Biologia Celular e Molecular

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BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

Estudo da estrutura e função dos genes, bem como da organização e


funcionamento do genoma

1. HISTÓRICO

 1590: Invenção do microscópio – Holanda - Francis e Zacarias Janssen.


 1665: Robert Hooke na obra Micrografia descreve pequenas cavidades
(“cells”) em cortes de cortiça, de onde se originou o termo célula.
 1674: Leeuwenhoek observou diversas estruturas unicelulares:
espermatozoides de peixes, hemácias.
 1831 -: Robert Bown pesquisa com células de orquídeas descreveu o
núcleo celular.
 1838: Schleiden – estudou a estrutura dos tecidos vegetais
 1838 – 1839: Schwann desenvolveu a Teoria Celular: “Todos os seres vivos
(animais e vegetais) são formados por células”. “A célula é a unidade
estrutural da vida”.
 1855: Virchow estabeleceu que toda célula provém de outra preexistente.
“Omnis cellula ex cellula”.
 Assim, a moderna teoria celular teve a contribuição inicial das ideias de três
autores.
 Versão moderna da teoria celular:
- Todos os seres vivos são constituídos por células;
- As atividades essenciais que caracterizam a vida ocorrem no interior
das células;
- Novas células se formam pela divisão de células preexistentes através
da divisão celular;
- A célula é a menor unidade da vida.

 1868 – Camilo Golgi, microscopista italiano, descobre o complexo de


Golgi, uma organela ceular, ao estudar células de Purkinje do cérebro da
coruja.
 1868 – Miescher - primeiros Estudos Bioquímicos
do Núcleo Celular
 1880 – Strasburger – primeiro desenho da divisão celular
 1880 – Fleming – descreveu o mecanismo da mitose observando
filamentos no núcleo celular
 1889 – descoberta do ácido nucleico por Richard Altmann
 1890 – Waldeyer – cria o termo cromossomo
 1951 – cultura de células – (George Gey) – células HeLa (Henrieta Lacks)
 1954 – Rodhin observa e descreve pequenos orgânulos celulares
denominados peroxissomas
 1962: Watson e Crick criaram o modelo da molécula do DNA.
 1966 – Nirenberg e Khorana identificaram o código genético humano.
 1972 – Cohen e Boyer desenvolvem a tecnologia de DNA recombinante
 1977 – Sanger cria o sequenciamento de DNA
 1982 – Palmiter e Brinster – desenvolveram o primeiro exemplar vivo de
clonagem
 1983 – Mullis inventa a reação em cadeia de polimerase
 1985 – Jeffreys desenvolve a impressão digital por DNA
 1996 – Wilmut cria a ovelha Dolly por clonagem
 2001 – realização do primeiro mapeamento do genoma humano (99%)
 2010 – Venter cria a primeira forma de vida sintética em laboratório

2. ORIGEM DA VIDA

- Abiogênese – Aristóteles: a vida surge espontaneamente a partir da matéria


presente no ambiente – a matéria tem um principio vital – principio ativo por meio
do qual a vida nasce espontaneamente.

- Pasteur e Redi – a vida não surge espontaneamente – a vida somente pode


surgir de vida preexistente – biogênese.

- Hipótese da panspermia – Arrhenius – a vida é procedente do espaço –


meteoritos carregando microorganismos deram inicio à vida no planeta –

- procariotos – bactérias e arqueias - vivem em lugares inóspitos (água aquecida


de vulcões por exemplo) realiza a quimiossíntese – realiza a degradação de
compostos inorgânicos para produzir energia para as células e gerar matéria
orgânica.
- Hipótese de Oparin – a vida surgiu no próprio planeta (crosta terrestre) a partir
de condições climáticas e atmosféricas especiais:

 altas temperaturas;
 elevada quantidade de radiação ultravioleta;
 intensas tempestades;
 composição atmosférica a base de vapor de água, amônia, metano e gás
hidrogênio.
 A energia resultante da radiação, temperatura elevada e da incidência de
raios fez com que os constituintes atmosféricos reagissem entre si, gerando
os primeiros aminoácidos.
 Os aminoácidos foram levados pela água da chuva, se alojaram em oceanos
e lagos e, quando em contato com as rochas quentes da crosta, formaram as
primeiras proteínas.
 As proteínas, por sua vez, começaram a interagir, nutridas pelos compostos
orgânicos presentes nos oceanos e lagos. Formaram, assim, pequenos
blocos chamados de coacervados.
 Em algum momento surgiu o material genético e reações
químicas começaram a ocorrer no interior desses blocos protéicos, sendo
mediadas pelos ácidos nucléicos que resultou no primeiro ser vivo (organismo
primitivo, unicelular e procarioto) que se nutria de compostos orgânicos –
organismo heterótrofo).
 Esse organismo gerava energia por meio da fermentação – processo
metabólico que ocorrem sem a presença de oxigênio (anaeróbico) – liberação
de CO2.
 Posteriormente, devido a mutações, surgem os primeiros organismos
capazes de realizar a fotossíntese (na presença de oxigênio) liberando O2 na
atmosfera – geração de energia a partir da respiração celular – geração de
energia a partir da molécula ATP sintetizada da degradação de moléculas
orgânicas (carboidratos e lipídios).

ESTRUTURAS E FUNÇÃO

 Todas as células são formadas por uma membrana plasmática e pelo


citoplasma.
 Membrana plasmática - estrutura fina que delimita a célula, separando o
meio extracelular do meio intracelular,
 Citoplasma - espaço intracelular, o qual se encontra preenchido por um
líquido gelatinoso chamado citosol.
 Além dessas duas estruturas básicas, as células podem ter diversas
outras estruturas na sua constituição.
 Células eucariontes possuem no interior do citoplasma diversas
estruturas, como por exemplo, o núcleo celular, mitocôndrias, complexo de
Golgi, retículo endoplasmático, ribossomos, lisossomos, etc.
 Células procariontes ou procarióticas - únicas organelas existentes no seu
citoplasma são os ribossomos, além disso, o material genético está
disperso no citoplasma, ao contrário da célula eucarionte, onde o material
genético encontra-se dentro do núcleo da célula.
 (bactérias): não tem organelas (núcleo, mitocôndrias, etc). Material
genético compactado no nucleóide e um cromossomo único.

MEMBRANA PLASMÁTICA

 Estrutura fina que envolve todas as células vivas, tanto as procarióticas


como as eucarióticas. Ela estabelece a fronteira entre o meio intracelular
(interior da célula) e o ambiente extracelular (exterior).
o Barreira e “porta” seletiva, permitindo que a célula capture, para
seu interior, apenas os elementos do meio exterior que lhe são
necessários (capacidade da membrana em controlar a entrada e a
saída de determinadas substâncias da célula, chama-
se permeabilidade seletiva).
o A membrana plasmática permite que a célula relacione-se com
exterior, reconhecendo substâncias químicas do meio externo
através da interação destas substâncias com proteínas presentes
na membrana celular.
o A membrana plasmática é formada basicamente
por fosfolipídios, proteínas e carboidratos.
o A membrana plasmática é formada por duas camadas de
fosfolipídios com moléculas de proteínas inseridas nessas
camadas.
o Principais lipídios encontrados na membrana plasmática temos:
1 - Fosfolipídios: lipídios de cadeia longa que possuem o radical
fosfato em sua molécula.
2 - Esteróis: lipídios de cadeia longa, formados por quatro anéis
hidrocarbonados fundidos entre si (colesterol nas membranas
celulares dos animais e estigmasterol dos vegetais).
3 - Glicolipídios: lipídios que possuem um carboidrato na sua
molécula, com ou sem o radical fosfato, sendo o glicoesfingolipídio
o mais abundante.
o Os lipídios possuem extremidade hidrofílica (solúvel em água) e
outra hidrofóbica (insolúvel em água) (moléculas anfipáticas).
o Os mais abundantes dos lipídios de membrana são os
fosfoglicerídios, que apresentam o glicerol como estrutura base,
ligado a duas cadeias de ácidos graxos e um grupo fosfato. No
grupo fosfato liga-se um grupamento alcoólico, que dará origem aos
diferentes tipos de fosfoglicerídios.

Proteínas

 As proteínas também possuem regiões hidrofílicas e hidrofóbicas de tal


forma que a região hidrofóbica das proteínas fica no mesmo nível da
região hidrofóbica dos lipídios. O mesmo ocorre com as regiões
hidrofílicas dos lipídios e das proteínas.
 As proteínas são moléculas que apresentam uma estrutura
tridimensional importante para a sua funcionalidade, a qual está
relacionada com as interações que realizam com outras moléculas.
 As funções proteicas podem variar muito nos seres vivos, tais como
transporte de substâncias, imunidade, contração muscular, função
estrutural, e outras.
 Grupos:
 1 - Proteínas integrais ou intrínsecas: prendem-se à membrana através
da interação entre sua região hidrofóbica com a região hidrofóbica dos
lipídios, deixando exposta sua região hidrofílica ao meio externo ou ao
citoplasma. Estão totalmente inseridas dentro da membrana.
 Quando uma proteína intrínseca atravessa toda a espessura da
membrana, expondo sua porção hidrofílica tanto no meio externo quanto
no citoplasma, dizemos que esse é uma proteína transmembrana.
Existem proteínas intrínsecas que atravessam várias vezes a membrana
plasmática e por isso são denominadas de proteínas transmembrana de
passagem múltipla.
 2 - Proteínas periféricas ou extrínsecas: prendem-se à membrana através
da interação de sua região hidrofílica com a região hidrofílica dos lipídios.
Não estão totalmente inseridas dentro da membrana, ficando presas na
face hidrofílica da camada lipídica ou das proteínas integrais da
membrana. Essas proteínas podem se fixar tanto na face externa (voltada
para o meio extracelular) da membrana quanto na face interna (voltada
para o citoplasma).
 Existem proteínas da membrana associadas a cadeias de carboidrato que
se estendem para o meio exterior, formando as chamadas glicoproteínas.
 Essas proteínas são específicas para cada tipo de célula e funcionam
como marcadores de membrana, permitindo, por exemplo, que células do
sistema imune reconheçam quais são as células próprias e quais são as
células estranhas, como é o caso de bactérias ou células de órgão
transplantados. Nesses casos, o sistema imune é capaz de desencadear
uma série de eventos para destruir a bactéria invasora ou desencadear a
rejeição de um órgão transplantado. Os glicolipídios também têm função
de marcadores de membrana.

 Funções das proteínas

1 – Transportadoras – promover a entrada ou saída de substâncias


através da membrana plasmática.
2 – Porinas – proteínas canal: a sua disposição forma canais pelos
quais substâncias podem atravessar a membrana (nas células renais,
existe uma porina chamada de aquaporina, que permite a passagem
de água através da célula);-
3 – Receptores de membrana substâncias ligam-se aos seus
receptores como se fossem chave e fechadura. Existem receptores
específicos para substâncias específicas. Uma vez ligada na proteína
receptora, a substância promove uma série de reações químicas que
serão transmitidas para o interior da célula. As proteínas receptoras
são sítio de ligação de vários hormônios e medicamentos. Por
exemplo, o aumento da glicose no sangue, estimula receptores
específicos nas células do pâncreas, fazendo-as secretarem insulina.
4 Marcadores de membrana: exemplo: o complexo principal de
histocompatibilidade, que permite ao sistema imune reconhecer células
próprias e células estranhas ao organismo.
5 Enzimas – são proteínas da membrana que atuam como catalisadores
aumentando a velocidade de reações químicas que acontecem na
membrana.
- As enzimas representam um caso especial da função das proteínas
atuando na diminuição da energia de ativação durante a catálise.

Carboidratos

 A membrana plasmática apresenta na sua face externa, voltada


para o meio extracelular, uma fina camada de carboidratos
chamada de glicocálice.
 Funções do glicoálice:
- protege a célula contra agressões físicas e químicas,
- retém nutrientes e enzimas;
- participa do reconhecimento intercelular

 Transporte na membrana celular - permite a entrada de nutrientes na


célula, a saída de metabólitos e a secreção de substâncias produzidas no
interior da célula - garante a constância química e o equilíbrio meio
interno da célula.
a) transporte passivo - por difusão ou por osmose, quando não envolve o
consumo de energia do sistema, sendo utilizada apenas a energia
cinética das moléculas. Sendo assim, a movimentação dos Ìons e
moléculas dá-se a favor do gradiente de concentração (do meio
hipertônico para o meio hipotônico). A difusão pode ser auxiliada por
enzimas (difusão facilitada) ou pode não ter participação de nenhuma
delas (difusão simples, que ocorre quando moléculas hidrofóbicas
pequenas e polares, como O2, CO2, N2 e C6 H6 passam pela
membrana sem serem bloqueadas;
b) transporte ativo – é quando o transporte das moléculas envolve a
utilização de energia pelo sistema, na forma de adenosina trifosfato (ATP).
A movimentação das substâncias se dá contra o gradiente de
concentração, ou seja, do meio hipotônico para o hipertônico, como, por
exemplo, a bomba de sódio e potássio, que tem função de manter o
potencial eletroquímico das células.

 Formas de transporte:
- algumas substâncias atravessam livremente a membrana plasmática
- outras atravessam por meio de poros proteicos
- outras movem-se através da membrana com a ajuda de proteínas
transportadoras.

 O transporte, quanto ao gasto energético, pode ser:


1) Ativo – consome energia da célula
2) Passivo – a movimentação de substancias não consome
energia celular
 Transporte pela formação de vesículas na membrana: permite
movimentar grande quantidade de substâncias através dela (transporte
em quantidade).
 Difusão - processo físico, onde as partículas movem-se do meio com
maior concentração para o meio com menor concentração, até que o
sistema entre em equilíbrio (não requer energia – transporte passivo).
 Osmose - movimento da água entre meios com concentrações diferentes
de solutos, separados por uma membrana semipermeável.
 Pressão osmótica – força com que a água desloca-se para a solução com
mais soluto.
 Membrana plasmática é semipermeável – a água passa com mais
facilidade do que solutos
 Se a solução tem uma maior concentração de soluto (maior pressão
osmótica) e uma menor concentração de água (solução hipertônica em
relação à célula), a água move-se do interior da célula para a solução de
cloreto de sódio, e, consequentemente, a célula perde água, ou seja,
desidrata, ficando a célula com um menor volume e com sua membrana
de aspecto enrugado.
 Se a célula esta em um meio com menor concentração de solutos (menor
pressão osmótica) e maior concentração de água (solução
hipotônica em relação à célula), a água irá mover-se da solução para o
interior da célula, fazendo com que a mesma aumente seu volume,
ficando cada vez mais inchada até chegar ao ponto onde ocorre ruptura
da membrana (lise celular)
 Célula em solução com concentração de solutos e água semelhantes ao
seu interior (solução isotônica em relação à célula), a quantidade de
água que entra e sai da célula será a mesma, permanecendo a célula
com seu volume constante;
 Na difusão facilitada, o transporte de substâncias através da membrana
também ocorre da mesma forma, isto é, a substância passa do meio com
maior concentração para o meio com menor concentração, sem gasto de
energia.
 Ao contrário da difusão simples é que, na difusão facilitada existem
proteínas transportadoras na membrana que "facilitam" a passagem de
substâncias, fazendo com que a velocidade de difusão ocorra muito mais
rapidamente do que na difusão simples.
 A molécula transportadora, também é chamada de permease, modifica
sua estrutura ao se ligar à substância a ser transportada, permitindo que a
mesma atrevesse a membrana plasmática sem gasto de energia.
 Glicose e aminoácidos são exemplos de substâncias que entram na
célula pelo processo de difusão facilitada.
 Transporte com gradiente eletroquímico – o movimento de substâncias
através da membrana ocorre do meio com menor concentração para o
meio com maior concentração, ao contrário do que ocorre no processo de
difusão.
 O processo é intermediado por uma proteína transportadora.
 Há consumo de energia (transporte ativo ou ladeira acima).
 Ocorre por meio das bombas iônicas – bomba de sódio e potássio
(proteína transmembrana localizadas na membrana plasmática das
células animais – bombeia sódio e potássio para dentro das células.
 O desequilíbrio de cargas elétricas (ions positivos e negativos) na
membrana é denominado potencial de membrana.
 Transporte ativo primário – há uso direto de energia de molécula ATP
(adenosina trifosfato) – a proteína transportadora é uma ATP base (pode
quebrar a molécula de ATP e transforma-la em ADP (adenosina difosfato).
Exemplo: bomba sódio/potássio.
 Secundário – há uso indireto da energia com o consumo de uma molécula
ATP.
 O transporte ativo secundário pode ser no mesmo sentido (dois íons na
mesma direção - cotransporte) ou em sent/idos opostos (contratransporte)
caso do transporte de aminoácido para fora da célula.
 Transporte em maior quantidade é feito por endocitose – feito para dentro
da célula ou exocitose – para fora
 Fagocitose - endocitose envolvendo a entrada de partículas sólidas
grandes. A membrana engloba o material por meio de prolongamento
(pseudópodes) formando uma vesícula onde o material fica preso
(vacúolo digestivo ou fagossomo) que é então puxado para dentro do
citoplasma ocorrendo vesículas portadoras de enzimas digestivas
(lisossomos) atuam no processo de digestão ceular do material
fagocitado.
 Protozários e células de defesa do organismo humano e animal realizam
a fagocitose (sistema imunológico)
 Pinocitose – endocitose envolvendo entrada de partículas líquidas
menores. Ocorre em todas as células, ao contrário da fagocitose que so
ocorre em algumas.
 Pode ser não seletiva, engloba todas as substancias no meio extracelular
ou seletiva, quando o receptor da membra reconhece apenas uma
substancia. A ciatrina, proteína, facilita o processo de pinocitose.
 Endocitose envolve consumo de energia oriunda da molécula ATP
transformada em ADP.

Especializações da membrana plasmática:

 Microvilosidades ou microvilos - expansões da membrana


plasmática, digitiformes, ou seja, com forma cilíndrica semelhante a
dedos. Existem vários microvilos em uma mesma célula.
 Principal função - aumentar a superfície de contato da membrana, o
que é extremamente importante nas células com função absortiva, -
absorção de substâncias através da membrana plasmática é maior.
Exemplos - células intestinais e as células dos túbulos proximais dos
rins.
 Os estereocílios - prolongamentos longos da membrana plasmática,
imóveis. São responsáveis pela absorção e secreção de substâncias,
mas podem também assumir função sensorial quando associados a
cílios sensoriais (quinocílios) no ouvido interno.
 Invaginações - dobras da membrana plasmática para o interior da
célula, localizadas na porção inferior da célula; aumentam de forma
considerável a superfície da membrana basal das células, o que é
muito útil para as células que desempenham função de reabsorver
água e íons, como por exemplo algumas células renais.
 Interdigitações - prolongamentos da membrana plasmática, localizados
na parte lateral da célula e que se estendem até as células vizinhas.
Função: manter as células vizinhas coesas umas nas outras, além de
aumentar a superfície de contato entre as células. São típicas dos
tecidos epiteliais.

NÚCLEO CELULAR

o Estrutura envolta por membrana que protege o DNA nas células


eucarioticas (desde fungos até plantas e animais).
o Alguns organismos que não possuem núcleo e outras estruturas
organizadas, os procariotos, como é o caso das bactérias.
o Membrana do núcleo - carioteca - semelhante em composição à
membrana plasmática, com dupla camada lipoproteica. Possui
inúmeros poros, que permitem a comunicação com o citoplasma e o
fluxo de diversas substâncias, como os RNAs.
o Apresenta uma forma variável, contudo geralmente apresenta uma
forma arredondada, lobulada ou oval.
o Organela mais volumosa e nas células animais encontra-se
normalmente no centro da célula, enquanto nas células vegetais este é
empurrado para a periferia para junto dos outros organelas devido ao
tamanho dos seus vacúolos.
o Principais funções:
- armazenar as informações genéticas
- sintetizar os ácidos nucleicos necessários para o funcionamento e
para a respiração celular
- sintetizar ribossomas.
o Constituição:
1) Invólucro nuclear (carioteca) - separa o meio interior do núcleo do
citoplasma.
- constituído por uma dupla camada de membrana unitária onde existem
numerosos poros (de 25 a 100 nm de diâmetro) que permitem a
comunicação com o citoplasma. Estes resultam da fusão entre a
membrana interna e a externa do invólucro nuclear.
2) Nucléolos - normalmente num número constante em cada tipo de célula
(1 ou 2), com formato arredondado, ricos em moléculas de RNA e
proteínas. Tem uma estrutura reticular formada por uma rede de RNA que
apresenta massas de DNA. Aspecto esponjoso e encontra-se mergulhado
no nucleoplasma uma vez que não tem uma membrana para separa-lo.
- Função: síntese e amadurecimento do RNA a partir do DNA a ele
associado. As moléculas de RNA antes de chegarem ao citoplasma sofrem
complexas modificações. São constrições secundárias de determinados
cromossomos.
3) Cromatina - formada pela associação das macromoléculas de DNA com
um tipo de proteínas denominadas de histonas, concentrando-se
sobretudo junto dos nucléolos e do invólucro nuclear. Pode ocorrer de
duas formas.
- condensada (Heterocromatina) – quando a célula está em divisão e os
cromossomos estão curtos e espessos.
- dispersa (Eucromatina) – quando a célula não está em divisão e a
cromatina encontra-se espalhada pelo núcleo, e os filamentos tornam-se
finos e longos.
3) Nucleoplasma: no período da interfase o DNA localizado no núcleo
apresenta-se como cromatina mas na divisão celular organiza-se na forma
de cromossomos.
- Cromossomos – sequencias de DNA contendo vários gênes e
sequencias de nucleotídeos com funções específicas.
- São estruturas nucleares formadas por desoxirribonucleoproteinas que
têm a capacidade de autoduplicarem-se assegurando a transmissão de
características hereditárias de geração em geração.
- Formados por longos filamentos.
- Podem ser classificados segundo a posição do centrômero:
a) metacêntricos - os braços dos filamentos têm o mesmo comprimento
b) submetacêntricos – o centrômero esta mais deslocado sendo um braço
mais longo do que o outro
c) aciocêntricos – um dos braços é bem mais curto do que o outro
d) telocêntricos – o centrômero esta numa das pontas
Cariótipo – conjunto de cromossomos de uma espécie ou individuo.
Célula sexual (espermatozoide) do homem – 46 cromossomos no
espermatozoide e da mulher (óvulo) tem 44.

CITOPLASMA

o Conteúdo celular compreendido pela membrana plasmática.


o Constituído por um colóide aquoso chamado citosol.
o No citoplasma das células eucariontes (que compõem o organismo dos
animais, plantas fungos e protistas) estão mergulhadas estruturas
membranosas, as organelas.
o As células procariontes (que são as células das bactérias) são de
estrutura mais simples e não apresentam organelas.
o O citosol é o hialoplasma, e as organelas orgânulos ou organóides
o O citoplasma contém diversas substâncias dissolvidas, como por
exemplo, glicídios, lipídios, aminoácidos, íons, proteínas, etc.
o quando é mais aquoso denomina-se citosol e quando é mais viscoso
designa-se por citogel.
o É no hialoplasma que se encontram, em suspensão, os organelas
celulares.
o É frequente a presença, no citoplasma das células animais, de
grânulos de colágeno, de microtúbulos e de filamentos, estruturas
proteicas longas (de 5 a 25 nm) que formam uma espécie de esqueleto
celular ou citoesqueleto, as quais podem ter funções contráteis e
formam a parte estrutural de algumas organelas e de estruturas
celulares, como os cílios, centríolos, etc.
o Tem um papel importante no que tange ao armazenamento de
substâncias químicas importantes para a célula.
o Ocorre, também, no citoplasma a síntese protéica e a glicólise
anaeróbia.

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

o Mitocôndria – presente na maioria dos eucariontes


o Número nas células varia conforme a atividade metabólica das
mesmas - a quantidade é maior no sistema nervoso e coração
o Formada por uma dupla membrana fosfolipídica, sendo a camada
externa lisa e a interna invagina-se formando cristas mitocondriais
(matriz mitocondrial na qual encontram-se proteínas, ribossomas e
DNA e realiza a codificação das proteínas necessárias para a
respiração celular.
o No interior dessas camadas ocorre a última fase da oxidação, a
respiração celular, o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidatativa.
o A função principal da mitocôndria é a obtenção de energia para a
célula em condições aeróbicas, armazenada em moléculas de ATP
(adenosina trifosfato) usadas no processo de reação celular, as quais
são formadas a partir do oxigênio e de glicose fornecidos pela célula.
o As mitocôndrias possuem uma cadeia dupla de DNA localizada em seu
núcleo (DNA mitocondrial).
o A mitocôndria é abastecida por lipídios transportados por proteína

Lisossomas

o Essas organelas foram descobertas a partir de estudos realizados nos


anos 50 por De Duve e confirmadas posteriormente com a invenção do
microscópio eletrônico.
o Contém enzimas hidrolíticas (hidrolases) responsáveis pela digestão
de proteínas, lipídios, polissacarídeos, por meio de fagocitose ou
pinocitose, além da digestão de partes da célula (autofagia) que
posteriormente serão substituídas por outras mais novas. Daí serem
tão importantes nas células dos glóbulos brancos.
o A digestão intracelular é regulada por algumas macromoléculas, como
por exemplo, proteínas, ácidos nucleicos, lípidos e polissacarídeos e
catalisada por várias enzimas hidrolíticas, como é o caso das
proteases, nucleases, lipases, fosfolipases, entre outras.
o Na heterofagia, os lisossomas fundem-se com os endossomas
(provenientes da endocitose) ou com os fagossomas (provenientes da
fagocitose).

Ribossomas

o Orgânulos formados essencialmente por RNA ribossômico e por cerca


de 50 proteínas estruturais diferentes (ribonucleoproteínas) e não têm
nenhuma membrana a envolvê-los.
o Estão presentes tanto nas células procarióticas como nas células
eucarióticas. São maiores nas células eucarióticas do que nas células
procarióticas.
o Intervêm na síntese de proteínas.
o Os ribossomas estão dispersos no citoplasma podendo estar presos
uns aos outros por um RNAm (RNA mensageiro) dando origem aos
polirribossomas ou presos ás cisternas do retículo endoplasmático,
formando o retículo endoplasmático rugoso.
o Os polirribossomas produzem proteínas que permanecem no interior
da célula e são utilizadas por esta. No entanto, as enzimas produzidas
pelos ribossomas presos ao retículo endoplasmático rugoso são
expulsas.
o Esses ribossomas livres sintetizam as proteínas dos peroxissomas ou
a cromatina do núcleo.

Complexo de Golgi

o Sistema de membranas intracelulares.


o Encontram-se em quase todas as células eucarióticas mas é mais
abundante nas células dos órgãos responsáveis pela secreção de
certas substâncias, como por exemplo, da hipófise
o Formado por grandes quantidades de vesículas membranosas e
achatadas (dictiossomas).
o Funções:
- secretar glicídios e proteínas
- participar da formação das membranas e das paredes celulares
- participa do processamento das proteínas ribossomáticas e na sua
distribuição pelos dictiossomas.

Peroxissomas

o Organelas de pequenas dimensões, presentes em células animais e


vegetais.
o Contêm abundantes enzimas oxidativas, nomeadamente, as catalases,
oxidades, etc.
o Atuam em vários processos: respiração celular, oxidação de ácidos
gordos, biossíntese do colestrol e ainda a nível da regulação.

Retículo Endoplasmático

o Rede de túbulos e sáculos (cisternas) rodeados de membrana, que vai


desde a membrana nuclear até ao citoplasma.
o Maior organela nas células eucarióticas.
o Membranas do retículo são formadas por proteínas e lipídios.
o Tipos de retículo endoplasmátio:
- rugoso – coberto por ribossomas na sua superfície externa, participa
na síntese e armazenamento de proteínas que posteriormente são
enviadas para o meio extracelular.
- Liso: não possui ribossomas e é constituído por um conjunto de
túbulos cilíndricos. Este contêm muitas enzimas na sua membrana.
Está envolvido no metabolismo lipídico e no transporte celular.

Vacúolos

o Estruturas celulares derivadas do retículo endoplasmático.


o Típicas das células vegetais. Em geral, a maior parte do volume celular
é geralmente ocupado por um único vacúolo de grande tamanho. O
mesmo não acontece nas células animais uma vez que são raros e
nestas células são apenas pequenas vesículas.
o A pressão osmótica do líquido dos vacúolos, combinada com a contra-
pressão parietal exercida pela parede celular, determina os
movimentos de água entre o meio exterior e interior da célula.
o Potencial hídrico da célula - diferença entre a contra-pressão devida à
deformação elástica da parede, e a pressão osmótica do vacúolo.
o A água migra dos meios com potenciais hídricos elevados para os de
potencial hídrico mais baixo.
o Assim, a água penetra na célula vegetal (endosmose) e incha o
vacúolo, o que provoca a turgidez (aumento de volume ou inchaço).
o O fenômeno inverso, de saída da água (exosmose ou transpiração),
provoca a plasmólise celular, que é a diminuição do volume do
vacúolo.
o Os vacúolos podem acumular solutos e outras substâncias, como
glicídios, aminoácidos, ácidos orgânicos, açúcares, pigmentos
hidrossolúveis e ainda materiais insolúveis sob a forma de cristais.
o Funções:
- atuam como reservatório de substâncias metabolicamente ativas,
como açúcares, aminoácidos e outras moléculas, ou de subprodutos
do metabolismo. Muitas plantas fixam o dióxido de carbono durante a
noite e o convertem em malato, que é acumulado no vacúolo até ser
mobilizado para a síntese de açúcares, em presença da luz. Outros,
como os aminoácidos, constituem formas de armazenamento do
excesso de nitrogênio, obtido por fixação do nitrogênio atmosférico.
No vacúolo localizam-se pigmentos responsáveis pela cor vermelha
(antocianinas) de pétalas e outros órgãos, ou pela cor amarela
(flavonas) de pétalas, e que desempenham um papel importante nas
relações planta/animal, em particular na atração dos polinizadores.

Centríolos
o As células animais e algumas das células vegetais mais primitivas têm
dois centríolos perto do núcleo.
o São estruturas pequenas de forma cilíndrica formada por duas peças
em posição perpendicular: diplossomas.
o Cada cilindro é constituído por nove grupos de três microtúbulos,
ligados entre si. À sua volta é típico a presença de microtúbulos – o
aster. Ao conjunto denomina-se centrossoma.
o Os centrossoma forma o fuso acromático durante a divisão celular,
uma vez que durante a mitose e meiose os feixes de microtúbulos e
microfibrilas são sintetizadas no citoplasma e uma das suas
extremidades fica ligada ao centríolo e a outra a uma estrutura celular.
Nesta fase o centríolo é duplicado e cada um, com os microtúbulos
associados, migra para uma extremidade da célula ajudando na
organização das estruturas celulares formadas durante a reprodução
celular.

Microtúbulos

o Filamentos de comprimento variável, cilíndricos e ocos.


o São estruturas protéicas que formam o citoesqueleto na célula, que lhe
sustenta e dá a forma.
o Também tem a função de auxiliar na interação das proteínas que
participam dos processos celulares.

Plasmodesmos

o Presentes apenas nas células vegetais.


o São canais que se forma entre as células filhas após a mitose.
o Estabelecem uma circulação molecular seletiva entre as células
vegetais.

Cloroplastos

o Organela característica da célula vegetal.


o Integram o conjunto de organelas das células vegetais denominados
de plastos (cloroplastos, leucoplastos, cromoplastos e os amiloplastos).
o Nessas organelas ocorre a fotossíntese.

Leucoplastos

o Pequenas organelas que surgem em tecidos de reserva que estão


associados à síntese de alguns tipos de lípidios.

Cromoplastos

o Organelas que se encontram sobretudo nas flores e nos frutos


amarelo, laranja e vermelhos, pois contêm outros pigmentos, que não
a clorofila, os chamados carotenoides.

Amiloplastos – contém reservas de amido.

PAREDE CELULAR

o Estrutura resistente e flexível e às vezes muito rígida que envolve


externamente as células de alguns seres vivos (proteção mecânica da
célula).
o Sua composição química varia de acordo com o organismo estudado;
- nas células vegetais são formadas por celulose enquanto que as dos
fungos possuem são compostas por quitina.
- a parede celular está ausente nas células animais e presente nas
plantas, algas, fungos e seres procariontes (exceto no micoplasma,
que é uma bactéria sem parede celular).

 Propriedades ou características:
 Resistência.
 Flexibilidade.
 Permeabilidade.
Funções:
 Proteção contra agressão mecânica e ataque de patógeno
 Proteção contra ruptura proveniente da pressão de turgescência
(excesso de água que penetra na célula, a parede celular
impede sua ruptura)
 Dar forma e sustentação às células que formam tecidos e
órgãos.
 Em razão da permeabilidade, servem como meios de
comunicação entre as células.
 A parede celular das plantas é considerada um componente
extracelular, pois está localizada externamente à membrana
plasmática (sintetizada e secretada pela célula). A madeira
possui células com uma parede celular bem espessa, daí a
característica rígida da madeira.
 A parede celular da célula vegetal é mais espessa que a
membrana plasmática e divide-se em três camadas:
1) Parede primária - parede mais fina e flexível, produzida
principalmente por uma célula vegetal jovem, o que
permite seu crescimento.
2) Lamela média - formada durante a divisão celular e está
localizada entre as membranas primárias de células
adjacentes. Formada por um polissacarídeo chamado
pectina responsável pela adesão entre as células
vizinhas.
3) Parede secundária: nova parede celular entre a
membrana plasmática e a parede primária, mais
resistente e espessa e depositada em várias camadas de
lâminas.
O componente químico mais característico da parede celular dos
vegetais é o polissacarídeo celulose.

NUCLEO E TRANSMISSÃO DE INFORMAÇÃO GENÉTICA

Nucléolo:
- estrutura densa e compacta
- Localiza-se no interior do núcleo
- Formado por RNA (ARN) e por proteínas especiais
- Função: produzir continuamente substâncias essenciais para a formação
dos ribossomos. É o centro organizador dos ribossomos
 Ácidps nucléicos –
- DNA – Ácido Desoxirribonucleico - depósito de informação genética.
- RNA – Ácido Ribonucleico – tem várias funções
1) transporte da informação genética do núcleo para os ribossomos,
2) funções enzimáticas
3) transporte de aminoácidos
4) participação na expressão gênica
5) regulação da expressão gênica - ocorre pela ação de proteínas
(histonas) que podem ser acetiladas (possuem acetila na formação do
composto orgânico) ou desacetiladas.
 Expressão gênica - processo pelo qual a informação hereditária contida
em um gene, tal como a sequência de DNA, é utilizada de modo a
formar um produto génico funcional, tal como proteínas ou RNA.
 Genes são regiões do DNA contendo informação para a produção
gênica (que pode ser uma proteína ou RNA).
 O DNA nos eucariotos está localizado no núcleo celular (cromossomos)
e nas mitocôndrias (100% do DNA mitocondrial é herdado da mãe).
 Hereditariedade é a transmissão de informações específicas,
detalhadas, dos organismos parentais para os seus descendentes
durante a reprodução.
 Mendel 1865 – inicio dos estudos sobre padrão de hereditariedade
usando ervilhas
 Cromossomo – formado por DNA e proteínas
 O cromossomo tem origem na condensação ou compactação da
cromatina localizada no núcleo celular.
 Cromatina = material genético disperso no núcleo
 Cromossomo – material genético condensado no núcleo
 DNA é formado por hélices duplas, assimétricas (não totalmente
iguais).
 Cromatina é o conjunto de DNA presente no núcleo celular. Cada
cromatina é constituída por uma molécula de DNA associada a
proteínas especiais
 A transcrição (síntese de RNA) é o primeiro passo na expressão da
informação genética.
 A seguir – código contido no RNA é traduzido (síntese protéica),
completando assim a expressão gênica.
 O fluxo de informação desde o DNA até a PROTEINA é denominada de
“dogma central da biologia molecular” e é representativo para todos
os organismos.
 Dogma central:

A transcrição do gene envolve a síntese do RNA, com base na sequencia de


nucleotídeos determinada pela sequencia de desoxirribonucleotídeos da fita que
codifica o gene.

Ácidos nucléicos - diferenças entre DNA e RNA


Funções do RNA:

 RNA transportador – transporta aminoácidos até os ribossomos para a


síntese protéica.
 RNA mensageiro: carrega informação copiada dos genes até os
ribossomos que estão no citoplasma
 RNA ribossômico – responsáveis pela estrutura dos ribossomos e
produção de enzimas
 RNA pequenos nucleares – processam os RNA transcritos nas células
eucariontes e podem guiar a modificação do RNA ribossômico. Podem
se unir a unidades protéicas para formar o processamento de
ribonucleoproteínas.
 Micro RNAs – pequenos RNAs com 20 a 22 nucleotídeos atuando no
controle da expressão gênica de alvos específicos.
 Fatores hereditários – são associados aos fenótipos (características)
específicas dos indivíduos na reprodução.
 Código genético – sequências sucessivas de três nucleotídeos do DNA
(codon) determinam a sequência de aminoácidos de uma proteína
 As moléculas de DNA e RNA são compostas por quatro diferentes
nucleotídeos:
- Adenina, Guanina e Citosina – comum para DNA e RNA
- Timina – encontrada somente no DNA
- Uracila – encontrada somente no RNA
 As bases nitrogenadas (estrutura dos ácidos nucléicos) podem ser
dividas em dois grupos conforme sua estrutura:
- Purinas – Adenina e guanina
- Pirimidinas – Uracil e timina
- O DNA é basicamente duas fitas de polinucleotídeos associadas
formando uma estrutura de dupla hélice onde as pentoses e os radicais
fosfato compõem a fita, sendo que as bases projetam-se para o interior
da mesma
- As fitas mantêm-se unidas através da formação de pontes de
hidrogênio entre as bases o que contribui para a estabilidade da dupla
hélice
- Replicação do DNA - as duas fitas velhas ou mães servem de molde
para cada fita nova ou filha complementar, que está sendo sintetizada.
O processo de replicação de DNA, também chamado de duplicação do
DNA, é semiconservativo. Isso se deve ao fato de que todas as
moléculas de DNA recém-formadas apresentam uma fita da molécula-
mãe e produzem uma nova fita, que é complementar àquela que foi
usada como molde.
- Estabilização da dupla hélice:
 Entre as bases hidrogenadas – é feita pela ação de interações
hidrofóbicas (ligações de hidrogênio), pela ação das forças de
Wan der Vaals
 Entre os grupos de fosfato do DNA e cátions
- A forma predominante de torção da espiral do DNA é para a direita ou
sentido horário
- O DNA tem duas regiões:
 Região gênica – porção que codifica o produto final (RNA ou
cadeia polipeptídica
 Região intergênica – porção regulatória que sinaliza o fim ou
início de um gene
 A informação biológica está contida em apenas uma das fitas
 Os genes são segmentos individualizados da molécula
Características de um gene
 Os genes são segmentos individualizados da molécula de DNA
separados por DNA intergênico

- Adenina (A) pareia com Timina (T) através de 2 pontes de hidrogênio


- Guanina (G) pareia com Citosina (C) através de 3 pontes de
hidrogênio

DESTINO DE PROTEÍNAS

 As proteínas precisam ser transportadas para diversas partes da célula


eucariótica, ou em alguns casos, exportadas da célula para o espaço
extracelular.
 Para garantir que as proteínas cheguem aos destinos certos, as células
possuem vários sistemas de entrega, rótulos ou identificadores
moleculares (muitas vezes, sequências de aminoácidos) são utilizados
para endereçar as proteínas para entrega nos locais específicos.
 O transporte de todas as proteínas de uma célula eucariótica começa
no citosol (exceto umas poucas proteínas feitas nas mitocôndrias e
cloroplastos).
 Assim que uma proteína é produzida, ela segue passo a passo pela
"árvore decisória" da entrega. A cada passo, a proteína é checada em
busca de marcadores moleculares, para ver se ela precisa ser
redirecionada para um caminho ou destino diferente.
 Todas as proteínas começam sua síntese no citosol. Muitas ficam ali
para sempre, mas algumas são transportadas para outros destinos
celulares.
 Algumas são completamente sintetizadas no citosol. Elas podem ser
importadas para o interior da mitocôndria, peroxissomo, cloroplasto e
núcleo, após o transporte.
 Outras proteínas são importadas para o interior do retículo
endoplasmático. Daí, a maioria vai até o Complexo de Golgi por
transporte vesicular.
 Do Complexo de Golgi (ainda por transporte vesicular), as proteínas
podem alcançar o exterior celular (por secreção), membrana
plasmática, lisossomo, ou outras partes do sistema de endomenbranas.
 O primeiro ponto principal da ramificação é logo no início do transporte.
Neste ponto, a proteína pode permanecer no citosol pelo resto do
processo, ou ser enviada para o interior do retículo endoplasmático
(RE).
 As proteínas são entregues no RE pelo transporte se elas tiverem uma
sequência de aminoácidos chamada de peptídeo sinal. Em geral as
proteínas destinadas às organelas do sistema de endomembranas (tais
como o RE, aparelho de Golgi e lisossomo) ou ao exterior da célula,
entram no RE nesta etapa.
 As proteínas destinadas a qualquer parte do sistema de
endomembranas (ou para o meio extracelular) são trazidas ao RE pelo
sistema de transporte e inseridas conforme são produzidas.
 O peptídeo-sinal que envia a proteína para o interior do retículo
endoplasmático durante a tradução é constituído por uma série de
aminoácidos hidrofóbicos ("que temem a água”), geralmente
encontrados próximo ao início (N-terminal) da proteína.
 Quando essa sequência sai do ribossomo, é reconhecida por um
complexo proteico chamado de partícula reconhecedora de sinal
(PRS), que leva o ribossomo para o RE. Ali o ribossomo entrega a sua
cadeia de aminoácidos no lúmen (interior) do RE, conforme produzida.
1. A Partícula Reconhecedora de Sinal (PRS) liga-se ao peptídeo sinal
conforme ele emerge do ribossoma.
2. A PRS trás o ribossomo ao RE, ligando-se a um receptor na
superfície do RE. O receptor está associado com outras proteínas que
fazem um poro.
3. O ribossomo retoma a tradução, alimentando o polipeptídeo através
do poro e para dentro do lúmen (interior) do RE.
4. Uma enzima associada com o poro corta o peptídeo sinal.
5. A tradução continua e a cadeia crescente de aminoácidos desliza
para o interior do RE.
6. O polipeptídeo completo é liberado no lúmen do RE, onde fica
flutuando livremente.
 No RE, as proteínas dobram-se nas suas formas corretas e podem
também ter grupos de açúcares ligados à elas. A maioria das proteínas
é então transportada para o complexo de Golgi, em vesículas
membranosas.
 Algumas proteínas, no entanto, precisam ficar no RE e fazer seu
trabalho ali mesmo. Essas proteínas têm aminoácidos marcadores que
asseguram que elas sejam trazidas de volta para o RE se "escaparem"
para dentro do Golgi.
 No complexo de Golgi, as proteínas podem sofrer mais modificações
(tais como adição de grupos de açúcar), antes de alcançarem seus
destinos finais.
 Esses destinos incluem lisossomos, membrana plasmática e exterior
da célula.
 Algumas proteínas precisam executar suas funções no Golgi (são as
"Golgi residentes"), e uma variedade de sinais moleculares, incluindo
marcações de aminoácidos e características estruturais, são usados
para mantê-las ali e para trazê-las de volta.
 Se elas não têm nenhum marcador específico, as proteínas são
enviadas do Golgi para a superfície celular, onde são secretadas para o
exterior celular (se forem livres) ou entregues para a membrana
plasmática (se forem incorporadas às membranas).
 As proteínas são enviadas para outros destinos se contiverem os
marcadores moleculares certos. Por exemplo, as proteínas destinadas
aos lisossomos têm marcador molecular consistindo de um açúcar com
um grupo fosfato aderido.
 No complexo de Golgi, as proteínas com marcadores são organizadas
nas vesículas destinadas aos lisossomos.

SINALIZAÇÃO CELULAR
 A sinalização entre as células ocorre por meio da mudança de
potenciais elétricos na membrana celular
 O fluxo de corrente elétrica é controlado por canais iônicos
 Canais iônicos:
- Retificadores ou passivos – permanecem abertos – membrana
apresenta potencial em repouso (potencial negativo)
- Regulados ou ativos – ocorre estimulação elétrica, química ou
mecânica – potencial de ação
 Potencial da membra – potencial elétrico através da membrana
 O principal fator que faz o potencial de repouso se aproximar do
potencial de equilíbrio é a permeabilidade da membrana, quanto mais
permeável for a um determinado íon, mais força terá para levar o
potencial de membrana em direção a um potencial de equilíbrio
 Célula excitável – capazes de alterar rapidamente o potencial elétrico
(células nervosas e musculares).
 Difusão de íons – direção de movimento depende de dois fatores:
- diferença de concentração
- diferença de potencial elétrico
 Equilíbrio eletroquímico: as forças química ou elétrica são iguais e
opostas não ocorrendo mais a difusão iônica.

MATRIZ EXTRACELULAR

 Porção não celular de um tecido


 Conjunto de macromoléculas extracelulares (principalmente
proteínas e polissacarídeos) secretadas por células de suporte que
fornecem auxílio estrutural e bioquímico para as células
circundantes.
 Estrutura:
o componentes fibrilares (colágenos fibrilares, laminina,
fibronectina, elastina);
o componentes não-fibrilares (proteoglicanos e glicoproteínas
não colagênicas);
o microfibrilas (colágenos não-fibrilares e microfibrilas
associadas à elastina);
o enzimas de reciclagem de matriz (metaloproteinases,
catepsinas, heparanase).
 A matriz determina a estrutura e a função dos tecidos através de
uma rede complexa das macromoléculas.
 Liga e retém fatores de crescimento, que por sua vez modulam o
crescimento celular;
 Fornece vias para a reparação celular (por exemplo, na reparação
de uma ferida).
 Funções da matriz extracelular:
1) adesão celular: moléculas de adesão celular são moléculas que
permitem a ligação entre as células ou entre células e a matriz
extracelular.
- Caderinas são glicoproteínas transmembranárias e as principais
moléculas de adesão celular responsáveis pela adesão célula-
célula nos tecidos dos vertebrados.
- Caderina E: abundantes nos epitélios; Caderina P: abundantes na
placenta; Caderina N: abundantes no sistema nervoso; e as
caderinas não-clássicas, encontradas em grande quantidade no
tecido nervoso e em alguns outros tecidos, algumas também com
função de adesão.
- As caderinas normalmente ligam as células por mecanismos
homofílicos, onde as moléculas de uma célula ligam-se a outras
moléculas do mesmo tipo nas células adjacentes.
- também podem ocorrer outros dois tipos de ligações:
o ligação heterofílica - as moléculas de uma célula ligam-se as
moléculas de um tipo diferente na célula adjacente
o ligação dependente de ligante - os bastões de caderinas são
ligados uns aos outros por moléculas de ligantes
multivalentes.
- Outros tipos de moléculas de adesão: selectinas,
imunoglobulinas, integrinas.
2 - comunicação de célula-a-célula:
o desmossomo; ponte entre duas células vizinhas, por onde se
conectam filamentos intermediários, formando uma estrutura
de grande força tensora, composta de várias proteínas
intracelulares (placoglobina e desmoplaquina) e extracelular
(desmogleina e desmocolina), existentes principalmente no
tecido epitelial de revestimento (a pele) e músculo cardíaco.
o zônulas oclusivas → união entre as células (do intestino),
impedindo a passagem e o armazenamento de substâncias e
macromoléculas nos espaços intercelulares, vedando a
comunicação entre dois meios (cavidades).
o nexos → pontos comunicantes entre a membrana de uma
célula e outra, através de proteínas transmembranares de
ambas as células, formando poros (canais) por onde passam
íons e pequenas moléculas. Esse tipo é encontrado em
tecidos embrionários, células cardíacas e hepáticas.
o zônula de adesão → regiões que unem células vizinhas por
meio de substâncias intercelulares adesivas, causando
aderência sem que haja contato entre as membranas
plasmáticas.
3 – a matriz dirige a diferenciação: as células vivas se
"especializam", gerando uma diversidade celular capaz de realizar
determinadas funções.
4 - crescimento e a cicatrização dos tecidos: a matriz age como um
estoque de fatores de crescimento, que podem ser disponibilizados
pela ação de proteases, ativadas segundo certas condições
fisiológicas.
 Componentes da matriz extracelular:
- matriz intersticial: formada por uma parte de proteínas fibrosas e
a substância fundamental, que é uma espécie de gel de
preenchimento (de polissacarídeos) entre as proteínas fibrosas;
- membrana basal: se organiza como um tapete molecular entre o
polo basal do estrato germinativo (células basais dos epitélios) e
os elementos do tecido conjuntivo. É sintetizada por essas células
e pelos fibroblastos do tecido conjuntivo, sendo constituída por
colágeno do tipo IV, laminina e proteoglicanos associados aos
matrissomos.
- funções da membrana basal:
o possibilita a ancoragem das células epiteliais ao tecido
conjuntivo,
o promove a seleção por dimensão e cargas, e o trânsito, de
moléculas e células no meio extracelular através do
epitélio. A integridade das membranas basais é importante
para manter a atividade funcional dos epitélios sob os quais
se localizam, além de ser indispensável para a função de
filtro que controla a passagem de macromoléculas e de
agregados moleculares.
o A membrana basal é constituída por duas lâminas:
- densa - formada por uma malha molecular composta de
colágeno tipo IV.
- rara: região entre a membrana plasmática e a malha
molecular da lâmina densa.
 Cada tipo de tecido conjuntivo em animais tem um tipo de
matriz extracelular:
o fibras colágenas e mineral ósseo compreendem a
matriz extracelular do tecido ósseo;
o fibras reticulares e substância fundamental
compreendem a matriz extracelular de tecido
conjuntivo frouxo;
o plasma sanguíneo é a matriz extracelular do sangue.
o a matriz extracelular da planta inclui componentes da
parede celular, como a celulose, além de moléculas de
sinalização mais complexas.
 A composição, a forma e a organização da matriz mudam de
acordo com o tecido e suas necessidades, no entanto, a
comunicação e a adesão celular são as mesmas.
 Exemplos dessa variação: fibras de colágeno na pele,
minerais no tecido ósseo e o plasma no sangue.

CÉLULAS GERMINATIVAS E FERTILIZAÇÃO

 Células que dão Origem aos gametas de um organismo que se reproduz


de maneira sexuada.
 Nos organismos multicelulares, as células germinativas primordiais dão
origem às células germinativas, e estas, à linhagem germinativa
(gametas, que, no caso dos animais, são o espermatozoide e o óvulo).
 Em muitos animais, as células germinativas primordiais diferenciam-se
nas primeiras fases de desenvolvimento do embrião, migram para a
região onde se formarão as gônadas e iniciam o processo da
gametogênese.
 Nas plantas, elas só se diferenciam, a partir de células meristemáticas
durante o desenvolvimento dos órgãos sexuais, como a flor, nas
angiospérmicas.
 Mutações nas células germinativas são mais importantes do que nas
demais células, pois elas podem ser passadas aos descendentes
durante a reprodução sexuada.
 As células germinativas primordiais são especificadas de forma
autônoma por determinantes citoplasmáticos (plasma germinativo) do
ovo, que são divididos de forma específica durante a clivagem do
embrião.
 Os blastômeros que se tornam células-tronco embrionárias podem ser
precursores de células germinativas primordiais.
 Tanto as células germinativas primordiais quanto as células-tronco
embrionárias são caracterizadas por sua capacidade de gerar qualquer
tipo de célula no embrião.
 Uma ideia emergente é que algumas células descendentes de células
pluripotentes - como as de teratocarcinoma ou as células-tronco
embrionárias, que formam as células germinativas primordiais - podem
sofrer meiose para formar óvulos ou espermatozoides.
 A meiose consiste de duas divisões celulares, a primeira envolve a
redução pela metade do número de cromossomos (a célula diplóide
passa a ser uma célula haplóide) e permite a troca de material genético
entre os pares de cromossomos homólogos, onde um membro de cada
par foi derivado da mãe e o outro do pai.
 Durante os estágios embrionários iniciais, as células germinativas
primordiais polarizam-se e adquirem motilidade. Sua movimentação é
guiada pela produção de moléculas específicas pelas células somáticas
encontradas ao longo de sua rota de migração. Essas moléculas podem
atrair ou repelir essas células, direcionando-as para a região da gônada.
 Fertilização: processo pelo qual se inicia o potencial para uma nova vida.
 A fertilização não é um único evento.
 Ela se inicia com o preparo do espermatozóide já dentro do trato
reprodutor feminino, para que possa penetrar nos envoltórios do oócito e
fundir-se com a membrana plasmática do oócito, o que é seguido por
sua incorporação no citoplasma do gameta feminino e subseqüente
ativação deste.
 A seguir, ocorre a transformação do núcleo do espermatozóide e do
conjunto haplóide do oócito de maneira a formarem os pronúcleos
masculino e feminino.
 A aproximação dos pronúcleos e eventualmente o pareamento dos
cromossomos condensados na primeira placa metCafáfica do zigoto
levam à finalização do processo de fertilização pela ocorrência da
primeira clivagem e geração do embrião de duas células.

MICROSCOPIA E MÉTODOS DE ESTUDO EM BIOLOGIA CELULAR

 Na formação da imagem em microscópios, dois fenômenos devem ser


considerados: a absorção e a refração - Interação da luz com o espécime
 Microscópio: produção de imagens aumentadas de objetos não visualizados à
olho nú
 Principal instrumento da Biologia Celular e Histologia:
o 1) microscópio ótico – sistema de lentes.
- A ocular é constituída por duas lentes que ampliam a imagem
formada pelas objetivas.
- Platina ou mesa serve como apoio para o material a ser observado.
- Condensador e diafragma são responsáveis pela uniformidade da
iluminação e redução ou ampliação da região a ser iluminada.
- Charriot: responsável pela movimentação lateral da lâmina em
observação, sendo possível analisá-la de forma totalitária.
- Parafuso macrométrico: objeto passível de rotação e permite a
movimentação vertical da mesa.
- Parafuso micrométrico: responsável pelos movimentos verticais e
sutis da mesa, permitindo aperfeiçoar a focagem.
 Microscópio óptico de campo claro:
- Composto por dois conjuntos de lentes: objetivas e oculares
que atuam simultaneamente na resolução da imagem
- Células bacterianas são de difícil visualização devido à
ausência de contraste com o meio
- Coloração: aumenta o constraste e otimiza visualização da
célula.
- Muitos dos corantes comumente utilizados na microbiologia
são carregados positivamente (catiônicos) e combinam-se
fortemente com as estruturas celulares presentes na superfície
(carregadas negativamente)
- Corantes catiônicos: azul de metileno, cristal violeta e safranina
- Colorações diferenciais não coram igualmente todos os tipos
de células. Exemplo: coloração de Gram
- Coloração: aumenta o contraste para a microscopia de campo
claro
o 3) microscópio ótico de contraste de fase:
- aumenta a diferença de contraste entre a célula e o meio circundante;
- para observação de células não coradas
- amplamente empregado em pesquisas pois permite a observação de
o preparações a fresco (vivas)
- aplicações da microscopia de contraste de fase - análise do material
biológico sem coloração prévia:
 Culturas de células
 Exames parasitológicos
 Esfregaços e Raspagens de mucosas (Consultórios)
 Sangue
 Protozoários de ambientes aquáticos
 Algas
 Bactérias
o 4) microscópio de contraste interferencial - prismas ópticos
posicionados no caminho da luz modificam a fase da onda luminosa
(defasagem de comprimentos de onda) (microscopia de Normanski) -
Gera uma “deformação” na imagem - aumenta o relevo das superfícies
do material analisado (contraste interferencial).
- Aplicações:
 Parasitologia: Interpretação de estruturas e apêndices parasitos
(taxonomia)
 Análise de massa seca celular – organização e compactação de
material biológico
 Monitoramento de culturas celulares
 Algas
 Escamas
o 5) microscópio de polarização: 2 Filtros / Prismas:
- 1º Polarizador → Entre a fonte de luz e o condensador
- 2º Analisador → Entre a objetiva e a ocular
- Esses filtros promovem a seleção de apenas um plano de direção de
vibração das ondas luminosas (plano da luz polarizada - PLP) ao
contrário do microscópio optico comum onde o feixe de ondas
luminosas ou a direção de vibração ocorre em todos os planos
- Aplicação:
 Análise de macromoléculas que apresentam graus ordenados
de agregação: DNA, colágenos fibrilares, celulose, tubulina
 Análise de células que apresentem organização interna de suas
macromoléculas altamente cristalinas: célula muscular
esquelética, espermatozóides (ordem molecular)
 Análise de tecidos biológicos com ordem molecular nos arranjos
macromoleculares: tecidos ósseos, cartilagens, dente
 Análise de componentes cristalinos dos minerais
 Outros: parede celular; amido.
o 6) microscópio de fluorescência: utiliza a propriedade física de algumas
substâncias de absorverem a luz em um determinado comprimento de
onda e emitirem luz com comprimentos de onda maiores e níveis
energéticos mais baixos.
- fonte de luz → Fótons → Filtro de excitação (seleciona os fótons de
determinado comprimento) → Objeto → Emite luz fluorescente → Filtro
de barragem (luz de excitação é bloqueada).
- Filtro de barragem – ocular
- Filtro de excitação - fonte de luz - objetiva
- componentes celulares ou moleculares naturalmente fluorescentes:
 Clorofila
 Lignina de parede vegetal
 Elastina
 Colágeno
- corantes (fluorocromos) utilizados (emitem brilho contra fundo
escuro):
 Alaranjado de acridina
 Eosina
 DAPI.
 Rodamina
 Fluoresceina
- aplicações:
 Imunofluorescência: conjugação de anticorpos a fluorocomos
que permite identificação de moléculas específicas
 Imunocitoquímica.

7) microscópio eletrônico (feixe de elétrons):


o eletrônico de transmissão
o de varredura
- microscópios eletrônicos de varredura e de transmissão tem como
base uma fonte de elétrons → Caminha por um sistema de lentes
eletromagnéticas (coluna) → Feixe de elétrons → Acelerados → Lente
condensadora → Amostra → Lentes objetivas (primeira imagem
aumentada da amostra) → Lentes intermediarias / projetivas (formação
final da imagem) → Imagem ampliada → Anteparo fluorescente
(imagem num monitor).
- em microscópios de transmissão o contraste é feito por metais
presentes na amostra:
 eletrodensa (escura) → os elétrons encontram elementos
como: ferro, ósmio, chumbo, ouro etc
 eletrolúcida (clara) → os elétrons encontram elementos
como: hidrogênio, carbono, oxigênio, nitrogênio etc.
 aplicações:
- observação de vírus
- tecido muscular
- células epiteliais
- complexo de Golgi
- em microscópios eletrônicos de varredura, pode-se ver detalhes
topográficos de uma superfície (imagem tridimensional) tendo por
base elétrons secundários que são emitidos e refletidos na superfície
da amostra.
 Aplicações:
- observação de vermes
- insetos
- células livres animais e vegetais
- embriões
- fragmentos geológicos
o Microscópio eletrônico de alta voltagem: aparelho grande:
equivalente a um edifício de três andares baseado na alta aceleração
de elétrons que permite estudos de corte grossos (reconstrução
tridimensional).
Aplicações: estudos de corte grossos (reconstrução tridimensional).
Exemplo: observação de estruturas subcelulares – citoesqueleto
o 8) microscópio de campo escuro: tem tipo especial de condensador -
inclina a luz de tal modo que ela não atravessa o objeto (a luz se
dispersa e apenas os feixes desviados pelo objeto percorrem o resto
do sistema (objetivas e oculares).
- Excelente para a observação de microrganismos móveis
Aplicações:
 estudo de plânctons;
 bactérias;
 cristais;
 estruturas subcelulares (fimbrias e flagelos);
 grãos de pólen.
o 8) Microscopia de tunelamento quântico: 1 milhão de vezes a potencial
visual do olho humano permite observar até a estrutura atômica.
- uma agulha que dista da superfície da amostra em 1Å percorre a
superfície da amostra → corrente elétrica (tunelamento); a corrente
atrai elétrons do material para a agulha → “tunel”; agulha sobre um
átomo → corrente ↑ agulha sobre os espaços entre os átomos →
corrente ↓ Esses sinais (↑ e ↓) são transmitidos para o computador →
imagens aparecem como uma superfície de vales e montanhas
 Aplicação: exemplo: observação da molécula de miosina nos
cromossomos.
9) Microscopia de força atômica – semelhante em funcionamento ao
microscópio de tunelamento quântico; ao invés de uma agulha e
corrente elétrica é utilizado um feixe de laser aumentando o
detalhamento da superfície e diminuindo o dano à amostra.
Aplicações:
 Imagens em solução;
 Sequências de reações químicas/modificações ao longo do
tempo;
 Estrutura atômica de biomoléculas.
o 10) Microespectrofotometria: técnica que emprega a medida de
absorção da luz: a faixa de luz de uma lâmpada de tungstênio ou um
arco de xenônio é dispersa por um raio de iluminação monocromática
no sistema ótico modificado do microscópio; a absorção da luz é
medida (em nanômetros) comparando-se a diferença entre a imagem
da amostra e a imagem de referência.
o 11) Microscopia confocal a laser:
- baseado nos princípios da microscopia de fluorescência → Utiliza
laser como fonte de luz
- permite a visualização: materiais espessos; corpos inteiros sem
coloração prévia (vivos ou pré-fixados)
- permite a reconstrução do objeto tridimensionalmente → Vários
planos focais ou cortes ópticos (programas computacionais).
- aplicações:
 Todas as possibilidades descritas para a microscopia de
fluorescência convencional
 Reconstrução 3-D de organismos microscópicos
 Aumento de sinais de fluorescência de estruturas subcelulares.
Exs: microtúbulos, miofilamentos, filamentos intermediários e
elementos finos da matriz extracelular
 Observação de células em prófase e em apoptose: condrócitos
 Protozoários
 Macrófagos

 Poder de Resolução (PR): capacidade de uma lente (ou do próprio


microscópio) em formar imagens com detalhes mínimos
 Limite de Resolução (LR): menor distância entre 2 pontos distintos do
objeto, que poderão ser individualizados na imagem final
 Quanto melhor for a capacidade de individualizar 2 pontos distintos do
objeto (< LR) maior será a definição da imagem formada no aparelho ( >
PR)

CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA CÉLULA

 Materiais inorgânicos:

 água

 minerais
 Orgânicos

 Glicídeos (carboidratos ou açúcares)

 Lipídeos (óleos e gorduras)

 Protídeos (ou proteínas)

 Ácidos nucléicos

 Vitaminas

 Água:
- Substância essencial à vida – reações químicas do metabolismo só
ocorrem em presença de água.
- Preenche o interior da célula - solvente de substâncias.
 Minerais:
o Presentes nos líquidos intra e extracelulares na forma de íons e de
sais.
 Cálcio (Ca++) – contração muscular e coagulação sanguínea. Na
forma de sal participa da formação do esqueleto.
 Magnésio (Mg++) – componente da molécula de clorofila, importante
na fotossíntese.
 Sódio (Na+) e potássio (K+): - responsáveis pela condução do
impulso nervoso.
 Ferro (Fe++): - forma a molécula de hemoglobina – transporte de O2
no organismo.
 Fosfato (PO4 ---): componente dos ácidos nucléicos, alem de atuar
nos processos energéticos da célula.
 Iodo - funcionamento da glândula tireóide
 Flúor – resistência dos dentes.
 Componentes orgânicos:

o polímeros – moléculas grandes formados pela união de moléculas


menores chamadas monômeros.
o carboidratos - glicídeos ou açúcares – sacarose - formados por
carbono, hidrogênio e oxigênio - fornecem energia para as
atividades celulares.
- Exemplos:
 glicose (combustível celular)
 frutose (presente nos frutos) – são monômeros,
 amido (reserva dos vegetais)
 glicogênio (reserva dos animais)
 celulose (forma a parede das células vegetais)
- Classificação dos carboidratos
 monossacarídeos: formados por apenas uma unidade glicídica. Ex.
glicose, frutose, desoxirribose
 dissacarídeos: formados por duas unidades glicídicas. Ex. sacarose,
maltose, lactose
 polissacarídeos: formados por muitas unidades glicídicas. Ex. amido,
glicogênio, celulose.

o Proteínas: polímeros formados por monômeros chamados


aminoácidos.
- Funções das proteínas
 estrutural – formam os componentes celulares (colágeno,
queratina, osseína);
 enzimática: promovem reações químicas (enzimas: lipases,
amilase salivar, pepsina)
 de movimento (contração muscular) – actina e miosina
 de transporte: hemoglobina e mioglobina.
 Hormonal: insulina de coagulação: fibrinogênio

Proteínas e funções
o Lipídeos (gorduras)
- insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos.
- Triglicerídeos ou triglicérides (óleos e gorduras) – função energética –
constituídos por 3 moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol
- Fosfolipídeos – formam a membrana plasmática.
- Esteróides: a molécula de colesterol é matéria-prima; presentes em
todas as membranas celulares; necessários para a síntese de
vitamina D na pele; utilizados pelos ovários e testículos na síntese
dos hormônios sexuais.

o Ácidos nucleicos: macromoléculas de natureza química, formadas por


nucleotídeos, compondo o material genético contido nas células de
todos os seres vivos.
- DNA - Ácido Desoxirribonucleico – material genético da célula,
formado por duas cadeias polinucleotídicas unidas por pontes de
hidrogênio e dispostas em hélice.
- Os nucleotídeos de DNA contêm o açúcar desoxirribose e as bases
nitrogenadas: timina (T), adenina(A), citosina (C) e guanina (G) .
- A molécula de RNA é constituída por apenas uma cadeia
polinucleotídica
- Ácido ribonucleico - RNA não possui a base nitrogenada Timina, em
seu lugar está presente a Uracila. O açúcar presente no RNA é a
ribose.
- A molécula de RNA é constituída por apenas uma cadeia
polinucleotídica.
- Há três tipos de RNA:
 RNAm – contém a informação genética
 RNAt – transporta aminoácidos
 RNAr – Forma os ribossomos

ESTRUTURA E FISIOLOGIA DAS ORGANELAS

 Ribossomos – Grânulos especializados na produção de proteínas


- Podem estar livres no citosol ou aderidos à membrana do Retículo
Endoplasmático Rugoso
- única organela presente também nas células procarióticas.
 Retículo endoplasmático: rede de tubos e bolsas membranosas
- Classificado em:
o Retículo Endoplasmático Rugoso ou Granuloso: apresenta
ribossomos aderidos a sua membrana;
o Retículo Endoplasmático Liso ou Não Granuloso: ausência de
ribossomos.
o RE Rugoso:
- os ribossomos aderidos atuam na síntese de proteínas destinadas
à exportação, como as enzimas que digerem os alimentos
consumidos na dieta são produzidas no RER de glândulas e
liberadas na cavidade do tubo digestório;
- também produz as proteínas estruturais das biomembranas e as
enzimas lisossômicas (digestão intracelular).
o RE Liso:
- Sintetiza lipídios (ácidos graxos, fosfolipídios e esteroides);
Funções variadas:
 Ex1: Células hepáticas – inativação de substâncias tóxicas
(medicamentos, sedativos, álcool e drogas);
 Ex2: Óvulos e espermatozoides – produção de hormônios
sexuais (estradiol, progesterona e testosterona);
 Ex3: Células musculares – armazenamento de Ca+ (contração
muscular).
 Complexo de Golgi - Bolsas membranosas achatadas (cisternas),
empilhadas umas sobre as outras
- Responsável pela secreção celular:
- Recebe muitas das proteínas e lipídios produzidas no RE,
empacotando-as em vesículas e modificando-as quimicamente,
liberando-as posteriormente para o citoplasma ou para fora da célula;
 Ex1: enzimas do tubo digestório, substâncias mucosas do trato
respiratório e certos hormônios;
 Ex2: substâncias de reserva que abastecem o vacúolo central
das células vegetais.
Funções:
 Sintetiza carboidratos;
 Produz os lisossomos;
 Origina o acrossomo dos espermatozoides – vesícula
repleta de enzimas digestivas que perfura a membrana do
óvulo no momento da fecundação.
 Lisossomos:
- Vesículas membranosas produzidas pelo Complexo de Golgi
- Do grego lise: quebra;
- Realizam a digestão intracelular – contém enzimas digestivas:
 Ex: nucleases – digerem ácidos nucleicos (DNA e RNA)
proteases – digerem proteínas
- Primários: aguardando atividade de digestão;
- Secundários/vacúolos digestivos: fundidos a bolsas membranosas com
os materiais que serão digeridos (enzimas em ação).
- Funções:
 autofágica (do grego autos: próprio; e phagein: comer): digerem
partes desgastadas da própria célula (ex: organelas velhas;
regressão da cauda dos girinos);
 heterofágica (do grego hetero: diferente): digerem materiais
capturados por fagocitose ou pinocitose (bolsas são chamadas
de fagossomos e pinossomos, respectivamente).
 Substâncias úteis são enviadas ao citoplasma e restos não
digeridos são eliminados por clasmocitose/defecação celular
(exocitose – expulsão do material para fora do citoplasma).
 Peroxissomos:
- Bolsas esféricas e membranosas que contém enzimas:
 oxidases – utilizam O2 para oxidar substâncias orgânicas,
formando como subproduto H2O2 (peróxido de hidrogênio/água
oxigenada – tóxico para as células);
 catalases – transformam H2O2em H2O e O2.
- Os peroxissomos oxidam ácidos graxos para serem utilizados na
respiração celular e na síntese de outros compostos;
- Abundantes nas células do fígado e rins – desintoxicação celular
(oxidam substâncias tóxicas absorvidas do sangue transformando-as
em produtos inofensivos);
- No fígado, participam da produção dos ácidos biliares.
 Mitocôndrias:
- Organelas em forma de bastonete, delimitadas por duas membranas
lipoproteicas;
- Apresentam cristas mitocondriais – preenchida por líquido viscoso
com enzimas, DNA, RNA e ribossomos.
- Apresentam capacidade de autoduplicação;
• Origem exclusivamente materna – mitocôndrias dos gametas
masculinos são degeneradas após a fecundação.
Função:
 Realizam a respiração celular – produção de energia (ATP):
 Moléculas orgânicas reagem com O2, liberando CO2 e H2O.

 Centríolos: par de cilindros ocos constituídos por nove conjuntos de


três microtúbulos de proteínas
- Participam da divisão celular – formação do fuso mitótico para
separação dos cromossomos em lados opostos da célula.
- Originam os cílios e flagelos – estruturas móveis cuja função é a
locomoção celular:
 Protozoários
 Gametas masculinos: algas, animais e plantas (meio aquoso)
 Células da traqueia

 Plastos:
- Presentes apenas em células de plantas e algas;
- São classificados em:
 Cloroplastos
- Apresenta cor verde – pigmento clorofila (capta luz solar);
- Realizam a fotossíntese – CO2 e H2O reagem formando
glicídios e O2 (autotrofia).
 Cromoplastos:
- Apresentam carotenoides – pigmentos amarelos, alaranjados
ou vermelhos:
- Responsáveis pela cor de frutos, flores e algumas raízes;
- Atração para animais (polinização e dispersão).
 Leucoplastos:

- sem pigmentos
- presentes em certas raízes e caules tuberosos;
- armazenamento de amido – estoque de energia.

 Vacúolo da célula vegetal


- Ocupa até 80% do volume celular;
- Delimitado por uma membrana lipoproteica;
- Contém solução aquosa ácida – sais, açúcares, aminoácidos,
proteínas.

Funções:
 Regulação da pressão osmótica;
 Armazenamento de substâncias úteis;
 Reservatório de substâncias prejudiciais;
 Digestão intracelular – enzimas digestivas;
 Depósito de pigmentos antocianinas
 Em algumas plantas, pode conter drusas e ráfides – defesa
contra herbívoros
CICLO CELULAR

 Ciclo Celular - conjunto de fases que uma célula passa com o intuito
de duplicar-se, dando origem a duas células novas.
 Em células eucarióticas, o ciclo celular é dividido em 3 fases
principais:
1 - Intérfase, na qual ocorre crescimento da célula e preparo para a
divisão propriamente dita;
2 - Fase mitótica na qual ocorre a separação dos cromossomos da
célula-mãe
3 - Citocinese, na qual ocorre o rompimento das membranas
plasmáticas e a finalização do processo de divisão, dando origem a
duas células-filhas.
Essas fases são de suma importância para o funcionamento da
célula, erros nesses processos podem acarretar na morte celular ou
até no desenvolvimento de células tumorais.
 Para que o ciclo seja mantido de forma organizada, a célula conta
com uma maquinaria de processos regulatórios dependente da ação
de ciclinas e cinase.
Fases do ciclo:
 Interfase: fase mais longa do ciclo celular. Em média, a célula
passa cerca de 90% do tempo em Intérfase.
- Nessa fase, a célula consegue nutrientes, cresce e duplica suas
moléculas de DNA. Assim, prepara-se para a divisão celular.
A interfase divide-se em três fases:
1) Fase G1 - primeira etapa, marcada pela intensa síntese de enzimas,
de RNA e no "estocamento" de proteínas compensando sua síntese
descontinuada durante as etapas da Fase Mitótica.
Consequentemente ocorre o crescimento celular;
2) Fase S - segunda etapa da Interfase é marcada, principalmente pela
duplicação do material genético, logo, dobrando a quantidade de
DNA, fazendo que cada cromossomo apresente uma cromátide
irmã. Nessa fase, ocorre o início da duplicação dos centrossomas e
dos seus movimentos para os polos da célula;
3) Fase G2 - marcada pela intensa síntese de proteínas e
consequentemente de rápido crescimento celular, preparando a
célula para a Fase Mitótica.
- O deslocamento dos centrossomas se dá por meio de dineínas e
cinesinas.
- Depois que foram duplicados, os centrossomas já começam a produzir
fusos astrais. Esses são associados a dineínas causando um movimento
de "esteira" fazendo o centrossoma se deslocar para os polos.
- Ocorrem também a associação com duas cinesinas EG5 que
contribuem como uma segunda força para "empurrar" os microtúbulos e
deslocar os centrossomas.
- Quando o centrossoma já estiver em sua devida posição, o fuso astral
relaciona-se com cinesina fazendo uma força contrária à tendência de
movimento, fazendo com que o centrossoma pare em determinada
posição.
 As fases G e S possuem estas denominações em decorrência de
abreviações do inglês - G para gap (intervalo) e S para síntese.
4) Fase G0: o estágio G0 não é presente em todas as células. Nessa
etapa a célula entra num estágio de repouso e não entra em processo
de divisão celular.
- Essa fase é observada mais frequentemente em células musculares e
nervosas.

 Fase mitótica, mitose ou cariocinese: nesta fase ocorre a


divisão nuclear (nas células eucarióticas) a partir do preparo
prévio ocorrido durante a Interfase.
- É um processo contínuo, no entanto distinguem-se fases:
1) Prófase: nessa primeira fase da mitose, ocorre o
condensamento dos cromossomos, aparecimento do fuso
mitótico, assim como a formação dos fusos pelos centrossomas;
- devido à condensação dos cromossomos, estes podem ser
vistos em microscópios eletrônicos já na Prófase.
2) Prometáfase: ocorre a decomposição da membrana nuclear
(carioteca), formação de cinetócoros e associação do fuso
mitótico a estes.
3) Metáfase: os cromossomos ligam-se ao fuso mitótico no plano
equatorial da célula dando origem à placa equatorial e atingem o
grau máximo de condensação;
- As cromátides irmãs mantem-se ligadas umas as outras por
meio de uma proteína denominada coesina, até que se inicie a
sua separação na Anáfase;
- Devido ao fato de os cromossomos estarem no maior grau de
condensação, essa é a etapa mais procurada para visualizá-los
no microscópio eletrônico para a sua análise e para a construção
de cariótipos.
- O fuso acromático completa o desenvolvimento e algumas
fibrilas ligam-se aos centrómeros (as outras ligam os dois
centríolos);
- As pontas das cromátides são dobradas devido à associação da
cinesina, focalizando a força de distensão oriunda do microtúbulo
no centro da cromátid
4) Anáfase: começa pela duplicação dos centrômeros, libertando
as cromátides-irmãs que passam a ser chamadas de
cromossomos-filhos.
- As fibras do fuso, ligadas aos centrômeros, encurtam, puxando
os cromossomos para os pólos da célula.
- A anáfase é uma fase rápida, caracterizada pela migração dos
cromossomos para os polos do fuso.
- As fibrilas encurtam-se e começam a afastar-se: dá-se a
clivagem dos centrómeros. Os cromatídios que antes pertenciam
ao mesmo cromossoma, agora separados, constituem dois
cromossomas independentes.
5) Telófase: a membrana nuclear forma-se à volta dos
cromossomas de cada pólo da célula, passando a existir assim
dois núcleos com informação genética igual;
- Os núcléolos reaparecem;
- O fuso mitótico dissolve-se;
- Os cromossomos descondensam e tornam-se menos visíveis:
6) Citocinese: divisão citoplasmática e, consequentemente, à
individualização das duas células-filhas;
- A citocinese difere conforme a célula for animal ou vegetal.

 No fim da mitose da célula animal formam-se, na zona do plano


equatorial, um anel contrátil de filamentos proteicos que, na
citocinese, contraem-se e puxam a membrana plasmática para
dentro até que as duas células-filhas se separam. Assim, pode-se
dizer que a citocinese animal é centrípeta, pois ocorre de fora
para dentro.
 Na célula vegetal a parede celular não permite o estrangulamento
do citoplasma; em vez disso é formada na região equatorial uma
nova parede celular. Para isso vesículas provenientes do
complexo de Golgi alinham-se no plano equatorial e formam,
fundindo-se, uma estrutura que é a membrana plasmática das
células filhas. Mais tarde, por deposição de fibrilas de celulose
forma-se nessa região a parede celular. As vesículas golgianas
contem elementos constituintes da parede celular, como pectinas.
Esta citocinese e centrifuga, pois ocorre de dentro para fora, isto
e, fundem-se primeiro as vesículas golgianas interiores e depois
as mais exteriores de uma forma progressiva.

 Sistema de Ciclinas: principais reguladoras do ciclo celular, são


um grupo de proteínas relacionadas.
- existem quatro tipos básicos encontrados em seres humanos e
na maior parte dos outros eucariontes: ciclinas G, ciclinas G1/S,
ciclinas S e ciclinas M.
 Como os nomes sugerem, cada ciclina está associada a uma
determinada fase, transição, ou conjunto de fases no ciclo celular
e ajuda a conduzir os eventos dessa fase ou período. Por
exemplo, a ciclina M promove os eventos da fase M, tais como a
quebra do envelope nuclear e a condensação cromossômica.
 Para fazer com que o ciclo celular avance, uma ciclina deve ativar
ou desativar muitas proteínas alvo dentro da célula.
 As ciclinas desencadeiam os eventos do ciclo celular associando-
se a uma família de enzimas chamada quinases dependentes de
ciclinas (Cdks).
 Uma Cdk sozinha fica inativa, mas a ligação com uma ciclina a
ativa, tornando-a uma enzima funcional e permitindo que ela
modifique proteínas alvo dentro da célula.
 Cdks são quinases, enzimas que fosforilam (ligam grupos fosfato
a) proteínas alvo específicas. O grupo fosfato ligado age como um
interruptor, tornando a proteína alvo mais ou menos ativa.

 Quando uma ciclina se liga a uma Cdk, isto tem dois efeitos
importantes: ativa a Cdk como uma quinase, mas também
direciona a Cdk para um conjunto específico de proteínas alvo,
adequadas para o período do ciclo celular controlado pela ciclina.

 Exemplo: Ciclinas G1/S enviam Cdks para alvos da fase S


(promovendo, por ex., a replicação do DNA), enquanto ciclinas M
enviam Cdks para alvos da fase M (fazendo a membrana nuclear
se romper).

 Além de precisar de uma parceira ciclina, as Cdks também devem


ser fosforiladas em um local específico para serem ativadas (isto
não é apresentado nos diagramas deste artigo), e também podem
ser reguladas negativamente pela fosforilação de outros locais.

 Quinases:

 Ciclinas e Cdks trabalham juntas para controlar as transições do


ciclo celular a partir do fator de promoção da maturação (MPF).
 Regulação do ciclo

o O ciclo celular deve ser algo extremamente regulado, falha em seus


processos pode levar a célula a entrar em colapso e até gerar
células tumorais. Por esse motivo, células eucarióticas apresentam
uma série de mecanismos que impedem divisões celulares
incontroláveis e reparam danos no material genético.

o Complexo ciclinas-CDKs: a ativação das moléculas responsáveis


pelo mecanismo de divisão ocorre por quinases dependentes de
ciclina (CDK, do inglês Cyclin-Dependent Kinases).

o Como o nome sugere, as CDKs requerem a ligação de ciclinas -


cujos níveis podem variar durante diferentes fases, em contraste
com os níveis de CDKs, que permanecem constantes - para serem
funcionais, sem a presença destas, não há atividade.

o Existem quatro classes essenciais de ciclinas (cada tipo formando


um complexo equivalente ao se ligar à CDK correspondente):

 Ciclinas-G1, também chamadas de ciclinas D em mamíferos,


se ligam às CDKs 4 e 6 e são responsáveis pelo controle de
ciclinas-G1/S

 Ciclinas-G1/S surgem no final da fase G1 e são rapidamente


degradadas na fase S, são responsáveis pela passagem do
ponto de regulação em G1.Nos vertebrados, corresponde à
ciclina E conjugada com CDK2.

 Ciclinas-S contribuem para a duplicação cromossômica


(através da ativação da DNA polimerase), permanecendo
transcritas desde o final de G1 até a anáfase.

 Ciclinas-G2M ou -M estimulam a entrada na mitose.

 Moduladores de CDKs:
- A ligação com ciclinas não garante a ativação completa das
CDKs e tampouco é o único mecanismo de controle do ciclo.
- Para que ocorra ativação completa da CDK, é necessário que
uma CAK fosforile um aminoácido em seu sítio ativo.
- Uma fosforilação dupla adicional regulada pela proteína cinase
Wee1, porém, inibe a atividade da CDK, sendo preciso a
desfosforilação por uma fosfatase conhecida como Cdc25 para a
reativação.
- Esses inibidores só são fosfatados, e consequentemente
separados do complexo ciclina-CDK, quando todos os pontos de
regulação da célula aprovam a continuidade do ciclo celular.
Nesse caso, a cinase ativa fosfatará algum inibidor da
continuidade do ciclo e, assim, dará continuidade ao ciclo celular.
- Para concluir o processo cíclico é preciso haver a
descontinuidade de certas funções exercidas pelos complexos
ciclina-CDKs.
- Em alguns casos, essa desativação acontece a partir da
destruição de proteínas.
- O complexo promotor de anáfase ou ciclosomo (APC/C) catalisa
a ubiquitinização de securinas, promovendo a entrada na
anáfase, e das ciclinas-S e -M, completando a fase M, a partir da
consequente desfosforilação de alvos do complexo ciclina-CDK.
- Ubiquitina: polipeptídio constituído por 76 aminoácidos e
amplamente presente nas células eucariotas, tanto no citosol
como no núcleo. Se liga à ciclina na fase G1 da mitose, ajudando
a regular o ciclo celular.
- Nesse processo, moléculas de ubiquitina livres no citoplasma
são transferidos para elemento E1 do sistema de ubiquitinização.
- O elemento E2 consiste da proteína ubiquitina-transferase que é
responsável por transferir a ubiquitina para a substância alvo,
reconhecida pelo elemento E3.
- Proteínas com a adição de ubiquitinas são, comumente
direcionados para proteossomas, que realizará a clivagem das
ligações dissulfeto e consequentemente a fragmentação da
proteína.
- O processo de ubitinização relaciona-se diretamente com a
reciclagem de proteínas relacionadas com o ciclo celular, tendo
um papel importante para o seu regulamento.

 Regulação do ciclo celular: a célula possui pontos de checagem


para perceber quando pode ir para a próxima etapa do ciclo
celular.
- Existem três momentos em que os mecanismos de regulação
atuam:
1) No final de G1: antes de prosseguir para a Fase S, a célula
deve analisar se possui nutrientes necessários para
começar a nova fase, uma vez que a síntese de proteínas
é mais lenta na fase de síntese de DNA.
2) Na fase G2: antes de iniciar-se a mitose existe outro
momento de controle - caso a replicação do DNA não
tenha ocorrido corretamente o ciclo pode ser interrompido
e a célula volta a iniciar a fase S. Além disso, a célula
percebe se há erros irreversíveis no material genético e,
caso o resultado seja positivo, a proteína P-53 induz a
morte celular por apoptose.
- A verificação do material genético é dada por meio de
proteínas específicas que transitam pelo núcleo e, ao
reconhecerem um erro no DNA, mudam sua conformação
espacial e associam ao sistema E3 de ubiquitinização.
- A ubiquinitização dessas proteínas e o desacoplamento
de E3 faz com que novas proteínas se associem nessa
região para tentar reparar o material genético.
3) Na transição metáfase/anáfase: ao final da metáfase,
enquanto as cromátides irmãs estão ligadas uma a outra
por meio de coesinas, a célula checa se todas as
cromátides estão ligadas ao fuso acromático de forma que
cada célula-filha receberá uma cromátide. Quando esse
sinal é positivo, a APC-C e CDC-20 (ciclina) associam-se
promovendo a fosforilação de securinas.
- Securinas são proteínas que inibem separases e, quando
fosforiladas, mudam sua conformação e desassociam
destas, perdendo seu caráter inibitório.
- Após serem fosfatadas, as securinas se associam com o
sistema E3 de ubiquitinização e, após receberem 4
ubiquitinas, são identificadas por proteosomas e
degradadas.
- As separases são as enzimas responsáveis pela quebra da
coesina e consequentemente pelo início do deslocamento
das cromátides, iniciando a Anáfase.

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