Métodos de Investigação em Psicologia Comunitária
Métodos de Investigação em Psicologia Comunitária
Métodos de Investigação em Psicologia Comunitária
1. Nota introdutória
2. Psicologia comunitária
Segundo GÓIS (1993) a psicologia comunitária se define como uma área da psicologia
social que estuda a actividade do psiquismo decorrente do modo de vida do
lugar/comunidade; estuda o sistema de relações e representações, identidade, níveis de
consciência, identificação e pertinência dos indivíduos ao lugar/comunidade e aos grupos
comunitários. A psicologia comunitária passou a ser associada com a psicologia social
devido a comunhão de objectivos e convergência de métodos e técnicas, originando assim
a psicologia social e comunitária.
Em poucas palavras, o que define essa modalidade desta pesquisa é que o “experimento” é
realizado após o fato. Com este método o pesquisador não tem controlo directo das
variáveis independentes, pois suas manifestações já aconteceram e por natureza não são
manipuláveis. Sendo assim, os fatos são espontâneos e não provocados pelo pesquisador
(GIL, 2010).
Este método caracteriza-se pela interrogação directa das pessoas cujo comportamento se
deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo
significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise
quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados colectados. (GIL, 2010, p. 55).
Esse método é fundamentado nas críticas que Popper fez em relação ao método indutivo e
está presente na obra A Lógica da investigação científica (1935). O princípio do referido
método consiste na formulação de hipóteses que serão testadas para serem aceitas ou
refutadas (GIL, 2010). As hipóteses são suposições, possíveis respostas que merecem ser
comprovadas. O autor explica que quando os conhecimentos disponíveis sobre
determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenómeno, surge o
problema. Para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, são formuladas
conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que
deverão testadas ou falseadas. Falsear significa tentar tornar falsas as consequências
deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo confirmar a
hipótese, no método Hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas
para derrubá-la. (GIL, 2010, p. 12).
É desenvolvida com base nas interacções entre pesquisador e membros das situações
investigadas, mas não requer acção planejada. Seu diferencial está na emancipação das
pessoas ou comunidades que a realizam (GIL, 2010). O autor explica que nesse modelo
a população não é considerada passiva e sua planificação e condução não ficam a cargo de
pesquisadores profissionais. A selecção dos problemas a serem estudados não emerge da
simples decisão dos pesquisadores, mas da própria população envolvida, que os discute
com os especialistas apropriados. (GIL, 2010, p. 43).
Portanto, a pesquisa participante é uma pesquisa que o pesquisador entra em contacto com
os pesquisados e interage entre eles. Essa interacção visa resolver problemas encontrados
durante o processo da pesquisa participante. Alguns autores podem considerar a pesquisa
participante como uma busca plena pelo conhecimento. Como objectivo de promover a
participação social para os benefícios dos participantes da investigação. Esse tipo de
pesquisa não possui planificação anterior, essa pesquisa só será construída junto aos
participantes da pesquisa. Só deverá ser auxiliado para escolher as bases teóricas das
pesquisas e na elaboração do cronograma das actividades.
Algumas características são fundamentais para definir uma pesquisa participante. Entre
eles podemos listar o processo de conhecer e agir, o controle da população no processo, o
processo de cunho colectivo entre outras.
Para poder tratar os dados colhidos, faz-se necessário pautar por certos instrumentos que
permitem a análise e interpretação. Devido a avanços tecnológicos, hoje em dia as ciências
sociais pautam pelo uso de softwares programados simplesmente para o tratamento de
dados de pesquisas sociais, a psicologia comunitária não se exclui desse avanço.
Conforme retratado por GIL (2010), até a segunda metade do século XIX o estudo do
homem e da sociedade esteve com os teólogos e filósofos; e, a partir desse período, com
motivação tanto política quanto pelo avanço tecnológico, os estudos acerca do homem e da
sociedade aproximaram-se do delineamento utilizado nas ciências da natureza. A partir
dessa concepção científica, fundamentada no Positivismo, o conhecimento científico, tanto
da natureza quanto da sociedade, segue um delineamento quantitativo, que é objetivo, que
não pode ser influenciado pelo pesquisador, que repousa na experimentação e que supõe a
existência de leis que determinam a ocorrência dos fatos.
Conquanto, é também retratado por GIL (2010) que esse modelo proposto para as ciências
sociais passou a ser questionado por suas limitações no estudo do homem e da sociedade.
Não obstante, este mesmo autor relata que tal limitação não deve significar a não pretensão
de estudar cientificamente o homem e a sociedade, e sim, reconhecer que os objectos das
ciências humanas e sociais são diferentes dos das ciências físicas e biológicas e identificar
nas primeiras as dificuldades em relação à objectividade, à quantificação, à
experimentação e à generalização.
(ii) Spss
(iii) Atlas.ti
Atlas.ti, que é um programa que facilita a análise de dados qualitativos, os quais são
frequentemente utilizados em pesquisas na área de ciências sociais. O programa facilita a
análise mais sistemática de dados oriundos de discussões feitas em grupos focais,
entrevistas abertas que tenham seguido um roteiro de tópicos e diversos outros tipos de
dados, inclusive os que estão em formato de áudio, figuras e vídeos.
https://brasil.campusvirtualsp.org/node/180896
(iv) Alceste
(v) Nvivo
MORGAN (1997) define grupos focais como uma técnica de pesquisa que colecta dados
por meio das interacções grupais ao se discutir um tópico especial sugerido pelo
pesquisador. Como técnica, ocupa uma posição intermediária entre a observação
participante e as entrevistas em profundidade. Pode ser caracterizada também como um
recurso para compreender o processo de construção das percepções, atitudes e
representações sociais de grupos humanos.
Considerações finais
Referências bibliográficas
______. Como elaborar projectos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010b.