O poema descreve a visita de um corvo misterioso a um homem triste após a morte de seu amor, Lenora. O corvo repete a palavra "Nunca mais" em resposta a todas as perguntas do homem, aumentando seu desespero. O corvo permanece na casa, e o homem percebe que nunca escapará de sua tristeza.
O poema descreve a visita de um corvo misterioso a um homem triste após a morte de seu amor, Lenora. O corvo repete a palavra "Nunca mais" em resposta a todas as perguntas do homem, aumentando seu desespero. O corvo permanece na casa, e o homem percebe que nunca escapará de sua tristeza.
O poema descreve a visita de um corvo misterioso a um homem triste após a morte de seu amor, Lenora. O corvo repete a palavra "Nunca mais" em resposta a todas as perguntas do homem, aumentando seu desespero. O corvo permanece na casa, e o homem percebe que nunca escapará de sua tristeza.
O poema descreve a visita de um corvo misterioso a um homem triste após a morte de seu amor, Lenora. O corvo repete a palavra "Nunca mais" em resposta a todas as perguntas do homem, aumentando seu desespero. O corvo permanece na casa, e o homem percebe que nunca escapará de sua tristeza.
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The Raven
Edgar Allan Poe
First Published in 1845
O Corvo (tradução de Machado de Assis)
Em certo dia, à hora Da minha triste boca sais;
Da meia-noite que apavora, E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço; Eu, caindo de sono e exausto de fadiga, Foi isso apenas, nada mais. Ao pé de muita lauda antiga, De uma velha doutrina agora morta, Entro co'a alma incendiada. Ia pensando, quando ouvi à porta Logo depois outra pancada Do meu quarto um soar devagarinho, Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a E disse estas palavras tais: ela: "É alguém que me bate à porta de mansinho; "Seguramente, há na janela Há de ser isso e nada mais". Alguma coisa que sussurra. Abramos, Ah! bem me lembro! bem me lembro! "Eia, fora o temor, eia, vejamos Era no glacial dezembro; "A explicação do caso misterioso Dessas duas pancadas tais, Cada brasa do lar sobre o colchão refletia "Devolvamos a paz ao coração medroso, A sua última agonia. "Obra do vento, e nada mais". Eu ansioso pelo Sol, buscava Sacar daqueles livros que estudava Abro a janela, e de repente, Repouso (em vão!) à dor esmagadora Vejo tumultuosamente Destas saudades imortais Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias. Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora, Não despendeu em cortesias E que ninguém chamará mais. Um minuto, um instante. Tinha o aspecto de um lord ou de uma lady. E pronto e reto, E o rumor triste, vago, brando Movendo no ar as suas negras alas, Das cortinas ia acordando Acima voa dos portais, Dentro em meu coração um rumor não sabido, Trepa, no alto da porta em um busto de Palas: Nunca por ele padecido. Trepado fica, e nada mais. Enfim, por aplacá-lo aqui, no peito, Levantei-me de pronto, e "Com efeito, Diante da ave feia e escura, (Disse), é visita amiga e retardada Naquela rígida postura, "Que bate a estas horas tais. Com o gosto severo, - o triste pensamento "É visita que pede à minha porta entrada: Sorriu-me ali por um momento, "Há de ser isso e nada mais". E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas "Vens, embora a cabeça nua tragas, Minh'alma então sentiu-se forte; "Sem topete, não és ave medrosa, Não mais vacilo, e desta sorte "Dize os teus nomes senhoriais; Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora, "Como te chamas tu na grande noite Me desculpeis tanta demora. umbrosa?" "Mas como eu, precisando de descanso E o corvo disse: "Nunca mais". "Já cochilava, e tão de manso e manso, "Batestes, não fui logo, prestemente, Vendo que o pássaro entendia "Certificar-me que aí estais". A pergunta que eu lhe fazia, Disse; a porta escancar, acho a noite somente, Fico atônito, embora a resposta que dera somente a noite, e nada mais. Dificilmente lha entendera. Na verdade, jamais homem há visto Com longo olhar escruto a sombra Coisa na terra semelhante a isto: Que me amedronta, que me assombra. Uma ave negra, friamente posta E sonho o que nenhum mortal há já sonhado, Num busto, acima dos portais, Mas o silêncio amplo e calado, Ouvir uma pergunta a dizer em resposta Calado fica; a quietação quieta; Que este é seu nome: "Nunca mais". Só tu, palavra única e dileta, Lenora, tu, com um suspiro escasso, No entanto, o corvo solitário Não teve outro vocabulário. "Destas saudades imortais. Como se essa palavra escassa que ali disse "Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora". Toda sua alma resumisse, E o corvo disse: "Nunca mais". Nenhuma outra proferiu, nenhuma. Não chegou a mexer uma só pluma, "Profeta, ou o que quer que sejas! Até que eu murmurei: "Perdi outrora "Ave ou demônio que negrejas! "Tantos amigos tão leais! "Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do "Perderei também este em regressando a inferno aurora". "Onde reside o mal eterno, E o corvo disse: "Nunca mais!" "Ou simplesmente náufrago escapado "Venhas do temporal que te há lançado Estremeço. A resposta ouvida "Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo É tão exata! é tão cabida! "Tem os seus lares triunfais, "Certamente, digo eu, essa é toda a ciência "Dize-me: existe acaso um bálsamo no "Que ele trouxe da convivência mundo?" "De algum mestre infeliz e acabrunhado E o corvo disse: "Nunca mais". "Que o implacável destino há castigado "Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga, "Profeta, ou o que quer que sejas! "Que dos seus cantos usuais "Ave ou demônio que negrejas! "Só lhe ficou, na amarga e última cantiga, "Profeta sempre, escuta, atende, escuta, "Esse estribilho: "Nunca mais". atende! "Por esse céu que além se estende, Segunda vez nesse momento "Pelo Deus que ambos adoramos, fala, Sorriu-me o triste pensamento; "Dize a esta alma se é dado inda escutá-la Vou sentar-me defronte ao corvo magro e "No Éden celeste a virgem que ela chora rudo; "Nestes retiros sepulcrais, E, mergulhando no veludo "Essa que ora nos céus anjos chamam Da poltrona que eu mesmo ali trouxera, Lenora!" Achar procuro a lúgubre quimera, E o corvo disse: "Nunca mais!" A alma, o sentido, o pávido segredo Daquelas sílabas fatais, "Ave ou demônio que negrejas! Entender o que quis dizer a ave do medo "Profeta, ou o que quer que sejas! Grasnando a frase: "Nunca mais". "Cessa, ai, cessa! (clamei, levantando-me) cessa! Assim posto, devaneando, "Regressando ao temporal, regressa Meditando, conjeturando, "À tua noite, deixa-me comigo... Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava, "Vai-te, não fique no meu casto abrigo Sentia o olhar que me abrasava. "Pluma que lembre essa mentira tua. Conjeturando fui, tranquilo, a gosto, "Tira-me ao peito essas fatais Com a cabeça no macio encosto "Garras que abrindo vão a minha dor já crua" Onde os raios da Lâmpada caíam, E o corvo disse: "Nunca mais". Onde as tranças angelicais De outra cabeça outrora ali se despraziam E o corvo aí fica; ei-lo trepado E agora não se esparzem mais. No branco mármore lavrado Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho. Supus então que o ar, mais denso, Parece, ao ver-lhe o duro cenho, Todo se enchia de um incenso, Um demônio sonhando. A luz caída Obra de serafins que, pelo chão roçando Do lampião sobre a ave aborrecida Do quarto, estavam meneando No chão espraia a triste sombra; e fora Um ligeiro turíbulo invisível: Daquelas linhas funerais E eu exclamei então: "Um Deus sensível Que flutuam no chão, a minha alma que chora "Manda repouso à dor que te devora Não sai mais, nunca, nunca mais.