Uma história contada por Jesus sobre nosso coração

A PARÁBOLA
DA RECEPÇÃO

WALTER PACHECO
A PARÁBOLA DA RECEPÇÃO
Marcos 4.1-20
 
Texto Bíblico
Mais uma vez, Jesus começou a ensinar à beira-
mar. Em pouco tempo, uma grande multidão se
juntou ao seu redor. Então ele entrou num barco e
sentou-se, enquanto o povo ficou na praia. 2 Ele os
ensinou contando várias histórias na forma de
parábolas, como esta:
3 “Ouçam! Um lavrador saiu para semear. 4
Enquanto espalhava as sementes pelo campo,
algumas caíram à beira do caminho, e as aves
vieram e as comeram. 5 Outras sementes caíram em
solo rochoso e, não havendo muita terra,
germinaram rapidamente, 6 mas as plantas logo
murcharam sob o calor do sol e secaram, pois não
tinham raízes profundas. 7 Outras sementes caíram
entre espinhos, que cresceram e sufocaram os
brotos, sem nada produzirem. 8 Ainda outras caíram
em solo fértil e germinaram, cresceram e
produziram uma colheita trinta, sessenta e até cem
vezes maior que a quantidade semeada”. 9 Então ele
disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça com
atenção!”.
10 Mais tarde, quando Jesus estava sozinho com os
Doze e os outros que estavam reunidos ao seu
redor, perguntaram-lhe qual era o significado das

A Parábola da Recepção 1
parábolas.
11 Ele respondeu: “A vocês é permitido entender o
segredo do reino de Deus, mas uso parábolas para
falar aos de fora, 12 de modo que: ‘Mesmo que
vejam o que faço, não perceberão, e ainda que
ouçam o que digo, não compreenderão. Do
contrário, poderiam voltar-se para mim, e ser
perdoados”. 13 Então Jesus disse: “Se vocês não
entendem o significado desta parábola, como
entenderão as demais? 14 O lavrador lança
sementes ao anunciar a mensagem. 15 As
sementes que caíram à beira do caminho
representam os que ouvem a mensagem, mas
Satanás logo vem e a toma deles. 16 As que caíram
no solo rochoso representam aqueles que ouvem a
mensagem e, sem demora, a recebem com alegria.
17 Contudo, uma vez que não têm raízes profundas,
não duram muito. Assim que enfrentam problemas
ou são perseguidos por causa da mensagem, cedo
desanimam. 18 As que caíram entre os espinhos
representam outros que ouvem a mensagem, 19
mas logo ela é sufocada pelas preocupações desta
vida, pela sedução da riqueza e pelo desejo por
outras coisas, não produzindo fruto. 20 E as que
caíram em solo fértil representam os que ouvem e
aceitam a mensagem e produzem uma colheita
trinta, sessenta ou até cem vezes maior que a
quantidade semeada”. - Marcos 4:1-20 - NVT

A Parábola da Recepção 2
Aqui está uma das Parábolas contadas por Jesus, a
Párabola do Semeador.
É uma parábola famosa, bonita, profunda e
cativante. Mas, você sabe o que é uma parábola? Te
dou uma dica negativa: não tem nada a ver com
antena parabólica.  
 
Parábola é tradução do grego “parabolê” que
significa “colocar coisas lado a lado”. O prefixo
grego é usado na palavra “paralelo”. Lembra do
trilho de trem, uma linha ao lado da outra. Pensa
também naquela pedra de granito, o paralelo. Na
pavimentação das ruas, é uma fileira de pedra
colocada ao lado da outra.
 
Esse é o sentido da palavra “parábola”. A parábola é
uma história que coloca duas coisas em paralelo,
isto é, uma ao lado da outra.
 
E com um objetivo! O propósito da parábola é ajudar
no entendimento de uma verdade moral ou
espiritual.
 
Jesus fez muito uso de parábolas em Seus
ensinamentos. Por que será que Jesus usava essas
histórias?

Jesus usava as parábolas por três razões, com

A Parábola da Recepção 3
certeza. Primeira: para facilitar a compreensão.
 
Muitas vezes, quando uma verdade nos é ensinada,
podemos ter alguma dificuldade em aprender; mas,
quando esta verdade vem acompanhada de um
exemplo, fica mais fácil.
 
A segunda razão porque Jesus gostava de usar
parábolas, é que isso facilitava a memorização.
Ninguém consegue lembrar de tudo que ouve. Por
exemplo, Jesus pregou o Sermão da Montanha e na
conclusão, Ele desejou que todos se lembrassem da
Sua Palavra.
 
Aí, Ele contou uma parábola: dois homens
construíram suas casas; um construiu sobre a areia
e outrou construiu sobre a rocha e, cada casa  teve
um destino diferente quando veio a tempestade.
 
Professores e pregadores, fazem muito uso de
histórias assim e pela mesma razão. Talvez você
não consiga lembrar do sermão inteiro ou da aula
toda, mas quem esquece uma boa historinha?

 
Outro dia eu fiquei impressionado. Faz mais de
quatro anos que, pregando, eu contei do agrado
esquisito que uma senhora de Ribeirão Preto-SP me

A Parábola da Recepção 4
fez, quando pastor lá, eu fui em visita à casa dela. E
outro dia alguém estava aí, lembrando desse caso.
Isso é muito interessante!
 
E Jesus usava as parábolas por uma terceira razão:
elas serviam tanto para esclarecer uma verdade
quanto para ocultar uma verdade.
Pessoas de boa vontade, compreendiam a vontade
de Deus através das histórias que Jesus contava.
Mas, aquelas pessoas de má vontade, que se
achavam muito inteligentes e conhecedoras, essas
ficavam decepcionadas porque ouviam e não
entendiam. Até criticavam Jesus, dizendo: “Você
não sabe o que fala” e desprezavam os ensinos
dEle.
 
Por isso que Jesus costumava falar: “Se alguém tem
ouvidos para ouvir, ouça”.
Agora, por que nos ocupar hoje em dia, em estudar
as parábolas que Jesus contou há 2.000 anos
atrás? Hoje vivemos na era do computador, dos
smartphones, da Nasa. Por que estudar as
parábolas de Jesus que são lá do início do primeiro
século?
Ouça: apesar delas terem mais de dois mil anos, não
são histórias antiquadas, ultrapassadas. As
parábolas tratam de assuntos espirituais válidos
ainda hoje!
 
A Parábola da Recepção 5
Preste atenção: Se daqui a 100 anos Jesus não tiver
voltado, daqui a 100 anos é ano 2120, pois o ser
humano poderá ser visto, lendo as histórias que
Jesus contou e aprendendo com elas.
 
Nesta Parábola do Semeador, uma coisa muito
interessante, é que o semeador é o mesmo, a
semente lançada também é da mesma espécie.
Mas, o resultado é diferente.
Essa parábola fala sobre o tipo de ser humano ou
terrenos do coração, que recebe a Palavra de Deus.

Nessa história, Jesus é o Semeador e a semente é a

Palavra de Deus. No v.14, Jesus deixa isto bastante
claro: O Semeador semeia a Palavra.
 
Então, qual é a semente? A Palavra de Deus. E Jesus
está interessado em ensinar sobre como a Palavra
de Deus deve ser recebida no nosso coração.
Podemos dizer que esta é a parábola da recepção.
De que modo você recebe a Palavra de Deus no seu
coração?
Por exemplo, nessa hora, a Palavra de Deus está
sendo pregada. De que modo você recebe a Palavra
de Deus no seu coração?
 
Porque, nem todos recebem do mesmo jeito. Nessa
história, Jesus fala que existem alguns perigos que

A Parábola da Recepção 6
nós corremos.
 
O primeiro desses perigos, é ter um coração
orgulhoso.
Jesus fala do coração duro e, pra facilitar o
entendimento, Ele conta do terreno da beira da
estrada.
 
Esse tipo de terreno é endurecido, socado; de tanto
as pessoas passarem por ele, o chão ficou batido,
duro como o cimento da calçada ou como o asfalto
da rua.
 
Então, o semeador lançava a semente e as que
caíam sobre esse tipo de terreno endurecido, já era;
os passarinhos vinham e comiam a semente.
 
Jesus diz que esta situação é a mesma que
acontece com o coração duro.
A semente da Palavra de Deus que cai num coração
endurecido, logo é bicada pelo inimigo da nossa
alma. O diabo tira fora a Palavra que foi semeada,
porque o coração orgulhoso é como chão batido,
duro.
 
A substância mais dura da natureza é o diamante.
Porém, em 2015, cientistas apresentaram uma
estrutura de carbono, que dizem eles, ser ainda mais

A Parábola da Recepção 7
dura que o diamente: Mas, quem faz essa afirmação,
devia conhecer primeiro, o coração de algumas
pessoas. Tem gente de coração ainda mais duro do
que o diamante ou essa estrutura de carbono.
 
Por exemplo, a Bíblia diz que “Deus amou o mundo
de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nEle crer, não pereça, mas tenha a
vida eterna”.
Quando essa Palavra cai num coração duro, ela
quica e o diabo tira fora.  
 
Nosso coração pode ficar endurecido; pode se
endurecer por causa de alguma mágoa, se
endurecer por causa de alguma revolta, se endurecer
por causa de alguma decepção.

E principalmente, se endurecer por causa do orgulho,

da soberba.
 
E tem uma coisa muito séria a respeito do orgulho: a
capacidade de nos enganar.
Você conhece alguma pessoa orgulhosa que sabe
que é orgulhosa? Difícil. Pessoas orgulhosas acham
que são normais. Elas dizem: “Orgulhoso, eu?
Imaginação sua!”
Se alguém falar que você é orgulhoso, considera,
porque você pode ser sem saber.

A Parábola da Recepção 8
Quando a Palavra de Deus chega para um coração
orgulhoso, a pessoa diz: “Não, isso aí não é para
mim; Palavra de Deus? Eu não preciso disso, não”.
Por que a pessoa fala assim? Por causa do orgulho;
o terreno do coração ficou endurecido.
Aí, a Palavra de Deus não pode criar raízes; e é por
essa razão que muitos saiem do culto do mesmo
jeito que entraram.
 
Você precisa vigiar o coração contra o orgulho. Não
deixe que a amargura, a decepção, os problemas da
vida, endureça a sua alma, porque se isso acontecer,
a Palavra de Deus, que abençoa tanta gente, será
tirada pelo diabo, do mesmo modo como os
passarinhos tiraram a semente aqui da história
contada por Jesus.
Então, esse é o primeiro perigo que a gente corre; o
perigo de ter um coração duro. A pessoa ouve a
Palavra de Deus, ouve, ouve, ouve e nada acontece
na sua vida, porque a Palavra não fincou raízes, não
permaneceu.
 
O segundo perigo que Jesus diz que a gente corre, é
o perigo da fé rasa, superficial, fé só pro gasto.
Jesus disse, lemos no v.16, que tem pessoas que
ouvindo a Palavra, logo a recebem e recebem com
alegria.

A Parábola da Recepção 9
Mas, são de pouca duração. Quando vem uma luta,
uma perseguição por causa da Palavra, o que
acontece? Essas pessoas se escandalizam e páram.
Elas são tipo fogo de palha.
Palha pega fogo facinho, facinho, mas dura pouco
tempo. Há pessoas assim, cheias de entusiasmo no
começo da sua fé, mas não vão adiante.
 
Essas pessoas, Jesus disse, ouvindo a Palavra de
Deus (o Evangelho), recebem com alegria: abraçam
a obra de Deus, chegam junto nas atividades da
igreja... mas é fogo de palha. A fé é rasa, quando
vem os problemas, as perseguições, as dificuldades,
quem tem um coração desse tipo se escandaliza por
qualquer coisa e desiste.
 
Quantas pessoas que um dia já participaram da
igreja e não participam mais! Quantos que um dia
estavam animados com Jesus, e hoje estão frios na
fé e afastados!
Vieram as dificuldades e porque o terreno do
coração é raso, a Palavra de Deus não criou raízes; o
vendaval de problemas (que acontecem) veio, e a
pessoa não conseguiu se manter firme na fé.
 
É comum encontrar pessoas que falam: “Eu não vou
mais pra igreja, cansei de problema.
Comecei indo na igreja e aí, em vez da minha vida

A Parábola da Recepção 10
melhorar, piorou; me apareceu um monte de
pobrema”.
 
Ora, sabe quem é que coloca problemas na vida da
gente? É o diabo. O propósito dele é nos roubar,
matar e destruir. E você vai deixar? É melhor fazer
resitência agora, do que estar na residência do diabo
depois na eternidade.
 
E Jesus está falando aqui sobre isso, sobre a fé que
na hora da dificuldade, se mostra superficial. Não
aguenta o tranco.
 
“Ah! Eu vou largar mão da igreja. Você num viu?
Flordeliz, não é flor que se cheire, tá incriminada,
acusada de mandar matar o marido. O pastor
Everaldo é preso por esquema de corrupção no
Estado do Rio de Janeiro. Não dá pra mim, não; vou
parar com a igreja”. Fé rasa.
 
O terceiro perigo que a gente corre é o perigo de
estabelecer prioridades erradas.
Aqui na parábola que Jesus contou, esse perigo é
ilustrado pela semente que caiu entre os espinhos.
 
No v.19 lemos de pessoas que ouvem a Palavra,
recebem a Palavra, mas os cuidados do mundo, a
sedução das riquezas e a cobiça de outras coisas,

A Parábola da Recepção 11
presentes no coração da pessoa, sufocam a Palavra
e ela fica infrutífera.
 
Então, três perigos: o primeiro é: “Não vou nem
entrar pra igreja”, porque o coração está endurecido
de orgulhoso, não chega a crer na Palavra.
 
O segundo perigo é o seguinte: já participou da
igreja, mas vieram as pressões e não aguentou, fé
rasa, saiu da igreja.
 
O terceiro perigo é: a pessoa está dentro da igreja,
se tornou membro, participante dos cultos, mas está
dividida, com prioridades erradas, porque tem
espinhos crescendo no coração e eles sufocam a fé
da pessoa.
 
Uma boa pergunta nesta altura, é: Que espinhos são
esses que sufocam a fé? Jesus mostra no v.19: são
os cuidados desse mundo, a sedução das riquezas e
a cobiça de outras coisas.
A pessoa fica dividida com o coração assim. A
Palavra de Deus começou a crescer dentro dela,
mas junto com o Evangelho, tá crescendo o
namorado, a carreira profissional, os estudos, o
trabalho, o dinheiro... Nenhuma dessas
coisas são ruins ou proibidas. Mas, quando elas
concorrem com a fé, ficam competindo com a fé,

A Parábola da Recepção 12
elas se transformam em espinhos.
 
O segredo é não permitir que as atrações deste
mundo, as delícias da riqueza, a busca do êxito, a
sedução das coisas boas. sufoquem a fé.
 
No bairro onde eu moro, tem igrejas bem próximas.
Eu ficava maravilhado de ouvir os ensaios do grupo
de louvor nos Sábados à tarde, que vinha de uma
dessas igrejas. Havia uma moça que cantava com
uma voz linda, abençoada e apreciada por todos.
Todo Sábado e todo Domingo, ela cantava e
participava daquela igreja. Passado um tempo,
percebi que não se ouvia mais o canto daquela
moça. Havia deixado a igreja.
 
O que teria causado isso? O namoro, as amizades, a
sedução das coisas boas? Não sei, mas quantos
que sofrem aquilo que Jesus fala no livro do
Apocalipse, Se referindo a uma igreja: “abandonou o
amor que tinha no princípio” (Ap 2.4 NVT).
 
Você pode dizer com sinceridade, que ama a Jesus
com a mesma força amor que tinha no começo?
Talvez você tenha deixado que espinhos
crescessem no seu coração e eles acabaram
sufocando a sua alma e a sua fé mingou, não
produziu frutos.

A Parábola da Recepção 13
Lemos no v.7 que a semente caída entre os
espinhos, é sufocada e acaba não dando fruto.
 
O primeiro coração estava duro, o segundo coração
estava superficial, e o terceiro coração estava
dividido, sufocado.
 
Mas, tem um outro tipo de coração, diferente, e que
a gente pode ter! É o coração solo bom, fértil, que
recebe a Palavra de Deus e que dá resultados,
porque a fé frutifica!
No v.20 Jesus fala sobre esse coração: “os que
ouvem e aceitam a mensagem e produzem uma
colheita trinta, sessenta ou até cem vezes maior que
a quantidade semeada”.
Recebeu a Palavra de Deus da forma correta, o
resultado é que a fé dessa pessoa produz fruto com
fartura.
 
Que fruto é esse?
Se dermos uma boa recepção à Palavra de Deus em
nosso coração, vão acontecer três coisas.
Primeira, nós vamos alcançar a salvação da nossa
alma, o perdão dos nossos pecados; nosso nome vai
ser escrito no livro da vida.

Segunda coisa que vai acontecer se você receber

bem a Palavra de Deus: você vai passar a ter um

A Parábola da Recepção 14
relacionamento mais íntimo, mais de perto, com
Jesus.
 
Enquanto tem gente que conhece Jesus só pelos
filmes, só pelas páginas da Bíblia, só pelas histórias
que são contadas, você vai conhecer Jesus mais
profundamente. Como Jó, que disse assim: “Antes,
eu só te conhecia de ouvir falar; agora, eu te vi com
meus próprios olhos” (Jó 42.5). É isso que Jesus
quer ter comigo e com você: uma relação pessoal.
 
A terceira coisa que vai acontecer é que passaremos
a ter uma vida abençoada e produtiva.
Jesus contou que quando a semente caiu em terra
fértil, coração feito terra boa, uma colheita
maravilhosa foi produzida.
 
Deus pode fazer grandes e trmendas na nossa vida e
através da nossa vida, quando nos entregamos a Ele
de todo o coração.

Conclusão
Esta Parábola do Semeador é uma história sobre a
recepção da Palavra de Deus no coração humano.
Que você receba a Palavra de Deus como solo bom,
terra fértil que recebe a semente e ali ela cresce.
 
Talvez, essa não seja a primeira vez que você ouve

A Parábola da Recepção 15
uma pregação da Palavra de Deus. Mas, que essa,
seja a primeira vez em que você receba a Palavra de
Deus de um jeito diferente, com o seu coração
aberto, desejoso de fazer a vontade de Deus.
 
Pr Walter Pacheco da Silveira, 6.09.2020
Fonte: Marcelo Aguiar

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