Livro Dentistica PDF
Livro Dentistica PDF
Livro Dentistica PDF
CURSO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS -GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
NÍVEL: MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Dentística
CANOAS – RS
2005
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Influência da configuração do preparo cavitário na
distribuição das tensões e resistência à fratura de dentes
hígidos, preparados e restaurados com resina composta de
uso direto.
CANOAS-RS
2005
2
Professor Orientador
3
Dedicatória
4
Agradecimentos
5
Ao meu amigo Álvaro Prange, pela amizade constante desde os 11 anos
de idade, presente em qualquer circunstância no decorrer de minha vida. Tu és
um irmão para mim.
6
Resumo
7
os dentes preparados, quanto maior a remoção da estrutura dentária, menor a
resistência deles. De posse dos corpos de prova fraturados, ficou constatada a
relação direta entre os padrões de fratura representativos de cada grupo e a
análise comparativa entre a distribuição e concentração das tensões nos
modelos fotoelásticos e matemáticos.
8
Abstract
Due to the appearance of the carie disease in society and the necessity
of preparation of cavities for the substitution of the loss of dental structure, there
is the loss of resistance of the remaining dental structure.
Bonded restorations are a restoring alternative to give back the lost
resistance with minimum losses for the remaining dental structure.
This paper has the purpose of evaluating the response of sound intact
upper premolars, prepared or restored with direct composite resin, to a fracture
resistance test and their correlation to the analysis methods of the distribution of
the most common tensions used in the modern dentistry.
Seventy intact teeth were selected and divided into seven experimental
groups named as: GI (control), GII (not restored occlusal cavity), GIII (not
restored DO cavity), GIV (not restored MOD cavity), GV (restored occlusal
cavity), GVI (restored DO cavity) and GVII (restored MOD cavity).
The experimental groups were submitted to the mechanic compression
test in a universal testing machine EMIC 500 DL with crosshead speed of 0,5
mm/min until the fracture of the testing elements occurred. In the second part of
the study, photoelastic models were built in order to analyze the quality of the
tension/deformation state through polarized light. In order to complement the
photoelastic analysis, geometrical models of groups I, II and V were built and
the experiment was carried out by using the finite element method, in which the
visualization of the tension magnitude was based on Von Misses criteria.
As a result of the compressive strength test, the following data were
obtained: a) GI = 111,4 Kgf, b) GII = 80,58 Kgf, c) GIII = 79,34 Kgf, d) GIV =
61,29 Kgf, e) GV = 104,7 Kgf, f) GVI = 107,0 Kgf e g) GVII = 84,2 Kgf. The
values were submitted to statistical analysis using the one-way and ANOVA
test, as a result we realized that there were differences in the analyzed groups.
According to Tukey´s test (p<0,05), there were no statistical differences
between the sound intact teeth and the prepared and restored teeth by using
the direct composite resin. Among the prepared teeth, the more the removal of
the dental structure was, the less resistant they became. Through the fractured
testing elements, the direct relation between the fracture patterns represented
9
by each group and the comparative analysis of the distribution and
concentration of the tensions in the photoelastic and mathematic models were
demonstrated.
10
Epígrafe
Paulo Freire
11
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................................7
ABSTRACT......................................................................................................................9
1 - Introdução.................................................................................................................20
2 - Revisão da Literatura.............................................................................................24
2.1. Doença Cárie.....................................................................................................25
2.2. Preparo cavitário para restaurações diretas e materiais restauradores...............26
2.3. Testes mecânicos e resistência à fratura............................................................29
2.4. Método de inclusão e simulação do ligamento periodontal..............................37
2.5. Fotoelasticidade e Método dos Elementos Finitos............................................38
3 – Proposição...............................................................................................................53
4 – Materiais e Métodos...............................................................................................55
5 - Resultados...............................................................................................................82
6 – Discussão..............................................................................................................103
7 – Conclusões............................................................................................126
8 – Referências Bibliográficas...................................................................................128
9 – Anexos....................................................................................................................140
9.1 Termo de Consentimento.............................................................................146
12
LISTAS
I. FIGURAS
13
Figura 19. Gráfico de valores de resistência à fratura dos grupos
experimentais.
Figura 27: cada cor no modelo corresponde a uma diferente área com
características físicas e mecânicas próprias.
14
II. TABELAS
15
Tabela 14. Distâncias M-D e ½ da distância intercuspídea dos corpos-de-prova
componentes do grupo VI (valores em mm).
16
III. QUADROS
17
IV. SIGLAS E ABREVIATURAS:
2D – Bidimensional.
3D – Tridimensional.
cm – Unidade de comprimento (centímetro).
Cols. – Colegas.
D.I. – Distância intercuspídea.
DO – Classificação de cavidade (disto-oclusal).
Dp – Desvio padrão.
EMC – Ensaio mecânico de compressão.
et al. – Colaboladores.
Gpa – Unidade de pressão – força/área (Giga Paschoal).
Kgf – Unidade de força – carga aplicada (quilograma forca).
M-D – Dimensão mésio-distal dos dentes.
MEF – Método dos elementos finitos.
MOD – Classificação de cavidade (mésio-ocluso-distal).
mm – Unidade de comprimento (milímetro).
Mpa - Unidade de pressão – força/área (Mega Paschoal).
mw/cm2 – Unidade de densidade de energia (miliwatts por centímetro
quadrado).
mm/min – Unidade de velocidade (milímetro por minuto).
N – Unidade de pressão – carga aplicada (Newton).
p – Probabilidade.
PVC – Polivinil cloreto rígido.
V-L – Dimensão vestíbulo-lingual dos dentes.
& - e (comercial).
% - Porcentagem.
18
V. PALAVRAS ESTRANGEIRAS
19
1. Introdução
20
1. Introdução
21
possibilidade de fraturas durante o ato da mastigação e outros movimentos
excêntricos que ocorrem durante o dia-a-dia de nossas reabilitações orais.
22
Ao utilizarmos a análise pelo método dos elementos finitos e
fotoelasticidade, tentamos ampliar o leque de opções no campo da pesquisa
odontológica, simulando situações freqüentes que ocorrem com o
remanescente dentário e o material restaurador quando em função. Outras
áreas do conhecimento, como as engenharias, têm um contato mais próximo e
familiar com essa técnica, porém cabe a nós, pesquisadores em odontologia,
validá-la ou não, e somente nossos estudos e, sobretudo, nossos resultados, a
tornarão verídica ou passível de falhas.
23
2. REVISÃO DA LITERATURA
24
2 – REVISÃO DA LITERATURA
25
hígido, até mesmo para que tenhamos um bom desempenho das técnicas
adesivas atuais, que são utilizadas na esmagadora maioria dos procedimentos
restauradores.
26
de polidas, conseqüentemente mais compatíveis aos tecidos gengivais do que
a resina composta. Alguns fabricantes da época aconselhavam o uso da resina
composta em restaurações classe II, porém os autores consideraram a opção
controversa e só poderia ser realizada em casos nos quais a restauração
metálica poderia comprometer a estética.
27
os autores chegaram à conclusão de que o Single Bong, One Step e Clearfil
Liner Bond 2 não mostraram diferenças estatísticas significantes em relação ao
selamento marginal. O Single Bond apresentou melhor comportamento em
relação à infiltração marginal, porém com significância estatística apenas para
o Etch and prime 3.0.
28
grupo in vivo, foram utilizados molares e pré-molares vitais com indicação de
exodontia por motivos ortodônticos ou periodontais, formando um grupo com
10 exemplares. Após o desgaste da sua face oclusal, foi aplicado o sistema
adesivo e confeccionado um cilindro de resina composta com 2 mm de
diâmetro por 2 mm de altura. No grupo in vitro, foram utilizados molares e pré-
molares previamente extraídos, formando um grupo de 10 exemplares,
seguindo a mesma metodologia. Ambos os grupos foram submetidos a um
ensaio de resistência à união com uma velocidade de 0,5 mm/min em uma
máquina de ensaio universal. Como resultados, podemos observar que no
grupo in vivo houve maior tendência à falha adesiva, enquanto, no grupo in
vitro, observamos clara tendência para a falha mista. Não houve diferença
estatística entre o teste de resistência ao cisalhamento do grupo in vivo com o
grupo in vitro.
30
compressão; a maior média de resistência à compressão dentre as resinas foi
determinada pela resina Z100 quando polimerizada por 120 segundos; o
amálgama Velvalloy determinou maior resistência à compressão do que as
duas resinas compostas para dentes posteriores.
31
forramento; G3 e G4 foram compostos da mesma forma que o grupo 2, sendo
que o primeiro recebeu cimento de ionômero de vidro, e o segundo, adesivo
dental. Os dentes haviam sido anteriormente incluídos em cilindros de PVC e
fixados com resina acrílica. Após serem restaurados e termociclados, foram
submetidos à fratura por forças de compressão em uma máquina de ensaio
universal EMIC-MEM 2000, com o uso de uma esfera de 5 mm de diâmetro e
velocidade constante de 0,5 mm/min. Como resultado foi concluído que os
sistemas adesivos utilizados condicionaram o aumento da resistência à fratura
da estrutura dental nas cavidades convencionais, sendo que os dentes com
cavidades conservadoras foram mais resistentes em qualquer condição
experimental.
32
superfície oclusal paralela à base do cilindro. As amostras foram divididas
aleatoriamente da seguinte maneira: Grupo I: dentes hígidos(controle); Grupo
II: dentes preparados e não-restaurados; Grupo III: dentes preparados e
restaurados pela técnica adesiva direta(P-60 3M); Grupo IV: dentes preparados
e restaurados pela técnica adesiva indireta (Targis, Ivoclar). Os preparos foram
realizados de maneira padronizada, e as restaurações diretas realizadas
conforme as instruções do fabricante. As restaurações indiretas do grupo II
foram moldadas, vazadas em gesso tipo IV, troqueladas e cimentadas com
cimento resinoso RESIN CEMENT(3M). Após o término das restaurações, os
dentes foram submetidos a um teste de resistência à compressão em uma
máquina de ensaio universal (Emic), utilizando uma esfera de 6,0 mm de
diâmetro e com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados foram obtidos em Kgf e
submetidos à análise estatística. Como resultado, observou-se que os dentes
preparados não -restaurados sofreram redução significativa na resistência à
fratura, enquanto os dentes preparados e restaurados pela técnica adesiva
direta e indireta apresentaram resistência equivalente à dos dentes hígidos e
equivalentes entre si.
33
estatisticamente significante entre os grupos III e IV; que ocorreu diferença
estatisticamente significante entre o grupo II e os grupos I, III e IV. Não houve
diferença de resistência à fratura entre os grupos de dentes restaurados com
porcelana ou polímero de vidro, embora o padrão de fratura tenha mudado, e
ambas as restaurações restituíram grande parte da resistência física do dente
perdida pelo preparo cavitário.
34
isoladamente. O teste de Tukey foi, então, aplicado para a interação,
verificando que o fator extensão do preparo foi significante apenas para os
preparos onlay com recobrimento de apenas uma cúspide e overlay. Em
relação à abertura conservadora, o preparo onlay, recobrindo apenas uma
cúspide, apresentou a menor resistência, quando comparado ao inlay e onlay
recobrindo duas cúspides. Por outro lado, em relação à abertura extensa, o
preparo do tipo overlay mostrou menor resistência que os demais com
diferença significante em relação aos preparos inlay e onlay que envolvia as
duas cúspides vestibulares.
35
resina composta de uso direto, G4-dentes com preparos cavitários do tipo MOD
e restaurados com resina composta de uso indireto e G5-dentes com preparos
cavitários do tipo MOD e restaurados com amálgama dental. As amostras
assim constituídas foram submetidas a um ensaio mecânico de compressão
em máquina de ensaio universal, através de esfera de aço de 5,0 mm de
diâmetro com velocidade constante de 0,5 mm/min até a fratura das mesmas.
Como resultado, foi obtido o seguinte valor de resistência à fratura: G1-176,13
Kgf (dp=52,56 Kgf), G2-22,41 Kgf (dp=10,51 Kgf), G3-103,72 Kgf (dp=19,02
Kgf), G4-117,72 Kgf (dp=32,92 Kgf) e G5-63,95 Kgf (dp=20,28 Kgf). Os valores
foram submetidos à análise estatística a qual determinou que dentes hígidos
mostraram-se mais resistentes que os demais, seguidos pelas restaurações
adesivas que não diferiram entre si, amálgama e dentes preparados e não
restaurados.
36
2.4.Método de inclusão e simulação do ligamento periodontal
37
SOARES et al., em 2002, analisaram a influência do método de inclusão
e de reprodução do ligamento periodontal na resistência à fratura de incisivos
bovinos. Os resultados demonstram que o método de inclusão e o
procedimento de reprodução do ligamento periodontal podem influenciar nos
testes de resistência à fratura. O valor de resistência foi pouco influenciado
pela presença do ligamento, porém o padrão de fratura foi altamente
influenciado pela reprodução do ligamento periodontal. Os autores concluíram
que a associação da inclusão com resina de poliestireno e a reprodução do
ligamento com Impregum F parece ser o mais indicado.
38
FARAH et al., em 1975, realizaram um estudo em que através da
metodologia dos elementos finitos mostraram que as tensões originadas a
partir de carregamentos oclusais poderiam causar falhas no material usado
como base em restaurações de resina composta classe I em dentes
posteriores. Um modelo axissimétrico de um primeiro molar inferior
bidimensional foi criado e várias combinações de espessuras do cimento e da
restauração de compósito foram simuladas. Como resultados, temos que os
maiores valores de stress foram observados quando materiais com baixo
módulo de elasticidade foram usados. A situação ideal seria usarmos como
cimento um material com módulo de elasticidade próximo ao da resina
composta.
39
transferiram menos tensões ao dente e que quanto maior a conservação de
estrutura dentária sadia, menor a concentração das tensões.
41
que era variado desde o dente com a superfície oclusal íntegra até
restaurações classe I de compósito ou amálgama com diferentes comprimentos
e profundidades. Comparado com o pré-molar não-restaurado, a presença de
um preparo oclusal restaurado com compósito aumentou as forças ao redor da
restauração classe V em até 67%. A presença de uma restauração oclusal de
amálgama aumentou significantemente em até 228% o stress ao redor da
restauração classe V na cúspide vestibular. Como resultado mais significativo,
concluiu-se que a presença de restaurações oclusais aumenta o movimento
das cúspides, aumentando, assim, o stress ao redor das cavidades classe V.
Esse efeito foi mais pronunciado em duas situações: ao aumentar a
profundidade das cavidades classe I e quando o amálgama foi escolhido como
material restaurador das cavidades oclusais.
42
Forças verticais de 10 libras foram aplicadas nos modelos não-restaurados e
restaurados em três porções do modelo: na ponta da cúspide vestibular, na
ponta da cúspide lingual e no centro da superfície oclusal. O estresse
resultante no modelo dentário foi monitorado e registrado fotograficamente
através de um arranjo circular polariscope para visualização das franjas
isocromáticas. Como resultado, observamos que, no modelo não-restaurado, a
concentração do estresse se deu principalmente no ápice da lesão,
independentemente da configuração da mesma. Entretanto, a lesão em forma
de cunha demonstrou uma concentração de estresse mais severa. No modelo
restaurado, observamos a diminuição do estresse no ápice e na parede lingual
das lesões, enquanto ocorre aumento do estresse nas margens gengivais e
oclusais das lesões comparadas aos modelos não-restaurados. Essas
tendências foram mais óbvias quando ocorreu a carga na cúspide vestibular
dos mesmos. Concluindo, a presença de lesões cervicais mudou
significativamente o arranjo e a distribuição das forças no modelo,
concentrando o estresse no ápice da lesão. A lesão em forma de cunha tende
a desenvolver maior concentração de estresse enquanto a lesão mais larga, e
em forma de pires, tende a aumentar a flexão da cúspide. Restaurações
cervicais reduzem a concentração de estresse no ápice da lesão, entretanto
adiciona-o às margens gengivais e oclusais das lesões, situação não
observada nos modelos não-restaurados. Diferenças na forma da lesão
influenciam o estresse na interface entre a restauração e a estrutura dentária,
tornando-se, assim, um desafio para a odontologia restauradora e seus
materiais atuais.
43
se uma carga oblíqua de 100 N com 45 graus de inclinação em relação ao seu
longo eixo. Os resultados indicaram discreta diferença nos dois modelos
(formatos) de retentores. O pino escalonado neutralizou mais as cargas no
sentido corono-apical, e no pino cônico ficou evidenciado o efeito de cunha.
44
produziram maior stress sobre a base da cavidade do que as restaurações de
resina diretas.
45
aumento significativo do stress no esmalte, porém o mesmo não se dá em
dentina. Para os três parâmetros citados, exceto pela largura do istmo, ao
aumentarmos as dimensões da cavidade, tivemos o pico de stress aumentado
proporcionalmente. A profundidade foi o fator mais crítico para a elevação do
stress no esmalte enquanto a largura do assoalho no sentido mésio-distal foi o
parâmetro mais importante para a dentina. A largura do istmo foi fator de menor
comprometimento para o remanescente dentário, tanto esmalte quanto dentina.
Os autores confirmaram que os resultados não concordam plenamente com o
conceito de que a preservação do remanescente dentário irá reduzir o risco de
fratura dental.
46
de elasticidade dos materiais restauradores tem papel fundamental no sucesso
das restaurações adesivas. Falhas prematuras, provenientes da contração de
polimerização e carga oclusal, podem ser prevenidas pela correta seleção e
combinação dos materiais restauradores.
47
oclusais de diferentes direções. Concluindo, pinos fabricados com materiais
convencionais não obtiveram sucesso no reforço da estrutura dentária
remanescente devido ao fato de criarem áreas de concentração de stress que
podem ocasionar a fratura dentária. Os pinos de fibra reforçados com
compósitos cimentados adesivamente à dentina demonstraram que tem o
melhor potencial para reforço do remanescente dentário.
48
ocorridas no comportamento biomecânico do dente ao sofrer carregamentos
oclusais em diferentes pontos ou direções. Foi selecionado um pré-molar
inferior hígido que após ser incluído em um bloco de resina, foi fatiado
serialmente por um micrótomo. Cada fatia foi processada pelo software
ANSYS, determinando valores de módulo de elasticidade e coeficiente de
Poisson para cada estrutura correspondente aos tecidos dentais. Ao unir as
fatias, o software criou um modelo tridimensional em que foram simuladas sete
condições distintas de carregamento na superfície oclusal: C1-carregamento
vertical na ponta da cúspide lingual, C2-carregamento diagonal com início na
vestibular, realizando um ângulo de 45 graus em relação ao longo eixo e
incidência na ponta da cúspide lingual, C3- carregamento diagonal com início
na lingual, realizando um ângulo de 45 graus em relação ao longo eixo e
incidência na ponta da cúspide lingual, C4-carregamento vertical na fossa
central, C5-carregamento vertical na ponta da cúspide vestibular, C6-
carregamento diagonal com início na vestibular, realizando um ângulo de 45
graus em relação ao longo eixo e incidência na ponta da cúspide vestibular e
C7- carregamento diagonal com início na lingual, realizando um ângulo de 45
graus em relação ao longo eixo e incidência na ponta da cúspide vestibular. Em
cada condição foi aplicado um carregamento estático de 170 N. Os autores, ao
realizarem a análise das tensões em cada uma das situações, concluíram que
a presença de tensões na região cervical do pré-molar inferior é evidente,
coincidindo, assim, com as teorias biomecânicas do desenvolvimento das
lesões de abfração.
49
de tensões na interface dente-restauração. O fato de que o stress diminui
durante a fase de pós-polimerização sugere que o carregamento mecânico
deve ser limitado durante as primeiras horas após a cimentação da
restauração.
51
superior foram desenvolvidos através da metodologia dos elementos finitos, e o
perfil do stress cervical foi examinado através de um plano horizontal 1,1 mm
abaixo do limite amelo-cementário para cada situação. Nesse local, tivemos as
seguintes ocorrências: no incisivo, tivemos picos de stress na porção vestibular
cervical de 176,4 Mpa ; no pré-molar, o pico correspondente foi de 57,8 Mpa e,
no canino, 3,4 Mpa. O perfil de stress cervical na região do incisivo superior foi
significantemente maior do que os valores achados no canino e no pré-molar.
Esses resultados comprovam, através da biomecânica, que a prevalência de
lesões de abfração em incisivos superiores não é somente uma coincidência
clínica.
52
3. Proposição
53
3 – PROPOSIÇÃO
54
4.Materiais e Métodos
55
4 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
56
Com o objetivo de simular a movimentação do dente no alveólo,
simulamos o ligamento periodontal, empregando material elástico à base de
poliéter (Impregum – F) (SOARES et al, 2002). O dente foi marcado com
caneta para retroprojetor, distando 2 mm apicalmente da junção amelo-
cementária, e a porção radicular foi recoberta com cera número 7, através da
sua imersão em cera liquida até a marcação acima citada (Fig. 2A). Para a
inclusão do dente em uma base de resina de poliestireno, foram usados
cilindros de PVC com 25 mm de altura e 18 mm de diâmetro (SOARES, 2003).
A resina de poliestireno, após a sua manipulação, apresentou-se em estado
líquido, posteriormente os dentes foram incluídos nos cilindros com a coroa
voltada para baixo, onde uma película de RX com o dente transfixado até a
marcação 2 mm aquém do limite amelo-cementário e vedada com cera rosa
dava estabilidade ao conjunto e evitava vazamentos do material (Fig. 2B e C).
Durante a inclusão, foi tomado o cuidado de manter a superfície oclusal dos
dentes paralela à base do cilindro (Fig. 2D). Após 4 horas da inclusão (Fig. 2E
e F), os dentes foram removidos dos alvéolos artificiais com o auxílio de
fórceps e limpos com jato de bicarbonato e água, removendo, assim, qualquer
resquício de cera nos dentes e nos alvéolos artificiais (Fig. 3A e B). O material
de moldagem IMPREGUM F foi inserido no alvéolo e seu respectivo dente
introduzido sob pressão digital até que a marcação de 2 mm do limite amelo-
cementário coincidisse com a base do cilindro (Fig. 3C). Após a polimerização,
os excessos do material foram removidos com lâmina de bisturi número 11, e
os corpos de prova assim constituídos foram armazenados em água destilada
sob refrigeração (Fig. 3D).
57
A B
C D
E F
58
A B
C D
E F
59
4.3.3 Mensuração e randomização dos corpos-de-prova
60
Figura 5. Mensuração dos comprimentos M-D e V-L com paquímetro digital.
61
4.3.4 Características dos grupos experimentais
62
4.3.5 Realização dos preparos cavitários
A B
63
Cavidade classe II simples: extensão vestíbulo-lingual da caixa oclusal
equivalente a metade da distância intercuspídea, paredes circundantes
levemente retentivas, ângulos internos arredondados e profundidade de 1,5
mm em relação ao centro da superfície oclusal. Essas cavidades foram
padronizadas com o rompimento da crista marginal sempre ocorrendo na
porção distal. A crista marginal mesial foi mantida com 20% do comprimento
total no sentido mesio-distal. Na caixa proximal, temos paredes vestibular e
lingual levemente divergentes para oclusal, ângulo cavo-superficial nítido e sem
bisel, ângulos internos arredondados e profundidade de 3,0 mm. Na parede
gengival, temos, aproximadamente, 2,0 mm de espessura no sentido próximo-
proximal (Fig. 7C e D).
64
A B
C D
E F
65
4.3.6 Realização das restaurações de resina composta fotoativada
de uso direto
66
Acabamento imediato: os excessos foram removidos com lâmina de
bisturi número 15, do centro das restaurações para as margens das mesmas.
67
4.3.8. Classificação do Padrão de fratura (adaptado de Soares, 2004)
A B C D E
68
4.4. Análise por Método Fotoelástico
69
reagiram, quando em condições de carregamento semelhantes às do ensaio
mecânico de fratura já observados nessa pesquisa.
70
A B
C D
E F
71
4.4.1.2 Confecção dos modelos fotoelásticos
B C
D E
72
4.4.2. Confecção do periodonto de inserção simulado
A B
A B
C D
74
4.5. Análise por Método de Elementos Finitos
O método dos elementos finitos é uma técnica pela qual pode ser
recriado matematicamente o comportamento de um sistema físico determinado.
Em outras palavras, o protótipo físico pode ser estudado mediante a criação de
um modelo matemático preciso. Esse método faz uso de computador para
resolver grande número de equações matemáticas, as quais simulam as
propriedades físicas da estrutura a ser analisada (ROCHA, 2000).
75
produz-se também uma deformação nos eixos Y e Z (ROCHA,
2000).
76
Figura 16. Imagens dos modelos geométricos no Mat Lab 6.0
77
Tabela 1. Propriedades mecânicas dos materiais e estruturas dentais.
78
O modelo geométrico foi dividido em número finito de elementos,
interconectados por seus pontos nodais ou nós, os quais se encontram no
sistema de coordenadas X , Y e Z. O conjunto resultante é chamado de malha.
Esse passo foi executado, utilizando processo de malhagem automática livre,
disponível no software ANSYS 6.1. Para a criação dessa malha, designamos
previamente as propriedades dos materiais e/ou as estruturas anatômicas que
a mesma representa (SOARES, 2003). O tipo de elemento usado na
construção dos modelos foi o plane 182, tendo o modelo do dente hígido
utilizado 11029 elementos, o modelo do dente preparado, 37321 elementos; e
o modelo do dente restaurado com resina composta, 38258 elementos.
79
A análise numérica de elementos finitos foi realizada, simulando o
ensaio mecânico de compressão. Aplicou-se um carregamento de 90 N,
distribuído em seis pontos, três em cada vertente triturante interna da superfície
oclusal do dente.
80
A distribuição de tensões em um material é obtida indiretamente através
da observação e da medida das deformações sofridas, quando sobre ele
exercemos determinada força. Quando aplicamos determinada carga sobre um
material, ele resiste com uma reação elástica chamada tensão. Em uma
análise clássica de tensão-deformação, o método dos elementos finitos
apresenta o resultado da análise de tensões em vários formatos:
81
5. Resultados
5. Resultados
82
Os resultados foram apresentados em três divisões: 1 – ensaio
mecânico de resistência à fratura, 2 – ensaio fotoelástico e 3 – método dos
elementos finitos.
1 18 162,55 Tipo II
2 29 99,37 Tipo I
3 38 89,74 Tipo I
4 42 74,94 Tipo II
5 43 199,09 Tipo I
6 46 98,13 Tipo II
7 50 113,61 Tipo I
8 56 83,23 Tipo I
9 64 99,86 Tipo IV
10 68 93,56 Tipo II
83
Amostra Dente Kgf Modo de Fratura
1 6 116,10 Tipo V
2 9 61,93 Tipo V
3 21 68,30 Tipo II
4 25 111,15 Tipo IV
5 26 87,14 Tipo I
6 28 76,71 Tipo IV
7 37 80,95 Tipo V
8 45 98,06 Tipo V
9 49 55,91 Tipo V
10 54 49,51 Tipo II
84
Tabela 4. Grupo III – dentes com preparos classe II simples
1 5 78,54 Tipo IV
4 17 63,79 Tipo V
6 29 97,36 Tipo IV
7 32 46,68 Tipo V
8 51 74,91 Tipo V
9 53 47,94 Tipo II
10 60 142,62 Tipo II
85
Tabela 5. Grupo IV – dentes com cavidades classe II complexas (MOD).
2 24 33,30 Tipo I
3 31 51,33 Tipo II
4 33 66,00 Tipo V
5 36 57,80 Tipo V
6 47 66,62 Tipo II
7 58 51,40 Tipo I
8 59 78,37 Tipo V
9 65 44,72 Tipo V
10 70 110,34 Tipo V
86
Tabela 6. Grupo V – dentes com cavidades classe I restauradas com resina
composta (Z250 – 3M ESPE) de uso direto.
1 1 123,18 Tipo V
2 4 48,11 Tipo V
3 13 72,12 Tipo V
4 16 180,15 Tipo IV
5 23 76,54 Tipo I
6 27 179,68 Tipo IV
8 35 51,5 Tipo V
9 41 84,41 Tipo V
10 63 128,78 Tipo IV
87
Tabela 7. Grupo VI – dentes com preparos classe II simples restaurados com
resina composta (Z250 –3M ESPE) de uso direto.
1 11 100,51 Tipo II
2 14 140,10 Tipo V
3 30 70,13 Tipo II
4 39 55,38 Tipo V
5 40 94,34 Tipo IV
6 44 43,48 Tipo V
7 48 137,16 Tipo V
8 52 102,49 Tipo IV
9 67 158,76 Tipo II
10 69 167,19 Tipo V
88
Tabela 8. Grupo VII – dentes preparados com cavidades classe II complexas
(MOD) e restaurados com resina composta (Z250 – 3M ESPE) de uso direto.
1 2 56,50 Tipo IV
2 3 54,58 Tipo IV
3 10 44,58 Tipo II
4 12 55,14 Tipo V
6 22 108,54 Tipo V
7 55 122,07 Tipo V
8 57 132,99 Tipo IV
9 61 74,18 Tipo V
10 66 118,33 Tipo V
89
5.1.1. Análise Estatística dos valores obtidos no ensaio mecânico
de compressão
90
Resistência a Fratura
Seqüência1
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7
Grupos de pesquisa
Figura 19. Gráfico de valores de resistência à fratura dos grupos
experimentais.
91
5.2. Resultados do Ensaio Fotoelástico
92
Figura 21. Modelos fotoelásticos representativos do grupo II
(dentes preparados classe I)
93
Figura 22. Modelos fotoelásticos representativos do grupo III
(dentes preparados classe II DO)
94
Figura 23. Modelos fotoelásticos representativos do grupo IV
(dentes preparados classe II MOD)
95
Figura 24. Modelos fotoelásticos representativos do grupo V
(dentes preparados classe I e restaurados com resina composta Z-250)
96
Figura 25. Modelos fotoelásticos representativos do grupo VI
(dentes preparados classe II DO e restaurados com resina composta Z-
250)
97
Figura 26. Modelos fotoelásticos representativos do grupo VII
(dentes preparados classe II MOD e restaurados com resina composta Z-
250)
98
5.3 Resultados do Método dos Elementos Finitos
99
5.3.1 Método dos Elementos Finitos para o Dente Hígido
100
5.3.2 Método dos Elementos Finitos para o Dente Preparado
101
5.3.3 Método dos Elementos Finitos para o Dente Preparado e
Restaurado com Resina Composta
102
6.Discussão
103
6.Discussão
criadas, algumas com êxito evidente, enquanto outras, com a evolução das
elementos finitos (CHUN-LI LIN et al, 1999; SOARES, 2003) objetivando uma
suma importância que, ao planejar uma pesquisa “in vitro”, sejam usados
enorme existente entre uma máquina de ensaio universal, uma imagem da luz
104
polarizada ou a tela fria de um computador com a multifacetada realidade
divididos em sete grupos com dez dentes em cada um, valores próximos aos
outros trabalhos, notamos grupos constituídos por oito e até seis dentes
– dentes hígidos com 111,4 Kgf, GII – dentes com preparos classe I com 80,58
Kgf, GIII – dentes com preparo classe II (DO) com 79,34 Kgf, GIV – dentes com
preparo classe II (MOD) com 61,29 Kgf, GV – dentes com preparos classe I
restaurados com resina composta com 104,7 Kgf, GVI – dentes com preparos
classe II (DO) restaurados com resina composta com 107,0 Kgf e GVII – dentes
com preparo classe II (MOD) restaurados com resina composta com 84,2 Kgf.
108
Ao observarmos somente os grupos dos dentes preparados em relação
ao grupo dos dentes hígidos, foi notada uma tendência clara: quanto maior o
fratura em relação aos dentes hígidos. No grupo III, houve perda média de
28,7% em relação aos dentes hígidos. Já no grupo IV, devido a remoção das
duas cristas marginais, tivemos perda média de 44,9% em relação aos dentes
hígidos.
grupo II, composto por dentes com preparo oclusal e manutenção das duas
grupos III e IV diferem estatisticamente dos outros grupos, porém não diferem
dentário da coroa. Nos grupos II, III e IV, dentes somente preparados, ocorrem
dentes.
111
nenhuma mudança significativa do estado de tensão/deformação, gerando um
sem contato com o material restaurador. Para melhor leitura dos dados
dentes no EMC, parece pequeno, porém sempre cabe lembrar que a resina
fotoelásticos.
Áreas com
concentração
de tensão após
carregamento
oclusal.
modelo.
113
Grupo II – CI Grupo III – CII DO Grupo IV – CII MOD
114
assoalho da mesma próximo ao corno pulpar. Na região cervical, em maior
dentário.
115
Grupo V – CI/R Grupo VI – CII DO/R Grupo VII – CII MOD/R
116
cervical, temos áreas difusas de concentração de tensões na porção palatina.
Na região cervical vestibular, temos uma área com enorme concentração de
franjas fotoelásticas sugerindo processos ativos de fadiga e ruptura dos tecidos
dentários. Na porção apical, temos acúmulo de tensões próximo ao ápice
dentário. A manutenção de somente uma crista marginal conjugada com a
restauração de resina não foi suficiente para restaurar o equilíbrio no
remanescente. A comparação direta entre o modelo classe II DO não-
restaurado e o modelo classe II DO restaurado com resina composta evidencia
a péssima distribuição das tensões após o preparo cavitário. A restauração de
resina composta restabelece a resistência do remanescente dentário à fratura,
mas, mecanicamente, não garante sucesso, pois permitiu distribuições de
tensão ainda mais comprometedoras em longo prazo para o remanescente
dentário, ainda que em valores elevados.
No modelo fotoelástico representativo do grupo VII, temos concentração
de tensões na cúspide vestibular e no assoalho da cavidade. Na porção
cervical, temos concentração de tensões na vestibular e com menos
intensidade na palatina. Ao compararmos o modelo fotoelástico do grupo VII
com o modelo fotoelástico do grupo IV, podemos notar a melhora do estado de
tensões no dente restaurado. A restauração de resina limitou a movimentação
das cúspides, gerando reforço da estrutura dentária, mesmo com a perda de
grandes quantidades de tecido dentário, permitindo, assim, uma distribuição
mais homogênea das tensões ao longo eixo do dente. Na porção apical, não
temos o surgimento de franjas fotoelásticas no modelo restaurado com resina
composta. Essa melhora do comportamento biomecânico do dente restaurado
não se traduz em sucesso, quando comparada com o dente hígido.
A configuração do preparo cavitário é fator importantíssimo na
distribuição das tensões. Quanto maior a remoção da estrutura dentária, pior se
torna o comportamento mecânico do remanescente. A restauração (do mesmo)
não consegue restabelecer as qualidades do dente hígido. A restauração de
resina garante reforço considerável do remanescente frente aos esforços
mastigatórios, mas não consegue evitar a propagação e a concentração de
tensões em áreas específicas do remanescente dentário que não existiam no
dente hígido.
117
Outra maneira importante de analisar a distribuição das tensões ocorre
através da metodologia dos elementos finitos na qual, a partir de um
experimento numérico, temos uma completa distribuição do estado de
tensão/deformação em modelos simulados. Ainda há muita discussão em
relação à validade dos resultados, pois metodologias dispostas a compreender
os fenômenos naturais, utilizando modelos virtuais geram dúvidas em relação à
confiabilidade. No corrente trabalho, partimos de um ensaio experimental
clássico, como o EMC, e o adaptamos a metodologias mais complexas em
relação à distribuição das tensões, produzindo, assim, dados que, quando
expostos, mostram semelhanças entre as metodologias pesquisadas.
A MEF vem sendo empregada em pesquisa odontológica desde os anos
setenta com os trabalhos de FARAH et al, 1973. Aspectos importantes devem
ser analisados para a confecção dos modelos matemáticos. A simulação dos
diferentes materiais deve obedecer aos seguintes critérios: os materiais são
todos considerados isotrópicos, tendo em vista que apresentam as mesmas
propriedades em qualquer direção considerada; elásticos, após a remoção da
carga eles retornam às dimensões originais e contínuos, sem a presença de
espaços vazios. Os modelos assim considerados necessitam de apenas duas
propriedades mecânicas para a caracterização dos diferentes materiais que os
compõem: o modulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson. A confecção
dos modelos, seguindo esses critérios, assemelha-se aos trabalhos de FARAH
et al., 1973 & 1975; MORI, UETI, MATSON e SAITO, 1997; ROCHA, 2000;
OLIVEIRA, 2002 e SOARES,2003.
Para o carregamento dos valores das propriedades físicas dos
materiais, recorremos à literatura odontológica e a dados fornecidos pelos
fabricantes dos materiais. Há dados divergentes nos diversos trabalhos
utilizando a MEF. Os valores escolhidos estão de acordo com os trabalhos de
SABBAGH, UREVE e LELOUP, 2001; JOSHI et al., 2001 e CHUNG et al.,
2003.
No corrente trabalho, foram construídos três modelos bidimensionais,
simulando o dente hígido, o dente somente preparado e o dente preparado e
restaurado com resina composta. Esses modelos repetem a inclusão e
simulação do periodonto já citados nas metodologias anteriores. As
118
características físicas do IMPREGUM (3M – Espe) e da resina de poliestireno
assemelham-se às características do ligamento periodontal e do osso alveolar
respectivamente. O cemento é considerado parte integrante da dentina devido
à similaridade de suas propriedades físicas. É importante ressaltar o fato de
que os modelos são heterogêneos, cada material irá reagir conforme suas
características físicas frente a um estado de tensão com o carregamento
oclusal simulado.
Figura 27: cada cor, no modelo, corresponde a uma diferente área com
características físicas e mecânicas próprias.
120
A B C
123
estado de tensão/deformação no remanescente dentário e que a restauração
de resina composta não é capaz de reestabelecer as condições que existiam
previamente, concordando, assim, com os resultados do EMC em que o tipo de
fratura dos grupos somente preparados e preparados e restaurados com resina
composta direta eram completamente diferentes do grupo dos dentes hígidos.
Por este trabalho e pelos resultados obtidos, fica ainda mais evidente a
necessidade de estimular modelos cavitários mínimos, restaurados com
material adesivo, os chamados tratamentos minimamente invasivos. Desde o
trabalho de MONDELLI et al., 1980, sabe-se a importância de se executar
preparos cavitários com o mínimo de remoção de estrutura dentária. A
necessidade de recuperar o remanescente dentário por meio de procedimentos
restauradores para devolver a capacidade funcional e fisiológica tem feito das
resinas compostas o material número um, neste momento. Este trabalho
mostra que em situações nas quais a perda é grande, mesmo que parte da
resistência seja adequada, há um momento, quando a força compressiva é
elevada, em que a fratura é inevitável, e, aí, diferentemente do dente hígido, a
fratura toma forma altamente destrutiva. Preservar, acima de tudo é um dever.
O desenvolvimento de pesquisas e metodologias, em que não é
necessária a utilização de dentes ou outro material biológico, é bem-vindo ao
cenário da pesquisa odontológica mundial. Desde a criação dos comitês de
ética e normas reguladoras da pesquisa que visam a evitar situações abusivas,
tanto para homens quanto para animais, o acesso a dentes e materiais
biológicos tem-se tornado restrito. A simulação da realidade é uma nova
tendência a ser explorada na pesquisa odontológica moderna. A interação com
outras fontes de conhecimento, como as engenharias, é fundamental para o
aprimoramento dessas novas técnicas.
Este trabalho mostra que técnicas como a fotoelasticidade e MEF são
realidade atualmente. O comportamento biomecânico do remanescente
dentário, após preparo e restauração com resina composta de uso direto,
evidencia que os materiais atuais ainda não conseguiram realizar o mimetismo
das estruturas dentárias naturais. O reforço das estruturas dentárias é evidente
após a restauração com resina composta, porém a resistência à fratura não é o
único parâmetro importante a ser perseguido nas nossas reabilitações do órgão
124
dental. Novos trabalhos e experimentos com técnicas indiretas e outros
materiais restauradores são bem-vindos para a melhor interpretação dos
nossos resultados.
125
7. Conclusões
126
7. Conclusões
127
8. Referências Bibliográficas
128
8. Referências Bibliográficas
1435, 2002.
Chicago, 1908.
130
CHUNG, S.M. ; JIN YAP, A.U. ; KOH, W.K. ; TSAI, K.T. ; LIM, C.T.
CHUN-LI LIN et al. Automatic finite element mesh generation for maxillary
187-195, 1999.
J Bras Clin Odontol Int , Curitiba , v.7 , n.37 , p. 39-43 , jan./fev. , 2003.
FARAH, J.W. et al. Effects of cement bases on the stresses and deflections
1998.
132
/ATM , Prótese , Prótese sobre Implante e Prótese Buco Maxilo Facial. p. 245-
1979.
2003.
31 , p. 267-274 , 2000.
133
LEE, H.E. et al. Stresses at the cervical lesion of maxillary premolar. A
LEWGOY, H.R. Finite elements study of the flexi post and flexi flange post
systems in a maxillary central incisor. Pesqui Odontol Bras v.17, n.2, p. 132-
dentina do sistema adesivo Single Bond (3M). JBD , Curitiba , v.1 , n.2 , p.
134
MINTO, A.M.P. ; DINELLI, W. ; NONAKA, T. ; THOMÉ L.H. DE C. Estudo
restaurados com amálgama aderido. Pesqui Odontol Brás, v.2, n. 16, p. 121-
126, 2002.
2003.
1980.
monomers into tooth substrates. J Biomed Mat Res., v.16, p. 265-273, 1982.
e cariados, com preparos e restaurações. Estomat Cult, São Paulo v.13, n.1,
p. 56-60, 1983.
2003.
136
POLLACK , B. F. ; Class II composites. Oral health , 1988(4) , p. 23-25.
REES, J.S. ; JACOBSEN P.H. The effect of cuspal flexure on a buccal class
2000.
Regensburg, 1998.
Brasil. , São Paulo , v.16 , Supl. (anais da 19a reunião anual da SBPQO) , p.82 ,
n. lb 171 , 2002.
p. 281-286, 2004.b
138
TORRES , C.R.O. ; ARAÚJO , M.A.M. Adesivos de Quinta geração –
YANG, H.S. et al. The effects of dowel design and load direction on dowel
139
9. Anexos
140
9. ANEXOS
141
41 9,0 6,8 61,2 5,4
42 9,5 7,1 67,45 5,0
43 9,5 7,7 73,15 5,4
44 9,8 7,0 68,6 5,9
45 9,1 7,0 63,7 5,3
46 9,2 7,2 66,24 5,4
47 9,2 7,3 67,16 4,2
48 8,7 6,6 55,68 5,3
49 9,8 8,0 78,4 5,1
50 9,4 6,8 63,92 6,0
51 9,5 7,1 67,45 5,8
52 11,20 8,8 98,56 5,6
53 8,45 6,8 57,12 5,1
54 8,44 7,5 63,0 4,0
55 10,1 7,7 77,77 5,8
56 9,4 7,9 74,26 5,7
57 8,9 6,6 58,74 5,0
58 8,99 8,2 72,58 5,5
59 9,7 7,7 74,69 5,6
60 9,5 7,5 71,25 6,6
61 8,5 5,4 45,9 4,9
62 9,1 8,0 72,8 5,6
63 10,04 7,5 75,0 5,6
64 9,4 7,4 69,56 5,5
65 8,1 7,3 59,13 5,0
66 9,9 7,1 70,29 6,1
67 9,0 6,9 62,1 4,2
68 8,7 6,4 55,68 4,4
69 9,2 6,6 60,72 5,2
70 8,47 6,6 54,6 5,4
142
Tabela 11. Distâncias M-D e metade da distância intercuspídea dos corpos-
de-prova componentes do grupo II (valores em mm).
143
Tabela 13. Distâncias M-D e metade da distância intercuspídea dos corpos-
de-prova componentes do grupo III (valores em mm).
5 1,3 3,4
8 1,3 2,4
15 1,5 3,0
17 1,4 2,4
20 1,5 3,1
29 1,5 2,8
32 1,5 2,6
51 1,5 2,6
53 1,3 2,5
60 1,5 2,7
11 1,3 3,4
14 1,3 2,4
15 1,5 3,0
17 1,4 2,4
20 1,5 3,1
29 1,5 2,8
32 1,5 2,6
51 1,5 2,6
53 1,3 2,5
60 1,5 2,7
144
Tabela 15. Metade da distância intercuspídea dos corpos-de-prova
componentes do grupo IV (valores em mm).
Corpo-de-prova ½ D.I.
7 2,5
22 3,0
24 2,4
31 2,6
33 2,7
47 2,1
58 2,7
59 2,8
65 2,5
70 2,7
Corpo-de-prova ½ D.I.
2 2,2
3 2,2
10 2,3
12 2,9
19 2,4
22 3,2
55 2,9
57 2,5
61 2,5
66 3,0
145
9.8. Termo de consentimento livre e esclarecido
Eu,____________________________________________________________,
sexo ______________, cor ___________, residente à
_______________________________________________________________,
telefone ________________, portador do RG __________________________,
aceito doar o(s) dente(s) permanente(s) humano, ciente de que o(s) mesmo(s)
será(ao) utilizado(s) em pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da ULBRA – Canoas / RS. Estou ciente de que esse(s) dente(s) foi (foram)
extraído(s) por indicação terapêutica para melhoria da minha saúde, como
documentado em meu prontuário e, que será preservada a minha identidade na
divulgação desta pesquisa.
_______________________________________
Assinatura do doador ou responsável
Cirurgião-Dentista:________________________________
CRO: __________________
_______________________ __________________________
Assinatura Testemunha
146
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )