Introdução A Contabilidade Pública

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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

CONTABILIDADE PÚBLICA

Economia

É a ciência que estuda, a forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produção,
distribuição e consumo, ou seja, o processo eficiente de utilização de recursos escassos.

Em ciência económica dissemos que uma economia esta a produzir eficientemente, quando não
pode aumentar o bem-estar de um individuo sem prejudicar o de um outro qualquer.

Intervenientes da Economia

São todos agentes que intervém na economia exercendo pelo menos uma actividade económica
(Produção, Distribuição e Consumo)

Empresa – todo conjunto organizado de recursos financeiros, materiais e humanos actuando na


produção de bens e serviços que satisfazem necessidades, cujo principal objectivo é a maximização
do lucro.

Famílias – São os principais demandantes de bens e serviços produzidos pelas empresas e são em
simultâneo a mão-de-obra das mesmas.

Estado – é o agente regulador da economia, com o intuito de satisfazer as necessidades colectivas.

Necessidade - É o estado de carência ou insatisfação pela ausência de consumo de um bem ou


serviço

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Classificação das Necessidades

› Primária
› Importância
› Secundária

› Económicas
Necessidades › Custo
› Livres

› Individuais
› Abrangência
› Colectivas

Traços Fundamentais das Necessidades

Necessidades sociais – são aquelas que resultam necessariamente da vida em sociedade e são
sentidas pela sociedade no seu conjunto, ou como um todo. As necessidades sociais estão ligadas a
sua sobrevivência (alimentação, saúde e habitação e depois segue transporte, vestuário e cultura).

As necessidades colectivas ou públicas - São aquelas que se apresentam como estados de carência
ou insuficiência sentidos pela colectividade, e cuja satisfação é tida como factor de desenvolvimento
e estabilidade. Para serem satisfeitas em condições julgadas convenientes, o Estado cobre todo ou
parte do custo de produção dos bens que as podem suprir. São, portanto, necessidades de satisfação
passiva, uma vez que a afectação dos bens que as satisfazem é feita sem intervenção directa dos
sujeitos que as sentem, cabendo a disponibilização desses bens ao Estado e outros entes públicos.

As Necessidades Públicas visam a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas


(educacao, etc)

Necessidades de satisfação passivas – são aquelas cuja satisfação se faz pela mera existência dos
bens, e não exigem, qualquer actividade do consumidor. Tomemos como exemplo a necessidade de
defesa do território. Os habitantes de determinado país sentem a necessidade de o ter

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permanentemente defendidos ou protegidos contra possíveis ataques externos, mediante o serviço
de exército.

Daí a razão de criação de exército, e que basta que esse serviço tenha sido criado, para que todos o
utilizem, isto é, para que todos satisfaçam a sua necessidade de defesa do território. As necessidades
de satisfação passiva não assentam num mecanismo de procura; o seu financiamento faz-se por
imposição de um sacrifício ao património dos particulares.

Necessidades de satisfação activa – são aquelas cuja satisfação exigem uma certa actividade do
consumidor. Exemplo, a necessidade de alimentação. Para uma pessoa se alimentar, não basta que
os bens existam, que mantimentos tenham sido produzidos; é preciso que a pessoa os procure, que
desenvolva, uma actividade para os utilizar.

Circunstâncias de Satisfação

Activa (princípio de exclusão): o produtor dos bens pode exigir um preço pela utilização desses
bens. Aí, vigora, o princípio da exclusão: o preço exclui os que não podem ou não estão em
condições de pagar. Por exemplo o padeiro que fabricou o pão, ao marcar o preço impede quem
quer comer o pão sem ter pago previamente. Isso permite lhe, através da venda, cobrir as despesas
da produção.

Passiva (princípio de inexclusão), o produtor dos bens já não pode exigir pela utilização dos bens
preço nenhum. Imagine-se que alguém se recordou de organizar o serviço do exército. Desde que o
serviço existe, passa a ser utilizado por todos sem pagamento de qualquer preço. O indivíduo que
criou o serviço de exército não beneficia do princípio de exclusão: vê-se impossibilitado de obter o
mínimo pagamento dos utentes ou utilizadores desse serviço e fica com as despesas integralmente
a seu cargo.

Provisão Pública de Bens

As incapacidades do mercado obrigam pois, para haver níveis aceitáveis de bem-estar social, a
actuações correctivas e supletivas de sujeitos económicos não dominados pela lógica do mercado.

Provisão Pública de Bens consiste no fornecimento de bens ou serviços através de prestação de


serviços públicos com vista a proporcionar maior bem-estar económico e social. A provisão pode
assumir o carácter duradoiro (património do Estado) ou anual (despesas públicas).

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Bens públicos ou bens colectivos são aqueles em que, para um determinado nível de existência ou
provisão do bem, a sua utilização por uma pessoa não prejudica minimamente a utilização por
qualquer outra. Ex.: estradas, hospitais públicos, escolas públicas, etc.

É o caso de um farol, da defesa nacional, do serviço de patrulha policial ou patrulha costeira, do


funcionamento geral dos órgãos de soberania, caminho municipal que dá acesso a quinta do Sr.
Beltrano.

Os bens públicos subdividem-se em:

a) Bens públicos propriamente ditos (puros) – são os que se limitam a satisfazer as


necessidades colectivas. O consumo destes bens por um indivíduo não afecta o seu acesso
por outro. Todos usufruem dos bens e não há como o governo mensurar o quanto cada
indivíduo o usa e assim tributá-lo, podendo ser usados mesmo por aquele que não é
tributado. Ex.: iluminação pública.

b) Bens semi-públicos – são os que atendem ao princípio de exclusão ou seja excluem do


usufruto aqueles que não pagam. Ex.: educação e saúde.

Características de bens públicos ou bens colectivos

a) Prestam pela sua própria natureza, utilidades indivisíveis todos os indivíduos tem acesso
aos bens públicos à mesma disponibilidade, isto é, os bens públicos não são susceptíveis de
serem utilizados por um só indivíduo isoladamente. Ex.: a iluminação pública.
b) São bens não exclusivos, significa que não é possível privar ninguém da sua utilização. Ex.:
o Estado de segurança nacional que é garantido pelo exército e pela polícia é usufruído por
todos sem nenhuma exclusão; e
c) São bens não emulativos – significa que os sujeitos não entram em concorrência para
conseguir a sua utilização.

A provisão dos bens públicos pode e deve ser feita pelo Estado por diversas razões:

 O Estado tem uma perspectiva de interesse geral,

 O Estado tem perspectiva temporal ilimitada e uma capacidade de risco superior à dos outros
grupos ou associações contratuais.

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 O Estado dispõe de autoridade para impor regras da utilização dos bens patrimoniais e seu
funcionamento (coacção, no seu aspecto sociológico); e

 O Estado tem por via de regra, em cada comunidade, dimensão que lhe possibilita empreender
esforços que não estão ao alcance de instituições ou pessoas privadas e que a comunidade em
si não pode resolver com êxito.

Actuação Financeira do Estado

As Formas de Actuação Financeira do Estado assumem dois momentos importantes a destacar:

A provisão do bem nas condições adequadas à obtenção da satisfação óptima: significa prestar
serviços públicos ou colocando bens à disposição da colectividade, com carácter duradouro
(património do Estado: edifícios, equipamentos, terra, etc.) ou em cada ano (despesas públicas);

Deve observar-se que em casos se trata de actividades sem as quais não haveria Estado; a defesa do
prestígio e autoridade do Estado pode levar a proibição de exércitos privados mas não a serviços
privado de segurança; já que a sua existência fornecem bens/serviços privados a par do bem público
da segurança.

Obtenção dos recursos necessários para assegurar a provisão dos bens através de financiamentos:
receitas públicas (impostos), créditos e donativos.

Os meios de financiamento dos bens públicos

Os bens públicos são financiados por três tipos de receitas públicas, nomeadamente, as receitas
patrimoniais, as receitas tributárias e as receitas creditícias.

a) Receitas patrimoniais – são valores que o estado recebe pela prestação de serviços, venda
de bens e produtos sob o seu domínio ou pela utilização individual do património público.
As receitas patrimoniais são voluntárias, pois surgem da manifestação de vontade de um
determinado indivíduo em usufruir de um produto, bem ou serviço que esteja sob domínio
do estado.

b) Receitas tributárias (impostos e taxas) – são valores provenientes do cumprimento de


obrigações impostas por lei aos cidadãos. São, portanto, receitas coativas.

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Os impostos – são prestações coativas, unilaterais, sem fins de punição, que são impostas
aos indivíduos em relação aos quais se verificam certos pressupostos, previstos na lei e que
exprimem determinadas situações de riqueza.

As taxas – são prestações do mesmo tipo que os impostos mas que se diferem daqueles pelo
facto de que os particulares a quem são exigidas auferem uma determinada utilidade
relacionada com o funcionamento de um serviço ou utilização de um bem.

c) Receitas creditícias – são resultantes dos empréstimos contraídos pelo estado para cobrir
défices orçamentais ou de tesouraria, ou ainda para esterilizar o poder de compra e combater
a inflação. Podem ser portanto, receitas voluntárias ou coativas.

Bens Públicos e Bens Privados

 Os bens públicos/colectivos são normalmente fornecidos por entidades públicas;


 Pode haver bens colectivos excepcionalmente produzidos por entidades privadas como
tais, por altruísmo ou interesse próprio (utilidade individual conjunta; mecenato);
 Pode haver provisão conjunta ou por iniciativa comum de bens colectivos por entidades
públicas e privadas, caso em que, em regra, a decisão fundamental será pública, contando
com a colaboração privada.

 Os bens privados são fornecidos por entidades privadas; e


 Os bens mistos são fornecidos por iniciativa comum: entidades públicas e privadas.

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Administração Financeira do Estado

Falar de finanças, é falar de meios ou instrumentos financeiros, que são o dinheiro (fundos) e os
créditos; os meios financeiros que têm de se adquirir e servem para se utilizar na compra de
produtos/bens e serviços ou como reserva de valor.

Finanças Públicas – designam a actividade económica de um ente público tendente a afectar bens à
satisfação de necessidades que lhe estão confiadas.

O objectivo das finanças públicas abrange o estudo de todos os aspectos que envolvem a utilização
pelo sector público, de recursos económicos tendo em vista alcançar adequados níveis de emprego,
crescimento e desenvolvimento e de distribuição do rendimento através de bens ou da prestação de
serviços.

Finanças Privadas - compreendem aspectos tipicamente monetários do financiamento de uma


economia, abrange problemas relacionados com a moeda e créditos ou, mais restritamente, os
mercados financeiros onde se transaccionam activos representados por títulos a médio e a longo prazo.

Dinheiros Públicos – são todos os fluxos anuais de fundos e de valores equiparados,


movimentados, durante o período financeiro, no âmbito do Sector Público Administrativo,
nomeadamente, pela Administração Central, Provincial, Distrital, pelos fundos e serviços
autónomos, pela segurança social, pelas autarquias locais, em princípio, no quadro dos respectivos
orçamentos anuais independentemente da sua origem ou destino.

São, igualmente, dinheiros públicos, todos os fluxos de fundos e valores equiparados,


movimentados, possuídos, pelo sector público empresarial, independentemente da sua origem e do
seu destino.

As entidades públicas que devem possuir ou deter os dinheiros públicos são o Estado, as instituições
públicas, as autarquias locais, as empresas públicas, ou outros organismos ou entidades
devidamente autorizados.

O núcleo central das finanças públicas é a actividade financeira que consistem na satisfação de
necessidades colectivas – da sociedade ou de Estado – mediante à afectação pelo poder político ou
administrativo de bens e serviços adequados.

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Acepções de «Finanças Públicas»

A expressão finanças públicas pode ser utilizada em três sentidos fundamentais:

a) Sentido orgânico - Fala-se de finanças públicas para designar o conjunto dos órgãos do
Estado ou de outro ente público (incluindo a parte respectiva da Administração Pública) a
quem compete gerir os recursos económicos destinados a satisfação de certas necessidades
sociais (p. ex. Ministério das Finanças).

b) Sentido objectivo - Designa a actividade através da qual o Estado ou outro ente público
afecta bens económicos a satisfação de certas necessidades sociais.

c) Sentido subjectivo - Refere a disciplina cientifica que estuda os princípios e regras que
regem a actividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades que lhe estão
confiadas.

No segundo e no terceiro sentidos, tende-se modernamente a designar por Economia Pública, quer
esta forma de actividade económica, quer o ramo da Economia que a estuda, sobretudo quando o
faz de uma perspectiva predominantemente dedutiva, teórica ou analítica e em termos reais.
Preferimos designar por Finanças Públicas o estudo deste fenómeno, quando e feito numa óptica de
economia aplicada, fundamentalmente segundo métodos indutivos e institucionais e em valores
monetários (não reais).

Actividade Financeira

A actividade financeira pública ou economia pública compreende a actuação económica directa do


Estado através de utilização dos meios económicos raros susceptíveis de aplicações alternativas por
entidades públicas ou pela própria comunidade, a fim de satisfazer necessidades comuns.

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Finanças Públicas, Clássicas e Modernas

Os sistemas financeiros dependem do regime económico. No capitalismo encontramos dois


regimes:

A) Liberalismo ( Finanças Clássicas)


- Reduzido peso do poder público na actividade económica
- Liberdade dos múltiplos sujeitos individuais

B) Intervencionismo ( Finanças Modernas)


- Maior coordenação e intervenção do poder politico na economia, respeitando, no
entanto, a iniciativa/ propriedade privada.

Características fundamentais do modelo capitalista liberal ( Finanças Clássicas)

a) A privatização da economia

A economia era totalmente privada,competindo ao Estado criar condições para manter a sociedade
organizada e estável e a propriedade privada por si, se defendia. Eram funções do Estado, a defesa,
seguranca, administração geral e manutenção da ordem, quando muito, a prestação de outros
serviços que não interessassem ao capital privado.

b) O principio do mínimo da actividade económica pública

Tanto em quantidade como em qualidade, a actividade financeira estatal deve-se reduzir ao mínimo
imprescindível de modo a absorver o mínimo de rendimento nacional e restringindo-se as
actividades básicas de autoridade e administração.

c) Neutralidade financeira

Há uma neutralidade entre a actividade financeira e a económica. A actividade financeira é


organizada de forma a não perturbar nem destroçar a actividade económica privada e nem deve
propôr finalidades de alteração ou comando de actividade económica privada.

d) Importância dos impostos e os sistemas fiscais

A receita típica do liberalismo é o imposto. O período das Finanças clássicas é o período das
Finanças tributárias. O imposto garantia um peso devido a redução do património estatal, aumento

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da importância da riqueza imobiliária do conjunto do rendimento nacional e ainda generalização da
ideia de que o imposto é dever de cidadania. Os sistemas fiscais típicos do liberalismo assentam na
ideia de justiça meramente formal.

e) Equilibrio Orçamental

Era o princípio orientador da actividade liberal. Para os clássicos, este equilibrio orçamental
significava que as despesas totais devem ser cobertas pelas receitas normais (impostos e receitas
patrimoniais ) e o recurso ao empréstimo seria excepção em caso de guerra.

Resumindo:

As Finanças clássicas correspondem a fase de puro liberalismo económico e reflectem todas as suas
preocupações, designadamente a restrição do papel do Estado e o elogio da actuação da iniciativa
privada como instrumento fundamental da actividade económica. As duas caracteristicas
fundamentais de liberalismo económico são:

- Reduzida dimensão do sector público:


- Abstenção económica estadual.

Transição para as Finanças Modernas

A transição das finanças neutrais para as finanças modernas ou intervencionistas foi determinada
pelos seguintes factores:

a) A passagem do sufrágio de censitário a universal – o voto passa a ser garantido não só pelas
classes possuidoras mas também pela classe operária e para conquistar o voto desta última
classe, o governo no poder cria certos benefícios que aumentam a despesa pública,
nomeadamente a instrução e a assistência médica gratuitas entre outros, abrindo-se deste
modo o caminho para o alargamento do sector público;

b) O reconhecimento pelos clássicos de que a distribuição da riqueza, exclusivamente fundada


no funcionamento do mercado, não era a mais desejável do ponto de vista do equilíbrio
geral;

c) A existência de muitos monopólios e oligopólios, o que levou à subida de preços, aumentou


a necessidade da intervenção do estado como regulador e como agente económico,

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dedicando-se a actividades que exigiam grandes quantidades de capital e que pudessem
concorrer com as grandes organizações monopolistas.

d) Após os efeitos nefastos das guerras, os liberais sentiram já a necessidade de que o estado
lhes garantisse a paz, liberdade e segurança.

e) O surgimento de novas teorias económicas com maior ênfases nas de Keynes, que
defendiam a existência de um “estado do bem-estar” (welfare state), reafirmando a
necessidade da intervenção do governo com vista a corrigir os desequilíbrios, dos quais o
subemprego era a manifestação mais visível. Foi com estas teorias que se desenvolveu a
ideia de que o recurso ao empréstimo e à emissão da moeda em certas circunstâncias podia
ser benéfico à economia.

As finanças intervencionistas

As Finanças Intervencionistas ou activas – têm a sua génese nas teorias keynesianas dos anos 30 do
séc. XX e defendiam políticas económicas com vista à construção de um “estado do bem-estar
social” – (Well fare state).

Princípios fundamentais das finanças intervencionistas

a) A regra do mínimo é substituída pela regra do estado óptimo – o estado procura, com a sua
intervenção directa, suprir as falhas do mercado;

b) Alargamento do sector público, motivado pelas novas funções assumidas pelo estado;

c) O estado passa a intervir directamente na economia, abandonando o seu papel abstencionista e


assumindo um papel de relevo na actividade económica.

Finanças Públicas Modernas

As finanças modernas são fruto dos regimes económicos intervencionais e dirigistas. Esta é a razão
de ordem. A dimensão crescente dos actos públicos é uma das características das finanças modernas
a qual passa a resolver parcelas que se situam entre 30 a 50% do rendimento nacional. Alarga-se o
património estatal, multiplicam-se as empresas públicas e o peso do imposto cresce.

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As finanças tornam-se activas, pois passam a ter uma atitude e uma prática interveniente. Com o
crescimento do papel do Estado na actividade económica , a actividade privada fica restringida e
condicionada.

Ao contrário do sistema liberal, há uma integração entre a economia e finanças estando sujeitas à
intreracção das mesmas forças e princípios.

As finanças públicas abandonam o ideal de neutralidade e passam a ser utilizadas como instrumento
das politicas económicas e sociais – ou seja, surgem as políticas financeiras. E também alguns
aspectos jurídicos próprios do liberalismo como é o caso das garantias individuais que sofrem
alterações. O imposto ganha maior importância e surgem as receitas, provenientes do património
mobiliário estadual.

Portanto, nas finanças modernas o imposto tem tanta importância como nas clássicas; mas ele passa
a ser utilizado como instrumento de politica económica ou de politica social servindo, por exemplo,
para redistribuir a riqueza.

Conclusão

Os bens públicos, apesar da indivisibilidade que lhes é característica, podem prestar utilidades
individuais. É o caso dos bens semi-públicos.

Importa salientar que o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou oneroso, conforme for
estabelecido por meio da lei da pessoa jurídica à qual o bem pertencer. Ex: o uso do zoológico é
oneroso.

A introdução das receitas tributárias como meio de financiamento dos bens públicos deveu-se
essencialmente à insuficiência das receitas patrimoniais, as quais tornaram-se muito mais baixas
desde a afirmação do liberalismo. Hoje em dia, as receitas tributárias apresentam a parte mais
significativa das receitas públicas e em Moçambique apresentaram um aumento considerável desde
o último trimestre do ano passado.

A intervenção do estado no domínio económico é muito importante, não só em questões de


regulação e controle, mas também para a criação e execução de políticas de distribuição do
rendimento que reduzam as desigualdades sociais.

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