Acto Interlocutivo PDF
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Cadernos PDE
Resumo: Este artigo objetiva discutir, a partir do relato da proposta de intervenção pedagógica
„‟Crônica; uma conversa poética‟‟, aspectos relacionado ao ensino e aprendizagem da leitura. As
aulas foram organizadas sob o formato de Unidade Didática e tiveram como público alvo alunos do
ensino fundamental fase II do Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos de Umuarama.
Pretendíamos com a proposta de ensino possibilitar a construção do conceito de leitura como um
processo dialógico e interativo, construído a partir das marcas textuais e do posicionamento
colaborativo e ativo do leitor no preenchimento dos vazios deixados pelo autor. As reflexões teórico-
metodológicas foram construídas por meio do diálogo com os autores que reproduzem a filosofia de
linguagem apresentada por Mikhail Bakhtin.
Introdução
1
Professora PDE 2013, do Centro de Educação Básica de Jovens e adultos de Umuarama, em Umuarama, PR.
2
Orientador. Docente do curso de Letras da Unespar, campus de Paranavaí. Mestre em Linguística e Língua
Portuguesa pela Unesp – Araraquara. Graduado em Letras pelas UEM.
Para compreender melhor as questões relacionadas à ineficiência da escola
pública em formar leitores, fomos levados a pensar no cotidiano escolar e nas
concepções de linguagem e de leitura que direcionam o fazer pedagógico dos
professores da escola básica. Nossos conceitos foram reconstruídos a partir da
leitura de autores que reproduzem a filosofia de linguagem apresentada por Mikhail
Bakhtin.
Objetivávamos, por meio desse estudo, identificar quais estratégias de ensino
o professor de Língua Portuguesa pode utilizar para ampliar o nível de leitura dos
alunos do ensino fundamental fase II.
A práxis objetivada durante a formação é aqui apresentada nos itens „‟Relato‟‟
e „‟Análise dos resultados‟‟.
Aspectos Teóricos
Melhorar a capacidade de ler dos alunos envolve dentre outras ações, o ato
de planejar. É no planejamento que o professor seleciona o gênero, escolhe as
estratégias e os tipos de leitura que deverão ser realizados para que o objetivo da
aula seja alcançado de modo satisfatório.
Solé (2008) apresenta quatro estratégias que podem ser usadas pelos
professores para mediar o ensino e a aprendizagem da leitura. Sendo elas:
Previsão, inferência, checagem e seleção.
A previsão tem como finalidade principal despertar o interesse do aluno pela
leitura do texto, pois possibilita o exercício de antecipar-se a, ou seja, leva o leitor a
construção de um enredo fictício para o texto, que durante a leitura será confirmado,
ou negado. Essa estratégia geralmente desperta a curiosidade do leitor.
Vale ressaltar que a estratégia de previsão não é acionada apenas antes da
leitura, ela acompanha o leitor ao longo de todo o processo de leitura. Conforme
Solé (1998), à medida que o leitor conhece as características das personagens e
identifica seus papéis (antagonistas ou protagonistas) é levado a se antecipar às
ações dessas e, conforme a leitura avança, tais previsões vão sendo desmontadas
ou concretizadas.
A inferência consiste em preencher os vazios deixados pelo autor. Como todo
texto está incompleto, cabe ao leitor articular seus conhecimentos históricos, sociais,
humanos, científicos, dentre outros, para preenchê-lo.
As estratégias de escrita utilizadas pelo autor para que a leitura seja um
processo ativo, são as mais variadas possíveis, sendo ora uma figura de linguagem,
uma data, a escolha de um ou outro vocábulo, uma imagem, enfim, isso vai
depender do estilo de cada autor e do gênero textual escolhido para a construção da
mensagem. O que não pode ser desconsiderado é a necessidade de o leitor saber
que, por melhor que seja o autor, ele jamais irá dizer tudo, até porque tal
procedimento limitaria o texto e o colocaria numa perspectiva não dialógica de
linguagem.
A seleção está diretamente relacionada ao objetivo da leitura, pois, em função
deste, o leitor será levado ora a filtrar as informações e fazer leitura dinâmica, ora a
reler um mesmo parágrafo, capítulo, ou livro.
Além de prever, selecionar e inferir, é importante, ao final da leitura, checar às
previsões feitas, ou seja, verificar se o autor foi previsível, ou se surpreendeu. Ainda
por meio da checagem, é possível perceber quais mudanças ocorreram no próprio
leitor, ou seja, pode-se analisar como este entrou e como saiu da leitura. Qual
conhecimento novo adquiriu? Que conceitos foram ampliados?...
Outras estratégias podem e devem ser usadas para que a construção do
sentido do texto seja alcançada, conforme contribuição de um dos professores
participantes do GTR:
Considerações Finais
Referências
BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. 28º ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
BRANDÃO, I. L. Crônicas para ler na escola.1ª Ed. Rio de Janeiro:Fontanar, 2009.
GERALDI, J. W. .al. O texto na sala de aula. 4. Ed. São Paulo: Ática, 1985.
____. Currículo Básico para Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura ; Trad. Claudia Schilling. 6.ed. Porto Alegre, RS:
Artmed, 1998.