Tintas Offset

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06/04/2020 Tintas Offset

TINTAS

Patrocínio Bazar do Gráfico - www.bazardografico.com.br

1. Definição

A tinta para impressão offset é um fluido de alta viscosidade, constituído por um ou mais pigmentos
dispersos num verniz que, após aplicada sob a forma de uma fina camada a um suporte e passada por um
processo de secagem, se converte num filme aderente ao suporte.

2. Tipos de tintas offset

Os tipos de tintas offset referem-se a um conjunto de características específicas quando a aplicação.


Os principais tipos de tintas offset encontradas no mercado são:
· tintas de escala;
· tintas com cores especiais;
· tintas metálicas;
· tintas de segurança ou para aplicações específicas.

2.1. Tintas de escala


As tinas de escala referem-se as quatro cores bases utilizadas na quadricromia (cyan, magenta
amarelo e preto).
Existem padrões quanto as características de tonalidade, luminosidade e saturação, em diversas região
do mundo (de acordo com os gostos e sensações das pessoas que vivem nessas regiões).
Os padrões de escala mais conhecidos são:
· escala Europa: a mais utilizada no Brasil e em países da Europa;
· escala Toyo: utilizada no Japão e em países asiáticos;
· escala Kodak: utilizada na América do norte;
· escala DIN (alemã): utilizada na Alemanha e alguma países da Europa.

Escala (cromia).
Fonte: CAPARROZ, 2012.

Para facilitar as comunicações referentes às características para as tintas de impressão offset, a ISO
(International Organization for Standardization) criou padrões colorimétricos que são utilizados por muitos
fabricantes de diversos países. Maiores informações podem ser obtidas nas normas ISO 2846 e 12647.

2.2. Tintas com cores especiais


As tintas com cores especiais são aquelas com cores diferentes das tintas de escala, ou seja, tintas que
não sejam cyan, magenta, amarela ou preta. Essas tintas possuem o processo de fabricação muito similar às
tintas de escala.
Na maioria dos casos as cores especiais são empregadas com o intuito de reproduzir uma cor que não
pode ser gerada pela junção das cores de escala, ou para facilitar o processo de impressão.

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Cores especiais.
Fonte: CAPARROZ, 2012.

As tintas com cores especiais são obtidas através da mistura de diferentes tintas ou diferentes bases de
tintas, já as cores metálicas são obtidas por pigmentos específicos (ouro: pó de bronze; prata: pó de alumínio)

As cores especiais podem ser produzidas a partir de fórmulas particulares, passadas entre as gerações
de impressores, catálogos próprios desenvolvidos pelas gráficas ou fabricantes de tintas ou ainda com a utilização

do catálogo Pantone® (marca registrada) que é conhecido mundialmente.


Diversos fabricantes de tintas do mundo pagam licença para a Pantone e utilizam o catálogo.
Como o catálogo Pantone é o mais utilizado, ele será tomado como exemplo descritivo para formulação
de cores especiais.

O catálogo Pantone contém duas linhas, uma para papel revestido e outra para papel não revestido. A
versão lançada na DRUPA 2012 possui quatorze cores de base (mais o branco transparente), com as quais
podem ser formuladas 1677 cores especiais diferentes.

Sua utilização é simples, conforme exemplo a seguir, basta seguir as recomendações das bases e
quantidades que devem ser utilizadas.

Representação do Guia Pantone – visão geral

A partir da ilustração anterior, nota-se que:


· o código da cor escolhida é o 157;
· o suporte de base é do tipo C, que significa coated (revestido).

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A formulação pode ser feita em partes, assim, por exemplo, para produzir certo volume aleatório de
tinta, poderia ser utilizado como elemento unitário um copo descartável. Neste caso, para a produção da cor 157
C, seriam necessários seis copos de Pantone Yellow (amarelo), dois copos de Pantone Rubine Red (vermelho
rubi) e oito copos de Pantone White Transparent (branco transparente)
Outra forma, a mais convencional, é usar o valor de porcentagem. Assim, para a produção, por
exemplo, de 1500g (100%) da cor especial 157 C, seriam necessários 562,5g (37,5%) de Pantone Yellow, 187,5g
(12,5%) de Pantone Rubine Red e 750g (50%) de Pantone White Transparent.

A cada adição das cores de base e verificação do resulto cromático é necessário utilizar um
estratificador (que espalha a tinta) que aplique uma película com espessura semelhante àquela empregada na
impressão.
Na maioria dos casos emprega-se o Quick Peek, equipamento que tem como função estratificar a tinta
e transferi-la para o substrato.
Para formulações mais técnicas podem ser utilizados também equipamentos mais automatizados, como
Prüfbau ou o IGT.

Equipamentos para prova de tinta.


Fonte: CAPARROZ, 2012.

2.3. Tintas metálicas


As tintas metálicas são utilizadas para promover algum efeito metálico no impresso, as mais utilizadas
são a tinta ouro e a tinta prata.
Essas tintas possuem pigmentos específicos, diferentes dos utilizados nas tintas de escalas ou tintas
com cores especiais. Os pigmentos são pó de alumínio (tinta prata) e pó de cobre (tinta ouro). A tinta ouro também
pode conter pó de zinco misturado com o cobre, nesse caso o elemento resultante entre a mistura de cobre com
zinco (liga) é chamada de latão.
Como alternativa pigmentos coloridos adequados podem ser misturados com tinta prata, promovendo
efeitos metálicos de outras cores.

Tintas metálicas.
Fonte: CAPARROZ, 2012.

Suportes revestidos possibilitam maiores efeitos metálicos, e são os mais indicados para impressão
com tintas metálicas.
Por estas tintas serem muito pigmentadas e possuírem uma opacidade excepcional, não é necessário
ou mesmo recomendado tentar aumentar seu efeito com a aplicação de alta carga de tinta, pois isso sempre

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acaba levando a problemas como acúmulo, decalque, tempos demasiadamente longos de secagem e resistência
à abrasão insuficiente.
Quando a área de cobertura for muito grande (chapados) evitar imprimir a tinta metálica na última
unidade de impressão. Alisar a impressão com blanquetas adicionais (rebatimento) sempre ajuda a melhorar o
efeito metálico.
Pigmentos metálicos que contém cobre (tinta ouro) são particularmente susceptíveis à corrosão (que
reduz o brilho da impressão). É recomendado a utilização de solução de molhagem com pH acima de 5.5 para
assegurar um melhor efeito metálico. O volume da umectação deve ser mantida ao mínimo possível,
especialmente quando a transferência da tinta também for baixa, para prevenir emulsificação excessiva, filme
inadequado de tinta e problemas de secagem.
Tintas metálicas a base de alumínio são mais fáceis de serem impressas do que as que contêm latão
(tinta ouro), pois os pigmentos pratas são mais finos.
Qualquer acabamento de superfície, para melhorar a resistência à abrasão, afetará o efeito metálico. A
melhor solução ainda é envernizar a superfície com verniz a base de água.

Em alguns tintas douradas são misturadas pelo impressor imediatamente antes do uso, utilizando uma
pasta bronze e um verniz bronze. Se este procedimento é feito com critério ou seja, sem o uso de misturadores
rápidos que podem aquecer desnecessariamente, o produto resultante pode oferecer um maior efeito metálico.
Porém na maioria dos casos as tintas ouro já são compradas prontas para o uso (prémisturadas).
Já as tintas a base de alumínio são fornecidas prontas para o uso, uma vez que os pigmentos de
alumínio são menos suscetíveis à oxidação que os de pó de latão.
O tempo de armazenagem de tintas metálicas não deve exceder 6 meses.
É sempre aconselhável aplicar verniz base água em impressos com tintas metálicas, para aumentar a
resistência ao atrito.
Caso o impresso for receber plastificação e possuir grandes áreas de chapados, utilizar tintas com
menos concentração de pigmentos e evitar cargas excessivas, pois os agentes deslizantes da tinta (slip agentes)
reduzem a fixação da plastificação.
Caso for ser impresso tinta de escala por cima da tinta metálica deve-se utilizar tinta de escala
adequada, é importante verificar com os fornecedores de tinta.

2.4. Tintas de segurança ou para aplicações específicas


As tintas de segurança tem por objetivo dar alguma característica técnica específica para o impresso. A
grande maioria visa aumentar a segurança dificultando falsificações, porém algumas visam apenas dar diferencial
no produto impresso (diz-se agregar valor ao impresso).
É importante verificar as condições de uso com o fornecedor da tinta, pois é comum condições
específicas dependendo do tipo de tinta, condições como características da solução de molha, tipo de chapa
(relevo ou plana) etc.
Dentre algumas tintas que podemos considerar de segurança pode-se citar:
· fotocromáticas: são tintas que quando impressas não são visíveis ou pouco visíveis em iluminação
interna, porém quando expostas a luz solar tornam-se visíveis;
· fosforescente: possui a propriedade de armazenar uma certa quantidade de energia enquanto
exposta à luz e refleti-la no escuro;
· fluorescentes: as tintas fluorescentes, também chamadas de luminosas, são tintas especiais que
propiciam um efeito luminoso;
· sensitiva UV: quando impresso fica invisível, porém quando visto em luz negra (UV) aparece na
forma esverdeada;
· branco reativo a metal: a impressão não é visível, porém raspando-se um metal ela aparece em
tom de cinza (muito usada como tinta de segurança em embalagens de remédio);
· hidrocrômicas: mudam de cor na presença de água;
· termocrômicas: mudam de cor ou aparecem em determinadas temperaturas, podendo essa
mudança ser reversível ou não;
· tinta reativa: reagem com alguns produtos químicos alterando sua característica, muito utilizada em
impressos de valores como cheques.

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Tintas para aplicações especiais.


Fonte: CAPARROZ, 2012.

3. Linha de tinta

A linha de tinta refere-se às características de aplicação e de resultados esperados. Pode ser de


qualquer um dos tipos de tinta (escala, especiais, metálicas ou de segurança). Existem muitas linhas de tinta no
mercado, muitas inclusive são para aplicações específicas de alguns poucos clientes.

Exemplos de algumas linhas de tinta:


· Atóxica: linha de tinta empregada na confecção de embalagem para alimentos e brinquedos.
Apresenta baixíssimo teor de metais pesados em sua composição. Em alguns casos a taxa de persistência de
metais pesados é zero, já que os pigmentos de origem metálica (óxidos metálicos) são substituídos outros
componentes. Verificar maiores informações com o fornecedor de tintas antes de imprimir a embalagem.
· Set rápido: (também chamada de secagem rápida) possui secagem mais rápida do que tintas
normais. Empregada de forma geral em papéis revestidos e substratos de baixa porosidade;
· Concentrada: maior concentração de pigmentos, deixando a tinta mais forte, costuma-se dizer tinta
mais concentrada;
· Para laminados e sintéticos: empregada em substratos que apresentam baixa aderência
superficial e pouca ou nenhuma absorção, essa linha também é conhecida como foil (lâmina);
· UV: linha de tinta que sofre mudança de fase por ação de radiação UV. Essas tintas sofrem
processo de foto polimerização, passando então para o estado sólido. Seu uso vem crescendo em impressão
offset;
· EB: linha de tinta que muda de estado por ação bombardeamento de feixe de elétrons (EB –
electron beam – feixe de elétrons). Ainda pouco utilizada em impressão offset;
· Metalgrafia: linha empregada para impressão em folhas de flandres; sua secagem é por termo
polimerização ou por radiação UV, dependendo da impressora utilizada.

4. Processos de secagem das tintas

Consideramos como processo de secagem as diferentes maneiras nas quais as tintas se fixam e/ou
solidificam no suporte impresso. Na maioria dos casos não ocorre apenas um processo de secagem de uma
determinada tinta, ocorrem vários processos até a tinta estar seca, sendo normalmente um o predominante.
Os principais processos de secagem das tintas de impressão offset são:

· absorção (penetração);
· evaporação;
· oxidopolimerização (polimerização oxidativa);
· cura (polimerização induzida por radiação).

4..1 Absorção (penetração)


Essa secagem acontece pela interação entre tinta e substrato. Ela depende muito da viscosidade dos
componentes da tinta, do veículo e da capacidade de absorção do substrato.

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A tinta começa a penetrar no substrato no momento da impressão através de pequenos capilares


(poros) existentes no papel. Consequentemente a penetração da tinta depende da absorção do substrato e da
viscosidade da tinta.
Nas máquinas coldset as tintas secam exclusivamente por penetração. Neste caso as tintas são
produzidas basicamente com óleo mineral que penetram rapidamente no substrato devido a sua baixa densidade
molecular. A tinta juntamente com o óleo penetra rapidamente no substrato. Porém o óleo mineral não sofre
processo de oxidação por isso a tinta não seca completamente, prova disso é que mesmo depois de anos, se
alguém atritar a superfície do jornal a tinta acaba saindo nos dedos.
Em substratos revestidos ou microporosos acontece uma secagem chamada de penetração seletiva.
Neste processo os óleos mais finos (normalmente o mineral, e em alguns casos os vegetais) presente no veículo
da tinta tende a se separar e penetrar no substrato, deixando na superfície os óleos mais grossos, os pigmentos e
o verniz. Como grande parte do verniz não penetra, ocorre a filtração seletiva. Este processo também é chamado
de secagem inicial ou setting. O verniz solidifica predominantemente por oxidopolimerização (polimerização pela
ação do oxigênio).
Setting – Secagem inicial da tinta. Remoção de líquido da superfície da película, o que permite o leve
toque sobre a superfície do impresso após alguns segundos. Ajuda a reduzir falhas de decalque.

4.2. Evaporação
Consiste no aquecimento gradual do substrato e da película de tinta nele contido por meio de calor
(resistências ou queima de gases).
Impressoras heatset costumam trabalhar num processo combinado de secagem onde a substrato
impresso passa por um secador (alta temperatura por queima de gases) , ocorrendo à evaporação dos da tinta e
depois por um sistema de resfriamento (chill rools), onde ocorre um choque térmico e a tinta é solidificada.

4.3. Oxidopolimerização (polimerização oxidativa)


Esse processo ocorre pela ação do oxigênio com os óleos ou componentes secativos das tintas (os
componentes absorvem o oxigênio). Nesse processo o oxigênio realiza ligações cruzadas com os componentes,
sendo conhecido como reticulação polimérica.
A reticulação polimérica é um processo que ocorre quando cadeias poliméricas lineares ou ramificadas
são interligadas por ligações covalentes, um processo conhecido como crosslinking ou ligação cruzada, ou seja,
ligações entre moléculas lineares produzindo polímeros tridimensionais com alta massa molar. Com o aumento da
reticulação, a estrutura se torna mais rígida.
Por causa da ligação cruzada, a cadeia polimérica perde a sua fluidez e, como resultado, deixa de ser
moldada.
Nas tintas convencionais o processo de secagem final é feito por oxidação.
Para auxiliar a entrada do oxigênio nas pilhas de papel formadas nas máquinas planas, é utilizado o pó
anti decalque que tem a função de evitar o decalque e de formar um pequeno espaço entre as folhas permitindo
assim a secagem final.
Para a impressão de materiais não absorventes deve-se utilizar tintas totalmente oxidativas ou tintas
por cura UV.

4.4. Cura (polimerização induzida por radiação)

A cura é um processo que consiste no entrelaçamento das moléculas da tinta fazendo com que esta
solidifique. A diferença entre secagem e cura é que na secagem há alguma perda de solvente (evaporação,
absorção ou oxidação) da tinta e na cura não há nenhuma perda de solvente e todos os componentes se
solidificam.
Existem dois tipos de cura por radiação utilizadas em offset, sendo:
· cura por radiação ultravioleta UV;
· cura por bombardeamento de elétrons (electron beam, EB).

4.4.1. Cura por radiação ultravioleta (UV)


Consiste na exposição da película de tinta impressa a raios ultravioleta (UV) gerados por uma fonte
apropriada que se encontra na máquina impressora ou próximo a ela, fazendo com que a película solidifique-se
quase que instantaneamente.

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Princípio de cura UV.


Fonte: CAPARROZ, 2012.

A radiação UV quebra a ligação entre os átomos do fotoiniciador, que passa a produzir radicais livres. A
seguir esses radicais iniciam a ligação entre os monômeros (solvente) e os oligômeros (resina), ocorrendo a
reticulação, o resultado final é a formação de polímeros insaturados, que fazem ligações com outros polímeros
insaturados gerando polímeros saturados terminando e finalizando o processo de solidificação.

Fases de cura das tintas ultravioleta.


Fonte: FERNANDEZ e CAPARROZ, 2012.

Sistemas de cura por radiações UV podem ser integrados com dispositivos para eliminação do oxigênio
durante a cura, pois o oxigênio dificulta a passagem da radiação, gerando maior consumo de energia e
aquecimento, o que pode deformar o suporte.
É muito utilizado a injeção de gás nitrôgênio nas câmaras de secadores, enchendo essa câmara e
expulsando o gás oxigênio (pois o nitrogênio é mais leve que o oxigênio).
Esse processo é conhecido como secagem inerte (o nitrôgênio não reage com radiação UV, é inerte).
Os principais benefícios da utilização de secagem inerte são: menor consumo de energia, menor geração de gás
ozônio, menor ataque ao suporte (amarelamento no caso de celulósicos ou distorções no caso de plásticos).

4.4.2. Cura por feixe de elétrons (electron beam EB)


A cura por feixe de elétrons é uma tecnologia largamente utilizada na indústria farmacêutica para
medicamentos secos e na esterilização de instrumentos médicos e de leite. EB é uma tecnologia perfeitamente
segura e já utilizada pela indústria de impressão litográfica desde 1960.
Na cura EB, uma cortina de elétrons acelerados é emitida para o suporte (em uma câmara fechada).
Quando os elétrons energizados atingem a tinta ou verniz, o processo de cura acontece instantaneamente.
As tintas EB não tem a desvantagem de requerer fotoiniciador, tais como aquelas necessárias na
impressão UV.
O processo de EB oferece melhores resultados se realizado numa atmosfera inerte. O ar que
respiramos contém 78% de nitrogênio, porém a parte restante de oxigênio enibe a radiação EV/UV reduzindo a

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eficiência do processo de cura.

Princípio de cura por radiação EB.


Fonte: CAPARROZ, 2012.

5. Produtos auxiliares

Os produtos auxiliares que são produtos utilizados quando se quer fazer alguma alteração nas
características originais da tinta.
Sua utilização visa atender determinadas necessidades que o impressor possa vir a ter no dia a dia.
Porém aconselha-se utilizar a tinta pura, como veio da fábrica, e quando realmente necessário utilizar os produtos
auxiliares de acordo com as recomendações dos fabricantes desses produtos (ler o rótulo).
Dentre os principais produtos auxiliares podemos citar:
· diluente mineral;
· diluente vegetal;
· pasta anti-tack;
· cera deslizante;
· verniz mordente;
· pasta anti-decalque;
· secante.

Diluente mineral: tem por objetivo principal aumentar a penetração da tinta no suporte através da
redução de sua viscosidade. Isso ajudará na secagem inicial (setting) da tinta. Outra função é ajudar na cobertura
(espalhamento) em papeis que apresentam superfícies irregulares, como papeis reciclados.
É fabricado com óleos minerais que não oxidam; por consequência, se adicionado em excesso tende a
causar velatura e diminuição do brilho, assim como prejudicar a fixação da tinta no suporte.
Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

Diluente vegetal: costuma-se apresentar em estado líquido e é geralmente formulado à base de óleo
de linhaça refinado ou óleo de soja.
Sua principal função é reduzir a viscosidade da tinta melhorando a cobertura (espalhamento) em
suportes irregulares. Não afeta muito a penetração da tinta, principalmente em suportes microporosos.
Seu uso em excesso tende a retardar a secagem da tinta.
Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

Pasta anti-tack: tem a função de reduzir o tack da tinta sem alterar muito sua viscosidade. Indicada
para impressão em suportes de colagem deficiente ou para adaptar o tack das tintas de acordo com a sequência
de impressão.
Usado em excesso tende a causar velatura, diminuir o brilho da tinta, a reduzir a secagem e a fixação
da tinta sobre o suporte.
Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

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Cera deslizante (pasta anti-atrito): Este produto auxiliar contém ceras na forma micro cristalinas.
Quando a tinta está secando essas partículas migram para a superfície, aumentando o deslizamento da tinta e
consequentemente a resistência ao atrito.
Evitar o uso em impressos que vão receber plastificação ou qualquer outro tratamento de superfície
(envernizamento) e em tintas que farão cromias em máquinas monocolores ou bicolores).
Usado em excesso, prejudica o brilho e dificulta a aderência de vernizes sobreimpressão (UV e Base d’
Água).
Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

Verniz mordente: tem por objetivo aumentar o tack e a viscosidade de tintas que estejam causando
problemas de velatura, excesso de ganho do ponto ou repinte. Deve ser aplicado em tintas muito fluídas, que
atingiram tal estado por uma questão de aumento de temperatura ou falha operacional. Em excesso, tende a
retardar a secagem da tinta e provoca arrancamento superficial do substrato.
Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

Pasta anti decalque: é adicionada em impressos que possuem tendência ao decalque (tipo de papel,
área de imagem etc). Este produto contém partículas de amidos quimicamente tratados, cujas dimensões são
pouco maiores que as da camada de tinta impressa. Por tal motivo estas partículas sobressaem da superfície da
película de tinta impressa, separando um impresso do outro e assim evitando o decalque.
Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

Secante: a função do secante é acelerar o processo de secagem oxidativa em todo o filme de tinta.
O secante normalmente é fabricado à base de sais orgânicos de metais pesados, como cobalto e
manganês (entre outros), em veículos à base de óleos minerais. Funcionam como catalisadores, isto é, atraem
mais oxigênio para a tinta e o retém dentro da camada de tinta, favorecendo com isso o processo de
oxidopolimerização.
Os principais tipos de secantes encontrados no mercado são:
· secantes de cobalto: trabalham acelerando o processo de secagem oxidativa superficial do filme de
tinta, seu uso é recomendado principalmente quando se trata com cores únicas, que não receberão
sobreimpressão ou em cores finais do impresso. Devido a sua alta atividade catalisadora superficial, não é
recomendado em cores iniciais devido a sua tendência a vitrificação.
· secantes mistos: possuem mais de uma agente catalisador, sendo os mais comuns cobalto,
manganês, que quando combinados aceleram o processo de secagem oxidativa em todo o filme de tinta. Por
tratar-se de um secante de media atividade catalisadora, é indicado para suportes em geral, quando há
necessidade de acelerar o processo de secagem por oxidação. Quando usado em excesso, pode causar
vitrificação, dificultando sobreimpressão de outras cores.

Verificar recomendações do fabricante da tinta e do produto auxiliar.

6. Cálculo de consumo de tinta

O cálculo de consumo tem por objetivo fornecer um valor em massa da tinta que será consumida
durante a execução de um lote de impressos.

Calcular o consumo de tinta é uma tarefa que vem sendo a muito tempo estudada no processo, pois a
tinta quase sempre é o segundo insumo mais caro no processo. Em alguns casos de tintas de segurança pode
chegar a ser o insumo mais caro no processo.
Devido ao seu valor é muito importante ter-se ideia do quanto será utilizada no processo, para que os
orçamentos sejam o mais próximo possível da realidade.

Os métodos comumente utilizados são estatísticos em função da gama de variáveis envolvidas. Com
isso em algumas ocasiões poderá ocorrer sobra e em outras falta de tinta.
Seja qual for a fórmula utilizada é importante o impressor utilizar instrumento de controle de carga de
tinta durante a impressão (densitômetro, espectrofotômetro ou espectrodensitômetro).

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6.1. Fórmula SPANKSG

Peso em kg = S x P x A x N x K x SG
353

Onde:

S = Substrato
Índices adotados para “S”:
· Couché de 1º qualidade.................. 1,0
· Couché de qualidade inferior .......... 1,2
· Semi acetinado................................. 1,4
· Cartões duplex................................ 2,0
· Cartões coated................................ 1,5
· Papel offset de boa qualidade......... 1,6
· Papel-jornal...................................... 1,8
· Papéis e cartões tipo Kraft............... 2,2

P = Processo de impressão
Índices adotados para “P”:
· Tipografia....... 1,0
· Offset............. 0,5

A = Área de impressão (em m²)

N = Tiragem

K = Tipo de grafismo
Índices adotados para “K”:
· Chapado........ 1,0
· Reticulado (proporcional ao percentual: 10% = 0,1; 20% = 0,2 etc)
· Só texto......... 0,2

SG = Peso específico da tinta


Índices adotados para “SG”:
· Branco transparente..........................0,8
· Cores de escala, bases Pantone..... 1,0
· Prata................................................. 1,4
· Branco opaco e ouro........................ 2,0

Na mistura entre as cores de base, deve ser criado um índice que seja representativo em função da
quantidade de cada uma.

Exemplo de cálculo de consumo:


Pede-se calcular a quantidade de tinta a ser consumida por uma tiragem de 50.000 fls, que reproduza
impressos com área chapada nas dimensões de 20x40cm em processo offset e em substrato tipo cartão duplex. A
tinta empregada utiliza 20% de cyan, 40% de prata e 40% de branco transparente.

Temos:
S = 2,0;
P = 1,0;
A = 0,04m2 (20x20cm = 0,2x0,2m);
N = 50.000
K = 1,0
SG = (1 x 0,2) + (1,4 x 0,4) + (0,8 x 0,4) = 1,08.
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Aplicando a fórmula:

S x P x A x N x K x SG = 2,0 x 1,0 x 0,04 x 50.000 x 1,0 x 1,08 = 12,24 kg


353 353

A quantidade de tinta a ser produzida para a impressão do material indicado no exemplo deverá ser de
12,24kg.

6.2. Gráfico com base em valores de densidade


O gráfico é outra maneira de se calcular o consumo de tinta e tem como base valores de médias de
mercado. Seu uso é restrito às cores de escala e a adição de produtos auxiliares compromete o resultado,
podendo induzir a erros.
Para realizar o cálculo é indicado conhecer com o máximo de precisão a área de cobertura da imagem
no impresso. Se for uma área de chapado a cobertura é 100%. Alguns softwares indicam o percentual de
cobertura da imagem.

Representação de Carta consulta – Relação entre densidade óptica e massa – papel revestido

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Representação de Carta consulta – Relação entre densidade óptica e massa – papel não revestido

7. Controle de qualidade e propriedades das tintas

O controle de qualidade, tanto no recebimento quanto na utilização da tinta, visa garantir que cada
propriedade esteja dentro dos padrões preestabelecidos pelo cliente ou fabricante.
No controle da qualidade das tintas utilizam-se equipamentos ou instrumentos de medições para que o
operador possa analisar os resultados comparando-os com os valores preestabelecidos.
Os fabricantes das tintas realizam todos os controles que serão citados além de outros específicos para
a fabricação da tinta.

Podemos dividir as análises das tintas em duas categorias:


· análises físico-químicas;
· análises ópticas.

7.1. Análises físico-químicas das tintas


As principais análises físico-químicas realizadas nas tintas são:
· granulometria;
· viscosidade;
· rigidez;
· tack.

7.1.1. Granulometria
A análise da granulometria tem por objetivo identificar o grau de moagem ou dispersão dos pigmentos
na tinta. A análise é realizada com a utilização de um instrumento chamado grindômetro.
A realização da análise da granulometria é mais comum em laboratórios, os fabricantes realizam esse
controle durante o processo de fabricação, porém algumas gráficas podem realizar a análise no recebimento das
tintas para verificar se está dentro dos padrões.
Para se considerar uma tinta com um bom grau de dispersão é recomendado que a mesma não
ultrapasse valores de cinco micrometros de dispersão.
No entanto algumas tintas podem possuir pigmentos com valores de dispersão maiores, como tintas
metálicas por exemplo.

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Grindômetro.
Fonte: CAPARROZ, 2012.

Tintas que não estejam com o grau correto de moagem ou dispersão tendem a causar desgaste
prematuro das chapas, desgaste das lâminas de tinteiro e rolo alimentador, problemas de voagem
(desprendimento de partículas de tinta ou pigmento na rolaria da impressora) e podragem (partículas da tinta ou
pigmento soltam do impresso quando recebem algum atrito, como o passar da mão).

7.1.2. Viscosidade
A análise de viscosidade tem por objetivo identificar a fluidez da tinta, ou seja, sua viscosidade.
Viscosidade é a propriedade dos fluidos correspondente ao transporte microscópico de quantidade de
movimento por difusão molecular. Ou seja, quanto maior a viscosidade, menor será a velocidade em que o fluido
se movimenta.
Para avaliar a viscosidade em tintas pastosas é utilizado o viscosímetro Laray.

Viscosímetro Laray

Viscosidade abaixo do padrão preestabelecido para a aplicação da tinta pode causar problemas
como:
· ganho de ponto, volatização da tinta (“voagem”/ “névoa”);
· deficiência na distribuição da tinta (baixo poder de cobertura /baixa intensidade de cor / baixo
brilho);
· dificuldade no balanceamento água/tinta (elevado grau de emulsionamento da tinta na água e da
água na tinta).

Viscosidade acima do padrão preestabelecido para a aplicação da tinta pode causar problemas como:
· dificuldade na transferência da tinta;
· perda de definição da imagem impressa;
· acumulo de tinta na rolaria e principalmente na blanqueta.

7.1.3. Rigidez

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06/04/2020 Tintas Offset

A rigidez está relacionada com a resistência inicial que a tinta oferece para iniciar o escoamento
(movimentação).
Também dizemos que a rigidez é a medida da força necessária para retirar a tinta de seu estado de
repouso.
Quando a rigidez é muito elevada, a força à qual a tinta é submetida pelo rolo do alimentador do tinteiro
é insuficiente para colocá-la em movimento. Nesse caso, diz-se que a tinta “dorme” no tinteiro.
O equipamento utilizado para a sua medição é o Laray, o mesmo utilizado para a leitura da viscosidade.
Antes de adicionar produtos auxiliares é importante que o impressor agite bastante a tinta no tinteiro,
para quebrar a rigidez da tinta.

7.1.4. Tack
O tack, também chamado de pegajosidade, refere-se a resistência que um filme de tinta oferece ao ser
dividido em duas partes.
Teoricamente quanto maior o tack da tinta maior a definição da imagem no suporte e menor a tendência
de emulsionamento da tinta, porém a característica de resistência superficial do suporte limita o valor de tack da
tinta, com isso o limite máximo do tack da tinta é a resistência superficial do suporte ao arrancamento.
A força (F) necessária para realizar a separação da película de tinta em duas é proporcional a
velocidade da impressora (V) à viscosidade da tinta (v), a área do filme de tinta (A) e inversamente proporcional a
espessura (e) do filme de tinta, conforme expressa a equação de Stefan:

Os instrumentos utilizados para a medição são o Tack-o-Scope ou o Inkometer.

Instrumentos para medição do tack.


Fonte: CAPARROZ, 2012.

Se o tack estiver acima do ideal podem surgir problemas como arrancamento ou delaminação
superficial do papel, acúmulo de partículas (fibras e cargas minerais) na blanqueta, perda de definição da imagem
e deficiência da distribuição da tinta na rolaria.
Neste caso, para corrigir o problema pode-se adicionar à tinta pasta amaciante ou pasta anti-tack (na
proporção indicada pelo fabricante de tinta).

Se o tack estiver abaixo do ideal podem surgir problemas como entupimento das áreas de reticulas
do impresso, ganho de ponto mecânico, ganho de ponto óptico, dificuldade na distribuição da tinta pela rolaria,
perda de detalhes e nitidez da imagem e volatização da tinta.
Neste caso, para corrigir este problema podemos adiciona á tinta verniz mordente (na proporção
indicada pelo fabricante de tinta).

7.2. Análises ópticas das tintas


As principais análises ópticas realizadas nas tintas são:
· densidade óptica;
· cor.

7.2.1. Densidade óptica


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A densidade óptica da tinta está relacionada com o quanto de luz a camada de tinta consegue absorver.
Quanto mais luz a tinta absorver (não refletir) maior será o valor da densidade
O valor da densidade é obtido pelo logaritmo da opacidade do filme de tinta aplicada sobre o substrato.
O instrumento utilizado para a sua verificação é o densitômetro.
O densitômetro analisa os valores de luz incidente e luz emergente do impresso, e através de filtros de
cor consegue calcular os valores de densidade, área de ponto, ganho de ponto, contraste relativo de impressão,
erro de tom, grau de gris e trapping.

Densitômetro de reflexão

Para o uso deste instrumento é necessário empregar uma tira de controle posicionada adequadamente
no impresso.
Cada zona do tinteiro terá um campo de análise correspondente na tira de controle.

Posicionamento adequado da tira de controle no impresso

O densitômetro não mede cor, apenas reflexão de luz, não sendo recomendado para análises de cores
especiais. Seus filtros foram elaborados para análise das cores de escala.

7.2.2. Cor
A cor da tinta está relacionada aos atributos de tom, saturação e luminosidade.
Para a avaliação das cores e seus atributos utiliza-se o espectrofotômetro e/ou o espectrodensitômetro.
Estes instrumentos são capazes de avaliar a cor em diferentes espaços de cores (CIE, LAB etc.) através da
utilização de diversos iluminantes ou ainda calcular a diferença entre duas cores, por meio de utilização uma
referência e uma amostra, por métodos de determinação de Delta E.

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O espectrodensitômetro é um aparelho que possibilita tanto as leituras de densidade quanto as leituras


de cor.

Espectrodensitômetro

Outro instrumento que já foi muito utilizado para analise dos atributos da cor é o colorímetro. O
colorímetro faz a leitura dos atributos da cor por meio de três iluminantes conhecidos como Rx, Ry e Rz.
Porém devido a evolução dos espectrodensitômetros estão sendo cada vez menos utilizados.

Colorímetro interligado ao computador (catálogo X-Rite)

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