Historia Da John Deere
Historia Da John Deere
Historia Da John Deere
Banca Examinadora:
Prof. Carlos Ricardo Trein, PhD
Agronomia - PPGSOLOS/UFRGS
Prof. José Antônio Esmério Mazzaferro, Dr
Engenharia - PROMEC/UFRGS
Prof. Milton Antônio Zaro, Dr
Engenharia - ULBRA
Prof. Telmo Roberto Strohaecker, Dr
Engenharia - PPGEM/UFRGS
Orientador:
Prof. Vilson João Batista, Dr. Eng.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meu avô Quintiliano por ter me feito ver que eu poderia fazer de
minha vida o que quisesse. Ao meu pai Luiz por ter trabalhado muito duro para que pudesse fazer
de minha vida o que eu quisesse. Ao meu filho Fábio por começar a acreditar que ele pode fazer
de sua vida o que quiser desde que lute muito por isso.
2
SUMÁRIO
AGRADECIMENTO.................................................................................................................. 2
DEDICATÓRIA ......................................................................................................................... 2
SUMÁRIO.................................................................................................................................. 3
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. 4
LISTA DE QUADROS............................................................................................................... 6
RESUMO ................................................................................................................................... 7
ABSTRACT ............................................................................................................................... 8
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9
1.1 COMENTÁRIOS INICIAIS.............................................................................................. 9
1.2 TEMA E OBJETIVOS .................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Principal..................................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 11
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS.............................................................................................. 13
2.1 SISTEMAS DE ENGENHARIA..................................................................................... 13
2.1.1 CAD ......................................................................................................................... 13
2.1.2 CAM ........................................................................................................................ 19
2.1.3 Vantagens, Desvantagens dos Métodos..................................................................... 21
2.1.4 Requisitos Necessários a um Sistema CN ................................................................. 21
2.1.5 Controle Numérico Distribuído (DNC) ..................................................................... 22
2.1.4 Nesting ..................................................................................................................... 24
2.1.5 CAE ......................................................................................................................... 25
2.1.6 Sistemas de Gestão ................................................................................................... 26
2.2 MUDANÇAS DE PARADIGMAS ................................................................................. 31
2.2.1 Paradigma de Revolução........................................................................................... 33
2.2.2 Novas Metodologias ................................................................................................ 35
2.3 TEORIA DAS RESTRIÇÕES......................................................................................... 36
2.3.1 A Meta de uma empresa ........................................................................................... 37
2.3.2 Indicadores da TOC................................................................................................. 37
3 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO TECNOLÓGICO .................................................................... 39
3.1 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO TECNOLÓGICO NAS EMPRESAS MUNDIAIS [MAU87]
.............................................................................................................................................. 39
3.2 BREVE HISTÓRICO DA JOHN DEERE BRASIL ........................................................ 42
3.3 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO TECNOLÓGICO NA JOHN DEERE BRASIL ................ 47
4 ESTUDO DE CASO .............................................................................................................. 51
4.1 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE ENGENHARIA DA JOHN DEERE BRASIL..... 51
4.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA ATUAL ............................................................................ 54
4.2.1 Projeto Piloto da utilização do Pro/Engineer em Manufatura..................................... 57
4.2.2 Relevância da utilização de Pro/Engineer na fabricação de chapas ............................ 61
4.2.3 Utilização em modelagem e fabricação de fundidos .................................................. 65
4.2.4 Utilização em modelagem e fabricação de ferramental.............................................. 71
4.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS CICLOS DE MANUFATURA DE CHAPAS ATUAL E
ANTERIOR .......................................................................................................................... 75
4.3.1 Ciclo de Manufatura Anterior ................................................................................... 76
4.3.2 Ciclo de Manufatura Pro/Engineer ............................................................................ 77
4.3.3 Um novo modelo de custos para Sistemas de Engenharia.......................................... 78
3
4.4.MÉTODO E HISTÓRICO DE TREINAMENTO............................................................ 81
4.5 LIÇÕES APRENDIDAS ................................................................................................. 87
4.5.1 Por que deu certo ? ................................................................................................... 87
4.5.2 Ameaças ................................................................................................................... 92
4.6 RESULTADOS ALCANÇADOS.................................................................................... 94
4.7 FEEDBACK DA CORPORAÇÃO.................................................................................. 96
4.8 MUDANÇAS NA ESTRUTURA DE PODER DA COMPANHIA ................................. 97
5 NOVOS PARADIGMAS - DESDOBRAMENTOS DOS SISTEMAS DE ENGENHARIA DA
JOHN DEERE BRASIL NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉC. XXI ......................................... 99
5.1 PADRONIZAÇÃO DOS AMBIENTES DE ENGENHARIA.......................................... 99
5.2 MANUFATURA VIRTUAL......................................................................................... 100
5.2.1 Conceito de Modelos Derivativos ........................................................................... 100
5.2.2 Conceito de Manufatura Virtual.............................................................................. 103
5.2.4 Conceito de Ferramentas Eletrônicas ( E-Tools )..................................................... 104
5.2.5 Conceito de Construção Virtual ( E-Building )........................................................ 105
5.2.6 Manufatura Virtual na John Deere Brasil ................................................................ 110
5.3 PERFIL DO ENGENHEIRO DA JOHN DEERE NO SÉCULO XXI............................ 116
5.3.1 Ambiente de Engenharia na Grande, Média e Pequena Empresa ............................. 116
5.3.2 Características dos ambientes de engenharia da John Deere .................................... 117
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 125
7 SITES CONSULTADOS ..................................................................................................... 126
8 ANEXOS............................................................................................................................. 127
ANEXO 1 COMO TUDO COMEÇOU ............................................................................ 127
ANEXO 2 CUSTOS, QUALIDADE E SERVIÇOS. NASCE UMA PAIXÃO PELA BIG
BLUE ................................................................................................................................ 129
ANEXO 3 AINDA SOBRE FORNECEDORES............................................................... 132
EPISÓDIO I QUE SISTEMA DE CAD DEVO USAR ? .............................................. 132
EPISÓDIO II PODE MUDAR QUE EU GARANTO ............................................... 134
EPISÓDIO III SE ELES USAM, NÓS USAREMOS TAMBÉM .............................. 135
ANEXO 4 - PARADIGMA A QUEBRAR: DESIGN X MANUFATURA......................... 135
ANEXO 5 O TIMONEIRO E A QUEBRA DE UM PARADIGMA CORPORATIVO .... 138
ANEXO 6 PARADIGMA A QUEBRAR O DESENVOLVIMENTO DE PÓS-
PROCESSADORES ........................................................................................................... 139
ANEXO 7 A LÓGICA COMPLETA ............................................................................... 141
ANEXO 8 O CURSO DE APRENDIZAGEM ................................................................. 144
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DO ERP DA JOHN DEERE BRASIL (
BAAN IV )........................................................................................................................ 28
FIGURA 2 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA EMPRESA HITACHI ................................... 41
FIGURA 3 EVOLUÇÃO DOS LOGOTIPOS DA EMPRESA: 1945 1999........................... 42
FIGURA 4 PRODUTOS SLC 1947 - 1965 ............................................................................ 43
4
FIGURA 5 PRODUTOS SLC 1969 1983............................................................................ 44
FIGURA 6 PRODUTOS SLC JOHN DEERE 1985 - 1996 ................................................ 46
FIGURA 7 COLHEITADEIRAS STS.................................................................................... 47
FIGURA 8 PROJETO PILOTO DE IMPLANTAÇÃO DO PRO/ENGINEER....................... 58
FIGURA 9 RESULTADOS ALCANÇADOS COM O PROJETO PILOTO DE
IMPLANTAÇÃO.............................................................................................................. 60
FIGURA 10 UTILIZAÇÃO ATUAL DO PRO/ENGINEER NO DESENHO E
MANUFATURA DE CHAPAS ........................................................................................ 61
FIGURA 11 PUNCIONADEIRA AMADA ............................................................................ 64
FIGURA 12 CORTE LASER TRUMPH................................................................................. 64
FIGURA 13 FLUXO DO PROCESSO ANTIGO DE PROJETO E MANUFATURA DE
FUNDIDOS ...................................................................................................................... 65
FIGURA 14 FLUXO DO ATUAL PROCESSO DE PROJETO E MANUFATURA DE
FUNDIDOS ...................................................................................................................... 66
FIGURA 15 PEÇAS ESCOLHIDAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO-PILOTO ...................... 68
FIGURA 16 TEMPO DE USINAGEM DAS PEÇAS ............................................................. 69
FIGURA 17 TAMANHO DOS ARQUIVOS EM LINHAS .................................................... 69
FIGURA 18 TAMANHO DO ARQUIVO EM KBYTES........................................................ 70
FIGURA 19 CUSTOS FINAIS DE PRODUÇÃO ................................................................... 70
FIGURA 20 ELEMENTOS DA BIBLIOTECA PADRÃO DE COMPONENTES DE
FERRAMENTAL ............................................................................................................. 72
FIGURA 21 ELEMENTOS DA BIBLIOTECA PADRÃO DE COMPONENTES DE
FERRAMENTAL ............................................................................................................. 72
FIGURA 22 ELEMENTOS DA BIBLIOTECA PADRÃO DE COMPONENTES DE
FERRAMENTAL ............................................................................................................. 73
FIGURA 23 MODELAGEM E MONTAGEM DE UM DISPOSITIVO DE FURAÇÃO ....... 74
FIGURA 24 DETALHAMENTO DE UM DISPOSITIVO DE FURAÇÃO ........................... 75
FIGURA 25 MODELO PARA TREINAMENTO PRO/ENGINEER .................................... 82
FIGURA 26 EXEMPLO DE MATERIAL DE TREINAMENTO........................................... 87
FIGURA 27 INTEGRAÇAO DAS INFORMAÇÕES DE ENGENHARIA ............................ 96
FIGURA 28 EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO EM MANUFATURA VIRTUAL ................ 104
FIGURA 29 MOTOR MONTADO VIRTUALMENTE SOBRE PLATAFORMA DE
TRANSPORTE ............................................................................................................... 106
FIGURA 30 PRODUTO COMPLETO MONTADO PARA ESTUDO DE
TRANSPORTABILIDADE ............................................................................................ 106
FIGURA 31 MONTAGEM VIRTUAL DE UMA FERRAMENTA DE FIXAÇÃO PARA
SOLDA........................................................................................................................... 107
FIGURA 32 ANÁLISES ERGONÔMICAS......................................................................... 108
FIGURA 33 ESTRUTURA DE PRODUTO NO MODELO DERIVATIVO ........................ 109
FIGURA 34 ESTUDO DE ROTEAMENTO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS ................. 109
FIGURA 35 CÉLULA DE ROBÔ DE SOLDA VIRTUAL E DETALHE DO DISPOSITIVO
DE FIXAÇÃO................................................................................................................. 110
FIGURA 36 ESTAÇÃO DE VISUALIZAÇÃO DE MODELOS DERIVATIVOS NO CHÃO
DE FÁBRICA ................................................................................................................. 111
FIGURA 37 ESTAÇÃO DE VISUALIZAÇÃO DE INSTRUÇÕES DE MONTAGEM
LINHA DE TRATORES................................................................................................. 111
FIGURA 38 INSTRUÇÕES DE MONTAGEM DE PROTÓTIPOS..................................... 112
5
FIGURA 39 SÍNTESE SOBRE UTILIZAÇÃO DE MODELOS DERIVATIVOS EM
LAYOUT INDUSTRIAL................................................................................................ 113
FIGURA 40 LAYOUT 3D DA FÁBRICA DE TRATORES................................................ 114
FIGURA 41 ESTUDO DE FRATURA DE CHAPA COM UTILIZAÇÃO DE ELEMENTOS
FINITOS......................................................................................................................... 115
FIGURA 42 CYCO WORKFLOW ANTIGO SISTEMA DE GESTÃO DA MANUFATURA
........................................................................................................................................ 116
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 INTRODUÇÃO DE NOVOS CONCEITOS DE ENGENHARIA...................... 49
QUADRO 2 TEMPOS MÉDIOS DO PROCESSO ANTERIOR DE MANUFATURA.......... 76
QUADRO 3 PRINCIPAIS CONCEITOS RECENTEMENTE INTRODUZIDOS NA JOHN
DEERE BRASIL............................................................................................................. 121
6
RESUMO
Este trabalho procura sintetizar oito anos de experiência profissional na implantação de
recursos de Sistemas de Engenharia nas unidades industriais da John Deere no Brasil.
Nos Anexos são apresentadas descrições de eventos ou situações que de alguma forma
influenciaram o atual ambiente de engenharia da companhia no Brasil.
7
ABSTRACT
This work presents a synthesis of eight years professional experience on the
implementation of Engineering Systems resources in the John Deere industrial operations in
Brazil.
Chapter 5 present some new Engineering Systems concepts ( actually been implemented )
as well as defines a new professional profile fro the engineers that will work on this environment.
On the Appendix are presented descriptions of some events that somehow influenced the
actual John Deere Brasil engineering environment.
8
1 INTRODUÇÃO
A John Deere Brasil S.A, ao longo de seus 57 anos de história, tem caracterizado-se pelo
pioneirismo tecnológico em seus produtos e em seus processos.
Aliados a este fator histórico, uma série de outros fatores criou um caldo de cultura que
permitiu o desenvolvimento de um grande conjunto de ferramentas e processos cujo resultado é
conhecido no âmbito da John Deere Brasil como Sistemas de Engenharia .
Por outro lado, a vivência de nove anos neste mercado especializado em fábricas e centros
de engenharia no Brasil, Argentina, Estados Unidos e México ( e indiretamente na Alemanha )
permite concluir que algumas das lições aprendidas na implementação em Horizontina e, mais
recentemente em Santo Ângelo, são universais e podem ser aproveitadas por qualquer empresa
do setor metal-mecânico interessadas em utilização de tecnologia de sistemas em seus processos
de engenharia.
De fato, ao longo destes anos em diversas ocasiões tivemos oportunidade de interagir com
empresas brasileiras que desejavam trilhar o mesmo caminho que a então SLC S.A. iniciou em
1993. Algumas das experiências com estas empresas são incluídas neste trabalho.
9
Utiliza-se como método, além da descrição e documentação clássicas, a conceituação de
Paradigma e o embasamento teórica da Teoria das Restrições .
A técnica apresentada pela Teoria das Restrições é utilizada em parte para analisar
criticamente alguns aspectos da implantação do conceito de Sistemas de Engenharia,
principalmente no sentido de não perder-se a necessária vinculação com os objetivos básicos de
qualquer empresa. Por outro lado, a inclusão de uma descrição sucinta desta técnica justifica-se
uma vez que se trata de teoria fartamente aplicável na análise crítica como suporte a decisões no
ambiente de Sistemas de Engenharia.
Outro objetivo bastante sério deste trabalho é definir linhas de partida para vários
desdobramentos do atual ambiente. Alguns destes desdobramentos são, neste momento, pequenos
projetos-piloto em andamento; outros são projetos aguardando aprovação para inclusão em
orçamento; outros ainda são ( e por que não ) sonhos povoando a imaginação de alguns
engenheiros ( e não é assim que tudo começa ? ) .
10
1.2 TEMA E OBJETIVOS
Em julho de 2002 foi encerrada uma avaliação corporativa deste status. Os resultados não
surpreenderam mostrando que em uma escala planetária ( pois esta é a escala das operações da
John Deere ) os resultados alcançados em Horizontina são significativos. Este trabalho pretende
mostrar como foram alcançados e desta forma ajudar as pessoas da John Deere Brasil que
buscam o novo a descobrir a melhor forma de alcançá-lo. Para tanto olhamos um pouco para o
passado, um pouco para o presente e muito para as pessoas que fazem este empresa, estejam estas
pessoas em Horizontina, Santo Ângelo, Catalão, Rosário ( Argentina ), Moline ( Illinois, EUA ),
Monterrey ( México ), Mannheim ou Zweinbrucken ( Alemanha ).
Eventualmente as experiências aqui descritas serão de utilidade para outras empresas que
operem em ambientes semelhantes.
11
Identificar pontos fortes e potenciais ameaças ao modelo de implementação da solução de
Sistemas de Engenharia adotada pela John Deere Brasil.
12
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.1.1 CAD
Com o contínuo avanço tecnológico, a soma de informações e conhecimentos que devem
estar sob o domínio do engenheiro cresce ininterruptamente. Os sistemas CAD se propõem a
auxiliar a manipulação e criação destas informações, sistematizando os dados de projeto
envolvidos, possibilitando uma rápida reutilização de informações quando necessário.
Outros sistemas que atuam na área de cálculos de engenharia são chamados de CAE
("Computer Aided Engineering"), onde são realizadas outras atividades do tipo análise estrutural
por elementos finitos (FEM), análise de escoamento, simulações multi-corpos, análise de tensões,
etc ...
13
Mesmo com essas dificuldades, os sistemas CAD são de extrema importância para o
projeto. As vantagens oferecidas no apoio ao projeto podem ser comprovadas em muitas de suas
etapas, indo desde uma melhor documentação e apresentação do produto, com melhoria da
qualidade dos desenhos, diminuição de tempo e custos e aumento de produtividade geral, até um
melhor gerenciamento do projeto.
Por outro lado, os sistemas CAD somente podem ter seu potencial totalmente aproveitado,
inclusive justificando-se técnica e economicamente, se estiverem integrados ao processo
produtivo como um todo. Em uma estrutura integrada, o CAD proporciona além dos ganhos
intrínsecos ao projeto do produto, aumento da eficiência das funções relacionadas ao
planejamento, fabricação e qualidade. Em outras palavras, o CAD deve estar integrado com
outros sistemas como CAPP, CAM e sistemas de gestão da produção ( PCP, MRP, ERP ).
Atualmente existe uma variedade de opções que devem ser consideradas ao se analisar os
sistemas CAD, dentre elas algumas caracterizam a funcionalidade do sistema, ou mesmo sua
aplicabilidade integrada com outros. Considerando o tratamento dos dados existem hoje no
mercado algumas variações, segue abaixo uma descrição sobre os sistemas 2D e sobre os 3D.
Sistemas 2D
14
de peças normalizadas, que são incluidas no desenho de forma interativa, o que confere uma
grande produtividade a esta atividade. Empresas do setor mecânico de pequeno e médio porte
preferem utilizar sistemas 2D, pois além do menor custo de aquisição e treinamento de seus
funcionários, esse sistemas exigem máquinas menos poderosas. Entretanto, existe hoje no
mercado uma série de sistemas 3D que se propõem a preencher essa lacuna (ver 7 SITES
CONSULTADOS ). b
O grande retorno da utilização de CAD 2D está na reutilização das informações, uma vez
que é bem mais fácil recuperar e modificar um desenho eletrônico, do que um desenho realizado
de forma convencional.
Sistemas 3D
No passado a modelagem por wireframe era o principal método utilizado pelos sistemas
CAD, possibilitando ligar linhas entre pontos nos espaços 3D, permitindo a criação de modelos
espaciais e garantindo a consistência de vistas 2D derivadas e cotagem associada.
15
Modelagem Solida CSG (Constructive Solid Geometry)
Sistemas que são capazes de realizar a modelagem sólida são muito mais poderosos que
simples modeladores baseados em wireframe. Esses programas são usados para construir
componentes que são objetos sólidos, e não simplesmente uma malha de linhas trançadas.
16
A segunda geração de modeladores Brep incluiu objetos primitivos com superfícies
analíticas, como cilíndros, esferas, cones, etc. Eles permitem a criação de modelos muito mais
complexos com geometria "exata". Para tal foi necessário o uso de algoritmos de interseção
muito mais complexos.
Os métodos de modelagem sólida CSG e Brep são frequentemente combinados para gerar
modelos de componentes. Cada um desses métodos possui suas limitações, e componentes de
difícil criação fazendo uso de um ou outro, podem ser gerados mais facilmente usando uma
combinação de ambos os métodos.
A maioria dos sistemas modeladores sólido comerciais são híbridos utilizando tanto o
método CSG quanto o Brep.
Um feature pode se definido como um elemento físico de uma peça que tem algum
significado para a engenharia. Ele deve satisfazer as seguintes condições:
17
· ter propriedades predizíveis.
O significado técnico de feature pode envolver a função à qual um feature serve, como ele
pode ser produzido, que ações a sua presença deve iniciar, etc. Features podem ser pensados
como 'primitivas de engenharia' relevantes a alguma tarefa de engenharia.
A modelagem sólida paramétrica permite que se crie modelos de produtos com dimensões
variacionais. As dimensões podem ser ligadas através de expressões. Ligações bidirecionais entre
o modelo e o esquema de dimensionamento permite a regeneração automática de modelos depois
de mudanças nas dimensões e atualização automática das dimensões relacionadas. Na figura a
seguir observa-se um modelo de um eixo escalonado em que a dimensão do diâmetro menor
depende do diâmetro maior através da equação Da = Db/2. Caso a dimensão do diâmetro maior
seja alterada, a dimensão do diâmetro menor é automaticamente alterada. Caso a dimensão do
eixo menor seja alterada, a dimensão do eixo maior pode se automaticamente calculada pela
inversa da função relacionamento.
18
Nem todos os sistemas CAD paramétricos provêem esta bi-direcionalidade, devido a
complexidade que isto envolve, o que penaliza o projetista, pois este tem que pensar na
estruturação das ligações dimensionais antecipadamente, sem o que a alteração do modelo pode
implicar em que ele seja refeito.
2.1.2 CAM
Podemos definir CAM como auxílio via computador da preparação da manufatura,
representando as tecnologias usadas no chão de fábrica, dizendo não só a respeito da automação
da manufatura, como: CNC (Comando Numérico Computadorizado), CLP (Controle Lógico
Programável), coletores de dados (DNC), como também a tomada de decisão, plano operacional,
etc.
19
2.1.2.2 Métodos de Programação CN
Programação Manual
Num terceiro novo conceito de programação CN, conhecido na Alemanha como WOP (
"Wertattsoriertierte Programminerung" ), o usuário inicia a programação a partir de um sistema
CAD e trabalha interativamente, definindo os parâmetros geométricos, de ferramentas e
20
tecnológicos, através de ícones gráficos. Gera-se também um arquivo neutro, que posteriormente
será pós-processado.
A vantagem dos programas auxiliados por computador está no fato da não necessidade da
realização dos cálculos da trajetória, transferindo esse trabalho para os recursos computacionais.
21
q Trabalhar integrado com sistemas com sistemas CAPP para possibilitar uma integração
dentro de um ambiente CIM;
q Possuir estrutura modular, para garantir sua implantação gradual e possibilitar expansões;
q Oferecer uma interface comum de programação para facilitar a comunicação dos usuários,
tanto a nível de escritório quanto no futuro, na programação na máquina CN;
q Possuir uma base de dados para cadastramento de diversas máquinas CN, para ser
possível a geração dos programas para as diferentes máquinas CN;
q Possuir uma tabela de mapeamento do local de armazenagem do programa CN, com sua
respectiva identificação, para possibilitar a transmissão DNC.
22
q integração de sistemas CAD com máquinas CN;
q correção de dados;
Diversas são as formas de realização destas funções. A forma clássica, que pode ser
chamada de DNC terminal, utilizando-se o terminal anteposto à máquina operatriz intermediando
a transmissão de dados. Desse modo o comando centralizado de funções não é possível, sendo a
iniciativa da transmissão dos dados a cargo do operador.
Uma segunda forma, pode ser chamada de DNC remoto. Ela permite o comando
centralizado, e é necessária quando robôs e máquinas operatrizes são utilizadas no contexto de
sistemas flexíveis de manufatura. Neste caso os programas são transmitidos e a máquina é
preparada remotamente para a usinagem. A decisão da transmissão parte do computador
controlando a linha.
23
2.1.4 Nesting
Nesting é uma sofisticação do CAM convencional que pode ser definido como um
conjunto de técnicas ou algoritmos pela qual geometria CAD é extraída e distribuída numa
chapa virtual de uma forma otimizada. Assim como no CAM convencional, o ambiente de
Nesting também deve permitir a definição dos caminhos de corte das ferramentas. Uma vez
definidos estes caminhos de corte ( a partir da disposição otimizada das peças na chapa virtual )
os mesmos serão traduzidos por pós-processadores específicos para cada máquina ( na verdade
para cada comando de cada máquina pois observa-se que o mesmo modelo de máquina CNC
fabricada em momentos diferentes poderá ter alterações em seu Comando Numérico que criarão a
necessidade de modificações no pós-processador ).
24
Nota: A experiência da John Deere com softwares de Nesting pode ser resumida nas
seguintes idéias:
q Numa operação mais simples certamente o conceito mostrar-se-á viável. Tivemos uma
experiência na fábrica em Catalão ( Colheitadeiras de Cana ) onde o Nesting Dinâmico
teve sucesso servindo a apenas uma linha de produto.
2.1.5 CAE
Engenharia Auxiliada por Computador ( Computer-Aided Engineering ) é a disciplina da
utilização de computadores na simulação de comportamentos ( deformações, estresses, fluxos de
25
fluidos, vibrações, ruídos, etc ) de componentes mecânicos e sistemas. Estas simulações
objetivam complementar a prototipagem real ( geralmente demorada e cara ) e são feitas baseadas
em modelos matemática dos problemas físicos. Estes modelos são resolvidos através de
diferentes procedimentos numéricos como por exemplo o Método dos Elementos Finitos ( FEM -
Finite Element Method ).
26
Os sistemas ERP surgiram a partir da evolução dos sistemas MRP (Material Resource
Planning). Neles, foram agregados as funções de programação mestre da produção, cálculo
grosseiro de necessidades de capacidade, cálculo detalhado de necessidade de capacidade,
controle do chão de fábrica, controle de compras e, mais recentemente, Sales & Operations
Planning. Dessa forma, os sistemas MRP deixaram de atender apenas as necessidades de
informação referentes ao cálculo da necessidade de materiais, para atender às necessidades de
informação para a tomada de decisão gerencial sobre outros recursos de manufatura. O MRP
passou, então, a ser chamado de MRP II (Manufacturing Resource Planning - Planejamento de
Recursos de Manufatura).
Os sistemas ERP são compostos por uma base de dados única e por módulos que
suportam diversas atividades das empresas. A figura abaixo apresenta uma estrutura típica de
funcionamento de um sistema ERP. Os dados utilizados por um módulo são armazenados na base
27
de dados comum e utilizados por todos os módulos
Os módulos citados na figura acima estão presentes na maioria dos sistemas ERP. Além
deles, alguns sistemas ERP possuem módulos adicionais, tais como: Gerenciamento da
Qualidade, Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de Manutenção, entre outros.
28
aproximem das funcionalidades do sistema. Então, a primeira medida de customização é a
seleção dos módulos que serão instalados. A característica modular permite que cada empresa
utilize somente os módulos que necessite e possibilita que módulos adicionais sejam agregados
com o tempo. Em seguida, para cada módulo, são feitos ajustes nas tabelas de configuração para
que o sistema se adeque da melhor forma possível aos novos processos de negócio. Mesmo com a
customização, a solução pode não atender a alguns requisitos específicos das empresas. Nesses
casos, as empresas precisam utilizar outros sistemas complementares ou abandonar seus
requisitos específicos e adotar processos genéricos.
Por esse motivo, a decisão de implantação de um sistema ERP só deve ser tomada após
uma análise detalhada dos processos da empresa e das funcionalidades dos sistemas ERP. Além
disso, é muito importante que as empresas considerem, desde o início da implantação, os
impactos que a redefinição dos processos e a introdução do sistema terão na estrutura, cultura e
estratégia da organização.
A utilização de sistemas ERP otimiza o fluxo de informações e facilita o acesso aos dados
operacionais, favorecendo a adoção de estruturas organizacionais mais achatadas e flexíveis.
Além disso, as informações tornam-se mais consistentes, possibilitando a tomada de decisão com
base em dados que refletem a realidade da empresa. Um outro benefício da implantação é a
adoção de melhores práticas de negócio, suportadas pelas funcionaldades dos sistemas, que
resultam em ganhos de produtividade e em maior velocidade de resposta da organização.
29
Na aplicação de sistemas ERP no desenvolvimento de produtos, devem ser analisadas as
sobreposições de funções entre esses sistemas e os sistemas de engenharia
(CAD/CAE/CAM/CAPP/PDM) e exploradas as possibilidades de integração entre eles.
O ponto comum de uma possível integração entre sistemas ERP e PDM é a Estrutura de
Produto (BOM). Com a sobreposição de funções, o problema é como se obter vantagens
competitivas na passagem dos dados da engenharia para a manufatura. Ainda não existe uma
abordagem definida, mas algumas soluções possíveis são:
Transmissão, em uma direção, dos dados da BOM para o sistema ERP utilizando APIs
(Application Program Interface) dos fornecedores de pacotes;
APIs bidirecionais nas quais o ERP envia para o sistema PDM informações necessárias
para a análise de custo e modificações;
Possibilitar que o ERP obtenha a BOM diretamente do PDM quando esta for criada e
mantenha estes dados com status de em projeto até que a atividade esteja completada.
Enquanto isso os dados ficam sobre o controle do PDM.
Um dos benefícios de uma efetiva integração entre sistemas ERP e PDM deve ser a
eliminação de dados redundantes e a redução do ciclo de transferência de dados da engenharia
para a manufatura. Deve-se observar que, atuamente, alguns sistemas ERP estão incorporando às
suas soluções funcionalidades completas de um sistema PDM, distribuídas ao longo de seus
módulos.
30
Sobreposição de funções e integração entre sistemas ERP e CAPP
A sobreposição de funções entre sistemas ERP e CAPP ocorre nas informações sobre
seqüência de operações de fabricação, equipamentos utilizados e tempos (plano de processo
macro).
Como no caso da integração entre sistemas PDM e ERP, ainda não existe uma abordagem
definida para a integração entre CAPP e ERP. Atualmente a transferência dos dados da
engenharia para a produção muitas vezes ocorre por duplicação de atividades ou ainda por
digitação dos dados no sistema ERP.
Mudança de paradigma é bem aceita pelo mercado pois reflete algo inovador, mostra algo
que vem mudar antigas formas de atuar para tornar-nos mais competitivos. Porém, poucas dessas
"novas" teorias realmente são mudanças de paradigma.
Para Barker [BAR 93], paradigma é: "um conjunto de regras e regulamentos (escritas ou
não) que faz duas coisas: (1) estabelece ou define limites; (2) diz como devemos comportar
dentro desses limites para sermos bem sucedidos."
31
Com isso, pode-se concluir que uma mudança de paradigma é uma mudança de
pressupostos básicos do campo de conhecimento, uma mudança nas 'regras do jogo', um novo
conjunto de regras. Paradigmas diferentes diferem significativamente em seus pressupostos
básicos.
Assim, uma mudança de paradigma não é algo suave. Como o título do livro de Kuhn [
KUH75 ] já sugere, uma mudança de paradigma é uma revolução. E uma revolução muda o
status quo.
Quem geralmente faz revoluções? Certamente não são as pessoas que estão melhor
posicionadas no status quo vigente, as pessoas que se destacam no paradigma predominante.
1. Um jovem que acabou de ser treinado. Ele estudou o paradigma, mas não o pôs em prática.
2. Uma pessoa mais velha mudando de área. Muito provavelmente a pessoa foi um perito em
outra área e, por algum motivo, resolveu mudar completamente.
Precisa-se parar um pouco para examinar que vantagens essas duas categorias de pessoas
têm em comum. Primeiro, as duas têm uma "inocência operacional" sobre a área em que
acabaram de entrar. Elas não entendem muitos dos aspectos mais sutis da comunidade a que
querem se juntar. Segundo, não sabem o que não pode ser feito. Por que isso é uma vantagem?
Muitos simples, se você não sabe que não pode atingir algo, algumas vezes você consegue...a
grande vantagem que essas pessoas têm é uma certa ignorância.... elas fazem perguntas
"idiotas"... Elas não percebem que não deveriam desafiar as práticas correntes porque ainda não
aprenderam essas proibições." [BAR 93]
32
2.2.1 Paradigma de Revolução
Os revolucionários, como são ignorantes em relação ao paradigma corrente ou são novos
em relação a ele, não possuem senso de propriedade sobre o mesmo e, dessa forma, têm uma
maior tendência a questioná-lo, a inovar. Os revolucionários não têm muito o que perder
defendendo essa nova teoria, enquanto que os praticantes do paradigma corrente têm muito o que
perder.
Kuhn diz que, os maiores nomes da área são contra a mudança de paradigma. Nada mais
natural. Eles construíram sua carreira (muitas vezes brilhante) em cima do paradigma corrente, e
é natural que eles não aceitem a opinião de 'leigos'.
"Paradigmas novos colocam em grande risco todos os que praticam o velho paradigma.
Quanto mais alta a posição da pessoa, maior o risco. Quanto melhor você for no seu paradigma,
mais você investiu nele e mais coisas você terá de perder mudando o paradigma." [BAR 93]
33
Por que é que mudanças de paradigma acabam ocorrendo, quer as pessoas queiram ou
não? Isso ocorre porque as metodologias se obsoletam. Para entender como isso acontece vamos
analisar, brevemente, a evolução de uma metodologia.
Para que é que criamos uma nova solução para determinada coisa? Para eliminar alguns
problemas e melhorar nossas vidas. A nova metodologia é baseada nos problemas que
encontramos atualmente nesse campo. Se a metodologia criada e implementada for bem sucedida
qual deve ser a conseqüência? Mudança da realidade. Se não mudarmos a realidade, não
melhoramos nosso desempenho. Não estou dizendo que qualquer mudança é uma melhoria, mas
sim que sem mudança não há melhoria.
Muda-se a realidade, o que acontece com a metodologia (políticas) criada, que mudou a
realidade? Deve-se analisar essa questão um pouco melhor. Cria-se a metodologia baseada numa
realidade que pretende-se mudar. Somos eficazes e mudamos a realidade, logo mudamos alguns,
ou todos os pressupostos que foram a base da nova metodologia. O que podemos concluir disso?
Que a nova metodologia vai ficar obsoleta e, quanto mais eficaz ela for, isto é, quanto mais
rápido e melhor ela mudar a realidade, mais rápido ela irá se tornará obsoleta!
Este uso de uma metodologia que mudou em muito a realidade. Ela foi a grande
responsável pela melhora significativa no nosso desempenho nesse campo, e por isso mesmo se
tornou obsoleta. Mas temos a tendência de fazer extrapolações do passado, isto é, de achar que se
algo funcionou muito bem até agora então vai continuar funcionando muito bem. Numa situação
dessas não iremos estar abertos a mudanças. Muitas vezes o que acontece é que tenta-se adaptar a
metodologia para tentar continuar melhorando, sem mudar os nossos pressupostos básicos. Faz-se
seguinte raciocínio: "Funcionou tão bem até agora que não se deve mais parar de usá-la." Cria-se
políticas e dogmas em cima dessa solução do passado. Vamos na contramão do bom senso.
Acaba-se fazendo com que a grande solução do passado seja o grande problema do presente!
Se a solução mudou a realidade na qual ela foi baseada isso quer dizer que os
pressupostos nos quais ela se baseou não são mais válidos. O que nos leva a concluir que não
devemos achar que se algo funcionou no passado então vai continuar funcionando no futuro.
Essa conclusão leva ao que a grande maioria das pessoas está acreditando cada vez mais,
que uma organização precisa criar um ambiente onde um processo de otimização contínua exista,
34
onde a mudança seja a política. É por isso que uma mudança de paradigma é bem vista, mas
precisa-se ser mais cuidadosos quando denominamos algo uma mudança de paradigma.
3. Ter sido criada por alguém que não é um perito do paradigma atual.
Na maior parte das vezes que algo é chamado de mudança de paradigma verifica-se que
nenhum dos três requisitos são verdadeiros. Na maioria das vezes o que acontece é que um perito
da área em questão sofisticou o paradigma predominante, tornando-o mais complexo, e chama
isso de mudança de paradigma.
Então, quando encontramos algo que dizem ser uma mudança de paradigma precisamos
nos certificar que essas três coisas são verdade, caso contrário, não estaremos diante de uma
mudança de paradigma.
O que está acontecendo é que o ambiente está cada vez mais dinâmico. Esse dinamismo
faz com que nossas práticas administrativas se tornem obsoletas muito rapidamente. Nós não
estamos acostumados nem preparados para lidar constantemente com mudanças. Há poucos anos
não se tinha preocupação com esse tipo de mudança radical. Uma pessoa, durante toda sua
vida, não precisaria passar por muitas mudanças de paradigma (muitas vezes não passava por
35
nenhuma). Já que a necessidade de se lidar com mudanças tão radicais não existia, nosso sistema
educacional não se baseava em técnicas de solução de problemas mas sim em memorização.
36
3- Inovando, promovendo soluções criativas pela aplicação da teoria das restrições, por
exemplo, aplicação específica de uma área, como introduzir uma meta , mercado, vendas,
gerenciamento do projeto.
"Retirar o valor acrescido do inventário não significa que não temos estas despesas". Não
há valor acrescido ao produto, todo o dinheiro que o sistema gasta transformando Investimento
em Ganho é colocado nessa medida. Despesa Operacional é intuitivamente compreendida como
todo o dinheiro que "temos que colocar constantemente dentro da máquina para mover suas
engrenagens." Salários, desde o presidente da empresa até a mão-de-obra direta, aluguéis, luz,
encargos sociais, depreciações, etc.
Precisa-se ter em mente que a restrição é o tempo disponível do recurso restritivo. Para
aumentar o Ganho da empresa é necessário tirar o máximo possível desse tempo disponível.
37
É necessário dar preferência aos produtos que têm maior ganho, e ao mesmo tempo, dar
preferência aos produtos que utilizam menos o tempo da restrição. Quando a empresa pode
produzir mais do que o mercado quer comprar, a restrição é o mercado.
- Inventário - Goldratt define em A Meta que "tudo o que é investido no sistema, é investido no
que se pretende vender".
38
3 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO TECNOLÓGICO
A tradicional fabricação em lotes sempre teve limitações inerentes. Os níveis de materiais
em processo são elevados e a utilização da máquina é baixa. As operações gastam muito tempo à
espera de algo acontecer, espera de máquina a ser preparada, espera para ser transferida ou
aguardando que outros serviços sejam concluídos na máquina. A produção em lote
freqüentemente exige vários abastecedores e seqüenciadores (acompanhadores), a fim de manter
o fluxo nas instalações de fabricação.
39
Entretanto, quando era necessária uma nova ferramenta, precisava-se parar a produção para
preparar a máquina. Cada ferramenta era trocada manualmente e tinha que ser ajustada tanto em
direção como em ângulo. Ao mesmo tempo, o procedimento de preparação podia incluir uma
fixação da peça, para que a próxima operação fosse executada numa seção diferente da peça.
Além disso, podia ser necessário o movimento ou uma troca manual da peça. A concepção do
controle numérico trouxe uma revolução total à indústria de máquinas-ferramenta e aos processos
de fabricação, ensejando uma febril e fecunda atividade de desenvolvimento e permitindo
visualizar uma enorme possibilidade de progresso[MAC87].
Com a idéia de eliminar o tempo de preparação e seu custo numa máquina operatriz, a
Ford Motor Company desenvolveu em 1948, o conceito da troca automática de ferramenta.
Quando necessário, uma particular ferramenta podia ser retirada automaticamente de um
magazine e inserida no mandril durante seu uso. Contudo, somente após 10 anos é que Kearney
Trecker construiu a primeira máquina de CN para utilizar a troca automática de ferramenta.
O próximo passo foi a integração de várias máquinas de CN. O primeiro sistema deste
tipo foi desenvolvido em 1967 pela Sundstrand Corporation e em seguida pela Cincinnati
Milacron Company. Por volta de 1970, foi construído o sistema de missão variável, sendo
controlado por computador.
O primeiro sistema controlado por computador foi construído em 1968 pela Sundstrand
Company. Aqui o computador substituiu a fita perfurada no controle de todas as operações de
usinagem.
Por outro lado, em 1961 um estudante de doutorado do MIT chamado Ivan Sutherland
(http://www.digitalcentury.com/encyclo/update/sutherland.html ) iniciou experiências a respeito
de comunicação entre homem e máquina utilizando gráficos em um computador TX2. O
40
programa que ele criou foi chamado Sketchpad . Este programa foi o avô de toda uma geração
de softwares de CAD em uso até hoje [BIL91]. Uma lista bastante completa dos sistemas de
CAD/CAM atualmente em uso pode ser encontrada em
http://www3.sympatico.ca/deepak/cadcam.htm .
O Sketchpad era capaz de traçar linhas ( utilizando uma ligthpen ) , criar e armazenar
objetos, desenhar na escala fixa de 2000:1 e executar zoom
(http://www.sun.com/960710/feature3/sketchpad.html#sketch ).
Fábrica do Futuro
Integração-Comunicação da fábrica
EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA
FMS
Computadores Gráficos por Computador
Manufatura(CN)
41
3.2 BREVE HISTÓRICO DA JOHN DEERE BRASIL
Originalmente fundada pelo engenheiro alemão Frederico Jorge Logemann e por
Balduíno Schneider em 1945, a Schneider Logemann e Cia era na verdade uma oficina de reparos
destinada a atender às necessidades dos colonos em termos de consertos de ferramentas e peças.
Rapidamente a empresa agregou uma serraria, um moinho e um gerador de energia que fornecia
luz ao então povoado de Belo Horizonte.
42
A seguir apresenta-se uma súmula dos principais eventos na história da SLC John Deere.
43
1969 Colheitadeira 1100 (1)
Novo Logotipo
44
Plantadeiras 600/700 ( figura a seguir )
45
FIGURA 6 PRODUTOS SLC JOHN DEERE 1985 - 1996
2001 - A Companhia troca sua denominação social para John Deere Brasil S.A. e inicia o
uso do novo logo mundial da John Deere.
46
FIGURA 7 COLHEITADEIRAS STS
A linha completa e atual de produtos John Deere no Brasil pode ser encontrada em
http://www.johndeere.com.br/listagemprodutos.asp
47
Com aumento dos produtos em sua linha de fabricação e mais flexibilidade entre
Engenharia do Produto e a Manufatura ( Engenharia do Processo e Produção ) implantou em
1993 conjuntamente o sistema de Projeto Assistido por Computador ( CAD ) e Fabricação
Assistida por Computador ( CAM ). No ano seguinte, buscando maior flexibilidade entra no
sistema o Comando Numérico Distribuído ( DNC ). Neste caso, o computador pode controlar,
utilizando protocolos de redes, várias máquinas CNC simultaneamente, operando com programas
e peças diferentes. As primeiras máquinas a usar o DNC foram puncionadeiras da marca Amada.
A comunicação com a fábrica torna-se uma realidade em 1998. Todos os sistemas são
compartilhados facilitando a comunicação entre os vários processos, linhas de montagem,
compras, engenharia do produto, serviços e vendas.
Entra na unidade fabril a primeira estação de robô conjugado na área de solda em 1995.
Veio para atender um conjunto de peças de perfil longo e estruturado.
Neste mesmo ano ( 1999 ), a adoção de um novo sistema CAD chamado Pro-Engineer
veio estruturar e organizar o projeto do produto e ampliar as possibilidades da manufatura.
48
Ano Novo Conceito Áreas Imediatamente Afetadas
1965 Primeira máquina CN ( cartão perfurado ) Manufatura
1983 Primeira máquina CNC Manufatura
1985 Implantação do primeiro MRP da companhia ( Sacil ) Materiais, Manufatura e Enga.Produto
1993 Engenharia do Produto começa a utilizar sistemas CAD ( PCADAM da Dassault) Enga. Produto
1993 Engenharia de Manufatura começa a utilizar sistemas CAD (AutoCAD) Manufatura
1994 Engenharia de Manufatura começa a utilizar sistemas CAM ( SmartCam) Manufatura
1994 Engenharia de Manufatura começa a utilizar sistema de Workflow (CYCO) Manufatura
1994 Implantação de DNC ( Comando Numérico Distribuído ) (Digicon) Manufatura
1995 Primeiro robô de solda Manufatura
1996 Eng Manufatura começa a utilizar modelador sólido (Autodesk MDT) Manufatura, Enga. Produto
1996 Primeiras máquinas de corte a laser ( Trumph ) Manuftura, Enga. Produto
1998 Começa o uso do Pro/ENGINEER na Eng Manufatura (piloto) Manufura, Enga. Produto
1999 Uso do Pro/E na manufatura ( produção ) Manufura, Enga. Produto
2000 Uso de NC/SheetMetal e NC/Machinning Manufura, Enga. Produto
2001 Começa o estudo e aplicações do VisMockup Manufura, Enga. Produto, Serviços
2001 Começa o estudo e aplicações do TopDown Design Manufura, Enga. Produto, Serviços
2002 Geração das primeiras OMS s utilizando-se o VisMockup Manufura, Enga. Produto, Serviços
2002 Implementação do VisMockup como visualizador de modelos no chão de fábrica Manufura, Enga. Produto, Serviços
2002 Todos os usuários treinados em Pro/ENGINEER ( Manufatura e Produto) Manufura, Enga. Produto, Serviços
2002 Primeiro contato com Manufatura Virtual Manufura, Enga. Produto, Serviços, Materiais
2003 Piloto de Manufatura Virtual na linha de montagem de tratores Manufura, Enga. Produto, Serviços, Materiais
QUADRO 1 INTRODUÇÃO DE NOVOS CONCEITOS DE ENGENHARIA
Estreitando-se um pouco mais o foco deste estudo sobre os sistemas de CAD utilizados
pela John Deere Brasil, podemos sintetizar de forma qualitativa as etapas pelas quais nosso
sistema passou até seu estado atual.
q Desenho 2D em Papel
q Desenho 2D CAD
q Desenho 3D Wireframe
q Modelos Derivativos
q Manufatura Virtual
49
O fato da John Deere Brasil ter passado por todas estas etapas, sem dúvida contribuiu para
a consistência da utilização das diferentes tecnologias.
No entanto, seria sem dúvida viável para uma empresa que estivesse começando hoje a
utilizar este tipo de tecnologia, iniciar pela Modelagem Sólida Paramétrica.
O contato diário com empresas do setor automobilístico mostra que é possível encontrar
ainda hoje no Brasil diferentes empresas operando em todos os níveis, inclusive no primeiro (
constatado apenas em pequenos fornecedores de implementos agrícolas ). Como curiosidade, em
2002 tive a oportunidade de visitar uma empresa fabricante de peças de reposição para máquinas
agrícolas com cento e vinte empregados e um faturamento respeitável. Esta empresa operava ( e
até onde sabe-se, permanece operando ), em um nível mais primitivo ainda, sem qualquer tipo de
desenho. A informação sobre as peças está ou na forma de modelos físicos das peças ou é parte
do conhecimento empírico de alguns funcionários.
50
4 ESTUDO DE CASO
a) Os custos do sistema utilizado pela John Deere eram extremamente altos para permitir
sua disseminação nos volumes necessários para um sistema de CAD e CAM na então SLC ( ver
Anexo 2: Custos, Qualidade de Serviços, etc. Nasce uma paixão pela Big Blue ).
b) Não havia suporte no Brasil para o sistema utilizado pela John Deere. Uma vez que o
impacto de deficiências de suporte seriam muito rapidamente sentidos ( problemas com o CAM,
por exemplo, podem afetar muito rapidamente a produção ) optou-se por adotar na manufatura
um sistema mais disseminado no país ( e portanto com mais suporte disponível )
51
CADAM ( rodando em workstations RISC com sistema operacional Unix ), ambos da empresa
francesa Dassault Systemes.
O Sistema de CAM vinha sendo já há alguns anos apresentado à companhia por uma
revenda e prestadora de serviços da Autodesk bastante conhecida e respeitada no mercado. Este
sistema baseia-se no AutoCad para preparação das informações e o SmartCam ( da PointControl )
para as operações de CAM especificamente. O foco inicial deste sistema foi a manufatura de
chapas e o desenvolvimento de seus processos.
52
plenamente operacional, CAM apliacado à manufatura de chapas, de fundidos e de usinados em
diferentes estágios de desenvolvimento.
q A John Deere passou a sinalizar fortemente o fim do uso dos produtos Dassault (
Professional CADAM e CCD ).
53
q Ficou evidente e passou a ser analisada a pouca eficiência da relação entre
Engenharia de Produto e de Manufatura em termos de tráfego de informações de
engenharia, especialmente no caso de geometrias. Foram feitos alguns trabalhos em
busca da Engenharia Simultânea no qual aparecia claramente a questão dos
ambientes distintos de desenvolvimento de Produto e de Processos.
Seu uso no Brasil tem crescido bastante nos últimos anos. Inicialmente restrito a empresas
de grande porte ( em função dos então altos custos de implantação ), hoje é uma opção muito
interessante para empresas até então cativas de sistemas mais triviais como os da Autodesk. Sua
relação custo-benefício, principalmente para empresas com manufatura integrada a suas
engenharias ou com integração com fornecedores, é excelente.
54
No caso da John Deere, uma particularidade de fundamental importância é a
disponibilidade de licenças corporativas da grande maioria dos módulos que compõe o
Pro/Engineer. Estas licenças estão disponíveis para todas as unidades através de acesso remoto
via endereçamento internet.
É interessante observar que este custo não é subsidiado mas sim correspondente ao custo
real do software para a Corporação John Deere. Ocorre que o elevado número de licenças ( perto
de 600 ) adquiridos pela corporação, permitiram uma grande otimização de custos.
É necessário destacar que naquele momento a manufatura da John Deere ( então SLC )
estava conceitualmente muito mais avançada em termos de utilização de tecnologia
computacional em seus processos do que a Engenharia de Produto.
55
Engenharia do Produto permanecia utilizando o Professional CADAM que nada mais era do que
uma prancheta eletrônica.
Houve momentos em que estes modelos de produto gerados pela Manufatura foram
enviados a Engenharia de Produto para visualização por parte dos engenheiros que descobriram
neste tipo de tecnologia um recurso infinitamente superior do que o 2D oficialmente em uso .
Alguns engenheiros mais jovens começaram a contrabandear estes modelos sólidos para
visualização dos sistemas pelos quais eram responsáveis. Houve casos de engenheiros sendo
treinados as escondidas ( com o aval discreto do Diretor Industrial ) em Mechanical Desktop para
melhor utilizar esta informação.
Por outro lado havia muita reclamação da Manufatura em relação ao baixo nível de
integração entre os sistemas. No caso particular de chapas a situação era bastante frustrante.
A solução vendida no mercado como definitiva era a utilização fos chamados formatos
neutros como os arquivos DXF.
Para comentários sobre o formato DXF ver o capítulo 5.2.1 Modelos Derivativos.
56
Estava bastante evidente ( em função das boas experiências na Manufatura ) que este
sistema deveria ser baseado em Modelagem Sólida Sólida Paramétrica.
A definição oficial do mesmo era ( e é ) sempre que necessário introduzir uma nova
tecnologia, fazê-lo em um ambiente controlado, estanque, mas com todas as carcterísticas
operacionais e funcionais que o ambiente real .
57
FIGURA 8 PROJETO PILOTO DE IMPLANTAÇÃO DO PRO/ENGINEER
58
q Efetuar as operações de CAM sobre o Nesting ( sempre que adequado ) tais como
definição de caminhos de corte com otimização de tempo de execução do corte e/ou
redução de desgaste da ferramenta .
59
FIGURA 9 RESULTADOS ALCANÇADOS COM O PROJETO PILOTO DE
IMPLANTAÇÃO
60
Como resultados adicionais treinamos eficientemente vinte e três técnicos e engenheiros.
Estes profissionais foram treinados em modelagem básica, modelagem de chapas e CAM de
chapas ( quatro deles ).
SheetMetal
NC SheetMetal CAM
Uma análise qualitativa simples do principal produto John Deere ( colheitadeira ) ilustra a
razão para esta definição:
61
Peso médio de uma colheitadeira: 9450 kg
Estes problemas não resolvidos constituíram uma Lista de Problemas que passaram a
ser considerados parâmetros de avaliação de qualquer nova possível solução CAD/CAM a
examinar.
As discussões iniciais com a John Deere mostraram que em sua maioria estes problemas
teriam solução no ambiente Pro/Engineer. Esta foi uma referência de fundamental importância no
momento de decisão.
Uma vez que as licenças são alugadas e o custo deste aluguel é diretamente vinculada à
demanda ( não existe aumento de Inventário mas de Despesa Operacional, aumento este
diretamente proporcional à utilização ), poderia-se simplesmente incorporar o custo do aumento
62
de capacidade à Despesa Operacional de cada departamento de forma linear com a utilização do
recurso ( otimizando assim a utilização quase até a forma ideal ).
Baseado nesta nova demanda foi estabelecido o objetivo de ter-se os processos descritos
no Projeto Piloto operacionais em novembro de 2000, assim como um esboço consistente da
organização necessária para mantê-los.
63
FIGURA 11 PUNCIONADEIRA AMADA
64
4.2.3 Utilização em modelagem e fabricação de fundidos
PROCESSO ANTIGO
Desenho 2D - DIEP
TEMPO MÉDIO 10 HORAS
MONTAGEM - FERRAMENTARIA
65
PROCESSO ATUAL - PRO/ENGINEER
MONTAGEM - FERRAMENTARIA
66
definitivamente abortada. A melhoria ( redução ) nos tempos de execução das peças
justificou este cancelamento. As razões para esta redução de tempos de usinagem são
fundamentalmente:
67
CQ40043
CQ36704
CQ38634
68
Tempo de Usinagem das Peças
2785
3000
2500 2181
2000
Pro/Engineer
811
1000
363
205
500 129
0
CQ40043 CQ36704 CQ38634
Código da Peça
Tamanho do Arquivo
556521
600000
500000 428576
400000
Pro/Engineer
229737
nº linhas 300000
SmartCAM
149996
200000
63960
100000 45821
0
CQ40043 CQ36704 CQ38634
Código da Peça
69
Tamanho de Arquivo
16000 14614
14089
14000
12000
Pro/Engineer
10000
6000
4000
1595,7
1184
2000
0
CQ40043 CQ36704 CQ38634
Código da Peça
Custo de Usinagem
2500
2088,75
2000
1635,75
Pro/Engineer
1500
Reais SmartCAM
1000
608,25
272,25
500
153,75
96,75
0
CQ40043 CQ36704 CQ38634
Código da Peça
70
As conclusões finais obtidas desta implementação-piloto foram embasadas na análise dos
dados apresentados nas Figuras 16a 19e são as seguintes:
71
Grampos de Aperto
72
FIGURA 22 ELEMENTOS DA BIBLIOTECA PADRÃO DE COMPONENTES DE
FERRAMENTAL
q O projetista gasta muito menos tempo modelando componentes. Mais e mais de seu
tempo passa a ser utilizado estudando o conceito do dispositivo, simulando soluções a
partir de componentes-padrão.
q Garante-se uma padronização controlada dos componentes. O projetista conta com um
número finito e controlado de componentes com os quais deve conduzir seu trabalho.
73
FIGURA 23 MODELAGEM E MONTAGEM DE UM DISPOSITIVO DE FURAÇÃO
q Geração automática de vistas. Este é um trabalho que tomava em média 30% do tempo
de um projetista médio. O Pro/Engineer é bastante eficiente em gerar vistas planas de
componentes ou conjuntos. Neste aspecto, como em outros, o Pro/Engineer resolveu
pendências antigas não solucionadas por outros sistemas.
q Cotagem. A colocação de cotas de forma automática ou não também consumia boa
parte do tempo dos projetistas. O Pro/Engineer melhorou em muito este processo.
Vale comentar a satisfação dos técnicos em poder dedicar parte significativa de seu tempo
em atividades criativas ( e que, do ponto de vista da companhia, que realmente agregam valor ).
O mesmo sentimento de satisfação observou-se por exemplo, nos técnicos envolvidos nos
processos de CAM, os quais passaram a gastar mais tempo simulando soluções ( aproveitando
sua experiência profissional ) em busca de otimização, ou o pessoal de Engenharia de Produto
que passou mais tempo buscando alcançar funcionalidades do produto em vez de desenhando ou
mesmo modelando etapas intermediária.
A frase mais ouvida e que bem ilustra o conceito é poder-se ir diretamente ao filé .
74
Também é pertinente comentar que a John Deere tem por meta em 2008 não operar mais
com desenhos na América do Sul. A previsão para a corporação como um todo é mais tarde.
Deve-se notar que a necessidade do desenho já hoje é mantida fundamentalmente em
função dos fornecedores. Tendo em vista a aceleração da tecnologia de Manufatura Virtual, no
entanto, é bastante possível que esta data seja antecipada.
75
4.3.1 Ciclo de Manufatura Anterior
A seguir, descrição do ciclo de manufatura anterior para chapas. São apresentados os
respectivos tempos médios por item. Os tempos apresentados são estimativas do DIPP,
departamento da John Deere Brasil responsável pela manufatura de Plataformas de Corte e
Plantadeiras.
O Dipp manufatura perto de 5000 itens e os tempos apresentados são tempos médios.
76
4.3.2 Ciclo de Manufatura Pro/Engineer
O atual ciclo de manufatura é composto das seguintes etapas:
Até o presente momento não foi possível fazer uma estimativa séria de um tempo médio
em função do novo sistema ( assim como todos os recursos da companhia ) estar sendo utilizado
até o limite como forma de responder aos sucessivos aumentos de produção da unidade nos
últimos quatro anos.
No entanto, esta utilização maciça do sistema nos permite identificar claramente alguns
pontos com significativo potencial de ganho.
q Nesting : os recursos do Pro/Engineer para nesting são bastante mais avançados do que
os anteriormente disponíveis. Estima-se uma redução da ordem de 60 % neste tempo (
atualmente 35 min. em média ), reduzindo esta componente para algo como 14 min.
77
atuais, uma redução média de 20 % é esperada, passando a etapa de 15 min. para 12
min.
78
q O software não é adquirido. Ele é alugado da John Deere. Não existe, portanto,
inventário. Existe despesa operacional.
As seguintes considerações feitas sobre uma situação real freqüentemente enfrentada pela
companhia nos últimos anos ilustram ambos os modelos.
Por outro lado, no ambiente Pro/Engineer teria-se um custo para acesso a 40 licenças
Pro/Engineer completas ( CAD e CAM ) durante 1 ano
79
40 usuários x US$2.25 x 5h/dia x 5 dias/sem x 4 sem x 11 meses = US$ 99000
O DIPP tem sob sua responsabilidade perto de 5000 itens. Destes, aproximadamente 70
% ( 3500 itens ) são chapas. Na média, segundo medição deste departamento, um projetista
gastava 30 minutos por item modelando as peças correspondentes ao desenho 2D enviado pela
engenharia de produto. Isto foi feito a partir do momento em que foi comprovado que trabalhar
com modelo sólido é bastante vantajoso no processo de desdobramento da peça e do projeto do
dispositivo e/ou ferramenta. Esta vantagem é fruto dos recursos de visualização 3D,
possibilidades de realizar-se medições e simulações ( inclusive simulações dinâmicas ), etc.
Considerando um custo-hora médio dos projetistas no valor de US$ 14,00 este potencial
de ganho ( redução de custo ) representa algo como US$ 24500, valor este correspondente à
despesa operacional do departamento eliminada apenas em função da modelagem das peças ser
feita na engenharia de produto.
80
projetistas. No novo ambiente, considerando apenas o tempo ganho pela fato do modelo vir
pronto da engenharia do produto, o departamento passa a necessitar de apenas 60 horas-extras.
Um outro exercício interessante seria estimar um novo tempo médio para o ciclo de
manufatura.
Tomando-se como referência o tempo anterior por peça ( 175 min ), e considerando-se
peças de chapas feitas em puncionadeiras ou lasers, teríamos a seguinte composição ( redução
nos 175 min ):
Considerando 3500 itens de chapa, sendo que 70% são fabricados em laser ou
puncionadeira, o potencial de ganho ( redução de despesa operacional ) é de aproximadamente
81
FIGURA 25 MODELO PARA TREINAMENTO PRO/ENGINEER
A montagem do rolamento pode ser feita inserindo-se individualmente cada esfera, o que
implica na execução de um dado procedimento 24 vezes ou, se for do conhecimento do operador,
inserindo-se uma esfera em cada lado do rolamento e então, através de procedimento adequado,
automatizar a inserção das restantes vinte e duas esferas.
Significa que se o operador for corretamente treinado o mesmo procedimento pode ser
realizado em um tempo aproximadamente dez vezes menor.
82
q abrangente : seus módulos cobrem os mais diversos ramos da engenharia mecânica como
design de produto básico e avançado ( com superfícies ), modelagem e manufatura de
chapas, de fundidos e usinados, de plásticos e outros materiais, de circuitos elétricos e
hidráulicos, controle dimensional, ergonomia, análise por elementos finitos, etc;
Estas duas fortes características significam que os usuários podem ( e em muitos casos
devem ) ter uma gama muito grande de conhecimentos para atuar nas várias fases do processo.
Por exemplo, o engenheiro de produto atuando no desenvolvimento de chapas deverá, ao modelar
suas peças, ter suficiente conhecimentos de manufatura para agregar ao modelo as características
adequadas ao processo ( se a peça for ser cortada em uma puncionadeira os alívios de dobra
deverão ser adequados a este tipo de máquina; os furos na peça deverão corresponder as
ferramentas disponíveis no magazine padrão das puncionadeiras, etc ). Da mesma forma, sua
informação original poderá ser diretamente inserida nos catálogos de peças e/ou manuais técnicos
de produto.
Nota: esta é uma das razões que em geral inviabilizam a disponibilidade de serviços
sérios de consultoria deste sistema enquanto solução de Manufatura no Brasil. O consultor
teria que ter uma fábrica a sua disposição, muito conhecimento dos processos envolvidos e
tempo para aprender. Apesar disso, é possível comprar este tipo de consultoria no mercado.
Pelo menos um de nossos fornecedores cometeu este erro ( ver Anexo 3, Episódio III, Se eles
usam, nós usaremos também . Outra maneira de interpretar estes fatos é que as empresas
precisam adquirir e desenvolver internamente este conhecimento, direcionando-o para seus
próprios processos.
Em suma, a abrangência do sistema exigirá uma maior cultura profissional dos usuários e
alto senso de responsabilidade, visão industrial, habilidade específica com o software e muita
disciplina .
83
Outro ponto a destacar é que a cada seis meses existirão ( por força de contrato entre a
PTC e a Deere & Co. ) atualizações de versão. Historicamente estas atualizações têm
acrescentado e melhorado recursos que implicam em re-treinamento.
Tempo para qualificação provavelmente vai ser uma restrição permanente do sistema.
Pela experiência que tivemos até agora, as áreas não estão dimensionadas para tal carga
de treinamento. O afastamento dos profissionais de seus postos de trabalho para treinamento
altera a produção das áreas pois as dotações de pessoal são extremamente rígidas e não
consideram o tempo de treinamento em seu dimensionamento.
Este traço cultural vai ter que ser trabalhado e o tempo de treinamento dos profissionais
deverá ser incluído na carga de trabalho de cada área.
Algumas referências:
84
Média Brasil < 1%
Média Japão = 10 %
85
engenheiro de produto que está desenvolvendo um fundido ( e conseqüentemente modelando
geometrias mais complexas ) deve sentir-se à vontade para procurar apoio na pessoa responsável
por fundidos, a qual deve ter sido adequadamente treinada para fornecer tal suporte.
Esta política está sendo aplicada com sucesso à modelagem de chapas e fundidos em
particular e em geral para todos ou módulos do Pro/Engineer.
86
Comprimentos Ângulo Ângulo
retos dos tubos de giro. de dobra
Escolha da
matéria prima
Obs.: Podem-se
adicionar mais
materiais, entrar
em contato com
2244 ou 5102
impa todos os
ados das caixas de Recupera dados do
ntrada de dados último item criado
Para sair do
PipeCreator.
87
4.5.1.1 Formação técnica da mão de obra em geral.
q Curso Técnico em Mecânica: mantido através de convênio com a Escola Jorge Logemann
e o SENAI, este é um curso técnico com duração de quatro anos nos quais forma-se a mão
de obra de nível técnico da John Deere Brasil.
88
estágio nos processos em que seriam treinados. Desta forma, ao conhecimento de
processos vinha-se somar o conhecimento da nova ferramenta.
q A empresa treinou apenas pessoas com uma perspectiva profissional razoável dentro da
empresa. Independentemente de idade ou tempo de serviço, procurou-se identificar
funcionários que pudessem retornar o longo investimento a ser feito em sua formação.
Incluíram-se no processos de treinamento alguns poucos técnicos em fase de
aposentadoria e que posteriormente viriam a ser recontratados.
A John Deere Brasil tem uma longa tradição de encarar de forma segura, arrojada mas não
impulsiva novas tecnologias tanto em termos de produtos como em termos de meios de produção
( Ver Capítulo 3 .2 Breve Histórico da John Deere Brasil e Capítulo 3.3 Evolução do Cenário
Tecnológico na John Deere Brasil ).
89
4.5.1.5 Definição da empresa por um projeto de implementação
§ projetos-piloto
q todas as novas tecnologias são introduzidas na John Deere Brasil através de pequenos
projetos-piloto ( para a caracterização destes projetos-piloto ver Capítulo 4.2.1 Projeto
Piloto da Utilização do Pro/Engineer em Manufatura. ).
Este talvez tenha sido um dos fatores mais decisivos para o sucesso da implementação.
90
Na época esta postura gerou conflitos pois a tendência e o usual no mercado de então era
terceirizar esta gestão. As propostas-padrão das empresas de consultoria eras: entregue-me o
problema, nós entregamos a solução ( !?!? ) e você paga a conta .
Algumas decisões erradas tomadas por empresas da Região Sul e baseadas no argumento
meu produto é melhor e eu conheço seu processo melhor do que você gerou situações em
alguns casos não resolvidas até hoje. Para ilustração de um caso que potencialmente teria um mau
desfecho ver Anexo III Edisódio II Pode mudar que eu garanto .
A opção da John Deere foi ter em seu quadro pessoas com suficiente conhecimento
técnico de sistemas e do negócio para gerir o relacionamento com parceiros (?) externos,
direcionando o trabalho destas empresas de acordo com os interesses da companhia.
Um fato básico é que prestador de serviços vende seu produto. Ainda que sua atuação seja
como integrador de soluções de vários fabricantes e não simplesmente revenda, a meta do
prestador é vender o seu produto ( software, serviço de consultoria ) o qual nem sempre é a
melhor solução para o cliente.
Esta é uma situação desigual na qual o fornecedor tem inicialmente mais conhecimento
tecnológico do que seu potencial cliente. O mau fornecedor usa esta vantagem para vender seu
produto e manter uma relação de dependência o maior tempo possível. Tal situação tem sido
observada tipicamente em empresas pequenas e médias que procuram entrar no mundo de
Sistemas de Engenharia e são atendidas por empresas que dedicam-se exclusivamente a vender
produtos e serviços.
Uma situação mais equilibrada é observada entre duas empresas que já mantém relações
técnicas diversas e onde uma delas domina a tecnologia desejada pela outra. Deste modo o
interesse da empresa fornecedora é manter e ampliar a relação já existente o que provavelmente
91
vai levar-lhe a uma atitude muito mais isenta, buscando realmente ajudar o cliente a alcançar a
melhor solução.
A lição que ficou destes tempos primeiros foi que considerando realisticamente o
mercado, vale a pena incluir na estrutura da empresa conhecimento gerencial para a implantação
de sistemas. Esta gestão será feita baseada nos interesses e estratégias da empresa e não nos
interesses de um dado fornecedor.
4.5.2 Ameaças
Uma avaliação cuidadosa do histórico da implantação do Pro/Engineer na John
Deere Brasil demonstra que nas diferentes fases de absorção desta nova tecnologia ocorrem
diferentes ameaças.
92
pertinente notar que se fôssemos basear a construção desta visão em casos do mercado de então,
não teríamos feito a implantação.
q Disseminação da tecnologia neste período a ameaça foi dupla. Por um lado foi
necessário conter o impulso de tornar o sistema solução para tudo. Até hoje são utilizados alguns
sistemas em paralelo com o Pro/Engineer. Estes sistemas justificam-se em função da
especificidade dos processos a que atendem. Um exemplo é o software de CAM das máquinas de
corte laser Trumph. A segunda ameaça ( pela qual, aliás, a companhia paga até hoje ) é a
omissão de áreas da companhia que consideram sua única função satisfazer as demandas do
momento. Estas áreas postergaram ao máximo a adesão ao novo ambiente, sempre alegando não
ser possível trabalhar e aprender ao mesmo tempo . Infelizmente houve então falta de uma
liderança mais forte que não aceitasse esta alegação.
93
q Estabilização nesta fase o sistema começa a mostrar resultados e é possível
visualizar-se o ciclo completo. No caso da John Deere Brasil a ameaça foi a exposição de seus
profissionais ao mercado. Uma vez que a tecnologia estava evoluindo no mercado e que as
operações industriais da John Deere em geral e no tocante a sistemas em particular estavam sendo
vistas como modelo, perdemos profissionais ( principalmente engenheiros ) para empresas como
Audi ( Alemanha ), Mercedes ( Brasil ), Volvo ( Suécia ) e Embraer.
1998 2002
Projetistas 26 34
94
Produto e ter estas modificações refletidas quase que instantaneamente em todos os processos
dependentes, graças a ligação mantida pelo Pro/Engineer ( relacional e paramétrico ) entre o
modelo da peça suas derivações. Se a peça for um fundido, por exemplo, uma modificação feita
no modelo de engenharia da peça vai refletir-se no modelo do bruto ( peça com sobre-metal ), nos
modelos da ferramenta de fundição, nos programas CNC que controlarão a usinagem da peça
bruta, nas instruções de montagem da peça e na própria estrutura de produto.
q Podemos ver a integração alcançada também sob o ponto de vista de outras áreas
da companhia que não as engenharias de produtos ou manufatura. A área de serviços, por
exemplo, foi diretamente beneficiada e afetada em seus principais processos. A geração de
manuais e catálogos, por exemplo, hoje é feita completamente baseada nas informações oriundas
da Engenharia de Produto no ambiente Pro/Engineer. Não apenas o nível de controle sobre a
atualização de informações de manuais e catálogos foi ampliado enormemente. A prórpia geração
da imagens de componentes e conjuntos assim como a lista de componentes de cada página são
gerados dentro do ambiente de Sistemas de Engenharia. Neste momento estudam-se
oportunidades de utilização das informações de engenharia dentro do universo dos
Concessionários de outras formas que não apenas através de publicações técnicas.
§ Vários anotaram como comentário adicional não entender como trabalhavam antes
do Pro/Engineer
95
É interessante observar que muitos indicaram como falha no processo de implantação a
não disponibilidade de mais tempo para aprendizagem. Existe a consciência de que a ferramenta
pode dar mais resultados desde que conhecida mais profundamente.
CAM
Ferramental
Fundidos
PRO/E
Catálogos
Análise
Visualização
Instruções de Montagem
A figura acima ilustra algumas das funcionalidades que hoje são alcançadas e mantidas a
partir do modelo original da engenharia.
De forma geral, o processo de introdução de novas tecnologias na John Deere Brasil tem
seguido o seguinte padrão.
q Algum produto ( em geral, novos produtos ) são escolhidos para um projeto piloto.
96
q O projeto piloto é informado a comunidade de engenharia.
q A John Deere Brasil identifica a nova tecnologia uma oportunidade na utilização da nova
tecnologia e inicia um processo de entendimento da mesma.
q A John Deere Brasil inicia um projeto piloto, usualmente muito mais realista do que o
realizado pela corporação ( a razão para isso é muito simples. Os grupos de
desenvolvimento e implementação de novas tecnologias são separados das fábricas. São
considerados grupos de elite dedicados a identificar e planejar a utilização de novas
tecnologias. Muito claramente, no entanto, tecnologia de engenharia não se desenvolve
eficientemente apenas em escritórios ou em laboratórios mas sim em campo ( ou em
fábricas). Por estar completamente integrado aos processos de manufatura de suas
fábricas, o grupo de Sistemas de Engenharia da John Deere Brasil tem conseguido alto
nível de eficiência em identificar e implementar novas tecnologias no mundo real da
engenharia ).
97
Uma vez que o Pro/Engineer ( e qualquer sistema de seu porte ) faz este trabalho de
integração e controle, esta função ficou esvaziada.
Alguns, no entanto, não conseguiram quebrar o antigo paradigma e foram, de uma forma
ou de outra, afastados do processo.
98
5 NOVOS PARADIGMAS - DESDOBRAMENTOS
DOS SISTEMAS DE ENGENHARIA DA JOHN DEERE
BRASIL NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉC. XXI
Esta linha foi definida a mais de uma década e gerou um volume imenso de trabalhos
teóricos e práticos, assim como movimentou um volume considerável de dinheiro.
Certamente fugiria ao escopo deste trabalho descrever estes processos ( e mesmo não
seria possível fazê-lo de forma completa em função da ainda confidencialidade de parte deles ).
Para melhor orientar o leitor é conveniente comentar que muito por circunstâncias
históricas e muito pelo valor dos engenheiros brasileiros envolvidos nestes processos, a John
Deere Brasil detém hoje dentro da Corporação John Deere a maior diversidade de utilização do
Pro/Engineer como ferramenta de desenvolvimento de produtos e, particularmente no caso da
Engenharia de Processos, algumas das aplicações mais avançadas da corporação.
Foi recentemente feita uma avaliação com o Diretor Global de Sistemas de Manufatura da
companhia, o qual corroborou esta informação. Infelizmente, os detalhes desta avaliação
permanecerão confidenciais por alguns anos.
99
Em resumo, a John Deere Brasil está desenvolvendo em Horizontina boa parte das
soluções de sistemas que comporão o ambiente de engenharia da corporação na década que se
inicia.
Como comentário adicional devemos considerar que toda a tecnologia aqui presente é
bastante recente e, em alguns casos, inédita no Brasil. Conseqüentemente a literatura acadêmica a
respeito é escassa e a maior parte da informação disponível no mercado tem sua origem em
fornecedores de soluções o que certamente diminui o grau de isenção desta informação.
DXF Lançado e difundido pela Autodesk foi por um bom tempo padrão de mercado para
desenhos 2D
100
IGES Foi uma tentativa de desenvolver um formato neutro apto a transferir informação entre
2D e 3D. Uma interessante descrição de sua finalidade pode ser obtida em http://www poderia
usar desenhos ou modelos de engenharia .nist.gov/iges/about.html
STEP Padrão adotado pela NASA para CAD 2D e 3D. A leitura da norma que define sua
adoção pode ser feita em http://www.hq.nasa.gov/office/cio/standards/2817.pdf e é bastante
interessante e atual.
Por outro lado, conforme os sistemas evoluíram e a informação neles contida ficou mais
completa ( e por isso mesmo mais complexa ) mais e mais oportunidades para uso dentro das
organizações apareciam. Por exemplo, marketing poderia utilizar desenhos e modelos de
engenharia para suas ações; a área de engenharia industrial poderia utilizar desenhos em modelos
para planejamento e de layout; etc.
A solução possível então, além do uso dos formatos neutros ( sempre com suas limitações
) era dotar cada uma destas áreas de um software de CAD compatível com o CAD utilizado pela
engenharia. Além do custo de licenciamento existiam agregados a esta solução os custos de
treinamento ( muitas vezes de pessoal sem maior capacitação técnica ) e de manutenção.
Ocorre que em muitos casos a vantagem potencial na adoção do mesmo sistema do cliente
muitas vezes não cobria os custos desta implantação. Em outras situações uma empresa que
fornecia para diversas montadoras, por exemplo, era obrigada a adotar diferentes sistemas de
CAD como forma de habilitar-se a transacionar com o cliente.
Um aspecto adicional era que a informação obtida pelo fornecedor era muitas vezes
redundante. Um fornecedor de pintura para determinada peça necessitava de um conjunto de
101
informações sobre uma dada peça diferente das informações necessitadas por um fornecedor de
serviços de usinagem e diferentes de um fornecedor de embalagens, por exemplo. Ocorre que
para viabilizar os negócios os três fornecedores tinham que capacitar-se a ler os modelos do
cliente com todas as informações anexadas.
A John Deere sofreu durante bastante tempo com estes problemas, tanto interna como
externamente. Tentou-se, por exemplo, soluções para geração de folhas de processo e manuais e
catálogos de produtos. Da mesma forma sofremos com as limitações impostas aos negócios com
fornecedores.
Por algum tempo a solução aparentemente seria dada pelo próprio mercado.
Os custos de aquisição de sistemas CAD do nível dos utilizados pelas grandes empresas
diminuiu. Aparentemente a solução seria prover aos fornecedores ao menos as partes necessárias
de um Pro/Engineer ou Catia, por exemplo.
Era necessário a criação de um novo conceito que permitisse extrair dos modelos
de engenharia as informações pertinentes sem os níveis de custo de um sistema CAD.
Seguindo-se esta definição, arquivos como .dxf, .tiff, .hpg, entre outros, são arquivos
derivativos de CAD 2D.
Já os arquivos .IGS, .STP, entre outros são derivativos mais específicos para 3D.
O formato .JT também é um modelo derivativo de CAD 3D. A diferença entre o .STP e o
.IGS é que ele não permite a edição de sua geometria, ou seja, é impossível modificá-lo através
de um sistema CAD.
A grande vantagem deste arquivo derivativo de formato .JT - chamado de Direct Model -
é que ele utiliza um algorítimo muito poderoso, capaz de copiar características (features) dos
sistemas CAD de origem (Pro/E, CATIA, UniGraphics) como nenhum outro gerador de arquivos
102
derivativos. É uma cópia perfeita do CAD de origem, inclusive, traz consigo informações
relativas a todos os metadados da origem CAD. Outro fator muito importante a ser considerado é
o tamanho deste arquivo que é, pelo menos, quatro vezes menor que o arquivo CAD de origem,
chegando muitas vezes a ser até dez vezes menor, facilitando o envio (troca) de informações de
maneira efetiva; sem perdas de informações da geometria. O tamanho reduzido do arquivo resulta
em vantagem para tráfego na rede.
Ponto importante que deve ser levado em consideração é o baixo custo de aquisição e
manutenção deste tipo de tecnologia.
Neste caso, o fornecedor adquiriu, sob orientação da John Deere Brasil, todos os
softwares necessários para manipulação dos arquivos .JT .
A John Deere definiu como objetivos iniciais para a adoção desta tecnologia:
103
q Reduzir o tempo necessário para a obtenção de dispositivos para fabricação e para tornas
disponíveis estes dispositivos na fábrica;
q Possibilitar uma capacidade de visualização sem precedentes, capacidade esta que vai
influenciar o próprio conceito implementado na linha.
104
Não fazem parte de E-Tools, softwares como
Assim sendo, a primeira vez que o produto será fisicamente construído será para venda.
Algumas das funcionalidades atingidas com a construção virtual são listadas a seguir.
105
dinâmicas, verificações de colisões entre parte do produto ou do produto com o meio, métodos de
montagem, etc.
106
O processo de construção virtual na verdade desenvolve e verifica a estratégia de
montagem. Componentes modulares são montados virtualmente e os conceitos de montagem
concebidos no momento da criação destes componentes são revistos. Oportunidades para sub-
montagens são identificadas, visualizadas e verificadas. A seqüência dos eventos de manufatura é
estabelecida, otimizada e verificada para cada componente.
107
disposição física podem ser rapidamente feitas e mudanças rapidamente feitas no projeto do
produto ou o layout da estação de montagem pode ser modificado para reduzir a fadiga do
técnico envolvido.
108
RY159153
Cada um destes
representa um
modelo funcional
109
5.2.4.7 Verificação de processos completos de manufatura
Toda uma estação de processo pode ser construída virtualmente. A programação do robô
de solda ( ou de pintura, ou de montagem ) pode ser feita neste ambiente virtual considerando
todos os elementos deste ambiente. Colisões ou não acessibilidade de objetos serão identificadas
antes da construção do primeiro componente ou mesmo antes da aquisição do robô.
110
5.2.6.1 VISUALIZAÇÃO NO CHÃO DE FÁBRICA
111
5.2.6.3 INSTRUÇÕES DE MONTAGEM DE PROTÓTIPOS
112
Montagem Layout
Pro/E
Pro/E AutoCAD
Layout Completo
no FactoryView
113
FIGURA 40 LAYOUT 3D DA FÁBRICA DE TRATORES
5.2.6.5 CAE
A própria John Deere têm oferecido serviços de consultoria utilizando sua enorme e
avançada infra-estrutura de pessoal, laboratários e relacionamento com Universidades e Institutos
no mundo todo.
114
- Chapa rompendo com menos de 1000 horas
de uso.
115
FIGURA 42 CYCO WORKFLOW ANTIGO SISTEMA DE GESTÃO DA MANUFATURA
Provavelmente os oito anos de trabalho com engenharias da John Deere ( a maior parte do
tempo em Horizontina, eventualmente nos Estados Unidos, México e Argentina, três dos quais
apoiando o recrutamento de novos engenheiros ) não sejam habilitação suficiente para discorrer
de forma genérica sobre a questão de perfil profissional para os engenheiros do século XXI. No
entanto, esta experiência é considerada adequada pela John Deere para discorrer sobre o perfil
adequado para a função de engenheiro na Corporação. Eventualmente algumas das observações a
seguir poderão ser aplicáveis de forma mais genérica.
116
Quando a John Deere começou a implantação de CAD, o custo de um assento ( software e
hardware ) estava ao próximo a US$30.000,00. Hoje é possível a uma pequena empresa
desembolsar o equivalente ao custo de um AutoCad com hardware compatível ( algo em torno de
US$6000,00 ) e adquirir uma estação bastante consistente de Pro/Engineer.
Desta forma, de maneira geral podemos dizer que os princípios de utilização de sistemas
de engenharia aplicam-se de forma muito semelhante as pequenas, médias e grandes empresas.
Integração As soluções de sistemas são e serão cada vez mais integradas. Nos
ambientes de engenharia o esforço de integração ocorre entre
q Fornecedores
117
q Vendas ( subsídios a engenharia do produto )
Existe uma só base de dados e esta base é partilhada por toda a organização .
Nossa experiência mostra que, em geral ( a menos nos casos em que o estudante teve
oportunidade de realizar estágios consistentes ) o engenheiro recém-formado acredita que sua
área de trabalho é exclusivamente nas dependências Departamento de Engenharia e que telefones
e e-mails resolvem suas necessidades de informação. Minha impressão pessoal é que é evitado o
contato pessoal com pessoas fora do círculo da engenharia. Esta limitação seria bastante séria em
qualquer processo industrial. É inaceitável nos processos da John Deere.
118
dos diferentes sistemas da máquina. Num determinado momento foi convidado a participar de
testes de campo com uma equipe da engenharia experimental composta apenas por técnicos e
pelo supervisor da área, o qual não permaneceu no local.
2) Trabalho em equipe . Provavelmente esta foi nossa maior surpresa ao trabalhar com
recrutamento de novos engenheiros. Em geral as escolas ainda preparam engenheiros para
trabalhar ( ? ) sozinhos ou no máximo de forma compartimentada.
Uma evidência extrema desse fato foi entrevista que feita com o primeiro classificado no
curso de engenharia mecânica na mesma universidade citada anteriormente. Além das excelentes
notas o rapaz tinha a vantagem de ser originário de uma família dedicada a agricultura. No
entanto, quando perguntado a respeito de suas características mais fortes ele respondeu que era
trabalhar muito melhor sozinho . Como ilustração deste fato disse que fez a maioria dos
trabalhos na universidade sozinho uma vez que não tinha muita paciência para trabalhar com
outros .
É interessante considerar a observação feita por C.C. Furnas [FUR73] em 1973 no livro
O Engenheiro :
119
grandiosos, parecem brincadeira de criança ao lado de alguns empreendimentos hoje realizados
pelos engenheiros orientados pela ciência.
O critério individualista dos Velhos Chefes teve que ser substituído por uma organização
do mais alto requinte que se denomina engenharia de sistemas ( produtos ). Atualmente,
especialistas de muitos campos trabalham com partes distintas de um problema, sob os
chamados administradores de programas ( gerentes de produto ). Esses administradores
possivelmente não conhecem os detalhes da atividade de cada especialista, mas sabem o
suficiente a respeito do projeto global, das relações existentes entre cada parte e das exigências
funcionais para que possam orientar e coordenar a execução das tarefas .
120
Conceito Publico a quem se destina
CAD 2D para projeto de produto Engenheiros de produto
CAD 2D para projeto de ferramental Projetistas
CAM chapas, usinagem Técnicos de processo
DNC Operadores de máquina
Robótica Programadores, operadores de máquina
Modelagem sólida em projeto de ferramental Projetistas
Modelagem sólida em desenvolvimento de produto Engenheiros de produto, projetistas
Modelagem sólida para desenvolvimento de processo Engenheiros de processos
Simulação computacional de processos Engenheiros de produto e de processos
Visualização Todos
Colaboração com fornecedores Engenheiros de produto, compradores, fornecedores
Maior dificuldade ocorre quando o tema é comportamental, como por exemplo técnicas
de planejamento de carreiras e de administração de desempenho individual ou de grupos. A
primeira reação dos mais jovens em geral é de desinteresse e mesmo de desprezo (!) .
Aparentemente os novos engenheiros dão um peso muito pequeno a questão custo, sua
análise e controle.
Conforme o tempo passa e estes jovens amadurecem profissionalmente esta visão muda.
121
No entanto, fica clara a necessidade de uma melhor preparação dos estudantes para a
aprendizagem de temas não-técnicos , em particular os relacionados a áreas comportamentais.
O fato é que, uma vez aprovado o conceito, a abrangência de sua aplicação tenderá a
crescer até os limites da corporação.
122
a) Inglês é constrangedora mas real a necessidade de permanecer citando a importância
do domínio efetivo do idioma inglês. No entanto, a experiência com recrutamento demonstrou
que, em particular no caso de alunos oriundos das universidades federais, este é um tema muito
pouco trabalhado. Não me parece coerente que uma ferramenta básica para o exercício
profissional não seja considerada nos currículos das escolas. No entanto, a realidade é esta. Os
poucos profissionais capacitados em inglês o são por iniciativa própria e não em função dos
currículos oficiais. Cabe observar que com o advento da globalização qualquer empresa brasileira
pode fornecer seus produtos para virtualmente qualquer mercado ( assim como pode sofrer
concorrência em seu mercado por parte de empresas de qualquer lugar do mundo ). Desta forma
o inglês torna-se um elemento importante para empresas nacionais também. É interessante
observar que no caso da Argentina observa-se movimentação no sentido da difusão do português
no meio empresarial. No caso da John Deere, enquanto os colegas de Rosário não aprendem o
português, a comunicação oficial é feita em inglês.
123
No entanto, certamente poder-se-ia otimizar seu desempenho inicial na empresa incluindo este
tipo de informação em sua formação acadêmica.
Nota: a John Deere iniciou há alguns anos e está atualmente em fase avançada de
implementação um grande projeto de redesenho de todos os seus processos. A base fundamental
deste projeto é a obra de Michael Hammer, Reengineering Corporation.
124
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[NET 97] NETO, Thomas Corbett. Contabilidade de Ganhos. A nova contabilidade
gerencial de acordo com a Teoria das Restrições. Capítulo 9. São Paulo: Nobel, 1997.
[BAR 93] BARKER, Joel Arthur. Paradigms, the business of discovering the future. New
York: Harper Business, 1993.
[KUH 75] KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Editora
Perspectiva, 1975.
[MOU 87] MOURA, Reinaldo A. Flexibilidade Total, Homem x Máquina. IMAM, 1987.
[SHI 96] SHINGO, Shigeo. O Sistema Toyota de Produção do Ponto de Vista da
Engenharia de Produção. 2º Ed, Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
[BRA 94] BRANDÃO, Marco A. L. Homo Informaticus e a Fábrica Automatizada.
Revista Controle da Qualidade, Ed. Banas, Junho de 1994.
[NET] NETO, Thomas Corbett. Mudanças de Paradigma. Teoria das Restrições (TOC).
[APO 00] Produção Enxuta, MP/Automotivo. Apostila, Engenharia de Produção, UFRGS,
2000.
[MAC 87] MACHADO,Aryoldo. Comando Numérico aplicado às Máquinas Ferramenta.
2º Ed, São Paulo,Ïcone Editora Ltda, 1987.
[GOL] GOLDRATT, Eliyahu. A Meta
[GOL91 ] GOLDRATT, Eliyahu. Síndrome do Palheiro, garimpando informação num
oceano de dados. São Paulo: IMAM, 1991.
[GOL98 ] GOLDRATT, Eliyahu, Corrente Crítica. São Paulo, Nobel, 1998
[SLC95 ] SLC, Empresas Schneider Logemann 50 Anos. Porto Alegre, 1995
[BIL91] BILLING, Kenneth W, Managing and Networking AutoCad, 1991
[FUR73] FURNAS, C.C., O Engenheiro, Livraria José Olympio Editora, 1973
[HAM94] HAMMER, Michael, The Reengineering Corporation, HarperCollings Publishers,
1994
125
7 SITES CONSULTADOS
Entrevista com Michael Hammer
www.perspectivas.com.br/leitura/g7.htm
126
8 ANEXOS
Do curso de Matemática, além da paixão pela Lógica ( mais exatamente pelo que eu
chamo de Lógica Completa , sobre a qual discorro brevemente a seguir ) ficou a lembrança
muito forte de meu primeiro dia de aula na qual o Chefe do Departamento de Matemática na
época disse que apenas 2% de vocês serão matemáticos ( bacharéis em matemática ). O resto ( e
pela entonação que ele deu, esta palavra representava algo repulsivo, inferior, desagradável ) vai
ser professor .
Meu amigo e colega Flávio Sperotto estava estagiando em uma certa SLC a qual
localizava-se muito longe de Porto Alegre, em um lugar ( muito ) pequeno. Ao contrário do que
aprendi em minha primeira aula na Engenharia Elétrica, este lugar tinha alguns poucos
engenheiros eletricistas ( e muitos engenheiros mecânicos ) e queria começar um trabalho
relacionado a utilização de sistemas em ambientes de engenharia. Por razões que com o tempo
entendi, apesar dos atrativos que oferecia ( salário interessante, acesso a tecnologia de sistemas e
de manufatura mais moderna no mundo, oportunidade de carreira, viagens internacionais ) a
empresa tinha dificuldades em atrair engenheiros bem formados para trabalhar em Horizontina.
127
A versão resumida deste primeiro momento de minha vida profissional na John Deere é a
seguinte.
Por que ?
A primeira foi o então Diretor Industrial, Jorge Kruel. Minha impressão foi que aquele
homem era o motor que fazia funcionar aqueles ( na época ) oitenta mil metros quadrados
densamente povoados por uma diversidade enorme de máquinas de todos os tipos ( a maioria dos
quais eu nunca tinha visto ) e por 1600 funcionários altamente qualificados e que tinha como
produto principal um veículo extremamente complexo, caro, barulhento, verde, lindo e que ajuda
a produzir alimentos ( e, devo confessar, que eu nunca pensei que existisse ). O Sr. Kruel me
disse que nos próximos anos seriam fabricadas as colheitadeiras ( este era o nome daquilo ) de
uma forma muito diferente e que isto passava por aprender e ensinar muita tecnologia de sistemas
tanto focada em projeto como em processos. Ele queria um professor para fazer isso.
Provavelmente o que mais me marcou foi ter encontrado um homem com a experiência, o
poder e responsabilidade dele com conhecimento suficiente para conversar comigo de igual para
igual sobre CAD e como poderíamos utilizar este tipo de tecnologia naquela indústria. Como isto
era possível ? Como ele tinha tempo para aprender estas coisas ? Levei algum tempo para
entender e para absorver a técnica. Trata-se simplesmente de aprender com as pessoas. Ele
mantinha perto de si gente que ajudava-o a compreender as múltiplas tecnologias que
compunham ( ou que poderiam vir a compor ) os processos sob sua responsabilidade.
A segunda entrevista foi com o então Gerente de Engenharia de Produto, Jones Dalmolin,
que viria a ser meu chefe, amigo e mentor por quase cinco anos.
Além da diferença física ( quem conhece os dois sabe bem do que falo ) a diferença de
personalidade e ao mesmo tempo a sintonia entre os dois executivos me fascinou.
128
O curioso deste início foi que fui descobrir quanto seria meu salário depois de estar
trabalhando há duas semanas em Horizontina. Perguntei ao chefe se aquele valor era bom e
resposta foi que para começar era bom . E assim foi.
O primeiro movimento da então SLC no mundo dos Sistemas de Engenharia foi duplicar
em Horizontina o mesmo ambiente computacional que operava nas unidades John Deere no
mundo.
Desta forma ,em 1993 fomos obrigados a introduzir em uma empresa sem qualquer
tradição em informática um sistema de CAD rodando em plataforma RISC/Unix.
Uma vez que a John Deere utilizava produtos IBM, a decisão na época foi igualmente
adotar produtos IBM.
Passamos assim a ter contato com a parte da IBM que cuidava dos produtos dedicados a
engenharia.
Foram tempos heróicos, aqueles. Hilários, estressantes e muito, muito educativos também.
Aprendemos desde o início a reconhecer o peso que nossa cultura ( aqui refiro-me a à
cultura brasileira ) dá as aparências. Os caras da IBM invariavelmente vinham a Horizontina
em bonitos ( e caros ) ternos. Mesmo após várias vezes termos explicado que a cultura da SLC ( e
felizmente, da John Deere como corporação ) era muito mais informal ( mas nem por isso menos
séria ) nossos fornecedores insistiam em apresentar-se no padrão IBM . Infelizmente o tempo
mostrou que a consistência do figurino não tinha equivalente na consistência dos serviços
prestados pela empresa. É justo comentar que os produtos propriamente ditos sempre foram e são
excelentes. Os computadores RISC que adquirimos em 1992 e que trabalharam quase
ininterruptamente por oito anos estão ainda operacionais.
A grande lição ( e que nos serviu muito ao trabalhar com outros fornecedores de produtos
e serviços ) foi que muitas empresas ainda investem muito na imagem e descuidam-se ou não dão
o mesmo peso a consistência de seus produtos e serviços.
129
A história de nossa relação com a IBM é pontuada de episódios ímpares.
Não lembro da seqüência exata dos eventos mas um resumo aproximado segue-se.
Alguns dias depois recebemos os cabos dos monitores que ... vieram trocados.
Aprendemos então que o sistema de gestão era um tanto inflexível para situações fora do
padrão .
É claro que sempre ficava no ar a idéia de que talvez nós, como uma empresa do interior,
talvez não estivéssemos capacitados a trabalhar com uma empresa mundial como a IBM.
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1) desconfiar dos fornecedores que investem demais em aparência ( de suas pessoas,
instalações, eventos promocionais, etc ) e não demonstram consistentemente domínio
de seus produtos e de seus processos;
Estas três regrinhas simples têm facilitado muito nosso relacionamento com os forneceres.
Hoje este relacionamento é muito mais direto, objetivo, rentável ( para todos ) e muito baseado
em confiança entre as empresas.
É justo dizer que o pessoal técnico da IBM que nos atendeu ( e atende ) foi sempre
excelente. O problema sempre foi a gente de marketing .
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As lições aprendidas neste início foram e seguem sendo valiosas e são partilhadas com as
empresas que nos procuram em busca justamente deste tipo de experiência ( na verdade,
sabiamente buscam aprender com o sofrimento dos outros ), assim como são incluídas no
treinamento dos novatos.
Descrevo três ( entre muitos ) episódios que ilustram o conceito e embasam minha opinião
de que as empresas precisam de inteligência interna em termos de sistemas ( em particular sou
enfático em defender esta posição para Sistemas de Engenharia. A derivação imediata deste
conceito é que as escolas de engenharia deveriam estar preparando seus alunos para desempenhar
este papel nas organizações em que futuramente atuarão. ) e não devem confiar sua estratégia de
adoção de novas tecnologias a terceiros.
Há mais ou menos quatro anos tomava parte em uma seminário promovido pela
AutoDesk ( www.autodesk.com ) na Unisinos ( www.unisinos.org.br ).
No final do dia de trabalho fui procurado pelo representante de uma empresa parceira da
AutoDesk a qual estava oferecendo a uma empresa do Paraná consultoria para a implementação
do modelador de sólidos Mechanical Desktop.
Esta pessoa gostaria que o gerente geral desta empresa visitasse a John Deere para
convencer-se a respeito dos bons resultados da modelagem sólida, etc.
Como sempre faço nestes casos disse que receberia com prazer a visita mas que me
limitaria a mostrar o uso que fazíamos do sistema.
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Algumas semanas depois recebi a visita da pessoa em questão.
O produto fabricado pela empresa paranaense era uma família de balcões frigoríficos para
supermercados.
Após andarmos pela fábrica meu novo amigo pediu-me um momento para conversar
sobre alguns pontos em particular.
Ele queria saber como era o desempenho do Mechanical Desktop para projetar
conjuntos .
Inicialmente tive dificuldades para entender a pergunta mas após alguma conversa entendi
que a situação era a seguinte.
A empresa dele projetava cada novo produto como uma entidade única. Não haviam
componentes. Apenas produtos completos.
Expliquei que o modelador em questão seguia a lógica que nossa engenharia seguia:
projetava-se componentes e, posteriormente montava-se conjuntos. Com vários destes conjuntos
chegava-se a produtos inteiros.
Dei-me conta então que o problema de meu novo amigo tinha pouco a ver com sistemas e
muito mais com metodologia de projeto.
Levei-o para conhecer nossa área de Serviços de Engenharia que é justamente responsável
por administrar as relações entre componentes, conjuntos e produtos.
Em resumo, a consultoria estava tentando vender seu produto e não ajudar a empresa a
melhorar sua engenharia.
Aconselhei meu novo amigo a procurar outra consultoria que tivesse um enfoque mais
direcionado a suas necessidades reais e não apenas a vender ( empurrar ? ) um produto.
Creio que por essa razão este parceiro da AutoDesk não solicitou nenhuma outra visita a
Horizontina.
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EPISÓDIO II PODE MUDAR QUE EU GARANTO
Já estávamos utilizando o DNC da Digicon há alguns anos quando a empresa que nos
fornecia treinamento e produtos AutoDesk fez uma campanha bastante agressiva para que
trocássemos todas nossas redes DNC ( na época tínhamos cinco redes conectando perto de 60
máquinas CNC ) então fornecidas pela Digicon por outro produto desenvolvido por uma empresa
de Florianópolis.
Deve-se observar que a empresa em questão tinha conhecimento sobre nossas operações
mais do que suficientes para entender que virtualmente toda a produção da companhia passava
pelas redes DNC. Sem elas a fábrica simplesmente não funcionaria.
Esta empresa também tinha, certamente, conhecimento para julgar os dois produtos e as
duas empresas fabricantes.
O fato é que seis meses após a campanha de vendas a empresa de Florianópolis faliu e o
produto saiu do mercado.
A razão básica para não termos feito a mudança ( embora do ponto de vista comercial
certamente fizesse sentido ) foi a confiança desenvolvida e comprovada na Digicon ( a qual até
hoje nos fornece não apenas soluções em DNC mas em várias outras linhas de sistemas de
manufatura ).
Infelizmente, de forma geral os engenheiros não são preparados para este trabalho.
Mais preocupante ainda é o fato que a complexidade crescente dos processos de produção
exige o envolvimento de engenheiros em sua definição.
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Temos aí um paradoxo onde o papel da Universidade é preponderante.
Um dos principais fornecedores da John Deere no Brasil deu-se conta que seria necessário
evoluir em seus processos para adequar-se as novas práticas em uso em Horizontina.
Esta empresa utilizava de forma muito básica produtos Autodesk e sempre tratou o tema
sistemas de engenharia como um mal necessário .
O desenho original de nossos Sistemas de Engenharia foi norteado por uma premissa
básica: era necessário duplicar em Horizontina o ambiente de engenharia de produto da John
Deere na Alemanha e Estados Unidos. Assim foi feito.
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Se existia a concordância quanto a necessidade de ambos os lados utilizarem tecnologia
de sistemas ( a Engenharia de Produto porque precisava duplicar os ambientes americano e
alemão para fabricas produtos John Deere e a manufatura porque queria aproveitar esta
informação que agora estaria disponível na forma digital e porque fazia sentido do ponto de vista
do ambiente tecnológico na fábrica ) existiam alguns pontos sérios de divergência que foram
decisivos para que tivéssemos de uma forma muito natural dois sistemas de engenharia
coexistindo por alguns anos.
Recebi o recado de ligar para meu velho amigo argentino assim que possível.
Após as brincadeiras sobre a copa ( certamente dei mais risadas do que ele ) ouvi que a
empresa dele desejava adotar eu sistema de ERP para integrar suas operações internas e, num
segundo momento, integrar-se com as empresas das quais é fornecedor.
Conheço de alguns anos a operação desta empresa e não foi difícil direcionar a conversa
para onde eu queria.
Disse ao meu velho amigo que antes de pensar em sistema de informática seria necessário
que eles mapeassem todos os seus processos e estabelecessem os pontos de ligaçã ( links ) entre
eles. Por exemplo, como o Financeiro se relacionaria com a Manufatura, esta com Compras, etc.
Comentei isso de propósito, pois sei que a operação desta companhia é baseada em ilhas nas
quais uma poucas e frágeis pontes permitem ( alguma ) troca de informação .
Meu amigo tomou aquilo como uma revelação e pediu-me para escrever minha visão
pois certamente seria impactante dentro de sua organização e ele queria algum documento para
embasar o começo da discussão.
Na SLC de 1993-1995 provavelmente não estávamos neste estágio tão inicial pois já
trabalhava-se com um ERP desde ******** .
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Existia a visão de que o produto da Engenharia de Produto ( ou A Turma do Carpete )
era um papel ( desenho ) onde especificava-se tecnicamente o item. Nesta especificação pouco
havia de colaboração da Manufatura.
Ocorria, por exemplo, da Engenharia de Produto especificar chapas que deveriam ser
cortadas em puncionadeiras com furos com dimensões diferentes das ferramentas disponíveis.
Outro exemplo interessante é a especificação de todos ângulos de saída iguais para um dado
fundido o que em alguns casos criavam uma peça fisicamente impossível ( neste ponto vale o
seguinte comentário: ao integrarmos a Fundimisa ( fundição ) em nossos Sistemas de Engenharia
e conseqüentemente começamos a modelar os fundidos, constatou-se que muitos desenhos não
correspondiam as peças físicas ( ou seria ao contrário ).
Ao discutir o tema dos fundidos com os supervisores mais antigos a posição sempre era
todos nós sabemos como fabrica-se fundidos e como eles devem ser projetados .
Algum tempo depois, já como Gerente de Sistemas, promovi uma visita técnica de um dos
grupos de projeto a Fundição. Para surpresa de muitos, a maioria das pessoas que há bastante
tempo projetava fundidos nunca havia estado em uma Fundição e não entendidam de fato como o
desenho que eles geravam era transformado em uma peça física.
Naquela época a visão departamental era muito forte ( como o é no citado exemplo
argentino ) e sobrepunha-se a visão de produto.
Por outro lado, as pessoas com modelos mentais mais duros sempre colocam-se na
defensiva diante da perspectiva de mudança. Para um velho ( mentalmente ) supervisor que
sempre fez desta maneira perguntar a uma simples técnico como desenhar um fundido de
forma a que o processo como um todo fosse o mais completo e correto possível já em sua origem
era algo quase inalcançável. Na visão destas pessoas existiria uma perda de poder ao buscar
conhecimento, pois seria uma demonstração de que não se tem todo o conhecimento necessário
(!!!) .
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Ao escrever estas linhas lembro dos sábios conselhos de meu pai quando concluí o CPOR
e fui estagiar como Aspirante a Oficial e posteriormente como Segundo-Tenente.
O conselho foi: Procura os sargentos. Cada sargento sabe muito sobre alguma coisa que
tu vais ter que saber um pouco .
A visão de que o verdadeiro poder vem do controle do processo ( no qual as pessoas são
elementos chave e como tal devem ser tratados ) aos poucos está se tornando comum na John
Deere Brasil.
Os novos supervisores não tem mais medo de buscar informações dentro e fora da
organização, independentemente do nível hierárquico.
Em um determinado momento ficou óbvio que o caminho a seguir seria integrar todas as
Engenharias ( Produto, Experimental e Manufatura ) em um único grande sistema que, para efeito
de estudos passou a ser chamado Sistema Único de Engenharia.
Posto isto aos gerentes de manufatura, um dia procurei o Diretor Industrial, Jorge Kruel
para conversar sobre o tema.
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Após entender qual o assunto que me levava a procurá-lo, perguntou-me se eu estava
convencido de que o Pro/Engineer seria o caminho certo a seguir.
Para min há surpresa imediatamente após eu responder que sim ele disse que iria comigo
na decisão e que deveríamos iniciar a implementação.
Confesso que levei um susto pois tinha bem presente as enormes implicações da decisão.
Paradigmas muito fortes foram quebrados então.
Para a companhia, com certeza, aquele foi um dos momentos mais importantes de sua
história, pois abriu um caminho que mostrou-se longo, complexo e penoso mas cheio de
recompensas, realizações e desdobramentos.
Ficou a lembrança e admiração do homem que entendeu e teve coragem de tomar uma
decisão daquele porte baseado na opinião de um então jovem engenheiro.
Uma das primeiras discussões que tivemos na então SLC quando as pessoas começaram a
entender que tipo de mudanças ocorreriam em relação a nossos ambientes de engenharia quando
efetivamente adotássemos recursos de informática.
A compreensão do conceito de CAM foi bastante natural e intuitiva por duas razões.
Em primeiro lugar algumas máquinas CNC então em uso já tinham pequenos sistemas
CAM incorporados aos comandos nos quais era possível exercitar o conceito geral ( definição de
caminhos de corte, especificação de ferramentas, simulação e otimização do processo ).
Por outro lado haviam fornecedores tentando vender soluções de CAM a companhia.
O único ponto em que foi necessário trabalhar foi conscientizar as pessoas que CAM era
uma ferramenta de otimização do trabalho de profissionais e não uma ferramenta de eliminação
de profissionais. Em outras palavras, o CAM não desenvolveria programas CNC sozinho mas sim
otimizaria o trabalho dos programadores.
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Podemos dizer, portanto, que a assimilação do conceito de CAM deu-se bem cedo e de
forma relativamente consistente.
CAM ( geração de caminhos de ferramentas ) -> pós-processamento -> geração de programa CNC
Uma vez entendido o conceito, alguns pontos foram levantados, como por exemplo:
a) seria necessário um pós-processador para cada tipo de máquina e a SLC tinha vários
tipos e origens de máquinas. Seriam muitos pós-processadores diferentes.
140
c) em terceiro lugar ( e que na época foi o mais grave ) é que trata-se de software ( o
pós-processador é, na verdade, uma peça de software ) e a SLC é uma fábrica de máquinas
agrícolas e não de software era o paradigma vigente.
A estimativa atual é que 90% dos pós-processadores desenvolvidos na John Deere Brasil
sofrem alguma modificação antes de um ano de operação.
Um fator fundamental para atingir-se este entendimento está no fato de que todos os
programadores CNC são formados e em certo período de suas carreiras atuam como operadores
de máquinas e como técnicos de processo.
Mais do que qualquer outra razão minha motivação era a crença de que a vida
poderia ser explicada e resolvida pela Matemática.
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Vinte anos depois concluo que eu estava ao menos parcialmente certo. Existe uma
Lógica que rege nossa existência ( ao menos a existência profissional ).
Não pretendo aqui mais do que informar que tenho uma visão ( que chamo talvez
de forma inadequada de Lógica Completa ) clara de que nos sistemas de produção atuais ( quero
dizer, aqueles que utilizam tecnologias atuais de informática para atingir seus objetivos ) de que
existe uma regra que define de forma mais ou menos geral o comportamento deste sistema.
A versão mais simplista desta visão é a seguinte ( note-se que o ambiente básico
na qual esta visão foi construída é o de manufatura ).
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Considerando-se que ambas as empresas tiveram acesso a mesma tecnologia ao
mesmo tempo, qual a variável que pode explicar o diferente nível de resultados ? A variável
humana.
Por que razão ? Pela mesma razão que algumas ( muitas ? ) pessoas até hoje
imprimem seus e-mails.
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O preocupante a respeito da Lógica Completa é que visivelmente as escolas e
empresa buscam a qualificação tecnológica com afinco sem, no entanto, aplicar semelhante
esforço no Fator Humano.
Logo que comecei a trabalhar na SLC alguns fatos muito chamaram minha
atenção. Um deles certamente foi o altíssimo nível de qualificação de seu corpo técnico.
Este nível de qualificação foi, sem dúvida alguma, um dos fatores fundamentais
para o sucesso na implementação de novas tecnologias de engenharia na John Deere Brasil.
HISTÓRICO DA APRENDIZAGEM
PRIMEIRA IDÉIA
30 DE JULHO DE 1974:
NOVEMBRO DE 1974:
144
Remetido um dossiê ao Senai com a manifestação de interesse da comunidade para
instalar o Curso Técnico de Mecânica.
04 DE DEZEMBRO DE 1974:
Senai apresenta a relação das máquinas, equipamentos e lay-out da oficina para iniciar o
Curso.
24 DE DEZEMBRO DE 1974:
Colégio ratifica interesse para o Curso, instalando as oficinas de acordo como foi
solicitado pelo SENAI.
21 DE ABRIL DE 1975:
MARÇO DE 1976:
JULHO DE 1976:
14 DE AGOSTO DE 1976:
NOVEMBRO DE 1986:
1995
Inicia mais uma turma de aprendizagem e SLC - John Deere realiza investimentos na
ordem de U$ 200,000.00 inclusive em máquinas CNC.(De 60 aprendizes para 92 aprendizes).
1998
145
Inicia mais uma turma de aprendizagem (de 92 para 124 aprendizes). SLC - John Deere
SA realiza novos investimentos no valor de US$80000 e inicia-se o ensino regular de
informática fazendo parte do conteúdo da aprendizagem. O laboratório para prática deste ensino
foi projetado e patrocinado pelo grupo de Sistemas de Engenharia sendo até hoje sua
responsabilidade mantê-lo.
CONHECIMENTO - Qualificação
SLC-JD
SENAI
Escola F. L.
DNC/TLT SmartCam
Winnt 4.0
SLC - John Deere S.A.
1999
146
realizam as aulas do curso técnico. Neste ano os aprendizes recebem uma bolsa de 2/3 do salário
mínimo nacional e 50% das mensalidades escolares.
147