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Para depreendemos, sob a ótica do historiador que no presente lança seu olhar
para o passado, as identidades urbanas que se constituíam na Fortaleza no início do
século XX, lançamos mão de relatos que, inseridos no contexto de mudança do período,
nos fornecem um panorama apto a captar o “espírito da época” (PESAVENTO,
1997:29).
Esse denominado “espírito da época” deve ser visado e considerado a partir da
concepção que estabelece a cidade de Fortaleza como um lugar de produção sócio-
econômico, político e cultural, lugar esse cuja definição tomamos de empréstimo a
Michel de Certeau.1
Para tal, se faz necessário que se construa uma narrativa a partir da análise das
narrativas em forma de crônica que abordaremos a seguir, para que assim se consiga
captar uma ação social que fora capaz de produzir certos vínculos, como também certas
identidades tendo como cenário a cidade de Fortaleza nas décadas iniciais do século
passado.
Acerca dessa discussão, nosso norte será o proposto por Paul Ricoeur, quando
este afirma que “de acordo com a orientação geral da historiografia que privilegiamos, o
referente último do discurso da história é a ação social em sua capacidade de produzir
vínculo social e identidades” (RICOEUR, 2007:396).
E como o referente último do discurso historiográfico (ou da narrativa histórica)
é a ação social, devemos, então, direcionar nosso olhar para os atores que viveram e
deram sentido a essas ações, buscando enfatizar com as crônicas históricas as quais
lançamos mão esses tais atores de uma história (sucessão de acontecimentos) já
decorrida e que chega até os nossos dias para sua devida apreciação enquanto história
(ciência historiográfica).
Mestre em História pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor das Faculdades INTA-CE.
1
Conforme ressalta Certeau, "toda pesquisa historiográfica se articula com um lugar de produção sócio-
econômico, político e cultural" (CERTEAU, 1982:66).
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Para ilustrar e conformar referido intento, cabe a seguinte citação de Ricoeur:
O historiador não tem apenas como contraponto mortos, para os quais ele
constrói um túmulo escriturário; ele não se dedica apenas a ressuscitar
viventes de outrora, que não existem mais, mas que existiram; ele se dedica a
re-apresentar ações e paixões. Quanto a mim, associo, explicitamente, a tese
favorável à idéia de que o referente último da representação historiadora é o
vivente antigo, atrás do ausente de hoje na história, à mudança de paradigma
que, na “guinada crítica” dos Annales dos anos 80, promoveu o que pôde
chamar de “paradoxo do ator”. A história visa não apenas ao vivente de
outrora, na retaguarda do morto de hoje, mas ao ator da história decorrida,
desde que se decida “levar a sério os próprios atores” (RICOEUR, 2007:396).
Como o historiador não apenas tem os mortos (ou seja, o passado) como
contraponto, cabe a esse, também, repensar sua relação (na escrita, na confecção de seu
texto) com o presente e mesmo com o futuro. Aqui mais uma vez recorreremos aos
escritos de Ricoeur:
2
Ricoeur faz referência, diretamente, ao termo "tempo crônico". Cf. RICOEUR, 2007:163.
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E essa ligação da crônica com o tempo pode também ser auferida quando de
uma percepção acerca da época na qual a tomamos para análise. Sua conotação
atualmente empregada pode ser percebida na seguinte descrição de Sandra Pesavento:
Sem ser tão despretensiosa e ligeira quanto supõe parte da crítica, a crônica
não se presta também a definições gerais que tentem, de uma tacada,
englobar todos os seus sentidos e características, como se fosse possível
chegar a uma sua suposta essência. Se a própria delimitação dos diversos
gêneros literários se mostra frágil e incerta, qualquer definição abstrata de
crônica terá sempre, como limite, a concretude de cada um desses pequenos
artigos. Escritas em verso ou prosa, ligadas à verdade ou ao sonho, têm em
comum o tipo de relação que estabelecem com a indeterminação da história
(CHALHOUB; NEVES; PEREIRA, 2005:17).
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Acerca do enquadramento da crônica a um determinado gênero, Afrânio
Coutinho a considera:
Outro autor que considera a crônica como uma fonte apropriada para a análise
dos fatos miúdos do dia-a-dia é Antônio Cândido, que em seminal artigo sobre o
assunto nos convida a ver a grandeza da crônica, qual seja, a grandeza da vida ao rés-
do-chão:
Consideramos ainda que chegar, através das crônicas, a esse “espírito da época”
que houvera marcado o período aqui estabelecido, não nos levaria a um caminho
unívoco, mas sim a uma polissemia de significados e sentidos. Conforme ressalta
Certeau, “o writing, ou a construção de uma escrita (no sentido amplo de uma
organização de significantes) é uma passagem, sob muitos aspectos, estranha. Conduz
da prática ao texto” (CERTEAU, 1982:94).
A construção de uma escrita constitui um momento delicado, passagem estranha,
parafraseando Michel de Certeau. Ampliando o sentido da palavra “passagem”, temos
tratar-se de um local por onde se passa; passadouro; um local de ligação.
E a que estaria a ligar afinal, nessa passagem, a escrita? Para Paul Ricoeur a
questão da escrita “não constitui, de modo nenhum, a problemática única do texto”
(RICOEUR, 1989:110). Teríamos também de levar em consideração o mundo que ela
abre. Ricoeur propõe que:
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Evidente que para o presente trabalho não devemos nem podemos gravitar
unicamente ao redor da questão hermenêutica delineada acima por Ricoeur. Mas rica é
sua contribuição, nesse quesito, à nossa problemática da escrita, problemática esta que
findará por desaguar em nossa abordagem acerca das crônicas sobre a cidade de
Fortaleza.
Se Certeau enfatiza a passagem da prática ao texto, o mesmo se propõe Ricoeur,
quando esse analisa o momento no qual o discurso se torna texto. E sobre o discurso
salienta ainda que “apenas o discurso, dizíamos nós, visa as coisas, se aplica à realidade,
exprime o mundo” (RICOEUR, 1989:120).
E nada mais apropriado que a crônica para exprimir um mundo específico (a
cidade de Fortaleza nas décadas iniciais do século passado) e ter a marcante
característica de buscar aplicar-se à realidade outrora vivida.
Ressaltamos que essa “realidade” deve ser compreendida sob a ótica do tempo
vivido por cada autor, ou seja, estamos fazendo referência à “realidade de cada autor”,
daí “estabelecendo uma reflexão sobre se o autor, ao escrever a crônica, está a fazer
uma história do seu tempo” (PESAVENTO, 2004:64).
Com relação a esse tempo, em um primeiro momento, iremos recorrer a três dos
principais cronistas cuja temática central é a cidade de Fortaleza e seu cotidiano.3 Com
tais autores temos visões díspares que dizem respeito não somente aos significantes de
suas próprias narrativas, mas que também ressaltam os significados do próprio ato de
suas narrativas e dos resultados daí decorrentes, posto que a crônica assume, para cada
um deles, o sentido seja de retrospectiva ou então o significado de narrar fatos
extraordinários e banais.
O primeiro desses cronistas mencionados, Otacílio Colares, considera que:
3
Basta atentarmos para os títulos das três obras neste ponto abordadas, cujo foco centrado na capital
cearense, fica visível nos próprios títulos: Crônicas da Fortaleza e do Siará Grande; Fortaleza velha:
crônicas; Fortaleza descalça.
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Todo mundo sabe que a História e a crônica, de preferência, conservam os
fatos extraordinários e raros: guerras, terremotos, proezas de um herói, etc.,
deixando na sombra e quase no olvido os fatos da vida ordinária
(NOGUEIRA, 1981:106).
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permite que o imaginário levante vôo mais livre e amplamente, que ele fuja,
numa certa medida, aos condicionamentos impostos pela exigência da
verificação pelas fontes.
Literatura e história se distinguem também pelo tipo de leitura que tencionam
provocar. A literatura tenta incitar, antes de mais nada, à empatia, à
identificação; ela visa criar uma proximidade entre o leitor e o passado, lá
onde a história pressupõe uma distância crítica entre o leitor, de um lado, e o
passado e o discurso do historiador, de outro. Ao mesmo tempo, o historiador
adota uma atitude mais “autoritária”. Ao domesticar, ao fixar, ao encaixar o
tempo com o objetivo de apresentar a sua visão do passado, ele apresenta “o
que poderia ter sido” como “o que foi”. É baseando-se no seu estatuto
científico que a história justifica a sua legitimidade como narração do
passado (DE DECCA; LEMAIRE, 2000:11-12).
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fontes e ao método), havemos de pensar como Hayden White. Não no que diz respeito a
seu “relativismo” que aboliria todas as fronteiras entre história e literatura, entre
realidade e ficção. Mas sim quando esse autor conclui que “toda explanação histórica é
retórica e poética por natureza” (WHITE, 1995:11).
A diferença primordial que podemos verificar entre a história e a crônica, ou
melhor, entre o historiador e o cronista, não estaria tão-somente na óbvia objetividade e
na determinada intencionalidade da escrita de ambos, mas sim na subjetividade de suas
respectivas pertinências explicativas, visto ser o cronista aquele que compila e historia
os fatos, sendo o historiador aquele que interpreta o fato, através do exame subjetivo
(SILVEIRA, 1992:29). Ou seja, enquanto o cronista compila, cabe ao historiador
interpretar. Porém, compilando ou interpretando, ambos almejam, ao final de suas
incursões, narrar. É a narrativa o fim a ser atingido tanto por quem escreve a crônica
como por aquele que produz a história (como representação historiadora).
Encetando um questionamento sobre a discussão concernente ao ato de narrar,
temos o seguinte problema: "que diferença separa a história e a ficção, se ambas
narram?" (RICOEUR, 2007:253). Acerca dessa discussão, recorramos ao prefácio (da
edição original de 1938) escrito por Eusébio de Sousa para o livro de crônicas de
Raimundo de Menezes. Conforme Sousa:
Suas crônicas, leves e sutis, tão bem feitas e tão bem coordenadas têm, para
mim, como diria alguém, um sabor mágico, sugestionador, um fortíssimo
poder de evocação, porque nelas há muita coisa deliciosa, um colorido que
sobrepuja, na fixação de individualidades e de fatos (SOUSA, 2000:24).
Não é só para mim que as suas crônicas têm valor. Sei – e estou certo disso –
existir nesta terra muita gente que aprecia esse gênero de literatura, por certo
o mais apropriado para se conhecer a História, pois, está mais ou menos
verificado – se não estou enganado, foi Mário Melo quem isso escreveu – que
só os especialistas procuram ler e estudar essa mesma História nas suas
fontes, enquanto a maioria demonstra agrado em ler fatos esparsos, máxime
se a narrativa se afasta do estilo adequado ao cronologista (SOUSA,
2000:25).
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seria necessário aos cronistas, por exemplo, posto que estes poderiam apresentar, já que
a eles caberia tão-somente a compilação dos fatos, um afastamento de um estilo (rigor)
adequado ao cronologista, leia-se mais uma vez, historiador.
Podemos, dessa maneira, considerar que a diferença mater entre a narrativa
histórica e aquela em forma de crônica não inviabiliza o intercurso entre ambas no que
concerne sua condição de narrativa (afinal, ambas narram, devendo-se considerar e
ressaltar aí a intencionalidade de quem dispõe e usufrui de cada uma dessas formas de
narrar), pois conforme salientado abaixo, tais narrativas representariam dois tipos
(válidos) de inteligibilidade:
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termos tiverem a conotação de “não-científico” ou “incapaz de ser científico”
(RÜSEN, 2007:63).
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mais ameno, suave, sem contudo esquecer que não os deve enfeitar a ponto
de transformá-los em mentira. A criatividade do crítico-histórico não é
liberta, imaginosa, senão muito encostada à chamada verdade histórica, ainda
que mais literariamente escrita. O verdadeiro cronista-histórico não inventa,
não entrega o espírito ao devaneio, às idealizações que se comportam dentro
das outras espécies de crônicas: crônica literária, crônica social, crônica
esportiva, crônica religiosa, etc (GIRÃO, 1983:9).
5
Cuja edição original é do ano de 1938.
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Ainda na apresentação do livro de Raimundo de Menezes, continuamos na
apreciação do explorado por Ponte:
Por outro lado, o cronista histórico não deve perder completamente de vista o
teor artístico que cabe a esse gênero, devendo, porém, atentar para o risco de
não “enfeitar” demais os fatos abordados a ponto de esvaziá-los. Ou seja: a
crônica histórica não permite a invenção ou a idealização facultadas apenas
às crônicas puramente literárias, não históricas (PONTE, 2000:11-12).
Assim, se ele [o escritor] cria, já não é capaz de ler o que escreveu, e é por
isso que apela para o leitor a fim de que este faça sua escrita existir. A prosa
só existe pelo esforço conjunto do escritor e do leitor, e é nessa relação tensa
e necessária que a obra de arte se torna um objeto concreto e imaginário
(SOUZA, 2008:121).
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forma de livro, se torne um objeto que assume em si tanto características concretas
quanto imaginárias.
Tendo a cidade de Fortaleza, portanto, como o palco onde se consubstanciava e
personificava essa relação, nos vemos diante de uma cidade que vivia um período
enlevado em diversas transformações. Tais transformações se refletiam no cotidiano e
no imaginário dos citadinos.
Daí considerarmos que ressaltamos com as crônicas a relevância destas serem
"uma narrativa por excelência apropriada para o estudo do imaginário de uma época"
(PESAVENTO, 1997:34).
Sobre esse caráter imaginário e representativo que recai sobre a narrativa em
forma de crônica (mas do mesmo modo também à narrativa histórica), recorremos nesse
momento a Ricoeur, quando este se vale de um "fenômeno" para exemplificar tal
situação. Para esse autor "é no fenômeno do rastro que culmina o caráter imaginário dos
conectores que marcam a instauração do tempo histórico" (RICOEUR, 1997:320). E o
que vem a ser esse rastro? Ou melhor, como podemos identificá-lo para daí perscrutá-
lo? Informa-nos, então, Ricoeur que:
Segue adiante, assim, Paul Ricoeur em sua análise acerca do papel mediador
exercido pelo imaginário no que tange sua validade como um rastro que se preza a uma
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apreciação, em forma de narrativa, do tempo vivido. Porém, por aqui ficamos nesse
ponto especificamente abordado, tentando ao menos, a partir do exposto acima, ressaltar
a importância dos rastros que por nós são tidos e havidos como, sobretudo, a
experiência de vida dos autores das crônicas aqui abordadas nesse tempo vivido e nesse
espaço habitado.
Essa experiência, que se consubstancia em narrativa a partir do imaginário
desses respectivos autores, afigura-se no contexto da vida de cada um deles, no
ambiente social e cultural representado pela cidade de Fortaleza no período específico
de confecção de suas obras.
Além da noção acima proposta por Ricoeur acerca do rastro, que mediatizaria e
esquematizaria o imaginário, também se faz importante ressaltar que a crônica só se
torna uma narrativa apropriada para se depreender o imaginário de um determinado
lugar em uma época específica se tivermos uma convenção, que atribui à narrativa do
autor uma consistência realmente plural, ou seja, é este sujeito plural que sustenta o
discurso.
De acordo com Certeau “o nós do autor remete a uma convenção (dir-se-ia em
semiótica, que ele remete a um „verossímil enunciativo‟). No texto ele é a encenação de
um contrato social „entre nós‟. É um sujeito plural que „sustenta‟ o discurso”
(CERTEAU, 1982:71).
Finalmente chegamos ao ponto em que se evidenciariam os autores/escritores,
ou melhor, os cronistas históricos que tanto merecem nossa atenção, além obviamente
de suas respectivas obras. Porém, não cabe aqui, devido ao tamanho limitado do texto,
ir a esses autores e nos debruçar mais detidamente sobre suas narrativas, mas ao menos
urge que façamos mais uma justificativa acerca da utilização das crônicas como uma
relevante fonte para o “fazer-se história”.
Observamos que de uma maneira distinta ao do documento no sentido positivista
do termo, a crônica requer uma abordagem muito específica, retratada pela relação entre
ficção e história. De acordo com Margarida de Souza Neves, através das crônicas,
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Acerca da crônica e de sua importância para o historiador do presente em sua
ânsia por apreender as sensibilidades passadas, temos que,
Ainda de acordo com Sandra Pesavento, é este mundo do sensível que incorre
nas formas de valorizar e classificar o mundo ou de atuar diante de determinadas
situações e agentes sociais. Em suma,
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Enfim, é no fato de terem abordado, através de suas crônicas históricas, o mundo
que se produziu no seu referente tempo, qual seja, as décadas iniciais do século passado,
que direcionamos nossa atenção para essas narrativas que tinham na cidade de Fortaleza
a inspiração e seu palco privilegiado de ação, onde se atuava (vivia) em uma época de
muitas transformações, muitas das quais magistralmente captadas pelos cronistas
históricos.
Eis assim, basicamente, a intenção primordial das crônicas históricas escritas
sobre a cidade de Fortaleza nas décadas iniciais do século passado: preservar o tempo
pretérito (o tempo vivido pelos cronistas, com todas as transformações advindas nesse
período) para que aqueles que viveram a época narrada se lembrem/recordem e para que
aqueles que não viveram tal período possam tomar conhecimento póstero.
Como nos enquadramos nesta última categoria, é através e a partir desse
conhecimento, oriundo das narrativas em forma de crônica, que elaboramos nossa
própria narrativa, em suma, também uma narrativa, porém historiográfica.
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