Estudo Bíblico - A Falsa Páscoa
Estudo Bíblico - A Falsa Páscoa
Estudo Bíblico - A Falsa Páscoa
A FALSA PÁSCOA
Abril 2019
Leia o estudo abaixo e entenda, com base bíblica e histórica, por que
adquirir e consumir ovos de "Páscoa" não é uma atitude cristã e pode
ser considerado pecado...
O coelho e os ovos de chocolate, chamados equivocadamente de coelho e ovos de "Páscoa", são
produtos que simbolizam uma comemoração pascal enganosa que além de ter origem pagã,
desvirtua a Páscoa cristã, confundindo o seu significado. Essa falsa Páscoa conta uma mentira
que produz engano, especialmente entre as crianças, e sabemos que todo engano é maligno, e
que a mentira procede do diabo (João 8: 44). Portanto, quando comprarmos tais produtos não
estamos apenas compactuando com essa mentira, estamos também financiando-a. Com isso
acabamos sendo usados como instrumentos desse engano e como agentes de propagação dessa
mentira, contribuindo para que ela se perpetue.
É claro que essa falsa Páscoa não vai acabar só porque existem cristãos que deixaram de
consumir seus produtos por terem se conscientizado de que ela não é um ideal cristão. A
questão não é tentar extinguir essa mentira, nem lutar contra ela, mesmo porque não mais há
como, já que ela se tornou uma tradição de proporção global, com origem na idade média.
Sendo assim, o objetivo de quem decide não mais participar dessa falsidade, deixando até
mesmo de comprar e comer seus ovos de "Páscoa", por exemplo, é apenas se abster dela. A
intenção é rejeitar essa falsa Páscoa por amor e respeito a Deus, preservando a verdadeira
Páscoa que foi proclamada pelo Senhor Jesus Cristo.
Essa rejeição parte do princípio de que, quando nós cristãos adquirimos os produtos
relacionados a essa mentira, indiretamente estamos declarando não apenas que concordamos
com uma falsa Páscoa, mas também que a aceitamos de tal modo que desejamos participar
ativamente dela, adquirindo e consumindo os seus produtos. Outro princípio que o cristão deve
considerar é que ao participar dessa falsa Páscoa, ele também acaba promovendo escândalo,
dando mau exemplo, principalmente entre as crianças, conduzindo-as ao erro, já que estas são o
público alvo das mentiras que se estabeleceram na Páscoa e no Natal.
Vale ressaltar que a palavra em Português "escândalo" tem origem no termo grego da
Septuaginta "skandalon" (σκανδαλον), que por sua vez tem origem no termo
hebraico "mikshowl" ()מכשול, que significa "pedra de tropeço". A etimologia da palavra
escândalo, vem do latim "scandălum", que significa pedra de escândalo, obstáculo, ocasião de
queda, laço, armadilha. Também deriva do grego "skándalon" (σκανδαλον), que tem o mesmo
significado de pedra ou obstáculo que faz tropeçar, tombar. Portanto, quando a bíblia menciona
essa palavra, ela está se referindo a tudo que causa mau exemplo, a tudo que é laço, que faz
alguém tropeçar, errar o caminho, ou seja, a tudo que prejudica ou atrapalha a fé, o
relacionamento com Deus, ou o conhecimento bíblico de uma pessoa. É por isso que essa falsa
Páscoa é considerada um escândalo.
Jesus disse o seguinte em relação a quem promove um escândalo que faz crianças
"tropeçarem": "E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai
daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de
atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos." (Lucas 17: 1-
2). O Senhor se referiu especificamente aos escândalos causados às crianças porque sabe que é
justamente na infância que desenvolvemos a nossa personalidade e o nosso intelecto, de modo
que tudo o que aprendemos nessa fase fica enraizado em nosso subconsciente. Por isso, uma
pedra de tropeço (escândalo) destinada às crianças, como é o caso da falsa Páscoa e do falso
Natal, é algo muito mais sério.
Assim mesmo, muitos cristãos não veem problema em consumir e presentear seus filhos com
ovos de chocolate. Acham que, contanto que eles aprendam a verdadeira história pascal está
tudo bem. Ora, mesmo que ensinem seus filhos a verdade sobre a Páscoa, o simples fato de lhes
darem ovos de chocolate os confunde, pois isso faz com que eles vejam na prática que seus pais
estão apoiando, incentivando e participando da falsa Páscoa que esses ovos representam.
Sabemos que as crianças percebem, acreditam, assimilam, imitam e aprendem muito mais o que
os seus pais fazem do que o que eles dizem, portanto, de nada adianta dizer sem dar o exemplo.
Os pais cristãos devem ter em mente que mesmo que contem a verdade, um mau já foi causado,
o escândalo já foi dado, pois a tradição de comemorar a Páscoa através do consumo de produtos
que além de ter nada ver com ela, ainda simbolizam uma mentira, já ficou enraizada nas mentes
e nos paladares dos seus filhos, de maneira que quando se tornarem adultos eles irão repetir o
processo, passá-lo adiante para os seus próprios filhos, perpetuando assim essa mentira,
inclusive dentro de suas próprias famílias.
Os pais cristãos devem ser os sacerdotes de suas casas, exercendo um sacerdócio santo, porém
vemos que muitos deles são quem fornecem as condições ideais, tanto financeiras quanto
psicológicas, para que essa mentira e esse engano pascal continuem a desvirtuar a verdadeira
Páscoa cristã, inclusive dentro de seus próprios lares. Para sabermos se estamos exercendo um
sacerdócio santo, ou não, basta imaginarmos o que nosso sumo sacerdote, Jesus Cristo, faria em
nosso lugar. Imagino que Ele não aprovaria, nem participaria comprando os ovos e coelhos de
chocolate que a representam, nem sequer se conformaria com essa falsa Páscoa, então nós
também não deveríamos.
Ainda com relação às crianças a bíblia nos ensina o seguinte: "Educa a criança no caminho
em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." (Provérbios 22: 6).
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Será que educar as crianças numa mentira, especialmente uma que desvirtua a verdade bíblica
sobre a Páscoa, é como Deus quer que as eduquemos?
Quando analisamos a maneira com que a maioria dos pais cristãos educa seus filhos durante a
Páscoa e o Natal, é possível percebermos que eles permitem que seus filhos não só participem
ativamente das mentiras criadas especificamente para essas datas cristã, mas também os
incentivam a criar fortes desejos e expectativas em relação a elas. Fazem isso quando levam
seus filhos para ver a decoração pascal e natalina dos shoppings, quando os deixam pegar fila
para sentar no colo do papai Noel, quando os presenteiam com ovos de "Páscoa", quando os
deixam assistir filmes e desenhos relacionados à falsa Páscoa ou ao falso Natal, ou quando
decoram suas casas com personagens e objetos que representam essas mentiras.
É assim que a maioria dos cristãos acaba falhando da função de sacerdotes de seus próprios
lares, visto que motivam seus filhos a celebrarem personagens fictícios e suas histórias
enganosas, cheias de fantasia e de magia, em vez de celebrarem Jesus Cristo. Ensinam ou
permitem que seus filhos celebrem e honrem o papai Noel mais do que o papai do céu, e o
coelho mais do que o Cordeiro. Portanto, desde a infância estes pequenos aprendem a celebrar e
honrar mais a mentira do que a verdade. Inclusive, o apóstolo Paulo alertou sobre esse tipo de
pecado quando disse: "Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e
serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém."
(Romanos 1:25).
Considerando tudo isso, é sensato afirmar que participar das festividades cristãs, como a Páscoa
e o Natal, de maneira errada, misturando verdades com mentiras, pode ser considerado pecado,
embora Deus não se ofenda com isso. Realmente o nosso pecado não O ofende, pois somos
seres tão inferiores a Ele que não há absolutamente nada que possamos fazer para ofende-Lo.
Todavia, mesmo não tomando como ofensa o que fizemos com a Sua Páscoa e com o Seu
Natal, certamente Deus não se agrada de quem participa ou compactua com as mentiras e
enganos que se estabeleceram nessas datas cristãs. Entretanto, eu acredito que isso O entristeça,
visto que a bíblia mostra que é possível entristecermos o Seu Santo Espírito.
A figura do coelho e dos ovos, que a princípio não eram de chocolate, são provenientes de uma
festividade pagã anterior a Cristo, a qual era realizada no equinócio da primavera com o
objetivo de se obter uma boa colheita. Nela, povos pagãos honravam a deusa Ostera, deusa da
fertilidade. Em suas representações mais comuns, observa-se esta deusa representada na figura
de uma mulher que observava um coelho enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem
há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de
fertilidade comemorado entre os pagãos. Sendo o animal mais fértil, o coelho representava a
fertilidade, enquanto o ovo, por ter função semelhante à de um útero, representava a vida e a
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renovação dela. Já a mulher representa as duas coisas, por sua fertilidade e capacidade de gerar
vida.
A entrada desses símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu com o Concilio de
Niceia, em 325 d.C.. Neste período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu
número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições pagãs e símbolos religiosos
a eventos relacionados ao ideário cristão. A estratégia era ganhar a simpatia dos povos pagãos e
atrair devotos e simpatizantes para o catolicismo, mesmo que para isso fosse necessário abraçar
elementos pagãos e os incorporar ao cristianismo.
Com essa intenção religiosa, a igreja foi introduzindo, ou permitindo que fossem introduzidas,
mentiras que foram se misturando às verdades bíblicas, causando assim os enganos que hoje se
enraizaram no cristianismo. Foi exatamente isso o que aconteceu no período da Páscoa. Quando
a Páscoa cristã começou a ser celebrada, essa cultura pagã de festejo da primavera foi integrada
à Semana Santa e os cristãos da época passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de
Cristo, já que a igreja compactuava com isso, embora, obviamente, não haja o menor
fundamento bíblico para isso.
No auge do período medieval, após a igreja ter incorporado esse costume, cristãos costumavam
comemorar a Páscoa presenteando ovos pintados com motivos religiosos, tal como Jesus e sua
mãe, enquanto os nobres e reis de condição mais abastada presenteavam os seus familiares e
outros membros da nobreza, com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas.
Inclusive, foram estes que inspiraram os famosos e caríssimos ovos Fabergé.
Além disso, os ovos de chocolate são produtos muito apelativos, desde a sua embalagem, o que
também é caracteriza outra estratégia de marketing, que chamamos no popular de "comer com
os olhos". Tudo isso faz com que os desejemos. Infelizmente, muitos caem nessa armadilha dos
sentidos, de modo que não resistem a um ovo de "Páscoa". Como mencionei anteriormente,
esse desejo por esses ovos também se deve a nossa criação, pela qual desde a mais tenra
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infância somos submetidos à mentira dessa falsa Páscoa. O pior é que essa mentira vem
acompanhada de delícias feitas de chocolate, o que dá mais poder a ela, pois faz com que a
desejemos. Tudo isso cativa a nossa mente, fazendo com que seja difícil nos desvencilharmos
dela.
Isso prova que essa tradição "pascal" é influenciada pela nossa carne, através do nosso desejo
pelo prazer gustativo que ela proporciona. O curioso é que temos chocolates o ano inteiro, mas
justamente na Páscoa não conseguimos resistir a eles, o que mostra como essa falsa Páscoa
exerce influência sobre nós, não só devido ao seu apelo comercial, mas acredito que também
haja uma influencia sobrenatural, que nos leva, justamente numa data cristã, a desejar priorizar
as coisas seculares em detrimento das coisas espirituais.
Devemos evitar o apego a essa falsa páscoa para não abrirmos brechas espirituais pelas quais
Satanás pode agir em nossas vidas. Não podemos negligenciar o fato de que existem potestades
agindo de forma constante, porém sutil, para que não percebamos o erro e o perigo por trás
dessa mentira e desse engano. As hostes malignas se satisfazem quando nós trocamos o que é
espiritual pelo que é carnal, quando permitirmos que mentiras, bem como os nossos próprios
desejos, nos desviem dos ideais de Deus para as nossas vidas. Lembremos que está escrito o
seguinte: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor
do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo." (1 João 2:15).
Nós cristãos também não podemos esquecer que devemos ser imitadores de Cristo em todas as
ocasiões. Será que Ele compraria ou consumiria produtos que simbolizam uma falsa Páscoa? Se
Ele quisesse comer chocolates, hoje teria vários tipos para escolher, mas eu não creio que
justamente no período da Páscoa Ele escolheria comer um chocolate na forma de ovo, tendo em
vista não só a sua origem pagã, mas também o fato de que este produto representa uma mentira
que corrompeu a Sua Páscoa.
Eu não imagino Jesus se conformando com as mentiras que se estabeleceram durante a Sua
Páscoa e o Seu Natal, no entanto muitos cristãos se conformaram. Talvez por terem se tornado
práticas comuns, mas estes ignoram o fato de que nem tudo que é comum é correto ou santo. Eu
sei que ninguém vai acabar com essa falsa Páscoa deixando de comer seus ovos de chocolate,
mas quem abre mão disso pode, pelo menos, ficar com a sua consciência limpa e tranquila por
não ter parte em algo que possa desagradar o Senhor.
O apóstolo Paulo disse: "E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2). Esse versículo nos ensina que
não devemos nos conformar com as coisas deste mundo, em vez disso, devemos renovar o
nosso entendimento. O versículo diz que ao fazermos isso somos transformados, de modo que
conseguimos experimentarmos a boa agradável e perfeita vontade de Deus, e bem sabemos que
esta não tolera mentiras e enganos. Ressalto que renovar o nosso entendimento significa rever
os nossos conceitos, então concluo que não tem como renovarmos nossa mente se nos
conformamos com as coisas deste mundo.
O apóstolo Paulo também disse o seguinte: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais
outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis
escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus." (1 Coríntios 10: 31-32).
Sendo assim, tendo em vista que coelhos e ovos de chocolate ajudam a apregoar uma falsa
Páscoa, eu não acho que comprá-los e comê-los seja para a Glória de Deus. Pelo contrário!
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Como já foi mencionado, consumir esses produtos é motivo de escândalo para muitos cristãos.
Sendo assim, como também é dito nessa passagem bíblica, não devemos nos portar de modo a
causar escândalo, isto é, tropeço, a ninguém, e nem à igreja de Deus.
Conclusão
O caminho realmente é estreito (Mateus 7:13), e a astúcia de Satanás é sutil o suficiente para
que não nos apercebamos que estamos sendo influenciados ou manipulados. Ele adora espalhar
mentiras para atrapalhar as verdades de Deus, pois assim ele tira o nosso foco de Jesus. Por isso
o cristão deve ter sabedoria para comemorar a Páscoa e o Natal de forma santa, pura e perfeita,
não como o mundo comemora. Devemos andar na contramão do mundo! Afinal, Jesus Cristo
disse: "E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser
vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me." (Marcos 8:34). Sendo
assim, muitas vezes precisamos negar nossos impulsos e desejos, e tomar a nossa cruz, ou seja,
sacrificar algo que nos custa, sacrificar os desejos da nossa carne, em prol da nossa
santificação.
Tendo tudo isso em vista, é difícil entender a relutância de alguns cristãos em abrir mão de
decorarem suas casas e comércios com motivos pagãos em datas cristãs, bem como em abdicar
do consumo de chocolate na forma de ovos e de coelhos, mesmo porque existem inúmeras
outras formas geométricas nas quais podemos saborear essa delícia, e ainda sem ferir o bolso.
Pense bem... A astúcia de Satanás é tanta que faz com que as pessoas não só tenham prazer em
pagar bem mais caro por um produto (chocolate) que normalmente vale muito menos, mas
também faz com que elas se conformem com a existência de falsidades que se estabeleceram
em meio às celebrações cristãs, as quais certamente não agradam a Deus.