A Ciência Divina - Volume 1 - Monosofia (I)

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A CIÊNCIA DIVINA

VOLUME 1 – MONOSOFIA
1
HARPÓCRATES
2
Dedicado aos meus
pais,
Josildo e Raquel
3
(em todos os
planejados 7 volumes
desta obra)

4
PROÊMIO

Cada qual com sua experiência


transcorrida no disco espacial eterno e
imaculado do Pralaya deverá imantar-se
pelos mancomunados sistemas arcaicos de
emanação cósmica, designados a
propagarem perpetuamente a Energia
criadora e culminante da Natureza. A
Unidade, da qual se procede, se verte e se
dimana a Alma Universal, circunvalada
pela abstrata e incognoscente presença do

5
Pensamento Divino1, é, por preceito e
manejo evolucionários e clarividentes, a
indicação simbólica do único conhecimento
demonstrado pela essência constitutiva do
Manvantara, na qual o Pralaya traça e
desempenha as suas versatilidade
atemporal e periodicidade, urdidas na
cadência teúrgica do Abhautika, isto é, a
dimensão fundadora de todos os pretextos
teoréticos das cosmogonias e das
teogonias até agora formuladas.

Os marçanos no ocultismo deverão


compreender que a única vitalidade que

1
Quer assinale-se determinadas conjurações da
Unidade, quer das derivadas substâncias dela,
consoante nos transmite Sr. Vaihinger, são, por
conjectura propínqua, reflexos subjacentes do mundo
externo, i.e., substratos de uma ficção psiquicamente
útil, geralmente manutenidas pelas aparências das
coisas, o que nos leva a corroboração do conceito de
"seres sublunares", viz., toda aquela entidade viva
que, através das extremidades de suas balizas
raciocinativas, consagra, por mais picaresco que possa
parecer, uma plêiade de débeis concepções como a
verdadeira fonte da intuição e da razão da Sabedoria
Absoluta, ou Mahaprajna, como os vedantinos no-la
definiriam.

6
há de ser debruada pela onipresença
eternal e invisível é aquela que reside,
quer de modo subjugado, quer doutro
marroaz, na todo-poderosa lei da
consciência regular e plenamente
manifestada no reino periódico, absoluto e
auto-existente do Kutastha, o imutável
princípio do Kaos e do Kosmos. As
propriedades que daí podem ser aferidas
são, em grande parte, examinadas
meticulosamente por sábios homens que,
com efeito, procuram saber rigorosa e
obstinadamente a causativa identidade
não-imagética e extramundana do
"Grande Sopro", no qual o espaço é
ilimitado e invariavelmente ensejado em
companhia da moção incondicional e
incessante do universo. Não há nada imoto
na ordem, a não ser a própria inércia
provedora da Alma Universal2.
2
O organismo mental, conforme sabemos, mormente,
é fomentado por estados de consciência complexos e
da variabilidade nas sensações e na duração dos
pensamentos e respectiva intensidade de trabalho;
portanto, a sensação, inerente a Manas (ou mente,
como dissera), é perscrutada e comedida com
profundidade por Laukika que, por sua vez, implica

7
No século VI a.C., Confúcio ensinou ao seu
discípulo Fan Ch'ih que a sabedoria era
constituída de devoção à que de antanho
denominamos Alma Universal, mais
especificamente, a sua intercessão nos
planos materiais ou preternaturais, e,
outrossim, de respeito para com as
entidades incorpóreas (ou Dhyani
Chohans) que superintendem a evolução
planetária. Xun Kuang e Yan Hui
praticamente ensinaram o mesmo desígnio
ideacional, sem desencadear de modo
meandroso alguma unilateralidade na linha
de pensamento, mas sim a sempre
desdobrar uma rotatividade nos seus
agregados elocutivos; tal ensinança é
incorporada nas estruturas mais profundas

imprescindivelmente Maya, a ilusão, a ignorância, as


trevas. O deus Javé da Bíblia, um livro severamente
profano, como hodiernamente editado e publicado, é
diretamente afetado por reações eliciadas mediante as
impensáveis externalidades (para um ser divinal e
supremo) nas quais são presididas as flutuações
emotivas e facilmente atribuíveis aos mundanos
estímulos aí postulados e envolvidos; tais conceitos
não somente são anti-psicológicos, anticientíficos, mas
também passam longe de serem algum razoável
sistema filosófico.

8
do encólpio do ocultismo, ainda a
desvelar-se com integridade.

O homem efetivamente herda a conjuntura


das colisões entre as deidades arquitetas
que geraram o mundo em que vive, as
quais coordenam o movimento universal e
o Grande Alento por ela confiado, numa
espécie de revelação que se reclina sobre
seus aspectos filosóficos recte dicitur; o
ocultismo é, em suma, a fundamentação
do conhecimento absoluto e existencial
direcionado, pois, para o fogo arcano e
vivaz, sobre o qual as eternas testemunhas
dessa presença invisível são agentes
desenvolvedores dos henômenos
veiculados no Lingangasamarasya. O fluxo
intracósmico é deveras contínuo e
ilimitado; o cósmico, por outro lado,
subordinado à percepção e aos sentidos, é
finito e intermitente. O Cosmos, i.e., o
perficiente remate numenal do
Parabrahman, em nada se relaciona com
os eventos do mundo fenomenal. No
tocante ao âmbito de organização
cósmica, malgrado não se possa dizer que
9
teve uma prístina ou que terá uma
perimida e ultimada edificação, a
propósito, ter-se-á a cada nova fase do
Manvantara, uma organização estipulada
como a primeira e a última no seu mesmo
sortimento, a fim de que esta desenvolua
invariavelmente em planos superiores.

10
CAPÍTULO 1
DO PROFUNDO ESTILO DE VERDADE
OCULTA ACERCA DA GÊNESE DA

11
FENOMENOLOGIA CONSCIENCIAL DAS
ENTIDADES CÓSMICAS

Seção I

Das Mônadas

As mônadas que emanam da realidade


única, a verdade absoluta por essência, se
subjazem aos ciclos de construção e
reconstrução da quadratura do cosmos,
em uma gama de variações de
manifestação espectrais ou perfeitamente
"picturais", ao passo que são observadas
sob o viés eidético; não obstante isto,
efetivamente, as mônadas são eternas,
imutáveis, incessantes e não conhecem
limites para sua dispersão nas infinitas
dimensões do espaço-tempo. Exemplo
desta condição, temos o onipotente criador
de três olhos do Parameshthin,
engendrando, pois, Brahma nas

12
propriedades do Rajoguna e Vishnu nas do
Sattvaguna; chamamos tal divindade de
"protogono" ou a energia primordial do
universo que, anteriormente à sua
produção decisiva, já reinava nas Trevas e
na Luz. Dir-nos-á Sr. Beausbore, com o
auxílio referencial de Santo Irineu e de São
Jerônimo, que as operações dos mistérios
antigos do Egito, de qualquer forma, por
mais que relutem em afirmar o contrário,
contribuíram definitivamente para a
verdadeira mística do cristianismo. Esta
mesma é, sob hierática edificação, assim
como de todas as religiões, por substrato
doutrinal, algo completamente monádico.
As determinantes desta mesma grandeza
perscrutam com perseverança, em rondas
periódicas, o Pralaya da designação
espontânea das linhas evolutivas do
próprio Nirvana de cada revolução orbital
concernente aos próprios corpos celícolas,
quer físicos, quer etéreos. É dito no Kitab
al-Zabur que a magnitude dos poderes
incumbidos a Deus é, com efeito, o escopo
do motor perpétuo e do artifício atemporal

13
de sacramento. A Coroa Sefirotal, ou a
expressão da Mônada, se aplica nesta
questão como, justamente, o Atma-Buddhi
dos "poderes incumbidos a Deus" e a
geratriz moderadora, consumada então a
fim de que não se cometa abusos a
desdobrarem-se em abomináveis
intencionalidades seguidamente
aprazadas; e, portanto, a constituição
progressiva e impulsiva de toda entidade
viva se sumariza, basicamente, nas
agregações vivificadoras da Monas
Universal largamente estabelecida no
Mulaprakriti da circulação da Deidade
Universal.

Seção II

Das Forças Sutis e Densas da Natureza

Observa-se en passant que a natureza sutil


das coisas é projetada em detrimento da
densa, mas jamais configurada em total
dissonância com esta; é necessário o
14
entrelaçamento ou a soma das forças
tanto microcósmicas quanto
macrocósmicas para que a unidade divina
se preserve e se mostre intacta numa
espécie autogerada de consciência
sublime, suspensa diretamente no
desvelar e no atrair dos fenômenos
cósmicos originados tanto do Manasa-
Dhyanis quanto dos Chhayas do Pitris
lunar. No-los evidencia Sr. Hyde, assaz
destramente3:

"Sed ut hominum corrupta et depravata natura in


pejorem partem semper vergit & propensior est, &
paulatim in degenerat & prolabitur; sic & isti suam
Religionem, quam primo intemeratam &
immixtam servaverant, processu temporis deinde
corruperunt & multi nugis interpolarunt, Dei
notitiam cum plurimis Superstionibus tenentes, &
lucem cum tenebris commiscentes.".

Ocupam-se certas modalidades de


extensão do desenvolvimento espiritual,
3
“Veterum Persarum et Parthorum et Medorum
Relgionis Historia“, HYDE, Thomas, p. 2

15
mutatis mutandis, numa dinâmica injetora
ou num ciclo introdutório de ordenações
causativas no Atma, a fim de prover-lhe a
suma continuidade e o equilíbrio
4
otimamente consolidado . Todavia, ceteris
paribus, a disposição dos elementos de
correlações premeditadas no próprio cerne
do Atma, suprime essencialmente o
aparecimento das forças do lapsus calami;
4
Consoante o Bhagavata Purana afirma, o Homem
Supremo não se passa de uma causa aparente, ao
passo que o Deus Supremo detém a energia divina,
controla o universo sob agentes atemporais e
extrafísicos e destrói-o ao seu próprio líbito sem ser de
fato destruidor. O mais alto Dhyan Chohan, sob estas
circunstâncias até aqui descritas, não reside mais nas
leis do Karma, senão nas do sacro Dharma.
Orientalistas, concentrados, sobretudo nas tradições
indianas, como Thomas Maurice, William Jones, Peter
van Bohlen, Albrecht Weber e &c., bem como outros
estudiosos em diversas tradições ao redor do mundo,
afirmam que esta concepção da dualidade do
funcionamento da natureza em dois níveis díspares de
consciência é tão universal, difundida e
exaustivamente registrada que, com efeito, pode ser
uma verdade arquetípica irrefutável, ou até mesmo,
um vetor primordial para o entendimento lídimo das
leis que regem o universo.

16
malgrado isso, de vez em quando, permite-
se a sua encetadura nos meios de
existência a serem consequentemente
rondados com propósitos metempsicóticos
e restauradores, em fases cataclísmicas ou
apáticas do nosso Globo ou de qualquer
orbe alvejado. No-las assevera, portanto,
Sr. Sinnett5:

"Behind the human harvest of the life impulse,


there lay the harvest of mere animal forms, as
every one realizes; behind that, the harvest or
growths of mere vegetable forms — for some of
these undoubtedly preceded the appearance of
the earliest animal life on the planet. Then, before
the vegetable organizations, there were mineral
organizations,—for even a mineral is a product of
Nature, an evolution from something behind it, as
every imaginable manifestation of Nature must
be, until in the vast series of manifestations, the
mind travels back to the unmanifested beginning
of all things. On pure metaphysics of that sort we
are not now engaged. It is enough to show that
we may as reasonably—and that we must if we
would talk about these matters at all—conceive a

5
“Esoteric Buddhism”, SINNETT, A. P., pp. 46-47

17
life impulse giving birth to mineral forms, as of the
same sort of impulse concerned to raise a race of
apes into a race of rudimentary men. Indeed,
occult science travels back even further in its
exhaustive analysis of evolution than the period at
which minerals began to assume existence. In the
process of developing worlds from fiery nebulae,
Nature begins with something earlier than
minerals—with the elemental forces that underlie
the phenomena of Nature as visible now and
perceptible to the senses of man. But that branch
of the subject may be left alone for the present.".

Analogamente, Sr. Pratt salienta6:

"The divine, while passing through spirit and


matter into nature, and then by natural process
through the inorganic, the organic and the
animated, into the human, loses sight of its own
divinity; so loses sight thereof that it may re-pass
from the create to the increate, should the
instruments through association with which it has
sought evolution ulti mately fail to fit themselves

6
“New Aspects of Life and Religion”, PRATT, Henry, p.
357

18
for the final transition for which it had sought to
prepare them.".

Sophia Achamoth, a personificação do


Éter, quando elevada à sua máxima
competência de superintendência de Sofia
(ou a Divina Sabedoria), pode nos assinalar
peremptoriamente uma noção imagética,
subtendida no Arupa estelar, de Ilda Baoth.
A palavra quer dizer “prole” ou “gerado
de algo”; o vocábulo posteriormente
mencionado, , significa “caos” ou
“primórdio informe”. Poder-se-á dizer que
Ilda Baoth cumpre a mesma função que
Brahma ou desempenha o próprio númeno
do Prajapati na cosmogênese e na
evolução concebida após o seu íntegro
empreendimento (i.e., tanto das forças
sutis quanto das densas pari passu).

Seção III

19
Da Composição da Consciência

O sistema consciencial latente em cada


entidade viva é plenamente dotado de
ubiquidade caso seja desenvolvido
apropriadamente e, incontinenti,
despertado em todas as suas unidades
naturais de potencialidade e manifestação.
O Logos platônico, copiosamente
mencionado nos "Diálogos", é a substância
mirífica que, todo o poder muscular de
expressão monádica percipiente, possui
em excelsa quantidade, sendo, pois, a
própria ponte ou o retilíneo cruzamento
com as regiões célicas ou terrestres do
Tsanagi-Tsanami. O simbolismo
concernente aos Jivas do agente
hospedeiro do próprio Chitta é diretamente
associado aos homogêneos e numenais
elementos da Criação, os quais são a
miúdo organizados tricotomicamente
(Atma-Buddhi-Manas ou Rupa, as três
esferas da consciência cósmica ou a Tríade
Absoluta). Isaac Luria, no seu Hibur be-

20
Kabbalah, afirma peremptoriamente que,
metafisicamente, o Pitris é a progênie
intrínseca dos Ancestrais da tradição dos
Dhyanis terrestres. O célebre apotema
grego "γνῶθι σεαυτόν" nos ordena a
desvendar o nosso Ruach, não nosso
Nephesch. Clama firmemente o Codex
Nazaraeus:

"Illuminatus quisque meis verbis eodem loci inter


Genius reputabitur.".

A sombra das formas astrais será


devorada, pois, pelos quarto e quinto
princípios da mente consuetudinariamente
relativa à chama da alma-pássaro 7. Tal é
este fenômeno, algo deveras intrigante,
porquanto toda forma astral se estabelece
em tão arrazoada sutileza que quaisquer
veículos de transportação que a assinalem

7
Eis, pois, o formato não-predatório do Buda da
iniciação, nas criptas mais reveladoras do círculo do
Buddhahood, donde é promanada a Gênesis primeva
das leis do Gupta Vidya.

21
no Iao (como os caldeus diriam), podem
diretamente influir em seu material divino.
As alusões a esta ocorrência do cosmos no
Livro dos Mortos ao Tiaou são indiscretas e
mui elucidativas; tais referências,
socioculturamente falando, podem ser
derivadas da sabedoria dos Chitra-
Sikhandinas da quarta raça, viz., a
Atlântida ou Mo-Uru. É dito no Dankmoe
que a integração de Osíris à geração
essencial da concepção da magnitude
celícola ou terrestre é suscitada no
Conhecimento Oculto por ele próprio
engendrado. Sr. Seldem no-lo ratifica8:

"Utcumque autem, non sine singulari & ob hanc


rem imprimis admirada Dei Opt. Max.
providentia.".

A entidade sobrevivente da biogênese


planetária formou com caráter elohístico, a
todas as raças humanas e espécies da
terra. No tocante às raças humanas, dir-
8
“De Diis Syris”, SELDEN, John, p. 8

22
vos-ei que estas possuem uma fonte
original, donde surgiu a seminal procriação
de todas as suas etnias e nações, sendo a
condição suprema de cada prole, variada a
cada humanidade, agrupada então em
ciclos septenários. Com clareza, por
exemplo, Baily, numa carta dirigida a
Voltaire, após extensa pesquisa, diz que o
conhecimento das artes e das ciências
mundialmente considerado (da Raça Ária),
em preposição genérica, derivaram da
Tartária, a qual, por sua vez, provinha da
Atlântida, ou a Raça Atlante. No mesmo
diapasão, assegura-se que tanto os
tártaros, quando os hindus e os árabes,
étnica e biologicamente, originaram-se de
uma fonte ancestral compartilhada9.
Pressupõe-se, pois, que seja uma mistura
dhyiânica entre as emanações vitais e
raciais tanto da Terceira Raça (Lemúria)
quanto da Quarta Raça (Atlântida).
Destarte, gera-se todo o nosso dispositivo
mnemônico geosófico ou a própria
consciência de Bhumi ou Prithivi.

9
“Asiatic Researches”, vol. 2, pp. 23-24

23
Seção IV

Da Razão Transcendental do Veículo


Oculto

Personificam-se os Deuses por seus


reflexos fásicos no Narayana e,
igualmente, os Homens. Todos possuem,
por nascente arcaica, uma duplicidade e,
outrossim, uma unidade. Agora,
enfatizadas estas perspectivas esotéricas,
estimulo-vos a pensardes que vós não sois
apenas um eflúvio constitutivo do
Narayana, senão a própria cadeia
intergaláctica na qual ele é inteiramente
compreendido. Os Dhyan-Chohans deste
cosmos são orientadores peritos da
espiritualidade e assombram a qualquer
um com sua magistral arquitetura, a qual
invoca certamente a independência
suprassensível das infinitudes espaciais.
Vemos com abundância nos mistérios
24
sagrados da Índia e do Egito, um modelo
de entendimento assaz ingente acerca da
ilimitada e triuna Consciência da natureza
mágica das coisas. No Papiro Leyden,
encontrado, traduzido e prefaciado pelo Sr.
Griffith, encontramos um trecho no qual
Artamo, o narrador, clama provir duma
grande basílica do Leste, erguendo-se
junto ao pai de Tat e Nap. A Ciência Oculta
e o Gupta Vidya nos demonstram
claramente que a "Grande Basílica do
Oriente ou do Leste" é relativa a Lemúria
ou Mu, a qual é a Pátria-Mãe da
humanidade e a fonte da sabedoria dos
deuses e dos sacerdotes dos Egito, uma
vez que a Terceira Raça configurou a
Quarta Raça, a Atlante (i.e., por tautologia,
os deuses do Egito, governantes da terra
de Kem [Egito] segundo os Papiros de
Turim e os textos abscônditos nas câmaras
secretas das Pirâmides de Gizé e da
Esfinge). O pai de Tat e Nap, por analogia,
é a Quarta Raça Atlante, que proveu os
deuses e semideuses egípcios, uma vez
que seu envelope etéreo-substancial ou

25
físico-bioenergético fora a própria Terceira
Raça (viz., Lemúria ou Mu).

Todos os legítimos iniciados sabem que a


Igreja Católica e dissidentes correntes
protestantes são, doutrinariamente e per
qualia, dominadas pelos Arcontes; eis a
razão de todas as suas crueldades durante
2 milênios de existência. 10 As
reencarnações terrenas, ou os fenômenos
fádicos do Sutratma, são um tugúrio
desgostoso para todos os seres vivos que
se fisicalizam ante a roda de Samsara que
os simboliza e os organiza biofisicamente,
pois, conforme os hierofantes nos dizem,
são demarcados pelo próprio Saptaparna,
ou as coirelas adorandas de Aanroo que
prosperam suas messes em inestimáveis
cúbitos de extensão, cujos gêneros de
cultivo são sempre divididos em sete
10
Os aprofundamentos, não far-vo-los-ei, em face do
fato de que isto acarretaria provavelmente problemas
gravemente fatais entre mim e a poderosa doutrina
religiosa e, inclusive, entre o leitor, naturalmente
despreparado para ouvir as arrebatadoras mensagens
que são trazidas a respeito da relação subordinativa
do proselitismo cristão com os Arcontes.

26
princípios de Consciência. Por conseguinte,
Krishna afirma no Bhagavad Gita:

"Esses corpos, que envolvem as almas que os


habitam, que são eternos, incorruptíveis e
superam toda concepção, são declarados
perecíveis; portanto, Arjuna, resolve lutar. O
homem que acredita que é a alma que mata, e
aquele que pensa que a alma pode ser destruída,
são igualmente enganados; pois não mata, nem é
morto. Não nasce, nem morre, nem existiu antes,
não existe mais; é antigo, constante e eterno, e
não deve ser destruído nessa sua estrutura
mortal. Como o homem, que acredita que isso é
incorruptível, eterno, inesgotável e sem
nascimento, pode pensar que ele pode matar ou
fazer com que seja morto? Como um homem joga
fora roupas velhas e veste novas, assim também
a alma, tendo abandonado suas velhas estruturas
mortais, entra em outras que são novas. A arma
não a divide, o fogo não a queima, a água não a
corrompe, o vento não a seca. É indivisível,
inconsumível, incorruptível e não deve ser secado:
é eterno, onipresente, estável, imóvel e eterno: é
invisível, inconcebível e inalterável; portanto,
acreditando que é assim, tu não deves sofrer.
Mas, se tu acreditas que tens nascimento e
duração eternos, ou que morres com o corpo,

27
ainda não tens motivo para lamentá-lo. A morte é
certa para quem nasce e para quem morre de
parto é certa. Portanto, não é necessário que te
lamentes pelo que é inevitável. O antigo estado
dos seres é desconhecido; o estado intermediário
é evidente, e seu estado futuro não é descoberto.
Por que então dever-te-ias se preocupar com
cousas como essas? alguns consideram a alma
uma maravilha, enquanto alguns falam e outros a
ouvem com espanto; mas ninguém sabe disso,
embora ele possa ter ouvido isso descrito. Sendo
esse espírito nunca para ser destruído na
estrutura mortal em que habita, não é digno de ti
ser perturbado por todos esses mortais. Com
relação também a seu dever, não deverás vacilar,
pois não há nada melhor para um Kshatriya do
que uma batalha legal. Felizes são os Kshatriyas
que encontram tal batalha oferecida
gratuitamente a eles como uma porta aberta para
o céu.".

A tríade imortal do espírito é constituída


por diretrizes desprovidas das grades
pecaminosas mui vigorosas no poderio
profano do estágio evolutivo atual da

28
humanidade11. O Ego-Mônada, aliás,
sustém todos os preceitos estipulados no
seio prístino da Rainha do Tempo, a saítica
Aset, mãe de Hor e esposa de Usir, a qual
detém todos os mandamentos ditados pelo
primaz rei da terra de Mo-Uru ou Poseida,
como os esotéricos atuais soem proferir.
Os cabalistas judaicos, da mesma forma,
referem-se aos espíritos cósmicos como
"Anjos" e aos planetários, como
"Elementais". Destarte, formam-se em
uma venustíssima estruturação as leis do
Ocultismo, o Sol da Sabedoria Divina, ou
Teosofia, como dir-nos-ia o sage Amônio
Sacas.

Seção V

Da Linguagem Original da Humanidade

11
Tu hás de entender, leitor, que as associações do
Anima Mundi conjugadas com o Espírito Absoluto,
fomentam a aura circunjacente do Planeta Terra; o
entendimento das raças viventes nela programam,
portanto, os estágios coletivos conscienciais
provisoriamente regentes.

29
A teologia mística não é nem um pouco
abstrata, senão for o seu conteúdo
esotérico, provindo da linguagem universal
dos "Mistérios". Nos salões de Amenti, a
fonte hermética do conhecimento é
conjurada em sublimação ao grande
sistema arcaico da Ciência da Sabedoria.
Os escritos alegóricos dos Arianos e os
grafados hieráticos do antigo Egito o
empregam com unívoca e expressiva
abundância; esta linguagem dos Mistérios
cruza arquetipicamente todas as nações
do mundo, cujo manancial provém dum
remoto continente perdido em que
floresceu a maior civilização de todos os
tempos na Terra. Tal linguagem servia-se
(e ainda serve) de instrumento primordial
de comunicação e interação entre os
Adeptos ou os Adi Budas deste mundo.
Malgrado exista uma variação exotérica do
Senzar (a indisputável Voz do Silêncio ou
linguagem original do Cosmos) chamada
Vatan, falada em Agartha e base de
registro dos seus textos iniciáticos,
indecifráveis para o vulgo, temos de

30
enfatizar, necessariamente, que, como
todo conhecimento de valor sagrado, a
linguagem dos Mistérios pode ser
pervertida para fins egoístas e de
dominação total e tirana da raça humana,
como foi o caso da Igreja Católica, na qual
o sistema do Gupta Vidya dos primeiros
papas foi reduzido com velhaca
inteligência pelos jesuítas em um sistema
blasfemo de feitiçaria e ritualística
satânica. Diz, pois, Sr. Dalgarno12:

"Supponamus enim Notionum aliquam, per didam


Analysin distribui incentum, forte mille particulas,
ad omnes minutas Differentias hujus Rei, quibus
ab omnibus aliis dillinguitur, notandas: oporteret,
ut ad minimum, lingular particular seu Differentise
unam literam, ad illas dillinste significandum
haberent; his igitur Uteris in unam vocem colledis,
Rerum Nomina in eam longitudinem excrescerent,
ut vox una integram paginam impleret. Summe
quidem cum illis consentio, qui majore acumine
Philosophiae partem Analyticam contemplant,
quam Philofophorum vulgus; quanto pauciora
fuerint Signa Primitiva, ex quibus Rerum
12
“Ars Signorum”, DALGARNO, George, pp. 46-47

31
Complexarum Nomina, non ex mero Arbitrio, fed
Logice et fecundum Rei Naturam componentur,
tanto perfectior erit Ars: Frustra enim fit per plura,
quod aeque, vel magis commode fieri potest per
pauciora. Verum in tanta paucitate Primitivarum,
ex nimia brevitate, nimia obfcuritas oriretur:
experientia etiam comprobaret, plus Arbitrii
necessario fore in hujusmodi Compolitis quam
ipsis simplicibus.".

Um completo sistema astronômico,


geométrico e numerológico, ou qualquer
outro disponível, deverá cumprir funções
infragmentáveis de construção de
conhecimento, sem que a Memphis atual
sofra sua queda e tampouco os países dos
Mistérios, como a Caldeia de Beroso,
percam as Chaves para a Imortalidade
novamente. Vós, Teutônicos, deveríeis
saber disso já há bastante tempo. As
crianças da Grande Rebelião Angélica,
num estado de Noun, excedem a agitação
do próprio Mal nas escadarias de Shoo.
Engolfam-se, portanto, os ciclos de
ressurreição cósmica e de reencarnação
humana na conjuntura eterna de Benoo.
32
Daí, a Linguagem Original é a salvação e o
reforço do próprio Toum ôntico. No-la
corrobora Sr. Wilkins13:

"For Secrecy: such were the Egyptian


Hieroglyphicks, (as they are commonly
esteemed ) being the representation or certain
living Creatures, and other Bodies, whereby they
were wont to conceal from the vulgar the
Mysteries of their Religion. But there is reason to
doubt whether there be any thing in these worth
the enquiry, the discoveries that have been
hitherto made out of them being but very few and
insignificant. They seem to be but a slight,
imperfect invention, sutable to those first and
ruder Ages, much of the same nature with that
Mexicans way of writing by Picture, which was a
mere shift: they were put to for want of the
knowledge of Letters. And it seems to me
questionable, whether the Egyptians. (...) And
though some learned men have (...) thereby
delivered the Art of Magic, or Conjuring (...).".

“An Essay Towards a Real Character and a


13

Philosophical Language”, WILKINS, John, p. 12

33
O Panteísmo Ocultista vexa e espanta os
céticos, devido ao fato deste ser a
admissão final do princípio criativo da
Natureza, donde todos os Alastores são
reduzidos a pó e os Hougans encontram
evidências tanto esotéricas quanto
exotéricas para a fonte suprema da
revelação da perfeição e do testemunho
das cenas iniciáticas do falicismo do maior
Veda da história da linguagem dos
Mistérios.

Seção VI

Da Fisiologia Arcaica dos Símbolos e dos


Arquétipos da Alma

A ideação cósmica constitui-se por


inúmeras facetas da Substância Absoluta,
sendo a mesma, o Alfa e o Ômega, cuja
morfologia é soída a endereçar-se para as
seletas regiões do substrato da Verdade

34
Eterna. Em matéria um tanto mais
metafísica, especula-se sobejamente
acerca dos mistérios da sabedoria das
eras, por mais caricatas que possam
parecer suas estremes intenções! Contudo,
ao manejar este assunto com percuciência,
as asas idealistas aparadas pelos produtos
da liberdade de pensamento,
invariavelmente, deverão surtir o
temperamento da gnose oculta tanto da
coletividade quanto da individualidade.
Cultuara-se na Quarta Raça inicial, o
Espírito da manifestação dos mistérios e
tal liturgia manteve-se até os dias
prósperos dos Helenos. As carruagens
simbólicas, avistadas nas constelações
imagéticas do pensamento oculto, são
estruturadas pelos mais variados gêneros
de fenomenologias manvatáricas coevas e
co-eternas. Desde a moção molecular até
os passos perniciosos ou santos do
Homem, existe uma diferenciação mui
expressiva; vo-lo saliento a fim de que
possais estabelecer em vossas próprias
mentes o conceito de que Fohat, i.e. a

35
Energia Cósmica, é sustentado por um
processo transcendental de veiculação
praláyica com os espelhos do Gupta Vidya,
cujo funcionamento é deveras
incompreensível para a Consciência Física
Humana. Destarte, é necessário entender
que a heterogeneidade do Prakriti,
conforme os graus de visualização dos
planos de percepção, é
consuetudinariamente definida pelos
prótilos substanciais da complexa natureza
do estado pré-Material. O plano da
consciência metafísica coopera com os
númenos das faculdades perceptivas,
numa industriosa intuição das realidades
concretas e experimentáveis das
Entidades que, então, residem no
agregado septenário do Eu subjetivo-
objetivo.14

A consciência pura, como escopo e meio


de vivência, é desconhecida para nós,
14
O Manas é o fundamento desta condição intelectiva.
A Ideação Cósmica é, portanto, o upadhi desta Mente-
Consciência, em graus de manifestação sublimemente
espirituais, os quais são derivados dos estados
hipnopômpicos da Entidade.

36
vulgos e meros mortais, deste Mundo
tridimensional. São barreiras que temos de
superar conforme nos aproximamos do
mais alto Dhyan Chohan, resguardado em
silêncio e mágica sageza no Prabrahman,
como os vedantinos no-lo definiriam. Nada
obstante, não deixemos com que o
Princípio Incognoscível degrada este
fenômeno per se; daí, segue-se a pré-
diferenciação do substrato cosmogônico da
susbtância primeva, o "arché" dos pré-
socráticos e a "prima materia" ou "hyle"
dos alquimistas, na qual se delineia,
porventura, o Mahat cíclico e procedente
da conjunção vinculativa de Theos-
Kosmos-Caos; a fuga ilusória do Proteus,
bem como a profanação de Ichthus,
devem, pois, ser extirpadas do Atma
humano. Os Puranas indianos e o Livro dos
Mortos egípcio falam da emanação do Éter
ou da gradação de sua geratriz "Pater
Omnipotens Aether" nas balizas do mito
enigmático da "Substância Indivisível", ou
άτομο. As injunções sobre os estados
regidos por "absque forma et figura"

37
sempre resultam numa indicação sobre a
eternidade sintética do Akasha no tocante
ao Éter. Locupleta Pselo15:

""Πασα γαρ η μεταβετιχε κινησεις, χαν ασοματον εστιν


ουσιον ενεργεια, συνεγευγμενον εχει τον κρονον αυτε, καί
γάρ ή ψσχέ μεταβατιχος τούσ ορου νοέι (...), και εστιν αυτη
εκ τον γενον του οντος συγχειμένε, ούσίας, ταυτου,
θατερου.".

Seção VII

Das Propriedades da Ciência Exata das


Proporções do Espírito Divino

Encontra, ó, Lanoo, o protótipo das Ideias


Universais nas Ordenanças do Manu
Vaivasvata. Eu to evidencio, leitor, como
caráter essencial de remoção do Espírito
seminal das Trevas. Logo, surgem as
porções não-manifestas e manifestas do

“Του Ψελλου Μιχαηλ εἰς την ψυχογονιαν του Πλατωνος”,


15

PSELO, Miguel, p. 12

38
Ovo Primordial no Local Perpétuo ou o
Firmamento, viz., "os ornatos do céu" 16. O
Atmanah frutífero engendra, a miúdo, a
vontade eterna de Brahma, o que, para os
Orientalistas e alguns acadêmicos
especializados, é simbolismo do Decano
Unificado no qual, purânica e
cabalisticamente, se dividem seus ciclos
de manifestação, cujo númeno pode ser
representado (ou seu Logos ilimitado e
genuíno) por ou 10. Assevera o
Manusmriti:

"Que os grandes elementos entrem, juntamente


com suas funções e a mente, através das suas
partes miúdas, e separem o criador de todos os
seres.".

O Criador, sabemos, é Atmamatrasu,


interpolado numa ordem filosófica de
sentido e ação gerada pelo próprio Maha-
Buddhi, no centro de todas as cousas, cujo

16
Alusão a Gênesis 2.1.

39
organismo é provido por imensurável
esplendor criativo. As Criaturas não
possuem essas propriedades; elas podem
se conectar e se designarem como seres
mui propínquos do Todo-Poderoso Criador,
mas, jamais, efetivamente, igualar-se a
ele; conseguintemente, Dele, devem ser
separadas. Corrobora, então, o Vishnu
Smriti:

"A noite em que Brahman terminou, e o Deus


brotou do lótus (Brahman), tendo acordado de seu
sono, Vishnu se propondo a criar seres vivos e
percebendo a terra coberta de água. Assumiu a
forma de um javali, deliciando-se dum esporte na
água, como no início de cada Kalpa, e levantou a
terra (da água). Seus pés eram os Vedas; suas
presas as estacas de sacrifício; em seus dentes
estavam as ofertas; sua boca era a pira; sua
língua era o fogo; seus cabelos eram a grama do
sacrifício; os textos sagrados eram sua cabeça; e
ele era (dotado do poder milagroso de) um grande
asceta. Seus olhos eram dia e noite; ele era de
natureza sobre-humana; seus ouvidos eram os
dois feixes de grama Kura (para os ishtis, ou
sacrifícios menores, e para oferendas de animais);
seus brincos eram as extremidades daqueles
40
maços de grama Kura (usados para limpar a
concha e outros instrumentos de sacrifício); o
nariz (o recipiente que contém) a manteiga
clarificada; seu focinho era a concha das
oblações; sua voz era semelhante ao som do
canto do Sama-veda; e ele era de tamanho
enorme.".

Lançando-se da honra precípua de


Protologoi, a licenciosa Dionísia se
estabelece e se arca. Portanto, esta
mesma pode exercer funções
desconhecidas do Eixo Cultor da Falsa
Deidade, exceto para aquele da
Verdadeira; até mesmo os Vallabacharyas
de Mumbai e os magos inefáveis da
egrégora da deusa Inanna ou de similares
produções ítifálicas agem de maneira
equivocada quanto a este ponto. No
entanto, vo-lo tão-somente enfatizo para
que fixais em mente que nem todo o mago
é, de fato, um invocador dos númenos da
Natureza dos Tanmantras; por vezes, ele
pode agir em oposição a estes, gerando a
Desarmonia Universal como efeito primaz.

41
*

42
CAPÍTULO 2
DOS ARCAICOS SISTEMAS DE
REPRESENTAÇÃO DO OCULTO E DA
SABEDORIA MIRÍFICA

Seção VIII

Da Energia Oculta ou do Madhyama


Mirífico

A piedade e o conhecimento são cultivados


de maneira sucinta na tríade "Kwan-Shan-
43
Yin", numa teologia referta de simbolismos
do Logos, no qual Shakti, ou Energia,
alegoriza a forma oculta e suprema do
Avalokiteshwara, cujo processo os
seguidores e comentaristas dos Vedas,
como, v.g., Madhidara e Sayana,
chamariam de Daiviprakriti. As célicas
abadias, efetivamente, engendram
doravante aos acontecimentos
supracitados, um som melodioso e
paradisíaco ou uma voz divina, i.e., o
próprio Silêncio; outrossim, o grandioso
Vach forma, abstrata e conceitualmente,
uma espécie de hierarquia teogônica
enquanto manifesta os seres no Cosmos.
Os Kerhebs, ao escreverem seus textos
ritualístico-religiosos, quiçá, recebessem
inspiração das potências adjacentes ao
Vach. Os pantáculos de Enchridion, mais
especificamente, o Laburum, advindo da
Cabala, o grande Monograma mágico, é
um receptáculo excelente para a liberação
do Fohat ou dos princípios cósmicos
supramencionados. Por conseguinte,
analogamente, Adam Kadmon e Bath-Kol

44
não são somente complementares, senão
forem os mesmos o Par Perfeito ou a União
e a Razão da existência do Cosmos; ei-la,
pois, como o almo e o sustento de todas as
obras criadas e suas criaturas. Eu, então,
vo-los realço em detrimento das
blasfêmias contra os magos Lapland (por
exemplo), os quais dominaram o Logos e
tornaram-se, subsequentemente, matrizes
de Adi Budas; Scheffer descreveu-os com
acuidade em sua "Lapponia".

Os anjos da escuridão, os geradores


espirituais das hierarquias planetárias e os
seres sobrenaturais desempenhando
papéis dhyânicos, denominamos Lhas. Os
espíritos guardiões deste Globo são, com
efeito, encadeamentos subordinativos dos
ciclos septenários dos Gênios Célicos ou
Terrenos lhes inerentes. Este Kyriel de
deuses, mesclado com os mistérios solares
de Demiurgo, porventura, no-los elucide de
uma maneira que satisfaça as condições
de interpretação aspectual da metafísica e
da autoridade infalível dos Lhas nos quais
estão incutidos. Todos eles tampouco
45
passaram pelo sofrimento dos Sanjoyanas,
i.e., os obstáculos da Iluminação da
Consciência Cósmica; por assim dizer, faço
a asserção de que a substância fibrosa que
determina as potencialidades místicas de
cada um está internamente localizada na
exaltação da Sabedoria Oculta nela
comissionada. É, claramente, um
simbolismo mui importante para este
gênero de alegoria esotérica.

Os supervisores divinais que modelaram o


Espírito Terrenal serviram-se de germe
para a Árvore Ástrea ou a Astrolatria in
ipso. Os Kosmoscratores, bem como a
situação favorável do fogo para a pasta
candente e oleenta ser causticada, são as
matrizes sumas dos arcanos de Christos
dos arianos, dos egípcios, dos herméticos,
dos caldeus, e inclusive dos judeus. O
cinturão energético difuso, desde a
cosmogênese, dos Bne' Alhim, evidencia,
sem sombra de dúvida, que, desde Soma e
Sin até Ísis e Diana, existe uma
intercambiável referência poderosa e
invisível da Lua sobre a Terra, sustentada
46
pelos avançados materiais dos Kumaras de
vários sistemas galácticos, sobretudo, do
Sistema Solar, v.g., Brihaspati e
civilizações planetárias próximas da Via
Láctea. É, sob um ponto de vista da antiga
cosmogonia, algo de extensiva alusão ao
fundamento reitor do Logos, com ativa e
objetiva potência, sempre direcionando as
hierarquias universais. No-lo condensa Sr.
Fioravanti no contexto alquímico17:

"Et si alcuno intendere gli occulti secreti di tal'arte


(alchimia), potrá vedere il compendio di secreti
(Gupta Vidya o Kumaras), dove ha rivelatto totto
(Logos)."18

O Logos, efetivamente, é o ápice do


triângulo pitagórico em todos os seus polos
de mensurabilidade. É o tríplice raio do
Mulaprakriti, manifestado, principalmente,

17
“Dello Specchio di Scientia Universale”, FIORAVANTI,
Leonardi, p. 97
18
Os grifos são do próprio autor, para facilitar as
associações das ideias e o entendimento do leitor.

47
nos númenos sublimes e parabrâhmicos, a
despertar os poderes ocultos do Homem,
do Tetragrammaton, o supra-cônscio
pensamento da Substância Primordial.

Seção IX

Da Alma do Mundo

Os Sete Elementos, durante o


Mahapralaya, são circunscritos numa
esfera de análoga e peremptória
renovação, a partir do momento em que
são examinadas pelas supremas sentenças
das Ciências Ocultas. Estamos, agora, na
segunda metade da Quarta Ronda, i.e., a
mais densa e física; enfatizado isso,
deveremos diferenciar a Alma do Mundo
da Super-Alma, a qual, por sua vez, se
apresenta como a Neblina de Fogo
Cósmica. Sobremais, teremos o Jivatma
associado às propriedades nirvânicas do

48
endereçamento da atividade das Forças do
Universo, que são indecomponíveis e
plenamente garantidas. Através das
sombras dos ciclos de vida e da latência
elemental das Divinas Antiguidades,
compreenderemos, pois, que Akasha é
luminoso até mesmo no reino da
negatividade; assim, dever-se-á enunciar
que, de fato, volvam ao seu plano original,
as manifestações, quando potencializadas
as suas características de limiar
equiparadas ao prísitino fluxo destinatório
e manvatárico do Fohat sui generis. No-lo
assevera Timeu de Lócrida19:

"Δυο ων αιδε αρχαι εναντίας. αν τε μυ ειδο λογον εχει


αρρενος τε παζοσ α δ΄ υλα, θελεος τε και ματεψοσ. τειζα δε
ει τα κα ζαιτον εργονα.".

A imaculada e arcaica acumulação de


penetrantes processos metafísicos que
designam, num andaime de alumiosos
ancenúbios, a eternidade e o re-
19
“Da Alma do Mundo”, DE LÓCRIDA, Timeu, pp. 8; 10

49
despertamento crebro da bulida Energia
emanada do Verbo Universal, é, pois, o
perficiente disco do espaço eterno relativo
à periodicidade sem lindes do Pralaya. Nos
mitos hieráticos persas, temos o relato
duma árvore dupla sendo, conforme
o Bundahesh nos evidencia, a sacra
provedora da bebida da imortalidade
(haoma) e do conhecimento espiritual,
invariavelmente atiçados ao seu ápice. As
configurações de grandeza preternatural,
firmadas em onipotente Natureza, são
examinadas com percuciência pela magia,
a qual, por meio de extramundanas e
supra-cônscias faculdades, desvela os
segredos e os prodígios de seus arcanos
incutidos, claramente, na ciência iniciática
e incognoscível, por canais sencientes,
do divinorum interpres et cultor. Eis, então,
a ordenada dimensão do pensamento
manvatárico que assentou todas as
antigas, presentes e, até mesmo,
porvindouras distribuições ideacionais
cosmogônicas e teogônicas; assim,
analogamente, nos Eddas, observamos o

50
deus Iddhun a guardar as maçãs da
imortalidade, ao passo que na árvore
cósmica de Yggadrasil, encontramos o
símbolo central, ascendendo antes da
fonte de Mimir, onde contém os princípios
de todas as sabedorias. Orfeu dizia que
tais mecanismos ocultos eram uma
espécie paradigmática do Cultus Dei, no
qual, esotericamente, fazia-se a genuína
reverência divina e, exotericamente, fazia-
se uma replicação dela e de seus
atributos soberanos.
A vida primeva, eterna e invisível está
sucinta em sua própria unicidade; logo,
suas manifestações regulares hão de
provir dos reinos obscuros e enigmáticos
do Não-Ser, malgrado isto possa
parecer, in abstracto, algo antitético; a
Consciência absoluta é, ainda, a
inconsciência; inconcebível, ei-la como a
auto-existente realidade do Eu; por
conseguinte, todo o caos tem senso e
contrassenso e todo o cosmos tem razão e
intuição. A propriedade absoluta lhes
intrínseca, consoante o movimento eterno

51
e incessante da Natureza, é, em linguagem
mística, o "Grande Sopro", i.e., o fluxo
perpétuo do universo, se considerarmos o
Espaço como ilimitado e sempre a
presenciar seus eventos. O que é imoto,
com efeito, não se enquadra, em alguma
hipótese, nas características estremes da
Divindade. Vo-lo realço para que tenhais
em mente que não há nada de factual e
real integralmente inerte dentro da
normatividade constitutiva da Alma
Universal. A simbologia dessas
concepções, por sinal, mui raciocinativas,
podem ser presentadas, hermeticamente,
de acordo com os ditames filosóficos de
Bernardo de Treviso, no símbolo do dragão
"Ouroboros", o qual exprime o Todo. Ele
personifica Mercúrio, ou o primordial
fundamento do Opus alquímico, equânime
a Água da Vida, que concede
a ressurreição aos mortos e iluminados
filhos de Hermes ou, ainda, pode traduzir a
insígnia alegórica da "Dama dos Filósofos".
Outrossim, ei-la capaz de retratar o

52
Dragão, viz., o poder dissolvente ou
que mata. Prof. Malaq no-los propôs:

"Labia Sacerdotis costediunt scieriam, et legem


exquirunt de ore ipsius.".

As ciências ocultas, isto é, os arcanos do


testemunho e pensamento divinos,
encenam a contemplação dos númenos e
fenômenos que não são de comum
percebimento do vulgo; de fato, como
julga-se a miúdo, não existe magia natural,
tampouco magia sobrenatural; a magia é a
invocação das sensações pertinentes
ao respiro criativo da Natureza Cósmica,
que abrange tanto os desencarnados
quanto os encarnados e, assim, sê-lo-á.

Seção X

Da Infinidade do Potencial Humano

53
Deveríamos, com efeito, atentar-nos às
ambiguidades lançadas sobejamente num
ambiente tão referto de armadilhas
ortodoxas e materialistas a
invariavelmente limitar nosso
desenvolvimento espiritual? Por que,
então, desvencilhar-se das hesitações
sendo estas a causa do progresso da
sabedoria e da extirpação das aberrações
da idolatria e do dogmatismo tanto
científica quanto religiosamente aplicados?
Eu devo ter em mente, conseguintemente,
que se tenho a vontade deveras concreta
de indagar, isto, necessariamente,
encadeará uma série de protótipos ou
caminhos arquetípicos para o
autoconhecimento e a transmissão
apropriada do bem supremo ou do ideal
cósmico. Se os q'eros são sumos
representantes da sabedoria mística dos
antigos incas, o portal de Viracocha,
descrito com sublimidade por Müller e
Posnansky, em Tiahuanaco, seria, de
mesma forma, a amostra precisa dos
fenômenos dos solstícios e dos equinócios,

54
afora a sua propriedade de demarcação
astronômica mediante a Constelação de
Órion e a perfeição matemática do "santo
sanctorum"? Sobre o homem, dever-se-á
fazer o mesmo, sem temer represálias ou
diatribes. Por exemplo, no lídimo e
irrefragável entendimento do Egito antigo
de Dunn, Tompkins, Malkowksi, Warren,
Collins e Schoch, temos uma visão
ampliada e evoluída da real posição da
supramencionada civilização na história da
humanidade. Sr. Bunsen declara em seu
livro "Egypt's Place in Universal History":

"Os egípcios, no entanto, se conheceram muito


cedo com os ciclos da lua e do sol, e os
fenômenos celestes ligados à sua conjunção.
Consequentemente, era fácil para seus sacerdotes
calcularem eclipses lunares e solares com
exatidão tolerável por muitos milhares de anos
atrás. (...) Aprendemos, no entanto, com um dos
suas (Diógenes) antigas obras cronológicas, a
serem citadas abaixo, que o genuína tradição
egípcia relativa ao período mitológico, tratava de
miríades de anos.".

55
Os hebreus, uma vez que referida a Arca
da Aliança no Pentateuco, que em
hebraico, equivale a Arōn Ha'brēt.
Etimologicamente, Arōn está interligado a
Arg, que denota "caminho regular". Ha'brēt
convém a "propiciatório". Logo, Arōn
Ha'brēt (ou Arca da Aliança) está
conectado à bem-aventuraça ou a busca
incessante pelo Devekut no berço de Ain
Soph ao decorrer do Kadushu, i.e., a
iniciação nos mistérios sagrados da
Teosofia, uma vez que esta imortal palavra
foi sistematizada por crestomatia e análise
léxica pelo filósofo ascenso, Amônio Sacas,
inesquecível professor de Plotino, autor
das célebres "Enéadas". Todo este
processo também é mencionado a miúdo
no mapeamento da história verdadeira e
proibida da humanidade. Analogamente,
nos tempos dourados, com os homens
havia os Guias de Instrução. Aqueles
daquela cidade misteriosa do sul do
mundo, dos canais da Patagônia, além do
Estreito de Magalhães, os dos Selcnam,

56
eram os mágicos de Jon. Eles vêm dos
Oásis Antárticos e retornam a eles. Jon é
imortal, ele não tem alma, mas
Huaiyuhuen, uma espécie de fantasma
incorruptível, com quem ele pode viajar à
vontade para o gelo do Tule do Polo Sul. O
Huaiyuhuen é branco leitoso. Os
araucanos, de acordo com suas tradições,
vieram da raça branca. O nome araucano é
de cunhagem tardia.

O cronista Francisco López de Gomara


afirma, em sua "História Geral das Índias",
que no Chile, ou Chilli, havia dois grandes
reinos, o de Cacique Leuchengorma, com
uma cidade central ao lado de um lago
cercado por sete vulcões. No meio do lago,
em uma ilha, havia um templo de dois mil
sacerdotes. Mais ao sul estava o reino das
Amazonas tributárias de Leuchengorma.
Sua rainha se chamava Gaibomilla. O
matriarcado, cuja substância perdura no
Chile, será um traço desse lendário reino
das Amazonas? Os nomes de
Leuchengorma e Gaibomilla são
impressionantes; eles parecem inventados,
57
como o de Fresia em "La Araucana", de
Alonso de Ercilla, esposa de Caupolicán,
que se lembra da da deusa alemã Freya,
que mora no interior do monte Elbruz.
Ercilla não pode ter incluído esse nome
porque por acaso, nem López de Gomara,
que certamente capta uma lenda viva
naqueles tempos. Os vikings vêm se
estabelecer na América a partir do ano 967
de nossa era. O primeiro foi chamado
Ullman - Homem de Ull. Perdido no mar,
seu navio de formato estranho e brilhando
ao sol por causa das placas de metal nas
laterais, é capturado no México por uma
cobra com penas de fogo. Ele é apelidado
de Quetzalcoatl. Mas é mais provável que
a chegada desse homem branco lembre
aqueles nativos da vinda de outro
Quetzalcoatl mui antes, que certamente
veio do céu em um disco de fogo. Ele
confirma o que se tornou uma lenda com
os milênios. O novo Quetzalcoatl domina
os toltecas com facilidade, como Hernán
Cortés faria mais tarde, aproveitando a
mesma lenda. Ele fica lá por mais de vinte

58
anos. Exigido pelos maias, ele vai para
Yucatán, onde fundou Chichen-Itza. Lá é
chamado Kukulkan. Permanecem dois
anos, estendendo a civilização. Então
partem. Os vikings descem para a Bolívia,
Peru e Chile, onde por cento e cinquenta
anos mantêm um poderoso império
civilizador, com seu centro em Tiahuanaco.
O primeiro Viking é chamado Virakocha,
nome quase dinamarquês, ou Huirakocha,
Kontiki-Virakocha. Tia desembarcou no que
é hoje Arica, na costa chilena. Até 1290, o
Império permanece. Os sobreviventes
refugiam-se na Ilha do Sol, no centro do
lago Titicaca. Esta é a ilha dos dois mil
padres, López de Gomara? No entanto, "os
vulcões que o rodeiam" descrevem melhor
a paisagem do sul do Chile, do extremo
polar. Derrotados lá, os vikings, ou alguns
deles, possivelmente suas guarnições
periféricas, nas rotas que levam aos portos
atlânticos, recuam para a selva paraguaia.
Seus descendentes degenerados seriam
hoje os indígenas guayaki brancos, quase
anões, com um metro e cinquenta e seis

59
de altura, ainda mantendo as
características fundamentais arianas. Para
preservar seus ritos solares, seu culto a
Odin ou Wotan, quando o "Império Jesuíta"
é instalado no Paraguai, eles abandonam a
vida sedentária pela nômade. No final, há
uma miscigenação com os índios guarani,
descendentes de mongóis. Outros vikings
do Império Tiahuanaco escapam em seus
navios pelo Pacífico e chegam à Ilha de
Páscoa. Os vikings que chegam à Páscoa
não podem ser os homens brancos e loiros
que habitavam a ilha antes de seus atuais
ocupantes indígenas. Tampouco parece
provável que foram os araucanos que
derrotaram os vikings daquele grande
império de Titicaca e do Peru, a menos que
tudo isso se refira, como sugerimos, a algo
que é feito mais ao sul, onde teria sido
localizou o centro de uma civilização
superior, também de origem hiperbórea. A
lenda nos diz que é no Chile onde os
gigantes chegam, após o naufrágio de um
continente glorioso, diante de suas costas
atuais no Pacífico. Eles também chegam ao

60
Equador. Somente esses gigantes brancos
poderiam ter derrotado aqueles guerreiros
vikings. E somente eles teriam sido os
ancestrais dos pascuenses. Ou seja, o
Chile era uma terra habitada por gigantes,
com uma verdadeira civilização de
gigantes, também hoje desaparecida de
sua superfície (a verdadeira origem do
nome Chile ou Chilli teria que ser
procurada nessas distâncias).

Após anos de crise espiritual, agora,


finalmente entendo porque hesitar acerca
daquilo que me é estabelecido sob
pretexto de obediência estrita ou
apreciação cega e nesciente é
fundamental para a evolução e a expansão
da consciência e da sabedoria humanas. O
grito mágico de "Abrahadabra", o
significado místico da Swastika, a
geometria sagrada do cuboctaedro, os
mitos arianos de Vaiji, Mujavatt ou
Uttarakuru, os propósitos da construção
dos menhires e dos dolmens
mundialmente espalhados e &c. me
fizeram repensar a respeito das fontes e
61
da própria consolidação lídima do
conhecimento divino ou humano e seu
objeto de exame e explanação e, então,
concluir que a nossa visão de mundo
oficialmente conduzida (Weltanschauung)
é um infando sudário sobre a real natureza
do estado de coisas no universo. Nada é
acidental ou surge ex nihilo; a disposição
dos elementos espaciais do cosmos é
criado por uma inteligência de caráter
onipotente que monta, remonta e
desmonta-a conforme os níveis das
necessidades de intervenção até o
momento delineadas. O filósofo
Keyserlinge nos assevera
peremptoriamente que há, com efeito,
suma precisão nas posições de proporção,
harmonia e ordenação na construção do
espaço cósmico e da natureza
circunjacente. Nós vemos, v.g., no colossal
Tridente de Atlântida, dominado pelo seu
deus supremo, Incal ou Poseidon, e,
outrossim, no alinhamento, no corte e na
sobreposição das pedras de
Sacsayhuaman e no fogo iniciático

62
inclinado ao Amithaba dos homens santos
do Surya-Vansa, uma tradição inestimável
em termos cronológicos e eternamente
operante em face do estado de estar nas
Memórias Akáshicas do universo e de cada
ente nele residente. Prof. De Mahieu, sob
os protótipos de raciocínio até agora
firmados, assegura que, coletando as suas
evidências em vários registros geográficos
documentados, muito antes de 1492, havia
um mapa da América do Sul inteira
guardado na tesouraria da realeza de
Portugal; ademais, o Mapa Dieppe da
América, evidente alicerce para a
representação cartográfica "impossível" de
Waldseemüller, se revelado, poderia
mostrar o real panaroma de todos os
impérios e as riquezas, materiais ou
imateriais, da América, cujo conteúdo
contraditaria o que hoje conhecemos como
o "mundo das civilizações pré-
colombianas". Sr. Bachong declara que a
simbologia é o agente contingente de
caráter imagético e de fonte metafísica
que arquiva, em sua composição esotérica,

63
todos os frutos e as substâncias de
aplicação cônscia ou incônscia da sageza
das idades divinas ou humanas. Sr.
Serrano nos aponta, categoricamente, que
a pré-Antiguidade registrava a Atlântida
como sendo Mo-Uru que, ad limine, era
reinada por uma Rainha Branca, origem de
todas as lendas respectivas a esta
civilização-mãe. Deve-se esclarecer,
portanto, que nós não somos os criadores
ou entidades derivadas das infindas e
ilimitadas propriedades dos símbolos ou
dos veículos de manifestação da natureza;
relacionamo-nos, direta e efetivamente, ao
ELLELA, o Ser Perfeito, aquele que é e
transcende a qualquer substrato carnal de
exposição biótica, porquanto, na verdade,
é o próprio Deus em elóquio criativo
autodirigido e em total comunicação com
as coisas por ele engendradas. Se todos
nós somos derivados do princípio de
emanação única ou o Absoluto, logo,
indubitavelmente, o somos.

A performance hierática, quer por liturgia,


quer por transe, intriga a todos nós de
64
forma tão percuciente que qualquer
menção que se lhe faça, por mais que seja
puramente noética ou conjectural, torna-se
produto arquetípico de encadeamento
deveras concreto, sem contar ainda o fato
de que ela pode se manifestar
culturalmente sob circunstâncias
naturalmente multimodais. Exemplo disso
é, como Sr. Evola nos reporta, a repartição
dicotômica entre a espiritualidade solar e
masculina (uraniana) da parte aquilonar da
Atlântida e a outra, lunar e feminina da
parte austrina desta (demetriana).
Camilllus Leonardus diz que certas
propriedades das pedras, desde seu
modelamento cromático até as faíscas que
emitem ao passo que são tangenciadas,
podem conduzir na superfície de contato
induções friccionais e antinômicas à cisões
com atributos mágicos de gradação e
reação diagênica, entre outros processos
similares direcionados, sobretudo, para
uso e absorção espirituais. Analogamente,
deve-se crer que as lendas de Agartha, a
árvore céltica de Ygaddarsil, o Duat

65
egípcio, e a "Barreira Gelada do Mamute"
do almirante Richard Byrd podem ser, com
efeito, verídicas. William Reed declara em
seu livro "Fantasma dos Polos":

"Calcula-se que a crosta terrestre tem 800 milhas


de espessura e o espaço interno tem um diâmetro
de 6.400 milhas. A abertura polar é um círculo de
1.400 milhas. Assevera-se que os polos são
fantasmas porque a terra está aberta em suas
extremidades norte e sul. A terra não é uma
esfera. Assim, os polos estariam no meio do ar
interno das aberturas. Quando os exploradores
acreditam alcançar os polos, eles foram
enganados pela comportamento estranho de suas
bússolas, que "enlouquecem", por assim dizer,
nessas áreas remotas. A partir das latitudes 70 e
75 graus norte e sul, a Terra se curva para dentro.
Na superfície, o polo equivalente seria o Círculo
Magnético ao redor da abertura polar. Quando um
explorador atinge esse círculo, ele encontra o Polo
Norte Magnético, e mesmo quando a bússola
continua marcando esse ponto, depois de ter
excedido, realmente não é o Polo Norte
Geográfico. A bússola te enganou. Quando a
latitude indicada é excedida, a bússola manifesta
tendência para marcar. Isso ocorre porque ele

66
entrou numa insólita terra e a bússola trata de
continuar apontando para o polo magnético que
permaneceu na borda circular da entrada. O real
polo físico seria encontrado no ar por dentro, para
que não exista. É um fantasma. Se tu entrares na
terra, isso não aparece. Porque mesmo s estiveres
lá na posição inversa da superfície, o sentimento é
sempre de ficar desperto. É porque o centro de
gravidade é encontrado no meio da casca.
Também não nos sentimos pendurados de cabeça
para baixo no cosmos, mesmo se estamos na
realidade. Um navegador também não sabe que
está circunavegando a Terra, ele parece sempre ir
direto; o mesmo acontece com um aviador. Além
disso, saber onde está ao norte ou ao sul, um
explorador que excedeu os graus de latitude
mencionados acima deve caminhar em qualquer
direção, exceto o interior, longe do círculo
magnético, até que a bússola retorna à sua mente
correta e pode novamente marcar o Norte, sem
essa tendência excêntrica, até suso dele. Se não
fosse esse o caso, estamos nos movendo para
dentro; nos foi dado para penetrar em outro
Universo."

A aurora boreal seria o reflexo do sol


central da terra, cujos raios são projetados
através da abertura polar. É, pois, a
67
explicação para a maior luminosidade dos
polos de Vênus, Marte e Mercúrio, que são
planetas que também possuem um interior
habitável. Os icebergs são formados pelas
águas dos rios internos que congelam
quando atingem as aberturas polar. Isso
explica por que eles são de água doce, no
meio desses oceanos. Assevera Sr.
Gardner:

"Começando, digamos, no Círculo Polar Ártico e


seguindo para o norte por qualquer uma das
várias rotas já percorridas por expedições polares,
finalmente chegamos ao ponto marcado A no
diagrama mostrado na página 55. A partir deste
ponto para a frente e ao redor do semicírculo até
o ponto D marcado são observados, como já
registrado por exploradores polares, um aumento
do número de certas mudanças e manifestações
peculiares a essa região, como a Aurora Boreal; a
pressão do gelo observada durante ainda a maré
e o clima calmo; a temperatura crescente e
decrescente rapidamente a quantidade de gelo
encontrada, à medida que se viaja em direção à
suposta localização do polo, até que o mar aberto
fique totalmente livre do gelo envolve o viajante;
a presença de uma corrente sul de água em vez
68
de uma fluindo para o norte; nas grandes
extensões de neve e de gelo coberto de pólen das
flores, não há manchas de plantas com flores nas
regiões árticas grandes o suficiente para liberar
quantidades enormes de pólen que seriam
suficientes para colorir grandes áreas e quando as
árvores e flores mais próximas do crescimento na
superfície exterior da Terra são centenas de
milhas distantes; o surgimento repentino de
ventos terríveis quando o céu está limpo; o ar que
é suficientemente quente para formar um quase
nevoeiro contínuo; a constatação de certas
migrações animais, incluindo vestígios de lebres,
raposas, ursos e bois almiscarados, que não
possivelmente vieram de terras mais quentes do
sul distante através dos imensos campos de gelo;
e por último, mas não menos importante, por
qualquer meio, a descoberta de corpos
extremamente bem preservados de mamute em
icebergs quando este animal deve ter sido extinto
por 20.000 anos e outros nessas regiões não
podem permanecer intacto por esse período de
tempo.".

A ideia geral de que a Terra é uma esfera


sólida e que seu centro é feito de ferro em
chamas, deve ser asinha descartada. Se a
crosta tiver 800 milhas de espessura, o
69
ferro fundido deve ser 7.000 milhas de
diâmetro e 21.000 de circunferência. A
área terrestre é de 197 milhões de milhas
quadradas e seu peso é calculado em seis
sextilhões de toneladas. Se a Terra fosse
uma esfera sólida, seu peso deveria ser
muito maior. A velha crença de que
quanto mais tu te moves para o interior,
mais calor encontrarás (Geena), também
deve ser eliminada. Somente até 80
quilômetros da superfície a temperatura
aumenta e, então, diminui. É a
radioatividade e seus elementos de
propagação que produzem calor, afora o
próprio rádio. Todas as pedras da
superfície contêm pequenas partículas de
rádio. A "raiz" dos vulcões também é
localizada na crosta. Sr. Greenly,
conseguintemente, corrobora:

"Enquanto aguarda assistência adicional, a


primeira parte cuidadosamente examinou os
penhascos por vários quilômetros em busca de
algum desfiladeiro de declive suave, mas nenhum
deles podia ser visto. Na pesquisa, no entanto, os

70
soldados Connell e Frederik encontraram uma
grande árvore conífera na praia logo acima da
marca d'água extrema. Era sobre trinta polegadas
de circunferência, uns trinta pés de comprimento,
e aparentemente foi levado a esse ponto por uma
corrente dentro de alguns anos. Uma parte foi
cortada em lenha e, pela primeira vez naquele
vale, uma fogueira brilhante e alegre deu conforto
ao homem."

Se a maior massa da Terra estiver em sua


crosta, a mesma que a atrai e não o centro
geométrico, que não é encontrada na
crosta, mas a 2.900 milhas de distância da
superfície interior da crosta, que é onde o
sol central se punha. Ao mesmo tempo, é a
mesma distribuição das forças
gravitacionais na crosta que nos atrai para
a superfície. Se formos para dentro, será a
mesma força que manter-nos-á
solidamente presos à sua face interna.

Alega-se que existem outras entradas para


o mundo subterrâneo além dos próprios
polos como, e.g., no Sinkiang chinês, no
Gobi, no Tibete, no Monte Kailas, no

71
Transhimalaia, em Montsegur, no Monte
Saint-Michel, nos Pirineus, no Pico Sagrado,
em frente a Santiago de Compostela, na
Islândia, junto à cratera do vulcão de
Snaefelsjokull, sob a Esfinge, no Egito, na
Guatemala, no Peru, no Brasil, no norte do
Chile, na Patagônia, no monte Milimoyu,
nos oásis antárticos e também na
cordilheira central dos Andes. O
simbolismo visível de todos eles, desde os
Annunaki até os Zeta Reticuli atuais, seria
como o topo de uma montanha ou a copa
das árvores. Se, com efeito, esses icebergs
também giravam como as campânulas
dum sino, o que desenvolveria um mundo
ignorado por éons e que nos traria a
escrita linear do Egito antediluviano a
partir da qual Wirth firmemente declara
que existia antes do hieróglifo e do
ideograma, sendo, por conseguinte, a
chave para todos os símbolos, mitos,
lendas e a religiões, a qual está descrita no
Livro do Thoth, a grande obra da ciência
da mutação e da transfiguração do
universo. Diversos pesquisadores afirmam

72
que não há apenas cidades e mundos
habitados na superfície interna da crosta,
senão dentro dela, sendo vigentes por uma
espécie de rede de camadas sucessivas,
dispostas em galerias, corredores e túneis
subterrâneos. Teriam estas recebido os
túneis da esplendorosa e da enigmática
cidade de Tiahuanaco (Tia = Deus), que
Posnansky descreveu e ilustrou com
magnificência, desde a construção dos
templos e o alinhamento astronômico da
Porta do Sol até sua própria antiguidade,
variando para além de 30.000 anos.
Somente os iniciados ou verdadeiros
buscadores da verdade podem descobrir
estas cidades iluminadas duma fulva e
diáfana luz, cujas origens são
desconhecidas no nosso plano de
existência.

Caso possível, será que o grande anima


mundi de Platão e de Marsílio Ficino
consegue envolver o Annwyl dos celtas, a
Terra de Amenti dos egípcios e o Maya-Pan
asteca? Aposto que decerto fá-lo. Todos os
lugares que eu citei são, na verdade, o
73
repouso das Mônadas, o sagrado
Anupadaka. Ali Puli descreve este
fenômeno aplicado ao mundo particular do
homem, o Jivatma, a origem circunvalada
de todo o Arbatel do Isagoge:

"Portanto, gasta teu tempo na eterna vida


abençoada, porque tu não estás certo se neste dia
tua alma não será tirada de ti. Vê se tu não pode
dares uma bom relato de tua vida aqui. Considere
se tua falta agiu bem no meio do seu corpo? se
não a provocou com muita frequência por
movimentos desordenados? se ainda não queima
e está inflamado no fogo; vazio de paz, em que
está tremendo, medo e horror; escuridão, frio e
miséria; agitado pelos ferozes movimentos
desordenados da mente? se o sal da tua alma não
eleva o seu sabor, não se torna ácido e corrosivo
por um calor tão impetuoso? que tipo de favor
essas exalações e saídas amargas do teu coração
renderão ao paladar doce e sangrento de Deus
Todo-Poderoso? O Deus santo não expelirá da sua
boca uma alma?"

Os habitantes desse mundo seriam os


Deuses Brancos de Hiperbórea, vindos de
74
outras estrelas à terra - talvez Vênus, a
Estrela da Manhã - em idades remotas,
como asseguram as lendas de Tiahuanaco,
referindo-se a Mamakocha, Orejona,
Kontiki, Virakocha e outros. Todos eles
viriam de Tule, a terra natal original dos
toltecas e maias e dos antecessores dos
incas. Ou seja, a pátria original da iniciação
polar, que só ocorreu lá. O continente de
Hiperbórea estava localizado em uma zona
transboreal. Hiperbórea significa "além do
deus Bóreas", do frio e da tempestade.
Enormes paredes de gelo, "transparentes
como de vidro", segundo relatos antigos,
protegiam o mundo dos Magos e Super-
Homens e uma névoa fantasmagórica
ficava entre o gelo eterno e paradisíaco. As
histórias do Gral talvez tenham sido
mencionadas nessa paisagem onírica.
Quando Hiperbórea sucumbe aos
cataclismos planetários, seus Guias
Supremos se refugiam na Terra Interior.
Quando a Atlântida desaparece, seus
Magos-Chefe, que receberam iniciação
hiperbórea, são transportados para dentro.

75
Há também os magos brancos, os Vigures
da Lemúria. O mesmo deve acontecer hoje
nas próximas catástrofes. A emoção
produzida pela visão repentina de um OVNI
é causada pela presença de outro universo
paralelo. É possível que os discos voadores
estejam aqui o tempo todo, mas não os
vemos. Talvez eles também não nos
vejam. E apenas algumas vezes, por causa
do encontro com uma passagem, um
túnel, uma porta de entrada, estamos
frente a frente. Lá ou aqui, é então
Hiperbórea, Agartha, Shambala, o Reino de
Preste Juan e lá foram todos aqueles que
descobriram as chaves que abrem aquelas
portas.

As mui vigentes concepções enganosas


sobre o Zohar certamente induzem os
pensadores à sua vaidade intelectual e,
portanto, à ignorância da natureza real
relativa a uma qualidade tão poderosa das
mensagens sagradas do Midrash (ou
Zohar) que são explicadas em um sentido
maravilhosamente iniciático, como uma
espuma do mar sendo borbulhada, ou
76
implicado no sentido achdut da
terminologia. Aquiba afirmou que a
tradição cabalística hebraica é, em todos
os sentidos, uma compilação magistral das
sabedorias mágicas e ocultas, procedentes
da Segunda, Terceira e Quarta raças-raiz
(principalmente a Quarta, exceto o Livro
de Enoque, que é mais inspirado na
Terceira). Keanely declarou
peremptoriamente que a tradição judaica
(incluindo a Cabala) foi erigida pelos
construtores das Pirâmides do Egito e
outras estruturas ciclópicas ao redor do
mundo (ou seja, os atlantes). O Sr. Higgins,
citado pelo próprio Keanley, depois de
vinte anos de pesquisa incansável, inferiu
de forma decisiva (e sólida) que os Escritos
Sagrados de todas as culturas existentes
em todos os Yugas ou Yoms tinham uma
linguagem perdida e original de convenção
grafológica. É o Senzar, cujo idioma
Tsongkhapa e Blavatsky leram e outras
pessoas iniciadas ao longo da história. A
Quarta Raça Raiz é descrita de forma

77
concisa na Doutrina Secreta, fálica e
alegoricamente:

"Os Kumdra - os deuses Rudra, assim chamados


(veja mais adiante), são descritos como
encarnações de Shiva, o destruidor (de formas
externas), também chamado Vamadeva. Este
último, como Kumara, o" Celibato Eterno ", o
casto A juventude virgem nasce de Brahma em
cada grande Manvantara e "novamente se torna
quatro"; uma referência às quatro grandes
divisões das raças humanas, no que diz respeito à
cor da pele e ao tipo - e três variações principais
delas. Assim, no 29º Kalpa - - neste caso, uma
referência à transformação e evolução da forma
humana que Shiva sempre destrói e remodela
periodicamente, até o grande ponto de virada
manvantárico no meio da Quarta Raça (Atlante) -
no 29º Kalpa, Shiva, como Swetalohita, a raiz
Kumara, torna-se, da cor da lua, branca; em sua
próxima transformação - ele é vermelho (e nisso a
versão exotérica difere do ensino esotérico); na
terceira - amarela; na quarta - agora o esoterismo
classifica essas sete variações, com suas quatro
divisões, em apenas três raças primitivas distintas
- pois ela não leva em consideração a Primeira
Raça, que não tinha tipo nem cor, e dificilmente
uma forma objetiva, embora colossal. A evolução

78
dessas raças, sua formação e desenvolvimento,
foi pari passu e em linhas paralelas com a
evolução, formação e desenvolvimento de três
estratos geológicos, dos quais a tez humana era
tão derivada quanto determinada pelos climas
dessas zonas. Ele nomeia três grandes divisões, a
saber, o VERMELHO-AMARELO, o PRETO e o
MARROM-BRANCO. As raças arianas, por exemplo,
agora variando de marrom escuro, quase preto,
vermelho-marrom-amarelo, até a cor mais branca
e cremosa, ainda são todas do mesmo material - a
Quinta Raça Raiz - e nascem de um único
progenitor, chamado no exoterismo hindu pelo
nome genérico de Vaivasvata Manu: o último,
lembre-se, sendo esse personagem genérico, o
Sábio, que se diz ter vivido há mais de 18.000.000
de anos atrás e também há 850.000 anos atrás -
na época do naufrágio dos últimos remanescentes
do grande continente de Atlântida (, e que dizem
viver ainda agora em sua humanidade. O amarelo
claro é a cor da primeira raça humana SÓLIDA,
que apareceu após o meio da Terceira Raça Raiz
(após sua queda em geração - como apenas
explicado), trazendo as alterações finais. Pois é
somente nesse período que a última
transformação ocorreu, que produziu o homem
como ele é agora, apenas em escala ampliada.
Esta corrida deu à luz a quarta corrida; "Shiva"
gradualmente transformando a porção da

79
Humanidade que se tornou "negra com o pecado"
em amarelo-vermelho (os índios vermelhos e os
mongóis são seus descendentes) e, finalmente,
em raças marrom-brancas - que agora,
juntamente com as raças amarelas , formam a
maior parte da humanidade. A alegoria em Linga
Purana é curiosa, pois mostra o grande
conhecimento etnológico dos antigos ".

A Quarta Raça excedeu em milênios


incontáveis, tecnologicamente, nossa atual
civilização ariana degenerada. Petrie
ratifica:

"A pedra calcária era o principal material da terra,


as falésias do Eoceno que cercavam o vale do Nilo
por 700 quilômetros. Os dois melhores tipos são a
pedra Mokattam em frente às pirâmides, que é
perfeitamente uniforme e isenta de rachaduras ou
falhas; e o silicificado duro pedra ocorrendo em
Tell el Amarna e em outros lugares.".

O Sr. Dunn provou as propriedades


elétricas e radioativas em sua bibliografia

80
e citou vários estudos que nos dão a
crença de que as pirâmides não foram
construídas para propósitos funerários,
nem foram erigidas pelo transporte
primitivo de calcários. O Sr. Tompkins e o
Sr. Malkowski demonstraram evidências
suficientes da afirmação de que
designaram a superioridade espiritual e
material, em todas as promoções e
protocolos socioculturais diretivos do Egito
Antigo em relação à nossa civilização. Os
mistérios da Índia são muito conhecidos e
difundidos. A sabedoria oculta dos
Upanishads, dos Vedas, dos Agamas, dos
Sutras, dos Nikayas, dos Puranas e &c. é
de valor inestimável. O Tantraloka afirma
que desde a sabedoria tântrica até o
simbolismo encarnado de Gaganeswara,
há uma fonte comum na sabedoria mais
remota e ilimitada que atravessa
indiscutivelmente todos os Kalpas da
humanidade, influenciando a herança
espiritual indiana, desde a filosofia
Samkhya até o Caminho Óctuplo de
Tattvaja Sutta. O Tantra Malinivijayottara

81
diz que o centro do Atma-Boddhi está
localizado na Revelação Mais Alta da
Mônada Eterna, no eixo mais interno ou no
pináculo de nossa experiência intuitiva de
espírito. Devo verificar, portanto, que todo
substrato desse sistema hierático até
agora exposto é o Pralaya mais vigoroso
que todos devemos transmitir e não temer.
O Parabrahma somos nós mesmos. Não
obstante, afirma o Janakiharanam que o
zênite epistemológico é quando nos
tornamos o agente providencial do
conhecimento dentro de um padrão da
inteligência mais criativa e do conforto
extramundano em relação à garantia do
mesmo, ou seja, quando não pensamos
que somos o próprio conhecimento, mas
sempre somos derivados sua fonte e,
portanto, somos o próprio conhecimento,
uma vez que não somos a fonte.

O véu saítico ou a revelação de Ísis tem


um significado subjacente no próprio Hor-
Amoon, nos intervalos divinatórios de
Thoth-Lunus, o fenômeno soteriológico do
Egito pré-diluviano. Devemos ter em
82
mente que o hieróglifo significa
abertamente “substância incontínua e

eterna.”; eis então o hieróglifo que


representa “mar” e, portanto, “fluxo,
mutabilidade, vulnerabilidade às
transformações.”. Essas informações,
portanto, geram e mantêm premente o
estabelecimento teogônico do Ra esotérico
ou Yhwm interior. Penso, como
demonstrado categoricamente, que as
pirâmides de Gizé foram construídas pelos
atlantes no dilúvio e são um "plágio" das
originais localizadas na terra desaparecida
da Atlântida. As inscrições não ligadas
escrituralmente ao hieróglifo egípcio
encontradas no invólucro antes do calcário
da pirâmide de Quéops provam que,
conforme examinado e anotado por
Montexano e Seimple, seus construtores
não eram egípcios. Além disso, não há
evidências e registros na literatura egípcia
que mencionem a construção da estrutura
das Pirâmides, nem no alegado período de
2.500 a.C. da egiptologia ortodoxa e

83
fraudulenta de Champollin e Howard-Vyse
e dos egiptólogos modernos das raças
cambridgeanas e de outras tribos
universitárias perigosas. Aham, um
anagrama místico de permutação e
transmutação, conjugado com a palavra
sa, forma o segredo alquímico descrito
extensivamente por Al-Tammani, Jabir ibn
Hayam e &c. O Sr. Martinez evidenciou as
raízes da língua materna de Lemúria nas
línguas quíchua, sânscrita, japonesa,
grega, suméria e egípcia, incluindo a
atlante. Sr. Chouinard mostrou em seu
"Forgotten Worlds" que a Sibéria e a
Amazônia podem ter sido berços da
humanidade milênios antes da África e,
além disso, ele ratificou que as raízes
genéticas da raça humana estão ligadas a
uma fonte original de um continente
perdido, principalmente: encontrada nos
lugares proibidos e restritos da Terra, que
algumas delas ele foi explorar como um
aventureiro impetuoso em busca de
conhecimento. A circulação da
simbolização causativa energética de

84
Prajapati é um rito iniciático, que é um
enigma para os cientistas, para descobrir o
Jve na progênie mais interna de nós, nossa
linguagem perdida e pré-bíblica de
n'cabvah ou sacr e, a mais importante, a
fonte de nossos medidores espirituais,
conforme anunciado outrora pelo Sr.
Skinner e pelo Sr. Parks.

85
CAPÍTULO 3

86
DO TURBILHÃO DA CIRCUMGERAÇÃO
DA VIDA E DO OCULTISMO EO IPSO

Seção XI

Esboço Essencial sobre as Doutrinas


Secretas Reveladas

A filosofia caldeia é realmente um sistema


de pensamento peculiar, dotado de uma
sagacidade louvável; portanto, deve ser
um dos principais escopos do exame de
nosso conhecimento humano. Uma vez
que o Império Persa derrotou os caldeus,
suas instituições religiosas prevaleceram
sobre eles; durante esse período, foi
registrado que o povo caldeu adorava um
ídolo divino e intrigante chamado Moloch
antes e depois da superintendência de
Ciro. Isso é um sinal de que a civilização
humana da Antiguidade já lidara com as

87
imensas crenças e superstições místicas e
rituais sagradas e reverenciadas, legadas,
principalmente e supostamente, pela raça
atlante que, por outro lado, foi fortemente
influenciada pela religião solar lemuriana;
portanto, nos certificaremos de que os
toltecas, os semitas e os turanianos eram
as sub-raças dos atlantes que fizeram a
máxima e completa exaltação religiosa da
qual a raça ariana desfrutou
abundantemente desde seu período
seminal. Um ocultista deve defini-lo como
uma herança simbólica e santificada
múltipla da designação mais adequada dos
valores doutrinários arcaicos de Eh'yeh,
vigorosamente estabelecidos na Quarta
Raça e no povo ariano mais antigo.
Historicamente, essas circunstâncias são
ilustradas com precisão por Heródoto e
Porfírio, que eram avidamente
interessados pelas ciências ocultas desde
o início de suas carreiras dedicadas à
edificação da mais sólida tradição erudita.
Um mistério iniciático deve ser
inegavelmente autenticado pelas próprias

88
nações pré-adamitas; portanto, deve-se
afirmar que as raízes da palavra ‫( אדון‬adon)
são fundadas à luz duma ideia relativa a
um tipo primitivo e onipresente de
humanidade, que, na terminologia bíblica,
foi configurada como "a época de um lábio
e uma palavra" "ou fala.

Orfeu foi um iniciado consagrado, assim


como Buda, Confúcio, Jesus, Pitágoras,
Krishna, Apolônio de Tiana ou mesmo
Amônio Sacas; no entanto, nenhum deles
realmente pretendia transmitir seu
conhecimento secreto à publicidade total,
porque alguns fatos e ações foram
endossados para serem mantidos em sigilo
e silêncio. A caridade e a generosidade
serão consideradas em seu cume na
inteligência de Chrestos, segundo a qual os
Adeptos estão invariavelmente destinados
a propagar sua Energia Divina. Jâmblico,
como iniciado, interpretou o panteão
egípcio como personificações de vários
atributos do Poder Supremo do Cosmos;
esta é, de fato, a chave arrebatadora para
compreender os mistérios da Deidade
89
Suprema, que é o potentado mais
abençoado e proficiente de todas as
ciências sagradas e o construtor mais
elevado dos mundos. Champollin-Figeac
havia declarado que o panteão dos
egípcios era apenas simbólico; ele havia
afirmado que era, em parte, um sistema
monoteísta perfeito. Além disso, Abraão
ensinou ao povo hebreu a magia, e os
pitagóricos a esquematizaram em uma
tradição mística, ou gnose. O Sr. Chabas
instruiu seus leitores a entender o fato de
que os deuses e deusas eram um aspecto
único de Deus, que existia antes de tudo e
era realmente todo-poderoso. Então, diz o
Sr. Knight20:

"By this universal expansion of the creative Spirit,


every production of earth, water, and air,
participated in its essence; which was continually
emanating from, and reverting back to, its source
in various modes and degrees of progression and
regression, like water to and from the ocean.
An Inquiry into the Symbolical Language of Ancient
20

Art and Mythology”, p. 19

90
Hence not only men, but all animals, and even
vegetables, were supposed to be impregnated
with some particles of the Divine nature; from
which their various qualities and dispositions, as
well as their powers of propagation, were thought
to be derived. These appeared to be so many
different nations of the Divine power operating in
different modes and degrees, according to the
nature of the substances with which they were
combined (whence the characteristic proper ties
of particular animals and plants were regarded,
not only as symbolical representations, but as
actual emanations of the Supreme Being,
consubstantial with his essence, and participating
in his attributes.” For this reason, the symbols
were treated with greater respect and veneration,
than if they had been merely signs and characters
of convention; and, in some countries, were even
substituted as objects of adoration, instead of the
deity, whose attributes they were meant to
signify.".

A idolatria surgiu de um solo mítico de


idéias, no qual a concepção de um Deus
oculto através do véu de cada ser e, além
disso, representa cada predicado. Os
fetiches de adoração originais da

91
humanidade tinham, ao contrário das
crenças e especialistas do senso comum,
uma articulação múltipla de noções
monoteístas. Maiomonides, sugerindo o
dossel não envernizado da substância
primitiva divina em seu Sepher Hamitzvot,
considerou uma injunção cabalística sobre
esse assunto. No entanto, como Clemente
havia anunciado anteriormente, durante o
seu tempo, o cristianismo sofreu uma
ligeira perversão com relação aos
ensinamentos esotéricos dos patriarcas. Os
mistérios eleusianos, em que os egípcios,
os caldeus e os gregos pagãos
abundantemente se articulavam, vieram
da Quarta Raça ou dos Atlantes; portanto,
os Evangelhos, fundamentados na mesma
base, eram as diretrizes misteriosas dos
Mistérios da Fé, com as quais as fábulas
simbólicas puras e coradas da Bíblia
estavam ali enraizadas. O pleroma de
cursos nos quais Deus pode instituir Sua
geratriz ostentada é basicamente
estabelecido na fórmula "uníssono homem-
mulher"; daí, o substrato primordial do

92
universo era, como Khem intitulara "Ka-
Mutf", o "homem-mãe ", que se separou no
começo para dar existência ao universo,
mas preservou a essência para mantê-lo e
atestá-lo em uma operação impecável e
elevada, seja na sobrevivência ou no júbilo
das intenções da vida.

Afirma o Sr. Worsley21:

"Did we not know the rapacious disposition of


mercantile men when they leave their home in
order to enlarge their fortune and raise their
families to wealth, it might be thought a most
extraordinary thing, that the settlers on the
western continent should have passed through a
long succession of years without giving
themselves any concern about the origin of the
people among whom they had settled and whose
land they had seized upon; that a race altogether
different from any already found in any part of the
world should be within their knowledge and under
their eye, and yet no enquiry be made from what
stock they had descended, and in what branch
they were allied to the inhabitants of the old

21
“A View of American Indians”, pp. 1-3

93
Continent. The opinion generally prevailing among
us is, that the whole human race is descended
from one pair. This opinion is derived from what
we regard as divine authority; but lest any of my
readers should question that authority, and
conceive that the early part of the history of the
world was gathered by Moses or some other
learned Israelite from traditions which had been
handed down from gene ration to generation, and
therefore do not bear a divine stamp; it shall be
added, that this opinion is corroborated and
strengthened, by the observations which have
been made by philosophical observers on the
different nations of the earth, by the light shades
of difference which are perceptible in the
gradations from the purest fair to the darkest
black complexion, and the evident and palpable
effects of climate, food, manners, customs, habit
and education, the influence of superstition which
has produced its effects on the body as well as on
the mind of man, and a variety of political and
moral regulations. If the mind be the standard of
the man; it is not less true, that peculiar notions
taken up and acted upon, have had a sensible
influence on the features of the countenance, the
motions of the body, the shade of complexion and
other traits of the human character. So that
although there are great diversities in the general
appearance of mankind, and we may divide them

94
into classes, each possessing peculiarities
different from the others; yet are there none of
these peculiarities, whether of form or feature, or
colour, but may readily be accounted for by the
influence of climate, food, &c. and this is yet more
confirmed by the utter impossibility of drawing the
line which shall separate one race from another,
and decide that this is descended from the tawny
race and that from the fair: because the difference
is so small, while the similarity is so striking, that
more easy would it be to divide the approximating
colours of the rainbow. There are great
dissimilarities observable in the Inhabitants of
Europe; the nations of it are characterised in such
a way as to be easily distinguished; the German,
the Frenchman, the Dutchman, the Spaniard,
although they have a general resemblance, are
marked by traits wide enough to be known, as
well in general appearance as in colour; nor can
we readily say, why these nations have assumed
peculiarities by which they are known among their
fellows. But they have assumed those
peculiarities. And if we pass over a few more
leagues of the land or of the sea either to the
north, the east, or the south, we come to nations
whose complexions, whose form of countenance,
whose figure, and whose manner of life, are very
materially different from those of the European;
yet, while they exhibit as many shades of

95
difference as does the Iris on the cloud, they pass
as gradually as do the colours of that beautiful
bow from one to the other, which are known by
differences so small, that we cannot perceive
where one of these colours ends and another
begins: so neither can we distinguish the
termination of one set of characteristics of the
human race and the beginning of another, so as to
say, these are from one original stock and those
from another.".

Os pitagóricos e platônicos mantêm-se


como arcanos da doutrina cristã, e, além
disso, deve ser declarado o testemunho
dogmático com, malgrado supremo, o
δημιουργός ou πατὴρ ἀνδρῶν τε θεῶν τε θεῶν τε
que medeia com suserania o ψυχ‫ ח‬κόσμου,
como proclamavam os partidários de
Moisés. Qualquer coisa que ocorra nesta
ocasião oculta, da qual as forças
predominantes se sobrepõem ao seu
significado, isto é, pela vitalidade que ela é
capaz de doar, ela fortalece e equipa o
homem com o mundo invisível do qual o
manifesto é o efeito. Assim, é insinuado
com precisão um enriquecimento da vida.
96
Daí em diante o que foi indicado, diz, em
suma, Ferécides de Siro:

"Chronos e Zas sempre foram, e também


Chthonie. Uma vez Chronos, sozinho e sem um
parceiro, lançou sua semente. De sua semente ele
fez fogo, ar e água, e depositou-os em cinco
cavidades. Lo, das misturas de fogo, ar e água nas
cavidades surgiram outra geração de deuses: os
deuses ardentes habitavam em Ouranos e
brilhavam. Os deuses do vento em rajadas de
Tartaros, os deuses aquáticos no Caos e os
deuses das trevas na noite negra.

Depois que a geração de deuses, nascidos da


semente do Tempo, assumiu suas habitações, Zas
tornou-se Eros e casou-se com Chthonie. Os
outros deuses construíram muitos palácios
grandes para ele; eles forneceram todos os bens
necessários, as mesas de banquete, os criados e
as criadas, e quando todas as coisas necessárias
foram realizadas, realizaram o casamento. No
terceiro dia do casamento, Zas fez uma túnica
grande e bonita e bordou a Terra, Ogenos e as
mansões de Ogenos. Quando ele terminou sua
tarefa, ele apresentou a túnica a Chthonie e disse:
'Porque desejo me casar com você, eu a honro
com esta túnica. Alegre-se e seja meu consorte!

97
Eles dizem que foi a primeira festa de revelação e,
portanto, surgiu o costume de deuses e homens.
E ela respondeu ao receber a túnica dele: 'Tomo
isso como minha honra, e de agora em diante
serei chamada Ge ...' Os deuses celebraram,
banqueteando-se com ambrosia. E a Terra era
como um carvalho alado, forte e poderoso; suas
raízes se estendiam às profundezas de Tartaros,
seu tronco era cercado por Ogenos e seus galhos
chegavam a Ouranos. A Terra floresceu e Zas se
alegrou.

Mas abaixo da Terra, no oco de Tartaros,


Ophioneus nasceu. Ele e seus filhos monstruosos
desafiaram Cronos. As linhas de batalha foram
traçadas, com Cronos o comandante de um
exército e Ofione liderando os Ophionidai. Os
termos da batalha foram declarados: quem deles
caísse em Ogenos seria o derrotado, enquanto
aqueles que os expulsassem e derrotassem
possuiriam Ouranos. Um feroz conflito se seguiu.
Cronos tinha um forte aliado em Zas; em combate
único, ele derrubou Ofione. Ophioneus e sua
ninhada foram lançados em Ogenos, e eles
habitam nas mansões de Ogenos até o dia de
hoje. Cronos, comandante do exército vitorioso,
foi coroado pelos outros deuses (daí surgiu o
costume de usar coroas pelos vencedores). Zeus
honrou os deuses vitoriosos e atribuiu a eles seus
domínios. Cronos venceu Ouranos. Estas são as

98
ações dos outros deuses: abaixo de Ouranos está
o ardente Aither; abaixo Qualquer parte da Terra;
abaixo dessa porção é Tartaros; as filhas de
Boreas, as Harpias e Thuella, guardam; ali Zeus
bane qualquer um dos deuses que se comportam
com insolência. Também existem almas de
homens que cometeram derramamento de
sangue. Suas almas são carregadas através dos
portais e portões de Tartaros em um rio que flui
até o nascimento; o rio é como a semente que
leva a uma nova vida. E as almas dos homens
partem da vida e entram novamente nas cavernas
e cavidades de Tartaros através de seus portais e
portões. Ao lado de Tartaros está o Caos e os
reinos da noite escura ".

Esta descrição grega da Trindade mostra-


nos poderes regenerativos e
degenerativos, ao lado de um poder
iniciador; os oráculos persas do
zoroastrianismo o descreviam
perfeitamente, apesar do cristianismo ter
uma percepção perdida, por mais que
fosse mui bem embutida essa ideia no
Espírito Santo cristão, que foi denominada
"‫( "יהךה רךה‬Ieue Ruh) ou "‫( "אלהיח רךה‬Aleim Ruh)

99
durante o Pentateuco. No entanto, leitor,
tu deves ter em mente que os autênticos
textos "apócrifos" foram escrupulosamente
protegidos nos santuários sagrados da
Caldéia, Índia, Fenícia, Pérsia, Pérsia,
Tibete e China; à parte dessas
informações, os tratados intrigantes e
açuladores de Targes e seu aprendiz e
defensor, Tarchon – florescendo há muito
tempo na Guerra de Troia – geraram e
deslumbraram os númenos de registros
antediluvianos e talismãs da tradição,
principalmente o Livro de Thoth. Os
teólogos devem estar acostumados ao fato
de que qualquer Espírito divino procedente
é provido, principalmente, por Ἀγάθων, isto
é, o bem supremo das dimensões
intelectual e visível, no grande
engendramento do próprio Logos.
22
Macróbio então se pronuncia :

"Cur enim, inquit, si reruin caelesiium notionem, si


habitum nos animarum docere voluisti, non
simplici et absoluta hoc insinuatione curatum est,
22
“Ambrosii Theodosii”, p. 18

100
sed quaesita persona, casusque excogitata
novitas et composita advocati scena figmenti
ipsam quaerendi veri ianuam mendacio
polluerunt? Haec quoniam, dum de Platonico Ere
iactantur, etiam quietem Africani nostri
somniantis accusant (utraque enim sub adposito
argumento electa persona est quae accommoda
enuntiandis haberetur), resistamus urgent, et
frustra arguens refellatur, ut una calumnia
dissoluta utriusque factum ineolumem, ut fas est,
retineat dignitatem.".

As conexões da enorme cadeia são o


Spiritus Mundis ou Mens, como é variado
na terminologia cristã, que, assim, será o
principal valor de todas as coisas e
depositada sobre todos os seres gerados;
sua essência, apoiada no Pai, é crucial e
notável para as doutrinas dos pagãos, que
não são tão conflitantes quanto as que
correspondem às doutrinas ou opiniões de
várias seitas cristãs, na medida em que o
paganismo é o criador direto do
cristianismo deturpado. O entendimento
cristão original era praticamente igual ao
entendimento platônico, por assim dizer. É

101
sabido que um certo número
desempenhou um papel importante no
sistema de filosofia e teologia antigas. Os
pitagóricos ocultaram seus ensinamentos
de maneiras numéricas e geométricas, que
é a única maneira que sua filosofia foi
dada ao mundo exterior. Os sacerdotes
judeus também explicaram o amplo
método de contar na Cabala, e os rabinos
frequentemente o usavam na
interpretação talmúdica das Escrituras. Os
primeiros antepassados da igreja evitavam
muitos elementos do sistema em seus
livros que contradiziam os conceitos
errôneos das várias seitas gnósticas
cristãs. Mas todas essas explicações do
raciocínio matemático falharam em ser
entendidas, e grande parte da antiga
doutrina mística dessa filosofia numérica
lho contribuiu. O antigo uso da matemática
como símbolo da doutrina esotérica pode
ser encontrado no Egito, onde se originou
com os gregos, e também é exportado
para o mundo moderno. Embora não
tenhamos, infelizmente, nenhuma

102
evidência conclusiva de como o povo
misterioso do Egito usou suas figuras,
parece que seu sistema matemático fazia
parte do dogma dessas leis, dizia Platão,
que já existia há dez mil anos, e contínuo.
Assevera o Sr. Dupuis23:

"The word God seems intended to express the


idea of a power universal and eternally active,
which gives impulse to the movements of all
Nature, following the laws of a harmony alike
constant and wonderful, and developing itself in
various forms, which organized matter can take,
which blends itself with and animates everything
and which seems to constitute One, and only to
belong to itself, in its infinite variety of
modifications. Such is the vital force, which
comprehends in itself the Universe, or that
systematic combination of all the bodies, which
one eternal chain binds amongst themselves and
which a perpetual movement rolls majestically
through the bosom of space and Time without
end. When man began with this reason upon the
causes of his existence and preservation, also
upon those of the multiplied effects, which are
born and die around him, where else but in this
23
“Universal Religion”, vol. 1, pp. 15-16

103
vast and admirable Whole could he have placed at
first that sovereignly powerful cause, which brings
forth everything, and in the bosom of which all
reenters, in order to issue again by a succession
of new generations and under different forms.
This power being that of the World itself, it was
therefore the World, which was considered as
God, or as the supreme and universal cause of all
the effects produced by it, of which mankind
forms a part. This is that great God, the first or
rather the only God, who has manifested himself
to man through the veil of the matter which he
animates and which forms the immensity of the
Deity. This is also the sense of that sublime
inscription of the temple of Sais: lam all that has
been, all that is, and all that shall be, and no
mortal has lifted yet the veil, that covers me.
Although this God was everywhere and was all,
which bears a character of grandeur and
perpetuity in this eternal World, yet did man
prefer to look for him in those elevated regions,
where that mighty and radiant luminary seems to
travel through space, overflowing the Universe
with the waves of its light, and through which the
most beautiful as well as the most beneficent
action of the Deity is enacted on Earth. It would
seem as if the Almighty had established his throne
above that splendid azure vault, sown with
brilliant lights, that from the summit of the

104
heavens he held the reins of the World, that he
directed the movements of its vast body, and
contemplated himself in forms as varied as they
are admirable, wherein he modifies himself
incessantly. "The World, says Pliny, or what "we
otherwise call Heaven, in which comprises in its
immensity the "whole creation, is an eternal, an
infinite God, which has never been "created, and
which shall never come to an end. To look for
something else beyond it, is useless labor for
man, and out of his reach." Behold that truly
sacred Being, eternal and immense, in which
eludes within itself everything ; it is All in All, or
rather itself is All. It is the work of Nature, and
itself is Nature." Thus spoke the greatest
philosopher as well as the wisest of ancient
naturalists. He believed that the World and
Heaven ought to be called the supreme cause and
God. According to his theory, the World is
eternally working within itself and upon itself, it is
at the same time the maker and the work. It is the
universal cause of all the effects, which it
contains. Nothing exists outside of it, it is ail that
has been, all that is, and all that shall be, in other
words: Nature itself or God, because by the name
of God we mean the eternal infinite and sacred
Being, which as cause, contains within itself all
that is produced.".

105
Poucas pessoas apreciam esse princípio
perdido - arte, isto é, trabalho figurativo.
Para nós, agora eles não têm nada a
esconder, esse exercício tradicionalmente
saiu de moda e o sinal, como uma maneira
de entrujar mais do que deveria ser
explicado, está envelhecendo lentamente.
Nas mãos de um velho padre, ou artista,
por outro lado, o sinal era um véu de
ocultação, bonito ou grotesco, por assim
dizer. Um provérbio ou parábola, em suas
mãos, mostrava em segredo a verdade
oculta, por meio de ficção mais ou menos
visível; mas aconteceu que uma falsidade
e um ludíbrio acima dela acreditavam na
ignorância em todas as suas verdades, ao
invés de serem conhecidas, como os
únicos sinais na descrição original. Toda
teologia é inventada dessa maneira, e suas
duas palavras devem ser lidas com duas
ideias. Assim, quando lemos nas Escrituras
da Igreja, ou nas parábolas sagradas,
mitos que mostram mais do que o
extraordinário poder da beleza, podemos
ter certeza de que nossos pensamentos

106
são levados em consideração em
particular. Quando os milagres estão
relacionados aos deuses, ou quando são
milagrosamente retratados, o seu autor
nos dá uma compreensão de que algo
especial está sendo oferecido. Quando
interpretados como bestas estranhas e
inconfundíveis, como Behemoth e Leviatã,
o unicórnio ou a fênix, pretende-se que
procuremos minuciosamente seu
significado: pois em alguma arte, os
antigos ao mesmo tempo escondiam e
revelavam seus segredos ocultos. As
evidências geométricas ajudaram os
arqueólogos a integrar a confidencialidade
em seus trabalhos e deram aos
construtores uma maneira de usar o
sistema numérico da igreja, de acordo com
Platão, que refletia a estrutura legal no
Egito. Muitos dos símbolos dessa
geometria simbólica sobrevivem ao arco
da Maçonaria. Muitos dos segredos
práticos dos construtores antigos
construíram a catedral de acordo com os
mistérios da igreja, foram destruídos junto

107
com os artefatos antigos, que precederam
o estabelecimento do edifício moderno.
Mesmo assim, possuir um ainda está fora
do alcance das pessoas comuns. Todos os
escritores antigos sobre arquitetura, bem
como os maçons, insistem que a geometria
é a base de sua arte, mas seus pontos de
vista sobre sua implementação não são tão
claros, de modo que ninguém no passado
foi capaz de explicar como era usado.

Seção XII

A Arte Perdida da Manifestação Oculta das


Coisas

A miríada encontrada dos pontos de vista


cabalistas – confessa-se – instruídos pelos
vãos e amadores estudantes esotéricos da
Cabala, que sequer possuem consistência
na própria adquisição dos ensinamentos,
deverá ser assaz vária e ambivalente nas
inferências sintéticas daí postuladas. A
verdadeira marca do Zohar reside,
108
incondicionalmente, nos amplos ditames
da preciosa ciência exata neste ensaiados.
Filalethes, Thomas Browne, Robert Fludd,
Arthur Dee, Della Porta, Paracelso,
Agrippa, Reuchlin, Trithemius e &c. viam o
uníssono da Cabala com a tradição original
do Judaísmo como um verdadeiro poço de
Sabedoria Oculta e Universal; jurava-se,
doravante, que sob esta fonte que poder-
se-ia guardar o conhecimento secreto
acerca dos mistérios da Natureza e
relevantes inclinações metafísicas e
divinas. O Zohar consiste, basicamente,
em apresentar-nos um compêndio
vastíssimo de léxico esotérico sinonímico
relativo a todos os arcanos dos evangelhos
cristãos; enquanto isso, o Sepher Yetzirah
é a luz que brilha em todas as trevas e o
recipiente das chaves para abrir todos os
segredos da ordenação e do pensamento
cósmicos. Tal linguagem mística, tão-
somente contemptada pelos renomados
ocultistas do Século das Luzes, era
copiosamente empregada pelos
alquimistas, para protegerem-se das

109
ameaças da Inquisição, distinta, por
conseguinte, do idioma iniciático dos
Adeptos pagãos, o qual os alquimistas
traduziram novamente e revelaram da
mesma forma. Em outras vias de
explicação deste mesmo númeno, v.g.,
temos a fabricação de um copo de vidro
que foi trazido por um exilado a Roma
durante o reinado de Tibério, - um copo o
qual, segundo os mais célebres
historiadores, "foi atirado sobre a calçada
de mármore e não foi esmagado nem
quebrado pela queda" e que, de fato, era
facilmente moldado novamente com um
martelo, é um evento histórico. Caso se
duvide agora, é apenas porque os homens
da modernidade da Quarta Revolução
Industrial não conseguem, em hipótese
alguma, reproduzir semelhante prodígio
preternatural. E, sem embargo, em
Samarcanda e em algumas abadias do
Tibete, tais xícaras e utensílios de vidro
podem ser encontrados até hoje; antes, há
pessoas que afirmam que podem fazer o

110
mesmo em virtude de seu conhecimento
do alkahest - o solvente universal.

Os antigos, bem como os homens


modernos, possuíam uma forma peculiar
de desejar bem-aventurança a outrem,
imprimindo, pois, o conceito de perpetuam
felititatem; sem embargo disso, os
festivais cristãos que temos hoje são, na
verdade, azougadas cópias das
celebrações pagãs orgíacas e idólatras. No-
las afirma Sr. Fauchet24:

"Taint de fiance auoyent auex lieux Saincts les


gens de ce temps la, & ne pouuoient ſitoſt oublier
le ſoulagement qui leur ſembloit venir des oracles
des Dieux, pour la conſolation des affligez, ou
l'aſſeurance des entrepreneurs de quelque grand
affaire: ce qui teſmoigne en partie , comme nos
premiers Chreſtiens approprioyent le Paganiſme
au Chriſtianiſme: car il eſt certain que les anciens
Payens ont vſé des ſorts tirez des liures d'Homere
& de Vir quand ils vouloyent ſçauoir les
choſesauenir : & un article du Concile d'Affrique,

24
“Les Antiquitez Gauloises et Françoises”, p. 225

111
deffendant les ſorts diuins, ſe peut entendre des
liures du nouveau Teſtament.".

Prossegue, no mesmo raciocínio, Polydore


Vergil25:

"For the xvij. yeare before the arrivall of the


Englishe Saxons, the Pelagien heresie as a
festering canker hadde crepte throwghe the
Ilonde, which bie tyrannie of the Romaine
Emperours was confirmed emonge Christians, to
the greate endamaginge of the true Christian
secte.".

O festival de Martinmas foi uma imitação


exata da festa dos romanos e os gregos
chamavam-no Pitegie, que significa a
abertura dos barris de vinho, que
atualmente é praticada pelos cristãos. Daí,
seguir-se-á a asserção de Barônio26:

25
“English History”, vol. I, p. 118
26
“Martyriologium Romanum”, p. 94

112
"In eodem sensu etiamaccipienda sunt verba
Tertulliani libro decoronamilicis, dumait:
Chrirtianum hominem milicia? Asscriptum eadem
pro Chrsti nomine (...) quar (inquit) fides Pagana
condixit : ac si dicerct: istiani hominis militantis
cum illa quod fuerat ibi prescripta; cum adhuc
Paganus nondum inter «(...) eßfet adniimeratus.
(...) Nec enim deliicorum impunitatem,
martyriorum immunitatem militia promittit. Et
paulé psft: Apud hunc (Chriftum feilicet) (...) miles
eft Paganus fidelis; quàm Paganus est miles infidel
is, &c. quz verba male à Rhenanoeí
Teinterpretata, quisque facile intelliget:
miramurque Pamelium virum eruditum eum (...)
secutummullo enim pació Paganus illic pro
Ethnico, sed pro eo tantum (...), quodautem
Pagani portea appellati sunt & huiusmodi non sunt
Chriftiani, sed Gentiles: non quidem antiqua, sed
recens fuit eayocis significatio: quar licet
reperiatur in eo sensu posita in nonnullis
vitisfanorum martyrum; tamen non ex illorum Aöis
olim conferiptis, fed ab iis qui poftmodum eadem
paraphrasticèdescripferunt (...) usurpatum scias,
utapparethicin Metrano, dequohac dieagiturin
Martyrologiis (...).".

Os alquimistas, sob alegoria simbólica, nos


ofereceram a chave para o entendimento

113
absoluto de seus escritos; todavia, os
mistérios lhe inerentes incrustaram-se em
enigmas ainda mais arrebatadores a
respeito do mesmo fenômeno. O Kahalak,
sob a influência da nada judiciosa
dogmatologia cristã, foi interpretado com
uma máscara teológica que distorceu
completamente seus autênticos
ensinamentos místicos; sob a cristologia
coagida, pois, é simples que qualquer
esotérico entre nossos modernos
propagadores do movimento da Nova Era e
do espiritismo renovado à luz da
consciensciologia, interprete esta
gnosiologia arcana à sua maneira. O
dogma cristão místico é o turbilhão central
que envolve todos os antigos símbolos
pagãos; o gênero de cristianismo que se
opõe com veemência aos trabalhos
iniciáticos do primitivo gnosticismo é a
nova réplica do alambique alquimista;
consequentemente, toda aquela
representação da poderosa barba do
Macroprosopos menciona, na verdade,
somente a carreira terrenal de Jesus Cristo,

114
não a sua ascensa ou espiritual; assim, far-
se-á notável que a Cabala mística é o
suporte substancial dos arcanos da
Maçonaria. Contudo, o sistema maçônico
hodierno é um reflexo sombrio e aviltado
da Maçonaria Oculta primitiva, i.e., os
ensinamentos daqueles maçons que
restauraram em plenitude os mistérios dos
templos de iniciação antediluvianos e pré-
históricos. Outrossim, voltando à questão
da Cabala, os legítimos Adeptos ratificam
que a linguagem cabalística instrui ao
estudante, verdades universais – e não um
dogma religioso repleto de proselitismo e
catequização forçada, como no caso do
cristianismo atual.

Seção XIII

Do Poder Esotérico da Manifestação Oculta


da Sabedoria

115
Os sete princípios correlatos aos Lhas 27 são
expressos mediante ao Vahan (ou o
veículo de manifestação pelo qual o seu
símbolo de poder é direcionado), que se
congrui com o cativante esplendor da
mensagem do Ciclo Eterno e da Maior
Potencialidade (universalmente
considerada), sobre cuja projeção,
discorremos, pois, a sua composição
enquanto integrante supremo do Ab-Soo,
viz., o espaço gerador e configurador da
natureza total das coisas; é, portanto,
verdadeiramente conduzida, a fonte das
características primitivas do fogoso
torvelino do Dzyu. Este mesmo (Dzyu), por
sua vez, é o conhecimento mágico
onisciente no qual são designados os
aspectos imutáveis e irrefragáveis das
causas primaciais e da própria Sabedoria
Oculta; seu oposto, diríamos, é Dzyu-mi,
em que a ilusão das aparências e das
ilusões sensórias, relacionadas ao
estabelecimento corpuscular e material de
Karabtanos, i.e., o oposto de Cabar Zio

27
Vede Cap. II.

116
(sob fundamento da terminologia gnóstica,
ut ita dicam), é contraída de maneira
integralmente profusa e mui bem ubíqua.
Destarte, nos convém assegurar que,
esotericamente, o estímulo sumo do
Amithaba, sob as circunstâncias até agora
descritas, é o próprio Dzyu, em oposição
vencedora ao Dzyu-mi; deste valioso e
lindíssimo processo, forma-se o que
denominamos de Dhyani-Bodhisattva. No-
lo confirma Sr. Rhys Davids, em uma de
suas conferências28:

"To have acquired, as an habitual frame of mind,


the eight positive characteristics laid down in the
Noble Path, to have got rid of the ten failings
specified in the list of the Fetters, constitutes
Arahatship, the Buddhist ideal of life. Directly or
indirectly this is the one subject of the earliest
Buddhist books. The most eloquent passages lead
up to it ; the longest (and to us, sometimes I am
afraid, the most tedious) deal with the details of
it. One might fill pages with the awe-struck and
ecstatic praise lavished in the writings of the
early Buddhists, men or women, who had reached
28
“Buddhism: its History and Literature”, pp. 151-152

117
this state, upon the glorious bliss and peace of the
mental condition it involved. They had endless
love names for it, each based on one of the
phases of the many-sided whole. It is
Emancipation, the Island of refuge, the End of
craving, the State of purity, the Supreme, the
Transcendent, the Uncreate, the Tranquil, the
Unchanging, the Going-out, the Unshaken, the
Imperishable, the Ambrosia, and so on, in almost
endless variety. One of the epithets is very
familiar to us in the West; being indeed much
more exclusively used by European, than by
Buddhist writers, as a name for the Buddhist
ideal. This epithet is Nirvana, "the going out";
that is to say, the going out, in the heart, of the
three fires of lust, ill-will, and dulness. It is very
characteristic that the going out of dulness should
be part of the Buddhist salvation.

But our hour has come to its close. We have no


time left in which to discuss the exact force of
each of these epithets, or to attempt, further than
has already been possible, to describe the Arahat.
We shall have to return to the subject in the next
lecture. It must suffice to remind you here that so
predominant is this subject in the Buddhist Pitakas
that it is not too much to say that Arahatship is
Buddhism.".

118
E, igualmente fá-lo, Sr. Wassiljew29:

"Dem Buddha sind zwei Arten des Nirvana


eigenthümlich, die einen Rest übrig lassende und
die keinen Rest lassende. Die erstere besteht nur
in dem Abwerfen der Eitel keiten ; die zweite ist
eine vollständige Beendigung des Verlaufs der
Skandha's; — im erstern bleiben, wenn gleich die
Eitelkeiten erstickt sind , doch noch angewohnte
Irrthümer (...), wovonnichts im zweiten bleibt; die
Beendigung der Skandha's entsteht im (Gewinn
des) Dharmadhätu — wo alles Innere und
Aeussere vernichtet wird, der Begriff des Ich und
Mein ver schwindet — und der Dharmakäja
erlangt wird.".

O símbolo emblemático de poder de MAN,


i.e., espírito, alma e corpo, é o círculo de
transformação espontânea de ambas as
dimensões consciências agrupadas em
suas propriedades idiossincráticas
peculiares sob seu próprio direcionamento
elohístico. O Zeroana Arkene (ou o Ain
Soph cabalista) é Echod, Eka, Ahu, viz., a
29
“Buddhismus”, pp. 364-365

119
unidade, o todo, as brilhantes criação e
evolução da própria configuração absoluta
da natureza universal, projetada, pois, pelo
Mahasiddhi da entidade divina esotérica e
íntima30. O Jah-Hova, "masculino-feminino"
é a consagração metafísica dos Dhyani-
Buddhas, hermética e plenamente
manifestados no Homem Desperto,
objetivo nuclear das nossas experiências
metempsicóticas (ou ressoma, consoante
Sr. Vieira afirmava em sua "Projeciologia").
Abordando a questão outrora comentada
num substrato numerológico-matemático,
dever-vos-ei dizer que, deveras, os
30
A ideia cabalística é idêntica ao esoterismo do
período arcaico. Não pode ser reivindicado pelos
turanianos, nem por nenhuma das sete divisões da
Quinta Raça Raiz, que pertence realmente à Terceira e
Quarta Raças Raízes, cuja descendência mais fida
encontramos no período seminal dos arianos. O
Círculo, para com todas as nações, representava o
símbolo do Desconhecido - o traje abstrato de um
espaço ilimitado sempre presente - a Deidade
Incognoscível. É a eternidade exprimida em
integridade e lhana permissão. O supracitado Zeroana
Akerne, conseguintemente, é o "Círculo Sem
Fronteiras do Misterioso e Ignoto Tempo", do qual o
Círculo emite a luz radiante - o Sol Universal, ou
Ormazd, conforme os mazdeanos falaram - e este é
idêntico a Cronos em sua forma eólia.

120
números 3, 5 e 7 são proeminentes na
maçonaria especulativa. Existem, com
efeito, as etapas 3, 5 e 7 para mostrar uma
caminhada circular. As três faces de 3, 3;
5, 3; e 7, 3... Às vezes, isso ocorre desta
forma - 753/2 = 376,5 e 7635/2 = 3817,5 e
a proporção de 20612/6561 pés para
medida de côvado fornece as medidas da
Grande Pirâmide. Três, cinco e sete são
números místicos, e o último e as
primeiras são tão grandemente honradas
pelos maçons quanto pelos parses - o
triângulo é um símbolo da Deidade em
todas as culturas humanas. É o 7, no
entanto, que teve origem no dos
pagãos, do ocultismo e das simbologia
arcaicas. Os três passos relacionam-se
metafisicamente com a descida do Espírito
na matéria, o Logos caindo como um raio
no Espírito, depois na Alma e, finalmente,
na forma física humana do homem, na
qual ela se torna finalmente a Força Vital
ou a Vida sistematizada em completude.

121
*

122
CAPÍTULO 4
DA INFLUÊNCIA DA ALMA INFORME E
UNIVERSAL DO CONHECIEMNTO
ARCANO NO HOMEM E DO
CORONAVÍRUS E O VÉU DA ILUSÃO
POR DETRÁS DELE

Seção XIV

Da Polaridade e do Advento Divino


Apoteótico

Vishnu era louvado, mormente, pelo seu


Zero-Ana, cujo simbolismo jamais poderia
123
ser tão-somente explanado ou evidenciado
sobre a gloriosa natureza da Deidade,
tendo em mente em que a circunferência
ilimitada possui um ponto central que se
associa com as regiões consideradas
"vórtices de energia do universo". A
Deidade invisível é a unidade sintética da
sabedoria suprema dos setes Rishis, ou
Dhyan-Chohans; daí, segue-se a lei
dhármica do Homem. A matriz dos chakras
trans-himalaia é representada por / /
; portanto, temos a revelação suprema,
em que os numerais 13514 e o seu
respectivo anagrama 31415 estão
designados, que é . Eis, então, o
significado oculto de Dhyani-Budas, dos
Gebers, dos Geborim, dos Kabeiri e dos
Elohim, todos significando "grandes
homens", "Titãs ", "Homens Celestiais "e,
na Terra," os "gigantes".

Contanto que combinemos esta questão


com a de antanho tratada, falemos que lei
do movimento vortical na matéria
primordial é uma das mais antigas

124
concepções da filosofia grega, cujos
primeiros sábios históricos foram todos os
iniciados nos mistérios. Os gregos o tinham
dos egípcios e o último dos caldeus, que
haviam sido os alunos dos brâmanes da
escola esotérica. Leucipo e Demócrito de
Abdera - o aluno dos Magos – ensinaram
que esse movimento giratório dos átomos
e esferas surgiu da eternidade. Hicetas,
Heráclides, Ecfanto, Pitágoras e todos os
seus alunos ensinaram a rotação da terra;
e Aryabhata da Índia, Aristarco, Seleuco e
Arquimedes calcularam sua revolução tão
cientificamente quanto os astrônomos
agora. Todo esse conhecimento, se a
justiça for feita apenas a ele, é o eco da
doutrina arcaica, a tentativa de explicar o
que está sendo feito agora. Como os
homens dos últimos séculos chegaram às
mesmas ideias e conclusões que foram
ensinadas no segredo da Adyta dezenas de
milênios atrás, é uma questão tratada
separadamente. O progresso natural da
ciência física e observação independente;
outros - como Copérnico, Swedenborg e

125
alguns outros - apesar de seu grande
aprendizado, devido ao seu conhecimento
muito mais intuitivo do que as ideias
adquiridas, desenvolvidas da maneira
usual por um curso de estudo.

Contudo, ainda, sabemos que pode ser


difícil para a mente moderna conceber a
prioridade primitiva (pois é que em vez de
supremacia no sentido de Bachofen) da
Mulher; a prioridade da filiação à
instituição da paternidade; do sobrinho
para o filho do pai; e dos tipos de
pensamento, as leis e cerimônias deixadas
como depósito de tais primitivos costumes.
Tais fatos, e outros igualmente
importantes, são refletidos no espelho da
mitologia. A geratriz como Ta-Urt (Typhon)
é designada a “Mãe do começo”, “Mãe das
revoluções ”(ciclos do tempo),“Mãe dos
campos do céu " e a "Mãe dos deuses e
dos homens". A prioridade da geratriz
como produtora típica foi claramente
demonstrada por Tesas-Neith, a Grande
Mãe, em Sais. Após essa enunciação da
prioridade feminina, descobrimos que Seb,
126
o pai dos deuses, também é designado o
"mais novo dos deuses".

Os deuses anteriores, Sut (ou Sevekh),


Shu, Isso e o primeiro Hórus, eram filhos
da mãe sozinhos. Eles foram criados antes
de qualquer pai no céu, não havendo
paternidade ainda individualizada na terra.
Tanto na terra como no céu, o pai foi
precedido pelos anciãos e pais totêmicos,
os míticos Pitris. O espelho kemitológico –
se nos permitem o neologismo – nos
mostra que, quando a paternidade se
tornou individualizada na família humana,
ela foi primeiro refletida por Seb como
Deus. Seb, o Deus da terra e do tempo
planetário, que seguiu os deuses estelares
anteriores, divindades da lua e
elementares, foi então denominado "Pai
dos Deuses". Quando a paternidade foi
individualizada, foi aplicada
retrospectivamente, o que muitas vezes dá
uma aparência falsa de início e descida do
pai no lugar da mãe. Mas a mitologia
começa com o cálculo da fêmea, como no
sistema totêmico da mais antiga raça.
127
Embora os hotentotes tenham alcançado a
paternidade individualizada e elevado o
pai divino dos próprios pais para o lugar
supremo, mas suas línguas mostram que a
raça, clã ou tribo sempre foi chamada após
a mãe, nunca depois do pai. Assim, os
Namas, Amas, Khaxas, e Gaminus têm
todo e qualquer terminal feminino como
sua denominação. O viés na linha
feminina foi universal nos primeiros
tempos e a condição mais arcaica da
sociedade; os gens ou parentes sendo
compostos de um ancestral feminino e
seus filhos. A paternidade é desconhecida
do grupo primário, e esse status da família
humana originou a figura da Grande Mãe e
seus filhos nos céus. Também em certos
relatos chineses dos fundadores de
dinastias nos tempos mais antigos, muito
antes de 2000 a.C., eles eram
invariavelmente nascido do pai. Uma
empregada, ou a Mãe Virgem, sonhou que
ela abraçou o sol. Outro sonho que de
repente ela sentiu um vento forte na forma
de um ovo. Então a Virgem Mãe, tipificada

128
pelo abutre, Mu (Lemúria; por exemplo), é
impregnada pela vento sozinho sem o
macho. A tradição dizia que o primeiro rei
do norte de Gaoli tinha uma escrava criada
que estava grávida. O rei desejou a morte
do menino que nasceu, mas a mãe disse
que ela o havia concebido por uma
influência que veio sobre ela, e que ela
sentia como o ar, como se estivesse na
forma de um ovo.

E, decerto, a missão de Jesus não poderia


ter mais bem sido sucedida tirante o fato
de que no Oriente, o mundo já estava em
constantes fluxos de ascensão ou declínio.
Entretanto, no século VI d.C., surge, então,
o profeta Maomé, trazendo um bocado
profuso de paz para os elementos
dissonantes de sua época; não obstante os
seus augúrios sagrados, Maomé era tão
suscetível ao fracasso quanto os homens
comuns. A supressão de certos equívocos
de conduta na mente dos primeiros quatro
califas, &c., se as histórias introduzidas no
segundo Alcorão foram empregadas para
atenuar algum vitupério sarraceno sob o
129
exemplo maometano, deve ter tido algum
interesse na personagem reportada do
próprio Maomé. Caso atribuamos o
segundo Alcorão a alteração aspectual
parcial de Maomé, ou a quizília dos
sarracenos posteriores, para justificar a
conquista do mundo, conseguintemente,
pode ser que, em nacadas, houve um
estado de paz e segurança relativo das
nações sobre o governo maometano. Não
obstante, nos parece, mesmo assim, que
as terras pagas de Asthera e Zacal ao
califa, que era o único proprietário do solo,
bem como Júlio César na sua ditadura e o
pontífice egípcio na época faraônica. Com
a questão relgiosa associada, no-la
convenciona Sr. Ockley31:

"Ziyad an swered angrily, that he knew he was


indisposed as to his Religion, Heart and
Understanding, adding with an Oath that if he
dared to raise any Commotion, he should have an
Eye over him. Another time when Ziyad was
making a Speech to the People, he stood so long

31
“History of Saracens”, vol. II, pp. 104-105

130
that the Hour of Prayer was come. Hejer, who was
the strictest Man alive in all things belonging to
the exercise of his Religion, cryed out Salat, to
Prayers: Ziyad took no notice of it, but still went
on with his Discourse. Hejer, searing lest; the time
should be past, began the Prayers in the
Congregation himself, upon which Ziyad was
forced to break off, and come down and joyn with
them. This Affront he never for gave, looking upon
it as a great Diminution of his Character, but
wrote a long Letter to Moawiyah, aggravating the
Matter, and desiring that he might put him in
Irons, and fend him to him. This last Time Ziyad
was forced to take a Journey on purpose from
Basorah to Cufah, upon Information that Hejer and
the Company had refused to acknowledge his
Lieutenant there, and used to throw Dust at him
when he was in his Pulpit. This obliged Ziyad to
come back. (...) He should make but a very
insignificant Figure in his Post if he suffered his
Authority to be thus set at nought and trampled
upon, without making an Example of Hejer.".

Seção XV

131
Comentários Ocultistas sobre o
Coronavírus

Sem embargo, voltemos a uma questão


mui atual, que é a do coronavírus.
Expliquemo-la sob os aspectos esotéricos e
exotéricos. Sabemos que, como adrede a
miúdo divulgado, que, na China (janeiro de
2020), surgira um vírus desconhecido que
afeta as vias aéreas e já causara a morte
de 9 pessoas no início de janeiro. Como se
sabe, nos últimos meses, o mundo entrou
gradualmente em um estado de grande
preocupação em relação a um coronavírus
que surgiu em um mercado de frutos do
mar na cidade chinesa de Wuhan, no
centro do país, no início do ano. Na tenra
altura, ele já se espalhara para diferentes
partes do planeta, incluindo países
vizinhos, como Japão e Tailândia, e outros
um pouco mais distantes, como Estados
Unidos e México. Os coronavírus são, de
fato, "velhos conhecidos da humanidade".
Nas suas diferentes variantes, são vírus

132
caracterizados por afetar o trato
respiratório do ser humano, causando de
um resfriado simples a doenças mais
graves, como a síndrome respiratória
aguda grave, SARS, que em 2002 também
tinha a humanidade no limite. Nesse caso,
no entanto, uma vez que é um tipo
completamente novo de coronavírus, até
agora não há maneiras eficazes de
combatê-lo. Em vista de sua novidade, os
efeitos desse coronavírus não puderam ser
totalmente definidos, porque enquanto
algumas pessoas infectadas ficaram
gravemente doentes, em outras, os efeitos
foram menores. Nos piores casos, tudo
indica que, após a infecção, o vírus causa
pneumonia capaz de levar à morte.
Conforme relatado pelo jornal inglês The
Guardian, um modelo preditivo
desenvolvido por especialistas da
Organização Mundial da Saúde (OMS) que
trabalham no Imperial College London
sugeriu, que na primeira transmissão
epidêmica em janeiro de 2020, pudesse
haver cerca de quatro mil pessoas

133
infectadas com o coronavírus, cálculo cujas
margens estão entre mil e nove mil e
setecentos. Em suma, a questão que os
especialistas em saúde global têm a esse
respeito é quantas pessoas infectadas
podem acabar no hospital, já que em casos
anteriores foi observado que os vírus que
se espalham facilmente tendem a ter um
impacto reduzido nas grandes populações.
Da mesma forma, os especialistas temiam
um surto exponencial da doença, agora
que na China as festas são comemoradas
pelo ano novo lunar (a partir de 24 de
janeiro), datas em que a população
geralmente aproveita para sair de férias. O
sistema de classificação que roubou-lha é
conhecido como Código de Saúde e pode
ser acessado através do aplicativo de
pagamento Alipay. Foi desenvolvido pela
Ant Financial, afiliada da gigante do
comércio eletrônico Alibaba, e pelas
autoridades locais de Hangzhou, lar de
muitas das maiores empresas de
tecnologia da China. (O Alibaba também
possui o Inkstone.) O código de cores é o

134
resultado de uma análise automatizada
que usa o que as autoridades chinesas
chamam de "big data" para identificar
possíveis portadores do coronavírus
enquanto o país volta ao trabalho. A mídia
estatal oficial chinesa informou que o
sistema cobre três províncias: Zhejiang,
Sichuan, Hainan, e o município de
Chongqing, com uma população total de
quase 180 milhões, e em breve cobrirá
todo o país. Em Hangzhou, onde o sistema
foi lançado pela primeira vez, o vice-chefe
do Partido Comunista da cidade, Zhang
Zhongcan, disse que o software leva em
consideração o estado de saúde
autodeclarado, o histórico de viagens e as
pessoas com quem mantiveram contato
próximo. Na China, as autoridades podem
coletar dados massivos por meio de sua
extensa rede de vigilância, que inclui
câmeras de segurança onipresentes,
registro de nome real para usuários da
Internet e passageiros de trem e exames
faciais nos balcões de checagem do hotel.
O governo chinês já havia elogiado o uso

135
de "big data", incluindo suas aplicações
médicas, como uma ferramenta crucial
para ajudá-lo a governar melhor. Durante a
crise, as autoridades usaram dados para
rastrear onde estiveram os pacientes
infectados, identificar seus contatos
próximos e procurar pessoas que saíram
do epicentro do surto. Os escolhidos pelo
software são então repassados para uma
rede de vigilância e fiscalização – milhões
de trabalhadores comunitários que os
colocam em quarentena, verificam a
temperatura do corpo todos os dias e, em
casos extremos, usam correntes de metal
para trancá-las em casa. Em 16 de
fevereiro, um funcionário de Hangzhou
reconheceu em uma entrevista coletiva as
críticas ao sistema de códigos de saúde
daqueles que contestavam suas
classificações. Ele disse que o governo
enviou trabalhadores para verificar os
dados, acrescentando que o algoritmo
seria modificado para aumentar a
precisão. Apesar das falhas, as autoridades
já estão se gabando da contribuição de

136
seus "abundantes recursos de dados" para
conter a epidemia, que já infectou mais de
75.000 e matou pelo menos 2.239 na
China (fevereiro de 2020). Eis uma grande
história... Como os especialistas contam a
história da origem da pandemia chinesa? A
história é sempre importante. Os
profissionais médicos devem fazer com
que pareça credível. Se tem grandes
falhas, é como se um mágico de palco
estragasse um truque à vista de todos.
Como ele está vendo uma mulher em uma
caixa ao meio, todo mundo a vê escapar
da parte de trás da caixa. É o que
acontece no caso da chamada epidemia na
China. Segundo agências de saúde pública
chinesas e internacionais, a epidemia
começou em Wuhan, em um hospital, com
um único paciente com pneumonia. Os
médicos não conseguiram encontrar a
causa. Os pesquisadores logo descobriram
o coronavírus nunca antes visto no
paciente.

As Novas Rotas da Seda - ou Iniciativa do


Cinturão e Rota (BRI) - foram lançadas pelo
137
Presidente Xi Jinping em 2013, primeiro na
Ásia Central (Nur-Sultan) e depois no
Sudeste Asiático (Jacarta). Um ano depois,
a economia chinesa ultrapassou os EUA
em uma base de PPP. Inexoravelmente,
ano após ano desde o início do milênio, a
participação dos EUA na economia global
diminui enquanto a China aumenta. A
China já é o principal centro da economia
global e o principal parceiro comercial de
quase 130 países. Enquanto a economia
dos EUA está esvaziada e o financiamento
do governo dos Estados Unidos – mercados
de recompra e tudo – parece um pesadelo
distópico, o estado da civilização avança
em inúmeras áreas de pesquisa
tecnológica, principalmente por causa do
Made in China 2025. A China supera em
grande parte os EUA em pedidos de
patentes e produz pelo menos 8 vezes
mais graduados em STEM por ano do que
os EUA, ganhando o status de principal
colaborador da ciência global. Uma vasta
gama de nações do Sul Global assinou
parte do BRI, que está planejado para ser

138
concluído em 2049. Somente no ano
passado, as empresas chinesas assinaram
contratos no valor de até US $ 128 bilhões
em projetos de infraestrutura em grande
escala em dezenas de países. O único
concorrente econômico dos EUA está
ocupado reconectando a maior parte do
mundo a uma versão totalmente em rede
do século 21 de um sistema comercial que
estava no auge por mais de um milênio: as
Rotas da Seda da Eurásia.
Inevitavelmente, esse estado de coisas é
algo que setores entrelaçados da classe
dominante dos EUA simplesmente não
aceitariam.

Aparentemente, o coronavírus é uma arma


biológica dos sonhos para aqueles que se
fixam em causar estragos por toda a China
e orar por mudanças de regime. No
entanto, é mui complicado... Este relatório
é um esforço decente tentando rastrear as
origens do coronavírus. Agora compara-as
com as ideias do Dr. Francis Boyle,
professor de direito internacional da
Universidade de Illinois e autor, entre
139
outros, de guerra biológica e terrorismo.
Ele é o homem que redigiu a Lei
Antiterrorista de Armas Biológicas dos EUA
(BWATA) de 1989, assinada por George
H.W. Bush. Boyle está convencido de que o
coronavírus é uma "arma de guerra
biológica ofensiva" que saiu do laboratório
Wuhan BSL-4, embora ele "não esteja
dizendo que foi feito deliberadamente".

Dr. Boyle acrescenta:

"Todos esses laboratórios de BSL-4 dos Estados


Unidos, Europa, Rússia, China, Israel estão todos
lá para pesquisar, desenvolver, testar agentes de
guerra biológica. Não há realmente nenhuma
razão científica legítima para ter laboratórios de
BSL-4.".

Sua própria pesquisa levou a enormes US


$ 100 bilhões, até 2015, gastos pelo
governo dos Estados Unidos em pesquisa
de guerra biológica:

140
"Temos mais de 13.000 supostos cientistas das
ciências da vida... testando armas biológicas aqui
nos Estados Unidos. Na verdade, isso remonta e
precede o 11 de setembro.".

O Dr. Boyle acusa diretamente:

"O governo chinês sob Xi e seus camaradas"


encobriram "desde o início. O primeiro caso
relatado foi em 1º de dezembro, então eles
ficaram nisso até não poderem mais. E tudo o que
estão dizendo para ti é uma mentira. É
propaganda.".

Fort Detrick, agora um laboratório


avançado de bio-guerra, era anteriormente
um notório "experimento" de controle
mental da CIA. Baseando-se em décadas
de pesquisa em guerra biológica, o Deep
State dos EUA está totalmente
familiarizado com todos os tons de armas
biológicas. De Dresden, Hiroshima e
Nagasaki à Coréia, Vietnã e Fallujah, os

141
registros históricos mostram que o
governo dos Estados Unidos não pisca
quando se trata de lançar armas de
destruição em massa em civis inocentes.
Por sua vez, a Agência de Projetos de
Pesquisa Avançada em Defesa do
Pentágono (DARPA) gastou uma fortuna
pesquisando morcegos, coronavírus e
armas biológicas de edição de genes.

Agora, convenientemente - como se isso


fosse uma forma de intervenção divina - os
"aliados estratégicos" da DARPA foram
escolhidos para desenvolver uma vacina
genética. A Bíblia do neoconservadorismo
de 1996, o Projeto para um Novo Século
Americano (PNAC), declarou
inequivocamente:

"Formas avançadas de guerra biológica que


podem 'direcionar' genótipos específicos podem
transformar a guerra biológica do reino do terror
em uma ferramenta politicamente útil".

142
Não há dúvida de que o coronavírus, até
agora, tem sido uma ferramenta
politicamente útil, atingindo, com um
investimento mínimo, os alvos desejados
do poder global maximizado dos EUA –
mesmo que fugazmente, aprimorado por
uma ofensiva de propaganda ininterrupta –
e a China relativamente isolada com sua
economia semiparalisada.

O CDC estimou que até 42,9 milhões de


pessoas ficaram doentes durante a
temporada de gripe 2018-2019 nos EUA.
Nada menos que 647.000 pessoas foram
hospitalizadas. E 61.200 morreram... Este
relatório detalha a "guerra do povo" chinês
contra o coronavírus.

Os médicos não conseguiram encontrar


uma causa para a pneumonia do paciente.
Isso significa que eles não conseguiram
localizar as bactérias ou vírus comuns que
são considerados responsáveis pela
pneumonia. Eles estavam confusos. Foi
ensinado que a cidade de Wuhan é famosa
por nuvens de poluição pútridas. A

143
combinação sem precedentes de
compostos tóxicos no ar constitui um risco
claro e presente. No verão passado, houve
um grande protesto na cidade focado
nesse mesmo tema. Quando muitas
pessoas saem às ruas na China, tu sabes
que o problema é sério, porque o governo
brutal não é gentil com expressões
públicas de insatisfação. Então... Quem se
importa se os médicos de um hospital de
Wuhan não conseguem encontrar
bactérias ou vírus da família em um
paciente com pneumonia? Vê a
contaminação, quer uma causa de
problemas nos pulmões? Aí está. Em
outras palavras, por que esse paciente
seria um mistério? Por que os
pesquisadores procurariam um vírus que
ninguém jamais havia visto antes? Toda
essa história de origem é absurda. Vibra
com uma onda de falsidade. É como se os
trabalhadores de emergência estivessem
levando uma pessoa ao hospital após um
acidente de carro... E os médicos ficaram
perplexos porque não conseguiram

144
encontrar uma explicação bacteriana para
os ferimentos da pessoa.

Tem mais. Mui mais.

Os profissionais médicos tiveram que lidar


com a possibilidade de que esse "novo"
coronavírus não fosse novo. E se estivesse
no mundo há décadas ou séculos,
obviamente sem causar danos às pessoas?
Nesse caso, isso afundaria seu navio. Eles
não poderiam tê-lo. Eles não podiam
admitir, mas os profissionais teriam que
reivindicar o coronavírus "recém surgido"
em humanos pela primeira vez. Há alguns
meses, ele passou de animais (morcegos,
cobras) para humanos. E é exatamente
isso que eles estão dizendo. Sabemos que
o coronavírus saltou de animais para
humanos, pela primeira vez, entre 30 de
outubro e 29 de novembro de 2019.
Especialistas podem garantir que nunca
existiu em humanos até aquele período de
um mês. Ninguém pode realizar uma
análise tão precisa. Portanto, toda a sua
história da origem humana do coronavírus

145
oscila fora da faixa de credibilidade. Se
eles estão explodindo, cometendo ou
cometendo erros sérios ao reforçar sua
história... Não há razão para acreditar no
que dizem quando o coronavírus surge em
humanos. O coronavírus poderia ter
existido por um longo tempo em humanos,
sem causar nenhum dano ou dano. Toda a
"história de origem" da "pandemia de
coronavírus" está repleta de exageros e
invenções. Encontrar traços do vírus em
humanos e depois chamar essas pessoas
de "infectados" e "portadores" e
"espalhadores" e "casos epidêmicos" é
ridículo.

As causas podem facilmente vir de outras


fontes. Esse fato se aplica a qualquer
pessoa com qualquer grau de doença
chamado "um caso epidêmico".
Finalmente, lembra-te de que as pessoas
em todo o planeta têm agora os sintomas
chamados "epidemia na China": sintomas
comuns da gripe: febre, fraqueza, tosse,
dor de cabeça e problemas pulmonares.

146
Esses sintomas podem resultar de um
catálogo completo de várias razões,
nenhuma das quais precisa "da história do
coronavírus".

É tão fácil afirmar, sem evidências, que


alguém que tem esses sintomas e um
"teste positivo de vírus" é um "caso
confirmado de epidemia". É exatamente
assim que algumas das falsas epidemias
são sinteticamente ligadas e fabricadas...
Forma um "grupo" hipotético de pessoas
em lugares diferentes que apresentam
sintomas típicos da gripe. Afirma que todos
sofrem os efeitos diretos de um único
vírus. Implementa testes de diagnóstico
para detectar a presença do vírus, que, se
os testes funcionarem, simplesmente
estabelece que o vírus é encontrado no
corpo de algumas dessas pessoas. Em
suma, os testes dizem nada sobre o vírus a
causar danos à humanidade.

147
148
CAPÍTULO 5
DO SIGNIFICADO DOS FENÔMENOS
CONSTRATANTES À MATÉRIA OU AO
PRÓPRIO ESPÍRITO

Seção XVI

Do Bojo Cosmogônico

Alguns intérpretes de Timeu pensaram que


toda a chamada guerra dos atenienses
contra os atlantes era apenas um romance
filosófico sobre o desenrolar do caos. As
fábulas de Lockman e Esopo, juntamente
com os contos árabes são uma prova sem
resposta.
149
A cosmogonia fenícia de Sanchoniaton,
que, como Gênesis e como todas as
antigas teogonias, nos apresentam para o
desvelamento genuíno de Ghè, ou
Haschamain e Harets, o céu e a terra, e
que coloca em cena o sol e o tempo
personificados, contêm apenas a teoria
cosmogônica da natureza escrita no estilo
da história. Para que não o rompamos
como já observamos, é o objeto que o
Hierofante transforma em alegorias, nas
quais foram descritos os fenômenos da
Natureza e da Ordem Cósmica, e que se
refletia em orgias e iniciações. Os
hierofantes, procurando excitar o espanto
e a admiração dos mortais, transmitiram
fielmente essas coisas a seus sucessores e
aos iniciados, na própria obscuridade de
suas obras.

Toda teologia indiana é escrita


alegoricamente. Podemos ver suas fábulas
em Pareswati, Vishnu, Routren e Brouma, e
nos cinco primeiros poderes que os criou,
que se assemelham inteiramente aos cinco
elementos, que Manés supõe que o Deus
150
concernente à armadura do primeiro
homem, os Valentinianos e os Gnósticos,
expressaram nesse estilo as ideias mais
abstratas sobre a Divindade, como pode
ser visto em Irineu, Epifânio e Beausbore.
Daí o Propator, o Buthos, o Sige, sua
esposa; a partir de Nous e sua esposa
Aletheia, cortamos a continuação de Eons
e suas esposas, que apenas retratam os
atributos de sua essência. Assim, os
cristãos pessoalmente não confiaram no
Logos, no Spiritus e no princípio da
inteligência e da vida universal que
residem em Deus e que se comunica com
o mundo, pois sabemos que o veremos
mais adiante. Portanto, não devemos nos
surpreender ao encontrar o mesmo caráter
alegórico na cosmogonia dos hebreus,
povos vizinhos de Fenícia e Síria, onde
Sanchoniaton e Ferécides escreveram, e
cujo legislador é considerado mais ou
menos contemporâneo do primeiro desses
autores. Eles tinham dois escritos sobre
cosmogonia, como Moisés, e sobre os

151
primeiros princípios das coisas, no tempo,
no céu e na terra.

Não é o "reitor" ou o "marajá" que pune ou


recompensa, com ou sem a permissão ou
ordem de "Deus", mas o próprio homem -
seus atos ou karma, atraindo individual e
coletivamente (como no caso de nações
inteiras, às vezes), todos os tipos de males
e calamidades. Produzimos causas, e estas
despertam os poderes correspondentes no
mundo sideral; quais poderes são atraídos
magneticamente e irresistivelmente para -
e reagem - para aqueles que produziram
essas causas; se essas pessoas são
praticamente os bandidos, ou apenas
pensadores que estão meditando sobre o
mal. O pensamento é matéria, somos
ensinados pela ciência moderna; e "toda
partícula da matéria existente deve ser um
registro de tudo o que aconteceu", como
em seus "Princípios da Ciência", MM.
Jevons e Babbage contam ao leigo. A
ciência moderna é cada vez mais atraída
diariamente pelo turbilhão do ocultismo;
inconscientemente, sem dúvida, ainda
152
muito visivelmente. As duas principais
teorias da ciência - a relação entre mente
e matéria - são monismo e materialismo.
Esses dois cobrem todo o campo da
psicologia negativa, com exceção das
visões quase ocultas das escolas
panteístas alemãs.

Nos templos egípcios, segundo Clemente


de Alexandria, uma enorme cortina
separava o tabernáculo do local da
congregação. Os judeus tinham a mesma
coisa. Em ambos, a cortina foi desenhada
em cinco pilares (o Pentáculo),
simbolizando nossos cinco sentidos e
nossas cinco raças esotéricas, enquanto as
quatro cores da cortina representavam os
quatro pontos cardeais e os quatro
elementos terrestres. O cenário era um
símbolo alegórico. É através dos quatro
líderes seniores sobre os quatro pontos e
elementos que nossos cinco sentidos
podem tomar consciência das verdades
ocultas da natureza; e de modo algum,
como Clemente gostaria, que foram os
elementos em si que forneceram aos
153
gentios o conhecimento divino ou o
conhecimento de Deus. Enquanto o
emblema egípcio era espiritual, o dos
judeus era puramente materialista e, de
fato, respeitava apenas os elementos
cegos e os "pontos" imaginários. Pois qual
era o significado do tabernáculo quadrado
erigido por Moisés no deserto, se não
tivesse o mesmo significado cósmico? "Tu
vais pendurar ... Azul, roxo e escarlate" e
"cinco pilares de madeira de shittim para
pendurar ... Quatro anéis de latão nos
quatro cantos dela ... Pranchas de madeira
fina para os quatro lados, norte, sul, oeste
e leste ... do Tabernáculo ... com querubins
astutos.”. (Êxodo, cap. Xxvi., Xxvii.) O
Tabernáculo e o pátio quadrado, Querubins
e todos os eram exatamente iguais aos
dos templos egípcios. A forma quadrada do
Tabernáculo significava exatamente o
mesmo que ainda hoje significa na
adoração exotérica dos chineses e
tibetanos - os quatro pontos cardeais
significando o que significam os quatro

154
lados das pirâmides, os obeliscos e outras
ereções quadradas.

Seção XVII

Assuntos Variados

Os mistérios simplesmente ocorrem e


permanecem se a consciência não é
despertada para a revelação de sua
essência. O livro oculto de Siphra
Dtzenioutha diz que o equilíbrio significa a
ausência de semblante, isto é, de forma
incorporada e tangível; assim, é a própria
matéria. Deve-se ter agora em mente que
a palavra "‫( " ְּב ַׁשר‬basar) também denota
substância mundana ou carnal; contudo,
ela pode expressar e tornar
discernível algo de
hecceidade (sobretudo, ao corpo) também.
O Tikunei, uma grande obra cabalística,
declara que todo enigma intrigante a
respeito da existência deve ser revelado
não através do "‫( " ֶּגלֶה‬galah), mas do "‫"חָזּות‬
155
(chazoth). "‫ " ֶּגלֶה‬é a revelação obscura e
enigmática, enquanto o "‫ "חָזּות‬é a
verdadeiramente mística, esclarecedora e,
portanto, abundante e perspicaz. Sabemos
que Adam Kadmon é o homem perfeito, a
quadratura cósmica na qual a consciência
está sublimada e, portanto, conhece a
verdadeira designação e o magnífico
arbítrio da estrutura universal, seja no
corpo ou no espírito. O diálogo silencioso
de Adam Kadmon é dado por vibrações
sagradas e elevadas que oscilam por toda
a sua "imputação ressonante" em uníssono
com o seu princípio formador, que nós,
cabalistas, chamamos de " ‫( "ברית‬brit) com o
Criador ou o Todo-Poderoso. Esta palavra é
equivalente, por exemplo, a समाधि (samadhi)
em sânscrito e ἕνωσις (henosis) em grego. 

Os filósofos herméticos nos alertaram,


desde os tempos da Atlântida, que em
qualquer tipo de mito que trata do oculto,
sempre há algo abertamente real em seu
conteúdo. O Fedro de Platão afirma que
"tudo [de substância inteligível] está
incluído [com profusão] na sabedoria do
156
amor". O amor, portanto, é a chave para o
buscador da
verdade ser integralmente abrangido pela
revelação arcana do Kashf, como diriam os
sufis. Ibn Hayyam e Al-Tammani
invariavelmente nos concederam as
chaves transmutativas,
peremptoriamente selecionadas, para o
problema fundamental da vida, discutindo,
além disso, uma concisão do significado
dos ensinamentos dados em todas as
idades, principalmente os secretos ou
os κρυφή διδασκαλία, como os filósofos
gregos (sobretudo neoplatonistas e
pitagóricos) denonimavam. Diz o Kitab Al-
Kimya que "a transmutação mais poderosa
não está situada no aparato dos processos
alquímicos, seja no aludel ou no athanor e
em qualquer outro. É, no entanto,
localizada em nosso chamado mais interno
e quintessencial, ou aquele efetivamente
supremo, que fornece todas as operações
no realidade, isto é, é a inspiração para o
alquimista e a alquimia da providência
operativa (sobre as formidáveis pontes

157
místicas em todo o Cosmos e em todas as
raças nele residentes)”. O Kitāb Mafātīḥ al-
Ḥikma al-'Uẓmā define ensino secreto
como "a transmissão ilimitada geral do
conhecimento verdadeiro contido nos
limites particulares de todo ser
verdadeiro". Os livros religiosos do Egito
antigo, como, por exemplo, o Amduat,
o Livro dos Portões e o Livro das Cavernas,
dizem que a viagem circunjacente de Rá
na Terra é a mais impressionante
e amplo akhet (horizonte) do universal ba,
que fornece o funcionamento da anima
mundi na criação de organismos perfeitos,
precisos e infalíveis. O mito de Rá (ou
relato verdadeiro em forma mitológica)
pode explicar a teoria de Gaia ou da
grade de energia telúrica da Terra em
todos os sentidos. O mesmo mito pode
ratificar suas principais premissas na
tradição esotérica. 

Os homens da antiga raça eram


irrestritamente sábios e harmonizados com
sua essência espiritual. Estudando no
idioma original os códigos maias,
158
como Troano, Dresden, Madri, Grolien e os
encontrados e escavados em Uaxactún,
Quiché, Altun Ha, Cópan e etc., descobri
neles uma fonte avassaladora para a
história autêntica da humanidade e alguns
ensinamentos secretos remotos e
inestimáveis espaço-temporalmente dos
fundadores perdidos da civilização mundial
por terríveis cataclismos descritos em seu
sistema comunicativo simbólico. Na
medida em que são assustadoramente
desconcertantes para o estágio atual da
consciência humana, não expor-vos-ei
nada de fato (quer esta decisão
seja discutível, quer seja controversa) a
respeito de sua veraz composição; vossas
mentes sobejamente apegadas aos bens
materiais e à adoração profana de falsas
divindades não permitem uma
divulgação de um conhecimento tão
prodigioso. Não obstante, adotarei outro
método para contar suas instruções
ocultas, não mencionando apenas os
condimentos maias, mas aqueles com
tutoria eidética semelhante. Brasseur de

159
Bourbourg afirma que "a incerteza que
ainda reina sobre as origens da raça
tolteca não nos permite fixar de maneira
absoluta o tempo em que apareceu nas
costas do México". Consoante o
que Augustes Le Plongeon, Churchward,
Charroux e Bergier analisaram
minuciosamente, a fonte da civilização
maia era a "terra oeste larga" ou a terra de
Kui e a "terra leste larga" ou a terra de
Aztlan (emprestando a terminologia
asteca, é claro) . Em resumo, para retomar
o grande conteúdo da citação que farei
agora (como fiz anteriormente e como
farei ao longo deste livro), o Sr. Tarade
afirma que a "sabedoria perdida não
está deveras perdida; é apenas apagada
da memória humana devido à falta de
consciência espiritual de todos os
homens que estupendamente estão
alienados ao sistema de consumo pré-
estabelecido e instalado
corporativamente. Portanto, deve-se
despertar os homens e mostrar a verdade
sobre a doutrina secreta que nos engloba

160
no todo”. Sr. Tarade também corrobora as
afirmações anteriores sobre os códices
maias e suas mensagens em seus livros. 

As tribos siberianas, como os Kalmucks,


Enets, Kaibol, Ostyaks, Voguls e etc.,
escondem um conhecido xamânico
completo e encantador. Sr. Mihaly afirma:  

"Egyfelöl felépít egy majdnem tökéletes


szimbolikus rendszert, másfelől beavatás által
atomitatódik a különféle spirituális erők,
elsősorban a 'szellemek' erejével… a sámán túllép
a köznapi téren és felkészül a szellemek világával
való érintkezésre." 

Sr. Vilmos informa: 

"Miután mindezt egyszuszra elmondtam, vártam a


hatást. Vajon mit szól ez a barátságos ember az
én önzően hangzó kérésemhez? Vajon megérti-e a
dolog tudományos jelentőségét? Meg több igen
kényes oldala is van a kérésemnek. Mennyi
munka megakad miattam! Ráadásul sámán-

161
szertartást akarok végeztetni, kárhoztatni való
sámánkodást, ami ellen ők évtizedek óta
küzdöttek. Sőt, uramisten, még külföldi is vagyok,
aki, a jó ég tudja, mire képes felhasználni egy
ilyen dokumentumot. A nyugodt, nagydarab
ember azonban hosszan és jóhiszeműen a
szemembe nézett, és határozottan azt mondta: -
Semmi akadálya. Rendben van. Hanem az jó
lenne, ha az áramfejlesztő telep mellett
dolgoznának, hogy amint a munkát befejezik,
az üzemek azonnal kapják megint az áramot.
Váltig sajnálom, hogy nem jegyeztem meg a
derék kolhozelnök nevét. Nagyon nagy hálával
tartozom neki. Már búg is a gép, az öreg
megereszti a hangját. Mint távoli vízesés zaja,
szűrődik szobánkba az
áramfejlesztő egyhangú zúgása. Összefolyik a
sámán énekével. Amíg az ének erőssége el nem
nyomja, túl nem harsogja a gépek neszét. Igaz,
hogy életemben először hallottam élő hangon
sámánéneket, először láttam, miként idézi a
sámán a szellemeket, mégis egy kicsit
restelkedve vallom be: döbbenetesen lenyűgözött.
Pedig csak egyszerű bemutatás ez. Hiányzik a
sámánt áhítatosan figyelő gyülekezet, amely
komolyan tart a megidézett szellemektől. Hiányzik
a fény játéka, a lobogó vagy parázsló tűz, amely
különböző alakokat vetít a jurta falára, szinte
bizony a gyülekező szellemeket. Nem dob senki a

162
tűzbe ágakat, füveket, hogy bódító füstjük
izgatására látni vélje a révedő szem mindazt,
amiről a sámán énekel. Nincs kezében dobja,
amelynek gyorsabb vagy lassúbb, erősebb vagy
halkabb dübörgése azt sugallja, hogy a
lovagló sámán vágtat vagy poroszkál, közelít vagy
egyre távolodik. Hiányzik a szertartásos öltözék is,
amelynek számtalan fémfüggője csilingelésével
pattanásig feszíti az idegeket, több száz
szalagjával pedig valószerűtlenné teszi a
forgó sámán ember-voltát. Hiányzik a tánc is,
amelynek mozdulatai segítenek megeleveníteni,
láttatni mindazt, amit a sámán láttatni akart. És
végezetül: belőlem eleve hiányzik a sámán
földöntúli erejébe és a szellemekbe vetett hit,
amely nemzedékeken át hagyományozódott, a
bölcsőtől kezdve belenevelődött valamikor minden
szagájba. És mégis... Feledhetetlen élmény
marad. Alig kezdett énekébe az öreg sámán,
máris teljesen beleélte magát. Dob nem volt a
kezében, jobbjával mégis mintha azt verte volna,
lassú, majd gyors, majd szaggatott ütemben. Hol
lassan, hol hadarva, egyszer beszélve, máskor
énekelve, néha monológban, néha felelgetve.
Most halkan, majd harsogva, itt vékonyan, ott
mélyen, egyszer csak fütyülve, másszor meg
nyerítve csapongott a hang a puszta falak között a
sámán szájából. Most döbbentem rá: ennek
megörökítéséhez hiába ceruza, hiába

163
magnetofon! Hangosfilm kell ide. És persze az a
környezet, ami mind nincs többé. Mert azért
nyilván a sámánnak sem lehet mindegy, mint a
színésznek sem, hogy üres szobában, vagy a
színpadon, telt, rajongó nézőtér előtt tegyen-e ki
magáért. Milyen lenyűgöző ereje lehetett egy
sámánkodásnak ötven vagy száz évvel ezelőtt?
Sejteni lehet csak De a szöveg, az eddig teljesen
ismeretlen szagáj sámánének, legalább rögződött.
Ezt feltétlenül használhatja majd a tudomány.
Csak tudjuk-e majd valaha is értelmezni? A
szöveg ütemét, a melódiát, az egyes
szavak értelmét ugyan felfogjuk. De ami mögöttük
van? A belső feszültség, vagy hogy mit rejt egy-
egy dallammotívum, és hogy mi rejlik egy-egy
kifejezés mélyén, talán örökre hozzáférhetetlen
marad.” 

Ao revisarmos uma infinidade de hipóteses


coerentes e provocativas a respeito da
Atlântida, da humanidade pré-diluviana e
da iminência do mal, ainda permanecemos
na concepção, na qual, por exemplo, a
Bíblia proclama notavelmente as
referências mais intrigantes dos principais
eventos da processo evolutivo da Terra. O
Sr. Beaumont diz, com uma miríade de
164
corroborações históricas e mitológicas, que
um dilúvio no continente perdido da
Atlântida realmente aconteceu e a história
do Antigo Testamento simplesmente não
passa, de fato, por um relato fabuloso da
história da Atlântida. O Sr. Trench afirma,
portanto, que a lâmpada do conhecimento
brilhará novamente, no signo de Aquário,
como havia feito nos dois lados da
Atlântida e em si mesma. Assim como
afirmado pelo Sr. Bramely, na época da
civilização custodial, "os humanos foram
brutalmente tratados por seus mestres
extraterrestres" e as fontes são a incrível e
autêntica vastidão das tábuas de barro
sumérias", que contam sobre a crueldade
vasta e catastrófica perpetrada pelos
Guardiões contra seus servos humanos".
Nosso mundo é um mistério tão
desconcertante nas atribuições
idiossincráticas históricas que, como o
Livro Pleiadiano revela, há muitas coisas
que ainda não foram descobertas porque
estão deslizando de uma realidade para
outra. Nas profundezas das selvas, existem

165
muitas pirâmides que estão enterradas sob
montes de terra. Ainda há muitas
maravilhas a descobrir ". O Sr. Wiliamson
diz: 

“Lemúria é o nome da última parte do Grande


continente que existia no Pacífico Mu. A
verdadeira destruição de Mu e seu afundamento
subsequente começam nos 30.000 aC. Essa ação
continuou por muitos milhares de anos, até que a
última parte do antigo Mu, conhecido como
Lemúria, também foi submersa em uma série de
novos desastres, que terminaram entre 10.000 e
12.000 aC. Isso aconteceu pouco antes da
destruição de Poseidonis, a última parte do
continente atlântico: Atlântida. 

Lorde Aramu-Muru (Deus Meru) foi um dos


grandes sábios lemurianos e o Guardião dos
Pergaminhos durante os últimos dias do
julgamento de Mu ou o condenado Mu. Era bem
sabido pelo Mestre da Lemúria que uma
catástrofe final causaria gigantesca marés para
afundar a última de suas terras no mar revolto e
no esquecimento. 

Aqueles que estão trabalhando no caminho da


Mão sinistra, continuam experimentos diabólicos e

166
não repararam "na caligrafia na parede"; assim
como hoje na Terra, milhões de residentes estão
continuamente no "comer, beber e regozije-se ",
mesmo quando os fiéis do Pai Infinito discernem
claramente os sinais dos tempos. Os Mestres e os
santos trabalham no caminho da Mão Direita, e
começaram a arquivar as preciosas crônicas e
documentos das Bibliotecas da Lemúria. 

Cada professor foi escolhido pelo Conselho da


Grande Hierarquia Branca, para ir a diferentes
seções do mundo, onde, certamente, ele poderia
fundar uma Escola de Sabedoria Antiga e Arcana.
Isso foi para preservar o conhecimento científico e
espiritual do passado. A princípio por muitos
milhares de anos, essas escolas permaneceram
um mistério para os habitantes do mundo, seus
ensinamentos e reuniões deveriam ser secretos.
Por esse motivo, eles foram chamados até hoje as
Escolas de Mistérios ou os Shan-Gri-Las da Terra. 

Lord Muru, um dos Mestres Lemurianos, foi


delegado pela Hierarquia para levar os
pergaminhos sagrados junto com o enorme Disco
Solar do Sol Dourado para a área montanhosa de
um lugar recém-formado, no que é agora América
do Sul Aqui ele manteria e manteria o foco da
chama da iluminação. O Disco do Sol foi mantido
no Grande Templo da Luz Divina na Lemúria e não
era simplesmente um objeto de ritual e adoração,

167
nem serviria ao único propósito que mais tarde foi
usado pelos Sumos Sacerdotes do Sol entre os
incas do Peru. Aramu-Muru partiu para a nova
terra em um dos navios aéreos usados da época,
enquanto as últimas partes do antigo continente
foram dilaceradas no Oceano Pacífico, terríveis
catástrofes ocorreram por toda a terra. A
cordilheira andina surgiu na época e desfigurou a
costa oeste da América do Sul. A antiga cidade de
Tiahuanaco (Bolívia) era na época um grande
porto marítimo e uma grande cidade colonial do
Império Lemuriano de magnificência e
importância para a Mãe Terra. Durante os
cataclismos subsequentes, subiu acima do nível
do mar e um clima tropical benigno foi substituído
pelo clima polar gelado dos planaltos, varridos
eternamente pelo vento, semelhante ao frio do
Ártico. 

Antes que isso acontecesse, não havia o Lago


Titicaca, que agora é o lago navegável mais alto
do mundo, mais de doze mil pés acima do nível do
mar ou quatro mil metros. Foi assim que o recente
lago formado chegou da Lemúria submersa, é o
local conhecido como Lago Titicaca, o Mosteiro da
Irmandade dos Sete Raios, que existia, sendo
organizado e perpetuado por Aramu-Muru. Este
mosteiro, que foi o lar da Irmandade por todas as
idades na Terra, estava localizado em um vale
enorme que havia sido criado durante os dias do

168
nascimento dos Andes e era um estranho filho da
natureza, em que sua localização exata e altitude
lhe davam um calor, um clima semi-tropical onde
frutas e nozes podiam crescer de tamanho
fenomenal. Aqui, à beira das ruínas que estavam
ao nível do mar, como a cidade de Tiahuanaco,
Lord Muru ordenou a construção do mosteiro
construído com blocos de pedra gigantescos
cortados apenas por energia e força leve. Essa
construção ciclópica é a mesma de hoje e era um
repositório da ciência e cultura lemurianas.”. 

Ele, por conseguinte, prossegue: 

“Segurado por cordas de ouro puro, em uma urna


no maior templo da luz divina da pátria de Mu,
estava o gigantesco disco solar dourado. De
frente para o Disco, em um altar, que um pilar
esculpido em pedra sólida, brilhava intensamente
na luz branca da chama cristalina Maxim, a Luz
Divina e Ilimitada da Criação. 

Por volta de 30.000 aC, a Luz Máxima foi exposta


no altar por causa do mal de alguns sacerdotes-
cientistas do Grande Mu. O Disco Solar permanece
no santuário, no entanto, até o momento em que
afunda no mar de 10 a 12.000 aC. Como dissemos

169
antes, este disco não foi simplesmente usado
como um objeto de adoração, nem era o símbolo
representativo do nosso Sol Solar. Era também
um instrumento científico e o segredo de seus
poderes originalmente veio das trevas do passado
na época da Raça dos Idosos. Em parte, era um
objeto de adoração, porque servia nos rituais do
templo como foco ou ponto de concentração, para
aqueles que meditavam. Também serviu como
uma representação simbólica do Grande Sol
Central ou Sol Cósmico, que por sua vez simboliza
o Criador. Como instrumento científico, foi usado
em conexão com um sistema complexo de
espelhos, refletores e lentes de ouro puro, para
produzir cura nos corpos daqueles que estavam
dentro do Templo da Luz. De fato, é por isso que
foi chamado Templo da Luz Divina, além de todas
essas funções, o Disco do Sol era um ponto focal
para a concentração de qualidades dimensionais.
Então o Disco foi atingido por um padre científico,
que entendeu sua operação, estabeleceu certas
condições vibratórias que poderiam produzir
terremotos intensos e terremotos intensos se
continuassem por mais tempo, poderiam causar
uma modificação na rotação da própria Terra.
Quando foi harmonizado com o modelo de
frequência peculiar de uma pessoa em particular,
ele poderia transportá-la para onde quisesse,
simplesmente por causa do reflexo mental que

170
criou. Era, no entanto, um objeto de transporte. O
Disco Solar Dourado de Mu não era feito de ouro
comum, mas era transmutado e incomum em
suas qualidades, pois era um metal translúcido
evidentemente semelhante ao metal OVNI,
através do qual é quase possível olhar. Lord Muru
trouxe este disco com ele quando viajou para o
lago Titicaca e foi colocado em um templo
subterrâneo na Monastério da Irmandade dos Sete
Raios. Aqui era usado não apenas pelos
estudantes da vida cotidiana, mas também pelos
mestres e santos das Escolas de Mistérios ao
redor do mundo, para que pudessem ser
teleportados de um lado para outro, participando
ou recorrendo ao Conselho participante ou
participando de qualquer cerimônia de
transmissão. Quando os incas chegaram ao Peru,
eles o fizeram, porque não eram nativos quíchuas,
mas vieram de uma terra que atravessava o
Pacífico, estabeleceram uma sociedade altamente
espiritual, no topo das ruínas da grande cultura à
qual tinham pertencia ao Império Colonial da
Lemúria. Os Sumos Sacerdotes do Sol do
Tawantinsuyo - o nome do Império Inca -
construíram seu Coricancha ou Templo do Sol
exatamente no topo da estrutura mais antiga que
remonta a um tempo muito remoto. Nos arquivos
mais antigos de seu país natal, do outro lado do
Pacífico, eles conheciam o Registro de Ouro de Mu

171
e sabiam que ele o havia retirado do continente
condenado e levado para uma nova terra, onde
Lord Muru havia fundado um Retiro. Interior ou
Santuário. Uma vez no Peru, os Sumos Sacerdotes
Incas procuraram muito pelo Disco, mas nunca
foram capazes de localizá-lo. No entanto, quando
chegaram ao local do Caminho Espiritual, onde
podiam usar o Disco, para o benefício de todo o
seu povo, dos nativos e das tribos indígenas que
haviam fundido em seu Império, como era
habitual em Mu, então era apresentando a eles
para uso diário em seu Templo do Sol em Cuzco.
O Imperador Inca, ao mesmo tempo, era um
Divino Místico ou Sagrado, e fez uma
peregrinação ao Mosteiro do Lago Titicaca, e lá
Aramu-Muru, como chefe espiritual ou Abade da
Irmandade, entregou o disco ao Imperador.
Alguns irmãos foram diretamente do lago para
viajar com ele, para a capital do Império, Cuzco.
Aqui, o disco foi colocado em um santuário
preparado para ele e protegido por cordas
douradas, como foi realizado na antiga Lemúria.
Ainda hoje, os buracos pelos quais essas cordas
passaram podem ser vistos no Convento de Santo
Domingo, em Cuzco, construído no topo do
Templo do Sol Pré-Inca. Os incas chamavam seu
templo do sol de Coricancha, que significava o
lugar do ouro ou jardim de ouro. 

172
Isso foi devido às magníficas figuras de homens,
animais, plantas e flores que foram colocadas no
verdadeiro Jardim Dourado, adjacente ao Templo
do Sol. Mas, os sacerdotes-cientistas chamavam o
Templo de Amarucancha. Em algumas das pedras
de Santo Domingo, hoje você pode ver cobras
esculpidas (amarus) lá e esse é o verdadeiro
motivo. Amaru é uma forma de Aramu, que é um
dos nomes do Lorde Maru. Existem cobras nos
Andes, que ainda são chamadas de "amarus"
(nome de Lord Maru). O nome de Lord Maru diz
respeito à cobra porque seu título é semelhante
ao desses ou daqueles mundos que ensinam,
Quetzalcotl, a Serpente Emplumada do Império
Asteca do México. Portanto, o Templo do Sol de
Cuzco foi chamado por Aramu-Muru, chefe do
Mosteiro do Lago Titicaca, porque foi ele quem
lhes permitiu finalmente ter o Disco de Ouro, em
seu Templo do Sol. Dentro deste Templo Maior,
havia templos menores menores, santuários
consagrados para a Lua, os doze planetas e os
Sete Raios. 

A Irmandade dos Sete Raios se tornou a principal


força orientadora na vida espiritual dos incas, e
eles aprenderam o uso do Disco nos antigos
códices deixados pelos sábios pré-incas, que eram
colonos lêmures. O Disco permaneceu no
Coricancha, em Cuzco, até que as notícias obtidas
pelos padres foram que Don Francisco Pizarro

173
havia desembarcado no Peru sabendo
amplamente que isso iria acontecer, eles pegaram
o Disco de Ouro do Santuário de Cuzco e o
devolveram ao seu lugar. local no templo
subterrâneo do mosteiro. Os conquistadores
espanhóis nunca a descobriram.”. 

A antiga estrutura da pirâmide subaquática


ao largo da costa de Yonaguni-jima, no
Japão, feita pelo homem, feita pela
natureza, ou a humanidade terminou o que
a natureza começou? Essas enigmáticas
estruturas de pedra afundadas em
Okinawa, no Japão, localizadas de 60 a 100
pés abaixo da superfície do oceano, fazem
os japoneses se perguntarem se sua terra
natal já foi parte do continente perdido de
Mu. Terraços de pedra, blocos e paredes
em ângulo reto e círculos de pedra que
envolvem colunas hexagonais parecem
intrigantes, se não conclusivamente, feitos
pelo homem. Mais algumas pistas: uma
estrada circundante, o que podem ser
buracos de sustentação de estruturas de
madeira antigas, o que parecem degraus

174
cortados e castelos com arquitetura
semelhante, localizados nas proximidades
e ainda em terra. Os dois locais que estão
recebendo mais atenção: perto da cidade
de Naha, Okinawa é o que parece uma
parede, com um bloco angular direito
incrustado de coral. Outra, ao lado do
extremo sul da pequena ilha de Yonaguni,
a ilha mais ao sul do Japão, é um local
extenso, com cinco camadas irregulares
que parecem plataformas cerimoniais e
com terraço. Existem oito locais
subaquáticos anômalos encontrados até o
momento. O professor Masaaki Kimura,
geólogo marinho da Universidade de
Ryukyus em Okinawa, passou vários anos
estudando todas as oito chiqueiros,
especialmente Yonaguni, encontrada há 35
anos, em 1985. Kimura acredita que esses
são monumentos feitos pelo homem,
deixados por uma civilização
desconhecida, talvez do continente
asiático, lar de nossas civilizações mais
antigas. Ele argumenta que, se as cinco
camadas no local de Yonaguni tivessem

175
sido esculpidas pela natureza, você
descobriria que os detritos da erosão se
acumularam ao redor do local, mas ainda
não foram encontrados fragmentos de
rocha. Ele acrescenta que existe uma
estrada que circunda o local como mais
uma indicação de que ele foi usado pelo
homem. Ele acredita que a construção
desse monumento exigia um alto grau de
tecnologia e algum tipo de maquinário.
Como datar esses sites? Alguns cenários
possíveis foram sugeridos. Os locais
podem ter ficado submersos quando o
nível do mar subiu no final da última Era
Glacial, à medida que as camadas
continentais de gelo derreteram. Ou, como
o Japão fica no Anel de Fogo, a atividade
tectônica pode ter causado a subsidência
da terra. Ou talvez uma combinação de
subsidência e inundação da elevação do
nível do mar, ou algum evento
catastrófico, a jogasse intacta e ereta no
oceano. Teruaki Ishii, professor de geologia
da Universidade de Tóquio, acredita que o
local é parcialmente artificial, parcialmente

176
natural e sugere uma data de 8.000 a.C.,
contemporânea às civilizações antigas da
Mesopotâmia e do vale do Indo. Outros
sugeriram uma data de 12.000 anos. Os
relatórios preliminares dos primeiros
americanos a mergulhar nos locais: “O
local de Yonaguni fica bem perto da costa,
de modo que houve fortes ondas
(movimento de ondas para cima e para
baixo), bem como correntes e tubarões
rápidos”, diz Arbuthnot. “No lado de cima,
a área tem a terceira água mais clara do
mundo, com visibilidade de 200 pés. E os
corais eram lindos.” “Os dois locais são
muito diferentes, embora ambos estejam
em uma profundidade comparável, de 60 a
100 pés abaixo da superfície do oceano. O
local de Yonaguni pode ser plataformas
cerimoniais, e o local de Okinawa parece
semelhante a uma parede de castelo, uma
conjectura que são castelos próximos na
ilha com um estilo arquitetônico
semelhante”, diz Arbuthnot. Arbuthnot diz
que, quando ele apareceu após o primeiro
mergulho, em Yonaguni, ele encontrou

177
pouco para sugerir que era feito pelo
homem. Foi somente depois de mergulhar
no local de Okinawa e entrevistar o
professor Kimura por dois dias que ele
começou a entender a idéia. As conversas
com a professora Kimura foram ainda mais
produtivas e aprofundadas, com as
habilidades de tradução de Corina
Tettinger, que fala japonês fluentemente.
“O argumento de que os sites são
artificiais ou modificados pelo homem
exige evidências comprovadas”, diz ele, e
“descobrimos características de pedra
retilínea muito precisas que parecem ser
indicativas de ferramentas artificiais ou de
modificação da geologia natural”. Uma
descoberta particularmente intrigante:
buracos nas plataformas rochosas.
Poderiam ser furos para sustentar uma
estrutura de madeira? Os terraços são
enormes, para os padrões humanos. Mas
podemos imaginar plataformas com
terraço natural facilmente utilizadas para
fins cerimoniais com a adição de
estruturas de madeira construídas sobre

178
elas. Você simplesmente precisa inserir as
vigas de suporte na rocha, perfurando
alguns orifícios. Em todas as partes do
mundo, pesquisas em arqueologia
subaquática em andamento nas prateleiras
continentais das costas do continente
produziram os restos espetaculares de
construções monumentais e cidades
antigas que desafiam a imaginação. A
escala húmida de muitas dessas
características subaquáticas de uma alta
civilização antediluviana permanece
classificada como Segredos de Segurança
Nacional até hoje. A cidade submersa ao
largo da ilha de Yonaguni é talvez a mais
famosa cidade megalítica afundada por
sua profundidade rasa de 4-25m e muitas
vezes clara visibilidade da água que facilita
o vídeo e a fotografia de alta qualidade. O
Monumento Yonaguni, Japão (24.26 ° N
123.0 ° E) fica a 5.514 milhas da Grande
Pirâmide, uma distância que compreende
22.15% da distância média da
circunferência da Terra, a 24.892 milhas.
Yonaguni também está situada a 1.464

179
milhas dos templos megalíticos de Angkor
Wat, no Camboja (13,43 ° N 103,83 ° E),
há um grande círculo de alinhamento de
templos antigos no intervalo de
ressonância de 5,9% de Angkor, que inclui
os locais de templo sagrado de renome
mundial de Bodh Gaya, Lhasa, Xian, China,
onde dezenas de pirâmides foram
efetivamente censuradas pela
conscientização pública. Este alinhamento
de distância de 5,9% de Angkor também
incorpora locais megalíticos indonésios no
vale de Bada, bem como templos
piezoelétricos em Java Oriental, como
Dieng, Borodubur, Candi Pawon, Candi
Banon, Candi Mendu, Candi Ngawen, Candi
Canggal e Candi Sukuh. Alinhamentos de
precisão embutidos na geografia do
Monumento Yonaguni apresentam
evidências inegáveis da rede global de
todos os locais de pirâmides e templos
paleolíticos em um padrão de distribuição
mundial baseado na função iterada
quântica [zn+1= zn²] que codifica a
estrutura esférica de Fibonacci da posição

180
infra-sonora das ondas que envolvem o
planeta e, finalmente, sustentam todas as
formas de vida. Outra forma significativa
de evidência que liga Yonaguni a outros
locais paleolíticos são as descobertas in
situ de tábuas de pedra com o roteiro
paleo-sânscrito. Tendo sido decifrada pelo
linguista e epigrafista K. Schildmann há
mais de uma década, a língua paleo-
sânscrita foi positivamente identificada e
traduzida de inscrições hieroglíficas em
artefatos de pedra recuperados por
mergulhadores que investigavam o
Monumento de Yonaguni que é,
provavelmente, oriundo da Lemúria.

Seção XVIII

Silogia

Ante a uma miríada de asserções, nas


quais se pondera que os elos divinos são
derivados uma unio mystica profunda e
genuína, deverei afirmar, dessarte, que
181
para qualquer experiência deste gênero,
mister haver um “encantamento sagrado”
do receptor do contato hierático para com
o próprio transmissor da mensagem
hierática. Revelar-se-ia, portanto, como
diria Diodoro Sículo: “Pela experiência,
deve-se aprender as cousas úteis”.
Conseguintemente, sempre após a
experiência hierática, deve-se relevar
invariavelmente os seus resultados
frutíferos, assim como qualquer outro
evento. A contemplação e a reflexão sobre
as cousas divinas exercidas de tal maneira
que tu te possas identificar com a
disposição delas, é um elemento
substancial para as abertura e outorga
divinas, e, daí,
resultam os desdobramentos espontâneos
da caminhos, para o progresso das
percepções pneumáticas da consciência,
mais próximos da verdade universal e da
eternidade da alma; e.g., no budismo, a
consciência espiritual deve sempre servir
ao estado de liberdade celeste; doravante
isto, assevero-vos que cada um possui,

182
pois, uma conexão psíquica mui particular
com uma essência criadora de origem
divina que reveste todas as
distribuições topográfica e ontológica das
dimensões de vida terrestre, quer carnais,
quer espirituais. Todos os corpos divinos
associados ao homem são ou suas
orientações supremas ou os próprios
modelos humanos cuja
composição é estruturalmente divina. Toda
a determinação das cousas divinas deve
ser deliberada a partir de sua região de
dispersão e de interação com as outras
dimensões existentes na unidade cósmica.
Consoante acinte afirmado dantes, os
acontecimentos espirituais de
singularidade hierática devem ser sempre
usufruídos de maneira prestadia e
consentânea a fim de que possamos ter
nossa própria base de autoconhecimento,
a partir destes gêneros de
empreendimento. Como é defendido
no Panchadasi, a consciência não difere de
si mesma ao passo que possui
natureza uniforme. Assim, é evidente a

183
associação entre os corpos divinos e os
humanos; existe uma lei única que rege
essas relações para que elas possam
operar mútua e sincronicamente. Existem
certas substâncias que devem ser
terminais de comunicação entre as mais
variadas formas de consolidação das leis
da natureza e das sensações lhe inerentes.
Conforme no-la consuma doutrinariamente
Zhu Xi, o amor é uma destas substâncias,
que, como ele sugere demonstrar, é a
produtora das vidas mental e celestial.
Acaso analisemos esta questão assaz
profundamente, notaremos que o amor é o
sentimento de
maior unio mystica e de elevação do
homem, que, com efeito, o torna
propínquo das consciências sublimes dos
planos ascensos. Outrossim,
no Anu Vyakhyana, diz-se que a alma, por
natureza, está em uníssono com a
configuração universal em termos de
matriz constitutiva tanto ativa quanto
reativa. Analisando isto, a alma deve ser,
pois, a condição fundamental para

184
as expansão e evolução da consciência em
termos de desenvolvimento pleno da
aptidão noética e do direcionamento
eidético para o próprio meio espiritual de
existência. 

São Pedro retornou a Jerusalém depois de


7 anos, e, doravante, começou a visitar as
igrejas do Oriente, as quais lhe
proveram experiências religiosas que
forçaram-no a organizar um concílio entre
os apóstolos e discípulos de Jesus Cristo.
Com efeito, tudo que é relacionado às
instituições religiosas, pensa-se
geralmente como não só ordenamento
dogmatológico, mas como manutenção do
estado primitivo e profano da psique,
abdicando, então, da natureza
independente do ser de evoluir
espiritualmente para alimentar os vis e
imprudentes proselitismos das igrejas,
sobretudo, as cristãs. É preciso discernir o
sacerdócio jactancioso e dissimulado do
templo interno que é o espírito e seu total
entendimento; este último desenvolve
efetivamente o esclarecimento universal, e
185
não as religiões filauciosas e
dogmaticamente nefárias que nós
observamos avonde pelo mundo, ainda
mais sob o ponto de vista búdico. Devera,
não há religião superior à
verdade. Evidenciar-se-á, decerto, a
natureza sistêmica dos aspectos morais
dalguma cousa pela sua providência
executora, i.e., as suas ações julgadas sob
a ótica de suas causas, não de seus
efeitos. Em suma, a indagação para
qualquer evento deste gênero seria, e.g.:
“Por que o fizestes, meu amigo? O que te
levou a agir desta forma?”. Aplica-se este
princípio no âmbito das experiências
espirituais, porquanto estas precisam de
uma motivação precedentes para serem
desempenhadas e surtirem
influências genuinamente positivas no
indivíduo; as ocasiões desdobradas a
posteriori tão-somente serão
complementos, embora não dispensáveis,
de como a espiritualidade pode envolver o
indivíduo em seus níveis naturais
de difusões ideacional e consciencial. A

186
partir daí, inferimos a inclinação causal,
pura e a priori do espírito enquanto
estando incorporado às condições de
existência humana. Os valores da virtude
são primordiais para a obtenção da luz
teosófica que paira sobre todos os seres
humanos desde a sua
gênese metempsicótica. Eu tenho pensado
bastante a respeito das cousas que nos
cercam e se estas são emanadas de uma
realidade superior e uma, i.e., um princípio
absoluto que rege a todos e que o universo
e seus seres são dele manifestação
suprema, sendo, ao longo do tempo,
degenerados substancialmente a fim de
alcançar, em contrapartida, o cume da
espiritualidade, em cujo
estado possuem lembranças vívidas de
quem eles são, o que eles vieram fazer no
lugar onde estão, de suas experiências
passadas e assim, sucessivamente.  

Destarte, devo dizer que se nós temos um


grande ser divino dentro de nós, por que
não despertá-lo? Sem embargo, para isto,
mister possuir vontade para tal. E, no
187
tocante a esta questão, é preciso que o
conhecedor saiba das várias formas de
manifestação, ora por meios dialogísticos,
ora por meios lógicos, a fim de obter a
faculdade de compreender a substância do
substrato do eterno e do todo-penetrante,
conforme averigua o Atma Bodha.

Nem é verdade distante a própria


singularidade universal, tampouco a
singularidade é de fato universal; eis então
uma asserção mui interessante de
Hermann Conring. Se formos escrutinizar
esta questão, desvelaremos,
conseguintemente, que o que é singular,
está efetivamente inerente a realidade
universal, malgrado não seja a própria
universalidade, bem como a
universalidade possui singularidade
aplicada a ela mesma, e não as
particularidades existentes na unidade
como um todo. Desta forma, tudo que é
universal, desfruta de fluxos
absolutamente convergentes com o
estabelecimento das cousas singulares,
contudo, mister falar que nem todo o tipo
188
de cousa singular está diante do foco
retilíneo e uniforme da universalidade,
estipulando que esta “seleciona” os seus
objetos de visualização a fim de influenciá-
los com eficaz consistência. Para entender
a universalidade, de feito, é necessário
desvelar a singularidade ôntica de cada ser
existente, inclusive, de ti. Em prossecução
a nossa ideia até o momento firmada, devo
falar um tanto a respeito das propriedades
herdadas de cada ser a partir da
experiência para consagrar a sua própria
iluminação espiritual, visto que, consoante
as constatações do Naisharkamya Siddhi,
a destruição da semente (bija) da
transmigração (samsara) é a constituição
principal da liberação (moksha). Assim, a
liberação seria, além do
autoconhecimento, o desmantelamento
dos ciclos carnais metempsicóticos, sendo
este mesmo ato, o canal direto para a
consciência da luz.

As predileções epistêmicas devem ser


sempre estar direcionadas para a verdade,
ou a propriedade universal na qual se
189
encontra a substância factual de todos os
acontecimentos ocorrentes no cosmo. Eu
devo acrescentar a este pensamento que
todo o homem possui o elemento
divino dentro de si se porventura lograr o
alcance de seu verdadeiro Eu, que é o
próprio Deus interior, que reside em cada
um de nós e é manifesto se o convocarmos
com lídima vontade para nossas vidas.
Demonstro aqui, peremptoriamente, que
todo homem possui condições
homogêneas e unívocas de psique, mas a
intensidade de conexão com esta
dependerá de um para cada. Suponhamos
que, conforme alega
o Samkhyakarika, existam três atributos
universais que constituem o ser em si,
chamados de Gunas. São
eles: Sattva, Rajas e Tamas. É preciso
fazer com que o Sattva Guna se
sobreponha aos demais durante os
estágios da jornada da liberação, pois, este
é com que fará que o buscador alcance a
luz de forma verdadeira. Rajas
e Tamas são, respectivamente,

190
estimulador e acelerador seja do bem, seja
do mal, e a energia pesada e problemática.
Por conseguinte, entende-se muito bem,
etimologicamente, que “sattva” está
correlato ao vocábulo “sattvika” que
significa “real”, e, mormente, palavras de
mesma classe léxica ou de emprego
símile, como, v.g., “real” e “essencial” ou
“real” e “genuíno e &c. Por este meio, a
verdade deve estar como uma das
principais buscas do homem, quer na
matéria, quer no espírito, porquanto ela é
a base do conhecimento divino sob
quaisquer circunstâncias. A salvação é
nada além da separação do homem
prestes a ser lançado na realidade da luz
da massa serva e ignorante que habita
com densidade a realidade das trevas. A
salvação cristã, ao contrário do que o
Messias realmente pregava, é a
permanência do homem no seu estado de
subordinado e de “agnus Dei” desprovido
de consciência metafísica
verdadeiramente estabelecida em
uníssono com a mente soberana, mirífica e

191
sublimemente dina do cosmo, ao contrário
de outras filosofias bem mais pragmáticas
neste aspecto, como os
budismos Theravada e Vajrayana e as
escolas tibetanas de pensamento como,
e.g., Nyingma, Kagyu, Gelug e Sakhya.

A salvação (vimukti), pois, é o primeiro


passo para a liberação (moksha), já que
para a pessoa alcançar o estado divino de
sua consciência, ela precisa se distinguir
daquelas que não estão predispostas a
atingi-la, viz., o resto da
humanidade.  Assume-se que a distinção
entre o buda e a mente é claramente falsa,
porquanto ambos são a mesma cousa e
apresentam o mesmo significado cósmico.
Subsequentemente, salientar-se-ia que o
verdadeiro corpo é incorpóreo e a real
forma é informe. Tudo, pois, deve estar
além da carne. A carne é a treva e o
espírito é a luz. É muito bem constatado
que o espírito não tem corpo e não tem
forma. Logo, todos os atributos
verdadeiros devem estar em uníssono com
aqueles do espírito. Conseguintemente, o
192
corpo deve ser incorpóreo e a forma deve
ser informe para serem verdadeiras.
Ademais, a lei que rege o espírito é sutil,
profunda e ampla, a qual é o Dharma,
conforme declara
o Longo Sukhavativyuha Sutra. Com essa
afirmação de autoridade filosófica,
corroboramos, portanto, todas as outras
asserções até agora expostas. “O capuz
monacal é o símbolo da caridade de Deus”,
declara Evágrio. Por quê? Com efeito. Ele
protege o nosso corpo, a nossa alma e o
nosso espírito. Ele é o cume da consciência
humana, o Sahasrara ou chakra coronário
dos iogues tântricos, o Akhfa dos sufistas,
o Kether dos cabalistas e &c. É, pois, a
mente dos bodhisattvas, dos rishis,
dos tulkus, dos walis, dos qidees,
dos tzadiks, dos fravashis, dos shengrens,
dos kammis e &c. Sobre este assunto,
o Yogacarabhumi diz que o iluminado é
tão-somente o homem que além de ter
“aceso a luz” da sua coroa arcana,
também, por meio disso e de outras
formas precedentes, esteve lembrado de

193
sua verdadeira natureza espiritual e do seu
verdadeiro Eu, mediante os elementos tais
como, e.g., processos mnêmicos das
encarnações passadas e das vidas nas
quais estivera usando o veículo astral e
seu correspondente plano. Este é o
verdadeiro moksha, como dizem os
hinduístas.

Tenho discutido até agora questões


relacionadas ao espírito e, destarte,
deverei continuar discorrendo sobre estas.
Eu devo dizer, outrossim, que se o homem
possui sua santidade por natureza, logo,
ou deverá resgatá-la se não dispor desta
materialmente, ou tê-la espontaneamente.
Como não a temos espontaneamente,
mister resgatá-la. Questões como
contemplação do sagrado deve ser
conduzidas com percuciência ao decurso
de nossas reflexões. Far-se-ão assaz
verídicos, portanto, os caráteres noético e
pneumático das classes de contemplação,
desde a mera alegoria até o maior
misticismo suscitado nos arcanos da
sabedoria. Temos um exemplo disso, este
194
gênero de asserção mística e
meramente alegórica, simultaneamente, d
e Ramon Lull: 
“Ah Senyor sant, ah Senyor  irá ri,
ah Senyor ple de vertut e de forsa! Nos veem
que en est mon los  irá r moren jovens, los altres i
c moren vells. On, tuit venim en est mon crexents 
de grau en grau;
mas tuit no exim d’aquest mon devallants de
grau en grau.”. 

Temos outro modelo de afirmação neste


pensamento de Richard Rolle; ei-lo
demonstrado logo abaixo: 

“Contemplatiui uiri qui excellenter uruntur amore 
eternitatis, quemadmodum quidem superiores exi
stunt in ardore  irá rio a et preamabili amoris eter
ni, ita
ut nunquam aut rarissime exeunt in externis minis
teriis, neque dignitatem prelacionis et
honoris accipiunt.”.

195
O último exemplo que gostaria de
oferecer-vos será de Heinrich Seuse;
transmitir-vo-lo-ei logo abaixo: 

“Quodam igitur modo ineffabili, oculo intellectuali 
proposita fuit visio illa prophetica, in qua legitur,
quod throni positi sunt, et antiquus dierum sedit.”.

Se entendermos certos conceitos de


verdade e de falsidade, em seus
desenvolvimentos teológicos, notaremos,
conseguintemente, que quem os cria, na
realidade, corrobora a dualidade ou faz a
unidade se repartir para certos campos da
consciência ôntica. Dirá, em sequência,
Prof. Alliott, que Deus deve ser, quer
meditativa, quer escrituralmente, o Criador
da Verdade, e, ademais, esta deverá ser
revelada àqueles que merecem-na e por
ela, vivem incondicionalmente. Numa
interpretação heterônoma, i.e., às
circunstâncias culturais dos povos, não dos
indivíduos que as constituem, afora uma
condição fenomenológica de
196
entendimento, temos de contrair
inferências nas quais projetar-se-iam
preceitos morais e essenciais para a
formação dum conhecimento sistemático
religioso, que traduz a sua própria
epistemologia em termos de natureza e
extensão dianoéticas. Em subsequência a
nosso pensamento então estabelecido,
asseverar-nos-á, porventura,
coincidentemente, sobre esta mesma série
de fatos, não obstante aplicada a outros
elementos de investigação, Dr. Fischer: 

„Das Gemeinschaftsleben ist die letzte


Voraussetzung alles hoheren geistigen Lebens,
und wenn wir soziologisch orientiert an die
Quellen des religiosen Erlebnisses vordringen
wollen, müssen wir uns einige grundlegende
Erkenntnisse aneignen, die ich in anderem
Zusammenhang ausführlich darstelle. Gedanken,
Urteile, Werte, Prinzipien sind von einem
Menschen auf den anderen übertragbar,
Empfindungen, Gefuhle nicht; die Uebertragung
geschieht taglich, stündlich, durch Mitteilung,
Belehrung, Befehl. Die okkultistisch klingende
Wendung von der Gedankenübertragung ist weder

197
Wunder noch Betrug, sondern pure Wahrheit, und
eine grundlegend wichtige Wahrheit, wenn man
nicht an unmittelbare, sondem an vermittelte
Uebertragung denkt.“.

Consequentemente, proferir-nos-á o
renomado e célebre psicólogo William
James a seguinte opinião sobre a natureza
noético-psíquica dos variados gêneros de
experiência hierológica, sob um ângulo
evidentemente neurológico, sobretudo, na
religião cristã, como exposto logo abaixo: 

“In the matter of religions it is particularly easy to


distinguish the two orders of question. Every
religious phenomenon has its history and its
derivation from natural antecedents. What is
nowadays called the higher criticism of the Bible
is only a study of the Bible from this existential
point of view, neglected too much by the earlier
church. Under just what biographic conditions did
the sacred writers bring forth their various
contributions to the holy volume? And what had
they exactly in their several individual minds,
when they delivered their utterances? These are
manifestly questions of historical fact, and one

198
does not see how the answer to them can decide
offhand the still further question: of what use
should such a volume, with its manner of coming
into existence so defined, be to us as a guide to
life and a revelation? To answer this other
question we must have already in our mind some
sort of a general theory as to what the
peculiarities in a thing should be which give it
value for purposes of revelation; and this theory
itself would be what I just called a spiritual
judgment. Combining it with our existential
judgment, we might indeed deduce another
spiritual judgment as to the Bible’s worth. Thus if
our theory of revelation-value were to affirm that
any book, to possess it, must have been
composed automatically or not by the free caprice
of the writer, or that it must exhibit no scientific
and historic errors and express no local or
personal passions, the Bible would probably fare
ill at our hands. But if, on the other hand, our
theory should allow that a book may well be a
revelation in spite of errors and passions
and deliberate human composition, if only it be a
true record of the inner experiences of great-
souled persons wrestling with the crises of their
fate, then the verdict would be much more
favorable. You see that the existential facts by
themselves are insufficient for determining the
value; and the best adepts of the higher criticism

199
accordingly never confound the existential with
the spiritual problem. With the same conclusions
of fact before them, some take one view, and
some another, of the Bible’s value as a revelation,
according as their spiritual judgment as to the
foundation of values differs.

Com efeito, como dir-nos-ia


Gustav Vorbrodt, as crenças religiosas não
só podem revelar interpretações míticas e
esotéricas dos eventos que se
desdobraram na humanidade, como pode
ser uma condição epistêmica do Eu
humano e, quiçá, substância formadora
dos atributos dos correspondentes perfil e
personalidade psíquica do mesmo Eu
humano. Deve ser dito que, consoante
esta afirmação aqui mostrada, a religião
possui, concomitantemente, geratrizes que
estão nas esferas exotéricas e esotéricas
da consciência universal, o que nos
demonstra, portanto, um caráter
multifacetado das crenças e experiências
religiosas quando instituídas em
concepções e dogmas hieráticos sob

200
propriedades essencialmente
fenomenológicas.  

Auguste Sabatier nos diz que considerar a


religião como uma espécie de
conhecimento é um erro mui grave,
porquanto, na realidade, ela é um
elemento deste, e, outrossim, é pior
deliberar isto do que considerar a religião
como um sortimento da instituição política.
Eu discordo de Sabatier neste ponto. A
religião e a política representam a mesma
circunstância de servidão espiritual
humana, enquanto direcionadas da mesma
maneira com que sempre estiveram
durante a história da humanidade, i.e., de
forma a manter o homem ignavo e
insciente de sua natureza divina e
celestial, o considerando um pecador e
preservando, um tanto ironicamente, a sua
natureza pecaminosa e referta de
profanações e mordacidades que vão
contra a estrutura basilar da consciência
cósmica.

201
Mostrar-vos-ei algumas visões cristãs a
respeito da “sacralidade” e da
“veracidade” escritural bíblica, e.g.:
“Estatui Clemente que é inexistente e não
consueto nas escrituras uma dimensão
pensamental sob ótica de “ασύςατα”,
porquanto nada é inadequado no tocante
ao registro perpétuo dos eventos
estabelecidos escrituralmente.” Um
argumento de autoridade válido do ponto
de vista místico, mas não do histórico,
tampouco do grafológico. Jesus existiu,
mas a sua história como hoje vemos é uma
indubitável farsa, i.e., um agrupado de
mitologias pagãs e elementos do Tanakh
configurados de modo plagiado pela
família Piso, mormente, pelo patriarca
Lucianus Piso, durante todo o “Novo
Testamento”. Emanuel Swenderborg, v.g.,
na sua Arcana Cœlestia, analisa
dogmática, teológica, moral e
filosoficamente a Bíblia Sagrada:

202
“Per Lamechum significatur, ut prius, vastatio:
quod dixerit uxoribus suis Adah & Zillah, ut
perciperent auribus suis dietum ejus, efst
consessio, quæ non aliter sit, quam ubi Ecclesia,
quae quod significetur per uxores ejus, dietum:
quod virum occiderit in vul rius suum, significat
quod exstinxerit fidem, per virum significatur
fides, ut prius; quod parvulum in livorem suum,
est quod charitatem : per vulnus & livorem
significatur, quod non integrum magis ; per vulnus
quod desolata fides, per livorem, quod devastata
charitas.”.

Em moral, demonstra-nos Swenderborg os


atos de caridade e a devoção das
integrações fidas entre os personagens
Lamek, Adah e Zillah, malgrado, como
discorreremos, p. ex., para atestar a
falsidade do Tanakh. Os arqueólogos
Finkelstein e Sirbelman asseveram, não há
alguma evidência da presença dos
israelitas ante a consulta das vastas fontes
do Novo Reino do Egito, que foi a época na
qual o Êxodo projetou a ida dos hebreus ao
reino de Kem (Egito). Mesmo pela
passagem do complexo de Sinai, é

203
‫‪impossível que na história uma grande‬‬
‫‪massa populacional, neste caso, os‬‬
‫‪hebreus, houvessem passado por lá; a‬‬
‫‪arqueologia‬‬ ‫‪contesta‬‬ ‫‪esta‬‬ ‫‪hipótese‬‬
‫‪solidamente.‬‬

‫‪Ze’ev Herzog, com percuciência, num‬‬


‫‪artigo publicado em 1999 na revista‬‬
‫‪semanal‬‬ ‫‪hebraica Hayadan,‬‬ ‫‪sobre‬‬ ‫‪o‬‬
‫‪mesmo assunto até agora elucidado,‬‬
‫‪ratifica: ‬‬

‫הממצא‪ ‬הארכיאולוגי‪ ,‬אם‪ ‬כן‪ ,‬משתלב‪ ‬היטב‪ ‬במסקנות‪ ‬חוקרי‪ ‬המקרא‪ ‬הביקורתיים“‬
‫‪ .‬דוד‪ ‬ושלמה‪ ‬היו‪ ‬שליטיהן‪ ‬של‪ ‬ממלכות‪ ‬שבטיות‪ ‬שחלשו‪ ‬על‪ ‬אזורים‪ ‬קטנים‪ :‬הראש‬
‫ון‪ ‬בחברון‪ ‬והאחרון‪ ‬בירושלים‪ .‬במקביל‪ ‬לכך‪ ‬החלה‪ ‬להתארגן‪ ‬ממלכה‪ ‬נפרדת‪ ‬בהר‪ ‬‬
‫שומרון‪ ,‬הבאה‪ ‬לידי‪ ‬ביטוי‪ ‬בסיפורים‪ ‬על‪ ‬מלכות‪ ‬שאול‪ .‬ישראל‪ ‬ויהודה‪ ‬היו‪ ‬מלכתחי‬
‫לה‪ ‬שתי‪ ‬ממלכות‪ ‬נפרדות‪ ,‬עצמאיות‪ ,‬ולעתים‪ ‬קרובות‪ ‬יריבות‪ ‬זו‪ ‬לזו‪ .‬מכאן‪ ,‬הממלכ‬
‫ה‪ ‬המאוחדת‪ ‬הגדולה‪ ‬היא‪ ‬יצירה‪ ‬היסטוריוסופית‪ ‬דמיונית‪ ,‬שחוברה‪ ‬בשלהי‪ ‬ימי‪ ‬ממל‬
‫כת‪ ‬יהודה‪ ‬לכל‪ ‬המוקדם‪ .‬אולי‪ ‬ההוכחה‪ ‬המכרעת‪ ‬לכך‪ ‬היא‪ ‬העובדה‪ ‬שאיננו‪ ‬מכירים‪ ‬‬
‫את‪ ‬שמה‪ ‬של‪ ‬ממלכה‪ ‬זו‪ .‬לצד‪ ‬הבחינות‪ ‬ההיסטוריות‪ ‬והפוליטיות‪ ‬מתעוררים‪ ‬גם‪ ‬ספק‬
‫‪.” ‬ות‪ ‬בנוגע‪ ‬לאמינות‪ ‬הנתונים‪ ‬אודות‪ ‬האמונה‪ ‬והפולחן‬

‫‪J. M. Robertson nos esclarece de forma‬‬


‫‪bastante‬‬ ‫‪consistente,‬‬ ‫‪com‬‬
‫‪inúmeras evidências hierológicas,‬‬ ‫‪que‬‬

‫‪204‬‬
divindades pagãs solares como Apolo,
Mitra e Dionísio foram todas absorvidas na
urdidura epistêmica do cristianismo, o que
demonstra um “politeísmo oculto”, i.e., o
mais periculoso gênero de crença
politeísta existente.  

Kersey Graves afirma firmemente que


antes de Jesus, já haviam relatos
mitológicos de ascensão aos céus e
ressurreição, os quais se aplicam
a Prometheu, a Lao Tsé, a Quexalcote, a
Alcides, a Fo, a Xamalxis e &c., cujas
histórias foram incorporadas um
tanto sutilmente à tradição cristã como
base do mito bíblico de Jesus.  

Demonstrar-vos-ei aqui um pequeno


encômio escatológico de Philipp Spenner e
m forma interrogativa, implorando o mítico
Jesus sua benção, sobre todos os gêneros
eclesiásticos, o que configura uma súplica
ou uma oração de solicitação (Gebiet) ao
mesmo tempo, esotérico, extremadamente
duvidoso e até corrompido do ponto de
vista histórico-filosófico.  

205
Ei-lo logo abaixo:

„Ach Herr Jesu, ich bitte nicht immiglich, gib mir


zu erfennen, ob denn nicht einerlen sen, oder
jeder zeit ben recht weisen und verstandingen
leuten, welche du fort und fort bescheret, und
geschlecht von geschlecht deiner Kirchen
verliehen hast, einerlen gewesen, ein theologian
oder Got tesgelehrter und ein Christ zu sehen?“

Constantino, ademais, se usou da doutrina


estabelecida pela família Piso, conforme
demonstrado por Reuhclin e Heevel, viz., o
cristianismo, para obter vitória sobre seus
inimigos e manter a população subalterna
e sumamente dependente de seu poder e
de sua doutrina; a fim de estabelecer a
religião com plenitude, precisou convocar
vários presbíteros, bispos, acolitas e
diáconos num evento que marcou a
história da humanidade: o Concílio de
Niceia. Conforme atesta Godfrey Higgins,
de acordo com suas extensas
investigações nas origens mitológicas e

206
inter-religiosas do cristianismo, o culto da
Virgem Maria e de Yeshua Hammachiah,
na realidade, adveio das lendas egípcias
da deuses Ísis que, tradicionalmente, era
virgem e, deu a luz, neste mesmo estado,
a seu filho Hórus, e entre outros mitos
semelhantes. Outrossim, George Stanley
Faber salienta que o Sol, ou Om, era
astronomicamente o deus táurico Osíris;
por conseguinte, o culto dos geradores de
Jeroboam no judaísmo não era nada mais
que, substancialmente, o culto de Om ou
Osíris, e, nada obstante, São Jerônimo dizia
que os geradores de Jeroboam deveriam
ser cultuados, porquanto eram
representantes de Apis e Mneuis

A vontade é o ponto crucial da nossa busca


espiritual. Se não tivermos ímpeto,
persistência e intenção, que são
características fundamentais da vontade,
portanto, nós nunca conseguiremos dar
prosseguimento a busca espiritual, senão
tiver ainda começado. É preciso querer a
iluminação para obtê-la. É um
fator sine qua non para estar em contato
207
diretamente com o sagrado e o divino, pois
os homens com maior força de vontade e
com melhores propósitos, irão ser
atendidos pelos corpos cósmicos supremos
se obtiverem êxito na sua intenção, e,
sobretudo, na sua concretização íntegra. A
partir da utilização lhana e assídua do
veículo espiritual, a vontade ainda pode se
tornar mais apropriada e condizente com o
escopo de todo aspirante a iluminação: a
aquisição da consciência divina em
perfeição. Dogen Zenji escreve em sua
célebre obra, Shobogenzo, que “a intenção
é que busca a iluminação” e, outrossim,
que ela “está além do existir e não-existir,
do julgamento do bem e do mal e da
indiferença moral”. Com efeito, toda a
intenção direcionada a iluminação deve se
sobrepor a qualquer conceito convencional
do homem, pois visa, na verdade, alcançar
o conceito divino, viz., o perfeito; para isso,
mister desertar os conceitos humanos, i.e.,
os imperfeitos, como Dogen ressaltara,
v.g., “existir” e “não-existir”, “bem” e
“mal”, “indiferença moral” e &c.

208
Diz o Bardo Thodol: “O primeiro vislumbre
do Bardo (morte) é a Clara Luz da
Realidade, a qual é a Mente Infalível
do Dharma-kaya; ela é experimentada por
todos os seres sensíveis (ou
autoconscientes).”. A morte é a realidade,
pois referindo-se a esta como ato supremo
da transcendência psíquica, logo, tudo que
está correlato a este evento é, de feito,
algo substancial e indubitavelmente real. A
morte é a revitalização das potências
energético-ônticas de cada indivíduo, é a
passagem definitiva ou para os reinos
profanos de vez ou para os reinos
sagrados, da mesma forma. Dessarte,
deverei dizer-vos que se a morte não
existisse, não teríamos oportunidade real
de evolução, porquanto é justamente com
a ocisão d’alma, como assim denomino,
que ela pode se transferir, encarnar e ter
chances de transcender finalmente a partir
das transformações e reformulações
primordiais de sua consciência.  

A morte é a base prístina para o progresso


espiritual de cada ser existente,
209
porquanto, precisamente, todas as
criaturas, por mais primitivas que sejam,
possuem um núcleo espiritual que permite
com que auspícios restantes da
consciência cósmica e divina adentrem em
seus pensamentos ou em alguns
elementos deles. Uma autoridade no
assunto de transcendência espiritual por
meio, v.g., da liberdade, como
o Pramanavittaka, e &c., diz que o estado
búdico não é só um meio principal para
atingir estados divinos e supremos da
mente humana, como, aliás, assevera que
o buddhahood deve ser alcançado
mediante a auto-regeneração do ser, com
fundamentos consistidos no Dharma,
ou, vedicamente, chamamo-lo de Rta.

Demonstro-vos agora uma asserção do


mestre Maitreya num dos trechos
do Prajnaparamita: 

“Como o Uma. Subhuti, o Ancião disse: ‘Maitreya,


este Bodhisattva, este grande ser, experimentou
(isto) cara a cara; ele está vinculado a mais um

210
nascimento, sua irreversibilidade foi declarada
pelo Senhor, ele deve ser perguntado, ele disporá
disso “. Agora, a designação “Maitreya”,
o Bodhisattva, o grande ser “disporá deste
assunto, ou formará a disposição disso, ou do
sentimento, &c.? Ou o vazio da forma, &c. “Ou a
Existência de forma, &c.” O vazio de forma, &c.,
que não é capaz de eliminar (responder). A
Existência de forma, &c., que não é capaz de
eliminar. Não reviso (vejo) que dharma que iria
dispor, ou pelo qual alguém iria dispor, ou em que
alguém iria dispor. Nem esse dharma que foi
previsto para a iluminação completa, ou pelo qual
foi previsto, ou onde foi previsto. Todos
esses dharmas são não-duais e não divididos.”. 

Em uma mais solícita descrição, dir-vos-ei


que o dharma, como Maitreya nos disse,
não é dual, porquanto este convive com a
unidade suprema na qual a consciência
divina é projetada e designada a dominar
as circunstâncias que lhe são efetivamente
inerentes. Outrossim, Maitreya também
salienta que o dharma é nada mais do que
a lei tanto do vazio quanto da plenitude, e,
malgrado o que falar-vos-ei poderá parecer

211
contraditório, sobre o vazio de todas as
ideias absurdas nos impostas durante a
vida, todos os dogmas, todas as ideologias
humanas de caráter profano, ímpio e
malaventurado.  

 Somente obtendo este vazio da


ignorância, da alienação e de qualquer
gênero de ilusão, obter-se-á, portanto, a
plenitude da sabedoria, da espiritualidade
e, sobretudo, da conexão irrefragável com
a unidade cósmica. Pensando assaz
profundamente neste mesmo tópico, devo
aconselhar-vos com retidão que todas as
verdades que o dharma enuncia são
oriundas, então, dos ensinamentos
sagrados que todos os seres de
proveniência psíquica divina citam e
recitam aos seus mais obfirmados
discípulos. Deste modo, falo-vos que os
processos dármicos estão supridos pela
convergência fundamental entre a
identidade espiritual e as leis que a regem
com soberania e lisura íntegra. Conforme
diria Vimukatman em seu trabalho
“Ista Siddhi”, a intuição incorpora os
212
elementos principais da percepção,
formula uma prova cognitiva da realidade,
atravessa os meios físicos de visualização
da natureza e consegue modelá-la a partir
de seu próprio exercício. Dominar com
plenitude e sageza, a intuição, e designá-la
a favor do utente, é um dos componentes
epistêmicos mais valiosos do caminho para
a iluminação e para a interpretação
teológica suma e correta do cosmo. Assim,
a intuitividade não é só o meio, mas
também o fim. 

Diz Plotino nas suas Enéadas:  

“Ει δέ εστιν αθάνατος έκαστος ημών, ή φθείρεται πάς, ή τα


μεν αυτού άπεισιν εις σκέδασιν και φθοράν, τα δε μένει εις
αεί, άπερ εστίν αυτός, ώδ’ άν τις μάθοι κατά φύσιν
επισκοπούμενος. (...) Το δε κυριώτατον και αυτός ο
άνθρωπος είη άννήκατά το είδος , ώς προς ύλην το σώμα, ή
κατά το χρωμενον, ώς προς όργανον εκατέρως δε η ψυχή
αυτός.

Deveras, eu deverei demonstrar que a


imortalidade, na realidade, é inerente não
213
só a natureza psíquica do homem, mas
igualmente a corpórea. Evidencio isso pelo
fato de que a espécie de constituição
corporal humana, quando esta passa pelo
estágio da ocisão ou de sua decomposição
sistemática e profunda, dissecando-a por
completo até se desfazer, é transferida
para o seu veículo espiritual (óchema) e
transportada para sua dimensão de
origem, a sua sutileza e seu material
etéreo são, portanto, fatores essenciais
para que essa alma subsista na
eternidade, tirante os processos
metempsicóticos que ocorre com todos os
seres dotados de inteligência cósmica em
todo o universo. Emanar-se-ia, doravante,
a noção de que todo o corpo derivado do
espírito intacto e inconcusso, por
conseguinte, deverá herdar esta mesma
modalidade, facilitando os processos e os
engenhos substanciais da ascensão
psíquica, ou iluminação, o que acontece na
maioria, senão, em todas
as manifestações avatáricas ou

214
mensageiras (da Luz Divina) que até agora
perscrutaram a Terra. 

Sobre as mesmas perspectivas até agora


demonstradas, o Vibhanga, outrossim,
define “contemplação” como “investigação
da verdade”, “visão correta”, “sábio
entendimento” e &c. Aplicando esta noção
a nossa teoria da alma,
nós encontraremos, portanto,
componentes que a constituem que
projetam certas características a permitir a
sua visualização dos focos cósmicos de
fluidez noética, pelas quais se engendram
todas as matrizes do conhecimento
humano e do divino, ou, a propósito,
fomenta as dimensões da consciência,
concatenando também as suas extensões
e particularidades de sortimento aos
receptores das suas condições de
substâncias universais necessariamente
ideadas e suscitadas psiquicamente. Desta
forma, fluem a determinação
contemplativa e o estímulo funcional da
alma, sob as definições que
o Vibhanga nos oferece a respeito. Em
215
sequência ao que estamos discutindo,
Aristóteles afirma peremptoriamente em
sua obra “Sobre a Alma”: 

“ἔστι δὲ ἡ ψυχὴ τοῦ ζῶντος σώματος αἰτία καὶ ἀρχή. Ταῦτα 
δὲ πολλαχῶς λέγεται, ὁμοίως δ’ ἡ ψυχὴ κατὰ τοὺς διωρισμέν
ους τρόπους τρεῖς αἰτία· καὶ γὰρ ὅθεν ἡ κίνησις καὶ οὗ ἕνεκα 
καὶ ὡς ἡ οὐσία τῶν ἐμψύχων σωμάτων ἡ ψυχὴ αἰτία.”.

Discutindo essa questão com bastante


percuciência, eu deverei crer que a alma,
sendo, evidentemente, a substância
condicional de todos os seres vivos e a
origem causal do corpo, além de
sua reguladora, portanto, poderá ativar ou
desativar seu exercício, seja qual fora
a constância, ao seu próprio entendimento
das situações.  Em complemento a esta
opinião, deverei, outrossim, fazer a
asserção de que todas as cousas a
cercarem-nos corporalmente, com efeito,
são frutificados a partir do páthos da alma,
ou, em terminologia mais clara, das

216
circunstâncias patológicas adjacentes
a esta.  

Se, e.g., estipular com determinação que


cada ser vivo que existe possui uma
essência espiritual, por conseguinte, a
alma irá-lha-á conceder a substância
motriz do próprio corpo a fim de configurar
harmonia plena entre o espírito e o corpo.
Dessarte, bem como uma puma concolor
possui sua estrutura genética disposta por
38 cromossomos, sendo um par destes,
acrocêntrico, com o restante sendo
metacêntrico, a alma possui, também,
seus “compostos de ácido
desoxirribonucleico”, nos quais, bem como
nas funções corpóreas, determinam o
gênero de desenvolvimento da substância
carnal e às propriedades herdadas desta
dos processos metempsicóticos,
analogamente aos deveres dos
cromossomos de definirem o sexo e a
herança genética do indivíduo. 

Salienta Pietro Pomponazzi no
seu Tractatus de Immortalitate Animæ: 

217
“Unus igitur erat quod immortale esset impliciter
in homine, mortale vero secundum, & quamvis
secundum naturam divisionis, modus iste in duos
potest dividi, scilicet aut unum numero in omnibus
hominibus, aut multiplicatum ad numerum
hominum, quia tamen nullus posuit primum
modum, ideo rei inquiemus”.

Destaco, portanto, que tudo que está


relacionado à geratriz da alma, em uma
examinação teológica, configura como
uma das consciências do plano sagrado
de construção psíquica para sincronizar os
exercícios funcionais tanto do corpo
quanto do espírito; destarte, deve-se
também afirmar que, se o corpo não
estivesse fundamentado na postura
apresentada geralmente pela alma, quiçá,
ele poderia estar decerto desordenado e
sem rumos apropriados no seu
direcionamento como agente orgânico,
levando a seu desmantelamento completo
e à morte, ou sacrifício mui pungente. Eu

218
devo enfatizar, analiticamente, que
quaisquer comparações a serem feitas
entre a alma e o espírito serão misteres do
ponto de vista corpóreo, mas postergáveis
sob a ótica puramente cósmica, porquanto
ambos operam conjuntamente sob uma
mesma ordem e intentar distingui-los é o
mesmo que empreender a discriminação
da reprodução assexuada por meio
de citocinese da cissiparidade, visto que
ambas fazem parte da mesma fissão
celular. Assim, a alma e o espírito são
diferentes sob a ordenação da realidade
uma, sem embargo de serem a mesma
realidade na orientação do princípio
cósmico, donde todas as cousas são
derivadas e regressadas. 

Gemisto Pletão diz que, mediante o


processo de metempsicose, como várias
vezes mencionara, as almas retornam às
vidas carnais, elevando-se, a partir da
ascensão, ao plano celeste se completas
todas essas experiências na matéria, em
seu “Livro das Leis”. Jerônimo Cardano,
outrossim, realça que a alma coordena
219
diretamente as funções intelectuais do
homem, em sua “De Subtilitate”. Se nós
pensarmos que a alma é resultada por
meio de metempsicose e é, de igual
natureza, guidança do intelecto, logo, a
metempsicose será, com efeito,
fundamentadora das aptidões ônticas
intelectuais, bem como da própria
inteligência psíquica; é através desta
causa eficiente (kinoun) que a geração da
consciência pode ser estigmatizada e
resoluta de tal modo com que todas as
outras mentes tenham conteúdo eidético
invulnerável às influências materiais
depois de terem transcendido a própria
metempsicose. 

Devo aconselhar ao meu leitor que tudo


que vemos como natureza divina ou
origem de igual espécie deve ser
preservado como forma ou ideia daquilo
que se determina como oriundo de Deus
ou, ainda, das forças supremas que
fornecem tais características o suficiente
para Ele controlar os movimentos do
universo conforme os ditames da
220
concórdia teúrgica por Ele mesmo
proposta na Gênese. Afirmar-se-á,
outrossim, que as inferências acerca disto
devem ser elaboradas conforme as
intenções dos fenômenos locomotores da
própria unidade em direção à obtenção
do eidos sagrado, como organização
formal de seus ajustes e componentes. Sob
esta mesma corrente de pensamento,
Santo Agostinho nos deslinda sobre a
opinião de Varro no tocante às instituições
humanas:

 “In ea vero ipsa ratione quam reddidit nec alivis


quicquam reliquit pro suspicari, & fatis probavit
homines se præpossuise instituris hominum, non
naturam hominum naturæ Deorum*.”.

Deve-se considerar o homem como divino,


ligado à natureza de Deus, divinamente
consciente, e não como um ser ligado às
impurezas e à irá e dolosa putrefação da
carne e dos objetos de sentidos,
características do pobre ser humano. O
221
homem é um rei e seu reino é aquele
divino e celestial; assim, eu digo.
Sobremais, é necessário falar-vos que tudo
o que ouvimos como verdade humana é
falsidade divina, porquanto todos os
nossos conceitos morais estão distantes do
autoconhecimento suscitado pelos fluxos
consuetudinários desde a gênese da
energia vital do cosmo e sendo, portanto,
pertencentes a uma consciência humana
primitiva e impotente. Se analisares o
homem como mais do que meras ações,
descobrirás que, internamente, ele
constitui de singularidades herdadas da
metempsicose e sobretudo, de sua ligação
estreita e deferida com a substância
(ousía) de Deus. A unidade cósmica da
qual o homem é agente partícipe por
natureza, conforme transmitir-no-la-ia
Martinez de Pasqually, seria dividida em
três: a) o universo, que é a grande
circunferência na qual estão contidos
ambos os mundos geral e particular, b)
a terra ou a parte geral, a qual provê todos
os alimentos necessários para os

222
habitantes daquela particular e c)
a particular, a qual é composta por todos
os seres de veículos locomotores terrenos
e celestes.

O homem deve entender, para atingir


níveis sublimes de sabedoria, a geral e a
particular, i.e., as classes humanas de
existência e a ele mesmo, mormente;
dessarte, o homem, compreendendo estas
duas seções universais, irá entender toda
a circunferência que o rodeia, que é o
universo, o todo sagrado das regras de
autoridade de emanação que o regem,
como, v.g., a lei da mente, a lei da atração,
a lei da polaridade, a lei da
correspondência e &c. Hemachandra diz
que a maior parte do nosso conhecimento
advém não só dos princípios transitórios do
mundo material, mas, igualmente, são
advindos da eternidade
(अनन्तता; anantatā) que nos é passada
através de nossas próprias experiências,
diferindo nas inferências, nas analogias e
nos testemunhos comprobatórios que

223
temos ao longo da metempsicose
(पन
ु र्जन्म; punarjanma). 

No diálogo Timeu, de Platão, Crítias diz a
Sócrates sobre uma Grécia,
aparentemente, existente antes da Guerra
de Troia – a Grécia antediluviana,
porventura – a qual fora relatada por Sólon
ao bisavô de Crítias, Drópides, que relatou
ao seu avô de mesmo nome e assim por
diante: 

Κριτίας 

“ἄκουε δή, ὦ Σώκρατες, λόγου μάλα μὲν ἀτόπου, παντάπασί 
γε μὴν ἀληθοῦς, ὡς ὁ τῶν ἑπτὰ σοφώτατος Σόλων ποτ’ ἔφη. 
ἦν μὲν οὖν οἰκεῖος καὶ σφόδρα φίλος ἡμῖν Δρωπίδου τοῦ προ
πάππου, καθάπερ λέγει πολλαχοῦ καὶ αὐτὸς ἐν τῇ ποιήσει: 
πρὸς δὲ Κριτίαν τὸν ἡμέτερον πάππον εἶπεν, ὡς ἀπεμνημόνε
υεν αὖ πρὸς ἡμᾶς ὁ γέρων, ὅτι μεγάλα καὶ θαυμαστὰ τῆσδ’ εἴ
η παλαιὰ ἔργα τῆς πόλεως ὑπὸ χρόνου καὶ φθορᾶς ἀνθρώπω
ν ἠφανισμένα, πάντων δὲ ἓν μέγιστον, οὗ νῦν ἐπιμνησθεῖσιν 
πρέπον ἂν ἡμῖν εἴη σοί τε ἀποδοῦναι χάριν καὶ τὴν θεὸν ἅμα 
ἐν τῇ πανηγύρει δικαίως τε καὶ ἀληθῶς οἷόνπερ ὑμνοῦντας ἐγ
κωμιάζειν.”.

224
Todas as lembranças que nós temos não
só provêm de dimensões materiais da
consciência, mas, igualmente, das
espirituais. Conseguintemente, nós temos
de falar que a conexão espiritual com
algum lugar, com alguma pessoa e &c., é
mui mais ampla e consistente do que a
material; a material é vulnerável e
perecível, a espiritual é incólume e eterna,
pois ela transcende a todas as condições
climáticas, biológicas e &c. do espaço
material, porquanto reside na sutilidade e
no éter cósmico. Se somente
diligenciarmo-nos a requerer a lembrança
material, nós decerto nos olvidaremos das
cousas. Ei-lo que os gregos fizeram.
Somente cultivaram os prazeres carnais,
mui promíscuos, sobejamente voluptuosos
e aleivosos, e, à guisa destes gêneros de
emanações mnêmicas, ou tentativa
destas, se obliteraram de seu passado,
pois não tiveram uma conexão profunda
com este além da extensão física noética.

Discorro, portanto, sobre as cousas


referentes a Deus, em suas características
225
mais singulares ou mais coletivas, viz., da
relação de Deus para com suas criaturas. A
sua inteligência é infinita, a sua visão de
mundo (Weltanschauung) é
oniscientemente correta e entre outros
atributos supremos. Diz Tomás de Aquino
na sua Suma Teológica: 

“Sed Deus est huiusmodi: ergo


prima probatur quia ad talem intuitum non
est ibi aliqua sucessio quia æternitas.”. 

Eu tenho pensado bastante a respeito do


que pode ser considerado como substância
eterna, ou repositório desta, e devo inferir,
após meditar avondosamente, que tudo o
que ansiamos para com o Eterno, vem até
nós, ainda que sutilmente, e nos envolve
como um foco de radiação ou desígnio
balsâmico de energia. Daí, resultam-se
efeitos mui fortes de espiritualidade, os
quais podem aparecer a partir da colisão
entre a gratidão que se sente pelo eterno e

226
a própria indulgência do eterno com
relação ao indivíduo que recebe suas
influências.  

Assevera o Bridhanaranyaka Upanishad: 

“De qualquer forma, um homem que acredita que


existe um eu que se relaciona com um corpo
futuro, procura conhecer os meios específicos de
alcançar o bem e evitar o mal em conexão com
esse corpo.” 

Acredito, pois, que tudo o que temos de


conectar ou de desconectar dalguma
cousa, é oriundo do nosso líbito de seguir o
caminho do bem supremo, da justiça e da
beleza cósmica e divina. Além disso, deve-
se presumir que as condições de
existência humana são, na
realidade, variados gêneros de se conectar
com os nossos genuínos escopos vitais,
quer estes sejam herdados de
experiências metempsicóticas passadas,
quer estes sejam engendrados na

227
metempsicose recente. É levado em
deliberação, ademais, que os frutos ativos
(karmaphala) de nossos ciclos existenciais
(samsara) são ativados por meio da
intenção (cetana) e de sua ação (karma).
Afirma, então, o Katthavattu, sob a
eloquência do seu bodhisattva: 

“Ó bhikkhus, vejo seres diminuindo e renascendo


pela visão purificada do olho celeste, superando a
dos homens. Eu discirno seres em esferas
sublimes ou baixas, justas ou assustadoras, felizes
ou sombrias, de acordo com a ação deles.”. 

É, portanto, estabelecido que as
nossas ações fomentam quem nós
somos, o que nós experimentamos e suas
respectivas conjugações porvindouras.
Destarte, qualquer ação que fizermos,
decidirá as nossas vidas e denunciará o
nosso próprio caráter enquanto agentes
transformadores do projeto terreno de
existência. 

228
*

229
CAPÍTULO 6
DA SUBSTÂNCIA DA EVOLUÇÃO E DA
DIGRESSÃO OCULTAS

Seção XIX

Dos Pilares do Laya

Os Espíritos Planetários são os espíritos


que informam as Estrelas em geral, e
principalmente os Planetas. Eles governam

230
os destinos de homens que nascem sob
uma ou outra de suas constelações; o
segundo e o terceiro grupos pertencentes
a outros sistemas têm as mesmas funções
e todos governam vários departamentos
da natureza. No panteão exotérico hindu,
são as divindades guardiãs que presidem
os oito pontos da bússola - os quatro
pontos cardeais e os quatro intermediários
- e são chamados Loka-Palas, "apoiadores
ou guardiões do mundo" (em nosso visível
Kosmos), dos quais Indra (leste), Yama
(sul), Varuna (oeste) e Kuvera (norte) são
os principais; seus elefantes e seus
cônjuges pertencem, é claro, a fantasias e
pensamentos tardios, embora todos eles
tenham um significado oculto. Os Lipika
são os Espíritos do Universo, enquanto os
Construtores são apenas nossas próprias
divindades planetárias. Os primeiros
pertencem à porção mais oculta da
cosmogênese, que não pode ser dada
aqui. Se os Adeptos (mesmo os mais altos)
conhecem essa ordem angélica na
plenitude de seus triplos graus, ou apenas

231
os inferiores relacionados aos registros de
nosso mundo, é algo que o escritor não
está preparado para dizer. No seu nível
mais alto, apenas uma coisa é ensinada:
os Lipika estão conectados ao Karma -
sendo seus Gravadores diretos. Os judeus,
exceto os cabalistas, sem nomes para
Oriente, Ocidente, Sul e Norte,
expressaram a ideia com palavras
significando antes, atrás, direita e
esquerda, e muitas vezes confundiram os
termos exotericamente, tornando assim
mais as persianas da Bíblia confusas e
difíceis de interpretar. Acrescente a isso o
fato de que dos quarenta e sete tradutores
do rei Jaime I da Bíblia da Inglaterra,
apenas três entenderam o hebraico, e
desses dois morreram antes da tradução
dos Salmos, e pode-se entender facilmente
que confiança pode ser depositada na
versão inglesa da Bíblia. Neste trabalho, a
versão católica romana de Douay é
geralmente seguida. O significado
esotérico da primeira frase do Sloka é que
aqueles que foram chamados de Lipikas,

232
os Registradores do livro Kármico, fazem
uma barreira intransponível entre o Ego
pessoal e o Eu impessoal, o Númeno e a
Origem dos Geradores do primeiro.

Este mundo é o símbolo (objetivo) do Uno


dividido em muitos, nos planos da Ilusão,
de Adi (o "Primeiro") ou de Eka (o "Um"); e
este é o agregado coletivo, ou totalidade,
dos principais Criadores ou Arquitetos
deste universo visível. No ocultismo
hebraico, o nome deles é Achath, feminino,
"Um", e Achod, "Um" novamente, mas
masculino. Os monoteístas aproveitaram
(e ainda estão aproveitando) o profundo
esoterismo da Cabala para aplicar o nome
pelo qual a Única Essência Suprema é
conhecida por sua manifestação, a
Sephiroth-Elohim, e a chamam de Jeová.
Mas isso é bastante arbitrário e contra
toda razão e lógica, já que o termo Elohim
é um substantivo plural, idêntico à palavra
plural Chiim, geralmente composto pelos
Elohim. Além disso, na metafísica oculta
existem, propriamente, dois "únicos" - o
Um no plano inacessível de propriedade
233
Absoluta e Infinita, sobre o qual nenhuma
especulação é possível, e o Segundo "Um"
no plano das Emanações. O primeiro não
pode emanar nem ser dividido, pois é
eterno, absoluto e imutável. O Segundo,
sendo, por assim dizer, o reflexo do
primeiro (pois é o Logos, ou Iswara, no
Universo da Ilusão), pode fazer tudo isso.
Ela emana de si mesma - como a Tríade
Sephirothal superior emana as sete
Sephiroth inferiores - os sete Raios ou
Dhyan Chohans; em outras palavras, o
Homogêneo se torna o Heterogêneo, o
"Prótilo" se diferencia nos Elementos. Mas
estes, a menos que retornem ao seu
elemento primordial, nunca poderão
atravessar além do Laya, ou ponto zero.
Mulaprakriti (o véu de Parabrahmam) atua
como a única energia através do Logos (ou
'Eswara'). Agora Parabrahmam, é a
essência a partir da qual começa a existir
um centro de energia, que eu chamarei de
Logos no presente. É chamado de Verbum
pelos cristãos, e é o divino Christos que é

234
eterno no seio de seu pai. É chamado de
Avalokiteshwara pelos budistas.

Em quase todas as doutrinas, eles


formularam a existência de um centro de
energia espiritual que é não-nascido e
eterno, e que existe no seio de
Parabrahmam no tempo de Pralaya, e
começa como um centro de energia
consciente no momento da atividade
cósmica. Há mundos, é claro, nos
ensinamentos científicos esotéricos e
profanos, a distâncias incalculáveis que a
luz do mais próximo deles que acabou de
chegar aos nossos caldeus modernos
deixou o seu luminar muito antes do dia
em que os as palavras "Haja luz" foram
pronunciadas; mas esses não são mundos
no plano Devaloka, mas em nosso Kosmos.

II

O objetivo de qualquer evolução anterior


era produzir o ego como uma
235
manifestação da mônada. Então o ego, por
sua vez, evolui, colocando-se em uma
sucessão de personalidades. Os homens
que não compreendem essa visão da
personalidade como eu e, portanto, vivem
apenas para ela, e tentam regular suas
vidas pelo que parece ser uma vantagem
temporária. O homem que entende que a
única coisa importante é a vida do ego e
que seu progresso é o objeto para o qual a
personalidade temporária deve ser usada.
Então, quando ele tem que escolher entre
dois caminhos possíveis, ele não pensa,
como o homem comum: "O que me trará
mais prazer e lucro como personalidade?",
mas "O que me trará mais progresso como
ego?" A experiência rapidamente ensina a
ele que nada pode ser realmente bom para
ele ou para ninguém, o que não é bom
para todos, e hoje ele está aprendendo a
esquecer completamente e perguntar
apenas o que será melhor para a
humanidade como um todo.

Obviamente, nesta fase da evolução, tudo


o que tende à unidade, tudo o que tende à
236
espiritualidade está em conformidade com
o plano da Deidade para nós e, portanto, é
bom para nós, enquanto o que o que tende
à separação ou à materialidade também é,
certamente, ruim para nós. Existem
pensamentos e emoções que tendem a se
unir, como amor, simpatia, reverência,
benevolência; há outros que tendem a
desunir, como ódio, ciúme, inveja, orgulho,
crueldade, medo. Obviamente, o primeiro
grupo é bom para nós, o segundo grupo é
ruim para nós. Em todos esses
pensamentos e sentimentos claramente
falsos, reconhecemos uma nota
dominante, o auto-pensamento; enquanto
em todos aqueles que estão claramente
certos, reconhecemos que o pensamento é
direcionado para os outros e que o eu
pessoal é esquecido. Portanto, vemos que
o egoísmo é o único grande erro e que o
altruísmo perfeito é a coroa de toda
virtude. Ao mesmo tempo, nos dá uma
regra de vida. O homem que deseja
cooperar inteligentemente com a Vontade
Divina deve deixar de lado qualquer

237
pensamento sobre a vantagem ou o prazer
do eu pessoal e deve dedicar-se
exclusivamente a fazê-lo, trabalhando para
o bem-estar e a felicidade dos outros.

É um ideal alto e difícil de realizar, porque


há uma longa história de egoísmo atrás de
nós. Muitos de nós ainda estamos longe de
uma atitude puramente altruísta; como
vamos trabalhar para chegar lá sem a
intensidade necessária em muitas das
boas qualidades e tendo tantas que não
são desejáveis?

Aqui, a grande lei de causa e efeito entra


em vigor. Assim como podemos apelar
com confiança para as leis da natureza no
mundo físico, também podemos apelar
para essas leis no mundo superior. Se
encontrarmos más qualidades em nós, elas
se desenvolveram lentamente, por
ignorância e complacência. Agora que a
ignorância é dissipada pelo conhecimento,
agora que, portanto, reconhecemos a
qualidade como um mal, o método para se
livrar dela está obviamente diante de nós.

238
Para cada um desses vícios há uma virtude
contrária; se encontrarmos um deles
olhando para nós, imediatamente
decidiremos desenvolver deliberadamente
a virtude oposta em nós mesmos. Se um
homem percebe que no passado ele era
egoísta, significa que ele estabeleceu nele
o hábito de pensar primeiro em si mesmo
e se divertir, de consultar sua conveniência
ou prazer, sem pensar acerca dos efeitos
sobre os outros; que ele comece a
trabalhar com determinação para adotar o
hábito exatamente oposto, a praticar antes
de pensar em como isso afetará todos ao
seu redor; acostuma-te a agradar aos
outros, mesmo que isso ocorra à custa de
problemas ou dificuldades para si mesmo.
Também se tornará um hábito ao longo do
tempo e, à medida que se desenvolver,
matará o outro.

Se um homem se vê cheio de suspeitas,


sempre pronto para atribuir motivos ruins
às ações daqueles que o rodeiam, prepare-
se constantemente para cultivar a
confiança em seus companheiros e dar-
239
lhes crédito pelas maiores razões
possíveis. Poderás dizer que um homem
que faz isso se abrirá para ser enganado e,
em muitos casos, sua confiança será
perdida. É um pequeno problema; é muito
melhor que ele às vezes seja enganado por
causa de sua confiança em seus
companheiros do que ser salvo de tal
engano, mantendo uma atitude constante
de suspeita. Além disso, a confiança gera
lealdade. Um homem de confiança
geralmente se mostra confiável, enquanto
um homem suspeito provavelmente
justifica suspeitas no momento.

Seção XX

Da Interdimensionalidade e dos Arcanos


Correspondentes

A ciência interdimensional deve transmitir


os fatores desconhecidos e invisíveis da
criação e a energia criativa, assim que
abordarmos diretamente certos tipos de
240
comparação e paralelos entre o
entendimento supremo e espiritual e a
compatibilidade abstrata da ampla
apresentação universal, na qual estabelece
os princípios construtores do material
completo sobre o invólucro psíquico
mundial. No entanto, deve-se afirmar que
os aspectos dos ramos introspectivos do
conhecimento são invariavelmente
gerados pelo intelecto progressivo e
operacional dos âmbitos objetivos da
Verdade Eterna e Primeva. São de extrema
importância a estrutura das manifestações
bióticas ou abióticas interdimensionais e
planetárias, promovendo, portanto, a sua
vida. Essa observação inteiramente
ideacional deve ser elaborada
adequadamente em suas perspectivas
genuínas. Examinando o estágio atual do
desenvolvimento da humanidade,
deduzirei assim que as ciências até então
esquematizadas são unidas apenas em
tipos estritamente mundanos ou
tridimensionais de bases funcionais,
apesar de deverem refletir profundamente

241
nas fibras expressivas dos andaimes
energéticos interdimensionais, pelos quais
as imutáveis leis dos recursos e produtos
supraconscientes universais são, sem
sombra de dúvida, produzidas e
contornadas. Classificaremos, como a
ciência declara, as oscilações como
fenômenos trocados em abismos polares
positivo-negativos que transmitem a
linguagem informacional adiante em
progresso, até os padrões harmônicos
subsequentes reavivados nela, conferindo
e encorajando, assim, as oscilações
interdimensionais com as quais os links e
relinks sobre o cosmos são erguidos como
uma efígie surpreendente da Ilimitação.

A energia interdimensional flui semelhante


a um fenômeno gravitacional com
condição de inversão de fase e oscilação
no campo magnético da Terra; por
conseguinte, as polaridades que oscilam as
frequências sempre são emitidas até a
suposição informacional, através da qual
podemos apreender a repolarização de um
polo sul negativo em direção à atrativa
242
troca com a vontade do polo norte e o
reposicionamento ondulando nele.
Veremos, por exemplo, que uma
pederneira no azinhão dotada de um certo
peso tem de fato uma mistura de
estruturas atômicas trêmulas; portanto,
deve-se verificar que existe um fator
subjacente mui importante que oscila o
sólido molecular volumoso, sob algum
padrão de onda e reações proporcionais
inversas na radiação do arranjo atômico, e
a avaliação quantitativa do mesmo, cujo
fio de medição é erroneamente consignado
como massa. A descrição desses
procedimentos sensíveis deve ser inserida
no fato de que a matriz das mesmas
formas de onda é misturada, através de
um elemento não fluido e tridimensional,
com o campo de energia irradiado. Além
disso, deve-se evocar a estipulação em
que se atribui que, a qualquer distância ou
tempo, o movimento dos sólidos seja
geralmente desenvolvido pelas principais
amostras de polaridade em um
estabelecimento atômico que os campos

243
magnético e gravitacional provoquem seus
próprios estímulos a isso. A energia é,
deste modo, proporcionalmente antitética
e, em questão de aproximação, é invertida
em relação à energia quanta incluída no
empreendimento interdimensional da
oscilação negativo-positiva. Portanto,
deve-se afirmar que os agentes
expressivos desse processo, em estado
expressivo, são equivalentes ao complexo
intergaláctico no alinhamento e na direção
cósmica interdimensional.

A inteligência celestial governa as virtudes


mundanas e o transporte útil das mesmas,
por meio do qual é fornecida a concepção
racional e ascendente da Primeira Causa,
em sua Onipotência motriz original, da
qual são traçadas as possibilidades
criativas de coisas universalmente
consideradas em sua própria natureza. A
atração pelos nossos poderes mais íntimos
anuncia que esse gênero de estímulo
mágico, que gera imediatamente a
edificação mais elevada de nosso
conhecimento oculto e fontes cognitivas
244
valiosas, pertinente às matizes psíquicas
mais maduras. De fato, a Coorte Iniciática
até então estabelecida pode ser rastreada
até a Quarta Raça, em outras palavras, a
Atlântida. As verdades mais elevadas
simbólicas, para começar, são finamente a
síntese paradigmática mais perfeita e
brilhante da compreensão cósmica,
enquanto o significado da mesma é
puramente intuitivo e suprassensível.
Osthanes certa vez afirmou que a ciência
oculta foi iniciada e empreendida na
criação terrena de onde quer que
realmente pudesse vir; além disso, deve-se
afirmar que houve excelentes ocultistas
que alteraram efetivamente o curso da
história humana; exemplos disso, temos
Numa Pompilius entre os romanos,
Zamolxis entre os trácios, Abbarius entre
os hiperborianos, Thoth entre os egípcios e
Budda entre os babilônios. Os modos
essenciais e universais da verdade
revelada, extrínseca ou intrínseca, devem
ser estabelecidos com precisão no sistema
atitudinal do Espírito Divino imutável, auto-

245
formado e ilimitado. Analogamente,
portanto, o sistema regenerativo de Xaca-
clo, semelhante a uma escada, em uma
emanação luminosa com efeito absoluto,
alude a uma cadeia mística de escalada
espiritual, em estado de salvação ou
condenação, pela qual a humanidade
passa desde a sua formação.

Paradoxalmente, o péssimo fanatismo


praticado em favor dos postulados
evolucionários é acompanhado e instigado
pelas mentes estúpidas e enclausuradas
dos cientistas tradicionais e ortodoxos e
também dos religiosos a favor da fabulosa
teoria criacionista. Além disso, considero
dizer que a ignorância asinina e egoísta
dessas classes é fruto de um estranho
sistema supersticioso em relação ao
arranjo humano-cósmico em todas as
facetas da vida. O culto bíblico é muito
perpetuado por suas linhas narrativas
esmagadoras insanas e sucumbidas, cujo
fenômeno rebita até os ocultistas mais
sagazes. O homem, de fato, não foi gerado
divinamente e manteve suas principais
246
características; no entanto, ele chegou ao
estado atual através do metabolismo
evolutivo. Tem em mente que ainda existe
uma estrutura em forma de constante
mudança no átomo de hidrogênio, que se
converte em hélio e promove a radiação
solar; o conceito dimensional não pode ser
revogado no pacote religioso mais simples
e ordenado, mas nas leis espíritas,
injunções e explicações garantidas. A
hipocrisia conspícua e cientista sacerdotal
é bem conhecida pelos seguidores da
doutrina cósmica de todas as épocas;
portanto, deve-se verificar a efígie da
sobreposição, impelindo os cismas em
ascensão ao ápice do poder destrutivo,
representada por ódio e fio injustificável de
comportamento bélico pelos Estados
Unidos; para impulsionar melhor a escada
espiritual evolucionária da humanidade e
chegar ao auge de nossa consciência
cósmica, esse país de superintendência
horrível e granulado de fortaleza
perniciosa deve ser completamente
desmantelado e obliterado. Não obstante

247
essas declarações mui factuais, a
promessa sentenciosa de uma
introspecção perseverada no despertar
gerado e ponderado deve ser ponderada,
influenciada e cumprida não tão longe a
partir deste momento em que escrevo este
livro.

Seção XXI

Dos Princípios Espirituais Básicos

A. Sobre a inevitabilidade da existência de


uma quintessência 

A quintessência, desde os primórdios do


conhecimento humano, tem sido
sobejamente postulada e espiritualmente
ratificada, não obstante a miríada de
argumentos advindos das admissões
empírico-científicas, que objetam a sua
existência no cosmo. Se, porventura, for
realmente designado e desdobrado a cabo,
248
todo o estabelecimento da unidade,
desprovido de uma fonte
original, sutil e invisível, que sustém e
equilibra a todos os outros elementos
constituintes da Φύσις, e conserva as suas
propriedades a fim de dar prosseguimento
à vida cósmica, solicito àqueles que
contraditam a ideia de quintessência,
postularem e comprovarem uma outra
substância ou, possivelmente, um conjunto
de forças presentes nas próprias
características da Φύσις que desempenham
suas funções in ipsis, que não tenha
alguma correlação, nem eidética,
tampouco epistêmica, com a concepção de
quintessência.  

Presumindo a execução de seus tentames,


perceberei, pois, a inabilidade,
tanto prática quanto teorética, dos
fenômenos naturais ou preternaturais
vigorarem somente com seus próprios
predicados de operabilidade, senão houver
algum agente etéreo que os uniformiza e
os torna perfeitamente exequíveis na
realidade universal, sendo o mesmo,
249
o motor de atualização de suas
potencialidades e que permeia seus
ínterins de propagação e fixação espacial.
Tendo todas estas afirmações, com efeito,
enfatizadas, deverei dizer que
o modus essendi de todos os que habitam
o universo são, por formulação apodítica,
concretizados pela
substância quintessencial que cruza por
todo o espaço celeste ou terreno.  

B. Sobre a estrutura psíquica, de escala


universal, incumbida de envolver e
sobrepor-se a todos os seres vivos ad hoc 

Esta força que rege o universo, pela qual o


pensamento divino consegue afetar tanto
a matéria como o espírito, a qual os
romanos denominavam anima mundi e os
gregos, por sua vez, ψυχή τοῦ παντός, como
noção abstrata e cognoscitiva dos
aspectos da realidade cósmica, preserva-
se com efetividade nos postulados

250
composicionais do esoterismo moderno.
Platão declara abertamente sobre esta
ideia, sob uma modalidade de explicação
sumamente inteligível e, até mesmo,
destinada a adquirir substrato de
hipótese imorredouro ante a tantas outras
premissas filosóficas:  

 
"οὕτως οὖν δὴ κατὰ λόγον τὸν εἰκότα δεῖ λέγειν τόνδε τὸν κό
σμον ζῷον ἔμψυχον ἔννουν τε τῇ ἀληθείᾳ διὰ τὴν τοῦ θεοῦ.".
(Timeu, 30b-c). 

Marsílio Ficino, também, realiza sua


asserção, alegando que
o anima mundi possui papéis seminais na
criação das espécies de pensamento e do
próprio sustentáculo
supremo ôntico eiusmodi formarum:  

 
"Præter enim id
quod hinc quidem conformis est divinis: inde veio 
caducis, & ad utraque vergit affectu; tota interim
est simul ubique. Accedit ad heo, quod

251
anima mudi totidem faltem rationes rerum semin
ales divinitis habet, quot ideæ funt in mente
divina,
quibus ipsa rationibus totidem fabricat species in 
materia. Unde unaquæque species per
pro idee impriam rationem seminalem proprie res
pondet ideæ, facileque potest per hancsæpe aliqu
id illinc est effecta.". (De vita libri tres, p. 154). 

No Tathāgatagarbha Sūtra,
o Buddha ensina que cada ser é coberto
por uma essência universal, a qual,
independente dos atributos individuais,
sempre acompanhará
as circunstâncias ônticas dos entes vivos,
e, sendo, portanto, impessoal, dinâmica e
perene. Sob estas premissas, ele expõe
sua doutrina:  

 
"Quer os budas apareçam ou não no mundo,
o Tathagatagarbha de todos os seres
é eterno e imutável. (...) Da mesma
forma, kulaputras, o Tathagata vê que todos os
seres que são transportados pelo samsara cakra,
recebem, especialmente, o sofrimento e

252
o veneno oriundo do teor e do caráter de suas
próprias ações; mas, apesar disso, seus corpos
ainda possuem o Tathagatagarbha.". 

O antigo tratado grego de cosmologia,


"Sobre o Universo", sugere também a
existência duma substância que modela os
elementos da disposição dimensional tanto
do céu quanto da terra, a par das
declarações de antanho expostas: 

 
"Λέγεται δὲ καὶ ἑτέρως κόσμος ἡ τῶν ὅλων τάξις τε καὶ διακ
όσμησις, ὑπὸ θεοῦ τε καὶ διὰ θεὸν φυλαττομένη.
Ταύτης δὲ τὸ μὲν μέσον, ἀκίνητόν τε καὶ ἑδραῖον ὄν, ἡ φερέ
σβιος εἴληχε γῆ, παντοδαπῶν ζῴων ἑστία τε οὖσα
καὶ μήτηρ. Τὸ δὲ ὕπερθεν αὐτῆς,
πᾶν τε καὶ πάντῃ πεπερατωμένον εἰς τὸ ἀνωτάτω, θεῶν οἰκη
τήριον, οὐρανὸς ὠνόμασται.". 

Os seres vivos, circunvalados pela alma


universal, interagem, em fenômenos
cordos de processos intercambiáveis dos
veículos de locução das faculdades

253
impulsionais ônticas, ora esotéricos,
ora exotéricos, com os entes inorgânicos
numa rede de associações
morfológicas sinergéticas e auto-
reguladoras, o que, conseguintemente, faz
contrair um sistema complexo com
propriedades de estruturação sob
os fios condutores biológicos, pelos quais,
resultam-se os processos do artifício do
poder ôntico de cada ser vivo de
quaisquer reinos (empregando, pois, uma
terminologia fundamental da taxonomia),
os sistemas urbanos e rurais, no caso da
humanidade, os ecossistemas, o clima
global, cada célula viva e &c., construindo,
portanto, relações entre todos os
ingredientes abarcados pela alma
universal. Desta forma, far-se-ão certas
características endêmicas de domínio da
própria alma universal, como, v.g., não-
linearidade, emergência, ordem
espontânea, adaptação, retroalimentação
e assim por diante. Na alma universal, há,
outrossim, os
influxos diretos e permanentes da biota na

254
realidade abiótica, e.g., temperatura e
atmosfera. Esta, por conseguinte, sustenta
uma pletora de relações visando,
invariavelmente, a enteléquia dos efeitos
de contrabalança de causação ambiental,
ou da estrutura sicut est, não
das coevulções dos organismos
planetários, sendo estas,
movidas pela energia ou motores
das potencialidades ônticas, quer físicos,
quer metafísicos. A alma universal, de
qualquer forma, é a responsável pela
conservação plena da homeostase global.  

C. Sobre o fundamento ubíquo da mente


como essência espiritual de cada
organismo cósmico 

Deve-se manter em mente que a alma é o


centro de todas as
atividades psicológicas do ente vivo, como
o desejo, a emoção, a vontade, o
pensamento e &c., bem como dos

255
fenômenos paranormais, como as
percepções extra-sensoriais, as projeções
astrais e &c.; a alma é a
dimensão intermediária da consciência,
sendo a mais elevada, o espírito, o qual
é incorruptível e eterno; a alma não o é.
Esta, na verdade, cumpre o papel de ser o
portal de interação e conexão entre o
corpo e o espírito, e, portanto, compartilha
certas características de ambos. Ela pode
sofrer atrações, tanto do espírito quanto
do reino material, com tal magnitude, que
acaba desempenhando a função de
"campo de batalha" entre ambos. A alma
somente será eterna e divina se for
aliciada ao espírito e fundir-se com o Eu
superior, i.e., a consciência suprema de
cada substância ôntica existente no
cosmo. Enfatizado isto, deverei dizer que o
espírito, em realidade, é que será
o desenvolvedor da conceituação
universal de qualidades, propriedades e
atributos espirituais (πνεύμα ανεξάρτητο) dos
seres vivos. Malgrado isso, as
características da substância incorpórea,

256
inteligente e onisciente, i.e., o espírito,
representar-se-ão em uma
divisão tricotômica, a qual é apresentada
logo abaixo: 

a. Princípio timético. – Este princípio


superintende a parte senciente da
essência espiritual, viz., os desejos,
os impulsos, as paixões, com fortes
componentes conativos e emocionais. 

b. Princípio epitimético. – Este princípio


comanda a
parte intelectual ou mental da
essência espiritual, canalizando-se na
disposição esotérica do ente vivo e
refletindo nas
experiências exotéricas,
consubstanciada por afeições
viçosas e componentes cognitivos. 

c. Princípio logístico. – É a essência


espiritual consciencial, em busca das
verdades objetivas e universais. 

Classificamos o mecanismo de "propulsão"


espiritual, conforme as propriedades

257
de personificação da natureza, seja
vegetal, seja humana, seja mineral, seja
animal, seja procarionte, uma
substância hilozoica chamada "nisus", i.e.,
uma tendência conativa, consciente e
de forte empreendimento, que conduz a
identidade, ou existência separada, da
forma vital de todos os entes cósmicos,
quer partícipe dos seres primordiais, quer
dos derivados, quer dos sensíveis, quer
dos insensíveis. O hiato hilozoico,
analogamente, é o estado onde os seres se
locomovem de modo nômico (o qual é
vigente desde a epigênese), e esta mesma
característica é adjacente às partes
extrínsecas e intrínsecas da mente, viz.,
extramentalmente. O hiato hilozoico é
o manejo predestinatório, no qual são
projetadas todas as intonações extra-
sensoriais e sensoriais e os estímulos
ativos e reativos dos indivíduos durante
sua existência, tendo como geratriz desta
providência, os espíritos-guias e os seres
ascensos encarregados da presidência do
plano extrafísico. 

258
Existem, pois, três gêneros de modelo
extrafísico para cada essência espiritual,
variando de acordo com seu sortimento
de proporção do entusiasmo procedente
das partículas intercessoras, insubmissas
à compulsão especulativa, e suas
dimensões de percepção desempenhadas
na sua conduta de discernimento e de
intelecto, relacionada aos âmbitos
de organização vital consumados antemão,
através da adequação às eventualidades
objetivas da realidade: 

a. Espírito de tensão (tonos). – É o
espírito unificador e formador que
provê estabilidade e coesão (hexis) às
cousas; a maneira como se manifesta
é fornecida pela moção tênsil (tonicê
kinêsis). Isto é, o espírito move-se
externamente,
produzindo qualidade e quantidade,
e, concomitantemente, internamente,
provendo unidade e substância. Um
indivíduo é definido pelos equilíbrios
do espírito interior, os quais enlaçam-

259
no em junção e o separa do mundo
pelo seu derredor. 

b. Espírito de força vital. – É o


espírito vegetativo que permite o
crescimento procedente aos
princípios informes e indeterminados 
da consciência, adjacentes às
características comuns de todos os
entes vivos, e distingue uma cousa
como tendo
propriedade orgânica ou inorgânica d
e subsistir às experiências vitais. 

c. Espírito da psique. – É o espírito,


apresentado em suas formas
mais rarefeitas e ígneas, que serve
como uma alma animal, a qual
penetra no organismo, governa seus
movimentos, e endossa-o com
poderes de percepção e reprodução.  

d. Espírito racional. – Este espírito


simboliza a maturidade íntegra do
ente vivo e condescende-lhe grande
poder de juízo criterial. 

260
 

D.  Sobre o princípio uno de emanação


universal do qual todas as cousas são
derivadas e, para ele, retornam, no
estabelecimento cíclico das eras de
existência 

Creio eu, após muito examinar a


natureza monádica do criador, que o
Altíssimo é comparado ao fogo e seu
espírito, às faíscas da chama que são Dele
repelidas. Jamais enjeitaria, portanto, a
premissa, na qual se designa a noção da
existência segregada de Altíssimo da Sua
própria identidade imagética. Deve-se
saber que Deus conhece as
concepções impessoais e particulares são
simultaneamente presentes no todo e não
há nelas relação
de incompatibilidade entre seus juízos,
sem quaisquer dimensões sintéticas que
os concilie; daí, assenta-se Sua sublime
doutrina: unidade e diferença simultâneas.
A unidade que é manifestada de Deus
261
é racional e determinística, emanando do
indeterminismo uma causa incausada.
Cada indivíduo como um microcosmo,
reflete a ordenação gradual ou
fundamentação henológica do universo
referida, então, como macrocosmo. Ao
fazer um ideário constitutivo da
entidade demiúrgica (mente divina),
fundir-se-á, portanto, com o Um ou
a Mônada. Esta é a culminação
da deificação ôntica. O retorno do
indivíduo ao seu manancial cósmico,
donde contempla todas as suas
peculiaridades ontológicas. 

Seção XXII

Cabala e Platonismo

Ninguém negará que exista uma grande


analogia entre a filosofia platônica e certos
princípios metafísicos e cosmológicos
ensinados no Zohar e no Livro da
Formação. Nos dois lados, vemos a
262
Inteligência Divina ou a Palavra moldando
o universo de acordo com os tipos contidos
em Si antes que as coisas fossem trazidas
à tona. Nos dois lados, vemos os números
desempenharem o papel de intermediários
entre as ideias a priori, entre a ideia
suprema e os objetos que são a
manifestação incompleta no mundo dessa
ideia. Nos dois lados, finalmente,
encontramos os dogmas da pré-existência
das almas, da reminiscência e da
metempsicose.

Os cabalistas são de fato encorajados pelo


dogma incompreensível de uma criação ex
nihilo (do nada), admitida como base de
seu sistema a unidade absoluta; um Deus
que é, ao mesmo tempo, a causa, a
substância e a forma de tudo o que é,
assim como de tudo o que pode ser.

Como todo mundo, eles também


reconhecem a luta do bem e do mal, do
espírito e da matéria, do poder e da
resistência; mas subordinam essa luta ao
princípio absoluto e a atribuem à diferença

263
que necessariamente existe na geração de
coisas entre finito e infinito, entre toda a
existência individual e sua limitação, entre
os pontos mais distantes da escala dos
seres. Esse dogma básico, que o Zohar às
vezes interpreta por profundas expressões
filosóficas, já aparece no Sefer Yetzirah,
sob uma forma bastante fantástica e
grossa, é verdade, mas ao mesmo tempo,
suficientemente claro para permitir a
crença em sua originalidade, ou rejeitar,
pelo menos, a intervenção do filósofo
grego. Quando comparamos a teoria das
ideias e a teoria das Sefiroth umas com as
outras, e essas duas com as formas
inferiores que fluem delas, as
encontraremos separadas pela mesma
distância, e não podemos deixar de
entendê-la de outra maneira, observando
como o que fazemos, dualismo de um lado
e unidade absoluta do outro.

Ao criar um abismo entre o princípio


inteligente e a matéria inerte, Platão pode
ver nas ideias nada além de formas da
inteligência, quero dizer aquela
264
inteligência suprema da qual nossa
inteligência é apenas uma parte
condicional e limitada. Essas formas são
eternas e incorruptíveis como o princípio a
que pertencem; pois essas formas são elas
mesmas a ideia e a inteligência;
consequentemente, não pode haver
princípio inteligente sem elas. Nesse
sentido, eles também representam a
essência das coisas, uma vez que estas
não podem existir sem forma ou sem a
marca da ideia divina. Mas elas (as formas)
não podem representar tudo o que existe
no princípio inerte, nem podem
representar o próprio princípio; e, no
entanto, uma vez que o princípio existe, e
como existe, como o primeiro, em toda a
eternidade, é necessário que ele também
tenha sua própria essência, seus atributos
distintos e invariáveis, embora esteja
sujeito a todas as mudanças.

Rejeitamos o argumento de que Platão


pretendia apontar a matéria como uma
mera negação, isto é, a fronteira que
circunscreve cada existência particular.
265
Este papel que ele atribui expressamente
aos números, o princípio de todas as
fronteiras e de todas as proporções. Mas
junto com os números e a Causa produtiva
e inteligente, ele admite também o que
chama de "Infinito", que é mais ou menos
suscetível àquilo de que as coisas são
produzidas, em suma - ou - para serem
mais exato, substância separada da
causalidade. Existem, portanto,
existências, e é nesse ponto que estamos
dirigindo, ou melhor, formas de existência
– modos de ser imutáveis – que se
encontram necessariamente excluídos do
número de ideias. Este não é o caso das
Sefiroth da Cabala, entre as quais vemos a
própria figura da matéria ( ‫ יסוד‬- Y'sod). As
Sefiroth representam tanto as formas de
existência quanto as da ideia, os atributos
da substância inerte, ou seja, da
passividade ou da resistência, bem como
as formas da causalidade inteligente, uma
vez que as consideram perfeitamente
idênticas.

266
As Sefiroth são, portanto, divididas em
duas grandes classes, designadas pela
linguagem metafísica do Zohar como
"Pais" e "Mães", e esses dois princípios,
aparentemente opostos, provenientes de
uma fonte inesgotável - o Infinito (Ayn Sof)
- se reúnem novamente em um atributo
comum chamado "Filho", de onde se
separam sob uma nova forma para se
unirem novamente. Portanto, o sistema
trinitário dos cabalistas, que ninguém pode
confundir com a trindade platônica.

Tendo feito reservas para nossas


discussões posteriores, deve-se admitir
que, considerando essas fundações tão
diferentes, o sistema cabalístico, mesmo
se criado sob a influência da filosofia
grega, ainda pode reivindicar
originalidade. Pois esta, sob forma
absoluta, é extremamente rara e talvez
nunca seja encontrada e metafísica; e
sabe-se que o próprio Platão não deve
tudo ao seu próprio gênio.

267
*

268
269
CAPÍTULO 7
DAS CONCEPÇÕES MÍSTICAS E
MÍTICAS DO DIVINO LATENTE

Seção XXIII

Da Transfiguração dos Númenos

Existem entidades dos mundos superiores


na hierarquia do Ser, tão
incomensuravelmente altas que, para nós,
elas devem aparecer como deuses e
coletivamente - Deus. Mas, assim, nós,
homens mortais, devemos demonstrar-nos
para a formiga, o que se raciocina na
escala de suas capacidades especiais. A
formiga também pode, pelo que sabemos,
ver o dedo vingador de um Deus pessoal
270
na mão do ouriço que, em um momento,
sob o impulso da malícia, destrói seu
formigueiro, o trabalho de muitas semanas
- longos anos na cronologia dos insetos. A
formiga, sentindo-a agudamente, e
atribuindo a calamidade imerecida a uma
combinação de providência e pecado,
também pode, como o homem, ver nela o
resultado do pecado de seu primeiro pai.
Quem sabe e quem pode afirmar ou
negar? A recusa em admitir em todo o
sistema solar quaisquer outros seres
razoáveis e intelectuais no plano humano,
além de nós mesmos, é o maior conceito
de nossa era. Tudo o que a ciência tem o
direito de afirmar é que não existem
Inteligências invisíveis vivendo nas
mesmas condições que nós. Não pode
negar à queima-roupa a possibilidade de
existir mundos dentro de mundos, sob
condições totalmente diferentes daquelas
que constituem a natureza de nosso
mundo; nem pode negar que possa haver
uma certa comunicação limitada entre
alguns desses mundos e o nosso. Ao mais

271
alto, somos ensinados, pertencem às sete
ordens dos Espíritos puramente divinos;
aos seis inferiores pertencem hierarquias
que ocasionalmente podem ser vistas e
ouvidas pelos homens e que se
comunicam com sua descendência da
Terra; cuja descendência está
indissoluvelmente ligada a eles, cada
princípio no homem tendo sua fonte direta
na natureza daqueles grandes seres, que
nos fornecem os respectivos elementos
invisíveis em nós. A Ciência Física é bem-
vinda a especular sobre o mecanismo
fisiológico dos seres vivos e a continuar
seus esforços infrutíferos na tentativa de
resolver nossos sentimentos, nossas
sensações, mentais e espirituais, em
funções de seus veículos inorgânicos. No
entanto, tudo o que será realizado nessa
direção já foi feito, e a Ciência não irá
além. Como na interpretação exotérica dos
ritos egípcios, a alma de toda pessoa
extinta, desde o Hierofante até o touro
sagrado Apis, tornou-se um Osíris, foi
Osirificado, embora a Doutrina Secreta

272
sempre tivesse ensinado, que a verdadeira
Osirificação era o que Mônada somente
após 3.000 ciclos de Existências; assim no
presente caso. A "Mônada", nascida da
natureza e da própria Essência dos "Sete"
(seu princípio mais alto se tornando
imediatamente consagrado no Sétimo
Elemento Cósmico), deve realizar sua
rotação septenária ao longo do Ciclo do
Ser e das formas, do mais alto ao o mais
baixo; e depois novamente do homem
para Deus. No limiar de Paranirvana, ela
retoma sua Essência primitiva e se torna o
Absoluto mais uma vez.

O começo na terra mostra por que o


começo celestial é com a grande mãe na
terra e no céu, cujos dois personagens se
tornam as duas irmãs. E a figura dupla de
Ísis ou Neith como a terra ou hemisfério
inferior e Nupe como o céu estrelado
representa as duas mulheres, as duas
irmãs de quem os Kamilaroi reivindicam
sua descendência. O ombro superior é uma
figura comum do Pê egípcio (céu), e isso
por si só é suficiente para determinar um
273
assunto anteriormente mencionado, contra
Brugsch Pasha, que afirma que os egípcios
não consideravam a mão direita a leste e a
esquerda a oeste. Sua figura do céu e da
terra tem um duplo dever e mostra o sul
como frente, o norte como parte
impeditiva; com o leste para a mão direita
e oeste para a esquerda. Isso só pode ser
ilustrado por uma figura à moda egípcia. A
atitude disso, a figura superior, é igual a
duas figuras para o sul e o norte como
frente e verso; e a posição da face vira o
braço esquerdo natural para a direita, de
modo que temos a face para o sul, a parte
impeditiva para o norte; a mão direita está
a leste e a esquerda a oeste.

274
Figura 1: Neith representada

Isso é complementado e imposto pela


posição da figura inferior. Quando alguém
fica com a face ao norte, para representar
o sul, a face e a frente do céu, como Sut
(ou Sothis), o leste fica à direita, mas
precisa de outra figura para representar o
norte como impedimento, e essa seria a
outra metade feminina. Em todas as
tipologias, o oeste e o norte são femininos,
o quarto da esquerda e a metade do céu.
Na língua isubu, Dia Da Modi, a fêmea, é a
esquerda, porque mão inferior. Além disso,
quando a morte de um preto australiano
275
ocorre após o pôr do sol, o ancenúbio mais
próximo, como um relógio masculino e
feminino a noite toda. Dois fogos são
acesos; um em direção ao leste, o outro
em direção ao oeste, e é o homem que
observa para o leste, a fêmea para o
oeste.

A Deusa da Grande Ursa do céu do norte


foi a portadora do abismo da terra em um
dos dois personagens, o da Mãe Terra; no
outro, ela criou acima como a mãe céu, a
Dyaus feminina que situava Tep acima e
Tepht abaixo.

Ishtar-Bilit, a geratriz em seu caráter duplo


de Vênus acima e Vênus abaixo do
horizonte era adorada nos templos da
Síria, como em Hierapólis, sob a forma de
uma estátua com uma pomba dourada na
cabeça, um de seus nomes sendo
Semiramis. Luciano chama Semiramis, a
filha de Derketo (Atergatis) que ele viu na
Fenícia como mulher com rabo de peixe,
enquanto em Hierapólis, ela era mulher
por todo o lado. O peixe denotava o

276
elemento água; a pomba significava a
alma da respiração derivada da mãe. Uma
das lendas do Mahâbhârâta, descreve
Kaçyapas fazendo duas esposas frutíferas.
Um é Kadrû, o escuro ou vermelho; o outro
é Vinatâ, o inchado, que é o gestador, a
mãe da respiração, ela que emana o ovo,
do qual emitiu a serpente.

Diz-se que o Abismo das Trevas, no


Bundahesh, está no meio da terra e foi
formado lá quando o Espírito Maligno
perfurou e invadiu a terra no momento em
que “todas as posses do mundo estavam
se transformando em dualidade ”, e
começaram o conflito e a disputa ou alto e
baixo.

Também é dito no Bundahesh que


"revelação é a explicação de ambos os
espíritos juntos"; os dois espíritos de luz e
escuridão que se manifestam no espaço e
no tempo. Isso estava na divisão ou
bifurcação de todo começo. O Abismo das
Trevas se tornou o inferno como antítese
do céu. A tarde e a manhã foram o limite

277
duplo na primeira celebração da noite e do
dia. E, em hebraico, a tarde ou a escuridão
têm o mesmo nome que o corvo, o melro,
o Gareb, idêntico ao latim Corvus, antigo
alemão Kraben; velho nórdico Harfn;
Korōnē grego; Hrab maltês, que se
transforma em corvo. A mesma palavra no
egípcio Khereb significa uma primeira
formação, a figura modelo. "A noite
(Gareb) e a manhã foram o primeiro dia", e
o corvo era o tipo de lado sombrio. A
pomba é uma forma do pássaro da luz.
Isso em lituano é o Golub; o Golambo em
polonês e Columba em latim. Ambos os
pássaros foram igualmente tipos da
primeira formação e ambos são nomeados
a partir dessa origem.

II

Pode-se perceber que olhar o mundo


visível apresenta quebra-cabeças para o
homem que nunca podem ser resolvidos a

278
partir dos fatos do próprio mundo. Eles não
serão resolvidos dessa maneira, mesmo
que o conhecimento ortodoxo-científico
desses fatos seja o mais avançada
possível. Porque os fatos visíveis indicam
claramente um mundo oculto através de
sua própria essência interior. Quem não vê
isso fecha os enigmas, que surgem
claramente em toda parte a partir dos
fatos do mundo dos sentidos. Ele não quer
ver certas perguntas e quebra-cabeças;
portanto, ele acredita que todas as
perguntas podem ser respondidas pelos
fatos sensíveis. As perguntas que ele quer
fazer devem realmente ser respondidas
pelos fatos que ele espera que sejam
descobertos no futuro. Tu poderás
facilmente admiti-lo. Mas por que ele
também deveria esperar respostas em
certas coisas que não fazem perguntas?
Quem luta pela ciência secreta não diz
nada além de que tais questões são
evidentes e que devem ser reconhecidas
como uma expressão totalmente
justificada da alma humana. Afinal, a

279
ciência não pode ser restringida ao proibir
as pessoas de fazerem perguntas
livremente.

No que diz respeito à opinião de que o


homem tem limites de seu conhecimento,
que ele não pode exceder e que o obrigam
a parar diante de um mundo invisível,
deve-se dizer: não há dúvida de que, pelo
tipo de conhecimento que se entende por
lá não pode penetrar em um mundo
invisível. Quem considera esse tipo de
conhecimento o único possível, não pode
chegar a um ponto de vista diferente
daquele que foi negado às pessoas o
acesso a um mundo superior existente.
Mas também se pode dizer o seguinte: se é
possível desenvolver outro tipo de
conhecimento, pode levar ao mundo
supersensível. Se alguém considera esse
tipo de conhecimento impossível, chega-se
a um ponto de vista do qual todas as
conversas sobre um mundo supersensível
aparecem como pura bobagem.
Comparado a um julgamento imparcial,
não pode haver outra razão para essa
280
opinião a não ser que o outro confessor
desconheça esse outro tipo de
conhecimento, mas como alguém pode
julgar tudo o que afirma não estar
familiarizado? O pensamento imparcial
deve admitir o princípio de que se fala
apenas do que se sabe e de que não se
encontra nada sobre o que não se sabe.
Esse pensamento só pode falar do direito
de alguém comunicar algo que ele
experimentou, mas não do direito de
alguém declarar impossível o que ele não
sabe ou não quer saber. Ninguém pode
negar o direito de não se importar com o
sobrenatural; mas nunca pode haver uma
razão real para alguém se declarar
autoritário não apenas pelo que pode
saber, mas também por tudo o que "um
homem" não pode saber. Para aqueles que
declaram presunçoso penetrar na área
supersensível, deve haver uma
consideração científica secreta de que
alguém pode fazer isso e que é um pecado
contra as habilidades dadas ao homem, se
ele as deixar desoladas, em vez de

281
desenvolvê-los e usá-los. Mas quem
acredita que as opiniões sobre o mundo
supersensível devem pertencer
inteiramente ao meu significado e
sentimento pessoal nega o comum em
todos os seres humanos. Certamente, é
verdade que todos devem encontrar
informações sobre essas coisas por si
mesmo. A diferença existe apenas
enquanto as pessoas não querem abordar
as verdades mais elevadas de uma
maneira cientificamente comprovada, mas
na arbitrariedade pessoal. Isso, no entanto,
deve ser admitido sem mais delongas, que
apenas aqueles que reconhecem a
correção do caminho científico secreto
podem entender a peculiaridade dele.
Qualquer um pode encontrar o caminho
para a ciência secreta no momento
adequado para ele, que reconhece a
presença de algo oculto no aparente, ou
até suspeita ou solerte, que, com base na
consciência de que os poderes do
conhecimento são capazes de se
desenvolver, é levado ao sentimento de

282
que o que está oculto pode lhe ser
revelado.

III

Logo após o dilúvio, no início do ciclo atual,


uma época que os egípcios chamaram Zep
Tepi, um misterioso grupo de "deuses"
apareceu, para iniciar os sobreviventes nos
rudimentos da civilização. De Thoth e
Osíris no Egito, a Quetzacoatal e Viracocha
nas Américas, tradições em todo o mundo
subscrevem as origens da civilização
contemporânea a esse grupo sofisticado.

Apesar da popularidade enganosa do


jornalismo à la Von Däniken, evidências de
todo o mundo indicam que essas pessoas
foram os sobreviventes de alta tecnologia
da civilização anterior. Como os bunkers
de sobrevivência nuclear e as instalações
secretas de pesquisa de nossa própria
civilização, houve aqueles que surgiram
das “cidades dos deuses” subterrâneas,
283
depois que a poeira baixou. Eles eram os
"patriarcas pré-diluvianos", como Enoque e
Matusalém, os "gigantes e heróis da
antiguidade" mencionados em Gênesis. Os
deuses enigmáticos do antigo verão, Egito
e Índia, todos vêm dos tempos fabulosos
antes do dilúvio.

Desde a desclassificação do novo radar de


penetração no solo, em meados do fim da
década de 1970, surgiram os dados mais
impressionantes de sistemas subterrâneos
complexos e labirínticos em várias partes
do mundo. Em lugares como a Guatemala,
nas Américas do Sul, os túneis foram
mapeados sob o complexo da pirâmide
maia de Tikal, que se estende por 800
quilômetros até o lado oposto do país. Os
investigadores observaram que era
possível entender como meio milhão de
índios maias escaparam à dizimação de
sua cultura.

De maneira semelhante, o radar SIRA foi


implantado no Egito em 1978, mapeando
um extraordinário complexo subterrâneo

284
sob as pirâmides egípcias. Os acordos
feitos com o presidente Sadat do Egito
resultaram em três décadas de escavações
secretas para penetrar no sistema. O filme
revela a descoberta de uma vasta
metrópole megalítica, de 15.000 anos,
atingindo vários níveis abaixo do platô de
Gizé. Enquanto o resto da Nova Era
especula sobre uma câmara escondida sob
a pata esquerda da Esfinge, a lendária
“Cidade dos Deuses”, deitada
esparramada embaixo. Completo com
cursos de água subterrâneos hidráulicos, o
filme mostra câmaras enormes, as
proporções de nossas maiores catedrais,
com estátuas enormes, do tamanho do
vale do Nilo, esculpidas in situ. Os
pesquisadores, arriscando suas vidas com
luzes e câmeras, negociaram
cuidadosamente botes de borracha através
de rios subterrâneos e lagos de
quilômetros de largura, para penetrar em
câmaras fechadas além. Já foram
encontrados caches notáveis de registros e
artefatos.

285
É o legado de uma civilização e uma
tecnologia muito além da nossa. Uma
tecnologia capaz de criar uma vasta cidade
subterrânea, da qual a esfinge e as
pirâmides são meramente os marcadores
de superfície. O cientista do projeto, Dr.
Hurtak, o compara ao impacto do contato
com uma cultura extraterrestre avançada.
Ele a descreveu como a descoberta da
cultura da Quarta Raiz, a chamada
civilização atlante, destruída pela última
queda de terra. Apresenta evidências
inequívocas de que todas as línguas,
culturas e religiões remontam a uma única
fonte comum, à qual o Dr. Hurtak se refere
como a "Civilização dos Pais".

A tecnologia desenterrada está muito além


da tecnologia da máquina, como a
conhecemos. Como Arthur C. Clark uma
vez brincou, "qualquer tecnologia além da
nossa parecer-nos-ia mui mágica".
Segundo o Dr. Hurtak, essa era uma
cultura que decifrou o código genético e
possuía as chaves do espectro físico, a
"Física da Luz Superior" dos antigos. tudo o
286
que Gilgamesh procurava em sua famosa
jornada para a perdida "Cidade de os
Deuses "para procurar nos túneis abaixo
do Monte Mashu” nas terras do deserto.
Hurtak refere-se a uma "linguagem da luz"
e a um grande sacerdote-cientista do ciclo
do tempo anterior, chamado Enoque, que
está associado à construção do complexo
da Grande Pirâmide. Hurtak faz alusão a
uma grande ciência espiritual, uma ciência
que descreve uma escada genética para as
estrelas.

O sacerdote-cientista Enoque é um
patriarca pré-diluviano, um dos
personagens mais famosos e seminais do
ciclo do tempo anterior. Pai de Matusalém
e bisavô de Noé, Enoque é creditado na
Bíblia como arquiteto do original Sião, a
lendária "Cidade de Javé", além de
inventor do alfabeto e do calendário.
Enoque também é o primeiro astronauta
da história, que "é levado ao alto pelo
Senhor" e mostra "os segredos da terra e
do céu". Ele retorna à terra com os "pesos
e medidas" para toda a humanidade.
287
Conhecido pelos egípcios como Thoth, o
"Senhor da Magia e do Tempo" e pelos
gregos como Hermes, "mensageiro dos
deuses", ele é lembrado até na tradição
celta como o enigmático bruxo Merlin, que
desaparece em uma macieira mítica de
Avalon, buscando o segredo da
imortalidade e jurando voltar.

Como alguém que alcançou a imortalidade,


o segredo de como "podemos nos tornar
deuses", Thoth / Enoque promete retornar
no final dos tempos "com as chaves dos
portões da terra sagrada". Nos
controversos Manuscritos do Mar Morto,
revelando os Livros de Enoque perdidos
removidos da Bíblia pelos primeiros líderes
religiosos, Enoque descreve uma
civilização maravilhosa no passado, que
usava mal as chaves do conhecimento
superior e não conseguia se salvar do
último cataclismo. Tanto literal como
figurativamente, eles perderam as
"chaves", eles perderam todo o
conhecimento superior.

288
No entanto, Enoque, junto com muitas
tradições, até a lenda maia de
Quetzacoatal, promete um retorno desse
conhecimento no "fim dos tempos", no
final do ciclo do tempo atual. As revelações
bíblicas prometem "tudo será revelado" no
fim do mundo atual. As extraordinárias
descobertas no Egito e em outras partes
do mundo descrevem não apenas uma
tecnologia avançada, mas um caminho
evolutivo além do nosso estado atual. O
exame científico cuidadoso dos principais
locais das pirâmides do mundo revela que
são estruturas harmônicas sofisticadas,
não apenas refletindo as posições dos
planetas e sistemas estelares, mas
também projetadas para imitar os chakras
e as cavidades harmônicas do corpo
humano. Mesmo cada pedra dentro da
Grande Pirâmide é sintonizada
harmonicamente para uma frequência
específica ou tom musical. O sarcófago no
centro da Grande Pirâmide está
sintonizado com a frequência do batimento
cardíaco humano.

289
Experiências surpreendentes, conduzidas
pelo Dr. Hurtak e colegas da Grande
Pirâmide e outros locais nas Américas do
Sul, demonstram que as pirâmides são
"computadores geofísicos" ativados por
voz. Com sons antigos e específicos, a
equipe científica produziu ondas de luz
visíveis acima e dentro das pirâmides e
conseguiu penetrar até agora em câmaras
inacessíveis. Descobertas subsequentes
indicam que os sacerdotes-cientistas
antigos empregavam algum tipo de
tecnologia de som harmônico nas
estruturas do templo.

O conhecimento enoquiano perdido revela


a língua materna como uma "linguagem da
luz". Conhecida pelos antigos como Hiburu,
é a linguagem primária de sementes,
introduzida no início deste ciclo de tempo.
Pesquisas modernas confirmam, a forma
mais antiga do hebraico como sendo uma
linguagem natural, as formas alfabéticas
emergentes dos padrões de fosfato do
cérebro. As mesmas formas, de fato,
nascem de um vórtice giratório. É uma
290
verdadeira linguagem da luz, percorrendo
nosso sistema nervoso.

Codificando as geometrias naturais das


formas de onda do mundo físico, Hiburu é
uma linguagem harmônica, imitando as
propriedades da forma de onda da luz. As
“teclas” de que Enoque fala são as teclas
sonoras, as teclas a matriz vibratória da
própria realidade, o mítico “Poder do
Mundo”. O conhecimento enoquiano
descreve equações sônicas, codificadas
nos antigos mantras e nomes de deuses,
capazes de afetar diretamente o sistema
nervoso e produzir efeitos profundos de
cura e estados de consciência mais
elevados.

O DNA, a antiga “árvore da vida”


cabalística retratada na Torá bíblica, agora
está sendo vista como uma estrutura
vibrante ao vivo, em vez de uma gravação
fixa. Muitos cientistas modernos
consideram o DNA uma configuração de
forma de onda cintilante, capaz de ser
modificada pela luz, radiação, campos

291
magnéticos ou pulsos sônicos. O legado de
Thoth / Enoque sugere que essa
"linguagem da Luz", a ciência harmônica
dos antigos, poderia realmente afetar o
DNA.

As evidências no Egito indicam que este foi


o grande experimento genético de 6.000
anos tentado pelos egípcios, a busca pela
imortalidade e as estrelas, uma missão
descrita pelos grandes da antiguidade,
uma missão iniciada por Gilgamesh há
muito tempo. Os egípcios não estavam
fixados na vida após a morte, como
pensado pelos primeiros tradutores
cristãos, mas focados em criar um tipo
superior de humano. Juntamente com
muitas culturas antigas, eles acreditavam
que o DNA vinha das estrelas e estava
destinado a retornar.

O conhecimento de Thoth / Enoque implica


que os seres humanos devem evoluir além
da nossa forma terrestre atual, como a
Bíblia nos diz, "podemos nos tornar
maiores que os anjos". Os egípcios

292
registram histórias dos "Caminhantes das
Estrelas", indivíduos ocasionais que, como
Enoque, viajaram "além do Grande Olho de
Órion" e retornaram, para andar como
deuses entre os homens. Apesar do
branqueamento dos seres semidivinos da
consciência moderna, seria possível, como
insistem os textos antigos, estarmos
destinados a "nos tornarmos deuses"? Os
“Senhores da Luz” maias e os “Brilhantes”
egípcios / tibetanos são realmente uma
forma superior de humano?

De acordo com muitas lendas da Terra,


esses seres devem retornar regularmente,
no início e no final de cada ciclo do tempo,
o meio ponto de 13.000 anos da órbita
zodiacal de 26.000 anos do nosso sistema
solar em torno do centro da galáxia. Por
causa das condições em nossa órbita
galáctica, esses intervalos de 13.000 anos
ou "mundos" parecem separados por uma
agitação cataclísmica.

293
A palavra grega Phoenix, derivada da
palavra egípcia Pa-hanok, na verdade
significa "A Casa de Enoque".

O conhecimento enoquiano sugere que


essas mudanças cataclísmicas regulares
atuam como um agente provocador
evolutivo, para acelerar as formas de vida
residentes para a próxima fase evolutiva,
antes do êxodo do planeta do útero. A
evolução humana pode prosseguir mais
rapidamente do que se pensava
anteriormente. A evidência agora
aparecendo registra as civilizações diante
de nós, que dominaram o continuum físico
e progrediram além deste mundo.
Também houve quem fracassou. Também
temos a mesma oportunidade de fazê-lo
ou quebrá-lo.

As descobertas emergentes do Egito


descrevem a existência de um sistema
mundial de templos de pirâmides na pré-
história, montado como antenas nos
principais meridianos de energia, que
foram empregados pelos sacerdotes-

294
cientistas antigos como um sistema
musical para estabilizar as placas
tectônicas do planeta. Da palavra da língua
materna Jedalah, que significa “o caminho
da Palavra” ou “o poder da Palavra”, os
antigos sacerdotes Jedai usavam a
linguagem da Luz para sintonizar o planeta
como um sino harmônico gigante. Muito
está sendo redescoberto nos últimos dias
deste ciclo de tempo. Nas palavras do Dr.
Jay Franz, da Omega Foundation, "mesmo
se não ousamos nomeá-lo, há um
sentimento universal de algo iminente no
cenário mundial".

É natural que Deus não derrote seus


planos pessoais ao construir a criação de
vida neste planeta, restringindo a
procriação familiar em qualquer sentido
individual ou cometendo um pecado
sexual. O sexo é uma parte necessária,
vital e integrada da vida de qualquer
civilização normal dos povos e é muito
essencial para o crescimento e o bem-
estar de qualquer civilização. Portanto,
quando estudamos esses fatos,
295
começamos a ver a verdadeira
interpretação espiritual e o significado da
simbologia dessas duas grandes parábolas,
como estão escritas no livro de Gênesis.

Assim, como dissemos que no capítulo


inicial da Bíblia, na menção dos seis dias,
essa era realmente a referência à Lemúria
de 160.000 anos atrás. Os mestres vieram
da Lemúria e se estabeleceram no que
hoje é conhecido como o Deserto de Gobi,
que faz fronteira com o Tibete. As pessoas
entendiam as forças e impulsos
controladores de todas as coisas da mente
e muitas coisas eram explicadas segundo
os princípios da psicocinética (as forças da
mente) para esses habitantes da terra.

A civilização de Mu foi de 500.000 anos


atrás, uma de natureza espiritual - em que
grandes planos de diferentes espíritos da
terra, ar, fogo e água eram crenças rituais
do povo. Foi a partir desses conceitos que
surgiram muitas das coisas nas quais o
yogue ou brâmane de hoje acredita. A lei e
o castigo da alma do homem ou a

296
expiação vicária eram praticados e muitas
outras formas primitivas de autopunição, e
algumas das crenças mais modernas dos
conceitos brammanistas tiveram sua
origem no Mu. Pode ser bom para a ciência
moderna saber que daqui a 100.000 anos
a Terra será um local quente demais para
se viver.

Que seja dito por amor à posteridade,


nenhum homem retrocede salvo com sua
própria vontade e intenção. O retrocesso
no indivíduo está apenas criando carma no
corpo psíquico, e um homem não pode se
tornar um animal do campo, mas apenas
se projeta nas ordens inferiores do esforço
kármico e se restabelece com sua
consciência divina. O homem é deus e
permanecerá assim além dos fins do
tempo. Ele é a inteligência pessoal e a
deificação do homem.

Nas grandes civilizações, o homem


constrói para si as forças positivas e
negativas. Toda força é energia que se
resolve encontrando sua plenitude com

297
seu uníssono, sua própria harmonia. Essa
energia é uma força de movimento livre,
energizante e infinitamente inteligente, e
sendo infinita na natureza deve se
expressar no infinito em todas as direções.
Deus forma o superconsciente de um
homem dizendo que o homem não está
confinado às coisas deste planeta, mas sim
à vastidão deste universo cósmico, onde
existem galáxias de aglomerados de
estrelas que podem ser apenas pontos de
luz neste grande turbilhão e ainda assim
são gigantes individuais sóis - cada um
com seus aglomerados de planetas, muitos
dos quais povoados pela humanidade em
vários estágios de evolução. Não podemos
visualizar essas formas ou corpos físicos
que podem ser grotescos, assim como os
nossos podem aparecer para eles, mas
cada ser pode ser chamado de homem da
forma que ele assumir.

Existem bilhões de formas de corpos


divinizando a força de Deus que está
dentro. Entramos e habitamos a terceira
dimensão em ascensão com uma
298
consciência tridimensional e, portanto,
devemos assumir o mecanismo necessário
para viver em um planeta material. O
materialista está apenas no começo dos
degraus da escada do progresso da alma.

Precisamos construir a fundação antes que


o telhado seja colocado. Portanto, o
homem precisa conhecer o valor do co-
relacionamento, às vezes chamado de
causa e efeito, que pode assumir formas
de ódio, raiva, ganância ou pode, na sua
forma pura e mais inteligente, como o
amor. Neste e em outros planos do
materialismo, o homem está aprendendo a
escolher, a usar essa força divina, está
aprendendo a usar essa inteligência
amplamente, e que essa separação do uso
dessa força o empresta subjetivo à
doença. Ele aprenderá em eras de tempo
após muitas reencarnações, o uso correto
dessa força de Deus; ele promoverá seu
crescimento e progresso espirituais que o
encarnarão em planos espirituais de
consciência que não conhecem ganância
ou ódio, que não conhecem desejos
299
carnais, mas sim uma grande liberdade
espiritual.

Cada indivíduo, em sua própria integridade


espiritual, encontra-se não apenas no
veículo da ascensão inteligente de Deus,
mas também se torna divino por natureza.
Então, em conclusão, os desta terra
insignificante – daqueles pequenos
intelectos que são como formigas neste
grão de poeira cósmica, cujas mentes
estão imbuídas em desejos kármicos, que
se tornam temíveis e veem apenas a
morte e a destruição dessas coisas sobre
eles – ficam em pânico e, portanto,
precisam de coisas de natureza destrutiva,
pensando talvez para dissipar esses medos
internos; e, assim, procuram lutar por seu
próprio domínio sobre os números,
pensando que esse falso senso de prestígio
aliviará esse medo persistente.

300
Seção XXIV

Conceitos Pertinentes às Ações Humanas

Resumamos os conceitos pertinentes às


ações humanas em três premissas
fundamentais: 

1ª: As ações humanas não são


induzidas, imprescindivelmente, pela
sociedade ou influências exteriores, senão
forem pela consciência ou atributos
interiores, particulares da
disposição noética do homem, quer no
estado de perturbação, quer no de
mansuetude. 

2ª: As ações humanas não só determinam


substancialmente o caráter e as
condições personalísticas inerentes ao ser,
senão, ainda, desdobrarem a própria
natureza do desígnio ôntico e seus
respectivos caminhos. 

3ª: As ações humanas não são obras


promanadas do agente em si, senão forem

301
de sua predestinação ou propriedades de
estabelecimento das causas e dos efeitos
das atividades humanas sob coordenação
computável e irrefragavelmente
antecipada e de
proveniência metempsicótica, i.e., relativa
às experiências consumadas em
transposições carnais precedentes do ser e
caracterizadas como forças de definição do
perfil ôntico do indivíduo, a qual, sob
circunstâncias misteres, jamais se subjaz
como estímulo da nução individual, i.e., o
moto próprio ou livre arbítrio de aceite ou
reprovação dos substratos existenciais
mediados pelo ser sui generis; sem
embargo, suas peculiaridades ônticas são
decididas pelos configuradores
da fenomenologia espiritual de todos os
entes vivos, i.e., estes têm o exercício de
suas funções de
maneira universal e onipotente sobre as
entidades integrantes do cosmo. 

Em subsequência a estas três preposições,


deverei enumerá-las sistemática e

302
metodologicamente nas reflexões a serem
feitas seguidamente. 

§1. Da elaboração das leis das ações


humanas 

Firmo com seguridade que


o corpo nômico das ações humanas é
caracterizado não somente pelos efeitos
que são acarretados pela sua efetividade,
mas, também, pelas causas que fizeram
com que eclodissem
com definição e condições produtivas e
desenvoltas. Com isto salientado, deve-se
afirmar que a forma com que a elaboração
das leis das ações humanas é assentada,
se resulta dos próprios juízos aplicados nas
atitudes das pessoas e seus respectivos
referenciais apodíticos, i.e., as faculdades
de julgamento e de pensamento valorativo
que influem diretamente nas atividades
humanas, sobretudo, por seu veículo de
procedência cuja natureza de autoridade

303
sobre o indivíduo (potestate ec hominem)
é indubitável e abonde presente. Tendo
todos estes componentes teoréticos
elencados a nossa filosofia, devemos
presumir que os itens essenciais (ora
hipotética, ora concretamente) são estes:
a) dimensão noética, b) qualidades das
ações, c) suscitação práxica e d) modus
operandi. Devê-vo-los-ei elucidar, tanto em
seus aspectos gerais, quanto nos
pormenorizados, a fim de que possamos
instituir inconcussa e solidamente o nosso
entendimento sobre as regras e
os princípios canônicos que emanam, pois,
domínio de suma e mister potência sobre
as ações humanas: 

a. Dimensão noética. – O princípio de
dimensão noética contribui para a
composição nômica das ações
humanas no sentido de que o
indivíduo, sendo regido pelos fluxos
daquilo que empenha durante sua
vida, é diretamente coordenado pelo
âmbito transcendental de
sua consistência psíquica, viz., de sua
304
própria consciência e
correspondentes conteúdos e liames
transportadores
de intervenção ôntica. Decerto, esta
poderá, de uma forma ou outra,
interagir com as forças corporais,
integrá-las às suas faculdades
receptaculares de interferência e, por
conseguinte, modificar as suas
capacidades de andamento mútuo
com a própria matéria ôntica e,
doravante, comandá-las sumamente,
sem óbice de trabalho algum,
malgrado sendo englobada por ônus
e responsabilidades de elevada
magnitude para poder ministrar
apropriadamente as zonas de alcance
de liberação da substância carnal.
Reiteradas estas elucubrações, deve-
se estabelecer teoreticamente que
a nous humana é fundada sobre
um órganon geralmente
extramundano e preternatural,
porquanto suas estruturas de
relacionamento com a identidade

305
puramente sintetizada
no ὕλη (matéria) se devem através do
plano metafísico e
seu locus subjacente, afora as
eventualidades espirituais que
transferem o ser corpóreo para a
constituição etérea do cosmo,
convertendo sua carne rígida, bruta e
densa em projeção
psíquica sutil e astral. Portanto, a
dimensão noética é a principal
determinante na elaboração das leis
das ações humanas, pois ela está
mais propínqua do
princípio uno e divino (ἕνωσις),
caracterizado normativamente pelas
suas mônadas que absolutamente
geometrizam a todas as realidades
conforme os ditames misteres
definidos previamente
na cosmogênese sobre edificação e
fenômenos manejadores do
fornecimento consciencial dos
mundos existentes in universum.  

306
b. Qualidades das ações. – Podemos
determinar, com circunspecção, as
qualidades das ações humanas como
módulos ou meios fatoriais ad hoc,
viz., aquilo que determina os papéis
atributivos das atividades e
seu ethos, ou caráter,
i.e., propriedade moral de um ser, a
qual sustém sua conduta e modos de
empreendê-la. Existem diversas
qualidades das ações humanas que
podem ser expostas e classificadas;
contudo, há três que são mais
destacadas:  

I. Funções de conveniência. – Nós


podemos, outrossim, denominá-
las καθῆκον, sob a terminologia do
grego clássico. As funções de
conveniência são aquelas que
pareiam o nível de intensidade e
prolongamento das ações humanas
conforme as suas peculiaridades
consubstanciadas nas causas e
nos efeitos, ou poderíamos considerá-
las como sendo o
307
atributo metempsicótico em
representação subjetiva e íntima,
influindo, portanto, na própria
formação do indivíduo e seu destino
ou ultimato. 

II. Compreensão. – Chamar-se-ia, de


igual natureza, consoante o mesmo
motivo que a qualidade demonstrada
no tópico I (i.e., funções de
conveniência), quer dizer, sob razões
nominais, κατάληψις. A compreensão
abrange as áreas
de aprendizagem e absorção das
relações dicotômicas entre as causas
e os efeitos das ações humanas, e, a
qualquer maneira (qualubet), intenta
superá-las. Todavia, não
necessariamente alcance este
objetivo, porquanto a imanência
perpétua também é consequência
ainda mais apodítica, i.e., de maior
natureza plausivelmente evidente e
mister. Por conseguinte,
a compreensão funciona como uma
espécie de instrumento para
308
sobrepujar à carne enfermiça e
imperfeita e, também, tencionar
melhores modelos conciliatórios
(οἰκείωσις) com as realidades
parametrizadas e redundadas no
cosmo.  

III. Condições ativas. – Da mesma forma


que eu fizera nos postulados
anteriores, sob ângulo terminológico
do grego clássico, também,
denominemo-la ἕξις. As condições
ativas são aquelas que padronizam os
gêneros de consolidação das ações
humanas, desenvolvendo a
receptividade e o deferimento destas
diante da estrutura total do cosmo,
incluindo, a realidade hilomórfica,
comumente nomeada de material.
Temos, por condições ativas, todos os
mecanismos do modus essendi do
homem, que, em morfologia,
denominamos substantivos abstratos,
e.g., amor, felicidade, sofrimento, dor,
tristeza, genuinidade, tranquilidade,
tormento e &c. 
309
c. Suscitação práxica. – Podemos
categorizar por
suscitação práxica todo o estímulo, de
forma indireta ou direta, que
ocasiona a ação humana e a efetiva
normativamente, desdobrando seus
efeitos com relativa nitidez e
suficiente vivacidade. Por
conseguinte, se aprofundarmo-nos no
estudo dos gêneros concernentes à
suscitação práxica de modo
a interagir com seus mecanismos
principais, notaremos, a priori, que
quaisquer definições de ser e viver
nos pilares das
suscitações práxicas serão produzidas
pelos próprios estados de conjunção
ou disjunção com os fenômenos
monádicos e hieráticos do cosmo.
Todo o homem que se liberta dos
ciclos viciosos das
suscitações práxicas e reverte a sua
submissão à eternidade
da treva metempsicótica, torna-se,
portanto, metafisicamente

310
harmonizado com as mônadas e as
substâncias hieráticas do cosmo,
alcançando, como supremo ultimato,
a imortalidade da alma, a qual os
gregos nomeariam ἀθανασία. Pitágoras,
em seus “Versos de Ouro”, no-
la revela com sublimidade:  

 
"ήν δ΄ απολείψας σωμα έσ αίθερ΄ ελέυθερον έλτχσ

εσσεαι άθανατος, θέος ανβροτος ούχ ετί θνήτος."

Por conseguinte, podemos deliberar as


suscitações práxicas como forças motrizes
que engendram as ações humanas, as
quais são agentes reativos destas, de
modo sensorial ou extra-sensorial; sem
embargo, o objetivo de todo o ser humano,
enquanto existe, é transpassar este ciclo
de elevados vazio e vínculo de restrição da
própria liberdade de ser e viver, e,
posteriormente (não
necessariamente crás, porventura),

311
residir ad æternum na atánasia psíquica (i
.e., imortalidade da alma). 

d. Modus operandi. – Definamo-lo como


a modalidade de ação humana, i.e., a
maneira como esta se efetiva e se
torna práxica. Evidencio-vos,
ademais, que os modus operandi das
atividades humanas são diversos
e refertos de unicidade em sua
disposição, e, inclusive, em
sua exequibilidade. Nós estamos
soídos a afirmar que as ações
humanas são o principal fator de
identidade do verdadeiro ethos dum
ser, cuja opinião a sociedade em
geral toma-la. Todavia, será
realmente apodítico que os eventos
exteriores ao homem prova a sua
essência ou são seus atributos
interiores e pneumáticos que fazem-
no? É, com efeito, uma indagação
dificultosa para responder de
prontidão, não obstante as múltiplas
validações teoréticas que
demonstram, irrefutavelmente, que
312
nem tudo o que nos afeta
externamente, quer de modo ativo,
quer de modo passivo, revelar-nos-á
ou instituir-nos-á per essentia.
Temos, e.g., a divisão das virtudes
em intelectuais e morais; segundo a
visão recorrente na sociedade, a
virtude moral seria creditada como
determinadora do ethos do indivíduo.
Contudo, esta é absolutamente
vulnerável às mudanças de hábito, e,
quiçá, não é nata com o indivíduo,
tampouco é herdada de suas
experiências passadas que perfazem,
de fato, sua essência. Na realidade, é
a virtude intelectual que cumpre o
papel de definir o ethos do indivíduo,
pois além deste ser ensinado
naturalmente e ser nato com o ser,
outrossim, capta-
se metempsicoticamente, viz., é
oriundo dos eventos precedentes das
outras vidas do indivíduo, e, com
efeito, constituem seus aspectos
essenciais indelével e

313
imperecivelmente. Neste tópico,
Aristóteles transmite-nos sua
concepção peremptoriamente, na
"Ética a Nicômaco": 

 
"Διττῆς δὴ τῆς ἀρετῆς οὔσης, τῆς μὲν διανοητικῆς τῆς δὲ ἠθι
κῆς, ἡ μὲν διανοητικὴ τὸ πλεῖον ἐκ διδασκαλίας ἔχει καὶ τὴν 
γένεσιν καὶ τὴν αὔξησιν, διόπερ ἐμπειρίας δεῖται
καὶ χρόνου, ἡ δ᾽ ἠθικὴ ἐξ ἔθους περιγίνεται, ὅθεν καὶ τοὔνομ
α ἔσχηκε μικρὸν παρεκκλῖνον ἀπὸ τοῦ ἔθους.".

Em suma, o modus operandi é o conjunto


de meios e propriedades designantes,
pelos quais, as ações humanas são
invariavelmente decorrentes, e sua
demonstração genuína se dá pelas
virtudes intelectuais e
aspectos idiossincrásicos internos do
indivíduo. 

No tocante à elaboração das leis das ações


humanas em questões deontológicas, viz.,
correlatas aos deveres e às
responsabilidades que lhes são invocadas,

314
deve ser asseverado que o indivíduo
possui certas incumbências intelecto-
morais a serem cumpridas e
obtemperadas, a fim de dar
prossecução eficiente a sua experiência
terrena de tal modo com que ele possa
visualizar novos desígnios para serem
enfrentados e cruzados, e, doravante, faça
desenvolver a cabo etapas afortunosas em
prol da própria agregação de juízos
sagrados (iudicium sacrum) para sua
experiência ôntica. Devemos integrar
alguns conceitos que nos permitam
desenvolver a nossa tese com proficiência,
como, v.g., de que o espírito é constituído
pela quintessência do cosmo, para que,
dessarte, possamos encontrar
uma pletora de soluções razoáveis para
um específico gênero (malgrado assaz
importante) de questões ontosóficas, i.e.,
relacionadas à sabedoria de ser ou o que
pode ser classificado como preceito sábio
para ser ou não-ser, o qual é relacionado à
natureza causal das ações humanas.
Independente disso, dever-vos-ei dizer

315
que, se a hipótese de que a quintessência
compõe o espírito é verdadeira,
conseguintemente, os
paradigmas edificantes do cosmo serão,
inevitavelmente, uma maneira de
infiltração nas redes do espírito humano
(spiritus humanus) a fim de influenciar ou
não as suas ações, em aspectos individuais
ou universais, subjazendo nas intenções do
agente supremo da situação, i.e.,
os arquétipos cósmicos (conforme dantes
citado, entretanto, com exposição
sinonímica). 

§2. Da penetração das leis das ações


humanas 

Eu, portanto, devo esclarecer que as


faculdades de penetração das leis das
ações humanas são, sobretudo, originadas
de forças transcendentes ao que
constatamos empírica e cientificamente,
i.e., sob a ótica das metodologias de

316
inferência e análise hoje empregadas, não
obstante o fato de que as atividades
humanas não só recebem interferência dos
fenômenos espirituais, mas como, de
modo discernível, são apoiadas por fios
condutores de ajuste e fixação dos sinais
do cosmo, viz., as representações
semióticas da estrutura cósmica, nas quais
influem diversos transmissores de gêneros
variados de agentes motores que
permitem a atualização das
potencialidades das ações humanas,
particularmente, no seu exercício crebro. É
deveras cônscio, o indivíduo, que ao
praticar seus atos de maneira a discriminar
os empecilhos morais, da realidade sob a
perspectiva do alinhamento conectivo dos
artifícios sintéticos do cosmo, viz., a
conjuntura das totalidades que se agrupam
em classes de âmbitos preponderantes nas
leis das ações humanas, donde vêm, por
conseguinte, as condições penetrantes
nestas. Além disso, mister afirmar que
qualquer suposição assertória com base
não só nos artifícios de síntese cósmica,

317
mas também nas circunstâncias ônticas de
mutabilidade paulatina das cousas a fim
de fortalecer seus papéis na realidade
total, é extremadamente vera e insuspeita,
se notarmo-la à guisa das preposições
filosóficas sob um ponto de
vista substratal-pneumatológico.  

Uma vez que tu entendes o vazio, ou a


nulidade da natureza das cousas (natura
rem), tu poderás, conseguintemente,
captar o significado do emergente-
dependente, e este assistir-te-á na tua
afirmação de certeza sobre as ações
humana e seus efeitos. Devo, assim, dizer
que se concebermos que as assunções
feitas mediante a esta formulação
embasada no axioma de que apenas o
entendimento da nulidade pode trazer à
tona a completitude transcendental da
alma, dessarte, presumiremos que será
digno de nota desvelar as próprias
condições de intromissão dos efeitos das
ações humanas nas nossas vidas como
instrumento eidético-apodítico de auto-
entendimento ou, a propósito, de
318
autoconhecimento personalístico. Seja
qual for o gênero da causa (i.e., deficiente
ou eficiente), o efeito será
sempre proporcional e indissociável a esta,
isto é, a intensidade como é exercida a
causa é equivalente à de sua
consequência, inevitavelmente. As ações
humanas residem com abertura nos
ciclos dicotômicos da eficiência e da
deficiência das causas e dos efeitos, sendo
raras vezes, a sua demonstração
genuinamente tácita. Sobre esta questão,
na obra "Metafísica", declarar-no-la-
á Baumgarten: 

 
"Omnis effectus caussӕ deficienti vel efficienti sim
ilis est,
i.e., qualis causa, talis effectus. Effectus caussӕ e
fficenti vel similis, qua differentiam utriusque, vel 
minus.". 

Não há contraposição à penetração das


leis das ações humanas. Elas são
impetuosas no exercício de suas funções.

319
Inclusive, elas podem muito bem
determinar a própria
condição circunstancial de destinação do
indivíduo conforme o seu próprio ethos, e,
portanto, imiscuindo em caminhos que
sejam, indubitavelmente, consentâneos a
sua performance individual nos conflitos e
nos momentos de apaziguamento
interior (αταραξία); destarte, poder-se-á
conjecturar que, no indivíduo, serão
naturalmente incutidas as substâncias de
natureza ôntica engendradas sob o
protótipo de aplicação "mutatis mutandis",
viz., tudo o que há de ser mudado no
indivíduo, sob quaisquer
pretensões teleológicas, deve ser efetivada
sua respectiva mudança, a fim de,
gradualmente, melhorar e expandir a
sua consciência espiritual, inclinando-se
sempre ao princípio dinâmico, infinito,
incorpóreo e impessoal que as suas
experiências metempsicóticas,
aquela energia vital que aproxima o
homem do sagrado, do divino e da própria
sumidade cósmica, que denominamos

320
geralmente "espírito". Os hindus chamá-lo-
iam de आत्मन ्  (atman), i.e., o eu verdadeiro,
a faculdade aperceptiva de alcance
irrestrito, não-refratária, pulsional e
suprema que está por detrás de todos os
fenômenos existentes, a essência (οὐσία)
absoluta de cada entidade viva e partícipe
das eventualidades cósmicas. 

Seção XXV

Um Pouco sobre Literatura Indiana

Consoante o que observa Sr. Dasgupta no


tocante à antiguidade dos Vedas, dizemos,
portanto, que estes "seriam considerados
como o mais antigo registro literário da
raça Indo-Europeia". Malgrado alguns
tentaram comprovar a idade precisa do
surgimento dos Vedas, isso ainda parece
incerto atualmente; tais estimativas foram
feitas, por exemplo, pelo orientalista
alemão Max Müller, que apontou a data de

321
1.200 a.C., e o professor e nacionalista
indiano Bal Gangadhar Tilak o qual, por
sua vez, estipulou 4.000 a.C. Os Vedas,
segundo o que se constata, foram
transmitidos de boca em boca em uma
antiguidade até agora desconhecida. Os
hindus, ao presumirem que os
ensinamentos apresentados nestas obras
não fossem concebidos decerto por
homens, supunham, geralmente, que
fossem desvelados diretamente por Deus
aos grandes iniciados ou sábios, os quais
ditavam os prognósticos dos seus hinos.
Não obstante, se formos refletir um tanto
mais afundo acerca da influência védica no
âmbito de outras doutrinas, notaremos que
tanto o Budismo quanto o Hinduísmo,
porventura, incorporaram elementos da
mística dos Vedas, assim como o "ַ‫תַּ נ‬
‫ְך‬ (Tanakh ou Antigo Testamento) serviu de
base para os prosélitos e dogmas
religiosos e filosóficos pregados
no Νέα Διαθήκη (Néa Diatéke ou
Novo Testamento)*. 

322
O termo "Veda" significa "conhecimento",
logo, "o
conhecimento par excellence", i.e. "o
conhecimento sagrado, religioso".
A literatura védica consiste em três classes
diferentes de obras literárias; e a cada
uma dessas três classes pertence um
número maior ou menor de obras
separadas, das quais algumas foram
preservadas, mas também muitas foram
perdidas: 

I. Samhitas: expressam "coleções"; por


conseguinte, coleções de hinos, orações,
encantamentos, bênçãos, fórmulas de
sacrifício e litanias. 

II. Brahmanas: textos volumosos em prosa,


que contêm matéria teológica,
especialmente observações sobre sacrifício
e significados prático ou místico do mesmo
separado dos ritos e das cerimônias. 

III. Aranyakas ("textos florestais")
e Upanishads ("doutrinas secretas"): são
obras parcialmente incluídas nos
próprios Brahmanas ou anexados a elas,
323
mas em parte também são consideradas
obras independentes. Eles contêm as
meditações de eremitas e ascetas sobre
Deus, o mundo e a humanidade, e há neles
uma boa parte da ancestral filosofia
indiana. 

A mais antiga e mais importante das


fontes da religião indiana é a coleção de
1.028 hinos conhecidos
como Rigveda Samhita, que nos foram
entregues na recensão do akala.
Preservado em seus estágios iniciais pela
tradição oral e há muito considerado
sagrado demais para ser reduzido à
escrita, o texto oferece abundante prova
interna da precisão geral com a qual foi
preservado. Além disso, existe uma forma
inestimável de controle nos textos dos
outros Vedas, o Yajurveda em suas
diferentes recensões, o Samaveda e
o Atharvaveda, todos contendo grande
parte do assunto do Rigveda. 

Enquanto todos os outros amhitas, exceto


o Atharvaveda, que ocupa uma posição

324
peculiar, estão definitivamente nos
manuais das partes não-Brahmana dos
cânticos e fórmulas usados pelos padres
no ritual, o Rigveda não é um manual
prático, mas histórico. Ele deve
representar uma coleção de hinos feitos
por mãos desconhecidas em um momento
em que, por algum motivo não registrado,
era desejável preservar. 

Aprofundando o assunto, está claro que os


deuses da literatura védica devem ter
existido antes dos hinos, e não há nada de
especial no agrupamento de deuses
encontrado em Boghaz-Koi que nos
justificaria em sustentar que o panteão
que era vigoroso naquele tempo assumiu a
forma definitiva que assume no Rigveda, e
que o Rigveda deve então existir a poesia
religiosa atual entre as tribos védicas.
Ainda menos importância é atribuída à
ocorrência de um nome
como Surias (talvez Surya, o sol) nos
registros de Kassite, o que nos leva,
conseguintemente, à conclusão de que
os Kassu foram originalmente
325
estabelecidos em Media e dirigidos para o
oeste por tribos arianas. 

Um estudo dos hinos do Rigveda é


indispensável para qualquer relato
adequado do pensamento indiano. O que
quer que possamos pensá-los, mitos semi-
formados ou alegorias grosseiras,
apalpações obscuras ou composições
imaturas, ainda são a fonte das práticas e
filosofias posteriores dos indo-arianos, e
um estudo delas é necessário para uma
compreensão adequada dos problemas
subsequentes de pensamento. Os textos
dos Vedas que possuímos vieram até a ti
daquele período de atividade intelectual
em que os arianos chegaram à Índia a
partir de seu lar original. Eles trouxeram
consigo certas noções e crenças que foram
desenvolvidas e continuadas no solo
indiano. Um longo intervalo deve ter
decorrido entre a composição e a
compilação desses hinos. De qualquer
forma, ele contém visões atuais no último
período do desenvolvimento dos hinos
védicos. Aqui, o tom nativo da poesia
326
devocional anterior é repugnante com o
pálido elenco do pensamento filosófico.
Hinos especulativos sobre a origem da
criação, &c., devem ser cumpridos.
Juntamente com essas teorizações
abstratas, também são encontrados os
encantos e exorcismos supersticiosos
pertencentes ao período do Atharvaveda.

Deliberando que tais ritos exorcistas eram


de cunho supersticioso, logo, sua geratriz
também provém de uma natureza não-
mítica, mas real, como toda lenda. 

Enquanto as partes especulativas indicam


o amadurecimento da mente que primeiro
se revelou nos hinos líricos, segundo
Sr. Radhakrishnan, “essa característica
mostra que, nessa época, os arianos
védicos deveriam ter se familiarizado com
as doutrinas e práticas dos índios nativos
da região”. Ademais, ante o contexto
histórico védico, o culto indiano a Shakti ou
a energia cósmica personificada como
mulher, com efeito, deve ser muito mais
primitivo do que o culto a Krishna-

327
Vasudeva. As divindades do sexo feminino
desempenham papéis muito menores no
panteão védico e o politeísmo védico
culminou na concepção monoteísta
de Prajapati, por um lado, e na concepção
panteísta de Brahman-Atman, por outro.
Sem embargo dessas informações,
conforme
Sr. Ramaprasad Chandra assevera, "alguns
dos nomes dos Shakti dos Shakta ocorrem
nos últimos trabalhos da literatura
védica.".

A propósito, a palavra Veda é tomada em


vários sentidos. No sentido amplo, refere-
se a uma cultura inteira, baseada
na religião védica, mas envolvendo várias
disciplinas relacionadas, incluindo uma
certa filosofia considerada para completar
as doutrinas incluídas nos textos sagrados:
o Vedanta. Considerado desse ângulo,
contém a tradição (smrti), como a
revelação (çruti).  

Em seu significado promanado mais


estritamente, o Veda consiste em quatro

328
coleções, a própria substância da
revelação: os hinos (Rc), os cânticos
(Sâman), as fórmulas de sacrifício (Yajiis),
os encantamentos mágicos
dos Atharvans (Atharva). Mas essa
classificação, que justapõe materiais
díspares, já procede de um escolasticismo.
A lista é muitas vezes reduzida a três
termos, sendo o quarto Veda
posteriormente adicionado aos outros.
Entre elas, as músicas são hinos adaptados
à recitação musical: representam uma
modificação adventícia da primeira
coleção.  

Quanto às fórmulas de sacrifício, sua


escrita em prosa, acompanhada ou não de
comentários (Yajus Branco ou Preto), as
diferencia dos hinos como um trabalho
muito posterior. Segundo o Sr.
Paul Masson-Oursel ratifica, “qualquer que
seja o valor documental das outras
coleções, que podem ser abundantes em
elementos muito antigos, existe apenas
um texto védico básico: o Rigveda.

329
Seção XXVI

Da Natureza Intrínseca do Conhecimento

Os componentes fundamentais do
Universo, conforme os mestres e sábios da
antiga Suméria asseveravam, seriam o
Céu e a Terra, os quais se designam, ao se
fundirem, como an-ki, o universo;
consoante Sr. Noah Kramer salienta, esta
palavra é uma junção dos termos "an"
e "ki" que significam, respectivamente,
"céu" e "terra". Destarte, mencionemos
que o Céu representa o Grande Universo, o
espaço cósmico onde percorrem as Sumas
Leis que direcionam o mundo de forma
sutil e incorpórea, é a sublime dimensão
do mais perfeito princípio vital e da mais
harmônica união entre o Espírito e El e a
Terra, por outro lado, demonstra as Leis

330
Menores, as chaves para a vulnerabilidade
aos nefandos efeitos da ignorância e da
profanação impulsionadas pela limitação
para com a recognição da sabedoria de El
incrustada no âmago profundo do homem;
todavia, é o lugar onde todas as almas
encarnadas vivem e precisam
experimentar visando atingir os níveis de
consciências elevados do Céu, porventura.
Nós sabemos que existe uma energia vital,
aérea, inspirada que perscruta os seres e
adentra neles de tal modo a dar-lhes a
suficiência para viver e sobreviver em seu
correspondente ambiente, configurando-
se, assim, como Ser deveras existente;
portanto, corresponder-se-ia à atmosfera,
isto é, o pórtico de comunicação entre os
eflúvios energéticos do macrocosmos
(Céu) e do microcosmos (Terra), fazendo-
os confluir em equilíbrio e solidez
estruturalmente dinâmica, fundados nas
leis cósmicas ou no Todo da Ordem.
Apontando as abóbadas celestiais ou
ainda, o firmamento como preservador da
atmosfera por onde flui

331
o lil, consequentemente, colige-se que
acima dele existe o que chamamos de
sidéreo, a saber, os elementos que se
situam acima das expansões normais da
energia vital, mas simetrizam-se com esta
mediante os seus próprios focos de
desenvolvimento ativo esotéricos e
exotéricos. Todos os planos de existência,
sejam físicos, astrais ou anímicos,
respeitam as leis e regulações em suas
atividades tanto humanas quanto sobre-
humanas, conforme certifica a teologia
suméria. 

II

1. Qualquer ramo da transcendência


entre as fontes da providência da vida
tem o escopo de fazer o
indivíduo dominar a sabedoria dos
arcanos no núcleo supremo de seus
mistérios sagrados; além disso, a
332
transcendência é um fenômeno pelo
qual assinamos um vínculo com o
divino, o inefável e o absoluto, no
ajuste mais perfeito e harmonioso
com o foco energético de Purusha, ou
o próprio princípio cósmico
manifestado na totalidade. A partir
desses fatos, deduzimos que a carne,
na verdade, é meramente um objeto
de concepção referente à realidade
material e corporal, ou seja, a vida
em si mesma não contempla nada
além das substâncias densas e
brutas, porém, engloba os elementos
sutis e etéreos. Designar a ordenação
prévia para resolver os problemas do
Eu é de fato um dever difícil de ser
cumprido, no entanto, fomos
orientados a aprimorar nossas
habilidades espirituais para nos
transcendermos em outros planos
mais elevados da ciência da vida e
promovê-la e, ademais, fazê-lo
gradualmente e também
progressivamente em consonância

333
com a misericórdia de Deus. O Corpo
é extraordinariamente capaz de
transformar seu fundamento no do
Espírito, o que significa a reforma
completa executada no setor mais
íntimo da consciência humana. E,
mais do que isso, podemos apoiar as
evidências da fé esotérica na
funcionalidade saudável do espírito
em diferentes classes de prática
mágica, por exemplo, meditação
ou até mesmo, atividades solitárias e
de elã esclarecedor da suplicação
súpera, que soemo-nos a denominar
de "oração"; não obstante, o
estabelecimento de tais condutas nos
faz conceber a justiça e a santidade
do próprio Cosmos, revelando em
suas características naturais a
atribuição e a distribuição das coisas
unívoca e ubiquamente. 

2. A partir de então, podemos dizer,


portanto, que a cooperação entre
humanos, objetos e deuses é o
presságio de que a união e a
334
fraternidade sejam prestadas com
clareza firme e estável; levar a cabo
tal pensamento na elevação
cerimonial do espírito não é um
acontecimento voluntário que
se transpassa aleatoriamente, mas
existe, portanto, uma concepção de
ideias ilimitadas que nos faz acreditar
em certas categorias de crenças
sobrenaturais e parcelas solícitas de
misticismo, além de não confundir
essa fenomenalidade com o
proselitismo imprudente da Igreja
Católica, por exemplo; assim,
descobrimos que o itinerário psíquico
que podemos projetar é o mesmo que
podemos seguir, e a razão para esse
marco em nossas vidas está
localizada em nosso coração,
protegida por ações
recompensadoras de justiça e
caridade no que diz respeito à
segurança e liberdade que nela
habitam, com vista para emanar
também a vibraturgia da iluminação.

335
Deus é o Senhor do espaço e do
tempo, logo, ele é todo-poderoso;
mas podemos questionar essa
classificação doravante a todo o
julgamento das criaturas, que nunca
se sustentam sem ele; sem embargo
das objeções, podemos concluir que
as criaturas têm um estado
hierárquico sempre mais baixo no
panorama cósmico, desde que não
tenham atingido o Samadhi, que é
uma condição apenas alcançada
pelos Iniciados; considerando que tu
podes te considerar um Adepto,
submetido pela Luz do todo da Lei,
podemos designar-te ou como um
fraudador ou um Adepto legítimo, na
medida em que todos têm a prova de
ser um Adepto na palma das mãos;
outrossim, nós definimos a
organização do Bhakti, ou amor ou
devoção divina, na geração da
ilustração esplendorosa e
receptacular de arché, onde a
emoção é o poder verdadeiramente

336
dotado de talentos ocultos e a razão é
o poder verdadeiramente sistêmico
nas faculdades de inteligência e
conexão com os sentimentos do
Altíssimo; podemos avaliar a natureza
das coisas por sua grandeza interior,
sua quididade, pertinente às suas
qualidades particulares ou monádicas
e, analisando essa questão,
encontramos o homem como uma
produção muito sublime de Deus,
bem como o próprio Deus, se ele o
despertou, obviamente. 

3. O homem deve estar guarnecido de


modelos efetivos de
perspicácia magistral com a qual ele
pode lidar com os esforços do
magnetismo universal para preservar
seu conteúdo divino por dentro, mas
embora agora, de fato, a psique
esteja demasiado escondida de nós,
visto que há muitas coisas a serem
descobertas em relação aos seus
aspectos. Assim, podemos
estabelecer a tese de que todos os
337
seres são santos eternamente, porém
em determinados períodos de
reencarnação, eles perdem sua
santidade temporariamente para
resgatá-la e reaparecer no Dabar do
Todo. Os agentes da criação
engendraram benefícios indescritíveis
para suas criaturas; além disso, os
teólogos pesquisaram desde a época
dos ancestrais da Cabala a natureza
dos princípios da criação e a
sustentaram em um esquema oculto
e leis vigorosas nesse ínterim ou
processo; assim conhecereis a
verdade se factualmente dominada a
arte cabalística. A Verdade é
solicitada e legada a nossos
antepassados antediluvianos de
idiossincrasias sobre-humanas, como
o Senhor Adonai, citando caso
análogo, mas contaminamos os
registros históricos dos ancestrais
para permanecer na frequência da
ignorância e da penitência; os
esotéricos mais aplicados sabem que

338
todo o passado, futuro e presente
estão recônditos no limiar
de Akasha na totalidade e podemos
acessá-lo se tivermos os poderes
ocultos suficientemente
desenvolvidos. Consequentemente,
poderemos acessar sem problemas.
Embora esses fatos expressem ações
esotéricas por sua própria
responsabilidade, podemos meditar
sobre elas e pensar profundamente.
Mas o que podemos concluir? Bem, é
certo que os poderes divinos nos
homens são latentes; ainda assim,
podemos despertá-los sobre nossa
simetria celeste que está estacionada
em nossa anatomia oculta; então,
extrairemos essas informações
impostas na anatomia oculta e
transporemos para nossa consciência.
Considerando que o amor de Deus é
incondicional e infinito, seja o que for,
podemos segui-lo e transformá-lo em
um grande poder, o que significa que
nossa vontade é o mandamento de

339
nossas ações em quintessência,
portanto, essa maneira de reconhecer
nossa verdadeira natureza é boa e
satisfatória. Há outra rota e tantas
outras para alcançar a Amrita, a santa
imortalidade da consciência búdica.
Se confiamos em nós mesmos,
podemos fazer coisas inimagináveis 
ao nosso próprio sistema de
introspecção, apesar de transferir os
poderes latentes para ativos, mas,
mesmo assim, ainda são muito
desmembradas as percepções
oníricas sobre o mundo, todavia, em
contrapartida, a concepção onírica
nos faz cair na realidade soberana,
malgrado o Bem-Amado cria as coisas
com Amor e disposto a gostar do
bem-estar das criaturas, como o Sr.
São Boaventura alegaria em seus
escritos teológicos, deslizando sobre
o leito da gnosiologia não-onírica. 

4. Não obstante, o discernível do


indiscernível sobre a aptidão humana
é considerado na salvação de suas
340
melhores características; portanto,
podemos suportar a individuação
como combinação de nossos destinos
individuais e, em prol do tratado
comportamental da divindade nos
seres humanos, não devemos temê-la
por ser natural em todos; no entanto,
sempre que falamos sobre isso, há
muitas controvérsias tentando refutar
o estado de natureza divina
do homem por causa do mal por si só.
Apesar dessas proposições, devemos
apoiá-las em um tema silogístico e,
em seguida, contradizê-las. Em
primeira instância, o mal por si só
existe pela razão de que os seres
humanos não acordaram em busca de
bondade e conhecimento celestes, e
o conhecimento que está impregnado
nele ainda que não esteja
amadurecido, o que nos faz supor que
o mal é natural da consciência
material, não de planos divinos ou
mais elevados. O conhecimento
humano é aprimorado pela realização

341
do destemor do pensamento sagrado,
fazendo com que a individuação
trabalhe em retidão, mas seja o que
for que pareça, está estabelecido que
a maneira como conduzimos nossos
pensamentos está no erro teleológico
relacionado a Deus, então precisamos
corrigir com uma elucubração
conciliatória de mecanismos
universais, tanto em seu verdadeiro
âmago quanto em
seu ethos programado; é muito
falado nos debates filosóficos que
Deus existe ou não existe pela
perspectiva ontológica, mas devemos
levar em consideração o exame
teosófico, que nos dá uma visão mais
abrangente e expositiva
do rerum naturae, e se não é
suficiente para provar a existência ou
inexistência de Deus na revisão
teosófica, e quanto à
revisão cosmosófica? Sei que
algumas pessoas vão me denunciar e
me chamar de charlatão por defender

342
uma visão panteísta de Deus, mas se
não for panteísta, podemos endossar
e garantir nossa opinião através de
uma análise "tipoteísta"? Deus é Tudo
e Deus está em Todos, portanto, a
pessoa panteísta está sendo franca,
lídima e honesta quando acentua isso
e, para tua surpresa, ela está sendo
mais consagrada pela graça partícipe
do que qualquer cristão fielíssimo
andando pelas ruas. 

Diz-se em um esquema leniente que Deus


é adorado não apenas por rituais humanos,
mas por seus desejos. O Sol fora cultuado
em culturas como Egípcia, Caldeia,
Babilônica, Inca, Lemuriana e &c. Deus
criou seu Filho a partir do seu brilho solar,
e acreditaremos, por conseguinte, que
expiar seus pecados será uma solução
eficaz, no entanto, ainda permanece como
uma fé vivaz conquanto seja perdurável
uma ação generosa de Deus, despertada
por um χάρη proveniente e uma bênção
suprema, em que é suficiente, mas se não
for atendida no final, tal circunstância pode
343
ser eleita como a razão suma da fé e
ascensão dos Boddhisattvas, comumente
falando. Avante a essas boas obras dos
homens, como dar felicidade aos
hipocondríacos, por exemplo, são a causa
ou resultado do desígnio de Deus, o que
significa que o Absoluto seleciona seus
caminhos de transmissão de sabedoria,
que são credivelmente teosóficos, e esse
tipo de argumento uso em discussões
filosóficas; podemos ser eficazes se
usarmos a crença como ferramenta
principal para a conquista da fé e a fé
como matéria-prima para as ideias dos
homens. Por isso, como Buda disse uma
vez a seus discípulos, "há coisas que não
podem ser escondidas por tanto tempo: o
Sol, a Lua e a
Sat / Satva (verdade)", destarte, devemos
executar essa garantia de ação em
harmonia com a mente de Paramananda, o
"além", o mais excelente ganho cognitivo;
portanto, creio inexoravelmente que Deus
recai sobre os homens em uma

344
ressonância sem voz, porque a voz de
Deus é o silêncio. 

5. Porventura, difundindo diversos meios


de epifania com a perfeição de Deus,
apenas trazemos adiante as relações
confidenciais e amigáveis com Sua
clemência, mas se considerarmos os
postulados antroposóficos para
descobrir os motivos da justiça e do
bom juízo de Deus, podemos
considerar dedutivamente que somos
um objeto dessa ocasião divina, ou
seja, somos a força oscilável que faz
Deus brilhar em nosso ambiente, de
uma maneira aceitável de reação e
recepção; no entanto, se apenas
crermos em Deus por apenas crer,
poderemos não ultrapassar os reinos
materiais e despertar também nossos
poderes divinos, mas se você souber
que suas potencialidades
clarividentes estão dentro de si
mesmo, saberá da mesma maneira
que, independentemente dos
obstáculos que a sociedade deseja
345
fazer por ti, certamente alcançará a
luz onipotente e cósmica de Fohat, a
manifestação iluminada da
eletricidade da alma no poder
formativo e incessante sempre
presente no mundo. 

*
 

346
347
CAPÍTULO 8
DE VARIADOS ASSUNTOS
OCULTISTAS E FILOSÓFICOS

Seção XXVII

Da Tarefa da Filosofia

Não podemos, à qualquer sorte, prefixar


padrões de determinação dimensional dos
limiares ou das livres afluências da
filosofia. É necessário justificar, com
efetividade, as propriedades, tanto
arbitrárias quanto regulamentadas, dos
processos qualificativos do modus
operandi, incondicionado ou independente,

348
das designações analíticas das extensões
essenciais e ontológicas da realidade, a
fim de que os
procedimentos ramificadores do saber
possam ultrapassar as opiniões irrefletidas
do senso comum, as quais se mantêm
cativas das aparências, das ilusões
empíricas e das sensações concernentes
ao espaço somente passível,
teoreticamente, às mediações e
enunciações matemáticas, o qual é
conglobado pela tricotomia composicional
de comprimento, de largura e de
profundidade, subjacente à constituição
informe, indeterminada e indefinida
comum a todos os objetos da natureza.
O bem moral, ou simplesmente, as
atividades surgidas da intencionalidade do
agente direcionadas, pelo exame
imperativo da causa e da consecução
deônticas, para o progresso e o
aperfeiçoamento espiritual em favor do
ápice da sabedoria humana, onde são
inexistentes o desejo e o sofrimento, é
intrinsicamente soerguido através da

349
determinidade singular das condições
referenciais daquilo que é caracterizado
como abordagem justa e equânime das
eventualidades transcorridas na totalidade
integrada e coerente onde habitam os
seres vivos e sistemas vitais vigorantes e,
outrossim, tratamento precolendo e
substantífico daquilo que sublima e deifica
o homem, culminando nas suas
confiabilidade e identidade
convergentes entre o intelecto puro e o
mundo preternatural; por conseguinte, é
endereçada a construção intuitiva dos
fenômenos de permissibilidade
transcendente ao propósito filosófico em
geral, formulando, doravante, uma
centralidade relacional entre a licitude e
a normatividade das potencialidades
providentes extramundanas. Ante a um
postulado abstrato da significação entre as
formas distintas de si mesmo no lugar das
séries circunstanciais das preposições
factuais do conhecimento esotérico,
notaremos que a filosofia, em seus
pormenores, possui uma miríada de

350
apanágios para elucidar as causalidades
conativas da consciência metafísica
conciliada, pois, com o protótipo do mundo
suprassensível (res cogitans) das
tendências miríficas atualizadas. A filosofia
é, portanto, a grande e vasta sageza
produzida por uma enteléquia válida e
coerente, engendrada, por vias apodíticas
de expressão, pela sistematicidade
metodológica de sua função cognoscível
ativa, transformadora e ordenadora, para
explicar os sentidos plausíveis das
transferências locomotoras dianoéticas de
cada partícula, quer extra-sensorial, quer
tangível, existente na disposição cósmica,
tanto no seu âmago quanto nos
seus elementos subsidiários. Assinalo aqui,
fundamentalmente, que todo o fio
condutor do discernimento sobre as
unidades de substância e os critérios de
individualização são, por vinculação ou
indício de similitude às esferas espirituais
das percepções pulsionais humanas, as
diretrizes dos juízos universais, no tocante
às experiências vivenciadas interna ou

351
externamente. Desde o cedro
do Líbano até Druk, o dragão do trovão
do Butão, existem princípios de identidade
consciente com os símbolos aí
representados, emblemando, aliás, o
orgulho pela cultura nacional, o que reflete
características praticamente sortais das
fibras transportadoras do discernimento, o
que deve ser investigado com minudências
pela filosofia, devido a sua grande
influência esotérica nos seres humanos.
Descrevendo certos fenômenos
de elisão dos objetos concretos em favor
daqueles incorpóreos, intimamente
contidos nas valências de arranjo
distribuídas nos gêneros de performance
ôntica, poderemos perceber que o genuíno
saber filosófico edifica não apenas cousas
que fornecem substâncias ínsitas nos
conjuntos modais do Absoluto intransitivo,
mas, também, a amplitude dos
encadeamentos regulares das eras
cósmicas, em cujas frequências, decorrem
as relações sucessivas das cousas que
formam a consciência universal em si e

352
através de si. A filosofia deverá investigar,
neste parâmetro metafísico-cosmológico,
como que as mônadas (i.e., átomos
inextensos de atividade espiritual,
componente basilar de quaisquer
realidades, quer físicas, quer psíquicas,
com atributos imateriais, indivisíveis e
eternos) perscrutam na emergência da
unidade divina no princípio do ciclo
cósmico e no seu final, quando elas
retornam, viz., se guiam novamente a
sua fonte, malgrado a sua ingressão na
ordem criada, i.e., a pleroma universal.
Enjeita-se, sob esta ótica, qualquer
convicção na filosofia da identidade
sustentada, por exemplo, pela Lei da
Indiscernibilidade dos Idênticos, criada
por Leibniz, a qual é assaz presente
na ontologia formal. Eis, então, a sua
correspondente amostra: 

∀x ∀y (x=y → ∀P (P(x)↔P (y)))

353
A realidade, tal como é esquematizada
sobre si e para si, é, sob jaezes misteres,
uma dimensão numênica do universo, i.e.,
aquilo que independe do sujeito
conhecedor para existir, é a
manifestação objetiva da entidade
cósmica. A filosofia não deve concentrar-se
naquilo que todos nós estamos aptos a
descortinar por eixos carnais de
perquirição, viz., os fenômenos, os quais
necessitam da resolução do eu pensante
dotado exclusivamente de faculdades
cognoscentes, quer nas suas qualidades,
transformações ou acidentes, mas, sem
embargo, no que a qualia não logra em
algum momento ser concebida, senão no
que a hipóstase pode contribuir como
sendo a essência das substâncias,
elementares ou não, do cosmo, porquanto
a matriz noética da filosofia está
justamente em transcender, até mesmo,
o substrato material (ὑποκείμενον) e
conduzir-se, com percuciência, à
camada alicerçadora do espírito (πνεῦμα).
Ei-la, portanto, como fito indispensável da

354
filosofia, ou capital dever que deve ser
desdobrado sob quaisquer ensejos ou
fenômenos que demandam ocasiões
propícias para serem concretizados
(καιρός). A conhecença das cousas não é
por natureza algo que se direciona para si,
mas em si e consigo. A conhecença se
conjunge para com outrem e compartilha
funções, mormente, de apresentar
o modus essendi das agnições mais
elevadas, contendo peculiaridades
esotéricas em uníssono com a verdade
espiritual. A fusão sintética entre as
diversas identidades morfológicas dos
pontos de vista filosóficos almeja, a priori,
alcançar a grandeza suprema da
uniformidade e da coerência dos itens de
agregação reflexiva sobre o caráter, as
etapas e os limites da gnose humana. Far-
se-ão estes elementos proficientes diante
do estabelecimento relacional entre o
sujeito indagativo e o objeto inerte, quer
dizer, as duas polaridades dos processos
cognitivos. Ante a um conjunto sistemático
de leis e procedimentos precisos e

355
estáveis, os quais, conquanto sejam
captadas as informações com base nas
competências, nas habilidades e nos
valores efetivados pela ciência da
aprendizagem (docendo discimus), darão
origem às particularidades
epistêmicas que preconizam as ações
assimiladoras do sujeito sobre o objeto e
as acomodações esquemáticas sob
adaptividades dos instrumentos de
entendimento, nós daremos configuração
a ideia de que os conceitos
fundamentais que constituem os objetos
do conhecimento são generalidades
sistêmicas do tópos ativo de uma espécie
de substância incognoscível, naturalmente
plural, daquilo que denominamos,
cumprindo o papel de meio perceptivo,
como sagácia cônscia das situações desta
natureza que penetram a realidade
cósmica sui generis.   

A enumeração de características,
atributos, propriedades &c., do conteúdo
lógico das definições conceituais dos
sistemas de faculdades mentais, pelos
356
quais, os significados, de
modo complacente, são apreendidos, é
subjacente
aos pensamentos e sentimentos introduzid
os nas experiências vividas, seja pela
captação informacional paulatina, seja pela
súbita. Os elementos iniciais de qualquer
ato de conhecimento (impressão sensível,
axioma &c.), demonstrados de
forma direta e imediata à consciência,
servem de fundamento ou pressuposto em
quaisquer processos cognitivos, os quais,
estruturalmente, são agrupados por planos
mentais de estimulação, em que há uma
série de características funcionais e
composicionais, das quais são derivadas
as percepções associadas ao objeto do
conhecimento a ser assimilado. Nada
obstante, a filosofia deverá examinar, de
modo infindo e inconcusso, a natureza
das apercepções, considerando o senso de
que estas são uma faculdade
metacognitiva na qual ocorrem a
ampliação, a intensificação ou a
plenitude dos estados internos e

357
representações da consciência. A alteração
da contiguidade semântica de dois
arranjos potenciais lógicos se dá pela
subsunção de dois ou mais valores
predicáveis e, portanto, nominalmente
cumprem o papel de sortir a inerência
universal a quaisquer
unidades átonas do léxico agregadas a
outros termos fonéticos, as quais são
instrumentos de composição do raciocínio,
da argumentação e da aplicação
dialógica tética ou antitética do
pensamento humano; mediante a este
ênfase dado à nossa abstração não
estritamente especulativa, poderemos
concluir que as propriedades (idios) de
quaisquer classes são conversíveis a partir
do momento em
que, fenomenologicamente, transformam-
se em cogência categorial e
inadvertida das classes
intercambiáveis constituídas de premissas
essencialmente declarativas e
singularmente compostas por atuação
infixa. 

358
A constatação da verdade, a qual não
suscita quaisquer dúvidas,
é clara e distinta, conquanto esteja em
consonância representativa com o espírito,
i.e., a essência imortal do homem.
A ascese deve estar refinada e
purificada em si e para si,
considerando que o ser, nesta natureza,
esteja sempre fortalecendo a sua
austeridade, tanto no corpo quanto no
espírito, e desenvolvendo a sua
percepção correta, insuspeita e notável ac
erca da realidade. As propriedades duma
função ontológica, a qual dispersa sobre a
mente os objetos de conhecimento para
serem detectados sob nossas faculdades
cognitivas inatas e
possui estreito enquadramento metafísico,
são variáveis duma medida disposta em
divisórias transformativas das razões
numênicas sob pareamento extenso e
verificável apenas diante das
circunstâncias ontosóficas, num modelo de
consistência probabilística preexistente. As
proposições (ou conjuntos destas), quando

359
antecipadas provisoriamente como
elucidação ostensiva dos fatos, devem ser
ulteriormente examinadas sob
metodologias transcendentais, i.e.,
princípios de conhecimento divinos, que
sob seus estados de perfeição e poder
absolutos, estão situados acima da
realidade sensível; são, ademais,
percepções mediatizadas de objetos e
ambientes localizados suso das faculdades
de concepção de modalidades específicas
das sensações, as quais correspondem
a órgãos determinados. 

Os princípio que distorcem, motivam,


disciplinam e orientam a conduta
comportamental humana são, portanto,
um conjunto
de valores, normas, prescrições e exortaçõ
es presentes nas realidades sociais; deve-
se deveras conduzir a pessoa, sob
preceitos éticos, ao perfazimento
da autoconsciência; mediante isto, infere-
se que conseguir-se-á, absolutamente,
com as atividades moldadas sob esta
natureza, desenvolver as
360
capacidades individuais ao seu pináculo.
Enfatizado isto, deverei assegurar que o
autoconhecimento sempre acarreta em
estados exitosos de status quo espiritual e,
inerentemente, é um bem essencial; por
conseguinte, ações dirigidas sob o mal, e
pior ainda se forem, mesmo que somente
na intenção, extraídas favorezas a partir
destas condutas, são desvios totais do
autoconhecimento e, inclusive, da
autoconsciência. A filosofia, neste
panorama, deverá ser não só o
pensamento contemplativo que busca
entender a constituição espiritual e a
realidade circundante, mas também a
origem cósmica de todas estas entidades
vivas e procurar a maior
fonte de sageza possível sobre suas
propriedades universais que as
caracterizam como sendo únicas, afora o
fato destas mesmas serem conhecidas
somente quando
a encetadura causal imaterial, incorpórea,
suprassensível e imortal for despertada e
as faculdades cognitivas humanas

361
sobrepujarem o
caráter mendaz e ilusório das impressões
sensíveis. O conjunto dos aspectos
psíquicos tomados como unidade, de tal
modo a distinguir uma pessoa do resto
sociedade, chamamos de personalidade. A
maneira como conduz o filósofo
(modus aliorum actuum) a operação
exegética que consiste em transpor
num sólido elóquio o conteúdo latente que
existe nas unidades mínimas de disposição
do enunciado e nos procedimentos
individuais em face de estímulos sociais, a
sentimentos e necessidades íntimos, ou a
junção de ambos, do examinando ou do
objeto de conhecimento filosófico. 

Seção XXXIX

Discurso Ontológico

DEFINIÇÕES 

362
1. Todo o ser é constituído por uma forma
sutil, etérea e profusamente psíquica de
manifestação, com abertura arrazoada
perante as dimensões superiores da
consciência e, por conseguinte,
a cosmicidade metafísica. 

2. O espírito comanda com uma


modalidade um tanto ubíqua de ordenação
os planos mentais, emocionais, astrais e
físicos do agente passivo de sua regência,
neste caso, o ser; não obstante,
especialmente, aquele atrelado às
circunstâncias vulneráveis da esfera
material d'existência. 

3. O ser é espírito em essência, e, somente


deixa de sê-lo, se porventura gozar de
indícios significativos de sujeição às causas
e efeitos da substância material, a qual
origina o bloqueio evolutivo da
condição ôntica do ente.  

4. O universo se configura como um


espírito absoluto, enquanto que seus
residentes são somente modalidades ou
engenhos de sua expressão. Assim, se
363
estabelece filosoficamente que os seres,
incluídos nesta estrutura, estão
inteiramente conectados a um âmago
único e de fundamentação precipuamente
espiritual, na qual se determina o
alinhamento natural dos mecanismos
operativos do universo. 

5. Todo o ser alicerçado em sua espécie


espiritual d'existência possui uma
organização energética distinta daqueles
que habitam o plano material, em virtude
do fenômeno do contato direto e retilíneo
com a própria consciência una, que se
situa, precisamente, nas regiões espirituais
daquilo que há de classificar-se como
posições e arquétipos universais
d'existência. 

6. Mediante o espírito, se conforma toda a


essência ôntica, e mediante a essência do
espírito, se conforma a substância
formadora do ser por natureza. Destarte, o
ser é irretorquivelmente subordinado a
uma lei homogênea e homócrona que

364
define os seus parâmetros de vida e
ambiente. 

7. O espírito é indene à decomposição


orgânica das cousas materiais, dado que,
justamente, está contatado sem desvios à
consciência universal vigorante, ao passo
que a matéria é ignota a tal fenômeno, em
razão de estar significativamente distante
desta realidade. 

8. Com os propósitos mormente interativo


e libertador, o espírito consolida certos
tipos de revoluções e reedificações e dos
paradigmas consumados na dimensão da
matéria a fim de que esta conceba a sua
inclinação partícipe inevitável sobre os
seres e o universo; isto se manifesta
através de seres com modelo biológico
material que, auspiciosamente, gozam de
consciência espiritual plena e genuína, em
face de estarem assaz mais avançados na
busca pela aquisição completa da
consciência divina (neste caso em
particular, a sua realização) do que outrem

365
ou, em outras palavras, o resto dos
seres existentes. 

9. O espírito é o engendrador supremo dos


fluxos orientadores da psique humana; isto
posto, a alma deve circundar em torno da
órbita das regulações do espírito, mas,
entrementes, a matéria obedece a
pequenos comandos anímicos (ou relativos
à alma) em prol dum entendimento um
tanto mais elevado para situações de
classe meramente cotidiana, e
com muita profundidade (até
totalidade) ao espírito, para todo o tipo de
circunstância, sobretudo, aquelas
correlatas às evolução e ascensão ôntica. 

DISQUISIÇÕES 

Preposição 1. O espírito é súpero


conhecedor do funcionamento
d'organismo ôntico, bem como é seu
próprio ponto de partida, ou motor

366
comportamental, nos ínterins
deste processo. 

Demonstração. As defs. 2, 3 e 5
corroboram significativamente para a
validade axiológica da premissa exposta
de antanho. Portanto, fica muito evidente
que as condutas humanas, por mais físicas
que sejam ou pareçam ser, possuem uma
origem localizada além das percepções
tangíveis, a qual, precisamente, está
relacionada ao espírito. Neste sentido,
quer se disperse, quer se conserve, o
espírito está integralmente envolvido com
os acontecimentos sucedidos na matéria e
vice-versa. A distinção fundamental está
no reconhecimento situacional, viz. ao
passo que o espírito está totalmente
ciente da existência da matéria, esta, por
outro lado, está um tanto insciente da
natureza espiritual do universo. Dessarte,
o espírito é primordial nas questões
materiais, mas é independente desta; sem
embargo, a matéria é dependente do
espírito e este é sua razão impostergável
d'existência. O espírito, com efeito,
367
obtempera esta função (a de gerir com
potência unívoca os fatos materiais), pois,
isso é imprescindível para manter a
harmonia e a perpetuidade do universo,
invariavelmente, em regularidade e
eficiência supremas. C.Q.D. 

Escólio. Por isso, deve-se asseverar que


toda forma de vida material se suspende
ou em elementos do espírito (e.g.,
o períspirito) ou em ideias e conceitos a
ele ligados (p. ex., a reencarnação). Por
conseguinte, existem várias formas de
reconhecer o organismo espiritual como
contentor das leis materiais; no entanto, a
mais efetiva e vivaz seria a própria
vivência em suas
dimensões correspondentes. Malgrado isso
seja racionalmente improvável de suceder-
se com foco envolvente na matéria, pode-
se transferir o ser nela vivente para as
concentrações dimensionais do espírito
temporariamente. Tal fenômeno auxilia
decisivamente na evolução e
n'ascensão ônticas, outorgando àquele que
experiencia tais eventos, uma
368
expansão deveras excelsa de sua
consciência e, a propósito, um acesso
mais amplo às formas de vida lhanamente
compostas por substâncias divinas e
celestiais, as quais,
indubitavelmente, exercerão o ultimato de
destinação ôntica. 

Preposição 2. A formação do espírito é


essencialmente determinada pela
agregação compartilhada dos
caracteres onírico-psíquicos e
daqueles anímico-conscienciais. 

Demonstração. Primeiramente, é
necessário deslindar a distinção entre as
partículas onírico-psíquicas e anímico-
conscienciais tocantes ao espírito. Ora, a
onírico-psíquica está ligada àquilo que o
espírito tem de mais absorto e somente
logra compreender por meio duma
submersão peremptoriamente cognoscível
em suas sutileza e incorporeidade etérea
em escala demasiado expressiva. Por outro
lado, a anímico-consciencial está correlata
àquilo que o espírito goza na superfície e

369
no relevo mais basilar de sua
manifestação, viz. o elemento inteligível
somente com os sentidos elencados à área
geral de condição d'existência. Delineada a
distinção, portanto, o espírito deve ser
constituído por bases símiles ao seu posto
no conjunto universal das cousas. Essas
bases símiles aí mencionadas
corresponderiam ao inconsciente espiritual
(nesta ocasião, correlato ao caractere
onírico-psíquico) e ao consciente espiritual
(por sua vez, relacionada ao
caractere anímico-consciencial).
O inconsciente espiritual é uma divisão de
percepção do espírito que designa as
funções mais intrínsecas de
sua operabilidade; sendo assim, a sua
sensibilidade é menor. Todavia, este é o
que produz todos os movimentos, impulsos
e dinamismos tanto potenciais quanto
energéticos do espírito. Assim, este apenas
concebe o inconsciente através dum
desdobramento projetivo a tal partícula, o
que denominamos de transferência ou
alternação. O consciente espiritual designa

370
as funções mais extrínsecas do trabalho
cumprido pelo espírito; sendo assim, a sua
sensibilidade é maior.  

Entretanto, este apenas conduz o espírito,


tendo como papel responder aos
comandos do inconsciente e transmiti-los
ao ser espiritual ou aquele que pelo
mesmo se constitui. Desta maneira,
ratificamos a tese defendida na premissa
da prep. 2, embora ainda seja escasso o
material retórico para opinar
definitivamente que o espírito deve ser
julgado como o todo do plano físico e,
outrossim, do plano metafísico. C.Q.D. 

Corolário I. A prep. 1 não nega uma causa


para o desenvolvimento supremo do
espírito, bem como a prep. 2 não nega a
supremacia das causas do
desenvolvimento do espírito. Isto posto, o
espírito não é supremo por si só; não
obstante, o é devido aos elementos de
operação que nele estão conservados e, a
partir daí, direcionados. 

371
Corolário II. Devo pressupor, doravante as
afirmações aqui demonstradas, que os
elementos que originam o espírito não são
surgidos ex nihilo, mas da vacuidade
universal que possui, de antemão, como
centro o divino, que não depende de
formas para manifestar-se, posto que este
transcendeu qualquer limitação de figura
ou de compactação sólida. Se o universo,
no início de tudo, fosse uma grande
escuridão, poder-se-ia apontá-lo como
Deus, pois, idealizando-o como um ser que
não depende de formas para manifestar-
se, logo, quiçá, é factível que Este
pudesse ser configurado em escuridão.
Conseguintemente, as causas do espírito
podem ser tanto um grande vácuo, oco e
informe, quanto corpos constituídos de
forma, volume e densidade bem
definidos.  

Corolário III. Em complemento ao corol. II,


deve-se proclamar que as emanações das
causas do espírito não precisam
necessariamente estar neste para lograr a
sua manifestação. Sem embargo, estas
372
estão em todos os lugares, posto que são
componentes divinos e, aliás, condições
do artificio de supremacia de Deus.
Destarte, convém assegurar que as
causas da espírito podem, igualmente,
presenciar o âmbito material da natureza,
em que pese a insciência dos seres físicos
com relação a esta presença. Contudo, isto
não nula, de modo algum, a comparência
das causas espirituais no plano físico. 

Preposição 3. A contingência


espiritual é írrita, pois tudo no
espírito existe efetivamente e
empenha suas funções e converte
em concebível seus atributos
mediante à própria extensão
indivisível do espírito. 

Demonstração. Introduzamos, portanto, o
conceito de que no espírito, tudo que
existe, é necessário, pois cada engenho ou
parte que se ausente,
gera conflitualidade e discórdia estruturais
em demasia tanto n'organismo espiritual
quanto no arranjo do universo. Dessarte,

373
os itens espirituais são importantes, pois
cada função que incumbe-lhes satisfazer,
complementa e torna íntegra e de razão
percuciente a dum e a doutro. Contanto
que observemos a natureza particular das
propriedades que coadunam e contribuem
para a eficácia deste processo, inferiremos
que o espírito, sendo completo e tendo
incólume às variações imanentes a
matéria em sua constituição, e
tendo cosmicidade, i.e. seguridade do
divino para ser efetivo e irrefragável ao
nele operar, por conseguinte, é decerto
indivisível. Justificando
pormenorizadamente a sua
indivisibilidade, tenhamos em mente que o
espírito exige que cada parte de si seja
irremovível e irrevogável, porquanto o
universo, como estrutura que requer
concórdia nos seus componentes a todo
custo, e visto que a dimensão espiritual,
praticamente, comanda as duas
repartições de interatuação universal (a
física <microcósmica> e a metafísica
<macrocósmica>), que fundamentam o

374
universo em sua totalidade, portanto, o
espírito deve ser obrigatoriamente
impartível. Malgrado alguns filósofos
ocultos doutrinam acertadamente que esta
afirmação é indisceptável, alguns objetá-
la-ão, assegurando, em contrapartida, a
contingência do espírito e, ademais,
proferindo até bertoldices obviamente
ilógicas; no entanto, convenhamos: se do
espírito é o regulador dos planos
metafísico e físico e é o sumo
representante da cosmicidade da natureza
das cousas, será possível que ele possa se
solver em várias partes universo afora?
Isso soaria lógico do ponto de vista de
causa e efeito ou consequência das
cousas, ou ainda, ação e reação das
mesmas? Não obstante, retornando ao que
outrora sugeríamos, é porventura
exequível a indivisibilidade d'organismo
espiritual e todos os seus elementos que o
integram corroboram com este tipo de
estrutura lhe concernente de feito. C.Q.D. 

Escólio. Deve ser dito que tudo que tem


consciência cósmica, é inquebrantável em
375
essência, pois a
própria cosmicidade requer integridade na
composição d'objeto ou do ser em todos os
aspectos que podem ser aí abarcados e,
ademais, o cosmos, o gerador supremo
da cosmicidade, é inquebrantável nimirum.
Por conseguinte, em forma
de epissoligismo, perceberemos que cada
ser que presencia os eventos cósmicos
com vigor, e que é constituído de espírito
pela mesma natureza (viz., vigorosamente
ou, noutros dizeres, com vigor), logo, é
indivisível a sua eventualidade ou a sua
incidência natural de acontecimentos
ulteriores a sua formação. 

Preposição 4. A unidade é espiritual


em essência, posto que o espírito é
que domina as propriedades
d'existência das manifestações
dimensionais tanto físicas quanto
metafísicas e, ademais, é por esse
fato que a unidade cósmica é
preservada de modo harto intacto e
infalível em todas as suas bases
d'expansão e outrossim de criação. 
376
Demonstração. Ratifica-se essa preposição
pela def. 4, que fala justamente sobre a
relação estreita e incorruptível entre a
unidade e o espírito. O espírito é,
efetivamente, aquele que torna essencial a
unidade, pois, em face de
sua cosmicidade, transforma-a em algo
impreterível para a construção da
respectiva unidade estabelecida. Designa-
se, portanto, que a metafísica ou a física,
duas ciências que abordam escopos
aparentemente opostos, na realidade,
tratam-se de uma mesma organização e
de uma mesmo árbitro: a organização é a
unidade e o árbitro (neste caso, aquele
que, com prerrogativas supremas, ajuíza e
sentencia a natureza das cousas a um
certo desígnio de acordo com sua real
propensão) é o espírito.

Assim, com este planejamento


extremamente ordenado e sem nenhum
desalinhamento leviano, a unidade é então
consolidada em características
indestrutíveis, e o espírito, como árbitro ou
desencadeador das harmonias instituídas
377
no cosmos, consegue tornar seguros os
fenômenos expansivos e criativos do
universo. 

Dessarte, deve-se pontuar


minuciosamente que cada elemento do
espírito faz parte da cosmicidade e a torna
intacta e ilesa, consoante deliberado na
prep. 4, deve ser, com efeito, elementos
também partícipes (viz., desempenhar
funções na unidade e lograr moldá-la e
sustentá-la) na expansão e na evolução do
universo. Como resultado, contemplando
afundo esta questão, notaremos que, de
fato, os elementos espirituais são unívocos
da mesma forma, malgrado tenham suas
individualidades e características
referenciais próprias. C.Q.D. 

Corolário. Coloca-se, em tese, que


direcionado o espírito como fator unívoco,
logo, as suas sutileza e composição
etérea são outrossim firmadas por uma
unidade estabelecida, que é,
simplesmente, a consciência universal
assentada na luz espiritual, ou a esfera de

378
circulação primordial do espírito. Assim,
deve-se crer que as liberações espirituais
são iluminadas do mesmo modo que,
univocamente, o tipo de transmissão
destas também o são. 

Preposição 5. Discorre-se, a partir do


fato de que o espírito é o criador das
leis que regem o plano material, que
todo o ser espiritual possui como base
d'existência, as faculdades
particulares de movimentar-se em sua
correspondente dimensão potencial
como sutis, sublimes e etéreos e na
matéria, como portadores de
consciência espiritual mas com forma,
densidade e rigidez de capacidade
corpórea a fim de comunicar-se
eficazmente com aqueles que
residem, pois, sobejamente na
matéria. 

Demonstração. Presumamos a seguinte
reflexão: o ser, constituído d'espírito,
possui amplitude consciencial maior do
que o ser material e uma propriedade de

379
conectar-se ao divino com mais
desenvoltura. Por conseguinte, desnuda-se
a percepção subsequente desta afirmação,
que eu ta enunciarei: o ser espiritual,
sendo transcendente e metafísico, goza de
poderes psíquicos em pleno
funcionamento e atributos mais evoluídos
do que a matéria. Itera-se, com efeito, que
sem embargo do espírito conduzir-se com
um desenvolvimento experiencial aos
arredores dos planos de manifestação
cósmica superior a matéria, este pode
também guiar-se com completude e
destreza no plano material, o que é uma
qualidade e tanta. Cogitamos, pois, que se
o criador das leis materiais é o espírito, é
uma afirmação logicamente coerente que
o regente supremo da matéria não pode
expressar-se nesta? Cotejemo-lo a
seguinte circunstância: um dono duma
biblioteca (obviamente privada, a fim de
reiterar) não pode visitar uma única vez o
seu próprio empreendimento. Far-se-á
sentido? Se analisarmos, apesar de que
seja a esmo, deduziremos que não é

380
congruente dizê-lo e tampouco cometê-lo
na práxis da natureza. Destarte, estando
cônscios disto, conjecturaremos
subsequentemente que o espírito,
sancionado à adentrar na matéria por
natureza, pode modificá-la adrede
conforme as necessidades cósmicas de
mudança e transição projetadas no
desígnio cósmico. Portanto, o espírito não
só possui a função de controlar as cousas
materiais, como outrossim alterá-las caso
improtelável. C.Q.D. 

Escólio. Vemos, pois, que a altitude de tais


considerações de antanho apontadas na
demonstração da prep. 5 é
consideravelmente suficiente para concluir
que o espírito pode consumar as rotações
cósmicas. Não existirá,
consequentemente, ocasos
nas instituições representadas pelo
trabalho espiritual, porquanto são
absolutamente infalíveis naquilo que elas
decidem efetivar, pois, senão realizado,
podem causar cizânia na estrutura cósmica
e desalinhar todos os fluxos de mesma
381
escala copiosamente. Agora, ver-se-ia que
tendo como fundamento a prep. 3, que
ratifica com resolução a indivisibilidade da
matéria, outrossim seria irrepartível a
manifestação espiritual na matéria tanto
quanto o próprio corpo de leis que o
espírito alveja nesta nimiamente. Desta
forma, coligir-se-á que a matéria é divisível
ao passo que sobrevive por si mesma; se
formado um elo com espírito, e sendo este
o mais fortemente universal, tanto na
questão de consciência quanto naquela de
sabedoria natural fornecida na sua gênese,
o mesmo encobre a superfície bruta e
densa dos campos materiais e vislumbra
todas as suas áreas d'expressão, e, assim,
a matéria torna-se indivisível, malgrado
com um envolvimento do espírito total. 

Preposição 6. Sói o espírito


habilmente a locupletar o ser, pois
dele é composto por natureza,
embora enjeita-lo na matéria e, a
despeito disso, ele desfruta de
chances e apanágios o bastante

382
para consubstanciar-se novamente
como ser espiritual. 

Demonstração. Evidencia
isto qum excellentia a def.
1, entretanto, aperfeiçoemo-la e
perfaçamo-la. Ora, tendo confirmada, com
efeito, a afirmação de que o espírito é
supremo regente das cousas materiais e
suas respectivas leis, portanto, a matéria
está atrelada diretamente ao espírito e
este completa as cousas materiais com a
mesma natureza que as rege (viz., com
supremacia). Assim, podemos
objetivamente concluir que a matéria,
tendo como leis ocultas o espírito,
conforme preceituado outrora, logo, esta
deve ser constituída, embora nas
profundezas de sua constituição no geral,
por itens formativos de grandeza
espiritual. E, de acordo com que expus e
discuti na prep. 6, a matéria acaba por
mescabar o espírito, pois esta limita
a cosmicidade e a torna até um tanto
desvanecida e, até invisível para os seres
que nela são viventes. Não obstante, não é
383
em virtude disso que os seres materiais
são tolhidos e vedados a alcançar sua
genuína e edificante espiritualidade; por
esse meio, desvelamos que todos os seres,
por estarem em complacência e
ligação cônsona com espírito por este ser o
formador de suas leis ocultas, a tentarem
alcançá-lo substancialmente, malgrado o
façam de modo sobejamente impertérrita.
Assim, estabeleçamos com nitidez que
todo o ser, sendo até mesmo material, é
espiritual; conclusivamente, devo dizer
que os seres materiais não são seres dessa
natureza vivemos somente por esta
natureza porque o são por origem.
Inadvertidamente, são seres espirituais
vivendo experiências materiais e, destarte,
verdade seja dita, empós tudo isso que eu
mesmo declarara outrossim nas
preposições antecedentes. C.Q.D. 

Corolário I. Provar-se-ia, portanto, que o


espírito é de fato um percursor da matéria,
sendo esta uma consequência daqueles
que, em algum momento, corromperam-se
da sacralidade espiritual e perverteram-se
384
inteiramente na paixão d'alma exorbitante
e carnal. Por conseguinte, deve ser aqui
permitido afirmar que o ser material tem
com uma das primordiais missões (senão,
a primordial mesmo), libertar-se desta
corrupção generalizada ou entendimento
aleivoso do espírito e tentar
ser enquadrado neste novamente. 

Corolário II. Com a def. 1,


ainda complemento que tudo o que há no
espírito, há um tanto defeituoso e
deformado na matéria, mas isto, de certo
modo, é vantajoso e ainda profícuo para
o ser material possuir a noção de perfeição
do mundo espiritual e intentar, a todos os
custos, encontrar infatigavelmente
esta sublimidade que no mesmo existe
com profusão. 

Corolário III. Em prol de suplementar o que


dissera na prep. 6, esclareço que o próprio
espírito não desdenha aqueles que
habitam a matéria, pois está ciente de que
todos que o são, uma vez, mesmo em um
tempo tão remoto, provieram de lá e

385
habitaram-no dantes, malgrado estes
mesmos não o saibam com
perceptibilidade. 

Seção XXX

Fragmento sobre as Letras e os Números:


Origem e Desenvolvimento

Origem dos números e das letras. –


Heródoto alega em seus escritos que
avistou inscrições de caracteres cadmeus
nos caldeirões do Templo do Apolo
Ismeniano em Tebas, os quais eram
considerados os principais influenciadores
da escrita jônica e fundadores do alfabeto
grego. Sanchoniaton demonstra, além das
histórias dos reinados de Cronus, Misor,
Hípsistos, das lendas de Taautus, da
origem de Siton e Atlas, ele nos fala duma
terra primordial chamada "terra sagrada
de Tira". Fala da concessão do Egito de
Cronus a Taautus (Thoth) e que seus
descendentes, Isiris e o irmão de Chta
386
foram, respectivamente, a criadora do
alfabeto fenício e o primeiro habitante da
Fenícia, provindos, então, de Tira (será ela
a Atlântida?). Entrementes, não julgarei
nada, mas, analogamente, também digo
que manterei uma postura muito bem
posicionada na minha teoria da origem dos
números e das letras. Com efeito, todos os
sistemas escriturais do mundo, por serem
similares no seu pano de fundo, desde os
seus traços mais rudimentares de
representação até sua fonação e
composição fonotática, devem possuir,
pois, uma origem em comum. Sobre os
números, também creio o mesmo. A
diferença está nas suas propriedades
derivacionais, cujo caráter é gênico e de
perpétua tendência executiva, i.e., são as
funções que passaram a desempenhar as
respectivas atividades a partir duma
mesma significação e valor segmental. O
Apastabama, v.g., infere com certas
ambiguidades a respeito da origem das
leis védicas, umas vezes dizendo serem
originais, outras por seres mui sábios

387
doutros ancestrais territórios. O Sulba
Sutra, antigo tratado indiano de
matemática, além de suas fórmulas
sacrificiais e ritualísticas, em suas
doutrinas acerca das formas geométricas,
de suas proporções e dimensões de
conteúdo, afirma que o mesmo é advindo,
aparentemente, de uma fonte antiquíssima
para realizar seus cálculos, retomando
seus conceitos e aplicando-os na realidade
instaurada no seu tempo. De onde era esta
sabedoria matemática antiquíssima? Será
da Tira de Sanchiaton? Da Atlântida de
Platão? Do Aztlan dos astecas? Da ilha de
Undal das Tábuas Esmeraldas de Hermes
(ou Thoth)? Pitágoras, Hiparco, Eudoxo,
Arquimedes, Euclides, Erastótenes, Cálipo
e &c. tiveram seus conhecimentos com
fundamento em algo que já existia, que foi
fragmentado ao longo das eras e por eles,
coletado e transformado em suas ideias
matemáticas, interpretando por si
mesmos; entretanto, nunca distorcendo a
fonte original. Manetho, grande historiador
egípcio, diz que antes do grande dilúvio

388
que assolou toda a humanidade em
tempos remotos, o Egito foi governado
pelos semideuses, deuses e espíritos dos
mortos cultuados por seu povo por mais de
20.000 anos. Donde estes semideuses,
deuses e espíritos dos mortos vieram?
William Cadmen falava como origem da
Bretanha, uma grande ilha para lá do
oeste; ele, pois, ratifica: "Et una cum illo
Aristides et alii Graeci qui Britanniam κατ᾿
ἐξοχήν ob magnitudinem μεγαλὴν νῆσον, i. e.
Insulam Magnam vere dixerunt.". Este país
dos zéfiros em relação ao Egito e à
Bretanha seria realmente mítico ou
verdadeiro? Por tantas referências
consagradas, desde o Livro dos Mortos até
Plutarco e Diodoro Sículo, por que ventura
este magnânimo império antediluviano do
passado não poderia existir? Seria ele a
origem das letras e dos números da atual
Raça Ária? Inda assim, certifico-me de que
necessito de mais evidências e explicações
que vo-lo prove.

O gramático latino Prisciano, referência


para os estudiosos de seu idioma na Era
389
Medieval, dizia que tanto o idioma grego
quanto o latino possuíam uma origem em
comum, cujo entendimento histórico, para
sua época, era mui escasso. Berosso
afirma que, na Babilônia, antes do dilúvio,
governaram dez reis por vários saris,
nomeadamente, centenas de milhares de
anos, instruídos pelos conhecimentos
supremos, desde geometria até
agricultura, de Oannes. Políbio dizia que o
conceito de império universal já reinava na
Antiguidade Helenística, malgrado não
houvesse algo mui factual para comprová-
lo sob tão descomedidas magnitudes.
Panini, ao examinar o fenômeno da
vocalização, tem em base, assim como
todo seu texto, uma interpretação
fenomenológica dos dados linguísticos que
já era consolidada há muitas eras. Donde
vinha este conhecimento? Barahrtri, no
momento em que analisava a performance
do discurso, deve ter pormenorizado a
disposição das sentenças numa ciência de
elóquio há muito éons existentes, bem
como Panini. Por que incorrem tais

390
influências? Por que são tão
abundantemente mencionadas? Quer a
erística retórica de Cícero, quer o ceticismo
de Pirro de Elis, não podemos negar uma
essência espiritual para todas essas coisas.
São todos estes elementos, portanto,
arquétipos do conhecimento? Creio que,
em verdade, sempre existe uma forma de
intentar buscar por parâmetros que
elucidem o suficiente tais questões, mas a
eficaz vontade de fazê-lo é sempre de
nossa providência. Todos estes númenos a
priori provam uma fonte originária comum
para os números e as letras. Os etruscos,
citando caso análogo, cujos textos liam-se
da direita para a esquerda, na Tabula
Cortonensis, vemos, pois, uma referência
litúrgica aos antepassados, os quais eram
celebrados com muita festividade, cujo
fato também é descrito, inda com mais
minúcias, no Liber Linteus. Quem seriam
estes antepassados? Donde vieram? Os
maias, ademais, nos Códices Dresden e
Troano, falam sobre uma terra original, da
qual provieram e formularam todo seu

391
sagrado e vasto conhecimento, cuja
representação escritural é efetivada por
marcas ideográficas lembrando a
paisagem daquele lugar, que é, por vezes,
chamado de "terra de Kui" e, outras vezes,
chamando de "Mu". Seria este perdido
continente, a primeira civilização do
mundo, como Churchward, Blavatsky,
Buffon, Le Plongeon, Bourbourg, Higgins e
Jacolliot atestam? Bhaskara II, no seu
Lilavati, parece soer com os seus tratados
em progressão e multiplicação aritméticas
de algum período muito anterior e de
caráter assaz especial. O mesmo ocorreu
com Euclides e com suas fontes, como
Pitágoras, Teateto, Hipócrates, Hiparco,
Eudoxo e &c. Podemos inferir que todo
conhecimento matemático que temos hoje
ou que teremos, caso não hoje seja
alcançado, como as civilizações
antediluvianas, são provindas de períodos
mui remotos da terra, relacionados aos
povos de antanho mencionados. Por
conseguinte, terei de explicar-vos certos
componentes teoréticos para que, então,

392
seja consolidada com determinação minha
teoria sobre a origem dos números e das
letras.

Surgimento da matemática. – Para


demonstrar a minha teoria da história da
matemática, primeiramente, devo
assegurar a história do mundo para com
ela convergir. Por exemplo, Leonard
Woolley relata o achado dum substrato
diluviano de 400 milhas de largura e 100
milhas de soslaio num vale entre o rio
Tigre e o Eufrates. O Chilam Baham relata
que os remanescentes do homem
antediluviano se refugiaram na Cartabona
que é, atualmente, a península de Yucatán.
Numa das crônicas de Jeramel, havia um
grande império, situado numa ilha,
chamado Achaya, cujo rei governante
antes do dilúvio se chamava Ogiges que
construiu Eliozin. Albert Slosman examinou
com incredível profundidade o zodíaco de
Dendera e concluiu que a catástrofe de
Atlântida deve ter ocorrido por volta de 27
de julho de 9792 a.C. O Vishnu Purana diz
que cada Yuga se estende por 22.000
393
anos; seu ciclo completo se chama
Manavantara que é disposto por 852.000
dias divinos e 306.720.000 de anos
humanos.

394
395
CAPÍTULO 9
DAS CRENÇAS SAGRADAS E SUAS
VARIAÇÕES NA HISTÓRIA: TEORIA,
EVOLUÇÃO E RELAÇÃO COM DEUS E
O HOMEM

Seção XXXI

Da Vibração da Infinitude

396
A consciência humana se inerva,
incondicionalmente, nas bases hieráticas
do Kandhakala, designado, então, como a
condição do Tempo eterno e universal,
proveniente da própria abstração numenal
que o convergiu com as demais forças
cósmicas, i.e., Kala, cuja associação, tendo
em mente a sua periodicidade, fomenta o
Mahat, viz., a Inteligência Divina e
Universal projetada e sobreposta sobre as
demais pela duração manvatárica do
universo. O Pradhana, oriundo do
Mulaprakriti, a raíz da natureza, ou de sua
indiferença, é caracterizado como Mara, a
Ilusão, o Véu dos Arcanos do
Conhecimento Sagrado, porquanto esta é
arraigada à densidade material e não
compreende, efetivamente, a natureza
sutil e etérea das energias cósmicas, uma
vez que estão sintetizadas originalmente
no âmago uno e prístino do universo, i.e.,
Mulaprakriti, Prabrahman ou Anupadaka,
como dir-nos-iam as doutrinas das escolas
vedantinas de Adwaita e de Visishtadwaita,
terminologicamente falando. Gnana

397
(conhecimento, gnose, supremo Logos ou
Mahaprajna) é a reflexão simétrica e fiel de
Nirguna, o Absoluto, a pré-criação do Todo
e da Vida Total, desprovida de atributos e
predicados. Portanto, o homem poderá
lograr a excelsa façanha de desvelar os
mistérios crísticos da criação e sua mente
divina original se gozar de apanágios
ocultos nos quais se projetaria a virtude de
corresponder-se às diretrizes seráficas e
lapidares da Lei de Um Sagrada e
Universal – em suma – a própria Lei.

A Lei, de qualquer forma, é o verdadeiro


âmago psicoespiritual do homem,
instituída em pilares teosóficos de
grandeza arcana, na qual a vontade não é
mais condensada nos tormentos
subversivos do Ego, todavia para o Eu
superior e à humanidade como ela é
deveras. A Lei é o mandamento fulcral e
onipotente do Ser Divino e da existência
(também) divina, alcançada somente com
a contemplação plena da engenhosidade
cíclica e móvel das coisas que existem na
Natureza; além do primordial de Tudo: a
398
abrangência cósmica natural da Luz Astral
e Universal, ademais de sua uberdade e
seus respectivos influxos e valimentos na
vida das criaturas que habitam o Universo,
isto é, a força esplêndida e cintilante do
Absoluto, que esteve, está e estará infinita
e perpetuamente. A expansão "de dentro
para fora" da mãe, em outros lugares
chamada "água do espaço", "matriz
universal" etc. não se refere a uma
expansão de um pequeno centro ou foco,
mas sem referência ao tamanho ou
limitação ou área significa o
desenvolvimento uma subjetividade
ilimitada a uma objetividade ilimitada."A
substância sempre (para nós) invisível e
imaterial presente na eternidade lança sua
sombra periódica de seu próprio plano
para o colo de Maya". Isso implica que
essa extensão, que não é um aumento -
com aumento infinito não permite
aumento - foi uma mudança de estado."
Dos humanos aos ácaros, das enormes
árvores às mais pequenas folhas de
grama. Tudo isso, ensina a ciência oculta,

399
é apenas a reflexão temporária, a sombra
do eterno protótipo ideal no pensamento
divino - a palavra "Eterno", novamente
bom, aqui apenas no sentido de "Aeon"
como permanentemente permanente o
aparentemente interminável, mas sempre
ainda limitado ciclo de atividade que
chamamos de Manvantara. Porque qual é o
verdadeiro significado esotérico de
Manvantara ou melhor, de um Manu
Antara? Esotericamente, significa "entre
dois manus", dos quais há catorze em cada
"dia de Brahma", um "dia", que consiste
em 1.000 agregados de quatro idades ou
mil "grandes idades", Mahayugas.

400
Figura
2: O Logos é o próprio Mahayuga; vede a imagem e
interpretai.

Os dois braços do mesmo corpo ainda


afetam crucialmente a noosfera do
homem, isto é, os planos dimensionais
existentes em sua Mente em-si.
Analogamente, entender-se-ia a quididade
dual do homem enquanto profano e não-
iniciado, ainda inconsciente de sua
fidedigna essência e latente de suas
capacidades psíquicas e metafísicas. Na
cosmogênese, quer dizer, no princípio

401
sublime e impermisto da criação e da
expansão da mente cósmica,
presenciávamos o apogeu do Samadhi, o
nosso elo com o Altíssimo de ruptura
inverossímil; desta forma, a priori,
somente o Bem coexistia com os seres e,
no entanto, o Mal era termo inexistente e
desconhecido. Quando o homem sustou tal
vínculo, com atroz jactância, sofreu a
Queda e passou a viver nos ares
maquiavélicos das Trevas a qual,
praticamente, é a representação legítima
da dualidade, posto que nas Trevas, o mal
oprime o bem ad aeternum e o bem tenta
derrotar o mal etiam ad aeternum. Diz-se
também que a mônada pitagórica mora na
solidão e na escuridão como o "germe". A
idéia do "sopro" da Escuridão se movendo
sobre "as águas adormecidas da vida", que
é matéria primordial com o espírito
latente, lembra o primeiro capítulo de
Gênesis. Seu original é o Narayana
Brahminical (o motor nas águas), que é a
personificação da Respiração eterna do
Todo inconsciente (ou Parabrahm) dos

402
Ocultistas Orientais. As Águas da Vida, ou
Caos - o princípio feminino do simbolismo -
são o vácuo (para nossa visão mental) no
qual repousam o Espírito e a matéria
latentes. Foi isso que fez Demócrito
afirmar, após seu instrutor Leucipo, que os
princípios primordiais de todos eram
átomos e um vácuo, no sentido de espaço,
mas não de espaço vazio, pois "a natureza
abomina o vácuo", de acordo com os
peripatéticos, e todo filósofo da
Antiguidade. Em todas as cosmogonias, a
"água" desempenha o mesmo papel
importante. É a base e a fonte da
existência material. Os cientistas,
confundindo a palavra com a coisa,
entenderam pela água a combinação
química definitiva de oxigênio e
hidrogênio, dando assim um significado
específico a um termo usado pelos
ocultistas em um sentido genérico, e que é
usado na cosmogonia com um significado
metafísico e místico. Gelo não é água, nem
vapor, embora todos os três tenham
exatamente a mesma composição

403
química. Desta forma, ocorre o contraste
das forças cosmoantrópicas que envolve
tanto a dúvida existencial quanto a cizânia
humana de natureza vil e indecorosa;
portanto, gerando o caos e o conflito
generalizado do homem contra si mesmo,
sua natureza e o ambiente que o envolve.
A dualidade, notoriamente, é um
fenômeno inerente apenas a mundos
pertencentes a Trevas, não da Luz; sendo
a própria Luz, portentosa detentora da
Sagrada Unidade Cósmica, o Samadhi, a
soberana Pramoda, a terra autêntica dos
Devas e Rishs, enquanto as Trevas mostra
à tona a Dualidade Perversa Universal, o
Mahamaya, o reino de Ahamkara. Tendo
estas questões em mente, é necessário ao
homem compreender profundamente tal
verdade para transcender a dualidade ou,
propriamente dito: as Trevas!

O homem, abarcando no seu íntimo a


unidade superior original arraigada em seu
αληθινό του πνεύμα e compreendendo com
fulgor a sua diadema auspiciosa e
chamejante em juízo etéreo e celestial,
404
excede as máculas facínoras e a
atribulação perversa da dualidade,
reconhecendo sua ubiquidade cujo poder
de criação e noções da sabedoria divina
são imanes e ubertosas, onde a
consciência alvorece em paz e amizade
com os pilares inauditos e estremes do
Absoluto e sua respectiva Lei
coordenativa, superintendendo seu gládio
de dispositivos a conter imódica ilustração
sobre as leis ocultas do Universo quidem
quod est; não obstante, remoça o homem
num estado triunfal do Chitta no pináculo
de uma existência consagrada ao
Gandharva, o ser celestial, o devoto ao
amor e livre da ambiguidade do érebo
suspendido na dualidade; o homem que
lida apropriadamente com aquilo que está
esculpido no Ananta, qualquer epigrama
de Adherna não lhe afetará de modo
algum. Com o Dharana unido aos arcanos
celestes adornados de éter, conseguirá
transcender os limites do próprio espaço-
tempo e lhe será possível tramitar pelos
corredores dos palácios beatíficos do

405
Senhor da Luz, que é o próprio homem em
seu estágio súpero; isso apenas lhe será
totalmente compreensível se o mesmo
compreender a totalidade das coisas que
são tecidas na angra sagrada da própria
Luz.

II

No homem, ou em todo homem, para ser


mais objetivo, percorrem-se os princípios
opostos do espírito tanto em magnitude
quanto em significado, todavia, são eles os
responsáveis por fixar e manter em
funcionamento a Unidade Sagrada do
homem enquanto ser: o masculino e o
feminino, o Shiva e o Shakti, o Yin e Yang,
o Ahriman e o Spenta Mainyu. É necessário
que eles existam, pois a supressão ou a
predominância de algum desses dois
princípios desencadearia a instabilidade
psíquica do ser. Desta forma, suceder-se-ia
uma alteração nímia das faculdades

406
anímicas do homem de natureza perversa
e calamitosa que, quando fossem
expelidas, desgraçariam o eixo de
manutenção e proteção da humanidade e,
do mesmo modo, as fortalezas da ética e
probidade cósmicas que ainda
sustentavam com prominência a ordem
terrestre seriam demolidas com furor
inimaginável; e, como resultado, o pior dos
Caos se incutiria na Terra. Explana-se,
assim, a imprescindibilidade não só dos
engenhos e mecanismos como da força e
do zelo infindáveis das polaridades do
gênero per se como égide mística e
incorpórea do homem, haud dubie.

Diz o Kybalion:

«Το φύλο είναι σε όλα; όλα έχουν τις αρσενικές και θηλυκές
αρχές τους; το φύλο εκδηλώνεται σε όλα τα αεροπλάνα»

Prossegue o mesmo:

407
"(...) Η μεγάλη Εβδόμη Ερμητική Αρχή - η αρχή της Φύσης -
ενσαρκώνει την αλήθεια ότι υπάρχει Φύλο που εκδηλώνεται
σε όλα - ότι οι Αρσενικές και Γυναικικές αρχές είναι πάντα
παρούσες και ενεργές σε όλες τις φάσεις των φαινομένων, και
κάθε επίπεδο της ζωής (...) Το γραφείο του Φύλου είναι μόνο
αυτό της δημιουργίας, παραγωγής, παραγωγής, κλπ., και οι
εκδηλώσεις του είναι ορατές σε κάθε επίπεδο των
φαινομένων."

Assim, v.g., o "ovo mundano" [correlato à


asserção supracitada do Kybalion] será,
quiçá, um dos símbolos mais difundidos, o
que é muito sugestivo tanto no sentido
espiritual quanto no fisiológico e
cosmológico. Portanto, pode ser
encontrado em todas as teorias do mundo
em que está amplamente associado ao
símbolo da serpente; este último está em
toda parte, tanto na filosofia quanto no
simbolismo religioso, um símbolo para a
eternidade, infinito, regeneração e
rejuvenescimento, bem como para a
sabedoria. O mistério da aparente
autogeração e evolução por meio de seu
próprio poder criativo, que reproduz em

408
miniatura o processo de evolução cósmica
no ovo, devido ao calor e à umidade sob a
saída do espírito criativo invisível,
justificou a seleção desse símbolo gráfico
completamente. O "Ovo Virgem" é o
símbolo microcósmico do protótipo
macrocósmico - a "Mãe Virgem" - caos ou
profundidade primitiva. O criador
masculino (sob qualquer nome) vem da
virgem, a raiz perfeita que é fertilizada
pelo raio. Se você conhece a astronomia e
as ciências naturais, quem não pode
reconhecer sua sugestão? O cosmos como
natureza receptiva é um ovo fertilizado,
mas permanece imaculado. Uma vez visto
como ilimitado, não poderia ter outra
representação senão um esferoide. O ovo
de ouro estava cercado por sete elementos
naturais (éter, fogo, ar, água), "quatro
prontos, três secretos".

A νους ou as faculdades ou metafísicas ou


materiais da mente humana, no atributo
mais esotérico a ser constatado, desfruta
de uma plêiade de pensamentos a serem
abordados com engenhosidade bem-
409
aventurada ou o oposto desta,
dependendo da familiaridade do indivíduo
com suas origens estelares de esplendor
místico e divino, e se feito, deve trabalhá-
la com os maiores esforços e dedicações
possíveis, praticando tal arte
cotidianamente, para atingir o estado
supremo de sua consciência. A mente é
que age e que reage, pois dela o homem
pensa para agir e como reagir perante as
situações que o acercam, como agente
ativo ou passivo destas; outrossim, a
realidade como observada no imo denso e
físico, é, do mesmo que as outras
dimensões mais sutis e elevadas
energeticamente, movida pela mente, já
que o que acontece é determinado pelas
ações e reações da humanidade diante dos
fenômenos históricos que lhe acometem, e
tais funções são desempenhadas
continuamente pela νους, interpelando a
ordem dos respectivos ofícios conforme a
evolução das noções do conhecimento da
Luz pura e genuína dos ανθρώπων, nas
circunstâncias da doutrina iniciática de

410
magnânimo fulgor intelectual da grandeza
psíquica dos υφιστάμενων όντων.

As concepções gnosiológicas sobre a


natureza legítima da mente sempre foram
bastante férteis; exempli gratia, a
criatividade deslumbrante reunidas no
entendimento da natura ad rem do
ambiente terreno foi acentuadamente
marcante no período pré-socrático da
filosofia ocidental, protagonizando tal
movimento pensadores como Demócrito
de Abdera, Pitágoras de Samos,
Anaxímenes de Mileto, Heráclito de Éfeso,
Anaxágoras e vários outros. Prosseguindo
com esta reflexão, Demócrito, em seu
caso, pensava que o αρχή της φύσης των
πραγμάτων se presumia à uma unidade
componente dos corpos móveis e
existentes chamado 'átomo', que definira
como uma substância indivisível
espacialmente, mas não geometricamente;
além disso, assegurava que o mesmo se
deslocava num espaço vazio e desprovido
de envoltório com grandezas físicas no que
se refere ao seu arranjo am sich, que o
411
próprio denominara de 'vácuo'. Com esta
base que os demais também propuseram
suas teses, que em Pitágoras, eram os
números o αρχή e para Anaxímenes, seria o
ar, a unidade criadora. Formularam-se,
assim, as estipulações acerca da gênesis
da mente em todo seu absoluto, desde o
seu início até o estágio em que atualmente
se encontrava, pois todas as obras hoje
emanadas em uma infinidade de lugares
pelo κόσμου é oriundo das ações, que
provém das ideias e a ideia é originada
substancialmente pela mente, o âmago
onipotente do ser ativo e passivo, do ser e
não-ser e dos arquétipos universais
condicionados com sublimidade em todas
as espécies imagináveis e inimagináveis
de atmosferas a residir-se no σύμπαν.

Seção XXXII

A Metafísica do Conhecimento

412
O conhecimento é inerente à alma do ser
enquanto ser, não enquanto não-ser. O ser
vive o conhecimento enquanto
conhecimento; por outro lado, o não-ser
não obtém o conhecimento, pois
justamente porque não é. Assim, se é,
portanto, tem conhecimento.

Examinando mais profundamente a origem


do conhecimento em seu cerne de
existência, conceberemos que o mesmo é
formado pela própria natureza íntegra da
geração das cousas enquanto cousas
dotadas de existência.

Por conseguinte, se existe como sendo


cousa dotada de existência, é
efetivamente uma fonte de conhecimento.
Agora, se precisarmos determinar os
caminhos percorridos pelo conhecimento
enquanto sendo ele mesmo, podemos
notar que, efetivamente, percorre sobre
itinerários que o expressem com clareza e
acesso àqueles que o querem obter.

Caso contrário, estaria oculto, e isto,


porventura, soaria um tanto contraditório,
413
pois, todo o conhecimento, como
manifestação elementar do ser, tende a
abrir-se para o mesmo. Outrossim,
certamente, o conhecimento abrange
tanto espírito quanto matéria com
profusão e se, igualmente, intentada a
interpretação de tal fenômeno, é deixado
claro que o conhecimento é a emanação
dos elementos do saber tanto do espírito
quanto da matéria, como deve-se inferir
em prossecução.

Analisando transcendentalmente a
natureza da origem do conhecimento, há-
se de entender que enquanto
conhecimento é natural que vá se
originando em parte dos elementos do ser,
ou se possível, configurar
sistematicamente uma forma de sabedoria
da própria origem mediante a
categorização das cousas consoante os
seus níveis de condicionamento no
princípio e na direção interativa da
realidade que as circunda com empenho
observável e perceptível, seja por
experiência imanente ou transcendente.
414
Dessarte, progredindo no limiar do
conhecimento enquanto princípio de saber
humano, podes definir que a sua
identidade também está relacionada à sua
própria condição de existência do ponto de
vista unívoco e estrutural tanto nas cousas
relacionadas à vida quanto relacionadas à
sua essência.

Agora, saibamos que, normativamente, a


causa eficiente da origem do
conhecimento é voltada a própria ideia ou
a noção de distinção entre a crença pura e
a sabedoria pura ou prática. Sob a
perspectiva geral das cousas colocadas
nos aspectos do conhecimento como
origem da lógica da construção do mundo
e da realidade que este representa, o seu
significado é o próprio propósito pelo qual
vem a ser ou está a ser, quer em
circunstâncias propícias para a sua
expressão, quer aquelas para a sua
impressão.

O fato é uma derivação do conhecimento


dada por uma experiência real e visível

415
deste numa relação dual sujeito-objeto,
mas a origem do fato está inerente a todo
conhecimento particular do sujeito-objeto
enquanto premissa o suficiente para
constatar com abrangência as
apresentações eventuais ou sempiternas
da natureza, pois natureza.

Doravante, instituamos que a verdade


pode ser dada como uma rota direta e
retilínea para o conhecimento per se
agens e, sem embargo das objeções que
podem ser feitas à conservação da
verdade como conhecimento, salientemos
que a verdade como conhecimento é o
próprio fundamento das ideias que se têm
a respeito das percepções adjacentes a
organização do universo.

Portanto, se dadas as dimensões


discerníveis das faculdades de saber o
conhecimento, por um método axiológico,
perceberemos que suas leis são
fomentadas pela natureza de
desenvolvimento, seja esta evolução, seja
esta involução, do âmago da manifestação

416
do conhecimento enquanto conhecimento
ou puro ou prático.

O que sentimos, o que vemos, o que


percebemos, o que somos são
modalidades de se conectar ao
conhecimento como essência lídima e
conceitual deste; assim, marca-se a
natureza do conhecimento em suas
origens particulares de manifestação pela
sua identidade e capacidade de infiltração
na realidade supremas das cousas então
existentes.

Paralelamente ao que podemos assimilar,


o conteúdo do conhecimento presume a
ser o cumprimento dos fundamentos
implantados no momento de sua criação,
formação e geração primordial, liquidando
assim em uma assinalação de seus
próprios sinais e formas de expressão e
impressão. Ademais, toda a ideia que se
origina de um conhecimento firme, estável
e seguro, pode estar cônsona com sua
origem e seus respectivos princípios de
coordenação tanto geral quanto minuciosa.

417
Num âmbito mais focal do conhecimento,
os planos nos quais este se faz mui
evidente e mui comperto se dão pela sua
extensão tanto dedutiva quanto indutiva.
Sobre a classe indutiva de conhecimento,
esta, efetivamente, seria formulada com
alicerce naquilo que chamamos de
generalização dos pressupostos para a
ilação e a provisão do conhecimento ut
notum est, onde a constante do saber não
valida a sua variável, e vice-versa.

Sobre a classe dedutiva do conhecimento,


esta, conseguintemente, seria
caracterizada com predicado pela
intervenção na definição e constituição das
cousas, aplicada por intermédio tanto da
esquematização quanto das potências
modais e funcionais do conhecimento,
denotando-o de maneira designadora tanto
em seus atributos genéricos quanto
aqueles sobreguisa meticulosos.

Assim, devemos conjecturar que o


conhecimento pode acompanhar a sua
formação por meio da transcendência de

418
sua integração para com a realidade
suprema, visualizando os seus pontos
concentradores tanto de matéria quanto
de espírito; com isso, devemos asseverar
que as referências singulares dos campos
originais do conhecimento estão inseridas
e preservadas internamente ao ser que
detém e satisfaz as condições necessárias
para se considerar dotado de alguma
espécie de conhecimento, quer estável,
firme e seguro, quer o adverso, todavia, o
mais importante é gozar de algum
processo conversível ou fixo de
conhecimento puro ou prático.

É competência do conhecimento elucidar


as cousas como elas são de acordo com
sua designação tanto de metas quanto de
funções a serem desempenhadas
enquanto cousas dotadas de essência
ôntica própria.

Sobremais, se formos contemplar esta


questão com bastante eloquência, é de
fato importante afirmar que quando
estipulada uma espécie de cousa

419
significante, o conhecimento, portanto,
deverá fornecê-la significado o suficiente
para ter algum sentido factual na realidade
suprema da natureza.

Incumbe ao conhecimento, da mesma


maneira, determinar as relações
descritíveis dos objetos encontrados no
ambiente em que estão ínsitos e
presenciam ativamente. As origens de tais
fenômenos epistemológicos estariam
centrados nas concepções concretas ou
hipotéticas da mente.

Isto posto, é improtelável sugerir que os


indicativos do conhecimento enquanto
conhecimento puro ou prático são
demonstrados pela fonte da qual foram
consagrados a serem o que eles são, de tal
modo que possuem deveres e
responsabilidades para determinar se uma
cousa é falsa ou não por essência.

Naturalmente, as propriedades
particulares da natureza situacional do
conhecimento estão meramente
direcionadas e descendidas de um setor
420
muito unívoco da consciência humana, de
tal maneira que cada cousa existente pode
ser ou não explicativa por si só, pois o
conhecimento pode ser evidenciado ou
potencializado pelo simples fato de ser
erigido ad re.

Tendo tal fato em mente, temos de inferir


com sobreposição aos enunciados outrora
comentados que cada conhecimento é
originado a partir de sua matriz de
significância e convenção associativa.
Assim sendo, podemos esperar que a
construção do conhecimento seja
providenciada ou pelo espaço atemporal
sem nenhuma interferência direta das
ações representativas ou o contrário desse
fenômeno de composição do
conhecimento das cousas.

O saber é indecomponível, mas os seus


ramos são vários; malgrado isso, ele é
absolutamente intransponível e
irrefragável em sua maior essência.
Estabelecido isso, devemos dizer que o
conhecimento é efetivamente originado ou

421
por sua correspondência predicável e
arquetípica ou pelas suas derivadas,
diversas e subjetivas.

Nós devemos seccionar que cada um dos


fatores correlatos à natureza inconcussa
do conhecimento estão simplesmente
multiplicados em vários, sendo cada um
deles caracterizados pela sua relevância
no soerguimento de mais conhecimento,
independente de suas qualidades
discerníveis e factíveis.

Num deslinde inclusivo de tal fenômeno


epistemológico, devemos focar-nos nas
seguintes cousas: ora, se o conhecimento
é oriundo de uma designação que ocorre
em suas próprias regiões de fluxos
interativos com o ser, por conseguinte,
este pode ser, indubitavelmente, uma
disposição das substâncias intelectuais
que são encontradas na constituição
primordial do arranjo do corpo do ser per
se.

Assim, inferindo em sua consumação mais


próxima da realidade suprema,
422
perceberemos que a introdução do
conhecimento como original e primitivo
pode ser tanto conjuntivo quanto
disjuntivo. O conhecimento conjuntivo é a
conexão das sentenças, dos adágios ou
dos apotegmas, seja qual for a fraseologia,
que formam uma unidade verdadeira,
sendo os seus antecedentes originários
também de mesma natureza, i.e. verazes e
lhanos em sua condição designativa.

O alvo irredutível da natureza conjuntiva


das cousas enquanto fonte de
conhecimento está permeada pelos
caracteres factuais e disposicionais do que
podemos denominar crucialmente de
solução posicional da unidade, viz. aquilo
que pode demonstrar e evidenciar a
ocupação duma cousa no espaço em
relação ao todo aí concretizado.

Por outro lado, o conhecimento disjuntivo é


o conhecimento lógico das alternativas e
das medidas modificativas de sua própria
origem que se alinham assaz
congruentemente com os atributos

423
heterogêneos e abjuntivos (eticamente
falando) do ponto de partida deste
fenômeno.

Em termos idiossincráticos, poderíamos


dizer que qualificadas as lateralidades do
conhecimento disjuntivo em seu próprio
meio de conteúdo nominativo estariam
diretamente correlatas ao afastamento
condutivo das admissões naturais feitas a
partir da natureza mais próxima da real
origem do conhecimento humano.

Subjacente aos valores explicativos da


conjunção e da disjunção do conhecimento
está a implicação distributiva das cousas
em seus próprios termos que,
nomeadamente, os fazem ser ocasionados
pela substância ontológica do
conhecimento em si, tanto nas sensações
quanto nas percepções, quer sejam
empíricas, quer sejam não-empíricas.

Sob o prisma da modalidade alética de


pensamento, podemos cogitar com
bastante certeza que a construção
deliberativa do conhecimento é de feito
424
aprioristicamente tomada como verdadeira
se a sua formulação unívoca ante a seus
valores também for verdadeiro.

Portanto, podemos afirmar que o


conhecimento pode originar-se sem dúvida
nenhuma da substância mais próxima de
seu juízo analítico e procedimentos
algorítmicos, no sentido de dados que
solucionam problemas epistemológico em
propriedades relativas teleológicas, seja
estas autotélicas ou não-autotélicas,
dependendo da qualidade dos fins
necessários em termos de predicação
analógica e definição noética.

O conhecimento formado a partir de


preposições autotéticas pode ser apontado
como fundamentos por gêneros, classes,
categorias, tópicos, diferenças e espécies,
compostos por terminologias
imprescindíveis para tornar-se verídico,
dados em certos parâmetros de
formulação e incorporação de elementos
apodíticos. Assim, todo conhecimento
autotético ou não possui uma origem

425
discriminadora em seu tipo de abordagem
lógica das suas versões originais e
primitivas, sendo tal sistema
fenomenológico, promovido por âmbitos
justificatórios de suas verdades e também
resolutórios aporéticos.

Entretanto, se inferirmos tais cousas sob


uma questão metodológica original da
natureza noética do conhecimento,
notaremos que a substância intelectiva
que o empeça e o ampara é puramente
desenvolvida por um envoltório de ideias e
noções de causa e efeito da natureza das
ações e reações pertinentes à natureza do
conhecimento a priori.

Tudo que concede consistência ao


conhecimento e se integra às suas bases
de sustentação pode ser deliberado como
parte ativa da construção do saber
humano, independentemente do grau
partícipe do elemento atribuído.

Se considerarmos o conhecimento como


algo aretaico, perceberemos que suas
virtudes são absolutamente introduzir
426
pelos valores constantes de suas
referências e determinações ulteriores.
Preceitua-se o conhecimento, por
conseguinte, em sua própria aplicabilidade
singular na realidade suprema.

Simbolizando as admissões feitas por estes


meios, tácitas ou bem expressas,
notaremos que efetivamente cada parte do
conhecimento pode estar localizada numa
concernência de valores tais que tornem-
no efetivamente algo válido e cônscio de
sua própria natureza em totalidade.

Então, devemos inferir que os limites do


conhecimento como princípio podem
rejeitar ou aceitar adrede as cousas que
lhe proporcionam suporte e probabilidade.
Num quantificador universal de restrição
de premissas, podemos dizer que o
conhecimento pode ser ou eliminado se
suas sentenças forem compostas por
designações não-pragmáticas ou anuídas
se forem pragmáticas.

Deve-se estigmatizar que o conhecimento


é precípuo no sentido de que seu
427
andamento significante é mui notório nas
suas instituições declarativa e
consequencial ou contingencial se quiçá
for uma ocasião fortuita e tiver sido
transcorrida isoladamente, em uma
circunstância eventual dada à limitação do
conhecimento humano em descobrir sua
origem causal.

Embora se considere a propensão do


conhecimento como algum tipo de viés,
efetivamente, deve ser ponderado que
inquirido que a natureza circulatória do
conhecimento é mormente reiterado pelo
seu agenciamento tanto em forma (eidos)
quanto pelos fins (telos).

A continuidade do conhecimento é atinado


com as propriedades, as substâncias e as
potencialidades da sua grandeza da sua
asserção na realidade suprema da
natureza das cousas. Por conseguinte, o
princípio do conhecimento per se como
método de investigação pode ser
linearizado substancialmente por

428
atribuições que encorajem a sua solidez e
consciência como um todo.

As determinações enumeráveis do
conhecimento são consubstancializadas,
talvez, pela asseguração de seus
elementos constituintes, os quais roboram
a sua cardinalidade ideária e transição
categorial, seja simétrica à verdade
sublinhada de dicto, ou à operação
monádica do estado das cousas.

Perante a uma superveniência num


conjunto de relações específicas entre as
propriedades mencionadas outrora das
extensões naturais do conhecimento,
presumir-se-ia que uma entidade de
alegação conceptualmente credível
poderia ratificar suas respectivas
fundações basilares.

Assim, refletindo de uma maneira que


abarque tanto as modalidades tanto de
Bedeutung (significado) quanto de Begriff
(conceito), perceberemos que
indubitavelmente a estratificação
epistêmica é nimiamente viabilizada pelos
429
estímulos consuetos ou não de seu
ultimato reportado por gênero qualitativo
de cogitação.

Todavia, considerando as cousas mais


profundas de ambos os ensinamentos,
tanto de Bedeutung quanto de Begriff,
perceberemos que o objeto dos princípios
do conhecimento é sempre voltado àquilo
que denominamos de ethos, i.e. seu
caráter ou traços personalísticos que o
conduzem e que o movimentam consoante
a sua maturação, designação declinativa e
papéis essenciais de significação e
definibilidade, além de sua
intencionalidade preterida in singulari loco.

Seção XXXIII

Da Unimodal ou Multimodal
Dimensionalidade Religioso-Hierática

O livro de Zoroastro foi ornamentado no


telhado com as constelações dos signos do

430
zodíaco; seus seguidores se retiraram para
as cavernas mitraíticas, para realizar suas
devoções, nas quais foram realizados os
mistérios de sua religião. Muitas dessas
cavernas de tamanho estupendo e
magnificência existem hoje em diferentes
partes do alto da Índia e na Pérsia. Eles
tinham várias ordens de padres, como
padres e bispos paroquiais, como
Arquimago ou Arquiteto, o mesmo que o
Papa ou o Sumo Sacerdote dos Judeus: a
palavra Magus, na língua persa, significava
apenas padre: e eles não esqueceram que
rito judaico mais útil, a tomada de dízimos
e oblações. Em épocas determinadas, os
sacerdotes liam parte de seus escritos
sagrados ao povo. Os sacerdotes eram
todos da mesma família ou tribo, como
entre os judeus.

O Dr. Pococke e Hyde reconhecem que


muitas coisas em seus livros sagrados são
iguais às do Pentateuco e de outras partes
da Bíblia. É claro que eles facilmente
explicam isso pela afirmação de que foram
tirados dos judeus. Mas o fato da
431
identidade não é negado: o que copiou do
outro não é agora a questão. Tudo o que é
necessário mostrar é que eles eram iguais.
Eles contêm muitos dos Salmos, chamados
pelos judeus e cristãos, absurdamente, os
Salmos de Davi, e quase o mesmo relato
de Adão e Eva, o dilúvio, etc. A criação é
declarada como tendo ocorrido em seis
períodos, que juntos formam um ano; e
Abraão, José, Moisés e Salomão, são todos
mencionados da mesma maneira que nas
Escrituras Judaicas. Nesses livros,
inculcam-se observâncias semelhantes
sobre bestas, limpas e impuras - os
mesmos cuidados para evitar a poluição,
externa e interna - os mesmos
purificadores, lavagens, etc. Zoroastro
chamou seu livro de livro de Abraão,
porque ele pretendia que, por sua própria
reforma, ele havia devolvido a religião ao
estado em que estava no tempo de
Abraão. Alguém pode duvidar da
identidade das duas religiões? Se não
fossem os mesmos, o que os tornaria?

432
O Zendavesta que temos e que foi
traduzido por Anquetil Du Perron é
considerado falso por Sir W. Jones; mas é
admitido pelos melhores autores que
concordam com o antigo, pelo menos "em
seus princípios e termos de religião". Sobre
a questão de sua genuinidade, não é
necessário opinar. Provavelmente Sir W.
Jones encontraria anacronismos, como
foram apontados no Antigo Testamento.
Seria suficiente para provar a ele a
falsidade do Zend, embora não do
Pentateuco. O fato é que ambos estão
exatamente nos mesmos fundamentos em
relação à genuína.

Se devemos creditar a história, a religião


dos descendentes de Abraão por Sara
também foi corrompida enquanto eles
estavam no Egito; e foi restaurado ao seu
estado original, pelo menos em todas as
suas grandes e principais características,
por Moisés. O fato de serem viciados na
idolatria do Egito é evidente por terem
criado para si um bezerro de ouro, a
imagem do Deus Apis, em menos de três
433
meses após sua fuga para o deserto do
Sinai. A religião de Abraão era a dos
persas, e se ele era um personagem real
ou fictício (uma questão de dúvida), ambas
as religiões devem ter derivado da mesma
fonte. Se Abraão realmente viveu, então a
evidência de judeus e persas mostra que
ele foi o fundador de ambas as nações. Se
ele era um personagem alegórico, a
semelhança das religiões mostra que elas
tiveram a mesma origem. Por que sua
família, por sua esposa Keturah, não
deveria ter conquistado a Pérsia, como os
historiadores afirmam, como a família de
Sarah conquistou Canaã? Ambos adoravam
o fogo solar, como um emblema de seu
Deus, de Deus o Preservador e Salvador -
daquele Deus com quem Abraão fez um
pacto; o mesmo Jeová ou Senhor que Jacó
(Gen. xxviii. 21) prometeu ser seu Deus, se
o trouxesse de volta à casa de seu pai em
paz; o mesmo Deus adorado pelo irmão de
Abraão, Nahor, na terra de Ur dos Caldeus
(Gen. xi. 29, xxxi. 53,) e de quem está
escrito: "Meu Senhor disse a teu Senhor,

434
senta-te à minha mão direita, até que eu
ponha os teus inimigos por escabelo de
teus pés. " Ps. ex. 1; Matt. xxii. 44; Marca.
xii. 36; Lucas xx. 42, 43; Atos ii. 34, 35

Daí, resulta a afirmação do Sr. Cudworth 32:

“Flavius Josephus, in his Judaic Antiquities,


extolling Abraham's wisdom and piety, writeth
thus concerning him; (...) Abraham was the first,
who publicly declared, that there was one God,
the Demiurgus or maker of the whole world;—as if
all mankind besides, at that time, had supposed
the world to have been made not by one, but by
many gods. But the true meaning of those words
is this; that Abraham was the first, who, in that
degene rate age, publicly declared, that the
maker of the whole world was the one only God,
and alone to be religiously worshipped (...)
Because all those other beings, that were then
worshipped as gods, whatsoever any of them
contributed to the happiness of mankind, they did
it not by their own power, but by his appointment
and command; he instancing in the sun and
moon, and earth and sea, which are all made and
ordered by a higher Power and Providence, by the
“The True Intellectual System of the Universe”, vol. I,
32

pp. 617-618

435
force whereof they contribute to our utility. As if
he should have said, that no created being ought
to be religiously worshipped, but the Creator only.
And this agreeth with what we read in Scripture
concerning Abraham, that he called upon the
name of the Lord, — that is,”he worshipped no
particular created beings, as the other Pagans at
that time did but only that supreme universal
Numen, which made and containeth the whole
world. Moreover, the same Josephus afterwards in
his twelfth book" brings in Aristaeus (who seems
to have been a secret proselyted Greek) pleading
with Ptolemaeus Philadelphus, in behalf of the
Jews, and their liberty, after this manner (...) It
would well agree with your goodness and
magnanimity to free the Jews from that miserable
captivity, which they are under; since the same
God, who governeth your kingdom, gave laws to
them, as I have by diligent search found out.”.

Seção XXXIV

Um Pouco sobre o Rig-Veda e o Ártico

A palavra ahan da qual ahdni (dias) é uma


forma plural, pode ser normalmente

436
interpretada como significando (1) um
período de tempo entre o nascer e o pôr
do sol; (2) um nycthemeron, como quando
falamos de 360 dias do ano; ou (3) uma
medida de tempo para marcar um período
de 24 horas, independentemente do fato
de o sol estar acima ou abaixo do
horizonte, como quando falamos da longa
noite ártica de 30 dias. Devemos então
abandonar todos esses significados e
entender ahdm como significando
'esplendor'? A única dificuldade é
considerar o intervalo de muitos dias entre
o surgimento da bandeira do amanhecer
no horizonte e o surgimento da esfera do
sol sobre ele; e essa dificuldade
desaparece se a descrição for feita para se
referir ao amanhecer nas regiões polares
ou circulares. Essa é a verdadeira chave
para o significado disso e outras
passagens, que serão mencionadas a
seguir; e na sua ausência, em relação a
vários dispositivos artificiais, foram
utilizados para tornar essas passagens de
alguma forma inteligíveis para nós. Mas

437
agora nada disso é necessário. No que diz
respeito à palavra "dias", observou-se que
frequentemente falamos "uma noite de
vários dias" ou "uma noite de vários
meses" ao descrever o fenômeno polar.
Em expressões como essas, a palavra 'dia'
ou 'mês' simplesmente denota uma
medida de tempo equivalente a 'vinte e
quatro horas' ou 'trinta dias'; e não há
nada incomum na exclamação do poeta
rig-védico que “muitos foram os dias entre
os primeiros raios do amanhecer e o
verdadeiro nascer do sol. ” Vimos também
que, no Polo, é bem possível marcar os
períodos de vinte e quatro horas pelas
rotações da esfera celeste ou das estrelas
circulares e polares, e essas poderiam ser
ou melhor, devem ter sido denominadas
'dias por os habitantes do lugar. No
primeiro capítulo do Antigo Testamento,
fomos informados de que Deus criou o céu
e a terra e também a luz "no primeiro dia";
enquanto o sol foi criado no quarto "para
dividir o dia da noite e governar o dia".
Aqui, a palavra dia é usada para denotar

438
um período de tempo antes mesmo de o
sol ser criado; e a fortiori, não pode haver
impropriedade em usá-lo para indicar um
período de tempo antes do nascer do Sol.
Portanto, não precisamos afetar um
espírito hipercrítico ao examinar a
expressão védica em questão. Se Sayana
fez isso, foi porque ele não sabia tanto
sobre as regiões polares como agora. Não
temos essa desculpa e, portanto, devemos
aceitar o significado que se segue da
construção e leitura natural da frase.

Portanto, é claro que o Rig Veda, na maior


parte de seus versículos, descreve
expressamente um amanhecer que dura
continuamente por muitos dias, o que é
possível apenas nas regiões árticas.
Discutira-se tanto a passagem porque a
história de sua interpretação mostra
claramente como certas passagens no Rig-
Veda, que são ininteligíveis para nós,
apesar de sua simples dicção, foram
tratadas por comentaristas, que não
sabem o que fazer deles se lidos de
maneira natural. Mas, para prosseguir com
439
o assunto em questão, vimos que o
amanhecer polar poderia ser dividido em
períodos de 24 horas devido aos circuitos
que ele faz ao redor do horizonte.

Seção XXXV

Continuação da Seção XXXIII e o Mito


Ártico (em relação à seção XXIV)

O Ruah Jeová (pois, o último nome é, em


escritos sagrados, aplicado repetidamente
ao Espírito Santo) se manifesta
expressamente, como, de fato, é cada
pessoa da Santíssima Trindade, na
declaração solene do Logos em Isaías: “E
agora o Deus todo-poderoso e seu Espírito
me enviaram; sob as quais as palavras,
Xeres, o judeu convertido, que sabia muito
bem quais idiomas existiam na língua
hebraica, observa: “A ação divina neste
440
lugar está enviando e é atribuída a Jeová e
ao seu Espírito.”. Como se diz que justiça,
misericórdia, bondade e coisas do gênero
estão em Deus. Pois, onde é que existe
algo assim: enviar um profeta, registrado
de misericórdia, justiça ou qualquer outro
atributo divino? Além disso, se alguma
virtude divina poderia estar implícita pelo
Espírito, então esse discurso seria uma
tautologia vazia; para quem, a qualquer
momento, já disse. Ele e seu entendimento
percebem isso; Deus e sua onipotência, ou
sua misericórdia, fizeram isso e aquilo?
Dos livros apócrifos, no curso desta
pesquisa sobre a Trindade, não trouxe
tantas provas quanto poderia ter insistido;
porque pensei que surgiriam evidências
mais sólidas citando as páginas sagradas
que não são apócrifas. Nesses livros, no
entanto, os sentimentos genuínos da igreja
judaica antiga podem ser considerados
delineados com fidelidade; e as tradições,
transmitidas de seus pais, como exibidas
com precisão.

441
Se o nome e as operações do Espírito
Santo não fossem bem conhecidos entre
os judeus na época da aparição do
Messias, o arauto João seria totalmente
ininteligível quando ele informou aos
judeus que o mesmo Messias deveria
batizá-los com o Espírito Santo e com fogo.
O anjo que apareceu para Maria e predisse
que o Espírito Santo deveria cair sobre ela,
e o Poder do Altíssimo a ofuscaria, só teria
enchido a mente agitada da santa Virgem
de admiração e terror.

II

Já vimos em mais de um caso a


interferência do racismo na pesquisa pré-
histórica. Dado que a humanidade atual se
apresenta mais ou menos como um caos
étnico, para fundamentar a teoria das
raças puras e originais, ela teve que ser
levada de volta aos tempos e tentar forçar
o mistério da humanidade pré-histórica.

442
Aqui, no entanto, até ontem não havia
síntese em um grande estilo espiritual. Os
do Wilser ou do Merkenschlager não eram
tentativas limitadas principalmente à
antropologia. Os padrões do tipo daqueles
de De Gobineau, embora engenhosos,
eram agora antigos, incapazes de
entender o desenvolvimento posterior do
conhecimento sobre as civilizações
antigas. Por outro lado, justamente por
esse desenvolvimento, a "raça nórdica"
começou a se tornar um conceito
problemático. Uma vez que as
características desta raça como raça
europeia foram estabelecidas em relação
às características de um tipo de cultura e
espiritualidade, foi gradualmente
necessário observar a difusão de
características semelhantes em outros
lugares, quase em todo o mundo. Em
termos de símbolos, um exemplo
característico para esse estado de coisas é
oferecido pela cruz em forma de gancho. A
cruz enganchada por um certo período foi
considerada como o símbolo adequado das

443
raças ario-germânicas. Exceto que, a partir
do conjunto de pesquisas subsequentes,
descobriu-se que esse símbolo é
encontrado na Coreia, Califórnia, Ásia
Central, África e até entre certos semitas,
enfim, em um conjunto de lugares que
absolutamente caíam fora por aqueles que
até ontem acreditavam ser atingidos por
migrações e colonização aérea. Uma
dificuldade semelhante também surgiu em
outros campos, com a ameaça de tornar
indeterminado e arbitrário tudo o que os
racistas tentaram construir como
monopólio da raça nórdica. Um novo mito
era necessário para apoiar a ideia nórdica.

Um mito muito mais ousado, embora mais


rico, mais complexo e articulado era agora
objeto de conhecimento a ser dominado e
organizado de acordo com um único
princípio explicativo. Tal mito foi criado
pelo holandês Herman Wirth com a
retomada da teoria "polar" que já vimos
aparecendo no Wilser e com a
"reconstrução" da origem, história e
civilização da "raça nórdica-atlântica". A
444
teoria de Wirth deve ser considerada uma
mão ousada, cujo impulso direcional íntimo
se refere a intuições extra-científicas, que
tentam justificar-se através de um
armamento filológico, antropogeológico,
mitológico e simbólico muito trabalhoso. A
solidez de tal armamento é muito relativa
e a seriedade de Wirth como cientista
também foi recentemente seriamente
comprometida pelo caso de Uralinda
Kronik, uma crônica saxônica
supostamente antiga que Wirth começou a
decifrar e aprimorar com entusiasmo,
enquanto mais tarde aprendeu. ser uma
mistificação vulgar. Mas como o equilíbrio
contingente e a descontinuidade dos
blocos de gelo em um rio de inverno não
dizem nada contra a continuidade da
corrente que os transporta, então tudo o
que é cientificamente impreciso, arbitrário,
fantástico e sistemático é encontrado no
trabalho da Wirth não deve esconder a
força do "mito" que anima e dirige o todo,
seu significado mais profundo e seu

445
caráter de necessidade diante dos
problemas já indicados.

Os achados mais antigos são aqueles


relacionados à raça "Neanderthal", assim
denominada por causa do local onde os
restos desse tipo humano foram
encontrados pela primeira vez, em 1856,
perto de Dusseldorf. É uma raça que
remonta ao final do período glacial, para o
qual também foi chamada de raça do
"homem glacial" ou "mousteriano" e por
sua antiguidade do homo primigenius. A
raça dos neandertais é de uma brutalidade
morfológica repugnante, que não pode ser
encontrada nem mesmo entre os
selvagens australianos mais primitivos.

Antes de tudo, falamos de duas raças


primordiais. Antes de tudo, seria a raça
"Negroide", derivada de um continente
antigo que desapareceu em grande parte
desde o período carbonífero e se
estendendo da América do Sul através da
África Central e Austral até a Austrália (a
"terra dos Gondwana"). A outra raça é a

446
marrom-amarela "finlandesa-asiática", que
teria ocupado a Ásia, grande parte da
Europa e também das duas Américas, e
que teria sido preservada especialmente
na raça mongoloide. Segundo Wirth, entre
os povos derivados do cruzamento das
duas raças primordiais, em um
determinado momento, raças pertencentes
a um terceiro tipo igualmente primordial,
ou derivado dele, teriam aparecido para
destruí-los ou subjugá-los, absolutamente
superiores a ambos. do ponto de vista
espiritual e físico: são as "raças nórdicas
primordiais", ou "pré-nórdicas" ou
"árticas".

Os dois tipos pré-históricos mais altos já


considerados, o homem Aurignac e o
homem Cromagnon, para Wirth já seriam
tipos derivados: derivados de uma cruz, de
fato, da raça pré-norte com as raças
aborígines, negróides e finlandesas.

A dificuldade apresentada pelo fato de que


não existem restos ou fósseis dessa raça
pré-norte, juntamente com os do homem

447
Cromagnon e Aurignac, se não também,
como se deve pensar, em descobertas
ainda mais antigas, Wirth evita-a de duas
maneiras: atribuindo primeiro a esta raça
pré-ordena o uso de não enterrar os
cadáveres, mas de expô-los (uso que ele
encontra entre as prescrições mais antigas
dos Ari da Pérsia): para as quais os crânios,
ossos, etc. dessa raça não poderiam ser
preservados até somos de tempos tão
antigos, mas apenas de tempos
relativamente mais recentes, os que
correspondem ao período intermediário da
Idade da Pedra, onde são encontrados
precisamente crânios do tipo nórdico. Em
segundo lugar, Wirth situa a pátria original
da raça nórdica pura em terras que agora
desapareceram: primeiro, em uma terra
polar e, depois, em uma terra atlântica, na
lendária Atlântida de Platão.

A região do Ártico, portanto, teria sido o lar


original da raça nórdica primordial. Do
ponto de vista geológico, é realmente
verdade que a Groenlândia atual se
estendeu anteriormente para conectar a
448
Europa à América. Vastos depósitos de
carvão foram descobertos sob o gelo dos
restos deste antigo continente ártico. Isso
significa que onde hoje existe gelo, em
outras épocas havia uma vegetação
luxuriante e o exame do carbono fóssil
constatou que se trata de árvores que não
apresentam os sinais do ano na casca, ou
seja, de árvores cujo desenvolvimento não
foi interrompido das férias de inverno.
Nesse continente, não só não havia geada
atual, mas havia um clima moderado e
contínuo, permitindo um desenvolvimento
ininterrupto da vegetação, como temos
hoje nos trópicos. A geada teria se
manifestado apenas em um dado
momento, devido a um deslocamento do
eixo da Terra, que alguns geólogos hoje
admitem, um deslocamento que teria feito
o caminho do oeste para o nordeste viajar
ao longo do polo norte. Nas tradições dos
antigos iranianos, dos celtas, dos alemães,
mitologizavam lembranças de uma terrível
geada ou inverno que, por essa causa,
caíam na região do Ártico, forçando a "raça

449
pré-nórdica" a emigrar. As considerações
racistas de Wirth, então, apoiam uma
ordem do século XX de pesquisa, a
chamada sanguinoserologia.

Após o ciclo da civilização franco-


cantábrica dos Magdéleines ou da
civilização das renas dos Cromagnons, as
radiações da raça nórdica-atlântica teriam
seguido estas instruções: primeiro através
do Reno e ao longo do Danúbio até o Mar
Negro. Muitos já estavam inclinados a ver
o ponto de partida das ações indo-
germânicas ainda mais estabelecidas na
Ásia. Uma segunda direção mais recente
leva a rota do Mediterrâneo, da Espanha
às Ilhas Baleares, Sardenha, Malta, Creta e
Tróia, nas camadas arqueológicas mais
antigas da cidade, haveria vestígios de
uma civilização criada pelo encontro dessa
direção com o anterior. Desde Creta, a
colonização se desenvolveu até Chipre e
Palestina e aqui entra em cena a raça dos
filisteus, inimigos ávidos dos judeus e
depois governantes deles, uma raça
constituída, segundo Wirth, pelo Atlântico
450
Nórdico. Finalmente, um terceiro itinerário,
relatado de Wirth, para uma variedade do
sul, o Atlântico Sul, através do Estreito de
Gibraltar, leva você ao longo da cadeia do
Atlas e da Líbia ao Egito, dando origem às
primeiras dinastias faraônicas. Como
principal evidência dessas emigrações,
Wirth acrescenta os traços da chamada
civilização megalítica: dolmen, menhir,
cromlech, etc. isto é, disposições
poderosas de pedras obedientes à
justaposição em intenções simbólicas ou
de rituais nas quais o autor deste livro
acredita encontrar frequentemente os
temas do solstício de inverno e da série
sagrada. Wirth acha que pode referir o
nome de Mo-uru, interpretado como "Mãe
Terra" ou "das Águas", ao centro original
da civilização atlante. Deste nome, ou da
inversão de suas sílabas, ele desenha uma
designação recorrente entre as promoções
da corrida nórdica-atlântica: Am-uri e Ma-
uri. Assim, o nome de Mauri subsiste em
algumas populações do Marrocos. Am-uri é
encontrado na designação bretão-britânica

451
dos armoricanos e amorreus é encontrado
entre certas populações inimigas dos
judeus em Canaã. Mas isso não é
suficiente. Segundo Wirth, os Atlantes do
Sul teriam tomado outra rota, contornando
a África, criando várias civilizações em
suas regiões costeiras e navegando,
teriam chegado ao Golfo Pérsico, subindo
pela boca, ainda não reunida, do Tigre e o
Eufrates. Aqui a civilização suméria teria
sido formada, cuja escrita linear refletiria
visivelmente os ideogramas solares do
Atlântico. Em parte por um caminho
através da Ásia Central, em parte por outro
ao longo da costa, a própria China teria
sido alcançada e aqui nos referimos a
descobertas recentes de uma civilização
antiga de um tipo realmente muito
semelhante à suméria e egípcia e que
estaria associado aos restos de uma língua
que parece não apenas do tipo
indogermânico, mas também do grupo
Kentum e não do grupo Satem, que é do
grupo próprio dos indo-alemães da Europa
e não da Ásia. Finalmente, Wirth chega ao

452
ponto de admitir uma emigração muito
fantástica dessa lendária raça para a
Austrália, referindo-se aos Ma-uri, os
últimos descendentes dessa arcaica
colônia do Atlântico Sul, que em seu tipo
antropológico, em seus símbolos, as
línguas ainda mostram uma clara diferença
em relação às linhagens selvagens
aborígenes, negroides e mongoloides.

Este é o primeiro ciclo da civilização,


inclusive na Idade da Pedra, da civilização
norte e sul do Atlântico. Um segundo ciclo
ocorre muito mais tarde, em direção à
Idade do Bronze. Referindo-se também às
antigas lendas bretãs e irlandesas, Wirth
fala de uma última onda nórdica-atlântica
que chegou à Irlanda e conhecida como a
raça divina dos Tuatha ou Tuatha dé
Danann, parcialmente assentada naquela
ilha, parcialmente empurrada para o leste ,
até tocar o Doggerland, as ilhas
Frisiosaxian então ainda unidas ao
continente. Aqui um novo centro teria se
formado, que corresponde ao nome de
Polsete, para se referir a uma região na
453
costa do Mar do Norte que desapareceu
devido a uma catástrofe como a Atlântida,
mas devido ao avanço progressivo do mar
nessa área. Os alemães e, mais
propriamente, as raças às quais Tácito deu
o nome de Ingevoni, não seriam mais que
esses Tuatha, ou seja, desses nórdicos-
atlantes que se estabeleceram nas costas
do Mar do Norte e ali se misturaram
parcialmente à raça aborígine finlandesa.
As runas, a antiga escritura sagrada linear
nórdica, seriam a última forma
diretamente derivada dos ideogramas da
"série sagrada" solar e Wirth não hesita
em estabelecer relações, iluminando para
ele, entre as runas e os outros ideogramas
ou tipos de escritos lineares da pré-
história, suméria, americana, egípcia,
chinesa, sueca, fenícia etc. Isso nos leva às
conexões entre a raça branca primordial
ou pré-nórdica e a raça e cultura
germânicas são estabelecidas e o racismo
obteve seu mito de origem mais completo.

454
455
CAPÍTULO 10
DAS INCORPORAÇÕES SIMBÓLICAS
DOS GRAUS ESOTÉRICOS DA
SABEDORIA HUMANA

Seção XXXVI

456
Do Esoterismo Considerado pelo seu
Substrato Filosófico

Bradava-se os clamores do "negrume" de


Osíris na iniciação do Egito, porquanto,
para o mortal, ele era simplesmente
"escuridão", sobretudo, na forma de
númeno. Aditi, Mãe Ísis e etc. seriam, pois,
a parte líquida do Firmamento enquanto
Osíris seria a sólida. Os gérmens
primordiais são criados e despertados a
partir dum sistema octonário, geratriz da
matéria, desde a compleição animal até o
átomo. Purushottama, sob a égide dos
poderes espirituais e divinos do Narayana,
lhes concedido espontaneamente, frutifica
e infunde o Sopro da Vida na disposição
parabrâhmica do "Ovo Mundano Dourado",
no qual Brahma, em seu aspecto
masculino, é gerado e igualmente, a
substância primordial do Prajapati, o
Senhor dos Seres, destinado a ser o
progenitor da humanidade. E, embora não
seja ele, mas o Absoluto, que se diz conter

457
o Universo em Si Mesmo, é dever do
Brahma masculino manifestá-lo de forma
visível. Bem como todos os deuses
masculinos como, v.g., Jeová, todos são
antropomorfizados e cultuados sob credo
integralmente fálico. O "Deus Masculino",
logo, é o Arquétipo Todo-Poderoso do
Macho. Sem embargo, se os cristãos o
empregam como um meio de purificação
espiritual no batismo e na oração; se os
hindus prestam reverências às suas
correntes sagradas em tanques e rios; se
os parses, maometanos e cristãos creem
em sua eficácia, porventura, esse
elemento deve ter algum significado
grande e oculto. No Ocultismo, está para o
quinto princípio de Kosmos, no setenário
inferior: para todo o universo visível foi
construído pela água, dizem os cabalistas
que conhecem a diferença entre as duas
águas - as "Águas da Vida" e as da
Salvação - tão confusas em religiões
dogmáticas.

Para exemplificar o que esclarecerei agora,


cito uma passagem do Mahabharata, em
458
um dos seus poemas épicos, no qual
Vidura, primeiro-ministro do reino de Kuru
(como descrito no veda hindu) indaga a
Kavya com esta maravilhosa reflexão:

"परिवार को बचाने के लिए, वह मनुष्य को त्याग दे ता है ; गांव को


बचाने के लिए, परिवार को छोड़ दे ना; दे श को बचाने के लिए, गांव छोड़
दें ; आत्मा को बचाने के लिए, पथ्
ृ वी को त्यागदो।"

As alegorias de Vidura representam uma


fantástica alegoria ao Buddhi Yoga, isto é,
a suma fortuna da transcendência
espiritual, o rumo autêntico e miraculoso
da Iluminação, da existência devotada ao
laurel cósmico e divino da Luz que nele
também se desenvolve; igualmente, a
salvação é uma espécie de demão
caridoso e benévolo, complacente à
humanidade e à preservação da
misericórdia e da paz entre os homens,
todavia, para tal distinta proeza, há-se de
desertar aquilo que perverte o seu
fidedigno âmago, que se situa nas

459
dependências servis da matéria dual, a
qual é naturaliter, o adverso crível e
verdadeiro do despertar da consciência - é
a Moha das Mohas, o Mahamaya. Sendo
assim, Vidura deslinda tais problemáticas
do caminho e das contendas ontológicas
do homem, quippe anceps quod est.
Vidura, como um sábio e hábil
administrador, conhece a arte de
persuadir, a retórica preclara e insigne,
pois desilude e alumia com onisciência as
Trevas e leva aquele que o acompanha à
perspicácia plena e inequívoca do
Adhidaivika, a Luz Celestial, o Substrato
Etérico da Vida e da Existência. Abnega o
homem de todos os males que o afetavam
e alveja a sintonia do Purnam, a plenitude,
a realização absoluta e, por conseguinte,
lida e pratica com frequência ininterrupta o
supremo Preman, o supremo Amor de
Brahma. Vidura defende a abnegação e ao
abandono das coisas ruins, densas e
profanas no mundo da matéria e o
despertar do homem com relação aos
planos superiores como direção certeira

460
para a Iluminação, como de fato sempre
foi, sempre é e sempre será, qualubet.

Nenhum símbolo religioso pode escapar de


profanação e mesmo de escárnio em
nossos dias de política e ciência. No sul da
Índia, o escritor viu um nativo convertido
fazendo pujah com oferendas diante de
uma estátua de Jesus vestida com roupas
de mulher e com um anel no nariz. Quando
perguntamos o significado da mascarada,
fomos respondidos que era Jesu-Maria
misturada em uma e que era feita com a
permissão dos Padri, pois o zeloso
convertido não tinha dinheiro para
comprar duas estátuas ou "ídolos", como
eles, muito adequadamente, foram
chamados por uma testemunha - outra,
mas um hindu não convertido. Blasfêmia!
Isso parecerá a um cristão dogmático, mas
o ocultista deve conceder a palma da
lógica ao hindu convertido. O Christos
esotérico na gnose é, obviamente, sem
sexo, mas na teologia exotérica ele é
homem e mulher. "O dragão da sabedoria"
é o único, o "Eka” sânscrito) ou Saka. É
461
curioso que o nome de Jeová em hebraico
também seja Um, Echod." O nome dele é
Echod ": dizem os rabinos. Os filólogos
devem decidir qual dos dois é derivado do
outro - linguística e simbolicamente:
certamente, não o sânscrito? O "Um" e o
Dragão são expressões usadas pelos
antigos em conexão com seus respectivos
Logoi. Jeová - esotericamente (como
Elohim ) - é também a Serpente ou Dragão
que tentou Eva, e o "Dragão" é um antigo
glifo para "Luz Astral" (Princípio
Primordial)", que é a Sabedoria do Caos".
Filosofia arcaica, que não reconhece nem o
Bem nem o Mal, i.e., um poder
fundamental ou independente, mas a
partir do Tudo Absoluto (Perfeição
Universal eternamente), traçado tanto pelo
curso da evolução natural até a Luz pura,
condensando gradualmente a forma,
tornando-se Matéria ou Mal. Ficou com os
pais cristãos primitivos e ignorantes.
degradar os aspectos filosóficos e a ideia
científica desse emblema (o Dragão) na
superstição absurda chamada "Diabo".

462
Mas os pagãos sempre mostraram uma
discriminação filosófica em seus símbolos.
O símbolo primitivo da serpente
simbolizava Sabedoria e Perfeição divinas,
e sempre representara a Regeneração e
Imortalidade psíquica. Por isso - Hermes,
chamando a serpente de mais espiritual de
todos os seres; Moisés, iniciado na
sabedoria de Hermes, seguindo o exemplo
em Gênesis; a serpente gnóstica com as
sete vogais acima de sua cabeça, sendo o
emblema das sete hierarquias dos
criadores septenários ou planetários. Daí,
também, a serpente hindu Sesha ou
Ananta, "o Infinito", um nome de Vishnu,
cujo primeiro Vahan ou veículo nas águas
primordiais é essa serpente. Como o logoi
e as Hierarquias de Poderes, no entanto,
as "Serpentes" devem ser distinguidas
uma da outra. Sesha ou Ananta, "o sofá de
Vishnu", é uma abstração alegórica,
simbolizando o infinito Tempo no Espaço,
que contém o germe e lança
periodicamente a eflorescência desse
germe, o Universo manifestado;

463
considerando que o gnóstico Ophis
continha em suas sete vogais o mesmo
simbolismo triplo que o Oeaohoo de uma,
três e sete sílabas da doutrina arcaica; isto
é, o Logos Não-Manifestado, o Segundo
manifestado, o triângulo se concretizando
no Quaternário ou Tetragrammaton e os
raios deste último no plano material.

Como estabelecido nestas linhas de


pensamento, a alma é metafísica e
paranormal, apontando que a mesma
abrange os princípios corpóreos e
incorpóreos do homem, a contradição
existe e nos governa; matemáticos
estupendos como Euler, Gauss, Laplace,
Legendre, Fermat, Lagrange, Cantor,
Galois, Faraday e diversos outros
observavam o mundo como algo lógico,
empírico e concreto como também o é,
porém somente neste pensamento e
limitava-se a isso, desprezando quaisquer
outras dimensões e grandezas sutis,
astrais e espirituais nesta miríade de
zimbórios estelares espalhados em
espantosa imensidão in questo spatium
464
sidereum. Não se pode refusar que a
matemática é deveras prestigiosa no
tocante à operação do arrimo das
moradias existentes e do arcabouço
espacial dos planos dimensionais, mas ela
não satisfaz o absoluto destas dimensões e
tampouco é a principal razão pelas quais
elas existem, senão ela intercederia por
eles com onipotência em todas as suas
camadas e seria capaz de desvendar os
mistérios de todas elas com clareza e
perícia excelsas, porém não o faz, pois há
planos superiores muito além daquilo que
é de natureza concreta e matemática,
enim. René Descartes, um dos pioneiros a
condensar os pilares do Iluminismo, do
logicismo e do cientificismo, inclusive,
assegura ao dizer 'primum praeceptum
fuit, ut nusquam aliquid suscipere nisi
scirem quod talis est unum dubium' (O
primeiro preceito era não aceitar nada até
que a soubesse com uma única duvida),
demonstra um entendimento
epistemológico da natureza das coisas na
qual se projeta uma necessidade vultuosa

465
e incoerente de unicamente provas
empíricas e materiais para desvendar o
véu de tudo aquilo que é observado,
porém o homem só observa aquilo que é
inerente a sua natureza densa e física e,
aquilo que é metafísico, sutil, ascenso e
transcendental, simplesmente não enxerga
porque não possui habilidades psíquicas
suficientes para tal e não despertou
suficientemente a sua consciência para
este tipo de realidade; Descartes, quoque,
quando assevera que 'duas operationes
intellectus intuitio ratiocinatione qua sola
niti oportere diximus cognitionem' (As duas
operações de nossa compreensão, intuição
e dedução, sobre as quais dissemos que
devemos confiar em nosso conhecimento),
provoca, inevitavelmente, uma
compreensão de que seu autor infere que
apenas os atos examináveis de deduzir e
induzir confirmam todos os alicerces do
conhecimento e neles, estão confiados a
sua descoberta, sendo que eles não são
infalíveis e seu método de pesquisa chega
a ser duvidoso quando implementado com

466
rigor e restrições arrebatadoras no que
concerne à novas aquisições de novos
tipos de conhecimento. Concluindo, dessa
forma, que a alma está muito além de
qualquer raciocínio lógico, pois ela,
justamente, é a mãe prístina de qualquer
raciocínio basilar do homem, sendo este
embasado em análises lógicas ou não, ut
ita dicam.

Seção XXXVII

Do Método de Investigação

Através de uma fonte de dissertação


natural, podemos determinar a natureza
da investigação, bem como sua criação no
sistema de pensamento humano.
Examinando esses postulados, podemos
inferir que a origem da investigação, além
de sua natureza, esteja estabelecida na
razão.

467
Além disso, o procedimento do
pensamento racional também é esboçado
na fenomenologia do espírito do homem,
ou no homem não material. Podemos
rastrear que, uma vez que nos
perguntamos, estamos desenvolvendo
uma partícula cognitiva de nossa
inclinação real totalmente mental.

Ademais, devemos ter em mente e ouvir


que a consciência do homem é,
porventura, dotada de uma tendência
natural à investigação; além disso, isso é
digno de nota e também fundamental para
a configuração da estrutura do
conhecimento, da inteligência, do
raciocínio e do pensamento do ser
humano.

A explicação que pode ser dada a respeito


do desdobramento substancial do
conhecimento da investigação é projetada
no plano contemplativo do objeto de
estudo, mas, apesar da convenção real do
mesmo, é de fato explicada pela maneira

468
como é evidenciado seu engendramento
de comprovação.

A razão para isso, em diante essa garantia,


é notavelmente indicada pela força das
ideias, percepções e avanços da
consciência, na medida em que o
pensamento crítico é ampliado. Ainda é
necessário desenrolar tais noções
normativas filosóficas baseadas na
perspicácia avaliativa da elaboração do
ponto de vista humano. Assim, podemos
descobrir que a investigação é o principal
elemento para a busca do conhecimento.

No entanto, porventura, se ampliarmos


nossa apreensão das coisas, perceberemos
que, em meio a nossa investigação,
estamos aumentando nossa consciência e
nos renovando em seres mais evoluídos.
Se a razão humana tem um
comportamento psíquico
surpreendentemente abrangente, se
possui um sistema independente de
operação exterior, podemos pensar que
certamente também participa da

469
percepção e da organização do
pensamento.

Embora mal levemos em consideração a


espiritualidade no ritmo diário da vida,
devemos fornecê-la com destreza em
nossa própria filosofia, a fim de alcançar
um entendimento sobre as realidades mais
elevadas, que são etéreas, sutis e, em seu
mais alto grau, deveras divino. Devemos
afirmar levemente que a razão é uma
espécie de sistema de pensamento
baseado no discernimento lógico,
compreendendo, daqui em diante,
profundamente a maneira como podemos
assimilar o mundo em seu arranjo de
valores definidos e fixos.

Numa inclinação meramente hipotética de


julgamento, podemos, portanto, declarar
que uma investigação razoável é bastante
prototípica para estabelecer
fundamentalmente nosso pensamento.
Além disso, também podemos ensaiar que
nosso ponto de interesse em um
conhecimento específico é invariavelmente

470
ocupado no centro de nossas habilidades
cognitivas.

Da mesma forma, podemos reforçar, sem


nenhuma emenda, nossa tese de consistir
em circunspecto, inferência consciente e
percipiente ou ordem de prioridade
reflexiva. Como explicamos até agora, o
raciocínio através de suposições atendidas
pela perspicácia da hermenêutica lógica é
realmente descoberto pelo
estabelecimento de uma consciência
natural no que diz respeito à inteligência
do homem.

Onde quer que seja expresso, no entanto,


ele se expressa na mão de impressões,
sentimentos e sensibilidade. Com isso
ponderado, podemos, portanto, avaliar que
o padrão comportamental de investigação
é de fato concebido pela crença individual
na própria vida ou em parte de seus
elementos.

Em seguida, pode ser incluído em nossa


atenção epistemológica, enquanto tu
deves permitir, através das modalidades
471
de investigação e, ademais, essas são as
maneiras que vamos raciocinar no
momento em que descobrirmos a
intencionalidade de nosso espírito; pelo
que tu sabes, é além da nossa alma, por
assim dizer.

Em prol de um desenlace a respeito de tais


ilações, podemos verificar que a natureza
da investigação é originada pelo espírito
do homem que busca a sabedoria e a
resolução do problema dos fenômenos
naturais.

Isso dificulta bastante os tipos de


investigação pelas quais podemos
estruturar nosso pensamento e equilibrar
nossas emoções, a fim de cumprir e
realizar nosso esquema de raciocínio em
uma orientação agradável para o sujeito
que se pergunta.

Podemos ver que, como até agora


compreendido, somos seres que mantêm
os processos de inteligência em um salto
natural em direção à consolidação total de
nossa razão de conhecimento. Logo,
472
reconheceremos essa condição de
consciência, na qual nós mesmos a
asseguramos interiormente.

Podemos salientar que a natureza do


método de investigação se baseia nos
princípios gerais do desenvolvimento da
consciência e, portanto, podemos nos
indagar por meio de nosso próprio núcleo
mental de potência intelectual, do qual é
retirada a extensão mais alta de nossa
propensão cognitiva. Mas, não obstante,
requerido ou não, sempre pensaremos no
mundo quando examinarmos a própria
essência.

Com isso predito, podemos explorar nosso


verdadeiro núcleo de percepção e
inteligência até a coordenação espiritual
da natureza humana. Portanto, podemos
sugerir que a consciência humana é
verdadeiramente baseada na razão pura e
na razão lógica, na matriz dos fenômenos
e na testemunha dos fenômenos,
revelando uma dualidade na causa e na
consequência da percepção humana. Logo,

473
podemos propor como a origem autêntica
da indagação e, da mesma forma, sua
natureza na tarefa mais abrangente.

Anteriormente, entenderemos o quão


integrativa é realmente a investigação; em
seguida, reuniremos suas características
integrativas que são tratadas e
pertencentes à natureza do pensamento
humano. Não obstante, muitas vezes o
homem está disposto a pensar apenas em
sua própria integração de formulações de
raciocínio e ideias.

Podemos aderir a essa abertura filosófica


de antemão, que foi emitida sobre ela;
assim, podemos afirmar que a
projetividade da investigação é propensa
às perspectivas consideradas de
magnitude analítica e um tanto
hermenêutica, das quais sua medida de
avaliação e endosso é realmente
integrativa.

Quaisquer que sejam os ramos do método


de investigação, eles podem estar
envolvidos em um método definitivo de
474
perlustração epistemológica, em que as
crenças podem ser justificadas, assim
como os sistemas de conhecimento podem
ser testados e também confirmados,
fundindo-se com os principais elementos
do raciocínio discriminatório pertinentes a
ele, no seu alinhamento natural na
disposição universal do desempenho
integrativo, de acordo com a ordem
orgânica das noções de filosofia.

Buscando uma perquisição no que diz


respeito à viabilidade das circunstâncias
do fenômeno, podemos concluir que o
procedimento de descobrir, apesar da
restrição axiológica, também considera os
modos de pensar em seu curso e modo de
funcionamento.

Com isso, podemos averiguar que a


investigação é um elemento do
pensamento humano que concede, sem
esforço, ao usuário o discernimento
suficiente para configurar laços de
conhecimento e autoconhecimento,

475
agregando tanto sua extensão primordial
quanto derivativa.

Dessa forma, podemos afirmar que a


verdade em si é uma espécie desses
vínculos, mas, além disso, também
podemos mencionar o fato de que a
metodologia de investigação é um
exemplo proeminente do uso hábil da
concepção humana e da delegação de sua
introspecção natural.

De acordo com o que podemos apresentar


em um exame filosófico que aborda esse
mesmo assunto, garantiremos que a razão
humana é firmemente demonstrada por
suas idiossincrasias integrativas, fazendo
todo um esforço para mesclar imaginação
à inferência, percepção à abstração,
emoção à compreensão lógica e, em
contradinstição, podemos dizer que esses
são fatores de equilíbrio do sistema
humano, em consonância com as
observações feitas anteriormente.

Para iniciar uma discussão a propósito


deste tema, elaboraremos uma reflexão
476
sobre o conteúdo relativo à pertinência
integrativa da adequação epistêmica do
homem e, por meio deste, poderemos
discuti-lo da maneira mais adequada,
desde que adequadamente ajustado com a
fusão de pensamentos, sensações e
incidências de conjecturas filosóficas.

Devido a essa situação, a situação do


homem em tais condições nos leva a crer
que as modalidades de comportamento
interno do homem, analogamente, seu
valor, são transformadas na mera
conformidade das coisas e, no entanto,
reforçam a integridade, a coesão, a
dignidade e a solidez do seu sistema
constitutivo.

A partir de então, podemos afirmar que


somos, então, representados pelo modo
como possibilitamos nossas ações e
anunciamos nossas atitudes em relação à
nossa vida interior; portanto, pode-se
concluir também que esses esquemas são
integrativos e correlacionados à razão da
percepção da natureza humana.

477
Podemos sugerir alguns desígnios
instigantes sobre o paradeiro dos assuntos
humanos, embora possa parecer
logicamente um marco absurdo das
estruturas das convenções da sociedade,
mas, desde que estive discutindo sobre a
natureza das preposições factuais sobre
esse assunto, até agora é preciso convocar
uma premeditação tal que, porventura, nos
faça avançar que as maneiras de integrar
o pensamento são muito planejadas em
sua própria sistematização.

Devemos presumir com essa suposição


inquisitiva e convincente, com a qual
podemos nos debruçar racional e
conscientemente e, com isso, podemos
adivinhar que existe um processo
integrador de inquisição e gestão
convincente, importantes para a
construção do poder e da supervisão do
sistema de pensamento humano.

No entanto, se analisarmos o conteúdo


axiológico da natureza da investigação,
talvez captemos seus principais elementos

478
de expressão e, além disso, seus desvios
aleatórios no pensamento humano. Um
axioma importante para a personificação
da natureza da investigação é a vontade
vigorosa e irrefrangível de investigar, com
o objetivo de compreender a essência
interior e se afastar da escravidão
espiritual na realidade material.

A vontade é quando o homem tenta


desembaraçar sua alma e alcançar a
apreensão de seu réel devoir no mundo e,
portanto, sua raison d'être; além dessas
afirmações, enfatizaremos que a vontade é
o tipo de consciência natural humana cujo
dever é conceder ao indivíduo o estímulo,
o poder e a inspiração para praticar suas
atividades essenciais como uma criatura
composta por uma essência universal por
excelência. e medula espiritual da
existência e, portanto, composta pela
sagrada trindade do Eu: inteligência (ou
sabedoria), amor e energia, como pode ser
visto em meu próprio sistema de filosofia.

479
O segundo axioma da natureza do método
de investigação é o entendimento. Em um
relatório mais meticuloso,
compreenderemos que ela é caracterizada
pela percepção substratal de nossa própria
consciência e de nossa alma, em um
retrato filosófico irreversível que nos leva a
entender que a estrutura pela qual ela
ocorre e se situa está em nossa razão e
naturalidade, embasando-se num
cauteloso procedimento para descobrir o
conhecimento ali concebido.

Antes, devemos enfatizar que, assim,


somos entendidos quando entendemos
nossa realidade interior e a suprema.
Então, o entendimento é o elemento
vinculado à inteligência, devido a sua ação
inteiramente intelectual e cognitiva, uma
vez engajada na matriz normativa do
raciocínio humano, e, para rebater essa
corrente de meditação, a vontade,
portanto, seria o elemento coeso. e
arqueado sobre a energia, uma vez que a
energia é o poder de agir e a vontade é
uma reação direta desse fenômeno.
480
Antes mesmo pelo que eu tenho agregado
minhas noções, o sistema de pensamento
obriga outro elemento a cumpri-lo no mais
alto nível: a harmonia, ou o contato
completo e correto com o Eu
transcendental, a saber, quando o homem
entende seu Eu em consonância e
oportunidade com seus atributos virtuosos
e os sagrados.

Esse é o terceiro axioma da natureza da


investigação que iremos animar e trazer a
ti, com uma explicação precisa e
expositiva. Não obstante, devemos ter em
mente que a harmonia é a congruência
infalível do indivíduo no que diz respeito à
sua natureza espiritual.

Examinando tais afirmações, devemos


lembrar que a harmonia não é
necessariamente derivada da condição
equilibrada do indivíduo, mas de suas
circunstâncias equitativas e adequadas do
ambiente que tornam o indivíduo um élan
vital ou seu princípio animador
compensado por elas.

481
Se sabemos que a harmonia, conforme
logicamente estabelecida posteriormente,
corresponde ao amor, designaremos que
isso é aplicado aos outros dois elementos
do Eu, enquanto o amor à inteligência ou
sabedoria e à energia de buscar o Si é
crucial para a conquista da ascensão da
consciência.

O amor é a sensação que não nega o


espírito e a matéria como componentes
simultâneos e síncronos, por ser universal
e santo em essência e pela manifestação
confiável dos arcanos divinos e, além
disso, em virtude de ser a chave mestra de
Iluminação e também o elemento principal
de seu alcance; além disso, é o modelador
de uma gama de outras qualidades da
Iluminação. Assim, definimos os três
principais atributos virtuosos da natureza
da investigação (vontade, entendimento e
harmonia) e os atributos virtuosos do Eu
(energia, inteligência / sabedoria e amor),
embora existam várias coisas a serem
explicadas.

482
Depois disso, podemos afirmar que a
investigação é naturalmente um
procedimento de reconhecimento do
homem a partir de seu conhecimento
embrionário ou, ainda, de sua magnitude
cardinal de entendimento generalizado
sobre as coisas difundidas em todo o
mundo.

Se supusermos de uma maneira profunda


e profunda, classificaríamos de acordo que
a práxis da investigação é realmente
gratificante e pragmática do ponto de vista
do amadurecimento e ampliação da
consciência, do desdobramento da
sabedoria e do juízo, do bom senso
psíquico, da retidão no saber e da
sabedoria, etc. Planejados esses traços
intelectuais desenvolvidos diretamente
pela prática da investigação, podemos
concluir que a filosofia é o que é para o
bem da prática da investigação. Em nome
disso, afirmo que a atividade filosófica não
é descontraída pelas respostas constantes,
mas por meio de perguntas sem limites.
No entanto, como se não fosse
483
transmitida, pelo menos, a filosofia não
existiria como verdadeira.

Com isso, teremos em mente que a


metodologia da investigação,
naturalmente, pode ser traçada como o
procedimento factual de traçar o caminho
pelo qual podemos compreender e
perceber nosso conhecimento natural,
elementos conjugados desenvolvidos como
resultado da suposição a que pode ainda
sugerir a inexistência de verdades
absolutas ou fatos eternos e implacáveis.

Daqui em diante, será realizada entre


inquéritos um tanto curiosos e notáveis
pelo ponto de vista da abordagem
metafísica da construção mundial em
relação ao andar de homem que busca
inteligência, sabedoria e consciência
ampliada, introduzida no
autoconhecimento. Seria singular e
caprichoso dizer que a investigação é o
método pelo qual podemos praticar
consultas mais vezes do que quando não o
fazemos com frequência; no entanto, é o

484
caso dos idiotas e doidos, mas dos sábios e
despertados à consciência da realidade
superior, é completamente normal,
ordenado e composto.

Construímos tal método de investigação


que criamos e geramos em essência um
parâmetro de observação bastante
profundo e, ademais, eclodido por uma
detecção espiritual do fenômeno,
acontecimentos e prevalência
circunstancial da órbita da vida.

Portanto, podemos deduzir que a natureza


da investigação, como instrumento viável
de lucubração das coisas, é a maneira pela
qual arquivamos nossa percepção e
estabelecimento de atenção filosófica,
criados e enquadrados nas qualidades
racionais do homem, cujo andaime
instintivo é apenas inventado pelo
abstrato, no entanto, a experiência
concreta e a real são minuciosamente
compostas pelo não instintivo, mas pelo
essencial do ser como sendo interino.

485
A investigação é bastante significativa pela
perspectiva da projeção dasein, ou pela
linha histórica de cada uma existente em
sua vida útil. O dasein é o ser lá, ou o ser
como estando em plenitude, ou ainda em
vastidão existencial, onde o Ser alcança
seu próprio resultado no espaço como
vivacidade, como existência e totalidade
em ambas as características, bastante
originadas por uma mente contemplativa
sobre leis realmente empreendedoras no
panorama universal.

Além disso, também podemos verificar que


dasein é o que preside o verdadeiro núcleo
da investigação, que é a sublimação do ser
como reflexivo, hábil e um tanto
interessado na aplicação da inteligência e
da investigação do conhecimento. Assim,
podemos inferir que, através da
investigação, podemos descobrir nossa
cognição meditativa e esse uso é muito
impregnado pela passagem do uso natural
referente a tais bases humanas.

486
Seção XXXVIII

Da Virtude e Outros Assuntos Filosóficos

O ser que é, pois, transcendental, adquire


as suas aptidões mediante a uma espécie
de entendimento mais elevada a aquilo
que denominamos de conhecimento
empírico, dado que as dimensões de seu
intelecto são superiores e, até, mais
desenvolvidas que ao conhecimento
meramente material, ao passo que aquele
abrange elementos que são pertinentes ao
espírito e à imaterialidade e, igualmente,
encoraja-se a perscrutar caminhos de
investigação das coisas a partir de um
meio que consideramos mais próximos
daquilo que está uníssono ao perfeito e à
verdade natural existente universalmente.

487
É, assim, transcendental, posto que, em
particular, o ser consegue administrar a si
mesmo em plenitude, i.e., é
absolutamente independente, livre e,
ainda, goza de oportunidades ilimitadas, e,
destarte, é capaz de viver sem medidas
reguladoras que, invariavelmente,
restrinjam a sua capacidade de saber mais
sobre a real essência do mundo do que sua
correspondente categoria social. Portanto,
façamos inteligível que, de fato, o ser que
transcende a natureza física, logo,
compreende com perspicácia a realidade
metafísica, podendo interagir com as
forças inerentes a tal plano de existência.

Não obstante, façamos, do mesmo modo,


compreensível que o homem naturalmente
inclina-se a transcender o paradigma
estabelecido no plano físico da existência;
todavia, não o faz devido a uma classe
rígida de coordenação humana imposta
pelos valores da sociedade aí vigorante.
Desta forma, o ser transcendental deve
independer da sociedade, em virtude de
ter alcançado níveis profundos de
488
autoconhecimento e, também,
identificação com o que chamamos de
organização universal, ou simplesmente, o
absoluto da natureza. É necessário que
compreendamos que, se o ser não atingir
um nível assaz grandioso de religiosidade,
a sua transcendência não se completará e
ficará sempre em meia composição,
conquanto alguns intelectuais
meditabundos afirmem o contrário, sendo
que não o é.

Singulariza-se o ser transcendental,


ademais, por ter certos valores distintos
daquilo que atribuímos normativamente
em nossa realidade, os quais são
geralmente ligados ao que está
internamente a nós e o que está acima do
eu inferior, ou eu trivial, que é,
conseguintemente, o eu material ou físico.
Deste modo, o ser transcendental desfruta
de uma consciência inteiramente
reformulada, na qual ele estima mais o
que somos, ou ainda, o que realmente
somos, do que temos ou aparentamos ser.
O mesmo não necessita mais demonstrar
489
suas habilidades às entidades materiais,
pois se ele provou ser atinente ao mundo
metafísico, não existiria alguma razão
coerente de fazê-lo à fisicalidade
mundana.

O fenômeno transcendental gera outros


fenômenos que chamamos, dentro de um
enquadramento geral, de habilidades
psíquicas, viz., aberturas para o mundo
metafísico que lhe possibilitam faculdades
as quais clamamos serem paranormais,
sobrenaturais, espirituais e &c. Isto é
desenvolvido pelo simples fato de deter a
habilidade de conseguir comunicar-se com
os entes que ambiente o mundo
metafísico; em uma exposição mais
minuciosa, o ser, quando mais abre-se
para este mundo, mais habilidades
psíquicas obtém, e tal processo acontece
naturalmente e transcorre, do mesmo
modo, como efeito previsível do fenômeno.
À guisa das tradições filosóficas legítimas
vigentes e, também, as doutrinas arcanas
de mistérios, chamamos isso de
clarividência; com efeito, o ser
490
transcendental é um sujeito deveras
clarividente, como pode-se inferir com
íntegra ratificação.

II

Nós devemos, preliminarmente, salientar


que nem todo tipo de virtude a se
considerar é deveras uma per se. Assim,
faz-se necessário prelecionar que o
homem virtuoso é verdadeiramente
caracterizado como tal por razões naturais
e (ainda) originais de sua espécie, e não
por meros atributos concedidos pelo
pensamento paradigmático da sociedade.

Posso, outrossim, assegurar que ao


inquirir-se tal modalidade de inferência, a
virtude, sob qualquer condição de análise,
é a manifestação suprema daquilo que é
moral e, ademais, impreterivelmente
alicerçada por efeitos benfazejos tanto
individual quando coletivamente, i.e.,
neste caso, funciona de preceito
491
inescusável, a qual, a fim de gerir as
relações humanas de maneira harmônica e
pacificamente ordenada, é empregada
precisa e efetivamente nas urdiduras de
conhecimento ativas e reativas do homem
enquanto ser de facto. A virtude in
essentia, conseguintemente, poderia ser
definida como "toda qualidade humana
constituída por uma substância moral,
decente e cívica universalmente
assimilada, a qual pode influir-se na
realidade das coisas como um bem a
praticar-se".

A virtude, em considerável magnitude,


deve propiciar peculiaridades de mesma
natureza como a benevolência, a
sabedoria, a humildade, a solidariedade, a
empatia e &c. consoante o que o indivíduo
é em seu âmbito unívoco, viz., o nível de
convergência psicoespiritual com a
unidade estabelecida nos arredores do
mundo em escala planetária ou, até,
cósmica, se abrangermos toda a unidade
existente.

492
Portanto, conforme podemos averiguar, a
virtude é imprescindivelmente universal,
quer dizer, é fixa, imutável e perficiente,
gozando de integridade e probidade
inexequíveis e, ainda, indecomponíveis, ao
serem aplicadas pelo ser em suas
respectivas relações com outrem. Sem
embargo, conquanto alguns relutem em
asseverar que nem todo homem virtuoso é
por si só notável e evidentemente
atribuído como tal, devo decerto
contrapor-me a tal ponto de vista e dizer
que qualquer ser que observe o ser
virtuoso, nota, incontinenti, seus traços de
virtuosidade logo ao reparar em sua
compostura incondicionalmente
emblemática, pois seus sinais de virtude
são assíduos e, igualmente, compostos por
significativa lisura ao exercício de suas
providências tomadas.

Ratifico, com efeito, que se as virtudes


devem ser, para serem apontadas como
tal, desempenhadas amiúde,
subsequentemente, a frequência é um

493
componente importante para determinar
se o ser é de facto virtuoso ou não.

Examinemos, analogamente, se o faz


ocasionalmente a fim de parecer uma
pessoa assaz digna por suas supostas boas
ações, desconfiemos, em virtude desta,
porventura, estar tramando visivelmente
um brioso ludíbrio do tipo comportamental,
a fim de, ardilosamente, enganar as
pessoas em prol de seus próprios
interesses, malgrado estejam
aparentemente recônditos em sua alma.

Pontuemos, com as deduções


anteriormente configuradas, que as
virtudes humanas são, essencialmente,
assinaladas por conceitos e valores
normativos de autodirecionamento e
autoconsciência por parte do indivíduo
inserido em tais circunstâncias.

Deslindando mais minuciosamente,


devemos afirmar que o
autodirecionamento da virtude se vale
pela própria orientação de vida do
indivíduo, isto é, como ele lida com os
494
fenômenos recorrentes em seu ambiente,
quais são as suas aptidões e suas
correspondentes concernências com a
realidade humana, as suas características
intrínsecas em termos de modus operandi
no tocante à emissão e absorção dos
efeitos decorrentes das coisas existentes e
assim por diante.

Em suma, o autodirecionamento
desenvolve a parte externa do indivíduo,
scilicet, a interação dele com o ambiente
que o circunda, sendo tal atributo
caracterizado pela sua experimentação, ou
percepção empírica.

Comentemos, agora, sobre a


autoconsciência, a qual é nomeadamente
fomentada pela orientação do indivíduo
para com as qualidades basilares, arcanas
e primordiais de seu conhecimento ôntico;
em outras palavras, o ser como ser que é,
os seus atributos reais como entidade
humana, situados em profundidade no seu
espírito, ou a sua verdadeira constituição
humana, a sua natureza suprema de vida e

495
tempo, ou ainda, o ser como agente lídimo
de sua emanação individual,
acondicionada por uma espécie
precipuamente significativa de grandeza
psíquica perante a sua veraz condição
universal.

Em resumo, a autoconsciência desenrola o


desdobramento interno do indivíduo,
videlicet, a interatuação deste com a sua
alma, o seu ambiente sutil, etéreo e, como
os esotéricos adorariam que atestasse,
indubitavelmente divino.

Considerando a última fraseologia como


verídica, logo, enquanto o
autodirecionamento está relacionado ao
homem com o ambiente humano, a
autoconsciência correlata-se ao homem
em seu, talvez, verdadeiro ambiente: o
divino; além disso, consoante o que
podemos coligir, efetivamente celeste.

III

496
A intuição é uma noção sensível da
realidade pela qual discernimos, sentimos
e questionamos sem nenhuma fonte firme
de análise e raciocínio, isto é, uma
estrutura de conhecimento ou estrutura
científica estabelecida por julgamentos
primitivos em um sentido particular do ser
e, assim, eu poderia deduzir que pareceria
um tanto desatento e rude pelo ponto de
vista do conhecimento desdobrado nas
bases científicas. Os pontos de vista
intuitivos são dotados de uma apreensão
meramente imaginativa da qual podem ser
preditas ilações rudimentares e contra-
factuais e, a partir de então,
minuciosamente elaboradas. Uma
explicação significativa para o que
entendemos dessa situação é o manuseio
exagerado do instinto, uma vez que
deduzimos a natureza das coisas como
sendo apenas perceptivas e fantasiosas;
daí se conclui que o costume de exercício
intuitivo pode ser prejudicial no padrão
formativo do conhecimento. Portanto,
podemos afirmar que a configuração da

497
intuição em termos de conhecimento
verdadeiro não é pertinente a nenhum
componente de sua organização
elementar. Não obstante, a intuição pode
ser aplicada quando a razão é uma
ameaça para a ciência humana e ela não
consegue mais desembaraçar suas
dificuldades; no entanto, supondo que essa
hipótese seja rejeitada pelos parâmetros
da realidade, isto é, imprecisos e, no
entanto, inverídicos, portanto, a intuição
não pode ser envolvida de qualquer
maneira na natureza substancial da
dimensão experimental, com a qual a
realidade primordial é extensivamente
gerada.

Não obstante, temos que verificar a


extensão do conhecimento intuitivo e sua
influência correspondente no início de
nossas impressões e sensações. Em
primeiro lugar, prevaleceremos a
consciência racional para levar em
consideração os padrões intuitivos de
promoção do conhecimento; não podemos
retirar da elucidação a reflexão intuitiva.
498
Contemplando essa fenomenalidade, a
deliberação intuitiva transmite, em
essência, uma observação natural e
arcaica do pensamento orgânico sobre a
disposição das coisas. Em segundo lugar,
devemos admoestar que as características
intuitivas do insight são instruídas em uma
estrutura complexa de desenvoltura da
percepção abstrata; além disso, pode-se
perceber que a composição fundamental
do intuitivo é a percepção não sensorial e
a cognição abstrusa ou teórica da natureza
do ser. Em terceiro lugar, podemos sugerir
a seguinte asserção silogística: se a
maneira de inferir é irrefeltida na intuição
e a razão é meditada em uma maneira
proficiente de presumir dedução, portanto
podemos conjecturar que a razão é
superior à intuição no conhecimento
conjuntural e no concreto. Vendo esse
arranjo, podemos afirmar de maneira
bastante convincente que o fenômeno da
intuição se origina das perspectivas
humanas da causa primitiva, a propósito
do desenvolvimento das coisas; então a

499
intuição é a primeira percepção do
homem, afinal. Apesar de alguns filósofos
racionalistas escorarem de seu sistema,
apesar do elemento intuitivo, e
repreenderem sua importância, podemos
lançar a intuição como uma chave
epistêmica preeminente, pela qual
podemos executar nossas ações na
ordenação de sua primazia. Por este meio,
exortamos esses preconceitos racionalistas
com um viés científico reforçado e, além
disso, podemos concluir que a intuição e a
razão estão estabelecidas na mesma base
arcaica; no entanto, eles deram início a um
colapso, pois suas aplicações estavam
inclinadas para uma base pouco frequente,
e esse fenômeno até agora ocorre.

Essa perspectiva se parece, porventura,


com uma circunstância implausível às
propostas racionais de ideias, mas se
percorrermos nossa especulação mais
profundamente, a intuição provavelmente
será o elemento mais importante das
emoções e dos comportamentos não
racionais, que abundam diariamente em
500
nossas ações. Devemos, portanto, lembrar
que a intuição é basicamente a
idiossincrasia cognitiva mais coeva do
nosso comportamento detectável; assim,
inclinações intuitivas devem ser para
facetas filosóficas de ordem enraizadas na
realidade mais incontestável do ser: a
emoção e as performances do homem
conferidas por essa singularidade de sua
conduta. As propriedades emocionais são
subsidiadas pela intuição, na medida em
que orientam os processos de circulação
dos fluxos emocionais, quase deslizando
em abundância em nossas incidências
diárias; consequentemente, levaremos em
conta que contingências intuitivas estão
próximas de coexistir conosco como uma
força onipresente. Analogamente, o
filósofo que expõe a intuição age como
uma estrutura para o artifício de suas
ideias, através do qual procede um método
pragmático, não dotado de artifícios
indutivos ou dedutivos para o objeto de
escrutínio filosófico, mas dos canais mais
naturais de comportamento humano, dos

501
quais questionamos as leis da delegação
universal do homem e as próprias
particularidades naturais do homem,
ligadas a gestos e movimentos
sentimentais e afetantes e,
intermitentemente, a um tipo de dinâmica
sustentada e anunciada pela promoção
intuitiva da natureza do homem.

O filósofo que insiste na compreensão


intuitiva como um elemento intrínseco de
seu esquema totalmente filosófico, de
acordo com o que podemos compreender,
ele talvez deva considerar as extensões
substratais inerentes à natureza humana,
ligadas à emoção, sensação, imaginação,
percepção abstrata, comportamento
instintivo e assim por diante. Numa
corroboração abreviada, devemos
depositar as entidades intuitivas do
comportamento como um
empreendimento substancial do homem,
enquanto este é um feito natural,
elementar e essencial (embora muitas
vezes inconsciente) dele. A partir disso, eu
devo guiar meus pensamentos, conforme
502
relatado pelo conhecimento até então
reivindicado; em tal modalidade que posso
admoestar que o conhecimento intuitivo é
o primeiro de nós. As razões para
demonstrar tal depoimento são, em
primeiro lugar, que a intuição é o quadro
de referência natural em relação ao
homem quando ele olha para o ambiente e
revela os atributos de seus objetos em um
alinhamento primitivo. Em segundo lugar,
é ao lado do conhecimento intuitivo que
podemos produzir nossa concepção inicial,
embora um pouco, mas pode gerar
resultados posteriores mais desenvolvidos
e, além disso, gera o que somos como
seres no mundo. Terceiro, a percepção
intuitiva nos faz gerar nossas primeiras
crenças, primeiras habilidades e primeiras
perspicácia; qualquer que seja seu efeito,
eles endossam e melhoram nosso
desenvolvimento mental em nossa vida. A
partir de então, podemos estabelecer, com
as garantias filosóficas até agora alegadas,
que a intuição é a fonte original, inicial e

503
principal da impressão humana, bem como
o seu conhecimento prático.

Ao descobrir a realidade dentro de um


cynosure de elementos intuitivos do
conhecimento, pode nos legar um beau
ideal pelo qual a realidade emocional e
abstratamente possa ser concebida. A
realidade projetada amplamente exige
uma apreensão lógica e racional dela; no
entanto, não somos capazes de atuar
nesse padrão na maior parte do tempo,
devido ao fato de sermos compostos
principalmente de emoção, intuição,
instinto, sentimento e impulso. Esses fatos
podem configurar uma tendência
claramente intuitiva, que visivelmente
denota um ato intuitivo em meio à
realidade também. Podemos dizer que isso
pode corresponder a um modo intuitivo de
existência, que é a categoria autêntica de
comportamento pela qual participamos da
realidade. Vou examiná-la como um objeto
de reforço para nossa classe teórica de
esclarecimento intuitivo com respeito à
realidade; da mesma maneira, assegurarei
504
que a intuição é a compreensão interior
mais profunda da realidade e, por meio
disso, habitamos com outras. Daí resulta
que, de fato, a fonte intuitiva da natureza
humana é proeminente, concisa e vale a
pena no contexto das próprias
experiências da realidade.

Depois de avaliarmos intuitivamente o


tempo, podemos afirmar que os valores
incorporados na medição temporal nada
mais são do que um conceito matemático
abstrato do movimento natural do espaço,
que está escondido em uma estrutura
permeada por crenças, convicções
culturais e consciência tradicional, por
exemplo, o reflexo dos raios solares no
solo sugere aos seus adoradores a pista de
uma manifestação do tempo, ilimitada ou
não. Existem interpretações variáveis,
desde previsões rudimentares até
presságios augurais, por serem
exclusivamente intuitivas; o tempo não é
sentido e perceptível em substância no
espaço universal, na medida em que ele é
meramente humano. Portanto, podemos
505
sugerir que o tempo é um senso intuitivo
de layout universal, de modo a ser anulado
se alguém observa sua natureza enganosa
de avaliações espaciais, tendo em vista,
primeiramente, o fato de que o tempo é
computado de maneira compulsória e
magnitude forçada para guiar o homem, o
que não corresponde aos seus requisitos
reais. Em segundo lugar, é claramente
apenas perceptivo teoricamente e apenas
está estabelecido no âmbito das ideias.
Concluímos assim que o tempo é
normativamente um conhecimento
intuitivo.

IV

Relativamente às faculdades de aquisição


e construção de conhecimento sob a égide
da razão humana, Immanuel Kant nos
apresenta esta modalidade de saber,
afincada em bases filosóficas de cunho
racionalista e revolucionário, relevando os

506
acontecimentos do final do século XVIII na
Europa:

"Die menschliche Vernunft hat dieses


eigentümliche Schicksal, dass sie in einer Art ihres
Wissens mit Fragen belastet ist, die sie, wie es die
Natur der Vernunft selbst vorschreibt, nicht
ignorieren kann, die sie aber als alle ihre Kräfte
überwindend auch nicht antworten können."

Não há como impugnar, profecto, que Kant


embebedou-se dos textos filosóficos de
Sextus Empiricus, filósofo romano, que foi
um dos pioneiros a fundar as bases da
Escola Empírica, que alegava que os
métodos das conclusões em torno da
natureza se finalizavam impreterivelmente
na indução e na dedução, uma como meio,
outra como fim, formando um sistema
lógico e experimental do descobrimento
das coisas existentes na natureza e outro
cético com relação às virtudes e às
crenças que eram transmitidas ao
indivíduo, de cujas ideias Hume também

507
atrelou à suas obras, destacando-se
'Treatise of Human Nature' (Tratado de
Natureza Humana) e 'Enquiry Concerning
Human Understanding' (Investigação sobre
o Entedimento Humano). Kant, a propósito,
constitui os 'mananciais' de suas
compreensões filosóficas por meio do
empirismo de Hume, como uma espécie de
'iniciação distinta e profunda' em seu
pensamento.

Em seu enunciado, Kant demonstra um


ponto de vista muito pertinente (no que
concerne à análise epistemológica),
sobretudo intrigante, acerca das aplicação
e impressão da razão humana per se, em
Crítica da Razão Pura, o qual denota uma
expressiva tendência a estimular a
vontade do conhecimento em valores
científicos, na questão das potências de
investigação da realidade, na qual
fenômenos como crítica, dúvida e reflexão
são paradigmas centrais no núcleo da
ideia. No livro de invejáveis qualidades
técnica e acadêmica de Lucien Goldmman,
'The Philosphy of Enlightment: The
508
Christian Burgess and the Enlightment' (A
Filosofia do Esclarecimento: A Burguesia
Cristã e o Iluminismo), examina com
admirável denodo e inteligência filosófica o
pensamento de Kant; alega o escritor:

“Later in this essay which we have taken as our


point of departure, Kant declares that it is vital to
Enlightenment not merely that men should free
their thinking from all authority, but also that they
should make free public use of their reason, and
that all should have unfettered rights to report the
results of their thought in speech and writing.

On the other hand, Kant tells us, there may be


practical limitations to this right that present no
difficulties to Enlightenment 'but are actually
favourable to it'. These are limitations on the
'private use' that the individual may make of his
reason in a civic capacity or public appointment.”

Kant, segundo L. Goldmman, é um


defensor explícito da liberdade de
pensamento e de expressão dos mesmos,
dos quais os homens deveriam empregá-lo
fora das circunstâncias estatais, o que
509
caracterizaria as ideias revolucionárias na
França de 1789-1799. E, ademais, afirma
que há restrições no uso individual que se
faz em razão das instituições civis, isto é,
um empreendimento de 'autocensura' em
ocasiões propícias, como é o caso análogo
aqui citado. Kant assenta-se numa
mentalidade de almejar mudanças radicais
tanto no pensamento filosófico quanto
cultural e político em seus escritos; tal fato
é simplesmente inegável.

Outra questão aqui a erguer-se é que outro


filósofo célebre, influenciado por Kant,
chamado Georg Wilhelm Friedrich Hegel,
ou simplesmente Hegel, fora uma das
principais peças do jogo do idealismo
alemão e um dos representantes do
fenômeno literário que denominamos
'historicismo'. Em seu livro 'Die
Phenomenologie des Geistes' (A
Fenomenologia do Espírito), publicado em
1807, trata das questões da natureza
humana ponderada em sistemas racionais
da psique e seus atributos, indutiva e
meditativamente, como um arquétipo
510
geral das coisas e, ainda, como se a
existência humana fosse um fenômeno de
origem cultural em seu puro cerne. Tais
alegações são reiteradas por Hegel com
estas premissas mostradas abaixo, no que
concerne à constituição dos pilares da vida
como um conjunto todo, na obra
anteriormente citada:

“Die Knospe verschwindet, wenn die Blüte


durchbricht, und wir könnten sagen, dass die
erstere von der letzteren widerlegt wird; Ebenso
kann die Blüte, wenn die Frucht kommt, als eine
falsche Form der Pflanzenexistenz erklärt werden,
da die Frucht als ihre wahre Natur anstelle der
Blüte erscheint. Die unaufhörliche Tätigkeit ihrer
eigenen Natur macht diese Stadien zu Momenten
einer organischen Einheit, in denen sie sich nicht
nur nicht widersprechen, sondern in denen eines
ebenso notwendig ist wie das andere; und macht
damit das Leben des Ganzen aus.”

Hegel também é consagrado na história da


filosofia pela sua teoria dialética da
natureza absoluta e tangível da realidade,

511
a qual se desmembra em três elementos
de interpelação que são "tese-antítese-
síntese", que é o próprio modo operante
da vida e, igualmente, a vida em-si. No
importante artigo 'The Legend of Hegel's
'Thesis-Antithesis-Synthesis' de Gustav E.
Mueller, da Universidade de Oklahoma, em
seu primeiro parágrafo, no tocante à
maneira de expressão terminológica e da
espécie de registro do pensamento de G.
W. F. Hegel escreve:

"Hegel's greatness is as indisputable as his


obscurity. The matter is due to his peculiar
terminology and style; they're undoubtedly
involved and complicated, and seem excessively
abstract. These linguistic troubles, have given rise
to legendes which are like perverse and magic
spectacles - once you wear them, the text simply
vanishes. (...) By carefully analyzing (Theodor
Haering) every sentence from his early writings,
he has shwon how Hegel's terminology evolved -
though it was complete when he began to publish.
Hegel's contemporaries were immediately baffled,
because it was clear to his readers, who were not
initiated in his terms."

512
Gustav E. Mueller cita a obra de W. T.
Strace, The Philsophy of Hegel, no intuito
de reforçar suas perspectivas sobre o
pensamento filosófico hegeliano. Diz o
mesmo que a dialética, para Hegel,
conforme seu entendimento, não se
presumia somente a uma contradição de
forças situadas em polos opostos para
formar uma combinação em comum como
'tese-antítese-síntese', mas como a própria
realidade, que segundo ele, era que Hegel
estava querendo realmente afirmar.
Acerca de tal fenômeno, ele (Gustav E.
Mueller) diz:

"(...) He [W. T. Stace] supposes that he has to


construe Hegel's philosophy in 'triads of thesis,
antithesis and synthesis", then he finds that
Hegelian texts do not follow this "ideal, method"
(...). And although he claims that his chapters
"embody all the essential principles",
nevertheless, he does admit that they "can give
little ideas of the vast fiels that Hegel covered, the
profuse wealth of his concrete illustration, the

513
enormous learning which he brought to bear
upon these studies, the profundity and breadth of
his visions. (...) "Dialectic" to Hegel does not mean
"thesis, antithesis, synthesis. "Dialectic" menas
more than "ism" - which has a polar opposite, or
is a special viewpoint leaving "the rest" to itself -
must be criticized by the logic of philosophical
thought, whose problem is reality as such the
world itself".

A visão restritiva de que Hegel pensava


que a dialética da “tese-antítese-síntese”
era somente um fundamento essencial da
vida e neste contraste que se intercalavam
os hábitos e as atitudes do homem nos
processos empreendidos durante a própria
(vida) é obviamente falso, posto que Hegel
ressaltasse sempre que o mundo era a
dialética per se e neste, se manifestava
com exatidão e ordenação implacáveis.
Agora, se a realidade das coisas é um
agente dialético, por que há coisas que se
combinam sem divergências num espaço
vetorial e expansivo e há a ordem pura e
essencial do Universo aqui implementada
através de uma condição harmônica, não
514
dissonante como propõe o ‘mundo
dialético’ de Hegel? Será que, de fato, os
setores elementares da expressão
dialética como pilar primário das coisas é
fidedigno com o que é observável, tanto
concreta quanto espiritualmente? Neste
caso, Hegel peca, pois a dialética, na
verdade, é algo paliativo e momentâneo
para induzir a ação e a reação do
sofrimento existencial com a intuição de se
chegar a um aprendizado de vida profundo
e benevolente depois de passada a
ocasião; agora, não que esta seja a própria
vida, pois senão instantes em que tal
fenômeno não acomete o homem e sim,
seu oposto, ou seja, períodos onde ocorre
o zênite de sensações como alegria,
diversão, amor ou paz não aconteceriam,
porque estas peculiaridades internas e
psicoemocionais do ser também seriam
inibidas e recônditas no mais absorto dos
sentimentos anímicos, físicos ou
extrafísicos do homem e deste modo,
jamais ocorreriam em alguma
circunstância; portanto, não seriam

515
concebidos pela mente, corpo e alma do
indivíduo. Hegel, provavelmente, não
anotou este detalhe em sua tese dialética,
quidem.

O pessimista Schopenhauer, porventura,


fizera análises exaustivas, apreciativas ou
não de Kant; tanto que publicou uma obra
chamada 'Kritik der Kantische Philosophie',
na qual investiga a natureza e as
dimensões orgânicas do pensamento e das
ideias e seus princípios essenciais de
Immanuel Kant e a partir disso, numa
inquirição bem minuciosa, condensa suas
conclusões meditativa e reflexivamente no
livro referido. Diferentemente dos outros
filósofos que citei, descreverei de modo
expressivamente sucinto a respeito do
currículo de Arthur Schopenhauer, embora
contendo as informações indispensáveis
para entender tão enigmático sujeito
histórico.

Prosseguindo, falemos e comentemos


sobre a natalidade de A. Schopenhauer,
que nascera no dia 22 de fevereiro de

516
1788, em Danzig, atualmente Gdansk que
faz parte do território nacional da Polônia.
A família do filósofo era natural da
Holanda, no que concerne à sua
ascendência; seu pai, Heinirich Floss
Schopenhauer (1747-1805), era um
comerciante e armador bem-sucedido que
cuidava de seu filho com o propósito de
assumir o controle dos negócios da família.
Em março de 1793, aos 5 anos de
Schopenhauer, sua família mudou-se para
a Cidade Livre e Hanseática de Hamburgo
após a anexação da antiga cidade de
Danzig pela Prússia.

Schopenhauer percorreu pela Europa


incontáveis vezes com sua família durante
sua infância e sua adolescência, e residiu
na França (de 1797 a 1799), entre 9 e 11
anos, e na Inglaterra, em 1803, aos 15
anos, onde aprendeu a falar inglês e
francês com fluência. Os ofícios de um
comerciante ou banqueiro não possuíam
abastança relativamente à consistência
juntamente ao empenho acadêmico do
filósofo, e ainda que seu pai houvesse
517
falecido há dois anos, permanecia
acatando as ambições comerciais que seu
pai lhe tinha; finalmente abandonou os
cursos e as lições técnicas de
administração em negócios na cidade de
Hamburgo quando tinha 19 anos para
dedicar-se aos estudos no ambiente
universitário.

No ano de 1809, Arthur S. iniciou seus


estudos na Universidade de Göttingnen,
onde foi aluno por 2 anos; primeiro,
especializou-se em medicina e, depois, em
filosofia. Suas pesquisas acadêmicas em
Göttingen e Berlim incluíam matérias como
física, psicologia, zoologia, arqueologia,
fisiologia, história, literatura e poesia.

No auge de seus 25 anos e preparado para


escrever sua tese de doutorado,
Schopenhauer mudou-se em 1813 para
uma pequena cidade chamada Rudolstadt,
que se localizava a uma curta distância de
Jena, onde alojou-se em uma estalagem
cujo nome era Zum Ritter.

518
Intitulou sua obra de 'A Raiz Quádrupla do
Princípio da Razão Suficiente' (Über die
vierfache Wurzel des Satzes vom
zureichenden Grunde), a qual fomentou a
peça capital mais tarde em seus ensaios
filosóficos, tendo articulado premissas as
quais posteriormente usaria para criticar
os charlatães, os filósofos do Idealismo
Alemão prevalecentes naquela época,
nomeadamente, seu catedrático formador,
J. G. Fichte, junto a Schelling e Hegel.

Naquele mesmo período, Schopenhauer


apresentou sua dissertação à Universidade
de Jena e foi agraciado com o doutorado
em filosofia in absentia. Partindo do
apartamento de sua mãe em meados de
1814 onde vivera brevemente,
Schopenhauer mudou-se para Dresden,
onde viveu até 1818. A partir daí,
desenvolveu as ideias de sua tese de
doutorado em seu mais célebre livro, 'Die
Welt als Wille und Vorstellung' (O Mundo
como Vontade e Representação), que foi
completado em março de 1818 e publicado

519
em dezembro do mesmo ano (embora
apareça com a data de 1819).

15 anos depois da primeira edição de 'Die


Welt als Wille und Vorstellung', em junho
de 1833, estabeleceu sua estadia em
Frankfurt, onde permaneceria pelos
próximos 37 anos, habitando um
apartamento ao longo da orla do rioo Main
num período que compreendes os anos de
1843 e 1859 em Schöne Aussicht 17, a um
poucos minutos a pé do Judengasse de
Frankfurt. Morava só com seus dois
animais de estimação, que eram dois
poodles franceses (Atma e Butz). Sua
rotina era basicamente acordar, lavar-se,
ler e estudar durante a manhã, tocar sua
flauta, almoçar no centro da cidade
próximo ao Englisher Hof - uma estalagem
elegante próxima de Hauptwache –
repousava, lia, fazia um passeio à tarde,
verificava os eventos mundiais no The
London Times e, ás vezes, participava de
conceitos noturnos e com frequência, lia
textos inspiradores como os Upanishads
antes de dormir.
520
Em 1851, publicou um longo e jubilado
conjunto de reflexões intitulado Parerga e
Paralipomena ('apêndices' e 'omissões' do
grego); dentro de alguns anos, foi honrado
com o reconhecimento filosófico que tanto
esperava há tempos.

Estimulou-se de fato a sua fama por meio


de uma análise favorável de sua filosofia
em 1853 sem assinatura no Westminster
Review (“Iconoclasm in German
Philosophy”, por John Oxenford), que,
reconhecendo a centralidade da 'vontade'
dentro da perspectiva ‘schopenhaueriana’,
traçou paralelismos perspicazes entre os
pensamentos mais conhecidos de Fichte e
Schopenhauer.

Um ano após a terceira edição de 'O


Mundo como Vontade e Representação'
em 1859, Schopenhauer morreu
pacificamente em 21 de setembro de
1860, em seu apartamento em Frankfurt
em Schöne Aussischt 16. Estava com 72
anos.

521
Schopenhauer acreditava que os homens
eram dirigidos, embora não o
concebessem racional e conscientemente,
por uma força cega e irracional a qual
comandava suas ações diárias por trás das
cortinas de 'Maya': esta força era a
vontade. Tudo está fadado à tragédia e ao
sofrimento, pois a vontade se sobrepõe à
essência genuína do homem, portanto é
necessário transcender tal vilania; no que
tange às reversões deste estado, os
Upanishads influenciaram de modo
abrangente tal concepção de
Schopenhauer. O mundo não se passa de
uma mera perspectiva emoldurada pelo
homem, através da captação da natureza
das coisas por meio dos recursos alocados
pelo mesmo: é uma representação, pois a
realidade em si, ou seja, a verdadeira,
imperecível e perfeita realidade não é
sensível aos homens, já que nós somos
vulneráveis ao perecimento e à falsidade,
e ainda mais à imperfeição ativa e passiva.
Fluía fervorosamente na veia de
Schopenhauer um pessimismo forte,

522
excessivo e que chega até ser cômico por
justamente ser exagerado; empregavam
esta visão demasiada negativa da
fenomenologia global tanto em seu
registro linguístico quanto em suas bases
terminológicas immoderatus.

Sobre as dimensões metodológicas e


epistêmicas do conceito de vontade e dos
elementos que surgem a partir dela, como
a representação do mundo que não é a
verdadeira realidade, ou como a realidade
realmente deveria ser enxergada a partir
de um ponto de vista absoluto daquilo
existente na natureza e no Universo
redapse, Theódore Ribot escreve sobre tal
doutrina em sua obra 'Le Philosophie de
Schopenhauer':

“ Telle est cette méthode intérieure, immédiate,


inhérente à la réalité : la seule vraie d'après
Schopenhauer. La seule connaissance immédiate
que nous ayons est elle de notre Volonté. C'est le
datum qui peut nous jervir de clef pour tout le
reste ; la seule porte étroite lue nous ayons pour
arriver à la vérité. « Par suite lous devons

523
chercher à comprendre la nature d'après lous-
mêmes et non pas nous-mêmes d'après la nature.
» N'eus verrons plus loin comment Schopenhauer
re- rouve partout une Volonté identique à elle-
même, dans ous ses degrés et chez tous les êtres.
Notons seulenent ici que c'est la connaissance
immédiate que lous en trouvons en nous-même
qui, seule, nous fait îomprendre le reste de la
nature et nous conduit à 'essence de l'être, c'est-
à-dire à la chose en soi.

Car le monde dépend de ma représentation qui


dépend de non corps; mon corps au contraire
dépend de la voonté qui ne dépend de rien.

Il y a un point de la plus haute importance sur


lecteur nous devons insister d'abord, sans quoi le
lecteur; erait exposé à comprendre tout ce qui
suit à contresens.

Schopenhauer prend le mot Volonté dans un


sensui lui est propre et qu'on peut traduire sans
trop l'inexactitude par le mot force. On entend
d'ordilaire par Volonté l'acte conscient d'un être
intelligent; andis que pour Schopenhauer la
Volonté est inconsîiente par essence, consciente
par accident. Il distingue oigneusement la Volonté
prise en général (Wille) et la volonté déterminée
par des motifs [Willkur]. ce J'ai ihoisi, dit-il, ce mot
Volonté faute de mieux, comme ienominatio a
poiiorij en donnant au concept de Voonté une
524
extension plus grande que celle qu'il avait que
jusqu'ici. On n'avait pas reconnu jusqu'à ce our
l'identité essentielle de la Volonté avec toutes les
orces qui agissent dans la nature, et dont les
manifesations variées appartiennent à des
espèces dont la Voonté est le genre. On avait
considéré tous ces faits comme hétérogènes. Par
suite il ne pouvait exister aucun mot pour
exprimer ce concept. J'ai donc dénommé le genre
d'après l'espèce la plus élevée, d'après celle dont
nous avons la connaissance immédiate en nous,
laquelle nous conduit à la connaissance médiate
des autres. »”

Sobre o mesmo tópico do mundo como


uma interferência plena e projetada da
vontade, com um estilo aprofundado e
extremamente contemplativo, tendo
considerações sagazes não explanadas
anteriormente por Théodore Ribot na obra
citada anteriormente; sobre o diálogo das
coisas-em-si e as engrenagens
representativas e ilegítimas do mundo
compactuadas por Schopenhauer, com
procedimentos textuais elucidativos e

525
invejáveis, diz Bryan Magee, na sua obra
'The Philosophy of Schopenhauer':

"Having finally, as he thinks, identified the nature


of the noumenon, we are faced with the practical
necessity of giving it a name if we wish to talk
about it -and we certainly do. The fact that we can
never have direct knowledge of it but can know it
only through its particular manifestations in
individual objects, including ourselves, and in their
movements, including our own, makes this a
problem. Schopenhauer is aware of the difficulty
and discusses it at some length. He considers the
word for 'force', and rejects it on the ground of its
association with natural science, whose entire
significance is confined to the realm of the
phenomenal. In the end, to avoid choosing an
associationless word which would merely be a
longer equivalent of 'x', he decides, albeit with
some misgiving, to name the noumenon after that
unique one of its phenomena which we know
directly from within instead of only in-directly,
from without, and our knowledge of which it thus
was that gave us the vital clue to the noumenon's
identity. 'In the case of every emergence of an act
of will from the obscure depths of our inner being
into the knowing consciousness, there occurs a
direct transition into the phenomenon of the

526
thing-in-itself that lies outside time. Accordingly
the act of will is indeed only the nearest and
clearest phenomenon of the thing-in-itself; yet it
follows from this that, if all the other phenomena
could be known by us just as immediately and
intimately, we should be obliged to regard them
precisely as that which the will is in us. There-fore
in this sense I teach that the inner nature of
everything is will, and I call the will the thing-in-
itself. In this way Kant's doctrine of the inability to
know the thing-in-itself is modified to the extent
that the thing-in-itself is merely not absolutely and
completely knowable; that nevertheless by far the
most immediate ofits phenomena, distinguished
toto genere from all the rest by this
immediateness, is its representative for us.
Accordingly we have to refer the whole world of
phenomena to that one in which the thing-in-itself
is manifested under the lightest of all veils, and
still remains phenomenon only in so far as my
intellect, the only thing capable of knowledge, still
always remains distinguished from me as the one
who wills, and does not cast off the knowledge-
form of time, even with inner perception.

'Accordingly, even after this last and extreme


step, the question may still be raised what that
will, which manifests itself in the world and as the
world, is ultimately and absolutely in itself; in
other words, what it is, quite apart from the fact

527
that it manifests itself as will, or in general
appears, that is to say, is known in general. This
question can never be answered, because, as I
have said, being known, of itself, contradicts
being-in-itself, and everything that is known is as
such only phe-nomenon. But the possibility of this
question shows that the thing-in-itself, which we
know most immediately in the will, may have,
entirely outside all possible phenomenon,
determinations, qualities, and modes of existence
which for us are absolutely unknowable and
incom-prehensible, and which then remain as the
inner nature of the thing-in-itself."

É irrefutável que os filósofos alemães


citados acima se embriagaram até
definhar-se completamente de tantas
informações de colossal valia
conjuntamente à influência inacreditável
de Platão e Aristóteles. Platão os
influenciou no concernente à elaboração
abstrata e teórica das ideias, ou seja, a
meditação ascética e transcendental por
intervenção da auto-observação, na
estrutura interna do homem; por sua vez,
Aristóteles encabeçou seus pensamentos

528
no que se refere à substância experimental
e concreta da realidade, isto é, o
esclarecimento através da observação dos
fenômenos da natureza pela consciência
física no imo externo do mundo. Aristóteles
encanta a todos (principalmente, a Hegel,
Kant e Schopenhauer) pela sua sabedoria
e sua busca incessante por esta por meios
cabíveis e variados entre si, como variados
níveis de eficiência filosófica; diz
Aristóteles em 'Metafísica', sobre a procura
investigativa dos preceitos que encobrem
a verdade e os seus influxos:

“A investigação da verdade é de um jeito difícil,


em outro fácil. Uma indicação disso é encontrada
no fato de que ninguém é capaz de atingir a
verdade adequadamente, enquanto, por outro
lado, ninguém falha inteiramente, mas todos
dizem algo verdadeiro sobre a natureza de todas
as coisas e, embora individualmente, contribuem
pouco ou nada à verdade, pela união de todos,
uma quantidade considerável é acumulada.”.

529
Na Era de Ouro Islâmica, pensadores como
Avicena, Al-Ghazali, Averróis, Al-Biruni, Al-
Farabi e outros foram profundamente
influenciados (com ardente interesse,
inclusive) pelas ideias e métodos práticos
de descoberta das coisas da doutrina
aristotélica; Averróis foi o mais radicado, já
que escreveu dezenas de livros
comentando o trabalho filosófico de
Aristóteles com profundidade e mergulho
sensato nas opiniões do mundo do filósofo
grego em vastidão epistemológica com
valores de ser empíricos e de
naturalidades tangível, sensível e
perceptível, como o próprio Aristóteles
asseverava em suas obras. Sobre a razão
prática das faculdades do conhecimento e
sua validade ante à ciência, inspirado
pelas conjecturas racionalistas de
Aristóteles, Averróis, no Corpus
Commentariorum in Aristoteles (tópico 2),
escreve:

530
"Cum demonstravit causam propter quam debet
esse hec scientia magis honorabilis et precedens
alias scientias nobilitate, incepit etiam
demonstrare utilitatem huius scientie, dicendo: Et
videmus etiam quod cognition etc. Et intendit per
omnem veritatem scientias speculativas. Et
intendit per hoc quod dixit: et maxime in Natura
idest et maxime in scientia Naturali. Deinde dedit
causam propter quam magis adiuvat Naturalem
scientiam quam aliam, dicendo: Est enim quasi
principiu animalium. Idest, et causa in hoc est
quia cognoscere de animalibus est maxima
cognitio partium naturalium, et anima est
principium animalium. Unde necessarium est ut
scire de anima sit necessarium in cognitione
animalium, non tantum utile."

Prossegue discorrendo sobre os mesmos


assuntos, com abordagens
epistemológicas simbolicamente diretas,
no tópico 3:

"Idest, et illud quod querendum est in hac scientia


et perscrutandum est scire naturam anime, idest
substantiam eius, deinde scire omnia contingentia
ei, sicut est de aliis considerandis in scientia

531
NaturalL Cognitio enim cuiuslibet generis et
speciei eius non complebitur nisi per cognitionem
substantie illius speciei, et per cognitionem eorum
que contingunt ei, ut dictum est in Posterioribus
Analyticis.

Deinde dixit: Et existimatum est, etc. Idest,


accidentium autem is contingentium anime,
quedam sunt, ut existimatur, passiones que
appropriantur anime, scilicet quoniam anima non
indiget corpore in habendo has passiones, v.g. ut
in ymaginatione per intellectum. Quedam autem
reputantur indigere corpore, et quod non
complebuntur nisi per utrunque, scilicet anima et
corpore.

Et hoc intendebat cum dixit: et quedam


contingunt corpori propter animam. Et hee sunt
passiones [attribute] de virtuti concupiscibili,
scilicet anime que desiderat et fugit. Et induxit
hanc divisionem in accidentibus anime quoniam
illud quod est magis desideratum de passionibus
anime est utrum possit esse de eis abstractum
aliquid, a ut non; quod impossibile est nisi sit
aliquod earum proprium anime sine corpore. Et
potest intendere per passiones proprias anime eas
que primitus existunt in anima et secundo in
corpore, ut sensus et ymaginatio. Et intendit per
alias eas que existunt in anima propter corpus, ut
sompnum et vigilias. Et sic comprehendit in hoc

532
sermone omnia que contingunt anime et
attribuuntur ei.”

A respeito da admiração supersticiosa e


fanática de Averróis com relação a
Aristóteles e suas intenções ao retratar tal
filósofo com tanta magnitude, Ernest
Renan escreve sobre tal fato na sua
monumental obra "Averrois et
L'Averroisme", da página 54 a 56:

"L'admiration superstitieuse d'Averroès pour


Aristote a été souvent remarquée. Pétrarque s'en
est égayé; Gassendi l'a rapprochée du culte de
Lucrèce pour Épicure'; Malebranche s'en est fait
une arme dans sa lutte contrel'aristotélisme. «
L'auteur de ce livre, dit Ibn-Roschd, dans la
Préface de la Physique, est Aristote, fils de
Nicomaque, le plus sage des Grecs, qui a fondé et
achevé la logique, la physique et la
métaphysique. Je dis qu'il les a fondées, parce que
tous les ouvrages qui ont été écrits avant lui sur
ces sciences ne valent pas la peine qu'on en
parle, et ont été éclipsés par ses propres écrits. Je
dis qu'il les a achevées, parce qu'aucun de ceux
qui l'ont suivi jusqu'à notre temps, c'est-à-dire

533
pendant près de quinze cents ans, n'a pu rien
ajouter à ses écrits, ni y trouver une erreur de
quelque importance. Or, que tout cela se trouve
réuni dans un seul homme, c'est chose étrange et
miraculeuse. L'être ainsi privilégié mérite d'être
appelé divin plutôt qu'humain, et voilà pourquoi
les anciens l'appelaient » — « Nous adressons des
louanges sans fin, dit-il ailleurs^, à celui qui a
prédestiné cet homme (Aristote) à la perfection,
et qui l'a placé au plus haut degré de l'excellence
humaine où aucun homme dans aucun siècle ait
pu parvenir ; c'est à lui que Dieu a fait allusion, en
disant (dans le Coran) : Cette supériorité Dieu
l'accorde à qui il veut. » — « La doctrine d'
Aristote, dit-il encore', est la souveraine vérité ;
car son intelligence a été la limite de l'in-
telligence humaine, de sorte qu'on peut dire de lui
à bon droit qu'il nous a été donné par la
Providence pour nous apprendre ce qu'il est
possible de savoir. » — « Aristote est le principe
de toute philosophie; on ne peut différer que dans
l'interprétation de ses paroles et dans les
conséquences à en tirer*. » — « Cet homme a été
la règle de la nature et comme un modèle où elle
a cherché à exprimer le type de la dernière
perfeclion. » Tout cela équivaut à peu près aux
paroles que lui prête Balzac, « qu'avant
qu'Aristole fût né, la nature n'était pas
entièrement achel'ée ; qu'elle a reçu en lui son

534
dernier accomplissement et la perfeclion de son
être ; qu'elle ne saurait plus passer outre ; que
c'est l'extrémité de ses forces et la borne de
l'intelligence humaine. » Au fond, ces expressions
n'ont rien de plus fort que celles que l'on trouve à
chaque page dans les auteurs chrétiens, depuis le
grand avènement d'Aristote, au XIIº siècle. Une
opinion très-répandue attri- buait à sa philosophie
une source surnaturelle; un démon [(bon?
mauvais?) la lui avait révélée; l'antichrist seul en
aura le secret."

Mudando de assunto, com relação a


Avicena, podemos testificar que seu
interesse pelo Alcorão, ou pelos estudos
religiosos na doutrina islâmica em geral
foram substancialmente aguçados,
principalmente, no que tangia ao
significado e à leitura mística das
aclamações no livro sagrado do Islã. Na
seção relacionada aos espectros exatos e
genuínos da salvação, Avicena desfrutou
de um entendimento inovador de natureza
esclarecedora a respeito disso,
convocando o leitor à mais intrínseca
corroboração do ato e das circunstâncias

535
daquele que se salva e de quem o salva.
No livro 'Avicenna and The Aristotelian
Tradition', em tópico idêntico ao aqui
referido, Dimitri Gutas apoiando-se em
referências cruciais da vida e obra de
Avicena, diz sobre esta interpretação
teológico-filosófico-terapêutica do conceito
de salvação ou cura (individual) do filósofo
muçulmano:

"Avicenna granted their request and compiled The


Salvation practically without composing a single
line anew. As Jūzjānī informs us (Biography, 74.9–
76.1), for the Logic he used the Shorter Summary
on Logic which he had written in Jurjān, i.e.,
approximately around 404/1013–1014. A
comparison of the remaining parts of The
Salvation with other works of Avicenna indicates
that for the Physics he copied the corresponding
chapters from The Compilation or the Philosophy
for ʿArūḍī, which he had written as a young man in
Buḫārā, except for the De Anima, for which he
used the chapter from the “Lesser” Destination.
Most of the Metaphysics, finally, is copied
verbatim from The Provenance and Destination.
After putting together these various earlier

536
compositions of his, obviously in a very short time,
Avicenna did not complete his editorial patchwork.

Jūzjānī remarks that the reason for this was that


“he was hindered by some obstacles,” and
therefore he, Jūzjānī, assumed the responsibility of
completing the work.

He says that he added the chapters on Geometry,


Astronomy, and Music from earlier works by
Avicenna found in his own possession, but that
since he could find nothing appropriate for
Arithmetic, he took it upon himself to abridge
from Avicenna’s larger work on Arithmetic in The
Cure those passages that are especially pertinent
to Music and include them in The Salvation. He
also wrote a very brief preface to the part on
Mathematics, from which the above information is
derived. Jūzjānī’s explanation of Avicenna’s
omission of the mathematical part again seems to
be apologetic. After completing The Cure,
Avicenna never wrote another mathematical part
for any of his summae: neither philosophy for
ʿAlāʾ-ad-Dawla (W8), nor The Easterners (W9), nor
Pointers and Reminders(W11) has one. As a
matter of fact, even before The Cure Avicenna
frequently omitted this part in similar works such
as Elements of Philosophy (ʿUyūn al-ḥikma, GS 3)
and The Guidance(al-Hidāya, GS 4).4 Avicenna
states the reason in The Easterners: Mathematics,

537
he says, and most of the practical sciences
(Ethics, Oeconomics, Politics), are not areas in
which philosophers have disagreed (Testimonium
19 in W9 below).

This means that Avicenna did not find any major


conflicts between his views on these subjects and
those transmitted in the Aristotelian tradition. The
standard books on these subjects were for the
most part sufficient, and after treating them
himself in several monographs and extensively in
The Cure, he found no need for repeated
expositions and successive elaborations, as he
had for the other subjects. Jūzjānī’s excuse that
Avicenna was diverted by other engagements
from incorporating these subjects in The Salvation
thus appears another attempt to excuse
Avicenna’s deviation from traditional practice and
to justify his Aristotelian orthodoxy.

The Salvation, both the parts compiled by


Avicenna and those added by Jūzjānī, is a
composite piece of work bringing together earlier
compositions by Avicenna, written at various
stages of his career. It is not a summary or
abridgment of The Cure, as frequently stated, but
rather both it and The Cure copy passages from
earlier works by Avicenna, notably The Philosophy
for ʿArūḍī, The Provenance and Destination, and
The Destination. It is these passages from the last

538
two, incorporated in the De anima and
Metaphysics parts of The Cure and The Salvation,
that Goichon and Michot identify in their tables of
concordance, Distinction and “Prophétie et
divination” , respectively. The bibliographical
usefulness of The Salvation lies in enabling us to
trace the evolution of Avicenna’s thought on all
these subjects by comparing its text with that of
chapters from earlier works, some of which were
written almost thirty years previously."

De fato, a sabedoria é transponível a todos


os níveis de inquisições incansáveis para
correspondê-la ao âmago original de cada
um, incluindo os pensadores e sábios aqui
citados. Creio que tudo está na ordem
kármica pré-estabelecida, pois nossa alma
gira em torno de sua qualidade e despenca
na quantidade de seus feitos bons ou ruins
quando sensibilizada pelo interior ou
exterior do homem; é preciso controlá-lo e
despertar o ser teogônico que existe
dentro de nós. O saber pode ser
teognóstico, mas a busca pelo saber é
puramente humana e tal dogma é tão
essencial quanto às leis regedoras do
539
Universo concebíveis a todos os iniciados
ou em fase de iniciação. O Gupta Vidya é
aberto ao mundo em geral no momento
certo ajustado nos alicerces corretos e
apropriados; pois, scientia una sola est,
sed opinionis circa ipsum variis sunt.

540
CAPÍTULO 11
DA ATLÂNTIDA E DAS DISCUSSÕES
RELATIVAS À FILOSOFIA DA ESSÊNCIA
SUPREMA

Seção XXXIX

Do Karma e Outros Escritos Ocultistas

541
I

As leis do Karma são impiedosas e


objetivas naquilo que sugerem ser. Sendo
o Karma, uma ponderação imanente e de
potência universal das ações e reações
ocorridas num espaço durante um
determinado período, a causa que é ação e
o efeito que é a reação estão duramente
inseridos em uma instabilidade operativa e
recorrente das grandezas daquilo que é
abundante em pecado ou daquilo que é
abundante em clemência, ocupando dois
polos diferentes entre si, marcando um
descompasso ou um compasso perfeito
quando compreendidas e transpassadas
pelo indivíduo. É preciso fazer com que
elas não funcionem para que o Verdadeiro
Homem e sua Consciência Original, o
Bodhisattva, possa funcionar de maneira
esplêndida e excelsa na realidade humana
transformando-a numa realidade divina
onde arde o fogo da Iluminação e da
grande Iniciação em fraternidade com o

542
espírito supremo do Arya, o ser supremo
onde habitam tanto os Hinayamas quanto
os Mahayamas superiores e no Arya, no
intuito de exceder o Karma sem equívocos
ou vestígios de superação em prol da não-
profanação ao Iniciado, tentais as duas
rotas e vejas qual for a preferível, porque
ambas vão te fazer abandonar o
sofrimento e todas as desilusões
existentes na uniformidade maquiavélica
das leis kármicas. Seja o iluminado um
exemplo clássico de um Akshobiya, onde
se agrega todas as consciências búdicas,
ou o Amitthaba, a manifestação do
agrupamento das discriminações de todos
os seres adentrados no Boddhichitta, se o
Buddhahood foi atingido de forma íntegra
e absoluta, qualquer manifestação da Luz
já é a própria Luz, porém multiplicada em
várias qualidades do Ser Divino, no
entanto, tudo se resume e acaba na Luz e,
neste instante, o indivíduo residindo com
amplitude espiritual no Sukhavati, a Terra
Pura da Felicidade, seja o mesmo
alcançado com o Tantra Secreto ou pelos

543
ensinamentos da escola de Samkhaya, o
importante é ter ouvido com atenção
fulgurante o Kadampa; assim, alcançado o
Nirvana, o Karma e as rodas viciosas de
Sansara de reencarnações compulsórias já
não fazem mais parte do homem búdico, o
Buddha.

O Karma consterna a consciência humana,


numa grade de violações do livre-arbítrio
demasiada assombrosas, nas quais se
projeta tanto seus fluxos impetuosos
quanto a austeridade de sua fluidez
psíquica, que afeta diretamente o receptor
de seus efeitos. Inclusive, o Karma provém
da palavra sânscrita 'karman', que significa
'ação'. Ou seja, é aquilo que age sobre
alguma coisa, nesta ocasião, o homem;
ademais, a mente humana recebe os
potenciais kármicos dinâmica e
efusivamente, através de um fator mental
ilusório e combinado com o desprazer do
agente passivo (o indivíduo) em praticar
atividades virtuosas como o amor e a
caridade, exempli gratia. O homem que
ainda condensa as circunstâncias
544
malévolas do Karma é porque ainda é
sujeitado pelos obstáculos demoníacos dos
Maras, que contamina, que incentiva a
agressão e a desumanidade e que ilude
aos homens profanos, impedindo o homem
de chegar à Iluminação. O Karma inibe o
poder do Ngön She do homem, a sua
consciência de concentração cósmica, a
Clarividência, assim, transcender tais
limites e imposições kármicas é um
método efetivo e prático para atingir tal
estado mental; prosseguindo, o Dharma,
como artifício de proteção do homem,
deve ser o elemento mais presente no
intelecto humano, pois é a unidade
sagrada e o Karma, a dualidade perversa
e, não obstante, compreendendo tal força,
o Dharmadhatu, o ultimato do fenômeno
da Verdade, é compreendido em sua
totalidade.

O Karma se herda daquilo que é passado


movido ao efeito consecutivo e atribulador
que emana no ser vivente até em sua
atual vida; os caminhos nos quais as leis
kármicas podem ser ultrapassadas
545
inconcussa e magnificamente pelos
estágios graduais do Lamrin, a aplicação
do autoconhecimento aprimorado com sua
prática que ao longo dos anos, a pessoa
vai se afastando do véu de Maya e se
aproxima cada vez mais do Caminho Feliz
da Boa Fortuna. A geração do
'boddhichitta' ao equalizar e combinar-se
com o Eu interior e supremo, enfatizando a
reflexão, a meditação e a doação para a
Luz, a Paz e a Verdade se consagra pela
realização sistêmica e estrénua do Lojong,
ensinado pelo magnânimo Buddha
Shakyamuni aos seus discípulos, os quais o
praticaram com tenacidade e força de
vontade. E com força de vontade, deve-se
superar o Karma herdado de
reencarnações anteriores.

Ao nascer, o neófito passará mais uma


jornada kármica nos planos dimensionais
mais densos, físicos e materiais dos 7
princípios: o Sthula Sharira. Sob as
condições rijas e vigorosas da energia e da
vibração kármicas, tentará resgatar e
superintender a si mesmo, ou seja, ser o
546
que realmente é, o Eu, o Atma, a Alma
Universal, Radiante e Absoluta. À medida
que as influências kármicas cessam
dependendo do despertar espiritual do ser
vivente, o valor kármico diminui
proporcionalmente, elevando-se o Dharma
e aumentando as probabilidades de
alvejar-se o discernimento de um genuíno
e incorruptível Varajsattva, num lucilante e
arguto Prana. É necessário que o homem
se conscientize de sua natureza espiritual
e tente ao máximo escassear os níveis de
defluência do Karma com o propósito de se
avizinhar paulatinamente da incorporação
'intrapnêumica' do Abashavada. O Karma é
a diretriz cósmica que se difere em núcleo
do Adena, o comando divino que provém
do interior do ser, o qual todos nós
devemos nos submeter juntamente à Luz
epistêmica e omnissapiente da doutrina do
Adhytmika Vidya; ao conceber as leis
ocultas e a verdade subtendida nestas, o
homem, de fato, transcende e se torna
divino e, a partir de então, o Karma foi
totalmente superado. Sobre a natureza

547
simples e luminosamente esclarecedora
dos ensinamentos dos Budas Perfeitos, o
Mahavastu (vol 1.) deslinda tal fenômeno
com sublimidade:

"सिद्ध बुद्ध इस ज्ञान में धर्म का उपदे श दे ते हैं: भिक्षु, वे कहते हैं, मैं यह
नहीं सिखाता कि उनकी स्थायी चीजें स्थायी हैं, न ही स्थायी स्थायी हैं।
मैं यह नहीं सिखाता कि जो बीमार है वह ठीक नहीं है और जो ठीक है वह
बीमार नहीं है ।

मैं यह नहीं सिखाता कि जो स्वयं के बिना है , उसके पास स्वयं नहीं है ,


और न ही जो स्वयं के बिना है वह स्वयं के बिना है । मैं यह नहीं सिखाता
कि नीच चीजें उचित हैं, और न ही उचित चीजों पर व्यर्थ। मैं यह नहीं
सिखाता कि सुंदर चीजें बदसूरत हैं। मैं यह नहीं सिखाता कि सही चीजें
गलत हैं, न ही गलत चीजें सही हैं। मैं उस शिक्षाओं को नहीं सिखाता, जो
मक्
ु त होती हैं, उन पर आरोप लगाया जाता है , न ही उन पर जो आरोप
लगाए जाते हैं, उनसे मुक्त होते हैं। मैं यह नहीं सिखाता कि जो चीजें
अलग हैं वे अलग हैं, और न ही चीजें जो अलग हैं वे अलग हैं।"

II

548
A.

Nas vias do céu, os deuses esbravejam


seus sinais: é a Vida rugindo tornando o
mundo ativo mais uma vez. Sobre a vida,
devo assegurar que cada homem por
natureza, deseja viver, pois tudo que ele
constrói e adorna em seu cintilante templo
cardíaco é a mais pura e opima elação de
um Bashert (o súpero Bashert, por sinal).
Tudo que se pode observar em minúcias
na índole mais inveterada do princípio vital
provém de intercessões sacras de
Brahman, o Absoluto e, por conseguinte,
os homens iniciam a impulsionar seus
anseios com o propósito de estudarem
profundamente o Adhidaiva-vidya, a
ciência dos céus e do Paraíso. O
Dharmameghasamadhi é o múnus vital de
cada um e compõe tanto a síntese quanto
a completude da Vida como um elemento
primordial do entendimento da κλειδί στον
ουρανό, sabendo que ‫( להיות זה להיות‬o ser é o
ser), desprezando os empecilhos do

549
itinerário, no qual urge a labareda
iniciática. Um diálogo que representa com
excelsitude o fenômeno da Iniciação e a
rota da iniciação a consolidar-se a Grande
e Afortunada Vida, em Mateus 16:19, no
Novo Testamento, quando Jesus Cristo
entrega as chaves para o céu para São
Pedro e lhe faz uma advertência sobre seu
uso; eis o trecho da escritura bíblica logo
abaixo:

“Θα σας δώσω τα κλειδιά της βασιλείας των ουρανών. ό, τι


δεσμεύετε στη γη θα είναι δεσμευμένος στον ουρανό και
οτιδήποτε χάνετε στη γη θα χαλαρωθεί στον ουρανό ».”

A Vida nos ensina a demonstrar vivacidade


naquilo que fazemos enquanto vivos e,
portanto, o viver é a 'chave', ou seja, ele
nos conduz para a sabedoria divina, o
conhecimento eterno e a suprema vida, o
Ein Sof; o Ein Sof conjugado a vida é a
verdadeira essência da criação, do
universo e de Javé, ou Deus. Quando Jesus
diz "τι δεσμεύετε στη γη θα είναι δεσμευμένος στον
550
ουρανό και οτιδήποτε χάνετε στη γη θα χαλαρωθεί
στον ουρανό" para São Pedro, quer dizer se
ele liberar a sapiência registrada no mais
elevado e supino da consciência do Divya,
tal conhecimento também será liberado
àqueles que habitam os planos terrenos
que estarão, do mesmo modo, conscientes
do Satya de Divya. Agora, se bloquear tal
Vidya de Divya e manter toda a ‫חוכמה‬
(sabedoria) de Deus recôndita nos confins
do Paraíso, toda a humanidade
permanecerá nas Trevas, na grande ilusão,
na escuridão, no Mahamitya e o
conhecimento genuíno e arcano ainda
estará encarcerado no relicário de ουρανό.
Jesus lhe dá o caminho, Pedro então
caminha. Praeceptor tribua iter sed est
discipulus quod incede.

Na Vida, não há só o viver como doutrina


primordial e imprescindível, mas o amor é
necessário para preencher as lacunas que
os outros princípios não ofertam: a
Infinidade e o Pacto. Pois, o Amor é o Todo,
já que fornece tudo para todos a troco de
nada; a Vida por si mesma não o faz, mas
551
o Amor ampara tal inaptidão com
magnificente primor, ademais, o Amor é o
primor do coração. Como Sanctus
Augustinus nos informa: "In mensura sine
mensura est amor, ut amor."
Complementaria a frase de Sanctus
Augustinus com este provérbio: "Amor non
habet mensura, quia amor propria
mensura est." .

O Amor é a fonte de todos os prazeres e


alegrias humanas, pois nós amamos com
prazer e com alegria sempre na
humanidade; o Amor está em todos os
lugares pois ele é o Todo, o Absoluto, a
essência absoluta de Deus e foi justamente
por amor que Deus criou a Terra. Sobre a
natureza do amor, ressalta-se seus
atributos divinos, ou seja, pertence à
psique de Deus interno, ou da energia
cósmica que vibra em todas as matrizes
esotéricas ou exotéricas e as cordas de
entrelaçamento que conectam os mundos
ao Absoluto, o ‫( מוחלט‬Absoluto). Assim, devo
estabelecer que a verdade é transmitida
do mesmo modo por intermédio do Amor
552
mediante aos seus atributos soberanos e
universais, pois nele reside o âmago solar
e o próprio Sol em sua própria residência,
o Cosmos. Devo acrescer que se o Amor
acabar, rui-se o Universo e o Caos cósmico
se instaura de uma vez por todas, pois
Universo é a unidade do Amor e o Amor é
sua unidade em todo o Universo pelo todo
do Amor Universal.

Sobre as proezas do amor, da misericórdia


e da compaixão de Deus, em suas
operações e suas dimensões além do que
se refere à benção e à salvação, Santo
Anselmo, em sua obra "Proslogion",
argumenta com capacidade absurdamente
fantástica de alegoria, paralelismos e
silogismos com relação a esses atributos
do Deus e do homem, pois um homem se
resume ao outro e o outro é ele mesmo
resumido:

"Quomodo universae viae Domini misericordia et


veritas, et tamen iustus Dominus in omnibus viis
suis:

553
Sed numquid etiam non est iustum secundum te,
Domine, ut malos punias? Iustum quippe est te sic
esse iustum, ut iustior nequeas cogitari. Quod
nequaquam esses, si tantum bonis bona et non
malis mala redderes. Iustior enim est qui et bonis
et malis, quam qui bonis tantum merita retribuit.
Iustum igitur est secundum te, iuste et benigne
Deus, et cum punis et cum parcis. Vere igitur
"universae viae Domini misericordia et veritas" et
tamen "iustus Dominus in omnibus viis suis". Et
utique sine repugnantia; quia quos vis punire, non
est iustum salvari, et quibus vis parcere, non est
iustum damnari. Nam id solum iustum est quod
vis et non iustum quod non vis. Sic ergo nascitur
de iustitia tua misericordia tua, quia iustum est te
sic esse bonum, ut et parcendo sis bonus. Et hoc
est forsitan, cur summe iustus potest velle bona
malis. Sed si utcumque capi potest, cur malos
potes velle salvare: illud certe nulla ratione
comprehendi potest, cur de similibus malis hos
magis salves quam illos per summam bonitatem,
et illos magis damnes quam istos per summam
iustitiam.

Sic ergo vere es sensibilis, omnipotens, misericors


et impassibilis, quemadmodum vivens, sapiens,
bonus, beatus, aeternus, et quidem melius esse
quam non esse."

554
No entanto, a Sabedoria é primordial para
captar tanto os ornamentos auroreais do
Amor quanto da Vida, considerando que na
Sabedoria, aplica-se tanto o amor pelo
saber e o saber que se acumulou durante
uma vida inteira ou uma parte dela.
Ademais, a natureza da Sabedoria é
indubitavelmente etérea, pois emana o
Jnana de Brahma em sua pura essência,
inerrante e inesgotável. A Sabedoria é
mágica e inextirpável, inacabável e eterna;
é a Roda da Paz Profunda e da Luz Perfeita
e Incondicional, é a grade mística do
universo, a gigante canastra das Memórias
Cósmicas, o Maior Tesouro da Virtude de
Deus; mediante à concretização das
faculdades e sentidos psíquicos do
Jnanachakshu e a consciência que cinge as
propriedades absolutas do Hridaya de όλους
τους χώρους, o μεγάλο κόσμο. Desta maneira, o
ser é histórico, dotado das potências
ubíquas da sabedoria, de seu
conhecimento e de suas noções místicas e
iniciáticas, em uníssono com a Trindade
Una do Universo: Δημιουργός, Γυναίκα e

555
Ανδρας {Dimiourgós; Gynaíka; Andras -
Criador, Homem e Mulher}, respeitando os
sete princípios do Gupta Vidya: o
Mentalismo, a Correspondência, a
Vibração, a Polaridade, o Ritmo, a Causa e
o Efeito e o Gênero, cujos princípios
explicaremos mais adiante neste livro.

O Conhecimento é a base, a Iluminação é o


meio e a Sabedoria é o fim; portanto,
pensamos que o engendramento de toda
essa insistência da filosofia em detectar
regiões da natureza do erguimento de
tipos de consciência sábia não é tão
notável e efetiva, pensamento que na
medida em que a Sabedoria se encaixa na
hierarquia sagrada do Cosmos e, não
obstante, conclui-se que é a grande dádiva
dada por Deus e é absolutamente
incompreensível aos não-iniciados. Eu
penso que a Sabedoria é uma conquista
elevada e mística das dimensões
celestiais, a energia de todas as somas de
cantos procedidas por anjos, a
manifestação do Absoluto e assim por
diante.
556
B.

Nos primeiros registros da literatura


indiana, essa Deidade Abstrata Não
Revelada não tem nome. É chamado
geralmente de "That" (Tad em sânscrito) e
significa tudo o que é, foi e será, ou que
pode ser recebido pela mente humana.
Entre tais apelações, dadas, é claro,
apenas na filosofia esotérica, como a
"Escuridão Insondável", o "Turbilhão" etc.
etc. - também é chamada de "O da
Kalahansa, o Kala-ham-sa" e até o "Kali
Hamsa" (cisne negro). Aqui o m e o n são
conversíveis e, para obter uma percepção
clara, é preciso primeiro admitir o
postulado de uma Deidade eterna,
universalmente difusa, onipresente e
eterna na Natureza; segundo, ter
entendido o mistério da eletricidade em
sua verdadeira essência; e terceiro,
creditar ao homem o símbolo septenário,
no plano terrestre, da Única Grande
557
Unidade (o Logos), que é em si o signo das
sete vogais, o sopro cristalizado na
Palavra. Isso é novamente semelhante à
doutrina de Fichte e dos panteístas
alemães. O primeiro reverencia Jesus como
o grande mestre que inculcou a unidade do
espírito do homem com o Deus-Espírito (a
doutrina Adwaita) ou Princípio universal. É
difícil encontrar uma única especulação na
metafísica ocidental que não tenha sido
antecipada pela filosofia oriental arcaica.
De Kant a Herbert Spencer, trata-se de um
eco mais ou menos distorcido das
doutrinas dos Dwaita, Adwaita e
Vedantinos em geral. Aquele que acredita
em tudo isso, também deve acreditar na
combinação múltipla dos sete planetas do
Ocultismo e da Cabala, com os doze signos
zodiacais; atribuir, como fazemos, a cada
planeta e a cada constelação uma
influência que, nas palavras de Ely Star
(um ocultista francês), "lhe é apropriada,
benéfica ou maléfica, e isso, depois do
Espírito planetário que o governa, que, por
sua vez, é capaz de influenciar homens e

558
coisas que são encontradas em harmonia
com ele e com as quais ele tem alguma
afinidade.". Por essas razões, e como
poucos acreditam no exposto, tudo o que
se pode agora dizer é que, em ambos os
casos, o símbolo de Hansa (seja "eu",
"ele", "ganso ou cisne") é um símbolo
importante, representando, por exemplo,
Sabedoria Divina, Sabedoria nas trevas
além do alcance dos homens. Para todos
os propósitos exotéricos, Hansa, como
todo hindu sabe, é um pássaro fabuloso
que, quando recebe leite misturado com
água como alimento (na alegoria), separa
os dois, bebendo o leite e deixando a
água; mostrando assim a sabedoria
inerente - o leite simbolizando o espírito e
a água a matéria.

A Alma, em segmentos, tipifica as partes


integrantes, substanciadas na
sensibilidade do ente e sua aptidão motora
elencada; alicerçado em tal
fenomenalidade, contempla-se a natureza
multisciente da Alma, que sendo o portal
comunicativo das dimensões projetáveis
559
do homem e dos animais,
subsequentemente, os órgãos, sejam eles
membrados a um sistema circulatório
aberto ou fechado, operam mediante à
participação de potência una e arcana da
Alma; Aristóteles diz que a fragmentação
corpórea e tecidual dos animais refuta a
abrangência onipotente da Alma, porém,
não é verdade, uma vez que a Alma
também seria segmentada a partir de suas
funções e dispositivos multiscientes. No
caso dos anelídeos, como uma
sanguessuga, um poliqueto ou uma
minhoca, για παράδειγμα, seu corpo
cilíndrico, alongado e segmentada é uma
forma mutável e adaptativa da espécie da
Alma, pois para cada ser, a Alma se
manifesta de uma forma distinta
preenchendo suas lacunas e atuando no
animal para que o mesmo rasteje ou se
movimente no solo, no que concerne ao
Stuhla Sahrira; a Alma conjunta o Todo,
pois a) o Todo principia a natureza da
Alma, em suas grandezas
multidimensionais, b) a Alma se manifesta

560
em todos os planos de manifestação do
ser, desde o físico até o etéreo, b) a Alma,
sendo manifesta em todos os planos do ser
e tendo grandezas multidimensionais, é o
próprio Todo. Quanto ao que aleguei, devo
acrescer que a Alma é o próprio Ser, pois
por este σώμα pelo qual existe e pelo ser
pela qual a ψυχή funciona.

Na ordem da evolução cósmica (como


ensinada pelo ocultista), a energia que
atua como matéria após sua primeira
formação em átomos é gerada em nosso
plano pelo calor cósmico; e porque o
Kosmos, no sentido de matéria dissociada,
não existia antes desse período. A primeira
matéria primordial, eterna e coesa com o
Espaço ", que não tem começo nem fim",
não é "quente nem fria, mas é de natureza
especial", diz o Comentário (Livro II). Calor
e frio são qualidades relativas e pertencem
aos reinos dos mundos manifestos, todos
procedentes do Hyle manifestado, que, em
seu aspecto absolutamente latente, é
chamado de "Virgem fria" e, quando
despertado para a vida, como o "Mãe." Os
561
antigos mitos cosmogônicos ocidentais
afirmam que, a princípio, havia apenas
uma névoa fria que era o Pai, e o lodo
prolífico (a Mãe, Ilus ou Hyle), a partir do
qual rastejava o mate de cobra mundano.
A matéria primordial, então, antes de
emergir do plano do que nunca se
manifesta e despertar para a emoção da
ação sob o impulso de Fohat, é apenas
"um raio frio, incolor, sem forma, insípido e
desprovido de toda qualidade e aspecto."
Mesmo assim, são os primogênitos dela, os
"quatro filhos", que "são um e se tornam
sete" - as entidades, cujas qualificações e
nomes os antigos ocultistas orientais
chamavam de quatro dos sete principais
"centros de forças", "ou átomos, que se
desenvolvem posteriormente nos grandes
Elementos Cósmicos", agora divididos em
cento e vinte oito elementos conhecidos
pela ciência. As quatro naturezas
primordiais dos primeiros Dhyan Chohans,
são as chamadas (por falta de termos
melhores) "etéreo", "ardente", "aguado",
respondendo, na terminologia do ocultismo

562
prático, às definições científicas de gases,
que , para transmitir uma ideia clara aos
ocultistas e aos leigos, deve ser definido
como Parahidrogênico, Paraoxigênico, Oxi-
hidrogênico e Ozônico, ou talvez
Nitrozônico; as últimas forças ou gases (no
ocultismo, substâncias supersensíveis,
porém atômicas) sendo as mais eficazes e
ativas ao energizar no plano de matéria
mais grosseiramente diferenciada.

Quando nos encontramos conosco, num


estado de Samprajnata-samadhi,
harmonicamente ao Absoluto, realizamos o
Dialogismo; dos bens espirituais que nos
envolvem, suscitado na prática do Dhyana,
a contemplação do todo, devo prezar pelo
que é certo ser certo no Ser, naquilo que
ele existe, físico ou não-físico pois, de
qualquer forma, somos os agentes das
coisas, modificamo-la e refletimos e, por
coincidência, a reflexão paira sobre nossas
mentes de modo onipotente, consciente
das ações humanas e suas correlatas
consequências. A meditação é o olhar
profundo, entranhando em todas as
563
órbitas, em todas as rotas aparentes ou
testificáveis à literalidade nos planos
cósmicos, sensíveis ou não, isto é, a
Anataclásia, a determinação lúcida e vívida
do Dialogismo, experienciada
precisamente pela transcendência por
intermédio do Sadhana, o qual é a
ferramenta capital para ventilar a
completude psíquica, pneumática e
somática, denominando-se tal fenômeno
de Plirotítase. A Plirotítase é o pleno, aquilo
que está realizado, em plena finalização, a
suma situação, o sumo Deus que entrou
dentro do homem, espumando com
alegria, bem-estar no todo, a felicidade
absoluta, o todo agathón, a jubilosa
pathós, a ευτυχία; destarte, o homem
contatou-se consigo mesmo com
excelsitude, religou-se, retornou aos
planos celestiais embora na matéria. A
tríade para alcançar tão maravilhoso
estado da consciência, o estado átmico-
búdico é formado pelo Dialogismo (a
meditação, a observação do todo, a
concentração visionária no Eu interior e

564
superior no Atma do ser humano, o
Dasein), a Anataclásia (a prática espiritual,
a contemplação da meditação, o culto ao
belo da existência, o 'Schönheit des
göttlichen Lebens') e a Análipse (a
ascensão, o transcender das trevas, a
chegada da Luz, quer dizer, a Iluminação,
o 'Boddhisattva' encarnado); nesta
ocasião, o homem volta aos zimbórios
estelares e não precisa passar pela penúria
lamuriosa compulsória da palingenesía; ele
ascensionou, é o Santo Milagre!

Seção XL

Breve História da Atlântida

Neste relato abreviado das eras da


civilização da Atlântida, deve-se lembrar
que tais declarações feitas, que se referem
aos tempos antigos, podem ser verificadas
pelos registros mantidos no Museu do
Templo da Literatura, da Cidade do
Paraíso. Neste volume da história atual,
565
começando com a coroação de Atlas e
continuando até os dias atuais - mais de
duas décadas desde que Atlas começou
seu reinado -, o espaço é muito limitado
para oferecer mais do que a mínima
sugestão de eventos mais importantes.
nos dias antigos. Por isso, diremos aqui
que os Registros Atlantes Antigos provam
conclusivamente que, na época do
Primeiro Dilúvio, 800.000 anos atrás, os
Atlantes lideravam o mundo inteiro na
civilização.

Hoje é geralmente conhecido pelos


Templários Atlantes que os terríveis
cataclismos, conhecidos como o Segundo
Dilúvio, 200.000 anos atrás, e o Terceiro
Dilúvio, 80.000 anos atrás, foram causados
pelas quimi- lizações da Natureza neste
mundo físico; eles eram o resultado direto
das vibrações do mal neste plano terrestre,
conflitando e resistindo às implacáveis
forças espirituais. Portanto, pode-se dizer
que a terrível revolta de 80.000 anos atrás
foi provocada pela indiferença e
imprudência da humanidade na terra, para
566
a mais elevada e inexorável Lei Una - a Luz
espiritual que é a única Causa.

Desde o terceiro dilúvio de 80.000 anos


atrás, até os tempos do reinado do
imperador Poseidon, a Atlântida alcançou o
pico mais alto da civilização - o mais alto
que este mundo jamais alcançará. Desde
aquele tempo de maravilhas na terra, a
raça está retrocedendo; a civilização não
só foi retardada, mas está retrocedendo
rapidamente, como se quisesse
acompanhar o estado de espírito cada vez
mais sombrio do homem. Esse retrocesso
foi dolorosamente perceptível durante os
últimos dias de Poseidon, e aparentemente
ganhou impulso no reinado de Dionísio,
quando os pagãos se estabeleceram
firmemente na Atlântida. Agora, depois de
vinte anos do reinado do Imperador Atlas,
chegamos ao local em que os grandes
Professores Espirituais e Mestres Antigos
nos alertam sobre um Quarto Cataclismo -
um dilúvio final, que destruirá para sempre
o Império Atlante e seu grande e magistral
professor da Grande Raça. A menos que:
567
ouçam essas palavras de advertência
daqueles Anciães dos Dias - a idolatria é
abolida e os Feiticeiros expulsos da terra, e
o Povo retorna ao seu primeiro Princípio - a
comunhão na Luz, com a Lei do Um.
Somente pela aceitação universal pelo
povo da fé dos templários e pelo humilde
reconhecimento mais uma vez do Espírito,
em cada comunicante com a Luz, é que as
terríveis consequências da idolatria podem
ser evitadas, e a Atlântida ser protegida.

Logo após esse último parágrafo, inseri um


asterisco para chamar a atenção para uma
nota, na qual mencionei os mapas a
seguir, que darão ao leitor uma idéia clara
e abrangente das três etapas do
continente da Atlântida: a primeira na
época do primeiro dilúvio registrado,
800.000 anos atrás; o segundo mapa
mostra o continente como era na época do
Segundo Dilúvio, 200.000 anos atrás; e o
terceiro mapa mostra o continente como é
atualmente, após o terrível cataclismo de
80.000 anos atrás.

568
Este é o lugar lógico para inserir mapas,
porque o leitor da história pode comparar
o continente retratado e seu império e ver
por si mesmo como a geografia foi
alterada a cada dilúvio. A tonalidade verde
que aparece através da coloração violeta
nos mapas mostra onde a água esteve,
antes dos levantes que elevaram a terra
em lugares diferentes, e mudou
completamente a geografia a cada
cataclismo.

Ao estudar esses mapas, pode-se entender


facilmente o caos generalizado causado no
poderoso continente, até que finalmente
havia pouco do império original da
Atlântida. Mas um fato peculiar deve ser
observado: embora todas as terras da
terra tenham mudado completamente de
contorno e condições após cada dilúvio, a
costa e as cordilheiras ocidentais de Atla,
mais conhecida como Costa do Ouro,
permaneceram praticamente as mesmas.
Portanto, existem hoje em dia as antigas
vilas e cidades que existiam na época do
Terceiro Dilúvio - 80.000 anos atrás.
569
Após este último cataclismo, o império se
recuperou e retomou a vida onde o
encontrava. Mas a capital, um paraíso,
agora estava isolada do resto do mundo.
Permaneceu em uma vasta ilha do
continente cercada por grandes águas, que
foram então chamadas de Atlântico. Não
obstante esse isolamento, o Paraíso
continuou a ser a sede do governo para o
mundo.

Não é lógico que uma cidade tão


importante, que, no entanto, foi separada
de suas nações subsidiárias, deve ter
meios pelos quais os representantes e
membros do governo de tais terras
possam se comunicar e corresponder à
cidade suprema do ditador? Sem a
facilidade de manter contato com o resto
do mundo, a Ilha do Continente teria que
abandonar sua supremacia imperial.

Consequentemente, para manter o


comando das trocas comerciais, industriais
e financeiras em todo o mundo, o Atlantis
precisava ter grandes frotas de

570
embarcações de alto mar - de todos os
tamanhos, formas e potências de
velocidade; e embarcações para todos os
fins também. E os atlantes os têm!

Embarcações para viajar sobre a superfície


dos oceanos e mares interiores, navios
para navegação aérea, para viagens
submarinas exigem que marinheiros,
engenheiros, mecânicos e navegadores
experientes se encarregem e comandem.
Além disso, esses métodos de navegação
precisam de dispositivos e instrumentos de
diversos tipos para dirigir e controlar as
máquinas que operam o artesanato. Tais
invenções engenhosas exigem indivíduos
científicos, e nós as temos!

Marinheiros, aviadores e tripulantes


submarinos da Atlântida não apenas
conhecem bem a bússola e outros
dispositivos de orientação e controle de
máquinas, mas cada homem deve passar
por um teste que o qualifique na
compreensão e no uso de motores,
motores e outros mecanismos pelos quais

571
poder é criado ou transmitido para nossos
grandes veículos de transporte.

Anos antes deste dia, um inventor atlante


aperfeiçoou um submarino, capaz de
resistir à pressão de abismos pônticos, e
poderia viajar sem problemas pela água ou
rastejar com segurança no chão dos
oceanos. Essas embarcações de alto mar
estavam e ainda estão equipadas com
todos os métodos conhecidos de
segurança, velocidade e conforto.

Esses enormes ônibus espaciais - como


foram nomeados - atravessam todas as
águas - oceano, baía ou rio, tão
rapidamente quanto o tubarão arremessa
para a presa. As embarcações de pesquisa
são feitas para descer até as partes mais
profundas de um oceano, e lá viajam com
tanta segurança como se fossem lírios
flutuando na superfície tranquila de um
pequeno lago. Esses monstros evoluídos
pela engenhosidade da mente da luz
criativa no homem, podem ancorar
firmemente às rochas ou descansar no

572
fundo dos mares, enquanto as equipes
buscam conhecimento do crescimento
marinho ou coletam riquezas minerais -
pérolas, corais, etc. pedras e metais
preciosos, como os que se podem ter sob
as águas da terra.

A navegação aeronáutica alcançou um


estágio avançado de perfeição nos últimos
dias de Dionísio, pai do imperador mais
importante, Atlas. Agora, porém, tornou-se
um método de viagem tão comum que não
existe mais perigo ou novidade em voar
pelo ar. Nossos gigantescos navios viajam
de um lado para o outro, de cidade em
cidade, de porto em porto em todo o
mundo, circulando o globo tão
rapidamente quanto um pássaro pode
voar. Um grande número de passageiros
usa esse método de viagem, e remessas
valiosas de mercadorias e material de
correspondência são transportadas por
aeronaves. Também são grandes aviões
construídos para o transporte de cargas
importantes, seguradas por seus valores.

573
Foi durante os primeiros dias do reinado de
Atlas, o imperador predefinido, que o
pequeno dirigível individual, geralmente
conhecido agora como 'Asas de Pássaros',
foi inventado. Logo essas Asas-de-pássaro
ficaram tão perfeitas que passaram a ser
usadas diariamente pelas pessoas. O
mecanismo é tão simples que um jovem
pode gerenciá-lo. Qualquer pessoa com
um pouco de inteligência, ambição e
perseverança pode guiar esses Asas-
Pássaro para carregá-lo sobre terra e água.
Eles não voam tão alto quanto as
aeronaves maiores, mas viajam mais alto
que os edifícios mais altos e correm
centenas de quilômetros em um período
muito mais curto do que os motores que
viajam no solo. Suas baterias não se
esgotam, uma vez que a recarga é
automática - um simples dispositivo
ativado por contato com o atrito do ar ao
voar fornece as vibrações que mantêm as
baterias carregadas em sua capacidade.

Aqui, vamos declarar que as Asas-de-


Pássaro e as aeronaves maiores são
574
construídas com um produto de penas
fabricado apenas por nós. É chamado de
'radial' e é feito de uma fibra vegetal
peculiar, ou crescimento marinho,
encontrado nas fendas dos recifes e rochas
ao longo da costa do Golfo de Netuno e em
suas águas circundantes. Esses fungos
estranhos, quando tratados quimicamente
com certos fluidos, resultam em um tecido
com um brilho cintilante e um peso quase
insignificante. Por causa de seu brilho, foi
nomeado radial.

O tecido acabado é muito resistente,


porém flexível; absolutamente
impermeável ao calor ou frio, água ou
secura, fogo, eletricidade ou outras forças
e condições elementares. Por isso, é noite
indestrutível. É bom que seja assim, pois
nenhum outro lugar conhecido além da
vizinhança do Golfo de Netuno pode
cultivar essas plantas aquáticas incomuns.
As sementes foram colhidas e
cuidadosamente plantadas em fendas de
rochas e recifes de outras costas, mas
apenas se deterioram ou secam e morrem.
575
Portanto, a costa da cidade do Paraíso tem
o monopólio do maravilhoso material.
Naturalmente, um produto tão valioso é
guardado com sabedoria. Os agricultores
do governo têm carga total do plantio e
colheita dos vegetais. Felizmente, os
fungos crescem rapidamente e
amadurecem rapidamente; portanto, há
muitas colheitas durante um ano. Também
é um fato afortunado que radial seja quase
indestrutível; caso contrário, o mundo
sofreria pela necessidade de produto
suficiente para atender às suas demandas.

Além de usar radial para aeronaves,


também é usado como cobertura protetora
para embarcações pesadas ou
embarcações submarinas. Roupas
impermeáveis, aparelhos resistentes ao
fogo e protetores, nos quais são
necessários peso leve e flexibilidade, são
feitos de forma radial. Mergulhadores e
exploradores de alto mar usam roupas
radiais com ventosas na parte inferior dos
pés, para permitir que o usuário segure o
chão, ou pedras, sob a água e, assim,
576
resista às forças de elementos que o
impediriam de permanecer na
profundidade.

As asas de pássaro são construídas de


maneira a permitir que sejam dobradas em
um estojo compacto que pode ser
amarrado nas costas. Para voar, o estojo é
removido, aberto e as asas retiradas. Eles
são ajustados aos ombros, com uma alça
embaixo de cada braço e um cinto que se
ajusta ao corpo e é preso na frente. As
baterias e o motor estão nas costas entre
as asas; o dispositivo de direção está na
frente, onde é facilmente manipulado por
meio de botões. Quando tudo estiver
pronto para o voo, o usuário corre alguns
passos, pula para cima e as asas começam
imediatamente a bater no ar, assim como
as asas de um pássaro vibram voando.

Outra invenção maravilhosa desenvolvida


pelo gênio atlante durante a primeira
década do reinado de Atlas é o "shoen"
d'agua. É um par esquisito de pequenas
embarcações que se encaixam nos pés de

577
quem deseja deslizar sobre a água. Eles
são facilmente ajustados, deslizando os
pés para dentro de barcos semelhantes a
brinquedos e prendendo as correias e os
prendedores. A parte superior é então
coberta por um teto radial dobrável, que
fecha confortavelmente em torno do
tornozelo. Uma vez que a tampa radial
está trancada, nenhuma água ou ar pode
ser admitido dentro do “shoen”. O usuário
está pronto para começar sua jornada. Ele
bate com os pés no momento em que um
skatista desliza sobre o gelo. Mas um
viajante em "shoen" d'água pode viajar
mais rápido que um patinador no gelo. Os
motores usados para fornecer energia ao
“shoen” são construídos de forma
semelhante ao motor das "asas de
pássaro". As baterias também são
automáticas, como nas "asas de pássaro".

Invenções como as descritas devem ter


cientistas que entendam mecânica,
eletricidade, os princípios da água, do ar e
do fogo, bem como as grandes forças e
poder que sempre saem do sol. Se nossos
578
inventores não soubessem nada sobre as
leis que regem a gravitação e levitação,
seus dispositivos seriam prejudiciais e
inúteis para o homem. Mas os Templários
da Atlântida compreendem essas leis,
porque durante eras passadas eles
entenderam a Lei de Um! De onde emite
todas as ciências, todas as idéias, todas as
leis para o bem-estar de seus
comunicantes. A Lei do Um, que é a Luz
que irradia no Santuário Interior da
consciência do homem, é a única Fonte de
Inspiração, revelação e demonstração no
mundo, porque é a única Fonte de toda
Substância.

Os cientistas atlantes entendem e aplicam


a energia que vem do sol. Devido a esse
conhecimento, o calor solar é aproveitado
para nosso uso. Esse poder aprisionado é
convertido em várias maneiras de suprir as
necessidades do homem. É enviado
através de enormes condutos para os
reservatórios centrais, para ser distribuído
às casas e outros edifícios. É usado para
operar máquinas de todos os tipos,
579
portanto, não há fumaça ou sujeira do
combustível. É usado para aquecer as
avenidas da cidade do paraíso, e isso torna
agradável a caminhada mesmo no clima
mais frio do inverno, uma vez que os pés
raramente são resfriados pelo chão, sob o
qual os tubos quentes são colocados.

Como eles usam o calor solar para nossas


necessidades, também capturam e
aplicam temperatura zero nos picos
nevados da montanha. Esse suprimento de
ar refrigerado é enviado através de
grandes canos para as cidades a uma
distância razoável da cordilheira. Assim, o
ar fresco é fornecido para todos os
edifícios e também para o resfriamento de
ruas e parques no verão. O conhecimento
avançado de eletricidade dá aos atlantes a
capacidade de aplicá-la de todas as
maneiras possíveis para o conforto e o
bem do homem. Tão seguros e simples são
os controles e dispositivos usados para
esse poder místico que uma criança pode
lidar com eles sem perigo para si ou para o
meio ambiente. Nos últimos anos, muitas
580
famílias preferem eletricidade para
refrigeração e aquecimento de suas casas.

A natureza tem poucos segredos de seus


cientistas. As leis da química são tão
conhecidas que são fabricadas jóias
artificiais, que desafiam a detecção por
qualquer um, exceto pelos geólogos mais
experientes. Fabricamos metais raros por
meio da química. O ouro mais puro
extraído da terra não é mais fino nem
melhor que o iriouro fabricado pela
Atlantis. Além disso, iriouro é muito mais
barato e pode ser fabricado sem risco de
vida, perda de dinheiro ou trabalho duro
para os mineiros em lugares isolados do
mundo.

Nosso bronze foi recebido por todas as


nações civilizadas, e os bronzes atlantes
são procurados em todos os lugares por
pessoas refinadas.

As fórmulas de nossos valiosos produtos


químicos são de propriedade exclusiva do
governo e não são exploradas pela cobiça
de qualquer indivíduo. Por causa das leis
581
que regem as descobertas científicas, um
homem pouco, ou nada, tenta enganar o
governo. E ficou provado que pouco se
ganha com o fato de outras nações
tentarem comprar a fórmula, porque seus
produtos custam muito mais para fabricar
que não têm mercado para os produtos
acabados.

Um produto mais valioso é produzido


usando produtos químicos com a matéria-
prima encontrada ao longo da costa
rochosa do Golfo de Netuno e suas
margens ambientais. Essa forma de alga
marinha, que cresce prolificamente sob a
água nas fendas e entre os recifes do
Golfo, é transformada em um fluido
espesso, semelhante à cola. É misturado
com certos produtos químicos e
derramado em tubos que alimentam uma
máquina que a transforma em fios. Os fios
são enrolados em grandes bobinas, das
quais são executadas nas máquinas que
giram o material chamado 'kelpyn'.

582
Este produto pode ser combinado com
outros produtos para fornecer várias
formas de tecidos e materiais. Mas o
principal uso do kelpyn é para imprimir
papel. É tão barato que pôsteres, panfletos
e outras necessidades comuns de papel
são fornecidos pela kelpyn. Por ser
encontrada apenas ao longo da costa do
Golfo de Netuno, a Cidade do Paraíso
detém o monopólio do material. Repetidas
vezes, empresas ansiosas e fervorosas
pegaram a semente do kelpyn e
plantaram-na cuidadosamente em locais
considerados encorajadores para o seu
crescimento, mas o fracasso
inevitavelmente acompanhou esses testes.
Alega-se que o segredo de seu
florescimento tão abundante ao longo da
costa do Golfo se deve à formação peculiar
de recifes e rochas porosos e às
propriedades químicas do solo e da água,
que são o resultado do Terceiro Dilúvio, há
milhares de anos. .

O Kelpyn pode ser enrolado em espaço


compacto, dobrado em formas próximas
583
ou esticado sobre estruturas sem danificar
o material. É mais receptivo a todas as
tintas e cores e não mancha nem desbota.
Devido à sua produção generosa - a massa
de ervas daninhas cresce até o fim de uma
semana após a colheita - é universalmente
exigida a impressão de textos que exigem
papel barato. Somente com a exportação
de kelpyn, a Atlântida possui um comércio
maravilhoso com outras terras.

Literaturas mais importantes, como


histórias, poesia, livros didáticos e outras
publicações de alta qualidade, são
impressas em um produto feito de Irigold
misturado e outros produtos químicos. As
chapas produzidas são tão indestrutíveis
quanto o próprio ouro, mas têm vantagem
sobre esse metal por serem impermeáveis
ao fogo ou ao atrito. As folhas não corroem
e recebem tintas tão prontamente quanto
um borrão absorve a umidade.

Eles têm diversos métodos de impressão e


escrita na Atlantis. Existem canetas e lápis
transparentes que mostram a tinta sendo

584
usada. Ao pressionar levemente o ponto ao
escrever, a tinta é liberada. Esses suportes
são feitos de radial e são inquebráveis e
não podem vazar.

Para imprimir no iriouro, eles seguem este


método:

Folhas de material encerado feitas


especialmente para esse fim são colocadas
em uma prensa, cujo tipo teve um banho
de produtos químicos que consome a cera
supérflua, deixando o tipo apenas em pé
em relevo. Essas folhas de tipo cera logo
endurecem a um grau tão próximo ao aço
quanto podem ser produzidas
quimicamente. Esta forma de matéria de
texto estereotipada pode facilmente
passar sobre as folhas de Irigold que
também tiveram um banho químico. O tipo
vertical devora o fluido que cobre o Irigold
e deixa uma superfície claramente gravada
que permanece assim o tempo todo.

Se uma grande massa de matéria circular


precisar ser acelerada e enviada ao
público, o tipo será o mesmo da impressão
585
em iriouro; mas para aí. Para imprimir o
texto, muitas folhas de kelpyn são
empilhadas e a folha de tipos químicos é
colocada em cima delas. Então, uma luz
poderosa usada especialmente para este
trabalho é refletida de perto sobre o tipo
metálico. Os raios penetrantes dessa luz
peculiar fotografam o texto sobre o Kelpyn
abaixo do tipo, sendo a primeira folha
superior a impressão mais pesada,
enquanto a última folha é geralmente mais
fraca, embora perfeitamente distinta para
leitura.

Outro produto valioso fabricado


exclusivamente pela Atlântida é o
cristalino. É usado para janelas de vidros e
para requisitos que exigem material
transparente, porém flexível. É um não
condutor de calor e frio e é quase
inquebrável. Pode ser enrolada sem vincos
ou danos e pode ser esticada tão esticada
quanto desejado, se for mantida esticada
tão esticada quanto desejado, se for
mantida esticada por meio de molduras.
Ao misturar radialmente com chrystalyn,
586
um inventor descobriu recentemente a
maneira de garantir um resultado
maravilhoso. Este produto é excelente
para cobrir telhados, paredes e outros
locais que exigem transparência em
material à prova de fogo e impermeável.

Todos os mercados, universidades,


institutos, museus, fóruns, arenas,
auditórios, bibliotecas, templos e outros
locais e prédios públicos são de
propriedade do governo e não são
tributados, mas são gratuitos para o
público. Todo aprendizado, diversão,
música e religião, eugenia e atletismo,
podem ser desfrutados por todos os
cidadãos do império, sem custo. Somente
os estrangeiros que vêm para Atlântida
para educação e aprimoramento são
obrigados a pagar uma taxa nominal pela
entrada.

De todas as artes e ciências pelas quais a


Atlântida é tão famosa, a mais importante
é a música. Sendo a expressão natural de
emoção e inspiração, harmoniza os

587
diferentes corpos do homem, físico, astral,
etéreo, psíquico, mental e espiritual.
Devido a esse valioso efeito da música, os
jovens aprendem o princípio e as regras de
toda música, vocal e instrumental. Poucos
são encontrados que não conseguem
elucidar a técnica, composição, harmonia e
melodia da música.

Condições de insanidade, criminologia e


outras doenças mentais - incluindo
embriaguez e nicotina, ou outros vícios -
são tratadas com sucesso por meio da
música. Não é só para os doentes e
desencorajados que a música é a
panacéia, mas é usada nos Templos da Lei
de Um; em todos os locais públicos para as
pessoas; em casas; e até à bordo de
nossas embarcações para transporte
aéreo, aquático ou submarino.

A Atlântida inventou primeiro o aparelho


por meio do qual é possível levar a música
a qualquer distância necessária. Música
vocal ou instrumental pode ser apreciada a
qualquer momento, girando um botão que

588
abre uma válvula no disco que transmite
tons.

Esses discos sensíveis são quimicamente


preparados e depois colocados nas salas
onde a música deve ser ouvida. O disco
recebe e transmite cada nota, cada
cadência, cada tom com a mesma precisão
que a música e o músico estavam
presentes - embora os centros que emitem
o som possam estar a centenas, sim,
milhares de quilômetros de distância.

As ondas sonoras vindas de um centro de


música surgem desta maneira: um
instrumento maravilhoso, de forma circular
e com grandes e pequenos tubos dourados
subindo de uma mesa central, libera a
música produzida por cantores ou mestres
instrumentais. Esses artistas estão de pé
ou sentados ao redor dessa mesa circular,
cada um com um pequeno disco diante
dele. Esses discos captam os tons da voz
ou do instrumento e vibram com precisão
para corresponder ao mecanismo flexível
dentro dos tubos, que são de diferentes

589
comprimentos, com muitas ondulações
para criar cores alteráveis nas radiações
do tipo eixo. Esses feixes de luzes
coloridas, que fluem da parte superior dos
tubos em vários graus de tom de cor,
pesados ou leves, longos ou curtos, baixos
ou altos, tons e matizes, perfuram
instantaneamente a atmosfera e afetam os
discos individuais colocados em
residências ou em locais públicos. edifícios,
e esses discos reproduzem a música
carregada nos feixes de luz colorida.

Na música, os cientistas conhecem bem as


leis e os usos das cores, mesmo que
afetem o tom e as ondas sonoras;
portanto, não há desarmonia estática
nesse sistema perfeito de transmissão de
som no mundo. Não há desgaste de peças
ou custo de instrumentos e baterias para
as estações receptoras individuais. Os
discos para uso em residências ou outros
locais de recebimento são fornecidos
gratuitamente pelo governo, portanto, não
há incentivo para os especuladores

590
fabricarem ou venderem aparelhos
inferiores.

Beleza, graça, harmonia e progresso são


procurados pelos atlantes em todas as
artes - música, cores, desenhos e outras
formas de gênio cultivadas. Quanto maior
e mais perfeita for a realização de alguém
no desenvolvimento de talento e talento,
mais ela será incentivada e recompensada
pelo governo. Resultados abortivos e
retrocessos devido à preguiça,
procrastinação e limitação são
considerados próximos ao criminoso.

A arquitetura e as decorações atlantes são


conhecidas por serem o mais alto padrão
já alcançado no mundo. Todas as nações
copiam nossos planos para edifícios
públicos, que são elegantes e bonitos sem
comparação. Casas, bem como tribunais,
templos e outros edifícios, delineiam
cultura e beleza em todas as linhas e
detalhes. Com uma abundância de
materiais raros e requintados com os quais
podemos construir e aperfeiçoar nossos

591
edifícios, podemos apresentar o resultado
final de uma maneira que pode parecer
cara e extravagante, não fosse o fato de
monopolizarmos a vasta produção de ouro,
pedras preciosas e metais raros.

Os materiais utilizados por nós são


mármore, pedra e um produto composto
feito de minerais derretidos e areia
derramada em moldes e tornada mais dura
que a rocha. É variado em cores e
deslumbrante em brilho. Para decoração e
ornamentação, existem todos os estilos de
escultura, escultura, pintura; radial para
revestimento; cristalina para vidros;
esmaltes e pedras cortadas e polidas para
colorir; jóias artificiais e Irigold para
mosaicos, prata e latão para revestimento;
e bronze para figurar. Nossos arquitetos e
engenheiros entendem perfeitamente as
leis que regem a gravitação e levitação.
Toneladas de material enorme são
rapidamente movidas e colocadas pela
aplicação inteligente de tais leis. Blocos
maciços de pedra são tão levemente
levantados e ordenadamente colocados
592
como se fossem palhas, por causa de
nosso conhecimento de levitação. Essa
ciência avançada adquirida por nossos
engenheiros possibilitou a construção do
famoso reservatório da Cidade do Paraíso
na distante cordilheira. Também conta a
história de como outras nações e nossos
territórios têm seus templos e estruturas
monolíticas para provar nossa civilização
maravilhosa.

Tendo muitos estrangeiros visitando o


grande império e seu povo, bem como
estudantes de todas as raças em nossas
instituições de ensino, é lógico que
devemos ter uma linguagem universal
para as necessidades de todos os povos.
Também deve haver uma proposta geral,
de um tipo, em valor, para atender às
necessidades gerais do mundo.
Consequentemente, o discurso tolteca é a
linguagem reconhecida da Atlântida, e é
geralmente usada por todos os
comerciantes e mercados do mundo.

593
Isso explica certos sons ou letras sendo
reconhecidos em terras onde as pessoas
nunca visitaram a Atlântida - na verdade,
nunca deixaram sua área de origem. Eles
adquiriram esses sons e cartas de seu
pessoal que negociava ou lidava com
aqueles que tinham que entender esse
discurso.

A proposta conveniente de troca de


valores, não apenas na Atlântida, mas com
todo o comércio, exportação e importação
em todo o mundo, é a moeda de diferentes
metais e carimbos. Cada moeda cunhada
pelo Atlantis tem de um lado o símbolo de
um olho, cercado por um brilho circular de
luz, produzido por raios minuciosos
gravados no metal. Do outro lado da
moeda está sua denominação e valor de
compra.

Evoluir e estabelecer uma linguagem


universal, que cumpra os requisitos
comerciais, sociais e éticos de todo o
mundo, os Sábios e os Videntes, e os
Cientistas do império dedicaram todo o seu

594
tempo e estudaram durante séculos, antes
do método fonético quase perfeito. Eles
têm um discurso eufônico, apto e
expressivo, curto e prontamente
apreendido pela mente, com doce e
agradável tom, que não pode ser
desprezado por nenhuma raça ou nação.

Um império tão avançado na civilização


como Atlântida deve ter um governo a par
de seus outros padrões de progresso.

Todo cidadão maior de idade tem direito a


voto. A idade da votação para homens e
mulheres é de vinte e cinco anos. Todo
Estado, cidade e município, ou mero
assentamento, tem sua representação no
governo. Possui seus próprios Censores,
Oficiais, Governantes e Governadores.
Todos os representantes vêm à Cidade do
Paraíso para reunir e expressar as opiniões
de seu povo.

Estados individuais são independentes


entre si, mas estão sujeitos à sede do
governo. Todas as cidades, vilas ou
assentamentos individuais são
595
independentes, mas estão sujeitos às leis
impostas pela capital do estado, a sede do
governo. Todo indivíduo que vive em uma
cidade, vila ou assentamento é
independente de outro, mas está sujeito às
leis impostas pelo censor do local.

Todo Estado, cidade, povoado ou povoado


da Atlântida se esforça para manter o
esplêndido estado de bem-estar, limpeza e
moralidade, bem como o padrão de
governo e fama cívica que foram
adquiridos nos últimos séculos. O governo
oferece gratuitamente, piscinas, ginásios,
templos para dança clássica e outras
graças e bosques para esportes ao ar livre.
Os concursos estão sempre sendo
planejados e executados para aqueles que
desejam testar sua capacidade e
excelência de várias maneiras. Concursos,
fotos, shows e outros entretenimentos
públicos são fornecidos gratuitamente para
as pessoas. Tudo isso é pago pela
tributação de todo o império e por tributos
estrangeiros.

596
Escolas de aprendizado, de propriedade do
governo, estão abertas a todos os
candidatos. Não há distinção de classe, cor
ou raça. Não é permitido que preguiçosos,
torcedores ou meros candidatos à
notoriedade continuem os estudos nas
Escolas. Economia e espírito de justiça,
honra e equidade são os princípios básicos
aos quais os estudantes devem obedecer
nos termos escolásticos.

O sistema educacional da Atlântida é


admirável. Toda criança é obrigada a
passar por um curso de estudo até atingir
um determinado padrão. Aqueles que
manifestam um acentuado grau de talento
em qualquer arte, ciência ou qualquer
outra linha de empreendimento recebem
todas as vantagens e incentivos para
melhorar e desenvolver tais dons. Todo
treinamento de indivíduos é pago pelo
governo e tributado ao povo.

O castigo corporal é inédito na Atlântida.


As crianças não são coagidas e ameaçadas
de fazer o que os pais ou professores

597
consideram melhor. Foi exaustivamente
testado e provado que tais maneiras de
um adulto freqüentemente quebram o
espírito da criança, ou terminam em
contrariedade obstinada ou rebelião
aberta. É fato que uma criança não é
naturalmente perversa ou resistente; e
frequentemente é descuido, total
ignorância ou impaciência por parte do
adulto, a causa que resulta em uma guerra
entre os dois - guardião e criança. Nos
casos em que a criança é culpada, ela é
repreendida com amor e admoestada com
sabedoria pelos mais velhos e mais
experientes.

Os pais devem ter em mente que as


respostas inteligentes às perguntas feitas
pelas crianças acabam sendo mais da
metade da tarefa de treiná-las para se
tornarem seres obedientes e progressistas.
Os jovens aprendem os maravilhosos
processos de criação de toda a vida
terrestre, por meio da flora, fauna, insetos
e pássaros. Por causa de seu método
simples de transmitir as verdades da
598
Natureza, as crianças não têm curiosidade
sexual cruel e fatal; mas poucos hábitos
lamentáveis precisam de correção e cura.
Portanto, os jovens atingem a idade da
puberdade com mentes limpas,
pensamentos puros e corpos saudáveis.

Os muito jovens das séries primárias da


escola são ensinados por meio de peças e
desenhos cuidadosamente selecionados;
por histórias e lendas; por atividades e
energias; e por demonstrações de ciências
dadas de forma simplificada, nas quais a
mente da criança pode compreender e se
interessar.

Os atlantes apreciam a conveniência e a


vantagem do controle de natalidade.
Durante eras passadas, a eugenia de pais
e filhos foi estudada com cuidado, a fim de
proteger e produzir melhores padrões de
seres humanos. É devido a tais leis sábias
que a Atlântida chegou a esse tipo de
homem quase perfeito. Mas deve-se
confessar que, no período imediatamente
anterior, antes de Poseidon governar o

599
império, os atlantes alcançaram aquela
altura notável de entendimento espiritual
que nós, nos dias atuais, perdemos. Eles
viveram entre duzentos e cinquenta,
trezentos e quatrocentos anos de idade,
raramente tendo que combater doenças ou
limitações de qualquer forma e, em
seguida, liberando serenamente seus
templos de mortalidade para serem
traduzidos para o próximo plano de vida e
experiência. O retrocesso dessa maneira
específica pode ser devido ao influxo e à
inclinação geral em direção à idolatria, e
ao retrocesso da Lei do Um.

As pessoas idosas da Atlântida são


tratadas com grande respeito e reverência,
pois são reconhecidas como tendo dado
anos valiosos ao avanço geral e elevação
de todo o mundo. Apenas nos últimos anos
os seres velhos e decrépitos se tornaram
comuns em nossa terra. Muitos deles são
estrangeiros pagãos e muitos são idólatras
debochados. Para estes, não pode haver
respeito ou reverência especial, mas
apenas pena.
600
Os atlantes sabem que a fêmea é
realmente a mais vital e mais viril da
espécie humana, embora outros povos
elogiem o macho da raça como a mente
principal. Devido ao nosso reconhecimento
da mulher como tendo uma consciência
superior à do homem, de maneira
espiritual e ética, nossas mulheres ocupam
cargos públicos, expressam opiniões
públicas e têm direitos iguais aos homens.
Nos círculos domésticos, eles governam,
governam e gerenciam os filhos e a família
sozinhos, enquanto o pai obedece e provê
conforme desejado. Essa supremacia no lar
se deve ao sexto sentido que as mulheres
de entendimento maduro desenvolvem. O
sexto, ou sentido intuitivo, vem da Quarta
Dimensão, que é o plano psíquico da
consciência, e pode ser contatado apenas
por mediação silenciosa na Lei do Um. As
mulheres são especialmente iluminadas à
Luz do Santuário Interno, pois abrigam a
raça humana e devem ser dotadas para
esta grande obra. O interesse público na
vida e no trabalho de nossas mulheres não

601
diminui sua graça e feminilidade, nem sua
capacidade de administrar um lar. Um
esplêndido funcionário do governo faz uma
esplêndida esposa, mãe ou irmã ou filha!

Em matéria de vestuário, o Atlante


alcançou um padrão muito prático. Há
pouca diferença entre as roupas usadas
pelos homens e pelas mulheres no
trabalho ou durante o dia. É uma túnica de
manga curta, com cinto na cintura. As
calças folgadas até os joelhos no verão,
com meias e sandálias curtas para os
membros e pés inferiores; e calções justos,
com uma saia justa para o inverno; usado
com meias altas e botas para clima frio. A
diferença para os sexos é mais em
materiais e acabamento do que em corte
ou estilo.

Muito poucos templários na Atlântida


usarão chapéus, porque os lenços de
cabeça são afiliados aos sacerdotes e
pagãos da idolatria. Tornou-se uma
característica distintiva entre os templários
e os idólatras. Pela mesma razão, os

602
homens, mulheres e crianças templárias
mantêm os cabelos cortados. Os homens
têm rostos barbeados. Os idólatras têm
cabelos compridos e permitem que suas
barbas cresçam ridiculamente longas.

Para assuntos estatais e sociais, e para


trajes de noite, nenhuma pessoa na terra
pode se comparar conosco pela beleza e
pela magnificência do vestuário. O guarda-
roupa de um atleta é resplandecente com
roupas bonitas. Como nosso império lidera
o mundo em artes e ofícios, no senso
comum e na eugenia, em riqueza, estilo e
progresso em todos os aspectos, cabe a
nós definir o estilo e a moda em questões
de vestuário e adorno pessoal também.
Espera-se que todo cidadão se vista, assim
como os meios, porque a graça nos
contornos e nas cores está em
conformidade com a lei harmoniosa do
Uno. Nos casos em que não se pode pagar
roupas como agradar aos outros e a si
próprio, um amigo ou parente mais
próspero está sempre ansioso para suprir a
necessidade. O privilégio de prestar
603
serviço a um amigo ou parente é
considerado um dever religioso e uma
bênção na Lei de Um.

Toda profissão, toda arte, toda ciência,


artesanato e trabalho na Atlântida têm um
modo e um método distintivos de vestir
seus membros e advogados. A diversidade
de mantos e túnicas, os mantos e mantos
do estado, mostra-se mais interessante
para os outros, pois significa ao mesmo
tempo a classe em que o usuário trabalha
e serve. Adeptos, videntes e sábios do
reino usam certos anéis e cintos que
significam suas posições no governo do
reino. A cor e a textura da roupa mostram
a classificação e o grau do usuário. Os
membros mais altos dos círculos do
governo, de acordo com a Lei de Um,
podem usar o anel de polegar, cuja pedra
é cortada para identificar seu dono com o
círculo específico que ele representa.

Trinta anos de idade para um homem e


vinte e cinco para a mulher são
considerados uma idade desejável para

604
casar. Os jovens devem conhecer a si
mesmos e suas próprias mentes nessa
idade. Antes desses anos de discrição, o
casamento não é recomendado para
jovens amantes. De fato, os atlantes não
incentivam os jovens a formar pares, dois
a dois, como fazem muitos estrangeiros e
pagãos. Esse amor abortivo, criado pela
paixão e pelo desejo sexual, é desastroso e
não é considerado adequado para preparar
dois para o casamento, e certamente não
é bom para as próximas gerações.

A falta de divórcios na vida de casados se


deve ao alto padrão de castidade dos
templários. Mas os idólatras e pagãos
trouxeram um terrível estado de coisas em
suas próprias vidas. Por causa dessas
pessoas desassociadas, o governo teve
que contar com condições que são uma
ameaça à nossa civilização. É
desnecessário dizer que nenhuma mulher
dará à luz um filho ilegítimo; porque ela é
a primeira e sempre a mãe em espírito.
Para aliviar seu fardo e responsabilidade,
portanto, o Estado adota seu filho ao
605
nascer, e ela é custodiante de seu bem-
estar e treinamento, até a idade adequada
para começar a estudar. Como mãe e filho
são acusações do Estado, qualquer
desprezo ou piedade de outras pessoas é
punível como criminoso.

O governo conhece a sabedoria de criar


filhos em um estado de espírito livre e
feliz; consequentemente, nenhum filho
ilegítimo é desprezado ou censurado por
uma condição de nascimento pela qual não
é responsável. Ela não é condenada a
sofrer desgraça ou tornar-se obstinada e
teimosa devido à fraqueza da mãe, mas é
cuidada e treinada com tanto amor e
ternura quanto qualquer filho legítimo
bem-nascido.

Como o sucesso contínuo e a civilização


mais alta do império dependem muito dos
futuros cidadãos, o governo da Atlântida
estende todas as vantagens e
oportunidades às futuras mães, para
facilitar condições harmoniosas e produzir
uma primavera feliz, com mentes finas e

606
imaculadas almas. Quão sábia é essa
precaução, as eras passadas podem
provar!

O sexo das crianças é sabiamente


controlado e governado pelo conhecimento
das correntes magnéticas exercidas na
Terra pela lua. Pagãos e povos indoutos da
terra afirmam que a lua é um planeta
morto! Os atlantes sabem melhor. Eles
provaram conclusivamente que a Lua não
está morta, mas dormindo perto de sua
mãe terra. Ela ainda não foi desmamada,
mas ainda tira sustento da Terra. Por
causa desse desenho constante das forças
e poderes da Terra, a lua tem tremendas
correntes magnéticas constantemente
trabalhando sobre, e sobre, e através da
esfera terrestre. Isso constitui seu poder
de controlar as grandes forças vitais da
Terra: as marés, a vegetação, os humanos
nascidos e os que estão morrendo e o sexo
daqueles concebidos. O sol dá vida, amor e
calor, e controla o dia, quando o homem
trabalha e brinca; mas a Lua pega a vida,
pega o calor, pega o amor e, em troca,
607
paga com magnetismo os que habitam sob
seus poderes. Ela cria condições negativas,
que se manifestam no aumento da
temperatura dos doentes à noite; no
nascimento de bebês durante suas horas
de governo sobre a terra; e no pedágio
daqueles que morrem após o pôr do sol.
Ela exerce tanta influência sobre os loucos
que esses pobres mortais se tornam mais
incontroláveis à medida que a lua fica
cheia. Enquanto ela diminui no poder, os
lunáticos ficam mais sãos e tratáveis.

Por causa de observações e provas


astronômicas científicas, os astrólogos
atlantes descobriram e testaram
conclusivamente que a lua governava o
sexo de uma criança na concepção. As
fases de mudança do filho da lua na Terra
são responsáveis pela fêmea ou pelo sexo
masculino de um nascituro. Portanto, os
atlantes governavam o sexo de seus filhos
em potencial, atendendo às fases da lua.

Os Sábios e Videntes estão trabalhando


incessantemente para melhorar a raça na

608
Terra. A sobrevivência do mais apto é
concedida como uma lei racional da
Natureza. Mas é preciso entendê-lo e
demonstrá-lo ou a força bruta e os
instintos animais quebrarão a aplicação
real dessa grande lei.

Para instilar essa lei na mente de nossos


filhos durante seus anos de treinamento,
mantemos seus pensamentos cheios de
boas e boas idéias. Damos-lhes provas de
resistência; fadiga saudável; atividades ao
ar livre; entusiasmos e inspirações de alta
ordem, para que possam desenvolver
esplêndidas mentes, almas e corpos.

Meninos e meninas aprendem a natureza


dual em cada um - o homem com
qualidades femininas não desenvolvidas; e
a fêmea com as qualidades masculinas
não desenvolvidas. O treinamento sábio e
cuidadoso aperfeiçoa essas qualidades
dormentes e expressas um ser humano
superior e mais perfeito. Por causa de
nossos professores conhecerem bem a
importância desse desenvolvimento -

609
latente em todos - os atlantes alcançaram
um crescimento tão maravilhoso na
civilização. As mulheres templárias têm
coragem, força e energia que geralmente
são atribuídas aos homens; e os homens
expressam gentileza, ternura e devoção,
que geralmente é encontrada na mulher.

As más influências que permeiam o


império, trazidas a este pico pelos
sacerdotes de Bel-Ra, mudaram as
condições outrora harmoniosas da
Atlântida para uma inquietação, medo e
problemas. Até agora, os lares felizes são
destruídos porque um dos pais ou outro,
ou talvez outro membro da família seja um
templário leal, enquanto os outros foram
vítimas de Idolarty. Os filhos dos
Templários atingem a maioridade quando
são livres para escolher o caminho da vida
e se casam com famílias que são
secretamente aliadas no culto a Bel-Ra.
Nas famílias dos templários mais fiéis,
pode haver um membro que segue
secretamente os ensinamentos de Ritaro,
Sumo Sacerdote da Idolatria da Atlântida.
610
Assim, os distanciamentos crescem
rapidamente em lares onde todos devem
ser unidade e harmonia. Tais estranhos
trazem antagonismo e conflito em nosso
meio.

Desde a idolatria, que começou com o


reinado de Dionísio e atingiu seu apogeu
durante a última década, o alto padrão de
castidade e honra sempre mantido pelos
atlantes caiu cada vez mais. Atualmente,
as pessoas em geral aceitam um estado de
sensualidade como inevitável. Alguns
esperam que isso mude e que as
condições sexuais melhorem; alguns
assuntos de medo ficarão cada vez piores
até que a cena final chegue ao palco do
mundo.

As forças da natureza mantêm ação


correspondente com a confusão tão geral
na Atlântida. Os incêndios subterrâneos,
que foram depositados há séculos, estão
voltando a explodir. No extremo oeste e
nas cordilheiras do norte, onde a idolatria
floresce a maioria dos distúrbios

611
vulcânicos e terremotos são muito mais
desastrosos do que nas províncias do sul e
na ilha do continente – a própria província
do paraíso.

Também é notável que, desde o início do


reinado de Atlas, quando Ritaro
ousadamente veio à capital para viver e
estabelecer sua religião de Bel-Ra, a Ilha
Continente da Atlântida experimentou
terremotos e erupções de picos vulcânicos,
uma vez considerado queimado e morto,
em suas montanhas. Nos últimos cinco
anos, com toda a terra invadida pelo
paganismo - como um pote de melaço é
invadido por formigas - a ameaça de
erupções vulcânicas e terremotos é
constante e cada vez mais grave.

Na Lei do Um, somos ensinados que a


Natureza, a seu modo, resiste a vibrações
antagônicas que advêm da quimização da
oposição mortal à Luz. Esse miasmo de
pensamento e vida maus e sensuais se
agrava, portanto as condições os
acompanham.

612
Guerras, tumultos, incêndios e inundações
causam estragos em todas as partes do
mundo; e na Ilha de Atlântida no
continente, essas terríveis explosões das
profundezas da terra rasgaram as
montanhas, de onde vem o calor solar e o
ar refrigerado, além do suprimento de
água, que o desastre e a perda seguiram.
Repetidamente, os suprimentos de água,
calor e frio tiveram que ser desligados
para reparos nos grandes sistemas de
tubulação que circulam nas vilas e cidades.
No entanto, as pessoas continuam em seu
estado hipnótico de sono - ou seja, suas
mentes ficam entorpecidas enquanto seus
corpos se movem - sem pensar em perigo.

Os Templários trabalham bravamente para


superar essas condições, mas a Idolatria
tem levado tanto a estupefação à
inteligência de seus burros que eles não
conseguem acordar para afastar a
destruição do império que se aproxima. Os
Sábios e os Videntes entendem
perfeitamente como uma consciência
racial, como os Feiticeiros estabeleceram,
613
se acumulará em seu poder e força
malignos até uma revolta final dos átomos
da Terra, que foram completamente
desintegrados pelas vibrações contrárias
da “obra”. das trevas ”, que é tão oposta
aos Raios de Luz, limpa o cosmos de sua
ameaça à Lei do Um.

O casamento do príncipe Atlas com a


Madame Zora, na cidade de Zuni, foi um
evento de grande incentivo para os
idólatras. Sob a liderança do Ritaro, eles
assumiram abertamente muitos estados e
territórios em nome de Bel-Ra. Mas os
terríveis distúrbios da natureza pioraram;
e, finalmente, os homens da montanha
primitivos e meio selvagens das regiões
longínquas, pouco povoadas por pessoas
civilizadas, deixaram seus picos para
procurar refúgio nas vilas e cidades. Eles
foram vítimas da idolatria e encontraram
uma saída nesse culto diabólico de seu
medo e inquietação, que os possuíam
depois de deixarem seu ambiente de
costume e as grandes altitudes em que
sempre viveram.
614
A selvageria e a brutalidade dos homens
da montanha serão registradas na história
como a experiência mais assustadora que
a Atlântida já teve. As influências sensuais
da Feitiçaria, como as praticadas pelos
Sacerdotes de Bel-Ra, levaram os filhos
desenfreados da Natureza à loucura. Eles
logo se tornaram incontroláveis e
perambulavam por toda parte, estuprando,
queimando, roubando e matando tudo o
que encontravam, independentemente de
raça, idade, sexo ou fé. Foi esse horrível
estado de coisas que tornou conveniente
que os Templários da Atlântida formassem
um exército e alistassem os esforços de
tudo o que pudesse subjugar e dominar os
Homens da Montanha. Os idólatras não
ajudaram a restaurar a paz e a proteção no
império, mas foram diretamente
responsáveis pela revolta dos homens
meio animais.

Foi a primeira vez nos 80.000 anos de vida


no império da Atlântida que os Templários
tiveram que usar força de armas para
obrigar a obediência e a segurança na
615
terra. Foi a primeira vez em tempos que se
tornou obrigatório capturar e controlar os
Homens Selvagens das Montanhas. Depois
de capturá-los, seguia-se agora que eram
necessários grandes edifícios para os
manter. E isso exigia que um grande
exército os mantivesse em guarda, para
impedir a fuga e o retorno aos ataques.
Mesmo assim, houve muitos que
escaparam da captura e alguns
conseguiram obter liberdade após a prisão
subornando seus carcereiros, que eram
idolatras disfarçados de templários.

Apesar do aumento constante da idolatria,


os Templários continuaram heroicamente
contra todas as probabilidades de governar
desde então pela Lei do Um. As visões e
vozes que se comunicavam com os sábios
e videntes dos círculos governamentais
continuavam sendo transmitidas pelo
império. Mas o número de seguidores da
Luz cresceu cada vez menos; enquanto os
prazeres e a prosperidade dos idólatras
atraíam cada vez mais pessoas. Além
disso, a condição na natureza (terremotos
616
e erupções vulcânicas) tornou-se cada vez
maior em sua ameaça e resultados
desastrosos.

Embora Atlas e sua família fossem os


templários em nome, era sabido que
alguma poderosa influência secreta estava
em ação no palácio - exatamente na
família imperial - que foi exercida pelo
imperador, a fim de garantir resultados
favoráveis para os idólatras. Até agora,
todas as investigações do governo
falharam em descobrir a causa de tal
poder secreto, ou quem o usou.

Os templos antigos e caros erguidos para a


glória e para a comunicação com a Lei de
Um gradualmente perderam suas vastas
congregações. Um por um, esses
magníficos e valiosos edifícios caíram nas
mãos e propriedade dos sacerdotes de Bel-
Ra. Agora chegou a hora em que os
templos pertencentes e usados pelos
templários estão na grande minoria; e
esses templos, outrora orgulho e honra dos
atlantes, são contaminados pelos pagãos,

617
impiedosamente roubados de suas
preciosas relíquias e poluídos por toda a
licenciosidade flagrante dos sacerdotes.

Da mesma forma que a idolatria aumentou


em todo o império, foi notável que as artes
plásticas e as ciências diminuíram em
popularidade. Quanto mais vítimas o deus
pagão Bel-Ra capturou nas labutas da
Feitiçaria, mais pobreza, pecado, doença e
morte se espalharam por toda a terra.
Quanto menos a Lei de Um dominava a Luz
do Santuário Interno na consciência
individual, maiores eram os medos e a
inquietação dos desviados. Finalmente,
chegamos a um momento em que
visitantes e funcionários de empresas,
representantes do governo e estranhos
que entram nas nossas universidades
temem visitar a Atlântida, para que não se
envolvam em suas condições difíceis. Por
isso, eles procuram o que desejam em
outras terras e em outras cidades.

As terríveis condições assim provocadas: a


perda nas exportações, a diminuição do

618
comércio, o prestígio cada vez menor para
o mundo exterior fizeram com que os
templários tentassem um último e
poderoso apelo aos idólatras. Uma grande
convocação foi realizada no Templo de
Netuno, o Salão do Governo de tais
conferências, para buscar conselhos e
conselhos de Qoka, o antigo Mestre ainda
em contato com as necessidades e o bem-
estar de seu país.

A importante convenção contou com a


presença de todos que pudessem ser
admitidos no templo - tanto os idólatras
quanto os templários, e os indiferentes
também estavam ali para influenciar, se
possível, os sábios e videntes do governo.
Mas todos os planos e preparativos foram
deixados de lado por Qoka, o grande
Mestre nos reinos espirituais, aparecer
imediatamente após a abertura do
conselho e, em termos mais severos,
profetizar tudo o que virá à Atlântida, a
menos que o povo se desvie do seu mal.
caminhos e buscou novamente a paz e a
proteção da Luz.
619
Qoka exortou os Templários a continuarem
a comunhão pública nos Templos
diariamente, e não a fechar os Círculos,
como havia sido sugerido. Sem os círculos
abertos para meditação, tudo estaria
perdido. Para proteger e salvar aqueles
que ainda tinham fé na Lei do Uno e
seguiriam a Luz, deve haver lugares para
adoração e Círculos, para que as Visões e
Vozes possam se comunicar com esses
fiéis.

Desde essa convocação, quase sete anos


se passaram. Nesse período, a luta
constante pela supremacia entre os
templários e os idólatras ficou furiosa.
Recentemente, apenas um brilho de luz
encorajou os fiéis perseguidos na Lei de
Um - a eleição de Yolen, o Escrivão Chefe
da História da Atlântida, desde o reinado
de Atlas até a ascensão ao trono do
príncipe Atlan, o próximo da fila.

O Escriba, do qual retiro este relato,


escolhido é filho de Ajuna, o maior Vidente
do Círculo Governamental de Sábios e

620
Videntes. É para Ajuna que Qoka aparece e
fala em benefício do Povo. O vidente Ajuna
é descendente da antiga Casa de
Swoyrian, uma das maiores e mais nobres
famílias da história da Atlântida. Por causa
da residência de Yolen na Cidade do
Paraíso, e de sua compreensão e
capacidade de escrever fluentemente em
todos os idiomas falados no mundo, o
escritório como Chefe Escriba é muito
apropriado. Mas causou uma grande
perturbação nos círculos da idolatria e um
correspondente agradecimento no coração
dos templários, por ter um leal templário
eleito para o cargo.

É a esperança secreta e a oração


constante dos templários que agora os
dias dos pagãos estão contados. Com o
resultado surpreendente de ter um dos
seus eleitos para preencher um cargo tão
significativo, diz-se que a maré finalmente
mudou! Talvez a Cidade do Paraíso, aquela
joia cobiçada na preciosa coroa do império,
jogue fora o jugo do pagão e saia
resplandecente na Luz.
621
Esta cidade antiga permaneceu suprema
em todo o mundo durante todos os
cataclismos e convulsões que destruíram
outras partes da terra. Nos últimos
200.000 anos, tem sido a capital da
famosa raça branca do homem. A raça de
pele escura nos tempos passados era
considerada pouco acima do plano animal
mais alto. Gradualmente, no entanto, as
duas raças começaram a se misturar até
que mudanças de cor aparecessem na pele
de seus descendentes, e mudanças na
maneira e na mente acompanharam esses
novos tons de cor. Hoje existem tantos
cidadãos de cor na Atlântida quanto
brancos puros. Isso pode explicar o
crescimento da idolatria.

Todos os navios que entram no Golfo de


Netuno devem ancorar primeiro no porto
externo. Uma enorme toupeira se estende
de cada lado da terra e forma um vasto
refúgio para o transporte marítimo. A baía
externa é chamada de Porto Externo.
Dentro desse grande porto semicircular,
fica o Porto Interno - o local
622
cuidadosamente protegido onde estão
ancorados os navios importantes. Este
porto é formado por outro par de armas
que se estendem até o porto externo e
permitem que somente navios com
certificados do governo entrem lá.

Profundamente impressionante e
surpreendente é o primeiro vislumbre da
Cidade do Paraíso para um estranho que
entra no porto em um navio. É a cidade
mais linda, mais incrível e mais perfeita já
planejada ou construída no mundo. Além
de tudo isso, é o ponto mais antigo da
Terra - um lugar que resistiu a todos os
elementos e desastres, como os que
mudaram a geografia das terras repetidas
vezes.

De longe, no Golfo, a linha do céu da


cidade é pitoresca ao extremo.
Aproximando-se, o estrangeiro no convés
da embarcação vê uma mistura de cúpulas
deslumbrantes dos Templos da Lei de Um;
torretas dos edifícios usados pelos
idólatras; azulejos brilhantes que cobrem

623
os prédios públicos; belos bosques de
árvores raras. O melhor e mais famoso dos
bosques é aquele que rodeia o Templo do
Comércio e a Casa dos Convidados,
imediatamente de frente para frente da
água do Golfo de Netuno. Este bosque tem
as antigas sequóias de milhares de anos
atrás ainda crescendo e espalhando seus
galhos gigantescos sobre as pessoas e os
edifícios abaixo deles.

A primeira grande estrutura digna de nota


para atrair o olhar do estrangeiro que
entra em nossos portões é o antigo Templo
de Netuno, empoleirado como uma águia
poderosa sobre o penhasco mais alto da
linha costeira semicircular da Baía,
meditando sobre seus filhotes sob sua
extensão. Foi a partir deste famoso templo
que a civilização recebeu sua sabedoria,
suas ciências e o sucesso que resultou da
obediência às visões e vozes dadas na luz,
enquanto comunicava na lei de alguém
nos arredores sagrados.

624
O templo de Netuno, no topo da grande
rocha de Netuno, parece intransponível do
porto, tão precipitado é o lado de frente
para a água. Do lado da terra, no entanto,
existem três amplas avenidas de
aproximação, de mármore branco
reluzente. Grandes vôos largos de escadas
e terraços tornam as avenidas um lugar
para relaxar e apreciar a extensa vista da
cidade e do mar. O templo é construído de
grandes blocos de mármore, não uma
costura ou junta que mostra sua superfície
antiga. A vasta cúpula é de ouro
deslumbrante, que foi usada sobre o
telhado de cobre original durante o reinado
de Dionísio.

Os visitantes da Cidade do Paraíso dizem


que três coisas estão mais em evidência:
construção científica, materiais raros e
bonitos usados e a arte, simetria e
praticabilidade perfeitas de arquitetura e
edifícios. É uma verdade que os atlantes
não ficam tristes quando o custo das
construções é uma questão de sacrifício à
arte e à beleza.
625
Depois de passar pela quarentena e outros
oficiais de inspeção, a embarcação que
leva o visitante entra no porto interno e é
atracada em seu píer. A primeira coisa que
se admira depois de sair do barco é a
frente da água em mármore. Essa adorável
faixa de terra parecida com um parque faz
fronteira com todo o semicírculo da baía.
Não apenas arbustos e flores, mas árvores
e mandris de sombra contribuem para a
beleza do terraço. Os assentos e as mesas
de mármore oferecem peças de arte
práticas, enquanto as calhas dos postes e
as luzes do arco astuciosamente colocadas
em locais convenientes, todas tendem a
aumentar a atratividade da frente da água.

Um guia oficial encontra o visitante e o


conduz ao próximo ponto de interesse - o
imenso Templo do Comércio. Aqui todos os
assuntos de negócios são tratados em
conexão com importações e exportações.
O edifício é tão vasto que parece
impossível usar as grandes câmaras e
abóbadas; mas o guia garante que não
seja encontrado um centímetro de espaço
626
extra, já que as transações comerciais no
Atlantis são enormes e muitas.

O encantador Bosque de Netuno,


mencionado anteriormente, rodeia o
Templo do Comércio. No Bosque, em cada
lado do Templo, há entradas elaboradas
para o metrô, que corre subterrâneo da
frente da água até o grande Mercado,
localizado em um vale nos arredores da
Cidade. Através deste túnel, passa todo o
frete e outras matérias trazidas pelos
navios, ou devem ser enviadas para todas
as partes do mundo. No lado direito do
bosque, fica a poderosa rocha de Netuno,
coroada por seu famoso templo. No lado
esquerdo do bosque fica o belo templo da
literatura. Esses três edifícios públicos, o
primeiro a ser visitado por um estranho,
impressionam-no tanto que, mais tarde,
será preparado o caminho para mais
magníficos edifícios.

Depois de sair do bosque, o visitante é


convidado a se refrescar na roupa de
hóspede, que é mantida para o

627
entretenimento de estranhos. Fica entre o
Bosque e os Jardins, que formam a entrada
dos Sete Jardins do Éden - os vastos Jardins
pertencentes ao palácio imperial.

A casa de hóspedes, com seu parque


ambiental, suas pérgulas, seus passeios e
assentos, suas fontes e banhos de
pássaros, suas lindas flores e árvores de
sombra, apresenta uma imagem
impossível de descrever. O prédio em si é
de mármore branco, enfeitado com ônix
verde e pedra liberiana preta. No interior,
os pisos são de mármore branco, também
enfeitados em verde e preto. A madeira
dos arcos e janelas é de cipreste e oliveira,
as tiras de alívio são de carvalho preto.
Este edifício, assim como a maioria dos
edifícios públicos da cidade, está planejado
para ficar quadrado aos quatro pontos da
bússola - de frente para o norte, sul, leste
e oeste.

Do telhado coberto da casa, é possível ver


toda a cidade do paraíso, com suas largas
avenidas, começando pelo bosque de

628
Netuno e irradiando como os raios do sol
para os limites mais extremos da capital.
Vislumbres dos notáveis Jardins do Éden,
com o deslumbrante palácio superando-os,
prova uma tentação muito grande para ser
resistida pelos visitantes de nossa cidade.
Consequentemente, os estrangeiros
garantem um guia e começam sua visita
aos Jardins e à majestosa estrutura que os
encobre.

A ravina que divide os Jardins da Cidade foi


cuidadosamente ajardinada, aumentando
assim sua beleza natural. Onde quer que
uma Avenida termine nos Jardins, uma
requintada ponte de mármore branco
atravessa a ravina, conectando assim os
Jardins do Éden à Cidade.

Atravessando a ponte atrás da casa de


hóspedes, o visitante segue o guia para os
sete jardins do Éden, começando no
primeiro e no mais baixo. Deste mais
baixo, e o maior em circunferência, o chão
sobe gradualmente, até que o Sétimo
Jardim seja alcançado. A partir daqui, há

629
uma colina em forma de cone no cume do
qual é o palácio. Devido a esse destaque, a
colina que fecha os Sete Jardins recebeu o
nome de "Alta Colina".

Cada um dos Sete Jardins do Éden é


separado por canais de água com gás. O
suprimento de água sempre corrente
provém de uma grande fonte no parque
imperial do palácio. A partir desta fonte, as
águas caem em cascata sobre fundos de
vidro opalescente, nos quatro lados do
parque, servindo para refrescar a flora e a
fauna que precisam de bebida, além de
acrescentar beleza ao cenário geral de
beleza. O vidro colorido sob as cascatas
cria reflexos maravilhosos através das
águas que caem e brilha à luz do sol como
os raios de tantos pontos de um diamante.

As quatro cascatas alimentam o sétimo


canal abaixo; mas esse fluxo se esvazia
por meio de oito cascatas no próximo
canal mais abaixo - o sexto canal do sexto
jardim. E assim por diante, o número de
cascatas dobrará a cada vez, até que as

630
águas caiam no amplo e último canal do
Primeiro Jardim do Éden. Por isso, é
transportado por meio de correntes
artísticas, ou em condutos subterrâneos,
para todas as partes da cidade, para
fornecer umidade às plantas e fornecer
água necessária para manter limpas as
avenidas, parques e locais públicos.

Além da adorável caminhada pelos jardins


e das pontes que atravessam os canais,
existem escadas rolantes subindo e
descendo nos quatro lados do terreno
imperial. Elas terminam na parte inferior
da Alta Colina, na qual é preciso subir a si
próprio ou em um motor. No sétimo jardim,
que circunda o parque do palácio, é um
local de desembarque de aeronaves ou de
asas de pássaros individuais.

Chegando ao topo da colina alta, o


visitante observa em silêncio extasiado a
beleza e a grandeza do grande edifício
diante dele. Uma cúpula maravilhosa
ergue-se do centro do telhado do palácio,
que o guia explica, é o topo do Templo, da

631
Lei de Um, em que os Círculos do Governo
meditam e recebem Visões e ouvem a Voz
para governar o império. Esta cúpula
brilhante e deslumbrante está sempre
enviando poderosos feixes de luz. À noite,
eles agem como faróis para os marinheiros
no mar, ou como um guia para os
pedestres na capital. Durante séculos, essa
cúpula iluminada nunca deixou de emitir
seus raios. Desde este 'radiante banco de
luz' até as fundações do palácio, há
evidências de arte e beleza, e tudo foi
planejado com cuidado para aumentar o
efeito natural do lugar.

Desde tempos imemoriais, a Atlântida é


famosa por seu amor e conhecimento do
simbolismo. Aqui no monte alto, no palácio
e no templo no topo do palácio, é
sabiamente expresso. O grande número de
jardins e canais chamado "Éden", que leva
à colina alta, é simbólico. Novamente, o
ponto mais alto da terra por quilômetros
ao redor do Capitólio, foi selecionado eras
atrás para o local onde a decisão do
governo se reunia e emitia comandos. A
632
cúpula brilhante do templo significa a luz
sempre brilhante interior; também
simboliza o sol no céu. Esta cúpula é
coberta de cristal, mas o teto interno é
composto por iriouro, que brilha
intensamente no interior do auditório. O
brilho calmo da lua é representado pelos
reflexos prateados de quatro grandes luzes
de arco colocadas nos quatro cantos da
base da cúpula. As estrelas são
simbolizadas pelas numerosas luzes
brilhando e refletindo da cornija do telhado
do palácio.

O interior do templo, que é o mais rico e


perfeito do tipo no mundo, é ornamentado
com metais preciosos e mosaicos e
cravejado de jóias raras dos tempos
antigos. As paredes são cobertas com
tapeçarias valiosas que retratam cenas dos
dias anteriores ao Terceiro Dilúvio e antes
disso. Eles são tão finos e tão velhos que
são protegidos por cristalino, para evitar
lesões de qualquer tipo. A guarnição e os
assentos no auditório são de madeira
esculpida. As cortinas e almofadas são de
633
tecidos artísticos que se combinam
perfeitamente com o rico vermelho da
madeira, os efeitos sombrios causados
pelos numerosos arcos que se abrem para
as câmaras ao redor da sala de montagem
e os pontos brilhantes de luz que penetram
nas janelas pintadas.

A impressionante Tabuleta em pé sobre


um pedestal para lembrar ao público que a
Lei do Um preside a todos, e a
escrivaninha sobre uma plataforma, onde
os Livros dos Antigos Mestres e Sábios da
Atlântida são lidos em voz alta quando
necessário, são os únicos objetos visíveis.
para a adoração ou instrução daqueles que
lá vêm para meditar.

Talvez este seja o lugar para mencionar


que, uma e outra vez, os pagãos tentaram
roubar esta mina de riquezas, de suas jóias
raras, tapeçarias, esculturas e mosaicos
requintados, mas ninguém conseguiu. Um
sistema secreto de eletricidade é instalado
em todo o templo; tão sensível é o
aparelho que controla esse sistema que

634
uma mão assaltante que entra em contato
com os protetores forma um circuito pelo
qual a morte é transmitida ao invasor.

O palácio imperial também é decorado


sem levar em conta custos ou mão-de-
obra. Todo o telhado que cobre o edifício
do palácio forma um passeio e um jardim.
É revestido com belos azulejos, e os
grupos de estátuas e palmeiras dão o
toque necessário da natureza. Deste
terraço, uma vista maravilhosa, não
apenas dos Sete Jardins do Éden, com seus
caminhos, mandris, canais, flora e fauna,
mas também de toda a cidade e por
quilômetros além.

A arquitetura do público - e muitos prédios


particulares – da Atlântida tornou-se um
estilo favorito geral em todo o mundo e
recebeu o nome de "quatro quadrantes".
Portanto, a Cidade do Paraíso ficou
conhecida como "A Cidade com Quatro
Quadrados", por causa de seus inúmeros
edifícios com quatro quadrados.

635
A água que alimenta a grande fonte no
topo da Alta Colina vem de um
reservatório distante construído por
engenheiros da antiguidade. Ao longo dos
séculos passados, os engenheiros atlantes
foram famosos e produziram feitos que
surpreenderam o resto do mundo. O
grande sistema de bombeamento e
tubulação construído e operado sem
problemas ao longo dos séculos foi copiado
por outras grandes cidades. O famoso lago
de Moeris, a 450 milhas de circunferência
e 350 pés de profundidade, com seus
canais subterrâneos, comportas, eclusas e
represas, também os canais que levam a
partir desta vasta casa de armazenamento
de águas do Nilo, para fornecer umidade
que causa o deserto florescer como um
jardim, foi um feito facilmente realizado
pelos atlantes científicos. Karnak, as
maravilhas do labirinto com suas três mil
câmaras e suas cortes, peristilos,
pirâmides e ornamentos, deu ao Egito a
fama que ansiava, mas é devido a nossos
arquitetos e engenheiros que essa fama foi

636
possível. Memphis, com seus aterros
monstruosos que desviam as águas do Nilo
de seu curso habitual, é outra parte da
ingenuidade atlante.

Nas profundezas da grande parte oca da


cidade fica o Mercado. Suas paredes são
tão altas e amplas que fornecem espaço
no topo para um passeio. Grandes
banheiras de arbustos e plantas com flores
formam uma tela para o parapeito dos dois
lados da caminhada. Aqui e há bancos de
pedra para quem gostaria de descansar.
As cenas sempre movimentadas no
mercado oferecem diversão e interesse
constantes para os visitantes no Muro. Por
causa de uma audiência geralmente vista,
os trabalhadores abaixo disputam entre si
a manutenção de um alto grau de ordem e
limpeza, além da exibição artística de seus
produtos.

Seção XLI

637
Da Razão Transcendental Brevemente
Explicada

§1. Da Razão Trascendental da


Epistemologia dos Sentidos

O sentido é tudo aquilo que dá andamento


a uma percepção de alguma cousa sob
algum mecanismo pertinente a tal ação,
seja esta, concreta ou abstrata. Portanto,
realizando uma abujcção do concreto com
abstrato, perceberemos que um é
totalmente sensível e tangível, o que se
correlata decerto ao concreto, e o outro é
inteiramente inteligível e cognoscível
mediante o intelecto, o que se relaciona
em verdade ao abstrato.

Destarte, definimos não debalde que as


percepções de sentido envolvem tanto as
características imanentes ao ser quanto
aquelas transcendentes; a imanente, por
sua vez, está em conformidade com a
percepção concreta, enquanto a
638
transcendente, por conseguinte,
corresponde àquela abstrata.

Se pensarmos mais afundo, notaremos


que, de certa forma, o sentido das cousas
se revela desembaraçadamente
compreensível ante a manifestação
essencial de seus elementos que compõem
a sua estrutura de expressão e condições
de existência. Malgrado elucidamos,
concisamente, o objeto inteligível da
concepção humana, daremos nosso foco
de investigação no sensível ao percorrer
desta nossa reflexão.

Um importante ponto da natureza


observativa do objeto sensível é sua direta
influência na consciência em suas partes
mais densas e rígidas de incidência
experimental, e, porventura, sendo a mais
próxima da apreensão quotidiana do
homem, tendo valor rítmico e sensorial,
por certo, examinado pelo mesmo, como
fundamental para o exercício providencial
regular e percuciente na realidade sensível
e empírica da natureza das cousas.

639
Averiguando sob concurso de ideias
epistemológicas ou a própria fundação da
teoria do conhecimento, conceberemos
que o objeto sensível é o alicerce teórico
da consciência externa e ambiental do
homem, viz. o homem visto com relação
ao meio em que ele vive e sendo
caracterizado desta forma. Em
contrapartida, o homem com relação a si
mesmo pode ser ambiental, todavia, este
ambiente será impreterivelmente interno.

Assim, quedar-se-ia demasiado lato


afirmar que o sensível é ambiental; com
efeito, classifiquemos o sensível como
limiar da consciência externa de feito,
mas, não obstante, categorizemo-lo,
distintamente doutro posicionamento,
como instrumental, em termos de
constituição ambiental do espaço, pois
qualquer instrumento encontrado na
espécie material de natureza pode ser
palpado e mensurado lógica e
matematicamente, enquanto que o
inteligível, é puramente cognitivo, dado
que somente através do intelecto e da
640
mente, pode-se sentir alguma cousa a par
de sua conjuntura pensativa e do seu
gênero perceptível concernente ao
entendimento metafísico e espiritual da
natureza das cousas. Desta forma,
conseguimos discriminar coerentemente
ambos os conceitos.

O objeto sensível pode ser tanto


experimentado pela razão prática quanto
acreditado pela modalidade pura desta.
Empregando recursos analíticos para sua
respectiva corroboração, deduzimos que a
natureza sensível da organização da
realidade favorece a constatação racional
por meio de analogia e inferência, os quais
são elementos primordiais na formação
racional do pensamento humano.
Outrossim, dadas as dimensões da
sensibilidade dos objetos, assimilemos
tanto o seu conteúdo concebível
circunstancialmente quanto aquele de
compreensão fixa e invariável.

Com isso, temos de asseverar que a


capacidade de sensações que se pode

641
gerar diante de um objeto qualquer pode,
certamente, determinar o quão ele é
sensível ou não, dado que quando mais o
indivíduo senta alguma cousa, mais ele
pode se tornar consciente do âmbito
supremo do conteúdo do objeto o qual ele
observa e contata.

Desta maneira, percebemos que, por


intermédio duma apuração fomentada pelo
sistema transcedental da ilação indutiva, o
mundo sensível está sempre apropinquado
da manifestação carnal e corporal do
homem como ser dotado de espírito
fillosófico e meditabundo e,
inadvertidamente, distanciado da eclosão
do espírito sutil e etéreo, pertecente ao
mundo intelectual e psíquico, o qual os
objetos sensíveis não desenvolvem neste
grau de consciência sob nenhuma forma.

As faculdades de saber humano, embora


não estejam voltadas por lei natural ao
conhecimento sensível, este é sobremodo
importante no tocante ao entendimento da
matéria em sua plenitude. Para concretizar

642
este tipo de doutrina, devemos ser assaz
sábios para ratificar que cada um dos
seres existentes no espaço possuem
prerrogativas o bastante para desvendar a
área de florescimento da esfera material
das cousas.

Esta está diretamente relacionada ao


objeto sensível; entretanto, o ser sensível
é muito mais importante do que o objeto
de mesma natureza, em virtude de ser
justamente este que consegue representar
sistêmica e intelectualmente as suas
coordenadas de planificação natural e
evoluir seus respectivos meios de vida a
partir destas representações.

Doravante, podemos coligir que,


indubitavelmente, o homem é nimiamente
congruente com a magistratura universal
dos fluxos e movimentos ocorrentes no
espaço universal e, por conseguinte, o
objeto sensível é apenas um motor de
certos elementos da conduta ôntica que
delega ao ser funções para compreender
as cousas materiais e corpóreas que, a fim

643
de pontuar, estão relacionadas
diretamente ao entendimento imanente da
natureza dos dispositivos existentes na
construção do mundo, o qual, neste
sentido, está conforme a mesma.

§2. D’Objeto Sensível como Configuração


Imanente dos Itens Utilizados na
Materialização do Espaço

A imanência d'objeto sensível está acinte


confinada pelos limites do alcance da
matéria, a qual, a propósito, é o âmago da
manifestação imanente da natureza, e,
portanto, o objeto sensível coordena as
suas balizas de expressão e substância
ôntica; assim, devemos agregar as
afirmações aqui estabelecidas e dizer que
o objeto imanente será necessariamente
equiponderado e equipolar ao objeto
sensível.

Sobremais, se ainda for preciso elucidar a


razão de tudo isso, primeiramente,
644
devemos fazer a seguinte asserção: se o
homem, em constituição material, está
com relação ao mundo, presente e
pertencente à sua natureza concreta e,
igualmente, esta dimensão de saber é
constratada com a metafísica, logo, tudo
aquilo que ele concebe, sente e vê provém
da própria imanência, conforme pode ser
sondado apenas pela relação de sentido
entre os vocábulos aqui colocados.

De fato, tudo aquilo que é imanente, está


atinente ao mundo sensível, e, como
resultado, não é absolutamente incólume,
sendo até mesmo vulnerável às forças
externas e, por conseguinte, podendo ser
danificada e sua base de sustentação vital,
também deteriorada. Assim, o objeto
sensível, sendo imanente, está sujeito à
destruição e à avaria do mesmo, em
qualquer circunstância símile ou que
intente sê-lo.

No que concerne à materialização do


ambiente, devemos enfatizar que o
homem, conectado ao objeto sensível com

645
intensidade em demasia,
subsequentemente, é materializado num
ambiente que incorpora e acouta com
empresa tal região da consciência
humana.

Outrossim, se formos pensar com ácie


sobreguisa reflexiva, notaremos que o
material o qual é empregado de forma
partícipe, analisando o azo apropriado no
qual se implica e se motiva o seu alicerce
de existência, é deveras verdadeiro que
este seja a forma contribuinte de
manifestação e exibição do objeto sensível
na natureza das cousas, e os itens de
mesma grandeza são meros efeitos
ulteriores desta fusão entre o objeto
sensível, i.e. o sujeito e o campo material
de apresentação, i.e. o objeto deste
fenômeno.

Porquanto nós tentemos explicar as cousas


do ponto de vista do objeto, sabemos que,
do prisma da verdadeira filosofia, é um
perdimento sobremaneira irrisório e até,
da ótica da manuntenção das noções

646
gerais do espaço universal, um tanto
perfunctório. Assim, é harto importante
dizer, da mesma maneira, que se o objeto
sensível for de fato o modo como a
materialização proporciona os seus efeitos
subsequentes, logo, esta será o modo
propício de se conseguir o objeto sensível
et absque macula offeret.

Mas, mesmo verossimilmente imaculado


quando nunca tocado, está ainda
vulnerável à degeneração induzida pelas
forças externas e, portanto, ele não é, de
algum modo, perficiente, já que desfruta
de uma série de disformidades assaz
evidentes tanto na sua aparência quanto
na sua essência constituintes.

Numa dispersão de itens materiais num


espaço, há-se de arrazoar que o homem,
sendo complacaente à natureza d'objeto
sensível, logra a sua percepção mediante
os orgãos de sentidos e sua
correspondente mentalização. Por
conseguinte, também sabemos que todo o
ser carnal aspira a conquista dos bens

647
materiais, acumulando, assim,
propriedades de mesma natureza.

Mas como antanho elucidado, isto pode


tornar o ser acometível ao ambiente e suas
forças, e, deste modo, podemos proferir
solenemente que o ser material, sob
aspectos temporais, pode até se tornar
consciente d'objeto inteligível, mas, nesse
plano, jamais poderá alcançá-lo em
indemnidade. Assim, faz-se necessário
ressaltar que o ser, do ponto de vista
subjetivo, logra detectar os jaezes
fundamentais dos traços, qualidades e
gêneros d'objeto sensível.

Não obstante, entendido da concepção


obejtiva, apenas consegue verificar
inteiramente os elementos coadunares,
atinentes ao mundo material, d'objeto
sensível, entretanto, a sua origem e as
bases de seu surgimento são indizíveis,
pois, precisamente, advém de uma
realidade superior para dar
condicionamento existencial para tal.
Desta maneira, faz-se improtelável dizer

648
que o homem consegue visualizar as
cousas de acordo com a capacidade de
alcance aspectual da natureza, e tudo
aquilo que não se apresente
sensivelmente, não é possível de se
representar, tampouco de se assimilar a
ponto de descrever em minúcias, veluti.

§3. Da Procedência Natural ou


Representativa d’Objeto Sensível em
termos de Promoção e Engendramento

Asseguro que, através de uma inquirição


analítica nos elementos primordiais
d'objeto sensível, podemos desvendar o
seu tipo d'engendramento. Portanto, os
processos que dão fomentação a tal
evento incrementam atuantes as
condições bastantes para que a
sensorialidade do objeto se torne
notoriamente real tanto do observador
panarômico quanto daquele que o faz em
pontos particulares do ambiente.

649
Numa espécime mui categórica de
disseminação desses fenômenos, temos
que considerar o objeto sensível como a
própria exteriorização de seus
engendramentos um tanto mais genéricos;
agora, com relação àqueles efetivamente
específicos, na verdade, deve ser um tipo
dos arquétipos exteriores dos mesmos, e
não aquele que é difuso e global. Contudo,
sejamos sobremodo escrupulosos ao
afirmar que, malgrado haja diatribes a tal
pensamento, o homem reside na ilusão,
desde que habite a matéria, e tal ilusão é
provocada pela densidade e limitação das
cousas num cenário extremamente soez e
suscetível a grandes padecimentos.

Um exemplo de homem iludido e


injudicioso é aquele que é edaz; o sobejo
de comida e o vício aí adquirido faz com
que ele esteja ínsito com vivacidade
apenas nesta realidade, deixando-o nas
mais desconcertantes e incôditas das
imperícias humanas, fazendo-o cair nas
trevas de sua própria consciência, e
impedido, por vontade própria, de alcançar
650
a luz da sabedoria na realidade suprema.
O objeto sensível, em processo de
engendramento, estimula certas ideias
atreladas somente ao carnal, denso, bruto
e material, tolhendo o homem de ser o que
realmente é e, também, de obter
conhecimento espiritual, sutil, esotérico,
oculto e, sobretudo, transcendental.

Tendo em mente que o objeto sensível


pode ser um tanto idílico, portanto, a sua
austeridade para com seus agentes pode
ser sobreposse insidioso. Além disso, se
contemplarmos tal questão em seu cerne,
infiriremos que a sensibilidade d'objeto
pode ser tanto conduzida pela sua
promoção especulativa quanto por aquela
empírica.

Expliquemos, dessarte, ambos esses


conceitos. O especulativo advém daquele
tipo de pensamento mui abstrato, que é
irrealizável, impossível e instável
deliberadamente; tal preceito pode ser
ratificado por meio das atividades copiosas
de conjecturas e teorizações, que apenas

651
quedam neste âmbito e não evoluem para
sua efetividade. Aplica-se ao objeto
sensível por meio da crença, viz. o que eu
opino acerca dum objeto qualquer sem
nunca poder observá-lo, tocá-lo, removê-
lo, consumi-lo e entre outras ações que
podem se realizadas.

O empírico, por outro lado, requer como


princípio fundamental a experiência, viz. a
concretude, a observação direta, retilínea
e sólida ao objeto que se quer ver, o que é
testável, provável e exequível na natureza,
propositadamente; assim, neste caso, não
existem reles conjecturas; no entanto,
evidências, provas e persepctivas
sobremodo realistas daquilo que existe,
embasadas em cousas factuais e verídicas
na vida imanente.

No tocante à essência d'objeto sensível,


temos que considerar que este pode ser
empírico dentre dois níveis de extensão: o
objeto empírico pelos meios indutivo e
dedutivo. O meio indutivo demonstra a
representação mais próxima d'objeto, isto

652
é, aquela que não é exata, dado que a sua
precisão sobreguisa acurada seria
impossível do foco de observação humana,
mas que é testável e que se pode
desenvolver a partir da mesma. Citando
caso análogo, temos o modelo das ciências
botânicas no ramo da taxonomia vegetal:
plantas como aloe vera (babosa) ou
simmondsia chinensis (jojoba) não
possuem nomenclatura latina
naturalmente, dado que são incapazes de
denominar a si mesmas.

Essas noções são claramente formadas


pelo homem, que são convenientes para
ele, a fim de compreender o espaço de
uma forma mais iniludível e esclarecida
conforme a sua própria natureza. O meio
dedutivo, por sua vez, representa a
projeção exata e indubitável d'objeto
sensível, i.e. aquela que possui abosluta
justeza e pontualidade perficiente na
identificação e reconhecença das cousas;
cumpre com rigor os comandos de
mensuração e determinação dos objetos

653
existentes, por meio de artifícios que
condigam com tal realidade.

Por exemplo, nós temos a matemática


como espécime notória deste fenômeno;
ficou claramente provado pelos
especialistas, teóricos e doutrinadores
n'área que:

3
∑ ∞ 0 2n =6
n=¿¿

O artifício que se adequa a tal realidade é


o cálculo desta equação duma somatória
onde ∞ é o índice inicial e n é o índice do
somatório. Efetuando os procedimentos
matemáticos que são demandamos,
encontramos a resolução “6”. E assim,
com estas exemplificações, definimos
satisfatoriamente os conceitos dos meios
indutivo e dedutivo empíricos d’objeto
sensível.

654
§4. Da Formação d’Objeto Sensível sob o
Ponto de Vista Transcendental

Ponderando o objeto sensível sob um


ângulo transcendental, perceberemos que
o mesmo, na verdade, a esmo é controlado
pelas realidade superiores a partir da
captação energética da densidade contida
em si mesmo. Portanto, se sua distância
com relação ao mundo inteligível se perfaz
um tanto frívola da perspectiva da
unidade, ela é sobremodo ingente daquilo
que chamamos de interpretação dual do
espaço ou, como soemos chamar em
terminologia puramente filosófica, de
dyadikóti̱ta, o seu equivalente em grego. O
conceito de dyadikóti̱ta é harto presente
na descrição de fenômenos dictômicos
entre uniformidade e discrepância entre o
sensível e o intelegível e, sobretudo, o
imanente e o transcendente.

Se pensarmos na distribuição destes


componentes na natureza do espaço
irrevogavelmente, nos tornaremos cientes
655
de que cria-se, mormente, uma substância
de natureza dual e conflitante entre os
seus aspectos de influência e composição,
já preditas pelo próprio desdobramento
incoativo.

Por conseguinte, sob a direção


transcendental de raciocínio, o objeto
sensível cria a dualidade já em seus
fatores inceptivos de posicionamento no
ambiente em que está situado, enquanto o
inteligível, naturalmente, sobrepõe-se
sobre o sensível e cria parâmetros assaz
peremptórios para o estabelecimento de
uma unidade harmoniosa entre o ser e o
espaço. Assim, o ser transcedental
considera o objeto sensível como um
obstáculo para um elo íntegro e intimorato
entre as cousas existentes na natureza
universal, que permite acintosamente a
inteligibilidade total destas para o
indivíduo.

Avante a isso, temos que factualmente


afirmar que, transcendentalmente, a
formação d'objeto sensível se dá pela

656
dualidade da natureza e pela separação
entre o emissor e o receptor das ações e
reações humanas, distanciando o
verdadeiro sujeito de seu verdadeiro
objeto.

Portanto, prolongando um pouco mais este


pensamento, descobriremos que o objeto
sensível pode ser considerado uma
categoria ligada de fato, no que concerne
à expressão em seus ambientes
particulares, ao objeto inteligível, mas em
termos de classe geral, é consumada a sua
partição.

A existência integral d'objeto sensível, com


efeito, deve ser a causadora de todas as
bifurcações dualistas dos conceitos que
até hoje perduram no imaginário da
humanidade. A partir desse exemplo,
deve-se peremptoriamente inferir que a
sensibilidade das cousas causa também
dupla interpretação, que é oriunda de seu
cerne constituinte de mesma natureza.

A par dessa declaração, temos de ressaltar


que o homem, enquanto atrelado ao
657
instinto, pode desenvolver ainda mais
dualidade no mundo, desordenando-o,
assim, absolutamente. Por conseguinte, a
razão serve para regular e nortear com
sapiência esta "inópia" humana para que
não se expresse claramente nas relações
coletivas em geral, a fim de não
desencadear um cenário de dissonância e
decerto babélico no mundo.

A finalidade do esclarecimento
transcendental sobre o objeto sensível
invariavelmente se baseia em
entendimentos metafísicos concentrados
no mundo físico, destacando a sua
superioridade tanto no tocante à qualidade
dos recursos de usufruto e edificação da
vida quanto aos níveis de consciência aí
existentes, os quais, sob o prisma
metafísico, são muito mais elevados.

O objeto sensível, afinal de contas, deve


ser bastante notado que este, em sua
formação, corrompe naturalmente a
divindade do homem, que, em
contrapartida, é reconhecida

658
irrevogavelmente pelo objeto inteligível da
realidade metafísica. Assim, existe um
processo degenerativo da consciência
divina do homem quando este se torna
apenas cônscio dos objetos sensíveis no
mundo físico, denso, concreto, bruto,
carnal e material.

Se formos pensar mais cautelosamente


neste tipo específico de ensejo,
presumiremos que a composição
fundamental na qual se configura a
matéria está na própria sua
vulnerabilidade, viz. qualidade ou estado
de suscetibilidade à ruína, à ferida ou ao
prejuízo, o que determina
substancialmente as idiossincrasias
materiais, ligadas, por consequência, aos
objetos sensíveis.

Ainda que alguns aleguem que o objeto


sensível é importante n'assimilação do
conteúdo primordial das cousas, sabemos,
teoricamente, que o seu primórdio não
provém do mundo material propriamente
dito, tampouco de seus elementos

659
relacionados; contudo, sua origem se situa
em planos superiores da consciência ou,
até em estágios mais avançados do
desenvolvimento do homem.

Um ponto central na nossa doutrina é que


a lógica matemática, malgrado seja mui
vultosa no tocante ao entendimento da
disposição adequada e linear das cousas
existentes na natureza, é detentora de
muitas falhas ao tentar explicar coisas
indedutíveis por meios de discernimento
material.

Por exemplo, uma das equações de


Schröndiger (neste caso, a mais famanaz)
listada aqui abaixo, tenta descrever como
um estado quântico dum sistema físico se
modifica temporalmente, cuja elaboração
possui vetores, unidade imaginária,
constante e operador auto-adjunto:

660
Entretanto, tal equação não explica as
mudanças sistêmicas das realidades
metafísicas, pois se aplica somente à
natureza dos objetos sensíveis, não àquela
dos inteligíveis. Conseguintemente, fica
intricado o surgimento de novas propostas
de pesquisa psíquica, espiritual e
metafísica nos ramos tanto exatos quanto
biológicos da ciência per se agens.

§5. A Sensorialidade da Natureza das


Cousas sob o Prisma Metafísico e suas
Interações com os seus Elementos
Partícipes

As cousas podem ser sensoriais ou pela


sua causa de sentido ou pelo seu efeito de
sentido. Façamos, portanto, a distinção
entre ambos os conceitos para prosseguir
com a elucubração transcendental de tal
fenômeno, a fim de facilitar a
compreensão do estudante de nosso
sistema filosófico aqui implantado.

661
Ora, a causa de sentido seria tudo aquilo
que origina, provoca e motiva as
faculdades de captação de determinadas
classes ou grupos de sensações,
estabelecendo, destarte, um contato de
dimensão hipotética com a realidade o
que, incontinenti, nos faz pensar que
assentam-se aí os princípios fundamentais
dos processos elaborativos teóricos,
conjeturais, abstratos e imagéticos da
capacidade sensorial do ser ou objeto.

Por outro lado, o efeito de sentido seria


tudo aquilo que vem como resultado ou
subsequência das propriedades as quais
determinam, por conseguinte, as
dessemelhantes classes ou grupos de
sentimentos, configurando, deste modo,
uma direção consciencial projetada nos
fundamentos naturais, concretos e
empíricos das aptidões sensoriais
individuais. Assim, conseguimos formular
de maneira concisa e coerente a
discriminação entre o efeito de sentido e a
causa de sentido pertinentes aos objetos
sensíveis in sui.
662
Deve-se deliberar, a partir das proposições
aí deferidas, que a causa de sentido e o
efeito de sentido sensíveis sob a ótica
metafísica, como podemos afirmar
cordatamente, são meros processos de
gravidade consunta da matéria em relação
a natureza das cousas. Contanto que não
se valha contempto a tal fenomenologia,
façamos o esforço de afirmar que o teor
sensível da natureza, como causa ou
efeito, é distinto aliter dos panaromas
causal e efetivo da realidade metafísica.
Ao passo que as causas e os efeitos da
sensorialidade física estão conectadas ao
que ser é videtur, aquelas que pertencem
à metafísica, ao que ser que é penite.

O conceito filosófico de videtur (palavra


latina que significa "pela aparência") alude
à composição externa, carnal e material do
homem, relacionado provavelmente ao
ekho (ter), viz. o que ser tem para oferecer
socialmente, quantos objetos corporais ele
se ocupa para enriquentar-se, qual a sua
maneira de agir ante ao sistema
implantado e se é adequada ou não, se é
663
obsequente ou não, e assim,
sucessivamente.

O ekho não só abrange o ter de gozar de


uma propriedade material (e.g., reserva
nímia de numerário na conta corrente
bancária), mas o ter do ser não-meditativo
ou, como vamos denominar, asófico, viz. o
ser instrumental, que não reflete sobre
suas ações, apenas segue levianamente o
que outros têm para lhe dizer, um ser
praticamente robótico, mecânico,
enfadonho, sempre aperreante, sem
sentimentos, sem pensamentos, convive
apenas com suas nugacidades cognitivas
(e.g., o operário que trabalha 12 horas por
dia, é extremamente submisso, não possui
concepções originais, acredita nas falácias
divulgadas amiúde e
descompassademente pelos meios de
comunicação e assim, vive sem descobrir
os seus verdadeiros dons e aptidões).

Portanto, o ekho engloba tanto as


características da posse de algo material e
uma vida dedicada totalmente a este e da

664
existência sobejamente técnica, mecânica,
automática, laboral, cujo nuto é apenas
dirigido pela consciência de outrem,
convivendo sempre em azáfama e
celeuma profissonal, impedindo, por
conseguinte, o ser de evoluir
espiritualmente na Terra; isto posto, ele é
asófico - caso contrário - ele é sófico, como
explicaremos posteriormente.

Por outro lado, a noção de penite está


correlata ao ser em si, viz. ao esse, ao
eimí, ou aquilo que denominamos de
essência transcendental, i.e. o lídimo
espírito do homem, a sua natureza
intrínseca e superior; outrossim, seria o ser
que garante a si mesmo a evolução, a
transformação, a libertação espiritual e a
elevação do seu autoconhecimento.

Conseguintemente, devemos deduzir que


o penite está relacionado ao ser reflexivo,
isto é, aquele que medita acerca das
cousas da natureza e da realidade do
mundo, que fundamenta as suas reflexões
com base na razão reflexiva, valoriza o

665
intelecto, o esclarecimento e a sabedoria
lhana (e.g., um filósofo que aprecia o saber
humano, estudando sobejamente as
conjunturas pertinentes a existência
humana na tradição filosófica vigorosa e
não-vigorosa à sua altura).

Penite é uma palavra latina que quer dizer


"interiormente"; portanto, uma ilação que
podemos soerguer é de que videtur é
imanente e penite é transcendente; ao
passo que videtur é externo e físico, penite
é interno e metafísico.

Dessarte, devemos coligir que o homem é


um ser que naturalmente pode atingir a
essência transcendental, desde que ele
reconheça a mesma como seu bem
supremo; esta é a verdadeira consciência
de penite. Ademais, penite é sófico, dado
que a luz da sabedoria é uma de suas
incocussas bases e um de seus
morigerados estros, que trazem-na
consonância com a estrutura universal em
vigência.

666
Nada obstante, as interações na quais se
comum os elementos tanto de penite
quanto de videtur, sob as colocações
metafísicas, são arranjadas como fim
diante da univocidade e como meio
perante a individuação.

A individuação é o reconhecimento
particular de cada indivíduo para com si
mesmo, viz. é a grande perspicácia
humana: a autoconsciência. Tenho em
base para tal afirmação as seguintes
premissas estruturadas num silogismo:

Argumentos:

a) O indivíduo é um ser que possui


potencial o suficiente para atingir níveis
superiores da consciência.

b) A consciência só pode ser ativada se o


indivíduo tiver ciência de suas bases e
condições de existência.

Conclusão:

667
c) Logo, o indivíduo, para alcançar o
estado supremo da consciência, deve ter
conhecimento pleno de sua própria.

A univocidade é a relação do ser para com


o universo, viz. todas as extensões
dimensionais da estrutura universal, desde
que, em uníssono com esta, se associe ao
todo que nela vigora. Penite se enquadra
com ambas as classes de interação, mas a
videtur proporciona uma terceira e,
também, uma quarta: o egoicismo e o
coletivismo.

O egoicismo, símile na proposta inicial com


a individuação, é sua parte ruim; enquanto
a individuação reconhece a si mesma para
obter entendimento do todo da consciência
universal, o egoicismo o faz para
interesses próprios, de maneira jactanciosa
e aleivosa. O coletivismo, bem como o
egoicismo, é a deturpação de seu
fundamento "semelhante".

Ao passo que a univocidade representa a


natureza humana com relação ao todo do
absoluto, gerando concórdia do ser com o
668
cosmos, o coletivismo posiciona os
indivíduos como inferiores a sua natureza
cósmica, gerando, destarte, dissonância e
atritos baldosos com o cosmos; este,
porventura, é a matriz de todos os
conflitos sociais que acarretaram em
eventos funestos na história da
humanidade.

669
670
CAPÍTULO 12
DA FILOSOFIA EM GERAL

Seção XLII

Do Rol dos Juízos Esotéricos sobre a


Realidade Humana

671
O desenvolvimento da ciência psicológica
foi retardado muito mais pelo ridículo
dessa classe de pretendentes, do que
pelas dificuldades inerentes ao seu estudo.
A gargalhada vazia da babá científica ou
dos tolos da moda fez mais para manter o
homem ignorante de seus poderes
psíquicos imperiais, do que as
obscuridades, os obstáculos e os perigos
que se aglomeram sobre o assunto. Este é
especialmente o caso dos fenômenos
espiritualistas. O fato de a investigação
deles ter sido tão amplamente confinada
aos incapazes se deve ao fato de que os
homens da ciência, que poderiam e os
teriam estudado, ficaram assustados com
as exposições vangloriadas, as piadas
insignificantes e o clamor impertinente
daqueles não é digno de amarrar os
sapatos. Existem covardes morais, mesmo
nas cadeiras da universidade. A vitalidade
inerente ao espiritualismo moderno é
comprovada em sua sobrevivência da
negligência do corpo científico e da
vanglória obstrutiva de seus pretensos

672
expositores. Se começarmos com os
desdéns desdenhosos dos patriarcas da
ciência, como Faraday e Brewster, e
terminar com as exposições profissionais
do imitador bem-sucedido dos fenômenos
de Londres, não os encontraremos
fornecendo um único argumento bem
estabelecido contra a ocorrência de
manifestações espirituais.

Vivemos de acordo com o que sabemos.


Se acreditarmos que o universo e nós
mesmos somos mecânicos, viveremos
mecanicamente. Pelo contrário, se
soubermos que fazemos parte de um
universo aberto e que nossa mente é uma
matriz da realidade, viveremos a vida de
forma mais criativa e com maior energia.
Se nos imaginarmos como seres isolados,
flutuando em um oceano de indiferença,
nos comportaremos na vida de maneira
diferente do que nos conheceríamos em
um universo total indivisível. Se
acreditarmos que o mundo é fixo, nos
oporemos a qualquer mudança; Se

673
soubermos que o mundo é fluido, seremos
cooperadores da mudança.

Como Abraham Maslow disse, o medo de


conhecer é, no fundo, um medo de fazer,
porque todo conhecimento envolve uma
responsabilidade. Essas novas descobertas
revelam aspectos da realidade que, devido
à sua rica complexidade, escapam à
análise, mas ainda assim podemos
entendê-las. Em algum nível, seja o
coração, o cérebro direito, o intestino ou o
inconsciente coletivo, reconhecemos a
justiça e até a simplicidade dos princípios
que eles implicam: eles correspondem a
um conhecimento profundamente
enraizado em nós.

Sendo as raízes da árvore da vida


profundamente afundadas no mundo
orgânico, seu tronco é constituído da
seguinte forma: Começando no nível da
terra, temos antes de tudo as formas mais
baixas de vida inconscientes e insensatas.
Estes, por sua vez, dão origem a formas
dotadas de sensação e, posteriormente, a

674
formas dotadas de Consciência Simples.
Desde o final, quando chega a hora certa,
surge a autoconsciência e (como já foi
dito) em ascensão direta a partir dessa
Consciência Cósmica. Só é necessário,
neste local, esclarecer as bases para o
trabalho a ser feito, ressaltar que a
doutrina do desenvolvimento do ser
humano, vista do lado da psicologia, está
estritamente de acordo com a teoria da
evolução n geral como recebido e ensinado
hoje pelos principais pensadores.

Essa árvore que chamamos vida e sua


parte superior vida humana e mente
humana simplesmente cresceu à medida
que cresce qualquer outra árvore e, além
de seu caule principal, como indicado
acima, ela, como no caso de outras
árvores, arrancou muitos galhos. Seria
bom considerar alguns deles. Ver-se-á que
alguns deles são desprendidos da parte
inferior do tronco, como, por exemplo, a
contratilidade, da qual o grande membro,
e como parte dele, provoca toda ação
muscular desde o simples movimento do
675
verme até os movimentos
maravilhosamente coordenados feitos, no
exercício de sua arte, por um Liszt ou um
Paderewski. Outro desses grandes
membros inferiores é o instinto de
autopreservação e (associado a ele) o
instinto de continuidade das espécies - a
preservação da raça. Mais acima, os
sentidos especiais surgem do tronco
principal e, à medida que crescem e se
dividem e novamente se dividem, tornam-
se galhos grandes e de importância vital
da grande árvore. De todas essas
brotações principais brotam braços
menores e desses galhos mais delicados.

Assim, a partir do intelecto humano, cujo


fato central é a autoconsciência, uma
seção do tronco principal de nossa árvore,
julgamento primavera, razão, comparação,
imaginação, abstração, reflexão,
generalização. Da natureza moral ou
emocional, um dos maiores e mais
importantes membros principais, o amor
primaveril (um grande ramo que se divide
em muitos ramos menores), reverência, fé,
676
medo, temor, esperança, ódio, humor e
muito mais. O grande ramo chamou o
sentido da visão, que no início era uma
percepção da diferença entre luz e
escuridão, enviou galhos que chamamos
de senso de forma, de distância e,
posteriormente, de sentido de cor. O
membro chamado sentido da audição tem
para galhos e galhos a apreensão do
volume, do tom, da distância, da direção e,
como um galho delicado que acaba de
surgir, o sentido musical.

O crescimento do intelecto humano é o


crescimento dos conceitos, isto é, a
multiplicação dos mais simples e, ao
mesmo tempo, a construção destes em
outros cada vez mais complexos. Embora
esse aumento em número e complexidade
ocorra constantemente em todas as
mentes ativas durante pelo menos a
primeira metade da vida, desde a infância
até a meia-idade, e embora cada um de
nós saiba que temos conceitos agora que
não tínhamos há algum tempo,
provavelmente o mais sábio de nós não
677
podia dizer, a partir da observação feita
em sua mente, apenas por qual processo
esses novos conceitos surgiram - de onde
eles vieram ou como vieram. Para que
antes que uma impressão sensorial ou
uma emoção possa ser incorporada ou
transmitida na linguagem, um conceito
precisa ser formado (supostamente mais
ou menos verdadeiramente para
representá-la), conceito que pode, é claro,
ser transmitido em palavras. Mas, de fato,
noventa e nove de cada cem de nossas
impressões sensoriais e emoções nunca
foram representadas no intelecto por
conceitos e, portanto, permanecem não
expressas e inexprimíveis, exceto
imperfeitamente pela descrição e sugestão
indiretas. Existe nos animais inferiores um
estado de coisas que serve bem para
ilustrar essa proposição. Elas têm
percepções sensoriais agudas e emoções
fortes, como medo, raiva, paixão sexual e
amor materno, e ainda não podem
expressá-las porque não possuem
linguagem própria e os animais em

678
questão não possuem um sistema de
conceitos com sons articulados
correspondentes. Concedidos a nós nossas
percepções sensoriais e nossa natureza
moral humana, e devemos ser tão burros
quanto os animais, se não tivéssemos
junto com eles um intelecto no qual eles
podem ser espelhados e pelos quais, por
meio da linguagem, eles possam ser
expressos. Em um período posterior, mas
ainda antes da época das composições
literárias mais antigas agora existentes, o
senso de cor foi tão longe desenvolvido
além dessa condição primitiva que
vermelho e preto eram reconhecidos como
distintos. Ainda mais tarde, no momento
em que a maior parte do Rig Veda era
composta, vermelho, amarelo e preto
eram reconhecidos como três tons
separados, mas esses três incluíam todas
as cores que o homem daquela idade era
capaz de apreciar. Mais tarde, o branco foi
adicionado à lista e depois o verde; mas
em todo o Rig Veda, o Zend Avesta, os
poemas homéricos e a Bíblia, a cor do céu

679
não é mencionada uma vez, portanto,
aparentemente, não foi reconhecida.

A ciência nada mais faz do que confirmar


paradoxos e intuições que a humanidade
encontrou repetidamente, mas
teimosamente tentando não vê-los. Está
nos dizendo que nossas instituições sociais
e nossos próprios modos de vida estão
violando a natureza. Dedicamo-nos a
fragmentar e congelar o que devemos
permitir mover porque somos dinâmicos.
Estabelecemos hierarquias de poder não
naturais. Competimos quando, na
realidade, poderíamos cooperar. Se lermos
os sinais que aparecem no quadro de
avisos de ciências, veremos a necessidade
crítica de mudança em que nos
encontramos; uma mudança que consiste
em viver de acordo com a natureza e não
contra ela.

Descobertas emanadas de diversos


campos da ciência, pesquisas sobre o
cérebro, física, biologia molecular,
pesquisas sobre aprendizado e

680
consciência, antropologia, psicofisiologia,
convergem por caminhos revolucionários,
e ainda assim a imagem resultante está
longe de ser bem conhecida.
Normalmente, as notícias das fronteiras da
ciência chegam até nós apenas filtradas
por canais altamente especializados, às
vezes de maneira fragmentada e
desordenada. E, no entanto, é algo que diz
respeito a todos nós; é novidade para
espalhar, não algo para registrar como um
diário particular.

Antes de examinar essas descobertas,


paremos para considerar brevemente por
que essas notícias chegam até nós apenas
em partes, se é que existem. Claro que
não é que alguém os censure. Como
veremos, o problema da comunicação se
deve, em parte, à natureza muito estranha
do que foi descoberto; em parte, também
resulta da extrema especialização de
pesquisadores que, como tais, carecem de
uma visão geral. Existem muito poucas
pessoas envolvidas na síntese de
informações de lugares amplamente
681
separados. É como se os exploradores
militares retornassem continuamente das
missões de reconhecimento, e não
houvesse generais para reunir e tirar
proveito de todas essas informações.

Houve um tempo em que todos "faziam"


ciência. Muito antes de haver carreiras
científicas, as pessoas tentavam entender
a natureza como entretenimento ou por
seu próprio interesse. Eles coletaram
espécimes, experimentaram, construíram
microscópios e telescópios. Embora alguns
desses cientistas amadores tenham se
tornado famosos, dificilmente nos ocorre
que eles não haviam recebido treinamento
acadêmico como tal; eles certamente não
precisavam escrever teses ou dissertações
para nenhuma universidade. E todos nós
também somos cientistas: crianças
curiosas, tentando tudo com nossas
línguas, descobrindo a gravidade, espiando
através das rochas, vendo figuras nas
estrelas, imaginando por que o céu é azul
e por que a noite nos assusta.

682
Mas o romantismo da ciência desaparece
rapidamente na maioria dos adolescentes,
em parte por causa do estilo reducionista
do hemisfério esquerdo de ensinar ciências
no sistema educacional e em parte por
causa da demanda tecnológica por
aplicações práticas exercidas pela
sociedade. Quem ama a natureza, mas não
gosta de dissecar pequenos animais, logo
aprende a desviar-se da disciplina escolar
chamada biologia. Os estudantes que se
matriculam em cursos de psicologia, na
esperança de aprender algo sobre como as
pessoas pensam e sentem, precisam
aprender mais sobre ratos ou estatísticas
do que deveras gostariam.

Contudo, os inimigos mais inveterados e


intransigentes do Espiritismo são,
felizmente, uma classe composta por
poucos membros que, no entanto,
declaram mais alto e afirmam suas
opiniões com um clamor digno de uma
causa melhor. Esses são os pretendentes à
ciência da jovem América - uma classe
mestiça de pseudo-filósofos, mencionados
683
na abertura deste capítulo, que às vezes
não têm mais direito de serem
considerados eruditos do que a posse de
uma máquina elétrica ou a entrega de uma
palestra pueril sobre insanidade e
mediomania. Tais homens são - se tu
acreditas neles - profundos pensadores e
fisiologistas; não há nenhum absurdo
metafísico sobre eles; eles são positivistas
- os filhos mentais de Auguste Comte,
cujos seios incham com o pensamento de
arrancar a humanidade iludida do escuro
abismo da superstição e reconstruir o
cosmos com princípios aprimorados.
Psicofobistas irrascíveis, não se pode
oferecer mais insultos a eles do que
sugerir que eles sejam dotados de espíritos
imortais. Para ouvi-los, alguém poderia
imaginar que não pode haver outras almas
em homens e mulheres além de almas
"científicas" ou "não científicas"; qualquer
que seja esse tipo de alma.

O filósofo-matemático - o sumo sacerdote


da "religião do futuro" - ensinou sua
doutrina, assim como todos os seus irmãos
684
profetas de nossos dias modernos. Ele
deificou a "mulher" e a forneceu um altar;
mas a deusa teve que pagar pelo seu uso.
Os racionalistas riram da aberração mental
de Fourier; eles riram dos St. Simonists; e
seu desprezo pelo espiritismo não tinha
limites. Os mesmos racionalistas e
materialistas foram apanhados, como
tantos pardais de cabeça vazia, pela
limeira da retórica do novo profeta. Um
desejo por algum tipo de divindade, um
desejo pelo "desconhecido" é um
sentimento congênito no homem;
portanto, os piores ateus parecem não
estar isentos disso. Enganados pelo brilho
externo desse ignus fatuus, os discípulos o
seguiram até se verem tropeçando em um
pântano sem fundo.

Seção XLIII

Alguns Tratados Filosóficos

I
685
TRATADO I 

Da Natureza Humana 

O homem possui inclinações assaz


consonantes a sua vontade, quer da sua
impressão de ideal, quer da fruição melhor
das cousas. O homem, por
conseguinte, invariavelmente almeja o
bem supremo, que a felicidade, a justiça, a
quietude, até mesmo a beleza e a
santidade, lhas concede com sobejo. Isto
posto, a natureza d'homem exige que se
forneça ao ser o que proporciona-lhe as
melhores condições d'existência para,
especialmente, viver bem e, a partir disso,
estar em uníssono com as leis divinas ou
cósmicas. Examinando esta questão de
maneira um tanto mais percuciente,
notaremos que se o ente humano é
outorgado naturalmente a gozar duma
vida mais miraculosa e jucunda possível,
para uma realidade pérfida e seva como a

686
nossa, isto seria equivalente a desdém e
vitupério; não porque está
necessariamente errado - entretanto - em
face do fato que as pessoas que não
passam por esta transcendência (conforme
podemos, pois, denominar) verem-na
como uma escapatória contumaz da
insciência e da desdita, cujo mesmo
estado jamais querem infirmar em suas
vidas, pois, justamente, é-lhes mui
confortável quedar assim. Destarte,
quando a natureza de busca pela
sabedoria plena e pelo sacro júbilo no
caráter original d'homem é pervertida,
tudo tenderá, como resultado, à cizânia e à
leviandade na urdidura da civilização
humana. Discorrido isto, devemos arguir
que o homem, enquanto ser natural,
está a disposição d'elementos propícios
para a elevação dos seus graus de
percepção, a fim de contatar-se
diretamente com a extensão ativa dos
componentes etéreos, sutis e espirituais da
realidade, i.e., as dimensões sublimes do
universo.  

687
Uma vez que abordamos a natureza
humana como estando conectada de
maneira retilínea à parte espiritual da
substância ôntica, estamos, pois, aderindo-
nos à epistemologia dos arcanos que,
outrora, foram implantados na
humanidade para que esta reconhecesse
sua peculiaridade de ser mui propínqua a
da qualidade divina da nous. Com isso, a
religião não seria uma mera deturpação da
genuína espiritualidade d'homem, senão
um tentame malogrado de resgatar o ser
humano para converter-se novamente,
como fora originalmente, em ser divino.
Agora, para compreendermos a natureza
das cousas como sendo representações e
engenhos humanos, devemos tornar a
natureza, consoante o que atestamos de
antemão, outrossim divina. As
propriedades sumas do ser ao passo que
vive diante de ambientes que lhe provêm e
lhe infundem a ubíqua energia, vo-
las aprecio para que possais entender que
todo o ser humano é sagrado, pois, sendo
uma manifestação símile e agregada à

688
benção sacra do criador de mesma
natureza, logo, ele também o é. Sem
embargo, se não o for materialmente,
deverá lutar, malgrado em prélios
extenuantes, para remir-se da profanação
corpórea e reconquistar a sua divindade. O
homem jamais deve ser um ser paladino,
pois, ele é insólito e incomparável tanto a
priori quanto a posteriori. O homem é um
ginete de sua própria alma; intentará, com
efeito, dominá-la com sua adaga iniciática
e sacramental para voltar ao estado da luz
soberana que tanto lhe reinou na gênese
absoluta. Dirá, no tocante a este mesmo
conteúdo, Rev. Louis-Claude de Saint
Martin, que o homem é um meio excelso
de se demonstrar a essência divina.
Ademais, de acordo com ele, o homem,
quer estando no mundo terrestre, quer não
estando, ele combina perfeitamente com o
outro mundo que é o Todo. Neste modo de
suposição, podemos determinar que
ninguém é deveras inerente a realidade
material ou física, senão a realidade
espiritual ou metafísica. E, para retomar, é

689
preciso reconhecer que somos seres
nuclearmente espirituais ou metafísicos. 

Com o propósito de dar avanços a nossas


bases teóricas de conhecimento propostas
no concernente à natureza humana,
consideremos o conceito do Sr. Martinez
de Pasqually de repartição da obra do
Criador, que se apresenta como: a) O
universo, viz., a circunferência na qual se
contém tanto a obra geral quanto a
particular; b) A terra ou a parte geral
daquilo que emanam todos os alimentos
necessários para abastecer a parte
particular e c) A particular ou a parte
composta de todos os habitantes dos
corpos terrenos e celestiais.

A natureza humana, conforme as


advertências filosóficas precedentes, deve
estar, assim, pertinente ao universo, viz., a
parte geral de Deus, onde, no que
construiremos teoricamente, se integra
com uniformidade e integridade. Deus,
neste sentido (quer dizer, no universo) é
absolutamente o Eu de todas as cousas e

690
de todos os seres. Estipulando que o
homem tenha um Eu de mesma natureza,
estabelecido e muito bem arrematado,
logo, ele é, de feito, um ser
extremadamente côngruo a Deus no seu
ambiente de origem ou de semelhante
gênese. Conseguintemente, podemos
deliberar com intimativa que a terra é
apenas um lugar efêmero, passageiro, que
somente serve como estribo para o
homem aprender que aquele não é o seu
legítimo lugar d'existência, mas, sim, o
plano celestial ou a circunferência unívoca
desdobrada por Deus, e, com isto, tentar
lograr a aquisição da suprema inteligência
lhe facultada per natura e ascender,
doravante a sublimação da psique e o
olvido total da mui confinada e
restritíssima mente dianoética ou material,
a fim de alcançar o
súpero concento perante o Altíssimo. A
parte particular da criação é somente um
lugar para aqueles que prometem passar
por todos os
engendramentos metempsicóticos novame

691
nte ou arrimo transitório para as almas
designadas a atingir a lhana iluminação;
em que pese isso, não é nem um pouco
imanente à natureza arcana e
irrefragavelmente original d'homem, in
facto. 

Roger Bacon, sobre a importância das


virtudes e de seus frutos para com a graça
de Deus, configura a seguinte declaração:
"Caeterum multum animari debemus ut
ad virtutis culmen aspiremus,
et exemplis nobilibus excitati nobiliores fr
uctus virtutum producamus, quoniam maj
us juvamen in vita habemus quam ipsi ph
ilosophi, et sine comparatione majora
auxilia per
Dei gratiam recipere comprobamur."
Desta maneira, devo crer que o homem,
em sua natureza, mormente, possui
inefáveis características no que toca à sua
virtude. Vo-la reitero para que tenhais em
mente que a disciplina, a honradez e a
paixão incondicionada ao sagrado devem
ser princípios basilares da conduta
humana ad rerum natura.
692
Consequentemente, dever-se-á salientar
que os hábitos d’homem podem denunciar
incontinenti o seu caráter, as suas aptidões
e, sobretudo, suas ideias. 

Cornellius Agrippa realça com inconsútil


eloquência a importância do amor como
um dos caminhos fidos ante a Deus:
“Amor enim vehiculum animæ, omnium p
ræstantissimus, superne ab intelligibilibus 
usq.” Sob ótica materialista, parece um
tanto inconcepto; não obstante, sob aquela
espiritualista, faz todo o sentido. Porquanto
o amor é a chave suprema para dar apoio
sempiterno às dimensões vitais
empreendidas na gênese e na evolução e
energia vital aos seres viventes nestas, ele
deve ser não só ser preservado
obstinadamente, como, v.g., ser
panegirizado amiúde a fim de manter a
sua misericordiosa influência na civilização
humana, visto que, a partir disso, gera-se a
ordem e a glória para todos que vivem sob
seus ditames. A natureza humana é, pois,
mui consistente em seus engendros de
captação e exalação dos eflúvios
693
esotéricos que são emanados diretamente
do centro topográfico da construção
unívoca do Cosmos. Assim sendo, temos
de adunar às nossas teses aqui soerguidas
logicamente, que a instrução do Raio
Divino e seu envolvimento iluminador no
ser humano, Pseudo-Dionísio no-la quadra
no seguinte saber:
“Καὶ γὰρ οὐδὲ δυνατὸν ἑτέρως ἡμῖν ἐπιλάμψαι τὴν 
θεαρχικὴν ἀκτῖνα μὴ τῇ ποικιλίθι τῶν ἱερῶν παραπ
ετασμάτων ἀναγωγικῶς περικεκαλυμμένην καὶ τοῖς 
καθ' ἡμᾶς προνοίᾳ πατρικῆ συμφυῶς καὶ οἰκείως δ
ιεσκευασμένην.” O Raio Divino é o fornecedor
da divindade, em particular, a esotérica,
d’homem, fazendo-o não obstar-se pelos
empecilhos da matéria e possuir,
sobretudo, a consciência plena de que ele
possui uma essência diva e sacra
internamente e que pode, a qualquer
momento, dialogar substancialmente com
os elementos ativos dos páramos etéreos,
ou o Céu, como sói nomear-se. 

Consoante o asserto de Clemente de


Alexandria, podemos objetivamente inferir
que a Natureza Divina, para estadear
694
glória, veneração ou respeito, não
necessita de cousas de proveniência
material ou profana, as quais demolem a
sua verdadeira primazia enquanto
encomiada intencionalmente, como, p. ex.,
sacrifícios, pecúlios, oferendas e &c.

Em conformidade com o que presumimos


outrora, dever-se-á enfatizar, portanto, que
a natureza divina é a essência da natureza
humana que, conforme vos dissera, é
atributivamente divina. Logo, tampouco
para natureza humana, pode-se oferecer
cousas materiais para regozijá-la
profundamente. Devemos utilizar, pois,
das nossas ideias e sentimentos, as quais,
de algum modo ou outro, advêm das
dimensões metafísicas da consciência
humana. Por conseguinte, a impavidez
d'homem ao exibir sua então pressuposta
infinidade de destrezas na demonstração
emotiva, vo-la encaminho para que possais
compreender que a espiritualidade
d'homem é sua própria natureza, bem
como sua divindade. Buddhaghosa, sobre
a natureza do iluminado, i.e., as
695
orientações para poder classificar alguém
como sendo um buddha, deve-se ter o
conhecimento como fruto da liberação,
desde que tudo que se saiba tenha sido
descoberto por ele mesmo. No tocante à
liberação, devemos saber que esta é o
alvedrio do homem estando em perfeito
uníssono com o Cosmos, i.e., a
liberdade par excellence. E isto é que
fomenta a sabedoria ilimitada
dum boddhisattva ou dum ser que
descobriu a natureza
humana inteiramente. Conclusivamente,
devo dizer que esta mesma é
divina in essentia. 

A fim de promover uma


discussão aretaicaconsistente, inspirar-
nos-emos, pois, em diversas tradições
filosóficas e religiosas, abarcando questões
tanto pertinentes à ética quanto à moral.
Devemos ter como premissa precípua,
conforme o adágio aristotélico, este
preceito doutrinário ético:
"διό καλως απεφηναντο τάγατον, ού παντ΄ εφιέται.”
. Todas as virtudes defendidas pelos
696
sistemas de credo do mundo visam,
malgrado debalde, o Bem supremo. Os
caminhos para alcançá-lo giram em torno
das boas ações, bons pensamentos e bons
sentimentos para com o próximo. É um
arquétipo disciplinar que vemos
praticamente em todos os
ditames aretaicos do mundo. Destarte,
devemos crer, indubitavelmente, que o
que subsiste como bom em todas as
ocasiões, é a própria prática virtuosa das
nossas ideias e impressões. Não existe
ambivalência alguma nas condições ético-
morais de instrução quando há firmeza e
retidão nas suas formações e diretrizes
originais. Num livro d’ética judaica redigido
e escrito por um autor anônimo, salienta-
se a natureza contínua do pecado se
admitido como durame de conduta;
entretanto, se interrompido, o ser torna-se
diretamente louvado e abençoado por
Deus: " ‫ א‬ ‫ אלא‬ ,‫ מוכיחו‬ ‫ שאינו‬ ‫ די‬ ‫ ולא‬ .‫ חטאיו‬ ‫ על‬ ‫ להוכיחו‬ ‫ לו‬ ‫ שהיה‬ :‫האחד‬
‫ האמת‬ ‫ על‬ ‫ קנא‬ ‫ שלא‬ ‫ עונש‬ ‫ החנף‬ ‫ לזה‬ ‫ ויש‬ .‫ מרעים‬ ‫ יד‬ ‫ ומחזיק‬ "‫ חטאת‬ ‫ "לא‬ ‫ לו‬ ‫ומר‬
"‫ חטאת‬ ‫ "לא‬ ‫ כשאומר‬ ,‫ החוטא‬ ‫ לפני‬ ‫ מכשול‬ ‫ נותן‬ ‫ החונף‬ ‫ שזה‬ :‫ועוד‬
‫ א‬ ‫ בני‬ ‫ וצער‬ ‫ נזק‬ ‫ על‬ ‫ שנענש‬ ‫ העונש‬ ‫ מלבד‬ ;‫ לחטוא‬ ‫ עוד‬ ‫ ויוסיף‬ ,‫ מרעתו‬ ‫ ישוב‬ ‫ לא‬ –
‫דם‬." Os "sem-pecado", vo-los falo que, em

697
indisputável senso, são pessoas ou
extremadamente santas ou
extremadamente pérfidas, relatando, com
efeito, uma contraditio in termini sob
ângulo da lógica estrutural. Nada obstante,
combinar-se-ão os componentes do ato do
pecado em seus ciclos de causa e efeito, a
fim de atestar o quão pecaminoso, o ser
é in concreto. Por conseguinte, devo
asseverar-vos que o pecado é um
elemento ético-aretaico que determina os
graus atributivos de piedade ou impiedade
do ser, in doctrina, conforme o preceito
ético judaico mencionado de antanho. 

Levemos em conta, analogamente, a


doutrina das cincos virtudes do Shikismo,
na qual, se incluem: Sat
(verdade), Daya (compaixão), Santok (cont
entamento, Nimrata (humildade)
e Pyaar (amor). O livro cardinal
do Shikismo nos disseca cada
conceito outorgadamente. Segundo
o Guru Granth Sahib, Sat une o homem a
Deus e preserva-lo valiosamente no seu
coração. A partir daí, obtém-se toda a
698
salvação e o pleno entendimento da
realidade. Acerca de Daya, ajuramenta o
livro sagrado que sendo gentil e
escrupuloso é mais meritório do que banho
nos sessenta e oito sacrários de
peregrinação e a doa da
caridade. Outrossim, nós
temos Santokh, quiçá, como, v.g., a mais
excelsa modalidade de vida. Nimrata seria
o atributo marcante do ser cônscio de
Deus. Pyaar seria as mãos de Deus
n'homem, e, isto posto, o ponto de colisão
entre o divino e o humano. Hei
de devisar agora minhas reflexões
percucientes sobre os Cinco Preceitos da
filosofia-religião budista, malgrado o al
disso queda para outros tratados que farei
em breve. Por este meio, daremos
andamento a nossa fundamentação teórica
conforme o que nos asseverará o
Cânon Pali, com todos os seus
primaciais suttas. Deixo,
conseguintemente, convosco, a minha
inquirição tocante a estas deliberações
para solidificar nosso conhecimento, a

699
ponto de transformá-lo em perseverante,
embora hesterno a hodierno, sempre
mudam-se as concepções nossas, ás
vezes, incontinenti, outras,
vagarosamente, não obstante "πάντα ῥεῖ".

II

§1. Da Teoria do Conhecimento como


Fundamento de Constatação dos Fatos
Históricos 

Todo eventual fenômeno que influiu com


significância no percurso da evolução
humana é definido como um fato histórico.
O conjunto de desenvoluções no qual está
ínsito se denomina história. Contudo, a
maneira de relatar e de determinar a
factualidade são multiformes e, muitas
vezes, se contraditam. Existem, no ramo
da ciência da história, diversas versões
sobre um mesmo importante fenômeno

700
circunscrito na evolução humana; daí, eis a
pergunta: como determinar qual é a
verdadeira e qual é a falsa? É neste ponto
em especial que deverá ser necessário um
arranjo epistêmico, o qual fornecerá sólido
suporte tanto metodológico quanto
teleológico na construção de um relato
histórico mais próximo da verdadeira
concretização do fenômeno por ele
reportado. Todo o relato histórico, para ser
considerado verdadeiro, deve ser
apodítico, i.e., possuir uma base
indubitável e inteiramente
comprovável por meios sensíveis ou
inteligíveis de averiguação e corroboração.
Antigos historiadores, como Maneto, Tito
Lívio, Heródoto, Sima Qian, Al-
Tabari, Kalhana e &c., possuíam
distintos procedimentos e sistemas
normativos e técnicos nos seus
componentes historiográficos, não
obstante seus escopos serem os mesmos:
a verdade ou o fato preciso dos eventos
que foram presentados. Em toda teoria do
conhecimento, é preciso justificar cada um

701
dos componentes estruturais e, outrossim,
as propriedades ideacionais lhe
concernentes. Mister asseverar que a
disposição dos critérios e das preposições
na armação duma reportagem histórica
deve ser pormenorizadamente examinada,
sempre observando atenciosamente a sua
validade ou não como juízo ou valor
atributivo de estabelecimento
da conhecença, antes de ser impulsionada
e produzida efetivamente na veiculação
das informações históricas. Por
conseguinte, os propósitos arrematados na
configuração teorética do historiador
devem estar de acordo com a modalidade,
isto é, o nível de intensidade e proporção,
do fenômeno histórico que se deseja
discorrer. Liu Zhiji afirma que o espectro
alicerçador de cada exposição
dos fenômenos históricos, como as
controvérsias dos poemas de Chen Sici, se
revela na expressão e do entendimento do
historiador, i.e., aquele que narra os
acontecimentos, é que transpõe os fatos, e
não os fatos que transpõem o narrador.

702
Isto demonstra que o historiador é
partícipe daquilo que ele pretende contar,
o que denominamos de interface
historiográfica. Bem como existem o
compartilhamento das fronteiras entre dois
dispositivos informáticos que trocam dados
e sinais, também há o mesmo protótipo
conectivo entre o historiador e os fatos
históricos que intercambiam, por outro
lado, elementos de pressuposição nos
processos de formulação do conhecimento
e suas próprias enunciações empíricas.
Esta relação é primordial na teoria do
conhecimento da filosofia da
história. Eunápio fá-lo exemplarmente na
sua pequena biografia de Plotino:  

 
"Πλωτῖνος ἦν ἐξ Αἰγύπτου φιλόσοφος. τὸ ἐξ Αἰγύπτου νῦν γ
ράφων, καὶ τὴν πατρίδα προσθήσω. Λυκὼ ταύτην ὀνομάζουσ
ιν· καίτοι γε ὁ θεσπέσιος φιλόσοφος Πορφύριος τοῦτο οὐκ ἀν
έγραψε, μαθητής τε αὐτοῦ γεγενῆσθαι λέγων, καὶ συνεσχολα
κέναι τὸν βίον ἅπαντα ἢ τὸν πλεῖστον. τούτου Πλωτίνου θερ
μοὶ βωμοὶ νῦν, καὶ τὰ βιβλία οὐ μόνον τοῖς πεπαιδευμένοις δ
ιὰ χειρὸς ὑπὲρ τοὺς Πλατωνικοὺς λόγους, ἀλλὰ καὶ τὸ πολὺ 
πλῆθος, ἐάν τι παρα3. κούσῃ δογμάτων, ἐς αὐτὰ κάμπτεται. 

703
τὸν βίον αὐτοῦ πάντα Πορφύριος ἐξήνεγκεν, ὡς οὐδένα οἷόν 
τε ἦν πλέον εἰσφέρειν· ἀλλὰ καὶ πολλὰ τῶν βιβλίων ἑρμηνεύ
σας αὐτοῦ φαίνεται. αὐτοῦ δὲ Πορφυρίου βίον ἀνέγραψεν οὐ
δὲ εἷς, ὅσα γε [εἰς] ἡμᾶς εἰδέναι· ἀναλεγομένῳ δὲ ἐκ τῶν δοθ
έντων κατὰ τὴν ἀνάγνωσιν σημείων τοιαῦτα ὑπῆρχε τὰ περὶ 
αὐτόν.".  

Uma outra técnica, visível em Eunápio e


outros historiadores da filosofia, se chama
capacitor de reportagem. Bem
como há um conjunto de dois ou mais
condutores isolados entre si por meio
de dielétricos com função de
armazenamento da carga e energia
elétrica no campo eletrostático
estabelecido entre os condutores,
o historiador apresenta uma série de duas
ou mais premissas cindidas entre si tendo
o papel de preservação dos dados e das
amostras historiográficas no âmbito
conceitual firmado entre as próprias
premissas. O procedimento que vemos,
por exemplo, em
"τῆς μετὰ Μάρκον βασιλείας ἱστορία"
de Herodiano, e utilizado por vários outros

704
historiadores da Antiguidade clássica,
sugiramo-lo a nomenclatura de terminal
explicativo, viz., assim como há pontos de
entrada ou saída num dispositivo elétrico
ou eletrônico qualquer, existe, na ciência
da história, regiões de prolusão ou
desfecho na organização do relato
histórico, que não necessariamente
estejam em ordem cronologicamente
perfeita, porquanto variam estas
consoante o viés de reportagem (não da
apresentação dos fatos) do autor. 

§2. Da Apresentação dos Fatos Históricos e


seu Modelo de Enunciação 

Para saberdes a definição de fato histórico,


vede §1. Feito isto, prossigamos. Deve-se
alegar, peremptoriamente, que quaisquer
historiadores que almejem instruir os seus
leitores de tal forma com que não haja
mistérios na sua narrativa, manter-se-á,
pois, um relato digno de eficiência

705
discursiva, convicção idônea e
generalização somente contingente,
predominando, assim, a contínua
particularização. Neste instante, explicar-
vos-ei com minudências cada um destes
elementos. O primeiro citado foi a
eficiência discursiva. Então, será neste que
concentrar-nos-emos agora. Em retórica,
analogamente, chamamos de protrepse,
i.e., o potencial persuasivo da linguagem,
o qual, ante a exposição histórica, deve ser
mui valorizado, sobretudo, quando
tratamos da ratificação das preposições
utilizadas. Destarte, Anaxímenes escreve:  

 
"ιδεϊν δέ έοτι πάντας τους άριστα των Ελλήνων πολιτευομεν
ους λόγω πρώτον ή τοις έ'ργοις συγί γινομενους, προς δε τού
τοις και τους μέγιστον άξίωμα των βαρβάρων εχοντας τούτω 
προ των πραγμάτων χρωμένους, ειδότας καλώς ώς άκρόπολί
ς έστι σωτηρίας ή διά του λόγου γινομένη του συμφέροντος θ
εωρία, ταύτην άπόρθιμον οίητέον, ου την εκ τών οικοδομημά
των άσφαλή ιο, προς σωτηρίαν είναι νομιστέον.".  

706
A eficiência discursiva é o fenômeno
retórico ou linguístico no qual todas as
sentenças empregadas para convergirem
com a tese são formuladas com
fundamentação ad
litem etiológica, aretaica e auxética. Vemo-
la em, praticamente, todos os grandes
historiadores da humanidade e, tal
recurso, outrossim, deve ser aplicado por
todos aqueles que se dedicam seriamente
à ciência da história. Khorenatsi e Propetsi,
dois grandes historiadores da Armênia, são
modelos imitáveis de eficiência discursiva.
Neste instante, ir-nos-emos ao segundo
ponto, isto é, a convicção idônea. Em
abordagem retórica, chamá-la-íamos
de ethos. A convicção idônea é a
propriedade qualificativa da reportagem
histórica, i.e., determina o quão soído é o
exercício das faculdades morais e
sentimentais do autor com o seu objeto de
estudo, a identidade mútua entre o
historiador e a história, examinada sob a
perspectiva das inclinações não só
intelectivas, mas também

707
comportamentais, viz., o modo como se dá
a interação do autor com a história
narrada, se isto acrescenta ao
conhecimento histórico ou não. Gregório
de Toros, ilustre historiador dos francos, da
Alta Idade Média, no-lo exemplifica: 
 

"Sed cum epilcopatu eius multi expeterent,
ipse Vrficinum qui quondam reserendarius Vltrogo
tho reginae fuerat elegit. Que
dum adhuc viuerent, benedici deprecans, migrauit 
à seculo: suit autem valde eleemo synarius,
in scripturis ecclesiasticis valde instructus,
ita vt seriem diuersarum generationum, quae in li
bris veteris Testamenti describitur, quod
à multi difficile retinetur, hic plerunq:
memoria recenseret.". 

A contínua particularização é quando eu


relato algo em mínimos detalhes com uma
linha de raciocínio permanente e que não
se contradiz a nenhum instante, i.e., é
homogênea e possui eficiente e correto
sentido lógico-fraseológico. Em lógica,
como Saccheri nos demonstra, isto
708
correlacionar-se-ia
ao demonstratibus reliquoroum das suas
preposições, i.e., o resto das
demonstrações. O resto, neste contexto,
seria os indícios remanescentes dalguma
ideia, que a mantém, inda que
fragmentada, firme e intacta. A estes
indícios, chamamos partículas, e seu
conjunto, denominamos contínua
particularização, conforme dantes
mencionado. Kadlubek no-la delineia: 

 
"Tum demum deo plenus antistes, pleniore nacta 
dicendi oportunitate, ait: Divinum admodum,
preses coviensis per gloriose, sentenciasti oraculu
m; divinam constitucionis promulgasti sentenciam
; eatenus tamen tuas habere torsit in presulem Cr
acovie,
et contranibus ulla contrarietate non deroges; aud
i, obsecro, modernos nota, quod ita
est quoorsum respiciat quam ipse tulisti sentencia
? Tuum de
te pacienter excipe iudicium. Hec matrona, Craco 
robur constituciones noveris,
si tuis ipse constitucio viensis est provincia;
tu, nisi dissimulare velis, eius filius; grex tonsarum 

709
est populus provincie; huic pascendo non pastores
set hostes instituisti, qui ea que sua sunt querunt,
non que gregis; unde merito non iam filius,
set privingnus apellaris, privingnali enim hostilitat
e induitur, quem calamitatis materne non miseret;
tu canes rabidos id est officiales turculentissimos,
non in copula districcionis circumducis;
set nodis discipline tua solutis iussione,
passim undique sinis debachari. Hij atrocitate crue
nta, morsibus virulentis,
in gregem penitus confractum, incessanter desevi
unt; nec aliud sitire videntur, quam ut lacerato gre
gis iugulo, gregis cruore debrientur. Tuam igitur N
ota contra modernos principes procas, te
ipsum condempnas; unde verendum nobis est pte
r eorum oppressiones.
(...) Quasi de principe durius aliquid fuissent opina
ti,
et presuli quidem occulcius proscripcionis meditat
ur exilium, aliis vero finitimum capitis infotunium."

§3. Das Propriedades Técnicas da


Historiografia Dialética e  Comparativa 

710
Com efeito, somente comparando as
culturas humanas é que chegaremos na
origem da civilização planetária, donde
todas as ideias surgiram e todo o
esplendor do conhecimento das eras foi
desdobrado e estabelecido perenemente.
A historiografia comparativa, portanto, é
disposta tanto pela relação dos eventos
quanto dos pensamentos que
vislumbraram-se por detrás deles. Isto é o
mesmo que dizer que esta abordagem da
ciência da história faz uma analogia entre
tanto as cousas sensórias dos fatos
históricos quanto aquelas intelectivas.
Cada método que é-lhes postulado possui,
sob qualquer natureza, um aspecto
doutrinal de princípios heurísticos e
canônicos. Em outra palavras, são
sentenciados às cousas sensórias e
intelectivas dos fatos históricos,
fundamentos tanto de natureza prática a
prazo instantâneo, para construir
objetividade e imparcialidade na narração
dos acontecimentos, quanto de natureza
teorética, a fim de presentar composicional

711
e significativamente o processo de
justaposição dos constituintes elocutivos e
coessenciais da instituição exegética da
história relatada. Vejamo-lo, citando caso
símile, na "Historia Anglorum", escrita por
Henrique de Huntingdon, conforme vós
podeis muito bem examinar, estrutural e
substancialmente: 

"Cedwalla secundo anno regni sui misit fratrem su
um Mul fortissimum,
et juvenes cum eo fortissimos, praedatum Cent, p
etitione ejusdem fratris sui.Allexerat enim eum pr
ueteriti anni lucrum gloriosum,
et famse pretium non exosum. Pergens igitur in C
ent, non invenit qui ei resisteret, et
terram praedando in solitudinem redigens, et
Christi
servos immeritos affligens, maledicta eorum merit
a sensit. Nam cum hostes effceniinatos duceret,
et nihil sibi pro viribus praevideret, irruit in domu
m quandam longe a suis
cum duodecim tantum militibus praidaturus; ubi in
opinata multitudine circumventus, cum
hostes interficiendo non deficeret nec proticeret,
qui arrnis ctedi non poterat, in ipsa domo
cum duodecim militibus suis igne combustus est. 

712
Periit ergo flos juvenum,
et juvenilis evanuit exercitus. Unde comparet qua
m nihili sit confidentia fortitudinis ad
Dei omnipotentiam.
Hic audiens Cedwalla rursus iugressus est Cantia
m, ubi mirabili caede et innumera satiatus rapina,
cum non inveniret quid caederet vel raperet, ad
sua magnus vindex et victor saevus rediit.". 

Vários historiadores ingleses medievais


utilizaram deste recurso o qual de antanho
prelecionei-vos, como, v.g., Simão de
Durham, William de Newburgh, Geraldo de
Gales, Rafael de Coggeshall, Roger
de Wendover, Nicolas de Trivet e &c., e
muitos outros que não são de mesma
nacionalidade, visto que tal norma
avaliativa e distintiva é
amplamente estipulada como sendo
universal em qualquer historiografia
existente. Entretanto, um predicado de
exequibilidade tão importante quanto é o
de verificação dialética de competências
aditivas, i.e., a pesquisa de fontes
bibliográficas e documentais, em que se

713
projeta a ideia de que haverá aditamentos,
de extensa probabilidade factual,
contraditórios durante esta busca, e,
juntando as duas ou mais ideias antitéticas
e antinômicas, chegar-se-á a uma razoável
e coesa inferência, viz., a verdade
histórica. Godffrey Higgins, por exemplo,
diz que é provável que acontecesse uma
submersão continental no Oceano Pacífico
setentrional. Sem embargo, ele afirma que
tal ideia parte de narrativas legendárias da
China e da Índia sobre o príncipe Peiruum.
Depois, inadvertidamente, afirma que
grande parte das ilhas da Polinésia faziam
parte de um continente mais extenso; tal
asserção pode ser justificada, como diz o
próprio Higgins, pelos eventos zoológicos
de que, na porção restante do continente
perdido do Oceano Pacífico, i.e., a Oceania
como um todo, não houvessem animais
encontrados em outros territórios. Este é
um exemplo de dialética historiográfica.
Um outro encontramos na obra
de Fray Íñigo. Ele diz que os caribenhos
são de boa estatura, corpulentos,

714
proporcionais e de nervo; em contraste,
afirma que seus aspectos são
desagradáveis, porque fedos, então, são os
narizes e as bocas devido a
pretensiosa galhardaria de
vivos ancenúbios; não obstante isso, ele
reconhece a grande utilidade de tal
costume cultural para livrarem-se da
moléstia das cadimas picadas dos insetos.
É outro paradigma de dialética
historiográfica na literatura. A terceira
técnica, que mescla tanto o caráter
dialético quanto o comparativo, se chama
testemunho de paridade. Vejamos o
esquema logo juso: 

a) Temos uma cousa qualquer (objeto,


evento ou circunstância) que possui
propriedades tais como p¹ ... p² e p+1. 

b) Através da dialética lógico-numênica,


associamos p+1 e p¹ ... p² e formamos p
(p¹+1) ... p (p²+1). 

c) Temos, portanto, p¹+p ... p³+p. 

715
d) Calculando sob a perspectiva de
cancelamento totiente sob a cardinalidade
da função de φ(x) – é, temos, p¹ ... p³,
sendo p¹ a cláusula do proponente
histórico e p³ o variado predicável do
conjunto desta. 

III

Eu sei que é difícil resistir a certas


tentações enquanto sobremodo propínquo
delas, mas a prudência e a honradez,
independentemente dos ensejos e das
circunstâncias, devem ser sempre
sobressalentes. Outrossim, devo crer que o
pensamento religioso invoca grande parte
da consciência humana a uma espécie de
direcionamento no qual
existe uma predeterminação do
destino concebida em seus mais
meticulosos exórdios.  

Mas, a fim de contribuirmos para


terminar peremptoriamente os ciclos
716
viciosos da religião, precisamos
emergencialmente nos libertar em espírito,
alma e corpo dos dogmas e prosélitos
desta. 

Não obstante, clamará Pitágoras que cada


homem é divino, e este é seu verdadeiro
princípio de vida, e que, como bem
salienta, se alcança através da libertação
espiritual ou da dissolução da mortalidade
humana, malgrado em outros termos
constituintes, e em outros signos
prepositivos: "E quando tiveres te privado
do teu corpo mortal, tu chegaste ao mais
puro Éter e, aí, tu deverás ser um Deus,
imortal, incorruptível, e a Morte não
deverá ter mais domínio sobre ti!".  

Nós denominamo-lo
de Moksha, Kevala Jnana, Ushta, Kenosis, 
Metanoia, Fana, Mukti e &c. Na
concepção nirvânica de esclarecimento
absoluto das situações universais, a
meditação na forma verdadeira que está
além dos três atributos
de Sattva, Rajas e Tamas, mesmo essa

717
condição da distinção eu sou Brahman, (o
ego, portanto) é uma ilusão que deve
ser aniquilada.

O simbolismo d'Olho ou a visão sagrada da


realidade metafísica é de feito ligado à
essência de Brahma, o Absoluto, e,
ademais, quem medita sobre este, o Olho
decerto nunca o
deserta. Yajnavalka replica isto ao
Imperador Janka num diálogo do
décimo Muktika.

O sunyata, por conseguinte, é alcançado


no estado nirvânico da consciência, viz. a
plena purificação da alma e, destarte, o
seu completo
vazio. Raga, dvesha e avidya ou moha, no
nirvana, são completamente obliterados.
Aliás, Sidarta Gautama os chama de "três
venenos". O Dzogchen (རྫོགས་ཆེན་), como a
própria nomenclatura sugere, é a
"completa ou íntegra perfeição", uma
tradicional prática tibetana budista; por via
das dúvidas, rdzgos significa "perfeição"
e chen significa "grande".  

718
Mañjuśrīmitra, um dos
grandes estudiosos do budismo e professor
do Dzogchen, o qual dividiu suas escritura
mais antigas
em Semde, Lonnde e Mangdade prelecion
a que os professores-profetas possuem
como base de sua consciência iluminada a
concepção suprema de sila (virtude), e
estes mesmos devem fazer a asserção de
que o Dharma é a essência da mente
iluminada, ademais de que
o bodhichitta (mente iluminada) goza das
mais excelentes qualidades
(gunas), usufruindo igualmente do "olho da
sabedoria" ou a visão espiritual
(prajnackasu).

O grande mestre Longchem Rampbaja,
professor eminente da escola Nyingma do
budismo tibetano, mostra que a iluminação
é a natureza da mente, bem como o
espaço, considerando que não é formada
por nenhum extremo ou viés, e isto, com
efeito, se deve a sua natureza unívoca,
não-dual (advaita). Tipola, iniciado tântrico
e mahasiddha vivente no século XI d.C.,
719
diz a respeito da natureza da mente, e
como expandi-la a partir do próprio
autoconhecimento (atma-vicara ou cit),
embora não seja tão aparente tal
afirmação em seu texto: 

A natureza original da mente é como o espaço;

Ela penetra e abraça todas as coisas sob o sol.

Fica quieto e fica relaxado em genuína facilidade

Fica quieto e deixa o som reverberar como um


eco,

Mantém sua mente em silêncio e observa o fim de


todos os mundos.

Deve-se, com isso, assegurar que o


budismo tibetano é formado por seis
escolas de pensamentos independentes
entre si, cada uma com sua própria ciência
espiritual: Nyingma, Kagyu, Jonang, Sakya
, Gelug e Rimé. Analisemos concisamente
todas e formemos nossas próprias
inferências e conclusões. Agora,

720
comentemos um tanto acerca do Nyingma,
a qual deve ser a mais conhecida entre os
ocidentais. Nyingma, literalmente, se
translitera para o vocábulo "antigo",
demonstrando, portanto, seu aspecto
ancestral, arcano e primacial tanto em
teoria quanto em prática. É amiúde aludido
ao termo Ngangyur (em tibetano: "སྔ་འགྱུར་རྙིང་མ།").
Na doutrina de Samsara de Nyingma,
existem três elementos fundamentais que
compõem a sua gênese. Em primeiro
lugar, temos o egoísmo motivado a
interesses pessoais (bdag-nyid gcig-
pu'i ma-rig-pa) que é erguido na
consciência, mas não é reconhecido como
tal. Em segundo lugar, temos a ignorância
co-emergente (lhan-cig skyes-pa'i ma-rig-
pa). Em terceiro lugar, temos a ignorância
do imaginário (kun-tu brtag-pa'i ma-rig-
pa), onde as percepções possuem
propriedades discerníveis apenas
exteriormente,
nunca interiormente. Jetsun Milarepa, uma
figura importante na tradição Nagyu do
budismo tibetano, era conhecido por ser

721
um assassino na sua juventude
e, inopidamente, quando mais adulto,
converteu-se em um buddha perfeito.
Numa canção de Milarepa, ele ratifica que
Sansara, comparativamente, não é como o
mar, que tira tanto água quanto possível, e
permanece o mesmo sem diminuir. Alude
isto, por conseguinte, à eternidade e à
natureza cíclica de Samsara, que nunca
"diminui", ou ainda, nunca "se cessa",
consoante o que Milarepa ressalta em sua
canção. Destarte, podemos averiguar na
obra de Gampopa, discípulo de Milarepa,
um conceito esotérico elaborado numa
matriz gnóstica sobremaneira iniciática.
Portanto, faz-se dizer como o mesmo
afirma irrefragavelmente, que todos os
seres sencientes possuem efetivamente a
natureza búdica.

Logo, todos são capazes de transcenderem


e atingirem o Ngön-she total ou, em outros
termos, a iluminação da
consciência (Sahaja). Naropa, ademais,
principal discípulo de Tilopa, instruiu
austera e proeminentemente a
722
filosofia Vajrayana. Na sua doutrina
do Mahamudra, diz-se que este é o
coração e o princípio unificador do
tantrismo budista. É o chave e o pré-
requisito para tudo. Pode-se dizer que é
um sistema de valores que está na base ou
é o terreno a partir do qual todo o esforço
humano começa e também o caminho pelo
qual esse mesmo prossegue para ter
sucesso, enquanto, como solução do
problema existencial do homem, deve ser
experimentado para ser conhecido.

No Zambo Magdom, cap. 1, vers. 1.1.-1.5,


de autoria do estudioso
tibetano Rangjung Dorje, vemos a
definição de causa como "a própria mente
sem começo, embora nem limitada nem
parcial, essa [mente] seja exibida
livremente: é vazia em essência, mas clara
na natureza, e suas manifestações
aparecem sem impedimentos como
qualquer coisa". De feito, é uma
perspectiva mui interessante, pois
se é vazia em essência, portanto, não
possui composição sólida própria,
723
independendo dos ensejos lhe ajaezados,
assim, tendo que se expandir no ambiente
natural, expressando-se com notável
abertura justamente nesta ocasião.
Devemos dizer, cambialmente, com
relação ao Sakya, no tocante a sua origem,
é dito que nos tempos antigos três irmãos
divinos desciam ao terra de Ngari Tod, ao
norte do território do rei de Sheltsha no
para trazer mérito aos seres. As cinco
gerações que seguem de Yuring, o
segundo irmão, de Yapang Che, é
conhecido como a Linha Divina de Luz
Clara. Yapang Che, depois de derrotar o
vampiro sem sangue Charing, casou-se
com Yadruk Silima, que lhe deu um filho
chamado Khon Barche, o que significa:
aquele que nasceu no meio da batalha. O
filho deste último, Khon Palpoche, tornou-
se ministro do rei Trison no século VIII a.C.
Outro filho, Khon Nagarakshita, era um
estudante próximo
de acharya Padmakara e um dos sete
'estagiários' tibetanos.  

724
As dez gerações que se estendem
desde Khon. Palpoche ao
irmão Sherab Tsultrim e
Khan Konchog Gyalpo eram hábeis nos
tantras 'antigos' (Nyingma) e obtiveram
realização através das práticas das
divindades
meditativas Shri Vishuddha e Vajrakilaya K
hon Konchog Gyalpo estudaram a
disseminação 'Nova' (Sarma) dos tantras e
fundou-se então o mosteiro Sakya.  

Se o homem se regozija na coleção das


virtudes, portanto, ele desfruta de grande
motivação para o Despertar da
Consciência (Arhat), que é sua causa.
Assim, devo estimar que a consciência é
virtuosa por si só, mas, instintivamente,
ela é o desenvolvimento eficiente da nossa
capacidade de saber, instrução e
esclarecimento espirituais. Desta forma,
o Arhat como causa íntegra dos horizontes
de ilustração humana, o Gelug surge da
fúlgida mente do mestre e
Adepto Je Tsongkhapa. Sabemos, outrossi
m, que Arhat ¬ Karma. 
725
IV

Ao passo que estamos inseridos numa


determinada coletividade, somos, então,
não só forças atuantes dela, mas também
emanações de suas normas e convicções,
acaso deixemos com que esta nos
influencie efetivamente, quer por nosso
atos, quer por nossos pensamentos. A
primeira sociedade, como
muitos filósofos postularam, seria a
família. Contudo, esta visão soa demasiado
materialista e apegada apenas às cousas
sensíveis, e não às inteligíveis ou
suprassensíveis, as quais constituem a
nossa essência de ser e, portanto, o nosso
verdadeiro espírito, imaterial, supremo,
transcendente e etéreo. Todos os seres
humanos possuem um Eu superior, i.e., a
suma consciência existente em cada
indivíduo que não somente assume
a responsabilidade de armazenar o núcleo
deiforme e preternatural dele,  mas,
726
também, de conservar todos os eventos
transcorridos nas experiências
precedentes do mesmo, a fim de que ele
possa conhecer a sua condição de ser
como um todo, i.e., os propósitos, o
significado e o direcionamento de sua
existência e, doravante, assimilar as
origens e o genuíno dever de cada
conteúdo e dimensão propagados por
todos os pontos no panorama universal.
Salientadas estas premissas, dir-vos-ei,
pois, que a primeira e mais sublime forma
de sociedade é a interação consueta e
vigorosa do ser inerente, fugaz e
transitoriamente, à matéria, com seu Eu
divino, cósmico, eterno e de ubíqua
potência. Agora, analisemos a questão da
família.  

Em primeiro lugar, esclareço que a família,


na realidade, é uma grave, avara e
mesquinha deturpação da conexão do
homem com seu Eu divino; ao invés do ser
se unir peremptoriamente com sua
substância de propriedades imortais,
imudáveis e sublimemente desenvoltas, a
727
família, em contrapartida, intenta colocar
os seus descendentes no bojo ilusório,
enganoso, perecível e intermitente da
matéria. Os seus valores são pertinentes a
espúrias e improcedentes especulações
que são implantadas por uma classe seleta
de homens com pujante governação ante a
sociedade, os quais, por sobranceiros,
egoístas e indecorosos interesses,
exercem, com doentia constância, uma
premeditada manobra sociocultural,
através dos estabelecimentos de
interação, comunicação e dinâmica das
massas, seja no ambiente público, seja no
privado, para controlar, com ilimitado
manejo, o destino e os referenciais vitais
de cada indivíduo existente. A família é
somente um destes estabelecimentos, o
qual se caracteriza, evidentemente, como
privado. Nada do que a família prega aos
seus vindouros é, com efeito, direto
resultado das experiências puras e
peculiares dos seus membros, senão
forem, irrefragavelmente, interpretações
oferecidas a posteriori pelo esquema

728
arquetípico sociocultural vão e vicioso
arraigado pelas onipotentes entidades
de soberanas faculdades e prerrogativas
(que são afeiçoadas aos objetos de
sentidos promíscuos e fadados à rotura e à
fugacidade e, também, à deformidade, à
indefinição e à indeterminação das
configurações de proporção concernente à
permeada realidade, de características
indubitavelmente falaciosas e inexatas sob
a ótica da  atribuição legítima, universal e
numênica dos seres vivos) de antanho
citadas; assim, os familiares apenas
reproduzem, sem alguma reflexão,
meditação ou sabedoria diligentemente
formuladas, viz., virtudes cognitivas que
consistem em avaliar com percuciência as
incidências e as inclinações da realidade a
fim de evitar juízos e critérios, tocantes à
aplicação de valores, imprudentes e
impulsivos.  

Geralmente, como todos nós sabemos por


entendimento deveras prático, os
familiares são movidos unicamente a
ímpeto e a soberba, no que diz a respeito
729
da proposição de modalidades
da conhecença das cousas, tanto se
examinarmos por parte de seu gênero
de elóquio e conversação, desde quando o
rebento é pequeno, quanto se o fizermos
pelas suas ações em eventualidades
inabituais, viz., quando os pais são
questionados ou tem seus fundamentos
ideários absolutamente desmentidos nas
ocasionais controvérsias, não só entre seus
consanguíneos, mas com terceiros. Com
todas estas deliberações estigmatizadas,
deveremos inferir, conseguintemente, que
a sociedade ideal e indiscutivelmente
correta deve ser embasada na associação
entre o ser dotado de espírito residente na
matéria e o seu Eu supremo
e extramundano, buscando, sob quaisquer
vias de tentamento, alcançar o
esclarecimento sobre este verdadeiro Eu e
retornar, definitivamente, às suas raízes
cósmicas. Conforme
afirmara Teilhard de Chardin, o grande
sacerdote que fez um admirável
empreendimento em tentar integrar, em

730
uma úncia forma de conhecimento, a
teologia e a ciência, encerro assaz feliz
este capítulo:
"Nous ne sommes pas des êtres humains 
vivant une expérience spirituelle mais des 
êtres spirituels vivant une expérience hu
maine.".  

 Cada cultura possui suas normas e ditos


de conduta, que, por sua vez, são
engendrados sob a ótica daquilo que se
considera moralmente apropriado a se
fazer. Um fascinante polímata
árabe, Ibne Caldune, acentuava que,
historicamente, os povos possuíam (e
possuem) distintos objetivos para com
seus desígnios de empresa coletiva.
Portanto, as convenções sociais são
crenças ou hipóteses morais, e não
verdades que devem ser ínsitas, por
quaisquer meios, em outrem. O modo
como as pessoas devem agir diante de
determinadas situações não devem ser
geridas por algo pré-estabelecido que não
se passa de mero e rudimentar senso
comum; todavia, devê-lo-á ser pelas
731
próprias experiências sob uma visão
destinada anteriormente, i.e., eu ajo em
específica circunstância com um
pensamento operacional; se este não der
certo, intento outro, na próxima vez, que
seja mais coerente e exequível com aquele
ensejo. Todos os seres humanos estão
aptos a assimilar a constituição do caráter
ativo dos fatos instantâneos sob a égide de
suas práticas eo ipso. A ação nunca é
definida sob uma disposição subjetiva e
somente impressiva das cousas, senão da
objetiva e da expressiva, i.e.,
quando é efetivada e sentida pelo seu
receptor. Algumas pessoas deverão
pensar: "Sem embargo, desta guisa, todo
tornar-se-á contratempo e tribulação,
qualquer pessoa poderá fazer as cousas
que bem entende.". Não obstante este
previsível argumento, irei refutá-lo, agora,
como principal escopo deste capítulo daqui
em diante. Todo o ser humano possui uma
essência perfeita e imortal, i.e., o Eu
superior, a quadratura divinal, a
circunferência célica deste mesmo ente.

732
Enfatizado isso, conquanto nós não o
concebamos no frenesi de nossa vida
quotidiana, ele, inda assim, testemunha
todos os nossos atos e os controla ou os
exprime, nos devidos jaezes de regência.
Nenhuma pessoa, certamente, faria
nauseosa micção no pavimento dum
centro comercial, por exemplo, porquanto
o Eu superior, ante a tais ocasiões,
restringe gêneros de atos que,
universalmente (existe um consenso
assentado na própria cosmogênese, o qual
contempla a permissão ou não, em todos
os planos, das ações dos seres que nele
formar-se-iam) vão inteiramente contra a
ordem cósmica instaurada a priori e, em
face disso, são considerados ímprobos e
abominandos. Sob este ângulo, nós já
estaríamos sendo regulados e monitorados
pela consciências ascensa do Eu superior a
não cometer atos mui obscenos ou
incoerentes ante a matéria, e que as
convenções sociais, pois, seriam
absolutamente prescindíveis, como de fato
o são. Vejamos exemplos dessas

733
convenções. Tácito, analogamente,
realçava que nenhum senador passava em
oblívio ou deixava de ser consultado
politicamente pelo Augusto, cujo
estipulado testamento era direcionado aos
seus heréis, Tibério e Lívio, na época dos
Anais, obviamente. Tito Lívio escreveu:
"Annus hic erit insignis novi hominis cons
ulatu, insginis novi duobus magistralis, pr
aetura et curuli aedilitate. Hos sibi patricii 
quaesivere honoros pro concesso plebi alt
ero consulatu.". Dionísio
de Halicarnasso também fê-lo:
"ἐπὶ δὲ τῆς ὀγδοηκοστῆς καὶ τρίτης ὀλυμπιάδος, ἣν 
ἐνίκα στάδιον Κρίσων Ἱμεραῖος, ἄρχοντος Ἀθήνησι 
Φιλίσκου καταλύουσι Ῥωμαῖοι τὴν τῶν δέκα ἀρχὴν 
ἔτη τρία τῶν κοινῶν ἐπιμεληθεῖσαν. ὃν δὲ τρόπον ἐ
πεχείρησαν ἐρριζωμένην ἤδη τὴν δυναστείαν ἐξελεῖν
, καὶ τίνων ἀνδρῶν ἡγησαμένων τῆς ἐλευθερίας,
καὶ διὰ ποίας αἰτίας
καὶ προφάσεις, ἐξ ἀρχῆς ἀναλαβὼν
πειράσομαι διελθεῖν ἀναγκαίας ὑπολαμβάνων εἶναι
καὶ καλὰς τὰς τοιαύτας
μαθήσεις ἅπασι μὲν ὡς εἰπεῖν ἀνθρώποις, μάλιστα
δ᾽ ὅσοι περὶ τὴν φιλόσοφον θεωρίαν

734
καὶ περὶ τὰς πολιτικὰς διατρίβουσι
πράξεις.". Estrabão e Diodoro Sículo detalha
ram com uma gama de explicações, quer
por análise geográfica, quer pela histórica,
os diferentes modos de conduta das
sociedades, sobretudo, a egípcia, a persa,
a grega e a romana, as quais eram as
culturas mais destacadas nas Antiguidades
média e tardia. Todos os intelectuais
espiritualistas deverão entrar num nobre
acordo para discutirem as questões de
método e doutrina dos
comportamentos e as faculdades
cognitivas que interferem em seu
exercício, para não restarem mais dúvidas
acerca da invalidade e imprecisão da
elaboração das convenções sociais. Apesar
de tudo isso, inda sonho que os homens
sejam verdadeiramente livres e
que desfrutem do maior conhecimento
possível que a natureza divina ou sui
generis possa lhes conceder, sem
dependerem de títulos, diplomas, rótulos
ou classificações sociais mundanas e
efêmeras! 

735
V

1. Breve Explanação da Origem da Razão


Humana e sua Relação com a Natureza
das Cousas 

Todo homem, ao nascer, desfruta


incontinenti dum saber em potencial de
desenvolvimento supremo. Isto se atribui,
irrefragavelmente, à própria natureza
d’homem desejosa de conhecimento. Os
avanços de nossa sociedade tanto na área
da tecnologia quanto na da espiritualidade
corroboram com isto poderosamente.
Assim, deve-se inferir que o exercício da
razão é inerente à própria condição
d’existência humana, que a exige como
instrumento primordial para sua evolução.
Não necessariamente torna-a mais
complexa; todavia, transforma-a em algo
mais adaptável e flexível às idiossincrasias
episódicas decorrentes das mudanças
736
inevitáveis nos processos de
desdobramento da vida humana.  

Por conseguinte, é improtelável levar à


tona que a origem racional d’homem está
atrelada às atividades crebras de
julgamento das ordenações tanto
exotéricas quanto esotéricas e, outrossim,
da criação de valores de caráter normativo
e regulador; dessarte, as substâncias
consumadoras das
percepções e sensações, tais elementos
então mencionados lhas outorgam
sobejamente.  Configurada estas noções
concernentes à consciência racional e
correspondente gênese, temos de ter em
mente que nossas concepções assaz
repletas de juízo opinativo são derivadas
essencialmente do que devemos deliberar
nominalmente como razão aplicada.  

Esta aplicação, nos termos referidos, é


a conversão da faculdade de saber
d’homem em sua forma primitiva, i.e.,
internamente suportada, para aquela
correlata ao ambiente que circunda o

737
agente empenhador da razão
(particularmente, o homem), i.e.,
externamente suportada. Hei de enunciar-
vos, como examinador deste assunto em
especial, que enquanto nós desfrutamos
da plenitude racional para edificar as
nossas investigações sobre os entes
atuantes da realidade, sobretudo a nós
mesmos, isso já manifesta que a razão não
é formada ex nihilo, como a maioria das
pessoas atestam; não obstante, esta é
gerada a partir duma necessidade
impostergável de tornar compreensível as
leis que regem e envolvem o universo,
intentando amiúde a totalidade da
sapiência destas, e, ademais, perfazendo
como cognoscíveis os efeitos ulteriores dos
acontecimentos vigorantes na natureza
das cousas. 

O raciocínio é oriundo da razão,


manifestadamente. Entretanto, o raciocínio
não é uma derivação ou um componente
de tipologia coadunar, senão um
complemento digno de nota da razão e,
igualmente, seu exercício mais genuíno.
738
Além disso, ao passo que o raciocínio é um
recurso das operações epistêmicas da
razão sendo formadora consistente dos
sentidos ideários d’homem, esta, por sua
vez, é consolidada in substantia pelo
Verbo, ou Logos, Purusha e &c. Portanto,
fica mui evidente que o Verbo é a condição
suprema pela qual a natureza existe, e o
engendro supremo das realidades
imanentes e transcendentes
do Self, Atman e &c.  

Deve-se deduzir, em suma, que tais


elementos integram diretamente os
indícios precípuos d’expressão da razão
humana. A manifestação originária da
razão, denominá-la-emos de razão
primordial ou instinto. Todo ser
desfruta per natura dum impulso ou
inclinação pressentida, mormente proativa,
que é dotada de faculdades de natureza
intuitiva; por conseguinte, o instinto
depende dum elemento harto importante
dos aspectos da consciência humana, que
nomearemos aqui de intuição,
malgrado ambas não sejam as
739
mesmas cousas, e, doravante a isso, cabe-
mas distinguir.  

O instinto é, como de antanho
estabelecido, o impulso consciencial do
homem conduzido por um pressentimento
ou preconceito situacional, ao passo que a
intuição é, por outro lado, o motor do
instinto, viz., enquanto o instinto age por si
mesmo, a intuição desenvolve a sua ação,
e, conseguintemente, a dessemelhança é
ratificada mediante a esta observação
dialética de ambos os elementos.  

Conforme Aristóteles em seu


adágio: “φύσει μέν ούν αιστεσιν εχοντα γιγνεται τ
ά ζωα, έκ δέ ταυτης τοις μέν ταυτές τοις μέν αυτων 
ούκ έγγιγεται μνέμε, τοις δ΄ έγγιγνεται.” [“A razão
é que, de todos os sentidos, melhor nos
ajuda a conhecer as cousas, além de
revelar muitas distinções.”, a razão é uma
das aptidões principais da psique
humana, que não só nos possibilita
desvendar os enigmas recônditos da
natureza das cousas, mas, sem embargo,
nos ampara a desnudar o sentido real e

740
lídimo de nossa própria instintividade,
tentando conciliar-nos melhor com o que
temos (como há-se de nomear) de razão
reflexiva, ao invés de manter-nos
sempiternamente na razão
impulsiva ou premeditada, tão corriqueira
na vida dos mesteirais e dos fabros.  

§2. Proposta de Divisão das Modalidades


de Razão a partir de sua Origem: Noética e
Dianoética 

A razão, quando operada, invariavelmente,


é direcionada por duas maneiras díspares
daquela que outrora convimos como
instintiva ou intuitiva: a noética e
a dianoética. Deslindemos ambos os
conceitos minuciosamente e, empós,
façamos uma reflexão de caráter
percuciente naquilo que dantes
soerguemos. No que concerne à
modalidade noética, enfatizemos que esta
está situada n’abstração dos sentidos e

741
por esta, é invocada na realidade natural
das cousas. Assim, a razão noética se
relaciona diretamente com os objetos
inteligíveis e produzidos consoante a
quintessência psíquica; sobremais,
estaria condita com a dimensão espiritual
d’homem, e, assim sendo, realçar-se-ia
que a palavra “noésis” vem do grego que
significa algo em torno de “intelecto”,
“mente”.  

Entretanto, se tu souberes um tanto de


etimologia clássica, notarás que “noésis”
está, na verdade, ligada à mente etérea,
sutil e incorpórea. Com efeito,
argumentemos como ulterioridade da
afirmação anterior que a razão noética é o
conjunto dos elementos perceptivos do
espírito associados àquele das faculdades
racionais. Afora isso, é mui imprescindível
afirmar que as impressões noéticas da
razão são amiúde supridas pelo que,
agora, denominamos de sensibilidade
pneumática. Previamente, devo assegurar-
vos a respeito do termo “pneuma”. 

742
Este significa, em grego (pois, deste
idioma, também é originário), ipsis
literis, “espírito”. Incorporando, como
anteriormente garantido, o espírito à
mente etérea, sutil e incorpórea (noésis),
logo, apresentar-vos-íamos outra
nomenclatura para razão noética fundada
nesta agregação de ideias, que é a “razão
espiritual” ou “etéreo-teorético”. O
vocábulo teorético advém do grego
“theoría”, que significa “contemplação”,
viz. a meditação, a contemporização das
influências imutáveis e unívocas do logos,
a qual a razão noética transfere ao
receptor da transmissão destas. Como
resultado, suceder-se-á um concento entre
o ser conceptáculo do logos e o
próprio logos. Destarte, a razão noética,
para a obtemperação de tal processo, é
indubitavelmente valiosa.  

A razão noética é grande provedora das


percepções, sensações, imaginações
e concepções humanas, definindo o nível
d’ação fornecedora da mesma nas
palavras do estoico Epiteto:
743
“αφ΄ εκάστου των έν κόσμων γιγνομένων ράδιόν έσ
τιν έκγωμιάσαι τέν προνόιαν, άν δύο εχι ταυτα έν έ
αυτο, δυνάμιν τε συνοράτικεν των γεγόνοτον έκαστο
καί το ευκαρίστον.” [“De tudo o que é ou
acontece no mundo, é fácil louvar a
Providência, se um homem possui essas
duas qualidades, a faculdade de ver o que
pertence e acontece a todas as pessoas e
cousas, e uma disposição
agradável”]. Com isso, devo afirmar que a
razão noética é, efetivamente,
um ευκαρίστον. 

A razão dianoética, por sua vez, vem do


termo “dianóia”, que expressa
definidamente “mente lógico-matemática”,
v.g., dispomos dum objeto de
conhecimento sensível, palpável e
dedutível por medição do facies; portanto,
a razão dianótica somente certifica
a aparência (εἰκασία), as partes visíveis
materialmente d’objeto, o seu exterior,
discernível na matéria, mas escassamente
em espírito. A distinção primacial entre as
razões dianótica e noética, é que enquanto
a dianótica trata das aparências da
744
natureza (i.e., a dimensão respaldada tão-
somente na superfície das
cousas, mui exterior, percepção vã e
ilusória da realidade, que no âmbito da
cognição humana, está coligada
essencialmente a todos os empecilhos que
obstam o conhecimento pleno da
realidade, nos quais se categorizam, e.g.,
as quimeras na captação dos fenômenos
recorrentes na natureza pelos recursos de
natureza sensorial ou, outrossim, as
paixões e inclinações que,
adrede, deformam a compreensão objetiva
dos fatos), enquanto a noética aborda a
essência (οὐσία, i.e., as qualidades,
propriedades e atributos basilares do ser
verdadeiro, conhecível conforme o espírito
transcende o caráter
d’embaimento e sobremaneira ilusório das
impressões sensíveis, tornando-se capaz
d’efetivar a contemplação das
configurações eternas e inalteráveis da
realidade suprema da natureza). Não
obstante tudo isto que comentei até agora,
devo esclarecer que ambos os métodos

745
racionais são sobremodo importantes para
a estruturação de nossas linhas de
pensamento, raciocínio e conjetura.  

Consoante o aforismo de Parmênides:


“τό γαρ άυτο νοξιν έστίν τε χχι ειναι” [“Para o
ser, pensar e ser é o ser em si mesmo”], a
razão é o pensamento e o ser é o condutor
da razão, na medida em que podemos
alegorizar o ditame do filósofo eleata à
construção da nossa filosofia em torno da
repartição consistente de duas
modalidades distintas de razão humana.  

  

746
CAPÍTULO 13
DA ILUMINAÇÃO E APONTAMENTOS
SOBRE A VERDADEIRA HISTÓRIA DO
CRISTIANISMO E DO VATICANO

747
Seção XLIV

Os Arcanos Celestes e a Origem do


Homem

A ideia de divindade do homem, consoante


o que se pode observar socialmente,
perdura como um enigma até os dias de
hoje. Tentar desvendar seus respectivos
escopos é, efetivamente, algo ainda mais
impenetrável. Sem embargo, conquanto
duvidemos dos insignes mestres do
passado, trajados nos mistérios
sacrossantos do oculto e do hermético,
eles são que, proeminentemente,
obtiveram êxito na busca pelo
conhecimento dos arcanos celestes sob a
égide de seres espirituais que os
escoltaram com magistral tutela. O
impulso manvantárico, então, começará
com o despertar da Ideação Cósmica (a
"Mente Universal") simultaneamente e
paralelamente ao surgimento primário da

748
Substância Cósmica - sendo o último o
veículo manvantarico do primeiro - a partir
de seu estado prayálico indiferenciado.
Então, a sabedoria absoluta se reflete em
sua Ideação; que, por um processo
transcendental, superior e incompreensível
pela consciência humana, resulta em
energia cósmica (Fohat). Emocionante no
seio da substância inerte, Fohat a impele à
atividade e guia suas diferenciações
primárias em todos os Sete planos da
Consciência Cósmica. Existem, portanto,
sete protilos (como são agora chamados),
enquanto a antiguidade ariana os chamava
de sete Prakriti, ou naturezas, servindo, de
várias formas, como base relativamente
homogênea, que no curso da crescente
heterogeneidade (na evolução do
Universo) diferenciam-se na maravilhosa
complexidade apresentada pelos
fenômenos nos planos de percepção.
Outrossim, se refletirmos um tanto mais
afundo, a essência real da natureza
humana está atrelada de algum modo aos
estados deiformes da consciência e,

749
ademais, tal afirmação é
impreterivelmente algo veraz; face aos
que os mestres e sábios iluminados do
passado diziam, como Buda, Jesus, Lao
Tzé, Zoroastro, Krishna, Tiruvalluvar,
Nagarjuna, Chandrakirti, Shankacharya,
Kapila e &c., o itinerário inequívoco para
atingir as condições supremas e universais
da mente está localizado dentro do próprio
ser. A fim de alcançar tal realidade, deve o
homem, por conseguinte, possuir uma
apurada autoconsciência do que seu ontos
é de verdade, saber para onde ele se
guiará, descobrir qual o seu múnus
fundamental na existência terrena,
desfrutar de um conhecimento inefável de
suas experiências anteriores e assim por
diante; além disso, deve trabalhar e
proceder suas ações diárias juntamente ao
seu Paratman, i.e., o seu Eu superior, a
Alma absoluta de sua espécie ôntica, com
o propósito de que os resultados da busca
pela iluminação tenham preclara fortaleza
para com o baluarte sagrado de Ishvara.
Conforme os legítimos Adeptos asseveram,

750
o homem se origina por uma fonte
produtiva cuja geratriz tem como estro a
beleza vista com magnitude no cosmos;
dessarte, coligimos que o homem,
porventura, sempre tenha caminhado
junto tanto a Prakriti, a matriz de todos os
fenômenos, e quanto a Purusha, a
testemunha dos fenômenos (malgrado
ambas sejam imprescindivelmente
cósmicas, espirituais e divinas), as quais
são os dois pilares súperos de Brahma; o
desvio da consciência do Eu excelso do
ente humano, como deve ser apontado
incontinenti, aconteceu na grande Queda
da humanidade, quando o mesmo deixou
de ser clarividente e transcendente e
passou a ser imanente e praticamente
obliterado da sua grandeza
verdadeiramente celestial. Em suma, nós
somos, na realidade, deuses que perderam
a sua divindade e converteram-se em
seres profanos e terrícolas; no entanto,
estes estão, apesar de inconscientemente,
sempre à procura de caminhos para
retornar a esta sublime realidade, a qual

751
sempre esteve conosco, embora não a
vivamos com intensidade em nossas vidas
cotidianas. O termo "relativamente" é
usado de forma planejada, porque a
própria existência de um processo desse
tipo, resultando nas segregações primárias
da Substância Cósmica indiferenciada em
suas bases septenárias da evolução, nos
obriga a considerar o prótilo de cada plano
como apenas uma fase intermediária
assumida por Substância em sua
passagem do abstrato para a objetividade
plena. Diz-se que a Ideação Cósmica é
inexistente durante os períodos do Pralaya,
pela simples razão de que não há ninguém
e nada para perceber seus efeitos. Não
pode haver manifestação de Consciência,
semiconsciência ou mesmo "propósito
inconsciente", exceto através do veículo da
matéria; isto é, neste nosso plano, em que
a consciência humana em seu estado
normal não pode ultrapassar o que é
conhecido como metafísica transcendental,
é somente através de alguma agregação
molecular ou tecido que o Espírito brota

752
em uma corrente de subjetividade
individual ou subconsciente.

E como a Matéria existente à parte da


percepção é uma mera abstração, esses
dois aspectos do Absoluto - Substância
Cósmica e Ideação Cósmica - são
mutuamente interdependentes. Com rigor
estrito - para evitar confusão e equívoco -
o termo "Matéria" deve ser aplicado ao
agregado de objetos de percepção
possível, e "Substância" ao noumena; pois,
na medida em que os fenômenos de nosso
plano são a criação do Ego que percebe.
Como diriam os idealistas modernos, a
cooperação do Sujeito e do Objeto resulta
no objeto-senso ou fenômeno. Mas isso
não leva necessariamente à conclusão de
que é o mesmo em todos os outros planos;
que a cooperação dos dois nos planos de
sua diferenciação septenária resulta em
um agregado septenário de fenômenos
que também são inexistentes per se,
embora realidades concretas para as
Entidades de cuja experiência fazem parte,
da mesma maneira que as rochas e os rios
753
ao nosso redor são reais do ponto de vista
de um físico, embora ilusões irreais de
sentido sejam as do metafísico. Seria um
erro dizer, ou mesmo conceber uma coisa
dessas. Do ponto de vista da mais alta
metafísica, todo o universo, incluindo os
deuses, é uma ilusão; mas a ilusão
daquele que é em si uma ilusão difere em
todos os planos da consciência; e não
temos mais direito de dogmatizar sobre a
possível natureza das faculdades
perceptivas de um Ego, digamos, no sexto
plano, do que precisamos identificar
nossas percepções ou torná-las um padrão
para as de uma formiga e seu
correspondente modo de consciência. O
objeto puro separado da consciência é
desconhecido para nós, enquanto vivemos
no plano do nosso mundo tridimensional;
como conhecemos apenas os estados
mentais, ele se excita na percepção do
ego.

O fenômeno da transcendência porfia em


crer que o homem é assaz ínclito para
incoar a cambiar seu assentamento ideário
754
e sortir sua alma de divindade arcana, a
qual é involucrada por uma energia
teúrgica decerto ubíqua e súpera em todos
os aspectos. Há-se de discernir que o que
estimula o denodo benfazejo das
particularidades formadoras da
transcendência é, precipuamente, o
esclarecimento metafísico o qual consuma
na quintessência e, porventura, a difunde
em inteireza para o indivíduo que desfruta
de vontade inconcussa e irrefragável de
obtê-la e, outrossim, compreendê-la.
Dessarte, devo assegurar que, em síntese,
anexando os componentes da
fenomenologia transcendental ao lídimo
âmago ôntico, coligir-se-á que ambos
consistirão, indeclinavelmente, de um
arcabouço inescurecível e indefectível
tanto em suas idiossincrasias principais
quanto aquelas coadunares. Não obstante,
tais declarações suprimirão, quiçá, as
cousas soezes e pusilânimes existentes no
homem. Isto posto, a transcendência
liberta o homem de sua acídia e insciência
e, por conseguinte, deve transformá-lo,

755
como deve ser anotado em nossa ilação,
em alguém demasiado sábio e fraterno
com relação à natureza do mundo.
Deliberemos, à guisa de um ente
proeminentemente ilibado, sobre as
balizas que gizam e designam a nossa vida
como um organismo de estrutura
perficiente e exímia. Com isso salientado,
a filosofia transcendental, portanto,
intentará sobrepujar o homem ínsito numa
submissão coagida pela matéria e
encaminhá-lo para a mais sublime
extensão de sua constituição natural.
Como resultado, a filosofia da
transcendência se consagra intemerata e
nímia de cousas magníficas para fortificar
o homem de substrato espiritual, a fim de
atingir a íntegra iluminação, consoante o
que pode ser averiguado em suas
preposições enxertadas concernente às
suas noções prístinas de operação e
procedimento.

Agora, falarei sobre a natureza do ideal.


Por isso pergunto: "Ei-lo utópico? Ei-lo
meramente fantasioso?". O ideal não é a
756
realidade inconcebível e inexequível,
senão a suposição daquela mais correta e
convergente com os reais anseios da
adquisição da perfeição organizacional
humana que deve estar ínsita e
configurada integralmente no status quo
do mundo. Todos os ideais inclinados à
sinarquia, isto é, o sistema completo de
harmonia e bem-estar espiritual,
conjungem o homem em si e o homem por
todos. Não quisera, inicialmente,
esclarecer a questão pretendida, mas
farei. O ideal é o meio pelo qual podemos
nos conectar com nossa essência sem
contato com as coisas tangíveis, corporais
e ilusórias na carne ou no estado das
coisas da matéria. De acordo com uma
afirmação perfeitamente apropriada,
sistemicamente engendrada, por
Nagarjuna, na qual se segue a ideia de que
todos os seres sencientes são
condicionados por suas próprias não-
condições ou por preceitos da enganoso
conteúdo e por ditos injuntivos, inferirei
que, se realmente desejamos transcender

757
a ignorância e alcançar sabedoria original
e divina latente em nosso arcabouço
psíquico oculto, saberemos que devemos
ter uma vontade infalível de buscá-la e
empregaremos as modalidades mais
apropriadas epistemicamente e mais
eficazes onticamente de contemplação
transcendental da natureza mais íntima ou
absoluta, então ensinadas pelo Djawl Khul
num tempo remoto e de incalculável idade,
id est, o gênero mais amplo e mais
elevado da sageza de An existente. Muitos
sufis como Gilani, Hujwiri, Awliya e &c.
afirmam que a sensação extática da
consciência interdimensional é a melhor e
mais abençoada forma de viver e coexistir
em uníssono com as onipotentes forças do
universo. Abhanavigupta chama esse
poderoso processo espiritual de Turiya e
Asanga, por outro lado, classifica-o como
Alāyavijñāna. Assim, o ideal do homem
invariavelmente está inclinado a aderir aos
tipos de consciência em desenvolvimento
de Turiya ou Alāyavijñāna, ou a maneira
mais clarividente e sobrenatural de toda a

758
visão da natureza universal, isto é, o
Jivatma ou o entendimento total do Ab-soo.
O ideal do espírito é o ser individual, tanto
predicado quanto sujeito das atividades de
desenvolvimento de seu despertamento e
da sua teosofia; deve-se observar,
complementarmente, que a conversão do
homem em um Egiskmoioi, por exemplo, é
o escopo para todos os seres que não-
egoisticamente desejam a presidência
universal ou singular do Eu superior e o
zênite das potencialidades de seu Atma.
Eu chamaria esse processo de
transmutação do Eu, a reforma mística ou
o grande desenrolar do Irdhi (isto é, o
motor metafísico e supremo
ontosoficamente).

O Eu Supremo é o caos dos antigos, o fogo


sagrado zoroastriano ou o Atash-Behram
dos parses; o fogo de Hermes, o fogo do
Elmes dos antigos alemães; o raio de
Cybele; a tocha acesa de Apolo; a chama
no altar de Pan; o fogo inextinguível no
templo da Acrópole e no de Vesta; a
chama do leme de Plutão; as brilhantes
759
faíscas nos chapéus dos Dioscuri, na
cabeça de Gorgon, no elmo de Pallas e no
cajado de Mercúrio; o Phtha-Ra egípcio; o
Zeus grego Cataibates (descendente) de
Pausanias; as línguas pentacostais do fogo;
a sarça ardente de Moisés; a coluna de
fogo do Êxodo e a "lâmpada acesa" de
Abrão, o fogo eterno do "poço sem fundo";
os vapores orfóricos délficos; a luz sideral
dos rosacruzes; o Akasha dos adeptos
hindus; a luz astral de Éliphas Levi; a aura
nervosa e o fluido dos magnetistas; o od
do Reichenbach; a força ectênica de Thury;
a força psíquica do sargento Cox e o
magnetismo atmosférico de alguns
naturalistas; galvanismo; e, finalmente,
eletricidade - todos esses são apenas
vários nomes para muitas manifestações
ou efeitos diferentes da mesma causa
misteriosa e onipresente, o Archeus grego.

Portanto, nos templos internos foi ensinado


que esse universo visível de espírito e
matéria é apenas a imagem concreta da
abstração ideal; foi construído sobre o
modelo da primeira Ideação Divina. Assim,
760
nosso universo existia da Eternidade em
um estado latente. A alma que anima este
universo puramente espiritual é o sol
central, a mais alta divindade em si. Não
foi aquele que construiu a forma concreta
da idéia, mas o primogênito; e como foi
construído sobre a figura geométrica do
dodecaedro, o primogênito 'teve o prazer
de empregar doze mil anos em sua
criação'. O último número é expresso na
cosmogonia clássica, que mostra o homem
criado no sexto milênio. Isso concorda com
a teoria egípcia de 6.000 'anos' e com a
computação hebraica. Mas é a forma
exotérica disso. O cálculo secreto explica
que os 'doze mil e os 6.000 anos' são anos
de Brahma - um dia de Brahma sendo igual
a 4.320.000.000 de anos. Sanchoniathon
em sua Cosmogonia, declara que quando o
vento (espírito) se apaixonou por seus
próprios princípios (o caos), ocorreu uma
união íntima, cuja conexão foi chamada
pothos, e daí brotou a semente de todos. E
o caos não conhecia sua própria produção,
pois era sem sentido; mas do seu abraço

761
com o vento foi gerado Mot, ou o ilus
(lama). Disto procederam os esporos da
criação e a geração do universo.

Zeus-Zen (éter) e Chthonia (a terra


caótica) e Metis (a água), suas esposas;
Osíris e Ísis-Latona - o antigo deus que
também representa o éter - a primeira
emanação da Deidade Suprema, Amon, a
fonte primordial de luz; a deusa terra e
água novamente; Mitra, o deus nascido na
rocha, o símbolo do fogo mundano
masculino, ou a luz primordial
personificada, e Mitra, a deusa do fogo,
imediatamente sua mãe e sua esposa: o
elemento puro do fogo (o princípio ativo ou
masculino) considerados luz e calor, em
conjunto com a terra e a água, ou a
matéria (elementos femininos ou passivos
da geração cósmica).

Mithras é filho de Bordj, a montanha


mundana persa, da qual brilhou como um
raio radiante de luz. Brahma, o deus do
fogo, e seu prolífico consorte; e o hindu
Agni, a divindade refulgente de cujo corpo

762
emite mil correntes de glória e sete línguas
de fogo, e em cuja honra certos brâmanes
preservam até hoje um fogo perpétuo;
Shiva, personificado pela montanha
mundana dos hindus, os Meru: esses
deuses do fogo, que na lenda dizem ter
descido do céu, como o Jeová judeu, em
uma coluna de fogo e uma dúzia de outros
arcaicos duplos divindades sexuadas,
todas proclamam em voz alta seu
significado oculto. E o que esses mitos
duplos poderiam significar senão o
princípio psicoquímico da criação
primordial? A primeira evolução em sua
tripla manifestação de espírito, força e
matéria; a correção divina em seu ponto
de partida, alegorizada como o casamento
do Fogo e da água, produtos do espírito
eletrizante, união do princípio ativo
masculino com o elemento passivo
feminino, que se tornam pais de seu filho
teluriano, matéria cósmica, prima materia,
cuja alma é éter e cuja sombra é a luz
astral!

763
Em uma perspectiva mais percuciente da
mesma matéria, devemos conglomerar
elementos que predizem o conteúdo da
transcendência, pela qual dirimimos com
lisura as suas atividades e respectivos
efeitos, principalmente, ao encontroarmos
com estas quando nos incumbidas
fundamentalmente. Inferimos, com efeito,
que os fatores transcendentais são
poderes equiponderantes e unissonantes
da consciência humana, cuja natureza
incita as condições de coordenação e
regularidade. Homens de caráter
desapiedado, descaroável ou, ainda,
pantagruélico se feitas as ações
alimentares de modo transgressor, não
estão, de algum modo, afeiçoados a
transcenderem e desprenderem-se da
tribulação que os acomete quase
vitaliciamente. Assim, o homem deve estar
magníloquo psiquicamente para adquirir os
poderes mágicos da existência perscrutada
pelas forças transcendentais de
comportamento e andança. Seria
incôngruo asseverar que a transcendência

764
é absolutamente incontrita, pois, aquele
que transcende, é invulnerado à
humanidade, todavia, devo dizer
incontinenti que a penitência lhe melindra
face à natureza infortunosa das
ocorrências sempiternas da dualidade
universal. Necessitar-se-ia,
conseguintemente, da adesão à magnitude
escarmentada pela própria manifestação
da cousa sacrossanta na qual está
aperaltada o cosmos: Deus. O homem,
num espaço e ambiente cuja destreza de
indicação para os itinerários mais
propínquos de Deus é particularidade
inimitável, sempre busca a versatilidade
perante a veemência perceptiva do
magnetismo perpetrado no panaroma
supremo da natureza; desta maneira,
desertando o cenário insulado dele com a
sua tenção deiforme e fomentar de forma
hirta e incorrutível a sua relação com o
todo do cosmos, acompanhado de uma
jucunda finura e, igualmente, de
encomiada beatitude, para com a

765
inviolabilidade das leis cósmicas
vigorantes.

Levemos em conta a verdade natural dos


seres e coisas, e, igualmente, deixemos
que esta seja muito mais substancial em
nossas vidas do que as singularidades
puramente filosóficas das inquirições
mundanas, no que concerne aos
fenômenos os quais examinamos amiúde;
destarte, as nossas sentenças que
demonstraremos nesta obra não serão
meramente divagações aleatórias, todavia,
fórmulas elementares que servirão de
alicerce às condições de uso do
pensamento humano e correspondentes
efeitos na realidade. Devo assinalar
incontinenti que o que projetamos como
imaginário hoje, quer seja por meios
oníricos, quer seja por meios tangíveis,
pode tornar-se verdade absoluta amanhã;
conseguintemente, devemos estar em
processo constante de renovação e
transformação, seja no que diz respeito a
nossa personalidade, seja no que diz
respeito a nossas ideias, enfatizando,
766
ademais, aquelas que estão mais
radicadas na consciência humana.

Portanto, como ratifica Aristóteles, "Πάντες


ανθρώποι του είδεναι ορέγονται φύςει; [Todo
homem por natureza deseja saber],
Metafísica, Livro Α, part. 1"; logo, é
inegável ao homem conceder-lhe
apanágios o assaz visando,
invariavelmente, elevar-se na escala da
sapiência universal e, daí, segue-se que é
inadmissível obstá-lo de adquirir
conhecimentos, dado que todo o homem é
um sábio per natura; malgrado não o seja
explicitamente, há de convir que ele deva
desfrutar de mecanismos de entendimento
pelos quais substancialmente atinja os
graus mais sublimes de sabedoria, a qual é
emoldurada sobejamente em todos os
reinos existenciais, quer sejam físicos,
quer sejam metafísicos.

As modalidades de raciocínio oculto as


quais reverenciamos são, decerto, a raiz
elaboradora dos conceitos filosóficos que
vigem na percepção humana; os

767
preceptores das Escolas de Mistérios
assumem, como resultado, que a filosofia é
a ciência suprema dos atributos do saber
(cósmico ou terreno), e este, de fato, é
ubíquo, prístino e arcano; ambas as áreas
maiores do saber do homem, viz., a ciência
e o ocultismo devem, assim, embasar-se
numa espécie de fundamento
providencialmente filosófico que
fortaleçam suas balizas de aplicação, juízo
e discernimento, com o propósito de serem
probas, precisas e válidas ante ao saber
universal instituído na planificação do
perfil da natureza unívoca do Todo, desde
as formas de vida mais materiais até as
etéreas e, ainda, as ascensas (ou
iluminadas).

Dessarte, tenhamos em mente que uma


existência devotada à busca pela verdade,
aos grandes empreendimentos calcados na
envergadura divina do ser humano, é, em
suma, uma vida em essência apoteótica;
pois, em primeira instância, o filósofo
pondera reflexões esteadas na estrutura
lógica da gnose do Universo; em segunda
768
instância, ele medita a respeito e se deixa
insuflar pelas energias advindas de seu
verdadeiro ser e ao momento de tal
descoberta, incute-se na prática de um
autoconhecimento profundo dum limiar
cuja sumidade é objeto de seus escrutínios
mais esotéricos; em última instância,
armazena todos os seus esclarecimentos aí
logrados e, mesmo repentinamente, os
proclama em seus escritos ou discursos,
dadivando à humanidade conhecimentos
de elevada e magnificente importância,
cujo nível de préstimo é mui inestimável.

Considerai que sois, inevitavelmente,


pensadores, filósofos e profetas, mas este
último, porventura apenas hipotético;
doravante às estas afirmações, podemos,
portanto, definir traçados e itinerários de
razão e de princípio, tal que estes nos
convoquem à elucidar as suas respectivas
extensões e métodos de funcionamento no
mundo. Devo, sem embargo, constatar
que, conquanto enuncieis que a filosofia é
ociosidade nímia, a atividade e o exercício
da meditação em certos momentos do dia,
769
onde libertamo-nos mentalmente dos
imbróglios cotidianos os quais nos
atormentam com frequência ininterrupta, é
deveras revigorante e gratificador;
outrossim, tal ação nos remete de modo
lídimo à evolução, à transcendência, ao
triunfo espiritual e à iniciação ou
iluminação, como soemo-nos a dissertar
nos textos das ciências ocultas (no tocante
ao termo utilizado de antemão à
“iluminação”).

À guisa de tais declamações, nós, por


conseguinte, deduzimos que para chegar-
se a uma ideia produtiva, devemos nos
sentar, concentrarmos em nós mesmos, ou
em nossa alma interior, num momento de
improdutividade laboral, entretanto, de
produtividade psíquica, a qual gera, com
excelsitude, a todas as outras categorias
de produtividade humana. É assim que os
mestres nos ensinam, sem utilizar nenhum
prosélito dogmático, mas somente
gozando da sabedoria do alto para roborar
aos homens o quão sofía é infinita e
onipresente na existência de todos nós,
770
passageiros encarnados na Terra
experimentando o esplêndido fenômeno
que é a vida.

O ser é um elemento vivo e partícipe da


unidade. O ser é todo aquele ente que
integra o conjunto das cousas universais e
correlata-se a este de modo operante;
outrossim, está apto a modificá-lo sob
égide suprema de seu próprio líbito
interior, ou até mesmo, de sua essência.
Dessarte, o ser é alguém dotado de
conhecimentos tanto materiais quanto
anímicos e espirituais, malgrado diante da
corporeidade das substâncias, ao passo
que físico, perca significativamente a sua
espiritualidade; contudo, é
auspiciosamente constatado que ele pode
retomá-la e vivenciá-la ativamente sem
embargo de estar fixado à imanência
material. Por conseguinte, devo crer que o
ser, em suma, é uma partícula demasiado
importante da ordem universal que vive
nesta sob modalidades atuantes
d'existência, e, doravante, é capaz de
lograr o entendimento lhano e pleno de
771
suas fundamentações primordiais caso
desperta e expandida em completude a
sua psique. Deliberando que uma parcela
dos seres o fez de antanho, e tendo em
mente que existe deveras essa
possibilidade, portanto, todo o ser possuirá
apanágios o bastante para atingir a
supremacia de sua própria mente. Este, de
feito, é o ser, como todos que vivem o são.

Com efeito, após o deslinde realizado na


resposta, confirmo que o ser enquanto ser
não é desairoso, tampouco aleivoso ou
pérfido naturalmente. Na realidade, se ele
está, em gênese, conectado em concórdia
com a unidade, portanto, ele é alguém que
está arrimado pelo bem (καλό), belo
(όμορφο) e justo (δίκαιη) súperos e
primordiais existentes.

A definição de inteligência é, com efeito,


um trabalho digno de infindo esforço.
Portanto, não tentaremos dar um ultimato
peremptório para esta questão, visto que
ela é nimiamente multiforme e constituída
por diversas condições de efetiva

772
emanação num ser. Nós nos
diligenciaremos a somente conceder
algumas preposições a fim de que,
futuramente, o conceito de inteligência
possa ser aperfeiçoado e deveras
sistematizado. Preliminarmente, deve-se
compreender que o ser inteligente não é
meramente aquele que possui uma
capacidade cognitiva mui destacada entre
os seus pares; é toda aquela faculdade de
obtenção de conhecimento, quer elevada,
quer ínfima. A inteligência, como se sabe
na psicologia, com evidente unanimidade,
é multifatorial. Por conseguinte, a
demonstração de uma determinada
inteligência está em uníssono com a ideia
de que esta é uma habilidade relacionada
ao motor consciencial do ser, alicerçada
por certas propriedades representativas do
saber e da percepção, as quais podem se
caracterizar como diversificadas em vários
âmbitos de manifestação. Jñanasrimitra,
analogamente, afirma que as relações de
garantia de inferência entre duas
entidades distintas devem ser fenômenos

773
conectivos de causa e efeito, e que a
presença destas só pode ser detectada
através de uma sequência específica de
assimilação cognitiva e não-apreensão. Em
resumo, a inteligência é apenas
sumamente assegurada se houver uma
correlação eficaz e intensa entre o afeto, a
agnição e a volição, i.e., as três funções
mentais que operam ativamente nos
processos da aprendizagem humana.

Examinemos, pois, o conteúdo normativo e


atualizado da inteligência consoante é
fixada no próprio homem, porque caso
queiramos estudar as suas origens,
devemos nos preocupar com sua forma
originada. Efetivamente, o potencial
intelectivo do homem é inestimável sob
quaisquer parâmetros, por mais que os
seus enunciados de mensuração sejam
matematicamente preciosíssimos.
Entretanto, salienta-se, com firmeza, que a
inteligência é uma característica mental ou
espiritual do ser que é simplesmente
indeterminável e impensável, caso
consideremos a ótica quantitativa. Muitos
774
psicólogos do mundo contemporâneo,
como, v.g., Alfred Binet, David Wechsler,
Lewis Terman, Raymond Cattell e &c.,
creram que era, sob qualquer guisa,
estabelecer padrões de determinação das
dimensões ou dos valores de grandeza de
inteligência. Sem embargo, é
absolutamente errôneo assumir que a
capacidade cognitiva de alguém pode ser
unicamente convertida em graus
aritméticos instituídos por designação
numerativa, sendo tal pensamento
contrário à própria natureza da
inteligência, a qual é multímoda e variável.
A despeito disso, podemos falar que a
inteligência, malgrado seja, como falado
de antanho, multímoda e variável, possui
um manancial uniforme e regular, o que
chamamos de substrato psicogenético,
viz., é o conjunto dos atributos essenciais e
unívocos presentes na origem cósmica, os
quais modelaram o princípio vital do
norteamento do raciocínio dos entes
gerados. Tal substrato psicogenético é
oriundo de uma formulação onírica de

775
conhecença, a qual, associada ao juízo
cognitivo dos seres e nele infiltrada, passa
a assumir função de ordenadora dos
elementos formadores da psique e
desenvolver, com percuciência, o que
geralmente denominamos sonhos.
Conforme dir-nos-á Jayanta Battha, os
objetos de cognição humana podem ser
dados pelas ligações racionais entre o
ponto de partida da percepção e a
inferência dela consumada por meio da
assimilação dos dados cognoscíveis feita
de maneira adequada à extensão indutiva
do próprio objeto de cognição. Logo, o que
poder-se-á extrair da substância procedida
da psicogênese como escopo cognoscente
é, pois, instrumento bastante para
desempenhar quaisquer formas de
esclarecimento acerca da realidade da
sapiência humana.

É condenável a heresia de que todo o tipo


de bruxaria saboreia criminosos
sortilégios; tal ciência é a prístina
sabedoria das eras celestes ou terrenas e
a que está mais em uníssono com as
776
forças cósmicas; vituperá-la é o mesmo
que limitar o próprio crescimento espiritual
do ser humano e, consequentemente,
formar balizas inderrogáveis no
entendimento dos fundamentos e das
válvulas de manifestação da Energia
Criadora e Divina. Mister conviver com as
disparidades, sem nenhuma censura a
crítica, mas nunca a sua exclusão total,
insultuosa repreensão ou, mesmo, em
casos extremos, a separação sistemática
do caráter destas perante o resto da
sociedade. A Igreja Católica fê-los, e ainda
faz, desde a sua gênese doutrinal; agora,
não somente a religião, mas como todas as
autoridades declaradas no protótipo dos
mecanismos de operabilidade da
civilização humana, fazem-nos com seus
mais ávidos e sagazes questionadores e,
também, com uma miríada de pessoas
verdadeiramente conscientes da tirania e
do infando jugo que são aplicados por elas.

O homem neurastênico ipsis-verbis não


pode ser acatassolado de modo algum
pelos matizes sisudos da transcendência,
777
ao passo que sua própria natureza é
adversária a esta. Verifiquemos, sem
embargo, que conquanto o homem
concerna atributos negativos sobejamente,
é putativo certificar que o mesmo pode ser
o suficiente intrépido para auferir
resultados os quais, de tão gloriosos,
subsequentemente conceder-lhe-ão as
características inerentes ao ser
transcendental in essentia. Oportuno seria
mostrar-vos que aqueles de
comportamento pronóstico também não
estão inclinados a alcançarem a
transcendência, malgrado propugnem por
esta. A propósito, articulemos que o
propugnáculo do homem atinente à
pudicícia transcendental está situado em
seu baluarte primordial e,
equitativamente, natural, do princípio ao
fim: Deus.

Seção XLV

Das Crenças Transcendentais e sua


Verdadeira História Abreviada
778
I

Eusébio reconhece que as doutrinas dos


cristãos, como descritas no primeiro
capítulo de João, são perfeitamente
concordantes com as dos platonistas, que
aderem a tudo nela. Este parece ser quase
o único ponto em que os dois sistemas
diferem. Os filósofos não conseguiram
acreditar que o Logos, no sentido grosseiro
e literal dos cristãos, deixou o seio de
Deus, para sofrer os eventos tristes e
degradantes atribuídos a ele. Isso lhes
parecia uma degradação da Deidade.
Eusébio permite o que não se pode negar,
que essa doutrina existisse muito antes de
Platão; e que também fazia parte dos
dogmas de Filo e de outros teólogos
hebreus. Ele poderia ter acrescentado
também, se soubesse, aos sacerdotes do
Egito e aos filósofos da Índia.

779
A origem do verbum caro factum
atualmente encontraremos no Oriente.
Não era novo, mas provavelmente tão
antigo quanto o restante do sistema. Sua
grosseria era suficiente para homens como
Justino, Papias e Ireneu. Pela mesma razão
que lhes convinha, não era adequado a
homens como Platão e Porfírio.

Nas doutrinas dos hindus e persas, a


terceira pessoa na Trindade é chamada de
Destruidor e Regenerador. Embora na
Trindade Cristã o Destruidor esteja perdido
de vista, o Regenerador é encontrado no
Espírito Santo. Diz-se que o neofita é
regenerado, ou nascido de novo, por meio
desse espírito ou espírito santo. Plutarco
diz que Mitra ou Oromasdes eram
frequentemente levados para o Shu, ou
Toda-Divindade, e que Mitra é a miúdo
chamado de segunda mente.

A escola de Platão tem sido geralmente


procurada pela origem da Trindade Cristã,
mas, como vimos, seria mais correto olhar
para os oráculos de Zoroastro. O

780
cristianismo pode ter se retirado do
platonismo, mas não há dúvida de que
Platão se retirou dos oráculos do Oriente. A
Segunda Mente, ou o Regenerador,
corretamente o Espírito Santo, estava nos
oráculos de Zoroastro e será demonstrado
que esteve no serviço batismal dos Magos.
E “os muitos” a quem o Sr. Faber alude,
por acreditar que os gentios veneravam a
Trindade na Unidade, acreditavam no que
era perfeitamente verdadeiro. Não há
dúvida de que os pagãos adoravam a
Trindade diante dos cristãos e não a
copiavam do cristianismo. Se ambos foram
copiados, os cristãos devem ter copiado de
seus antecessores pagãos. Mas tudo isso
tem uma forte tendência a provar que o
que Amônio Sacas disse era verdade, a
saber, que as religiões dos cristãos e dos
gentios eram o mesmo, quando
despojados dos ornamentos meretrizes
com os quais o ofício dos sacerdotes os
carregara. Diz Sr. Cumberland33:

33
“Origines Gentiles”, vol. I, pp. 46-48

781
“Suppoſing (that which is agreed by the learned
Bochart, and all others that I know of) that theſe
Caphtorim and Philistiins were firſt ſettled with
their father Mizraim in Egypt, I argue, that it was
not poſſible, or at leaſt in no degree pro bable, that
they ſhould have gone out from thence into
Colchis and Cappadocia, in any time between the
death of Mizraim, and the time when Abraham
came into Canaan, and there found the Philiſims
ſettled in the Avim's country, and ſojourn’d among
them, Gen. xxi. 34. It's clear that Abraham was
there, about Gerar and Beerſheba, when Iſaac was
born: At Gerar in the year of the world 2107 ; and
Iſaac was born the next year 2109, according to
the Hebrew chronology, well ſtated in Armagh's
Annals. The text faith, that there he ſojourn’d a
long time; but how long before the league with
Abimelech, there mention'd, is not expreſ ſed; only
it's certain, that he had been there ſo long, that
Abimelech and Phicol had opportunity to ſee that
God was with him (or that he proſper'd eminently)
in all that he did from time of Mizraim's death is
not ſo certain, being not determin'd by Moſes; but
we have in the former volume determin'd it by
help of other authors. Now, all the time, from
Mizraim's death to Abraham's league with
Abimelech, and long (about 70 years) after, till
near the time of his death, A M. 2183, we have
prov'd, that eſpecially the Lower Egypt, out of

782
which the Caphtorim muſt come, (if ever they
went to Cappadocia) was haraſs'd with perpetual
wars of the Canaanites upon them, in the reign of
their fix kings; and, they all that time kept the
paſs, by which only it was poſſible to go out of
Egypt into Aſia; and Joſephus aſ ſures us it was
call'd by them Abaris, which is a Canaanitiſh, or
Hebrew word, (...): And he informs us alſo, that, in
relation to thoſe diſmal times to Egypt, it was
call'd Sethron, and Urbs Typhonia: Seth being (as
Plutarch aſſures us) the Egyptian name of Typhon,
the great enemy of their Gods, or firſt kings.

Now it's plain, that, thoſe Egyptianſ, who dwelt


about this paſs, before the Canaanites, that were
within, had taken it, or at the taking of it, might,
either by their own choice or agreement, go away,
and ſeek new habitations, as the Caphtorim did:
but after the Canaanites had it, they would never
ſuffer their enemies to go out of Egypt that way:
And if we ſhould grant that ſome Egyptians did
paſs this way to Cappadocia, let it be conſider'd
what a long journey they muſt take, thro’ how
many deſarts, over how many mountains they
muſt go. They muſt go thro' all Ca maan, and there
they ſhould meet with the kindred, and friends of
thoſe that had diſtreſs'd them in their own country.
How unlikely is it that they ſhould force their way
thro’ the ſeveral potent tribes of Canaanites, there
ſettled in wall'd cities? And that they ſhould

783
conquer not only thoſe which lay ſouth of Libamus,
but thoſe alſo that lay farther northwards, which
Joſhua had no commiſſion to invade when he
ſucceeded Moſes.”

II

O Novo Testamento, a Igreja e o


Cristianismo, foram todos criados pela
família Calpurnius Piso (pronunciado Peso),
que eram aristocratas romanos. O Novo
Testamento e todos os personagens nele -
Jesus, todos os José, todas as Marias, todos
os discípulos, apóstolos, Paulo e João
Batista - são todos fictícios. Os Pisos
criaram a história e os personagens; eles
amarraram a história em um horário e
lugar específicos da história; e eles o
conectaram com algumas pessoas reais
periféricas, como os Herodes, Gamaliel, os
procuradores romanos, etc. Mas Jesus e
todos os envolvidos com ele foram criados
personagens (isto é, fictícios!).

784
Em meados do primeiro século da era
atual, a aristocracia de Roma se viu
confrontada com um problema crescente.
A religião judaica continuava crescendo
em número, acrescentando cada vez mais
prosélitos. Os judeus somavam mais de
8.000.000 e eram 10% da população do
império e 20% daquela porção que vivia a
leste de Roma. Aproximadamente metade
ou mais dos judeus viviam fora da
Palestina, dos quais muitos eram
descendentes de prosélitos, homens e
mulheres.

No entanto, a ética e a moral do judaísmo


eram incompatíveis com a consagrada
instituição romana da escravidão, na qual
a aristocracia se alimentava, vivia e
governava. Eles temiam que o judaísmo se
tornasse a principal religião do império. O
autor romano, Annaeus Seneca, tutor e
confidente do imperador Nero, sugeriu em
uma carta a seu amigo Lucilius
(pseudônimo de Lucius Piso) que proibir
acender velas aos sábados.

785
Eles eram os Calpurnius Pisos,
descendentes de estadistas e cônsules, e
também de grandes poetas e
historiadores. Caio Lucius Calpurnius Piso,
o líder da família, casou-se com Arria, a
mais nova (do nome de seu avô,
Aristóbulo). Isso fez da esposa de Lúcio
Piso a bisneta de Herodes, o Grande.

Repetidamente, os fanáticos judaicos de


espírito religioso estavam encenando
insurreições contra os governantes
herodianos da Judéia, que eram os
parentes da esposa de Piso. Piso desejava
fortalecer o controle da família de sua
esposa sobre os judaicos.

Os Pisos procuraram uma solução para os


dois problemas. Eles o encontraram nos
livros sagrados judaicos, que foram a base
para a rápida disseminação da religião e
para a recusa dos fanáticos em serem
governados pelos fantoches de Roma.

Os pisos zombavam, mas maravilhavam-se


da crença judaica em seus livros sagrados.
Portanto, eles acharam que um novo livro
786
"judeu" seria o método ideal para pacificar
os judeus e fortalecer o controle de seus
sogros sobre o país. Por volta do ano, 60
d.C., Lucius Calpurnius Piso compôs Ur
Marcus, a primeira versão do Evangelho de
Marcos, que não existe mais. Ele foi
incentivado por seu amigo Sêneca e
assistido pelo parente de sua esposa, o
jovem Persius, o poeta. A amante de Nero
(mais tarde sua esposa) Poppea era pró-
judia, e Nero se opôs ao plano. O resultado
foi a conspiração pisoniana para assassinar
Nero, detalhada no historiador Tácito. Mas
essa tentativa falhou quando ele abortou a
trama. Em vez disso, Nero mandou
executar Piso e Seneca e seus
companheiros conspiradores, forçando-os
a cometer suicídio.

Ele exilou o jovem filho de Piso, Arrius, que


aparece em Tácito sob vários nomes,
incluindo "Antonius Natalis". Nero enviou o
jovem Piso à Síria como governador. Esse
posto também lhe deu o comando das
legiões que controlavam a Judéia. Sua
própria "história" registra seu serviço na
787
Judéia no ano sob o nome de Gessius
Florus e com o pseudônimo de Cestius
Gallus.

Este Arius Calpurnius Piso provocou


deliberadamente a revolta judaica para
que ele pudesse destruir o templo em
Jerusalém - pois os judeus não estavam
dispostos a aceitar a história de seu pai e,
assim, ficar pacificado com ela como
pretendido.

Então, em 68, Nero foi assassinado por seu


próprio escravo Epafrodito - que
desconhecia seu mestre era o lacaio do
jovem Piso. Galba tornou-se imperador e
nomeou o primo de Piso, Licinianus Piso,
como seu sucessor pretendido; mas Galba,
por sua vez, foi logo derrubado por Otho.
Otho foi então derrubado por Vitélio -
nesse ponto Piso e seus amigos
começaram a se reunir contra ele.

Os Pisos, Vespasiano, Muciano e Tibério


Alexandre (sobrinho de Philo) se uniram
atrás de Vespasiano para tentar derrubar
Vitélio.
788
Arius Calpurnius Piso ainda estava
comandando a 7ª Legião em Panônia
(Áustria-Hungria) e Vespasiano o enviaram
(agora aparecendo em Tácito com o nome
Marcus Antonius Primus12) ao sul dos
Alpes para derrubar Vitélio. Enquanto isso,
o corpo principal das legiões de
Vespasiano marchava por terra sob
Muciano do leste em direção a Roma. Piso
conseguiu derrotar o exército de Vitélio e
garantiu Roma para Vespasiano. Muciano
chegou e prontamente o enviou à Judéia
para ajudar Tito no cerco de Jerusalém. Ele
o fez, e em 70 eles assaltaram a cidade,
então o Templo, queimou, matou muitos
milhares, enviou milhares para a
escravidão, combate e morte de
gladiadores.

Na história do evangelho, ele se inseriu


desempenhando o papel não apenas de
Jesus, mas também de todos os José. Ele
gostou particularmente de assumir a
identidade de José. Desejando criar um
herói judeu, um salvador, em forma
fictícia, ele (e seu pai antes dele) sentiu a
789
identidade de um segundo Joseph
secretamente, mas muito
apropriadamente, se encaixava neles. Para
o nome deles, Piso tinha as mesmas quatro
letras, reorganizadas, como as quatro
letras hebraicas (Yud, Vov, Samech, Fey)
que nessa língua escreviam o nome
Joseph. Assim eles se viam como o novo
Joseph. É por isso que grande parte da
história de José no Egito é secretamente
refeita e inserida na história do evangelho
de Jesus. Piso plagiou as escrituras
hebraicas. Especialmente, ele amou e
tomou emprestado livremente do profeta
Isaías, cujo 44º capítulo foi muito útil. A
idéia de Piso de fazer de Jesus um deus a
quem se curvar, adorar e orar veio de
Isaías 44.17; ea idéia de (... texto
perdido ...) profecias "no Evangelho de
João e nos escritos dos pais da igreja. As"
profecias "se encaixam em Jesus pela
mesma razão pela qual os chinelos de
Cinderela se encaixam em seus pés. A
história de Jesus foi deliberadamente
escrita em Além de criar Jesus na

790
literatura, Piso criou para si outro outro
papel literário famoso, o de um suposto
general judeu e depois historiador: Flavius
Josephus.Como Josephus, ele alegou que
havia liderado bravamente sua
companheiros judeus na guerra em defesa
da Galiléia contra os invasores romanos!

No entanto, como Jesus, Josefo veio apenas


na literatura, ou seja, nos próprios escritos
de Piso. Sob seu nome fictício de Flavius
Josephus, ele também escreveu, durante
esses anos aproximados, o seguinte:

A Guerra Judaica: 75-80 EC.

Antiguidades Judaicas (Arqueologia


Judaica): 90-93 EC.

Sua suposta autobiografia intitulada Vita


em latim (que seria Bios em grego)
também é fictícia: 96-103 EC.

Contra Apião: 103-105 EC.

791
Piso é conhecido publicamente na história
apenas sob seu pseudônimo de Flavius
Josephus. Ele não aparece como Arius
Calpurnius Piso. Sua verdadeira identidade
é decifrável apenas pela reconstrução.
Com a morte do pai nas mãos de Nero em
65, os pisos desaparecem da história
romana pública. Pelos próximos 73 anos,
eles estão ocupados escrevendo o NT e
reforçando seu poder sobre o mundo
conhecido; mas eles aparecem apenas sob
nomes alternativos. Eles reaparecem como
uma família com o neto Antoninus como
Imperador em 138, e depois são
conhecidos principalmente como os
Antoninos - mas não como os Pisos!

III

Satanás tem um plano para este mundo.


Seu plano está fadado ao fracasso, mas
isso não significa que deve ser tomado de
ânimo leve ou que não pode afetar

792
homens e nações e causar danos
incalculáveis antes que ele finalmente seja
frustrado.

O Dr. Stuart McBirnie refez os passos das


jornadas missionárias do apóstolo Paulo.
Nas cidades onde o grande apóstolo havia
estabelecido igrejas no primeiro século, a
causa do cristianismo desapareceu.
McBirnie contou como ele não só não foi
capaz de encontrar uma igreja de qualquer
tipo, mas, em alguns casos, ele não
conseguiu nem encontrar um cristão.
Portanto, embora os portões do Inferno
não prevaleçam contra a Igreja do Cristo
Vivo, algumas igrejas locais se dobram e
desaparecem sob o ataque do diabo e
deste mundo.

Satanás está trabalhando desde a queda


do homem. Portanto, sua conspiração
satânica para dominar este mundo é de
longa duração. A principal área de
operação de Satanás que vimos em nosso
primeiro estudo como a área da religião.
Somente o remanescente crente de Deus

793
pode entender esse aspecto da
conspiração, e mesmo muitos deles estão
no mar neste momento.

Toda pessoa não salva pensa que a


religião é uma coisa boa, quando na
verdade apenas o cristianismo bíblico vital
é uma coisa boa: todas as outras religiões
são uma falsificação satânica. Satanás está
trabalhando para enganar as nações. Ele
trabalha através de indivíduos. Deveria ser
óbvio para toda pessoa que pensa que há
pessoas trabalhando dia e noite para
derrubar o cristianismo bíblico vital e
muitos desses indivíduos são religiosos,
até se passando por "cristãos". Em outras
palavras, a batalha que enfrentamos é
principalmente espiritual. Não será
derrotado por esforços meramente legais
ou mesmo protestos, a menos que os
protestos estejam centrados em uma
interpretação adequada da Palavra de
Deus.

O romanismo fez avanços inacreditáveis


nos Estados Unidos nos últimos cem anos.

794
Como disse um porta-voz da Igreja Católica
Romana: "Estamos a menos de cem anos
de rum, romanismo e rebelião, nos
referindo ao slogan dos políticos
americanos no final do século XIX.”.

As conspirações católicas romanas fazem


parte do registro histórico. Conspirações
papais foram descobertas e os
conspiradores foram presos e levados a
julgamento em várias ocasiões da história.
O padre Chiniquy retrata os romanistas
como os principais conspiradores no
assassinato de Abraham Lincoln. Assim, o
Vaticano tem trabalhado dia e noite para
transferir o fardo da conspiração de seus
ombros para outro grupo de conspiradores.
Desde a era McCarthy, grupos extremistas
pintaram quase todos os líderes nos
Estados Unidos como comunistas, pró-
comunistas ou privilegiados. Ninguém
jamais olhou para a intriga papal, que
ainda continua hoje, como acontece há
mais de 1.000 anos. Enquanto os homens
buscam conspiradores obscuros entre os
líderes americanos, que não demonstram
795
continuidade alguma, o romanismo, com
uma continuidade na conspiração sem
paralelo na história do homem, continua a
florescer e a dar os tiros na área de
religião e política.

Deveria ser óbvio para todo crente na


Bíblia que uma das principais tarefas da
conspiração satânica é direcionar aqueles
que procuram descobrir a conspiração e
alertar os cristãos sobre ela a algum outro
aparente culpado. A isso denominamos
conspiração de desvio de direção. O desvio
de direção é escrito em grande escala no
campo da conspiração. Sindona teve que
fugir para a América, onde, após outra
falência bancária, foi preso, levado a
julgamento e condenado a cinco anos por
"65 acusações de conspiração, fraude e
perjúrio".

A verdade que deve ser entendida em todo


esse cenário de Sindona é que Sindona,
que chamou muita atenção para o
Vaticano, está agora fora de serviço e
completamente desacreditado. Mas o

796
Vaticano ainda está lá, direcionando os
possíveis caçadores de conspiração para
longe da conspiração do Vaticano para
Insider, Bilderberger ou outras
conspirações sombrias. A natureza
duradoura da base de poder do Vaticano o
torna um dos principais suspeitos no
campo da conspiração.

Michele Sindona foi um dos homens mais


poderosos da Itália. Ele também foi
identificado de perto com as finanças do
Vaticano. Parece-nos que há muito mais
substância na afirmação de que Sindona
provavelmente foi "finalizada" pelo
Vaticano em vez de vice-versa. Sindona
estava prestes a ser investigado pelo
governo italiano. O homem enviado para
investigar seu banco, que desenterrou
muitas coisas, algumas delas
provavelmente não elogiosas ao Vaticano,
foi assassinado por seu problema. Yallop
acredita que ele foi assassinado pela
máfia. No entanto, parece óbvio que
Sindona havia se tornado um embaraço
internacional muito possível para o
797
Vaticano, e ele próprio sustentou que fugiu
para os Estados Unidos para escapar de
ser assassinado. Depois de chegar aqui,
até o banco que ele possuía nos Estados
Unidos faliu. Novamente, o único poder na
terra capaz de derrubar bancos em
qualquer um dos cinquenta países é o
Vaticano. Ele não apenas exerce grande
influência financeira, mas possui centenas
de devotos dedicados em posições
poderosas em bancos e instituições
financeiras, que nem sequer controla, para
ajudar a cumprir seus planos. Sindona foi
para a cadeia.

Joachim foi abade de Flores no século XII.


Ele denunciou mesmo naquela época, a
corrupção do clero romano, a questão das
indulgências, a deificação da Igreja romana
e das cruzadas. Ele viu no Apocalipse a
descrição do papado como o mistério da
Babilônia, a Grande, e a religião da mãe da
prostituta. Portanto, com um peso tão
esmagador para eliminar, não é de
surpreender que a idéia de um usurpador
sobre a sede do papado esteja escrita em
798
grande escala no pensamento
contemporâneo. Algo precisava ser feito
para compensar as suspeitas protestantes
de uma cabala secreta no coração do
Vaticano. Portanto, um esforço massivo de
propaganda para educar os protestantes
nas gentilezas do papado e nas
maquinações malignas de outros
conspiradores sombrios para destruir essa
bela instituição teve que ser lançado. O
triste é que, aparentemente, milhões de
protestantes compraram essa idéia sem
nem pensar duas vezes. Malachi Martin,
um ex-jesuíta, ainda pode imaginar que
existem muitos protestantes que
acreditam nessa cabala secreta no coração
do Vaticano, mas, na realidade, seu
número é muito, muito pequeno. De longe,
a maioria dos protestantes modernos
engoliu a linha do Vaticano.

799
800
CAPÍTULO 14
DO SISTEMA DE FILOSOFIA PARA AS
CHAVES DO OCULTISMO

Seção XLVI

Sobre a Unidade Natural e a Moral Incutida


nesta

Deliberando com a resolução de que a


unidade está totalmente situada com
desenvolvimento imaculado e seu
engendramento são todos prosseguidos
em uníssono com o bem ilimitado das leis
unívocas, em conformidade com nossas
contemplações ponderadas feitas fora do
tempo sobre a natureza das cousas, nossa
inteligência nos afirmará brevemente, que
801
alguma entidade oculta e invisível (ou
entidades, cujo conceito até o momento,
passa por uma mudança nos princípios
religioso-filosóficos de cada pessoa), seja
de forma sutil, seja na aparência física, a
superintende e a inventa com elevadas
destrezas. Além disso, se presumirmos que
a unidade é totalmente elevada por formas
sapientes e simbolizadas com um valor
arcano interior, e estas endossam a
essência de nossa percepção, podemos
inferir que elas têm um empreendimento
de geração no arranjo sistemático e
repartidor de suas manifestações. Por meio
disso, podemos concluir que existe um
mandamento absoluto segundo o qual a
vida é concedida aos seres que participam
da unidade. Numa leitura pontifical, seria o
Todo-Poderoso fundado na dogmatologia
cristã. Não obstante, argumentaremos
mais a fim de corroborar e elevar o rigor e
a veracidade de nossa conjectura teórica
sobre esse assunto.

Podemos evidenciar a existência de um ser


supremo e sagrado por meio de pesquisas
802
ontológicas. Considerando que o ser tem
uma disposição corporal em retidão
indiscutível, então garantiremos que ele
não tem de fato uma origem preservada
na afirmação “ex nihilo”, devido ao fato de
que ex nihilo nihil fit.

Essa máxima é verdadeira devido ao fato


de um valor nugatório ou vago sempre
gerar um na mesma composição. Se fosse
assim o universo, cousas com valores
inteiros e eminentes, conferindo vantagens
proeminentes ao desenvolvimento
ambiental, onde estão situadas, não
existiriam, como planetas, seres, ordem
cósmica, &c. Por isso, direi que, embora
Deus fosse uma niilidade ou uma
vacuidade no início, ele geraria tudo o que
existe, porque ele não tem o requisito de
espalhar as substâncias da forma com
forma, volume e densidade, na medida em
que Ele está longe da constituição
material. Ele governa as dimensões
espiritual e carnal; portanto, mostrarei
uma suposição que declara que se pode
deduzir que Deus tem todas as
803
modalidades de manifestações propostas a
ele. Portanto, podemos verificar que a
disposição sólida do ser, de acordo com o
que ratificamos até agora, pode afirmar
ontologicamente a existência de Deus. No
entanto, estávamos contemplando o ser
físico ou a variedade corporal da
investigação ontológica. Agora,
examinaremos o metafísico com um tipo
de postulado semelhante a qualquer
contradição no modus operandi de nossas
elucidações.

O espírito compreende desde substâncias


etéreas a substâncias fúlgidas, embora
nenhuma delas esteja relacionada ao
volume compacto como a matéria, uma
vez que são organizadas pela parte da
existência, na qual se pode obter a
perpetuidade da alma e a suprema
importância da perspicácia e da grandeza
conscienciais. Devemos ter em mente que,
se Deus é principalmente espiritual, o
principal ka da unidade (de acordo com o
que o povo egípcio gostaria de doutrinar),
portanto, o espírito é uma expressão desse
804
movimento energético e incessante no
incorpóreo, transcendental e tipo
extramundano de realidade. Assim, o
espírito existe devido à providência de sua
substância sutil, quintessencial e não
material, que é consumada
normativamente por Deus. Além disso,
devo observar que as realidades espirituais
são mais adjacentes à natureza divina do
que o assunto não exclusivamente por
causa da superioridade delas; sem
embargo, devido à ciência natural e
intuitiva mais completa dos aspectos
principais de Cosmo e, da mesma forma,
aos de Deus.

Em uma investigação gnosiológica,


mostraremos que os indícios de nossa
formação de conhecimento são
classificados na magnitude das ideias, que,
discernivelmente, estão situadas em um
local insensível, intangível e imaculado,
onde podem prosperar e se propagar
livremente. As ideias, como eu já havia
comentado anteriormente, são
metafísicas, transcendentes e inerentes ao
805
espírito; no entanto, elas podem ser
distorcidas e mostradas em vão no
assunto. Nada obstante, seu núcleo está
localizado no plano espiritual no qual eles
podem empregar e fornecer sem
incômodo. Devemos levar em conta que a
intangibilidade das ideias e seu esforço
perfeito na dimensão carnal nos mostra
que alguém tem a meticulosidade
consciente de conceder uma conduta justa
– e essa é Deus.

Tu perceberás que, para um conhecimento


teleológico, a existência de Deus é
absolutamente necessária. Temos três
classes de raciocínio apropriado expostas
nesta questão. A primeira classe é sobre o
caráter inevitável da existência de Deus. A
segunda classe está no que diz respeito ao
elemento inviável da existência de Deus.
Ao fazer uma exposição para responder a
essa pergunta, devo transmitir a ti, meu
leitor, que, para as dimensões dos eventos
da unidade terem triunfo, elas deveriam,
anteriormente, ter a garantia inatacável de
invulnerabilidade quando estiver
806
operando. Apenas uma pessoa com uma
aptidão sempre presente para conferir
toda uma realidade universal à
inviolabilidade – esse pode ser o Todo-
Poderoso. Com isso, Deus pode existir. A
terceira classe representa a
imperecibilidade da existência de Deus.
Deliberando razoavelmente sobre esse
tema, direi ao meu leitor que, se a
autoridade suprema do universo morresse,
ela também seria levada ao fim e, em
particular, em um instante fora do tempo
casual. Portanto, o Onipotente deve ser,
além de outros atributos máximos, imortal.
Destarte, Deus existe.

II

Anteriormente, teremos em mente que a


metafísica moral é, subjetivamente, a
atribuição metafísica da natureza
qualitativa das ações humanas. No
entanto, se percebermos que a moral

807
deriva da compreensão metafísica do
arranjo do comportamento humano,
concluiremos que essa é a primeira
representação da concepção da realidade
humana, na qual encaramos como o
elemento primordial do desenvolvimento
do conhecimento da vida. Será necessário
desvendá-lo, a fim de contemplar
sentimentos negativos, p. comportamento
grosseiro, ganância, inveja e indignação e
sentimentos positivos, por exemplo paz,
felicidade, amor e fraternidade, como
sensações metafísicas e reações da
consciência moral humana, devido ao fato
de não serem introduzidas na constituição
meramente física da mente, mas são
produzidas por um corpo emocional que
está conectado com a alma do indivíduo.
Assim, podemos declarar que as
percepções emocionais ou os estados
sentimentais do homem são realmente
importantes para o estabelecimento da
consciência moral do homem.

Considerando que as emoções são


mostradas a propósito da ação humana,
808
portanto, podemos afirmar que a
modalidade comportamental do indivíduo
é crucial para a organização e a percepção
das idéias e atitudes. Essa tendência
epistêmica é considerada bastante eficaz
em virtude das operações observacionais e
perspicazes quanto à extensão do ser
como agente das situações atualmente
ocorridas. Para que possamos examinar
que o modo de vida em que estamos
envolvidos é sensível, levaremos em conta
que as crenças, as opiniões e os
julgamentos contemplam uma forma
comportamental de manifestação, tanto
nos sentimentos quanto nas opiniões
práticas do indivíduo. Portanto, devemos
compreender esses fatos em um sentido
mais analítico através de sua estrutura
inicial de admissão e entendimento. No
que diz respeito ao entendimento,
aderiremos a alguns postulados que
tornam o mais rapidamente possível a
orientação do conhecimento
comportamental individual, viz. o que o
indivíduo considera correto ou não em

809
favor de seu próprio comportamento. De
acordo com essas inferências, no que diz
respeito à admissão, é a maneira pela qual
a pessoa delibera sobre seu
comportamento nas circunstâncias
mundanas e habituais. A fim de distinguir
os dois itens de conhecimento moral
metafísico dimensionados, asseguraremos
que o entendimento é interno e a
admissão é externa. Por isso, podemos
afirmar que o comportamento é o ato
social, visível e sensível, dado a medida e
a experiência racionais, viz. a
característica mais material da moral
metafísica, em uma ilustração abreviada.

Com isso, podemos dizer que a


experiência, tanto espiritual quanto
material, é a característica normativa e
pragmática dos tipos morais humanos,
compondo-os em noções de existência e
não existência. Entendendo essa alegação
filosófica, podemos, portanto, estipular que
a experiência abraça a consciência
humana entre as coisas categóricas e
práticas e as partículas espirituais e
810
incorpóreas. Daqui em diante, seria
indispensável ouvir as muitas incidências
pelas quais continuamos em nossa vida,
enquanto a experiência é unicamente
apostada pela sensação com a qual
coexistimos ativa e vigorosamente.
Podemos, portanto, ratificar e discutir que
o fenômeno da experiência é primordial
para a absorção e o engajamento do
conhecimento, cuja origem está
estabelecida na base da metafísica e, além
disso, é pertinente ao desenvolvimento da
ação humana, que parece algo semelhante
ao fenômeno de comportamento. Em
resumo, podemos coletar as informações
aqui descritas e discriminar
comportamentos e experiências, pois o
fato de o comportamento estar vinculado
apenas à ação e à experiência humana
material é, em geral, as ações humanas
materiais e espirituais, subsumindo,
portanto, a dupla essência da consciência
humana.

Não obstante as afirmações já


mencionadas, o indivíduo concebe os
811
eventos humanos de acordo com suas
próprias perspectivas e perspicácia
cognitiva, o que nos faz endossar que as
percepções são o principal sinal da
indicação consciente da moral humana. A
moral humana oferece ao indivíduo sua
inferência direta e aplicação natural de
suas distribuições proporcionais em
relação ao agente objetivo e ao agente
subjetivo das ações morais. No entanto,
não podemos nos embaraçar com a
percepção moral per natura e a percepção
moral e eo ipso. A percepção moral per
natura é, consoante o nome, o natural das
concepções morais, viz. o que é
considerado moral em uma essência e
quadro de referência universal; por
exemplo: ajudar o próximo, amar
incondicionalmente, oferecer carinho,
aplacar a miséria com devoção e ternura,
etc. Por outro lado, a percepção moral e eo
ipso são, em virtude do valor nominal, a
própria noção de moral do indivíduo, e
podem impulsionar tanto o bem quanto o
mal; por exemplo – um tirano genocida

812
decide que o massacre de milhões de
judeus pode salvar a raça germânica;
embora ele considere esse ato conjurando
a dignidade, o bem e a integridade de seu
povo, passamos por uma das decisões
mais implacáveis e maldosas a serem
tomadas. Podemos, portanto, descobrir
que essa é uma percepção moral e o ipso,
pois o ato vê o bojo de um objeto, na
prática, pode ser hediondo ou seu oposto,
pelo modo como a noção é meramente
pertinente ao indivíduo que o gera. Assim,
definimos a percepção como o grau
avaliativo da consciência moral como a
sabedoria cognitiva de sua base e
classificamos e classificamos
separadamente em eo ipso e per natura,
onde era conceitualmente vinculante e
inevitável.

E, portanto, além das afirmações até agora


dotadas e fornecidas, temos a razão como
um elemento determinante na coleção de
outras no âmbito da metafísica moral,
considerando que a perspicácia racional do
horizonte dos eventos humanos, com forte
813
influência, estabelece ações
comportamentais e psíquicas. Assim como
as percepções, na medida em que
captamos progressivamente essas fontes
de entendimento, separamos a razão em
dois tipos de natureza: a pura e a prática.

Anteriormente, teremos em mente que a


razão não é apenas um meio pelo qual
podemos discernir e julgar as coisas em
sua associação mais lógica; além disso,
eles podem ser fundidos em sincronia
observacional e de verificação em um
conjunto de vários tipos de julgamento da
esfera dos eventos humanos.

III

Nada neste universo acontece por acaso,


mesmo o evento mais insignificante existe
para um propósito. A vida é uma jornada
de experiências e cada uma de suas

814
experiências tem valor. Ao longo de nossas
vidas, encontramos pessoas diferentes que
desempenham papéis diferentes e servem
a propósitos diferentes. Alguns nos
ensinam lições de vida e outros não
deixam impressões duradouras. Alguns
têm que ficar conosco para sempre, outros
não. Há pessoas que você deve conhecer
em sua vida apenas para acordar. Esses
despertares são agentes de mudança.
Você pode agitar suas penas primeiro e
sentir-se-á muito desconfortável, mas há
uma razão para sua reunião. Eles estão lá
para iniciar mudanças direta ou
indiretamente. Essas pessoas deixarão
claro para você que, se você não iniciar
nenhuma alteração, não prosseguirá.
Essas pessoas despertarão seu potencial
de sono interior com o qual você teria
dormido se tivesse estagnado. Há pessoas
que estão lá apenas para lembrá-lo de se
concentrar em seu objetivo na vida. Essas
pessoas estão lá para lembrá-lo de quem
você realmente é. Essas pessoas mostram
como crescer e expandir sua mente. Eles

815
mostram coisas que você não pode
aprender sozinho. Depois, há pessoas que
desempenham um papel insignificante em
sua vida. As pessoas que você encontra no
metrô, em um café, em um supermercado,
etc. O principal objetivo dessas pessoas é
fornecer espaço a você. São pessoas com
quem você fala pouco e que não têm
conexão além. Essas pequenas reuniões
existem para encorajá-lo em sua jornada.
Vocês são membros da sua alma que
desempenham um papel importante em
sua vida por períodos muito curtos.
Aqueles que ficam com você para sempre
são raros, mas os mais preciosos. Eles são
nossos amigos mais próximos, nossos
parceiros e nossa família imediata. A
maioria deles são membros do seu grupo
de almas. Essas pessoas estão com você
porque geralmente têm uma missão
semelhante.

Quando entendemos que tudo é uma


ilusão, estamos em casa livres. Saber que
estamos eternamente conscientes de ter
essa experiência corporal é o maior
816
presente que alguém pode acordar. É
maravilhoso, é grátis e é para sempre, e é
para todos! As pessoas só precisam
acordar. Parece ser bastante simples,
especialmente depois que acontece com
você. A plenitude da vida em que você se
desenvolve, a realização de infinitas
possibilidades, é tão emocionante,
libertadora e profundamente simples que
você não pode deixar de se perguntar por
que todo mundo não a vê. Isto é
especialmente verdade quando a grande
conspiração imposta à humanidade se
torna clara. As coisas realmente entram
em cena quando entendemos
completamente o que está acontecendo e
por que estamos aqui neste momento
crucial. A idéia de que essa conquista
maravilhosa deve ser óbvia para todos
desaparece rapidamente quando nos
lembramos de estar nesse estado de
inconsciência extática e em como
pensávamos entender muito bem o que
era a vida. Quase todos nós estivemos
envolvidos em algo que nos separou dessa

817
simples realização experiencial. Este
envelope ôntico era natural e projetado.
Natural no sentido de que nascemos do
espírito em um corpo físico, há, portanto,
um desafio dimensional. Os problemas
reais surgem com as construções culturais
e sociais em que nascemos. Como bebês
indefesos por um longo tempo após o
nascimento, estamos à mercê do cuidador.
Embora sejamos seres intrinsecamente
espirituais, se isso não for corroborado
pelo espírito e comportamento das
pessoas ao nosso redor, um tipo de
insensibilidade começa a crescer para
eclipsar esse conhecimento. É como
acordar de um sonho e não ser capaz de
se lembrar dele como um todo. Uma
"realidade" diferente invade nossos
sentidos. Isso simplesmente acontece. Se
as pessoas traem seus pais, elas também
podem estar deprimidas. Pelo menos na
superfície. Nos próximos anos, eles
poderão acordar desse ambiente, como
muitos de nós já fizemos.

818
A ferramenta mais sensata e eficaz para
controlar a humanidade é o sistema de
religião e crença. Em vez de negar
completamente nossa espiritualidade, eles
a reconhecem, comunicam e controlam.
Supere as massas realizando nosso
potencial espiritual e apelando a essa
vontade inata de cada um de nós para nos
levar a outra célula lindamente decorada
que consideramos livre. Eles costumam
usar essa tática. As outras religiões e
religiões não são tarde demais. Isso nos
"protege" da realidade e da
responsabilidade pessoal. O pecado
original é uma das inversões mais sérias
da verdade na história. E o medo da morte.
Esses monarcas parasitas mentem,
roubam, destroem, manipulam e matam
do começo ao fim. Eles nunca estão
satisfeitos. Mas inverta tudo e confunda-o
até que seja o caminho deles e seja quase
impossível encontrar sua verdadeira
direção. Ou eles querem pensar. Não é
mais obrigatório que nascemos no
"pecado" e que tenhamos que pagar outra

819
pessoa para recuperar a inocência. É como
ter que comprar terra e água no seu
planeta. Quem acha que o inferno tem
esse lugar? Na realidade, nascemos
apenas até que eles nos colocassem em
sua jornada suja de matriz. No entanto,
eles nunca conquistaram nossa coragem.
Afinal, não acredite em ninguém. A crença
é uma forma de fraqueza mental. Embora
as religiões e o conhecimento sejam
animais completamente diferentes, as
crenças o aborrecem. Continue até que
você esteja completamente satisfeito. Às
vezes, exige certas coisas, geralmente
você sabe que algo em sua mente é
verdadeiro. Não é o que você acredita,
mas o que você sabe. É daí que vêm nosso
poder, nossa felicidade e nossa eficiência.
A crença viverá em vão, orações ou rituais
repetidos desnecessários, um desejo
desnecessário pelo que você deseja
enquanto espera por uma certa graça. A
afirmação pode ser obtida conhecendo-se
a afirmação. Até os físicos quânticos
sabem disso. É claro que ouvimos e

820
focamos nossa atenção. Nosso
conhecimento cria nosso mundo. Eu
sempre digo a mim mesma para não
acreditar ou acreditar na minha palavra. As
pessoas têm que descobrir por si mesmas.
Isso está errado no mundo de hoje. Todos
seguem cegamente as instruções da
matriz. As escolhas que eles fazem estão
em compartimentos cuidadosamente
abrigados, dando a ilusão de liberdade. Eu
apenas compartilho minha opinião e é
ótimo que ajude as pessoas a simpatizar e
ajudar. As pessoas devem adquirir seu
conhecimento e seu ponto de vista. Eu
posso aprender por conta própria, excitar
um pouco as pessoas, inspirá-las e inspirá-
las a se libertar e a outros. Se alguém
pensa que eu sou uma porcaria, é comigo.
Eles seguem o seu caminho e eu vou ao
meu. Mas, no mínimo, reconheça a
santidade de sua própria busca e
aprendizado. Se você tem uma mente
construtiva e quer aprender e descobrir a
verdade do problema, eu gosto quando as
pessoas discutem algo. Quando alguém

821
pressiona o programa com muita força ou
se esforça para se justificar ou se
desenvolver. Às vezes, saímos disso, mas
há um problema se houver um padrão
regular.

Não é complicado, porque a vida nos


ensina regularmente com ilustrações
simples. Abhinavagupta diz que devemos
levar em conta nossa espiritualidade,
nossa verdade essencial, nosso
fundamento existencial e, portanto,
imaginar um corpo sutil que está incluído
em todos os veículos nos quais esses
elementos se manifestam, ou seja, com
clareza e patenteabilidade. Se você
procurar o corpo sutil, ele retornará à voz
interior, a tornará viva, fará com que seja
transportada para todos os lugares ao seu
redor e, portanto, será reproduzida
novamente em todos os retratos
conscientes que estão dentro. Como
resultado, você projetará sua consciência
nos estados mentais mais altos e mais
celestiais e aprenderá os segredos
designados e levados em consideração por
822
todos os parâmetros e a estrutura
harmoniosa que opera a própria
consciência cósmica, de uma maneira
primordial e onipresente. Somos nós que
fomos separados dessas verdades básicas
e simples, por nós mesmos, bem como
pelas influências manipuladoras ignorantes
dos outros. Você encontrará onde está.
Não localize geograficamente como
conhecer sua real intencionalidade
predeterminada pelos comandantes da
dimensão material, isto é, os mestres
ascensos do Devachan. Você encontrará
injustiça na humanidade, que é a adoração
dos carnais, vulneráveis, corruptíveis e
mortais ou a veneração de algo sagrado
por esses meios. Isso levou ao fenômeno
de que todos denunciaram o "mal" ou "a
principal falha da humanidade". Irá além
desta busca por si mesmo, do
conhecimento divino existente em sua
substância imortal, imutável e incorpórea,
sinais interativos metafísicos auspiciosos
nos quais estão programados todos os
seus poderes elevados, sublimes e pré-

823
natais, esperando para serem aplicados
em nome de seus imortalidade, sua vida
evasiva na emanação de Amrita, Purusha
ou Prana. Agora temos que encontrar o
caminho de volta. Carrega sentimentos e
instintos recentemente despertados que
dormiam em nós. O que cada um de nós
experimenta está despertando em seu
sentido mais básico. O Nyingma Gyubum
diz que somos apenas amigos autênticos;
A sociedade, administrada com mentiras,
escravidão espiritual e o estado
inconsciente da verdadeira estrutura
cósmica, é apenas um meio de escapar de
si e de seu conhecimento natural e divino
e, consequentemente, ser levado à forma
mais poderosa de ignorância já existente.
Muitos filósofos mahayana como vg,
Asanga, Vashabaddhu, Chandarkitir,
Aryadeva, Nagarjuna, Bhavavikeka,
Dnagaga, Avalokiteshvara, Atisha e outros,
ou seja, grandes mestres da humanidade
com a mais onipotente gnosiologia
esotérica em invariavelmente, pensavam
que o ser era deve estar nas condições e

824
não condições em que é de fato aceito e
expresso como é, em todos os sentidos em
que pode se comunicar de uma maneira
extramundana e perene, com seu espírito
de atividade de iluminação ou seus
próprios fundamentos subjacentes de
significado relativos ao trabalho e à paz,
dos quais a autenticidade da natureza
pode absolutamente extrair seus
processos metempiscóticos e monádicos. A
informação começa a adquirir novas
dimensões com uma interpretação clara
que continua a abalar o mundo, mas
precisa abalar o mundo para que as coisas
voltem ao ponto de vista consciente.

Sua importância é a seguinte: somos um


dos momentos mais emocionantes e
perigosos da história moderna. O sistema
financeiro econômico global certamente
desaparecerá daqui. A questão é: vamos
substituí-lo? Esta é a questão. O sistema
monetário internacional é irreversível nas
moedas de hoje. Não pode ser consertado.
Deve ser substituído.

825
A primeira coisa que precisamos fazer é
criar um novo sistema monetário, e o que
eu recomendo é que, a menos que os
Estados Unidos e isso não seja impossível,
Rússia, China e Índia ofereçam uma nova
estrutura de cooperação. Um toque
internacional pode ser. A maioria das
religiões instala crenças sobre "bem e
mal", "bem e mal" e "pecado e santo", o
que leva os fiéis a acreditarem que seu
bem-estar ou salvação depende de seu
bem-estar ou salvação. comportamento e
que, se não obedecem, uma vida eterna
que excede as dimensões indesejáveis,
mas não é nem a pior!

A rejeição de suas crenças religiosas


resultará automaticamente em vergonha,
culpa, obrigação ou remorso. Esses
sentimentos ou o medo deles podem ser
uma barreira mais poderosa do que o risco
de tortura física.

A parte mais profunda do mecanismo de


controle é a manipulação das emoções,
para que você realmente se castigue.

826
Por exemplo, se sua religião diz que fazer
sexo fora do casamento é errado e se você
faz sexo antes do casamento, você será
automaticamente punido por vergonha,
culpa, remorso e indecência.

De fato, mesmo se você contradizer a


doutrina da religião, essas emoções
poderosas em breve o farão se arrepender
e pensar novamente.

O mesmo vale para coisas como "ajuda"


regular, dízimos / doações e outras
condições ou requisitos de sua religião.

Seu medo de culpa ou remorso controla


seu comportamento e o leva a fazer coisas
que não lhe convêm ou que o impedem de
se expressar.

A questão é que, se eles estão


manipulando você emocionalmente, como
você pode descobrir o que funciona melhor
para você? É somente através do livre-
arbítrio que você pode inspirar seu próprio
ser interior.

827
Como o controle vem de dentro, na forma
de suas crenças e emoções, você
provavelmente nem percebe que é
controlado, o que torna esse tipo de
controle mais maligno do que quando
alguém o ameaça com uma faca.

Se você pode identificar uma fonte externa


de controle, fica claro que ela será
controlada, mas se for fortemente
programada por crenças e essas crenças
gerarem emoções dolorosas, é quase
impossível ver que a fonte externa está
sob controle . O mais importante é que sua
religião ou prática espiritual funcione para
você e somente você pode decidir o que
isso significa, mas aqui estão algumas
sugestões a serem lembradas:

Sua prática espiritual lhe dá liberdade e


espaço para encontrar suas próprias
respostas, mesmo que essas respostas não
correspondam aos seus ensinamentos
espirituais.

828
Você não será penalizado ou excluído por
ter pensado o contrário ou por ter
desafiado as idéias.

Sua prática espiritual o empurra para o


amor e a união, dando a você e a outras
pessoas perdoado quando você liberta
bagagem velha e pesada que não é mais
útil para você.

Os ensinamentos espirituais levam você a


novas alturas de consciência, enquanto o
inspiram a se expressar.

As crenças espirituais são oferecidas


através de lições de capacitação, não por
medo de karma, punição ou qualquer
forma de incapacidade, e não devem ser
manipuladas por culpa, dever ou
arrependimento iminentes.

Seu mestre espiritual não incentivará seu


vício ou lhe dirá o que fazer, como pensar
ou rotular outros ensinamentos espirituais
como falsos.

Ele não é convidado a julgar, refutar ou


excluir outros de se tornar religioso, nem a
829
ser punido por ter amado aqueles que
desobedecem a sua religião.

Você será honrado e respeitado por seu


professor e colegas de classe e nunca
sentirá que seu professor ou sua prática
espiritual tem poder sobre você ou que sua
dignidade é posta em causa. Sua prática
lhe dá a oportunidade de descobrir quem
ele realmente é e o apoia no
desenvolvimento de um relacionamento
íntimo e pessoal com o Divino, onde ele se
sente amado incondicionalmente.

Se seu objetivo é o despertar espiritual,


sua prática espiritual não deve apenas
permitir que você abra a porta do
despertar, mas também deve incentivá-lo
a deixar ir, deixar ir, para poder entrar.
Para acordar completamente, você deve
estar pronto para a prática sagrada. Às
vezes, permanecemos em uma religião
muito além da data de vencimento,
porque, se partirmos, provavelmente
também significa que temos que deixar
nossa comunidade.

830
Normas e dogmas tolerantes que não nos
servem mais podem parecer um preço
pequeno a pagar em troca do amor e apoio
da comunidade, mas esse preço é muito
mais alto do que parece.

IV

Não obstante, eu acho que todos os seres


mantêm um Eu notável no fundo de sua
consciência psíquica, devido ao fato de
que o Self é o retrato genuíno da
mentalidade Absoluta, bem como de todas
as propostas notáveis da Lei do Self, que é
a lei empírea do universo, de qualquer
forma, analisando as qualidades unívocas
do ser tão existente quanto o ser, com
certeza. Aristóteles era um erudito, além
disso, um filósofo obstinado, que agrada as
pessoas devido às suas abordagens lógicas
e comerciais da realidade, para as
investigações sobre as raízes do ambiente
natural, bem como a medula da alma e

831
sua possível estrutura elevada, que não
pode ser desconcertante, enquanto o
ponto das coisas está no local em que
deveriam estar uma vez. Além disso,
gostaria de salientar que as preposições de
Aristóteles são compostas por um
raciocínio silogístico; assim, a raison d'être
é o tema principal de suas crenças e
suposições ponderadas, esclareceria a
você. Não obstante, se você deseja
projetar toda a sua alma nessa fonte de
tanta preocupação, não se preocupe.
Penso que a raison d'être está situada na
própria alma e por si mesma, não em
qualquer outro lugar, como pensaria
Aristóteles como ele havia deixado em
seus trabalhos e ensaios. Assim, o Ser tem
a mente de penetrar em seu veículo da
alma, entender seu sistema metafísico e
aprender com ele a ser e a viver, além de
aumentar o conhecimento de sua vida.
Possivelmente, o Ser como ser tem a
ousadia naturalmente interiorizada em sua
essência, considerando que ele é uma das
marcas de manifestação em conexão com

832
a pureza cosmogonal do Absoluto. Além
disso, o Absoluto enfrenta as energias
sombrias da Escuridão, e a mente se
ilumina se as energias Absolutas se
envolverem em seu núcleo; daí em diante,
o Ser desfrutará da mais graciosa e mais
encantadora da verdadeira beleza da vida;
adiante essa ilustração, portanto, a
natureza das coisas está em consonância
com o Ser, se o Ser também está em
consonância com ele, também, para
complementar e também intensificar o que
venho dizendo nessas linhas de
pensamento.

De fato, parece valer a pena a existência


de um Ser, em seus atributos mais
emocionantes da vida, que estimula seu
núcleo substancial de motilidade e
perspectivas sutis, comprometendo um
estado de espírito ontico articulado com o
ambiente de verve; além disso, descobre
um tipo de inclinação que se comporta
apenas nos limites da existência, além de
ter um efeito primordial nos períodos de
vitalidade do Ser. Por isso, reforçaria
833
minha tese com o raciocínio relativo à
iluminação da psique, pelo qual esboça
uma inegável pátho dos consumos de
energia do Absoluto, especialmente pela
razão que concebe uma criação magistral
da própria vida; assim, eu diria que tudo é
feito de energia mental, que inspira os
princípios essenciais do Ser como ser, em
conluio com outros planos de extensão da
alma. No entanto, se eu tivesse algo para
viver, por exemplo, viveria sem problemas
intrigantes, enquanto a vida deseja
decifrar a natureza das coisas, não de
maneira contrária.

O caminho do pensamento absoluto, pois


poderia julgar o caminho do Ser como um
ser corporificado e legítimo, vivendo e
coexistindo com outros seres da
humanidade da Terra, tanto macrocosmos
quanto microcosmos, destinados a usar
corpos celestes ou profanos que
dependem da ampliação cármica do
indivíduo como único.

834
As circunstâncias da existência devem
incidir sobre as redes de manifestações
ontológicas, interiormente a Gestalt da
dinâmica do Ser como ela é, no apego de
todos os aspectos que cercam os ventres
de circulação de sua verdadeira quididade;
além disso, eu lembraria que todos
apreendidos em uma base do Ser e esse
Ser modela sua própria base, portanto, não
somos apenas apoiados por uma coisa,
mas também somos o apoio. Portanto, eu
inferiria que todos somos feitos de material
ótico, mas esse material ótico é inventado
por outros materiais da natureza mais
elevada e assim por diante. Não preciso
captar o que é prazer para mim, mas o que
é alegre e brilhante para a realização de
minha jornada espiritual, o que é
totalmente abundante para transbordar o
padrão mais perceptível do meu coração,
para recompensar minhas carências
ontosóficas; então, serei ontologicamente
geuíno, daí a descendência do zênite da
existência.

835
Todo homem e toda mulher é uma estrela
que brilha no céu; daí, ontosófica e
teologicamente, qualquer um pode ser
extraordinariamente deslumbrante
correspondendo ao Sol; no entanto, para
isso, há muita luz; assim, a humanidade
com Luz é uma humanidade tão brilhante
quanto o Sol, razoavelmente. Na
terminologia ontológica, incluiria uma
espécie de Ser anunciado por Deus, o que
significa que atestando o homem sob sua
luz interior sobre o fogo hábil de precisão
imaculada, ele obteria a astúcia de seu Eu
atacado, sem hesitar em relação à sua
consciência. portanto, o homem está
entrincheirado em um tipo correto de
consciência, da mesma maneira, ele está
bem associado ao sagrado desamor do
Todo e não há mistérios existenciais e
secretos para ocultar a ele, porque ele
sempre encontrou, finalmente, o chave
para a existência e a equipe para a
imortalidade, filosoficamente falando. No
Akaranga Sûtra, capítulo 5, "A Essência do

836
Mundo", segunda lição, propõe com
conhecimento fora do comum:

"(...) Muitos não vivem atos prejudiciais contra o


mundo, eles não vivem ações prejudiciais contra a
vida por danos, esses (seres vivos). Cessando
deles, acabando com eles, ele percebe: isto é
oportunidade favorável: quem procura o momento
certo para o seu corpo (nunca deve ser
descuidado), é o caminho ensinado pelos nobres.

Quando ele se torna zeloso pela lei, nunca deve


ser descuidado. Quando ele se tornou conhecedor
da dor e do prazer nas várias formas. (...) "

De fato, muitos com quem o orgulho


gerou, eles sabem como cobiçam isso,
cobiçando o material ótico para alcançar
seus objetivos e vários objetivos principais,
com intenções desconhecidas a priori, no
entanto, todos são estabelecidos quando o
indivíduo não obstante, requer muitos
holofotes ou faz com que você acredite
que todas as coisas estão ligadas à
vontade e ao desejo, ontologicamente

837
falando e assim por diante. Eu nunca
percebo o verdadeiro núcleo da proposta,
mas suas nomeações gerais são visíveis
para quem quiser estudá-las; o Ser ligado
a Deus não tem ego, nem fone de ouvido,
ele não tem nada de enganoso ou mal
íntimo em sua alma; então, os indivíduos
acima mencionados não podem ser
considerados aliados de Deus, pela razão
de terem Ego, primeiramente; além disso,
eles também têm uma ânsia pessoal por
algo e, além disso, esses interesses são
puramente egoístas; portanto, eles não
estão ligados a Deus em essência, pois
incluem todos os recursos aqui realizados.
No próximo parágrafo, explicarei a respeito
daqueles que realmente estão ligados a
Deus.

Dentro da dureza de Deus, há um material


ótico transbordando amor, paz e
fraternidade para quem outrora prosperou
e viveu interiormente e, além disso, se
você pensa que Deus é todo feito de
unidade da criação, acho que você está
certo, em favor da criação ótica, no
838
impulso do ser que havia gerado
anteriormente; devido a esse caso, há
outra razão: qualquer que seja o preceito
da alma, a oferta básica e absoluta de
nossas ações e reações, supervisionada e
dirigida pelo trabalho metafísico e pelos
esforços espirituais soberanos, na medida
em que os indivíduos ligados diretamente
por Deus são espiritualmente
desenvolvidos, na descoberta da alma,
melhorando seus campos energéticos e
estados mentais vibracionais; portanto, é
absolutamente garantido que esses seres
são de fato seres divinos, em um estado
mental superior de que os seres normais e
escravizados, portanto, Deus é um e que
se identifica tanto quanto descobre que a
lei empírica de alguém aclamada por Deus
pode alcançar um natureza interna
ontológica, juntamente com uma estrutura
mental inimaginável e impensável - assim -
acho que a ontologia deveria estudar mais
os fenômenos espirituais da Iluminação do
que a fenomenologia de ser compreendida

839
na razão terrena, como todo mundo pode
parar para pensar por acaso.

A vida é considerada louvável e


castamente superada, com conhecimento
e liberdade de existência sem limites, em
razão da vida é um ciclo no curso rítmico
da reencarnação que deve ser saboreado e
deleitado no auge, a fim de realizar nossa
tarefa no período atual com integridade e
totalidade, totalmente; Por isso, feito isso,
atravessaremos soberbamente o início da
dap e, depois, a ordem celestial da
dimensão superior da luz nos parecerá
com sabedoria e maturidade, para nos
assemelharmos ao gozo de Deus. Não
obstante, o dever de vida é único para
cada pessoa, porque cada um tem seu
próprio padrão cármico e seu
conhecimento dármico para ser
empregado em tremores mundanos -
então - o indivíduo é sui generis
comparativamente a todos os que vivem
no mundo, mas sofreu a Lei do Karma,
portanto, ele deve sofrer com sublimidade
a Lei do Um, a saber, a Lei de Deus. Nesse
840
sentido, é importante ressaltar que
ninguém cresce espiritualmente e
ontologicamente sem prática, isto é, a
operação diária de métodos psíquicos de
desdobramento metafísico que consiste na
humanidade se elevando em direção ao
todo-poderoso Todo-conhecido, o Ser
Absoluto.

No capítulo 5 do "Akaranga Sûtra", "A


essência do mundo", em primeiro lugar,
explica sobre o tipo indiscutível de causar
fanatismo a outros e, em segundo lugar,
no que diz respeito ao Self e de que é
composto inconfundivelmente:

"(...) Como seria para ti, assim é com ele que tu


tencionas matar. Como seria para ti, assim é com
ele quem você pretende tiranizar. Como seria
para ti, assim é. com aquele a quem você
pretende atormentar. Da mesma forma (é com
ele), a quem você pretende punir e afastar. O
homem justo, que vive de acordo com esses
sentimentos, não mata nem faz com que outros
matem ( seres vivos) .Ele não deve
intencionalmente causar o mesmo castigo para si.

841
O Self é o conhecedor (ou experimentador), e o
conhecedor é o Self. (...) Aquilo através do qual se
sabe é o Self. mantém a doutrina correta do Eu.
(…) "

Supondo que a alma esteja dentro de si a


dobra do núcleo no centro do Todo-
Poderoso, pode-se concluir que todas as
coisas são druthers que devem ser
destacadas na natureza espacial de tudo o
que existe, brevemente, da maneira como
estamos na realidade imaculada, portanto,
é compreensível que tenhamos levado
nossas perspectivas para os
procedimentos ontológicos mais
exagerados; no entanto, é também
compreensível que o Todo-Poderoso
também esteja guiando seus marcos de
geração; portanto, o que quer que
signifique a franqueza de tudo isso, já
conquistou a perspicácia dessa fonte na
ontologia; então, o Ser é ou a rota do
Absoluto ou a expressão Todo-Poderosa do
homem; são dois, aparentemente e
abertamente.

842
V

A.

Deve-se dizer que os mecanismos do corpo


são geralmente discernidos e distinguidos
pelo contexto perceptivo pertencente à
mesma ordem natural, ou seja, o corpo. A
maneira como a descreveremos e
localizaremos está subjacente à
equipolaridade com outros objetos que
podem ser indicados e verificados através
dos veículos sensoriais de impressão e
compreensão. Notavelmente, a
acumulação interna mais grosseira do
sistema nervoso, e em particular do
cérebro, permanece um problema não
resolvido para o fisiologista e o
anatomista; mas que essa densidade da
estrutura aumenta cada vez mais no
animal e no homem atingindo um nível

843
sem precedentes em todas as outras
espécies, é um fato bem estabelecido,
uma verdade muito importante que,
quanto à evolução espiritual do homem,
disso, é claro, podemos dizer
honestamente que é uma explicação
suficiente. Assim, que a estrutura do
cérebro não se desenvolveu
adequadamente, onde o mínimo de
pobreza se manifesta, como é o caso dos
microcefálicos e dos idiotas, deve-se dizer
que esperar pelo menos o aparecimento
das idéias e conhecimentos originais, como
esperar uma diversificação de espécies em
pessoas com órgãos geneticamente
completos. Por outro lado, uma construção
forte e bonita de toda a pessoa, em
particular do cérebro, certamente não
substituirá a genialidade, mas, de qualquer
forma, fornecerá o primeiro pré-requisito
essencial para o conhecimento superior. A
força humana pela qual se esforça para
constituir existência inerente é
necessariamente cercada por uma

844
estrutura meticulosa na qual é designada
como o domínio consciente do corpo.

A alma do homem realmente difere de sua


fisicalidade ao longo de sua vida mais
profunda ou de sua situação esotérica.
Essa vida mais íntima é muito especial,
pois cada pessoa enfrenta o instante na
direção e na atenção que as leva
fenomenologicamente à emoção mais
simples e administrável. Segue-se, em
primeiro lugar, que ninguém pode ver uma
fonte de conhecimento precisamente da
mesma maneira que a pratica diretamente
para si mesmo. Esse paradigma de
consciência tem efeitos benéficos no que
diz respeito à outra compreensão de
sentimentos e apreensões. Portanto,
devemos examinar, sem o apoio de
elaborações filosóficas mais longas ou até
de intuições sugestivas, que, embora as
sensações possam ser sutis ou moderadas,
devemos pensar que elas têm relevância
para a dimensão esotérica da consciência.
Por exemplo, minha descrição da mesma
cadeira adamascada será distinta de outra
845
pessoa, na medida em que seu
entendimento cognitivo não será
compartilhado igualmente entre os dois
agentes, o que desenvolve o fato de que o
colecionador de algo realmente não se
sente no que o outro coletor de impostos
está sentindo. Consequentemente, é
anímico, isto é, vem da alma. As
experiências mais íntimas não sobrevivem
sozinhas sem um caso respeitável, de fato
semelhante, o que a transforma em uma
ocasião incessante, no mesmo tipo de
processo. Um sentimento pode causar
alegria, outra tristeza. Há uma miríade de
agitações nas operações mais íntimas ou
extra-humanas relativas ao homem. Além
do que eu dissera, os sentimentos não
funcionam sem a produção anterior de seu
fundamento convincente de uma entidade
viva. A vontade controla e sincroniza as
capacidades emocionais de cada ser na
estrutura cósmica. O homem canaliza
abstrações esotéricas ou meditações
(inconscientes) para dentro e depois as
converte em atividades exotéricas. Ela

846
pode, assim, marcar a impressão de sua
vontade essencial ou verdadeiro dever em
suas experiências correspondentes. A alma
de um homem, no presente, sempre flui
para fora das companhias de sua vontade,
como mencionado anteriormente.
Afetando as ações humanas, elas diferem,
portanto, dos eventos de natureza externa
com os quais carregam os padrões
impressos de sua vida interior ou animal.

B.

[Se as leis ocultas são existenciais]

Compêndio de Premissas

Argumento 1.1. As leis ocultas são os


procedimentos arcanos que regem a
estrutura universal e pelos quais, emana-
se as suas correspondentes energias e
manifestações subsequentes; destarte,
delas são derivadas as percepções e as
fundações tanto da imaginação quanto da

847
razão humana anexa a sua genuína
natureza; assim, se fazem empregadas no
homem de tal maneira com que ele se
submeta ao seu foco de desenvolvimento
emissor, e tal fenômeno é deveras ubíquo
na vida do homem em seus princípios
tanto basilares quanto pormenorizados,
portanto, as leis ocultas estão
existencialmente presentes na vida do
homem.

Contra-argumento 1.1.1. Em
contradinstição, as leis ocultas são
inevitavelmente fadadas ao desvio
observador do ser enquanto ser e,
igualmente, não estão conectadas
diretamente à vida humana, pois se são
ocultas, logo são indizíveis e indescritíveis;
como nós não podemos definir o que é
indizível e indescritível por inferência e
análise racionais é, na verdade, improvável
de se comprovar e provavelmente, sem
validade lógica; desta maneira, a ilação
que se pode efetuar é de que as leis
ocultas não existem realmente.

848
Argumento 1.2. A existência das leis
ocultas é demasiado marcante no contexto
histórico do ser enquanto ser, pois,
praeterea, tal notabilidade se faz
necessária em face da real essência ôntica
que, por condição impreterível, é
metafísica, posto que nenhum ser possua
origem meramente física e com
características corpóreas outrora definidas
pelo próprio corpo físico e, desta forma,
nos aspectos mais minuciosos da
constituição oculta da ciência cósmica,
existe a confluência de todas as dimensões
e extensões dos polos de vitalidade ôntica,
cuja tenção é manter o organismo
universal em harmonia e perfeição
invariavelmente; apontando que tal
asseveração seja verdadeira, por
conseguinte, o ser é existencialmente
permeado entre os influxos pertinentes às
leis ocultas, como atestado de antemão.

Contra-argumento 1.2.1. Considerando que


o ser contenha interiormente as aptidões
sobremodo eficientes para atingir seus
estados mais elevados da consciência por
849
intermédio da razão, porventura, far-se-ia
dispensável o recurso de forças
sobrenaturais e imateriais que, decerto,
regeriam a sua vida de forma total em
suma univocidade; inclusive, a razão
humana é tão deslumbrante que a própria
vigência do discernimento nulifica em
inteireza a tese da existência de leis
arcanas recônditas no mais profundo do
homem que o comandam de maneira
universal; outrossim, nós podemos coligir
as afirmações aqui estabelecidas e deduzir
que as leis ocultas não passam de trivial
especulação ou, ainda, deliberação mal
elaborada no que concerne às instituições
que superintendem o ambiente humano,
sobrepujando-se a este, na realidade, de
maneira coesa e admissível em sistema
epistêmicos relativos à Phronesis
(sabedoria prática).

Argumento 1.3. O sujeito das leis ocultas


são as próprias leis ocultas, bem como seu
predicado é a própria, pois todo fator
oculto gera um fator oculto como
resultado; com efeito, nós devemos ter em
850
mente que todo o direcionamento oculto
possui como finalidade atender às
demandas de seres que não são de fato
ocultos, como os homens, que se
diferenciam da inefabilidade das leis
ocultas, por serem vulneráveis à morte e à
doença. Consequentemente, todo o
arcabouço no qual as leis ocultas se
projetam é imperecível, entretanto,
quando está interatuado com os bens de
proveniência configurados na matéria e na
corporeidade suscetíveis a prejuízos tanto
internos quanto externos, é praticamente
indiscutível que está designado a
sucumbir, gradativamente ou não,
dependendo da salubridade do objeto a
priori.

Contra-argumento 1.3.1. A ideia de leis


ocultas como emissor e receptor recíproco
é falsa, a passo que todo o sujeito de ação
tem como objetivo penetrar sua ação no
outro desde que tenha propósito; dado que
as leis ocultas possuem intuito ao serem
aplicadas, logo, a sua reciprocidade ativa e
reativa é claramente inverídica, em virtude
851
de, à primeira instância, sua infiltração
retilínea (e sem alguma angularidade
voltada a supostas zonas de existência
superior) estar peremptoriamente
inoperante e, em segunda instância, as leis
ocultas são sentidas nenhures, já que o
indivíduo em si não concebe tais efeitos
em circunstâncias normais e regulares,
dessarte, apresenta assimetria em normas
aritméticas, pois as leis ocultas
ultrapassam a noção matemática de
espaço e se o faz, logo sua mediação é
impossível e sua existência também e,
além disso, aparentemente transcendem
as próprias virtudes filosóficas em noções
precípuas; quedar-se-ia axiomático que as
leis ocultas são escusáveis tanto em
orientação matemático quanto em
filosófico, isto posto, elas são, com certeza,
írritas e inúteis para a absorção do
conhecimento humano, como evidenciado
nesta impugnação.

Elucidação

852
As leis ocultas, em síntese, são as direções
sutis e astrais as quais orientam a
humanidade para determinado de acordo
com sua evolução, que se consolida
especialmente na concórdia desta com o
arranjo estabelecido no universo. Diz-nos,
a Lei, que tudo que a objeta, torna-se
empecilho irreversível e complexo de se
reestruturar; a matriz das leis ocultas é a
própria força que flui sobre estas,
retratando-se um ciclo sempiterno de
processos ônticos, que sustêm a energia
vital e a torna vigorante dia após dia no
cenário cósmico. Se terdes dubiez com
relação à natureza das leis ocultas, dir-vos-
ei que, sobretudo, eu deverei mencionar o
seguinte mecanismo: suponhamos que
consultando as memórias etéreas,
resguarda-se uma espécie de
quintessência, e esta se manifesta como
entidade invisível. É bem claro que a maior
parte das pessoas se recusaria a crer
nisso, mas se formos pensar mais afundo,
notaremos a grandeza oculta da
quintessência, posto que suas dimensões

853
se encontrem em algo não perceptível
materialmente e, outrossim, deve exercer
influências significativas não somente na
matéria, mas em toda a ordem e unidade
instaladas. Se estipuladas as leis ocultas
em tais valores, portanto, elas
necessariamente existem, posto que
existam a desfiguração como instrumento
de transcendência da fisicalidade
programada no Corpo e a iniciação como
itinerário para a sublimidade ôntica
também no que se diz respeito ao Corpo;
tendo o Corpo como vicissitude para a
ascensão da matéria para o espírito, logo,
é imprescindível que exista uma força que
remova o ser da matéria do espírito,
excelendo-o hierarquicamente; na filosofia
oculta, denominamos esta força de "lei"
ou, em pluralidade, "leis ocultas".

Respostas aos contra-argumentos


efetuados

Contra-argumento 1.1.1. Em primeiro


lugar, enfatizemos que nem tudo que
854
existe no universo é matéria sólida e fixa;
logo, nem tudo pode ser provado, sentido
ou recepcionado materialmente. Em
segundo lugar, as leis ocultas são assim
não porque elas são ocultas no geral ao
ser humano, todavia, porque são
despercebidas ao homem imanente à
matéria, sem embargo, são absolutamente
ostensíveis ao homem transcendente à
matéria. Portanto, a percepção ou não da
manifestação das leis ocultas dependerá
do nível de consciência espiritual do
homem, ainda que esteja sido comentada
na matéria, mas isto é devido ao que
nomeamos, nas ciências ocultas, de
"remanescentes psíquicos", i.e., aquilo que
armazenamos inconscientemente na alma
mediante as experiências passadas tanto
nos planos microcósmicos quanto nos
macrocósmicos (o primeiro é inerente à
matéria e o último é inerente ao espírito).
À guisa de tal projeção reflexiva, não é,
pois, o homem sendo material, que as leis
ocultas impreterivelmente não existam,
sendo assim, consiste em apresentar uma

855
preposição óbvia pensando que a outra
será indiscutivelmente, do mesmo modo,
óbvia, assim como uma causa falsa ou
verdadeira deve ter um efeito retórico
necessariamente falso ou verdadeiro;
caracterizando-se, em termos de
argumentação, uma falácia do tipo non
sequitur a asserção do contra-argumento
aqui refutado.

Contra-argumento 1.2.1. Nós temos de


saber que o Prajna de Purusha (sabedoria
do princípio cósmico) não é consagrado
pelo uso supremo da racionalidade
humana, em vista de que o ser, imanente
à matéria, sublevando-se escassamente
ante a sua consciência, deve apenas, face
aos seus recursos, utilizar a razão; quoque,
também sabemos ad faciem que a razão é
somente concernente à matéria, e além
disto, temos ciência de que o universo é
matéria (ou corpo, em particular), alma e
espírito, não só atinente às coisas
materiais, por conseguinte, deduz-se que a
razão do homem não desvenda a todas as
coisas, tampouco aquelas que são
856
improváveis de serem concebidas
materialmente, citando caso análogo, as
leis ocultas. Daí, salientaremos que a razão
não vislumbra as leis ocultas, pois
enquanto a razão é essencialmente
material, estas, por outro lado, são
indispensavelmente espirituais, e a fim de
salientar, incorpóreas; ergo, ratio non
posset percipere omnia univocitas,
quoniam enucleate manifeste materialiter.

Contra-argumento 1.3.1. Averiguemos o


seguinte: se as leis ocultas não são o
sujeito e o predicado concomitantemente,
logo, estão vulneráveis à noção de tempo;
considerando a noção temporal como
consoante à matéria, e as leis ocultas
como espirituais, tentar relacioná-las em
sentido de comparação equânime, deve-se
apontar que tal asseveração é uma
contraditio in termini. Assim, as leis ocultas
devem ser existenciais justamente porque
são o sujeito e o predicado em período
simultâneo; ademais, é graças a isso que
conseguem vogar e impelir-se no universo;
em razão disto, se não tiverem razões
857
filosóficas, não possuirão sentido oculto, e
também, se não gozarem legitimamente
de razões aritméticas, não possuirão
normas ocultas que a realmente
superintendam, como resultado, as leis
ocultas devem ser necessariamente
existenciais e terem como agentes
receptor e emissor, ela mesma, pois o seu
objeto-alvo é sua perpetuação, a qual
afeta os demais planos vigentes, até
mesmo, a matéria.

Seção XLVII

Da Magia, da Ciência Sagrada e das Artes


Divinatórias

Existem três métodos principais de invocar


qualquer Deidade.

O "Primeiro Método" consiste na devoção a


essa Deidade.

O "Segundo método" é a invocação


cerimonial direta. É o método que
858
geralmente era empregado na Idade
Média. Sua vantagem é sua franqueza, sua
desvantagem é crueza. A "Goetia" fornece
instruções claras sobre esse método,
assim como muitos outros rituais, brancos
e pretos. Atualmente, dedicaremos algum
espaço a uma clara exposição desta arte.

No caso de Baco, no entanto, podemos


esboçar aproximadamente o
procedimento. Concluímos que o
simbolismo de Tiphareth expressa a
natureza de Baco. É então necessário
construir um ritual de Tiphareth. Tendo
ordenado tudo devidamente, devemos
exaltar a mente por repetidas orações ou
conjurações à mais alta concepção de
Deus, até que, em um sentido ou outro da
palavra, Ele nos apareça e inunda nossa
consciência com a luz de Sua divindade.

O "Terceiro método é o dramático", talvez


o mais atraente de todos; certamente é
assim para o temperamento do artista,
pois apela à sua imaginação através de
seu senso estético.

859
Sua desvantagem reside principalmente na
dificuldade de seu desempenho por uma
única pessoa. Mas tem a sanção da mais
alta antiguidade e é provavelmente a mais
útil para a fundação de uma religião. É o
método do cristianismo católico e consiste
na dramatização da lenda de Deus. O
Bacchae de Euripides é um exemplo
magnífico de tal ritual; assim também, em
menor grau, é a Missa. Também podemos
mencionar muitos dos graus na Maçonaria,
particularmente o terceiro.

No caso de Baco, comemora-se, em


primeiro lugar, o nascimento de uma mãe
mortal que entregou sua casa do tesouro
ao Pai de Todos, do ciúme e da raiva
excitados por essa encarnação, e da
proteção celestial concedida ao bebê. Em
seguida, deve ser comemorada a jornada
para o oeste sobre um jumento. Agora vem
a grande cena do drama: o jovem gentil e
requintado com seus seguidores
(principalmente composto por mulheres)
parece ameaçar a ordem estabelecida das
coisas, e essa Ordem Estabelecida toma
860
medidas para pôr um fim ao iniciante.
Encontramos Dionísio confrontando o rei
irado, não com desafio, mas com
mansidão; ainda com uma confiança sutil,
uma risada subjacente. Sua testa está
envolvida com gavinhas de videira. Ele é
uma figura efeminada com aquelas folhas
largas agrupadas em sua testa? Mas essas
folhas escondem chifres. Rei Pentheus,
representante da respeitabilidade,

Há uma interpretação muito mais profunda


na qual Pentheus é ele próprio "o Deus que
está morrendo" e sendo destruído por seu
orgulho. Ele sai para as montanhas para
atacar as mulheres que seguiram Baco, a
jovem que ele zombou, açoitou e
acorrentou, mas que apenas sorriu; e por
essas mulheres, em sua loucura divina, ele
é despedaçado. Já parecia impertinente
dizer tanto quando Walter Pater contou a
história com tanta simpatia e
discernimento. Não vamos mais
transgredir, insistindo na identidade dessa
lenda com o curso da natureza, sua
loucura, sua prodigalidade, sua
861
intoxicação, sua alegria e, acima de tudo,
sua sublime persistência através dos ciclos
da vida e da morte. O leitor pagão deve
trabalhar para entender isso nos "Estudos
Gregos" de Pater, e o leitor cristão o
reconhecerá, incidente por incidente, na
história de Cristo. Essa lenda é apenas a
dramatização da primavera.

O mágico que deseja invocar Baco por


esse método deve, portanto, organizar
uma cerimônia na qual ele toma parte de
Baco, passa por todas as Suas provações e
emerge triunfante do além da morte. Ele
deve, no entanto, ser advertido contra
confundir o simbolismo. Nesse caso, por
exemplo, a doutrina da imortalidade
individual foi arrastada para a destruição
da verdade. Não é a parte absolutamente
inútil do homem, sua consciência
individual como John Smith, que desafia a
morte - aquela consciência que morre e
renasce em todo pensamento. O que
persiste (se alguma coisa persistir) é seu
verdadeiro predicado divino, uma

862
qualidade da qual ele provavelmente
nunca esteve consciente em sua vida.

Qualquer que seja o caráter desse tipo de


instituição, devemos desenhar sobre ele
um círculo duplo, onde devemos escrever
o nome de seu anjo; e se adicionarmos
algum nome divino congruente com seu
espírito e cargo, será de maior força e
eficácia; e se desenharmos sobre ele
qualquer figura angular, de acordo com a
maneira de seus números que é lícito ser
feito. Mas as figuras sagradas que fazem
os pentáculos são aquelas que em todos
os lugares nos são entregues nos profetas
e escritos sagrados, tanto no Antigo
quanto no Novo Testamento; assim como a
figura da serpente pendurada na cruz, e
coisas assim; dos quais muitos podem ser
encontrados nas visões dos profetas, como
em Isaías, Daniel, Esdras e outros, e
igualmente nas revelações do Apocalipse.
E nós já falamos sobre eles em nossa
Primeira Parte, onde mencionamos coisas
sagradas; portanto, onde qualquer imagem
é colocada sobre qualquer uma dessas
863
imagens sagradas, deixe o círculo ser
desenhado em volta de cada lado; em que
seja escrito algum nome divino que seja
adequado e esteja em conformidade com o
efeito dessa figura, ou então poderá ser
escrito em torno dele algum versículo
retirado de parte do corpo da Sagrada
Escritura, que pode determinar ou
depreciar o efeito desejado.

Se um pentagrama foi criado para obter


uma vitória ou vingança contra os
inimigos, tão visíveis quanto invisíveis, a
figura pode ser retirada do Segundo livro
dos Macabeus, ou seja, uma mão
segurando uma espada de ouro
desembainhada. Sobre este, escreva o
versículo ali contido, ou seja, pegue a
espada sagrada, o dom de Deus, com o
qual matarás os adversários do meu povo
Israel. Ou então pode ser escrito sobre um
versículo do quinto Salmo; nisso está a
força do teu braço; antes que eles
enfrentem, há morte; ou algum outro como
versículo. Mas se você escrever um nome
divino sobre a figura, deixe um nome que
864
signifique medo; uma espada, ira, a
vingança de Deus, ou algum nome
parecido, congruente e concordando com o
efeito desejado. E se houver alguma figura
angular escrita, seja tomada de acordo
com a regra dos números, como
ensinamos onde tratamos os números e
operações semelhantes. E desse tipo
existem dois pentáculos de sublime virtude
e grande poder, muito úteis e necessários
para serem usados na consagração de
experimentos e espíritos; um dos quais é
que, no primeiro capítulo do Apocalipse, a
saber, uma figura da majestade de Deus
sentado num trono, tendo na boca uma
espada de dois gumes, como é descrito;
sobre o qual escreva: "Eu sou Alfa e
Ômega, o Princípio e o Fim, o que é, e o
que foi e o que está por vir, o Todo-
Poderoso. Eu sou o Primeiro e o Último,
que estou vivendo e fui. morto, e eis que
vivo para todo o sempre; e tenho as
chaves da morte e do inferno. " Então,
serão escritos sobre esses três versículos:

865
Munda Deus virtuti tuæ & c. - Dá ordem, ó
Deus, à tua força; confirma, ó Deus, a tua
força em nós. Sejam como pó diante da
face do vento; e que o anjo do Senhor os
espalhe. Que todos os seus caminhos
sejam trevas e incertos; e que o anjo do
Senhor os persiga.

Além disso, escreva sobre ele os dez


nomes gerais, que são El, Elohim, Elohe,
Zebaote, Elion, Escerchie, Adonay, Jah,
Tetragrammaton, Saday.

Além disso, se houver algum versículo nos


Salmos, ou qualquer outra parte da
Sagrada Escritura, que pareça congruente
e agradável ao nosso desejo, o mesmo
deve ser misturado às nossas orações.
Agora, depois que a oração é feita a Deus,
é conveniente depois fazer uma oração
àquele carrasco, que, em nossa oração
precedente a Deus, desejamos que deveria
administrar a nós, seja um ou mais, ou se
ele fosse um anjo ou estrela, ou alma, ou
qualquer um dos anjos nobres. Mas esse
tipo de oração deve ser composto de

866
acordo com as regras que entregamos na
parte anterior de nosso trabalho, onde
tratamos da maneira de composição dos
encantamentos, etc.

Você já deve saber que esse tipo de


vínculo tem uma diferença tríplice; pois o
primeiro vínculo é quando conjuramos por
coisas naturais; o segundo é composto de
mistérios religiosos, por sacramentos,
milagres e coisas desse tipo; e o terceiro é
constituído por nomes divinos e selos
sagrados. Com esse tipo de vínculo,
podemos unir não apenas espíritos, mas
também outras criaturas, como animais,
tempestades, queimadas, inundações de
águas, força e poder das armas. Também
usamos esses vínculos mencionados
acima, não apenas por conjuração, mas às
vezes também usando os meios de
depreciação e bênção.

A superstição também tem muita


prevalência aqui, pela tradução de alguns
ritos sacramentais, para vincular aquilo
que pretendemos impedir; como, os ritos

867
de excomunhão, de sepulcros, funerais,
enterros e afins.

Os próprios elementos nos ensinam


eventos fatais; donde esses quatro tipos
famosos de adivinhações, Geomancia,
Hidromancia, Aeromancia e Piromancia,
receberam seus nomes, dos quais a
feiticeira em Lucano parece se vangloriar
quando diz:

A Terra, o Ar, o Caos e o Céu, os Mares, os


Campos, as Rochas e as Montanhas altas
predizem a verdade - A primeira, portanto,
é a Geomancia, que prevê coisas futuras
pelos movimentos da Terra, como também
o barulho, o inchaço, o tremor, as
costeletas, os buracos, a expiração e
outras impressões, cuja arte é apresentada
por Almadel, o árabe. Mas há outro tipo de
geomancia que adia por pontos escritos na
terra por um certo poder no outono, que
não é a especulação atual, mas que
falaremos daqui em diante.

Agora, a hidromancia realiza seus


pressupostos pelas impressões das águas,
868
seu fluxo e refluxo, seus aumentos e
depressões, suas tempestades, cores e
afins; às quais, também, são adicionadas
visões que são feitas nas águas. Uma
espécie de adivinhação encontrada pelos
persas, como Varro relata, foi a de um
garoto que viu na água as efígies de
Mercúrio, que predisseram, em cento e
cinquenta versos, todos os eventos da
guerra de Mitrídates. Também lemos que
Numa Pompílio praticava a hidromancia,
pois na água ele chamou os deuses e
aprendeu com eles o que estava por vir.
Que arte também Pitágoras, muito tempo
depois de Numa, praticou. Antigamente
havia uma espécie de hidromancia em
grande estima entre os assírios, e
chamava-se lecanomancia, de uma pele
cheia de água, sobre a qual colocavam
pratos de ouro e prata e pedras preciosas
escritas com certas imagens, nomes e
caracteres. A isto se pode referir que a
arte pela qual o chumbo e a cera, sendo
derretidos e lançados na água, expressam
marcas manifestas de imagens daquilo que

869
desejamos saber. Nos anos anteriores,
havia também fontes que previam o que
estava por vir, como a fonte dos pais em
Acaia e a que era chamada água de Juno,
em Epidauro; mas disso mais no capítulo
seguinte, onde falaremos de Oráculos.

Também aqui se pode referir a


adivinhação de peixes, dos quais houve
uso pelos licios em um determinado local
chamado dina, próximo ao mar; em um
bosque dedicado a Apolo, havia uma
cavidade na areia seca, na qual aquele que
foi consultar coisas futuras desapontou
carne assada, e atualmente aquele lugar
estava cheio de água e uma grande
multidão de peixes e formas estranhas,
desconhecidos por muitos. homens,
apareceram; pelas formas pelas quais o
profeta predisse o que deveria acontecer.
Atena, de maneira geral, essas coisas se
relacionam na história dos licios.

Da mesma maneira, também, a


Aeromancia adivinha por impressões
aéreas, pelo sopro dos ventos, pelos arco-

870
íris, por círculos em torno da lua e das
estrelas, por brumas e nuvens, e pela
imaginação nas nuvens e nas visões no ar.

Da mesma forma, a piromancia é


adivinhada por impressões ardentes e por
estrelas com cauda longa, cores ardentes,
visões e imaginações no fogo. Assim, a
esposa de Cícero predisse que ele seria
cônsul no ano seguinte porque, quando um
certo homem, após o término do sacrifício,
olharia nas cinzas, subitamente acendeu
uma chama. São desse tipo aqueles de
que Plínio fala - que terrene, fogos pálidos
e agitados pressentem tempestades,
circulam sobre as velas das ditas chuvas, e
se a chama esvoaça sobre, girando e
enrolando, anuncia o vento. Também
tochas, quando atacam o fogo diante deles
e não são acesas. Também quando um
carvão gruda em uma panela tirada do
fogo e quando o fogo lança as cinzas e os
brilhos; ou quando as cinzas crescem
juntas na lareira e quando o carvão é
muito brilhante.

871
Também nas cavernas e campos
Æthneanos das ninfas, em Apollonia,
augúrios eram retirados de incêndios e
chamas - alegres, se recebessem o que
lhes era lançado, e tristes, se os
rejeitassem.

872
873
APÊNDICE 1
FRAGMENTO DO MANUSCRITO
PRIMAZ DE “A NÔMADA”

§1. Existe a Alfa bem como existe o


Ômega.

Explicação: Existe o princípio, a geratriz


primordial dos elementos que
fundamentam o arcabouço basilar do

874
espaço e de seus respectivos fluxos e
operações visando invariavelmente a plena
consonância com a dinâmica energética do
Absoluto e, de modo similar, existe o
verbo, a finalidade dos projetos da criação,
geração, evolução e expansão dos seres e
coisas annuit coeptis; ademais, esta é a
razão pela qual se modela o princípio e
este, por sua vez, é o limiar pelo qual o
verbo se apontoa em sua suma fundação,
definitivamente.

Citação: O Altíssimo, como se desenreda


em Apocalipse 22:13, assevera, para o
profeta João, empregando sua sublimidade
de dimensões rematadamente cósmicas:
"εγώ το A και το Ω, αρχή και τέλος, o πρώτος και o
έσχατος"

Corolário I: O ultimato do princípio está


associado aos valores prevalecentes ao
verbo, de natureza igual, a culminação do
verbo conecta-se objetivamente às
providências surdidas por intercedência do
princípio.

875
Corolário II: O princípio inexiste na
ausência do verbo, daí, não legitima seus
fins e vice-versa, em vista de que o
princípio se aplica com a consideração de
que é lídima a função final do verbo, por
conseguinte, ambos integram um mesmo
prisma onde são partícipes artifícios no
panaroma do Todo, todavia, se localizam
em polos contrastantes de emanação e
níveis de manifestação ante às forças
totais.

§2. Todos os corpos celestes estão em


harmonia geométrica com o arranjo
cósmico tanto retrógrada quanto
progressivamente.

Explicação: A representação estrutural


dos corpos celestes está constituída em
excelsa avença com os princípios
modulares da geometria sagrada, ou a
cosmometria, pois segue um eixo de
movimento espacial linear e

876
imperturbável, articulado posicionalmente
com a ordenação acurada e suprema das
extensões sidéreas de localização, em
constância na tensão e variabilidade nos
volumes dimensionais, materiais ou
imateriais, e se tal fenômeno cinético for
desnorteado, esta orientação significa
mudança orbital e transformações
planetárias ou estelares, se estiver
enquadrado em tal grupo de corpos, tanto
nos âmbitos astronômicos quanto nos
astrológicos e, com efeito, elucubrar-se-ia
a disposição perfeita retrógrada,
concernente à cessação de certas
condutas comportamentais no estímulo
potencial das atividades do corpo celeste,
e a progressiva, referente à aceleração das
mesmas.

Citação: Comentando a respeito da


delineação extensiva e latitudinal de
planetas comparados a Júpiter,
analogamente, no tocante à sua amplitude
e índice de desdobramento exterior cuja
natureza, a ser estudada, é analiticamente
temporal, o cientista Galielo Galilei, em
877
“Sinderius Nucius”, assegura: “Hasce Iovis
et adiacentium Planetarum ad Fixam
collationes apponere placuit ut ex illis
eorundem Planetarum progressus, tum
secundum longitudinem, tum etiam
secundum latitudinem, cum motibus, qui
ex tabulis hauriuntur, ad unguem
congruere, quilibet intelligere possit.”

Corolário: As inclinações periódicas de


cada corpo incorporam um ciclo que
reflete as incontingências infindáveis de
causa e efeito, cujo objeto de penetração
implica a condição de não estacionária,
graças à capacidade esquemática de
voltear aos arredores de um campo orbital
em variados valores de velocidade,
pressão interna e distintas regiões de
equilíbrio dinâmico, categorizados numa
classe natural de angulação equante no
qual se propalam em ondas espectrais de
dimensão etérea substâncias que
fortificam as suas bases de perfeição
geométrica no que se diz respeito ao
alicerce cósmico de construção e

878
infiltração energética no tecido fulcral do
corpo celeste.

Nota: As partículas do mundo subatômico


condensadas em equânime temperatura à
estabilidade térmica do Universo, se
ressonarem oscilando em determinado
modelo de reverberação em certas
superfícies flexíveis e flutuantes cujas
sonoridade é substancialmente emanada
de deslocamentos divinos concernentes à
edificação harmônica do Absoluto, podem
auxiliar no desempenho geométrico nos
corpos de maior densidade macrocósmica
de maneira sumamente imprescindível,
alterado seu mapeamento cosmográfico
conforme as necessidades de câmbio
consciencial, relevando que as partículas
subatômicas também possuem autonomia,
inteligência própria e consciência, claro.

§3. Todo objeto corpóreo possui extensão


incorpórea per natura.

879
Explicação: Todo elemento contendo
forma de tal modo a absorver reservas
magnéticas de cargas de injeção unívoca
do pilar absoluto do Universo, desfruta de
um regime deiforme em uníssono com as
manifestações atinentes à união ativa da
imaterialidade, onde se concentra os ciclos
periódicos de natureza sempiterna de
regeneração e instauração da unidade
teonômica representada pelas mais
elevadas e siblinas afluências palpitando
ao balanço alternado de suas condições
supinas de estados psíquico e vibratório,
num percurso sempre transcendente, e
tocante à materialidade, em cuja lápide
fundamental se comporta a solidez, a
rigidez e a concretude da substância com
tensão imanente e vulnerável às camadas
atmosféricas e às interações
gravitacionais, o que não ocorre na
imaterialidade. Todavia, abrangem-se
ambos, pois o é indiscutivelmente
necessário, em virtude de que se outorga
ao ser, objeto ou coisa, originalmente,
880
possuir ambas as modalidades de
consciência a priori e, neste ínterim, ele
está propenso a dialogar com os planos
superiores da existência, inclusive, isto é o
que fará alvejar o entendimento puro e
completo da arquitetura universal e de
suas leis vigentes, logo, eis a razão do ser,
objeto ou coisa per se, por natureza, se
avultar ao eixo de orientação dimensional
da incorporeidade ou da corporeidade,
numa permutação concernente ao espírito
ou a ele próprio, diante de uma mística ou
sabedoria oculta na qual flameja o brasido
mais sacrossanto do Cosmos.

Citação: Madame Helena Blavatsky, em a


Doutrina Secreta, Vol. II, Antropogênese,
na primeira citação a efetuar-se, fala dos
componentes incorpóreos aplicados
contextualmente às reflexões e
comentários da ocultista, e na segunda
citação, relata-se com grandeza ao
assunto das expressões corpóreas,
identicamente, empregadas
circunstancialmente:

881
"A perfeição, para ser plenamente assim, deve
nascer da imperfeição, a incorruptível deve
crescer a partir do corruptível, tendo a última
como seu veículo e base e contraste. A Luz
Absoluta é Escuridão absoluta, e vice-versa. Na
verdade, existe nem a Luz nem a Escuridão nos
reinos da Verdade, o Bem e o Mal são gêmeos, a
progênie do Espaço e do Tempo, sob o domínio de
Mayâ.

Separa-os, cortando um do outro, e ambos


morrerão.

(...)

Em todo lugar é o mesmo. Os poderes "Criadores"


produzem o Homem, mas falha em seu objeto
final. Todos esses Logos se esforçam para dotar o
homem do Espírito imortal consciente, refletido
apenas na Mente (Manas); eles falham, e todos
eles são representados como sendo punidos pelo
fracasso, se não pela tentativa. Qual é a natureza
da punição? Uma sentença de prisão na região
inferior ou inferior, que é a nossa Terra, a mais
baixa em sua Corrente; uma “eternidade” -
significando a duração do ciclo de vida - na
escuridão da matéria ou no homem animal ”.

882
Corolário I: O incorpóreo assinala a
excedente dos mecanismos supridos pela
matéria, independendo de suas ações e
idiossincrasias, destarte, introduzir-se-ia o
conceito de emancipação no desempenho
do ônus primordial e elementar para com o
incorpóreo e o corpóreo; este, por sua vez,
sinaliza a égide proeminente e absoluta do
mundo físico, entretanto, é subalterna do
incorpóreo, sem embargo de independer
de sua composição, mas subordina-se
essencialmente à sua prodigiosa e insigne
manifestação motora e anímica nas
realidades do mundo no que tange ao
próprio conjunto de atividades imanentes e
transcendentes da subsistência (o qual se
consagra como princípio autônomo em
relação à materialidade do corpo).

Corolário II: A substância incorpórea


formata as características gerais da
matéria, num cenário ativo de conceber,
de gerar e de dar existência a alguma
coisa em sua mais peremptória sistemática
ou firmamento vital, por onde evacua.

883
e instila o módulo fluido das energias
divinas e a substância corpórea, por outro
lado, incita a elaboração concretíssima das
coisas que se constituem e se inter-
relacionam em matéria, que definimos à la
Renatus Cartesius, de substância
composta por comprimento, largura e
profundidade, ocupando um espaço, o qual
está suscetível à análise e medição
matemática. Em seu caso, o incorpóreo é
indefinido, informe, subjacente aos objetos
mais elevados cuja natureza é superior aos
objetos materiais, e este adquire forma
onisciente quando decorre, passiva e
receptivamente, a sua universalidade nos
atributos unívocos e individuais nos planos
inferiores, respeitando os preceitos
sagrados da Lei de Um.

Nota: Tudo que é incorpóreo, se institui


por uma quintessência, que vagueia por
todas as áreas contendo espaço definido, a
natureza inerente ou o âmago real de esse
ou ens, e se anexa ao Universo mediante a

884
potência astral do Manas (mente) de
Akasha (éter), indo em movimento
evolutivo e ascendente, analogamente, no
aspecto rotacional doravante a cúspide de
cazimi, ao Yoni (passagem divina) do mais
alto Bhakti (amor divino) situado na mais
elevada Satva (verdade) e tudo que é
corpóreo, se permite organizar por uma
essência necessariamente rudimentar e
primitiva, encaminhada às extensões
concernentes ao espaço exterior, malgrado
carecente de graça e primor divino, porém
representa o Rupa (corpo) da produção da
vitalidade humana na experiência terrena,
apesar de a substância incorpórea causar
no zênite do esclarecimento individual
acerca dos planos superiores do Absoluto
(αυτογνωσία) a Amrita (imortalidade).

§4. Todos os mundos foram formados por


um processo criativo e geracional em seu
Gênesis.

885
Explicação: O princípio de todas as coisas
é o utensílio da criação do Todo e o
manancial dos eventos da Lei do Cosmos,
num horizonte em que a casualidade é
somente imagética, visto que tudo é em
exórdio planejado com o intento de
acarretar-se em fato vívido e sensível. Os
zimbórios celestes são encabeçados de
obtemperar a gestão suprema das
realidades densas, obscuras e profanas da
superfície, visando a ascensão espiritual
de seus habitantes, cujo precípuo comando
denominamos de θεία αποκατάσταση
(restaraução divina) ou, simplesmente,
αποκατάσταση (restauração), o qual é o
fundamento final e conclusivo da Gênesis
do Absoluto: puramente o retorno do ser
ao ουράνιο και απόλυτο ωάριο δημιουργού (ovo
criador celeste e absoluto). O criativo
relaciona-se à inteligência, à vocação, ao
empreendimento de G.A.D.U ao modelar
os mundos de forma onisciente,
onipresente e onipotente, além de
soerguer o código genético da civilização
pertencente a um corpo planetário

886
construída de acordo com os propósitos e
diretrizes de itinerários cósmicos do
Senhor, i.e., a Vontade Soberana de
G.A.D.U, portanto, o criativo conecta-se
sem desvios ao Λόγος. O geracional
corresponde-se ao espírito, à essência, à
emoção, ao bálsamo medular do Universo,
a contemplação e a alma das coisas que
G.A.D.U criou, a unidade e a harmonia
embasadas na configuração primordial da
existência por meio da potestade
imperecível da Lei de Um, desta forma, o
criativo é para a individuação bem como o
geracional é para a univocidade;
similarmente, coligir-se-á que o parâmetro
geracional do Cosmos está ligado a ἀρχή,
isto é, o princípio, o começo, o surgimento
de Tudo, ut commostrum.

Citação: Avante a essa seção, farei


menção a Gênesis 1:1 e, do mesmo jeito, a
um extrato de Teodiceia, do intrépido
pesquisador e aclamado estudioso Leibniz.
Primeiramente, o Gênesis do Tanakh,
obviamente. Ei-lo aqui: "‫אֱֹלהים אֵ ֥ת ַהש ַ ָּׁ֖מיִם‬
ִ֑ ‫אשית ב ָ ָּ֣רא‬
֖ ִׁ ‫ב ְֵּר‬
‫"וְאֵ ֥ת הָאָ ֶֽרץ׃‬. Neste instante, coloquemos na

887
redação o excerto da obra de Leibniz, que
nos convém tanto em questões
argumentativas quanto nas discursivas:

"Seria completamente outra questão se Deus


decretasse tirar de um ponto dado uma linha reta
para outra dada linha reta, sem qualquer
determinação do ângulo, seja no decreto ou em
suas circunstâncias. Pois nesse caso a
determinação brotaria da natureza da coisa, a
linha seria perpendicular e o ângulo estaria
correto, já que isso é tudo o que é determinado e
distinguível. É assim que se deve pensar na
criação do melhor de todos os universos
possíveis, tanto mais que Deus não apenas
decreta criar um universo, mas também decreta
criar o melhor de todos."

Corolário I: Nos termos da acuidade


engenhosa suprema do Senhor,
especializemos nossa solicitude assaz afã
no que toca a sua apurada súpera
criatividade indecifrável aos profanos, nas
balizas do amor eterno que Ele goza
comportamental e sistemicamente,

888
sobretudo, aos seres mais avançados que
fundara: as raças civilizatórias dos corpos
planetários. Celestialmente galhardo
quedo eu quando acesso as memórias
cósmicas dos mistérios sagrados e
universais, a razão preclara da criação,
assim, acredito no mundo não como
apenas uma obra de arte divina, mas a
própria manifestação de Deus por meio
desta obra de arte que é o mundo,
clarividente e inefável, principalmente, no
crepúsculo excelso dos Aeons de Suthya,
onde somente a Luz do Todo-Poderoso
regula com alvedrio benfazejo a todos os
homens, animais e criaturas dos corpos
celestes e, escrupulosamente,
determinam-se as propriedades essenciais
dos seres, objetos ou coisas consoante à
sua concórdia com o quadro cósmico e as
leis aí em vigor, o que permanece desde a
cosmogênese até os períodos mais
hodiernos da evolução sideral; somente se
transmuta dependendo do
autoconhecimento do indivíduo acerca
destas leis.

889
Corolário II: Jamais sucumbe alguém
conectado com o vexilo indelével do poder
da criação cravado no núcleo de sua alma,
isto posto, crê-se que, sem sombra de
dúvida, o laurel que lhe conspira é, de
alguma forma, inestimável ao fazer a
meditação sob a custódia da luz de ‫יהוה‬,
subsequentemente, a pessoa sintonizada
com a criação despertar todos seus
poderes latentes e vive, inobstante, na
suma realidade de ‫אֲדֹון עֹולָם‬, desfrutando dos
maiores ensinamentos que o glorioso ‫אין סוף‬,
porventura, lhe dará e a criação,
naturaliter, é a emanação do Todo no
princípio de todos os elementos
fundamentais da Natureza, no corpo
hermético do homem de seu ponto
primordial, a sua coroa psíquica, que se
estende com sublimidade em unção
misericordiosa com a sabedoria, procedida
pelo entendimento do mundo dos
pensamentos, das ideias e das invocações
e evocações celestes. Desta forma, sucede
a piedade e sua respectiva grandeza, de
tal modo que o poder prestimoso e

890
diligente da justiça e a beleza, resultado
da combinação de ambas, tornem-se,
juntamente, as antecedências do triunfo e
da conquista, ademais do esplendor no
qual se projeta nesta vivacidade
coordenativa e a base natural de tudo isso;
agrupando e somando tais fundamentos,
forma-se o reino do todo, o Malkuth, o
qual, conjuntamente a Kether, Hokmah,
Binah, Gevurah, Chesed, Tipheret, Hod e
Yesod, fomentam integralmente o Adam
Kadmon, o ser humano primordial e
perfeito, isto é, o Adam Ilaah, o homem
dos céus e da terra, do princípio e do
verbo, do início e do fim, a unidade e o
binário, o Jakin e o Bohaz, Deus
manifestado no Homem; eis o ser humano
em sincronia com o Criador!

§5. Todos os seres, objetos ou coisas


funcionam mediante a uma energia vital
sensível em planos mais etéreos da
consciência que funciona, etiam, nos
planos materiais da existência.

891
Explicação: "Ormuz é Supremo!", brada o
vigário místico. Reconhecendo os atributos
mais sutis de tal afirmação, é por Ormuz,
decerto, que enternecido com relação aos
blasfemos, ordena aos Amusha Spentas
modularem a formação e emanação dos
campos psicosféricos do mundo, o que o
faz entesar com impávido ensejo as
circunstâncias da consciência energética
do Todo, pois, deveras, a nossa alma é
introduzida ao princípio supremo de
transparência ativa (de extensão celeste)
nos planos astrais, por meio da
representação simbólica, malgrado seja
demasiado decorosa com a Realidade dos
Céus, do Faravahar, e este,
provavelmente, é o mecanismo de
circulação perpétua de energias
incorpóreas (as quais trabalham com
dadivosa magnificência nos planos
corpóreos) que guarnece vitalidade e
instinto de promoção nirvânica à alma,
seja esta manifesta carnal ou
espiritualmente. Desta forma, a energia
892
vital ou Prana configura-se como superior à
matéria, entretanto, procede suas funções
na materialidade, visto que os seres
materiais necessitam desta para
subsistirem em conformidade com o Todo;
o Prana, elucidativamente, é uma
simplificação consentânea da Lei de Um
para a compreensão mais sacramente
inabalável e menos herética possível dos
seres materiais, desta forma, não há um
consenso sobre a origem do Prana,
todavia, podemos constatar a sua função:
determinar o modelo espiritual organizador
de cada um e conduzir o indivíduo às suas
evolução e expansão da consciência
individual em organismo unívoco.

Citação: Perante a uma tertúlia com


nossas deidades a nos enviar
esclarecimentos inenarráveis, a ilação que
enfatuamos sobre a natureza do homem é,
originalmente, de purificação e iniciação
ao conhecimento superior e esotérico,
como podemos perlustrar numa asserção
verdadeira a partir das operações mágicas
e processos referidos à transmissão de
893
mensagens divinas ou soemo-nos a definir
como comunicação teoepifânica,
apontando isto como inferência resolutiva
da eternidade apoteótica da sabedoria do
l'Être Supreme, o fulgor da unidade
ilimitada e intocável de Abwoon. No que
concerne ao haríolo santo Zaratustra, ao
momento da revelação da lei pelo único
digno de adoração, em vista de ser o
Grande Senhor Supremo, Ahura Mazda e,
não obstante, este lhe passa a seguinte
predição industriosa universalmente e
teosoficamente lendária:

"Zaratustra perguntou a Ahura Mazda: 'Ahura


Mazda, espírito mais benéfico, Criador do mundo
material, tu Santo! [ele estava sentado ao pé do
Darega, na montanha, rezando para Ahura Mazda,
para o bom Vohu-mana, para Asha Vahista,
Khshathra Vairya e Spenta Armaiti.]

Como vou libertar o mundo daquela droga, do


malfeitor de Angra Mainyu? Como devo afastar a
impureza direta? Como contaminação indireta?
Como devo dirigir o Nasu da casa dos adoradores
de Mazda? Como purificarei o homem fiel? Como

894
limparei a mulher fiel? Ahura Mazda respondeu:
'Invoque, Ó Zaratustra! A boa lei da Mazda.
'Invoca, ó Zaratustra! Os Amesha Spentas que
governam os sete Karshvares da Terra 'Invoque, ó
Zaratustra! O soberano Céu, o ilimitado Tempo, e
Vayu, cuja ação é mais elevada.

 'Invoca, ó Zaratustra! Ó poderoso Vento feito pelo


Mazda, e Spenta [Armaiti], a bela filha de Ahura
Mazda. 'Invoca, ó Zaratustra! Meu Fravashi:,
quem sou Ahura Mazda, o maior, o melhor, o mais
belo de todos os seres, o mais sólido, o mais
inteligente, o melhor moldado, o mais elevado em
santidade e cuja alma é a Palavra sagrada?
Zaratustra! Esta criação minha, que sou Ahura
Mazda.’”

Corolário: A corporeidade é
escarmentada somente em realidades
onde o poder do Cosmos é amolgado de tal
maneira que a consciência dos seres que
na matéria existem sejam privados de
transcenderem e alcançarem a
Boddhichita (mente da iluminação), por
consequência, a energia vital se encabeça
de transfigurar tal situação para favorecer
o despertar paulatino dos indivíduos a

895
ponto de, com efeito, eclodir a sua
percepção espiritual de modo pleno.
Defronte a tal fenômeno, coligimos que na
sua mais esmiuçada modalidade de
incumbência na jerarquia da Lei de Um,
desempenha um papel de desembaraçar
previsíveis leviandades psíquicas do
homem em prol do desenvolvimento de
sua compreensão maior da existência
superior situada no basileo ton ouranós,
onde o fluxo do Prana incorre com
indefectibilidade, chefiando-o à sua
completa vitalidade, eviterna e infinda, ou
Amrita, para fins de vernáculo.

Nota: O Prana molda as circunstâncias


qualitativas em torno das demarcações
características intrínsecas e extrínsecas do
ser tanto do pneuma quanto do soma,
logo, ele é a força intermediária e
comunicadora entre a realidade
macrocósmica e a microcósmica, o Céu e a
Terra, o corpóreo e o incorpóreo, elevando
a radiação gloriosa e abundante em amor
e devoção à sabedoria divina apregoada
pelas estremas do Céu e da Terra, mas
896
predominantemente no Céu há tal
fenomenalidade, ainda em profusão
indizível comparando aos que residem na
Terra. Destarte, o Prana interage com os
dois corpos que ultimam os
desmembramentos indissociáveis em alma
e carne do Cosmos, sendo assim, partícipe
da ventura lépida da criação de Deus no
que se refere à sua natureza ancipital, a
dual bonança, de ‫ דָּ בָר‬e de ‫ ֵראשִׁית‬, dado que
Deus é a manifestação unânime e o
substrato do conhecimento e da lei
natural, e que seu poder abrolha o Apeiron
da Monad do mesmo.

§6. Tudo emana energia, frequência e


vibração e a partir disso, o ser, objeto ou
coisa é.

Explicação: Na esfera científica, energia


quer dizer a capacidade de uma
substância, um corpo ou um sistema físico
de fazer trabalho, tendo em perspicácia

897
numerosos tipos de engendramento de
energia, como potencial, cinética, térmica,
química, elétrica, nuclear e assim por
diante. Como sabemos, toda variante
energética está coesa à noção arraigada
de movimento, em virtude de o
aristotelismo afirmar invariavelmente: a
energia é a ação de um motor físico ou
metafísico que anui a atualização de uma
determinada potencialidade.

Em significação esotérica, a energia é a


aplicação das atividades de deslocação e
faculdades demasiado céleres de exercício
psíquico consumado tanto nas aptidões
sensoriais quanto extra-sensoriais, viz.,
augura acentuadamente a emanação, a
percepção, a imaginação, a sensação, a
experimentação e a dualidade ação-reação
do indivíduo nos termos de suas
constituição externa e interna, posto isto,
submete o ente a um processo de
captação da natureza das coisas ao redor
de sua própria dimensionalidade em
potência, capacidade e definição
consciencial, internamente ao arquétipo
898
mais bruto e denso do homem
concomitantemente à sua composição
etérea e sutil que nele se manifesta num
estado de integridade suprema.

Consoante ao que a física assegura,


frequência é o valor de ciclos completos
que ocorrem por uma unidade temporal
transcorrida, cuja unidade para segundo é
hertz. Pormenorizando tal ilustração,
vibração é a taxa onde a vibração ocorre
quando constitui uma onda, tanto na
matéria (e.g., ondas sonoras) quanto nos
campos eletromagnéticos (e.g., ondas do
rádio e luz). Nas particularidades de sophia
no âmbito das ciências ocultas, a
frequência é a regularidade sintonizadora
do indivíduo com os poderes superiores,
em outras palavras, o valor de vezes que o
ser vibra tanto material quanto
espiritualmente em avença supina ou não
com a ordem e a unidade de Demiurge, na
eudaimonia do que se comete articulado
com o domínio móvel e estendido do
espaço, tendo labilidades de consistência e
assiduidade, vinculando-se à vibração do
899
indivíduo e, ex tunc, ocorre a
fenomenologia hermética do princípio da
frequência, ut universi.

Bis in idem, conforme a ciência física


assevera, a vibração é a oscilação das
partes de um fluido ou um sólido elástico
cujo equilíbrio fora perturbado, ou de uma
onda eletromagnética. Informalmente
falando, a vibração pondera a definição de
um estado emocional pessoal, a atmosfera
de um lugar, ou as associações de um
objeto, na medida em que se comunica
consigo ou se sente por outrem.

Pressuponhamos que tu sejas aquilo que


tu vibras, como garante o esoterismo da
cultura contemporânea. Assim, a minha
concentração energética evolada num
específico intervalo de tempo consoante
aos princípios do balanço de mutabilidade
vibratória e, equitativamente, o paradigma
no qual isto se desconjunta é
necessariamente aquilo que designa o que
eu sou e indica as minhas qualidades tanto
daquelas correlacionadas aos fatores da

900
hyle quanto daquelas ligadas aos fatores
de hypokeimenon, desse modo, o homem
pode se degenerar e gozar de um ethos
viperino e formidoloso, indo ao oposto da
henosis do Cosmos e tendo que passar
pela metapsychosisbis in idem, quer ele
almeje, quer ele não, ou se regenerar e
alcançar o zênite de seu esplendor
psíquico, destinado a sofrer experiência
superiores, sutis, divinas e celestes, numa
katalespsis onde concebe facilmente a
tudo e a todos, em apatheia com o
Cosmos, sempre dependendo daquilo que
ele vibra, obviamente, como
estabelecemos outrora.

Citação: Com vista para corroborar minha


ideia, me favoreço da magnífica obra
Sepher Yetzirah para comentar sobre a lei
da qual fiz alusão no tópico 6, e a
passagem que porei sugerirá com
excelência a natureza e o significado dos
28 caminhos cabalistas para a
autoconsciência suprir-se da substância
alicerçadora do excelso Adam Kadmon,

901
conforme pode-se interpretar
subjetivamente. Eis o excerto referido:

“O Primeiro Caminho é chamado de Admirável ou


Inteligência Oculta (a Coroa Mais Alta): pois é a
Luz que dá o poder de compreensão daquele
Primeiro Princípio que não tem começo; e é a
glória primordial, pois nenhum ser criado pode
atingir sua essência.

O Segundo Caminho é o da Inteligência


Iluminadora: é a Coroa da Criação, o Esplendor da
Unidade, igualando-a, e é exaltada acima de
todas as cabeças, e nomeada pelos Cabalistas
como Segunda Glória.

O Terceiro Caminho é a Inteligência Santificante,


e é o fundamento da sabedoria primordial,
chamada Criador da Fé, e suas raízes são a AMN;
e é o pai da fé, da qual emana a fé.

O Quarto Caminho é chamado de Inteligência


Coesa ou Receptacular; e é assim chamado
porque contém todos os poderes sagrados, e dele
emanam todas as virtudes espirituais com as
essências mais exaltadas: elas emanam uma da
outra pelo poder da Emanação Primordial. A coroa
mais alta.

902
O Quinto Caminho é chamado de Inteligência
Radical, porque se assemelha à Unidade, unindo-
se à Binah, ou Inteligência que emana das
profundezas primordiais da Sabedoria ou
Chokmah. O sexto caminho é chamado de
inteligência mediadora, porque nele são
multiplicados os influxos das emanações, pois faz
com que essa influência flua para todos os
reservatórios das bênçãos, com os quais eles
mesmos estão unidos.

O Sétimo Caminho é a Inteligência Oculta, porque


é o Esplendor Refulgente de todas as virtudes
intelectuais que são percebidas pelos olhos do
intelecto e pela contemplação da fé.

O Oitavo Caminho é chamado de Inteligência


Absoluta ou Perfeita, porque é o meio do
primordial, que não tem raiz pela qual possa se
apegar, nem descansar, exceto nos lugares
ocultos da Gedulah, (4) Magnificência, da qual
emana sua própria essência própria.

O Nono Caminho é a Inteligência Pura, assim


chamada porque purifica as Numerações, prova e
corrige o desenho de sua representação e dispõe
sua unidade com a qual eles estão combinados
sem diminuição ou divisão.

O Décimo Caminho é a Inteligência


Resplandecente, porque é exaltado acima de

903
todas as cabeças, e fica no trono de Binah (a
Inteligência mencionada no Terceiro Caminho).
Ilumina o esplendor de todas as luzes e provoca
uma influência do príncipe dos semblantes.

O Décimo Primeiro Caminho é a Inteligência


Cintilante, porque é a essência dessa cortina que
é colocada próxima à ordem da disposição, e essa
é uma dignidade especial dada a ela para que
possa ser capaz de ficar diante da Face da Causa
das Causas.

O Décimo Segundo Caminho é a Inteligência da


Transparência, porque é aquela espécie de
Magnificência chamada Chazchazit, o lugar de
onde emite a visão daqueles que veem nas
aparições.

(Essas são as profecias dos videntes em uma


visão.)

O Décimo Terceiro Caminho é chamado de


Inteligência Unida, e é assim chamado porque é
ele próprio a Essência da Glória. É a consumação
da verdade das coisas espirituais individuais.

O Décimo Quarto Caminho é a Inteligência


Iluminadora e é assim chamado porque é esse
Chashmal (que é o fundador das ideias ocultas e
fundamentais da santidade e de seus estágios de
preparação.

904
O Décimo Quinto Caminho é a Inteligência
Constituinte, assim chamada porque constitui a
substância da criação em pura escuridão, e os
homens falaram dessas contemplações; são as
trevas mencionadas nas Escrituras, Jó xxxviii. 9,
"e uma escuridão espessa é uma faixa que
envolve".

O Décimo Sexto Caminho é a Inteligência Triunfal


ou Eterna, assim chamada porque é o prazer da
Glória, além da qual não existe outra Glória, e
também é chamado o Paraíso preparado para o
correto.

O Décimo Sétimo Caminho é a Inteligência


Alienígena, que fornece Fé aos Justos, e eles são
revestidos pelo Espírito Santo por ele, e é
chamada de Fundação da Excelência no estado
de coisas mais elevadas.

O Décimo Oitavo Caminho é chamado de


Inteligência ou Casa da Influência (pela grandeza
de cuja abundância o influxo de coisas boas sobre
os seres criados é aumentado) e, do meio deles,
os arcanos e sentidos ocultos são atraídos, que
habitam sua sombra e que se apegue a ele, pela
causa de todas as causas.

O Décimo Nono Caminho é a Inteligência do


Segredo de todas as atividades dos seres
espirituais, e é assim chamado por causa da

905
influência difundida por ele da mais sublime e
exaltada glória sublime.

O Vigésimo Caminho é a Inteligência da Vontade,


e é assim chamado porque é o meio de
preparação de todos e cada um dos seres criados,
e por essa inteligência a existência da Sabedoria
Primordial se torna conhecida.

O Vigésimo Primeiro Caminho é a Inteligência de


Conciliação e Recompensa, e é assim chamado
porque recebe a influência divina que flui nele de
sua bênção sobre toda e qualquer existência.

O Vigésimo Segundo Caminho é a Inteligência


Fiel, e é assim chamado porque por ele as
virtudes espirituais são aumentadas, e todos os
habitantes da Terra estão quase sob sua sombra.

O Vigésimo Terceiro Caminho é a Inteligência


Estável, e é assim chamado porque tem a virtude
da consistência entre todas as numerações.

O Vigésimo Quarto Caminho é a Inteligência


Imaginativa, e é assim chamado porque dá uma
semelhança com todas as semelhanças que são
criadas de maneira semelhante às suas
elegâncias harmoniosas.

O Vigésimo Quinto Caminho é a Inteligência da


Probação, ou Tentação, e é assim chamado

906
porque é a tentação principal, pela qual o Criador
experimenta todas as pessoas justas.

O Vigésimo Sexto Caminho é chamado de


Inteligência Renovadora, porque o Deus Santo
renova por ele todas as coisas que mudam que
são renovadas pela criação do mundo.

O Vigésimo Sétimo Caminho é a Inteligência Ativa


ou Emocionante, e é assim chamado porque,
através dele, todo ser existente recebe seu
espírito e movimento.

O Vigésimo Oitavo Caminho é chamado de


Inteligência Natural; por isso se completa e
aperfeiçoa a natureza de tudo o que existe sob o
sol.”

A fim de encerrar as citações, vos deixo


uma frase célebre do maior cientista da
história, Nikola Tesla: “If you want to find
the secrets of universe, think in terms of
energy, frequency and vibration”.

Corolário I: A unidade é o lume mais


sacrossanto da ordem natural do universo,
inevitavelmente, pois no tocante à
composição unívoca do Todo, estaria o

907
homem em uníssono com a fusão dos
elementos basilares da natureza e seu
sistema orgânico para com a energia, a
vibração e a frequência. No que confere à
relação dos elementos perante a energia,
identifiquemo-nos com a austeridade na
sua organização em termos de imparidade
e uberdade de bona fide e inteligência
secreta do esplendor sublime,
similarmente, temos a virtude do triunfo
probo como aparelhamento vivaz e plácido
em todas as suas margens de destreza
natural, então, a energia formata as
categorias de manifestação dos elementos,
as suas uniões e divisões no geral, as suas
funções e dessuetudes, bem como suas
atrações e repulsas, abordando as
questões mais sensíveis de tal assunto.

E no que se diz respeito à frequência, os


elementos (os quais me obliterei de
prenunciar de antemão, que seriam Prithvi
(terra), Agni (fogo), Vayu (ar), Apah (água),
Akasha (éter), formando o Pancha
Mahabathus (cinco grandes elementos))
têm o empenho de agregar os seus pontos
908
mais proeminentes sob o baluarte da
Inteligência Hermética do Criador, e reuni-
los junto aos ciclos periódicos em sua
completude dando-se a razão imaculada
do espaço que lhe gerencia, fomentando,
destarte, uma amostra de fluxos
decorrentes de certos tipos de onda pelos
quais se constitui a ressonância vibracional
consagrada a estabilidade do tempo como
unidade existente dentro das
singularidades do espaço, isto é, a
prolongação do som por reflexo de x-
superfície ou a sincronia da vibração de
um objeto vizinho, assim, forma-se uma
duração frequencial mais reforçada numa
estrutura singular de energias mais
elevadas por onde os elementos decerto
estariam aptos a passar sobre tal
itinerário, portanto, deduz-se a natureza
osciladora em certos índices de
propagação temporal da frequência por
onde a vibração instila e a energia se
exprime. A vibração, no que concerne aos
elementos, representa a sua interação com
a frequência, na sua conservação como

909
unidade perceptiva e a energia, na sua
manutenção como unidade sensitiva,
abrangendo ambos os modelos de
entendimento da sagrada Prithvi Mata.

Corolário II: A energia, a frequência e a


vibração são fundamentos sacrossantos e
inconcussos no respeitante a sua
santidade, e se tu fizeres uma reflexão
deveras prestadia a tua mente, verás que,
bem como se sobreavisa, com sabedoria,
eu te apresentaria vívidas súplicas do
habitante de Bhavya no banco de Siddhu,
de cujo Rei que fora derrotado forneceu
milhares de sacrifícios; sacrifícios estes
que representam a mesma coisa que a
veladura pagã exagerada dos harúspices
romanos, o que não podemos cometer
nem em alvoroçados prélios, face ao
requerimento de equilíbrio, continuidade e
harmonia da frequência, da vibração e da
energia, cada uma representando uma
tipologia diferenciada no que se refere aos
seus valores ocultos nas leis cósmicas
vigentes. Diante de tal arcabouço,
acredito, indubitavelmente, que a energia
910
cumpre o papel de πατέρα (pai), a
frequência, a de γιος (filho) e a vibração, de
ιερό πνεύμα (espírito santo), fazendo
alegoria à doutrina cristã da Trindade
Sagrada.

§ 7. Toda consciência ôntica é,


naturalmente, cósmica, universal e
absoluta, desde que desperta em sua
plenitude.

Explicação: Todo o homem ao nascer,


usufruiu-se, remotamente, de estados
superiores da consciência, mais
propínquos do plano onisciente do qual
fora encargado na cosmogênese.
Dedutivamente, podemos apontar que
ainda existem encalços desta égide
totalmente divina na consciência, já que
tudo que se inicia com o princípio da
eternidade e da mente absoluta,
permanece e acaba deste modo, em maior
ou menor grau de intensidade,
dependendo do quão o indivíduo esteja
vizinhado ou ábdito da matéria, no
911
entanto, se pensarmos no imo do conjunto
integral dessa questão, o homem, na
concretude densa, bruta e solecística,
reside, na verdade, no valhacouto mais
mascavado a existir na face de Gaia. A
cosmicidade do homem advém de sua
própria raison d'être, que é a integração
vigorosa com as forças cósmicas das quais
sempre se influencia e se guia mediante a
elas, por conseguinte, a matriz do ser
humano se redunda da unidade lídima e
cônscia do Cosmos, assim, todo o pathós
do qual se faz feitor é imbuído no âmago
da antropocosmia, onde o homem funda
todos os seus alicerces tanto materiais
quanto espirituais, indispensável para suas
experiências tanto sutis quanto densas,
bem como no αστρικό επίπεδο ou no υλικό
επίπεδο.

A universalidade do homem se justifica


pela sua univocidade, ou quididade, na
perspectiva escolástica, que definimos
como essência ou natureza real de alguma
coisa, objeto ou ser; protraindo essa
elucidação, o homem, factualmente,
912
consegue agir de acordo com sua
verdadeira natureza se redescoberta, ou a
universalidade pode ser determinada como
os atributos presentes em todos os seres
que pertencem fielmente à Lei de Um e
aos mandamentos sacros do Todo, a mais
íntima capacidade psíquica ou a coleção
desta, a memória original do homem
latente e inerte no homem prestes a ser
ativada e desbloqueada ao instante de seu
resgate à Verdade, a secreta doutrina que
fora empregada por Deus na criação da
árvore da ciência da vida e de todas as
outras formas biológicas de representação
divina nos planos terrenos.

Portanto, o homem universal, simbólica e


misticamente, fita com blandícia suprema
e diligência deífica o caduceu, ou seu
arranjo universal que outrora herdara de
seus mentores ubíquos da Lei, logo,
aquiesce aos sinais e signos de Deus
defronte a ele e num elã iluminador,
ascensiona e eleva divinamente a Ngön
She, destarte, este é o modelo ideal de
homem universal, porém, embora nem
913
todos os sejam, todos carregam a
universalidade dentro de si; certificai-vos
disso!

O Absoluto seria o agrupamento de ambos


os fatores: a universalidade e a
cosmicidade, dispondo assim a totalidade
de todas as forças existentes, binárias ou
não, cujo efeito é necessariamente
enquadrado na tríade ômnica da ciência
divina: onipotência, onisciência e
onipresença. O Absoluto envolve a todas
as coisas, a todos os seres e objetos, em
suas mais minuciosas ou explícitas
idiossincrasias, sendo assim, é o grande
mestre criador e arquiteto das moradas,
gozando da mais elevada tecnologia para
realizar proezas a nível planetário,
galáctico ou cósmico e é claro, a propósito,
que um homem emanar a energia do
Absoluto de modo claro, justo, acurado e
benigno, será este, em cuja explicação
serei lacônico, uma das manifestações
mais facilmente identificáveis do Absoluto,
isto é, um Boddhisattva, mas dependendo
dos protótipos de concepção de seu
914
mundo, pode sê-lo considerado ou não,
todavia, com o veredito kármico ad instar
Deum, venera-o realmente como um
legítimo Boddhisattva, o que todo é o
homem é ad natura; para isso, basta a
aquisição perfeita, proba e reta da
αυτογνωσία, o que, decerto, é o mais custoso
a se lograr, mas aquele que se esforça
estupendamente para tal, o consegue
indubitavelmente.

Citação: Até agora, nós explanamos


acerca do que é, de fato, o homem
absoluto, universal e cósmico. Neste
instante, citemos o Tao Teh Ching, livro
sagrado do Oriente, clássico incontestável
da literatura chinesa, como obra de
referência e justificativa para nossas
afirmações que efetuamos outrora.
Previamente, gostaria de clamar que cada
ser em si, perante o Caminho, é
genuinamente digno de obter o
conhecimento completo, inédito e em
íntegra das leis cósmicas, assim, Lao Tzé,
em seus textos, explica todos esses
processos de aprimoramento da
915
independência humana da matéria e sua
respectiva iluminação em virtude e moral
sublime, com indisputável maestria.

Faço agora uma epígrafe, embora esta


palavra não soe demasiado literal, dos
capítulos 16, 34 e 41 do Tao Teh Ching,
sequencialmente. Estes mesmos
asseguram em palavras inspiradoras e
instigantes para com a sabedoria esotérica
e a magia do saber universal recôndita no
homem:

“Alcançando o extremo vazio e permanecendo na


quietude da extrema quietude

Os dez mil seres se manifestam simultaneamente

E, através disso, contemplamos o seu retorno

Apesar da diversidade dos seres

Cada um deles pode retornar a sua raiz

O regresso à raiz se chama quietude

Quietude se chama retornar a viver

Retornar a viver se chama constância

916
Conhecer a constância se chama iluminação

Desconhecer a constância é a impropriedade que


provoca o infortúnio

Quem conhece a constância é abrangente

Quem é abrangente pode ser coletivo

O coletivo tem o poder da criação

A criação tem o poder do céu

O céu tem o poder do Caminho

O Caminho tem o poder do eterno

Assim,

Mesmo perdendo o corpo, não irá perecer”

“O Grande Caminho é vasto

Pode ser encontrado na esquerda e na direita

Os dez mil seres dele dependem para viver

E ele não os rechaça

Conclui a obra sem mostrar a sua existência

É o manto que cobre os dez mil seres, sem agir


como senhor

Podendo ser chamado de pequeno

917
Os dez mil seres voltam para ele, sem que aja
como senhor

Podendo ser chamado de grande

Assim o Homem Sagrado nunca age como grande

Por isso pode atingir sua grandeza”

“Esforça-se para poder realizá-lo

O homem mediano ao ouvir sobre o Caminho

Às vezes o resguarda, às vezes o perde

O homem inferior ao ouvir sobre o Caminho

Trata-o às gargalhadas

Se não fosse tratado às gargalhadas

Não seria suficiente para ser o Caminho

Por isso, as seguintes palavras sugerem:

A iluminação do Caminho é como se fosse a


obscuridade

O avanço do Caminho é como se fosse o


retrocesso

As planícies do Caminho são como se fossem


iguais

A Virtude superior é como se fosse o comum

918
A grande brancura é como se fosse o sujo

A Virtude ampla é como se fosse insuficiente

Construir a Virtude é como se fosse roubar

A consistência verdadeira é como se fosse o


instável

O grande quadrado não tem ângulos

O grande recipiente conclui-se tarde

O grande som carece de ruído

A grande imagem não tem forma

O Caminho é invisível e não tem nome

Assim, apenas o Caminho é bom em auxiliar e


concluir”

Nota: A magistral verdade paira em pé,


dantes que havia-lhe percorrido a mais
doce das memórias. Assim, como num
riacho azulado e cuja correnteza é quieta e
sossegada, há paz, e o homem,
enfrentando ambientes inóspitos para
cativar o seu Self transcendental e
metafísico, precisa antes de tudo de Shanti

919
(paz). O absoluto do homem encanta-se
pela alma, a universalidade, pela
consciência e a cosmicidade, pela mente,
igualmente, declamo, sem temer objeções
a impugnarem minhas reflexões, que todo
o homem é feliz não quando está para com
outrem, mas para consigo; o homem
esvaziando-se de todos os entulhos que
recebera por anos nos seus campos
naturalmente férteis no seu edifício
anímico, torna-se puro, e o que ele fez, na
nomenclatura mística, chamamos de
resgate, regeneração, restauração ou
purificação. As leis dos Karma são deveras
nefandas e réprobas no que tange à
afluência objetiva e retilínea no homem,
gerando absurdo e precito soçobro, mas
são de suma importância, dado que o
homem somente evolui, apesar de tudo,
com a lancinante dor de estar na vibração
do sofrimento, para que, justamente, tente
transcendê-lo e reviva no Deva
Loka*novamente. É claro que a angústia é,
com geral consenso, considerada nocente
e perniciosa, contudo, assim como o

920
Karma, nos auxilia a descobrir maneiras de
não perecer a tal negatividade, que é
sempre o Tao, o Caminho do Eterno e do
Poder de Wu, ademais, se formos ruminar
um pouco mais do que isso, concluiremos
que o homem, originalmente, é 然 (ran)* *
encarnado, entretanto, é necessário que
haja reconhecimento de tal fato para não
arrefecer diante de tal agonizante
sensação, pois tudo que possuímos
consciência de agir, podemos fazer sem
pespego algum. Como se diz em
Metamorfose, de autoria do grande poeta
romano Ovídio, Livro II, versos 1-19, sobre
a grande sumptuosidade, no início da
narrativa, do soerguimento do palácio do
Sol, e das descrições dos arredores da
Terra, os seres, as paisagens e as
convenções cosmológicas, ademais da
ênfase fenomenal que se faz das Deidades
citadas, daí, acentua-se:

"Regia Solis erat sublimibus alta columnis,

clara micante auro flammasque imitante pyropo,

921
cuius ebur nitidum fastigia summa tegebat,

argenti bifores radiabant lumine valvae.

materiam superabat opus: nam Mulciber illic

equora caelarat medias cingentia terras

terrarumque orbem caelumque, quod imminet


orbi.

caeruleos habet unda deos, Tritona canorum

Proteaque ambiguum ballaenarumque


prementem

Aegaeona suis inmania terga lacertis

Doridaque et natas, quarum pars nare videtur,

pars in mole sedens viridis siccare capillos,

pisce vehi quaedam: facies non omnibus una,

non diversa tamen, qualem decet esse sororum.

terra viros urbesque gerit silvasque ferasque

fluminaque et nymphas et cetera numina ruris.

haec super inposita est caeli fulgentis imago,

signaque sex foribus dextris totidemque sinistris."

922
O homem é como o palácio do Sol,
grandioso, glorioso, colossal, estende-se
até o céu. Possui um halo dourado,
adornado dos mais celestes caprichos que
existe, destarte, manifestar-se-ia a grande
obra do Criador: o ser humano. O desfrute
do mar representa a harmonia e a
consonância que o ente humano deveria
ter para a sua iluminação, como Doris e
Tritão o fazem, assim, tudo que se
consagra a partir de tudo isso, torna-se
aurora rútila e preciosa, e para ser mais
completo, digo que se o homem dominar o
conhecimento da Mãe-Terra, logo,
dominará todo o Universo, pois é desta
imagem de domínio pleno das forças
absolutas que é convergida a configuração
natural da Mãe-Terra, que prevalece a
unidade ímpar do Cosmos e de sua
univocidade como um todo.

§8. O cosmos subsiste por si só, pois é


ubíquo.

923
Explicação: Nos portões do amanhecer,
visualizam-se bolas de luz cálidas e
conspícuas. Vós indagais: "Qual é a sua
origem?" Responder-vos-ei que são
provenientes do centro do Cosmos. "Por
quê?" Vejamos bem. Cosmos é Luz,
incólume e angélica, pavoneia a mais
elevada posição hierárquica da natureza
da ordem universal, sobrepujando as
estremaduras da matéria, da forma e da
figura; assim, coligimos que o Cosmos
independe de forma, pois o Cosmos é a
própria forma e qualquer expressão desta,
será o próprio Cosmos. Prorrogando nossa
premissa, o que independe de forma para
existir, existe por si mesmo, pois se a
forma restringe a locomoção e inflexibiliza
os pontos de consciência de esse ou ens, e
esse ou ens não possui forma,
consequentemente, a sua locomoção e
seus pontos de consciência serão
ilimitados, podendo se transferir a
qualquer região do universo a qualquer
instante, assim, existe ilimitadamente e
sem biótipo definido, portanto, informe;

924
além disso, a autossubsistência é
abalizada devido à rigidez da constituição
das coisas, reprimindo a conexão do
indivíduo com o objeto, do homem com a
natureza, refreando também o transpasse
para a vivência de outros tipos de modelo
incorpóreo, para quedar-se mais próximo
da energia ubíqua demiúrgica que por aí
medra infindavelmente. Destarte, a
autossuficiência começa pela libertação da
matéria, o que o Cosmos, já no Gênesis,
alcançara tal característica, então, o
agente cósmico deve subsistir por si
mesmo não porque ele é cósmico, pois
tanto agentes brutos quanto sutis são
cósmicos, posto que integram esta
hierarquia, mas sim porque transpassa a
todas as barreiras de definição das coisas,
do julgamento, do conhecimento lógico,
dado que o Cosmos existe em todos os
planos dimensionais, desde o Stuhla
Sharira até o Atma, por conseguinte, ele é
o Todo, e o Todo subsiste por si mesmo,
deduzindo que a subsistência do Cosmos

925
se vale pela ubiquidade incorpórea e
imaterial dele próprio.

Citação: Com o propósito de


contextualizar a ideia de subsistência
autônoma e autodirigida do Cosmos,
levamos em conta o exemplo dos dois
primeiros versos de um dos tratados
astronômicos indianos mais aclamados da
história, o Aryabhatiya, escrito pelo sábio
Aryabhata e, sem embargo de algumas
concepções convencionais à época
estarem equivocadas sob a ótica da
astronomia moderna, citemo-las para nos
dar uma base mais holística e menos
quantitativista que os astrônomos atuais
nos oferecem, precisamente, em virtude
da acessibilidade suasória no que concerne
à contemplação filosófica que tais dados
nos disponibilizam, ocasionando, desta
forma, maiores faculdades com relação ao
descortinar epistêmico, de natureza
similar, a uma adaptabilidade cataléptica
mais estendida na orientação do
conhecimento, por assim dizer. Sem

926
protelar demasiadamente, eis os versos 1
e 2 das 'Dez Giti Stanzas' do Aryabhatiya:

“1. Em um yuga, as revoluções do Sol são


4.320.000, da Lua, 57.753.336, da Terra
para o leste, 1.582.237.500, de Saturno,
146.564, de Marte, 2.296.824, de Mercúrio
e Vênus, o mesmos que os do sol.

2. Da apsis da Lua, 488.219, da conjunção


de Mercúrio, 17.937.020, da conjunção de
Vênus, 7.022.388, da conjunção das outras
iguais às do Sol; do nodo da Lua para o
oeste 232.226, começando no início de
Mesa ao nascer do sol na quarta-feira em
Lanka.”

Todos nós sabemos que yuga significa uma


época ou era dividida em quatro ciclos,
todos representando um acontecimento ou
evento de suma magnitude histórica para
a cronografia humana. Esses ciclos são, do
melhor para o pior, o Satya Yuga, o Treta
Yuga, o Dvapara Yuga e o Kali Yuga. O
ciclo é infindável, sempre se sucede
interminavelmente. Agora, vamos
enumerar os yugas de acordo com suas
927
singularidades e relacioná-los à teoria da
autossubsistência do Cosmos:

Satya Yuga: Como afirmado no


Mahabharata, minucia-se a natureza do
Satya Yuga ou Krita Yuga nesta passagem
do grande épico hindu: "Não havia pobres
nem ricos; não havia necessidade de
trabalhar, porque tudo o que os homens
exigiam era obtido pelo poder da vontade;
a principal virtude era o abandono de
todos os desejos mundanos. O Krita Yuga
estava sem doença; não havia diminuindo
com o passar dos anos; não havia ódio ou
vaidade, nem maus pensamentos; nem
tristeza, nem medo. Toda a humanidade
podia alcançar a suprema bênção.". Dentre
as quatro eras, o Satya Yuga é o mais
importante e vultoso, pois, em instância
primeira, os pilares que edificam o
princípio do Dharma estarão
veementemente expostos em sua máxima
totalidade. Durante este período histórico,
todas as pessoas do mundo cometerão
boas ações de dimensões insignes,
notáveis e sublimes e, seja dito de
928
passagem, somente a este tipo de
comportamento darão seu compasso de
vida. Este yuga se alastra por cerca de
1.728.000 de anos. Segundo ao que diz os
textos védicos, especialmente, o Dharma
Shastra, o homem vivia aproximadamente,
no Satya Yuga, 4.000 anos. Todos os
indivíduos que se inserem como Brahmins,
Kshatriyas, Vaishyas e Shudras engalanar-
se-ão e trajar-se-ão em todas as suas
sumas qualidades tanto particulares
quanto unívocas. As pessoas estariam
consoantes o conhecimento do Absoluto de
modo austero e penitente com vista para
atingir o nível mais elevado de sua
consciência: o Brahma. Tudo seria deveras
oblíquo para a sabedoria divina e suprema
ou a linguagem dos deuses (Devavani) e
todas as atuações efetivadas pelo ser
possuiriam o intento de atingir a felicidade
celestial, o gáudio divino. Desse modo,
toda a população deiforme deste yuga
seria galardoada com eminentes, elevadas
e transcendente fé e misericórdia.
Múltiplos valentes, poderosos, intelectuais

929
e indivíduos de todos os bons atributos
encarnariam nesta época. De modo
pasmoso e inopinado, dariam à luz uma
quantidade inestimável de crianças.
Magnânimos eruditos, sábios e letrados
gozando de beleza esplêndida e graciosa
conjuntamente à sua divindade nasceriam
no Krita Yuga. O Krita Yuga sinaliza a
perfeição e as diretrizes mais sublimes da
autossubsistência cósmica, quer dizer, a
condição, estado ou qualidade da
libertação da atribuição falha e defectiva e,
outrossim, estar puro, imaculado e
abençoado soberanamente no excelso e
todo-poderoso ácie a se efetuar no ápice
da demonstração de suas propriedades e
graus de essência da natureza de esse ou
ens, destarte, o Cosmos subsiste em
harmonia esplendorosa e infalibilidade se
for classificado dentro dos predicados
mágicos do cume da teosofia ou sabedoria
divina, e.g., se um indivíduo reside nos
apanágios celestiais do Satya Yuga,
necessariamente, viverá o auge da
consonância e concórdia do Cosmos,

930
portanto, este yuga representa as
propriedades divinas mais sumas da
ordem cósmica tanto nos mananciais de
suas faculdades cíclicas quanto no
percurso destas, reapse.

a) Treta Yuga: O Treta Yuga (em


sânscrito: त्रेता यग
ु ) é a segunda das
quatro épocas, ou eras históricas da
cronografia humana. Ela sucede o
Satya Yuga e antecede o Dvapara
Yuga e o Kali Yuga. 'Treta', na língua
sânscrita, significa "a reunião de três
coisas que se elevam/se despertam",
e desta forma é nomeado devido a
dois avatares enviados por Vishnu
que foram avistados neste ciclo de
tempo, a sexta e a sétima
reencarnações como Parashurama e
Rama, correspondentemente. O Treta
Yuga prolonga-se por 3.600 anos
divinos e 1.296.000 anos humanos. O
touro do Dharma simboliza o fato de
que a mortalidade se acondiciona em
três gambitos no Satya Yuga e dois
no Treta Yuga. Nestes tempos
931
profanos, violência e imoralidade de
Kali Yuga, os gambitos ou as pernas
se restam em um(a). Neste período,
os poderes psíquicos e clarividentes
dos humanos diminuem não muito
expressivamente. Reis e brâmanes
são coagidos a realizar ativamente
suas ambições ao invés de empregar
mera provisão deliberativa da
vontade. Malgrado esses efeitos
aparentemente malignos, o Treta
Yuga etiam encaminhou sabedoria do
magnetismo do Universo. Este
conhecimento outorgou aos homens
saberem com esclarecimento e ilustre
clarificação as forças superiores que
regem a natureza e a verdadeira
grandeza do Universo. As práticas
agrícolas e mineradoras emergiram
em conjunto com normas, regras, leis
e preceitos para resguardar o corpo
social subordinado e controlado. No
tocante à autossubsistência do
Cosmos, o Treta Yuga seria um
período de reconhecimento da

932
repartição e funcionamento dos
poderes e forças da natureza, porém
este reconhecimento é somente
superficial, isto é, se situa somente
nos planos sutis mais adjacentes ao
despertar receptacular da consciência
ao momento, e numa exposição mais
meticulosa, a mente (Manas) está
mais aberta para as realidades
superiores, todavia, ainda congrega
circunstancialmente elementos
deletérios do ego (Ahamkara) que
podem gerar danos irreversíveis para
a sua experiência espiritual nas
extensões terrenas do universo, como
o acúmulo compulsório do Karma ou,
tecnicamente, alcunhamos tal
fenômeno de "roda de Sansara".

Destarte, o Treta Yuga se organiza de


maneira concomitantemente
esclarecedora como qualquer Rishi* o
faz e, do mesmo modo, exígua em
Prajna**, contudo, não acendra com
sublimidade o puro do impuro, o
sagrado do profano, o supremo do
933
somenos, apresentando qualidades
duais e instáveis, apesar de certas
expansões da consciência ao
Sukhavati***, mas tamen demonstra
desequilíbrio fundamental na sua
unidade, ordem e leis vigentes.

b) Dvapara Yuga: O Dvapara Yuga é a


terceira das idades históricas ou
yugas da humanidade, como se
detalha nas escrituras sagradas da
tradição hinduísta. Dvapara, na antiga
língua sânscrita, significa "dois à
frente", algo que principia o sentido
de estar posicionado em terceiro
lugar em y-ordenamento numérico.
Como se atesta nos grafados dos
Puranas, este yuga encerrou seu
período simultaneamente ao instante
em que o santo vate Krishna
retornara à sua morada no eterno e
imperecível Vaikuntha. Consoante o
que testemunha o Bhagavata Purana,
12.2.29-33, o Dvapara Yuga perdura
por cerca de 864.000 anos. No
Dvapara Yuga, existem somente dois
934
pilares da religião sobrevivendo:
compaixão e veracidade. Vishnu
assume desfrutar-se da tonalidade
amarelada e os Vedas são
classificados em quatro tomos: o Rig
Veda, o Sama Veda, o Yajur Veda e o
Atharva Veda. Durante este intervalo
de tempo, os brâmanes se dedicaram
a estudar duas ou três escrituras
védicas, todavia, jamais realizaram a
façanha de estudar as quatro em sua
plenitude. Dessa maneira, graças a
essa categorização, desiguais ações e
atividades passarão a tomar forma.

Todos os indivíduos no Dvapara Yuga


estão desejosamente ávidos a atingir
o Dharma escriturístico que é
preconizado para cada grupo,
valente, corajoso e competitivo, além
disso, abraçam somente a práxis da
contrição e da caridade. Eles são de
linhagem real e se aventuram em
busca de ἡδον. Nesta época, o
intelecto divino é absolutamente
obstado e, por conseguinte, é
935
extremamente insólito encontrar
alguém autêntico e verdadeiro por
inteireza.

Como resultado desta vida submetida


ao engano e à mentira
desmensuradas, os povos são
trauteados e acerbados por
enfermidades, doenças e vários tipos
de ambições egóicas advindas da
consolidação de Dukkha*, assim, se
distanciando cada vez mais do
Jivatva**. Após passarem por essa
pestilência de conturbações físicas e
psíquicas, as pessoas, a partir de
então, passam a efetuar a penitência
amiúde. A desintegração com o
Divino é o principal foco ou horizonte
de eventos do Dvapara Yuga, i.e., o
homem se desloca da sua natureza
celestial, paradisíaca e ubíqua e
começa a interatuar com a
negatividade inclemente e mordaz
das Trevas (Tamas), acarretando no
surgimento irremissível de doenças,
sofrimento, agonia e angústia,
936
tristeza e soturnidade, frustração e
decepção e etc. Em uma explanação
mais minuciosa, o Dvapara Yuga é o
divisor de águas entre o sagrado e o
profano, sendo assim, o Dvapara
Yuga introduz a profanação e oculta
as coisas sagradas do homem,
deixando-a obsoleta e praticamente
olvidada pelo cidadão terrícola
comum, tendo este posturas e
comportamentos vis, bárbaros e
iracundos, em atenção a ocultação da
verdade suprema do Homem, que é
sua divindade. Também se inicia a
distinção entre os Homens, não mais
o espírito de fraternidade, de
igualdade e de união, mas de
separação e de superioridade de um
entre outro, ou o sistema de castas
em geral.

c) Kali Yuga: No discurso de


Markandeya, o sábio elucida com
magistral erudição no que se diz
respeito à natureza deste yuga, na

937
seção CLXXXIX do Mahabharata. Ele
declara, com todas as letras:

“Ouça, ó monarca, a tudo o que foi visto e


ouvido por mim, e a todos, ó rei dos reis,
que foi conhecido por intuição da graça do
Deus dos deuses! Ó touro da raça Bharata,
me escute enquanto narro a história futura
do mundo durante a era pecaminosa. Ó
touro da raça Bharata, na era Krita, tudo
estava livre de engano e astúcia e avareza
e cobiça; e moralidade como um touro
estava entre os homens, com todas as
quatro pernas completas. Na era Treta, o
pecado tirou uma dessas pernas e a
moralidade teve três pernas. No Dwapara, o
pecado e a moralidade são misturados meio
a meio; e, consequentemente, diz-se que
moralidade tem apenas duas pernas. Na era
das trevas (de Kali), ó melhor da raça
Bharata, a moralidade misturada com três
partes do pecado vive ao lado dos homens.
Consequentemente, diz-se que a
moralidade espera nos homens, restando
apenas uma quarta parte de si mesma.
Saibam, ó Yudhishthira, que o período da
vida, a energia, o intelecto e a força física
dos homens diminuem em cada Yuga! Ó

938
Pandava, os Brahmanas e os Kshatriyas e
Vaisyas e Sudras (na era Kali) praticarão a
moralidade e a virtude enganosamente e os
homens em geral enganarão os seus
companheiros ao espalharem a rede da
virtude. E os homens com falsa reputação
de aprendizado, por seus atos, farão com
que a Verdade seja contraída e ocultada. E
em consequência da falta de suas vidas,
eles não serão capazes de adquirir muito
conhecimento. E em consequência da
pequenez de seu conhecimento, eles não
terão sabedoria. E por isso, a cobiça e a
avareza irão sobrepujar a todos. E casado
com a avareza e a ira e a ignorância e os
homens da luxúria entreterão animosidades
uns para com os outros, desejando tirar a
vida um do outro. E os Brahmanas, os
Kshatriyas e os Vaisyas, com suas virtudes
contraídos e despojados do ascetismo e da
verdade, serão todos reduzidos a uma
igualdade com os sudras. E as ordens mais
baixas dos homens subirão para a posição
dos intermediários, e aqueles em estações
intermediárias descerão, sem dúvida, ao
nível dos mais baixos. Mesmo assim, ó
Yudhishthira, se tornará o estado do mundo
no final do Yuga. De vestes essas serão
consideradas as melhores que são feitas de

939
linho e de grãos o Paspalum frumentacea
será considerado o melhor. Para esse
período, os homens considerarão suas
esposas seus (apenas) amigos. E os homens
viverão de peixe e leite, cabras e ovelhas,
pois as vacas serão extintas. E em direção a
esse período, até mesmo aqueles que são
sempre observadores de votos, tornar-se-ão
cobiçosos. E, em oposição uns aos outros,
os homens procurarão, em tal momento, as
vidas uns dos outros; e despojados de Yuga,
as pessoas se tornarão ateus e ladrões. E
eles vão até cavar as margens dos riachos
com suas espadas e semear grãos nele. E
mesmo esses lugares se mostrarão estéreis
para eles em tal momento. E aqueles
homens que são devotados aos ritos
cerimoniais em honra do falecido e dos
deuses, serão avarentos e também se
apropriarão e apreciarão o que pertence
aos outros. O pai apreciará o que pertence
ao filho; e o filho, o que pertence ao pai. E
essas coisas também serão desfrutadas
pelos homens em tais ocasiões, o gozo do
qual tem sido proibido nas escrituras. E os
Brahmanas, falando desrespeitosamente
dos Vedas, não praticarão votos, e sua
compreensão obscurecida pela ciência da
disputa, eles não mais realizarão sacrifícios

940
e o Homa. E enganados pela falsa ciência
das razões, eles dirigirão seus corações
para tudo que é mesquinho e baixo. E os
homens cultivam as terras baixas para o
cultivo e empregam vacas e bezerros de um
ano de idade, no arado e no carregamento
de cargas. E os filhos que mataram seus
pais e os pais que mataram seus filhos não
incorrerão em opróbrio. E eles
freqüentemente se salvam da ansiedade
por tais atos, e até se gloriam neles. E o
mundo inteiro estará repleto de
comportamentos e noções e cerimônias
mleccha, e os sacrifícios cessarão e a
alegria não será parte alguma e a alegria
geral desaparecerá. E os homens vão
roubar a posse de pessoas indefesas
daqueles que são sem amigos e também de
sabedoria. E, possuidores de pequena
energia e força, sem conhecimento e dados
à avareza e à loucura e às práticas
pecaminosas, os homens aceitarão com
alegria os dons feitos por pessoas iníquas
com palavras de desprezo. E, ó filho de
Kunti, os reis da terra, com corações unidos
ao pecado sem conhecimento e sempre
orgulhosos de sua sabedoria, desafiarão um
ao outro do desejo de tirar a vida um do
outro. E os Kshatriyas também no final de

941
tal período se tornarão os espinhos da terra.
E cheios de avareza e inchaço de orgulho e
vaidade e, incapazes e indispostos a
proteger (seus súditos), terão prazer em
infligir somente punições. E atacando e
repetindo seus ataques contra os bons e os
honestos, e não sentindo piedade pelo
último, mesmo quando eles vão chorar de
dor, os Kshatriyas, ó Bharata, roubarão
essas esposas e riquezas.

E ninguém pedirá uma menina (para fins de


casamento) e ninguém vai doar uma
menina (para tais fins), mas as próprias
meninas escolherão seus senhores, quando
o fim do Yuga chegar. E os reis da terra,
com almas mergulhadas na ignorância, e
descontentes com o que têm, nesse
momento roubarão seus súditos por todos
os meios ao seu alcance. E sem dúvida o
mundo inteiro será especificado. E quando o
fim do Yuga chegar, a mão direita enganará
a esquerda; e a esquerda, a direita. E
homens com falsa reputação de
aprendizado contrairão a Verdade, e os
velhos trairão a insensatez dos jovens, e os
jovens trairão as desvantagens dos velhos.
E os covardes terão a reputação de bravura
e os corajosos serão tristes como covardes.
E no final dos Yuga, os homens deixarão de

942
confiar um no outro. E cheio de avareza e
loucura, o mundo inteiro terá apenas um
tipo de comida. E o pecado aumentará e
prosperará, enquanto a virtude
desaparecerá e deixará de florescer. E
Brahmanas e Kshatriyas e Vaisyas
desaparecerão, deixando, ó rei, nenhum
remanescente de suas ordens. E todos os
homens no final do Yuga se tornarão
membros de uma ordem comum, sem
distinção de nenhum tipo. E os pais não
perdoam os filhos, e os filhos não perdoam
os pais. E quando o fim se aproxima, as
esposas não esperam e servem seus
maridos. E, nesse momento, os homens
buscarão os países onde trigo e cevada
formam o alimento básico. E, ó monarca,
homens e mulheres se tornarão
perfeitamente livres em seu
comportamento e não tolerarão os atos uns
dos outros. E, ó Yudhishthira, o mundo
inteiro será especificado. E os homens
deixarão de gratificar os deuses pelas
ofertas de Sraddhas. E ninguém ouvirá as
palavras dos outros e ninguém será
considerado preceptor por outro. E, ó
governante dos homens, as trevas
intelectuais envolverão toda a terra, e a
vida do homem será medida em dezesseis

943
anos, atingindo a idade em que a morte se
seguirá. E meninas de cinco ou seis anos
gerarão filhos e meninos de sete ou oito
anos se tornarão pais. E, ó tigre entre reis,
quando o fim do Yuga chegar, a esposa
nunca ficará contente com o marido, nem o
marido com a esposa. E as posses dos
homens nunca serão muito, e as pessoas
ostentarão falsamente as marcas da
religião, e o ciúme e a malícia encherão o
mundo. E ninguém será, naquele momento,
um doador (de riqueza ou qualquer outra
coisa) em relação a qualquer outra pessoa.
E as regiões habitadas da terra serão
afligidas pela fome e pela fome, e as
estradas serão preenchidas com homens e
mulheres lascivos e de má reputação. E,
nesse momento, as mulheres também
sentirão aversão a seus maridos. E, sem
dúvida, todos os homens adotarão o
comportamento das mlecchas, se tornarão
onívoros sem distinção e cruéis em todos os
seus atos, quando o fim do Yuga chegar. E,
ó principal dos Bharatas, instigado pela
avareza, os homens, naquele tempo, se
enganarão quando venderem e comprarem.
E sem o conhecimento da ordenança, os
homens realizarão cerimônias e ritos e, de
fato, se comportarão como os escutam,

944
quando chegar o fim do Yuga. E quando
chegar o fim do Yuga, instigado por suas
próprias disposições, os homens agirão
cruelmente e falarão mal um do outro. E as
pessoas, sem escrúpulos, destruirão árvores
e jardins. E os homens ficarão cheios de
ansiedade com relação aos meios de vida.
E, ó rei, oprimido pela cobiça, os homens
matam Brahmanas e se apropriam e
desfrutam dos bens de suas vítimas. E os
regenerados, oprimidos por Sudras e
afligidos pelo medo, e clamando Oh e Alas,
vagarão pela terra sem ninguém para
protegê-los. E quando os homens
começarem a se matar, tornarem-se
perversos, ferozes e sem qualquer respeito
pela vida animal, então o Yuga chegará ao
fim. E, ó rei, mesmo os principais dos
regenerados, atingidos por ladrões, como
corvos, voam aterrorizados e com rapidez, e
buscam refúgio, ó perpetuador da raça
Kuru, em rios e montanhas e regiões
inacessíveis. E sempre oprimidos por maus
governantes com cargas de impostos, a
principal das classes regeneradas, ó senhor
da terra, nesses tempos terríveis, se
despede de toda a paciência e faz atos
impróprios, tornando-se até servos dos
Sudras. E Sudras expõe as escrituras, e os

945
Brahmanas esperam e as escutam, e
estabelecem seu curso de dever, aceitando
interpretações como seus guias. E o baixo
se tornará o alto, e o curso das coisas
parecerá contrário. E renunciando aos
deuses, os homens adoram ossos e outras
relíquias depositadas dentro de paredes. E,
no final do Yuga, os Sudras deixarão de
esperar e servir os Brahmanas.

E nos asilos dos grandes Rishis, e nas


instituições de ensino de Brahmanas, e em
lugares sagrados aos deuses e compostos
sacrificiais, e em tanques sagrados, a Terra
será desfigurada com túmulos e pilares
contendo relíquias ósseas e não agraciada
com templos dedicados a os deuses. Tudo
isso acontecerá no final do Yuga, e saiba
que estes são os sinais do fim do Yuga. E
quando os homens se tornam ferozes e
destituídos de virtude, carnívoros e viciados
em bebidas intoxicantes, então o Yuga
chega ao fim. E, ó monarca, quando flores
serão geradas dentro de flores e frutos
dentro de frutas, então o Yuga chegará ao
fim. E as nuvens choverão fora de estação
quando o fim do Yuga se aproximar. E,
naquele momento, os ritos cerimoniais dos
homens não se seguirão na devida ordem, e
os Sudras brigarão com os Brahmanas. E a

946
terra em breve estará cheia de mlecchas, e
os Brahmanas voarão em todas as direções
por medo do peso dos impostos. E todas as
distinções entre os homens cessarão em
relação à conduta e comportamento, e
afligidas por tarefas e cargos honorários, as
pessoas voarão para retiros arborizados,
subsistindo em frutas e raízes. E o mundo
ficará tão aflito que a retidão de conduta
deixará de ser exibida em qualquer lugar. E
os discípulos desprezarão as instruções dos
preceptores e procurarão feri-los. E
preceptores empobrecidos serão
desconsiderados pelos homens. E amigos,
parentes e parentes realizarão ofícios
amistosos apenas por causa da riqueza que
é possuída por uma pessoa. E quando o fim
do Yuga chegar, todos estarão em falta. E
todos os pontos do horizonte estarão em
chamas, e as estrelas e os grupos estelares
serão destituídos de brilho, e os planetas e
as conjunções planetárias serão
auspiciosos. E o curso dos ventos será
confuso e agitado, e inúmeros meteoros
brilharão no céu, pressentindo o mal. E o
Sol aparecerá com seis outros do mesmo
tipo. E por toda parte haverá tumulto e
tumulto, e em toda parte haverá
conflagrações. E o Sol, desde a hora do

947
nascer até o pôr do sol, será envolvido por
Rahu. E a divindade de mil olhos choverá
fora de estação. E quando o fim do Yuga
chegar, as colheitas não crescerão em
abundância. E as mulheres sempre serão
afiadas na fala, impiedosas e gostam de
chorar. E eles nunca respeitarão as ordens
de seus maridos. E quando o fim do Yuga
chegar, os filhos matarão pais e mães. E as
mulheres, vivendo descontroladas, matarão
seus maridos e filhos. E, ó rei, quando o fim
do Yuga chegar, Rahu engolirá o Sol fora de
estação. E fogos ardem por todos os lados.
E os viajantes incapazes de obter comida,
bebida e abrigo, mesmo quando pedirem,
deitar-se-ão no caminho, evitando pedir
suas solicitações. E quando o fim do Yuga
chegar, corvos, cobras, abutres, pipas e
outros animais e pássaros proferirão gritos
assustadores e dissonantes. E quando o fim
do Yuga chegar, os homens rejeitarão e
negligenciarão seus amigos, parentes e
assistentes. E, ó monarca, quando o fim do
Yuga chegar, os homens que abandonam os
países, as direções e as vilas e cidades de
sua ocupação buscarão novos, um após o
outro. E as pessoas perambularão pela
terra, proferindo: 'Ó pai, ó filho', e outros
gritos terríveis e trementes.

948
"E quando esses tempos terríveis
terminarem, a criação começará de novo. E
os homens serão novamente criados e
distribuídos nas quatro ordens, começando
com Brahmanas. E nessa época, para que
os homens possam aumentar a Providência,
de acordo com seu prazer." , mais uma vez
se tornará propício. E quando o Sol, a Lua e
Vrihaspati entrarem, com a constelação
Pushya 1, no mesmo signo, a idade de Krita
começará novamente. Conjunções estelares
se tornarão auspiciosas. E os planetas,
devidamente girando em suas órbitas, se
tornarão extremamente propícios. E por
toda parte haverá prosperidade e
abundância, saúde e paz. seu nascimento. E
ele glorificará Vishnu e possuirá grande
energia, grande inteligência e grande
talento. E ele nascerá em uma cidade com o
nome de Sambhala em uma família
Brahmana auspiciosa. E veículos e armas, e
guerreiros e armas, e malas estarão à sua
disposição assim que ele pensar nelas. E ele
será o rei dos reis, e sempre vitorioso com a
força da virtude. E ele restaurará a ordem e
a paz neste mundo cheio de criaturas e
contraditórias em seu curso. E aquele
Brahmana ardente de poderoso intelecto,
tendo aparecido, destruirá todas as coisas.

949
E ele será o Destruidor de todos, e
inaugurará um novo Yuga. E cercado pelos
Brahmanas, Brahmana exterminará todas
as mlecchas onde quer que aquelas pessoas
baixas e desprezíveis possam se refugiar.”.

A simbologia do Kali Yuga, aplicada à


teoria da autossubsistência do
Cosmos, representa a sua
decadência, a sua total instabilidade,
a destruição, o declínio de tudo que
era divino fora instalado outrora,
assim, todo o tipo de pecado por mais
perverso, desumano, promíscuo e
salaz que seja, será cometido com
assaz elã e impiamente taful, gerando
todo o tipo de caos e discórdia que se
possa haver na zona de domínio
cósmico. Em tal panaroma, onde
nenhuma das Pañca-jñāna (cinco
sabedorias) reina a Terra (ademais,
elas se dissiparam completamente no
zéfiro este momento histórico da
humanidade), os Arishadvargas (seis
inimigos da mente) comandam o

950
planeta discricionária e
impetuosamente, cujos maiores
pecados, Kama (luxúria) e Krodha
(raiva) estão manifestados em
totalidade em cada ser humano no
Kali Yuga. Desta forma, a
autossuficiência do Cosmos se
degrada, gerando lesta e implacável
absorção de todas as ruindades
energéticas presentes, mas
anteriormente mantidas preservadas
no mais obscuro das dimensões
celestes e, agora, que foram expostas
a todos, trabalharão com eficácia
para demolir os auspícios que ainda
restavam do Dvapara Yuga no cenário
da ordem universal, e com cuja
obstrução, dará luz ao adverso: a
desordem universal!

Nós sabemos hoje que,


astronomicamente falando, revolução
é o movimento de um objeto em
percurso circular ou elíptico em torno
de outro ou sobre um eixo ou centro.
Na concepção aí descrita, define o
951
valor total dos movimentos
revolucionários que cada planeta dá
anualmente, de acordo com a sua
translação em torno do Sol, na teoria
heliocêntrica dos tempos hodiernos,
como, identicamente, apresentado na
teoria de Aryabatha, que demonstra
uma tese heliocêntrica da gravitação
para determinar as relações
astronômicas em geral dos corpos
planetários. Com relação às
revoluções do Sol, devo dizer que
estas se referem aos movimentos
solares em torno do centro galáctico
(no caso, a Via-Láctea), que são
orientados numa órbita circular, onde
o Sol demora, para fazer um giro em
volta deste centro galáctico por cerca
de 230.000.000 de anos, e sob a
nossa definição, este tipo de
deslocamento nomeamos de
revolução, como anteriormente
debatido.

A revolução apresenta a
conectividade de locomoção dos
952
planetas com relação aos seus corpos
superiores, dando reforço à teoria da
autossubsistência cósmica, em
consequência de que para haver
subsistência, deve haver interações
diretas e infalíveis do sujeito com o
objeto para dar origem a uma
concórdia entre ambos e funcionar
bem e, assim como a comunicação
orbital dos planetas ou quaisquer
corpos celestes no eixo de outro
superior, deve haver relação entre o
sujeito (o corpo superior, tanto em
tamanho, largura, comprimento
quanto em abrangência material
particular e unívoca) e o objeto (o
corpo inferior, ibid. a justificativa do
primeiro parênteses neste parágrafo),
a qual, destarte, estrutura uma
conformidade ideal para preservar a
instituição cósmica e manter tudo
isso em uníssono com a mesma, e.g.,
a conjunção, a qual é um alinhamento
de dois planetas ou outros objetos
celestes para que eles pareçam estar

953
no mesmo lugar, ou quase o mesmo,
no céu, pode ser uma personificação
da autossubsistência do Cosmos
dependendo da integração e da união
funcional entre os corpos existentes
em sua base, deste modo, ocorrem as
modalidades de efetivação da ordem
e leis de disposição dos elementos
em tal quadro, supremos ou não.

Apsis quer dizer um dos dois pontos


na órbita de um planeta ou satélite
que estão mais próximos ou mais
distantes do corpo ao redor do qual
ele se move, viz., as regiões que se
localizam num caminho curvo de um
objeto celeste em torno de uma
estrela, planeta ou lua
(especialmente uma revolução
elíptica periódica) que se estão na
condição ou estado de estarem mais
propínquas ou mais afastadas do
corpo o qual orbita; o fastígio da
aproximação ou distanciamento de
uma área ou outra situada na órbita
do corpo celeste constitui a
954
ordenação posicional dos pontos dos
itinerários dos objetos astronômicos
vinculados ao Cosmos, assim,
transparece a ideia de versatilidade
configuracional das graduações do
lócus particular de um corpo inferior
com relação ao corpo superior,
portanto, concluir-se-á que existem
as relações tanto macrocósmicas
quanto microcósmicas de pontos de
remate do abeiramento ou o contrário
para consubstanciar a organização
coordenada da unidade e arbítrio
normativo do universo.

Conjunção, como antecipadamente


instituímos, significa um o
alinhamento de dois planetas ou
outros objetos celestes para que eles
pareçam estar no mesmo lugar, ou
quase o mesmo, no céu, dessarte,
essa aglomeração que ao observador
dá a sensação de que ambos ocupam
o mesmo espaço representa a
anexação ou associação incorporada
dos corpos entre si, o que para a
955
abordagem teorética da
autossubsistência cósmica, deixa
assimilar o conúbio celeste de um
corpo ao outro, substancializando
ajustagem quase simultânea dos
corpos celestes em um mesmo
engajamento de eventos
astronômicos, figurando uma reunião
de planetas ou similar ao arredor de
um mesmo eixo panorâmico de
natureza das coisas, e.g., a
culminação, que também faz parte da
fenomenologia astronômica, pondera
o momento em que um objeto celeste
cruza o meridiano e, portanto, este
está no ponto mais alto, acima do
horizonte e, não obstante, sabemos
que a noção de meridiano é de uma
linha imaginária norte-sul que passa
diretamente acima do observador
(através do zênite), logo, deduzir-se-á
o cruzamento de um z-corpo celeste o
qual transpassa o limite dos pontos
cardeais superior e inferior,
representando, bem como a

956
conjugação, um arranjo convergente
e atributivo das posições de cada
corpo na Lei do Cosmos aplicada a
toda categoria mapeada neste
ínterim.

Como bem assegurado de antemão,


no tratado astronômico-matemático
Surya Siddhanta, produzido pelo
magnificente polímata indiano do
século 6 d.C., Varahamihira, parte da
famosa compilação de estudos
científicos, a saber, Pañca-
siddhāntikā. No capítulo 1, "Dos
Principais Movimentos dos Planetas",
versos 1-10, nos conta o seguinte:

“1. Para aquele cuja forma é


inconcebível e não manifestada, que
não é afetado pelas qualidades, cuja
natureza é qualidade, cuja forma é o
suporte de toda a criação - para
Brahma ser uma homenagem!

957
2. Quando restou pouco da Era de
Ouro (krita yuga), um grande
demônio (asura), chamado Maya,
desejava saber o que era ciência
misteriosa, suprema, pura e exaltada.

3. O principal auxiliar das escrituras


(vedânga), em sua totalidade - a
causa, a saber, do movimento dos
corpos celestes.

4. Agradecido por essas austeridades


e tornado propício, o próprio Sol
entregou àquele Maya, que pediu
uma benção, o sistema dos planetas.

O abençoado Sol falou:

5. Tua intenção é conhecida por mim,


estou satisfeito por tuas
austeridades, darei a ciência sobre a
qual o tempo é fundado, o grande
sistema dos planetas.

6. Ninguém é capaz de suportar o


meu brilho; para comunicação não
tenho lazer; essa pessoa, que é parte

958
de mim, se relacionará com você o
todo.

7. Tendo assim falado, o deus


desapareceu, tendo dado instruções
para a parte de si mesmo. Esta última
pessoa se dirigiu assim a Maya,
enquanto ele se inclinava para frente,
suas mãos sublimemente unidas
diante dele;

8. Ouça com atenção concentrada a


ciência antiga e exaltada, falada, em
cada Era sucessiva, para os Grandes
Sábios (maharshi), pelo próprio Sol.

9. Este é o mesmo livro-texto original


que o Sol promulgou: somente, em
razão da revolução das Eras, há aqui
uma diferença de tempos.

10. O tempo é o destruidor dos


mundos; outro tempo. Tem por sua
natureza levar a cabo. Este último,
por grosso ou por minuto, é chamado
por dois nomes, real (murta) e irreal
(amurta).”

959
Brahma é a Alma Inigualável e
Santificada, o Absoluto, a Entidade
Primordial do Espaço Sideral! De
acordo com tudo o que definimos até
agora, concluiremos que o
florescimento dos corpos celestes foi
realmente feito pelo empreendimento
sagrado da arquitetura universal do
Ser-Mais-Belo–e-Rútilo-de-Todas-as-
Eras-e-Todos-os-Ambientes ou seres
similares (porém não se equalizam a
tal esplendor, como remarcação),
concedido ao projeto referente à
hierarquia do Cosmos.
Independentemente disso, enunciar-
te-ei palavras de grandeza e pureza
divinas, pois o Sol deve ser ele
próprio o leme do sistema planetário,
onde é o soberano e o descobridor do
Cosmos, além do mais, se o asura
Maya não puder absorver a
verdadeira ciência da vida, bem, tu
por ti mesmo não estás apto a tolher
esse fenômeno, já que o Sol se
debruça sobre a ordem do Todo, a lei

960
louvável e maravilhosa do Sistema
Planetário e seu arranjo
correspondente de natureza,
dimensões e extensão; além disso,
ele o faz com sublimidade e
sagacidade esplêndida, tendendo,
não obstante, ao vínculo uníssono no
interior (ou firmamento inferior) dos
corpos celestes, juntamente com seu
elemento etéreo de movimento e
ação, o Akasha; no entanto, o Sol cria
a funcionalidade de Akasha, fazendo
com que os procedimentos de
movimento e ação dos planetas e de
seus satélites atuem com retidão e
perfeição, mas supostamente, em
termos de argumentação suasória,
desfrutamos assim, com o intento de
evidenciar a nossa tese, da
fenomenalidade paradigmática (neste
caso) da paralaxe, por exemplo; este
é o aparente deslocamento de um
objeto em primeiro plano contra o
fundo quando a sua perspectiva
muda; portanto, esta ocasião

961
astronômica pode permanecer na
ordem em que o asura Maya e seu
poder de ilusão são inibidos; ademais,
as coisas amurtas são intemperantes
no tocante à organização do tempo e
sua inserção cômica, e o objeto que é
murta é resistido na santidade do
organismo do Sistema Solar, e nunca
pretendem ser substituídos por outro,
consequentemente, se formos
devotados e nossas condições
elevadas passarem pelas linhas da
veracidade no todo da Lei, devemos
portanto sublinhar que a ciência e as
realizações dos Maharishis se
baseiam em um decreto superior, que
é produzido por Deus, ou Brahma, o
Santo, o Pai da Criação; logo, diante
dessa base, devo reunir as
informações que me surgem ante a
tal investigação, revelando a
grandeza em cada detalhe da
geração do magnetismo universal,
cujos polos de mecanicismo
proclamam ao Sol todas as suas

962
características cintilantes, em prol,
justamente, da sabedoria do
Altíssimo, onde desenrola a
ordenação divina e, a fim de
recordação, tu jamais deverás
profaná-la no Krita Yuga, decerto.

§ 9. O Universo existe em três dimensões


principais: Corpo, Alma e Espírito, em
ordem crescente de grandiosidade tanto
em extensão quanto em importância.

Explicação: O Corpo, ou seu simbolismo,


como todos os outros planos de
consciência humana correlacionados ao
arcabouço cósmico, caracteriza a
materialidade bruta e rija da rerum
naturae, i.e., um conjunto de elementos e
circunstâncias atrelados a aquilo que é
tangível, palpável e perceptível
sensorialmente; sob tal artifício, o objeto
que se inclui na constituição projetiva do
Corpo, com certeza, é designado a se

963
dissolver quando esgota-se o seu ciclo de
estado ou condição material, denso e
bruto, em outras palavras, simplesmente
fenece conjuntamente à supressão de seus
princípios de vitalidade de rupa e por
conseguinte, desencarna, viz., a sua
urdidura carnal é desmanchada e
transcendida. Numa exposição mais
concisa, nós temos o objeto A suprido por
uma estrutura carnal de potência B e o seu
motor vital se presume a sê-lo; as
condições de Prithvi, em planos sólidos,
não outorga invariavelmente a
imortalidade ou a eternidade integral do
objeto A, destarte, esquerdeia baldo de
divindade esotérica, espiritualmente
falando, logo, perece e malgrado essas
enfermidades lesivas ao indivíduo por
parte do princípio do Corpo, este, em
contrapartida, emoldura o homem numa
busca incessante pela Guna Atman, para o
mesmo recompor os elementos supremos
de sua consciência e poder elevar-se para
o basileo ton ouranós, consolidando-se
num terreno de experiências espirituais

964
em busca do Self, assim sendo, positiva
graças a esta abertura de envolvimento
que oferece para as almas reencarnarem e
tentarem destruir os elos kármicos que
ainda lhes restam e alcançar o Dharma em
sua totalidade e, como resultado, o
Samadhi, embora haja objeções
demasiado holísticas que tentam refutar
esta glória insigne dos empreendimentos
corpóreos, mas justificando-se mediante a
tal ideia, não há quem o faça com êxito.

A Alma, em sua suma conjuntura, é a porta


de comunicação e intercalação
dimensionais entre o Espírito e o Corpo,
sic, como se pode atestar, a Alma se
encarrega de transportar as mensagens de
comando do Espírito para o Corpo bem
como as ações do Corpo para o Espírito,
verificando-se, deste modo, uma função
intermediária e equânime da Alma ante
aos outros níveis de consciência cósmica
aplicada ao homem. Pressuponhamos, em
tal caso, que em terminologia analítica, a
Alma seja o ponto de interceptação que
divide as abscissas e as coordenadas, ou
965
seja, a identificação dos valores de ambos
os eixos se dá pela divisão e separação de
ambas as partes pela reta que diferencia
suas propriedades numéricas, assim como
a Alma, que além de fazer a
locomobilidade das circunstâncias do
Espírito perante o Corpo e vice-versa,
desenvolve o empenho, etiam, de
diferenciar ambas as coisas em seus
painéis de interação particulares e ajudar,
por consequência, a identidade de ambos
os planos de extensão universal, em seus
atributos tanto individuais quanto
unívocos; é deixado claro, portanto, que a
Alma, diante dessas afirmações, é o ponto
médio dos segmentos corpóreos e
espirituais, em seus próprios andamentos
de conectividade com relação a ambos os
princípios e também, o de nominação
elementar das características precípuas da
multifacetação qualitativa dos mesmos,
como pode ser investigado em seus
pormenores.

O Espírito, αφ 'ετέρου, é a plena


manifestação do incorpóreo, do sutil, do
966
macrocosmos, da unidade, do imaterial, do
etéreo, do divino, do sagrado, i.e.,
representa aquilo que não pode nos
comover sensorialmente, e sim, extra-
sensorialmente, quando nosso arquétipo
vibratúrgico está mais elevado, e nossas
capacidades psíquicas e dons ou poderes
ocultos (como diríamos em linguagem
tibetana, o Ngön She) foram desenvolvidos
em completude, dessa maneira, o ser,
perante a tal estágio, está desperto, a
saber, a abertura aos mundos superiores
foi concretizada em todos os seus
pretextos, logo, o indivíduo, embora
antecipadamente, atingiu os níveis
sublimes e excelso de consciência
apropriados a era de Volcano,
praticamente, tornando-se um deus. O
Espírito é responsável pela evolução,
concepção, expansão e ordenação das leis
que regem o Universo, gozando de
apanágios os quais se dedica
fervorosamente, pois é o princípio-mestre
da mente cósmica (Purusha) e de todos os
outros elementos que compõem os

967
fundamentos da obra divina, destarte,
calha a nós certificar que o Espírito, em
suas raízes ou fonte de surgimento,
conduz a todos para o domínio total dos
princípios de Prakriti, isto posto, nós
devemos concluir que, analogamente,
heka e nekhakha, símbolos de insígnia e
condecoração teócrita dos faraós no Antigo
Egito; respectivamente, enquanto uma
representava a glória da iniciação em seus
elementos supremos, a outra, por sua vez,
dispunha do significado do suporte
iniciático em todas as suas minúcias aí
condizentes, assim, heka é o Espírito e
nekhakha, o Corpo, conclusivamente
falando.

Citando caso análogo, no Ato I, Cena V, da


grande peça Hamlet, escrita pelo maior
dramaturgo da história, William
Shakespeare, quando o fantasma do pai de
Hamlet, Rei Cláudio, ao anunciar
amarguradas, contudo sábias locuções ao
seu filho, em um trecho de seu monólogo,
assevera a imprudência antiética, e
igualmente, o estouvamento que seria se
968
revelasse segredos do mundo sobrenatural
para aqueles que são feitos de ‘carne e
sangue’, especialmente, nesta ocasião,
para seu filho, que se enquadra
explicitamente nessa categoria. O que isso
deveras significa? Bem, distinguimos,
anteriormente, as razões e condições
precípuas do Corpo para com o Espírito e
vice-versa. Hamlet é feito de carne
sangue, sendo mortal, sendo vulnerável à
contaminação e degradação da matéria,
logo, está correlacionado ao corpo, é
denso e bruto, isto é, natural. O fantasma
do pai de Hamlet ultraja um espectro
etéreo, sutil e informe, viz., a figura da
qual se utiliza é denominada Linga Sharira
em terminologia teosófica, assim, ele é
psíquico e suscetível à paranormalidade e
à sobrenaturalidade, subsequentemente,
é, de fato, filiado aos parâmetros da Alma,
pois o Linga Sharira e o Kâma Rupa se
conectam diretamente com os modelos de
deslocamento ambiental pela Alma, não ao
Espírito suptiliter, já que não são
absolutamente divinos e siblinos em seu

969
limiar de formação natural; doravante a tal
dedução, podemos inferir que o Rei
Cláudio é essencialmente anímico e sutil, e
Hamlet é carnal, corpóreo e material,
corroborando a nossa teoria dos três níveis
capitais de consciência cósmica aplicadas
ao homem per se.

Consoante o que se constata em A


Doutrina Secreta dos Rosacruzes, cuja
obra foi escrita e redigida por Magus
Incognito, introdutoriamente, ele enfatiza:
"Novamente, seguindo o símbolo dos Três
Círculos Ligados, o mesmo indivíduo que
se manifesta no Plano da Consciência
Humana está (em uma medida) em
contato com os dois planos superiores,
conhecidos, respectivamente, como o
Plano da Consciência dos Semideuses, e o
Plano de Consciência dos Deuses.".
Explica-os detalhadamente, em sequência:
"A atividade mental e emocional do
homem é pouco mais do que a dos
animais superiores - de fato, em alguns
casos, os animais parecem realmente
exibir um maior grau de poder intelectual,
970
embora em linhas instintivas. Mas, mesmo
nas formas mais baixas da vida humana,
parece haver pelo menos um leve brilho
de autoconsciência, ou a convicção de que
"eu sou eu", aquela forma de consciência
por meio da qual o indivíduo humano se
torna consciente de si mesmo como
entidade individual. Este, e não o grau de
desenvolvimento intelectual, é a marca
distintiva característica do ser humano.",
sobre a consciência humana
instintivamente falando (ó, tu notas, ele
fala sobre o Corpo), "Existe um Plano de
Consciência muito mais alto do que o
Plano da Consciência Humana - até mesmo
dos mais altos sub-planos daquele grande
plano - que os Rosa-cruzes aplicaram a ele
o termo um tanto fantasioso de "O Plano
da Consciência de Semideus" Isso, porque
o indivíduo que alcança essas alturas e é
capaz de "consciente" nesse plano é muito
mais elevado do que o simples homem,
que ele parece ser "quase como os
deuses".", no que se diz respeito à Alma,
"Se, como vimos, é mais difícil falar em

971
termos compreensíveis sobre as fases da
vida e da atividade no último Plano de
Consciência mencionado, qual deve ser a
dificuldade de até sugerir a vida e as
atividades do plano mais alto de todos? - o
Plano da Consciência dos Deuses. No mais
alto de todos os Planos de Consciência, no
entanto, habitam seres tão elevados na
escala do conhecimento, poder, vida e
bem-aventurança que mesmo a
imaginação do aluno ou professor
avançado mal consegue entender a ideia.
Este é o plano dos deuses, na verdade - de
estarem tão avançados que são
praticamente semelhantes à concepção
dos deuses criados pelo homem para dar
conta do universo e servir como objetos de
adoração. Neste plano estão os deuses
pessoais - muitos deles - mas nenhum
deles, sozinho, pode ser considerado como
DEUS, no sentido dos Pais Eternos ou da
Realidade Infinita. Pois até os mais
elevados deles têm suas limitações e
restrições, e todos são apenas
Manifestações do Infinito Não-Manifesto.

972
Cada um desses seres exaltados teve seu
começo ou nascimento na Manifestação, e
cada um finalmente terá seu final e
desaparecimento no Infinito Não-
Manifesto, onde todo o sentimento de
separação e personalidade desaparecerá.
As autoridades superiores nos informam
que o elemento característico dessa forma
mais elevada de toda a consciência é a
percepção consciente do indivíduo de que
Ele é idêntico ao Infinito, e apenas
aparentemente é separado disso pelo mais
tênue e sutil véu da ilusão.", com relação
ao Espírito, de acordo com a nossa teoria
formulada nesta explicação do tópico 9.

Conforme pode ser averiguado, no


delineamento corpóreo da consciência,
esta "versada" convicção de que o homem
se identifica individualmente consigo
mesmo e por esta conscientização
aparentemente benéfica para seu
desenvolvimento experimental no
referente a seu espírito, como a
fraseologia "eu sou o que sou", nós temos
Ahamkara como pilar de tal juízo de valor
973
aí transmitido, isto é, a superstição egóica
do homem enquanto ser material, denso,
rijo, sólido e bruto, pois é improvável ao
mesmo atingir níveis mais sumos dos
planos de habitação cósmica, posto que,
em primeira instância, nós temos o homem
necessariamente apreendido aos bens
materiais e concretos, utilizados por este
meio de distribuição natural, não-celeste,
mas exclusivamente terreno; em segunda
instância, o homem abjura de sua natureza
espiritual para viver intensamente as
peripécias do traquejo carnal, destarte,
configurar-se-ia a natureza adversária ao
divino e favorável à latência modorrenta
de suas capacidade psíquicas paranormais,
enquanto vivente nos planos materiais,
obviamente. O que quer que isso
signifique, a palavra original "Demi-God"
se traduz, por pura interpretação mística,
para "Semideus", pois considerando que se
assemelha e se aproxima de um deus
legítimo, entretanto, possui reminiscências
da consciência humana material
(revelando, por conseguinte, a

974
comunicação existente entre o plano
divino, hierático e o plano profano, ímpio e
mudando, caracterizando-se como,
simplesmente, a Alma, teoricamente
falando), assim, é assaz importante
apontar como anímico. Como os antigos
sábios tibetanos, esotéricos e iniciados,
discutiam os assuntos filosóficos e
espiritualistas em seus bumapas, dentro
de mosteiros, abadias ou vergéis
demasiado floridos, afirmavam que a Alma
pertencia ao ser em fase de
transcendência, que embora possua
singularidades enquadradas neste estado,
condição ou qualidade da mente (Manas),
ainda não é o homem-deus, o Adam
Kadmon, ou o ser humano que se
prosternou no Loka-chaksub, o olho do
mundo, a divindade solar, todo-poderosa;
tal peculiaridade é concernente ao Espírito,
não à Alma, singular dos semideuses.
Prolongando um pouco mais nossa
ilustração, o Ferho, o máximo poder
criativo e inteligente, assim como definido
no gnóstico Codex Nazareus, pode ser

975
realmente colocado em pauta nas
qualidades e nos atributos do "Demi-God",
todavia, seu grau de presença, articulando
tal comparação ao DEUS em si, é inferior,
mas muito mais ampliada do que os seres
somente coesos com a matéria e a rigidez
da natureza das coisas.

Coadunando a rerum naturae à abstração


aqui frisada, posso afirmar que os deuses,
ou os homens mais elevados
consciencialmente falando, são a
representação indiscutível do Mahabuddhi,
onde o Brahmishiti (a estabilidade da
mente ou intelecto no fenômeno do
Samadhi, firme e consistente), a Ananta (a
infinidade, onde toda a sabedoria e o
poder do indivíduo são ilimitados e
congruentes com o tamanho do Absoluto:
igualmente infinito) e o Paratma (a grande
inteligência, a Alma divina, o Espírito
sagrado) estão em consonância com as
leis do Mahasunyata (o espaço ou a lei
eterna; a energia primordial da natureza
sidérea), dado que o estágio de alcance
para lograr tal nível de mentalidade
976
cósmica (Purusha) foi consumado e
ministrado no Nitya Sarga, i.e., o estado ou
condição de constante evolução, inovação,
regeneração e criação, consequentemente,
nós temos o Iniciado Completo e Perfeito
(o Adhi, o supremo, o primordial, ensejado
nas virtudes atiçadas no Adam Illah), não
obstante, podemos inferir que todo o
homem possui a Inteligência Primeira em
si, que nós denominamos, em
nomenclatura sânscrita, de Adibuddhi,
como qualquer outro filósofo que domina
com sobre-excelência as atividades
referentes à ciência esotérica perfeita
(magia) situada nos fundamentos
geradores dos arranjos edificadores de
Khnoom, o espaço primordial e profundo;
assim, define-se o Espírito, ou o plano de
consciência dos Deuses, com as suas
habilidades psíquicas (outrora latentes)
todas despertas em plenitude, em suas
mais expositivas entrelinhas.

Como bem poderíamos pensar, consoante


o que assevera Johannes Tauler, não
haveria dubiez de que a finalidade suma
977
do ser humano é atingir a unidade e o
amor a Deus em elo pleno e inefável;
destarte, estes sentimentos mentais de
religiosidade da mente do homem, ou seu
correspondente Svabhava em termos mais
latos, abrem passagem para o ‫מלכות שמים‬, no
qual a unio mystica do ser humano com
Deus é sempre possível e inevitável. Por
ora, devemos levar em consideração a
tradição mística do cristianismo de Tauler
para formular um pensamento mediante
as suas meditações e reflexões para que,
depois, elaboremos as nossas
engenhosamente.

Como desígnio final, o homem efetua,


decerto, a sua unio mystica com Deus, i.e.,
o Corpo funde-se com o Espírito, incorpora
os elementos supremos da inteligência
divina e se embebeda de seus maiores
quilates, sendo assim, lima as
potencialidades de sua consciência de tal
forma que logra a assolação dos
empecilhos que dividem o homem de
Deus, o incorpóreo do corpóreo, o sutil do
denso, e agora, tudo estará não mais
978
inclinado à brutalidade das coisas, mas a
sua divindade íntegra e sisuda, tendo
acarreado a sua versão original de Chohah,
o Senhor do Mundo, num estado vibratório
de onipotência e de sabedoria augusta,
conjuntamente à destreza da atuação de
seu respectivo princípio cósmico; assim, a
tese de Johannes Tauler não somente
reforça, contudo, como confirma o que
afirmamos de antemão.

Sobre a transcendência do Homem para


com a natureza de Deus, sua maior
consciência, em seu máximo
entendimento, no sermão XV, de O
Caminho Interno, Tauler consagra estas
palavras sobre tal conjuntura, com
abordagem holística e de magna fide

“Amados e eleitos, ouçam com sinceridade e


diligência a Voz de Deus em seus corações, para
que não se desviem e se ceguem pelas coisas
transitórias e pelas próprias tendências naturais.

Se você deseja sinceramente tornar-se os mais


queridos amigos e discípulos de nosso amado

979
Senhor Jesus Cristo, deve se livrar de tudo o que
pertence à criatura e, especialmente, libertar-se,
tanto quanto possível, de tudo o que pode ser
justamente e honestamente chamado necessário .

Você deve olhar para Ele sozinho como a Fonte de


todas as coisas, pois Ele não precisa da ajuda de
ninguém.

Vocês devem manter-se afastados e livres de toda


conversa supérflua e desnecessária e deleite
exterior nos seres humanos, e de todas as
imagens, externas e internas, que sejam de
alguma forma agradáveis ao homem natural, ou
das quais você esteja consciente. Você deve fazer
isso, como a amada Maria Madalena; para que
Deus possa realizar suas maravilhosas obras em
você, de acordo com Sua querida Vontade, e
possa derramar sobre você Seu fervoroso, ardente
Amor e Divina Graça, para que reconheça, ao cair
aos Seus Pés Sagrados, que tudo o que possa
acontecer você é necessário e o seu decreto
divino.”.

O simbolismo alquímico destes processos


previamente assimilados é recitado com
maestria por Artephius em seu Liber
Secretus: “Est igitur totum secretum istius

980
secreti antinomialis ut per hoc sciamus
extrahere argentum virum de corpore
magnesiae nou urens, & hoc est
Antinomium, & sublimatum mercuriale,
idest oportet extrahere unam aquam
viuam incombustibilem, dein illam
congelare cum corpore perfecto solis,
quod inibi dissoluitur in naturam, &
substantiam albam cogelatem, ac si esset
cremor, & totum deveniat album.”.
Magnésio, conforme a química certifica, é
um elemento químico de número atômico
12, da família dos alcalinoterrosos, o que,
dedutivamente, conduz-nos a conceber a
sua constituição densa, bruta, corpórea,
rija e material, logo, está relacionado às
extensões conscienciais do Corpo.
Portanto, o 'corpo magnésico' seria uma
simbologia que representa a natureza
material de tal objeto em termos de
consciência, a passo de que está
diretamente relacionada ao 'capital
humano', hoc est, ao labor de grandeza
azáfama e a celeuma estorvada que
impede o homem de transcender

981
psiquicamente em prol da mão-de-obra e
produção que lhe faz abdicar de todos os
seus apanágios e títulos originais de fulgor
divino, assim, contrapõe-se ao veículo
oculto do 'conhaque de mercúrio',
relacionado à Alma. Por quê?

Conhaque, lexicologicamente falando,


significa uma bebida alcoólica obtida pela
destilação de vinhos brancos e destilação,
por sua vez, é definida como processo de
separação de líquidos por evaporação com
condensação posterior, viz., a "separação
de líquidos", no contexto esotérico,
representa a divisão intermediária ou
região de interatuação de posição
equidistante entre dois princípios da
consciência, e o estado líquido, nós
sabemos que é intermediário entre o sólido
e o gasoso em questões físicas e,
alquímica e simbolicamente, associa-se
diretamente à Alma, a qual, justamente,
intermedia os estados mentais do Corpo e
do Espírito; a "condensação posterior"
seria o efeito de ultrapassagem da
condição ou do estado em que se
982
encontra, videlicet, o duplo-efeito corpóreo
ou incorpóreo alternadamente, isto posto,
demonstraria, com efeito, a comunicação
que se faz entre os dois estados que
abrangem este duplo-efeito, em senso
místico: o Corpo e o Espírito. O conhaque
emblema, na verdade, a fluidez dos
processos nos quais se gere a
fenomenologia da Alma, figurativamente
discorrendo, destarte, concluiremos que o
mercúrio ou hidrargírio representa o
desmanche total do impasse divisor entre
o céu e a terra, a vida e a morte, o sólido e
o gasoso, logo, mais uma vez, correlata-se
à Alma, nempe.

Puxar significa "fazer mover para si", isto


é, um movimento que se direciona para o
sujeito que o desenvolve. O sujeito que
desenvolve este empuxo é o homem, que
tenciona atingir os seis Abhijnas
(categoricamente, são os sentidos
celestiais, que inclui, segundo o Cânone
Pali, o iddhi-vidhā [poderes superiores, tal
como atravessar paredes e andar sobres
as águas], dibba-sota [clariaudiência],
983
ceto-pariya-ñāṇa [telepatia], pubbe-
nivāsanussati [retrognição], dibba-cakkhu
[conhecimento da destinação kármica de
outrem] e āsavakkhaya [extinção de todos
os poluentes mentais, estado de arthat])
em sua totalidade. Destarte, o combustível
aquoso representa a dinâmica e a
potencialidade da transcendência humana
para a consciência divina, ou até, a própria
iminência de tal ocorrido que suceder-se-á
se o homem estiver preparado para ser
agraciado com as prerrogativas do
Sammā-Sambodhi (as propriedades do
buddha perfeito, o bem mais desenvolvido,
o bem mais amado e o bem mais
harmonioso com Svayam Bhagavan), e
dessa forma, congela como sol perfeito (o
sol perfeito é, de fato, o Sammā-Sambodhi,
aquele que alcançou o estado nirvânico da
psique), i.e., converte-se em algo
solidamente deífico por imisção da
conservação das propriedades mais
absortas e entranhadas da alma ôntica,
com o propósito de que o indivíduo
persevere em sua busca pelo Boddhichitta

984
e atinja o Ren, a parte vital e celestial do
homem que se obfirma tanto em suas
vidas físicas, quanto em suas pré-vidas e
pós-vidas, dado que Ptah colocara nome
em todas as coisas no Hiraṇyagarbha, o
ovo dourado da geração cósmica.

Falemos, outrossim, do Trailokya, os três


planos de existência que se referem
explicitamente, se formos identificá-los
detalhadamente, do Corpo, da Alma e do
Espírito, malgrado seja inteirado em
circunstâncias simbólicas diferentes:

a) Kamaloka: É o mundo de Mara.


Kamaloka tem, como todo mundo,
suas sete divisões, a mais baixa das
quais começa na terra ou
invisivelmente em sua atmosfera; os
seis outros ascendem gradualmente,
sendo o mais alto a morada daqueles
que morreram devido a acidente ou
suicídio em um ataque de insanidade
temporária, ou foram vítimas de
forças externas. É um lugar em que
todos aqueles que morreram antes do

985
final do mandato que lhes foram
atribuídos e cujos princípios
superiores não entram, portanto,
imediatamente no estado devacânico
- dormem um doce sono sem sonhos,
esquecido, no término do qual eles
renascem imediatamente ou passam
gradualmente para o estado
devacânico. Kamaloka possui ligações
estritas com o Corpo, pois o indivíduo
que nele reside está vulnerável às
influências negativas do mundo de
Mara, em cuja estrutura, impera-se
sensações inábeis, como ganância,
ódio e ilusão, morte, ou seja,
representa a força contrária da
Iluminação, portanto, a Adiya
(ignorância) sustenta este mundo, e a
insciência com relação a Deus
acarreta no fenômeno dos Kleshas, os
quais são emoções malignas aí
amparadas, e.g., ansiedade, medo,
raiva, depressão, inveja, ciúme,
desejo e assim, sucessivamente.

986
b) Rupaloka: É o mundo celestial de
"forma" (rupa), ou o que chamamos
de "Devachan". Com os brâmanes
não iniciados, chineses e outros
budistas, o Rupadhatu é dividido em
dezoito Brahma ou Devalokas; a vida
de uma alma dura de meio Yuga a
16.000 Yugas ou Kalpas, e a altura
das "Sombras" é de meio Yojana a
16.000 Yojanas (onde um Yojana
mede de cinco e meia a dez milhas).
A Filosofia Esotérica ensina que,
embora para os Egos, por enquanto,
tudo ou todos preservem sua forma
(como em um sonho), ainda que o
Rupadhatu seja um mundo
puramente material e um estado, os
próprios Egos não têm forma fora de
sua própria consciência. O esoterismo
divide este mundo em sete Dhyanas,
"regiões" ou estados de
contemplação, que não são
localidades, mas representações
mentais delas.

987
Somente no âmbito da Alma que o
Ego não possui forma senão em sua
própria tomada de consciência. O
Rapaloka, embora sua pureza seja
material, a sua materialidade não é
circunstancialmente tão nítida,
havendo, consequentemente, traços
da imaterialidade neste espaço de
eventos. As suas localidades são
somente representações mentais,
logo, há algo sutil e de natureza
etérea conformado neste
soerguimento dimensional que é
inexequível de se pensar e descrever
no Kamalopa, sentenciosamente,
podemos admitir que a Alma está
inserida nesta esfera de existência,
sendo os Dhyanas, elementos da
intercomunicação entre o Kamalopa e
o Arupaloka, o Corpo e o Espírito;
peremptoriamente, por isso, que
devemos assumir que o अस्त्र (astra), a
carabina sobrenatural que é dada
numa reencarnação sagrada, imbuído
de poder oculto que causa seus

988
efeitos e impactos, usada por Arjuna
no Bhagavad-Gita (neste caso, em
específico, a Agneyastra, contra
Anagaraparna), se enquadra nos
contextos causais da Alma ou do
Rapaloka; embora o Rapadhatu esteja
suscetível aos subterfúgios
pecaminosos da Matéria, resguarda
ainda a consciência de Bhuman, a
completude, a abundância de
Brahma, ut ita dicam.

c) Arupaloka: É o mundo que é


novamente dividido em sete dhyanas,
ainda mais abstratos e sem forma,
pois esse "mundo" não possui
nenhuma forma ou desejo. É o mundo
mais alto do Trailokya post-mortem; e
como é a morada daqueles que estão
quase prontos para o Nirvana, e é, de
fato, o próprio limiar do estado
Nirvânico, é lógico que em
Anupadhatu (ou Arupavachara) não
pode haver forma nem sensação,
nem qualquer sentindo conectado
com o nosso universo tridimensional.
989
Se o Arupadhatu está conectado com
o Nirvana e é seu manancial, por
conseguinte, ele está ligado ao
Espírito. E o porquê disso? Formemos
a seguinte sugestão: nós sabemos
que o Nirvana significa perfeita
quietude, liberdade plena, felicidade
suprema bem como o fim de Sansara,
o infindável ciclo de nascimento, vida
e morte. E, similarmente,
contemplamos o Espírito como algo
divino, incutido nas idiossincrasias do
eterno, do sereno, do pacífico e do
supremo. Lucubrando que ambos
possuem orientação, sentido e
desígnio pariformes, portanto, há um
elo implicado em ambos;
subsequentemente, deduzimos que
um está encaixado no outro,
axiomaticamente.

O Arupadhatu, sendo informe, indefinido


materialmente e indizível aos
observadores sacrílegos, deve ser,
cabalmente, algo de natureza divina,
representando, assim, o lócus ideal para se
990
conceber o Svatantrya (soberania divina),
posto isto, se valida como espelho de
Caitanya (consciência) em inteireza,
apresentando uniformidade sui generis ao
Nous de Demiurge, logo, em sentido de
Phronesis empregada nos planos
superiores, o Arupadhatu está mais ligado
ao Criador, logo, é o mais elevado dos
Trailokyas post-mortem.

Citação: Entrementes, vós estáveis no


ostracismo do Sat, o Espírito Universal, a
real essência do ser, desde que vos
condenastes aos desfastios de vossos
cabedais profanos, todavia, podemos
alcançar o Sattva, viz., irmos semoto do
Tamas e do Rajas, se dominarmos
(conquanto pareça sequaz e dogmático) a
arte mágica cabalística e, junto a esta,
prevalecer-se-ia o entendimento íntegro
das ciências ocultas e da sabedoria arcana.
Por exemplo, temos em ‫( אור השכל‬Luz na
Mente), escrito pelo magnânimo rabino e
cabalista de Zaragoza, Abraham Abulafia,
a seguinte asseveração combinante a
temática que temos de tratar, e
991
‫‪comentemos,‬‬ ‫‪da‬‬ ‫‪mesma‬‬ ‫‪forma,‬‬ ‫‪a‬‬
‫‪declaração do autor:‬‬

‫המחשבה האנושית קצרה מאד מהשיג העניינים האלהיים"‬

‫הנעלמים מעיני בשר‪ ,‬והשפע האלהי מכריח ודוחק אותה דוחק‬

‫גדול מאד לגלות עניין כוחותיה התחייב על זה כל איש ואיש ממין‬

‫האדם שלמד והתחכם מכוחו להמשך אחר דרכיו‪ ,‬וכפי מה שדחקו‬

‫‪.‬השפע ההוא הנכבד דחקתו מחשבתו להשפיע משלמותו לזולתו‬

‫וכפי מה שקצר שכלו יהיה קצר שפעו בשיעורו‪ ,‬וכפי מה שרחב‬

‫והתפשט שכלו יהיה רוחב שפעו בשיעורו‪ .‬כלומר ברצותו להשפיע‬

‫על זולתו ישפיע כפי הנמצא אתו מריבוי מדע ומיתרון חכמה‪ ,‬אם‬

‫מעט ימצא אתו לא יתכן שישפיע רב‪ ,‬ואם רב ימצא אתו לא יתכן‬

‫‪".‬שישפיע מעט ואם לא ימצא אתו דבר מהשפע לא יתכן שישפיע‬

‫‪O homem ante ao diapasão do qual se‬‬


‫‪dispõe a passar a todo instante, não se‬‬
‫‪condescende a conceber a luz divina em‬‬
‫‪sua mente, pois não vive momentos de‬‬
‫‪união e irmanação íntegra com seu espírito‬‬
‫‪e‬‬ ‫‪sua‬‬ ‫‪natureza‬‬ ‫‪celestial‬‬ ‫‪no‬‬ ‫‪que‬‬

‫‪992‬‬
denominamos de ócio, meditação e
autoconsciência, entretanto, não falamos
daquela mândria infausta que a maioria
dos profanos consuma quotidianamente,
mas do relaxamento, da concentração e do
olhar atento à constituição interna do ser,
injetada no seu âmago verdadeiro e
original e, daí, confirmamos que ele está
além da insciência bruta de Acit, caso
contrário, ele está perdulário em todos os
seus conceitos e atabalhoamentos
cognitivos, portanto, está centrado na
consciência mais baixa do homem: a
material, pertinente ao homem físico, isto
é, a consciência humana propriamente
ditada, utpote verum est. Decompondo
minuciosamente estes versos: "A pessoa
que aprendeu e foi sábia em seu poder de
seguir seus caminhos, e conforme
solicitado; essa recompensa notável levou
sua mente a influenciar sua integridade
para os outros.", expressa claramente o
fenômeno do Abhimukti, a libertação do
homem das trevas, o estado de arhat,
onde ele possui o conhecimento das

993
chaves para alcançar o seu verdadeiro ba,
a sua alma imortal, ademais, este
"conforme solicitado" representa a
harmonia do homem, ao caminhar sobre
tal itinerário, com o Advayata, a unidade
do Universo e todas as forças que
focalizam em seu magnetismo único,
uníssono e unívoco, tendo assim todas as
energias positivas do ambiente total se
direcionando ao centro de seu coração
que, por sua vez, se torna a chave para os
mistérios arcanos da sabedoria da criação
divina e de todos os princípios que nela
incorrem e modulam. A demonstração
desse conhecimento torna-se seus
elementos para as redes de ensinamentos
e formação das Escolas de Mistérios e,
nitidamente, nós temos a "integridade"
como sabedoria a ser passada,
significando a probidade, a dignidade e a
santidade do homem conquistadas de
maneira impecável e consoante ao alicerce
Akhanda (indivisível, o Todo) do Ein Soph,
quatinus bonum est.

994
Com embasamento na investigação dos
fundamentos do Sephiroth por Moisés
Cordovero, um cabalista judeu de Safed,
Israel, compactando modelos de
interpretação profunda acerca dos traços
divinos da Kabalah, de cujos textos
usaremos para analisar os princípios do
Sephirot e sua conjunção hermenêutica
com a tripartição do Cosmos per se:

a) Kether: Essa qualidade depende


principalmente da cabeça, porque o
homem orgulhoso levanta-a,
enquanto o pobre homem relaxa-a.
Eis que ninguém é tão paciente e
humilde quanto nosso Deus em sua
mais alta qualidade. Porque existe
uma misericórdia perfeita diante da
qual não pode haver falha, pecado,
julgamento ou outra qualidade para
evitar vir e fluir com bondade o
tempo todo. É preciso também
comportar-se de uma maneira que o
impeça de fazer o bem aos outros e
proíba qualquer pecado ou crime de
pessoas indignas de entrar, a fim de
995
impedi-lo de fazer o bem a todos os
que precisam, em todos os
momentos. Como é fornecido pelo
chifre de búfalo ao bando de vermes
que não desprezam nenhuma criatura
(porque se suas criaturas foram
desprezadas por sua insignificância,
elas não poderiam existir por um
momento), mostrando misericórdia a
todos, e que o homem pode ser boa
criatura; assim, ninguém despreza
que mesmo o mais insignificante
toma importância aos seus olhos e
cuida dele. E ele deve fazer o bem a
todos que precisam de sua bondade.
Essa qualidade depende da coroa de
acordo com o segredo da cabeça
como um todo. Ele deve se comportar
como a Vontade Súpera, que procede
da maravilhosa sabedoria na testa do
Ancião que aceita todas as criaturas.
Ele também deveria obter o poder de
ser agradável a todas as criaturas.
Pois, se em algum aspecto seu
caráter é duro com os homens, ele

996
não terá sucesso na qualidade da
aceitação. Esta é a razão do ensino
da Mishnah de que aquele em quem o
espírito de seus companheiros se
deleita, o espírito do Todo-Presente
se deleita.

Ungindo tal pensamento, podemos


dizer que Kether é o Espírito
Primordial, o invocador das leis de
Deus, de seu poder e sua graça.
Kether é a Coroa, de modo que, seja o
que for, abençoe os Homens
supremamente, além disso, é a
representação de Oannes, o Perfeito
e totalmente Iniciado em sua
essência principal, especialmente seu
começo, o início de suas ações, onde
se torna predominante. o Santo na
individuação, de onde eu pensaria
que a causa de seus efeitos e
consequências na palavra material,
lembrando de sua origem, está nos
planos sutis e divinos; além disso, o
criticismo de Leibniz em relação ao
Sr. Bayle em Teodiceia é válido, não
997
obstante, a seguir a essa menção,
podemos definir Kether como Deus, e
Leibniz reconhece não-
cabalisticamente o Kether como o
próprio Senhor. Portanto, se é
verdade que Kether é Bareshit, a
partir de agora, Kether é o primeiro
princípio causal da criação,
significando também o Gênesis. Frank
Josephus, em seu livro mestre "As
Antiguidades dos Judeus", destaca
que "no princípio Deus criou o céu e a
terra. Mas quando a terra não
apareceu, mas estava coberta de
trevas espessas, o vento se moveu
em sua superfície, Deus ordenou que
houvesse luz; e quando isso foi feito,
ele considerou toda a massa, e
separou a luz e as trevas; e o nome
que deu a um era Noite, e o outro
chamou Dia; ele nomeou o começo
da luz e o tempo de descanso, a
tarde e a manhã, e este foi realmente
o primeiro dia. Mas Moisés disse que
era um dia, cuja causa eu sou capaz

998
de dar agora; mas porque eu prometi
dar tais razões a todas as coisas em
um tratado por si só, adiarei sua
exposição até aquele momento.
Depois disso, no segundo dia, ele
colocou o céu sobre o mundo inteiro
e o separou das outras partes, e ele
determinou que deveria permanecer
por si só, e também colocou um
[firmamento] cristalino ao seu redor e
junte-o de uma maneira agradável à
terra, e o ajuste para dar umidade e
chuva e proporcionar a vantagem de
orvalho. No terceiro dia, ele designou
a terra seca para aparecer, com o
próprio mar em volta; e no mesmo
dia ele fez as plantas e as sementes
brotarem da terra. No quarto dia, ele
adornou o céu com o sol, a lua e as
outras estrelas, e designou-lhes seus
movimentos e percursos, para que as
vicissitudes das estações fossem
claramente significadas. E no quinto
dia ele produziu os seres vivos, tanto
os que nadam como os que voam; o

999
primeiro no mar, o último no ar: ele
também os classifica quanto à
sociedade e à mistura, para
procriação, e que seus tipos podem
aumentar e se multiplicar. No sexto
dia, ele criou os animais de quatro
patas, e os fez macho e fêmea: no
mesmo dia ele também formou o
homem. De acordo com Moisés, diz
que em apenas seis dias o mundo e
tudo o que existe nele foram feitos. E
que o sétimo dia foi um descanso e
uma libertação do trabalho de tais
operações; de onde é que celebramos
um descanso de nossos trabalhos
naquele dia, e o chamamos de
sábado, que palavra denota descanso
na língua hebraica. "Kether é a mente
dos sete dias de geração referentes à
Terra, o Ensino de Todas as Zonas da
Ocupação Humana, portanto, a
"mancha" celestial e onipotente de
Deus é realmente Kether na
quintessência, pois a) Kether é o
primeiro mandamento da Cabala; b)

1000
Kether é a doação direta e o início das
coisas existentes na matéria ou no
espírito Kether é o professor augúrio
do deus solar Utu e do Yhwm ao
mesmo tempo, o brilho e a provisão
do mesmo; daí, Kether é El na
estigmatização do Tempo Ilimitado.
Kether vive no Espírito e revoluciona
o Corpo, e ao todo, também ordena a
Alma. Podemos dizer, por concluir a
citação de Kether, que é Osíris
tecnicamente, mas pode ser Amon ou
Rá na realidade, no entanto,
considerando que seja o próprio
Osíris, afirma Diodoro da Sicília (Isis é
Malkuth):

“Eles sustentam que esses dois deuses


regulam o universo inteiro, dando nutrição e
aumentando a todas as coisas por meio de um
sistema de três estações que completam o
ciclo completo através de um movimento
inobservável, sendo primavera, verão e
inverno; e essas estações, embora na natureza
se oponham mais, completam o ciclo do ano

1001
em plena harmonia. Além disso, praticamente
toda a matéria física essencial para a geração
de todas as coisas é fornecida por esses
deuses, o sol contribuindo com o elemento
ígneo e o espírito, a lua o úmido e o seco, e
ambos juntos o ar; e é através desses
elementos que todas as coisas são geradas e
nutridas. E assim é do sol e da lua que todo o
corpo físico do universo se completa; e, quanto
às cinco partes que acabamos de nomear
esses corpos - o espírito, o fogo, o seco, o
úmido e, por fim, o ar -, como no caso de um
homem, enumeramos cabeça e mãos e pés e
as outras partes, assim, da mesma maneira, o
corpo do universo é composto em sua
totalidade dessas partes.”

b) Chokmah: Como um homem deve


treinar para possuir a qualidade da
sabedoria? Eis que a sabedoria
sobrenatural, embora oculta e
exaltada, é distribuída entre todas as
criaturas. Diz: Quão diversas são as
suas obras, ó Senhor! Em sabedoria,
você os criou todos. Portanto,
também é correto para o homem que
sua sabedoria esteja pronta para
1002
beneficiar a todos. Ele deve ser um
professor eficaz do povo,
influenciando a todos de acordo com
seus poderes e o máximo possível,
sem obstruí-lo de forma alguma. Eis
que a sabedoria tem duas faces. A
face superior gira para a coroa, não
olha para baixo, mas recebe de cima.
A segunda face, a mais baixa, vira
para controlar o Sephiroth e passa
sua sabedoria para ele. O homem
também deve ter duas faces: uma,
sua solidão com seu Criador, para
contribuir com sua sabedoria, que o
Santo, abençoado, derramou sobre
ele. E assim como a sabedoria flui
para cada Sephira de acordo com a
medida e a necessidade, também
fluirá para todo homem de acordo
com as dimensões de seu espírito, a
multidão que ele pode suportar e o
que é apropriado e apropriado para
ele. Ele deve tomar cuidado para não
dar mais do que a mente do
destinatário pode aguentar, para que

1003
não ocorram danos, porque a Sephira
mais alta não corresponde à
quantidade determinada pelos limites
do destinatário.
A Sabedoria é a manifestação
suprema do Gupta Vidya, a Suma
Verdade! É com que ela se cria, que
se renova e se integra, bem como
suas ações contrárias, viz., é o
princípio no qual se conjectura a
mente do Pragna, a consciência
universal, e Chokmah é a Lei de todas
as formações de conhecimento tanto
iniciático quanto não-iniciático que
perscrutam seguidores e adeptos
para beber deles insaciavelmente.
Chokmah é o espírito intelectual de
cada Homem, a Luz que divaga sobre
as suas percepções pelas quais se
fecunda as suas normas de ação e
prevenção aos males inferiores e
infernais de Ereshkigel, e o primórdio
no qual se consubstancia as
extensões de Chokmah está em
Pums, o Purusha supremo, o homem

1004
cósmico; neste ínterim, conformar-
nos-ia assegurar tais coisas somente
pelo método cabalístico de
autotransformação e auto-realização
mediúnica e iniciada, mas bem como
afirma Proclo em sua publicação
literária "Elementos de Teologia",
ante a sua preposição 20: "Além de
todos os corpos está a essência da
alma, além de todas as almas, o
princípio intelectivo; e além de todas
as substâncias intelectuais, o Um":

"Pois todo corpo é movido por algo que não


é ele próprio: auto-movimento é contrário à
sua natureza, mas pela comunicação na
alma é movida por dentro, e por causa da
alma, ela tem vida. Quando a alma está
presente, em certo sentido, o corpo se
move, mas não quando a alma está
ausente: mostrando que o corpo é
naturalmente movido de fora, enquanto o
movimento próprio é a essência da alma.
Pois aquilo em que a alma está presente
recebe comunicação em auto-movimento; e
um personagem que a alma, por sua mera
existência, comunica, deve pertencer, em

1005
um sentido muito mais primitivo, à própria
alma. A alma está, portanto, além dos
corpos, como movendo-se em essência,
enquanto eles por participação passam a
ser auto-movido. A alma, novamente, sendo
movida por si mesma, tem uma posição
inferior ao princípio imóvel, que é imóvel
mesmo em sua atividade.
Pois de todas as coisas que são movidas, a
auto-movida tem primazia; e de todos os
motores, os imóveis. Se, portanto, a alma é
uma causa de movimento auto-movida,
deve existir uma causa anterior de
movimento que não seja movida. Agora a
inteligência é uma causa de movimento tão
imutável, eternamente ativa sem mudança.
É através da Inteligência que a alma
participa da perpetuidade do pensamento,
como corpo no auto-movimento através da
alma: pois se a perpetuidade do
pensamento pertencesse primitivamente à
alma, ela entraria, como auto-movimento,
em todas as almas; portanto, não pertence
primitivamente à alma. Antes da alma,
portanto, deve ser o primeiro pensador: isto
é, a Inteligência é anterior às almas.
Mais uma vez, o Um é anterior à
Inteligência. Pois a Inteligência, apesar de
imóvel, ainda não é unidade: ao conhecer a

1006
si mesma, 'ela é objeto de sua própria
atividade. Além disso, enquanto todas as
coisas, independentemente do seu grau de
realidade, participam da unidade, nem
todas participam da inteligência: pois
participar da inteligência é participar do
conhecimento, pois o conhecimento
intuitivo é o começo e a primeira causa de
todo o conhecimento. Assim, o Um está
além da Inteligência. Além do Uno, não há
outro princípio; pois a unidade é idêntica ao
Bem e, portanto, é o princípio de todas as
coisas, como foi mostrado.".

Sabedoria é o elemento no qual se narra


as mais particulares formas de
manifestação do divino em essência,
pois as condições na qual propaga os
limiares da dissecação metafísica da
realidade, assim, o Bem-Amado pode
empregar o Chokmah a bel-prazer, mas
com justiça e misericórdia em uníssono
com o Cosmos, ademais, o Rasit do
logos é o Chokmah em todas as suas
circunstâncias exponenciais atuantes no
Um, distinguindo-se de toda a matéria,
entretanto, aplica-la a ela também.
1007
Consoante o que diria o iniciado
Cornellius Agrippa, no capítulo XIV, "Do
Espírito do Mundo, O Que É, e Como, Por
Meio do Meio, Une Virtudes Ocultas a
Seus Súditos.", de "A Filosofia da Magia
Natural":

"Demócrito e Orfeu, e muitos pitagóricos, tendo


diligentemente pesquisado as virtudes das coisas
celestes e a natureza das coisas inferiores,
disseram: Que todas as coisas estão cheias de
Deus e não sem causa. Pois não há nada dessas
virtudes transcendentes, que sejam destituídas de
assistência Divina, se contentam com a natureza
de si mesmas. Também eles chamavam os Poderes
Divinos que são difundidos nas coisas, Deuses; que
Zoroastro chamou de Atrações Divinas; Sinésio,
Incitações Simbólicas; outros os chamavam de
Vidas, e alguns também de Almas, dizendo que as
virtudes das coisas dependiam delas, porque é
propriedade da Alma ser de um assunto estendido
a diversas coisas sobre as quais opera: Assim é um
homem que estende seu intelecto para coisas
inteligíveis, e sua imaginação para coisas
imagináveis; e é isso que eles entenderam quando
disseram, a saber: Que a Alma de uma coisa saiu e
entrou em outra coisa, alterando-a e dificultando as
operações dela: como o diamante atrapalha a
operação da pedra de carga, que ela não pode

1008
atrair ferro. Agora, ver a Alma é a primeira coisa
móvel e, como eles dizem, é movida por si mesma;
mas o corpo, ou a matéria, é por si só incapaz e
imprópria para o movimento, e se degenera muito
da Alma; portanto, eles dizem que há necessidade
de um meio mais excelente, a saber, um que possa
ser, por assim dizer. , nenhum corpo, mas, por
assim dizer, uma Alma; ou, por assim dizer, sem
Alma, mas, por assim dizer, um corpo, a saber, pelo
qual a alma pode se unir ao corpo. Agora eles
concebem esse meio como o Espírito do Mundo,
isto é, o que chamamos de quintessência, porque
não é dos quatro Elementos, mas uma certa
primeira coisa, estando acima e além deles.
Portanto, é necessário que haja um tipo de espírito,
por assim dizer, o meio pelo qual as Almas
Celestiais se juntam a corpos grosseiros e lhes
conferem presentes maravilhosos. Este Espírito é
da mesma maneira no corpo do mundo, como o
nosso é no corpo do homem. Pois assim como os
poderes de nossa alma são comunicados aos
membros do corpo pelo espírito, também a Virtude
da Alma do Mundo é difundida em todas as coisas
pela quintessência: Pois não há nada encontrado no
mundo inteiro que não tenha uma centelha da
virtude disso. No entanto, é mais do que tudo,
infundido naquelas coisas que receberam ou
absorveram a maior parte deste Espírito. Agora,
este Espírito é recebido ou absorvido pelos raios
das Estrelas, desde que as coisas se tornem
conformáveis a eles. Por esse Espírito, portanto,
toda propriedade oculta é transmitida para ervas,

1009
pedras, metais e animais através do Sol, Lua,
Planetas e Estrelas mais altas que os Planetas.
Agora, esse Espírito pode ser mais vantajoso para
nós, se alguém souber como separá-lo dos
Elementos; ou pelo menos para usar
principalmente as coisas que mais abundam neste
Espírito. Pois essas coisas, nas quais esse Espírito é
menos afogado em um corpo e menos controlado
pela matéria, agem de maneira mais poderosa e
perfeita, e também geram mais facilmente seus
semelhantes; pois nela estão todas as virtudes
geradoras e do seminário. Por qual causa os
alquimistas se esforçaram para separar esse
espírito do ouro e da prata; que é corretamente
separado e extraído, se depois você o projetar
sobre qualquer assunto do mesmo tipo (ie.),
qualquer metal, atualmente o transformará em
ouro ou prata. E nós sabemos como fazer isso, e já
vimos isso; mas não podíamos fazer mais ouro do
que o peso daquilo que extraímos do Espírito; pois
vendo que [o ouro] é uma forma extensa e não
intensa, não pode além de seus próprios limites
transformar um corpo imperfeito em perfeito; o que
eu não nego, mas pode ser feito de outra maneira."

c) Binah: Como um homem deve treinar


para alcançar a qualidade da
compreensão? É adquirir retornando
em completo arrependimento, como o

1010
que não é mais importante, porque
corrige todos os defeitos.

Assim como a função do entendimento é


adoçar todos os julgamentos e neutralizar
sua amargura, o homem deve se
arrepender e corrigir qualquer erro. Quem
pensa em seus dias de arrependimento faz
com que o entendimento sobrenatural
ilumine todos os seus dias, para que todos
os seus dias estejam em arrependimento,
que devem ser incluídos no entendimento
de que existe arrependimento e que os
dias de sua vida são coroados de acordo
com o mistério do sobrenatural remorso.
Lembre-se de que, assim como a
penitência contém a raiz de todas as
coisas, o mesmo acontece com o mistério
do Jubileu. E eis que a raiz do exterior é
plantada ali e se espalha a partir daí, e é
chamada "a propagação da ira do Senhor".
Mas, de acordo com o mistério de "E o
Senhor cheirou o sabor doce", a
propagação no exterior retorna à sua
fonte, de modo que os julgamentos são
adoçados e o Senhor se arrepende do mal.
1011
O homem realiza esse mistério no mistério
de seu arrependimento. Porque você não
precisa dizer que o arrependimento é bom
apenas para a parte sagrada do homem,
mas também para a parte do mal que é
adoçada pela moda dessa qualidade.

Sob o ângulo das peripécias do Espírito, o


Binah é o estado epistêmico e de contato
inicial com a unidade do magnetismo
universal em seus modelos mais lídimos e
excelsos, i.e., refere-se em conceito
precípuo ao Pratyaska, a percepção com a
qual se define o fundamento do Pramanas,
o conhecimento experimental, destarte,
não há nada que vede de fato o bálsamo
da sabedoria, mas Binah é seu passo
introdutório, o arquétipo deveras
prodigioso no qual se bosqueja todos os
compassos de andadura do homem em
busca de si mesmo, a υπέρβαση, a
transcendência absoluta e austera do Ser;
desta forma, procuramos discorrer diante
desta modalidade de ilustração que o
pathós das impressões cognoscíveis de
Tahor, o mundo; e, por sinal, nós temos
1012
tais considerações erguidas pela
conscientização do Yinaj, o logos, o verbo
da sabedoria, assim, o Binah, nada mais e
nada menos, deve ser uma incitação de
Chokmah e o causador do Kether em fase
ainda perceptiva e vulnerável à
demonstração material, ao anumana
(inferência) e upamana (à comparação ou
à analogia), postulados derivados do
arthapatti (circunstâncias) da orientação
sábia do homem em si. As percepções ou
Manas (mente) do certo e do errado, do
bom e do ruim, do bem e do mal é
assinalado neste tópico do "The Chaldean
Account of Genesis":

"O deus Zi que ele havia consertado a conta deles


pode não falhar na preparação. O deus Ziku (vida
nobre) chamou rapidamente; Diretor de pureza;
bom parente, mestre da percepção e da razão,
causador de ser abundante e abundante, criador
da fertilidade, outro para nós surgiu e aumentou
muito, no teu poderoso avanço espalhado por ele
bom, ele pode falar, pode glorificar, ele pode
exaltar sua majestade.O deus Mir-ku (coroa
nobre) preocupado, levantou uma proteção?
1013
Senhor dos lábios nobres, salvador da morte dos
deuses aprisionados, realizador da restauração,
seu prazer que ele estabeleceu fixou nos deuses
seus inimigos, para temer que eles fizessem
homem, o sopro da vida estava nele. Que ele seja
estabelecido, e que sua vontade não falhe, na
boca das raças sombrias que sua mão fez."

Binah é Compreensão, Apreensão e


Julgamento da Verdade computada na
Realidade! Devemos ponderar que o
Binah, embora signifique um sistema de
pensamento epistemológico sobre
estruturas cabalísticas, é sabido que o
discernimento da natureza das coisas é a
região crucial de seu cruzamento com a
sabedoria divina de Chokmah; além disso,
gostaria de enfatizar que Binah é o elo do
homem com os rudimentos da divindade e,
não obstante, deduzo que os anos de
passagem experimentais contribuíram
para a sua evolução também, mas o Binah
não é de todo evolutivo, no entanto, seria
essencialmente revolucionário se
ocorrerem mudanças significativas no

1014
desenvolvimento de suas vigilância extra-
sensorial de fenômenos ocorridos no
macrocosmos e no microcosmos. Podemos
abordar essa questão e, portanto,
vislumbrar alguns extratos do Corpus
Hermeticum, o mais famoso tratado de
ciências ocultas nos círculos esotéricos de
pensamento, que nos permitiu desvendar
todos os seguintes mistérios através de
teorias e hipóteses, em um sentido oculto
de legalidade divina no que diz respeito à
proficiência da tese nas leis cósmicas ou
Purusha, terminologicamente falando, ad
verbum. Devemos ver agora os Discursos
de Hermes em Honra a Deus; afirma-se
severamente:

“1. Deus, o poder de Deus e a natureza divina


são a glória do universo.

2. Deus é o começo, a idéia original, o poder


do crescimento e a substância material de toda
criatura; sabedoria para a manifestação de
todas as coisas.

1015
3. O poder divino é princípio, nascimento e
crescimento, energia, destino, morte e
regeneração.

4. No abismo havia escuridão e água sem


limites, e o sopro criativo que começou a
funcionar; tudo estava em caos pelo poder de
Deus.

5. Assim que a luz sagrada surgiu, os


elementos fundamentais saíram da substância
úmida, tornaram-se mais densos, e todos os
deuses unidos separaram um do outro os
aspectos da natureza que atingiram a
maturidade fértil.

6. Do indeterminado e do sem forma, os


elementos leves subiram enquanto os pesados
pesavam sobre a areia molhada, de modo que
o universo em seus componentes se
diferenciava sob a ação do fogo e ordenava
pelo sopro da criação, foi mantido em
movimento incessante.

7. O universo foi constituído em sete círculos, e


os deuses apareceram na forma de estrelas
com todas as suas constelações. A natureza
em todos esses aspectos, com a ajuda dos
deuses que a habitavam, foi formada em uma
estrutura ordenada, e o círculo ao seu redor
envolvia uma nuvem astral, na qual a

1016
respiração divina imprimia um movimento
circular.

8. Cada deus, segundo seu próprio poder,


produzia o que lhe fora confiado: assim
nasceram os quadrúpedes, os répteis, os
animais aquáticos e os animais alados, as
sementes férteis, as ervas e todas as flores. E
a semente do renascimento foi encerrada em
todos.

9. E os deuses incitaram gerações de homens,


para que conhecessem as obras de Deus e
testificassem as atividades da natureza,

10. E crescer em multidão, e governar


absolutamente tudo o que está sob o céu, e
aprender a reconhecer o bem; para prosperar
enquanto cresce e se multiplica.

11. E os deuses criaram as almas que foram


semeadas na carne pelo destino, sob a ordem
dos deuses de dentro dos círculos, para que
pudessem conhecer exatamente o cofre
celestial, a raça dos deuses do céu as obras
divinas e a atividade da natureza;

12. Que aprendem a conhecer o verdadeiro


bem e o poder divino que mantém em
movimento a roda do destino;

1017
13. E assim distinguir o bem do mal e adquirir
inteiramente a arte sublime da realização das
obras do bem.

14. E este é o caminho deles desde o começo:


enquanto eles fazem experiências, eles
percebem que seu destino depende da
caminhada circular dos deuses; eles acabam
sendo entregues e deixam para trás na terra
de grandes monumentos que evocam as obras
sublimes que realizam uma vez liberados.

15. E tudo o que, no decorrer do tempo, lança


trevas e trevas: o nascimento de criaturas de
carne dotadas de alma, a geração à maneira
de animais jovens, todas as obras humanas,
todas que diminui, será regenerado pelo
destino, pela regeneração dos deuses e ciclos
da natureza quando seu número será
alcançado.

16. Pois o divino é o universo cósmico fundido


em unidade, regenerado pela natureza. A
natureza também está enraizada na
onipotência de Deus.”

d) Chesed: Como um homem deve


treinar-se para adquirir a qualidade da
benevolência? A principal maneira pela

1018
qual o homem pode entrar no segredo
da benevolência é amar a Deus com
amor perfeito, para não abandonar Seu
serviço por qualquer motivo, pois nada
tem valor para ele, comparado ao amor
do Abençoado.

Portanto, ele deve atender


principalmente aos requisitos do serviço
de Deus e o restante de seu tempo pode
ser para outras necessidades. Esse amor
deve estar firmemente fixado em seu
coração, se ele recebe bem nas mãos do
Santo, Bendito seja Ele, ou se recebe
sofrimentos e repreensões. Também
estes devem ser considerados símbolos
do amor de Deus. Como está escrito:
'Fiéis são as feridas de um amigo'. Como
está escrito: 'Com todas as tuas forças',
que os rabinos explicam como 'Para
qualquer medida que Ele medir contigo',
a fim de incluir todas as medidas sob a
bondade.

Será então descoberto que o segredo da


direção de sua vida será da Soberania,

1019
mas mesmo quando a Soberania age em
juízo, ela ainda está ligada à Bondade.
Essa era a qualidade de Nahum, de
Gamzu, que costumava dizer: 'Isso
também é para o bem', ou seja, ligá-lo
constantemente ao lado do amor, que é
chamado de "bom". Ele costumava
dizer: 'Isso também, que parece
pertencer à esquerda ligada ao poder, é
apenas para o bem, que está ligado à
bondade.' Ele se concentrou no lado
bom da qualidade e ocultou seu
julgamento. Este é um ótimo método
para se ligar constantemente à
bondade.

A benevolência é a principal razão para


existir a piedade de Deus e a garantia
de todo bem latente no homem, o que
significa que todos, no seu lado mais
profundo, beneficiam verdadeiramente
o Metta (as supremas amizade e
bondade) em seus anéis de vida, além
disso, temos a bondade como produtora
da comunicação com Deus, sobreposta
ao paradeiro de mundos divinos ou
1020
profanos, ou seja, metafisicamente
justificando, definiremos, como tu deves
pensar, o Chesed como o elemento de
atributos emocionais do agente
humanas em suas predições mais
interiores de sua mente iluminada,
assim, quando o homem é o próprio
Manu, ele seria, não obstante, separado
por sua mente comum, mas não
alcançaria totalmente a mente divina,
lançando-se no estado de Anagami;
quando o homem se liga à verdade,
aplica as previsões mais sábias de
Chesed por quintessência, articulando-
se a um tipo de consciência segundo a
qual o homem está próximo da condição
de Manas do Arhat, na medida em que
faber est suae quisque fortunae, ou ao
momento em que todo mundo se
regozija afortunadamente com Chesed
na anima; no entanto, devemos ousar
alcançar o Chesed para avaliar a
natureza de Kether, já que Chesed é a
expressão emocional mais completa de
Kether em seu estabelecimento

1021
particular; portanto, deduzo que Chesed
é a maneira pela qual Chokmah é
notavelmente compactado e apreendido
com Binah, como as modalidades
cabalísticas da sabedoria prática ou
resultante nos mostram.

Conforme nos diz o Brahmavira


Dhamma, na seção As 11 Vantagens
da Bondade, de fato, é distinguida em
todas as suas adequações intuídas e
semeadas no âmago do homem:

“Resumidamente, as onze vantagens de metta


que são dignas de nota e lembrança são os
estados mentais que foram desenvolvidos,
observados e dependentes de várias vezes,
semelhantes aos veículos ou carruagens que
foram mantidos adequadamente e mantidos
em prontidão para uso. São aqueles que foram
devidamente praticados e firmemente
estabelecidos. O sentimento de metta deve
estar livre de nivaranas, obstáculos, como má
vontade, etc. Normalmente, metta deve ser
considerado como mera bondade amorosa. No
entanto, do ponto de vista de cetovimutti, isto
é, a serenidade da mente emancipada das
paixões humanas, ela deve ser tomada como a

1022
mente jânica. Foi explicado como tal no
comentário.

As onze vantagens, se enumeradas, podem ser


declaradas como Dá um sono profundo ou melhor,
um sono ininterrupto. Aqueles que faltam na
prática da meditação ficam inquietos antes de
adormecer no sofá ou na cama. Eles podem estar
roncando. Por outro lado, uma pessoa equipada
com metta bhavana tem um sono tranquilo com
uma mente imperturbável. Quando adormece, ele
dorme em paz e feliz como uma pessoa que
mergulhou em um transe de samapatti. Essa é a
primeira vantagem.

E o próximo Sukham patibhujjhati - desperta


alegremente de sono. Ao acordar do sono, alguns
se agitaram com um resmungo. Alguns podem ter
que balançar e esticar os braços e pernas, ou
podem ter que fazer outros movimentos corporais
ou rolar antes de levantar da cama. Aqueles que
dormem depois de desenvolver metta não sofrem
condições tão miseráveis, e acordam felizes e tão
frescos quanto as flores de lótus. De acordo com
os versos do Dhammapada: Suppabuddham
pabdujjhanti sada Gotama savaka, yesam diva ca
ratto ca, niccam buddhagata soti, etc., ou seja,
aqueles que praticam meditação, como o
desenvolvimento da contemplação de
Buddhanussati - atenção plena aos nobres

1023
atributos do Buda, têm as vantagens do sono
profundo e da alegria ou felicidade ao acordar do
sono. Deve-se notar que ênfase especial foi
intencionalmente dada às características
peculiares do metta bhavana, devido às suas
qualidades em obter tais benefícios.

Papakam supinam - maus sonhos não se


apresentarão no sono. Há casos em que uma
visão pode aparecer no sono como se ele tivesse
caído de uma altitude muito alta, ou tenha sido
maltratado por outros, ou tenha sofrido mordida
de cobra, etc. Uma pessoa que desenvolve metta
não terá tais sonhos estranhos ou assustadores,
mas terá sonhos agradáveis e agradáveis, como
se ele estivesse adorando o Buda, ou estivesse
voando pelo jhana com o jhana, ou ouvindo o
sermão e coisas semelhantes que o deleitam.

Manussanam piyo hoti - outros o adoram ou têm


afeição por ele, devido ao cumprimento dos
nobres atributos. Ele espalhará sua bondade para
os outros e nunca causará danos aos outros.
Aqueles que são próximos e queridos por ele não
encontrarão falhas nele. Ele também é tolerante
e, tendo a serenidade da mente com compaixão
pelos outros, é amado e respeitado por todos que
entram em contato com ele. Desenvolver metta
do fundo do seu coração é o melhor atributo que

1024
invoca ou causa para convidar afeto e respeito
dos outros.

Amanussanam piyo hoti - Ele também é amado


pelos devas. A quarta e a quinta vantagens
indicam que ele é amado por todos os seres
humanos e devas. Um exemplo foi mostrado no
Visuddhimagga sobre como o amor e o respeito
foram concedidos pelos devas.”

O respeito à Chesed é fundamental para


sua manifestação. O Espírito envolve o
seu fundo de movimento, o Corpo é a
circulação do princípio e a Alma é o seu
principal plano de atuação. Gostaria de
proclamar que Chesed é concedido ao
poder de doação de Kether; além disso,
é significativo postular que Chesed é a
Vontade Suprema e Dignificação de ‫יהוה‬,
scilicet, a inclinação de suas ações e a
invocação de sua lei de unidade,
portanto, podemos concluir que Chesed
é abertamente a matéria-prima de
nosso verdadeiro destino - e pode
desencadear a caridade e a
solidariedade de cada um, que são os

1025
sentimentos básicos da comunhão com
o mundo, com os homens e com Deus, e
Chesed o descreve perfeitamente, nas
diretrizes do Sephirot, professando
cabalisticamente. Dir-nos-á Sr. Adolphe
Franck em “Die Kabbalah”, ao investigar
o Sefer Yetzirah, com uma abordagem
proba e precisa:

“As Dez Sephiroth, se acreditarmos que os


autores do Zohar, já estão designados no Antigo
Testamento por tantos nomes particulares,
consagrados a Deus, os mesmos, como já
observamos, os dez nomes místicos dos quais São
Jerômio em sua carta a Marcel “Também
queríamos encontrá-los em Misclina, quando ela
diz que Deus criou o mundo com dez palavras a
mais emanou de sua palavra soberana”. “Embora
todos os atributos e distinções que eles
expressam não podem nos fazer conceber a
natureza divina da mesma altura; mas eles
representam para nós de várias maneiras, que na
linguagem dos cabalistas chamamos de rostos”.
Simon ben Jochai e seus discípulos fazem uso
frequente dessa expressão metafórica; mas não o
abusaram como seus sucessores modernos.
Pararemos um pouco sobre esse ponto, sem

1026
dúvida a mais importante de toda a ciência
cabalística; e antes de determinar o caráter
peculiar de cada um dos Seplirolli, vejamos a
questão geral de sua essência; explicaremos em
poucas palavras as várias opiniões que ela deu à
luz entre os adeptos da doutrina.”

POR AQUI, SE ENCERRA O FRAGMENTO

1027
1028
APÊNDICE 2
UMA CRÍTICA DA RAZÃO EMPÍRICA

§1º. Um questionamento sobre a


disposição empírica da reflexão

1029
Deve-se argumentar que nem todo gênero
de análise empírica, em termos diretos ou
implícitos, é apodítico e com julgamento
na inegável e totalmente elucidada
composição das ideias, uma vez que são
as integrações projetais de elementos
empíricos que limitam a dimensão
espiritual e são cegos para a consciência
humana e apenas encaram as impressões
como dados do conhecimento, o que é
bastante enganador e tentador quando
analisamos a essência dos atributos
universais e particulares de cada ser ou
objeto e resumimos a estrutura multimodal
complexa cósmica na qual estão inseridos.
A imprecisão das correntes empíricas da
filosofia reside no fato de considerar
apenas as sensações e a tangibilidade dos
objetos como o instrumento suficiente para
estabelecer uma ideia da realidade do
mundo. Qualquer sabedoria ou tradição
antiga que seja incrivelmente viva e
estabelecida com base no mais alto
conhecimento cognitivo da tradição
humana, tanto espiritual quanto

1030
psicológica e fisicamente, inclui o
fenômeno associado às dimensões
extrassensoriais e extraterrestres da
consciência. Estes são os termos
totalmente explicativos, não abstratos,
verdadeiramente puros e totalmente
estruturados, de acordo com o estado
mental cósmico ou os dados incondicionais
do conhecimento, adequados para todos
os mecanismos perceptíveis de
entendimento e são extremamente
corretos e universalmente reconhecíveis. A
transmissão de ideias empíricas é
completamente configurada em uma razão
de consciência não natural quando
examinamos os objetivos essenciais de
toda pessoa na Terra que se reconhece
através do eu interior e supremo,
observando os elementos axiomáticos e
não axiomáticos da tese ou olhando a
antinomia com relação à consciência de
tudo o que existe e do que vai existir;
sobre isso, o corpo material e sem forma,
se considerarmos do ponto de vista divino
dentro da fenomenologia volátil e

1031
conjuntiva dos eventos naturais, torna-se
universalmente eficaz, excitado (ou
extático) e alcança a orientação absoluta
em torno do núcleo do consumo
organizacional e representativo dos
elementos nas operações cósmicas e
fundamentos doutrinários, cujo advento
denominou o grande filósofo tântrico
Abhinavagupta, o estado de Turiya.

O pensamento crítico da filosofia, baseado


apenas na medição da proporcionalidade e
determinação mundanas, está errado não
apenas do ponto de vista da metodologia
estratégica na exibição de valores
formadores de opinião e arbitrários, mas
também da discussão formal sobre qual
está o posicionamento intelectual no
raciocínio e na lógica no que diz respeito à
aproximação dos eventos ao predicado
mais real e intuitivo das ideias básicas,
baseado em evidências. Portanto, deve-se
dizer que a avaliação, baseada na maneira
como somos agregados intelectualmente e
envolvidos em questões de aquisição de
conhecimento através de canais
1032
metafísicos, é a correta para definir o que
é razoável ou o que está na diretiva
experimental de toda a nossa consciência
penetrou inadequadamente. Incluindo o eu
divino ao não reconhecimento de si
mesmo. Nos termos filosóficos do Sr.
Brentano, encontramos os princípios do
conhecimento desenvolvimental em
harmonia com as condições
impressionantes e o significado e
sinalização meramente dianoéticos do
estabelecimento, que podem ser
facilmente desenvolvidos no decorrer de
seu trabalho. Sem dúvida, não é viável em
conexão com intervenções de construção
de conhecimento ou gêneros de
consolidação. É refutável que a base
dianoética de todos não possa explicar o
mundo, se não uma pequena parte do que
é matéria ou do substrato físico. Não faz
sentido evitar tocar no método único de
percepção e expressão para descrever o
mundo nas áreas periféricas e centrais da
dimensionalidade. Empiristas ou
racionalistas como Hume, Hartley, Wolff,

1033
Karpe, Kant etc. nunca consideraram o
princípio da circulação de energia vital em
todos os seres que programam e
interagem nas seções subjacentes das
imortalidade espiritual e incorruptibilidade.
Portanto, é desnecessário dizer que seu
cânone epistemológico científico e
materialista é impreciso e também
enganoso.

A vontade, a dor, o desgosto, o disfarce e


assim por diante são sentimentos mais
íntimos como emoções tangíveis. Se o
teorizar e realizar um refinamento
postulado apenas por meio da pesquisa
psicológica materialmente, verá não
apenas um estímulo sem sentido e uma
produção ideal, mas uma apologia
incoerente em todos os sentidos que
podem ser imaginados e aceitos, sejam
lógicos, antitéticos ou eroteáticos. A
simetria das ideias é iluminada não apenas
pelo fato de que elas participam
ativamente, mas também por seu estado
extra-tático, supersensível e metafísico do
alcance e significado do significado
1034
composicional sofístico. Não obstante o
fato de que quando examinarmos a
essência da matéria, descobrirmos sua
formação espiritual, a tornaremos
prototípica, não completa, mas em parte
que a emanação do cosmos forma a
unidade. Em parte porque a unidade é
realmente derivada da unidade; a
emanação do cosmos é na verdade a
conclusão sistemática de habilidades
cognitivas que são relevantes para todos
os seres criados. Essa é realmente a
origem do conhecimento projetivo e do
escopo experimental e parapsíquico em
termos das variantes universais da
manifestação ôntica na inteligência e nos
atos. Mesmo que alguns relutem em
discordar, acredito que todo ser ou não ser
inevitavelmente tem uma peculiaridade
sobrenatural, segundo a qual os potenciais
e o fio condutor devem ser acelerados,
ampliados e disseminados em abundância
em todos os pontos de sua parametrização
no fundo real e na posição em que é
geralmente entendida.

1035
Por exemplo, se comentarmos a
epistemologia do Sutra de Avatamsaka,
podemos descobrir algumas idéias que dão
a impressão de que, nos tempos antigos,
"um bilhão de luzes brilhantes eram
emitidas das rodas no chão dos pés dos
reverenciados pelo mundo, iluminando os
três mil mil mundos e um bilhão de
Jambudvipas, um bilhão de Purva-Videhas,
um bilhão de Apara-Godaniyas e um bilhão
de Uttarakurus para nascer, um bilhão de
Bodhisattvas para sair de casa, um bilhão
de como chegar à iluminação certa, um
bilhão de como chegar um para girar a
roda do Dharma e um bilhão chegando ao
nirvana, um bilhão de sumeru, reis das
montanhas, um bilhão de céus dos quatro
reis, um bilhão de céus de trinta e três e
um bilhão de céus de suyama" mas pode
ser que a iluminação e os poderes
psíquicos do bilhão se esforcem por
Tathagathas ou, porventura, diz-se que os
Tathagathas são potencializados no seu
pico mais alto de consciência da realidade.
Destacarei esse fato abrangente, que é

1036
avaliado desde o início neste livro. O
Mahavaicorana Tantra enfatiza ontológica
e ontosoficamente que "a principal causa
de cantar Qi não é apenas para os seres
vivos, mas também para o despertar. Não
há memória para a piedade e há memória
para as coisas vivas", sua transmissão
sempre leva a um registro extraordinário e
à liberação e ao manuseio completo da
essência divina do ser, e a despertar todos
os movimentos e emissões energéticos,
sinergéticos e entelecéticos. Penso que os
sinais e suas atividades motoras são
sempre determinados por um número de
forças endógenas e pneumatológicas.
Portanto, deve-se afirmar que tudo o que é
dito na unidade, no simbolismo não-dual e
na viabilidade categórica natural da
educação cognitiva deve não apenas
conduzir a mente sempre fluente, mas
também a determinação diagnóstica de
resolução da alma. Posteriormente, deve-
se dizer que, de acordo com quais
aspectos o Abhisamayalankara, a
consciência da memória ou a realização

1037
estereótica da aquisição metacognitiva e
cognitiva, por exemplo, através das
práticas de Sravakas e Pratyeakabuddhas,
"a ajuda (fornecida pelo poder da perfeita
sabedoria e habilidade), a ausência (nela)
um prazer (para todos os meus termos e
para mim e para todos os outros Dharmas)
"é um dos fatores indispensáveis para
reconhecer e aderir ao conhecimento e
interpretação dos principais indicadores
cósmicos do Absoluto. Ó, estudante, tu és
tu mesmo, tat tvam asi.

Se apenas precisássemos de impressões e


sensações para determinar a classificação
e a classificação filosófica dos dados, não
apenas deixaríamos de modelar
topologicamente nosso conhecimento em
sua substância real de realização
espiritual, como também estimularíamos a
definição das coisas que fluem e a
promoverão mais naturalmente. e sentido
curvo em harmonia com o próprio divino.
Tu fazes ao seu mentor algumas perguntas
sobre os limites do espaço sublime em seu
desenvolvimento e expansão, além do véu
1038
da matéria, e quando diz que está errado,
pois não é confirmado empiricamente
refute imediatamente e diga que não há
motivo para explicar as questões mais
abstratas e metafísicas que excedem
nossa compreensão carnal, intrínseca e
física, como "o que sou", "o que é Deus" e
"de onde nós viemos "," Onde o homem e
o homem virão de acordo com o Kosmos
"," Qual é a origem do Absoluto "e assim
por diante. Se usares isso, provavelmente
o surpreenderás muito. Muitas pessoas
afirmam que têm experiência de vida
porque viveram tantos anos e
experimentaram tantos eventos que
aprenderam como é a vida. Então
pergunte a eles de onde vêm essas
ocorrências. Por que tu és recompensado
com essas consequências? Por que eles
deveriam suportar todas essas
experiências? Se eles não têm a resposta
exata (porque é impossível limitá-los
material e empiricamente), eles não têm,
portanto, uma experiência válida e bem
fundamentada da própria vida ou da vida

1039
como um todo. Dize isso, e eles serão
estúpidos, obstinados, orgulhosos e loucos,
demonstrando sua completa ignorância da
vida e de si mesmos. Se o Sr. Meinong
afirma que os objetos perceptivos têm a
não-condição a ser comprovada com base
e a condição imperativa a ser confirmada
empiricamente, podemos ver que há
ignorância predominante ou mesmo
inocência apenas as coisas ou objetos
"científicos" do conhecimento ser
adivinhado como verdadeiro, claramente
reconhecido pela putrefação,
vulnerabilidade e perecibilidade das
sentenças e métodos sistêmicos da
matéria. O método puramente científico a
posteriori ou o raciocínio empírico da
filosofia, definido como um mecanismo
único para todos os tipos de conhecimento
importantes hoje em dia, devem ser
obtidos desde suas raízes até seus agentes
auxiliares.

Uma dialética ascética e perennialista, um


método eletivo ou um método de trabalho
espiritualmente analítico é a doutrina certa
1040
para descobrir a fenomenologia dos
componentes que podem ser observados
ou compreendidos em todo o mundo. Da
mesma forma, vamos assumir um certo
objeto de conhecimento próximo de nossos
sentimentos, pelo qual podemos medir e
delinear uma disquisição precisa e
inegável em relação a ele. Se eu analisar
de acordo com os pontos de vista
sistêmicos acima mencionados, não
apenas revelarei suas propriedades
visíveis e táteis, mas também suas
propriedades psicológicas, diversas e
cósmicas e esotéricas unimodais ou
especiais. Pelo que defini até agora, direi
que a maneira correta de praticar e
praticar nossos talentos naturais está
centralizada na consciência interior do que
somos e por que operamos no nível
terrena. Se descobrirmos esse fato
tautologicamente, desenvolveremos
nossas fundações completa e
perfeitamente. O conhecimento empírico
trata o homem como uma máquina, ou
seja, um dispositivo de fabricação que é

1041
definido com uma função específica e
executa uma tarefa específica para
terceiros. Você se vê assim ou você se
considera um ser espiritual destinado a
alcançar a verdadeira sabedoria e os
valores corretos da consciência cósmica e
cercado por uma vontade estrita? Você
quer desenvolver sua alma ou deseja
deixar sua vida inteira seguindo ordens
contra suas intenções honestas e úteis
para sua própria vida? Os empiristas,
racionalistas, materialistas, cientistas,
céticos e outros filósofos e teóricos
estúpidos e desconhecidos acreditam que
você é um idiota condenado à carne, que
não foi criado por impressões, sentimentos
e comandos de obediência, nem por ideias
esotéricas nem por boas ideias para o
desenvolvimento da humanidade e
também para contribuir em prol duma
posse clara do sublime e perfeito
ornamento cognitivo, que é fornecido pela
natureza divina da estrutura
universalmente distribuída do Absoluto. Se
houver uma resposta para os políticos que

1042
veem o homem como um mero
subordinado das proibições e obrigações, e
não para o ser supremo que ele é,
enquadrando os planos celestes nos quais
ele é permeado e sempre se encaixa, eu
faria dizem que são as verdadeiras vítimas
do caos, do caos acidental e do
pandemônio, cujo conteúdo atribuem ao
mesmo estado da sociedade que eles
mesmos forçaram e se infiltraram desde o
dilúvio de Aht-Men-Ptah.

Por exemplo, no Nihsvasatattvasamhita,


podemos encontrar algumas considerações
esotéricas e aletas sobre a natureza
humana energeticamente e através do
fluxo. O tantra é a chave para tudo o que
podemos conhecer como a parte mais
interna da folha de lótus, ou seja, seu
principal núcleo e componente principal de
funções, atributos, propriedades,
habilidades e propriedades da planta. No
sistema Kalachakra, de acordo com o
Tantra de Kubjikāmata e o Ṣaṭ-Cakra-
Nirūpaṇa, todas as direções do homem
essencial são consideradas. O divino, o
1043
próprio homem que procura a si mesmo e
alcança o Amithaba, escapa dos ciclos do
samsara e volta para sempre ao céu em
que esteve, ele permanece e sempre
permanecerá. Por que os materialistas não
olham para os canais de energia humana?
"Não está cientificamente comprovado!",
todos mo direis. No entanto, prova
cientificamente, de acordo com suas
próprias ideias, que apenas importa é a
realidade do mundo, mas não também nas
ciências naturais, mas no raciocínio
indutivo e dedutivo, levando também em
consideração as identidades ontológicas. O
que vós todos respondereis? Não há
resposta convencional. As mentiras
teóricas e doutrinárias que os cientistas, os
céticos, os racionalistas etc. exercitaram
no desenvolvimento do conhecimento
esotérico, arcano, interno, supremo, moral,
compreensível e emocional do ser
humano. Nem Descartes, Malebranche,
Holbach ou La Mettrie (o pior) seriam
capazes de instalar uma sabedoria sólida e
razoavelmente plausível para os graus

1044
espectrais astral, sutil e etéreo (eidolon)
da consciência humana.

§3. As impressões são considerados dados


para experiências empíricas e sua não
validação cognitiva

Vamos formar nossas ideias sobre o tópico


muito mencionado, por exemplo, com uma
equação famosa, estabelecida por De
Moivre:

Matematicamente, como diz, pode explicar


o estabelecimento de números complexos
usando os fundamentos trigonométricos.
No entanto, é apropriado explicar as
mesmas situações, mas não a mesma
existência, em outras dimensões? Ou não
é uma fórmula de presunção resolver um

1045
problema que só pode ser sugerido na
realidade material e mensurável? Imagine-
se em uma colina cheia de bétulas e
salgueiros, uma paisagem paradisíaca.
Com uma visualização detalhada e
destacada, é primeiro e depois importante
descrever esse fenômeno com suposições
matemáticas. Normalmente você diria: "É
impossível!" De fato, também é
impraticável e irrelevante expressar a
ordem das coisas desde o início apenas
por métodos de expressão matemático-
sintético ou, se apoditicamente garantido,
a posteriori como sine qua non ou um pré-
requisito indispensável. Se você não
imagina a possibilidade de um cálculo
numérico nos salgueiros e bétulas, pode
propor um sistema de equações
diferenciais ou integrais para explicar sua
estrutura, pelo contrário, é impossível em
termos de sensores e sensores. A
matemática pode explicar coisas
adequadas para quantificação. Agora,
pergunto: "Todas as coisas podem ser
quantificadas por unidades de segurança

1046
padronizadas ou avaliadas por um
dispositivo?". É muito claro que eles não
são. A partir disso, devo concluir que a
matemática, como um gênero cognitivo
válido de julgar ou estimar medidas, é uma
mentira enorm e ajdaz às aparências.

O Chūnqiū Fánlù afirma que "o caminho do


céu, ordenado e, às vezes, graus e festas,
mudanças e constantes, mas bênçãos que
variam de fácil a distante, conciso e
refinado, com menos economia, amplo e
sólido, e vazio e lucrativo. O santo passa
pelo céu. Por causa de sua proibição, ele
julga os bons e os maus. Não é o momento
certo para se juntar ao céu, mas não é um
remédio quente e frio para mudar a
fraqueza do vento, e é também a idade,
sua vergonha no final é vã e culpada, é
honesta e fiel e quer se render ao céu, mas
é meritória e suas virtudes Os adultos são
menos gelados e mais expostos. e
autodeclaração. Pode não ser de tempos
em tempos e o proprietário pode ficar com
raiva ou irritado de vez em quando. Mas
também é hora e hora são justas.
1047
Adequado também pertence ao tempo, e o
clima é o velho e o calor." Também é
estipulado no Huiananzi que "os idosos
têm meditação neles e seus espíritos não
vacilam. Todas as coisas são calmas e
pacíficas. (...) O caminho pode ser bonito,
mas é difícil contar aqueles Inadequação
dos velhos tempos e velhice, os
pescadores são esquecidos nos rios e
lagos, as pessoas são esquecidas no
taoísmo, as pessoas reais do velho mundo
são um no fundamento do céu e da terra, e
viajam pelo meio e pelo melhor, abraçam a
virtude e a harmonia, mas todas as coisas
são misturadas e estão prontas para
desconstruir as coisas na terra e
incomodar suas vidas com as coisas? ".

Portanto, com os requisitos discutidos


nesses grandes livros de filosofia chinesa,
concluirei que o homem é realmente
celestial. O homem é o céu e o céu é o
homem. Eu acho que a evidência de tudo o
que existe nos planos alto e baixo deriva
de um princípio que surge diretamente do
núcleo do cosmos, a saber, a poderosa
1048
enteléquia e o organismo da
superintendência, encontrados em todas
as fontes de feedback ou proativas
estruturas vibratórias do repositório
cognitivo ôntico vivem no centro do
cosmos. Penso que tudo o que é
considerado empiricamente no sentido de
que o objeto do conhecimento se move de
acordo com sua proporção não
convencional não é apenas um argumento
falso e notório, mas em todos os aspectos
uma praga desonesta que é encontrada
nas tradições misteriosas de Gupta Vidya
pode ser aplicado à sabedoria suprema
dos séculos e da humanidade, ou às
transformações ou não-transformações
celestes. Richard de Saint Victor diz que
"todas as coisas são assim: silêncio e fala,
jejum e alimentação, unidade e companhia
e todos esses outros, e não se apega a
eles; e se a qualquer momento quiser
pensar neles ou falar deles, pense e diga
que eles são tão altos e dignos de
perfeição para falar ou calar-se. jejuar e
comer para ser único e estar em

1049
companhia, era apenas tolice e um palpite
repugnante para um homem tão frágil
quanto você que interfere em tal
perfeição, porque por que, para falar e
ficar calados, comer e jejuar, apenas estar
e estar na sociedade sempre que
quisermos, podemos tê-lo naturalmente,
mas para fazer tudo isso, só podemos fazê-
lo em prol do Bem Supremo. Para concluir
esta seção, cito o cabalista Chaim Luzzatto
para confirmar o que eu disse até agora:
"E embora a raça humana de todas as
outras espécies tenha sido alterada, ela
encontrou perfeição ou desvantagem
devido à escolha e capacidade do que
comprou e é agir e motivar a esse respeito
e não trabalhar. também é necessário que
seja alterado pela supervisão das outras
espécies e dos aldeões. E verificou-se que
todas as suas ações e sua história são
monitoradas e monitoradas, especialmente
a história desses atos, até certo ponto e
como descrevi anteriormente. E é isso que
não pertence ao restante das espécies,
cujos machos são ativos e não trabalham,

1050
e que valem a pena pagar se estiverem
enraizados. Essa seria a providência aqui
para manter essa raiz e seus ramos, como
a lei do Dharma e do Karma lhes dá."

§4. A ambivalência da estrutura da tese


empírica

O ensino inicial do conhecimento empírico


é baseado na premissa falsa e de fato
inconsistente de que qualquer coisa que
possa acontecer pode ser classificada
como permanente. Se desejas definir uma
natureza real do assunto, precisa analisar
seu ciclo eterno, não mortal. Vossa mercê
procuraria um famoso sábio egípcio como
Imothep ou Manetho, por suas obras ou
por seu discurso durante sua vida? Vossa
mercê dirá: "O discurso dele é impossível
de dizer o que era. Naquela época, não
havia instrumento de gravação!". Para a
ciência empírica, esse seria o discurso na
medida em que as obras são questionadas,

1051
porque não possuem a mesma evidência
metodológica que o aparato da tradição
moderna atualmente. Os cientistas são
arrogantes e blasonadores apenas porque
se consideram apenas como determinismo
da verdade, se consideram a única fonte
da realidade, se definem como a mente
única, para medir o espaço e os processos
evolutivos do tempo conjugados com a
realidade da história humana. É ético, é
certo? É epistemologicamente adequado?
Vossa mercê acha que existe uma visão
para pensar, adivinhar e solucionar? Como
sabemos, a verdade é única, mas os meios
são muitos. A diversidade e a
multimodalidade dos centros são de
grande importância, pois apoiam a
descoberta de várias facetas em relação à
verdade universal. A ciência olha para uma
das miríades de partes da verdade que são
as mais vulneráveis e deficientes a serem
degradadas e cortadas porque a dinâmica
material requer apenas significado
hipotético e a matéria não. Eles resistem à
multidimensionalidade ou a diversidade

1052
dos gêneros de conhecimento e à
verdadeira aparência da consciência
cósmica, o que significa que as impressões
das coisas não podem ser pensadas
universalmente, mas pessoalmente.
Existem várias ideias na ciência, mas
apenas algumas são as reais. Por causa
dessa falta de veracidade, eles consideram
o pensamento dogmático em vez do
pensamento de mente aberta e pluralista,
porque não querem perder tempo
pensando, questionando, buscando
minuciosamente o núcleo dos objetos de
percepção, material ou mental; por causa
dessa falta de consideração e atenção,
eles preferem criar um conhecimento
convencional, corporativo e ortodoxo do
que estudar todos os existentes e derivar
seu padrão comum ou fonte original com
base em seus pontos semelhantes de
geração de reportagem e concepção. Em
seguida, o modo de pensar mais perigoso
foi criado na humanidade: a
homogeneidade, ou a perversão da

1053
verdadeira natureza do conhecimento, que
é a revelação ilimitada da lei deste.

Em seus tratados, Hume distingue idéias


de impressões. De fato, eles são
separados. No entretanto, ele diz que as
impressões são os construtores e a
principal causa dos dados de
conhecimento e as ideias são derivadas
deles. Vossa mercê deve ter em mente
que esse conceito de Hume é totalmente
desonesto de qualquer ponto de vista
realmente sábio. Impressões são apenas
sentimentos, não percepções. O fato de eu
tocar, ver algo e concluir a partir disso não
necessariamente torna minha ilusão
realidade. O empirismo de Hume, bem
como de Locke, Telesio e Bacon, é
completamente inconsequente, um non
sequitur. Suas causas preposicionais
implicam necessariamente uma
consequência do mesmo tipo e da mesma
faixa qualitativa. Vossa mercê deve saber
que existe um mal-entendido em todo
sistema lógico, de Aristóteles e Ibn Sina a
Dharmakiti e Gotama. No entretanto,
1054
qualquer cientista ou professor de filosofia
é cego a esse fato irrefutável e apenas
reproduz o que vê nos livros que
representam os mesmos erros e falácias
de qualquer conhecimento empírico
contestado, não apenas o empirismo
britânico e sistemas semelhantes de
pensamento. Nyayakusumanjali afirma: "O
argumento mais viável para provar a
existência do princípio onisciente da
estrutura cósmica é que ele é
harmoniosamente organizado tanto na
idéia quanto na orientação prática;
agarramos para que notemos as
autoridades nos registros antigos, pode
nos dar uma base tão lexical para a
construção das próprias premissas,
conjuntiva ou abjuntiva, a partir da qual
podemos resumir todo o conhecimento
sobre onisciência e seu significado realista
nas condições de existência sobrenatural
ou mundana. a menos que provemos a
contração errônea da ordem e orientação
de todos os corpos celestes ou
extraterrestres.” As idéias cristãs, judaicas

1055
e islâmicas de Deus são míticas, fabulosas
e imaginativas, e há muitas evidências
para apoiar essa afirmação a curto ou a
longo prazo, apesar do fato de que existe
uma lei de um, um princípio onipresente,
todas as coisas são derivados e vai voltar.
Tudo o que somos é um porque fomos
criados através da manifestação única que
também irradia, molda e inventou toda a
estrutura cósmica.

Chesed le-Avraham diz que você vê as


manifestações da coisa nas dez Sephira,
que: Keter, Chokmah, Binah, Da'at,
Chesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod,
Yesod e Malkuth, que produzem uma
qualidade de Forças universais, criadas
diretamente por Adam Kadmon, o
quadrado sagrado do homem, o Shaddai
Ruah do todo-existente. Diz o Zohar: “: “
‫וסעגייס וס כינכוס מכקשיסלחס לחמס של תירס עס סע ילי קתוסכ ונרותוסשל‬
‫כלכע רסותסללו‬r‫לסעתיקו גס ל ידעו לנכוז ספר סזסר שכלו יר ת ממיסו ין‬
‫לכריו סותריס וס תזס‬b ‫ולמס יסיס כמוס ומפני מסל גכזוס לפי שתקלתו יל ת‬
‫ממיס וסופו יר ת ממוסקל וקמר מ ין פרק כמס מדליקין כקשו חכמיסלנכוז ספר‬
‫קסלת מלכריו סיו סותריסזס ת זס‬.".
Pois, o argumento de
um cientista para sua teoria é

1056
essencialmente baseado em algo real, em
uma fonte específica que, do ponto de
vista da variedade de fontes e de sua
correlação, eu citaria dois famosos
cientistas famosos para confirmá-lo,
disseram-me. Para formular sua cadeia
evolutiva de especulação, é conhecido e
adornado tanto no Ocidente quanto no
Oriente. Se assim fosse, eu procuraria por
suas fontes, mas também nos registros
antigos do assunto ou conteúdo
semelhante ou em pesquisa moderna,
realizaria um estudo comparativo e
concluiria com as investigações
observacionais ou metafísicas. Defino
investigação metafísica como uma
investigação das tradições ou livros
ocultos, manifesto astral ou físico, estudo
detalhado nos registros Akasha, na
Biblioteca de Porthologos (se você estiver
realmente interessado) ou em Linga
Sharira ou Alaya, que dão forma à
sabedoria em corpos sutis e assim por
diante. Darwin seria, portanto, completo,
mas suspeito apenas na observação, não

1057
no exame metacognitivo ou gênero de
exame semelhante. Pode-se argumentar
que sua teoria é trágica e
incondicionalmente desconfiada de todas
as outras sabedorias. Outro exemplo é
Charles Lyell, que conduziu um processo
semelhante, mas semelhante, de criação
de conhecimento, da mesma forma que
Darwin: na observação pura e na crença
inferencial no modelo inferior, ou grandes
argumentos falsos, erros modais e outros
tipos de posicionamento, incerteza e
volatilidade A formação da estrutura da
Terra como um fenômeno desse tipo, nas
operações oportunas e regulares, é
executada em princípio homônomo, em
conceito gradualista. Embora a ciência das
teorias de Lyells e Whewell não seja
totalmente considerada hoje em dia, é
incontestável e inderrogável que as
tendências modernas da interpretação
científica tendem a suas representações
geológicas. Também sabemos que os
registros antigos, a sabedoria de todas as
civilizações passadas, a tradição oculta, o

1058
pensamento científico metafísico ou
supersticioso de todos os tempos, a
antítese das crenças científicas sobre as
mudanças e reconstruções das épocas.
Independentemente dessa expectativa,
poderei falar sobre isso nas próximas
aquisições deste ensaio.

II

Em uma viagem de reconhecimento, o


cérebro esquerdo é um companheiro útil,
pelo menos até certo ponto. Sua
capacidade de fazer medições é o que nos
levou a sentir respeito e acreditar
intelectualmente nessa dimensão maior.
Mas, sob muitos aspectos, ele é como
Virgílio na Divina Comédia de Dante.
Virgílio poderia acompanhar o poeta em
sua jornada pelo Inferno e Purgatório, onde
tudo era razoável, onde, por exemplo, todo
crime recebia a devida punição. Mas
quando Dante se aproximou dos limites do

1059
Paraíso, Virgílio teve que ficar para trás.
Ele poderia chegar ao mistério, mas não
tinha permissão para entrar nele. Foi
Beatriz, a musa do poeta, quem o
acompanhou por aquele lugar de
importância.

O entendimento não-linear é mais sobre


"sintonizar" do que não ir de um ponto
para outro. As descobertas científicas
mencionadas neste capítulo nos
transportam para um país cuja cartografia
pode ser mais sentida do que mapeada.
Quando o cérebro esquerdo é confrontado
com a dimensão não linear, ele gira, divide
o todo em partes, reconstrói os dados e faz
perguntas inadequadas, como um
jornalista em um funeral. Onde, quando,
como, por quê? A menos que
suspendamos essas perguntas e, em geral,
todo tipo de julgamento, não seremos
capazes de "capturar" a outra dimensão,
assim como não podemos capturar as duas
perspectivas da conhecida ilusão de ótica
na forma de degraus ou cubos
pendurados, nem podemos mergulhar no
1060
prazer de uma sinfonia se, ao mesmo
tempo, tentarmos analisar como ela foi
composta.

No entanto, um mundo sem espaço ou


tempo não é algo completamente estranho
à nossa experiência, é um pouco como os
sonhos, onde passado e futuro se
misturam e mudam de maneira misteriosa.
Lembre-se do modelo de mudança de
paradigma proposto por Thomas Kuhn: Na
ciência, qualquer nova idéia importante
parece estranha no começo. Como aponta
o físico Niels Bohr, grandes inovações
parecem confusas, confusas e
incompletas. Eles são apenas meio
compreendidos pelos próprios
descobridores e, para todos os outros, são
um mistério. Qualquer especulação que
não pareça absurda à primeira vista
provavelmente não será verdadeira, disse
Bohr.

Se recusarmos obstinadamente a
considerar qualquer coisa que possa
parecer mágica ou incrível, nos

1061
encontraremos na companhia de pessoas
muito distintas. A Academia Francesa
anunciou em um momento que se
recusava a aceitar mais relatórios
meteorológicos no futuro, pois era
claramente impossível que pedras caíssem
do céu. Logo depois, uma chuva de
meteoros quase quebrou as janelas da
Academia.

Se os cientistas reservam tempo para


aceitar novas informações, as pessoas
geralmente demoram ainda mais. O
grande físico Erwin Schrodinger disse uma
vez que leva pelo menos cinquenta anos
para que uma importante descoberta
científica seja feita em domínio público;
meio século até as pessoas realmente
perceberem as incríveis vistas defendidas
pelos cientistas. A espécie humana não
pode mais continuar se permitindo o luxo
de termos tão longos e mudanças tão
lentas de mentalidade por parte de uma
classe científica entrincheirada em suas
posições. Os custos para nossa ecologia,
nossos relacionamentos, nossa saúde,
1062
nossos conflitos e nosso futuro coletivo
repleto de ameaças são grandes demais.
Temos o dever de procurar, questionar,
abrir nossas mentes.

Uma das principais tarefas da conspiração


aquariana é incentivar mudanças de
paradigma, apontando as falhas do antigo
paradigma e mostrando como o novo
contexto é mais explicativo e tem um
significado maior. Como veremos, as idéias
da ciência moderna com o maior potencial
transformador se encaixam como peças de
um quebra-cabeça. Eles se apoiam e
juntos formam uma plataforma que nos
permite contemplar uma visão mais ampla
do mundo. Cada uma dessas idéias
principais forma um todo em si, cada uma
compõe um sistema de entendimento de
uma série de fenômenos que ocorrem na
sociedade e em nossas vidas. Todos
também oferecem paralelos estranhos
com antigas descrições poéticas e místicas
da natureza. A ciência não está fazendo
agora, mas está verificando o que a
humanidade sempre soube intuitivamente
1063
desde o início da história. Pribram
reconhece que o modelo não é fácil de
assimilar; subverte radicalmente nosso
sistema de crenças anterior, nossa
maneira de entender as coisas, o espaço e
o tempo de acordo com o senso comum.
As novas gerações se acostumarão à
maneira holográfica de pensar; e, para
facilitar o caminho, Pribram sugere que as
crianças se familiarizem com os paradoxos
da escola primária, pois novas descobertas
científicas ainda estão repletas de
contradições.

Pribram às vezes admite com um ar de


cumplicidade: "Espero que você perceba
que eu também não entendo nada disso".
Essa confissão geralmente provoca um
suspiro de alívio, mesmo entre os públicos
cientificamente mais bem preparados.

O amplo impacto da síntese das idéias de


Pribrain com as de David Bohm e com o
modelo de Prigogine atraiu o interesse
apaixonado de sociólogos, filósofos e
artistas. Simpósios de equipes

1064
interdisciplinares foram organizados em
todo o país e com a presença de altos
funcionários do governo em Washington.
Em uma conferência para a qual ele foi
convidado, Pribram discutiu suas idéias em
comissão com cinco ganhadores do Nobel.

Toda essa rápida convergência de


revoluções científicas na física,
parapsicologia, interação da mente e do
corpo, evolução acelerada, o caminho
duplo do conhecimento do cérebro e sua
capacidade de consciência transcendente,
certamente está nos dando uma
mensagem. Quanto mais aprendemos
sobre a natureza da realidade, mais
claramente apreciamos o caráter artificial
de nosso ambiente e de nossas vidas.

Por ignorância ou arrogância, estamos indo


contra a maré da natureza. Não
entendendo a capacidade do cérebro de
transformar a dor e o desequilíbrio, os
amortecemos com tranqüilizantes ou
tentamos nos distrair com a primeira coisa
em mãos. Não entendendo que o todo é

1065
sempre mais do que a soma de suas
partes, estacionamos nossas informações
nas ilhas, até formarmos um arquipélago
de dados desconectados. Todas as nossas
grandes instituições ficaram isoladas uma
da outra.

Sem perceber que a evolução de nossa


espécie é o resultado da colaboração,
optamos pela competitividade no trabalho,
na escola, nos relacionamentos. Como não
entendemos a capacidade do organismo
de reorganizar seus processos internos,
drogamos e automedicamos, produzindo
efeitos colaterais estranhos. Como não
entendemos nossas sociedades como
organismos grandes, as manipulamos com
"remédios" piores que os mesmos males.

Cedo ou tarde, se a sociedade humana


tiver que evoluir ou mais precisamente, se
tiver que sobreviver, precisamos recuperar
o atraso com nosso novo conhecimento.
Por muito tempo, as Duas Culturas, as
humanidades mergulhadas em estética e
sentimento, e ciência fria e analítica,

1066
funcionaram independentemente uma da
outra, como os hemisférios esquerdo e
direito de um paciente com cérebros.
Fomos vítimas de nossa consciência
coletiva dividida.

Faz mais de um século e meio que, ao


comparar o pensamento moderno com o
antigo, verificou-se que, por mais diferente
que nossa filosofia possa parecer da de
nossos ancestrais, é, no entanto, composta
apenas de acréscimos e subtrações
retirados dos antigos filosofia e transmitida
gota a gota através do filtro de
antecedentes.

Esse fato era bem conhecido por Faraday e


outros homens eminentes da ciência.
Átomos, Éter, a própria evolução - tudo
chega à ciência moderna a partir de
noções antigas, tudo é baseado nas
concepções das nações arcaicas.
"Concepções" para os profanos, sob a
forma de alegorias; verdades claras
ensinadas durante as Iniciações aos
eleitos, que foram parcialmente divulgadas

1067
por escritores gregos e desceram até nós.
Isso não significa que o ocultismo tenha
tido as mesmas visões sobre matéria,
átomos e éter que as encontradas no
exoterismo dos escritores gregos clássicos.

Spiller afirma a substancialidade


independente da força e a mostra como
uma "substância incorpórea" (substância
não-química) ou substância. Agora, a
substância não é matéria na metafísica e,
por razões de argumento, pode ser
concedido que seja uma expressão errada
a ser usada. Mas isso se deve à pobreza
das línguas européias e, principalmente, à
dos termos científicos. Então esse
"material" é identificado e conectado por
Spiller ao éter. Expressa na linguagem
oculta, pode-se dizer com mais exatidão
que essa "substância-força" é o éter
positivo fenomenal sempre ativo - prakriti;
enquanto o onipresente todo éter
penetrante é o númeno do anterior, o
substrato de todos, ou Akasa. No entanto,
Stallo faz falta a Spiller, como ele faz com
os materialistas. Ele é acusado de "total
1068
desconsideração da correlação
fundamental de força e matéria" (de que
nenhuma das ciências sabe nada certo).
Pois esse "semi-conceito hipóstase" é, na
visão de todos os outros físicos, não
apenas imponderável, mas destituído de
forças coesas, químicas, térmicas, elétricas
e magnéticas - das quais todas as forças -
de acordo com o ocultismo - são éteres. a
fonte e a causa.

Nossos homens instruídos sairão disso


através de alguma tecnicidade científica;
mas o que é que é interceptado, a fim de
aprisionar uma certa quantidade em vidro,
papel ou madeira? É "movimento" ou é
"força"? Ou seremos informados de que o
que fica para trás é o efeito apenas da
força ou do Movimento? Então, o que é
essa força? Força ou energia é uma
qualidade; mas toda qualidade deve
pertencer a algo ou alguém. Em Física,
Força é definida como "aquilo que muda
ou tende a mudar qualquer relação física
entre corpos, seja mecânico, térmico,
químico, elétrico, magnético etc." Mas não
1069
é a "força" ou o "movimento" que fica para
trás no papel, quando a força ou o
movimento deixa de agir; e, no entanto,
algo que nossos sentidos físicos não
podem perceber, foi deixado lá para se
tornar uma causa por sua vez e produzir
efeitos. O que é isso? Não é matéria, como
definido pela Ciência - isto é, matéria em
qualquer um de seus estados conhecidos.
Um alquimista diria que era uma secreção
espiritual - e seria motivo de riso. Mas, no
entanto, quando o físico disse que a
eletricidade armazenada era um fluido ou
que a luz fixada no papel ainda é a luz
solar - isso é ciência. Na opinião de um
ocultista experiente, que verificou toda a
série de Nidanas, de causas e efeitos que
finalmente projetam seu último efeito
neste nosso plano de manifestações; para
quem remonta a matéria ao númeno, a
explicação do físico é como chamar a
raiva, ou seus efeitos - a exclamação
provocada por ela - uma secreção ou um
fluido, e o homem, a causa dela - seu
condutor material. Mas, como Grove

1070
profeticamente observou, esse dia está se
aproximando rapidamente, quando será
confessado que as "forças" que
conhecemos são apenas manifestações
fenomenais de realidades sobre as quais
não sabemos nada - mas que eram
conhecidas pelos antigos e - por elas
adoradas. Os ocultistas costumam ser mal
compreendidos porque, por falta de
melhores termos, aplicam à essência da
Força sob certos aspectos o epíteto
descritivo da substância. Agora, os nomes
para as variedades de "substância" em
diferentes planos de percepção e ser são
numerosos. O Ocultismo Oriental tem uma
denominação especial para cada tipo; mas
a ciência - como a Inglaterra, na lembrança
de um francês espirituoso, abençoado com
trinta e seis religiões e apenas um molho
de peixe - tem apenas um nome para
todos, a saber, "Substância". Além disso,
nem os físicos ortodoxos nem seus críticos
parecem ter muita certeza de suas
premissas e estão tão aptos a confundir os
efeitos quanto as causas.

1071
Depois de tanto espaço para as opiniões
conflitantes de nossos homens da ciência
sobre certos fenômenos ocultos de nosso
período moderno, é apenas que damos
atenção às especulações de alquimistas
medievais e de alguns outros homens
ilustres. Quase sem exceção, eruditos
antigos e medievais acreditavam nas
doutrinas misteriosas da sabedoria. Entre
eles estavam a alquimia, a cabala caldeu e
judaica, os sistemas esotéricos de
Pitágoras e os antigos magos, e os dos
filósofos e teurgistas platônicos
posteriores. Também propomos nas
páginas subsequentes o tratamento dos
gimnosofistas indianos e astrólogos
caldeus. Não devemos deixar de mostrar
as grandes verdades subjacentes às
religiões incompreendidas do passado. Os
quatro elementos de nossos pais, terra, ar,
água e fogo, contêm para o estudante de
alquimia e psicologia antiga, ou como é
agora denominada, mágica - muitas coisas
com as quais nossa filosofia nunca sonhou.
Não devemos esquecer que o que hoje é

1072
chamado de Necromancia pela Igreja e
Espiritualismo pelos crentes modernos, e
que inclui a evocação de espíritos que
partiram, é uma ciência que, desde a
antiguidade remota, se difundiu quase
universalmente na face do mundo.
Baptista Porta, o erudito filósofo italiano,
apesar de seus esforços para mostrar ao
mundo a falta de fundamento de suas
acusações de magia serem superstições e
feitiçaria, foi tratada pelos críticos
posteriores com a mesma injustiça que
seus colegas. Ele afirmou que, embora
todas as partículas de matéria e até os
"poderes" invisíveis intangíveis fossem
magnéticos, eles próprios não constituíam
um ímã. Existe apenas um ímã no
universo, e dele procede a magnetização
de tudo o que existe. É claro que esse ímã
é o que os cabalistas chamam de Sol
Espiritual central, ou Deus. O sol, a lua, os
planetas e as estrelas que ele afirmou são
altamente magnéticos; mas eles se
tornaram assim por indução ao viver no
fluido magnético universal - a luz

1073
espiritual. Ele prova a simpatia misteriosa
existente entre os corpos dos três
principais reinos da natureza e reforça seu
argumento por um estupendo catálogo de
instâncias. Muitos destes foram verificados
por naturalistas, mas ainda mais não foram
autenticados; portanto, de acordo com a
política tradicional e uma lógica muito
ambígua de nossos cientistas, eles são
negados. Por exemplo, ele mostra uma
diferença entre magnetismo mineral e
zoomagnetismo, ou magnetismo animal.
Ele o demonstra no fato de que, exceto no
caso da magnetita, todos os minerais são
magnetizados pela potência mais alta, o
magnetismo animal, enquanto o último
gosta disso como a emanação direta da
primeira causa - o Criador. Uma agulha
pode ser magnetizada simplesmente
sendo segurada na mão de um homem de
força de vontade, e o âmbar desenvolve
seus poderes mais pelo atrito da mão
humana do que por qualquer outro objeto;
portanto, o homem pode transmitir sua
própria vida e, até certo ponto, animar

1074
objetos inorgânicos. Isso, "aos olhos dos
tolos, é feitiçaria". "O sol é o mais
magnético de todos os corpos", diz ele;
antecipando assim a teoria do general
Pleasonton por mais de dois séculos. "Os
filósofos antigos nunca negaram o fato",
acrescenta; "mas sempre perceberam que
as emanações do sol estavam vinculando
todas as coisas a si mesmas e que
transmitiam esse poder vinculativo a tudo
que estava sob seus raios diretos". Como
prova disso, ele traz o exemplo de várias
plantas sendo especialmente atraídas pelo
sol, e outras pela lua, e demonstrando sua
irresistível simpatia pela primeira,
seguindo seu curso nos céus. A planta
conhecida como Githymal segue fielmente
seu soberano, mesmo quando é invisível
por causa do nevoeiro. A acácia abre suas
pétalas quando se levanta e as fecha no
lugar. O mesmo acontece com os lotos
egípcios e o girassol comum. O nightshade
exibe a mesma predileção para a lua. Em
todos esses casos, a cura é radical e real, e
sem efeitos secundários. Mas, quando

1075
alguém que é fisicamente doente, tenta
curar, ele não apenas falha, mas muitas
vezes transmite sua doença ao paciente e
rouba-lhe a força que ele pode ter. O
decrépito rei Davi reforçou seu vigor
fracassado com o saudável magnetismo do
jovem abishag; e os trabalhos médicos nos
contam uma senhora idosa de Bath,
Inglaterra, que quebrou as constituições de
duas criadas em sucessão, da mesma
maneira. Os velhos sábios, e Paracelso
também, removeram a doença aplicando
um organismo saudável à parte afetada e,
nas obras do filósofo do fogo acima
mencionado, sua teoria é ousada e
categoricamente estabelecida. Se uma
pessoa doente - média ou não - tenta
curar, sua força pode ser suficientemente
robusta para deslocar a doença, perturbá-
la no local atual e fazer com que ela mude
para outra, onde em breve ela aparecerá;
enquanto isso, o paciente se acha curado.

A especialização criou outro problema:


linguagens técnicas e matemáticas, a
verdadeira Torre de Babel. Somente no
1076
cérebro, quase meio milhão de artigos
científicos são publicados anualmente. A
neurologia tornou-se uma disciplina tão
esotérica, tão estritamente
subespecializada, que os pesquisadores
acham extremamente difícil se comunicar.
Existem apenas alguns pesquisadores que
estão tentando extrair um significado
global do conjunto. Uma segunda razão
para a fissura de comunicação existente
decorre do caráter radicalmente estranho
da nova visão de mundo. Somos obrigados
a passar de mudança de paradigma para
mudança de paradigma, forçados a mudar
dramaticamente nossas antigas crenças
para olhar de uma nova perspectiva.
Dizem que a ciência substitui o senso
comum pelo conhecimento. É verdade que
nossas mais intrépidas aventuras
intelectuais nos transportam para um país
das maravilhas que transcende as
fronteiras de nossa compreensão lógica e
linear. Como observa o grande biólogo J. B.
S. Haldane em uma citação
frequentemente reproduzida, a realidade

1077
não é apenas mais estranha do que
imaginamos, mas mais estranha do que
podemos imaginar. Nunca chegamos ao
fundo do poço na natureza. Não existe o
nível mais profundo em que tudo faria
sentido. Isso pode nos assustar. Pode nos
dar a impressão de voltar à infância,
quando a natureza parecia imensa,
misteriosa, poderosa. Mais tarde,
aprendemos a separar fato da fantasia e
reduzir o mistério a "explicações". O
conhecimento dos "fatos" subjacentes a
fenômenos como raios, magnetismo ou
ondas de rádio, por exemplo, nos levou a
pensar que a natureza era compreensível
ou estava prestes a ser entendida. Esse
equívoco, mantido pela maioria dos
cientistas no final do século passado,
também se tornou patrimônio do povo e foi
a causa do equívoco popular sobre os
poderes da ciência. E agora que a ciência
mais avançada começa a parecer mítica e
simbólica para nós, agora que está
perdendo a esperança de alcançar uma
certeza final, não acreditamos nela. É

1078
como se nos pedissem para retornar à
maravilha e credulidade de nossa primeira
infância, quando ainda não sabíamos o que
"realmente" o arco-íris era. Como veremos,
a nova ciência, acima da fria observação
clínica, nos leva a entrar em um reino onde
o paradoxo pisca, onde nossa própria
razão parece estar em perigo. E, no
entanto, assim como conseguimos tirar
proveito dos grandes avanços tecnológicos
de nossa civilização, como o transistor, por
exemplo, também a nova visão do mundo
da ciência de ponta liberará nossas vidas,
independentemente de entendermos ou
não suas aspectos técnicos. Muitas das
ideias fundamentais da ciência moderna
são expressas em termos matemáticos,
"linguagem" que a maioria de nós não fala
nem entende. A linguagem comum é
inadequada para lidar com o não-comum.
As frases e palavras nos deram uma
concepção errada da compreensão,
tornando-nos cegos para a complexidade e
dinâmica da natureza. A vida não é
construída como uma frase é construída,

1079
com um sujeito agindo sobre um objeto.
Na realidade, inúmeros eventos se afetam
simultaneamente. Tomemos, por exemplo,
a impossibilidade de estabelecer quem fez
o que primeiro ou o que causou esse tipo
de comportamento em uma família.
Construímos todas as nossas explicações
ajustando-se a um modelo linear que só
existe como ideal. Especialistas
semânticos como Alfred Korzybski e
Benjamin Whorf alertam que as línguas
indo-européias nos ligam a um modo de
vida fragmentado. Eles negligenciam o
relacionamento. Através da estrutura
sujeito-predicado, eles moldam nosso
pensamento, forçando-nos a pensar
simplesmente em termos de causa e
efeito. É por isso que é muito difícil
falarmos, até pensarmos, sobre física
quântica, sobre a quarta dimensão ou
sobre qualquer outra noção em que o
começo e o fim, o alto e o baixo, o agora e
então, não sejam claramente delimitados.
Segundo Korzybski, não seremos capazes
de entender a natureza da realidade até

1080
que tenhamos compreendido a limitação
das palavras. A linguagem enquadra o
pensamento, incorporando-o entre
barreiras. O mapa não é o território. Uma
rosa não é uma rosa-é-uma-rosa, a maçã
de 1º de agosto não é a maçã de 10 de
setembro, nem os frutos enrugados de 2
de outubro. Mudança e complexidade
sempre excedem nossa capacidade de
descrição.

Para perfazer uma lista de testemunhas de


fenômenos paranomaris que podem ser
estendidas indefinidamente, basta dizer
que, do primeiro ao último, de Pitágoras
até Eliphas Levi, do mais alto ao mais
humilde, todo mundo ensina que o poder
mágico nunca é possuído pelos viciados
em drogas e indulgências cruéis. Somente
os puros de coração "vêem Deus" ou
exercitam dons divinos - somente esses
podem curar os males do corpo e permitir-
se, com relativa segurança, ser guiados
pelos "poderes invisíveis". Só isso pode dar
paz aos espíritos perturbados de seus
irmãos e irmãs, pois as águas curadoras
1081
não vêm de nenhuma fonte venenosa; as
uvas não crescem em espinhos, e os
cardos não dão figos. Mas, por tudo isso,
"a magia não tem nada de supernal"; é
uma ciência, e até o poder de "expulsar
demônios" era um ramo dela, do qual os
Iniciados fizeram um estudo especial. Os
esboços anteriores são suficientes para
mostrar por que nos apegamos à
sabedoria das eras, de preferência a
quaisquer novas teorias que possam ter
surgido das ocorrências de nossos dias
posteriores, respeitando as leis da relação
intermundana e os poderes ocultos do
homem. Embora fenômenos de natureza
física possam ter seu valor como um meio
de despertar o interesse de materialistas e
confirmar, se não totalmente, pelo menos
inferencialmente, nossa crença na
sobrevivência de nossas almas e espíritos,
é questionável se, sob o presente aspecto,
os fenômenos modernos não estão
fazendo mais mal do que bem. Podemos
tomar como ilustração a magia oriental ou
o espiritualismo antigo, bem como os

1082
fenômenos modernos. Centenas, ou
milhares de testemunhas perfeitamente
confiáveis, voltando da residência e
viajando pelo Oriente, testemunharam o
fato de que faquires, sheiks, dervixes e
lamas sem instrução, na sua presença,
sem confederados ou aparelhos
mecânicos, produziram maravilhas. Eles
afirmaram que os fenômenos exibidos por
eles estavam em violação de todas as leis
conhecidas da ciência e, portanto, tendiam
a provar a existência de muitas potências
ocultas ainda desconhecidas da natureza,
aparentemente dirigidas por inteligências
pré-humanas. Qual tem sido a atitude
assumida por nossos cientistas em relação
a esse assunto? Até que ponto o
testemunho das mentes mais
"cientificamente" treinadas impressionou
por conta própria? As investigações dos
professores Hare e de Morgan, de Crookes
e Wallace, de Gasparin e Thury, Wagner e
Butlerof etc., abalaram por um momento
seu ceticismo? Como foram recebidas as
experiências pessoais de Jacolliot com os

1083
faquires da Índia ou as elucidações
psicológicas do professor Perty, de
Genebra? Até que ponto o alto clamor da
humanidade, ansiando por sinais palpáveis
e demonstrados de um Deus, uma alma
individual e da eternidade, os afeta; e qual
é a resposta deles? Eles derrubam e
destroem todo vestígio de coisas
espirituais, mas não erguem nada. "Não
podemos obter esses sinais com réplicas
ou cadinhos", dizem eles; "portanto, é tudo
menos uma ilusão!" Nesta era de fria razão
e preconceito, até a Igreja precisa procurar
ajuda na ciência. Credos construídos na
areia e dogmas altos, mas sem raízes,
desmoronam sob o sopro frio da pesquisa
e derrubam a verdadeira religião em sua
queda. Mas o desejo de algum sinal
externo de um Deus e uma vida futura,
permanece tão tenazmente como sempre
no coração humano. Em vão é todo
sofisma da ciência; nunca pode abafar a
voz da natureza. Somente seus
representantes envenenaram as águas
puras da fé simples, e agora a humanidade

1084
se espelha em águas turvas com toda a
lama levantada do fundo da primavera
outrora pura. O Deus antropomórfico de
nossos pais é substituído por monstros
antropomórficos; e o que é ainda pior, pelo
reflexo da própria humanidade nessas
águas, cujas ondulações devolvem as
imagens distorcidas da verdade e dos
fatos, evocadas por sua imaginação
equivocada. Verdadeiramente diz
Cudworth que a maior ignorância da qual
nossos sábios modernos acusam os
antigos é a crença na imortalidade da
alma. Como o velho cético da Grécia,
nossos cientistas - para usar uma
expressão do mesmo Dr. Cudworth -
temem que, se admitirem espíritos e
aparições, também devam admitir um
Deus; e não há nada absurdo demais, ele
acrescenta, para eles suporem, a fim de
impedir a existência de Deus. O grande
corpo de materialistas antigos, céticos
como agora nos parecem, pensava o
contrário, e Epicuro, que rejeitou a
imortalidade da alma, acreditava ainda em

1085
um Deus, e Demócrito admitiu
completamente a realidade das aparições.
Zoroastro, Pitágoras, Epicharmo,
Empédocles, Kebes, Eurípides, Platão,
Euclides, Filo, Boehius, Virgílio, Marcus
Cicero, Plotino, Jâmblico, Proclo, Pselo,
Sinésio, Orígenes e, finalmente, se
rebaixam, longe de negar a nossa
imortalidade. Ouvi e li inúmeras miríades
de boas piadas sobre a ignorância dos
antigos, que sempre viam espíritos por
toda parte; parece que somos muito mais
imbecis do que nossos antepassados,
nunca percebendo isso agora, em qualquer
lugar.

1086
1087
EPÍLOGO

A consciência de se libertar por dentro, e


não por fora, é para as entidades vivas do
cosmos, o acesso ao mais alto grau de
sabedoria. Será examinado, como algo que
deseja alcançar as condições acima da
apreensão cognitiva ou obter
entendimento em enigma extramundano
para deliberar sobre as substâncias
verdadeiras e substratais nas quais o
mundo inteiro designa sua estrutura
monádica sem nenhuma explicação para a
liberação de informações. O Deus
univocamente prodigioso chama de
discernimento do espírito essencial, mas, o
vulnerável, decomponível e corrupto fita-
no-lo para a realidade, cresce fora das
condições e provocações refertas de
sabedoria e inteligência, opostas ao
agente de obstrução. Portanto, a aquisição
de conhecimento representa um pico,
1088
eterno e imortal, ou seja, a capacidade do
poder supremo. No entretanto, o Papiro
Ipuwer, o Livro dos Mortos, Thoth,
Pitágoras diziam que os efeitos da moção
universal parecem ter encontrado uma
grandeza hierática completa. Seus ditames
são os segredos mais íntimos da Esfinge
de Gizé e das pirâmides que não estão nos
extremos externos ou nos etxernos não-
extremos de sua estrutura. Pitágoras, ele
mesmo, encontrou um lugar em que isso
está sujeito aos estratos subterrâneos e o
Egito até agora permanece sagrado para
prosseguir com uma civilização oculta
nestas camadas adjacentes também.
Estávamos sempre conscientes de que os
veículos não nos tiravam a durabilidade. O
grande segredo que os cientistas Trithemio
e Kirchner concretizaram em,
respectivamente, Steganographia e
Musurgia, uma linguagem universal não
deve ter dúvidas de que a mente tem um
código secreto ou privado cujo significado
deve ser iniciado e desenterrado nos
antigos e autênticos aspirantes ou

1089
penterantes e benignas turbulências
kármicas da iluminação, ou mesmo
meditação. Por isso, apesar de me
desenrolar no corpo, nos sentidos, eu,
mesmo assim, serei o maior da alma e do
espírito, de um gênero ou de um senso
crescente da perenidade universal.

O organismo humano é um mistéri... ou


talvez não. Penso que a natureza do
homem é eficiente, nos casos relativos a
assuntos seculares, aos seus cuidados,
mas não é capaz de descobrir isso pelo
tipo de todo o mundo, sempre que ocorre
uma investigação desse tipo. Eu direi, no
entretanto, que transcender a
compreensão das leis mundanas não
permite que o espírito se liberte do mundo
material de objetos físicos e seja inócuo.
Além disso, é necessário dizer que, se
pudermos encontrar um universo dentro
de nós, é preciso procurá-lo. Certo? Como?
Sobre as reflexões de nossos sábios da
Índia que, a palavra meditação, न्यान
chamavam, assim como os gregos

1090
denominavam διαλογισμό e os tibetanos - གམ,
no entanto, acho que far-se-á, assim, a
contemplação do mundo em que veremos
आकाश (como um metafísico hindu dir-nos-ia)
e far-nos-á olhar através dos registros de
toda a infinidade de nossa existência, no
passado e no presente e no futuro. D.
Peter Deunov, a quem Einstein admirava, e
Robert Fludd haviam expressado o espírito
do homem, espalhando suas preposições e
outras que nem sempre são a mesma
coisa que se diz "para ocultar sua própria
vida: para eles manteve segredo, o espírito
do seu espírito é seu: a partir de então ele,
para que eu guarde o seu espírito em sua
vida, oxalá seja mantido em segredo, pelo
que foi ordenado ". D. Scot disse: "O
mesmo deve acontecer com aqueles que
não conhecem bem, mas tudo é
transmitido rapidamente e com grandeza".
Isso não quer dizer que tudo sinta; tal
coisa é intactilis intelligibile, isto é, não é
percebida no corpo. Agora, o movimento
de uma coisa não é humano. É divino. E
então, como é verdadeiramente o que

1091
pude dizer, agir e não agir; e inibe o
mesmo que ele começou. Atuar é comum;
a promoção é específica. Tudo, no
entrranto, tinha que ser mantido, no que é
específico, mas aprendemos a julgar todas
as coisas, ou as coisas que são e as coisas
que não devemos aprender que são
comuns a todos.

Devemos ter em mente que a consciência


do mundo está passando por um processo
de renovação. Embora existam relações
obstrutivas entre as nações e ocorrências
bélicas, algum gênero neotérico, mas
espirituoso e formidável de filosofia
espiritual está se disseminando
amplamente, a fim de fazer a humanidade
evoluir e alterar seus poderes ocultos, que
a formarão em um arquétipo divino da
civilização planetária. Além disso, deve ser
a forma Pasyanti da nutrição das forças
cósmicas tornar próspera e feliz a síntese
da genuína manifestação humana, que, no
sentido de pangênese, foi erigida pelo
próprio Vaikhari-Vach. Atualmente,
estamos retomando e reencenando essa
1092
Verdade Eterna nos movimentos da Nova
Era; eles são, portanto, a coalizão dos
seguidores de Eswara, isto é, os autênticos
partidários do Poder Eterno ou a
sagacidade sem limites do Buda Adi. Esse
avanço metafísico despertará os
escolhidos ou incendiados pela lei da
inteligência primordial ou pelo estado de
coisas meta-senciente e melhorará o
contexto ambiental (esotérico e exotérico)
dos planos mundanos, gerando, assim, o
ciclo da Terra de Satya Yuga ou seja, o
estado dimensional inefável, perfeito e
primitivo da consciência terrena. A Terra,
neste momento, será realmente
semelhante ao céu; seja o que for, neste
momento, você vive no plano terrestre ou
no plano supremo e celestial. O Ilus
primitivo, portanto, superintenderá a Luz
Astral Divina, ou seja, o Jivatma, ou a
"Alma do Mundo", reclinando-se assim em
Laya. Embora o estado calamitoso do
mundo até então estipulado, afirmaremos,
por meio disto, que, como uma antítese

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benigna, o mundo está se tornando mais
espiritual e, assim, melhorando.

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