Curso - Proteção - Modulo 1
Curso - Proteção - Modulo 1
Curso - Proteção - Modulo 1
2.2 TERMINOLOGIA
SISTEMAS DE PROTEÇÃO
FUNÇÕES DE PROTEÇÃO
Seletividade
Confiabilidade
Velocidade
Economia
Simplicidade
Mantenabilidade
PRECEITOS
2.4 COORDENAÇÃO
• Geradores
• Transformadores
• Barras
• Linhas de Transmissão e Subtransmissão
• Dispositivos e Sistemas de Compensação Reativa
• Circuitos de Distribuição
• Transformadores de Distribuição
• Motores
• Outras cargas
Figura 2.2 – Zonas de Proteção
Nesse segundo caso, verifica-se que há uma “zona morta” entre o disjuntor e o
equipamento TC sem aparente cobertura. Há esquemas especiais para cobrir essa
zona morta, para instalações importantes (geralmente em Extra Alta Tensão ≥ 345
kV.
É aquela que, por especificação e escolha de projeto, tem condição para detectar
uma anormalidade para a qual foi concebida, no componente protegida,
contemplando os requisitos de seletividade, confiabilidade e de velocidade.
Retaguarda Local
Retaguarda Remota
Mais recentemente no Brasil optou-se por duplicar relés ou funções principais para
proteção de linhas de transmissão de Extra Alta Tensão (níveis de tensão iguais ou
superiores a 345 kV) como exigência da Aneel para novas instalações. Neste caso,
pode-se ter as seguintes opções:
3. FUNÇÕES DE PROTEÇÃO
A função sobrecorrente de uma Proteção, como o próprio nome diz, serve para
detectar níveis de corrente acima de limites estabelecidos e acionar providências
para desconectar o componente protegido. Assim, tal função serve para detectar
condições de curto-circuito onde, quase sempre, uma corrente de fase é
sensivelmente maior do que a corrente de carga.
Para correntes de carga, não deve ocorrer atuação desta função. Isto é, a função de
sobrecorrente não é para detectar condição de sobrecarga em equipamento ou
instalação.
Aplicação
Para níveis de tensão de alimentadores de Distribuição (2,4 a 34,5 kV) seu uso é
bastante generalizado para proteção de transformadores e ramais de distribuição
como mostra a figura a seguir. Nesses circuitos, com a fusão de um elo (uma fase)
há desarme da respectiva chave, geralmente de modo trifásico.
Para níveis de tensão de subtransmissão (69 a 138 kV) sua aplicação é razoável
para linhas radiais, onde as correntes de curto-circuito são relativamente elevadas.
Entretanto, nos sistemas mais recentes do nosso País sua aplicação tem se
limitado à proteção de circuitos de tensão iguais ou inferiores a 88 kV.
Características
Os elos fusíveis têm a característica inversa na relação tempo x corrente, isto é,
quanto maior a corrente de curto circuito, menor o tempo de fusão do elo:
Figura 3.2 – Elo Fusível – Característica para Coordenação com Outras Funções de
Sobrecorrente
O tempo total de interrupção representa o tempo total de atuação do elo,
incluindo o tempo do arco e a tolerância estimada pelo fabricante. O tempo de
fusão é o tempo mínimo, baseado em testes de fábrica, no qual o elo irá fundir. A
curva de dano é a margem de segurança para coordenação com outras funções
de sobrecorrente, em série com o elo, como outro elo ou religador (geralmente é
adotado o valor de 75% da curva de fusão.
Para relé de tempo inverso, pode-se ajustar também um valor para o chamado
“elemento instantâneo”. Isto é, a partir de um dado valor de corrente (expresso
em múltiplo da corrente nominal do relé), a proteção passa a atuar
instantaneamente e não mais de acordo com sua curva característica. A figura a
seguir ilustra o mencionado.
Figura 3.5 –Ajuste do Elemento Instantâneo
Onde,
TC - Transformador de Corrente.
A relação entre a corrente primária (I) e a corrente secundária (i) em cada fase
corresponde à relação de transformação do TC. Por exemplo, para um TC de
300/5 Ampères, a relação é de 60 para 1. A corrente secundária mais baixa que
a primária.
Em condição normal, as correntes das três fases são equilibradas entre si. Nessas
condições, não há corrente no circuito residual ou em neutro de equipamento. E
também, as correntes secundárias (i) devem estar aquém da sensibilidade mínima
da proteção de sobrecorrente (“tap” mínimo ajustável) e os relés permanecem sem
atuação.
Neste caso as correntes IA, IB e IC, apesar de equilibradas entre si, são elevadas.
Geralmente muito maiores que na condição de carga normal. E as correntes
secundárias (i) atuam os relés instalados nas fases ou as funções de fase. Não há
corrente no circuito residual, portanto não há atuação do relé ou da função 50/51N.
Uma atuação da função 50/51N indica que houve desequilíbrio envolvendo terra
(curto à terra). Dai sua denominação “Relé de Terra”.
Figura 3.13 – Condição de Curto-Circuito da Fase A à Terra
A função de sobrecorrente de fase não pode ser ajustada para correntes próximas
à corrente de carga máxima prevista no equipamento ou circuito protegido. Assim,
sua sensibilidade é limitada pela carga.
I> 0,1 – 25 x In
I>> 0,5 – 40 x In
It> 0,1 – 25 x In
It>> 0,5 – 40 x In
In do relé: 5 A
Onde
Sendo: 3,5 x In < 4,5 x In garante-se que se detecte 4,5 In mesmo que mude
condição de curto.
In do relé: 5 A
Critérios de tempo para a proteção de terra: deve operar com cerca de 1,0 s para
4.470 A.
Assim, para 2,24 x In o tempo será de t = 0,98 s. Por exemplo, para 0,97 x In o
tempo será de t = 1,35 s.
Qualquer desbalanço num sistema trifásico, com ou sem terra, faz com que apareça
componentes simétricas de seqüência negativa. A componente de seqüência
negativa pode ser calculada através da expressão:
Donde, onde
Para tensão, vale a mesma expressão. Assim, uma proteção pode calcular a
corrente de seqüência negativa I2 através das correntes de fase. Em condições
normais de operação, com o sistema trifásico equilibrado, essa corrente é Zero.
O desbalanço de corrente é um fator grave para máquinas rotativas, uma vez que
induz correntes de frequência dupla no rotor (ferro), causando aquecimento.
Para que isto seja possível, deverá haver, para cada relé, uma referência de
Tensão. Isto é, os mesmos devem ser Polarizados.
Há duas funções direcionais de terra: aquela para corrente de fase e aquela para
corrente de terra. O código ANSI para a função direcional de sobrecorrente é (67).
Pode ter, também, elemento instantâneo, porém não há código específico para esse
elemento instantâneo.
3.3.1 Conexão
Os relés são conectados para atuar, por exemplo, para correntes saindo da barra
para a linha. Caso haja corrente no sentido inverso, mesmo que de grande
intensidade (condição de curto circuito), essa função direcional de sobrecorrente
não atua:
3.3.3 Polarização
A tensão de polarização deve ser tal que forneça uma firme referência de direção
de corrente (determinado pelo ângulo entre fasores medidos ou calculados). A
figura a seguir mostra os fasores de tensão de um sistema trifásico, com corrente
de falta na fase A.
Figura 3.19 – Fasores num sistema trifásico.
A corrente de curto-circuito ICC deve ter uma tensão de referência para que a
proteção determine sua direção.
Neste caso, haveria uma boa referência de direção, pois ângulos indutivos
significam falta na frente do relé. Porém há as seguintes desvantagens:
Por exemplo, se para uma falta na fase A, a tensão UCC for para zero, haverá
referência UBC.
Para curto trifásico rígido, bem à frente da proteção, todas as tensões podem ir a
zero. Neste caso não haveria referência. Entretanto, as proteções mais elaboradas
(para linhas de AT ou EAT) possuem memória de tensão (informações sobre a
tensão antes do curto-circuito).
Com base nesse conceito, pode-se ter uma referência para a corrente de terra,
como mostrado a seguir:
Figura 3.22 – Polarização por tensão de seqüência zero
Como essa corrente tem mais ou menos a mesma direção da corrente de terra do
circuito protegido, serve como referência de direção:
Deve-se observar que essa função não serve para proteção contra curtos-circuitos
ou outros tipos de falta (anormalidades).
Como o próprio nome menciona, é uma função para detectar condições de tensão
superiores ou inferiores aos valores normalmente aceitos para a Operação do
Sistema ou do Equipamento.
São realizados através de relés específicos conectados nos lados secundários dos
Transformadores de Potencial.
Para detectar condição de tensão superior a um valor aceitável. Pode ser de dois
tipos: Função de Sobretensão Instantânea ou Função de Sobretensão Temporiza.
Este valor é sempre superior a 100 %. Quanto menor esta relação, mais segura a
aplicação da função de sobretensão. Um modelo ideal de função de sobretensão
seria uma relação de 100 %, isto é, qualquer abaixamento de tensão aquém do
valor ajustado provocaria a desatuação da função. Relés modernos, com tecnologia
digital, permitem relação próxima a 100 %.
Em EAT é aplicada em linhas para que tenha uma função sistêmica, isto é, para
desligar trechos do sistema afetados por sobretensão (excesso de reativos na
região).
Proteção de Sobretensão para Terra em Circuitos Isolados – Código 59N ou
64.
Uma função 59 pode ser conectada para detectar o valor 3.V0, isto é, a tensão
residual, através de secundários de TP’s em “delta aberto”.
Figura 3.25 – Função 59 Terra, de tempo definido, para faltas a terra em sistema isolado.
Assim, utiliza-se essa proteção para se detectar curtos de uma fase à terra, por
exemplo, num sistema 13,8 kV conectado no terciário em Delta de um
transformador (sistema isolado, sem neutro). Daí identificar essa proteção também
como 64 (proteção terra).
A função atua quando a tensão cair abaixo de um valor ajustado. Esta função pode
ser utilizada como proteção para equipamentos que não podem operar com tensão
abaixo de um certo limite (geralmente máquinas rotativas), ou pode ser utilizada
apenas como relé de subtensão para desligamento automático de circuito quando
de falta de tensão (relé de manobra).
Considerando o princípio, torna-se evidente que uma função de distância deve ser
alimentada por TC’s (correntes) e TP’s (tensões):
Figura 3.26 – A Proteção de Distância Necessita Dados dos TC’s e dos TP’s
Deve-se observar, também, que uma linha de cabos pode ter ângulos menores
que os das linhas aéreas.
Condição de curto-circuito na LT
Se o relé de impedância estiver ajustado com um valor Zajustado maior do que o Zcc,
o valor medido cairia dentro de sua característica e o relé atuaria. Essa idéia está
ilustrada na figura a seguir:
Figura 3.32– Indicação do Ajuste do Relé no diagrama R-X
Condição de carga na LT
ohms / fase.
Verifica-se então que a proteção deve ser sensível para ângulos indutivos
acentuados (condição de curto-circuito na direção para frente) e não seja sensível
para ângulos indutivos pequenos (carga indutiva saindo da barra).
Conclui-se que a proteção deve ser sensível não apenas através do ângulo da
linha, mas também para ângulos menores que consideram a resistência,
tomando-se o cuidado de não alcançar a impedância de carga.
Característica Mho
.
Figura 3.38 – Característica OFFSET - MHO para uma Proteção de Distância
Esta característica permite que para R=0 e X=0 haja maior facilidade de
discriminação de direção do curto-circuito, o que poderia ser um problema para a
característica Mho, dependendo da concepção do elemento de medição da
proteção (eletromecânica).
Outras Características
.
Figura 3.39 – Outros tipos de características
Uma proteção de distância não possui apenas uma zona de alcance, como
mostrado no item anterior. Ela possui várias zonas, sendo que cada zona pode
ser ajustada com seus respectivos valores de alcance e tempo.
A figura a seguir ilustra o caso de uma proteção com três zonas de alcance no
sentido direcional e uma zona de alcance não direcional.
. Figura 3.42 – Zonas de Alcance
Isto é, temporizando adequadamente cada zona de proteção, pode-se obter
seletividade e garantir uma proteção de retaguarda para faltas em outros
componentes ou linhas adjacentes.
Ajustar um relé de impedância para cobrir uma determinada distância de uma linha
de transmissão não apresenta dificuldade pelo fato de se ter impedância da linha
pré-calculada, com muita precisão.
Esta facilidade para um relé de distância se torna mais evidente quando se tenta
ajustar, por exemplo, e por sua vez, um relé de sobrecorrente. No caso de
elemento de sobrecorrente, o valor a ser ajustado dependerá do valor de corrente
de curto-circuito pré-calculado. Na prática, a corrente de curto-circuito poderá, no
máximo ser aproximadamente igual ao calculado. Entretanto, é comum ter-se
correntes menores ou muito menores que o previsto, em vista das impedâncias
envolvidas caso a caso. Assim, para o caso de função de sobrecorrente, nunca se
terá garantia de precisão.
São três loops de medição para faltas entre fases. Para que se meça
corretamente a distância para curtos trifásicos e bifásicos, sabendo-se que um
Curto-circuito Trifásico
. Figura 3.44 – Curto Trifásico e o Loop de Medição da Proteção
Do loop de falta para o diagrama anterior, tem-se em cada uma das fases:
VFASE = EA – ZFONTE.ICC3F
ohms / fase
Curto-circuito Bifásico
. Figura 3.45 – Curto Bifásico e o Loop de Medição da Proteção
Percebe-se que:
. Figura 3.46 – Lopp Fase-Fase para Curtos Bifásicos e Trifásicos
O relé de proteção não faz diretamente a medida VFASE/ICCFT. Ele faz o cálculo:
ZFASE-NEUTRO = VFASE / (ICCFT – k0.ITERRA) , comparando essa impedância com o ZL
medido.
ZTERRA = (Z0-Z1) / 3
VALORES TÍPICOS
Seq. (+) Seq. (0) Terra Ângulo do
k0
R + jX Ângulo R + jX Ângulo R + jX Ângulo
Ohms / Graus Ohms / Graus Ohms / km Graus Graus
km km
440 kV 0,024 + 86 0,33 + 76 0,102 + j 73 -13
(Aérea) j0,31 j1,31 0,334
345 kV 0,016 + 87 0,23 + 76 0,070 + 72 -14
(Aérea) j0,29 j0,92 j0,209
345 kV 0,014 + 87 0,07 + 45 0,019 – j - 73 -160
(Cabos) j0,25 j0,07 0,061
230 kV 0,065 + 80 0,41 + 73 0,116 + 70 -10
(Aérea) j0,37 j1,36 j0,329
Tabela 3.3 – Valores Típicos de Impedância de Terra e de Seqüência Zero para Linhas
Ele precisa ser seletivo para a fase afetada, isto é, deve detectar as fases
afetadas, não partindo nas fases não afetadas. Isso é importante onde se utiliza
religamento automático monopolar.
- ou um relé por zona de atuação, sendo cada relé com elementos para cada loop
de medição;
- ou um relé por fase, cada relé com 3 zonas de atuação.
Para correta seleção de fases afetadas, deve-se evitar que o relé da fase afetada
não detecte incorretamente a falta na outra fase.
Um exemplo de ajuste, para esse caso seria Ipartida = 1,3 x Imáx_carga para fase e
Ipartida_terra = 0,5 x In_TC . Mas trata-se de um ajuste relativamente complexo, uma
vez que todas as contingências de carga devem ser levadas em consideração,
ao mesmo tempo em que se deve procura manter a sensibilidade para
curto-circuito. A flexibilidade de ajuste é limitada.
A sensibilidade pode ser obtida para faltas à terra pelo ajuste sensível de relé de
terra, mas fica ainda pendente a necessidade de se selecionar a fase em falta, o
que pode não ser possível com elemento de sobrecorrente de fase (menos
sensível).
E para fases, curtos bifásicos devem ser considerados (menor corrente de fase)
ao invés de curtos trifásicos.
Para corrente inferior a I>, não há partida. Entre I> e I>>, quanto menor a
corrente, menor deve ser a tensão (subtensão) de partida.
A Alstom por exemplo, chama esse tipo de partida de “partida por subtensão e
sobrecorrente”, utilizando o termo “subimpedância” para a partida por
característica de impedância mostrado no parágrafo a seguir.
O objetivo é ter alcance maior no sentido do eixo dos X para se ter sensibilidade
para detectar curtos remotos e ao mesmo tempo apresentar uma “banda” lateral
para acomodar resistências de falta como por exemplo a resistência de arco.
Por outro lado, quanto maior a área de Partida, maior a possibilidade de ocorrer
partida também nas fases não afetadas, para curto-circuito fase-terra. Essa
partida em “fase boa” afeta a seleção de fases para desligamento e religamento
monopolar. Também neste caso, a maior dificuldade se observa para
característica off-set mho.
(Fase em Falta)
(Fase Sã)
(Fase Sã)
(Loop A-B)
(Loop B-C)
(Loop C-A)
O mesmo ocorre para relés de terra (um por fase) do tipo americano tradicional.
O objetivo, além de não detectar a carga, é permitir uma boa seleção de fases.
Num arco, a corrente e a tensão estão em fase, como mostra a figura a seguir [1].
Assim, o arco pode ser considerado como uma resistência no loop de medição
da falta:
Segundo Warrington [4], a resistência do arco pode ser estimada pela seguinte
fórmula empírica:
ohms
Nota: a fórmula original está apresentada no sistema de medida Inglês. A fórmula acima
é resultado da conversão para o sistema métrico.
Por outro lado, segundo Ziegler [1], a resistência do arco pode ser estimada pela
seguinte fórmula empírica:
ohms
Onde:
Influência do Vento
Exemplo de Cálculo
Em linhas com cabo guarda aterrado em todas as torres, a corrente flui através
de vários aterramentos em paralelo (resistências de pé de torre em paralelo).
Isso significa na prática que, para essas linhas, o valor efetivo da resistência de
falta é pequeno.
Onde:
Exemplo de Cálculo
Para RPT = 20 ohms, RCG = 0,234 ohms/km, XCG = 0,748 ohms/km e lT = 230 m
(0,23 km), tem-se:
ohms
Observa-se também que não é pura resistência, tendo parcela indutiva devido
aos cabos guarda que conduzem corrente de terra.
Isso introduz uma reatância adicional. Para se ter uma ordem de grandeza,
deve-se mencionar que j.0,56 ohms correspondem a cerca de 2,0 km em linha de
transmissão de 345 kV. Isso significa 20% em 10 km, 3,33% em 60 km ou 2% em
100 km de linha.
Para linhas com cabo guarda aterrado em todas as torres (o que é o caso das
linhas 440, 345 e 230 kV da rede básica), o valor resistivo torna-se pequeno
porém aparece uma reatância indutiva devido às características R + jX do cabo
guarda. Essa reatância indutiva adicional pode ter influência no desempenho do
relé (alcance) para linhas curtas e para contribuições proporcionalmente elevada
de corrente da outra extremidade da linha, para o curto circuito medido pelo relé.
Deve-se observar, entretanto, que essa dificuldade é superada com o adequado
uso de esquema de teleproteção.
A proteção de linha, para este esquema de barras, deve ter uma função
denominada “STUB Bus” que detecta esta condição. A proteção de linha deve ter
a informação de seccionadora aberta (deve haver cablagem para tanto, para uma
entrada digital da proteção).
Devido à capacitância da LT, os ângulos de fase não são coincidentes nas duas
extremidades, portanto não há exata coincidência das polaridades comparadas.
Assim, o esquema possui temporizadores para adaptar essa situação, sendo que
o tempo de compensação depende do defasamento que a capacitância da linha
introduz nas correntes em condição normal de operação.
Por outro lado, o princípio mostrado, se diretamente aplicado, não funciona para
condição de saturação de TC de linha ou para deslocamento acentuado do eixo
(componente DC com variação exponencial), pois é baseado no princípio de
detecção de cruzamento da senóide com o eixo.
Comparação Dinâmica
Comparação em Regime
Com este princípio, mostra-se uma condição de carga normal na figura a seguir:
Figura 3.60 – Comparação de Fase em Condição Normal. Proteção Digital.
Figura 3.62 – Comparação de Fase para Curto Externo à LT. Proteção Digital.
Esse tipo de sofisticação só foi possível com o advento da proteção digital, como
mostrou o exemplo.
Detecção de Direção
Cálculo de Distância
Era também possível medir as diferenças de tempo entre várias reflexões de ondas
trafegantes no terminal e calcular a distância do ponto de medição até o ponto de
falta F.
Experiência de utilização
Este tipo de proteção surgiu nos anos 70. Apesar de ter uma boa concepção quanto
ao princípio de funcionamento, talvez em decorrência da tecnologia existente na
época para detecção e medição a proteção não teve, de modo geral, um
desempenho satisfatório.. Considerando também o aspecto custo x benefício, as
proteções convencionais quanto à concepção prevaleceram e esta proteção caiu em
desuso.
Uso da Tecnologia Digital
Figura 3.68 – A Conexão Delta dos TC’s Auxiliares Bloqueia a Seqüência Zero
Regra Prática:
No lado Delta do Transformador de Potência, os TC’s devem ser conectados em
estrela aterrada.
No lado Estrela Aterrada do Transformador de Potência: Tem que haver uma
conexão Delta no circuito dos TC’s.
Regra Prática:
Seja através dos TC’s principais ou através dos TC’s auxiliares, deve-se
representar no circuito dos TC’s (lado secundário – cablagem) a mesma
conexão com as mesmas polaridades do Transformador de Potência
protegido (lado primário – potência).
Observa-se que neste caso a proteção diferencial deve possuir três entradas de
corrente. A soma das três correntes é que permitirá a verificação de existência
de corrente diferencial (curto-circuito dentro da área de proteção).
Neste caso não há transformação de nível de tensão e a corrente que flui nos dois
lados do equipamento protegido como reator, motor ou gerador é a mesma (lado
da linha e lado do neutro). Assim sendo não há dificuldades como aqueles
mencionados para o caso de transformador, como a adequação de defasamentos
ou correção de módulos.
Para a maior parte das proteções disponíveis, a preferência é que todos os TC’s
tenham a mesma relação de transformação. Para modernos relés digitais pode-se
fazer o condicionamento dos dados de cada TC (através de “TC’s auxiliares
digitais”) e há muito mais flexibilidade quanto a este aspecto.
Figura 3.75 – Barra
Esse é o aspecto que faz com que a proteção diferencial de linha de transmissão
seja tratada de modo diferenciado do caso de equipamentos ou barras que estão
confinados em ambientes de subestações.
Em condição normal de carga, o erro pode não ser muito grande, mas numa
condição de curto circuito, esse erro seria amplificado.
Assim, esse relé de sobrecorrente que mediria ID teria que ser ajustado com um
valor alto, o que impediria que a proteção tivesse sensibilidade para curtos
internos de baixa corrente.
Esse esquema de simples balanço de corrente foi tentado apenas nos primórdios
da tecnologia de Proteção (primeira metade do século 20), ou adotado apenas
em esquemas improvisados na falta de outros melhores.
Para um curto externo, com grande corrente diferencial, a restrição também seria
grande, com o valor percentual da corrente diferencial não atingindo o valor de
atuação. Para um curto interno, a restrição continuaria grande, mas
percentualmente a corrente diferencial seria grande, e a proteção atuaria. Num
gráfico, teríamos:
Figura 3.79 – Característica da Proteção Diferencial Percentual
Se a proteção for ajustada para operar com valor > ∆V, então ela será estável
para curto externo, mesmo com um TC totalmente saturado. Para ajuste dessa
proteção há necessidade de se conhecer:
Valor das resistências dos cabos secundários dos TC’s até a proteção (adota-se
a maior resistência).
Valor da resistência do secundário do TC (valor de fábrica).
Uma proteção diferencial que mede apenas a corrente residual dos circuitos dos
TC’s (correspondente à corrente de terra), chama-se Proteção Diferencial
Restrita de Terra (“REF – Restricted Earth Fault”). Geralmente é aplicada a um
enrolamento de Transformador (desde que seja enrolamento estrela – aterrada).
A figura a seguir mostra um esquema típico:
Uma proteção de sobrecarga (proteção térmica – Código 49) deve, portanto, emular
as condições de aquecimento do componente protegido em função da corrente
através desse componente.
Onde:
Onde:
K = Sobrecarga térmica
Iequiv = Corrente de carga / sobrecarga. No relé, a maior corrente de fase.
k = fator associado à fórmula do estado térmico.
Iθ = corrente a plena carga da mesma fórmula do estado térmico
2
θ= Estado térmico inicial (Exemplo, se 30%, então θ = 0,3)
2 2
θTRIP = Estado térmico do trip (Exemplo, se 100%, então θTRIP = 1,0)
A unidade 50BF necessita ser ajustado de tal modo que detecte todas as
condições de curto circuito que possam estar associadas ao disjuntor respectivo.
Em algumas instalações, essas correntes podem ser inferiores à corrente de carga
(para sensores de fase). Neste caso, pode-se até manter esses ajustes inferiores
à carga, portanto com o elemento 50BF constantemente atuado em condição de
carga.
Tempo Morto
Permite religamento com tensão na linha e sem tensão na barra (linha viva / barra
morta).
Permite religamento com tensão na barra e sem tensão na linha (linha morta /
barra viva).
Permite religamento com tensão em ambos os lados, com:
Verificação da diferença de módulos das tensões comparadas (ajustável).
Verificação do ângulo de fase entre as tensões comparadas (ajustável).
Verificação do escorregamento (diferença de frequência) entre as tensões
comparadas (ajustável).
Motor auxiliar ou Motor Gerador. Usado para operar equipamentos Auxiliary motor
88 auxiliares como bombas, excitatrizes, etc. or motor
generator.
Chave de Linha. Usado para interruptor de carga, ou chave de Line switch
isolamento em um circuito de potência CA ou CC, quando este
89
dispositivo é eletricamente operado ou tem acessórios elétricos
como uma chave auxiliar, trava magnética, etc.
Dispositivo de Regulação. Funciona para regular uma quantidade Regulating
ou quantidades como tensão, corrente, potência, velocidade, device.
90
frequência, temperatura e carga a um certo valor ou entre certos
limites.
Relé Direcional de Tensão. Relé que opera quando a tensão Voltage
91 através de um disjuntor ou contator aberto excede um dado valor directional relay
numa dada direção.
Relé direcional de Tensão e Potência. Relé que permite ou causa Voltage and
a conexão de dois circuitos quando a diferença de tensão entre eles power
92 excede um dado valor numa direção pré determinada e, causa a directional relay
desconexão destes circuitos quando a potência fluindo entre eles
excede um dado valor ina direção oposta.
Contator de Mudança de Campo. Funciona para aumentar ou Field changing
93 diminuir em um degrau o dalor da excitação do campo de uma contactor
máquina.
Relé de “trip” ou de permissão de “trip” Tripping or
94
trip-free relay
Usados para aplicações específicas, quando nenhuma das
95
anteriores atende.
96
97
Componentes
Telecomunicações
Desde o advento de sistemas elétricos no fim do século passado e até os anos 80, a
tecnologia eletromecânica era empregada em grande escala para os relés de
proteção.
• Comparadores de amplitude
• Comparadores de ângulo de fase
• Unidades auxiliares
• Unidades de temporização
• Elementos térmicos
• Etc.
Vantagens
Desvantagens
Custo. Uma proteção eletromecânica tem um custo que pode ser considerado, hoje,
elevado em função da tecnologia que envolve dispositivos de alta precisão, inclusive
no aspecto mecânico, que demandam infra-estrutura e mão de obra especializada
na sua fabricação. Ainda mais para funcionalidades mais complexas, a composição
e o ajuste de elementos eletromecânicos apresenta custos elevados.
Custo da Instalação e Cablagens. O uso de relés eletromecânicos não permite
usufruir a maior parte dos recursos hoje existentes de comunicações (digitais, em
fibras ópticas), demandando instalações onerosas e pesadas quanto a painéis e
cablagens.
Vantagens
Relés com tecnologia estática estão, hoje, aplicadas na proteção da maior parte das
linhas de transmissão de Extra Alta Tensão do nosso País. Para linhas de Alta
Tensão, ainda existe uma parte significativa de proteções eletromecânicas
(tecnologia mista) instaladas.
Desvantagens
São relés nos quais os valores AC medidos são seqüencialmente adquiridos por
amostragem e convertidos na forma de dados numéricos através de multiplexadores
e conversores analógicos / digitais. Microprocessadores executam operações
aritméticas e/ou lógicas, com base em algoritmos que emulam funções de proteção
(sobrecorrente, sobretensão, impedância, diferencial, etc.).
Vantagens
Custo da instalação. Para uma nova subestação, observa-se que, com o uso de
fibras ópticas, se reduz substancialmente os cabos de comando e controle de cobre.
Principalmente se a ARQUITETURA contemplar processamento distribuído, com
aquisição de dados e comandos junto aos processos.
Flexibilidade e sofisticação a baixo custo. Tudo o que pode ser feito por um
computador digital pode ser feito por uma proteção numérica. Assim,
funcionalidades de proteção antes impossíveis de serem realizadas a custo
razoáveis são possíveis com relés numéricos.
Cuidados
Sensibilidade a Surtos. Tanto os relés com tecnologia estática como os relés digitais
necessitam de proteção especial e blindagem para surtos e interferências
eletromagnéticas, tanto nos circuitos que chegam e saem da proteção como para as
interferências irradiadas. Surtos ou interferências de baixa energia já são suficientes
para danificar os modernos circuitos digitais. Assim, cuidados especiais são
tomados para separar a parte “suja” (Cablagens ligadas a TP’s, TC’s, comandos de
disjuntores, alimentação CC) que estão sujeitos a surtos, da parte “limpa”.
São elementos que operam na faixa de 25 a 60 Hz, têm tempo de atuação na faixa
de 5 a 50 ms (“instantâneos”) e apresentam relação “drop out / pick up ” na faixa
de 45 a 90 %. Três tipos de dispositivos utilizam o fenômeno da atração
magnética:
Polar: tem polarização via ímã permanente e a corrente (CC) de atuação cria
outro campo que se soma ou subtrai ao campo do ímã. Assim, dependendo da
DIREÇÃO da corrente de atuação (CC), o contactor se move para um lado ou
outro. Trata-se de um dispositivo rápido e sensível. É utilizado para determinação
de Direção de corrente.
Trata-se de um dispositivo que opera com baixa energia, sendo portanto rápido e
sensível. É usado como contator / discriminador.
| SO | > | SR |
Balanço de corrente:
Figura 5.5 – Comparador. Balanço de Corrente/
Opera quando
2 2
| IO | ≥ | IR | + K
Disco de Indução:
Bobina Móvel:
F = B . S . IO - B . S . IR
Atua para faixas amplas de correntes. Tem alta sensibilidade, com baixa energia
para atuação.
Figura 5.7 – Comparador. Bobina Móvel.
Disco de Indução:
Cilindro de Indução:
| SO | > | SR |
|Z| ≤ 1
SO = S1 + S2 e SR = S1 - S2
Teremos:
| S1 + S2 | ≥ | S1 - S2 |
|W+1| ≥ |W -1|
Assim, se S1 = V / ZP e S2 = I tem-se:
S1 / S2 = Z / ZP= | Z / ZP | com ângulo θ - β .
5.3.1 Componentes
Peças
Comparação de magnitude
Comparação de Ângulo de Fase
Unidades de Amplificação
Exemplo:
Exemplo:
Circuitos anunciadores
Temporizadores
Circuitos de selo
Circuitos isoladores
Circuitos Integrados
6. BIBLIOGRAFIA