Manual Da Capacitacao - BLOOM

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MANUAL

DA
CAPACITAÇÃO:
Estrutura das Questões
e
Taxonomia de Bloom

1
INTRODUÇÃO:
O Projeto Avaliação de Proficiência:
• Aplicar a Avaliação de Proficiência aos alunos elegíveis ao ENADE 2017.
Objetivo do Projeto Avaliação de Proficiência:
• Identificar os gaps de aprendizagem, promover um plano de ação para melhoria
do desempenho do estudante no ENADE e garantir uma boa avaliação das IES
perante ao MEC.

O Projeto Piloto:

 A equipe de Avaliação desenvolveu um projeto piloto para gerar um


aprendizado.
Objetivo do Projeto Piloto:

 Definir fluxos de trabalho que nortearão a elaboração das demais avaliações de


proficiência.

2
Estrutura das
Questões

GAIA
Gerência de Avaliação e
Inteligência Acadêmica

3
PADRÃO-ENADE

As provas do ENADE possuem como objetivo central formar um sujeito autônomo, que
seja capaz de transformar a sociedade e não apenas reproduzi-la. Dessa maneira, as diretrizes
do ENADE pela mobilização dos saberes, sendo eles: o saber, que envolve o (conhecimento, o
saber ser que engloba as atitudes e o saber fazer que inclui as habilidades (PERRENOUD, 1999).
Na Avaliação de Proficiência, a prova será pautada pelos conteúdos trabalhados nas
disciplinas. Para isso, será feita uma análise dos principais conteúdos abordados nas provas de
ENADES anteriores e compará-los com a matriz das IES, para garantir que esses conteúdos sejam
trabalhados na avaliação de proficiência. Os resultados obtidos por meio da Avaliação de
Proficiência, serão utilizados para promover um plano de ação para melhoria do desempenho
dos alunos no ENADE oficial.

A AVALIAÇÃO DE PROFICIÊNCIA

A Avaliação de Proficiência é uma prova que ocorre no final do bimestre ou semestre,


sendo um tipo de avaliação somativa, que tem o objetivo quantificar o aprendizado do aluno.
Toda prova deve:

 Conter os conteúdos mais relevantes;


 Atribuir nota;
 Comparar os resultados obtidos com diferentes alunos, métodos e
materiais de ensino.
Os resultados da avaliação somativa servem para verificar, classificar, situar, informar e
certificar.
A avaliação somativa é composta por questões classificadas da seguinte forma:

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ESTRUTURA DAS QUESTÕES

As questões devem ser inéditas, com aplicação prática e de acordo com os critérios
estipulados neste documento.
Todas as questões devem ser objetivas e devem ter aderência aos conteúdos da
disciplina, estipulados na matriz de referência.
Cada questão deverá apresentar a seguinte estrutura: Texto-Base; Enunciado;
Alternativas; Alternativa Correta; Resolução Comentada.
A seguir, seguem os parâmetros para cada um dos itens que compõem a questão:

1. TEXTO-BASE

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O texto-Base deve apresentar a Situação-Problema ou Estudo de Caso que será objeto
de avaliação na questão. O conteúdo do texto-Base pode ser verbal ou não verbal, ou seja, é
possível inserir imagens, tabelas, gráficos, esquemas ou experimentos. O texto-base deverá
fornecer informações consistentes para a resolução da questão.
Sugerimos que, sempre que possível, sejam inseridas imagens, tabelas ou gráficos, a
fim de incentivarmos nossos estudantes a interpretá-los. É importante lembrar que textos e
figuras devem ser sempre referenciados, de acordo com as Normas da ABNT.

2. ENUNCIADO

O enunciado deve apresentar uma definição clara da tarefa a ser realizada pelo aluno,
deve ser totalmente coerente com o texto-base e cobrar do aluno uma demonstração do
conhecimento dos conteúdos determinados para aquela questão;
Os enunciados não devem empregar termos considerados negativos, como: exceto,
falso, incorreto, não e errado, pois esses termos induzem o aluno ao erro.

 E
XEMPLO DE TEXTO BASE E ENUNCIADO

(ENADE, 2011 – Letras Q15)


Texto-Base

Qual é a primeira coisa que você faz quando entra na Internet? Checa seu e-mail,
dá uma olhadinha no Twitter, confere as atualizações dos seus contatos no Orkut ou no
Facebook? Há diversos estudos comprovando que interagir com outras pessoas,
principalmente com amigos, é o que mais fazemos na Internet. Só o Facebook já tem mais
de 500 milhões de usuários, que, juntos, passam 700 bilhões de minutos por mês
conectados ao site — que chegou a superar o Google em número de acessos diários. (...)
e está transformando nossas relações: tornou muito mais fácil manter contato com os
amigos e conhecer gente nova. Mas será que as amizades online não fazem com que as
pessoas acabem se isolando e tenham menos amigos offline, “de verdade”? Essa tese,
geralmente citada nos debates sobre o assunto, foi criada em 1995 pelo sociólogo
americano Robert Putnam. E provavelmente está errada. Uma pesquisa feita pela
Universidade de Toronto constatou que a Internet faz você ter mais amigos — dentro e
fora da rede. Durante a década passada, período de surgimento e ascensão dos sites de
rede social, o número médio de amizades das pessoas cresceu. E os chamados heavy
users, que passam mais tempo na Internet, foram os que ganharam mais amigos no
mundo real — 38% mais. Já quem não usava a Internet ampliou suas amizades em apenas
4,6%. Como a Internet está mudando a amizade. Superinteressante, n. 288, fev./ 2011

6
(com adaptações).

Enunciado

No texto, o trecho entre parênteses foi suprimido. Assinale a opção que contém
uma frase que completa coerentemente o período em que o trecho omitido estava
inserido.

3. ALTERNATIVAS

Cada questão deve conter, obrigatoriamente, cinco alternativas. Não são aceitas
alternativas como “nenhuma das anteriores”;
O texto das alternativas deve ser claro, conciso e redigido segundo a norma culta da
Língua Portuguesa. A estrutura e extensão de todas as alternativas deve ser semelhante;
Todas as alternativas devem expressar hipóteses de raciocínio empregadas na resposta
do Estudo de Caso ou da Situação Problema que foi proposta, ou seja, devem estar associadas
ao contexto da questão. Deve haver somente uma única alternativa correta;
Não pode haver alternativas similares e/ou idênticas. As alternativas incorretas não
deverão ser óbvias a ponto de comprometer o nível e a qualidade da prova.
As alternativas não podem conduzir à dupla interpretação;
Nas alternativas não pode haver termos, tais como: “pouco”, “nenhum”,” todo”, “às
vezes”, “nunca”, “qualquer”, “apenas”, “somente”, “pode ser”, “pode haver”, “pode acontecer”,
entre outros.
Cada alternativa deve ser finalizada com um ponto final.

4. ALTERNATIVA CORRETA

A questão não deve ser ambígua e deve remeter para apenas uma alternativa correta.

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 E
XEMPLO DE ALTERNATIVA

o A Internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à


amizade
o A Internet garante que as diferenças de caráter ou as dificuldades interpessoais
sejam “obscurecidas” pelo anonimato e pela cumplicidade recíproca
o A Internet faz com que você “consiga desacelerar o processo, mas não salva as
relações”, acredita o antropólogo Robin Dunbar
o A Internet raramente cria amizades do zero — na maior parte dos casos, ela
funciona como potencializadora de relações que já haviam se insinuado na vida
real
o A Internet inova (e é uma enorme inovação, diga-se de passagem) quando torna
realidade a “cauda longa”, que é a capacidade de elevar ao infinito as
possibilidades de interação

Gabarito: A

Tipo de questão: Múltipla Escolha Simples, com indicação da alternativa correta.

Conteúdos avaliados: Compreensão de texto; percepção da estrutura do texto;


coesão e coerência.

5. RESOLUÇÃO COMENTADA OU JUSTIFICATIVA

Cada alternativa deve ser justificada, de maneira que auxilie o aluno a compreender o
acerto ou o engano.
Sugerimos também que contenha um breve resumo sobre o conteúdo abordado na
questão e, se possível, indique referências bibliográficas para aprofundar o estudo do Tema.
A redação da Resolução Comentada deve ser coerente e redigida segundo a norma culta
da Língua Portuguesa.
Exemplo de Resolução Comentada

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Resolução Comentada

O enunciado pede a indicação da alternativa que contém uma frase que corresponda
de modo coerente ao segmento retirado do texto. Com relação ao conteúdo, parece-me que
as frases das alternativas (A) e (E) poderiam ser adequadas, mas apresentam limitações
(discussão a seguir). Ainda assim, escolheria a alternativa (A) como opção correta. Vejamos a
seguir:
O fato de a internet (redes sociais) ser uma ferramenta de relacionamentos inovadora
torna-a potencialmente poderosa. Os resultados da pesquisa referida no texto, feita na
Universidade de Toronto, mostraram que os usuários ligados nas redes sociais fizeram mais
amigos fora da rede do que aqueles menos frequentes, dados que indicam, sem dúvida, uma
transformação no modo como as pessoas estão interagindo na atualidade. Entretanto, para
sustentar a ideia de que a internet é a mais poderosa, o texto deveria ter apresentado
detalhes da pesquisa como, por exemplo, o número de usuários no mundo e a qualidade das
amizades que foram feitas dentro e fora da rede. O texto não deixa explícito o poder absoluto
da internet – tema que deve ser estudado com mais profundidade, para defender com maior
precisão a afirmativa de que a internet é realmente a ferramenta mais poderosa para
fazermos amigos.

A alternativa (E) também apresenta ideias que condizem com o texto: a) a inovação
que a internet nos traz e b) a capacidade de infinitas possibilidades de interação e
comunicação que nos proporciona. Porém, a frase é longa: se menos palavras fossem
utilizadas como, por exemplo, a internet inova e está transformando as nossas relações,
produziria um efeito mais positivo no leitor. Vale outra observação: o segmento em
parênteses e é uma enorme inovação, diga-se de passagem apresenta uma linguagem
informal que, a priori, não condiz com um exame formal e, além disso, expressa uma opinião,
que não deveria estar inserida na estrutura de uma opção de resposta.

A alternativa (B) não é correta, pois apresenta uma ideia oposta à do texto. Sabe-se
que as redes sociais podem ser perigosas se não as usarmos com cautela e que, de fato,
podem ser uma ferramenta mediadora (e anônima) de mentes agressivas e doentias. Existem
inúmeros casos de usuários que “caíram na armadilha” de alguém que não conheciam e
parecia legal por expor informações pessoais confidenciais, não tomando precauções de
segurança necessárias, tais como a filtragem de informações e de fotos a serem publicadas
nesse tipo de ambiente.

A alternativa (C) também não corresponde à mensagem veiculada no texto. Este trata
da aceleração do processo das relações sociais, não se referindo a qualquer desaceleração
nesse processo. Se as relações de amizade cresceram com o uso da internet, por que
precisariam ser salvas?

A alternativa (D) também não está correta. O texto não faz menção à quantidade de

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amizades estabelecidas a partir do meio virtual (que partiram do zero) e nem ao número de
relações que se estreitaram (que se potencializaram) na vida real. Embora o trecho cite o
percentual de 38% de amizades feitas no mundo real através das redes sociais, não explicita a
quantidade de usuários que foram analisados, por exemplo. Esse número pode não ser
significativo, se considerarmos todo o universo de usuários das redes sociais.
Dessa forma, conclui-se que a invasão da tecnologia em nossas vidas pode ser
potencialmente benéfica quando a utilizarmos com bom senso tanto na vida pessoal quanto
profissional. As redes sociais podem contribuir para a construção de uma rede de
relacionamentos interessantes e para o resgate de amigos distantes física e temporalmente.
O principal é sabermos utilizá-las com cautela, para não expormos questões íntimas e
confidenciais de nossas vidas. Há muita divulgação impressa e digital sobre isso. Basta
ficarmos ligados.

TIPOS DE TEXTO BASE

O conteúdo do texto-base pode ser verbal ou não verbal, ou seja, é possível inserir
imagens, tabelas ou gráficos. As imagens, tabelas e gráficos devem estimular a análise crítica,
produção de ideias ou ainda a avaliação de situações para auxiliar na tomada de decisão ao
assinalar uma alternativa.

EXEMPLO DE TEXTO BASE – EQUAÇÃO

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EXEMPLO DE TEXTO BASE – GRÁFICO

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EXEMPLO DE TEXTO BASE – TABELA
(ENADE, 2008)

EXEMPLO DE TEXTO BASE – IMAGEM


(ENADE, 2008)

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A seguir, abordaremos os parâmetros que servem para criação de cada tipo de questão
objetiva.

TIPO DE QUESTÃO

Há oito tipos de questões objetivas, sendo elas: Múltipla Escolha Simples, Múltipla
Escolha Complexa, Afirmação Incompleta, Lacuna, Associação de Colunas, Verdadeiro ou Falso,
Seriação e Asserção-Razão. Deverão ser elaboradas questões de todos os tipos, com o objetivo
de preparar o aluno a responder à todos os tipos de questões e, consequentemente, obter um
bom desempenho nas provas de concursos e conselhos.

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MÚLTIPLA ESCOLHA SIMPLES

O professor deverá emitir um comando cuja a resposta completa está em uma das
alternativas. Neste tipo de questão, cabe ao aluno demonstrar habilidade para completar um
raciocínio ou habilidade de encontrar uma solução que resolva um problema.

EXEMPLO DE MÚLTIPLA ESCOLHA SIMPLES

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MÚLTIPLA ESCOLHA COMPLEXA

Neste tipo de questão, cada alternativa traz uma ou mais afirmações que devem ser
avaliadas em sua totalidade, cabendo ao aluno marcar a alternativa que apresenta apenas as
afirmações verdadeiras. O professor deverá elaborar de três a cinco afirmações a serem
avaliadas pelo aluno.

EXEMPLO DE MÚLTIPLA ESCOLHA COMPLEXA


Exemplo: (ENADE, 2015)

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ASSOCIAÇÃO DE COLUNAS

Neste tipo de questão, o aluno deverá fazer a correlação de elementos dispostos em


duas colunas.

EXEMPLO DE ASSOCIAÇÃO DE COLUNAS

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LACUNA

A alternativa correta deve preencher a frase de maneira que a afirmação tenha sentido.
O preenchimento pode ser de uma ou mais palavras, na sequência proposta nas alternativas.

EXEMPLO DE LACUNA

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AFIRMAÇÕES INCOMPLETA

O professor compõe um enunciado com uma frase incompleta e essa será finalizada pela
alternativa assinalada.

EXEMPLO DE AFIRMAÇÃO INCOMPLETA


(ENADE, 2011)

VERDADEIRO (V) OU FALSO (F)

Neste tipo de questão, cabe ao aluno julgar de três a cinco afirmações como verdadeiras
ou falsas e assinalar a alternativa que contém a sequência correta.

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EXEMPLO DE VERDADEIRO OU FALSO

SERIAÇÃO

A questão exige do aluno a organização lógica dos dados e a criação de relações


sequenciais, de maneira que seja selecionada a alternativa correta.

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EXEMPLO DE SERIAÇÃO

ASSERÇÃO-RAZÃO

A questão apresenta duas proposições interligadas pela palavra PORQUE. Cabe ao aluno
julgar as proposições e avaliar se há relação de causa e consequência entre as proposições.

21
EXEMPLO DE ASSERÇÃO-RAZÃO
(ENADE, 2011)

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Taxonomia de
Bloom

Gerência de Avaliação e
Inteligência Acadêmica

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TAXONOMIA DE BLOOM

BENJAMIN BLOOM

Benjamim Bloom é um autor altamente referenciado no campo da formulação de


objetivos educacionais. Ele era professor da Universidade de Chicago. Em 1956, Benjamin Bloom
liderou um time de psicólogos educacionais que desenvolveu uma ferramenta, intitulada
Taxonomia, cujo intuito era classificar os níveis de cognição, considerados importantes para a
aprendizagem. O termo Taxonomia ou Taxinomia, ou Taxionomia, vêm do grego TAXIS
(ordenação) e NOMOS (sistema). Em relação aos estudos da Taxonomia, podemos considerar os
seguintes itens:

 Derivou-se de um dos ramos da Biologia que trata da classificação lógica


e científica dos seres vivos;
 A taxonomia inclui não somente um sistema de classificação como
também a teoria e os métodos utilizados para construir um sistema de
classificação;
 Não existe uma taxonomia certa ou errada, o que existe é uma
taxonomia organizada a partir de um determinado ponto de vista;
 As taxonomias não são neutras, são construídas a partir das
características que melhor possam servir a um determinado propósito.
 O que importante é que elas sejam: Consistentes, Relevantes e
Pertinentes.
O termo Cognição pode ser classificado como o ato ou processo da aquisição do conhecimento,
que se dá através da percepção, da atenção, da associação, da memória, do raciocínio, do juízo
e da imaginação.

24
Disponível em: <http://oaks.nvg.org/taxonomy-bloom.html>. Acesso em 25 maio 2016.

TAXONOMIA DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS DE BLOOM

O time de psicólogos, auxiliado por Bloom, desenvolveu um sistema de classificação


para três domínios, sendo eles: o cognitivo, o afetivo e o psicomotor. No domínio cognitivo
podem ser relacionados os objetivos referentes à memória e ao desenvolvimento de
capacidades e habilidades intelectuais. De acordo com os autores, neste domínio, as condutas
compreendidas são realizadas com um maior nível de consciência por parte do aluno e, por isso,
são mais fáceis de serem classificadas (BLOOM et al, 1977 apud NETO; SANTOS; ASSIS, 2012).
Dessa forma, com a finalidade de atender aos parâmetros educacionais, nesse projeto será
aplicado apenas os estudos referentes ao domínio cognitivo.

OBJETIVO DA TAXONOMIA

A utilização de uma classificação por meio da Taxonomia, de acordo com Bloom et al


(1977 apud NETO; SANTOS; ASSIS, 2012), permite que seja possível realizar uma análise dos
objetivos e das situações nas quais o conhecimento é aplicado. Dessa maneira, pode-se
considerar que o uso dessa ferramenta serve para classificar os objetivos educacionais e
também a avaliação dentro do processo de ensino-aprendizagem. De acordo com Bloom et al
(1977, p.2 apud NETO; SANTOS; ASSIS, 2012), “[...] a taxonomia pode auxiliar na especificação
de objetivos, a fim de facilitar o planejamento de experiências de aprendizagem e o preparo de
programas de avaliação”.
O time de psicólogos pontuou que para que fosse possível criar esta ferramenta, seria
necessário a invenção de um quadro de classificação de objetivos, visto que, eles são
responsáveis pelo embasamento da avaliação.

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A ideia de se utilizar a Taxonomia de Bloom serviria para facilitar a comunicação,
favorecendo a troca de ideias e materiais entre especialistas em avaliação e todas as pessoas
dedicadas à pesquisa educacional. A Taxonomia contribui para auxiliar os professores na
definição daquilo que eles esperam que os alunos saibam, por meio de uma distribuição
hierárquica de complexidade (BLOOM, 1983 apud PELISSONI, 2009), trazendo a possibilidade de
padronização da linguagem no meio acadêmico e, com isso, também novas discussões ao redor
dos assuntos relacionados à definição de objetivos instrucionais.

RELAÇÃO DA TAXONOMIA DE BLOOM COM A AVALIAÇÃO DE


PROFICIÊNCIA

Diante do contexto apresentado, o nível de dificuldade das questões do projeto


Avaliação de Proficiência será analisado conforme critérios estabelecidos pelos estudos da
Taxonomia de Bloom.
A Avaliação de Proficiência tem como base os modelos aplicados nas provas ENADE, que
tem como objetivo principal “aferir a aprendizagem dos estudantes nos conteúdos
programáticos compreendidos nas diretrizes curriculares do seu curso de graduação, nas
habilidades que deveriam ter sido desenvolvidas para fazer face aos problemas esperados pelos
futuros profissionais e nas competências para perceber e compreender temas que são conexos
ao seu âmbito profissional, ligados à realidade brasileira e mundial” (BRASIL, 2004, p. 3).
Após análise realizada pela equipe do projeto Avaliação de Proficiência, as questões
propostas pelo ENADE apresentam uma tendência de exigir uma cognição de maior
complexidade dos alunos. Dessa maneira, a Avaliação de Proficiência precisa contemplar
questões que sigam os critérios estabelecidos pelos estudos da Taxonomia Cognitiva de Bloom.

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UMA VISÃO DA TAXONOMIA DE BLOOM

Em meio aos estudos relacionados ao domínio cognitivo, a Taxonomia de Bloom, traz


em seu contexto uma divisão hierárquica de seis níveis, sendo trabalhados em ordem crescente
de complexidade cognitiva, sendo eles: Conhecimento, Compreensão, Aplicação, Análise, Síntese
e Avaliação. Dessa forma, de acordo com Bloom et al (1977 apud NETO; SANTOS; ASSIS, 2012),
os objetivos que forem categorizados dentro de um determinado nível da Taxonomia, se
relacionam a comportamentos pertencentes aos níveis anteriores, ou seja, caso um objetivo
tenha sido classificado como Compreensão, subtende-se que ele já tenha adquirido
comportamentos do nível Conhecimento, dessa forma, os níveis são arranjados sempre em uma
hierarquia do menos para o mais complexo (NETO; SANTOS; ASSIS, 2012). A seguir, os seis níveis
cognitivos estão representados por meio da Pirâmide representativa da Taxonomia de Bloom:

EXEMPLO DE ANÁLISE DA TAXONOMIA DE BLOOM EM PROVAS DE


ENADES ANTERIORES DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA:

NÍVEIS COGNITIVOS

CONHECIMENTO

O nível Conhecimento classifica os objetivos que exigem do aluno um baixo nível de


habilidades e desenvolvimento cognitivo (NETO; SANTOS; ASSIS, 2012), ou seja, essa dimensão
“inclui comportamentos e situações de verificação, nos quais se salienta a evocação, por
recognição ou memória, de ideias, materiais ou fenômenos” (NICOLINI, 2015). Para Bloom et al
(1977, p.27 apud NETO; SANTOS; ASSIS, 2012) o Conhecimento é “[...] fundamental para o
alcance de outros fins ou objetivos educacionais”. Dessa forma, as habilidades envolvidas nesse

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nível são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades mais complexas. Diante disso,
vale ressaltar que os objetivos que exigem habilidades na dimensão do Conhecimento são muito
relevantes no processo de ensino-aprendizagem.

 O
QUE REQUER:

Processo que requer comportamentos do estudante de evocação, recognição e


memória. Habilidade de lembrar com exatidão informações e conteúdos previamente
abordados como datas, relatos, procedimentos, fórmulas, teorias, regras.

 V
ERBOS DE AÇÃO DO CONHECIMENTO: LISTAR, ROTULAR, NOMEAR, DIZER, DEFINIR,
DENOMINAR, ORDENAR, RECONHECER.

 E
XEMPLO DE QUESTÃO DO NÍVEL CONHECIMENTO

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Para controlar os gastos de forma eficiente e administrar melhor uma obra na
construção civil, podemos utilizar uma tabela com o percentual de custo de cada etapa
conforme exemplo abaixo. Este tipo de disponibilização de informação oferece
uma visão mais clara de quanto está sendo investido e em quê.

ETAPA VARIAÇÃO DO CUSTO

Projetos e aprovações 5% a 12%

Serviços preliminares 2% a 4%

Fundações 3% a 7%

Estrutura 14% a 22%

Alvenaria 2% a 5%

Cobertura 4% a 8%
Fonte: http://www.ademilar.com.br/blog/construcao-civil/tabela-percentual-gastos-obra/

Para encontrar um valor em porcentagem de um determinado item sobre um


montante total de custo, como por exemplo, o valor da porcentagem da variação de custo
mínimo para a etapa Projetos e Aprovações, que encontrada é igual a 5 % conforme tabela de
Variação de custo do projeto, devemos:
a) multiplicar o valor da quantidade total pelo custo total.
b) dividir o custo do item pelo custo total da obra e multiplicar pela centena.
c) dividir uma centena pelo custo total.
d) multiplicação uma centena pelo custo do item e dividir por um milhão.
e) é o resultante da divisão entre o tempo de projeto pelo custo total da obra.

Alternativa Correta: B

Resolução Comentada (No mínimo 200 caracteres sem espaço):


A porcentagem é a proporção de uma quantidade ou grandeza em relação a uma
outra avaliada sobre a centena. Desta forma podemos resolver esta questão a partir da
equação.
Custo total = 100 X = (Custo do item x 100 )/ Custo total
Custo do item = X

29
COMPREENSÃO

Na dimensão da Compreensão (BLOOM et al, 1977 apud NETO; SANTOS; ASSIS, 2012)
afirma que “[...] refere-se àqueles objetivos, comportamentos ou respostas que representam
um entendimento da mensagem literal contida em uma comunicação”. Para alcançar tal
compreensão, o estudante pode modificar mentalmente a comunicação, expressando-a em uma
forma análoga que lhe é mais significativa. Dessa forma, de acordo com Pelissoni (2009), “o
aluno traduz, compreende ou interpreta a informação com base em conhecimento prévio”.

 O
que requer:

Requer elaboração (modificação) de um dado ou informação original. O estudante deve


ser capaz de usar uma informação original e ampliá-la, reduzi-la, representá-la de outra forma
(oral, escrita, diagramas etc.) ou prever consequências resultantes da informação original.

 V
ERBOS DE AÇÃO DA COMPREENSÃO: EXPLICAR, RESUMIR, DESCREVER, ILUSTRAR,
CONSTRUIR, CONVERTER, DECODIFICAR, RESOLVER, REDEFINIR, TRADUZIR.

 E
XEMPLO DE QUESTÃO DO NÍVEL COMPREENSÃO

Para calcularmos valores de decréscimos, descontos, aumentos, acréscimos,


diminuição, redução ou inflação podemos utilizar o fator de multiplicação.
O fator de multiplicação é diferente para aumento e desconto, sempre
considerando-se que deve ser um número decimal.
Considerando-se os valores em porcentagem apresentados abaixo, indique qual
das alternativas corresponde aos mesmos valores na forma de fator de multiplicação
utilizados para acréscimos:

A 5%

B 30%

C 0,2%;

D 0,09%

30
a) A – 5,00; B – 30,00; C – 0,2; D - 0,09
b) A – 0,05; B – 0,30; C – 0,002; D - 0,0009
c) A – 1,50; B – 1,30; C – 1,02; D - 1,009
d) A – 1,05; B – 1,30; C – 1,002; D - 1,0009
e) A – 1,05; B – 1,30; C – 1,02; D - 1,009

Alternativa Correta: D

Resolução Comentada (No mínimo 200 caracteres sem espaço):


A - 5% = 1,05; B - 30% = 1,30; C - 0,2% = 1,002; D - 0,09% = 1,0009
No caso se houver acréscimo no valor, é possível fazer isto diretamente através
de uma operação simples, multiplicando o valor do produto/serviço pelo fator de
multiplicação.
Veja: Tenho um produto X, e este terá um acréscimo de 30% sobre o preço
normal, devido ao prazo de pagamento. Então basta multiplicar o valor do mesmo pelo
número 1,30. Caso o mesmo produto ao invés de 30% tenha 20% de acréscimo então o
fator multiplicante é 1,20.

APLICAÇÃO

A dimensão Aplicação refere-se às situações em que o estudante “deve usar


corretamente a abstração em uma situação na qual ela não estiver de modo algum
especificada” (NETO; SANTOS; ASSIS, 2012), ou seja, a Aplicação só é considerada como tal
quando o estudante se depara com um problema novo. Em meio a um “problema novo para o
estudante, ele deve aplicar as abstrações apropriadas sem que lhe tenha sido sugerido quais são
estas abstrações ou sem que lhe seja ensinado como usá-las naquela situação" (NETO; SANTOS;
ASSIS, 2012). De acordo com Pelissoni (2009), o aluno “seleciona, transfere, e usa dados e
princípios para completar um problema ou tarefa com um mínimo de supervisão”.

 O
QUE REQUER:

31
Exige habilidade do aluno para usar informações, métodos e conteúdos apreendidos em
novas situações concretas.

 V
ERBOS DE AÇÃO DA APLICAÇÃO: APLICAR, ALTERAR, PROGRAMAR, DEMONSTRAR,
DESENVOLVER, EMPREGAR, RESOLVER, USAR, CONSTRUIR.

32
 E
XEMPLO DE QUESTÃO DO NÍVEL APLICAÇÃO

Para controlar os gastos e administrar melhor uma obra foi utilizado


uma tabela com o percentual de custo de cada etapa, conforme apresentada abaixo. O
auxilio deste tipo de ferramenta pode ajudar na criação de um plano de controle de
gastos conforme definido no cronograma do projeto, ajudando a adequar o dinheiro
disponível ao empreendimento.

ETAPA VARIAÇÃO DO CUSTO

Projetos e aprovações 5% a 12%

Serviços preliminares 2% a 4%

Fundações 3% a 7%

Estrutura 14% a 22%

Alvenaria 2% a 5%

Cobertura 4% a 8%

Instalação hidráulica 7% a 11%

Instalação elétrica 5% a 7%

Impermeabilização/isolamento térmico 2% a 4%

Esquadrias 4% a 10%

Revestimento e acabamentos 15% a 32%

Vidros 1% a 3%

Pintura 4% a 6%

33
Serviços completares Até 1%

Fonte: http://www.ademilar.com.br/blog/construcao-civil/tabela-percentual-gastos-obra/

Considerando os dados apresentados na tabela em anexo e ainda que o custo total da


obra neste momento está estimado em R$7.350.000,00, calcular o valor referente ao custo da
etapa Revestimentos e acabamentos, na condição de mínimo e máximo custo. Estes valores
serão respectivamente:

a) R$870.000,00 à R$1.670.000,00
b) R$900.000,00 à R$2.296.875,00
c) R$1.102500,00 à R$2.352.000,00
d) R$1.300.000,00 à R$2.400.000,00
e) R$ 2.100.000,00 à R$ 3.200.000,00

Alternativa Correta: C

Resolução Comentada:
(7350000X15)/100 = 1.102500 (7350000X32)/100 = 2.352000
Todo o cálculo de porcentagem, como informado, é baseado no número 100.
O cálculo de tantos por cento de uma expressão matemática ou de um problema a ser
resolvido é indicado pelo símbolo (%), e pode ser feito, na soma, por meio de uma proporção
simples.
Para que se possam fazer cálculos com porcentagem (%), temos que fixar o seguinte:
1) A taxa está para porcentagem (acréscimo, desconto, etc), assim como o valor 100
está para a quantia a ser encontrada.
Exemplificando:
Um título tem desconto 10%, sobre o valor total de R$ 100,00. Qual o valor do título?
30% : R$ 100,00
100% : X
X = R$ 30,00

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ANÁLISE

A dimensão Análise “focaliza o desdobramento do material em suas partes constitutivas,


a percepção de suas inter-relações e os modos de organização. Orienta-se, também, em relação
às técnicas e instrumentos que se empenham para comunicar o significado ou estabelecer o
resultado final de uma comunicação” (NETO; SANTOS; ASSIS, 2012). De acordo com Pelissoni
(2009), “o aluno distingue, classifica e relaciona pressupostos, hipóteses, evidências ou
estruturas de uma declaração ou questão”. Nesse ponto é necessário não apenas ter
compreendido o conteúdo, mas também a estrutura do objeto de estudo (FERRAZ; BELHOT,
2010).

 O
QUE REQUER:

Caracteriza-se pelo desdobramento de uma comunicação em seus elementos ou partes


constituintes, de modo que as hierarquias entre as ideias expressas sejam explicitadas. Esse
processo pressupõe identificar os aspectos centrais de uma proposição, verificar a sua validade
e constatar possíveis incongruências lógicas.

 V
ERBOS DE AÇÃO DA ANÁLISE: ANALISAR, CATEGORIZAR, COMPARAR, SEPARAR,
CLASSIFICAR, IDENTIFICAR, DISTINGUIR, ESQUEMATIZAR, RELACIONAR.

 E
XEMPLO DE QUESTÃO DO NÍVEL ANÁLISE

Para controlar os gastos e administrar melhor uma obra foi utilizado


uma tabela com o percentual de custo de cada etapa, conforme apresentada abaixo. O
auxilio deste tipo de ferramenta pode ajudar na criação de um plano de controle de
gastos conforme definido no cronograma do projeto, ajudando a adequar o dinheiro
disponível ao empreendimento.

ETAPA VARIAÇÃO DO CUSTO

Projetos e aprovações 5% a 12%

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Serviços preliminares 2% a 4%

Fundações 3% a 7%

Estrutura 14% a 22%

Alvenaria 2% a 5%

Cobertura 4% a 8%

Instalação hidráulica 7% a 11%

Instalação elétrica 5% a 7%

Impermeabilização/isolamento térmico 2% a 4%

Esquadrias 4% a 10%

Revestimento e acabamentos 15% a 32%

Vidros 1% a 3%

Pintura 4% a 6%

Serviços completares Até 1%

Fonte: http://www.ademilar.com.br/blog/construcao-civil/tabela-percentual-gastos-obra/

Se é definido que a primeira fase da obra é composta por: Projetos e aprovações;


Serviços preliminares; Fundações; Estrutura; Alvenaria e Cobertura.

Se a previsão do cronograma de custos de projeto prevê que ao finalizar a


primeira fase da obra, deve-se ter um gasto máximo de 45% do custo total previsto para a
obra, analise os dados da tabela e indique entre as alternativas apresentadas qual a
melhor opção para que a condição de manter a obra com status de custo e serviço
realizado dentro do previsto.

a) Posso trabalhar com o custo máximo para todos os itens da primeira fase que

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estarei dentro dos custos estabelecidos para a primeira fase.
b) Só poderei trabalhar com o custo mínimo, pois se ultrapassar o mínimo de
qualquer um dos itens da primeira fase o custo é ultrapassado.
c) Se conseguirmos trabalhar com os itens Projetos e aprovações e Serviços
preliminares no mínimo custo e os demais itens da primeira fase no máximo custo eu
consigo atingir os objetivos de custo.
d) Se conseguirmos trabalhar com o custo médio para todos os itens da fase,
poderemos manter o custo previsto para a primeira fase.
e) Se conseguirmos trabalhar com os itens Alvenaria e Cobertura no mínimo custo
e os demais itens da primeira fase no máximo custo eu consigo atingir o custo previsto
para primeira fase.

Alternativa Correta: D

Resolução Comentada:
Se conseguirmos trabalhar com o custo médio para todos os itens da fase,
poderemos manter o custo previsto para a primeira fase. Entre as alternativas
apresentadas é a única que mantém a previsão de custo, pois não ultrapassa os 45% do
custo previsto para a primeira fase da obra.

SÍNTESE

A dimensão Síntese busca a "a combinação dos elementos e partes, de modo a formar
um todo. É um processo de trabalhar com elementos, partes (...) e combiná-los para que
constituam uma configuração ou estrutura não claramente percebidas antes” (NETO; SANTOS;
ASSIS, 2012). Para Pelissoni (2009), “o aluno cria, integra e combina ideias num produto, plano
ou proposta, novos para ele” (NETO; SANTOS; ASSIS, 2012). Essa habilidade envolve a produção
de uma comunicação única (tema ou discurso), um plano de operações (propostas de pesquisas)
ou um conjunto de relações abstratas (esquema para classificar informações).

 O
QUE REQUER:

37
Esse processo pressupõe identificar os aspectos centrais de uma proposição, verificar a
sua validade e constatar possíveis incongruências lógicas.

 V
ERBOS DE AÇÃO DA SÍNTESE: CRIAR, PLANEJAR, ELABORAR, HIPÓTESES, INVENTAR,
DESENVOLVER, EXPLICAR, CATEGORIZAR, CONCEBER, CONSTRUIR.

 E
XEMPLO DE QUESTÃO DO NÍVEL SÍNTESE

A elaboração de projetos de investimentos comumente envolve um conjunto


de técnicas que buscam determinar sua viabilidade econômica e financeira,
considerando uma determinada Taxa Mínima de Atratividade. Para tal são utilizados
alguns parâmetros que necessitam ser medidos, como o Payback (prazo de retorno
do investimento inicial), a TIR (Taxa Interna de Retorno) e/ou VPL
(Valor Presente Líquido) entre outros parâmetros.

Com base nos parâmetros disponíveis na planilha-1 estabeleça uma


comparação entre o projeto “A” e o projeto “B” propondo a melhor escolha para se
investir.

Assinale a alternativa correta.

Investir no projeto que apresenta o maior Payback e o menor Custo do


Projeto
Investir no projeto que apresenta a menor TIR e o menor Custo do Projeto
Investir no projeto que apresenta o menor VPL e o maior Custo do Projeto
Investir no projeto que apresenta o menor Payback e a maior TIR.
Investir no projeto que apresenta o maior Custo do Projeto e a menor TIR.

AVALIAÇÃO

A dimensão Avaliação implica no uso de critérios e de padrões que permitem apreciar o


grau de precisão, efetividade, economia ou suficiência de pormenores” (NETO; SANTOS; ASSIS,

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2012). De acordo com Pelissoni (2009), “o aluno aprecia, avalia ou critica com base em padrões
e critérios específicos”. O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser
externos (relevância) ou internos (organização) e podem ser fornecidos ou conjuntamente
identificados. Julgar o valor do conhecimento (FERRAZ; BELHOT, 2010).

 O
QUE REQUER:

Julgamento a respeito do valor de ideias, materiais, trabalhos, métodos e soluções para


certos propósitos.

 V
ERBOS DE AÇÃO DA AVALIAÇÃO: JULGAR, RECOMENDAR, CRITICAR, JUSTIFICAR,
AVALIAR, COMPARAR.

 E
XEMPLO DE QUESTÃO DO NÍVEL AVALIAÇÃO

Para controlar os gastos e administrar melhor uma obra foi utilizado uma tabela com
o percentual de custo de cada etapa, conforme apresentada abaixo. O auxilio deste tipo de
ferramenta pode ajudar na criação de um plano de controle de gastos conforme definido no
cronograma do projeto, ajudando a adequar o dinheiro disponível ao empreendimento.

ETAPA VARIAÇÃO DO CUSTO

Projetos e aprovações 5% a 12%

Serviços preliminares 2% a 4%

Fundações 3% a 7%

Estrutura 14% a 22%

Alvenaria 2% a 5%

Cobertura 4% a 8%

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Instalação hidráulica 7% a 11%

Instalação elétrica 5% a 7%

Impermeabilização/isolamento térmico 2% a 4%

Esquadrias 4% a 10%

Revestimento e acabamentos 15% a 32%

Vidros 1% a 3%

Pintura 4% a 6%

Serviços completares Até 1%

Fonte: http://www.ademilar.com.br/blog/construcao-civil/tabela-percentual-gastos-obra/

Foi realizada uma pesquisa referente ao preço do vidro em 5 fornecedores diferentes


e o resultado é apresentado na tabela anexa.

Vidro - m²

Estabeleciment
Vidro Temperado 8mm - m²
os

1 R$ 150,00

2 R$ 157,00

3 R$ 320,00

4 R$ 265,00

5 R$ 240,00

Fonte adaptada: http://www.mercadomineiro.com.br/pesquisa/vidracarias-pesquisa-


precos

Avalie as informações apresentadas e responda:

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I. Qual a variação dada em porcentagem para o custo do vidro apresentado entre os
cinco fornecedores?
II. Considerando que na obra do exemplo foram utilizados um total de 1100 m2 de
vidro, que o custo total da obra foi de R$7350000,00 e que o fornecedor escolhido para o
trabalho devido a junção de custo e qualidade foi o fornecedor 2, avalie se o custo total de
vidro corresponde ao previsto na Tabela de variação de custo da obra para o item vidro.

Indique qual a alternativas abaixo corresponde as respostas corretas para os itens I e


II.
a) 133,3%; Dentro do previsto
b) 103,6%; Fora do previsto
c) 103, 6%; Dentro do previsto
d) 113,3%; Fora do previsto
e) 113,3%; Dentro do previsto

Alternativa Correta: E

Resolução Comentada:
320 – 150 = 170. X =( 170 x 100)/150 = 113,33
Custo Total Vidro = 1100 x 157 = 172700. Custo mínimo Vidro-Obra = 7350000/100 =
73500 = 1% x 3 = 220.500 = 3%. Então o valor está dentro da faixa estimada. (172700 x 100)/
7350000 = 2,35% , portanto dentro do especificado.
A porcentagem é um tema matemático recorrente na nossa vida. Está presente em
desde promoções, quando um estabelecimento oferece um percentual de desconto sobre um
produto até aos comunicados do governo informando quanto de um estádio da Copa está
pronto. A verdade é que valores porcentuais estão por todos os lados, por isso é fundamental
intender como funciona a porcentagem, a fim de que compreendamos melhor tudo aquilo
que nos cerca.

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CONSIDERAÇÃO FINAL

A partir da análise dos resultados obtidos por meio das provas de ENADES anteriores, do
curso de Engenharia Mecânica, observou-se que há uma variação entre os anos, com um
aumento de questões que exigem maior habilidade cognitiva do estudante. Com isso, ressalta-se
a importância de haver objetivos educacionais pertencentes aos níveis mais superiores da
Taxionomia de Bloom e, consequentemente, avaliações que estejam de acordo com esses
objetivos.

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REFERÊNCIAS

BATES, Janet; MUNDAY, Sarah. Trabalhando com alunos superdotados, talentosos e com altas
habilidades série necessidades educativas especiais. 1 ed. São Paulo: Editora Galpão, 2007.
Disponível em: <http://www.editoragalpao.com.br/catalogo-livro-superdotados.php>. Acesso
em: 25 maio 2016.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004. Brasília,


D.O., 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 25 maio 2016.

FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom: revisão
teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos
instrucionais. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2>. Acesso em: 25 maio 2016.

NETO, R. J.; SANTOS, N.; ASSIS, B. C. Análise das habilidades cognitivas fundamentados na
taxonomia de Bloom: uma análise no curso de Ciências Contábeis. 2012. Disponível em:
<http://periodicos.unesc.net/seminariocsa/article/download/659/650>. Acesso em: 25 maio
2016.

NICOLINI, Alexandre Mendes; ANDRADE, Rui Otávio Bernardes. Padrão ENADE: análise,
reflexões e proposições à luz da Taxonomia de Bloom. São Paulo: Atlas, 2015.

PELISSONI, Adriane M. Soares. Objetivos educacionais e avaliação da aprendizagem. Anuário de


produção acadêmica docente. Vol. III, nº. 5, ano 2009. Material da disciplina Avaliação do ensino
e da aprendizagem, ministrada no Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Didática e
Metodologia do Ensino Superior – Programa Permanente de Capacitação Docente. Valinhos/SP:
Anhanguera Educacional: 2009.

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