Organização de Eventos Esportivos PDF

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ORGANIZAÇÃO DE

EVENTOS ESPORTIVOS

Autor: Márcio Moisés Selhorst

Josué Rubens Kleinhempl

UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel

Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller
Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald
Prof.ª Jociane Stolf

Revisão de Conteúdo: Prof. Tiago Contesini Vinotti

Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira

Revisão Pedagógica: Prof.ª Bárbara Pricila Franz

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2012


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.

796.069
S465o Selhorst, Márcio Moisés
Organização de eventos esportivos /Márcio Moisés Se-
lhorst; Josué Rubens Kleinhempl. Indaial : Uniasselvi,
2012.
153 p. : il

Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-607-6

1. Gestão esportiva.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Márcio Moisés Selhorst

Mestrando na UDESC-SC, no curso de


Ciências do Movimento Humano. Possui graduação
em Educação Física, pela Universidade Regional de
Blumenau, (FURB 1999), Especialização em Ciências
do Movimento Humano (IBPEX 2002) e Especialização
em Administração Mercadológica (Uniasselvi 2012). Foi
Presidente da Fundação Municipal de Esportes do Município
de Indaial - SC, (2001 a 2008), organizou diversos eventos
como Olimpíadas entre empresas e competições em
diversas modalidades. Organizou as edições de 2001 a 2008
do Torneio de Verão de Futsal (tornando essa competição
uma das maiores do Brasil na modalidade). Fez parte da
Comissão Organizadora dos Jogos Abertos de SC nas
edições de 2004 e 2008. Atuou como Professor do curso de
Pedagogia presencial da Uniasselvi (2002) na disciplina
de Jogos e atividades Lúdicas. Atualmente é Professor
Tutor nas disciplinas de Educação a Distancia e
Métodos de Autoaprendizagem, Metodologia do
Ensino Superior e tutor no curso de Treinamento
Desportivo e Gestão e Organização Esportiva
da Pós-Graduação à distância na Uniasselvi.

Josué Rubens Kleinhempl

Especialista em Administração e Marketing


Esportivo pela Universidade Gama Filho, graduado
em Educação Física pela Universidade Regional
de Blumenau (2002). Atuou como Diretor de Esportes
da FME de Indaial – SC, trabalhando diretamente com
administração esportiva na elaboração de projetos de
patrocínio e na gestão de eventos esportivos. Foi professor
do curso de pós-graduação em Educação Física do instituto
- IPGEX. Criou a empresa Play Diversões, especializada
na organização de eventos recreativos. Atualmente, é
Coordenador de Esportes do Serviço Social do Comércio
- SESC de Blumenau – SC. Dentre os eventos mais
importantes dos quais fez parte, pode-se citar: os
Jogos Abertos de Santa Catarina, Dia do Desafio
(Campanha Mundial de combate à inatividade
física), Torneio de Verão de Indaial (Futsal), Dia
do Pedal e Circuito SESC de Caminhadas e
Corridas de Santa Catarina.
Sumário

APRESENTAÇÃO.......................................................................7

CAPÍTULO 1
A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento...........................................................9

CAPÍTULO 2
Elaboração de Regulamentos.............................................37

CAPÍTULO 3
Confecção de Tabela de Jogos e
Sistemas de Disputa................................................................63

CAPÍTULO 4
Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List...........89

CAPÍTULO 5
Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos).............................105

CAPÍTULO 6
Elaboração de Projetos e
Captação de Patrocínios.....................................................123
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):

É muito bom podermos apresentar a você esta disciplina, a qual foi


desenvolvida com a função principal de assegurar a excelência na elaboração e
execução de diversas áreas da Organização de Eventos Esportivos.

Sabemos da importância do planejamento até a sua execução, da


necessidade do gestor estar ciente e confiante do que está trabalhando e o
resultado do seu trabalho estar ligado diretamente ao sucesso do evento e à
satisfação do seu cliente ou de seu público, sendo esta sua grande conquista.

Para facilitar o processo de aprendizagem, este material foi dividido em seis


capítulos, que abordarão sobre todos os processos que envolvem a Organização
de Eventos Esportivos e seus aspectos paralelos a ele. Primeiramente,
trabalharemos a necessidade do planejamento e as formas de organização dos
eventos esportivos. No segundo capítulo, a abordagem trata do desenvolvimento
e montagem dos Regulamentos das competições, as necessidades para cada
modalidade, formas de pontuações, aspectos gerais e detalhes sobre a confecção
do Regulamento geral e específico.

Dando prosseguimento, o capítulo três apresenta as formas de preparar as


tabelas dos jogos, de identificar o sistema de disputa para cada competição, as
diferenças de torneio e campeonato, as tabelas de pontuação e os diversos tipos
de chaves e tabelas existentes.

No quarto capítulo serão abordadas as informações referentes a Protocolos,


cerimoniais, como organizar o check list do seu evento e a importância da
segurança em geral. Será estudado sobre a sequência de execução, a logística,
a recepção de autoridades, equipes e delegações em geral. Neste capítulo será
abordado, ainda, sobre as informações referentes à avaliação pós-evento, sua
função e importância.

Em seguida, no quinto capítulo, trabalharemos todos os eventos especiais,


seus tipos, conceitos, impactos sociais e culturais. Por exemplo, a Copa do Mundo
no Brasil em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Estudaremos a administração, o
acompanhamento detalhado durante o evento, o evento como negócio e o
atendimento e fornecimento de informação a toda a imprensa durante o evento.
Esperamos que você entenda o conceito de evento, seus objetivos, parcerias,
equipes, participantes e expectadores.
Para finalizar, no sexto capítulo o caderno de estudos abordará a captação
de recursos, a elaboração de projetos e as etapas que devem ser seguidas para
realizá-los, os procedimentos de segurança, suas funções, licenças, alvarás e
autorizações em geral. Tudo isso para assegurar e garantir que seu evento seja
bem organizado e tenha o prestígio almejado.

Boa leitura!

Os autores.
C APÍTULO 1
A organização de Eventos
Esportivos:
Análise e Planejamento

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer as formas de administrar um evento esportivo, a importância da


organização e, principalmente, do planejamento.

� Identificar os pontos positivos e negativos da Organização de Evento.

� Investigar por meio de perguntas e questionamentos, como será feito, quem e


quando o fará, e em quais condições o evento será realizado.
Organização de eventos esportivos

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Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Contextualização
Neste capítulo, veremos como devemos agir desde o primeiro momento em
que decidirmos pela realização de um determinado evento até o seu encerramento.
Relacionamos algumas perguntas para que o organizador tenha conhecimento do
que está por vir e a certeza de que terá condições de realizar, se poderá enfrentar
tal desafio.

Apresentamos, também, pontos relevantes que devem ser analisados


para a realização de um evento esportivo, os fatores positivos e os negativos.
Você saberá, igualmente, como funciona e quais as funções e necessidades do
congresso de abertura, congresso técnico, cerimonial de abertura e congresso de
encerramento.

A Organização de Eventos
Esportivos: Análise e Planejamento
Com este material nas mãos, pós-graduando(a), temos como objetivo principal
dar subsídios ao organizador para tornar o seu evento cada vez melhor.

Ao organizarmos eventos esportivos, devemos preparar-nos com a máxima


antecedência possível. Para tal organização, é necessário tomar todas as
providências para fazer e assegurar as condições ideais para esta organização,
que é dividida em várias etapas e fases.

Para a organização ser eficiente, além de todas as fases e etapas, deve ter
um ambiente harmonioso. Não adianta os subordinados executarem e o líder e
coordenador geral dizer aos quatro ventos que o evento está acontecendo graças
a ele, não reconhecendo o trabalho de sua equipe.

Devemos enumerar uma Comissão Organizadora, com as respectivas


comissões, pois além da dedicação de todos os membros, a equipe deve planejar
muito bem o evento. Ao longo deste capítulo, veremos todos os detalhes para os
processos que seguem.

Antes da definição do evento, você deve fazer algumas perguntas para


verificar se a equipe está preparada suficientemente para realizar este evento.

1. A equipe é capaz de realizar este evento?

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Organização de eventos esportivos

2. As instalações, locais de competições são ideais e compatíveis?

3. Temos recursos financeiros para a realização, desde o planejamento até a sua


finalização?

4. A equipe de mão de obra é capaz, treinada e suficiente?

5. A organização está unida e comprometida com o evento em questão?

6. A experiência da Comissão Organizadora está de acordo com a necessidade


do evento?

7. O tempo para o planejamento e execução do evento esta dentro dos prazos


necessários?

8. O público terá interesse em prestigiar este evento?

9. A imprensa e os meios de comunicação terão interesse em cobrir este evento?

10. Já foram realizados eventos em outras oportunidades?

11. Dos eventos realizados anteriormente podemos tirar grandes ensinamentos?

12. Se representarmos uma entidade, ela apoiará o evento?

13. Existe algum problema ou pessoa que possa atrapalhar a realização deste
evento?

Se todas essas perguntas forem respondidas de uma maneira que você


acredite ser satisfatória, é só iniciar o evento.

Inicie primeiramente marcando uma reunião com todos os membros


da equipe. Nela devem-se apresentar todos os objetivos do evento, iniciar o
planejamento e nomear todas as comissões e suas respectivas responsabilidades.
Antes de encerrar esta reunião, já deve ser marcada a próxima, da qual todos
sairão informados e compromissados com as atividades e responsabilidades
vindouras. A equipe terá uma noção geral da proposta do evento e, na próxima
reunião, deverá apresentar o planejamento das suas comissões, ideias,
sugestões, orçamentos, propostas, metas e dúvidas, se existirem.

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Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Figura 01 – Reunião de trabalho

Fonte: Disponível em: <www.braziltour.com>. Acesso em: 20 out. 2012.

O próximo passo a ser dado é definir as funções e composições de todas as


comissões. Estabelecido isso, acompanhe abaixo o diferencial para o sucesso de
seu evento:

1. Providências imediatas: Planejar, aprovar e autorizar.

2. Preparação e análises: Realizar pesquisas, estatísticas, consultar alguns


números e estudar criteriosamente alguns pontos.

3. Formar e definir as comissões: Ter certeza de que todos estão preparados,


motivados e seguros para enfrentar as suas obrigações e responsabilidades.

4. Elaboração do regulamento da competição: Este documento deve ser o


primeiro a estar disponível para os participantes, pois é ele quem dará as
principais informações da competição, detalhes e resumos de regras.

5. Definir Comissão de Arbitragem: É de suma importância, definir esta comissão,


verificar sempre com antecedência, pois, às vezes, não há árbitros na cidade,
a data pode coincidir com compromissos pré-agendados destes ou outros
imprevistos.

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Organização de eventos esportivos

6. Locais de competição: Responsabilidade da equipe técnica de cada


modalidade e, se tiver mais de uma, a comissão deve agir cedo.

7. Entidades envolvidas: O contato com as entidade deverá ser feito por várias
comissões, mas deve ser previamente combinado em reuniões, para não
acontecer de duas comissões tratarem sobre o mesmo assunto. As principais
entidades que apoiam e se envolvem nos eventos são: Secretarias e Fundações
de Esportes, Secretarias da Prefeitura, comunidades religiosas, escolas, clubes,
associações diversas, academias, etc.

RECURSOS 8. Planejamento e encaminhamento: Esta responsabilidade é


HUMANOS: A exclusiva da C.C.O. (Comissão Central Organizadora), em comum
equipe deve
acordo com as demais comissões.
ser muito bem
escolhida pelas
comissões. As 9. Reuniões frequentes: É interessante que se tenha um calendário
pessoas devem e agendamento pré-definido, com local, data e horários das reuniões.
ser preparadas
tecnicamente, A seguir, observe pontos relevantes que devemos levar
envolvidas com
em consideração para a realização de eventos esportivos. Esta
o objetivo e
competentes análise o(a) ajudará a compor a sua equipe, gerir com maior
para a função profissionalismo seu evento e ter êxito no resultado.
designada para
os trabalhos.Quadro 01 - Observações Relevantes para a realização de evento esportivo

RECURSOS FINANCEIROS:
INFRAESTRUTURA INADEQUADA:
Deve ser prevista verba de patrocínio, inscri-
Deve preocupar-se muito com imprevistos, então, é
ções e ingressos, bem como dotação orça-
preciso verificar quadra com goteiras, assoalho com
mentária em caso de evento público. E, ainda,
falhas, vestiários inadequados, falta de estacionamen-
verificar a necessidade de licitações com muita
to e outros pontos que possam comprometer o evento.
antecedência.
ORGANIZAÇÃO FRACA:
FIXAR OS OBJETIVOS:
Se cumpre os horários estabelecidos, se há controle
Todos os envolvidos nas comissões devem
e supervisão da CCO e se o público prestigia. Se o
trabalhar em conjunto para que os objetivos se-
evento estiver mal organizado, compromete o acesso
jam alcançados e toda a equipe trabalhe unida,
às entidades e também o apoio de futuros patrocina-
dedicada e com competência.
dores.

RECURSOS HUMANOS: EQUIPE FRACA:


A equipe deve ser muito bem escolhida pelas Cada membro da equipe deve realizar a sua atividade
comissões. As pessoas devem ser preparadas de forma prazerosa e com compromisso. Pois se al-
tecnicamente, envolvidas com o objetivo e gum membro estiver faltando com as suas obrigações,
competentes para a função designada para os os demais membros das Comissões se desmotivarão e
trabalhos. terão que trabalhar em dobro.

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Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

INSTALAÇÕES E MATERIAIS: FALTA DE MATERIAL ESPECÍFICO:


A comissão responsável deve checar com ante- Jamais poderemos deixar faltar em um evento uma
cedência todas as instalações, equipamentos e bola, uma rede ou esquecer um CD de cerimonial de
materiais utilizados no evento. Isso deve ocorrer abertura ou premiação, Hino Nacional ou outro detalhe
antes durante e após a realização. importante.

DATAS DE REALIZAÇÃO DO EVENTO: FALHAS NO CONTROLE:


Acreditamos que deva ser o primeiro ponto a A organização deve estar muito bem informada de
ser definido, cuidar muito com a coincidência possíveis mudanças, imprevistos, enfim, todas as alte-
de eventos, outras competições do gênero na rações. A equipe da organização deve ser informada,
região e priorizar horários que o público possa deverá “falar a mesma língua”, pois as consequências
prestigiar. irão chegar.

INSCRIÇÕES:
LOCAL IMPRÓPRIO:
É necessário preocupar-se com este ponto,
Deve-se atentar antes de programar o local se: no
acompanhar o número de inscrições antes de
horário do evento tiver som alto, se é perto de um
iniciar o evento, número muito baixo e muito acima
cemitério ou igreja, se o acesso do evento é o mesmo
do previsto vai prejudicar o evento. A CCO deve
de um hospital e ou saída de bombeiros, pois o fluxo
estabelecer critérios para garantir que a competi-
de saída e entrada não pode atrapalhar estes serviços.
ção não seja prejudicada.

FALHA NO REGULAMENTO:
DIVULGAÇÃO:
O Regulamento não pode deixar dúvidas aos par-
Este ponto é de fundamental importância,
ticipantes, deve ser claro e objetivo, deve ajudar a
deve-se divulgar com antecedência, em pontos
organização e não ser um ponto de preocupação,
e formas diversificadas, para atingir o público
quanto mais informações e detalhes no regulamento,
diretamente, os atletas participantes e o público
melhor. Se estiver no papel deve ser cumprido, não
alvo dos patrocinadores e entidades envolvidas.
seja injusto e se não estiver no Regulamento, decida
da melhor maneira com toda a equipe e já inclua para
a próxima edição.

PONTUALIDADE:
Se quiser a confiança das pessoas, cumpra o horário,
LOCAIS DE COMPETIÇÃO:
nada mais desagradável do que ficar esperando por
O evento está definido somente a partir do
uma autoridade ou atrasar por falta de planejamento
momento em que tivermos as autorizações e
e organização. Inicie uma abertura de evento sem o
liberações dos locais de competição, escolha
presidente da Câmara, por exemplo. Se ele chegar
um bom e belo local, que o público, imprensa
atrasado uma vez, na próxima ele será o primeiro a
e os atletas se sintam satisfeitos após a sua
chegar. Você e os demais fizeram o correto, o errado é
participação.
quem se atrasa ou atrasa o evento todo por causa de
uma pessoa. Garanta o seu evento.

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Organização de eventos esportivos

AVALIAÇÃO: PÚBLICO FRACO:


Desde o início das reuniões, as avaliações Se houver o desinteresse do público, alguns fatores
devem ser aplicadas, os pontos negativos e já descritos não foram cumpridos. Se não tiver público
falhas devem ser corrigidos. E se tivermos um a próxima edição já está comprometida e os motivos
bom evento ele não será o último. devem ser avaliados.

TEMPO: CLIMA:
Se o evento for realizado em área aberta, Sempre se preocupe com eventos em área aberta, se
devem-se prevenir no regulamento as devidas chover, o plano “B” deve estar disponível.
alternativas e orientações.

SEGURANÇA:
SEGURANÇA:
Se ocorrer falhas, seu evento está totalmente compro-
A segurança no evento deve ser aplicada desde
metido. Segurança desde humano-física, instalações,
a fase inicial até o cerimonial de encerramento.
estrutura até de deslocamento, para evitar tumultos e
problemas inesperados.

ALLEN et al. Organização e gestão de eventos. Rio de


Janeiro: Campus, 2003.

Atividade de Estudos:

1) Agora que você conheceu um pouco os pontos para se organizar


um evento, apresente, dentro de sua realidade ou conhecimento,
cinco fatores positivos que não foram abordados na tabela
anterior.
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Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Como já apresentamos algumas observações relevantes para


A posição da
a realização de um evento, é necessário conhecer as próximas Bandeira Nacional
etapas que devem ser seguidas. Os diversos congressos existentes deverá ocupar
e necessários para a realização dos eventos. lugar de honra
em todas as
cerimônias,
preferencialmente,
a) Congresso de Abertura
à direita da
tribuna, isto é lei. A
Esta etapa é muito utilizada em eventos de maior porte, para os segunda por grau
menores não é recomendado. Serve principalmente para informar os de importância fica
locais de competição, as datas da realização, informações sobre os a direita e terceira
congressos técnicos, se forem realizados separados por modalidade fica a esquerda
da bandeira
ou não, e informar detalhes e características do evento. Informar
nacional e assim
detalhes do cerimonial de abertura, deveres e obrigações gerais das sucessivamente
delegações e representantes. Se o evento tiver recurso disponível, é se tiverem
de costume encerrar com um coquetel. mais bandeiras
na cerimônia.
Posições estas
A posição da Bandeira Nacional deverá ocupar lugar de quando se
honra em todas as cerimônias, preferencialmente, à direita está junto das
da tribuna, isto é lei. A segunda por grau de importância fica a bandeiras e
direita e terceira fica a esquerda da bandeira nacional e assim olhando para o
sucessivamente se tiverem mais bandeiras na cerimônia. público.
Posições estas quando se está junto das bandeiras e olhando
para o público.

b) Congresso técnico

Podemos defini-lo como a segunda etapa do evento. O congresso técnico


serve para definirmos detalhes do sistema de disputa, apresentar e explicar
o funcionamento da competição às delegações e equipes, bem como sanar
dúvidas e apresentar, se necessário for, a comissão ou equipe de arbitragem.
No congresso técnico é realizado o sorteio e distribuição das chaves, podendo
ser feito separado por modalidade ou sequencialmente se os interessados forem
municípios e participarem de várias modalidades nesta competição.

Para o sorteio das chaves, é utilizado frequentemente um globo com bolinhas


numeradas, tipo bingo. A leitura dos números que correspondem às equipes deve
ser feita no microfone ou em voz alta e sempre mostrar ao público o número da
equipe. O local deve ser arejado, iluminado e agradável para todos.

Durante o congresso técnico, a organização pode apresentar um vídeo da cidade


ou do evento com imagens da última edição. Muitas vezes, são feitas apresentações
17
Organização de eventos esportivos

artísticas oriundas da cidade sede do congresso. As apresentações ocorrem logo


após as falas das autoridades e antes dos trabalhos de sorteios das equipes. A
premiação do evento pode ser exposta no local, com os troféus e medalhas. É feito
isso quando o evento está no início e é utilizado em eventos de menores proporções
com o objetivo de motivar os participantes. O nível da premiação também pode
mensurar a proporção do evento.

Na imagem a seguir, podemos observar o sorteio de cidades durante


o congresso técnico. Usam-se os numerais com as bolinhas do globo para
representar cada cidade, misturados e, posteriormente, comporão as chaves para
cada modalidade.

Figura 02 – Sorteio de equipes em Congresso Técnico

Fonte: Disponível em: <http://www.criciuma.sc.gov.br/site/noticia/criciuma_conhece_


chaves_na_etapa_regional_dos_joguinhos_abertos-7752>. Acesso em: 11 jul. 2012.

Figura 03 – Posicionamento das cidades nas mesas em


Congresso Técnico, local amplo e organizado

Fonte: Disponível em: <http://www.avare.sp.gov.br/new/site/


view2.php?NOT_id=692>. Acesso em: 11 jul. 2012.
18
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

c) Cerimonial de Abertura

É o momento para a organização demonstrar a todos o nível da


organização que o evento terá. É o cartão de visita para o público, atletas
e dirigentes, no qual o congraçamento e a integração são o item de maior
importância. Esse momento é ponto de partida e tudo deve dar certo, se
acontecer erros ou falhas graves, haverá uma desconfiança natural para as
próximas etapas. Por isso, deve ser treinado, ensaiado e prever os imprevistos,
se for realizado em local aberto, deve-se ter um local fechado como segunda
opção em caso de chuva.

Figura 04 – Abertura de evento esportivo

Fonte: <http://esportes.br.msn.com/olimpiadas-2012/galerias/abertura-das-
olimp%c3%adadas-de-londres#image=34>. Acesso em: 06 set. 2012.

d) Congresso de Encerramento

Ocorre normalmente em grandes eventos esportivos e tem como principal


objetivo definir a sede da próxima edição, local, fazer agradecimentos especiais,
prestar algumas homenagens, verificar possíveis mudanças para a próxima
edição, acolher sugestões, críticas e, fundamentalmente, avaliar o evento para a
próxima edição.

19
Organização de eventos esportivos

Planejamento de Eventos Esportivos


e Lazer
Dentro do planejamento, é necessário termos uma ótica macro e,
posteriormente, afunilarmos este olhar para cada detalhe do evento. Não
conseguiremos fazer nada sozinhos, ninguém consegue. Por isso, deve-
se planejar e delegar, montar uma equipe competente e eficaz para garantir o
sucesso do evento, pois disso dependerá a existência de outras edições.

Veja a seguir uma sequência de encaminhamentos, desde a análise do


evento, o que e porque se quer fazer, até a sua avaliação de Pós-evento.

• Pesquisa – Quando se procura avaliar os fatores que poderão influenciar


na sua realização. É o diagnóstico da “receita” a ser definida. Condições e
possibilidades em geral.

• Programação – Elaboração do planejamento, determinado em função das


informações obtidas pela pesquisa. Poderá ser determinada em função dos
resultados anteriores.

• Execução – É o cumprimento passo a passo do planejamento e do programa


estabelecido.

• Avaliação – Item permanente que deve ser desenvolvido antes, durante e


depois do evento. (POIT, 2000).

Para chegarmos à conclusão da realização de um determinado evento,


devemos realizar algumas tarefas que surgem durante o evento. A criação de um
organograma o(a) ajudará na organização para o desenvolvimento das tarefas e
resoluções dos problemas que poderão surgir. Acompanhe:

20
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Organograma 01 - Ciclo de Resolução de Problemas

Fonte: Poit (2004).

Administração de Evento Esportivo


Apresentamos a seguir tópicos importantes para a orientação de seu evento.
São ferramentas que você poderá aplicar diretamente na sua realidade e, com
este caderno de estudo em mãos, terá informações que facilitarão o seu trabalho
e ficará mais prática a assimilação do conteúdo.

a) O que é um evento?

Evento é um acontecimento previamente planejado, com objetivos claramente


definidos. Tem um perfil marcante: esportivo, social, cultural, filantrópico, religioso,
entre outros. Sua realização obedece a um cronograma e uma de suas metas é a
interação entre seus participantes, público, personalidades e entidades.

21
Organização de eventos esportivos

b) Tipos de Eventos

• Por categoria – Institucional ou promocional.

• Por área de interesse – Esportivo, cultural, social, empresarial, educacional,


turístico, etc.

• Por tipo – Congressos, convenções, palestras, feiras, conferências, leilões,


etc.

Os eventos esportivos estão divididos em:

• Campeonato – Enfrentam-se entre si, longo tempo e altos


recursos.
• Torneio – Eliminatório, de curto tempo, baixo custo.
• Olimpíada – Várias modalidades e categorias.
• Taça ou Copa – Prestar homenagem ou promover o patrocinador.
• Festival – Participativo e informal.
• Gincana – Formato recreativo, com etapas e objetivos a serem
atingidos.
• Desafio – Escala como referência.

c) Passos para administração do evento

Para a administração de um evento é necessário seguir várias etapas para


que ocorra conforme o esperado. Antes de apresentar cada um dos passos para
a organização do evento, realize um o estudo de viabilidade (Perguntas certas),
elabore um cronograma, desenvolva e ‘venda’ o projeto e busque recursos
(inscrições, parcerias, apoio, patrocínio).

Em suma, os passos para a elaboração de um evento são:

01. Idealização e planejamento de eventos esportivos

a. Processo administrativo (planejamento, organização,


direção e controle).
b. Porte:

• Pequeno Porte – Interna, de clubes ou escolas.


• Médio Porte – Abertas, municipal ou regional.

22
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

• Grande Porte – Inter-regionais e estaduais.


• Megaeventos – Nacionais e internacionais.

1.1 Pesquisa de viabilidade

• Definir público (participantes / segmentos).


• Contato com o público-alvo para ter a real expectativa de
participação.
• Estrutura necessária (física, material, humano e capacidade de
captação de recursos financeiros).
• Análise da programação (calendário e concorrência).
• Avaliação do período ideal (clima, férias, feriados).
• Locais alternativos.
• Contatos com a prefeitura e entidades para possível apoio.
• Avaliar o interesse da mídia.
• Avaliar as possibilidades de retorno a possíveis patrocinadores.
• Buscar autorização das instituições públicas (bombeiro, polícia,
guarda de trânsito).

1.2 Análise de Custos (Orçamento)

• Encargos, subvenções e ajuda de custo.


• Locações e equipamentos necessários.
• Reformas, reparos e construções necessárias.
• Pessoal técnico, administrativo e operacional.
• Arbitragem.
• Outros (marketing, jurídico, contabilidade, etc.).
• Materiais esportivos e de consumo.
• Material promocional.
• Impressos.
• Premiação.
• Alimentação.
• Outros serviços.
• Custo de mídia.
• Retorno financeiro aos organizadores.

1.3 Modelo de Projeto

• Nome do evento.
• Período de realização.
• Informações técnicas.
• Custo total do evento.
• Justificativas.

23
Organização de eventos esportivos

• Objetivo geral.
• Metas organizacionais.
• Estratégias.

1.4 Patrocínio – Parcerias

a) Formas de parcerias: Proposta de patrocínio (modelos)

• Apoio ou colaboração.
• Patrocínio.
• Apoio.
• Exclusivo.
• Máster.
• Copatrocínios.
• Patrocínio oficial (Licenciamento).

b) Retorno ao patrocinador (indicativos):

• Importância da modalidade na cultura da região.


• Periodicidade.
• Duração.
• Participação (nível dos atletas).
• Tradição/história.
• Público estimado.
• Contratos de transmissão.
• Características da modalidade.

02. Organização, direção e controle de eventos esportivos

a) Recursos Humanos (Organograma).

2.1. Supervisão geral

• Comandar, aprovar convênios, nomear e exonerar membros,


assinar contratos e correspondência.

• Convocar e presidir reuniões, elaborar relatórios, solucionar casos


omissos.

Assessoria jurídica

• Elaborar e aprovar contratos, regulamentos e códigos.

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Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Assessoria de imprensa

• Divulgação do evento, programação, notícias e resultados.

Assessoria de comunicação e marketing

• “Vender” o evento, elaborar campanhas, gráficas, clipping.

Relações públicas

• Representar a organização do evento, receber os participantes,


homenagens, convites, ofícios.

Comitê financeiro

• Tesouraria, taxas, bilheteria, cheques e pagamentos, arrecadação,


orçamentos, compras, folha de pagamento, etc.

Secretaria geral

• Suporte administrativo, elaboração de documentos gerais, controle


de telefone e fax, correspondências, material de escritório.

Coordenação geral

• Contratação e controle de pessoal, uniformes, crachás, segurança.

Coordenação técnica

• Premiação e material esportivo necessário, arbitragem, súmulas,


conferência das inscrições, congresso técnico, tabelas, estatísticas,
etc.

Coordenador de solenidades

• Local do congresso técnico, cerimonial de abertura e encerramento,


premiação, som, bandeira, programação, músicas, etc.

Coordenador de convênios

• Filmagem, hotéis, restaurantes, hospital, etc.

Coordenador de modalidade

• Cadastro e contatos com equipes, arbitragem (valores e normas),


material esportivo, regulamento, forma de disputa, preparar
súmulas, locais e horários de treinos, disciplina.

25
Organização de eventos esportivos

Corpo de representantes (Delegados)

• Documentação dos atletas, ocorrências, local de jogo em condições.

Coordenador de transportes

• Frota de veículos, transporte das delegações, ambulâncias, etc.

Coordenador de hospedagem e alimentação

• Relação de hotéis e restaurantes, acomodações, cozinha,


almoxarifado, horários, higiene, etc.

Equipe médico-hospitalar

• Central médica, atendimentos, procedimentos, acesso a hospitais,


consultas.

Equipe operacional

• Montagem e desmontagem, consertos, limpeza e vigilância.

Equipe de arbitragem

• Conduzir jogos dentro das regras específicas.

03. Relatório Final - Avaliação dos sucessos e insucessos

• Pesquisa inicial.
• Projeto.
• Membros do comitê organizador.
• Patrocínios e convênios obtidos.
• Relação dos participantes.
• Regulamentos, códigos e normas técnicas.
• Locais da realização dos jogos, congresso, abertura, etc.
• Tabela de jogos e resultados.
• Classificação final de todos os competidores.
• Estimativa de público.
• Apresentações artísticas.
• Material gráfico e Clipping.
• Prestação de contas.
• Desmontar e devolver bens adquiridos ou locados.
• Agradecimentos.
• Divulgar resultados.
• Atualizar home page.

26
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

• Reunião para avaliação dos resultados.


• Montar DVD.
• Conferir CHECK LIST final.
• Iniciar próxima edição.

AVALIAÇÃO

ASPECTO SATISFATÓRIO INSATISFATÓRIO OBSERVAÇÕES


Pontualidade
Montagem
Arbitragem
Patrocinadores
Etc.

Neste pequeno trecho, podemos observar o nascimento do evento por meio


do planejamento, da pesquisa de viabilidade, da organização como um todo. É
um resumo que, com outra ótica, facilitará a sua prática. Se você seguir todos os
passos e adequar a sua realidade, seu projeto será bem sucedido.

Atividade de Estudos:

1) Agora que você conhece as principais funções das comissões,


apresente cinco atribuições da Coordenação Geral que não foram
descritas no caderno de estudos.
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27
Organização de eventos esportivos

Organização de Evento - Tendências


Organizacionais
De acordo com Poit (2004), a organização de um evento esportivo não é
nenhuma ciência exata. Porém um evento deve normalmente obedecer a uma
sequência lógica de planejamento e execução. O mesmo autor ainda afirma que
ao observarmos alguns procedimentos e medidas, diminuiremos acentuadamente
o número de erros e de situações indesejadas.

Baseando-nos nessa fundamentação, destacamos a necessidade de


planejar tudo antes mesmo de sua execução. Claro que o planejamento não
exclui totalmente o risco de erros, mas minimiza esses desarranjos e, mesmo que
aconteçam, serão bem administrados.

Os organizadores de um evento esportivo, seja pequeno, seja médio, seja


grande, devem ser exímios conhecedores da modalidade ou das modalidades
esportivas, além de bons administradores. Quando falamos no tema
administração, o que nos vem à cabeça são empresas, comércios, até mesmo
clubes e/ou instituições, nos quais o gerenciamento de recursos e a divisão do
trabalho são determinantes para o seu bom funcionamento. O mesmo acontece
na organização de um evento esportivo, que nada mais é do que uma grande
administração de recursos, em que a utilização dos conceitos administrativos é
imprescindível ao seu sucesso.

a) Elementos Básicos da Administração Esportiva

Ao iniciarmos uma abordagem referente ao tema administração, não


podemos deixar de citar alguns importantes ícones da história administrativa, bem
como suas teorias organizacionais. Observe o quadro a seguir.

Quadro 02 - Principais autores e suas teorias

Frederick Winslow Taylor (1865-1915) – sua perspectiva estava voltada para as tarefas executadas pelas
pessoas da organização. Movimento denominado de Administração Científica.

Embora não fosse um assíduo teórico da Administração Científica, Henry Ford (1863-1947) foi, sem
dúvidas, a grande mente que aproveitou essas ideias, construindo um império industrial. Foi Ford
quem popularizou o automóvel, através da produção em massa.

Henri Fayol (1841-1925) – sua teoria era inversa à da Administração Científica, na qual predomina-
va a ênfase na estrutura organizacional. Atuando de cima para baixo (direção para a execução) e
para o todo (da organização para os departamentos).
28
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Peter Drucker (1909-2005) – a organização na perspectiva Neoclássica, em que o ser humano


cada vez mais necessita cooperar com as outras pessoas para atingir os seus objetivos. Uma
concepção em que os resultados são mais importantes que os meios. A eficácia deve estar acima
da eficiência.

Fonte: Chiavenato (2010).

Foram diversos os pensadores que, além dos citados anteriormente,


contribuíram para a evolução dos processos administrativos. Podemos destacar
também: Karl Marx, Henry Lawrence Gantt, Frank Gilbreth, Harrington Emerson,
Lyndall Urwick, Max Weber, Maquiavel, Rousseau, entre outros.

Levando em consideração as teorias gerais da administração, de acordo com


Poit (2004), na organização de eventos devem-se tomar como referência cinco
variáveis básicas: Tarefas, Estruturas, Relações Pessoais, Ambiente e Tecnologia.
Elas são assim definidas:

• Tarefas: São os afazeres diários das equipes e/ou comissões, a realização


das metas e objetivos.

• Estruturas: Tudo o que diz respeito à infraestrutura do evento (ginásios,


quadras, arenas...), estrutura organizacional.

• Relações Pessoais: Contato direto e indireto com o público, o trabalho em


equipe, comunicação geral do evento.

• Ambiente: Esta relacionado com local de trabalho, é a expectativa que o evento


está criando no ambiente, são os espaços destinados às competições.

• Tecnologia: É toda a tecnologia utilizada no evento; também fazem parte os


sistemas de disputa e os processos utilizados.

b) Conceitos de Administração

Podemos conceituar a administração como: um conjunto de ações e funções,


alicerçadas em planejamento, que direcionará pessoas e recursos, ao alcance
de objetivos e metas pré-determinadas. Tudo isso por meio de um processo
ordenado e constantemente avaliado.

Citamos, também, a definição de uma conhecida e respeitada autora do


tema, Kwasnicka (1995, p. 17). Para ela, a administração é: “Um processo pelo
qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização”.
29
Organização de eventos esportivos

Para Chiavenato (2000, p.99),

Interpretar os objetivos propostos pela organização e


transformá-los em ação organizacional por meio do
planejamento, organização, direção e controle de todos os
esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da
organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais
adequada à situação.

c) Funções Administrativas

Ao analisarmos as funções administrativas em um evento esportivo, temos


a grande necessidade de destacar um movimento que surgiu na França e que
corrobora tal importância ainda nos dias de hoje. Uma concepção em que a
ênfase está na estrutura organizacional, destacando sua máxima eficiência.

Essa perspectiva teve como seu maior expoente o francês Henri Fayol
(1841-1925). É uma visão de cunho europeu, que dividiu a administração em
cinco partes fundamentais: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
(CHIAVENATO, 2010).
Seguindo essa abordagem clássica, adotamos essas funções para a
organização de eventos. Esses elementos administrativos são essenciais nos
tempos modernos, que cada vez mais primam pela eficiência acompanhada da
eficácia. Pois precisamos fazer bem feito e, acima de tudo, atingir os objetivos, ou
seja, alcançar os resultados esperados.

A obra de Poit (2004), conforme o quadro 3, enfatiza cinco funções


administrativas, necessárias ao universo dos eventos esportivos.

Quadro 03 – Funções administrativas

Planejamento: para um bom planejamento, indica-se a seguinte divisão básica: Pesquisa, Programa-
ção, Execução e Avaliação.

Organização: é onde estabelecemos uma estrutura formal de comando, onde acontece à divisão do
trabalho. É a função responsável por atingir os objetivos.

Direção ou Liderança: é conseguir que as pessoas certas atinjam os objetivos da melhor maneira
possível. Ser líder é manter as pessoas focadas e motivadas, é estimular o desenvolvimento inovador,
integrando o individual com o todo da organização.

30
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Controle ou Avaliação: é a manutenção do planejamento em seu processo contínuo, mesmo após


a identificação de desarranjos e problemas. É fazer com que o planejamento seja cumprido, sem
prejuízo ao evento. O Controle ou Avaliação deve ser constante.

Eficiência X Eficácia: ter eficiência é fazer as coisas da maneira correta, porém ter eficácia é fazer da
maneira correta e atingir os objetivos propostos.

Fonte: Poit (2004).

Planejamento
Seguindo o raciocínio de Rezende (2000), planejar é antecipar o que se
pretende fazer, antes da execução do trabalho, é prever o futuro, evitando, assim,
o acaso e diminuindo acentuadamente o risco de insucesso.

Sabedoria é a qualidade de ver as consequências de longo


prazo das ações presentes, a disposição para sacrificar ganhos
de curto prazo, a fim de obter vantagens maiores no longo
prazo, a capacidade de controlar o que é controlável e de não
se preocupar com aquilo que não o é. Portanto, a essência da
sabedoria é a preocupação com o futuro. (DRUCKER, 1974).

É interessante esta citação de Peter Drucker que resume a essência do


planejamento de qualquer organização que não se refere a decisões futuras. Tem
sua execução no presente, com projeção de resultados no futuro. Não há como
obter resultados futuros se na fase presente não houver capacidade, dedicação
e boa dose de trabalho para elaborar com realismo os objetivos esperados para
etapas a serem alcançadas.

Em relação aos eventos, é evidente sua necessidade, seu papel é descrever


todo o caminho rumo à conclusão dos resultados, diminuindo e/ou evitando
percalços que poderão surgir durante a sua execução.

Em uma visão mais administrativa, poderemos dividir o planejamento em:


Estratégico, Tático e Operacional.

• Planejamento Estratégico: diz respeito aos elementos estruturais e a sua


área de atuação, além de levar em consideração o ambiente externo, no qual,
por exemplo, o ambiente no qual o evento esteja inserido. É o planejamento
que mostra para onde vamos e que tem uma visão sistêmica das metas de
longo prazo e dos meios disponíveis para alcançá-las.

31
Organização de eventos esportivos

• Planejamento Tático: em geral, nesse tipo de planejamento teremos os


objetivos de médio prazo, elaborados por metas e programas.

• Planejamento Operacional: como o próprio o nome já indica, ele é voltado


para as operações, é o mais curto de todos, geralmente dura poucos dias.
Nele podemos nos guiar no sentido de como realizar a execução das
atividades.

Organização
Na organização
A organização refere-se ao ato de organizar e estruturar, de
estrutural
identificaremos integrar os recursos disponíveis com os órgãos envolvidos, definindo,
como o trabalho assim, as relações entre eles. Já na administração teremos um
será distribuído significado muito mais abrangente. A organização faz parte dele.
dentro do evento,
levando em Na organização estrutural identificaremos como o trabalho será
consideração
distribuído dentro do evento, levando em consideração as posições de
as posições de
comando, as comando, as funções e as tarefas. Sua grande finalidade é executar o
funções e as planejamento.
tarefas. Sua grande
finalidade é executar a) Cultura Organizacional
o planejamento.
Embora a cultura organizacional seja muito presente apenas nas empresas,
na organização de eventos ela ganha muito destaque. Aspectos culturais,
crenças, credos, valores e outros, são evidenciados constantemente através dos
membros das organizações. (Por exemplo: valores culturais de Pomerode - SC, o
estilo da cultura carioca, a crença da Bahia...).

Podemos também afirmar que a cultura organizacional depende diretamente


da intelectualidade das pessoas e/ou da equipe, pois envolve um conjunto de
conhecimentos, sistema de ideias, técnicas desenvolvidas e métodos, além de
atitudes e padrões de comportamentos consonantes ao grupo.

b) Etapas organizacionais de um evento

A gestão de um evento, seja ele pequeno, seja médio, seja grande ou mega,
deve ser sempre perspectivada com muito cuidado e responsabilidade por seus
organizadores. Para a elaboração de um evento, geralmente, indicam-se 5 etapas
a serem seguidas, conforme a sequência lógica, apresentada no quadro 4:

32
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Quadro 04 - Etapas para a elaboração de um evento

ETAPA CARACTERÍSTICA MARCANTE

Trata-se da 1ª etapa. nela serão definidas todas as particu-


1ª IDEIA (EVENTO)
laridades do evento a ser realizado.

Também conhecida como a fase de planejamento, sem


2ª PROJETO dúvidas é a fase mais importante. Momento para definições
comerciais e de marketing.

Etapa em que o evento é apresentado a todos os meios de


3ª LANÇAMENTO DO EVENTO comunicação. Em muitas ocasiões, chamado de pré-even-
to.

É o evento propriamente dito. Será o reflexo de tudo que foi


4ª EXECUÇÃO
planejado, ou não.

Fase após o evento. Para alguns, é vista como desneces-


5ª PÓS-EVENTO (AVALIAÇÃO) sária, mas a avaliação e o seu registro é essencial para os
eventos futuros.

Fonte: Poit (2004).

Obviamente, algumas modificações poderão ser concebidas ao modelo.


Entretanto, tais etapas são sempre fundamentais para o bom funcionamento
deste.

A grande diferenciação entre os eventos sempre será evidenciada por seu


nível de organização. O impacto causado em seus participantes, público em
geral e na mídia, será o maior indicativo de satisfação e aprovação do evento.
A capacidade de organização juntamente ao poder de talento criativo dos seus
organizadores é essencial nesse processo, seja qual for o tamanho do evento.

Os pequenos e médios eventos parecem, no primeiro momento, menos


complexos que os demais. Todavia, essa percepção não deve ser levada em
consideração, uma vez que as etapas organizacionais são indicadas para todos
os tamanhos e tipos de eventos. Suas particularidades podem diferir dos grandes
e megaeventos, bem como a sua abrangência, modalidade(s), número de
participantes, duração do evento, público estimado, programação paralela, mídia
e patrocinadores.

33
Organização de eventos esportivos

O momento atual dos eventos esportivos não permite mais utilizarmos


simplesmente a nomenclatura organizador de eventos. O grau de exigência é tão
elevado que já podemos até mudar para: Administradores de Eventos.

POIT, D.R. Organização de eventos esportivos. Londrina:


Midiograf, 2000.

REZENDE, J.R. Organização e administração no esporte. Rio


de Janeiro: Sprint, 2000.

BOM SABER...

Veja a seguir uma pesquisa realizada pela revista Exame, a qual registra
as principais carreiras e profissões para as quais o mercado de trabalho está
aberto e em pleno crescimento. A 5ª (quinta) profissão em ascensão é o
Especialista em Eventos Esportivos.

Título: Conheça 13 profissões de futuro

Saibam quais são as carreiras que vão ganhar espaço nos


próximos anos.

5. Especialista em eventos esportivos

Com a Copa do Mundo e com a Olimpíada, o Brasil deixará de


ser mero coadjuvante no cenário esportivo. Na área de marketing
do segmento, quem se destacará são aqueles que aliam evento a
consumo. “Um profissional de marketing esportivo ligado a eventos
é aquele que terá a preocupação com a experiência de consumo”,
diz Robert Alvarez, professor de marketing esportivo da ESPM. Com
maior renda e no clima dos grandes eventos, o consumidor esportivo
ficará cada vez mais exigente. “O grande desafio desse profissional
será aliar eventos de áreas e esportes ainda pouco explorados a
marcas consolidadas para atrair o consumidor”, diz.

Fonte: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/


conheca-13-profissoes-de-futuro?page=2>. Acesso em: 25 jul. 2012.

34
Capítulo 1 A organização de Eventos Esportivos:
Análise e Planejamento

Figura 05 – De olho no Brasil

Fonte: 3 Convention 2020 – The Future of Exhibitions, Meetings and Events.


Disponível em: <www.convention-2020.com>. Acesso em: 02 jul. 2012.

Detalhes Importantes a se
Preocupar:
Quando houver a inauguração de um ginásio: e se faltar a bola para o início
do jogo? e se o público não prestigiar? e se atrasar os horários de início das
competições? e se no regulamento for esquecido de apontar uma informação
importantíssima? Isso na verdade não pode acontecer porque você irá organizar-
se, verá todos os pontos possíveis e os evitará, caso contrário, o seu evento vai
ter complicações.

Você pode pensar que ninguém vai reclamar que a bola é velha ou atrasar
os jogos, pois em todo lugar é assim. Se pensarmos assim você nunca fará a
diferença, sempre seremos mais um. Temos que ser organizados e eficientes, se
o horário está marcado, que seja cumprido, a primeira a cumpri-lo deve ser a
organização e, posteriormente, os participantes. Os pontos positivos devem todos
estar perfeitamente cumpridos, não se aceitam falhas em eventos considerados
ótimos.
35
Organização de eventos esportivos

Você quer fazer um evento que realmente fique na história, que as pessoas
comentem e elogiem nas ruas e que esperem ansiosas pelas próximas edições?

Então trabalhe muito, transpareça felicidade no que está fazendo, seja


organizado e trabalhe harmoniosamente. Todas as Comissões, sua equipe,
devem estar unidas e falarem a mesma língua. Desse modo, o resultado será
somente um: Sucesso.

Algumas Considerações:
O que podemos concluir neste capítulo é que todo o evento deve iniciar com
antecedência, ter os locais de competições à disposição, cuidar com as datas e
ter verba disponível. O evento deve ser atraente para todos os envolvidos, ter
uma boa e competente equipe e, principalmente, fazer com amor e determinação.
As pessoas que participam sentem isso, mesmo que da arquibancada ou dentro
da quadra. O organizador de um evento esportivo é uma vitrine o tempo integral,
por isso, faça bem feito, é sua obrigação! Se não o fizer, deixe para outro mais
competente fazer.

E, o mais importante, seja muito organizado!

Referências
ALLEN et al. Organização e gestão de eventos. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

DRUCKER, Peter F. Management-Tasks, Responsabilities, Practices. New


York: Harper & Row, 1974.

KWASNICA, Eunice L. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1995.

POIT, D.R. Organização de eventos esportivos. Londrina: Midiograf, 2000.

______. Organização de eventos esportivos. Londrina: Phorte, 2004.

REZENDE, J.R. Organização e administração no esporte. Rio de Janeiro: Sprint,


2000.

36
C APÍTULO 2
Elaboração de Regulamentos

A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer todas as necessidades técnicas para a composição de um bom


regulamento.

� Classificar a necessidade de regulamento para o seu evento.

� Visualizar especificidades e detalhes das principais modalidades para a sua


aplicação na prática.
Organização de eventos esportivos

38
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

Contextualização
Se você já participou de qualquer evento esportivo, pode contar que o
regulamento fez parte da competição, seja ele resumido, seja informal, mas
esteve presente, servindo de parâmetro para a organização e para os seus
participantes.

Se você participou dos jogos escolares quando criança e adolescente, por


exemplo, esta competição obviamente tinha um regulamento. Um torneio de
patotas do seu bairro, do qual participou na juventude, havia um regulamento
para esta competição. E então, podemos definir que não há uma competição
organizada sem a presença de um regulamento.

O Regulamento serve para apresentar as principais propostas da competição,


em seguida, como, quando ela acontecerá e como os participantes farão para se
inscrever, valores de inscrição, premiações e formato geral dos jogos. Se houver
a necessidade, também é apresentado aos participantes do evento o regulamento
específico da modalidade disputada.

Neste capítulo serão abordados os itens principais que permeiam o


regulamento de competição esportiva, como: o local da competição, número
de inscritos, locais dos jogos, sistema de disputa, premiação, obrigações das
equipes, dos atletas, formas de punições e as formas de classificação de cada
modalidade.

Veremos, ainda, alguns detalhes das modalidades mais comuns, como:


categoria por idade, dimensões de quadra, altura de rede e tabela.

Pontos Relevantes para a


Confecção de Regulamentos
Para ter um evento ou competição esportiva de sucesso, o regulamento
da competição é uma peça fundamental e de extrema importância. Com todos
os detalhes técnicos da competição nele descritos e especificados, é uma das
garantias de tranquilidade e segurança para os participantes e a comissão
organizadora. De acordo com o dicionário on-line de português (2012),
regulamento é:

Ato ou efeito de regular.

Conjunto de prescrições que determinam a conduta em


qualquer circunstância.
39
Organização de eventos esportivos

Conjunto de regras para qualquer instituição ou corpo coletivo.


Conjunto de disposições governamentais que contém normas
para execução de uma lei, decreto etc.: Ato de determinar, de
regular em geral.

Se o evento for de pequeno porte ou de grande porte, o regulamento é uma


das garantias para que aconteça tudo certo, pois será por meio deste regulamento
que todas as orientações técnicas e específicas sobre ele serão apresentadas. O
evento pode ter somente uma ou várias modalidades.

O texto do regulamento precisa ser apresentado de forma coerente e coesa,


para que não haja dupla interpretação por parte de quem irá participar do evento.

Para a realização de grandes eventos, há a necessidade de se elaborar um


regulamento mais detalhado de forma geral e, posteriormente, um específico,
contendo todos os detalhes, tendo como orientação e identificação inicial a
Instituição Internacional da modalidade, depois, a nacional, estadual e regional. Já
nos eventos de médio e pequeno porte, um único regulamento pode contemplar
todas as informações necessárias.

A base de cada regulamento deve conter os objetivos da competição, a


responsabilidade pelas áreas mais procuradas pelos dirigentes ou participantes,
deve conter a premiação, pontuações e, principalmente, estabelecer todas as
regras e critérios a serem seguidos no decorrer do evento.

A base de cada
regulamento
a) Principais modelos de Regulamentos
deve conter os
objetivos da
competição, a Regulamento Geral: É utilizado em eventos que tiverem somente
responsabilidade uma modalidade ou para determinar as regras gerais da competição.
pelas áreas Ex.: Regulamento Geral dos Jogos Escolares ou Regulamento Geral
mais procuradas dos Jogos Abertos de Santa Catarina.
pelos dirigentes
ou participantes,
deve conter Regulamento Específico: É utilizado quando vamos tratar de
a premiação, modalidades específicas e dentro da competição houver mais de uma
pontuações e, modalidade, como a modalidade de atletismo, na prova de salto em
principalmente, distância dos jogos escolares, neste caso, deve ser elaborado um
estabelecer regulamento específico. Outro exemplo: a prova de Mountain Bike
todas as regras
(Cross Country) da modalidade de ciclismo, também é necessário
e critérios a
serem seguidos um regulamento específico para detalhar assuntos pertinentes àquela
no decorrer do modalidade e contemplar os participantes desta.
evento.

40
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

b) Pontos importantes para organizar o Regulamento de um evento

O regulamento de uma competição é um aliado muito importante para


a equipe de coordenação. Se você fizer uma leitura geral do evento, isso o(a)
ajudará a descrever detalhes no regulamento. Um check list seria apropriado
neste momento.

1 - OBJETIVOS:

Esportivo, Social, Homenagem, Patrocínio especial, outros.

2 - RESPONSÁVEIS:

Comissão Organizadora, Responsável pela arbitragem, Conselho ou


Comissão disciplinar, Inscrições, Transporte, Alojamento, Alimentação, Boletim
informativo, Imprensa e outros.

3 - DATA E LOCAL:

Se o evento vai ser realizado em mais de um espaço físico (campo ou


Ginásio), jogos na fase de classificação e finais, detalhar no regulamento. Em
caso de muita chuva: quem será responsável por suspender o evento, se será
suspenso ou não, se o evento acontecerá independente de fenômeno externo.

4 - CATEGORIAS:

Deve ser feita uma ficha de inscrição para cada categoria:

Ex.: Fraldinha, Pré-mirim, Mirim, Infantil, Juvenil, Adulto ou Veterano, se há


outra subdivisão, até 25 anos, Veterano a partir de 36 anos, a partir de 40 anos,
outras divisões de categoria.

5 - INSCRIÇÕES:

Deve conter: a categoria de participação do evento, sexo, idade, taxa de


inscrição ou não, depósito, conta bancária, se a retirada de boleto deve ser na
sede oficial do evento, deve ser em local Público de preferência, Prefeitura, FME,
Associação ou empresa se for a organizadora do evento. Informar a data de
início e término das inscrições (não aceitar inscrições após a data estabelecida
em regulamento) para se evitar descontentamentos com os demais, garantir boa
organização geral, respeito dos dirigentes e sucesso, bem como segurança para
outras edições, demonstrando seriedade.

41
Organização de eventos esportivos

Informar a quantidade de atletas: se podem ser substituídos ou não, inscrever-


se até a segunda partida ou não, completar a ficha de inscrição até o final da
competição ou não. Essas informações devem estar descritas no regulamento da
competição e, ainda, se for possível, no ato da retirada da inscrição, o responsável
deve receber um aviso destes detalhes com protocolo da retirada do informativo,
a fim de garantir que todos estão cientes.

6 - FASES DA COMPETIÇÃO:

Se for um campeonato, se está na fase classificatória, se é uma fase regional,


ou fase final.

7 - SISTEMA DE DISPUTA:

Se o evento será disputado em forma de Eliminatória Simples, dupla, tipos de


chaves, se os campeões de edições anteriores serão cabeças de chave ou não.
Isso tudo deve estar especificado no regulamento previamente.

O sistema adotado deve estar previamente disposto no regulamento ou


informar qual sistema será adotado dependendo do numero de inscritos, pois
a organização não pode cobrar um valor alto de inscrição, a equipe perder a
primeira partida e ser eliminada. (São pequenos cuidados que devemos ter para
que o evento não perca créditos para a próxima edição).

8 - PROGRAMAÇÃO:

Determinar a sequência das modalidades do evento, se houver mais de uma


modalidade acontecendo simultaneamente.

9 - NÚMERO DE INSCRITOS NO EVENTO:

Principalmente nos caso de modalidades individuais, como: Atletismo,


Natação e outras. O número limite de inscrições deve ser informado, bem como o
prazo para as inscrições com os devidos critérios. Se tiver um número muito alto
de inscritos em determinado evento e a capacidade não comportar, todo o seu
trabalho de organização prévia pode e será prejudicada, não garantindo sucesso
para uma próxima edição.

10 - DETALHES ESPECÍFICOS PARA CADA MODALIDADE:

É preciso informar todos os detalhes no regulamento específico da


modalidade, se o evento for oficial não há necessidade, pois todos já participam
há mais tempo e as regras e condições básicas já são de conhecimento dos
atletas e da comissão técnica.
42
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

POR EXEMPLO: O atleta da Natação pode nadar sem a sua própria touca,
o atleta da Corrida Rústica pode correr sem os seus tênis e se a caneleira é
obrigatória no Futebol. Você vai pensar... Isso faz parte das regras básicas de
cada modalidade, mas em um festival da sua escola do bairro, festivais, eventos
de associação, às vezes confraternização da empresa, na sua maioria eventos
informais, haverá pessoas que irão jogar futebol feminino de brincos, sem o
uniforme completo, tonalidades de cor diferentes, etc. Cada realidade, em cada
evento no País gera a necessidade do bom senso, o qual deve prevalecer nesses
casos, mas se estiver no papel, você resguarda o seu evento, seu nome e o
sucesso para a próxima edição.

Então, especifique no regulamento: as regras seguirão as orientações e


determinações oficiais da modalidade.

11 - CLASSIFICAÇÕES:

Determinar dentro do evento como será a forma de classificação: através de


pontos, quais, e como será a contagem por modalidade, contagem dentro de cada
categoria e contagem dos pontos por equipe.

Sobre os critérios de desempate: é muito fácil de ocorrer empate em qualquer


competição, pode ser até mesmo uma brincadeira de cabo de guerra. Mas como
um bom organizador, você irá determinar com antecedência e registrar em seu
regulamento como serão os critérios em caso de empate.

12 - IRREGULARIDADES E IMPUGNAÇÕES:

Desde as inscrições, as irregularidades podem ocorrer. Os critérios de


normas disciplinares devem ser estabelecidos antecipadamente. A aplicação das
penalidades e de que forma serão aplicadas, prazos, e como será o procedimento
de recurso.

13 - DA PREMIAÇÃO:

Ordenar, no final do regulamento, quem terá direito à premiação, até


qual colocação, medalhas, troféus e se tiver premiação em dinheiro, deve ser
especificado o valor por colocação e por categoria.

Finalizar com a data e assinatura do responsável do evento.

14 - ANEXOS:

Documentos que devem ser anexados e entregues às equipes junto ao

43
Organização de eventos esportivos

regulamento antes do início da competição. De preferência estar disponível no


site do evento para acesso dos participantes.

Ficha de Inscrição:

• Indicação do local de competição: se houver equipes que venham de fora da


cidade, disponibilizar um mapa com acessos, rodovias e pontos de referência.

• Quadro de horários: dividido por categorias, tempo de tolerância, se tiver,


determinar neste material se o próximo jogo inicia logo após o término do
anterior, se tem tempo de aquecimento ou não, aquece na quadra ou fora.
Isso tudo dependendo da modalidade.

• Especificações técnicas em conformidade com as particularidades de cada


modalidade que estará sendo disputada. Lembrando: se forem competições
oficiais, cada modalidade tem a sua federação, confederação, regras,
determinações e especificações, as quais devem ser respeitadas e são
grandes aliados para o sucesso do seu evento.

A organização não pode cobrar um valor alto de inscrição, a


equipe perder a primeira partida e ser eliminada.

c) Situações inusitadas e imprevistas

Você já se deparou com situações em que a organização do evento


foi colocada em risco e testada. Quando o imprevisto não se torna visível
ao público, a intervenção da organização deve ser imediata e corrigida
imediatamente para não se repetir. Toda a equipe deve ficar sabendo,
dependendo da situação. Mas se todos viram a falha, o público e a mídia
presenciaram. Se a organização poderia ter prevenido o acontecimento ou
qualquer eventualidade, a intervenção e correção se tornam delicadas, mas
necessárias.

Quando:

Microfone falhar, terminar a bateria, cair a energia, gotejar dentro


do ginásio, carro roubado no estacionamento do evento, quebrar ou
cair arquibancada de madeira em eventos externos, brigas por falta
de segurança, o que fazer?

44
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

E agora? Perguntamos... Como vai ficar o seu evento para a


próxima edição?

Esses poucos exemplos pode acontecer sem e por sua culpa.


Isso tudo pode acontecer em eventos esportivos, então, o que pode
ser prevenido, previna.

Quem atua na área deve ter presenciado muitos fatos


diferenciados.

Bom senso:

Em determinados imprevistos, nos quais o organizador deve tomar uma


decisão de imediato, podendo ser em poucos segundos, minutos ou horas, o
regulamento é uma ferramenta que pode auxiliar nesta hora e, se não consta
no regulamento tal situação, o mais indicado é fazer uma reunião extraordinária
e envolver o corpo da organização, decidir coletivamente em determinadas
circunstâncias é mais inteligente do que decidir sozinho. Na maioria dos casos, o
bom senso é fundamental, é uma forma coerente de decidir.

A expressão bom senso traduz uma faceta muito positiva


do senso comum. Usa-se para designar a capacidade de
encontrar soluções adequadas em momentos inesperados e,
sobretudo quando não dispomos da necessária especialização
ou informação. É a habilidade de conviver criativamente com
as situações da vida. (DEMO, 1987, p. 31).

Atividade de Estudos:

1) Agora é a sua vez de relatar, apresente, em até 10 linhas, um


fato que o marcou, um imprevisto em determinado evento de que
participou ou presenciou e que poderia ter sido prevenido pela
organização do evento.
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Organização de eventos esportivos

Modelo de Regulamento
Veja a seguir, dados retirados de um regulamento de uma prova de
Motociclismo, em que várias situações são contempladas. Talvez você possa
adequar ao seu evento, dentro da sua realidade e para o contexto da sua
cidade.

Art. 11 – Pontuação

11.1. Os pilotos pontuarão por etapa, independentemente do


número de baterias que tenha em cada etapa, de acordo com
a tabela abaixo:

1º lugar = 25 pontos 9º lugar = 08 pontos


2º lugar = 22 pontos 10º lugar = 06 pontos
3º lugar = 20 pontos 11º lugar = 05 pontos
4º lugar = 18 pontos 12º lugar = 04 pontos
5º lugar = 16 pontos 13º lugar = 03 pontos
6º lugar = 14 pontos 14º lugar = 02 pontos
7º lugar = 12 pontos 15º lugar = 01 ponto
8º lugar = 10 pontos

11.2. Para um piloto pontuar, este terá que ter completado 50% das
voltas do líder.

11.3. Ao final do Campeonato, será proclamado campeão o piloto


que houver somado o maior número de pontos, em cada
categoria.

11.4. Em caso de empate no total de pontos entre dois ou mais


competidores de uma categoria, o critério de desempate para
definir o campeão será:

• Melhor colocação para quem tiver maior número de primeiros


lugares.
• Persistindo o empate, passa-se a considerar o maior número
de segundos lugares e assim sucessivamente.
• Se mesmo assim persistir o empate, será declarado campeão
o piloto mais bem colocado na última etapa.

11.5. Não haverá descarte de pontos no campeonato (N-0).

46
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

11.6. Não haverá pontos de bonificação em nenhuma etapa ou ao


término do Campeonato.
Art. 12 - Premiações

12.1. Será obrigatório ao organizador da prova a distribuição de 10


troféus para cada categoria.

12.2. A premiação será feita em área específica para o pódio, logo


após o término de cada bateria. Não haverá premiação em
dinheiro para as categorias do Campeonato Catarinense de
Cross Country 2011.

12.3. Ficam a critério do clube organizador, conceder brindes aos


pilotos, participantes de cada categoria, observando o item
12.2.

Art. 13 – Deveres do piloto

É dever de todos os pilotos nas competições:

13.1. Manter o mais alto espírito desportivo para com os demais


concorrentes, antes, durante e após a competição.

13.2. Auxiliar outro piloto em caso de acidente com danos físicos.

13.3. Comunicar a Organização sobre estes acidentes.

13.4. Manter o espírito de competição sadia e amigável, evitando


atos que possam prejudicar ou conduzir a acidentes aos
demais concorrentes.

Parágrafo Único: o piloto é responsável pelo comportamento


disciplinar de sua equipe, podendo ser penalizado em caso de
infração praticada por qualquer membro desta.

Art. 14 – Deveres da organização

14.1. Dispor de quantidade suficiente de sinalizadores munidos de


bandeiras nas curvas e locais de pouca visibilidade para os
pilotos. Quantidade sugerida, 15 sinalizadores.

14.2. Fornecer toda infraestrutura necessária para realização do


evento.

47
Organização de eventos esportivos

14.3. Os organizadores devem ter, tanto nos treinos como na prova,


pelo menos duas ambulâncias com enfermeiros e macas, uma
delas sendo UTI Móvel.

14.4. A Organização de Prova deverá recolher ao final da etapa


ou bateria, todas as motos que ainda se encontrem no
circuito, paradas por defeito ou imobilizadas pelo terreno,
trazendo-as até o local de largada ou algum ponto do
circuito indicado pelo piloto. Não será permitido o reboque
de motos durante a competição. O piloto que sofrer dano
pessoal grave durante a competição deverá ser retirado ou
socorrido de forma mais rápida e segura possível para o
acidentado e os demais participantes.

14.5. Divulgar no final de cada bateria o resultado desta, dando


o prazo máximo de 15 minutos após a divulgação para a
impetração de protestos.

14.6. Os locais destinados a público devem estar sinalizados e


isolados com cerca, visando à segurança de todos.

14.7. Alimentação e água para as autoridades desportivas do evento.

14.8. Check List do Campeonato Catarinense de Cross Country 2011;

São obrigações do Clube organizador, independentemente de


outras previstas nesse regulamento:

• Providenciar alvarás pertinentes como: Bombeiros, Polícia


Militar, Polícia Civil, Prefeitura, ECAD, etc.
• Autorizações para tráfego em áreas particulares
• Contato junto a Prefeitura Local
• Corpo de Bombeiros
• Policiamento
• Segurança Privada
• Elaboração e demarcação da Prova em geral
• Colocação e recolhimento do material de sinalização
• Divulgação do evento em mídia regional e local
• Estacas de faixas (bumping)
• Área para largada
• Sala de secretaria com quadro de avisos
• Sala ou barraca coberta de apuração com ponto de energia,
com mesa e cadeiras.

48
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

• Ofício ao hospital mais próximo para plantão


• Corpo médico / enfermagem
• Duas ambulâncias, uma delas UTI Móvel.
• Pessoal de trabalho em pista com treinamento anterior
• Duas pessoas na vistoria de entrada de pista
• 15 Pessoas para sinalização de bandeiras na pista
• Uma pessoa para auxiliar o Diretor de Prova
• Montagem cenográfica do evento

14.9. Montagem do pódio

• Sonorização dos Box, largada, chegada e pódio.


• Locutor para o evento no sábado e domingo
• Infraestrutura alimentar e higiênica apropriada para o evento

14.10. Não caberão protestos por parte dos organizadores sobre os


itens previstos neste artigo.

Art. 15 – Regulamento Complementar

15.1. No Regulamento Complementar, deverá constar


OBRIGATORIAMENTE característica particular da Prova,
programação e autoridades da prova.

Art. 16 - Recursos

16.1. Os protestos contra pilotos, motocicleta, atitude antidesportiva


e resultados, deverão ser feitos por escrito pelo piloto ou chefe
de equipe e entregue ao Diretor de Prova, até 15 minutos após
a divulgação do resultado final.

16.2. Todos os protestos devem ser ESPECÍFICOS POR ITEM e


acompanhados de uma taxa no valor de dois salários mínimos
vigentes.

16.3. Os protestos serão avaliados pelo Júri da Prova; no caso da


procedência o valor será devolvido ao reclamante, caso
contrário, reverterá a favor da FCM, ou no caso de reclamação
técnica, serão repassados 50% do valor para a equipe da
moto reclamada.

16.4. Não cabem protestos contra decisões das autoridades da prova.

49
Organização de eventos esportivos

16.5. Conforme estatutos da Confederação Brasileira de


Motociclismo – CBM e Código Disciplinar da Federação
Internacional de Motociclismo – FIM, para recurso da decisão
do Júri da Prova, o reclamante deverá encaminhar seu recurso
a Comissão Disciplinar no prazo de cinco dias e acompanhado
do valor de 10 salários mínimos.

16.6. No caso de recurso contra decisão da Comissão Disciplinar


o recurso deverá ser encaminhado até 10 dias após sua
divulgação ao Superior Tribunal Esportivo e acompanhado do
valor de 20 salários mínimos.

16.7. Os casos omissos a este regulamento serão julgados de acordo


com os regulamentos da FCM, CBM, FIM, e Código Brasileiro
de Justiça e Disciplina Desportiva.

Art. 17 – Verificação de motocicletas

17.1. As motocicletas inscritas poderão ser vistoriadas a


qualquer momento, antes, durante e depois da prova,
por quem de direito, podendo o piloto ser desclassificado
no primeiro e segundo caso de irregularidade e excluído
no terceiro. As motocicletas que estiverem em desacordo
com as especificações técnicas serão imediatamente
desclassificadas sem prejuízo de outras sanções mais
graves, previstas legalmente.

17.2. Na vistoria técnica, é primordial a verificação dos itens de


segurança. Todavia podem ser vistoriados quaisquer outros
itens visíveis de motor, chassis e demais componentes.

17.3. O exame procedido antes da prova e treinos, não torna válida


qualquer irregularidade existente na motocicleta e que venha
ser contestada posteriormente.

Art. 18 – Casos omissos

18.1. Os casos omissos serão decididos pela Comissão da FCM.

Art. 19 – Alteração

19.1. Este regulamento só pode ser alterado no todo ou em parte,


através de adendos emitidos pela Comissão da FCM,

50
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

devidamente autorizados, na medida em que se fizer


necessário, sempre preservando os direitos adquiridos.

Art. 20 – Desclassificação

20.1. São motivos para desclassificação do piloto da prova:

• Pilotar sem capacete dentro do local onde estiver sendo


realizada a prova, (pista, box, box de pilotos, área de teste,
enfim, qualquer local no evento).
• Moto inscrita ou a inscrever-se na prova, pilotada pelo piloto
ou qualquer outra pessoa sem Capacete, em qualquer parte
do evento, (pista, box de pilotos, área de teste, enfim qualquer
local no evento).
• Voltar na contra mão em treinos ou na prova dentro da pista.
• Praticar atos perigosos em treinos ou na prova dentro da pista.
• Membros da equipe desrespeitando normas da prova.
• Cortar em qualquer parte, trechos da pista demarcados pela
organização, tomando vantagem do corte.

CÓDIGO DISCIPLINAR

DAS INFRAÇÕES CONTRA PESSOAS

Das ofensas físicas

Art. 1º - Praticar vias de fato:

I – Contra pessoa vinculada à entidade ou associação por fato


ligado ao motociclismo.

PENA: suspensão de trinta (30) a cento e oitenta (180) dias;

II - Contra membro de órgão ou poder do conselho técnico desportivo


nacional, de entidade e da justiça desportiva, por fato ligado ao
motociclismo.

PENA: suspensão de um (1) a dois (2) anos e eliminação na


reincidência;

III - CONTRA DIRETOR DE PROVA OU AUXILIAR EM FUNÇÃO.

PENA: suspensão de sessenta (60) a trezentos e sessenta (360)

51
Organização de eventos esportivos

dias; na reincidência, de trezentos e sessenta (360) a setecentos e


vinte (720) dias, até eliminação.

Art. 2º - Para os efeitos do disposto no inciso III, o diretor de prova


e os auxiliares são considerados em função desde, a
escalação até o término do prazo fixado para a entrega dos
documentos do evento na entidade.

Art. 3º As vias de fato, quando praticadas por diretor de prova ou


auxiliar em função, observado o disposto no artigo anterior,
serão punidas com a pena de noventa (90) a trezentos e
sessenta (360) dias de suspensão.

DAS OFENSAS MORAIS

Art. 4º - Ofender moralmente pessoa vinculada à associação ou


entidade, por fato ligado ao motociclismo.

PENA: suspensão de dez (10) a noventa (90) dias.

Art. 5º - Manifestar-se de forma desrespeitosa, ou ofensiva, contra


membros do Conselho Técnico Desportivo Nacional
(CTDN), do Conselho Regional de Desportos (CRD), dos
poderes das entidades dirigentes e da Justiça Desportiva,
ou ameaçá-los de mal injusto e grave.

PENA: suspensão de trinta (30) a cento e oitenta (180) dias.

Parágrafo único – Quando a manifestação for feita por meio


da imprensa, rádio ou televisão, a pena será de sessenta (60) a
trezentos e sessenta (360) dias.

Art. 6º - Atribuir fato inverídico a membros ou dirigentes do Conselho


Técnico Desportivo Nacional (CTDN), do Conselho
Regional de Desportos (CRD), das entidades dirigentes e
da Justiça Desportiva.

PENA: suspensão de sessenta (60) a cento e oitenta (180) dias.

Art. 7º - Manifestarem-se de forma desrespeitosa, ou ofensiva,


contra a associação, membros dos seus poderes ou contra
diretor de prova, em razão de suas atribuições.

52
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

PENA: suspensão de trinta (30) a cento e vinte (120) dias.

Art. 8º - Ofender moralmente diretor de prova ou auxiliar em função.

PENA: suspensão de dois (2) a cinco (5) eventos, quando o autor for
atleta, ou de vinte (20) a sessenta (60) dias, quando forem
outros os autores.

Parágrafo único – Para os efeitos deste artigo, aplica-se o


disposto no artigo 2º.
Art. 9º - A ação disciplinar relativamente às infrações previstas
nos artigos 4 a 7 deverá ser precedida de interpelação,
quando o ato punível for veiculado pela imprensa, rádio ou
televisão.

DAS INFRAÇÕES RELATIVAS À COMPETIÇÃO

DAS INFRAÇÕES DOS ATLETAS

Art. 10º - Proceder, desleal ou inconvenientemente durante a


competição.

PENA: suspensão de um (1) a dois (2) eventos e multa.

Art. 11º - Reclamar, por gestos ou palavras, contra as decisões da


direção de prova.

PENA: suspensão de um (1) a três (3) eventos e multa.

Art. 12º - Desrespeitar, por gestos ou palavras, o diretor de prova ou


seus auxiliares.

PENA: suspensão de um (1) a quatro (4) eventos ou multa.

Art. 13º - Praticar ato violento.

PENA: suspensão de um (1) a dois (2) eventos ou multa.

Parágrafo único – Se resultar lesão ao adversário que o


impossibilite de prosseguir no evento, a pena será de suspensão de
dois (2) a seis (6) eventos.

Art. 14º - Praticar ato de hostilidade contra o adversário.

53
Organização de eventos esportivos

PENA: suspensão de um (1) a três (3) eventos ou multa.

Art. 15º - Praticar vias de fato contra companheiro de equipe ou


componente de equipe adversária.

PENA: suspensão de dois (2) a quatro (4) eventos.

Parágrafo único – Se da infração resultar lesão corporal grave, a


pena será de suspensão de trinta (30) a noventa (90) dias.

Art. 16º - Tentar impedir, por qualquer meio, o prosseguimento de


um evento.

PENA: suspensão de cento e vinte (120) a trezentos e sessenta


(360) dias.

Art. 17º - Participar de rixa, conflito ou tumulto, durante o evento.

PENA: suspensão de dois (2) a quatro (4) eventos.

Art. 18º - Assumir atitude contrária à disciplina ou à moral


desportiva, em relação a componente de sua representação,
representação adversária ou de espectador.

PENA: suspensão de um (1) a quatro (4) eventos e multa.

Art. 19º - Dar ou transmitir instruções a atletas dentro da pista ou nas


linhas limítrofes, durante o evento; assumir em praças de
desportos, atitude inconveniente ou contrária à disciplina
ou à moral desportiva.

PENA: multa a ser definida pelo Júri de Prova ou suspensão de vinte


(20) a sessenta (60) dias MULTAS. As multas terão o
valor inicial de R$ 500,00 (quinhentos reais) para primeira
aplicação e em caso de reincidência o valor será o dobro
da última multa aplicada.

Fonte: FCM. Federação Catarinense de Motociclismo. Regulamento


do campeonato catarinense de cross country 2011. Florianópolis
- SC, Janeiro de 2011. Disponível em: <http://www.fcm.org.br/enduro/
regulamento/reg_00058.pdf>. Acesso em: 10 out. 2012.

54
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

Com estes pontos apresentados na modalidade de


As particularidades
Motociclismo, nossa intenção foi abrir um pouco mais a sua visão, das provas são
indo para um evento não muito comum, mas ao mesmo tempo interessantes, pois
conhecido. As particularidades das provas são interessantes, pois abordam várias
abordam várias situações, desde responsabilidades da organização, situações, desde
do piloto, multas, punições e pontuações. Se você observar bem, responsabilidades
da organização,
dá para retirar alguns pontos deste trecho do regulamento e aplicar
do piloto, multas,
na sua realidade local e modalidade que desejar. Veja mais no site punições e
da modalidade de seu estado. pontuações.

Figura 6 - Evento de motociclismo

Fonte: Disponívem em: <http://www.corbisimages.com/stock-photo/rights-


managed/42-35097386/maxxis-acu-british-motocross-championship-
round-five?popup=1&caller=enlargement>. Acesso em: 10 out. 2012.

Agora veja a seguir um formato praticamente padrão que faz parte de


um Regulamento.

Pontuamos alguns itens que geralmente são contemplados na maioria de


competições esportivas, não há necessidade de apresentar um regulamento na
íntegra, mas veja abaixo alguns pontos importantes. Os modelos e regulamentos
propriamente ditos podem ser localizados em várias bibliografias, bem como sites
de Federações e Instituições que organizam eventos e competições esportivas.

55
Organização de eventos esportivos

a) Exemplo Modalidade de FUTSAL

Art. (xx) A classificação das equipes será por pontos ganhos, adotando-se o
seguinte critério.

a. Vitória 03 pontos
b. Empate com gols ou sem gols 01 ponto
c. Derrota 00 pontos

Art. (xx) Ocorrendo empate na classificação, empregar-se-ão os seguintes


critérios:

I. Entre duas equipes:

a) confronto direto;
b) maior número de vitórias;
c) menor número de gols sofridos;
d) maior número de gols marcados;
e) saldo de gols no grupo em que se verificou o empate;
f) gols average no grupo em que se verificou o empate;
g) melhor índice disciplinar no grupo ou fase, sendo: menor número de
cartões vermelhos, amarelo;
h) sorteio.

II. Entre três ou mais equipes:

a) maior número de vitórias nas partidas realizadas entre si;


b) menor número de gols sofridos nas partidas realizadas entre si;
c) maior número de gols marcados nas partidas realizadas entre si;
d) saldo de gols no grupo ou turno nas partidas realizadas entre si;
e) gols average no grupo ou turno nas partidas realizadas entre si;
f) melhor índice disciplinar no grupo ou turno, sendo: menor número de
cartões vermelhos, amarelo;
g) sorteio.

Ocorrendo empate em jogo que necessite apontar um vencedor, serão


adotados os seguintes critérios:

a) Prorrogação de 10 minutos, divididos em dois tempos de cinco minutos,


sem intervalo;
b) Serão realizadas tantas prorrogações de cinco minutos quantas forem
necessárias, sagrando-se vencedora a equipe que marcar o primeiro gol,
o que implicará o término automático da partida.

56
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

Informações Básicas de Algumas


Modalidades que Poderão Ajudá-lo(a)
em Eventos de Pequeno Porte ou
Festivais Escolares
Essas informações de algumas modalidades coletivas foram baseadas
em dados coletados das respectivas Federações. É importante consultar as
Federações para a coleta de dados atualizados, dando-lhe garantia de todas as
informações.

a) Basquetebol

Referência para Divisão em Categorias:

1. Pré-Mini: até 08 anos – Tabela de Minibasquetebol;


2. Mini: até 10 anos - Tabela de Minibasquetebol;
3. Pré-Mirim: 11 e 12 anos;
4. Mirim: 13 e 14 anos;
5. Infantil: 15 e 16 anos;
6. Infantojuvenil: até 17 anos;
7. Cadete: 17 e 18 anos;
8. Juvenil: até 19 anos;
9. Adulto: a partir dos 15 anos;
10. Veteranos: a partir dos 30 anos.

TEMPO DE JOGO:

Pré-Mini, Mini, Pré-Mirim e Mirim:

O tempo de jogo será de 40 minutos, divididos em 02 tempos de 20 minutos


cada um e este serão divididos em 02 quartos de 10 minutos cada um. Entre o 1º
e 2º meio tempos, haverá um intervalo de 10 minutos. Entre cada quarto haverá
um intervalo de 02(dois) minutos, sem troca de lados da quadra (se o organizador
desejar pode realizar o jogo com a metade dos tempos).

Infantil, Infantojuvenil, Cadete, Juvenil, Adulto e Veterano:

20’ x 20’, com 10’ de descanso.

57
Organização de eventos esportivos

DIMENSÕES DA QUADRA:

Para jogos da FIBA, (Federação Internacional de Basquete) = 28 metros de


comprimento e 15 metros de largura.

Mínima reconhecida pela FIBA = 26 Metros de comprimento e 14 metros de


largura.

TABELA = 1,80 metros de comprimento e 1,05 metros de largura, a 2,90


metros do piso.

Altura mínima do teto ou obstrução mais baixa = 7 metros.

OUTRAS INFORMAÇÕES:

1. Cada equipe pode inscrever até 12 (doze) atletas na súmula de jogo, ou


seja, 05 titulares e 07 reservas.
2. Numeração da camisa: 04 a 15.
3. Cada técnico pode pedir um tempo em cada etapa do jogo.
4. Em caso de W X O, a contagem sugerida é de 20 x 00.
5. As substituições de atletas são ilimitadas.

b) Futebol

1. Referência para divisão em categorias:


2. Pré-Mirim: 07 e 08 anos;
3. Mirim: 09 e 10 anos:
4. Infantil: 11 e 12 anos;
5. Infantojuvenil: 13 e 14 anos;
6. Juvenil: 15 e 16 anos;
7. Júnior: 17 e 18 anos;
8. Adulto: acima de 17 anos;
9. Veterano: acima de 30 anos.

TEMPO DE JOGO:

Pré-Mirim e Mirim: 15’ x 15’ com 10’ de descanso.


Infantil: 20’ x 20’ com 10’ de descanso.
Infantojuvenil: 25’ x 25’ com 10’ de descanso.
Juvenil: 30’ x 30’ com 10’ de descanso.
Júnior e Adulto: 45’ x 45’, com 15’ de descanso e
Veterano: 30’ x 30’, com 15’ de descanso.

58
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

DIMENSÕES DO CAMPO:

Padrão Mundial = Mínimo de 90 metros e o máximo de 120 metros de


comprimento e Mínimo de 64 metros e máximo de 75 metros de largura.

Traves = 7,32 metros de comprimento e 2,44 de altura.

Bola: Circunferência = mínimo de 68,00 cm e máximo de 70,00 cm.

Peso entre 410g e 450g.

OUTRAS INFORMAÇÕES:

1. Cada equipe pode inscrever até 16 (dezesseis) atletas na súmula de


jogo, ou seja, 11 titulares e 05 reservas.

2. Geralmente são permitidas 03 substituições de atletas.

3. A aplicação do cartão amarelo é cumulativa, ficando suspenso


automaticamente da partida seguinte o atleta que receber o terceiro
cartão (ou de acordo como regulamento da competição). A aplicação do
cartão vermelho na mesma partida torna nulo o cartão amarelo.

c) Futebol de Salão ou Futsal

Referência para divisão em categorias:


Chupetinha: 05 e 06 anos;
Mamadeira: 07 e 08 anos;
Fraldinha: 09 e 10 anos;
Pré-Mirim: 10 e 11 anos;
Mirim: 12 e 13 anos;
Infantil: 14 e 15 anos;
Infantojuvenil: 16 e 17 anos;
Juvenil: 17 e 18 anos;
Adulto: 18 anos em diante;
Veterano: 33 anos em diante;
Máster: 37 anos em diante;
Feminino: acima de 16 anos.

TEMPO DE JOGO:

Chupetinha e Mamadeira: 07’ x 07’ com 05’ de descanso.


Fraldinha, Pré-Mirim e Mirim: 10’ x 10’ com 05’ de descanso.

59
Organização de eventos esportivos

Infantil, Infantojuvenil e Feminino: 15’ x 15’ com 10’ de descanso.


Juvenil até Máster: 20’ x 20 ‘ com 10’ de descanso.

DIMENSÕES DA QUADRA:

C.B.F.S. (Confederação Brasileira de Futebol de Salão),


2Jogos Oficiais = Máxima de 42 x 22 metros e mínima de 30 x 17 metros.

OUTRAS INFORMAÇÕES:

1. Cada equipe pode inscrever até 10 atletas na súmula de jogo, ou seja, 05


titulares e 05 reservas.
2. As substituições são ilimitadas.

d) Handebol

Referência para divisão em categorias:

Mirim (Masculino/Feminino): 12 e 13 anos;


Infantil (Masculino/Feminino): 14 e 15 anos;
Cadete (Masculino/Feminino): 16 e 17 anos;
Juvenil (Masculino/Feminino): 18 e 19 anos;
Júnior (Masculino): 20, 21 e 22 anos;
Júnior (Feminino): 20 e 21 anos;
Adulto (Masculino): acima de 21 anos;
Adulto (Feminino): acima de 20 anos;
Veterano (Masculino/Feminino): acima de 35 anos.

TEMPO DE JOGO:

Mirim: 03 tempos de 15’ com intervalo de 05’ para descanso.


Infantil: 03 tempos de 20’ com intervalo de 05’ para descanso.
Cadete Feminino: 25’ x 25’ com 10’ de descanso.
Cadete Masculino: 30’ x 30’ com 10’ de descanso e
Juvenil até Veterano: 30’ x 30’ com 10’ de descanso.

DIMENSÕES DA QUADRA:

A quadra deve ser retangular, com um comprimento de 40m e largura de 20m.


A área privativa do goleiro será determinada por um semicírculo cujo raio medirá
6m desde o centro do gol. Nesta área, somente o goleiro pode ficar, atacantes e
defensores devem ficar fora dela (não é permitido nem pisar na linha, entretanto
pode-se pula-la de fora para dentro, desde que se solte a bola enquanto estiver
no ar).
60
Capítulo 2 Elaboração de Regulamentos

1. Placar sugerido em caso de W x O, é de 10 x 00.

2. Na súmula de jogos podem ser inscritos até 12 jogadores, sendo 07


titulares e 05 reservas.

3. As substituições de atletas são ilimitadas.

e) Voleibol

Pré-Mirim: até 13 anos;


Mirim: 14 anos;
Infantil: 15 anos;
Infantojuvenil: 16 e 17 anos;
Juvenil: 18 e 19 anos.

ALTURA DA REDE:

Pré-mirim Feminino (2,05m), masculino (2,20m);


Mirim: Feminino (2,10m), masculino (2,30m);
Infantil: Feminino (2,15m), masculino (2,35);
Infantojuvenil Feminino (2,24m), masculino (2,43m);
Juvenil: Feminino (2,24m), masculino (2,43m);
Adulto: Feminino (2,24m), masculino (2,43m).

DIMENSÕES DA QUADRA:

18 metros de comprimento e 09 metros de largura.


(REZENDE, 2000, p. 192).

Atividade de Estudos:

1) Elabore um cartaz ou link com informações básicas sobre um


Torneio que será realizado no final de semana na sua escola.

O Torneio será realizado em duas quadras simultaneamente.

Modalidades: Voleibol feminino até 17 anos e Futsal Masculino


até 15 anos.

Especifique: nome do evento, local, data, Inscrições, categoria e


mais informações que achar necessário.
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61
Organização de eventos esportivos

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Algumas Considerações
Podemos destacar que, neste capítulo, você visualizou as diferenças e como
montar um regulamento, os principais pontos a serem observados, modelos de
uma parte de um regulamento, o que deve ser observado e a quantidade de itens
apresentados. Aprendeu, também, que deve ser seguida uma sequência lógica
para descrever e apresentar o regulamento aos seus devidos interessados, bem
como as particularidades e a atenção dadas a cada modalidade disputada em
uma competição.

Referências:
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1987.

DICIONÁRIO online de português. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/


regulamento/>. Acesso em: 31 out. 2012.

REZENDE, J.R. Organização e administração no esporte. Rio de Janeiro: Sprint,


2000.

62
C APÍTULO 3
Confecção de Tabela de Jogos e
Sistemas de Disputa

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Diferenciar tipos de eventos, torneios e campeonatos.

� Ilustrar as principais formas de tabelas de jogos e sistema de disputa.

� Identificar o evento, a aplicabilidade e a forma de realização de determinada


competição.
Organização de eventos esportivos

64
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Contextualização
Caro(a) pós-graduando(a), o terceiro capítulo irá auxiliá-lo(a) na
compreensão dos pontos importantes para preparar um evento esportivo. Para
organizar qualquer tipo de evento esportivo, é necessário que você saiba qual
será a abrangência e a aplicabilidade do evento, além disso, algumas escolhas
estarão presentes: qual tipo de tabela de jogo ou tipos de sistemas de jogo que
serão utilizados e suas definições que devem ocorrem no início da organização
do evento.

O organizador precisa ter uma visão ampla do evento para prever possíveis
situações que possam prejudicar o bom andamento. Contudo, não podemos nos
esquecer da preocupação com o tempo destinado para a duração do evento,
locais escolhidos para a realização das provas, verbas destinadas ao custeio das
despesas, quantos participantes farão parte da competição. Essa sintonia entre
todos os fatores é necessária para que seja possível agregar aspectos positivos e
negativos ao sucesso do seu evento esportivo.

Caro(a) pós-graduando(a), você já deve ter assistido a Campeonatos


brasileiros de Futebol e outras competições regionais. Já parou para pensar
como esses campeonatos são organizados? Ou, qual é a diferença entre um
campeonato e um torneio? Pois bem, esses são alguns dos aspectos que iremos
estudar no decorrer deste capítulo.

Para organizar um evento, é importante saber se ele se dará em um momento


curto (dias/semana) ou um tempo de duração maior (meses).

Campeonato
Quando o evento for realizado em forma de campeonato, as equipes se
confrontam direta e obrigatoriamente, somando pontos, sagrando-se campeão
quem somar maior número de pontos ao final dos jogos ou fases.

Sistema de rodízio, simples ou duplo, reunidos em um grupo ou grupos,


utiliza-se quando:

• O tempo para a realização é adequado (se o prazo para organizar e executar


é viável).
• Boa disponibilidade de locais e horários (locais em condições ideais,
exclusivos durante a competição e horários liberados para o evento).

65
Organização de eventos esportivos

• Nivelamento técnico dos participantes (se o nível da competição é fraco ou


muito alto e até mesmo desnivelado, com equipes muito fortes e outras muito
fracas).
• Número de participantes não é elevado (no campeonato há um controle maior
da participação, uma previsão).
• Boa disponibilidade de pessoal técnico e administrativo (como é um evento
longo, normalmente são funcionários de uma instituição que podem dedicar-
se por mais tempo ao evento).
• Boa disponibilidade financeira (se a verba não for pública, normalmente
alguma empresa ou instituição financia o evento).

Torneio Esportivo:
Torneio Esportivo: Tem por finalidade principal a integração
Tem por finalidade
principal a de uma cidade, bairro ou empresa, incentivar através do esporte a
integração de uma competição de forma saudável e, independente da modalidade, a
cidade, bairro ou duração do Torneio sempre é curta.
empresa.
O custo deste tipo de evento é mais barato e a participação é
Campeonato ilimitada, podendo, muitas vezes, ultrapassar as expectativas da
Esportivo: É uma
organização.
forma diferenciada
das equipes se
confrontarem. Campeonato Esportivo: É uma forma diferenciada das equipes
Bem diferente
se confrontarem. Bem diferente de um torneio, a duração é maior
de um torneio, a
duração é maior e o e o espaçamento de um jogo e outro é de 3 a 7 dias em média.
espaçamento de um Normalmente é realizado turno e returno, em que a equipe joga em
jogo e outro é de 3 a seu campo, quadra, ringue, pista ou outros e o returno é quando a
7 dias em média. equipe visita o outro. Denominado como mandatário quem joga em
casa, em sua sede, e a equipe que joga no ambiente ou sede do seu
adversário é denominada de visitante. Os campeonatos sempre têm um custo
maior que o normal e o nível técnico dos participantes geralmente é acima da
média, pois as equipes treinam, preparam-se e investem valores altos.

A seguir, apresentamos as principais diferenças entre torneios e campeonatos.

Quadro 05 – Diferenças entre torneio e campeonato


TORNEIOS CAMPEONATOS
De curta ou média duração, (poucos dias). Geralmente de longa duração, (meses).
Utilizam os processos eliminatórios. Utilizam processos de rodízio.
Classificam por rodada. Classificam por fase.
Pode participar qualquer número de equipes. Recomenda-se a participação de poucas equipes.
Permitem a participação de equipes de todos os Recomenda-se bom nivelamento técnico entre os
níveis técnicos. participantes.

66
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Seus jogos podem ser realizados de acordo com É interessante realizar jogos simultaneamente.
a disponibilidade de locais.

Têm relativamente baixo custo. Têm relativamente alto custo.

Fonte: Os autores.

Agora que já estudamos as diferenças entre torneios e campeonatos,


apresentaremos, na sequência, as principais formas de disputas e as mais
utilizadas, rodízio simples ou turno único, número de equipes ímpares e pares,
grupos e séries.

a) Turno Único ou Rodízio Simples

O turno único também é conhecido como rodízio simples. Esse sistema


de disputa é realizado em forma de tabela. Muito utilizado em Torneios de
aproximadamente um mês de competição, com jogos todos os dias. Nesse
sistema de disputa as equipes jogam várias vezes, valorizando o evento e,
também, o valor da inscrição, quando houver.

Para montar a tabela, você deve iniciar sempre com o número 1 no lado
direito e a sequência dos números vai descendo até chegar ao terceiro jogo,
seguindo abaixo e, posteriormente, subindo as escritas dos números até chegar
ao número 6, completando os três jogos desta rodada. Teremos um confronto
direto para cada adversário e os números dos participantes serão descritos
aos pares em sentido horário. Sempre que o número de participantes for par, o
participante nº 1 ficará imóvel e à direita e os demais fazem o rodízio. Conforme
modelo na tabela abaixo.

Para as equipes saberem quem é o representante de cada número, é


realizado um sorteio simples com a relação das equipes, duplas, times, trios,
quartetos, atleta individual, etc. Geralmente as equipes ficam sabendo no
Congresso Técnico, no qual todos assistem ao telão, quando for uma competição
oficial com maior estrutura.

Mas se for um torneio de bairro ou um evento mais simples, o sorteio é feito


publicamente e anota-se em cartolina, mural ou cartaz de fácil visualização para
que todos identifiquem facilmente.

Acompanhe o exemplo na tabela abaixo de um sistema de rodízio com 06


participantes.

67
Organização de eventos esportivos

Tabela 01 – Turno único

1ª. Rodada 2ª. Rodada 3ª. Rodada 4ª. Rodada 5ª. Rodada
6x1 5x1 4x1 3x1 2x1
5x2 4x6 3x5 2x4 6x3
4x3 3x2 2x6 6x5 5x4

Fonte: Os autores.

Se o número de equipes da competição for ímpar, o último participante


deverá ser lançado acima do primeiro emparceiramento, ficando de fora da
primeira rodada.

Você já deve ter ouvido falar que esta equipe ficou no chapéu, ficou no copo,
existem várias gírias, mas, de fato, a equipe descansa a primeira rodada e assisti
aos demais. Esta equipe será a de numeral 07 e quem descansa na próxima
rodada é a equipe que foi sorteada com o numeral 06. É feito o rodízio com todas
as equipes até todas terem se enfrentado.

b) Exemplo com 07 participantes, turno único

Tabela 02 – Turno único, número de equipes ímpar

1ª. Rodada 2ª. Rodada 3ª. Rodada 4ª. Rodada 5ª. Rodada 6ª. Rodada 7ª. Rodada
7 6 5 4 3 2 1
6x1 5x7 4x6 3x5 2x4 1x3 7x2
5x2 4x1 3x7 2x6 1x5 2x4 6x3
4x3 3x2 2x1 1x7 2x6 3x5 5x4
Fonte: Os autores.
CONGRESSO
TÉCNICO: Podemos
definir como a • CONGRESSO TÉCNICO: Podemos definir como a segunda
segunda etapa do etapa do evento. O congresso técnico serve para definir detalhes
evento. O congresso do sistema de disputa, apresentar e explicar o funcionamento às
técnico serve para delegações e às equipes e sanar eventuais dúvidas dos participantes.
definir detalhes
No congresso técnico é realizado o sorteio e distribuição das chaves,
do sistema de
disputa, apresentar podendo ser feito separado por modalidade ou sequencialmente se os
e explicar o interessados forem municípios e participarem de várias modalidades.
funcionamento às
delegações e às Para calcular o total de jogos, utiliza-se a seguinte fórmula:
equipes e sanar
eventuais dúvidas
dos participantes. Nº DE JOGOS = P(P - 1):2

68
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Exemplo: 8 participantes: Nº de jogos = 8(8-1): 2 = 28 jogos


Exemplo: 16 participantes: Nº de jogos = 16(16-1): 2 = 120 jogos

Detalhando a fórmula:

“P” é o número de participantes (equipes), você diminui 1 do número de


equipes, que resulta em 15 e multiplica este número pelo número de equipes,
que é 15 x 16. No caso acima, você vai multiplicar 16 por 15 e, posteriormente,
dividir por 2, resultando no número de jogos para 16 equipes participantes, que é
120 jogos.

Essas contas são de suma importância para determinar o calendário da


competição, se a organização tem as datas disponíveis e o número de equipes,
dessa forma, você conseguirá programar-se com o seu calendário de jogos.

c) Turno e Returno ou Rodízio Duplo

• Processo idêntico ao rodízio simples, mas os participantes devem confrontar-


se por duas vezes entre si.

• Ideal para que os participantes possam fazer um jogo como mandante e outro
como visitante, permitindo a revanche (muito utilizado em campeonatos).

• Inversão dos jogos para o segundo turno.

Nº DE JOGOS = P(P-1)

Exemplo: 12 PARTICIPANTES: Nº DE JOGOS = 12(12-1)=132

d) Rodízio em Grupos ou Séries

–– Campeonato dividindo as equipes em grupos, diminuindo o número de


jogos.

Exemplo: 24 participantes em turno único

–– Único grupo de 24 terá 24(24-1): 2 = 276 jogos (23 p/equipe)


–– Dois grupos de 12 terão 12(12-1): 2 = 66 jogos p/grupo

Se tivermos duas chaves com equipes de números pares, podendo ser 6 a

69
Organização de eventos esportivos

8 equipes no total, e no evento se classificarem 2 equipes em cada chave, após


realizar os confrontos de cada chave, a tabela seguirá da seguinte forma.

–– 1a fase - duas chaves (A e B), classificando-se duas equipes de cada


chave;

–– 2a fase ou semifinal - 1º da chave A X 2o da chave B


1º da chave B X 2o da chave A

–– 3a fase ou finais - Perdedores da fase semifinal (3o e 4o)


Vencedores da fase semifinal (1o e 2o)

• De 9 a 12 equipes

–– 1a fase - três chaves (A, B e C), classificando-se duas equipes de cada chave.

–– 2a fase - duas chaves (D e E), assim distribuídas:

• Chave D: 1o chave A, 2o chave B, 1o chave C.


• Chave E: 2o chave A, 1o chave B, 2o chave C.

–– 3a fase ou semifinal - 1o chave D X 2o chave E


1o chave E X 2o chave D

–– 4a fase ou finais
Perdedores da fase semifinal (3o e 4o)
Vencedores da fase semifinal (1o e 2o)

Esse formato é conhecido, também, como competição por chaves, na qual


a quantidade de equipes que se classificarão em cada chave é a organização
quem define, pode ser uma equipe ou até mesmo quatro equipes classificadas.
Isso dependerá da disponibilidade de tempo, valores disponíveis para
Sabe-se que, arbitragem, (orçamento) e grau de importância da competição.
neste formato,
somente as equipes
vencedoras seguem
na competição. Ele e) Eliminatória Simples
é muito utilizado
em eventos nos Inicialmente, vamos realizar algumas contas:
quais o número
de competidores Sabe-se que, neste formato, somente as equipes vencedoras
é expressivo, a
seguem na competição. Ele é muito utilizado em eventos nos quais o
equipe perdedora
no primeiro jogo é número de competidores é expressivo, a equipe perdedora no primeiro
eliminada do evento. jogo é eliminada do evento.

70
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

• Este método é utilizado quando o tempo para a realização do evento é


relativamente curto.

• As melhores equipes podem ser colocadas como “cabeça de chave” ou


isentas da primeira rodada.

• Para distribuir melhor as equipes dentro das chaves, podem-se utilizar outros
métodos que sejam justos para a maioria, como: equipes com mais tempo
de participação no evento, por ordem de inscrição e equipes que foram mais
vezes campeãs da competição e demais colocações em outras edições do
evento e, ainda, como opção. temos o sorteio.

• O sorteio deve ser realizado em público, as equipes posicionadas de cima


para baixo é ainda a melhor forma de distribuir as equipes.

• Utilizaremos a seguinte fórmula para obter o número de jogos:

NJ = NP – 1

“Número de jogos é igual ao número de participantes menos um”

• Para sabermos o número de rodadas, utiliza-se o expoente da potência de 2.

• Por exemplo: 15 participantes, utilizamos o 2 elevado a 4ª potência, ( 24 ), em


que teremos o resultado de 4 rodadas.

• Quando o número de participantes não for de potência de 2, isentaremos


alguns participantes da primeira rodada para que, a partir da segunda rodada,
seja utilizada a potência de 2.

• Para obtermos o resultado da quantidade das equipes isentas, subtrai-se o


número de participantes da potência de 2, logo superior a ele.

Acompanhe: 15 participantes, potência de 2 imediatamente superior é 24 =


16, posterior a este cálculo, entende-se que 16 – 15 = 1 participante isento.

De acordo com Poit (2000, p. 56), “O Número de concorrentes a partir da


segunda rodada corresponderá sempre a resultante de uma potência de 2”.
Exemplos: 2² = 4, 2³= 8, 24 = 16, 25 =32, 26 = 64, 27 = 128, 28 = 256, 29 = 512.

21 ou (2) = 2
22 ou (2 x 2) = 4

71
Organização de eventos esportivos

23 ou (2 x 2 x 2) = 8
24 ou (2 x 2 x 2 x 2) = 16
25 ou (2 x 2 x 2 x 2 x 2) = 32
26 ou (2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2) = 64
27 ou (2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2) = 128
28 ou (2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2) = 256
29 ou (2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2) = 512
Conforme o número de isentos utiliza-se a seguinte orientação:

• Se tivermos somente uma equipe isenta, coloca-se esta equipe na parte


inferior da chave.

• Se o número de equipes isentas for par, dividem-se as equipes por dois e


coloca-se a metade na parte inferior da tabela e a outra metade na parte
superior.

• E se o número de equipes isentas for ímpar, coloca-se um isento na parte


inferior da tabela e os demais na parte superior.

Quadro 06 – Vantagens e desvantagens para a aplicação


do sistema de Eliminatória Simples

VANTAGENS DESVANTAGENS

Esse sistema é de fácil compreensão e fácil Exceto para o campeão, esse formato é injusto
de montar e executar. para as demais colocações finais.

Permite, em um curto período, a disputa de O índice técnico da competição pode ser ofus-
um grande número de participantes. cado, pois a sorte pode ser um ponto relevante.

Não é recomendado utilizar este sistema em


É um sistema bem conhecido. escolas, pois a metade dos participantes é
eliminada a cada rodada.

Pode acontecer nas primeiras rodadas disputas


É um formato interessante para chegarmos
entre equipes que poderiam fazer a final da
ao campeão da competição.
competição.

Fonte: Os autores.

72
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

f) Eliminatória simples com 27 equipes

Abaixo, faremos uma simulação de uma competição com 27 equipes, mas


vamos realizar algumas contas para obtermos informações necessárias antes de
iniciar a competição propriamente dita:

Para descobrirmos o número de jogos, vamos seguir nossa fórmula:

NJ = NP – 1

27-1 = 26 jogos. Número de isentos 32 – 27 = 5 isentos.


Como utilizamos o número 32, que é igual a 25, teremos 5 rodadas.

g) Eliminatória Consolação

Este tipo de chave ocorre após a realização de uma chave de


Este tipo de chave
eliminatória simples. Fazem parte desta chave somente as equipes
ocorre após a
que perderam a primeira partida/jogo, mesmo que esta derrota realização de
tenha sido em uma competição de eliminatória dupla, perdendo na uma chave de
segunda rodada. Quando se monta a chave de eliminatória simples, eliminatória simples.
já é interessante saber se será montada a chave de consolação. Fazem parte desta
chave somente
as equipes que
Dessa forma, pode-se, ao lado direito, montar a chave de
perderam a primeira
“Eliminatória Simples” e, ao lado esquerdo das chaves, montar a partida/jogo.
tabela de “Eliminatória de Consolação”. As chaves também podem ser
montadas separadas.

O procedimento de formação destas chaves é idêntico ao desenvolvimento


das chaves de Eliminatória Simples. É um formato de eliminação que deve ter
alguns cuidados antes de ser apresentado, podendo ocorrer alguns contratempos.
É possível que ocorram constrangimentos entre as equipes participantes, pois, nesse
formato de chave, somente os perdedores competem.

Na maioria dos casos, as equipes não demonstram muito interesse em


participar, pois a competição principal segue e elas estão disputando algo paralelo,
provocando muitos W Os.

Por isso, aconselhamos aos organizadores de eventos que deem outro nome
a esta etapa da sua competição, em vez de “Consolação”, pode-se chamar de
“Torneio Paralelo” ou “Torneio Alternativo” ou, até mesmo, criar um nome diferente,
homenageando alguém importante da cidade, por exemplo.

73
Organização de eventos esportivos

Quadro 07 - Vantagens e desvantagens para a aplicação do sistema de Consolação

VANTAGENS DESVANTAGENS

Oferece mais uma oportunidade para a


Pode-se ter pouco interesse na participação.
equipe ou atleta participar do evento.

Devem-se ter cuidados para não ter um evento


É uma forma de concorrentes teoricamente
desmotivante, monótono e sem a atenção dos
mais fracos serem premiados.
organizadores.

A divulgação é um ponto importante para a devida


É uma chave de fácil confecção e realização.
valorização desta competição paralela.

É uma competição rápida e quem gosta de Para o sucesso desta competição, a premiação deve
competir, vai gostar de seguir participando ser muito boa, de forma que atraia as equipes e ou
do evento. atletas.

Fonte: Os autores.

EXEMPLO DE CHAVE (08 PARTICIPANTES – ELIMINATÓRIA SIMPLES)


01 - Nome do participante
(Jogo 01) Vencedor jogo 01
02 - Nome do participante  
(Jogo 5) Vencedor Jogo 05
03 - Nome do participante    
(Jogo 02) Vencedor jogo 02  
04 - Nome do participante  
Jogo 7) (Campeão)
05 - Nome do participante  
(Jogo 03) Vencedor jogo 03  
06 - Nome do participante    
(Jogo 6) Vencedor jogo 06
07 - Nome do participante  
(Jogo 04) Vencedor jogo 04
08 - Nome do participante

1ª Rodada 2ª Rodada 3ª Rodada

• Quando o número de participantes não for potência de 2, deve-se isentar


equipes da primeira rodada e, na segunda rodada, devemos compor
com o número correspondente da potência desejada.

74
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Isentos=
Potência de 2 imediatamente acima do Nº de participantes – Nº de participantes

Exemplo: 37 participantes (I= 64-37), ou seja, teremos 27 equipes isentas na


1ª rodada.

h) Tabela com 6 equipes

06 participantes (I=08-06), ou seja, teremos 02 equipes isentas na 1ª fase.

1 – Isento, Campeão edição anterior  


 
2
  (Jogo 03)  
(Jogo 01)    
3    
 

4 (Jogo 05)

(Jogo 02)    
5      
(Jogo 04)  

6 – Isento - Vice-campeão anterior  

Critérios:

• Campeão da edição anterior será cabeça de chave.


• Vice-campeão será o pé de chave.
• De 2º a 5º serão meio de chave.
• Sorteio das chaves.
• Não pode haver empate.

–– Veja a seguir alguns modelos de turno e returno muito comuns, pois muitos
já viram ou organizaram eventos com este formato de sistema.

75
Organização de eventos esportivos

Tabela 03 - Campeonato com 09 participantes

04 JOGOS POR RODADA (TOTAL = 36)


Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada
Rodada 1 A
2C 3E 4G 5I 6B 7D 8F 9H
9 8 7 6 5 4 3 2 1
08 X 01 07 X 09 06 X 08 05 X 07 04 X 06 03 X 05 02 X 04 01 X 03 09 X 02
07 X 02 06 X 01 05 X 09 04 X 08 03 X 07 02 X 06 01 X 05 09 X 04 08 X 03
06 X 03 05 X 02 04 X 01 03 X 09 02 X 08 01 X 07 09 X 06 08 X 05 07 X 04
05 X 04 04 X 03 03 X 02 02 X 01 01 X 09 09 X 08 08 X 07 07 X 06 06 X 05
Fonte: Rezende (2007, p. 153).

Obs. 1: Para ordenação do Mandante/Visitante, elabore a tabela seguindo a


ordem alfabética das letras acima.

Tabela 04 - Campeonato com 10 participantes, Turno e Returno

05 JOGOS POR RODADA (TOTAL = 45)


Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada
1A 2C 3E 4G 5I 6B 7D 8F 9H
10 X 01 09 X 01 08 X 01 07 X 01 06 X 01 01 X 05 01 X 04 01 X 03 01 X 02
09 X 02 08 X 10 07 X 09 06 X 08 05 X 07 04 X 06 03 X 05 02 X 04 10 X 03
08 X 03 07 X 02 06 X 10 05 X 09 04 X 08 03 X 07 02 X 06 10 x 05 09 x 04
07 x 04 06 x 03 05 x 02 04 x 10 03 x 09 02 x 08 10 x 07 09 x 06 08 x 05
06 x 05 05 x 04 04 x 03 03 x 02 02 x 10 10 x 09 09 x 08 08 x 07 07 x 06
Obs. 1: Para ordenação do Mandante/visitante, elabore a tabela de jogos seguindo a ordem
alfabética das letras acima.
Obs. 2: Conforme instruções do Mando de Jogo, a equipe n° 01 teve sua posição invertida na(s)
rodada(s) sombreadas.

Fonte: Rezende (2007, p. 153).

i) Sistema com Qualifying

O Sistema com Qualifying é muito utilizado no voleibol de areia e tênis de


campo, em que o atleta ou dupla entram somente nas semifinais. Tem como
critério principal para os atletas ou equipes serem os mais bem ranqueados na
modalidade.

76
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

• Exemplo de Chave com “Qualifying”

(ELIMINATÓRIA SIMPLES) 10 PARTICIPANTES, SENDO 08 INICIAIS E 02


QUALIFYING

Tabela 05 – Sistema Qualifying


01 -
Jogo 01
02 -
Jogo 05
03 -
Jogo 02 Jogo 07
04 - Qualifying
Jogo 09 CAMPEÃO
05 -
Jogo 03 Qualifying
06 - Jogo 08
Jogo 06
07 -
Jogo 04
08 -
Fonte: Rezende (2007, p. 33).

• Exemplo de Campeonato com 32 Participantes

Tabela 06 – Dois grupos com 32 participantes

2° Fase 3° Fase 4° Fase 5° Fase 4°Fase 3° Fase 2° Fase


1° Fase 1° Fase
Oitavas Quartas Semi Final Semi Quartas Oitavas

Grupo 1 Gr 17; Vencedor Gr 21; Vencedor Grupo 9


Gr 25; Gr 27;
Grupo 2 do jogo1 e 2 do jogo 9 e 10
Vencedor Vencedor Grupo 10
do jogo 17 do jogo
Grupo 3 Gr 18; Vencedor Gr 22; Vencedor Grupo 11
e 18 Gr 29; Gr 31; Gr 30; 21 e 22
do jogo 3 e 4 do jogo 11 e 12
Grupo 4 Vencedor Vencedor Vencedor Grupo 12
Grupo 5 do jogo do jogo do jogo
Gr 19; Vencedor Gr 23; Vencedor Grupo 13
Gr 26; 25 e 26 29 e 30 27 e 28 Gr 28;
Grupo 6 do jogo 5 e 6 do jogo 13 e 14
Vencedor Vencedor Grupo 14

Grupo 7 do jogo 19 do jogo Grupo 15


Gr 24; Vencedor
Gr 20; Vencedor e 20 23 e 24
dojogo15 e 16
Grupo 8 do jogo 7 e 8 Grupo 16

Fonte: Rezende (2007, p. 131).

77
Organização de eventos esportivos

Na tabela acima, podemos observar que os jogos podem ocorrer


simultaneamente. Ela é muito utilizada quando se tem o número de competidores
e faz-se o sorteio na hora, cada grupo são duas equipes ou competidores que
se enfrentam, o jogo já está pré-determinado, é feito somente o sorteio dos
competidores. Imagine um campeonato entre empresas de Tênis de Mesa, por
exemplo, é só sortear os atletas.

Atividade de Estudos:

1) Que tal utilizar este método de jogos de dois grupos? Podemos


observar que temos jogos ao lado esquerdo da tabela e ao lado
direito. Elabore a tabela de uma competição, você pode aplicá-la
na área escolar recreativa, entre empresas, municipal, regional
ou estadual.
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Cuidados com Elaboração de


Tabelas Incorretas
No formato de tabela a seguir, podemos observar que a equipe número 09
leva uma grande vantagem perante as equipes número um e dois, ela terá menos
jogos para chegar a final. Nesse caso, o organizador do evento deve realizar um
sorteio para verificar quem fará um jogo extra, adequando e equilibrando a tabela.

78
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

A competição teoricamente se inicia a partir deste ponto. Quem tiver azar de cair
neste sorteio e ainda pegar uma equipe forte, está eliminado da competição.

Figura 07 – Modelo certo e errado para criar uma tabela de jogos

Fonte: Rezende (2007, p. 36).

79
Organização de eventos esportivos

a) Eliminatória Simples

Nº de Jogos = P-1

Ex.: 34 participantes (Nº jogos = 34-1= total de 33 Jogos)

Exemplo de torneio com 16 equipes:

1ª Rodada – Oitavas de final

2ª Rodada – Quartas de final

3ª Rodada – Semifinal

4ª Rodada – Finais (Decisão de 3º colocado)

b) Eliminatória Dupla

Nº de Jogos = 2(P-1)

Ex.: 10 participantes (Nº jogos= 2(10-1), total de 18 jogos).

80
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Figura 08 – Modelo de chave com eliminatória dupla, 12 participantes

Fonte: Rezende (2007, p. 89).

81
Organização de eventos esportivos

Informações sobre a figura anterior:

Chave dos Perdedores / Chave dos Vencedores

Informações importantes:

• Os números centrais na vertical, de 01 a 12, correspondem ao


número que cada participante irá ocupar na chave. Deve ser feita
uma legenda ao lado ou abaixo da tabela para acompanhamento
das equipes, após o sorteio dos jogos.

• A indicação à esquerda com a seta tracejada, significa que a


equipe perdeu a primeira partida e terá outra chance de seguir na
competição. Se perder outra partida a equipe será eliminada.

• Conforme os jogos vão acontecendo, é função do organizador


preencher os espaços, informando o número de cada equipe no
local tabela e verificar com quem irá jogar.

82
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Figura 09 – Modelo de chave com eliminatória dupla, 30 participantes

Fonte: Rezende (2007, p. 107).

83
Organização de eventos esportivos

• Quadro de Pontuação

Esta tabela de classificação serve para as equipes e o público acompanharem


o seu desempenho durante a competição. A cada jogo a tabela pode sofrer
alterações. Devem ser registrados pontos, sets, gols e outros dados das equipes,
em alguns casos, podendo ser aprofundadas as informações de acordo com o
evento.

Cada evento terá a sua realidade, segue modelo/exemplo:

04 (Quatro) equipes dentro de uma chave, jogando “todos contra todos”.

Tabela 07 - Quadro de pontuação

Time PG J V E D GP GC SG (%)
1. Santos 13 6 4 1 1 12 5 7 72
2. Internacional 8 6 2 2 2 10 6 4 44
3. The Strongest 7 6 2 1 3 5 11 -6 39
4. Juan Aurich 6 6 2 0 4 4 9 -5 33

PG - pontos ganhos; J = jogos; V - vitórias; E - empates; D - derrotas; GP =


gols pró; GC - gols contra; SG - saldo de gols; (%) – aproveitamento.

Fonte: Disponível em: <http://esporte.uol.com.br/futebol/


campeonatos/libertadores/2012/classificacao-e-jogos/
segunda-fase/grupo-1.jhtm>. Acesso em: 05 jul. 2012.

Atividades de Estudos:

1) Vamos exercitar um pouco. Dentro do conteúdo exposto,


desenvolva uma tabela de jogos para 10 equipes com sistema de
eliminatória dupla para um evento de Tênis de Mesa.
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84
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

Outros Tipos de Sistema de Disputa


Os principais processos de disputas podem ser classificação em eliminatórios,
rodízio ou turno, escala ou extensão, combinado ou misto, acumulação e outros.

ELIMINATÓRIOS RODÍZIO OU TURNO


Simples ou Sucessivas Simples ou Turno
Repescagem Duplo ou Turno e Returno
Bagnall-Wild Em grupo ou Séries
Consolação Rotação
Dupla-Eliminatória Lombardo

ESCALA OU EXTENSÃO COMBINADO OU MISTO


Escada Rodízio e Eliminatório
Pirâmide Eliminatório e Escala
Funil Escala e Rodízios
Teia de Aranha Escala e Eliminatório

ACUMULAÇÃO OUTROS
Educativos em Geral Sistema Suíço
Play-Off Sistema Schüring
Representativo (simbólico) Kachi-Nuki

Cada evento possui um contexto e um formato diferente, ou


seja, tipo de evento, natureza, público, local e, até mesmo, estado
brasileiro em que será realizado. O organizador deve ter o cuidado
de adequar-se a sua realidade.

O Sistema de Disputa deve considerar:

1. Características da modalidade em questão.


2. Quantidade de participantes.
3. Tempo disponível para a realização.
4. Qualidade técnica dos participantes.

85
Organização de eventos esportivos

5. Estrutura física, material e humana disponível.


6. Objetivos da competição.

Atividades de Estudos:

1) Elabore uma Chave com 11 participantes (Eliminatória Simples).


Complete com o Número de Jogos, Rodadas e Quantos jogos
serão realizados.
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2) Elabore uma Tabela formato de Chaves (Rodízio/Turno Único)


com 11 participantes. Complete com 1ª Fase, 2ª Fase, Semifinal e
Final. Indique quantas rodadas e quantos jogos serão realizados.
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3) Elabore uma Tabela (Rodízio/Turno Único) com 14 participantes.


Complete com 1ª Fase, 2ª Fase, Semifinal e Final. Indique
quantas rodadas e quantos jogos serão realizados.
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_____________________________________________________
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_____________________________________________________
_____________________________________________________
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86
Capítulo 3 Confecção de Tabela de Jogos e Sistemas de
Disputa

4) Complete a classificação abaixo, conforme os resultados dos


jogos.

JG HORA EQUIPE RESULT. EQUIPE 1º SET 2º SET 3º SET 4º SET 5º SET

UNISUL E.C. / UNISUL CIMED ESPORTE CLUBE /


1 10:30 3 X 2 25 17 25 19 18 25 21 25 15 9
ESPORTE CLUBE CIMED ESPORTE CLUBE
ADV/MARISOL/FME /
BARÃO / CLUBE ESCOLAR
2 17:00 ASSOCIAÇÃO 0 X 3 15 25 13 25 18 25
BARÃO DO RIO BRANCO
DESPORTIVA VOLEIBOL
BONJA/MANTAC/FELEJ
UNISUL E.C. / UNISUL
3 18:30 3 X 2 / CLUBE ESCOLAR BOM 22 25 24 26 25 20 25 19 15 12
ESPORTE CLUBE
JESUS

24/06/2012 – domingo

JG HORA EQUIPE RESULT. EQUIPE 1º SET 2º SET 3º SET 4º SET 5º SET

BARÃO / CLUBE
CIMED ESPORTE CLUBE /
4 09:00 ESCOLAR BARÃO 3 X 0 25 15 25 14 25 11
CIMED ESPORTE CLUBE
DO RIO BRANCO
ADV/MARISOL/FME / BONJA/MANTAC/FELEJ
5 10:30 ASSOCIAÇÃO 1 X 3 / CLUBE ESCOLAR BOM 13 25 16 25 25 19 18 25
DESPORTIVA VOLEIBOL JESUS
CIMED ESPORTE BONJA/MANTAC/FELEJ
6 18:00 CLUBE / CIMED 2 X 3 / CLUBE ESCOLAR BOM 23 25 24 26 25 19 25 16 17 19
ESPORTE CLUBE JESUS
ADV/MARISOL/FME /
UNISUL E.C. / UNISUL
7 19:30 3 X 0 ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA 25 17 25 13 25 19
ESPORTE CLUBE
VOLEIBOL

25/06/2012 - segunda-feira

JG HORA EQUIPE RESULT. EQUIPE 1º SET 2º SET 3º SET 4º SET 5º SET

BARÃO / CLUBE ES- BONJA/MANTAC/FELEJ


8 09:00 COLAR BARÃO DO RIO 3 X 1 / CLUBE ESCOLAR BOM 25 27 25 23 25 19 25 20
BRANCO JESUS
CIMED ESPORTE CLUBE ADV/MARISOL/FME /
9 10:30 / CIMED ESPORTE 3 X 1 ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA 25 16 25 27 25 23 25 19
CLUBE VOLEIBOL
UNISUL E.C. / UNISUL BARÃO / CLUBE ESCOLAR
10 16:00 3 X 2 14 25 25 20 26 28 27 25 15 9
ESPORTE CLUBE BARÃO DO RIO BRANCO

SETS SETS AVG PTS PTS AVG


EQUIPE J V D P CLAS
PRO CONTRA SETS PRO CONTRA PTS
UNISUL E.C. / UNISUL
ESPORTE CLUBE
BARÃO / CLUBE ESCOLAR
BARÃO DO RIO BRANCO
BONJA/MANTAC/FELEJ / CLUBE
ESCOLAR BOM JESUS
CIMED ESPORTE CLUBE /
CIMED ESPORTE CLUBE
ADV/MARISOL/FME / ASSOCIA-
ÇÃO DESPORTIVA VOLEIBOL

87
Organização de eventos esportivos

Algumas Considerações
Podemos concluir, neste capítulo, que você aprendeu as variações existentes
para desenvolver a tabela de competição, os diferentes sistemas de disputa e
suas particularidades.

Concluimos, também, que podemos estabelecer um critério de utilização


desses sistemas, a forma de tabela a ser utilizada. Você, pós-graduando(a), a
partir deste estudo, teve condições de entender qual o melhor sistema para o
evento que está sendo realizado e compreendeu as diferenças entre Torneio e
Campeonato, bem como as suas particularidades.

Você deverá ter a percepção de qual o melhor sistema de disputa a ser


utilizado, de acordo com as informações gerais do seu evento, espaço físico,
datas e outros.

Vimos, também, a utilização de quadro de pontuação, diferenciação e


aplicação de sistemas para Torneios e Campeonatos.

Referências
POIT, D.R. Organização de eventos esportivos. Londrina: Phorte, 2000.

REZENDE, J.R. Sistema de Disputa para Competições Esportiva. Rio de


Janeiro: Phorte, 2007.

88
C APÍTULO 4
Protocolos, Cerimoniais, Segurança
e Check List

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer a origem e as principais funções do protocolo esportivo.

� Identificar todas as funções do cerimonialista e as particularidades dos


cerimoniais.

� Entender a necessidade de aplicação do check list e a segurança nos


eventos.

89
Organização de eventos esportivos

90
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

Contextualização
Neste capítulo, você aprenderá a origem dos cerimoniais e protocolos, como
iniciou sua utilização, como se aplica, os cuidados que o mestre de cerimonia
deve ter, suas obrigações condutas e as aplicações do uso de púlpito. Veremos,
também, a importância dos detalhes na segurança dos eventos esportivos, bem
como a utilização do check list nas suas atividades. Seu uso hoje nos eventos
esportivos é uma obrigação, é uma necessidade constante para verificar, em
todos os momentos, o acompanhamento da organização. Acompanhando o check
list, você estará acompanhando o seu evento.

Cerimoniais e Protocolos de
Eventos Esportivos, Segurança e
Check List
A palavra Protocolo é de origem grega, protókollon. Proto significa “primeiro”
e kollon significa “cola”. Dessa forma, a palavra significava a tira de um papel que
era utilizado para classificar um determinado documento. Era utilizado nos tempos
em que uma sociedade necessitava organizar, padronizar leis, procedimentos,
ritos e costumes.

Existem vários tipos de protocolos, podendo ser social ou


Existem vários
esportivo, na esfera municipal, estadual ou nacional, em outros tipos,
tipos de protocolos,
como religiosos e de outras naturezas. O protocolo esportivo, nosso podendo ser social
assunto em questão, nasceu durante a primeira edição dos Jogos ou esportivo, na
Olímpicos, em 776 a.C., na cidade de Olímpia na Grécia. esfera municipal,
estadual ou
Já a palavra Cerimonial vem do latim caerimoniales. São normas nacional, em
outros tipos, como
e formalidades aplicadas em vários tipos de situações, eventos
religiosos e de
e protocolos. Nos protocolos esportivos, temos vários tipos de outras naturezas.
cerimoniais: de abertura, de premiações, e de encerramento de uma
competição ou modalidade.

Se formos buscar na história, e que ainda perdura, um cerimonial curioso e de


extrema rigidez, encontremos o cerimonial de troca de guarda no parlamento da
Inglaterra. É um fato que chama atenção de todos pela formalidade e impecável
sincronia dos soldados, em que a cada hora é feita a troca de guarda.

Para cada cerimonial, devemos planejá-lo de forma que os envolvidos

91
Organização de eventos esportivos

sintam-se a vontade e o cerimonial é ajustado e adaptado para cada realidade.


Não podemos ter uma cerimonial cheio de pompas para um festival escolar
entre salas, por exemplo. E, ao mesmo tempo, não podemos simplesmente
declarar abertos os jogos estaduais, sem as devidas nomeações de autoridades,
chamadas dos municipais e iniciar a competição sem um cerimonial a altura. Para
cada evento, dentro da sua grandiosidade e importância, devemos aplicar o nível
de cerimonial, abertura e protocolo adequado.

Se o evento for maior, em grau de importância e de participantes, devemos


nos preocupar com alguns pontos, tais como: organização do local do cerimonial,
palanque, se terá púlpito ou não, mesa para as autoridades, se ficarão de pé,
nomes das autoridades nas mesas, recepcionista para preenchimento das
nominatas das autoridades, local dos demais convidados, local para a imprensa
em geral e também toda a decoração, som, iluminação, preocupação com o
tempo, em caso de chuva, ,microfone reserva e tenda coberta.

O Mestre de Cerimônia
É uma pessoa normalmente escolhida ou convidada pelo
É uma pessoa
normalmente Presidente da Comissão Central Organizadora. Deve ter boa
escolhida ou apresentação, clareza ao falar, postura e, principalmente, conhecer
convidada pelo o assunto ou ter experiência em eventos menores. Uma boa voz é
Presidente da imprescindível, mas que seja agradável aos presentes, não muito
Comissão Central alta, nem muito baixa, tente optar pela voz ideal. Normalmente
Organizadora.
são convidados jornalistas ou radialistas esportivos, que sabem e
Deve ter boa
apresentação, conhecem o assunto e sentem-se tranquilos, não correndo o risco de
clareza ao ficarem nervosos ou sem ação em caso de algum imprevisto.
falar, postura e,
principalmente, Se houver um evento muito importante e quisermos que nada
conhecer o assunto de errado ocorra, devemos ter alguns cuidados e atenção a alguns
ou ter experiência
detalhes:
em eventos
menores.

a) Sobre o Mestre de Cerimônia

As principais qualidades e características do mestre de cerimônia são:

• Postura Corporal.
• Aparência pessoal e elegância.
• Formação específica (jornalismo ou Educação Física).
• Pontualidade.

92
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

• Boa memória.
• Excelente relação interpessoal.
• Naturalismo nas ações.
• Ser sintético em suas considerações.
• Ser preciso nas informações.
• Boa dicção e bom timbre de voz.
• Traquejo para saber tomar iniciativas.
• Ter domínio de palco.
• Estar bem informado a respeito do evento e das autoridades convidadas.
• Conhecer a legislação pertinente.
• Vestir-se adequadamente.
• Boa educação.
• Ter conhecimento antecipado do roteiro da cerimônia (script).

Então, com tais qualidades e características, você acha que está preparado
para enfrentar uma cerimônia? Ser o mestre de cerimônia requer realmente vários
requisitos. Além disso, ele ainda deve estar inspirado, ter alegria, criatividade, ser
determinado, ter entusiasmo e ser empático. A seguir, veremos mais funções e
atribuições de um mestre de cerimônia de um evento de alto padrão.

b) As principais funções do mestre de cerimônia

A partir do momento em que lhe é conferida tal atribuição, o mestre de


cerimônia tem as seguintes funções:

• Manter atualizado o check list dos eventos.


• Relacionar o nome das autoridades e personalidades.
• Conferir nominata junto ao cerimonial.
• Conferir com antecedência a pronúncia correta dos nomes dos envolvidos e
autoridades.
• Participar da contratação dos profissionais para o evento: sonorização,
iluminação e decoração, entre outros.
• Testar o som, as músicas e acertos dos microfones dos convidados especiais.
• Definir os tipos de microfones que serão utilizados: de lapela, de mesa, sem
fio ou ainda o headset (com fone e sem fio).
• Ajustar o púlpito quanto à iluminação e aos microfones.
• Verificar as músicas e as mídias disponíveis.
• Verificar se não há exageros na decoração.
• Conferir os detalhes do roteiro (prêmios, flores, documentos a serem lidos,
documentos a serem assinadas, homenagens, outros).
• Fazer os ajustes necessários.

93
Organização de eventos esportivos

• Ler várias vezes o roteiro.


• Ensaiar mais de uma vez.

c) O que o mestre de cerimônia deve evitar


• Demonstrar intimidade com as autoridades.
• Chamar as autoridades ou personalidades sem o uso correto do pronome de
tratamento ou cargo e função específica, evitar apelidos.
• Emitir comentários sobre sua imagem, família, ou fatos desagradáveis, entre
outros.
• Improvisos, fugas do roteiro estabelecido.
• Dar um toque pessoal de última hora no roteiro.
• Redigir um roteiro utilizando termos arcaicos e frases de difícil entendimento
pelo público.
• Exagero nas demonstrações de simpatia.
• Ser o centro das atenções.
O Mestre de
cerimônia deve Importante: O Mestre de cerimônia deve atentar para alguns
atentar para alguns nomes da lista de autoridades, pois pode ocorrer de alguma autoridade
nomes da lista de ter nomes que sejam comuns ao sexo masculino e feminino. Confirme
autoridades,pois antes de chamar determinada autoridade.
pode ocorrer de
alguma autoridade
Exemplos de nomes: Lucimar, Jucilei, Erli, Darci, Nadir e outros.
ter nomes que
sejam comuns ao
sexo masculino e
feminino. d) O uso de Púlpito

Quando a cerimônia utilizar este recurso, ele poderá ser de madeira, de


acrílico ou outro material. Normalmente utiliza-se decoração, mas cuidado com
os exageros para não ser motivo de destaque exagerado. Se possível, utilize
este local para colocar o nome do evento ou logo do patrocinador principal, se
tiver cobertura de televisão, conseguimos comunicar de forma passiva para o
telespectador o nome do evento que está sendo transmitido, que, nesse caso,
deve ser iluminado.

Na hora do uso da palavra, as autoridades podem falar diretamente da mesa


ou utilizar o espaço do M.C. (Mestre de Cerimônia). Utilizar papéis para falar é a
melhor opção.

O posicionamento do púlpito é a seguinte, do palco olhando para o público,


ao lado direito ficam as bandeiras, a mesa vem ao centro e o púlpito ao lado
esquerdo, as bandeira podem ficar também junto ao púlpito ou junto à mesa.

94
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

Figura 10 - Mesa de autoridades, sem o uso púlpito

Fonte: Disponível em: <http://www.sol.sc.gov.br/index.php?option=com_


rsgallery2&page=inline&id=17&Itemid=130>. Acesso em: 11 jul. 2012.

Figura 11 - Mesa com autoridades, púlpito para o M.C. e outro para uso das autoridades

Fonte: Disponível em: <http://www.sol.sc.gov.br/index.php?option=com_


rsgallery2&page=inline&id=1246&Itemid=130>. Acesso em: 11 jul. 2012.

Importante: Queremos destacar que, independente do evento, se você for


o principal organizador, o coordenador geral ou mesmo um convidado a auxiliar,
porque você é formado em Educação Física, seja profissional. Se um grupo

95
Organização de eventos esportivos

de amigos seus quiserem organizar uma determinada competição ou alguns


jogos, ajude, auxilie, mas acima de tudo seja organizado, coerente e respeite
as limitações das pessoas a sua volta. Caso contrário, pode-se ter o tom de
arrogância.

Cerimonial de Abertura de Evento


Esportivo
A abertura de um evento é o grande momento de congregação
A abertura de
um evento é o e união dos atletas, equipes, municípios, estados e, em competições
grande momento mundiais, países.
de congregação
e união dos Para se obter sucesso nesta etapa inicial do evento, deve-se
atletas, equipes, organizar muito, planejar e realizar ensaios com os envolvidos.
municípios, estados
e, em competições
mundiais, países. Para a organização, é o ponto inicial do evento, após a abertura
tem-se a sensação de alívio, já que, depois que concluir o cerimonial
de abertura e o primeiro jogo, o evento flui normalmente. Para isso, é evidente que
todas as precauções, planejamentos e encaminhamentos estejam devidamente
organizados.

A comissão de cerimonial, além da abertura, será responsável pelo cerimonial


de premiação e encerramento de modalidade e cerimonial de encerramento do
evento, quando houver um. Esta comissão estará encarregada de planejar os
cerimoniais, pesquisar os temas, cuidar da logística das etapas, criar normas e
regras para a abertura, expedir documentos, solicitações e convites.

A comissão de premiação, além de promover o cerimonial, deve montar


o pódio, hastear as bandeiras, quando tiver, incluir músicas específicas para
a ocasião, controlar e guardar todas as medalhas de cada modalidade e
categoria.

a) Sequência muito utilizada para os cerimoniais de abertura

• Concentração por ordem alfabética das equipes, atletas ou delegações.


• Concentração das autoridades convidadas em área pré-determinada.
• Entrada de grupo musical, banda ou orquestra.
• Entrada por ordem alfabética das delegações.
• Entrada da delegação sede, anfitriã.
• Entrada da equipe de arbitragem (somente se a organização achar
necessário).

96
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

• Chamada e composição de mesa pelas autoridades e convidados.


Se o evento for
• Entrada das bandeiras e posterior hasteamento. muito grande e a
• Execução do Hino Nacional. preparação, bem
• Entrada e hasteamento da bandeira do evento. como o impacto
• Entrada do fogo simbólico. visual almejado
• Acendimento do fogo simbólico do evento. pelo acendimento
da pira olímpica for
• Declarado aberto o evento pela autoridade máxima presente.
prioridade, deve-se
• Juramento do atleta, preferencialmente um atleta de renome e acender a pira no
conquistas. último momento da
• Saudação aos participantes e evento (cuidar para não ter muitas abertura.
falas de autoridades).
• Saída das delegações/equipes.
• Apresentação artística ou show.
• Encerramento do cerimonial de abertura e início da competição.

Obs.: Se o evento for muito grande e a preparação, bem como o impacto


visual almejado pelo acendimento da pira olímpica for prioridade, deve-se acender
a pira no último momento da abertura.

CHECK LIST

Check list são listas de verificações com itens a serem


observados, tarefas a serem cumpridas, materiais a serem
comprados, ou seja, é uma lista onde você coloca itens que podem
fazer falta em alguma tarefa ou em algo que esteja planejando ou
executando, evitando, assim, futuros esquecimentos, falhas, faltas.
Ele pode ser usado não somente por empresas, mas por qualquer
pessoa que quer organizar algo a ser feito, no caso Esportivo.

Segundo Atul Gawande, autor do livro The Check list Manifesto


(O manifesto do check list: Como fazer a coisa certa), que está
fazendo grande sucesso nos Estados Unidos, seria uma checagem
simples. É a chave de prevenção para que um pequeno engano não
se transforme num desastre de enormes proporções.

Gawande adotou check lists em oito hospitais, de um centro


comunitário na Tanzânia a um moderno instituto médico em Seatle.
Em todos, a redução de óbitos por complicações médicas foi de
35%, na média – um número impressionante, uma vez que estamos
falando de vidas. O check list na sala de cirurgia, por exemplo, incluiu
itens simples, como: que cada um na sala soubesse o nome da outra
pessoa. O check list não é uma prática recente nos negócios e pode
trazer inúmeras vantagens.

97
Organização de eventos esportivos

Ainda segundo Gawande:

• Segurança: A lista funciona como uma rede de segurança


cognitiva. Detecta falhas mentais que costumam brotar da
complexidade do trabalho moderno.

• Eficiência: Para o médico, as equipes tornam-se mais rápidas


e eficientes quando se acostumam ao check list.

• Exatidão: Esse é o desafio das equipes modernas. Gawande


diz que já somos muito bons. O que precisamos melhorar é a
exatidão dos nossos procedimentos.

• Foco: Quando a equipe adota o check list, o óbvio é latente,


deixa de atrapalhar e os profissionais ficam livres para se
concentrarem no que é realmente importante.

• Humanidade: Existe um benefício psicológico quando os


profissionais, especialmente os mais orgulhosos, têm de
engolir o check list. Gawande acredita que ele os torna mais
humanos.

Acredito que adotar o check list no dia a dia é algo que não só
as empresas deveriam fazer, mas também as pessoas. A execução
de tarefas e a organização da sua vida no trabalho e, até mesmo, na
vida pessoal se tornarão muito mais fácil. Antes de começar o dia,
por exemplo, faça uma lista de coisas que precisa fazer durante o
dia, mas separe o que é de trabalho do que é pessoal.

Seria interessante também a prática de check lists mentais e vá


acostumando a sua mente a pensar dessa forma. Isso poderá ser
muito útil em coisas simples, como arrumar as malas para viajar
ou ir à padaria. Independente da forma que irá fazer o check list,
saiba que ele não é algo ultrapassado e inútil, ao contrário, ele é uma
ferramenta que pode ajudá-lo(a) diariamente a organizar as suas
atividades, poupando seu tempo e evitando erros e falhas.

Fonte: Disponível em: <http://www.sucessonews.com.


br/checklist>. Acesso em: 10 set. 2012.

98
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

Atividade de Estudos:

1) Faça o teste agora, adote um check list para sua vida pessoal, o
que vai precisar fazer amanhã. Depois faça um check list de um
evento de seu interesse, visando a todos os aspectos comentados
por Gawande.
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SEGURANÇA

Ao contrário do que muitos autores acreditam, ato de se pensar


em Segurança ou de defender-se de algo que lhe apresente algum
tipo de ameaça não é um pensamento dos homens modernos ou
algo que surgiu conforme a evolução humana, mais do que isso tudo,
a Segurança já começou a tornar-se evidente nos tempos em que os
homens ainda moravam em cavernas e usavam instrumentos feitos
de ossos e pedras para se defender.

A Segurança é uma condição básica para a realização


de qualquer atividade humana. Em um evento, seja ela de
qualquer natureza, a falta de segurança pode gerar dificuldades
organizacionais, instabilidade emocional dos participantes e até uma
tragédia.

99
Organização de eventos esportivos

Sabemos que quando o evento acontece com plena segurança,


e tudo acontece tranquilamente sem imprevistos, quem aparece são
os artistas, os astros, os atletas, os patrocinadores e o espetáculo é
claro. Por outro lado, se alguma coisa acontece, a responsabilidade
cai para os organizadores do evento.

Mas temos outra análise a ser lembrada que também pode


gerar transtornos e descontentamento por todos do evento, que seria
a infraestrutura ruim, local de alto risco, falta de equipamentos de
segurança, atendimento médico precário ou inexistente, possibilidade
de ter um veículo furtado, entre outros. Caso isso ocorra, os
organizadores não terão uma nova oportunidade para fazer um
evento seguro e apagar a péssima imagem deixada.

Temos providencias de praxe para um evento visando a


segurança:

• contratação de um médico;
• kit de primeiros socorros;
• apoio da força policial;
• ambulância e/ou U.T.I móvel.

Lembrando que quando se monta uma arena esportiva, um palco,


uma arquibancada ou coisas afins, é necessário um “projeto técnico”,
ou seja, a famosa A.R.T (anotação de responsabilidade técnica),
você já ouviu fala dela? Pois bem, A.R.T é o instrumento através do
qual o profissional registra as atividades técnicas solicitadas por meio
de contratos (escritos ou verbais) para o qual este foi contratado.
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento
constituído por formulário padrão a ser preenchido através do sistema
Creanet Profissional, cujo preenchimento é de responsabilidade do
profissional devidamente habilitado com registro/visto no CREA de
seu estado. A partir disso, vejamos alguns exemplos de cuidados que
devem ser observados: áreas construídas com mais de 750 metros
quadrados, por exemplo, e que serão usadas para eventos devem
possuir: extintores, hidrantes, alarme, luz de emergência, sinalização
de rota de fuga, sinalização dos equipamentos de segurança, entre
outros. Se for um local ou área construída para um público maior de
50 pessoas, o local deverá possuir portas que se abrem no sentido
da rota de fuga, se for superior a 100 pessoas as portas devem, além
de abrir na rota de fuga, possuir barras antipânico.

Fonte: Disponível em: <http://www.crea-sc.org.br/portal/


index.php?cmd=faq,>. Acesso em 10 set. 2012.

100
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

Quando realizarmos eventos, devemos nos preocupar com os custos, tempo


de execução, retorno financeiro, etc. Entretanto, devemos lembrar que nenhuma
economia de dinheiro ou tempo vale a perda de vidas.

Importante: Acreditamos que uma verificação da legislação básica e uma


consulta ao corpo de bombeiros do município diminui drasticamente a chance de
um infortúnio.

Temos que ter em mente que improvisação, incompetência e Contrate equipe de


inconsequência não combinam com segurança e sucesso em nenhum segurança privada
lugar do planeta. Contrate equipe de segurança privada experiente experiente para o
para o seu evento. seu evento.

Atividade de Estudos:

1) Relate algum evento do qual participou em que não foram


observados os quesitos de segurança abordados anteriormente,
gerando consequências desconfortáveis aos organizadores, e
aponte o que poderia ser feito para evitar tais transtornos.
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Organização de eventos esportivos

Check List Completo para


Cerimônias Esportivas
Este check list abaixo está em ordem alfabética para facilitar a identificação
dos itens. Para cada informação nele contida deve ser feito um controle, quem é
o responsável, data da realização, se necessita de auxílio, orçamento, transporte.
Para os eventos de maior porte, sugerimos que você tenha um Feed Back do
check list, uma pessoa responsável só para isso, para acompanhar e informar à
coordenação de todas as atividades para a organização do evento.

Quadro 08 – Exemplo de Check list

DVD player Instalações sanitárias Operador de som/luz Resultados


Eletricistas Isolamento de área Ornamentação Roteiro (Script)
Empresa de segurança Isqueiro Palco Roupas
Engenheiro responsável Juramentista Panóplia Script (Roteiro)
Ensaios Kit para a imprensa Passarela Secretaria
Equipe de protocolo Kit para o público Pastas Secretaria geral
Estacionamento Limpeza Personalidade Segurança
Estande Lista de convidados Pira Serviços de informações
Eventos paralelos Livro de presença Pirotécnica Shows
Faixas Locação (equipamentos) Pisos especiais Sinalização
Fita isolante, crepe, etc. Local Placa para desfile Sistema de comunicação
Flâmulas Locutor esportivo Planejamento Sistema de som
Flores Logomarca de evento Players Slogan
Fogos/pirotecnia Louças e porcelanas Pódio Tapetes
Fósforo Lycra e outros tecidos Polícia Militar Tecidos para decoração
Fotografia e filmagem Manutenção Poltronas e cadeiras Tela para projeção
Frutas Mapa de acesso Pórticos Telefones
Garçom Mascote Praticáveis Tendas
Gelo seco Mastro para bandeira Premiação geral Tesouraria
Gerador Material 1° socorros Prêmio em dinheiro Toalha
Gradil de isolamento Material de divulgação Press Kit Tocha

102
Capítulo 4 Protocolos, Cerimoniais, Segurança e Check List

Guarda municipal Medalhas Prisma para mesa Tradução simultânea


Hasteamento Médico/enfermeiro Programa Tradutores
Hinos Mensageiro Projetor multimídia Transporte
Centro Hospitalar Mesa para o receptivo Projetos de cenografia Tribuna de honra
Hostess Mesas de apoio Pronto-socorro Troféus
Hotel Mestre de cerimônias Protocolo e nominatas TV Plasma, LCD ou LED
Iluminação Microfones diversos Púlpito Uniforme
Iluminação cênica Mobiliário Ramalhetes Ventiladores
Imagens ao vivo Música ambiente Recepcionistas Vídeos
Impressos Música específica Recordes Walkie-Talkies
Informações Nominata Relação de telefones Welcome coffe
Ingressos Numerário (emergência) Release (imprensa) Wireless
Inspeção Ônibus/vans Restaurante

Fonte: Poit (2010, p. 122-124).

Algumas Considerações
Podemos concluir que, neste capítulo, você aprendeu vários itens que
compõem um evento esportivo. Haverá momentos em que o mestre de cerimonia
terá que ser você, que não terá verba para contratar ou convidar alguém com
mais experiência, dessa forma, poderá por em prática o que aprendeu neste
caderno. Então, para não comprometer o seu evento, convide ou contrate pessoas
experientes.

A organização através do check list é uma ferramenta que veio para


assegurar muitas funções, ela já existe há muito tempo, mas você deve torná-
la sua aliada, pois se as atividades não acontecerem dentro dos prazos, a
relação de cobranças também virá em volume maior. Tente aplicar ferramentas
de tecnologia que venham a contribuir para a melhor aplicabilidade do check list
no seu evento esportivo. A segurança é o ponto mais importante no seu evento,
tome as medidas necessárias com antecedência, veja todos os alvarás, licenças,
solicitações e autorizações que o evento exige, faça tudo com antecedência e
não deixe de fazer, pois se uma criança for atropelada dentro das instalações
do estacionamento ou alguma situação acontecer e que os bombeiros não foram
requisitados para inspecionar, por exemplo, esqueça a próxima edição, ela não
acontecerá! Prevenção em tudo, esta é a dica.
103
Organização de eventos esportivos

Referências
POIT, Davi Rodrigues. Cerimonial e Protocolo Esportivo. 3. ed. São Paulo:
Phorte, 2010.

104
C APÍTULO 5
Organização de Pequenos, Médios,
Grandes e Megaeventos -
(Case Jogos Olímpicos)

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer as ferramentas administrativas para a organização de um evento


esportivo.

� Fomentar os conceitos organizacionais na aplicação prática do planejamento


de um evento.

� Saber distinguir as particularidades que diferenciam os grandes eventos.

105
Organização de eventos esportivos

106
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

Contextualização
Originalmente, os eventos esportivos possuem como referência e base
inicial os Jogos Olímpicos da antiga Grécia. Eventos que talvez não tivessem
uma real fundamentação organizacional, mas que, desde muito tempo atrás, já
nasceram com o espírito esportivo incutido no coração de seus participantes e
espectadores. Quem poderia conceber que essa manifestação cultural da época,
iniciada no ano de 776 a.C., pudesse ainda estar sendo vivenciada com tanto
glamour e expectativa por todas as nações do planeta. Alguns historiadores
destacam a criação dos eventos esportivos como sendo estratégias de políticos
e imperadores que, na época de seus reinados, precisavam acalmar a revolta de
seus povos.

Essa fase inicial chegou ao fim quando a Grécia foi conquistada pelos
Romanos no ano de 393 d.C.. Foram aproximadamente 1170 anos de Jogos
Olímpicos. O maior evento esportivo até então havia sido encerrado, mas a
chama olímpica ainda permanecia acessa. E, após um longo jejum, ela foi
reativada com muita força pelas mãos de Pierre de Fréddy (conhecido como o
Barão de Coubertin), em 1896. Foi ele também que criou o COI (Comitê Olímpico
Internacional). (POIT, 2004).

Sabemos que mesmo antes do Barão de Coubertin ter reiniciado os Jogos


Olímpicos, os eventos e/ou competições esportivas já haviam sido proliferados
pelas diversas nações mundo afora. No Brasil, há relatos de que o remo foi a 1ª
modalidade a realizar as primeiras competições esportivas em 1846. Em 1930,
tivemos no Uruguai a 1ª Copa do Mundo de Futebol, evento que, com o passar
dos anos, adquiriu proporções semelhantes as dos Jogos Olímpicos.

Concretamente, foi no final do século XX que os eventos esportivos passaram


a receber maior ênfase, com uma conotação bem superior em relação a seu
período anterior. Os grandes eventos tornaram-se momentos de demonstração
de forças (locais, nacionais e internacionais), ganhando importância em diversos
aspectos de um país: educação, economia, saúde, segurança e comunicação.

Todos esses setores são influenciados diretamente por um evento


esportivo que, antes, durante e após (através do legado) proporcionam
alterações contextuais significativas para qualquer nação organizadora. Isto
sem contar com o Marketing Esportivo que, hoje, é a principal ferramenta na
organização de um evento esportivo, fazendo um link direto entre o evento e
o mundo.

107
Organização de eventos esportivos

Liderança - Divisão do Trabalho


Qualquer organograma organizacional já apresenta, em sua representação
gráfica, a divisão do trabalho ou de tarefas. No caso de um evento esportivo,
tão importante é a divisão quanto o trabalho em equipe. Conforme Fayol (apud
CHIAVENATO, 2010), a divisão do trabalho é a especialização das tarefas e das
pessoas, necessária para o aumento da eficácia.

Essa equipe a ser formada, bem como sua sinergia, é essencial ao evento
e de reponsabilidade direta do gestor. Essa divisão do trabalho está diretamente
ligada à função administrativa.

Liderança. Formar Liderança. Formar uma equipe coesa e comprometida é missão


uma equipe coesa do líder que precisa ter atributos, como perspicácia, sensibilidade e
e comprometida é discernimento. Ele precisa, também, saber alocar os colaboradores
missão do líder que em funções apropriadas e condizentes com a capacidade profissional
precisa ter atributos, do membro da equipe. Isto, certamente, renderá bons resultados ao
como perspicácia,
evento.
sensibilidade e
discernimento.
Entenda-se por equipe um grupo de pessoas trabalhando para
o seu crescimento em consonância com o crescimento do todo.
Se várias pessoas estiverem trabalhando no mesmo local, mas
cada uma apenas dentro dos objetivos pessoais, sem se importar
com a organização e com os colegas, podemos chamar a isso de
“bando”. (MORALES, 1997, p. 27).

a) Comissões

Uma boa alternativa de como dividir o trabalho na organização de um evento


é a formação de comissões. Outras nomenclaturas também podem ser designadas
a essa divisão de trabalho, muito utilizada em eventos de médio, grande ou mega
porte. Alguns exemplos de comissões:

• Comissão Central Organizadora – CCO;


• Comissão de Marketing;
• Comissão Técnica (define os detalhes técnicos da competição, como o local
onde acontecerão os jogos, sistema de disputa...);
• Comissão de Hospedagem;
• Comissão de Arbitragem;
• Comissão de Abertura do evento;
• Comissão de Alimentação;
• Comissão Médico Hospitalar;
• Comissão de Infraestrutura;

108
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

• Comissão de Tecnologia de Informação – TI;


• Comissão de Premiação;
• Comissão de Encerramento;
• Comissão de Finanças;
• Comissão Disciplinar;
• Comissão de Transportes.

Enfim, são inúmeras as comissões que podem ser criadas, de acordo com a
necessidade do evento.

b) Tipos de Liderança

Morales (1997) acredita que não exista um líder que exerça apenas um tipo
de liderança. O que realmente acontece é uma predominância de estilo, uma vez
que utilizamos os vários estilos, de acordo com a situação. A mesma autora define
os três estilos mais tradicionais:

Democrata: nesse estilo predomina a participação de todos em todas as


etapas do processo. Esse tipo de líder estimula a criatividade e a força da equipe,
fazendo com que os integrantes se sintam valorizados. Normalmente, é a forma
mais eficaz de liderar.

Autocrata: geralmente é representado pela figura do centralizador. Não


permite a criatividade de seus membros, nem gosta de dividir as responsabilidades.
Ele é a autoridade máxima, é o centro das atenções: “eu mando, vocês obedecem”.

Permissiva: é o pior dos estilos. Com o passar do tempo os comandados


podem se tornar improdutivos, pois, nesse estilo, aparentemente não há comando,
nem disciplina. Pode se confundir com um estado de anarquismo, como não há
controle da organização é um tipo de liderança ineficiente.

c) Eficiência X Eficácia

Para melhor compreendermos essa diferença, reportamo-nos a Chiavenato


(2010), com as seguintes colocações: “[...] eficácia é uma medida do alcance de
resultados, enquanto eficiência é uma medida da utilização dos recursos nesse
processo.” De outra forma, podemos dizer que eficiência é fazer corretamente as
coisas, ter eficácia é alcançar os resultados.

Para melhor elucidar essas diferenças, segue quadro comparativo:

109
Organização de eventos esportivos

Quadro 09 - Diferenças entre Eficácia e Eficiência

Eficiência Eficácia
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados
Resolver problemas Atingir os objetivos
Jogar bem o campeonato Ser campeão
Estudar Tirar a nota 10
Tomar o remédio Curar a doença
Dormir cedo Acordar descansado

Fonte: Chiavenato (2010, p. 54).

Aspectos Importantes para o


Sucesso de um Grande Evento
Esportivo
Planejamento/ Os principais aspectos que devem ser considerados na
Organização: organização de um evento esportivo são:
um evento de
sucesso começa
• Planejamento/Organização: um evento de sucesso começa
com um bom
planejamento. Seu com um bom planejamento. Seu desenvolvimento acontecerá pela
desenvolvimento CCO, em conjunto com as demais comissões, de maneira organizada
acontecerá pela e controlada.
CCO, em conjunto
com as demais • Alvarás e autorizações: solicitar os documentos essenciais à
comissões, de
realização do evento é fundamental e evitará uma série de transtornos
maneira organizada
e controlada. momentâneos, além de possíveis problemas legais.

• Infraestrutura e materiais adequados: as instalações devem estar


impecáveis e checadas antes do início de qualquer disputa; os materiais e/
ou equipamentos são detalhes que fazem a diferença. Um aparelho de som
que não funciona corretamente ou a bandeira do país trocada na hora do hino
nacional são aspectos que afetam o evento de forma negativa.

• Datas, horários e condição climática: é muito importante observar a data


e o horário em que se pretende realizar o evento. Esse ponto pode definir
a presença ou não do público. Outra providência é acompanhar a previsão
climática quando se tratar de evento ao ar livre. Possibilitar um plano B é
sempre aconselhável. Ainda referente aos horários: tão importante é a sua
definição quanto o seu cumprimento.
110
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

• Alimentação e hospedagem: é uma providência em que a organização


também deve tomar frente. Essa preocupação é diretamente ligada aos
eventos maiores, onde a presença do público será marcante. Quando a
organização não preparar uma praça de alimentação, pelo menos, comunicar
aos restaurantes e hotéis próximos que, em tais dias, acontecerá o evento
e que com ele teremos a presença de um grande público. Providenciar
alojamentos também é um trabalho a ser executado.

• Quadro de arbitragem e regulamentos: o regulamento é a parte mais


importante do evento, nele estão todas as regras de disputas. Também
é muito importante a escolha dos árbitros, que deverão dominar as regras
da modalidade em gestão. Suas atuações deverão ser marcadas pela
imparcialidade, quanto menos aparecer em uma disputa, melhor será o seu
desempenho.

• Recursos financeiros: o controle financeiro de um evento deve ser conduzido


de preferência por uma pessoa que tenha uma boa noção de economia e
finanças ou mesmo matemática, pois será muito desagradável gastar mais do
que o planejado. Fazer um evento sem dinheiro é uma missão muito difícil. O
ideal é que o dinheiro utilizado para o evento seja captando antes mesmo do
seu início.

• Recursos humanos/comissões: dividir o trabalho é uma necessidade para


os eventos, pois ninguém pode estar em dois ou mais lugares ao mesmo
tempo. Formar comissões ou grupos de trabalho é uma excelente solução.
Alocar pessoas que tenham afinidade com a função é o grande segredo.
Recomenda-se que os líderes não sejam centralizadores.

• Divulgação e marketing: simultaneamente ao planejamento, devemos


desenvolver um plano de marketing que vai ser utilizado na captação de
parceiros e apoiadores ao evento. A divulgação do evento serve para elevar e
motivar o número de participantes e do público em geral, bem como estimular
os atuais e futuros patrocinadores. A utilização de canais condizentes com o
público que se deseja atender é a chave da boa comunicação.

• Segurança: item extremamente importante ao evento, pois sua falta


poderá causar estragos irreversíveis à organização. Nesse caso, é sempre
aconselhável errar pelo excesso do que pela falta.

• Avaliações e reuniões periódicas: como falamos anteriormente, as reuniões


e avalições devem acontecer periodicamente. Elaborar um calendário prévio
com datas e horários ajudará no processo.

111
Organização de eventos esportivos

• Check list: esse documento serve para controlar e avaliar a situação das
necessidades do evento. Nele também podemos fazer constar os prazos e
o/ou status da solicitação. Cada evento deve ter o seu próprio check list,
conforme você pode acompanhar no capítulo anterior.

• Agradecimentos: após o evento é recomendável agradecer os patrocinadores,


apoiadores e/ou parceiros. Isto causará uma boa impressão perante quem
investiu no evento, além de poder proporcionar novas possibilidades no futuro.
Esse agradecimento poderá ser feito por meio de e-mail personalizado, carta,
contato telefônico, visita pessoal ou mesmo um coquetel.

Atividades de Estudos:

1) Descreva as funções administrativas que um bom organizador


precisa desempenhar na realização de um evento?
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2) Qual é a principal função das comissões na organização de um


evento? Cite três tipos de comissões?
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Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

3) Aponte cinco considerações importantes para o sucesso de um


evento esportivo?
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Marketing Esportivo
Antes de entendermos o Marketing Esportivo e/ou Marketing de Eventos,
precisamos compreender o real significado de Marketing. De uma maneira bem
clara e sucinta, Kotler e Keller (2006, p. 04) definem: “O marketing envolve a
identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais, podemos dizer
que ele supre necessidades lucrativamente.” Por exemplo, Mark Zuckerberg, um
dos fundadores do Facebook, em 2004, criando um portal para postagens a fim de
melhorar os seus relacionamentos sociais, logo percebeu que poderia transformar
uma necessidade particular e social em uma lucrativa oportunidade de negócios.

Já a American Marketing Association (apud GIULIANI, 2003) oferece a


seguinte definição: o marketing é uma função organizacional e um conjunto de
processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valores para
os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que
beneficie a organização e seu público interessado.

O Marketing Esportivo e o Marketing de Eventos são prolongamentos


desse grande universo que envolve o marketing tradicional. Ambos já estão
consolidados no Brasil. Atualmente, podemos apontar diversas empresas que
investem verdadeiras fortunas para associar suas marcas, produtos e/ou valores
aos grandes eventos esportivos, às equipes, aos atletas renomeados, aos clubes
e às instituições esportivas.

113
Organização de eventos esportivos

Todavia, enquanto o marketing tradicional de produtos e serviços está repleto


de gurus com vastas teorias e com abrangências ilimitadas, o Marketing Esportivo
e de Eventos mostra-se mais limitado nesses estudos. Por isso, o grande desafio
do Administrador de Eventos situa-se no discernimento e seleção da comunicação
de marketing. Na definição de Kotler e Keller (2006, p. 532), “[...] a comunicação
de marketing é o meio pelo qual as empresas buscam informar, persuadir e
lembrar os consumidores – direta ou indiretamente - sobre produtos e marcas que
comercializam.” No caso do Marketing Esportivo e de Eventos, deve-se entender
o canal de comunicação selecionado como a voz do evento e o meio pelo qual
estabelece um diálogo e constrói relacionamentos com o público
As empresas que apreciador, divulgando, concomitantemente, ao consumidor final, as
incorporam os empresas, as marcas, os serviços, etc.
eventos esportivos
como sua forma
de comunicação, De modo geral, por sua vez, as empresas que incorporam os
auferem, como eventos esportivos como sua forma de comunicação, auferem, como
resultado, resultado, “polpudos” retornos financeiros e se apresentam como um
“polpudos” retornos sustentáculo imprescindível na fonte de recursos e viabilização dos
financeiros. respectivos eventos.

NICOLINI, Henrique. O Evento Esportivo como Objeto de


Marketing. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2008.

Legados
Atualmente, esse é o conceito que exige um amplo debate no
Podemos afirmar
que o legado de universo dos megaeventos (Jogos Olímpicos, Copa do Mundo...). O
um megaevento é legado é sempre alvo de muita análise e crítica pelos organizadores e,
o produto final de geralmente, serve de apoio nos discursos políticos.
um somatório de
ações essenciais O legado é um processo de se passar para próximas gerações
à realização desse um presente ou uma herança de conhecimentos, propriedade
evento. e atitudes particulares. O legado tem natureza temporal,
uma ideia de movimento através do tempo, uma narrativa de
passado, presente e futuro. (MACRURY apud CORRÊA et al.,
2008, p.157).

Podemos afirmar que o legado de um megaevento é o produto final de um


somatório de ações essenciais à realização desse evento, ou seja, todas as obras
e instalações que ficam para a cidade e/ou país realizador. Claro que esse produto

114
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

final é muito mais abrangente e impactante do que apenas as melhorias em


infraestrutura. Pesquisas recentes comprovam que os benefícios após os Jogos
Olímpicos, por exemplo, proporcionam um impacto econômico muito favorável à
cidade organizadora. O aquecimento econômico local, potencializado pelo turismo
e pelos recursos oriundos da venda dos diretos televisivos para todo o planeta, é
outra forma de legado, que impacta não somente no período do evento (curto
prazo), mas também possibilitando retorno por um longo período de tempo (longo
prazo) pela visualização da cidade/país mundo afora. Porém, todo esse resultado
positivo não virá sozinho, terá um efeito devastador caso contrário, como, por
exemplo, o que ocorreu nas Olimpíadas de Montreal, Canadá, causando enormes
prejuízos aos cofres da cidade e ao país que levaram muitos anos para se
recuperar. Teria sido falácia na administração do evento?

De acordo com Preuss (2008), são seis os tipos de legados deixados após a
realização de um megaevento. Assim interpretados:

1. Infraestrutura:

• Construções de instalações esportivas, arenas, estádios e outros


equipamentos.
• Construções de infraestrutura local, como obras de transporte (metrô,
aeroportos, rodovias...), vilas olímpicas, alojamentos.
• Compra de equipamentos esportivos, de telecomunicações, de informática
e segurança.
• Reurbanização da cidade-sede.

2. Saber e Conhecimento (know-how):

• Capacitação e treinamento para os envolvidos com o evento.


• Transferência do conhecimento adquirido na organização do megaevento
para eventos futuros.
• Desenvolvimento de um plano estratégico de execução e reaproveitamento
de instalações no futuro.
• “Expertise” para futuros eventos.

3. Imagem:

• Projeção internacional do país.


• Projeção da cidade organizadora dentro e fora do país.
• Aumento do patriotismo regional e nacional, melhora na autoestima da
população.

115
Organização de eventos esportivos

4. Economia:

• Aquecimento econômico em virtude das oportunidades de serviços e


empregos que a cidade/país poderá oferecer.
• Desenvolvimento do turismo local, regional e nacional em todas as cidades
adjacentes envolvidas.
• Reaproveitamento da infraestrutura utilizada no megaevento para a
realização de outros eventos: feiras, congressos, convenções, etc.
• Criação de novos “business centers”, locais que irão atender os turistas e
também a população local.

5. Comunicação:

• Nos megaeventos (Jogos Olímpicos, Copa do Mundo...) a geração de


imagens e a comunicação em geral é algo estrondoso. Segundo Preuss
(2008), em 2004, nas Olimpíadas de Atenas, geraram-se 34,6 bilhões de
horas globais de TV, número que proporcionou uma média de 6 horas por
habitante que assistiram aos Jogos Olímpicos, conhecendo a cidade/país
e interagindo de alguma maneira.
• Em Londres, nos Jogos Olímpicos de 2012, a Rede Record produziu mais
de 350 horas de transmissões em canal aberto para o Brasil.

6. Cultura:

• Regeneração social e cultural.


• Internacionalização da cultura local, regional e nacional.
• Exposição da cultura local, bem como do estilo de vida e dos valores
intrínsecos.

É evidente o número de legados que um megaevento possibilita à cidade


e/ou país que o realiza. Pode-se ainda afirmar que essa herança também é
repassada quando se fazem referências aos grandes eventos, claro que em
uma escala menor, por exemplo, em relação aos Jogos Abertos de Santa
Catarina.

Atualmente, referindo-se ao legado econômico, muitos observadores


questionam se realmente há esse retorno financeiro em relação à grande
quantidade de dinheiro envolvida na organização de um megaevento. Segundo
Corrêa e colaboradores (2008), a grande dificuldade está na mensuração
desse gasto, ou seja, saber qual é o dinheiro gasto, de onde vem, onde será
aplicado e para onde vai futuramente. Saber o que realmente foi gasto e o que
será aproveitado no futuro para o benefício público é a grande análise a ser
desenvolvida.

116
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

Para Preuss (2008), os recursos oriundos das transmissões de televisão, os


turistas que vêm de outros países e injetam seu dinheiro na economia local, além
do próprio apoio do governo federal, são exemplos de dinheiro que chegam de
fora e permanecem em circulação na cidade-sede do evento.

Um exemplo interessante é a cidade do Rio de Janeiro que, em 2007,


realizou os Jogos Pan-americanos e, em 2016, voltará a realizar um megaevento:
os Jogos Olímpicos. No caso do Rio de Janeiro, haverá um aproveitamento das
instalações utilizadas em 2007, o que refletirá em uma diminuição dos custos do
evento. E, em contrapartida, os benefícios citados acima proporcionarão uma
nova redistribuição desse dinheiro. É interessante ressaltar que, às vezes, os
megaeventos impulsionam a realização de obras até então inacabadas na cidade-
sede, porém essa situação prejudica a real mensuração do dinheiro gasto no
evento.

Outro caso que merece um destaque favorável à realização de um


megaevento foram os Jogos Olímpicos de Barcelona, pois não trouxeram
lucros, mas definitivamente transformaram a cidade que usufrui os benefícios da
infraestrutura e da arquitetura até hoje, podendo chamar-se de um legado para a
posteridade.

De acordo com publicação no site de notícias Terra (2012), as plataformas


digitais registraram recorde de audiência nos Jogos Olímpicos de Londres – 2012,
mais de 62 milhões de pessoas acompanharam o evento através de computadores,
16 milhões via dispositivos móveis (celulares, smartphones e tablets) e 19,8
milhões via telas de digital out of home (em estações de metrô, cafés, mercados,
entre outros pontos de fluxo). Somados, estes números chegariam à audiência
total de 97,8 milhões de pessoas, entre 25 de julho e 12 de agosto, em 19 países;

Figura 12 - Clodoaldo tem paralisia cerebral causada por falta de oxigenação durante
o parto, o que afetou o movimento de suas pernas e causou uma pequena falta de
coordenação. O “Tubarão Paralímpico” visitou também a exposição “Brasil: A hora é essa”

Fonte: Disponível em: <http://blogrio2016.blogspot.


com.br/>. Acesso em: 15 out. 2012.
117
Organização de eventos esportivos

Case Jogos Olímpicos – Londres


2012 x Brasil 2016
Para muitos, os
Para muitos, os Jogos Olímpicos de 2012 foram marcantes no
Jogos Olímpicos
de 2012 foram contexto atual dos megaeventos, proporcionando à capital inglesa,
marcantes no em especial aos ingleses, uma sensação de dever cumprido, de
contexto atual dos competência e pontualidade, semelhante ao jeito de ser britânico. De
megaeventos, acordo com o jornalista Alexandre Salvador (VEJA, 2012), os jogos
proporcionando realizados em Londres serão um excelente guia para o Rio de Janeiro,
à capital inglesa,
pois a Olimpíada londrina obteve muito mais acertos do que erros.
em especial aos
ingleses, uma O mesmo autor faz uma reflexão sobre os dois cenários, conforme o
sensação de quadro 10 a seguir:
dever cumprido,
de competência
e pontualidade,
semelhante ao jeito
de ser britânico.
Quadro 10 - Comparativo: Londres 2012 X Brasil 2016

Estimativa inicial de investimentos (reais)


Londres Estimativa: 13,3 bilhões, porém custou 29,5 bilhões.

Estimativa: 23 bilhões, entretanto o número de deficiências ainda está muito


Rio de Janeiro
grande.

Instalações Esportivas

A construção do Parque Olímpico foi em uma região empobrecida e fora do


centro, a construção de um shopping center já reverteu esse quadro. Ergueu
Londres
arenas de fácil desmontagem e que poderão ser doadas no futuro. O Parque
Aquático ficará sem as enormes arquibancadas.

O Parque Aquático e o Velódromo (legado do Pan 2007) não estão de acordo


para a realização das provas olímpicas. O estádio do Engenhão será refor-
Rio de Janeiro mado para receber o atletismo. Segundo o diretor-geral do Comitê Rio 2012,
Leonardo Gryner, as instalações serão mais simples do que as de Londres,
mas todas serão usadas pela população.

Cenário Urbano

De maneira inteligente, conciliou os locais de competições com os principais


Londres
pontos turísticos.

118
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

No que diz respeito à beleza, não perderá em nada para a capital inglesa.
Rio de Janeiro
Alguns consideram o percurso das maratonas cariocas o mais belo do mundo.

Transporte

Foram investidos 2,8 bilhões de reais na ampliação do sistema metroviário,


que já era completo. Houve apenas 50 km de linhas exclusivas nas ruas e
Londres
avenidas da cidade, destinados aos atletas, dirigentes e jornalistas. O Sistema
funcionou sem “caos” algum.

É, sem dúvidas, uma das maiores preocupações, juntamente à capacidade


hoteleira. A região da Barra da Tijuca, hoje, não dispõe de nenhuma linha, local
Rio de Janeiro
em que acontecerá grande parte das disputas. As obras para melhorias estão
lentas.

Desempenho das modalidades

Os ingleses superaram o número de medalhas da última Olimpíada (Pequim


Londres 2008), meta que foi alcançada antes do término dos jogos. Com 22 ouros e 48
pódios.

A meta para 2016 é que o Brasil dobre o número de medalhas recebidas em


Rio de Janeiro
2012. A ideia é incluir 9 modalidades que nunca foram ao pódio.

Fonte: Revista Veja (2012).

Realmente o Brasil terá um grande desafio pela frente: realizar os Jogos


de 2016, tendo como referência o evento realizado em Londres, é sem dúvida
uma missão audaciosa para uma cidade que ainda tem necessidade de melhorar
muito sua mobilidade urbana, sem contar todo o sistema aeroviário nacional que
passa constantemente por dificuldades e transtornos nos embarques de seus
aeroportos.

Outro a situação desafiadora será a de reestruturarmos o esporte olímpico


brasileiro que, de acordo com o COB – Comitê Olímpico Brasileiro, em 2016, terá
como meta, dobrar o número de medalhas recebidas em 2012.

119
Organização de eventos esportivos

Atividades de Estudos:

1) O que é Marketing Esportivo para você?


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2) Defina o conceito de legado em megaeventos?


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3)�� Explique os principais legados obtidos nos eventos esportivos?


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120
Capítulo 5 Organização de Pequenos, Médios, Grandes e
Megaeventos - (Case Jogos Olímpicos)

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Algumas Considerações
Dentro deste capítulo você acompanhou as informações referente à
organização de grandes eventos, observou a comparação de Londres ao Brasil,
os legados, as lideranças e a importância do marketing esportivo.

São eventos da maior importância mundial, da maior complexidade, com


participações e influências políticas de todas as nações. Então, acompanhamos e
batemos palmas para quem fizer parte desta história que está para acontecer em
nosso país, em 2014 e 2016. Quem fizer parte de alguma equipe de arbitragem,
voluntário, técnico, comissão ou qualquer função na organização ou modalidade,
não perca essa oportunidade, registre, pois poderá ser a única da sua vida aqui
no seu país, então, boa sorte e bom trabalho!

Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Teoria das Organizações. São Paulo:
Manole, 2010.

CORRÊA, Dirce et al. Legados de Megaeventos Esportivos. Brasília: Ministério


do Esporte, 2008. 608p.

GIULIANI, A. C. Marketing em um ambiente globalizado. São Paulo: Cobra


Editora e Marketing, 2003.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12. ed.


São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

MORALES, Ida Ribeiro. Liderança e Administração Esportiva. São Paulo:

121
Organização de eventos esportivos

Ícone, 1997.

PREUSS, H. Aspectos Sociais dos Megaeventos Esportivos. In: RUBIO, K.


(Org.). Megaeventos esportivos, legado e responsabilidade social. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2008. p. 13-35.

POIT, Davi Rodrigues. Organização de Eventos Esportivos. 3. ed. São Paulo:


Phorte, 2004.

PORTAL TERRA. Disponível em: <http://www.terra.com.br/>. Acesso em: 15 ago.


2012.

SALVADOR, Alexandre. Revista Veja, São Paulo, ed. 2282, 15 ago. 2012.

122
C APÍTULO 6
Elaboração de Projetos e
Captação de Patrocínios

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Identificar as etapas e os aspectos importantes na elaboração de um projeto.

� Saber utilizar as ferramentas do Marketing de Eventos.

� Estruturar estratégias para captação de patrocínios em eventos, bem como


sua promoção.

� Avaliar um evento esportivo, por meio de parâmetros pré-definidos.


Organização de eventos esportivos

124
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

Contextualização
O evento esportivo como negócio. Mas qual é esse negócio, afinal, que
movimenta milhões de reais e que já vem a algum tempo despertando o interesse
de pequenas, médias e grandes empresas de todo o mundo?

Antes de aprofundarmos o tema, precisamos enfatizar uma grande tendência


que está surgindo hoje, uma espécie de sociedade, a “sociedade dos eventos”.
(MELO NETO, 2001). Nesta nova sociedade, todas as cidades terão que oferecer
aos seus habitantes e, consequentemente, visitantes, opções de eventos:
esportivos, culturais, sociais, de lazer, de negócios, religiosos, entre outros.
Com a realização desses eventos, empresas estão cada vez mais interessadas
em participar e divulgar suas marcas, produtos, serviços e valores, através do
marketing de eventos. (MELO NETO, 2001).
O marketing de
O marketing de eventos, que está inserido dentro do marketing eventos, que está
promocional, é uma subcategoria do marketing esportivo. É uma inserido dentro
excelente forma de promoção, em que a empresa patrocinadora tem do marketing
promocional, é uma
a possiblidade de criar interação direta com o público, divulgando,
subcategoria do
demonstrando e/ou associando todo o seu “negócio” ao evento. marketing esportivo.

É claro, que o Marketing de Eventos também possui grandes concorrentes:


a Promoção de Vendas, o Merchandising, a Publicidade, a Propaganda, o
Mecenato, o Marketing Cultural, o Marketing Social, o Marketing Ecológico, as
Relações Públicas, a Venda Pessoal, o Telemarketing e o próprio Marketing
Esportivo, todos querendo abocanhar um pedaço desse poderoso setor. Enfim,
são inúmeras opções para o empresário e/ou para o departamento de marketing
da empresa decidir qual será a melhor estratégia de investimento a ser utilizada.

Ao direcionarmos o nosso foco de estudo aos Eventos Esportivos, em


especial para a captação de um parceiro/patrocinador, enfatizamos a necessidade
da elaboração de um projeto do evento que será apresentado posteriormente aos
possíveis apoiadores. O projeto deverá ser sucinto, claro e objetivo. A pessoa
que vai apresentá-lo precisa ter o seu amplo domínio, demonstrando convicção e
profissionalismo.

Tratar o evento como um negócio para a empresa é fundamental e demonstrar


o quanto esse investimento proporcionará de retorno é a melhor maneira de
apresentar projeto. Mensurar o retorno de mídia gratuita e/ou contratada em
relação ao evento também é uma excelente alternativa de convencimento.

125
Organização de eventos esportivos

O Evento
Antes mesmo de começarmos a fomentar uma ideia de projeto para um
evento, precisamos entender o seu significado. Possivelmente, vamos encontrar
várias definições designadas ao termo “evento”, sua origem parece ainda não
estar bem definida para os especialistas. Mas, acreditamos que exista uma
relação bem tênue entre o termo e a origem do evento, além é claro, de estar
diretamente associada à capacidade de criação dos homens. Sua caracterização
principal pode ser definida como um momento impactante na vida das pessoas,
em que as emoções possam ser afloradas e o resultado final seja marcante.

Evento é um instrumento institucional e promocional, utilizado


na comunicação dirigida, com a finalidade de criar conceito e
estabelecer a imagem de organizações, produtos, serviços,
ideias e pessoas, por meio de um acontecimento previamente
planejado, a ocorrer em um único espaço de tempo com a
aproximação entre os participantes, quer seja física, quer seja
por meio de recursos da tecnologia. (MEIRELLES, 1999, p.
21).

Para Melo Neto (2001), os eventos podem ser caracterizados da seguinte


forma:

a) O evento como um fato

Sua realização está relacionada a um momento no tempo, a uma hora e local


determinados. Ele deve ser emocionante, marcante, gerador de sensações ao
público que esteja presente ou mesmo para os que estejam acompanhando por
meios de comunicação (tv, rádio, internet). Daí a necessidade de um planejamento
adequado e correto às características do(s) patrocinador(es), do público destinado
e do próprio local de realização. Sempre que possível, devemos criar algo novo e
surpreendente, essa inovação é fundamental para o seu sucesso.

b) O evento como um acontecimento que gera sensação

O sucesso de um evento estará sempre ligado às sensações


geradas pelo público antes, durante e depois. Como um
O sucesso de
um evento estará acontecimento, acima de tudo, ele deverá ser bem-sucedido.
sempre ligado às Para alcançarmos esse sucesso, na sua condição de fato e de
sensações geradas acontecimento, necessitaremos obter excelência também na sua
pelo público antes, realização. Caso contrário, o impacto será desastroso, pois o público
durante e depois. associará a responsabilidade diretamente aos organizadores, aos
patrocinadores e aos parceiros.

126
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

c) O evento como notícia

Se bem-sucedido (fato e acontecimento), o evento facilmente virará notícia


na mídia, será bem comentado pelos seus participantes e provavelmente tornará
o evento disputado pelos patrocinadores em edições futuras. O mesmo sucesso
atinge aos organizadores, que serão credenciados como bons administradores de
eventos.

O autor afirma, ainda, que: “Para os patrocinadores, o melhor evento é


aquele que adquire a força de fato, reveste-se de um grande acontecimento e
gera notícia. É o que denominamos evento-fato, evento-acontecimento e evento
notícia.” (MELO NETO, 2001, p. 21).

De acordo com Poit (2004, p. 19), podemos conceituar o termo da seguinte


forma:

Evento é um acontecimento previamente planejado, com


objetivos claramente definidos. Tem um perfil marcante:
esportivo, social, cultural, filantrópico, religioso, entre outros.
Sua realização obedece a um cronograma e uma de suas
metas, é a interação entre seus participantes, público,
personalidades e entidades.

Natureza do Evento
A escolha do evento que será planejado e, em concomitante momento,
elaborado o projeto para sua viabilização, muitas vezes, vai depender da área de
maior afinidade e/ou interesse dos seus organizadores, podendo ter um caráter:
esportivo, social, cultural, cívico, educacional, empresarial, religioso, filantrópico,
turístico, artístico, científico, de negócios, recreativos, entre outros. Essa prática
é adotada em virtude do maior know-how que seus organizadores possuem e
por suas vivências passadas na área escolhida que, de certa forma, ajudarão no
processo total.

Mas, também não podemos esquecer-nos de destacar que


Os promocionais,
os eventos são caracterizados por sua categoria: Institucional ou
têm como propósito
Promocional. No caso dos eventos institucionais, seu foco maior não a divulgação e a
esta em promover, tem efeitos semelhantes a uma ação de relações promoção da marca,
públicas, de criar um conceito, de valorizar a imagem da empresa. de produtos, de
Também são muito adotados por prefeituras, entidades e governos. Já empresas, enfim,
os promocionais, têm como propósito a divulgação e a promoção da sua finalidade é bem
mais comercial.
marca, de produtos, de empresas, enfim, sua finalidade é bem mais
comercial. Serve de apoio às ações de marketing.

127
Organização de eventos esportivos

Quando direcionamos o evento esportivo a uma proposta voltada ao


marketing, os critérios para a escolha desse evento precisam variar de acordo
com os objetivos do cliente, com a imagem da marca, com a estratégia definida
para o produto e/ou com o perfil do consumidor alvo. São inúmeras as variações e,
assim, podemos até concluir que cada cliente é um cliente diferente, ou seja, cada
cliente terá um projeto direcionado às suas próprias particularidades. (NICOLINI,
2009).

a) Tipos de Eventos Esportivos

Ao abordarmos os diferentes tipos de eventos esportivos,


As pessoas que precisamos ter a consciência de que não são apenas os patrocinadores
frequentam os que esperam algum retorno pelo seu investimento. As pessoas que
eventos esportivos,
frequentam os eventos esportivos, na maioria das vezes, vão com a
na maioria das
vezes, vão com expectativa de receber algo em troca, de obter também algum retorno.
a expectativa de Essa expectativa, que deve ser atendida, pode ser satisfeita apenas
receber algo em pelo prazer de assistir a uma boa disputa e/ou pela simples satisfação
troca, de interação com o evento, com a família ou com a sociedade no
de obter também todo. Atentamos que esse retorno esperado pelo público precisa ser
algum retorno.
proporcionado independente do seu tamanho, seja nos pequenos,
seja nos médios, seja nos grandes e/ou megaeventos esportivos.

Podemos afirmar que essa expectativa gerada em torno do evento esportivo,


seja através de uma grande competição internacional seja, apenas, pelo fato de
ir ao Maracanã assistir a um jogo de futebol do time de coração, possui um forte
caráter de eventos voltados ao lazer. Essa tendência vai ao encontro da proposta
falada anteriormente: “a sociedade dos eventos”. Na qual multidões, em seus
momentos de lazer, estão dispostas diariamente a prestigiar e a gastar dinheiro
nos eventos esportivos.

b) O evento esportivo como negócio

Essa ideia de transformar o evento esportivo em negócio é um conceito


que possibilita ao futuro patrocinador visualizar, por meio de um projeto e de sua
apresentação, uma grande alternativa de marketing a ser explorada. Constitui-
se numa excelente ferramenta de troca, em que a empresa poderá desenvolver
interações com o público do evento (clientes potenciais) em um ambiente
altamente descontraído.

De acordo com Melo Neto (2001), é através do evento que o patrocinador


permite-se criar um canal de comunicação com seus futuros clientes, possibilitando

128
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

estreitar o relacionamento com os atuais e uma maior fidelidade ao seu produto


e/ou marca. O mesmo autor é contundente quando afirma que o evento esportivo
será uma ferramenta de marketing para a empresa, quando:

• Atingir o público-alvo desejado;

• Divulgar a sua marca;

Os grandes
• Promover o seu produto;
eventos esportivos
proporcionam
• Potencializar suas vendas; não só negócios
para as empresas
• Contribuir para a expansão e a conquista de novos mercados. que adotam essa
estratégia de
marketing, mas
Os grandes eventos esportivos proporcionam não só negócios
também são
para as empresas que adotam essa estratégia de marketing, mas potencializadores
também são potencializadores de serviços locais, comércios, turismo de serviços locais,
e da própria indústria esportiva. O marketing esportivo, outro segmento comércios, turismo e
do marketing tradicional, também usufrui dessa alavancagem da própria indústria
econômica conduzida pelo marketing de eventos, através dos eventos esportiva.
esportivos.

No momento de escolher os potencias patrocinadores do evento, é primordial


analisar o negócio da empresa e a natureza do evento. Essa associação auxiliará
no processo de apresentação do projeto e, consequentemente, facilitará a
celebração do contrato de patrocínio. Mostrar novas possiblidades de negócios
e fazer com que a empresa perceba essa associação: negócio x evento, serão
ferramentas essências na busca de um bom parceiro para o evento.

c) Como promover um evento esportivo

São inúmeras as possibilidades de promover um evento esportivo. Tornou-


se uma estratégia que ganhou força a partir da década de 90 e que realmente
é indispensável na realização dos grandes e megaeventos. Atualmente, essa
prática também deve ser aplicada aos eventos menores. A promoção do evento
esportivo é uma excelente iniciativa da comissão organizadora que, além de criar
uma “atmosfera” já com o clima do evento, pode testar algumas instalações,
perceber possíveis desarranjos e aumentar a expectativa do público participante.

As ações em torno da promoção do evento esportivo devem ser canalizadas


de acordo com a dimensão do evento. Abaixo, relacionamos algumas ações
promocionais que podem ser desenvolvidas:

129
Organização de eventos esportivos

• Sorteios das Chaves ou Congresso Técnico

O sorteio das chaves ou congresso técnico é uma forma de dividirmos o


evento em duas partes. Dependendo do tamanho do evento, essa 1ª etapa vai ser
acompanhada por milhões de pessoas em todo o mundo, como, por exemplo, o
sorteio das chaves da Copa do Mundo de Futebol. No caso dos eventos menores,
também é um ótimo momento para aumentarmos a expectativa do evento. Alguns
detalhes ajudarão nesse processo:

• Escolha um local ao nível do evento.

• Contrate uma personalidade de credibilidade para apresentá-lo, de preferência


um jornalista ou comentarista esportivo.

• Convide os meios de comunicação, a imprensa, algumas autoridades e os


patrocinadores.

• Escolha um horário apropriado para tal, se o sorteio for televisionado, o horário


do meio-dia é perfeito, pois poderá atrair o maior número de telespectadores.

• Aproveite o momento para mostrar os locais de competição, através de fotos


ou da exposição de um vídeo, assim como a premiação do evento.

• Eventos paralelos:

Os eventos paralelos são os eventos menores que acontecem com o evento


principal. Eles servem de apoio ao evento principal, atraindo um maior público. No
caso dos eventos esportivos, sugerimos as seguintes opções:

• Realização de feiras ou exposições.

• Realização de workshops e cursos.

• Realização de oficinas esportivas.

• Realização de palestras com personalidades esportivas.

• Eventos preparatórios:

Os eventos preparatórios são muito frequentes nos megaeventos, como é


o caso da Copa das Confederações que, em 2013, acontecerá no Brasil, sendo

130
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

considerado um evento preparatório à Copa do Mundo de Futebol. Mas não


podemos deixar de citá-los nos eventos menores, comuns nos campeonatos de
futebol ou futsal que, antes de iniciarem a competição propriamente dita, realizam
um torneio preparatório, também conhecido como torneio início.

Conforme Melo Neto (2001, p. 84), “o Comitê Organizador para os Jogos


Olímpicos de Atlanta organizou vinte e quatro grandes eventos esportivos para
testar as instalações e familiarizar os atletas com os locais de competição.”

O sorteio de
• Sorteio de brindes:
brindes é um
grande estímulo
O sorteio de brindes é um grande estímulo para atrair e/ou cativar para atrair e/ou
o público que frequenta diariamente os locais das competições. cativar o público
Sorteios diários no intervalo das disputas ou mesmo um grande sorteio que frequenta
no último dia de competição são as melhores maneiras de aplicar essa diariamente
os locais das
estratégia.
competições.

• Torcidas organizadas:

Incentivar a formação de torcidas organizadas é outra opção de promoção


do evento. É uma excelente maneira para enchermos os locais de competições.
Uma alternativa muito utilizada nos eventos que envolvem as modalidades de
voleibol, futebol e futsal. Mas também pode ser explorada nos demais esportes.
Geralmente, a inciativa parte do patrocinador da equipe, que pode ser incentivada
pela organização do evento por meio da distribuição de prêmios para as torcidas
mais empolgantes.

Deve-se tomar um cuidado especial para que essa empolgação não


extrapole o limite, acirrando a rivalidade entre as equipes e causando situações
desconfortáveis ou até de violência, afetando o público em geral e podendo
prejudicar a imagem do evento e de seus patrocinadores.

• Concurso de Fotos:

O concurso de fotos é um instrumento bem interessante ao evento,


atualmente, devido ao grande número de celulares com câmeras digitais, e tem
grande aceitação pelo público. Além de auxiliar na promoção, proporcionará uma
bela lembrança do evento, ajudando a criar uma identidade histórica.

131
Organização de eventos esportivos

Como Avaliar o Retorno de um


Evento
Sabemos que a avaliação de um evento é algo muito importante para a
comissão organizadora, pois saber se atingiram os objetivos esperados, tanto
do próprio evento como do patrocinador, é essencial para futuras negociações.
Nessa avaliação, o promotor pode analisar todos os pontos fortes e fracos
do evento, possibilitando a correção de falhas ou a melhoria nas próximas
edições.

Quanto mais Para Giacaglia (2006), os objetivos dos organizadores não são
explícitos estiverem
os mesmos dos patrocinadores, mas esse segundo necessita saber
os objetivos do
patrocinador, mais se o investimento realizado obteve o retorno desejado. Quanto mais
fácil será sua explícitos estiverem os objetivos do patrocinador, mais fácil será sua
avaliação. avaliação.

Dessa forma, de uma maneira bem prática, sugerimos a utilização de um


sucinto check list, em que cada objetivo será apurado e analisado se foi ou não
alcançado.

Quadro 11 - Check list para avaliação da consecução de objetivos

Objetivos Critérios Atingiu (sim/não) Observações/Sugestões


1. Objetivo geral

2. Objetivos específicos
2.1

Fonte: Giacaglia (2006, p. 178).

Alguns patrocinadores não se contentam apenas com o retorno de imagem


ou da grande exposição de sua marca no evento, também conhecido como
“retorno institucional”. Eles desejam obter outros tipos de benefícios no evento,
de preferência, que esse retorno reflita diretamente no aumento de suas vendas.
Em geral, as empresas buscam retorno de imagem, de divulgação e que possam
aumentar o volume de suas vendas. (MELO NETO, 2001).

Comprovadamente, a avaliação é a melhor maneira de mostrarmos se o


patrocinador atingiu os seus objetivos. Claro que é um tanto difícil afirmar que se
uma empresa investir “x” no evento, renderá “y” de vendas. Para tanto, podemos
utilizar parâmetros que auxiliaram nesse processo.

132
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

Quadro 12 - Parâmetros para avaliação de um evento

1 – Quais os benefícios concretos a serem recebidos pelo patrocinador?


2 – Os resultados são mensuráveis?
3 – O público do evento é o mercado-alvo do patrocinador?

4 – O investidor vai aumentar suas vendas? Vai conquistar novos mercados? Vai aumentar suas
vendas no mercado atual?

5 – Como o produto/marca será mais valorizado? O que será incorporado ao produto e/ou a marca
do patrocinador?

6 – O custo do patrocínio compensa os benefícios obtidos?


7 – Todas as oportunidades de exposição do produto/marca foram utilizadas?

8 – Houve divulgação na mídia? Quanto custaria essa divulgação se fosse adquirida fora do even-
to?

9 – Houve ganhos de imagem?


10 – Os demais patrocinadores e parceiros contribuíram para o sucesso do evento?

Fonte: MELO NETO (2001, p. 130-131).

Tipos de Retorno
A proposta de patrocínio apresentada por meio de um projeto do evento
ao possível patrocinador precisa passar a sensação de que o retorno é algo
planejado e fundamentado em ações previamente analisadas. Deve, também,
ser convincente mostrar de que não se trata de nenhum projeto aventureiro, sem
possibilidade de aproveitamento promocional.

Seguem algumas opções de retorno que um patrocinador pode


A proposta
obter com o evento esportivo, segundo Poit (2004):
de patrocínio
apresentada
• Associação do nome ao evento. por meio de um
• Visibilidade e credibilidade. projeto do evento
• Repercussão imediata. ao possível
• Reconhecimento público. patrocinador precisa
passar a sensação
• Reforço da imagem institucional.
de que o retorno é
• Identificação com os segmentos do mercado. algo planejado e
• Envolvimento com a comunidade local. fundamentado em
• Exposição espontânea na mídia. ações previamente
• Visualização nos momentos de alta receptividade. analisadas.
• Outros benefícios.
133
Organização de eventos esportivos

de Eventos
O Marketing procura converter as necessidades da sociedade em oportunidades
rentáveis, em especial, para as empresas. Suas funções são diversificadas:
conquistar e manter clientes, atender necessidades de forma rentável, encontrar
desejos e satisfazê-los, promover e distribuir produtos. Enfim, além de muitas outras
finalidades, o marketing ajuda a encantar o cliente.

Basicamente, o marketing é composto por quatro variáveis, os 4 “Ps”: o


Produto, o Preço, a Praça e a Promoção, que atuam diretamente sobre o mercado
alvo.

Em relação ao esporte e aos eventos esportivos, nosso foco de estudo


está voltado principalmente ao último dos “Ps”, ou seja, a Promoção, também
conhecida como Composto Promocional. É através da promoção que a empresa
vai preparar “um mix de ofertas de produtos, serviços e preços, com a utilização
de um mix de comunicação, formado por propaganda, promoção de vendas,
eventos e experiências, relações públicas, marketing direto e vendas pessoais
– tudo com o objetivo de alcançar os canais de distribuição e os clientes-alvo”.
(KOTLER; KELLER, 2006).

Quadro 13 - Composto Promocional

Propaganda
Relações públicas
Marketing esportivo
Vendas pessoais
Publicidade
COMPOSTO PROMOCIONAL
(PROMOÇÃO) Merchandising
Marketing social
Marketing cultural
Marketing ecológico
Telemarketing

Os autores.

O marketing esportivo possui praticamente todas as características do


marketing tradicional. Nele, o esporte deve ser visto como um produto e/ou serviço
igual a qualquer outro e sua grande missão é atender às necessidades dos seus
apreciadores.

134
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

O marketing de eventos é uma subcategoria dentro das categorias do


composto promocional, podendo ser aplicado a qualquer uma das modalidades
do marketing promocional e, em especial: ao marketing esportivo, ao
marketing social, ao marketing cultural e ao marketing ecológico. Como sua
natureza é institucional, ele valoriza a marca do patrocinador, potencializa sua
divulgação, fortalecendo a sua imagem e tornando-a mais conhecida. (MELO
NETO, 2001).

Elaboração do Projeto
Como vimos no capítulo anterior, é de vital importância à organização de
um evento, desde seu planejamento até a avaliação final. Buscar a excelência
na qualidade é sempre importante para os seus organizadores. Entretanto,
vale lembrar que, para obtermos eventos de qualidade, será necessário
elaborarmos um projeto a altura dessa qualidade. Ou seja, para alcançarmos
a excelência em um evento, dependeremos diretamente de um projeto de
qualidade.

O projeto visa a definir a metodologia de ação de


desenvolvimento do evento, considerando quais as
justificativas para a sua realização, seus objetivos, metas,
estratégias e recursos a serem empregados, além de
considerações técnicas a respeito da modalidade e a sua
forma de disputa. (REZENDE, 2000, p. 78).

O projeto para um evento esportivo deve ser elaborado com base em uma
ação planejada, estruturada em objetivos e metas, com finalidades e propósitos
que estejam em harmonia com seus apoiadores e patrocinadores, uma vez que
é através de um bom projeto que tornaremos o evento um ótimo negócio para os
patrocinadores.

O autor Melo Neto (2001) destaca algumas regras importantes na elaboração


de um projeto, seja ele esportivo, seja cultural, seja social. Desconsiderar tais
apontamentos poderá resultar na perda de grandes oportunidades, de boas
parcerias, e, consequentemente, na inviabilização de fazermos bons eventos.

135
Organização de eventos esportivos

Quadro 14 - Regras na elaboração de projetos

Ter um bom projeto – é o detalhe mais importante para que a empresa contemple com
Regra nº 01
o patrocínio;

Procurar empresas certas para o seu projeto – cada vez mais os patrocinadores bus-
Regra nº 02 cam focar em uma área específica, dessa forma, a prospecção deve ser orientada de
acordo com a área de preferência (esporte, cultural, social...);

Verificar o padrão de investimento em projetos adotado pela empresa – perceber se


Regra nº 03 a empresa investe em eventos próprios ou de terceiros. Tentar vender projetos para
empresas que investem em suas próprias iniciativas é sempre mais difícil;

Ao elaborar o projeto inicial, fazê-lo sob a forma de pré-projeto – após a assinatura do


Regra nº 04
contrato, você pode elaborá-lo em sua forma definitiva;

Destacar no projeto os pontos de interesse do patrocinador – privilegiar os seus


Regra nº 05 interesses como: divulgação, local, período, espaço no evento, mídia, público alvo,
merchandising, investimento e retorno.

Seja breve no momento de sua exposição – apresente argumentos que respondam às


Regra nº 06
perguntas, por exemplo: Por que investir no projeto é um bom negócio?

É importante conter anexos – essa parte ilustrativa ajuda na visualização das ideias.
Regra nº 07
Exemplo: fotos, croquis, material promocional (camisetas, bonés...), vídeos, kits, etc.;

Propor ações promocionais em conjunto – identificar a imagem do patrocinador com


Regra nº 08 um determinado segmento esportivo, cultural e/ou social e desenvolver ações conjun-
tas que envolvam o patrocinador e o evento;

Eventos de alto retorno – são os eventos que atingem o público alvo do patrocinador, o
Regra nº 09
seu mercado. Transmitindo uma imagem positiva da empresa e dos seus produtos;

Negocie o valor financeiro a ser investido – negociar a verba do projeto e mostrar para
Regra nº 10
os patrocinadores a otimização dos recursos disponíveis.

Fonte: Melo Neto (2001).

Muitos estudiosos da área afirmam que, antes de iniciarmos a elaboração do


projeto propriamente dito, devemos realizar uma pesquisa de viabilidade, levando

136
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

em consideração todos os principais aspectos que envolvam o evento esportivo:


local(is) de realização, modalidade(s), período e horários, programação paralela,
público destinado, nível técnico do evento, abrangência, arbitragem, recursos
humanos, divulgação/promoção, possíveis apoiadores, possíveis patrocinadores,
etc.

A mensuração dos custos é o outro indicativo de viabilidade que


também se deve analisar para somente depois iniciarmos o projeto. A mensuração
Nesse plano financeiro devem ser levantados em consideração todos dos custos é o
outro indicativo
os gastos do evento, como, por exemplo: locações de espaços e/ou
de viabilidade
equipamentos, gastos com pessoal (equipe de trabalho), arbitragem, que também se
encargos e impostos, materiais de consumo, materiais esportivos, deve analisar para
material de divulgação, mídia, alimentação, premiação, brindes, somente depois
sorteios, retorno financeiro dos organizadores, assessorias, se iniciarmos o projeto.
necessário (advogados, contadores, informática...), e outros serviços.

a) Etapas para elaboração do Projeto

Elaborar o projeto para um evento esportivo não deve ser encarado como
um processo engessado ou metodicamente padronizado. Nele devem constar
alguns itens essenciais que demonstrem suas particularidades e possam estar
direcionados aos objetivos de quem vier a patrociná-lo.

As etapas para a elaboração de um projeto esportivo, seja ele evento ou


mesmo destinado ao patrocínio de equipes e atletas, precisam estar sistematizadas
e organizadas ao ponto de tornarem-se um instrumento formal, no qual as ideias
propostas expliquem as ações futuras. Tratando-se de equipes e atletas em
especial, o reflexo acontecerá através das participações de competições e nos
resultados alcançados.

Quadro 15 - Modelo para elaboração de um Projeto de Evento Esportivo

NOME DO EVENTO (FOLHA DE ROSTO): pode conter a logomarca e/ou slogan do evento.
APRESENTAÇÃO: em poucas palavras relatar o histórico do projeto (se houver), quem são os orga-
nizadores, alguns detalhes relevantes do evento (ideia, origem), descrever considerações esportivas
e/ou sociais, destacar se há algum apoiador junto ao evento, etc.
JUSTIFICATIVA: descrever quais as justificativas para a realização do evento, seus benefícios,
destacar o fortalecimento da imagem institucional da entidade/empresa promotora, dar sequência a
uma competição oficial ou tradicional, possibilitar a massificação e/ou evolução da(s) modalidade(s)
esportiva(s) em questão, oferecer uma opção diferenciada de lazer.

137
Organização de eventos esportivos

OBJETIVOS: neste item devemos apresentar qual é o objetivo geral e específico da competição, os
resultados esperados e o seu impacto.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO E LOCAIS: detalhar o cronograma de realização do evento: período de
inscrições, congresso técnico, abertura, desenvolvimento, fases finas e encerramento. Descrever os
respectivos locais de cada ação.
DESENVOLVIMENTO: também denominado como procedimentos, nessa etapa deve-se relatar os
detalhes operacionais do evento, formas de disputa, como serão feitas as inscrições, estratégias,
premiações e ações complementares.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS: nível técnico do evento, valor da inscrição, chancela ou supervisão,
previsão de participantes.

É importante
detalhar as CUSTO DO TOTAL DO EVENTO: conforme levantado na fase de planejamento.
participações FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO DAS COTAS DE PATROCÍNIO: nessa etapa
nos materiais de apresentar as formas de patrocínio e os respectivos valores, podendo ser único
divulgação, na mídia
ou dividido em cotas, contemplando mais patrocinadores. É importante detalhar
e nos espaços
publicitários as participações nos materiais de divulgação, na mídia e nos espaços publicitários
dos locais das dos locais das competições, relacionando ao tipo de patrocínio. Indicar, também, de
competições, quem é a responsabilidade pela produção das peças publicitárias (banners, faixas,
relacionando ao tipo pintura de logomarcas, placas...), bem como o tamanho permitido, o tipo de material,
de patrocínio. o prazo para instalação, a colocação e a retirada.

Fonte: Rezende (2000).

b) Aspectos importantes de um bom projeto

No momento da apresentação de um projeto para um evento esportivo a


primeira pergunta que o possível patrocinador vai fazer é: Por que patrocinar um
evento esportivo? Esse questionamento é muito comum e normal, até porque
nenhum empresário acorda de manhã e resolve investir seu dinheiro em um
evento, sem conhecê-lo, sem saber quem são os seus organizadores, sem saber
qual será o retorno desse investimento.

Muitos marqueteiros costumam dizer que: “o marketing é o


O segredo do
segredo do sucesso”, mas para os entendidos, “o segredo do sucesso
sucesso é o próprio
produto. é o próprio produto”, ou seja, quando temos um projeto de qualidade,
sua comercialização se torna mais fácil.

Porém acreditamos que para montar um projeto substancioso, precisamos


ficar atentos a alguns importantes aspectos:

138
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

• Tenha um nome sugestivo para o evento.


• Crie uma boa logomarca.
• Capriche na apresentação, bem como no material de apoio (projeto impresso,
dvd, layout, slogan, mascote, etc.).
• Pense no evento como um atrativo para a cidade e para mídia.
• Inove, pense diferente, demonstre criatividade.
• Aceite contribuições de parceiros e patrocinadores.
• Forme uma equipe forte e capacitada.
• Formalize parcerias que possam agregar valor ao evento.
• Valorize aspectos sociais e filantrópicos ao evento.
• Trabalhe a divulgação de forma antecipada.
• Explore as datas festivas, aniversários, momentos cívicos.
• Tenha uma programação paralela (shows, apresentações artísticas,
culturais...).
• Procure proporcionar retorno aos patrocinadores e parceiros.
• Trabalhe sempre de forma coletiva.
• Procure expandir, se possível trabalhe com mais modalidades.

Captação de Patrocínio
Talvez seja esta a tarefa mais árdua na organização dos eventos esportivos.
O que na teoria parece fácil, às vezes, na prática, é um pouco mais complicado. A
primeira atribuição da pessoa destinada a essa função será pesquisar e identificar
os prováveis patrocinadores e apoiadores do evento. Após identificar, deverá ser
feita uma seleção dos possíveis candidatos e analisar quais estão aptos a assumir
esse encargo.

Concluído o projeto e identificados os possíveis patrocinadores, chegamos à


etapa de maior desafio: a venda do projeto, ou melhor, o momento da captação
do patrocínio. A comercialização do projeto deve começar com uma sinergia entre
o evento e o patrocinador. É fundamental buscar empresas interessadas em
divulgar suas marcas e promover os seus produtos.

Utilizar o evento como apoio de marketing para o patrocinador sempre é uma


boa estratégia para a negociação e uma forma de qualificar o projeto.

Abaixo, descrevemos algumas técnicas que ajudarão no processo da


captação, conforme mencionado por Melo Neto (2001):

1. Identificar empresas que estão chegando à cidade e que precisam estreitar os


laços com o público local.

139
Organização de eventos esportivos

2. Identificar empresas que estejam lançando novos produtos e marcas no


mercado.

3. Identificar empresas que precisam melhor a sua imagem perante os seus


consumidores.

4. Identificar as empresas que comemoram datas de aniversários e que tenham


o hábito de promover eventos para os seus funcionários.

5. Identificar empresas cujas estratégias de marketing vão ao encontro do


público-alvo do evento.

6. Identificar empresas que já são líderes em seus segmentos, mas que precisam
manter-se no topo do mercado.

7. Identificar empresas que se posicionam ou querem se posicionar como


líderes, vencedores e/ou campeões, atributos condizentes ao esporte.

8. Identificar empresas que já tenham o hábito de utilizar o esporte como canal


de comunicação junto aos seus clientes.

Atividades de Estudos:

1) Dentre todos os tipos de retorno que o patrocinador obterá com o


evento esportivo, destaque quatro.
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2) Cite 3 características de um evento esportivo para tornar-se um


apoio de marketing às empresas patrocinadoras.
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Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

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a) Forma de Patrocínios

São diversas as opções de comercializarmos o evento esportivo. Tal situação


favorece a empresa interessada que pode adaptar sua marca ou produto da
maneira que mais for conveniente. Abaixo listamos as formas mais adotadas
atualmente:

• Patrocínio: quando a empresa investe recursos financeiros em determinado


evento com o objetivo de obter retorno de marketing. Esse tipo de patrocínio
pode ser exclusivo, quando a empresa obtém todas as cotas, ou fracionado,
quando ela adquire apenas algumas partes.

• Copatrocínio: nessa forma cada empresa adquire uma cota. O ideal é que
não haja muitas cotas em comercialização para que não diminua a exposição
dos patrocinadores. Também é importante negociar com empresas de ramos
diferentes.

• Apoio: ocorre quando uma empresa ou entidade ajuda de alguma maneira,


seja emprestando um ginásio seja proporcionando descontos em serviços
e produtos. São investimentos menores que os dos patrocinadores, mas de
grande valia ao evento.

• Mecenato: o termo vem da Grécia antiga, o patrocinador ajuda sem exigir


nada em troca. Alguns, além de ajudar, preferem também permanecer no
anonimato.

• Doação: semelhante ao mecenato, porém mais comum em projetos sociais e


filantrópicos.

• Permuta: são conhecidas popularmente como “trocas”, por exemplo, trocar


um produto por um serviço, sempre levando em conta os interesses recíprocos
dos envolvidos. Não há a utilização de dinheiro na negociação.
141
Organização de eventos esportivos

• Incentivo Fiscal: é importante conhecer os incentivos fiscais locais, estaduais


e até mesmo nacionais. Há leis que favorecem o abatimento fiscal para
empresas que investem no esporte e na cultura. Exemplos: Fundesporte em
Santa Catarina, Lei Ruanet no âmbito nacional.

• Merchandising: permite que a empresa exponha/divulgue seu produto no


evento através de negociação prévia.

• Licenciamento: nesse caso, a empresa adquire o direito do uso de imagem


do evento, sua logomarca é permitida na divulgação dos seus produtos. Por
exemplo: Mc Donalds – o restaurante oficial dos Jogos Olímpicos de Londres
2012. Esse tipo de patrocínio é muito comum em megaeventos.

Atividades de Estudos:

1) Na sua concepção, quais os aspectos mais importantes para a


elaboração de um projeto de evento?
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2) Elabore um pré-projeto de evento esportivo, com ênfase no


patrocínio, apoio e no merchandising?
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Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

Case: Evento Amador Consolidado


Quero compartilhar uma experiência muito positiva que tive em minha
jornada profissional. Tive a oportunidade de estar à frente do esporte do
município de Indaial em Santa Catarina. Eu fui o primeiro Profissional de
Educação Física a assumir a função de Presidente da FME da cidade e o mais
novo a exercer tal função. Muito se tinha para fazer e muito se esperava da
nova gestão.

O evento tem o nome de Torneio de Verão de Indaial, ele teve seu início na
década de 70, em uma quadra de cimento em um clube muito antigo da cidade.
E após a construção de um Ginásio no município, ele foi transferido e também foi
rebatizado, partindo dali as suas edições até os dias de hoje.

As equipes que eram montadas desde o seu início eram muito competitivas
e fortes. A data da sua realização sempre foi o mês de janeiro, por sinal muito
quente em Indaial. O nível técnico das equipes e o prestígio dado pelas famílias
e amigos nas finais eram o ponto alto da competição. Lotando as laterais da
pequena quadra da Sociedade Recreativa Indaial, hoje com mais de 130 anos
de fundação. Quando o evento foi passado para o Ginásio de Esportes, a sua
primeira edição com a denominação de Torneio de Verão foi em 1986.

Passando todas as edições, nossa equipe assumiu a Fundação Municipal de


Esportes no ano de 2001. O evento sempre foi aguardado com muita expectativa
e o ponto alto sempre foram as fases semifinais e as finais. Nessas fases, havia
maior público, era cobrado ingresso somente nas finais e havia maior interesse em
cobertura pela rádio AM Local e, consequentemente, agitava a cidade somente no
final da competição.

Buscamos um pouco a base deste evento para você, pós-graduando(a),


entender a essência do que queremos destacar. Reunimos, na oportunidade,
toda a equipe e resolvemos fazer algumas alterações no Regulamento, no
Ginásio, Mídia e valorização das edições anteriores. O evento já tinha 16 edições
realizadas oficialmente no Ginásio, não permitia a participação de atletas de fora
da comarca, o nível técnico na primeira fase não era muito interessante para o
público, o Ginásio precisava de muitas melhorias, a premiação não era muito
atrativa e as rádios só cobriam as finais.

As mudanças foram aplicadas a partir da edição de 2002, pois em 2001, não


houve tempo para elas. Assumimos a FME no dia 02 de janeiro e dia 12 iniciava
o evento.

143
Organização de eventos esportivos

No ano de 2001 houve um acontecimento histórico que foi um grande


trampolim para que mudanças tivessem que acontecer: a equipe do Vasco
da Gama-RJ fazia jogos amistosos na região e entrou em contato conosco,
perguntando se teríamos interesse em fazer um jogo amistoso. Decidimos
no mesmo dia e o jogo aconteceria em 2 dias, contra a equipe da Malwee, de
Jaraguá do Sul. O Jogo aconteceu e ficaram mais de mil pessoas fora do Ginásio
de Esportes.

A equipe do Vasco da Gama contava com a presença de Manoel Tobias


(Melhor do Mundo no Futsal na época) e outros craques da Seleção Brasileira.
Alguns meses depois a equipe de Futsal do Flamengo também realizou jogo
amistoso na cidade.

Figura 13 – Jogo amistoso em Indaial-SC, com a presença de


Manoel Tobias. Vasco-RJ x Malwee-SC, 05 fev. 2001

Fonte: Créditos a Victor Alexandre Kuhn.

As mudanças foram acontecendo, reformas no Ginásio, colocamos


premiações em dinheiro para os campeões. Os atletas Federados passaram a ser
consultados na Federação Catarinense da Modalidade.

Investimos dinheiro público no evento, sabendo que o retorno social era


muito grande, com a intenção principal de fomentar a prática de esportes e a
modalidade em questão.

Já em 2004, trouxemos a equipe de futsal da Malwee por 26 dias, para


fazer Pré-temporada e alguns jogos. Faziam parte da equipe: Falcão, Lenísio,

144
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

Xoxo, Franklin e outros atletas, sob a batuta do técnico da Seleção Brasileira


da modalidade, Ferreti. A equipe participou de amistosos, entrevistas, jantares e
diversas atividades. Divulgaram o nosso Torneio de Verão de Futsal, no Estado de
Santa Catarina e sul do País, tornando a cidade de Indaial referência naquele mês
no esporte, pois mobilizamos toda a cidade, na área econômica, na área hoteleira,
restaurantes em geral. A mídia foi muito importante, pois através dos meios de
comunicação Indaial é respeitada e reconhecida no mês de janeiro como a capital
do Futsal.

Neste mesmo ano, conseguimos montar uma equipe para disputar a Primeira
Divisão de SC, com a base do Torneio de Verão e a equipe campeã do Torneio.
Com o apoio de algumas empresas da cidade, a equipe participou pela primeira
vez e foi campeão estadual na modalidade.

O que mudou no evento? O que mudou na cabeça dos dirigentes? Do


público? Da mídia e da sociedade como um todo? Acredito que muitos fatores são
responsáveis por esse crescimento positivo e estabilização de sucesso. Poderia
escrever um livro sobre esse evento, de tantos fatos e “causos” que presenciamos
e vivemos durante oito anos como organizadores.

Mas o mais importante legado que percebo, é que tornamos um evento já


famoso pela sua grandiosidade e importância, atraente para todas as classes,
tornando o evento autossuficiente.

A cada edição o investimento era maior e a receita também. Na última edição,


feita por nossa gestão no ano de 2008, foi um investimento e uma arrecadação
superior a 100 mil reais. Chegamos a ter aproximadamente 10 rádios transmitindo
o evento e 7 emissoras de TV, com a média de 23 noites de jogos e mais de 20 mil
pagantes em uma edição.

Todas as noites eram feitos sorteio de brindes, como o sorteio de motos O km


na final durante 4 anos consecutivos. A cobrança de ingresso não era uma opção,
era necessidade, para controle de público. Eram cobrados preços populares
desde a abertura até a final, para não entrar mais pessoas do que a capacidade
máxima do Ginásio. Nas noites de finais, uma estrutura de telão e tendas eram
colocadas à disposição do público que não conseguia comprar ingressos. O apoio
da Policia Militar foi importantíssimo, diversos homens eram disponibilizados para
o evento. Chegamos ao nível de as finais e a maioria dos jogos serem arbitrados
por árbitros Confederados e também árbitros Fifa.

Como citei anteriormente, não é possível apresentar todos os detalhes


deste evento, ele já está chegando a sua 30ª edição e a cada ano fica melhor.
O caso é que, neste momento, o formato da competição e seus detalhes de

145
Organização de eventos esportivos

regulamento estão no seu ideal, o que pode melhorar é o espaço físico. Se


tivermos um Ginásio com capacidade maior para este evento, também vai ficar
lotado.

Acreditamos que, como nossa função era temporária, fizemos o evento para
a cidade e não para pessoas, saímos em 2008 e o evento ficou, outras pessoas
assumiram e estão dando continuidade e farão igual ou melhor. Temos consciência
de que nossa contribuição, embora pequena, foi importante. Ela foi de grande
ajuda para promover a mudança, fazer acontecer. Peço que pense nisso quando
estiver a frente de um evento público.

Este Torneio, talvez você não o conheça, nunca ouviu falar, mas no estado
de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, quem atua na área e até mesmo
atletas de outros estados que aqui passaram, conhecem e sempre falam bem
do evento. Daqui, além de camisas e brindes para atletas, levaram em suas
memórias jogos barulhentos, com torcida organizada, uniformizada e a certeza de
que fez parte e ficou na História do Torneio.

Um dos pontos que destaco para o sucesso deste evento estar consolidado
no meio esportivo é a presença e a fidelidade de seus torcedores. Quem é
frequentador assíduo tem sua história para contar para seus netos, assim como
nós teremos a nossa como organizadores de oito edições.

Espero que você tenha absorvido a informação do diferencial do fazer, tomar


a iniciativa, se podemos mudar e fazer melhor, “mãos a obra”, não foi o fato da
presença de craques, o evento iria acontecer, estava no calendário da cidade.
Mas se não tivéssemos mudado o regulamento, melhorado a estrutura, poderia
ter ficado um evento mediano. O evento se consolidou, é um dos dez maiores do
Brasil na modalidade. Essa é a mensagem que queremos deixar.

Bons estudos!

CURIOSIDADES PROTOCOLARES

Selecionamos alguns fatos curiosos e orientações protocolares:

a) Mesa redonda ou quadrada?

Em coquetéis, festas e comemorações dê preferência para


mesas redondas de 6 a 10 lugares. Os convidados ficam à vontade e

146
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

de frente um para o outro.

Mulher ou esposa?

A mulher é minha, a esposa é do outro. Assim se diz: Minha


mulher é amiga da sua esposa.
Qual o tamanho das flores?

Devem ser colocadas flores pequenas nas mesas, no máximo


com 18cm. Para não atrapalhar a visão das pessoas entre si.

Como é executado o Hino Nacional nas competições oficiais


de vôlei?

O vôlei brasileiro criou a tradição de se executar parcialmente


o Hino Nacional, cabendo ao público concluir e fazer a festa em
seguida.

Devemos sempre ficar de frente para a Bandeira Nacional


durante a execução do Hino Nacional?

Não. Este é um equivoco muito comum nos eventos esportivos


em geral. Ocorre que a Lei n° 5.700/71, que regulamenta a utilização
dos Símbolos Nacionais (Bandeira, Hino, Selo nacional e Armas
Nacionais), não faz nenhuma referencia sobre posicionamento das
pessoas, comparativamente com o símbolo e outro por ocasião da
realização das solenidades e eventos em geral. Temos que levar em
consideração que ao cantar o Hino Nacional estamos homenageando
a Pátria via Hino. Assim, não é necessário que autoridades e ou
convidados se voltem para a bandeira no momento da execução
do Hino, ficando, muitas vezes, equivocadamente, de costas para o
público. Vale ressaltar ainda que o Hino Nacional não é um hino em
homenagem à Bandeira. Para este propósito a referida lei reserva a
data de 19 de novembro, denominada o “Dia da Bandeira”. Ou seja,
tem a hora do Hino e tem a hora da Bandeira, neste caso, todos
se voltam para a Bandeira. Dessa maneira, em uma solenidade com
execução do Hino Nacional, fique em pé e mantenha a sua posição,
você estará agindo corretamente.

Posso dizer: Fala que eu vou?

Evite dizer “fala que eu vou”. Dê você mesmo a resposta e, se


for afirmativa, honre sua palavra, se for negativa, também. No caso
de mudanças repentinas, a honestidade é sempre uma boa saída:
conte a verdade.

Qual o tempo de discurso?

De 3 a 5 minutos é um tempo mais do que razoável para os

147
Organização de eventos esportivos

discursos em geral. Caso seja necessário falar mais que o tempo


recomendado, é melhor marcar uma palestra e torcer para que
apareçam interessados em ouvi-la.

Posso homenagear todo mundo?

Quando se criar algum prêmio ou se prestar alguma


homenagem, é interessante que a honraria não seja banalizada para
manter um valor significativo para quem a recebe.

Mesa diretora ou mesa diretiva?

São sinônimos. Existe uma tendência de não usar mais a tal


mesa diretora e sim cadeiras deixando o palco livre. Entretanto, caso
se prefira a utilização da mesa, não se recomenda aquela antiga
configuração com toalhas estampadas e muitas flores. Procure um
visual clean.

Quais são os melhores cerimoniais?

Os melhores cerimoniais do mundo são os organizados pelos


japoneses, ingleses e espanhóis, apesar de não ser uma afirmação
científica, ela ocorre por conta da tradição com a realeza e o carinho
com a pessoa que, em geral, está representando um país, entidades,
etc.

Posso atrasar?

Fala-se muito em cumprimento de horários, mas continua-se


atrasando de um modo geral, então, continua-se atrasando de um
modo geral, assim, pode-se afirmar que quanto mais atrasado é um
país, mais as pessoas se atrasam e convivem com os atrasos. Por
outro lado, quem se preocupa com o horário acaba se destacando
pelo seu zelo e cuidado. É o caso dos eventos realizados por
organizadores de sucesso que, além da competência na condução,
têm o cuidado especial com o cumprimento dos horários. Em um
país com tantos “atrasos”, cumprir os horários é um diferencial para
quem assume essa atitude.

O conceito do evento ajuda na organização?

Do presidente Bush quando esteve no Brasil: 4.000 homens.


Conceito: Todo mundo quer matar o presidente dos EUA.

Do Papa quando esteve no Brasil: 8.000 homens. Conceito:


Todo mundo ama o Papa e por isso quer tocá-lo.

Comentário: O conceito facilita ou dificulta de maneira direta


o planejamento e a realização do protocolo do evento. Acrescente-

148
Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

se o fato de que, na visita do Presidente Bush ao Brasil a bandeira


brasileira foi colocada errada no carro presidencial dando a
precedência à bandeira americana.

Teria sido um erro do protocolo ou uma demonstração de


arrogância?

Situações Curiosas

Caso 1 – Falta de atenção:

Um mestre de cerimônias foi orientado a não improvisar e a


seguir rigorosamente o roteiro da cerimônia e, assim, desatento e
chegando em cima da hora, pegou o script e, ato contínuo, autorizado
a começar o evento, sapecou:

- Bom dia, boa tarde, boa noite – dependendo da hora do início da


cerimônia...

Caso 2 – O sombra:

Certa vez um cidadão dedicado foi contratado para acompanhar


uma autoridade. O contratado tinha como obrigação atender a
autoridade da melhor maneira possível e, assim, recebeu a seguinte
orientação:

- “Dê todo apoio ao Senhor..., esteja sempre por perto para atendê-
lo prontamente”.

Resultado: Terminada a composição da mesa, o cidadão


contratado, visando a se manter próximo da autoridade, puxou uma
cadeira e sentou-se ao lado das demais autoridades...

Caso 3 – Humor negro:

O mestre de cerimônias recebe ao pé do ouvido, durante


sua fala, o seguinte aviso: “Faleceu a filha do Sr. Fulano que está
compondo a mesa diretora”.

O mestre de cerimônias, em seguida a fala protocolar, informa


pelo microfone em alto e bom som:

- Informamos que faleceu um parente muito querido de um dos


integrantes da nossa mesa de autoridades...

Caso 4 – Na medida certa:

149
Organização de eventos esportivos

Morreu o filho de uma alta autoridade. A equipe de assessores


assumiu o comando da cerimônia fúnebre e estava ciente de que
havia planejado tudo nos mínimos detalhes para que não houvesse
falha alguma.

Na hora do enterro propriamente dito, o caixão não coube


na cova, o mausoléu era menor que o caixão. Assim, as altas
autoridades presentes no cemitério tiveram que tolerar quase uma
hora de atraso enquanto a cova era redimensionada a picaretadas.

Caso 5 – Fogos de artifício:

O clima era de uma inauguração de um campo de futebol


com a expectativa da realização de um jogo comemorativo e de
uma bonita cerimônia de abertura para milhares de pessoas que
lotavam as dependências do estádio. Entretanto, ao ser declarado
aberto o evento em tela, foram soltos inúmeros rojões e um deles
atingiu um enxame de abelhas que estava no alto do poste de
iluminação. Foi uma correria e gritaria geral, por muita sorte
ninguém se feriu gravemente.

Caso 6 – Comentário infeliz:

O prefeito estava com um problema na perna e, em uma


inauguração de rotina, ele caminhava com dificuldade em direção ao
palco que estava na rua:

O mestre de cerimônias, tentando ser prestativo, começou a


dizer:

- Abram caminho!!! Abram caminho!!! O prefeito está chegando


com muuuuita dificuldade!!!

Caso 7 – A solicitação indevida:

Em um evento com dezenas de “cadeirantes” participando da


cerimônia de abertura, o mestre de cerimônias sapeca:

- Solicitamos que todos fiquem em pé para ouvirmos o Hino


Nacional.

Caso 8 – O emotivo:

O mestre de cerimônias, na posse do novo prefeito, informa


que o antigo prefeito estava deixando a prefeitura. Assim, com voz
tremula, informa:

- neste momento que o nosso querido prefeito se despede é um


momento de tristeza. Já podemos sentir sua falta, estamos todos

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Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

emocionados, eu particularmente estou com muita vontade de


chorar...

Caso 9 – Caso de família:

Tem gente que é viciada em falar mal dos outros. Outro dia
perguntei para um amigo por que toda vez que conversamos
sobre qualquer assunto, ele fala de alguém. Prontamente ele me
respondeu:

- não sei, é de família, meu avô também era assim...

Caso 10 – O microfone:

O prefeito estava discursando e o som começou a falhar...


uma pessoa do cerimonial, querendo mostrar serviço, pegou outro
microfone e, interrompendo a fala do prefeito, disse:

- Solicitamos que os presentes não pisem no fio do microfone do


prefeito.

O prefeito não se fez de rogado e disse:

- Obrigado amigo, o problema deve ser outro, o microfone que


estou usando é sem fio.

Fonte: POIT, Davi Rodrigues. Cerimonial e Protocolo


Esportivo. São Paulo: Phorte, 2010.

Para aprofundar informações pertinentes a organização de eventos


esportivos, sugerimos alguns sites para pesquisa:

• Modelos de Convites, detalhes sobre as bandeiras, significado dos Aros


olímpicos, indicação de Trajes para cerimoniais, elaboração de projetos,
outros Sistemas de disputa e demais assuntos.

www.abeoc.gov.br
Associação Brasileira de Empresas de Eventos

www.revistadoseventos.com.br
Revista especializada em eventos

www.ampro.com.br
Associação de Marketing Promocional

www.eventosesportivos.com.br
151
Organização de eventos esportivos

Informações, curiosidades, legislação, artigos, etc.

www.cob.org.br
Comitê olímpico brasileiro.

www.brasil.gov.br
Informações sobre o Brasil

www.esporte.gov.br
Ministério do Esporte

www.confef.gov.br
Conselho Federal de Educação Física

Algumas Considerações
Neste capítulo podemos considerar que existem muitos eventos
esperando uma boa organização, bem como muitas empresas esperando
um bom projeto. Muitas marcas esperam ser divulgadas através do esporte,
através de eventos esportivos. Neste capítulo você teve a oportunidade de
identificar os tipos de eventos bem como as formas de promovê-los e sua
avaliação após a realização.

Apresentamos detalhes para elaborar um Projeto de captação de


patrocínio, detalhes para desenvolvê-lo e as formas de patrocínios existentes.
É latente a imagem de grandes marcas de empresas alienadas a modalidades
esportivas e a grandes eventos, a mídia mostra isso a todo o momento. Chegou
a hora de você Pós-Graduando apresentar o seu projeto, conquistar a empresa
que você desejar e divulgar o seu evento, vá em frente, as ferramentas estão
a sua disposição.

Referências:
GIACAGLIA, Maria Cecília. Organização de eventos: teoria e prática. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12. ed.


São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

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Capítulo 6 Elaboração de Projetos e Captação de Patrocínios

MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing de Eventos. 3. ed. Rio de Janeiro:
Sprint, 2001.

NICOLINI, Henrique. O Evento Esportivo como Objeto de Marketing. 2. ed.


São Paulo: Phorte, 2008.

POIT, Davi Rodrigues. Cerimonial e Protocolo Esportivo. São Paulo: Phorte,


2010.

REZENDE, J.R. Organização e administração no esporte. Rio de Janeiro:


Sprint, 2000.

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