O Terceiro Olho - O Poder Da Int - Professor Viana PDF
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OLHO
O Poder da Intuição
BENÉ VIANA
Prefácio ....................................................................................... 3
Veja bem como aquele alpinista não foi fiel (não teve fé),
acreditou (teve crença) mas, faltou atitude. A crença e a fé
caminham juntas como nossos pés, um depende do outro para
caminhar. Observe quando subimos ou descemos a uma escada,
colocamos um pé e depois precisamos pôr o outro para que
possamos efetuar o processo de subir ou de descer, ou seja, para
que possamos realizar precisamos agir. O alpinista deu o primeiro
passo faltou dar o segundo. Dessa forma, percebemos que a
crença é um princípio psicológico potente, enquanto que a fé é uma
atitude. Por isso, Deus está em cada um de nós, buscamos-Lhe
através dos nossos pensamentos viver em sua comunhão, e Ele se
manifesta no homem por meio dos gestos. É a harmonia do corpo e
da alma, o humano e o Divino.
Deus é a fonte de energia de toda nossa mente e se
conecta a nós através do nosso pensamento, ou seja, a mente é a
tomada que nos liga a Deus, é como um aparelho eletrônico que se
liga na rede elétrica. A mente é o aparelho receptor, o pensamento é
o fio condutor e Deus a fonte de energia. O que acontece com os
aparelhos eletrônicos quando desligamos a tomada que conecta à
rede elétrica? Simplesmente desliga, para de funcionar, é
exatamente isso que ocorre quando nos desligamos da fonte maior
da nossa energia. É fácil confiar em Deus, basta apenas colocar
nossos pensamentos voltados a Ele.
Entretanto, é muito mais difícil ser fiel, pois exige ação, uma
atitude, e muitas vezes essa atitude depende de uma grande
decisão, como fez com aquele alpinista. Por isso, muitos confiam em
Deus, mas quando Deus exige provar sua confiança, falham.
Portanto, acreditar é o momento que você quer algo e aplica
inteiramente seus pensamentos a fonte. Mas, isso requer uma
atitude para a realização do que se almeja. Aquilo que eu chamo de
segundo passo.
Você já deve ter passado por situação que alguém disse, ou
você mesmo tenha dito: “Pensamento positivo e tudo vai dar certo”.
O fator psicológico é a principal força. Porque tudo começa no
pensamento. Mas essa situação também merece uma análise. Às
vezes queremos algo, desejamos e não conseguimos. Um exemplo:
Por que o mundo clama por paz e parece que cada dia fica pior?
Todo pensamento é causa de um efeito, todos os nossos
pensamentos tomam forma de alguma maneira. Agora eis o
“segredo”. Nossos pensamentos são vibrações do nosso interior,
isso significa que a “força do pensamento” não depende apenas de
um grande “desejo” de querer algo, mas de um querer interiorizado,
e depende do estado da nossa mente.
Muitos confundem mente com pensamento, na verdade o
pensamento é o produto da nossa mente. Uma mente saudável
significa que os pensamentos serão saudáveis também. Assim como
uma mente confusa, doentia, certamente produzirá pensamentos
confusos e doentios. Jesus Cristo se referiu a isso quando disse: “A
árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim produzirá
bons frutos”.
O nosso cérebro é um órgão principal de todo o nosso
sistema nervoso central, ele comanda todo o nosso movimento do
corpo material através da nossa mente. Portanto, a mente é um
instrumento do nosso cérebro, ela é responsável por todo o nosso
pensamento. E o pensamento é a mais potente energia do ser
humano. Apesar da grande massa humana não saber disso. E como
toda e qualquer energia, ela precisa de uma fonte geradora para
existir. De onde veio à energia que está alimentando a TV da sua
casa? Certamente de uma fonte geradora que passou por várias
subestações até chegar na TV.
Para o nosso pensamento existir precisa de uma fonte
geradora, o Criador, Supremo, Deus, o Pai como dizia Jesus. A
mente é apenas o veículo que conecta a fonte. É como se fosse um
grande tubo que traz água da nascente. Agora imagine uma nascente
de água pura, e que o tubo que traz a água até você, esteja sujo. A
água certamente chegará suja, não por causa da nascente(fonte),
mas pelo veículo(condutor) que a trouxe. Por isso, o estado da
mente é essencial para realizações dos nossos desejos. Então, por
que será que nossos pedidos de paz para o mundo não chegam ao
ouvido de Deus? Será que estamos num estado em que nossos
desejos possam ser atendidos? Jesus alertou “a paz que eu vos dou
não é a paz que o mundo oferece”. Qual é a paz que queremos?
Quando estamos em uma situação desesperadora é muito
comum pensarmos: Onde está Deus? Parece que não me ouve, será
que me abandonou? Nesse caso, nosso cérebro poderá estar
funcionando normalmente, mas a mente está num estado enleado,
por isso não conseguimos ter respostas e essas dúvidas às vezes
são externadas através das palavras.
Em 2000, foi o ano que eu descobri que estava com um
problema de saúde, passei mal, fui ao médico e detectei uma
gastrite. Iniciei o tratamento, melhorei, mas não conclui o mesmo. E
sem sentir nada levei uma vida normal, em 2002 mais uma vez
passei mal, voltei ao médico, e estava com uma gastrite avançada.
Retomei ao tratamento, melhorei novamente, parecia estar tudo
bem, continuei levando uma vida “normal”. Em 2011 passei muito
mal, perdi peso, não dormia, e sentia muita indisposição. Fui ao
médico, e em uma endoscopia digestiva, foi detectado que estava
com duas úlceras no estômago e possivelmente malignas, pois o
médico teve que recolher o material de exame para enviar aos
laboratórios especializados para uma análise mais concreta e
definitiva. Nesse momento, perdi todas as minhas estruturas
psicológicas, não conseguia ver nada mais a não ser o fim da minha
vida. Foram 15 dias e 15 noites de grande angústia e grande
sofrimento até o resultado final do exame. Durante esse período de
espera a irmã de uma colega indicou um psicanalista e me levou até
ele.
Lembro-me que quando estava na sala de espera tinha uma
imagem de Jesus Cristo na cruz. Olhei para ela e pensei: “pai tu que
curaste leprosos, cegos cochos e aleijados toma conta de mim”. E
fiz uma promessa: “Pai se você me der a última chance, eu serei o
testemunho da tua existência”. Quando entrei no consultório, o
psicanalista me perguntou o que estava sentindo, contei tudo. Ele me
perguntou você acredita em Deus? Respondi que sim. Perguntou
onde está Deus? Eu disse que estaria no céu. Ele me olhou com um
olhar sarcástico e sorriu, confesso que naquele momento senti raiva
dele. Eu era muito religioso, sonhei um dia em ser padre, fui
catequista, agente comunitário na pastoral da juventude. E sempre
participei ativamente na igreja. Não entendi a “incredulidade” daquele
homem, e me perguntava: por que ele coloca a imagem de Jesus na
porta do seu consultório, se não acreditava em Deus? Depois de
uma descontraída legal, ele me relaxou os pensamentos e disse:
você tem uma arma muito forte, você confia em Deus, basta ser fiel
a ele. Descubra esse poder e você nada temerá. Em seguida, me
indicou os livros de Augusto Cury para ler como terapia de
autoconhecimento.
Às vezes quando reflito essa história, recordo de quando
pedi a Deus por meio daquele símbolo na porta daquele consultório,
e minutos depois estaria ele (Deus) se manifestando através daquele
homem. Passei a compreender a manifestação Divina no ser
humano. O evangelista João em uma de suas cartas escreveu
“Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus
está em nós, e em nós é perfeito o seu amor”. Percebi que não
entendia nada sobre Deus, apenas acreditava que existia. Se você
também analisou essa história percebeu que acreditar somente, não
basta. Foi a partir desse grande óbice que fui à busca de Deus na
minha vida.
Hoje, posso dizer que diante das diversidades que já
enfrentei, posso afirmar que encontrei Deus e sei que ele é muito
mais real do que quando apenas acreditava, posso contar com esse
poder sempre, em todos os momentos. Ele se manifesta em nós de
todas as maneiras e até nas coisas menos improváveis para o ser
humano. Deus jamais nos abandona, ele é a vida. A nossa alma,
nosso corpo é apenas um santuário do Senhor. Muitas vezes temos
tanto cuidado, respeito por um “sacrário” morto de madeira, feito
pela mão humana para “simbolizar” e esquecemos que o nosso
corpo que é a casa de Deus, um santuário vivo como escreveu o
apóstolo Paulo a comunidade de corinto "Não sabei vós que sois
templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se
alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o
templo de Deus, que sois vós é santo". Deus está em nós, mas
nem sempre estamos nele, nos afastamos dele por nosso próprio
egoísmo, fazemos como aquele “filho” que Jesus contou nessa
profunda parábola.
A parábola do filho pródigo
Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao
pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele repartiu os
haveres.
Passados não muitos dias, o filho mais moço, juntando tudo
o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os
seus bens, vivendo dissolutamente.
Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma
grande fome, e ele começou a passar necessidade.
Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela
terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos
comiam; mas ninguém lhe dava nada.
Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu
pai têm pão com fartura, e eu aqui morrendo de fome!
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai,
pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores; E, levantando-
se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou,
e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já
não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos
seus servos:
Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel
no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho
cevado. Comamos e regozijemos-nos; porque este meu filho estava
morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a
regozijar-se.
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando
voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.
E ele informou: veio teu irmão, e teu pai mandou matar o
novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
Ele se indignou e não queria entrar, saindo, porém, o pai
procurava conciliá-lo.
Mas ele respondeu a seu pai. Há tantos anos que te sirvo
sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito
sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse
teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste
matar para ele o novilho cevado.
Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás
comigo; tudo o que é meu é teu.
Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos
alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava
perdido e foi achado.
Apesar dessa comparação que Jesus faz do SER humano
com seu próprio egoísmo, quase sempre a grande parte da
humanidade interpreta com exclusividade como a parábola clássica
do pai misericordioso para com o pecador penitente, meu objetivo
aqui não é excluir tal interpretação.
O grande educador espiritual Huberto Rohden fez com que
me identificasse nessa grande mitologia bíblica, quando mostrou a
essência do simbolizado a partir dessa analogia. Uma intensa
comparação do homem que se encontra com seu ego. Uma espécie
de conversa do nosso Eu Divino com a “imagem” que vemos no
espelho das ilusões. A mais pura e avançada evolução do homem
através de erros humanos para a verdade Divina. Fez perceber que
quando estamos passando pelas maiores dificuldades da nossa vida
é que realmente “caímos em si”. Carlos Hilsdorf diz que a dor, não a
dor material, mas a dor moral, é uma professora severa, porém
eficaz. Buscamos conhecer quem somos. Quem sou? Quem é meu
pai? De onde vim? Nós nos conscientizamos, e certamente
desejamos voltar ao Pai não com desígnio de ser chamado filho,
exigir direitos, mas apenas de ser um servo.
Veja quanto significado tem esse binômio (fé e crença) e
quanto elas influenciam a nossa vida. Romper um estado da nossa
mente nem sempre é possível porque estamos “encarcerados” pelo
poder que a cultura exerce sobre cada um de nós. É preciso romper
com os pensamentos que nos aprisionam, nesse estado o ser
humano não consegue imaginar, ou seja, sair da gaiola que apresa o
pássaro chamado imaginação. A leitura de bons livros, como dizia
René Descartes, refletir sobre os significados de nossa existência
como recomendava Mahatma Gandhi, são caminhos que nos levam a
encontrar os meios de libertar nossas ideias. Muitas vezes é preciso
tenacidade para abandonar nosso lar da acomodação, e
conhecimento para retornar a ele como aquele filho que teimou em
sair. Mas, aprendeu, conheceu a verdade sobre ele mesmo, teve
sabedoria e retornou. Acreditar é um princípio, mas a essência está
em descobrir a verdade, às vezes esta é dolorosa e isso poucos
estão dispostos a aceitar. Entretanto, a ideia da verdade é
equivocada. Jesus ao dizer “descobrireis a verdade e a verdade vos
libertará” quis explicar que a única verdade existente é aquela sobre
nós mesmos.
Acreditar em tudo que dizem sem ir à busca da profunda
realidade é como alguém que acredita que as estrelas estão mortas
somente porque o céu está nublado.
A crença é um estado da mente. A fé é uma atitude.
“O melhor trabalho político, social e espiritual que
podemos fazer é parar de projetar nossas sombras nos outros” (C.
G. Jung)
O lavrador e o sábio
Conta uma lenda que um lavrador foi procurar o sábio do
seu vilarejo para se queixar sobre as dificuldades da vida. Estava
cansado de lutar com os problemas. Parecia que mal terminava de
resolver um e surgia outro pior. Estava a ponto de desistir de tudo.
O sábio pediu-lhe para descer até o lago e trazer um balde
com água. Feito isso, o sábio dividiu a água em 3 panelas e colocou-
as no fogão. Logo a água estava fervendo.
Na primeira panela, colocou uma cenoura; na segunda, um
ovo; e na terceira, um punhado de folhas de chá.
Depois de meia hora, o sábio tirou as panelas do fogão.
Pegou a cenoura e colocou-a numa tigela, o ovo em outra e
derramou o chá numa terceira tigela. Virando-se para o lavrador,
perguntou:
- Diga-me o que você está vendo?
- Cenoura, ovo e chá.
- Pegue a cenoura e aperte-a. O que lhe parece?
- A cenoura esta cozida, mole.
- Agora, apanhe o ovo e quebre - disse o sábio.
O lavrador quebrou a casca e viu que o ovo estava cozido e
firme. Por fim, o sábio mandou o lavrador tomar o chá.
Ele sorriu quando sentiu o aroma delicioso e bebeu com
prazer. Em seguida, perguntou:
- O que o senhor pretende com isto?
O sábio explicou que essas três coisas tinham enfrentado a
mesma dificuldade: a água fervente. E cada uma reagiu de maneira
diferente. A cenoura entrou forte e rígida, mas ao ser submetida ao
calor, amoleceu. O ovo era frágil, só contava com a casca muita fina
para proteger seu interior, mas a água fervente o fez endurecer. As
folhas de chá, entretanto, mostraram um comportamento singular:
depois de passarem alguns segundos mergulhados na água fervente,
elas modificaram a água!
- Qual deles é você? - indagou o sábio. Como reage quando
a adversidade bate à sua porta? Você como a cenoura, o ovo ou as
folhas de chá?
Autor
desconhecido