. Tudo o que
tenho feito é tentar praticar as duas na escala mais vasta que me é
possível. Assim fazendo, errei algumas vezes e aprendi com os meus
erros. Toda a minha filosofia, se é que se pode dar este nome
pretensioso, está contida no que tenho dito.
O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente
que há no mundo. O amor e a verdade estão tão unidos entre si, que
é praticamente impossível separá-los. São como as duas faces da
mesma moeda. O amor é o meio, a verdade é o fim. Se usarmos o
meio, cedo ou tarde chegaremos ao fim, à Verdade, a Deus.
O caminho da paz é o caminho da verdade. Ser honesto é
ainda mais importante do que ser pacífico. Na verdade, a mentira é a
mãe da violência. Um homem sincero não pode permanecer violento
por muito tempo. Ele vai perceber, no curso de sua busca, que não
tem necessidade de ser violento. Vai também descobrir que,
enquanto houver nele o menor vestígio de violência, não conseguirá
encontrar a verdade que está procurando.
A não violência não é somente um estado negativo que
consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que
consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem nos faz
mal.
Podemos constatar (o amor) entre pai e filhos, entre irmãos,
entre amigos. Mas temos de aprender a usar esta forma entre tudo
que vive; no uso dela está o conhecimento de Deus. Onde existe
amor, existe vida. O ódio leva à destruição. Tudo o que vive é teu
próximo!
A não violência nunca deve ser usada como um escudo para
a covardia. É uma arma para bravos.
Não vejo bravura nem sacrifício em destruir vida ou
propriedade alheia.
A não violência não existe se apenas amamos aqueles que
nos amam. Só há não violência quando amamos aqueles que nos
odeiam. Sei como é difícil assumir essa grande lei do amor, mas,
todas as coisas grandes e boas não são difíceis de realizar? O amor
a quem nos odeia é o mais difícil de tudo; no entanto, com a graça
de Deus, até mesmo essa coisa tão difícil se torna fácil de realizar,
se assim quisermos.
O teste maior da não violência está no fato de não ficar
qualquer rancor depois de um conflito não violento, com inimigos
transformando-se em amigos.
A lei do amor pode ser melhor compreendida através das
crianças.
Se quisermos alcançar a verdadeira paz nesse mundo e se
quisermos desfechar uma verdadeira guerra contra a guerra, temos
de começar pelas crianças; se crescerem com sua inocência natural,
não teremos que lutar; não teremos que tomar resoluções ociosas e
infrutíferas, mas seguiremos do amor para o amor, da paz para a
paz, até que finalmente todos os cantos do mundo estarão
dominados pela paz e amor, pelo que o mundo inteiro está ansiando,
consciente ou inconscientemente. O mundo está cansado de ódio.
Se a corrida armamentista alucinada continuar, é inevitável
que resulte em massacre como jamais ocorreu na história. Se restar
um vitorioso, a própria vitória será uma morte em vida para a nação
que emergir vencedora.
A não violência é a maior força a serviço da humanidade.
Nesta era de maravilhas, ninguém dirá que uma coisa ou
ideia não presta porque é nova. Dizer que é impossível porque é
difícil não está de acordo com o espírito de nosso tempo. Coisas
que jamais foram sonhadas estão sendo vistas diariamente, o
impossível está a todo instante se tornando possível. Ficamos
constantemente impressionados com descobertas espantosas no
campo da violência. Mas afirmo que descobertas ainda mais
espetaculares e aparentemente impossíveis serão feitas no campo
da não violência.
Mahatma
Gandhi

Quando o homem conscientizar-se de seus atos e atitudes,


o Reino de Deus será restaurado aqui na terra, o grande Reino do
Amor. Todavia, muitos já conseguiram encontrar dentro de si, e
contribuíram com suas grandiosas experiências. O ser humano não
pode encontrar o Reino de Deus fora de si, pois esse Reino é o
Amor e está no coração de cada um, por mais que esteja no estado
dormente. Um choque psicológico, por exemplo, pode despertar os
sentimentos e através desses encontrar a grande Razão da vida. Os
mistérios de Deus, aquilo que o homem há muitos anos tenta
compreender e buscar exteriormente, está dentro de si mesmo. A
razão de toda a existência é o Amor. Desperte seus sentimentos e
busque a razão deles, se for o Amor, terás encontrado a Deus. Um
homem sem Amor é um homem sem Deus.

Coragem de seguir o coração.


“Não deixe o barulho da opinião dos outros abafar sua voz
interior. E mais importante tenha a coragem de seguir seu coração
e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você
realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário...” ( Steve
Jobs)

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