Dossiê - Revalida PDF
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• Atualmente, temos 336 escolas médicas no Brasil, sendo 58,4% dessas privadas, com
35.198 vagas sendo oferecidas anualmente.
• Somos o país com mais faculdades de medicina por habitantes no mundo, só perdendo
em números absolutos para a Índia.
• Em menos de cinco décadas, o total de médicos no Brasil aumentou 665%, enquanto a
população brasileira cresceu, no mesmo período, 119%.
• É necessário a interiorização médica. A razão nas capitais é de 5,07 médicos/mil
habitantes, enquanto no interior 1,28 / mil habitantes.
• Portanto, sabemos que não é o aumento no número de escolas médicas que produzirá
a interiorização dos profissionais médicos.
• Deterioração do ensino médico, com proliferação de faculdades sem estrutura
adequada, sem hospital escola e sem profissionais capacitados para o ensino.
• Se baseia no parâmetro ideal de atenção à saúde da população a relação de 1 médico
para cada 1.000 habitantes. O Brasil conta com 2,18 médicos por 1000 habitantes, ou
se TEMOS O DOBRO DO RECOMENDADO.
• O problema do país é a desigualdade de distribuição dos profissionais (contemplado
pelo texto original da MP) e não a falta de médicos.
• O Revalida tem os objetivos de: verificar a aquisição de conhecimentos, habilidades e
competências requeridas para o exercício profissional adequado aos princípios e às
necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), em nível equivalente ao exigido dos
médicos formados no Brasil.
• Emenda: Flexibilizar os mecanismos de controle na aplicação da prova, com a
permissão de faculdades privadas aplicarem o exame, garantindo vantagens a quem
não comprovou a devida capacitação, constitui uma agressão aos médicos e à
população assistida. Estamos atentos e alertas aos flagrantes de corrupção,
investigados pelo Ministério Público, com denúncias de que há envolvimento de
universidades privadas em esquemas de venda de vagas e transferência ilegal de
estudantes em faculdades localizadas nas fronteiras.
• O aumento do número de instituições além de dificultar o processo de fiscalização do
exame facilita ações criminosas de consequências incalculáveis à população exposta.
• O candidato reprovado na segunda etapa do Revalida permanece habilitado à sua
realização nas duas edições seguintes do exame, sem necessidade de se submeter à
primeira etapa.
• Art. 23: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que “os diplomas
de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente,
respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação”.
• Não consideramos aceitável que o processo de revalidação tenha participação de
universidades privadas, devendo permanecer sob tutela do Estado, em Universidades
Públicas, tal como hoje a Lei determina.
• Sabemos que, infelizmente, as universidades privadas são mais suscetíveis à formação
de lobbies financeiros, atos de corrupção e comércio ilegal de vagas e diplomas.
Recentemente, inclusive, uma dessas universidades foi alvo de uma operação realizada
pela Polícia Federal – Operação “Vagatomia”, a qual apurou fraudes nos cursos de
complementação para revalidação de diplomas médicos.
• “Habitada por 116 mil pessoas, Pedro Juan Caballero tem nove faculdades de Medicina,
nas quais estudam pelo menos 12 mil brasileiros. O número é superior, por exemplo, ao
de vagas ofertadas por ano por todas as universidades públicas do Brasil (10,6 mil).”
• “Números inéditos do Ministério das Relações Exteriores (MRE) obtidos pelo Estado
mostram que as faculdades de Medicina desses três países sul-americanos já reúnem
cerca de 65 mil brasileiros.”
• “Dificuldades econômicas e com o idioma, cobranças irregulares por parte das
universidades e até denúncias de abuso sexual de professores são mencionados.”
• “Em uma das faculdades visitadas em Pedro Juan, o número de vagas passou de 45 em
2017, quando o câmpus foi aberto, às atuais 4,5 mil. “Quando cheguei aqui, em 2016,
eram cerca de 8 mil brasileiros estudando Medicina. Hoje, são de 12 mil a 13 mil. Só que
nas faculdades mais novas, que ampliam as vagas indiscriminadamente, o ensino deixa
muito a desejar”, disse o cônsul.”
• “O câmpus da faculdade foi improvisado em um galpão de metal em uma rua de
terra.(...) Em junho, não havia, por exemplo, laboratório para estudo de anatomia
(necrotério), disciplina básica nos primeiros anos da carreira.”
• “No documento elaborado pelos consulados ao MEC, há relatos ainda de falhas na
organização da grade curricular, com aulas vagas e matérias incompletas. Como os
mesmos professores dão aula em várias faculdades, às vezes acontece de eles não
conseguirem terminar a disciplina”.
• “De fato, até a estrutura física do prédio chama a atenção pela simplicidade. O teto é de
telha, sem forro, e há sujeira e bolor acumulados.”
• “Neste semestre, a UPAP fez outra aposta na tentativa de atrair mais brasileiros: passará
a oferecer o curso noturno, e não só o de período integral, como a maioria das
faculdades.
• O MEC exige uma carga horaria de 7200 horas para o curso de Medicina. Os currículos
apresentam de menos que isso até 10.000 horas, porém a carga horária mínima do
internato deve ser pelo menos 35% da carga horária total do curso, com base no
Parecer/Resolução específico da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de
Educação. Isso corresponde a uma duração média de 2 anos de estágio, algo que os
currículos não demonstram, e os encontrados, mostram apenas um ano.
• Existe diferença curricular em pelo menos duas disciplinas quando inclui conteúdo
relacionados ao SUS.
Em relação ao texto da Medida Provisória 890, de modo mais amplo, desejamos a retirada do
texto incluído e mantenha o texto original, sempre respeitando os seguintes quesitos:
2. Inclusão apenas de médicos com CRM no novo programa "Médicos pelo Brasil", ou seja, que
tenham formado no Brasil ou que tenham revalidado adequadamente o seu diploma. Não
podemos aceitar que pacientes do SUS sejam colocados em patamar diferente dos demais
brasileiros, eles merecem (tanto quanto os demais) um atendimento por profissionais com
qualificação comprovada. E o texto original do programa previa justamente a interiorização de
médicos certificados e qualificados.
3. Exclusão da emenda ao texto que permite aos estados, isoladamente ou em consórcios,
executar diretamente o antigo Programa Mais Médicos - Lei nº 12.871/2013 (podendo firmar
acordos inclusive com organismos internacionais e instituições de educação superior
estrangeiras). Essa proposta é absurda e, novamente, não podemos aceitar médicos não
certificados atendendo justamente a população mais carente do nosso país.
Segue o Relatório do Itamaraty sobre o assunto e a opinião dos consulados da Argentina, Bolívia
e Paraguai.