Arte e Política
Arte e Política
Arte e Política
O uso da tecnologia e das novas mídias foi essencial para que esses coletivos se
articulassem. A internet veio a ser um instrumento de organização, troca,
informação e aprendizado, sem hierarquias e monopólios.
Esse momento de evidência revelou uma vontade crescente, que já ocorre nos
últimos dez anos, de união entre a participação política e ações artísticas e
culturais, criando um território novo, cheio de experimentação estética e de
linguagem.4
Com efeito, a temática da arte política parece ter caído no gosto das principais
instituições de arte a partir de junho de 2013. Desde então houve uma sucessão de
exposições que abordaram a aproximação entre processos artísticos e ativismo
político em importantes eventos de arte no país. De julho a setembro de 2014, no
Rio de Janeiro, a exposição ArteVida, concebida pelos curadores Adriano Pedrosa e
Rodrigo Moura, mobilizou quatro espaços expositivos da cidade. A mostra dividiu-se
nos seguintes módulos: Corpo (localizada na Casa França-Brasil), Arquivo
(Biblioteca Parque Estadual), Política (Museu de Arte Moderna) e Parque (Escola de
Artes Visuais do Parque Lage). Embora tivesse enfoque histórico, trazendo obras
produzidas entre as décadas de 1950 e 1980, incluía discursos de teor político e
referia formas de engajamento político e social para tratar da relação entre arte e
vida. A exposição se dava num momento em que novas formas de pensar o
engajamento político da arte vinham sendo elaboradas e postas em prática. Era, de
certo modo, uma fonte de inspiração histórica para os acontecimentos presentes,
para a arte que vem sendo feita hoje. Essa exposição pretendia lançar um
panorama da arte crítica produzida naquela época, e por mais que não tenha
abordado as recentes manifestações artísticas e ativistas, deu grande destaque
para a relação de arte e política na produção brasileira.
O que estamos argumentando aqui é que talvez o fracasso da fusão arte e vida tão
debatido por Peter Bürger (2008: 100) ainda tenha novos desdobramentos. Se “o processo de
autonomização da arte corresponderia à ocorrência histórica do desligamento da
arte do contexto da práxis vital”, Bürger argumenta que as vanguardas de
princípios do século XX, em seu processo de crítica à arte pela arte, procurariam
fundir arte e vida, fosse por meio da rejeição à autoria, fosse pela crítica ao bom
gosto burguês. A crítica ao bom gosto se daria, contudo, por dentro da instituição
arte e do mercado, numa falsa superação dessa distinção (Bürger, 2008). Ainda
conforme o autor:
Oito anos mais tarde, também a Museum publicaria com grande destaque a criação
do Centro Georges Pompidou em Paris. Reunindo num só espaço as salas
exibitórias de exposições de artes plásticas, biblioteca e espaços
para performances, o centro deslocaria a tradicional centralidade conferida aos
museus de arte e se imporia como novo modelo de instituição de cultura, visando,
antes de tudo, estabelecer uma relação de absoluta proximidade com seu público.
O desejo de fundar uma instituição para as massas se expressava não só no projeto
de Renzo Piano com sua fachada monumental e sua sinalização em neon colorido,
mas também no pronunciamento do, então, presidente Georges Pompidou:
Eu desejo ardentemente que Paris possua um centro cultural que seja ao mesmo
tempo museu e centro de criação, onde as artes plásticas se avizinhem da música,
do cinema, dos livros, da pesquisa audiovisual. O museu não pode ser senão
moderno, uma vez que temos o Louvre (Pompidou apud Fradier, 1978: 77).
O desejo de ruptura com o museu bastião da alta cultura se fazia evidente. Era
preciso atrair o público e romper com a autonomia da arte que a tornava de mais a
mais elitista. Se a arte de vanguarda, ao aproximar-se da vida e, portanto, do
público,7 procurava denunciar o discurso da arte pela arte e subverter o sentido da
arte burguesa, acionando o mecanismo da indústria cultural (Bürger, 2008), não por
acaso o paradigma lançado a partir do Georges Pompidou parece refazer o percurso
da arte moderna e, ao se aproximar da vida, contribuir para uma sociedade do
espetáculo. Com efeito, a partir de finais dos anos 1970, o discurso das vanguardas
passava a ditar as cartas também no interior dos museus.
O processo de ruptura com os museus como bastiões da alta cultura que passam a
se abrir para o grande público e, fazendo uso do discurso crítico das vanguardas,
passam a colocar em xeque critérios estabelecidos pela autonomia da arte ocupa,
com efeito, grande parte das reflexões sobre instituições museais na
contemporaneidade. Iniciado nos idos dos anos 1960 e levado a efeito a partir dos
anos 1970, o processo se deu também no Brasil e parece vir realmente tendo
efetividade no mundo da vida contemporânea.
Se para Bürger, a entrada da crítica nos museus seria sua pacificação e derrota,
Fraser argumenta que haveria espaço para uma instituição crítica. Guardadas as
devidas proporções, mais que remeter às performancesrecentes de Fraser, o
momento aqui discutido parece reencenar outros momentos remetendo tanto às
barricadas de 1968 quanto às experiências radicais de ruptura institucional que se
seguiram: pensamos aqui em Pontus Hultén,9 mas também em Walter Zanini10 e
Frederico Moraes.11 A história se repete (repete?), mas o Georges Pompidou já foi
construído, e seu modelo de centro cultural deveras criticado.
O processo não vem de hoje, mas essas ações de turvamento foram sendo
observadas, no Brasil, principalmente após as manifestações de junho de 2013.
Poder-se-iam aqui enumerar vários eventos de natureza similar que ocorreram
tanto nos espaços públicos quanto nos privados. Neles, ficaram evidentes as
transformações nas poéticas utilizadas tanto por artistas quanto por manifestantes
com o intuito de se expressar e que permitem que Cristina Ribas (2014: 7) − artista,
pesquisadora e curadora − pergunte: “Como falar dos processos estéticos que nos
transformam em nossos cruzamentos com a política?”.
Eles nos procuraram dizendo o seguinte: “A Bienal vai ser sobre arte e política e
nosso trabalho é político, queremos discutir com vocês.” Nós também achamos o
trabalho deles político, se é artístico não sei. Não estou preocupado em fazer esse
julgamento. A proposta foi apresentarmos o trabalho deles como documento. Não
existe picho consentido. Eles vão apresentar slideshows e fotos (Paola, 2010).
A versão de Djan Ivson era outra. Segundo ele, o convite fora feito pelo Ministério
da Cultura, pasta ocupada então por Juca Ferreira.12 O grupo fora procurado após
os ataques de 2008 e vinha mantendo o diálogo “porque a nossa luta na realidade
é de legitimar a pichação como cultura brasileira, mas sem tirar nada da essência
dela”.13
De fato, ainda em dezembro de 2008, Juca Ferreira lançava manifesto sobre o caso
da prisão de Caroline Pivetta, enfatizava o diálogo e a produção de cultura de um
ponto de vista da periferia. Segundo ele, “a agressividade simbólica ainda aparece
como ‘alternativa’, de forma ilusória, a estes jovens submetidos a um cotidiano de
violência, e passa a ser a ‘compensação cultural’ por vezes a seu alcance para fugir
do crime ou da marginalidade de fato”.14
A BIENAL DO ARTIVISMO
A luta das minorias contra um poder que as subjuga, com vistas à transformação
da arte e da sociedade, foi de fato o foco de, talvez, a maior parte dos trabalhos
que compuseram a exposição. De acordo com análise qualitativa em etnografia da
exposição e análise do catálogo da mostra, mais de 50% das obras exibidas faziam
referência explícita a temas presentes no domínio da negociação política da esfera
pública. Os conflitos que envolvem racismo, machismo, gentrificação e homofobia
estão entre as práticas sociais questionadas por meio dos trabalhos apresentados.
Do mesmo modo, muitas das demandas sociais apresentadas pelos manifestantes
de junho de 2013 também serviram de inspiração para os debates estético-políticos
da 31ª Bienal; dos controversos blackblocs, trazidos pela obra Não é sobre sapatos,
de Gabriel Mascaro, às questões de gênero, que ganharam visibilidade, nesse caso,
por exemplo, mediante Linha da Vida/Museu Travesti do Peru, de Giuseppe
Campuzano.
Com efeito, falar dessa bienal requer falar também de coletividade, além do
citado conflito. Essa edição se destacou por ter uma equipe curatorial com cinco
curadores estrangeiros, ou seja, uma curadoria coletiva, em que não houve um
curador chefe. A construção da proposta curatorial dessa edição foi sendo
acompanhada e construída sob o olhar e a avaliação de 15 participantes que se
reuniram em encontros abertos ao público realizados em algumas cidades
brasileiras, e outras pelo mundo, mensalmente de outubro de 2013 a novembro de
2014, período que antecedia a mostra:
Como parte da 31ª Bienal de São Paulo em seu impulso de intercâmbio e formação,
a equipe de curadores (Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Pablo
Lafuente e Oren Sagiv) programou uma série de encontros abertos com
profissionais do meio artístico e com o público geral. A ideia é que os encontros
funcionem simultaneamente como ferramenta de pesquisa e como forma de
avaliação crítica do processo curatorial, envolvendo artistas, críticos, curadores,
estudantes e demais interessados na organização da exposição.19
Esse processo de incorporação de não artistas para dentro de bienais pode ser
observado nos últimos anos em outras bienais ao redor do mundo, como no caso
da 55ª Bienal de Veneza, a “Bienal do impossível”, ocorrida em 2014, e da 7ª
Bienal de Berlim, em 2012, aquela por expor obras de não artistas, como Carl
Gustav Jung, esta por expor trabalhos de ativistas, como o Occupy museum, e dos
pichadores de São Paulo.
Não por acaso, a inauguração do Museu de Arte do Rio, em março de 2013, parece
antecipar a tensão que vem marcando a relação entre espaços expositivos e novas
manifestações artísticas caracterizadas pela politização da arte. Se a festa de
abertura da instituição contava com a presença ilustre da presidente Dilma Roussef,
da ministra da Cultura Marta Suplicy, do prefeito Eduardo Paes e do governador
Sérgio Cabral, do lado de fora, palavras de ordem antecipavam os movimentos
sociais mais amplos que viriam meses mais tarde a denunciar a espetacularização,
falsas imagens e a impossibilidade do consenso em torno de um futuro promissor,
fosse ele simbolizado por copas, olimpíadas ou museus do amanhã.
O Bloco Reciclato, entre apitaço e panelaço, afirmava “o sertão não vai virar MAR” e
perguntava como artistas e coletivos de artistas que circularam com os movimentos
pela moradia podiam, agora, expor os resultados no Museu que é um símbolo da
gentrificação. É possível mostrar seu trabalho sem ser “capturado” pelo dispositivo
MARítimo? É possível “criativos” atuarem criticamente - “dentro” e “contra” - esse
MAR que coroa um projeto de cidade de expulsão dos pobres? É possível que o
próprio MAR atue “dentro” e “contra” esse projeto de cidade? É possível criar outras
institucionalizações da arte que não modulem por meio de seus sutis dispositivos a
crítica constituinte da cidadania?
Espaço de debate e ação. Espaço de uma arte que REAL-liza no aqui e no agora,
que se alimenta e alimenta movimentos sociais e propõe outros tipos de
dissidências, fugindo dos clássicos rituais de protesto.
Antonio Bokel não chama de curadoria o processo de seleção dos artistas que
participam do livro ‘Atemporal’ (Réptil), que reúne trabalhos de 19 representantes
das artes plásticas [...]
-A ideia é que não seja um cubo branco, e o foco também não é a comercialização.
Chamo de ocupação. O livro é resultado de um projeto homônimo que existe desde
2011, com o objetivo de reunir nomes badalados e novos no mercado, para fazer
as tais ocupações:
É um projeto que tem três pilares: internet, livro (que contou com
um crowdfunding) e galeria.
Além desses poderíamos enumerar vários espaços de norte a sul na cidade do Rio
de Janeiro que também possuem caráter colaborativo.26 Algo, porém, que merece
também ser destacado é a maneira como o espaço público está sendo ocupado e
tomado como um lugar de produção cultural, e não só por um curto espaço de
tempo e sem muitos recursos materiais, como as performances de artistas visuais
citadas no início deste texto. Há a emergência de coletivos como o Sarau do
Escritório ou o coletivo SerHurbano, que contam com iniciativas próprias ou com
o crowdfunding (a atual plataforma de se juntar dinheiro via internet), uma
verdadeira estrutura própria para realizar exposições de arte, apresentações,
musicais e saraus, ou seja, manifestações artísticas em geral. E vêm assim
ressignificando e trazendo novos sentidos para as noções de curadoria e espaço
expositivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aproximação entre arte e crítica política da qual tratamos diz respeito a um
processo recente que tem buscado, na ação coletiva e no diálogo com as questões
do dia a dia das minorias sociais, políticas, econômicas e culturais, trazer para a
esfera da arte discussões eminentemente políticas. A proposta de muitos grupos
parece ser discutir as mazelas sociais a partir das linguagens artísticas. Trata-se, de
fato, da politização da esfera da arte. E, ao que tudo indica, no discurso dos atores
sociais, a sociedade civil não mais recebe relatos do que acontece no universo da
arte, ela é convidada a participar e dialogar com as obras de arte, os artistas e os
curadores, não apenas como público observador ou tema dos trabalhos, mas como
coautor. Se nos anos 1940, Benjamin havia diagnosticado a “atrofia do
parlamento”27 e Hannah Arendt falava, nos anos 1950, da substituição da esfera
pública pela predominância da esfera social,28 o que procuramos argumentar aqui é
que parece ocorrer neste momento o surgimento de grupos de interesse
organizados que rompem com esse processo.
Se ao fim dos anos 1960 a crítica das vanguardas se impôs sobre os museus,
abrindo os ditos mausoléus ao discurso democratizante dos centros culturais,
críticos desse processo têm chamado a atenção para o surgimento de museus de
culturas de massas, ao longo das duas últimas décadas do século XX (Huyssen, 1997). O
que argumentamos com este artigo é que, ao longo do último triênio, a difusão
desse diagnóstico no Brasil tem apontado para novas críticas e novos
desdobramentos. Se, como diz Hannah Arendt (2000: 390), as massas são informes e “devem
ser conquistadas por meio da propaganda”, os tempos são outros, e a organização
de grupos de interesse, via redes sociais, vem colocando em xeque tradicionais
mecanismos de cultura de massas e junto com eles museus e centros culturais.
Assim, o que procuramos mostrar é que nesta segunda década do século XXI novas
instituições e arranjos institucionais têm surgido no bojo de uma nova configuração
política que incide com vigor sobre o campo da arte, colocando em xeque sua
autonomia.
NOTAS
1
Este artigo é resultado de pesquisa realizada com apoio do CNPq (Edital Universal)
e Faperj (Jovem Cientista do Nosso Estado).
2
A respeito da noção de esfera pública ver Habermas, 1984.
3
Cf. material de divulgação do Seminário Nacional O Sentido do Público na Arte.
Disponível em: http://www.macniteroi.com.br/?p=1748. Acesso em: 15 abr. 2015.
4
Disponível em <http://oficinas.sescsp.org.br/evento/show/artivismo-criacoes-
esteticas-para-acoes-politicas-vagasdisponiveis>. Acesso em 3 jul. 2015
5
Vale ressaltar que esse museu possui uma relação particular com coletivos
artísticos desde sua inauguração − e que será discutida posteriormente −, relação
que envolve o reconhecimento de alguns desses grupos por essa instituição e ao
mesmo tempo causa repúdio a outros coletivos.
6
Para um balanço histórico das questões que envolvem os centros culturais,
consultar Dabul, 2008.
7
O mote de aproximação entre arte e vida é recorrente no discurso das vanguardas
históricas e serviu tanto para depreciar as instituições museais como aquelas que
apartam os objetos de seu uso no mundo da vida quanto para defender uma
estetização do real que passava pelo design construtivo. A esse respeito, ver, por
exemplo, Fabbrini (2013).
8
O processo, é claro, não se restringe ao Brasil. Nas últimas Bienais de Veneza e
Berlim aspectos semelhantes foram destacados.
9
Importante colecionador e curador sueco, ajudou a fundar o Centro George
Pompidou em Paris e foi seu primeiro diretor. É reconhecido pela inovadora forma
com que governou essa instituição de arte, quando expandiu seus limites
tradicionais abrindo-a a múltiplas atividades.
10
Walter Zanini dirigiu o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo de 1963 a
1978, realizando grandes transformações no perfil da instituição, incentivando
produções artísticas experimentais como videoarte e arte postal.
11
Frederico Moraes é bastante lembrado pela proposta Domingos de Criação que
desenvolveu nos jardins do MAM do Rio de Janeiro em 1971. Nesse evento, artistas
e público eram convidados a realizar obras experimentais artísticas, no entorno das
estruturas do Museu. Esse episódio é lembrado por seu teor crítico institucional.
12
João Luiz Silva Ferreira foi ministro da Cultura de julho de 2008 a dezembro de
2010, tendo assumido novamente a pasta em 2015.
13
Disponível em <http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/pichacao-volta-a-bienal-
pela-porta-da-frente/n1237666372888.html>. Acesso em 3 jul. 2015
14
Disponível em <http://www.culturaemercado.com.br/noticias/juca-ferreia-em-
manifesto-no-caso-da-pixacao-dabienal/>. Acesso em 3 jul. 2015
15
Para uma discussão das políticas do MinC [Ministério da Cultura] a partir do Mídia
Tática Brasil, ver Mussi (2014).
16
Em novembro de 2011, a Hermetic Library relatou em seu blog aumento no
número de acessos ao texto de Hakim Bey, associando o acréscimo
de downloads às citações do texto por membros do movimento occupy wall street.
De fato, a crescente menção ao livreto é visível mundo afora, tanto em movimentos
sociais recentes, quanto em trabalhos de jovens artistas. Cf.
<http://library.hrmtc.com/2011/10/07/hakim-bey-and-the-occupy-wall-
streetmovement/>. Acesso em: 3 jul. 2015
17
Veja-se a arte ambiental de Christo e os prédios envolvidos que se desdobram em
desenhos e gravuras capazes de ocupar as galerias.
18
Em 7 de setembro de 2014, Daniela Labra, publicou no jornal O Globo o texto
“Bienal de Arte de São Paulo - A arte da reflexão”, no qual afirma que a mostra
possuía “caráter eminentemente político”. Além de Labra, Silas Martí, publicou no
jornal Folha de S. Paulo, em 1 de setembro de 2014, a matéria “Bienal retrata
mundo em violenta mutação a partir do olhar de excluídos”, no qual demarcou as
temáticas discutidas na mostra, como por exemplo: a questão de gênero e os
conflitos religiosos.
19
Disponível em <http://www.31bienal.org.br/pt/post/411>. Acesso em 3 jul. 2015.
20
Disponível em <http://www.31bienal.org.br/pt/post/471>. Acesso em 3 jul. 2015.
21
Disponível em <http://www.31bienal.org.br/pt/post/1998>. Acesso em 3 jul.
2015.
22
Disponível em <http://www.31bienal.org.br/pt/information/754>. Acesso em 3
jul. 2015.
23
Cf. Fôlder da exposição.
24
Cf. Casa Nuvem. Disponível em <https://www.facebook.com/casanuvem/>.
Acesso em 1 jul. 2015.
25
Cf. Olho da Rua. Disponível em <https://www.facebook.com/OlhoDaRua06/>.
Acesso em 2 jul. 2015.
26
Apenas para mencionar alguns exemplos, há espaços como És uma maluca, em
Vila Isabel, e a Casa Amarela, na Tijuca, ambos na Zona Norte da cidade, e o
Catete92, no Catete, a X Casa, em Laranjeiras, os dois últimos na Zona Sul. Todos
esses espaços se descrevem como espaços colaborativos de criação artística.
27
A esse respeito, diz Benjamin (1985: 183) na primeira versão de “A obra de arte na era de
sua reprodutibilidade técnica”: “A metamorfose do modo de exposição pela técnica
da reprodução é visível também na política. A crise da democracia pode ser
interpretada como uma crise nas condições de exposição do político profissional. As
democracias expõem o político de forma imediata, em pessoa, diante de certos
representantes. O Parlamento é seu público. Mas, como as novas técnicas
permitem ao orador ser ouvido e visto por um número ilimitado de pessoas, a
exposição do político diante dos aparelhos passa ao primeiro plano. Com isso os
parlamentos se atrofiam, juntamente com o teatro”. O espelho do valor de
exposição seria a sociedade de massas.
28
Pode-se dizer, junto com Adriano Correia (2001: 239), que, para Hannah Arendt, “a esfera
pública de legitimidade democrática tem encolhido cada vez mais. [...] O
desaparecimento da esfera pública tem como consequência o predomínio de um
modelo de sociedade que impõe conformidade e isolamento, o cumprimento de
comportamentos predizíveis e o estabelecimento de uma forma burocrática de
governo: a sociedade de massas”.
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