Perda de Sangue - Estudante 2018

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PERDA DE SANGUE

ESTUDANTE

SAU620

Feira de Santana 2018


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Administração Superior:

Reitor: Prof. Evandro do Nascimento Silva

Vice-Reitor: Profa. Norma Lucia Fernandes de Almeida

Pró-Reitor de Graduação: Profa. Amali de Angelis Mussi

Departamento de Ciências Biológicas

Diretor: Prof. Hélio Kamida

Departamento de Saúde:

Diretor: Profa. Silvia S. Passos

Colegiado do Curso de Medicina:

Coordenador: Profa. Mônica Andrade Nascimento

Vice-Coordenador: Profa. Clara Aleida

Série: MED UEFS1,V.40


M E D IC IN A
UE FS

PROFª. NADJANE BARBOSA DE AMORIM MIRANDA

Módulo de Perda de Sangue

ESTUDANTE

SAU 620

2018/ UEFS
2018 UEFS
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia
autorização do Colegiado do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Feira de
Santana.

Colegiado do Curso de Medicina

Coordenador: Profa. Mônica Andrade Nascimento

Vice-Coordenadora: Profª. Clara Aleida

Coordenador da 3ª Série: Prof. Helder Jacobina Santos

Coordenadores das Comissões:

Avaliação: Prof. Dênio Barros

Habilidades e Atitudes: Prof. Dênio Barros

PIESC: Prof. Marcelo Torres Peixoto

Planejamento Didático: Profa. Mônica Andrade Nascimento

Apoio ao Discente: Profa. Juliana Laranjeira

Desenvolvimento Docente: Prof. Antonio Cesar Oliveira

Universidade Estadual de Feira de Santana. Colegiado do Curso de Medicina.

AV. Transnordestino, S/A Novo Horizonte, Caixa Postal 252-294 –

CEP 44.036 - 900 - Feira de Santana-BA - Brasil

tel. (75) 3161-8188 http://www.uefs.br e-mail: [email protected]


Coordenador do Módulo:

Profª. Nadjane Barbosa de Amorim Miranda (DSAU)

Grupo de Planejamento do Módulo:

Profa. Nadjane Barbosa de Amorim Miranda (DSAU)

Profa. Mônica Andrade Nascimento

Profa. Juliana Laranjeira

Tutores:

Prof. Helder Jacobina (DSAU)

Profa. Lázara Maria Fragoso (DSAU)

Profª. Nadia Caldas (DSAU)

Profª. Nadjane Miranda (DSAU)

Prof. Maurício de Almeida Pereira (DSAU)


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
ARVORE TEMÁTICA
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
ATIVIDADES TUTORIAIS
CONFERÊNCIAS
CRONOGRAMA
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
PROBLEMA 6
PROBLEMA 7
PROBLEMA 8
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
APRESENTAÇÃO

A perda de sangue, nas suas mais variadas etiologias, desde clínicas a


traumáticas, é causa frequente de agravo à saúde, podendo levar à morte se
não identificada e tratada adequadamente.
O passo inicial na abordagem de um paciente com hemorragia é
reconhecer sua presença. No caso das hemorragias internas, isso nem sempre
é fácil, portanto a avaliação clínica da presença de perfusão orgânica e
oxigenação tecidual é muito importante para seu diagnóstico.
A conduta terapêutica inicial visa manter o estado hemodinâmico do
paciente, a identificação da provável causa e a interrupção do sangramento.
Nos casos mais intensos que evoluem para choque hemorrágico, além da
reposição volêmica com cristalóide, a transfusão de sangue pode ser
necessária.
Este Módulo tem por finalidade abordar aspectos etiológicos,
diagnósticos e terapêuticos relacionados à perda de sangue, bem como discutir
os diferentes aspectos relacionados à transfusão de sangue. Os assuntos são
muito interessantes e freqüentes na prática médica e certamente despertarão a
curiosidade de vocês.
Bom estudo!
ÁRVORE TEMÁTICA

Perda de Sangue

Semiologia

Tempo Exteriorização Alterações de Coagulação

Aguda Hemoptise Epistaxis Melena Outras Adquiridas Hereditárias

Crônica

Diagnóstico

Exames laboratoriais Ex. Radiológicos Outros exames

Tratamento

Clínico Cirúrgico
OBJETIVOS GERAIS:
Possibilitar ao aluno identificar as causas de perda de sangue aguda, os
mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos, as condutas terapêuticas e os
aspectos bioéticos envolvidos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1- Reconhecer os componentes do sangue e suas funções;
2- Conhecer a fisiologia da coagulação;
3- Reconhecer os mecanismos fisiológicos compensatórios locais e sistêmicos da
perda de sangue;
4- Identificar as principais alterações adquiridas e hereditárias da resposta
fisiológica à perda de sangue (alterações vasculares, plaquetárias e dos
mecanismos de coagulação);
5- Identificar e compreender as causas de sangramento gestacionais e
ginecológicas;
6- Identificar e compreender as causas de sangramento tumorais;
7- Identificar e compreender as causas otorrinolaringológicas de sangramento;
8- Identificar e compreender as causas de sangramento do trato respiratório;
9- Identificar e compreender as causas de sangramento do trato digestivo;
10- Identificar e compreender as causas de sangramento de origem hematológica;
11- Identificar e compreender as causas de sangramento por traumatismos;
12- Identificar as manifestações clínicas das diversas perdas sangüíneas;
13- Conhecer e interpretar os exames complementares que auxiliam no diagnóstico
do paciente com sangramento;
14- Caracterizar as condutas terapêuticas frente à perda de sangue quanto ao
manejo e bloqueio do sangramento e estabilidade hemodinâmica;
15- Conhecer as técnicas transfusionais de hemocomponentes e derivados;
16- Conhecer as indicações de hemoterapia e reações transfusionais (agudas e
tardias) do uso de sangue, hemocomponentes e derivados;
17- Conhecer as condutas terapêuticas não transfusionais;
18- Compreender os aspectos bioéticos relacionados às transfusões sangüíneas.
COORDENADOR DO MÓDULO

O Coordenador é um docente que atue no Curso de Medicina. Ele é responsável pelo


bom andamento das atividades, supervisão dos tutores, viabilização das avaliações,
eresolução dos problemas que surjam no cotidiano.

Funções:

 Planejar, construir e acompanhar as atividades do módulo.


 Manter bibliografia do módulo, atualizada, inclusive internet.
 Viabilizar a reposição de atividades que, eventualmente, não ocorram.
 Realizar avaliação somativa e final, se houver, e avaliação geral do Módulo.
 Fazer devolutiva das avaliações no prazo máximo de 15 dias.
 Avaliar relatório da Comissão de Avaliação sobre o Módulo.
 Fazer apresentação do Módulo, no inicio das atividades, para os alunos.
 Preencher a caderneta no prazo legal.
 Respeitar a semana padrão.

ATIVIDADES TUTORIAIS
No ABP é fundamental o trabalho em pequenos grupos. Por isto, cada grupo tutorial é
formado por um tutor e 8 a 10 alunos. A cada problema será indicado, entre os alunos,
em sistema de rodízio, um coordenador das discussões e um secretário.

O tutor é um docente com treinamento especifico. Ele é o responsável pelo


desenvolvimento das atividades, avaliação formativa, horário e criação de ambiente
favorável ao aprendizado.

Dinâmica dos“8 passos”, dos grupos tutoriais:

1. Ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos;


2. Identificar as questões (problemas) propostas pelo enunciado;
3. Oferecer explicações para estas questões com base no conhecimento prévio que o
grupo tenha sobre o assunto (formulação de hipóteses);
4. Resumir estas explicações (Coordenador);
5. Estabelecer objetivos de aprendizado que levem o aluno à comprovação, ao
aprofundamento e complementação das explicações;
6. Estudo individual respeitando os objetivos estabelecidos;
7. Rediscussão no tutorial dos avanços de conhecimento obtidos pelo grupo;
8. Avaliação formativa (auto-avaliação, interpares e do tutor).
2 Participantes

2.1Tutor - Funções:

 Cumprir rigorosamente o horário de início do tutorial, não permitindo o


acesso do aluno após o início da sessão (Treinamento de atitude);
 Participar, obrigatoriamente, da reunião pré- tutorial com todos os tutores;
 Nunca permitir que os discentes saiam sem os objetivos planejados para o
problema;
 Avaliar o tutorial com precisão: participação, nível da informação, desempenho do
coordenador, secretário, membros, conteúdo (o que faltou, o que aprofundar).
Realçar os pontos fortes dos discentes e esclarecer sobre aqueles em que cada
um deve melhorar, pontuar questões éticas;
 Observar se a avaliação oral está compatível com a ficha de avaliação;
 Esclarecer, individualmente, se preciso, o motivo da falta ao tutorial ou queda de
rendimento;
 Cobrar as fontes de estudo do problema, estimular uso de internet, evitar “pescas”;
 Estimular a participação, evitar “monopolização”, fazer com que todos se
manifestem e garantir que todos abordem todos os conteúdos;
 Não permitir, nem atender celular, durante tutorial, ou sair antes do intervalo;
 Orientar o grupo quando a discussão estiver repetitiva, sem avanços;
 Orientar através da formulação de questões, e não de explicações, exceto em
situações excepcionais. Nunca dar “aula teórica” ao grupo;
 Pontuar a importância do assunto abordado para a vida do discente (motivação),
estimular o estudo e a busca da diversidade de fontes;
 Especificar, claramente, os objetivos para o auto-aprendizado (estudo individual);
 Conhecer todos os objetivos e a estrutura do módulo temático e orientar os alunos
se houver alterações do planejamento;
 Ter sempre em mente que o PBL é centrado no aluno e não no professor;
 Orientar na escolha do coordenador e secretário para garantir o rodízio;
 Estimular os discentes a distinguir as questões principais das secundárias, no
problema;
 Inspirar confiança e facilitar o relacionamento, criando ambiente afetivo;
 Não ensinar o aluno, mas sim, ajudar o aluno a aprender;
 Ativar e estimular o uso dos conhecimentos prévios dos alunos;
 Conhecer a estrutura da Universidade e recursos disponíveis para orientar o aluno;
2.2 Coordenador Discente

Definição: discente do tutorial escolhido no início da atividade pelo grupo ou pelo tutor
quando nenhum discente manifestar interesse em exercer a função.

Funções:

 Garantir a participação de todos, evitando a monopolização ou a polarização das


discussões entre poucos membros do grupo;
 Orientar a discussão do problema, segundo a dinâmica dos 8 passos;
 Apoiar as atividades do secretário;
 Estimular a apresentação de hipóteses e o aprofundamento das discussões pelos
colegas e intervir quando a discussão não estiver avançando;
 Respeitar opiniões individuais, garantir que sejam discutidas pelo grupo com
seriedade e que tenham representação nos objetivos de aprendizagem, se não
forem refutadas;
 Resumir as discussões quando pertinente;
 Exigir que os objetivos de aprendizagem sejam específicos, claros, e
compreensivos;
 Solicitar auxílio do tutor quando pertinente;
 Controlar para que o grupo discuta dentro do tempo estipulado para o tutorial.

2.3 Secretário - Discente

Definição: discente do tutorial escolhido no início da atividade pelo grupo ou pelo tutor
quando nenhum discente manifestar interesse em exercer a função.

Funções:

 O secretário deve anotar em quadro, de forma legível e compreensível, todas as


discussões e os eventos ocorridos no grupo tutorial;
 Deve ser fiel às discussões ocorridas, claro e conciso em suas anotações e, para
isso, se preciso, deve solicitar a ajuda do coordenador e do tutor;
 Deve respeitar as opiniões do grupo e evitar privilegiar suas próprias opiniões ou
as opiniões com as quais concorde;
 Deve anotar com rigor os objetivos de aprendizagem apontados pelo grupo;
 Deve anotar as discussões posteriores e classificá-las segundo os objetivos de
aprendizagem anteriormente apontados;
Participar ativamente das discussões do grupo.

CONFERÊNCIAS
13/06/2018 14:00 Fisiologia da coagulação Profa. Nadjane
20/06/2018 10:00 Acidentes ofídicos Profa.Ma. Celeste Valverde
20/06/2018 14:00 Hemoterapia Profa. Nadjane
04/07/2018 10:00 Hemorragia Uterina Profa. Erika
(A CONFIRMAR)

AULAS PRÁTICAS

09/07/2018 Avaliação laboratorial da coagulação Prof. Franco Arsati


11/07/2018 Imunohematologia Profa. Nadjane

27/06/2018 Congestão, edema e hemorragia Prof. Marcos Lázaro

11/07/2018 Trombose, embolia e infarto Prof. Marcos Lázaro

Profa. Cíntia
19/06/2018 Anatomia do sistema vascular: Artérias
26/06/2018 Anatomia do sistema vascular: Veias
CRONOGRAMA

Semana 1
Período de 04/06/2018 a 08/06/2018
DIA HORÁRIO GRUPOS ATIVIDADE LOCAL
2ª.feira 08:00 Todos ENCERRAMENTO DO
04/06/2018 MÓDULO SAU 621
14:00

3ª. feira 08:00 Protegido para estudo


05/06/2018
14:00 Todos

4ª. feira 10:00 Todos


06/06/2018 14:00
5ª. feira 08:00 Protegido para estudo
07/06/2018 14:00 Início do Módulo Sala
Problema 1 tutorial
17:00
6ª. feira 08:00 Todos PIESC
08/06/2018 14:00

Semana 2
Período de 11/06/2018 a 15/06/2018
DIA HORÁRIO GRUPOS ATIVIDADE LOCAL
2ª. feira 0:00 VESTIBULAR UEFS
11/06/2018 14:00

3ª. feira 08:00


12/06/2018 14:00 Habilidades
4ª. feira 08:00
13/06/2018

14:00 Todos Conferência: SMU


FISIOLOGIA DA
COAGULAÇÃO
5ª. feira 08:00 Protegido para estudo
14/06/2018 14:00 Problema 2 Sala tutorial

6ª. feira 08:00 PIESC


15/06/2018 14:00
Semana 3
Período de 18/06/2018 a 22/06/2018
DIA HORÁRIO GRUPOS ATIVIDADE LOCAL
2ª. feira 08:00 Protegido para estudo
18/06/2018 14:00 Problema 3 Sala
tutorial
3ª. feira 08:00 Anatomia do sistema
19/06/2018 vascular: artérias
14:00 Habilidades
4ª. feira 09:00 Conferência: SMU
20/06/2018 Acidentes ofídicos
14:00 Hemoterapia
5ª. feira 08:00 Protegido para estudo
21/06/2018 14:00 Problema 4

6ª. feira 08:00 RECESSO JUNINO


22/06/2018 14:00

Semana 4
Período de 25/06/2018 a 29/06/2018

DIA HORÁRIO GRUPOS ATIVIDADE LOCAL


2ª. feira 07:00 RECESSO JUNINO
25/06/2018 14:00
3ª. feira 08:00 Anatomia do sistema
26/06/2018 vascular: veias
14:00 Habilidades
4ª. feira 08:00 Todos Prática: congestão, edema Microscopia
27/06/2018 e hemorragia
14:00
5ª. feira 08:00 Todos Protegido para estudo
28/06/2018 14:00 Problema 5 Sala tutorial
6ª. feira 08:00 Todos PIESC
29/06/2018 14:00
Semana 5
Período de 02/07/2018 a 06/07/2018

DIA HORÁRIO GRUPOS ATIVIDADE LOCAL


2ª. feira 08:00 Todos FERIADO
02/07/2018 14:00
3ª. feira Todos
03/07/2018 14:00 Habilidades
4ª. feira 08:00 Todos Conferência: hemorragia
04/07/2018 10:00 uterina disfuncional

14:00
5ª. feira 08:00 Todos Protegido para estudo
05/07/2018 14:00 Problema 6 Sala
tutorial
6ª. feira 08:00 Todos PIESC
06/07/2018 16:00

Semana 6
Período de 09/07/2018 a 13/07/2018

DIA HORÁRIO GRUPOS ATIVIDADE LOCAL


2ª. feira 08:00 Todos
09/07/2018 14:00 Problema 7 Sala
tutorial
3ª. feira 10:00 Todos
10/07/2018 14:00 Habilidades
4ª. feira 08:00 Todos Prática: trombose, embolia e SMU
11/07/2018 infarto
14:00 Prática: imunohematologia
5ª. feira 08:00 Todos
12/07/2018 14:00 Problema 8 Sala
tutorial
6ª. feira 08:00 Todos PIESC
13/07/2018 14:00
2ª. Feira 14:00 Todos Devolutiva P8 Sala
16/07/2018 tutorial
16:00 PROVA TEÓRICA
SMU
PROBLEMA 1

SANGRAMENTO HEREDITÁRIO

Paulinho, 8 meses de idade, começou a engatinhar e Maria, sua mãe,


tem notado que suas pernas estão com várias manchas roxas. Maria fica
bastante preocupada, pois a filha maior, Carla, atualmente com 3 anos, nunca
teve manchas semelhantes às de Paulinho. Decide então procurar o pediatra
para ver o que está acontecendo. Após examinar minuciosamente a criança, o
médico do Posto explica à mãe que solicitará exames complementares
adequados para verificar como está o sistema de proteção contra hemorragias
da criança e, dependendo do resultado, será necessário uma avaliação com
especialista, pois podem haver mecanismos diferentes para as doenças
hemorrágicas. O médico orienta ainda que se houver episódios de
sangramento, tipo perda de sangue pelo nariz ou inchaço das articulações, a
criança deve ser levada ao pronto socorro, pois pode ser necessária infusão de
fatores derivados do sangue. Ele também perguntou se havia casos na família
de doenças hemorrágicas e informou que a criança poderá precisar de
acompanhamento com equipe especializada.
PROBLEMA 2

“TRAUMA FECHADO”

Marcelo, 16 anos de idade, foi levado ao hospital por seus amigos após
ter caído de bicicleta e batido o abdome contra o guidão. Marcelo reclamava de
dor em hipocôndrio esquerdo (HCE). Ao exame físico apresentava discreta
taquicardia, estava eupneico e com PA=130/90 mmHg, com discreta dor a
palpação de HCE, onde evidenciava-se presença de equimose. O raio X de
tórax e abdome não apresentavam alterações. O médico de plantão deixou
Marcelo em observação no pronto socorro. Após 5 horas, a enfermeira do setor
comunicou ao médico que a PA do paciente havia caído para 80/30 mmHg e o
paciente encontrava-se pálido, sudoreico, taquicárdico e com rebaixamento do
nível de consciência. O plantonista solicitou a infusão de cristalóides,
concentrado de hemácias e o encaminhou de imediato para a cirurgia. O
interno de plantão perguntou ao médico se um lavado peritoneal diagnóstico
(LPD) ou uma tomografia de abdome não poderiam ter sido utilizados para
melhor diagnóstico.
PROBLEMA 3

“ACIDENTE OFÍDICO”

Em sua última pescaria, José, 48 anos de idade, foi picado por uma
cobra no tornozelo. No dia seguinte, foi levado ao hospital com manchas roxas
e inchaço em toda perna, gengivorragia, dor e sangramento no local da picada.
No hospital, após coleta de sangue para exames de coagulação e com base
nos achados clínicos, o médico informou que o soro adequado era o anti-
botrópico. No dia seguinte, notou que sua urina estava avermelhada.
PROBLEMA 4

INCOAGULÁVEL

Patrícia tem 60 anos de idade, há uma semana vinha apresentando


febre, tosse produtiva e há 6 horas houve piora do quadro, respirando com
dificuldade e com as mãos arroxeadas, sendo levada ao hospital. Durante o
exame físico, Dr. Wagner observou que ela estava taquicárdica, dispneica e
hipotensa, com saturação arterial de oxigênio de 88% e solicitou sua internação
na UTI, pois provavelmente se tratava de um choque séptico. Os exames da
internação mostraram leucocitose, plaquetopenia, aumento do TP, TTPA e
redução da dosagem do fibrinogênio. Foi iniciada antibioticoterapia venosa e foi
explicado para a família que a paciente estava muito grave e que a infecção fez
com que seu sangue ficasse incoagulável.O Dr. Wagner entrou em contato com
o serviço de hemoterapia para solicitar transfusão dos hemocomponentes
necessários.
PROBLEMA 5

“SANGRAMENTO NASAL”

Durvalina, 53 anos de idade, hipertensa, há um dia vem apresentando


sangramento nasal o que fez com que procurasse o PS. Como não estava
sangrando no momento da consulta, o médico, após examiná-la, orientou que
procurasse um especialista. Antes do jantar teve uma discreta perda de sangue
pela narina direita. Fez lavagem do nariz com água fria, com o que obteve
melhora e foi deitar-se. Acordou no meio da noite com crise intensa de tosse
seguida de eliminação de grande quantidade de sangue pela boca e nariz,
sentindo-se fraca e com tonturas. Foi levada de imediato ao hospital por
familiares. No hospital estava pálida, com extremidades frias, a P.A. de 90 X 60
mmHg e pulso fraco. O plantonista, após infusão de solução cristalóide para
estabilização hemodinâmica, solicitou avaliação do otorrino, a despeito do
sangramento aparentemente ter cessado, para diferenciar a origem do
sangramento. O otorrino explicou ao plantonista, brevemente, a anatomia das
vias aéreas superiores e relatou as principais suspeitas de sangramento nestes
casos. No momento em que a paciente foi sentada para realização do exame
rinológico, vomitou grande quantidade de material escuro.
PROBLEMA 6

HEMOPTISE FULMINANTE

Gerson, 42 anos de idade, fumante crônico, há 6 anos fez tratamento


correto para tuberculose pulmonar. Há 2 meses vem notando emagrecimento
progressivo, sem perda do apetite ou qualquer alteração alimentar e sempre
que tosse apresenta sangramento, às vezes só rajas de sangue no meio do
escarro, outras vezes sangue puro. Ontem, após acesso de tosse, apresentou
sangramento de mais de 500 ml, com dispnéia intensa, sendo levado por
familiares ao Pronto Socorro. Com as características do sangramento, Dra.
Lígia descartou a possibilidade de sangramento digestivo e explicou aos
familiares a vascularização do tórax, as principais causas de hemoptise em
nosso país, como classificá-la e as condutas de acordo com a quantidade de
sangramento. Durante o atendimento o paciente teve piora da falta de ar e veio
a falecer.
PROBLEMA 7

“MELENA”

Sr. José, 66 anos de idade, etilista crônico, procurou o Posto de Saúde


próximo a sua residência porque há dois dias vem apresentando evacuações
amolecidas, enegrecidas e fétidas, associado a fraqueza e tonturas. Durante a
consulta, ele disse ao médico que já fez tratamento para problemas gástricos e
que vem perdendo peso nos últimos meses. Refere, também, que apresentou
um episódio de vômito com sangue vivo. Ao término da consulta, o médico
explicou ao Sr. José, brevemente, como eram os vasos sanguíneos do
aparelho digestivo alto e que aquela queixa poderia ser causada por lesão em
algum desses vasos e por isso teria que encaminhá-lo a um pronto socorro
para realizar alguns exames e saber a causa do sangramento. Explicou, ainda,
que o caso poderia ser de cirurgia ou tratamento clinico.
PROBLEMA 8

“METRORRAGIA”

Mariana, 45 anos de idade (Gesta IV, Para IV), com ciclos menstruais
regulares, procurou o ginecologista por apresentar sangramento genital há 15
dias. Durante a consulta, relatou que seus partos foram hospitalares, sem
intercorrências. Estava muito tensa, pois sua mãe e irmã tiveram episódios
semelhantes, sendo que no caso de sua mãe foi necessário a retirada total do
útero. O ginecologista, após examiná-la, não encontrando alterações
significativas, explicou que provavelmente era um sangramento disfuncional,
mas que precisaria afastar as causas de sangramento orgânico e que para isso
solicitaria exames complementares, inclusive uma ultrassonografia pélvica, e
explicou quais as opções terapêuticas que poderiam ser utilizadas, a depender
do diagnóstico. Após explicar tudo à paciente, esta sentiu-se mais calma, pois o
médico foi muito atencioso e ela acredita que será bem assistida.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

BASTOS, ÁLVARO DA CUNHA. Ginecologia. 10 ed. Rev. e atual São Paulo:


Atheneu, 1998

BIROLINI, D.; UTIYAMA, E.; STEINMAN,E. CIRURGIA DE EMERGÊNCIA.


SÃO PAULO, ATHENEU

BIROLINI,D.; OLIVEIRA,M.R. CIRURGIA DO TRAUMA. ATHENEU,

CECIL, R. L. TRATADO DE MEDICINA INTERNA. RIO DE JANEIRO:


GUANABARA KOOGAN, 2005

CONTRAN, R.; KUMAR, V.; ROBBINS, F. PATOLOGIA ESTRUTURAL E


ª.
FUNCIONAL. 5 . ED. RIODE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN , 1996.

COVAS, Dimas Tadeu; LANGHI JUNIOR, Dante Mario; BORDIN, José Orlando.
Hemoterapia: fundamentos e prática. São Paulo: Atheneu, 2007

COVAS, Dimas Tadeu; UBIALI, Eugênia Ma. Amorim; DE SANTIS, Gil Cunha.
Manual de Medicina Transfusional. 2ª. Ed. ATHENEU, 2014.

DANI, Renato. Gastroenterologia essencial. 3. Ed.Rio de Janeiro: Guanabara,


2006
FUNDAÇÃO HEMOMINAS – NORMAS PARA ATENDIMENTO AOS
HEMOFÍLICOS E PORTADORES DE COAGULOPATIAS CONGÊNITAS, 1995

HARRISON: MEDICINA INTERNA – EDITORA McGRAW-HILL, 2006

HOFFMAN, R.; ET AL. HEMATOLOGY - BASIC PRINCIPLES AND


PRACTICE.SECOND EDITION.CHURCHILL LIVINGSTONE, 1995.

HUNGRIA, H. OTORRINOLARINGOLOGIA. RIO DE JANEIRO, GUANABARA-


KOOGAN, 2000

KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2006

LEWIS SM, BAIN, BJ, BATES, I. Hematologia Prática de Dacie e Lewis, 9ª. Ed,
2006

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PEÇONHENTOS. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DA
SAÚDE. BRASÍLIA, 1998.

PETROIANU, Andy. Rotinas em gastroenterologia: esôfago, estômago e


intestino delgado: propedêutica e terapêutica. Rio de Janeiro: Medsi, 1993

PIATO, Sebastião. Ginecologia: diagnóstico e tratamento. Barueri: SP: Manole,


2008
REZENDE, J -OBSTETRÍCIA 7A ED., GUANABARA-KOOGAN, RIO DE
JANEIRO, RJ.,

SCHVARTSMAN, S.PLANTAS VENENOSAS E ANIMAIS PEÇONHENTOS.


SÃO PAULO. SARVIER. 1992

SCHVARTSMAN, S. INTOXICAÇÕES AGUDAS. SÃO PAULO. SARVIER.


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SILVEIRA, Gustavo Py Gomes da. Ginecologia baseada em evidencias. 2.ed.


São Paulo. Atheneu, 2008

VERONESI, R. & FOCACCIA, R. (EDS.). TRATADO DE INFECTOLOGIA.


SÃO PAULO: EDITORA ATHENEU

ZAGO MA, FALCÃO RP, PASQUINI R. Hematologia – fundamentos e prática.


São Paulo: Ed. Atheneu, 2004

INSTITUTO BUTANTAN – http://spguia.com.br/butantan

http://www.botunet.com.br/cevap

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