Decreto-Lei N.º 10-D/2020, de 23 de Março
Decreto-Lei N.º 10-D/2020, de 23 de Março
Decreto-Lei N.º 10-D/2020, de 23 de Março
ª série
de 23 de março
CAPÍTULO I
Disposição geral
Artigo 1.º
Objeto
CAPÍTULO II
Artigo 2.º
Serviços críticos de comunicações eletrónicas
3 — Na prestação dos serviços críticos devem as empresas que oferecem redes de comuni-
cações públicas ou serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público dar prevalência,
nos termos previstos no presente decreto-lei, aos seguintes clientes, que são considerados prio-
ritários:
Artigo 3.º
Medidas excecionais
1 — De modo a dar prioridade à continuidade dos serviços críticos referidos no artigo ante-
rior, as empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunicações
eletrónicas acessíveis ao público podem, quando necessário, implementar as seguintes medidas
excecionais:
2 — Caso venha a ser necessário, as empresas que oferecem redes de comunicações públicas
ou serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público podem propor ao Governo a adoção
de outras medidas excecionais, semelhantes ou equivalentes às referidas no número anterior.
3 — As empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunicações
eletrónicas acessíveis ao público ficam autorizadas a repor serviços críticos suportados em redes
fixas através de sistemas, meios e tecnologia utilizados em redes móveis.
4 — As medidas excecionais referidas nos números anteriores devem ser executadas de forma
proporcional, transparente, não podendo basear-se em razões de ordem comercial nem ser mantidas
por mais tempo do que o estritamente necessário para assegurar a continuidade dos serviços em
situação de congestionamento da rede e para ultrapassar a resolução das avarias.
Artigo 4.º
Medidas de gestão de rede e de tráfego
Rede Móvel
Voz Dados
Prioridade 1 . . . . . . . Serviços de voz e SMS . . . . . . . . . Serviços mínimos a suportar no serviço de Banda Larga
Móvel definidos no anexo ao presente decreto-lei.
Prioridade 2 . . . . . . . Não aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . Videochamadas (qualidade padrão) e VPN suportadas em
rede móvel que suportam teletrabalho.
Prioridade 3 . . . . . . . Não aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . Vídeo, videojogos em linha (online gaming) e ligações ponto-
-a-ponto (P2P), bem como todas as demais categorias de
tráfego não referidas nas prioridades anteriores.
Diário da República, 1.ª série
Rede Fixa
Voz Dados
Prioridade 1 . . . . . . . Serviços de voz . . . . . . . . . . . . . . . Serviços mínimos a suportar no serviço de Banda Larga Fixa
definidos no anexo ao presente decreto-lei.
Prioridade 2 . . . . . . . Não aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . Vídeo.
Prioridade 3 . . . . . . . Não aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . Serviços audiovisuais não lineares, designadamente video-
clube, plataformas de vídeo e restart TV.
Prioridade 4 . . . . . . . Não aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . Videojogos em linha (online gaming) e ligações ponto-a-ponto
(P2P), bem como todas as demais categorias de tráfego
não referidas nas prioridades anteriores.
2 — Além das medidas referidas no número anterior, as empresas que oferecem redes de
comunicações públicas ou serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público ficam au-
torizadas a executar outras medidas de gestão de rede e de tráfego, nomeadamente de bloqueio,
abrandamento, alteração, restrição ou degradação de conteúdos, relativamente a aplicações ou
serviços específicos ou categorias específicas dos mesmos, que sejam estritamente necessárias
para atingir os objetivos prosseguidos pelo presente decreto-lei.
3 — As empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunica-
ções eletrónicas acessíveis ao público ficam autorizadas a cursar tráfego específico de serviços
de comunicações interpessoais, através de aplicações de mensagem instantânea ou de voz, sem
restrições.
4 — As empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunicações
eletrónicas acessíveis ao público ficam autorizadas a reservar, de forma preventiva, capacidade ou
recursos de rede nas redes móveis para os serviços de voz e de SMS.
5 — As medidas de gestão de rede e de tráfego previstas no presente decreto-lei só podem
ser adotadas para cumprir os objetivos referidos no n.º 1 e devem ser comunicadas ao Governo
e à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), previamente à sua implementação, ou,
quando a urgência da sua adoção não permita a comunicação antecipada, no prazo de 24 horas
após a sua adoção.
6 — As empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunica-
ções eletrónicas acessíveis ao público ficam obrigadas a manter um registo exaustivo atualizado,
transparente e auditável, identificando entidades, datas e áreas geográficas de cada caso em que
sejam implementadas as limitações e ocorrências previstas nos n.os 1 e 2.
Artigo 5.º
Medidas de priorização de resolução de avarias e de perturbações
Artigo 6.º
Obrigações de divulgação
Artigo 7.º
Sensibilização da população
Artigo 8.º
a) Cumprimento dos parâmetros de qualidade de serviço previstos no anexo da Lei n.º 5/2004,
de 10 de fevereiro, na sua redação atual;
b) Cumprimento dos prazos de resposta a reclamações de utilizadores finais, apresentadas
através do livro de reclamações em formato físico ou eletrónico, nos termos previstos do Decreto-
-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, na sua redação atual;
c) Cumprimento dos seguintes prazos estabelecidos nas deliberações de 21 de março de 2014
e de 21 de novembro de 2019, em execução do Regulamento n.º 560-A/2011, de 19 de outubro,
todos da ANACOM:
i) Prazos de seis e nove meses para assegurar o cumprimento das obrigações de cobertura
em conformidade com as velocidades de referência revistas, mantendo-se em vigor as velocidades
de referência anteriormente fixadas;
ii) Prazo para submeter à ANACOM a informação relativa à fixação e revisão das velocidades
de referência associadas às obrigações de cobertura na faixa de frequências dos 800 MHz.
Artigo 9.º
Medidas de simplificação
a) É dispensada a participação das forças policiais nas intervenções necessárias para asse-
gurar a reposição dos serviços críticos, para garantir a resposta a solicitações especiais de clientes
prioritários e para a instalação de infraestruturas temporárias de aumento de capacidade ou de
extensão de redes a locais relevantes, exceto quando os proprietários não a dispensarem;
b) É dispensada a obrigação de licenciamento temporário de estação ou de rede de radioco-
municações, prevista no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 151-A/2000, de 20 de julho, na sua redação
atual, para suporte à rede móvel e prestação de serviços a clientes prioritários;
c) Os trabalhadores ou agentes que desempenhem funções no domínio da gestão e da operação
da segurança e integridade das redes e serviços de comunicações eletrónicas ficam autorizados,
para assegurar intervenções necessárias à continuidade dos serviços críticos e às necessidades
dos clientes prioritários, a circular livremente por todo o território nacional, incluindo nas zonas que
venham a ser decretadas como de acesso restrito.
2 — Nos casos previstos na alínea b) do número anterior, as empresas que oferecem redes de
comunicações públicas ou serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público devem, no
prazo de 15 dias a contar da cessação de vigência do presente decreto-lei, comunicar às entidades
competentes a realização de obras para a construção de infraestruturas aptas.
Artigo 10.º
Dever de colaboração
CAPÍTULO III
Disposições finais
Artigo 11.º
Prevalência
O disposto no presente decreto-lei prevalece sobre quaisquer outras disposições que com ele
sejam incompatíveis.
Artigo 12.º
Produção de efeitos
O presente decreto-lei produz efeitos desde o dia 20 de março e até à data de cessação das
medidas de prevenção, contenção, mitigação e tratamento da infeção epidemiológica do SARS-Cov2
e da doença COVID-19, conforme determinada pela autoridade nacional de saúde pública.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 13.º
Entrada em vigor
Publique-se.
ANEXO
[a que se referem a alínea c) do n.º 2 do artigo 2.º e a alínea a) do n.º 1 do artigo 4.º]
Conjunto mínimo de serviços que o serviço de acesso à Internet de banda larga deve assegurar
a) Correio eletrónico;
b) Motores de pesquisa, que permitam procurar e consultar todos os tipos de informação;
c) Ferramentas de formação e educativas de base em linha e do ensino a distância;
d) Jornais ou notícias em linha;
e) Compra ou encomenda de bens ou serviços em linha;
f) Procura de emprego e instrumentos de procura de emprego;
g) Ligação em rede a nível profissional (e.g. ligações VPN);
h) Serviços bancários, financeiros e seguros via internet;
i) Utilização de serviços da administração pública em linha;
j) Meios de comunicação social e mensagens instantâneas;
k) Chamadas e videochamadas (qualidade-padrão).
a) Correio eletrónico;
b) Motores de pesquisa, que permitam procurar e consultar todos os tipos de informação;
c) Ferramentas de formação e educativas de base em linha e do ensino a distância;
d) Jornais ou notícias em linha;
e) Compra ou encomenda de bens ou serviços em linha;
f) Procura de emprego e instrumentos de procura de emprego;
g) Serviços bancários, financeiros e seguros via Internet;
h) Utilização de serviços da Administração Pública em linha;
i) Meios de comunicação social e mensagens instantâneas.
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