Tecnologia e Sociedade - Completa
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Tecnologia e Sociedade
Educação a Distância
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Apresentação
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno, esta apostila
da disciplina de Tecnologia e Sociedade, parte integrante de um conjunto de
materiais de pesquisa voltados ao aprendizado dinâmico e autônomo que a
educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos
alunos uma apresentação geral sobre a participação da Informática na Sociedade,
influências e impacto.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por
meio de recursos multidisciplinares como chats, fóruns, aulas web, material de
apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a
Biblioteca Virtual cujo acesso encontra-se no portal da Unisa, www.unisa.br, a
Biblioteca Central da Unisa, juntamente com as bibliotecas setoriais dos pólos,
que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação
e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo no
seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu
aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na
qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em
qualquer lugar!
Unisa Digital
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Introdução
Esta apostila se refere à disciplina de Tecnologia e Sociedade aplicada ao
curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, na modalidade a distância, da
Unisa – Universidade de Santo Amaro.
Diante do acelerado avanço tecnológico obtido nos últimos anos, o homem
global é um novo tipo de profissional e o cidadão deste “novo tempo” deve estar
preparado para enfrentar as mudanças que acontecem na sociedade.
O desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação
está conectando o mundo e agilizando a troca de informações.
Os desafios são constantes porque vivemos em uma sociedade que nos
impele para buscarmos sempre a atualização.
Assim, a Informática assume um papel fundamental, pois possibilita o
desenvolvimento das habilidades e capacidades deste novo profissional e deste
novo cidadão.
Durante este curso, caro aluno, você conhecerá um pouco sobre este
tema. Então, prepare-se para se aproximar mais deste “novo cidadão do mundo”
conhecendo os conceitos que serão apresentados nas próximas páginas desta
apostila!
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Sumário
Apresentação.................................................................................................... 3
Introdução ......................................................................................................... 4
Sumário ............................................................................................................. 5
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO. ............................................................................. 6
1.1. APRESENTAÇÃO................................................................................................. 6
Capítulo 2 – PARA SOCIOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................................... 8
2.1. O HOMEM COMO MÍDIA ................................................................................... 8
2.2. “GLOCALIZAÇÃO” ............................................................................................. 9
2.3. O PODER DOS MEIOS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE MASSA
10
Capítulo 3 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS E A COMUNICAÇÃO DE MASSA 11
4.1. A TEORIA FUNCIONALISTA ........................................................................... 11
4.2. O ESTRUTURALISMO ...................................................................................... 12
4.3. A TEORIA CRÍTICA. .......................................................................................... 13
Capítulo 4 – A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE ............................ 15
4.1. O EFEITO OPINIÃO PÚBLICA ......................................................................... 15
4.2. A CAPACIDADE SIMBÓLICA DA COMUNICAÇÃO DE MASSA .............. 15
4.3. CULTURA DE CONSUMO ................................................................................ 16
4.4. PÓS-MODERNIDADE E A ESTETIZAÇÃO DA SOCIEDADE ...................... 17
4.5. A TERCEIRA ONDA: FONTE DE MUDANÇAS ............................................. 18
Capítulo 5 – INDÚSTRIA CULTURAL, TELEVISÃO E INTERNET ................ 25
5.1.
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO ...................... 25
5.2.
PIERRE BOURDIEU E A PRESSÃO ECONÔMICA SOBRE A TELEVISÃO
26
5.3. INTERNET E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ................... 27
5.4. PIERRE LÉVY E DOMINIQUE WOLTON: DOIS ENTUSIASTAS ............... 28
5.5. AS MUDANÇAS ESTABELECIDAS PELA CONVERGÊNCIA DIGITAL ... 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 36
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 38
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Capítulo 1 – INTRODUÇÃO
1.1. APRESENTAÇÃO
6
Tudo isso gera, também, uma grande preocupação quanto ao uso devido e
indevido da Informática e de suas ferramentas, pois ainda boa parte da sociedade,
os chamados “analfabetos digitais”, não têm acesso direto e irrestrito a essa
tecnologia, ao menos de maneira a inseri-los efetivamente nesta tal “Aldeia
Global”.
Dessa forma, promover discussões mais aprofundadas sobre a importância
da Informática para a sociedade, assim como de desenvolver maneiras de ampliar
essa inserção digital deve ser uma das características do profissional da área da
Informática.
Por isso, nossa proposta é justamente gerar discussões que sirvam para
tentarmos entender as mudanças ocorridas nas relações sociais a partir do
advento da informática, sejam elas negativas ou positivas, e assim, aferirmos o
papel do profissional de Informática frente à sua condição de agente social.
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Capítulo 2 – PARA UMA SOCIOLOGIA DA
INFORMAÇÃO
Já faz muito tempo que o homem deixou de ser apenas um indivíduo solitário
dentro da sociedade. Tanto o Século XX como o Século XXI, já demonstrou que o
homem desse período possui características bem distintas daqueles dos séculos
anteriores. Isso se deve, principalmente, aos efeitos dos Meios de Informação e
de Comunicação de Massa, que inseriram esse mesmo homem num mundo
quase mágico, onde o homem faz parte de uma nova cultura: a Cultura de Massa
e da Informação.
A Cultura de Massa é produzida segundo normas e regras da fabricação
industrial e difundida de forma maciça para a grande população. Um exemplo
claro dessa cultura são as revistas em quadrinhos, que ainda se encontram entre
o conceito de Arte e o de Produto, sem que ao menos possamos considerar tanto
um como outro indistintamente.
Essa grande população, os indivíduos, que se insere nessa Cultura, pode ser
considerada Massa. Mas esse indivíduo, participante dessa Massa, também
sofreu grandes mudanças de comportamento, principalmente no que tange à sua
característica antropológica de produtor de cultura.
Para o sociólogo Edgar Morin (MORIN, 1990), esse Novo Homem, que
surgiu precisamente no Século XX, pode ser chamado de Homem-Médio, ou
Homem Universal, ou ainda, Homem Mídia. Segundo Morin, o Homem-Médio
seria uma síntese entre o Homem Imaginário, ou seja, aquele que responde às
imagens audiovisuais através da identificação ou projeção com elas, e o Homem-
criança, que é curioso, gosta do jogo, do divertimento, do Mito no Conto, enfim, do
lúdico e da brincadeira.
Dessa maneira, teremos enfim, o Homem como Mídia, que além de ser essa
síntese do Homem Imaginário e do Homem-criança, já pode ser considerado um
Meio de Comunicação (Mídia), pelo seu caráter divulgador, expositor e,
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principalmente, catalisador de emoções, vontades, gostos, modas, enfim, objetos
simbólicos de toda espécie.
Como Homem Imaginário, o qual responde ao audiovisual, nele se encerra
também todas essas linguagens, principalmente as mais simples, tais como as
dos Meios de Comunicação de Massa. Por isso seu caráter também
“globalizante”, onde qualquer processo de “globalização” ganhará cada vez mais
espaço.
2.2. “GLOCALIZAÇÃO”
9
2.3. O PODER DOS MEIOS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO DE MASSA
10
Capítulo 3 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS E
A COMUNICAÇÃO DE MASSA
11
3.2.O ESTRUTURALISMO
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A- M confere uma missão a Bond;
B- O Vilão aparece...
C- Bond impõe um primeiro obstáculo ao Vilão ou o Vilão impõe um primeiro
obstáculo a Bond;
D- A Mulher aparece;
E- Bond conquista a Mulher;
F- O Vilão captura Bond;
G- O Vilão tortura Bond;
H- Bond golpeia o Vilão;
I- Bond, convalescente, desfruta da Mulher e em seguida a perde.
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uma visão distorcida da realidade, por meio da transformação dos elementos
culturais em produtos industriais, ou seja, da criação de uma Indústria Cultural.
Marcado por grande influência marxista, esse grupo desenvolveu a chamada
Teoria Crítica, expressa principalmente nos ensaios teóricos de T. W. Adorno, M.
Horkheimer e Marcuse. Para esse grupo, cuja influência nos estudos críticos
sobre os meios de Comunicação alcançou até mesmo a década de oitenta, no
Séc. XX, a Indústria Cultural e seus meios geram padrões de comportamento que
são impostos à massa, com intenções extritamente capitalistas e consumistas.
Para esses teóricos da Escola de Frankfurt, esse papel dos Meios de
Comunicação reduz amplamente o caráter da cultura ocidental, transformando-a
em mero produto a ser consumido, tão descartável quanto qualquer outro produto
industrial.
Sua influência na produção intelectual das décadas de sessenta e setenta,
principalmente durante a vigência de diversos governos autoritários espalhados
pelo mundo, o que acabou corroborando com as idéias marxistas da Escola de
Frankfurt, transformou a Teoria Crítica numa das mais utilizadas para análises
críticas frente aos Meios de Comunicação de Massa, e que às vezes era
exagerada demais, pois era por demais baseada em preceitos, para não dizer
preconceitos, culturais, os quais demonstravam muitas vezes um conservadorismo
cultural mais do que crítica propriamente dita.
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Capítulo 4 – A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA
REALIDADE
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“simulacro”. Esse sentido de “simulacro” tem caráter de elemento simbólico, ou
seja, de uma imagem que represente uma idéia ou um sentido, mas que só é
aceito culturalmente. Na realidade, o caráter simbólico não é natural, mas
desenvolvido artificialmente, principalmente através do poder dos Meios de
Comunicação de Massa, que possuem a capacidade de sua geração e
manutenção.
Essa capacidade determina certo poder de abstração da realidade que os
meios de Comunicação possuem, mas ainda vai mais além. O poder de criação
simbólica que os Meios de Comunicação possuem garante, também, a produção
de bens simbólicos, em contrapartida sobre os bens materiais. Esses bens
simbólicos, muitas vezes revertidos em imagens, idéias e até mesmo simulações,
são o que garantem aos Meios de Comunicação de Massa sua capacidade de
criar novos comportamentos sociais, amparados muitas vezes por nada, além de
ideologias. Por isso essa capacidade simbólica dos Meios de Comunicação gera,
quase sempre, ilusões de posse, status social, poder e de sociabilidade.
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pelos seus aspectos industriais e mercantilistas. Se definirmos que é a Indústria
Cultural que gera seu próprio público - e não o contrário - é claro que é a Cultura
de Consumo que gerará, também, o público consumista, assim como o público
que também é originado dos Meios de Comunicação de Massa.
No entanto, há outras características que garantem o consumerismo, tais
como, novamente, o caráter simbólico existente também nas mercadorias. Essas
mercadorias, particularmente as geradas pela Indústria Cultural, são dotadas de
grande poder simbólico, oferecendo sonhos, imagens e prazeres embutidos nas
mercadorias.
A divulgação dessas características simbólicas é garantida pela própria
Publicidade e seus mecanismos argumentativos, além de sua ampla veiculação
pela Mídia. Só isso já garante à Publicidade um papel essencial nesse processo:
o de garantir a circulação desses bens simbólicos, assim como de sua exploração
emocional.
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Televisão que são até mesmo mais ovacionados que seus próprios produtores, ou
então, páginas da Internet que vendem softwares, imagens, sons, vídeos e textos
virtuais, que hoje acumulam valores incalculáveis numa das principais bolsas de
valores: a Nasdaq.
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Idade Moderna Idade Contemporânea Idade Pós-Moderna
Inicia entre os Séc. Entre os Sécs. XVIII Início após o
XVI e XVII a partir: e XX, com o lançamento da
a) Da queda do poder desenvolvimento da Bomba Atômica em
político da Igreja Indústria como um Hiroshima e
Católica; Modo de Produção. Nagasaki.
b) Crescimento
comercial com as Fortalecimento das Desenvolvem-se os
navegações; Nações e amplo Setores de Serviços
c) Início da Revolução crescimento dos e de Informação em
Industrial na Centros Urbanos; detrimento do Setor
Europa. surgimento de Industrial.
guerras
Em 1789 ocorre a intercontinentais no Com isso, a Indústria
Revolução Francesa, Séc. XX: a 1ª e 2ª começa a sua
quando se discute, Guerras Mundiais. dependência para os
pela primeira vez, os Serviços de
Direitos do Homem e Crescimento da Informação.
da Sociedade. produção de bens
Crescimento das materiais e de
cidades e do homem consumo.
Urbano e Burguês.
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com a eliminação do trabalho humano em boa parte dos casos, mas tanto com
conseqüências positivas quanto negativas.
Para Schaff, essa segunda Revolução pode ser vista de duas maneiras: a
primeira (mais otimista) aponta para uma sociedade mais democrática e
materialmente mais rica, pois as Novas Tecnologias realmente forneceriam até
mesmo a redução das horas de trabalho e um maior rendimento produtivo. Além
disso, como já podemos sentir, essa segunda Revolução Industrial aproxima
culturas e promove uma universalização mais acirrada. No entanto, Schaff
também mostra alguns caminhos um tanto negativos, tais como a classe em
declínio, rumando ao totalitarismo; o poder nas mãos das multinacionais,
interferindo na política internacional; o fim das culturas locais e seus folclores
únicos, etc.
Porém há os que enxergam de maneira diferente de Adam Schaff as
mudanças promovidas pela Sociedade da Informação. “A Informação será a
maior mercadoria a ser produzida pelo ser humano a partir do Século XXI”. Essa
afirmação é do filósofo e sociólogo norte-americano Alvin Toffler (TOFFLER,
1995), que desde a década de 70 vem promovendo estudos relativos aos efeitos
que a formação de uma Rede Mundial de Informação poderá trazer para a
humanidade. Para entendermos o que Toffler quer nos dizer, precisamos
compreender qual a lógica desse seu pensamento. Segundo ele, a História
Econômica mostra que o desenvolvimento da humanidade se dá a partir de
grandes mudanças que os modelos de produção fornecem. Ou seja, a sociedade
humana deu grandes saltos de desenvolvimento a partir das mudanças nos
processos de produção.
A esses “saltos” Toffler chamou de “Ondas”. Para ele, a metáfora das
“ondas” explica, de forma simples, o que tem ocorrido com o homem desde sua
Pré-História. Do mesmo modo que uma onda do mar, quando passa, modifica
tudo que está por debaixo dela, as “Ondas” tofflerianas também modificam tudo
por onde passam. Toffler esquematiza dessa maneira:
1ª Onda: A primeira grande “Onda” por qual o homem passou ocorreu
quando, ao deixar de ser nômade, o homem desenvolve um sistema social
baseado no sistema de produção agrícola. Ou seja, quando ele desenvolveu a
arte do plantio, da agricultura, produzindo seu próprio sustento, aprendendo a
trabalhar a terra (e posteriormente também os animais). Basicamente, esse
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processo produtivo (a agricultura) diferenciou o homem dos outros animais, pois
forneceu a ele os quesitos necessários para sua organização social e cultural.
Durante esse longo período, a humanidade desenvolveu, também, alguns
sistemas produtivos, tal como o comunitário, escravista e o feudal, além de outros
sistemas relativos a estes. Nesse período, a base da formação da sociedade era,
tranqüilamente, a Agricultura. Assim, podemos dizer que a 1ª Onda durou até o
fim da Idade Média, quando do advento da Revolução Industrial.
2ª Onda: Nesta nova onda de mudanças, que surge com a Revolução
Industrial, a própria Sociedade se modifica, pois além de conhecer novas formas
de trabalho (do produtor e mão-de-obra agrícolas ao industrial e mão-de-obra
qualificadas para a produção industrial seriada), conheceu, também, novas
relações sociais e culturais que surgem daí: das pequenas “vilas” ou feudos para
as grandes cidades (depois metrópoles), cujas bases estruturais já não mais eram
os centros de produção agrícola, mas os grandes centros industriais, com suas
fábricas e todo um contingente de trabalhadores semiqualificados para a produção
em série de produtos que iriam modificar as relações entre capital e trabalho.
Durante esse período (que basicamente perdurou até o século XX), o homem
conheceu uma diversidade de produtos que transformaram o modo humano de
estar e ver o mundo. A base era estritamente industrial, pois agora a agricultura
estava em segundo plano e dependia totalmente dos processos industriais.
Nessa 2ª Onda, o homem pôde vislumbrar vários “sonhos”, antes utópicos,
de uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais confortável. Mas, o que vimos
não foi exatamente isso. As relações trabalhistas que daí surgiu mostraram ser
tão desagradáveis quanto as escravistas da 1ª Onda. Uma série de novos
problemas, tais como o abuso do poder do capital (ou seja, dos donos das
fábricas) com relação aos trabalhadores assalariados, por exemplo, forneceram
razões para uma grande crítica ao novo sistema, principalmente no século XIX,
com diversos levantes trabalhistas sugerindo mudanças na forma de distribuição
das rendas obtidas pela indústria.
No entanto, não dá para negar que a Revolução Industrial também
provocou uma revolução no modo de agir e pensar do homem. Antes dela o
mundo era muito maior, ou seja, antes das máquinas da Revolução Industrial as
distâncias eram muito maiores; o comércio padecia da falta de estruturas viárias; o
conforto da vida social, a educação e a saúde públicas eram inviáveis, oferecendo
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uma vida média de no máximo trinta anos para o geral da população. Com a 2ª
Onda, as distâncias diminuíram, a idade média de vida da população aumentou e,
principalmente, surgiram meios de informação e comunicação que permitiram com
que o homem tivesse acesso às mais diversas informações.
Do telégrafo à Internet, passando pelo rádio, pela televisão, pelo satélite e
pelo computador, os mais diversos veículos de informação e comunicação só
puderam surgir com o advento da indústria. Dessa forma, além das grandes
mudanças provocadas nas relações de trabalho, também vimos surgir mudanças
quantitativas e qualitativas nas relações culturais, cujas bases agora são os meios
de comunicação de massa.
3ª Onda: Com o advento da Indústria, e posteriormente, com as Novas
Tecnologias, particularmente as da Informação e da Comunicação, a sociedade se
viu diante de um novo sistema social e cultural. A base agora não é mais os
produtos oriundos da produção agrícola e nem da produção industrial, mas sim da
produção da Informação: daí o termo “Sociedade da Informação”. Se
anteriormente a sociedade dependia do sistema de produção agrícola e, mais
tarde, do sistema de produção industrial, sem o detrimento do primeiro, agora a
sociedade depende, assim como a agricultura e a indústria, de um novo sistema: o
de produção da Informação.
Percebe-se que nem um nem outro sistema descarta o outro anterior, mas
cria-se uma interdependência onde, de modo crescente, o anterior depende do
posterior, e assim por diante. Dessa maneira, a primeira riqueza produzida pela
sociedade, historicamente falando, foi retirada da agricultura; o segundo período
de riqueza surge dos processos industriais, que abraçaram a agricultura; e o
terceiro período de produção de riqueza agora está nas mãos do sistema de
Informação, que tanto abraçou a agricultura (sem informação não se planta nem
se colhe nada) como a indústria (que depende totalmente dos processos gerados
pelo sistema de Informação, ou seja, basicamente de softwares e tecnologias da
Informática).
Com essas tecnologias, também se sentem mudanças de âmbito político,
econômico e cultural, através do qual a sociedade já percebe novos paradigmas
de comportamento, até mesmo familiares. Por isso, entrar na 3ª Onda não
significa somente mudar comportamentos trabalhistas, empresarias e produtivos.
Significa, também, a geração de novas relações sociais e culturais, assim como o
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fim de antigos empregos e serviços e o surgimento de novas áreas de trabalho,
mais com base na Informatização e na Informação do que em condições de
trabalhos braçais e manuais.
Veja o quadro a seguir e perceba como se deu o surgimento da 3ª Onda,
prevista por Alvin Toffler:
1 a O n da 2a Onda 3a Onda
23
para controlar, organizar e contabilizar a produção; os endereços pessoais do
correio eletrônico (e-mail) da Internet, contribuindo na aproximação das pessoas;
até mesmo os programas de TV e de rádio, que fornecem tanto informação básica
como entretenimento à população, vimos uma série sem fim de utilização dentro
da atual sociedade, a ponto de nos tornarmos “dependentes” dessa estrutura, tal
como a sociedade já foi da agricultura e dos produtos industriais. Vê-se que um
não descarta o outro, como já foi visto anteriormente. Sente-se, porém, uma
interdependência dos processos, a ponto de uma grande “convergência” de
âmbito digital, onde informações agrícolas, industriais, pessoais, comerciais, etc.
deverão estar totalmente inseridas nos próximos dez anos.
24
Capítulo 5 – INDÚSTRIA CULTURAL,
TELEVISÃO E INTERNET
25
comunicação de massa Marshall McLuhan afirmou certa vez que o mundo
contemporâneo é uma autêntica “aldeia global”, pois os meios de comunicação
moldam essas idéias, fatos e sentimentos de grupos cada vez maiores de
pessoas.
26
5.3. INTERNET E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO
27
Isso se dá pela facilidade da produção e do envio de mensagens através
da rede virtual. Sendo assim, uma nova formação cultural de âmbito mundial está
surgindo, provocando mudanças claras nas relações e nos processos sociais.
É a partir das décadas de oitenta e noventa que surgem dois pensadores mais
entusiastas quanto às Tecnologias da Informação e da Comunicação, que nesse
período alcançaram enorme poder de influência por meio da Internet e da TV a
Cabo: Pierre Lévy e Dominique Wolton.
O filósofo francês Pierre Lévy foi um dos primeiros a defender as Novas
Tecnologias da Informação, particularmente a Informática e a Internet. Em seus
livros e ensaios, Lévy defende a tese de que todas as tecnologias de informação
geradas pelo homem sempre serviram para o desenvolvimento do conhecimento
humano, desde a Linguagem, como estrutura básica do desenvolvimento sócio-
cultural do homem, até a Internet e o Ciberespaço, que hoje gera uma infinidade
de informações, o que pode acarretar na amplitude do Conhecimento e
principalmente dos processos educacionais.
De acordo com Lévy, antes da popularização da Internet o espaço público de
comunicação era controlado por intermediários institucionais que preenchiam uma
função de filtragem entre os autores e consumidores de informação. Hoje, com a
Internet quase todo mundo pode publicar um texto sem passar por uma editora
nem pela redação de um jornal. No entanto, essa liberdade de publicações que a
Internet oferece acarreta no problema da veracidade, da garantia quanto a
qualidade da informação. A cada minuto, novas pessoas assinam a Internet,
novos computadores se interconectam, novas informações são injetadas na rede.
“Quanto mais o ciberespaço se estende, mais universal se torna. Novas maneiras
de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações
e da informática.” (LÉVY, 1993).
Um outro sociólogo francês, Dominique Wolton, também corrobora com as
idéias de Lévy e as estende para os Meios de Comunicação de Massa,
particularmente a Televisão. Para Wolton, diferente do que pregou Bourdieu, a
28
comunicação é um grande valor humanístico e democrático baseado na igualdade
e liberdade dos interlocutores. Trata-se de um valor humanístico porque é inerente
ao ser humano e é democrático, porque só a democracia coloca a igualdade como
condição para a comunicação.
Por isso Wolton defende acirradamente o uso da TV aberta pela sociedade.
Segundo ele “não podemos enxergar o ser humano como um ser passivo. Frente
à TV, por exemplo, não somos passivos, pois nosso cérebro está funcionando.
Existe uma interação.” Aos que criticam a televisão, Wolton responde que, “para
que haja sufrágio universal, é necessária a mídia de massa. A TV não reduz a
desigualdade, mas impede mais desigualdade. Sem comunicação de massa, não
há democracia de massa.” (WOLTON, 1996).
Reconhecendo no telespectador um agente ativo e crítico, Wolton situa a
televisão, principalmente aquela voltada para o grande público, um instrumento de
democratização e modernização, o que contribui para reforçar os laços sociais. “É
um antídoto contra o isolamento a que os indivíduos são submetidos no mundo
contemporâneo.” (WOLTON, 1996). Num dos capítulos de seu livro “Elogio do
grande público”, no qual dedica um estudo à televisão brasileira, ele apresenta
uma argumentação polêmica: a Rede Globo representa a confirmação de suas
teses, pois os programas e novelas que veicula assistidos pela população em
geral, constituem fator de integração e têm contribuído para valorizar a identidade
nacional.
Dessa forma, percebe-se que tanto Pierre Lévy quanto Dominique Wolton
apresentam argumentos interessantes sobre os mecanismos, uso e convergência
das Tecnologias da Informação e dos Meios de Comunicação de Massa, que, para
eles, se transformam em instrumentos do desenvolvimento humano e social.
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5.5. AS MUDANÇAS ESTABELECIDAS PELA CONVERGÊNCIA
DIGITAL
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desenvolver informações que serão difundidas na grande malha, na “aldeia global”
que está se formando.
Dessa maneira, a convergência do instrumental de comunicação num único
meio digital que sirva tanto para nosso lazer como para nosso trabalho acabará
por requerir um outro homem e uma outra sociedade, mais ligados ao
desenvolvimento e transmissão de informação como bem simbólico do que na
obtenção de matéria-prima e, posteriormente, na produção de bens tangíveis.
Não estamos dizendo, assim, que tanto a produção agrícola como a produção
industrial acabaram a partir do desenvolvimento das Novas Tecnologias da
Informação. Muito pelo contrário, elas continuarão, porém agora com o suporte
inevitável e irrestrito das Tecnologias da Informação, que sustentarão esses
sistemas produtivos.
Abaixo listaremos, sem nenhum caráter de julgamento, algumas das
possibilidades atuais e futuras relativas a atual 3ª Onda, ou da Sociedade da
Informação, onde algumas das quais, como veremos, poderão ser vistas como
fatores positivos, negativos ou até mesmo neutros para a sociedade:
31
desemprego.
8 Maior preocupação com Ecologia e Meio Ambiente, sentida diretamente
nas relações sociais.
9 Maior agilidade nas decisões de caráter sócio-familiar.
10 A família será o ponto focal das relações sociais.
32
Na Educação e Cultura:
33
Na Política e Economia:
34
Nas Relações de Trabalho:
Com tudo isso, podemos perceber que são muitas as mudanças que estão
ocorrendo e que ocorrerão frente à nova Sociedade da Informação, ou da 3ª
Onda. São mudanças que pdoerão ocorrer de frorma mais ou menos drásticas
(com possíveis embates entre grupos que procurarão manter o “status quo” da 2ª
Onda, tais como ocorreram quando do surgimento da primeira Revolução
Industrial, onde vimos até mesmo guerras, revoltas e mudanças paradigmáticas
expressivas de comportamento, em todas as áreas da sociedade (vide quadro
anterior).
Mesmo assim, serão incontestes os benefícios que a Sociedade da Informação
trarão ao homem, assim como os malefícios que dela surgirão. “Quem viver,
verá!”.
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
36
surgindo, sejam desta área, sejam das outras diversas áreas do conhecimento,
pois todas elas, atualmente, começam a depender desse instrumental do
“microchip” e do mundo virtual. Uma dependência sem vícios, mas com
possibilidades diversas, onde o conhecimento, a criatividade, a ética, o
pensamento ecológico e até mesmo a participação comunitária serão, com
certeza, os principais requisitos do profissional deste século XXI.
37
BIBLIOGRAFIA
MORIN, Edgar. Cultura de Massas no Século XX. Vol. 1. 8ª ed. Rio de Janeiro:
Forense-Universitária, 1990.
STRINATI, Dominic. Cultura Popular: Uma Introdução. São Paulo: Ed. Hedra,
1999.
38
TOFFLER, Alvin e Heidi. Criando uma nova civilização: a política da Terceira
Onda. Rio de Janeiro: Record, 1995.
39