CM CAP 3 Parte 05

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Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS

3-7 CRISTAIS COVALENTES


3.7.1 Estruturas do Diamante
C
 Ocupação dos interstícios ~ ZnS
 Totalmente covalente
 Forma metaestável

Exemplos: Ge, Si, Pb


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3-7 CRISTAIS COVALENTES


3.7.1 Estruturas do Diamante
Os átomos se tocam
pela diagonal do cubo

Dc = 8r

ao= 8r
31/2
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3-7 CRISTAIS COVALENTES


3.7.1 Estruturas do Diamante
Exemplo 16: Calcule a densidade do Diamante.
Solução:
= m/V

Massa cél. unit.= 8 C  8 x 12/6,02.1023 = 15,95 . 10-23 g


Volume da célula unitária: ao3 ao= 8 r / 3 0,5 r = 0,077 nm
ao= 8 . 0,077 nm / 3 0,5 = 0,356 nm
a03 = 0,0451 . 10-27m3
= 15,95 . 10-23 g / 0,0451 . 10-27 m3 = 3,54 . 106 g/m3 ou 3,54 g/cm3
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3-8 POLÍMEROS
 Tipicamente: amorfos
(ordem a curto alcance)

 Sob condições especiais:


estrutura cristalina.
Ex.: polietileno  estrutura
ortorrômbica
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


Difração de raios-X diferentes comprimentos de onda

Espectro de radiação eletromagnética, salientando o


comprimento de onda para a radiação X.
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


A luz visível tem comprimento de onda da ordem de 1000 nm – ranhuras
em um vidro

Na estrutura cristalina:
• Interação do fóton com o
orbital de elétrons.
• O empilhamento de átomos
tem a mesma função que as
ranhuras da figura ao lado.
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


O FENÔMENO DA DIFRAÇÃO:
Quando um feixe de raios x é dirigido à um material cristalino, esses
raios são difratados pelos planos dos átomos ou íons dentro do cristal

O DIFRATÔMETRO:

• T= fonte de raios X
Fonte
• S= amostra
• C= detector
• O= eixo no qual a amostra e o
detector giram

Detector
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


• Para que ocorra a difração, o feixe de raios X precisa estar em fase com os planos
do cristal.

• De outra maneira, interferências destrutivas de ondas ocorrem e não é possível


detectar um feixe de difração intenso.

ABC = n
AB = BC = d sen
Então:

n = 2d sen 
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


• Na interferência construtiva, com feixes em fase, a diferença no
comprimento da trajetória dos feixes de raios X adjacentes é um
número inteiro de comprimentos de onda.
ABC = n
AB = BC = d sen

• Esta relação é dada pela equação de Bragg:


n= 2d sen 
onde d é o espaçamento atômico e  é o ângulo de difração com a
superfície (2 = ângulo de difração - ângulo medido experimentalmente)
d é o espaçamento interplanar – função dos índices de Miller para
planos.
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


Distância interplanar (exemplos):
Cúbico
Dhkl= ao/(h2+k2+l2)0,5

CS CCC CFC
Hexagonal
Dhkl= ao/[4/3(h2+hk+k2)+l2(ao2/co2)]0,5
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


Para o sistema cúbico (estrutura de metais):
A lei de Bragg é necessária mas não suficiente. As células unitárias não
primitivas provocam difração não prevista pela lei de Bragg para certos
ângulos.

Estrutura Difração não ocorre Difração ocorre


cristalina
CCC h+k+l=número par h+k+l=número ímpar
CFC h, k, l (par e ímpar) h, k, l (ou par ou ímpar)
HC h+2k=3n, l par (n é inteiro) todos outros casos
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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X

 = 0,1542 nm (radiação CuKa)

Exemplo de difração de raios X em um pó de alumínio.


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3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X


Exemplo 17: Uma amostra de ferro CCC foi colocada num difractômetro de
raios X incidentes com = 0,1541nm. A difração pelos planos {110} ocorreu
para 2= 44,704o. Calcule o valor do parâmetro de rede do ferro CCC
(considere a difração de 1a ordem, com n=1).

Solução:
d[110]
2= 44,704o = 22,352o
= 2.d[hkl] sen 
d[110]=  / 2 sen  = 0,1541nm / 2(sen 22,35o) = 0,2026 nm
ao(Fe)
d[110]= ao / (h2+k2+l2)0,5
ao(Fe)= d[110]= ao / (h2+k2+l2)0,5 = 0,2026nm (1,414) = 0,287 nm
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO


ESTRUTURA CRISTALINA PERTURBAÇÕES NA ESTRUTURA CRISTALINA
Rede sem defeitos, ideal,
Estágio 2: defeitos pontuais
T= 0K Propriedades:EL, E, Estágio 1: vibração da rede, T>0
(vacâncias, átomos intersticiais,
diagrama de fases, Propriedades: k, a, C
substitucionais, Frenkel e Schottky)
equilíbrio termodinâmico
na rede
Propriedades: difusão, processos
de transporte condução iônica,
reações de estado sólido,
transformações de fase, evolução
da microestrutura, deformação em
Televadas
ESTRUTURA AMORFA Estágio 3: defeitos lineares, discordâncias
Não apresenta rede Propriedades: mecânicas (deformação
cristalina, defeito plástica), fragilidade, dureza
volumétrico.

Estágio 4: defeitos planares,falhas,


contornos de grãos, de fases.
Propriedades: magnéticas e dielétricas
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO


• Todos os materiais apresentam imperfeições no arranjo de seus átomos, que reflete
no comportamento do mesmo.

• Controlar as imperfeições, significa obter materiais com diferentes propriedades e


para novas aplicações.

Classificados pela ordem


• Podem existir diferentes tipos de imperfeições na rede:
de grandeza na estrutura
i) vibrações da rede: quantizadas por fônons
ii) defeitos pontuais: vacâncias, átomos intersticiais, átomos substitucionais, defeito
Frenkel e Schottky;
iii) defeitos lineares: discordâncias;
iv) defeitos planares: superfícies interna e externa e interfaces (falhas de
empilhamento, contorno de fases, superfícies livres);
v) defeitos volumétricos: estruturas amorfas ou não-cristalinas
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO

Defeitos possíveis em um material a partir da dimensão em


que ocorrem na estrutura
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO

3.10.1 Vibrações na rede


As vibrações da rede são quantizadas por fônons.

Configuração cristalina ideal só ocorre


hipoteticamente

temperatura do zero
absoluto

demais temperaturas

vibração dos átomos na rede provoca


distorções no cristal perfeito;
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO

3.10.2 Defeitos pontuais


Podem ser classificados segundo:
- vacância
 FORMA - átomo intruso
- schottky
- frenkel

 ORIGEM DO DEFEITO - intrínseco


- extrínseco

- sub rede de cátions


 ESTEQUIOMETRIA não
estequiométrico
- sub rede de ânions
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO


3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma

VACÂNCIAS:
 Também denominado de lacuna
 É a falta de um átomo na rede cristalina
 Pode resultar do empacotamento
imperfeito na solidificação inicial,
ou decorrer de vibrações térmicas
dos átomos em temperaturas elevadas
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO


3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma

VACÂNCIAS:
 O número de vacâncias varia com a temperatura
nv = n exp (-Q/RT)

onde:
nv: n° de vacâncias/cm3
n: n° de pontos na rede/cm3
Q: energia necessária para produzir a vacância (J/mol)
R: cte dos gases (8,31 J/molK)
T: temperatura em K
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3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma

VACÂNCIAS:

Exemplo 18: Calcule o n° de vacâncias por centímetro cúbico e o n° de


vacâncias por átomo de cobre, quando o cobre está (a) a temperatura
ambiente, (b) 1084°C. Aproximadamente 83600 J/mol são requeridos para
produzir uma vacância no cobre.
Dados:
a0 = 3,6151 x 10-8 cm
Q = 83600 J/mol
R = 8,31J/mol K
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3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma
VACÂNCIAS:
Exemplo 18 - Solução
O número de átomos de cobre por parâmetro da rede por cm3 é:
n= n° átomos/célula
volume da célula unitária

n = 4 átomos/célula = 8,47 x 1022 átomos Cu/cm3


(3,6151 x 10-8)3

O que se quer saber?


nv = n exp (-Q/RT)
nv a Tamb e a 1084°C
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3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma
VACÂNCIAS:
Exemplo 18 - Solução
(a) Tambiente: nv = n exp (-Q/RT)
T = 25 + 273 = 298 K
nv = (8,47 x 1022) exp [-83600/(8,31 x 298)]
nv = 1,847 x 108 vacâncias/cm3

nv = 1,847 x 108 vacâncias/cm3


n 8,47 x 1022 átomos de Cu/cm3
nv = 2,18 x 10-15 vacâncias/ átomos de Cu
n
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO


3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma
VACÂNCIAS:
Exemplo 18 - Solução
(b) T = 1084°C: nv = n exp (-Q/RT)
T = 1084 + 273 = 1357 K
nv = (8,47 x 1022) exp [-83600/(8,31 x 1357)]
nv = 5,11 x 1019 vacâncias/cm3

nv = 5,11 x 1019 vacâncias/cm3


n 8,47 x 1022 átomos de Cu/cm3
nv = 6,03 x 10-4 vacâncias/ átomos de Cu
n
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3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma

VACÂNCIAS:

Exemplo 19: O ferro tem a densidade medida de 7,87 Mg/m3. O parâmetro


de rede do Fe CCC é 2,866 A. Calcule a percentagem de vacâncias no ferro
puro.
Dados:
a0 = 2,866 A
MFe = 55,85g/gmol
% vacâncias = ?
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3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO


3.10.2 Defeitos pontuais
3.10.2.1 Quanto à forma
VACÂNCIAS:
Exemplo 19 - Solução
Utilizando-se a densidade medida pode-se calcular o n° de átomos por
célula unitária:
 = n° átomos/célula x massa de cada átomo
N° Avogadro x volume da célula unitária

7,87 Mg/m3 = n° átomos/célula x 55,85 g/gmol


6,02 x 1023 x (2,866 x 10-8)3

n°át/célula = 1,998 Deveriam ser 2 átomos no Fe CCC

% Vacâncias = (2 - 1,998) x 100 / 2 = 0,1%

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