15 - Aparelho Circulatório PDF
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HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.
APARELHO CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório é constituído por dois componentes distintos: o sistema sanguíneo ou cardiovascular
(cuja função é transportar sangue em ambas as direções entre o coração e os tecidos) e sistema linfático (que tem
como função colher a linfa, o excesso de fluido extracelular dos tecidos e leva-lo de volta para o sistema cardiovascular).
O primeiro, constituído por túbulos que carregam sangue bombeado pelo coração, é um sistema fechado. Já o
segundo se inicia em capilares muito pequenos, absorvendo líquidos e excretas que saem da corrente sanguínea e não
conseguem voltar pela mesma, voltando por meio dos vasos linfáticos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
É um sistema fechado por onde percorre o sangue responsável por nutrir e retirar os metabolismos do corpo.
Esse sistema é dotado de uma bomba muscular que renova a energia mecânica do sangue constantemente, o coração,
responsável por enviar sangue para dois circuitos distintos: o circuito pulmonar (que leva o sangue de e para os
pulmões) e o circuito sistêmico (que distribui o sangue de e para todos os órgãos e tecido do corpo). Devido a ação
desta bomba, os vasos vão se tornar mais espessos e resistentes, diferentemente dos vasos linfáticos.
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OBS : A pequena circulação é a pulmonar, aquela que leva sangue venoso do ventrículo direito para hematose trazendo
sangue arterial para o átrio esquerdo.
OBS²: A grande circulação é a sistêmica, que leva sangue arterial para nutrir todos os tecidos do corpo (inclusive o
pulmonar) saindo do ventrículo esquerdo, retornando ao átrio direito com sangue venoso.
CORAÇÃO
Bomba muscular formada por quatro cavidades (dois átrios e dois
ventrículos), constituídas basicamente por tecido epitelial, muscular, conjuntivo e
um tecido epitelial externo. Essa configuração se continua, concomitantemente, por
todo decorrer dos vasos.
ESQUELETO DO CORAÇÃO
O esqueleto do coração é rico em fibras colágenas, sendo responsável por
fornecer sustentação ao órgão, que possui uma grande atividade motora. É
constituído por tecido conjuntivo denso, possuindo três componentes principais:
• Anéis Fibrosos: formados em torno da base da aorta, da artéria pulmonar
e dos ostios atrioventriculares.
• Trígono Fibroso: formado primariamente na vizinhança da área da cúspide
da valva aórtica, na região do septo cardíaco.
• Septo Membranoso: constitui a porção superior e membranácea do septo
interventricular.
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ENDOCÁRDIO
O endocárdio, um epitélio pavimentoso simples, e o tecido conjuntivo subendotelial subjacente revestem a luz do
coração. Seus aspectos principais são:
É formado por T.E.R. Simples Pavimentoso, tendo como função manter a luz do órgão sem ondulações e
irregularidades.
Mais profundamente, existe a camada conjuntiva subjacente, a camada subendocárdica, composta por fibras
colágenas, com presença marcante de fibroblastos e macrófagos. É nessa camada em que se encontram as
fibras de Purkinje (células musculares estriadas cardíacas diferenciadas) do sistema de condução elétrica do
coração, disseminando o impulso de contração do coração.
MIOCÁRDIO
Representa a espessa camada média do coração, composta por células de
músculos cardíaco dispostas em espirais complexas em torno dos orifícios das câmaras.
Camada mais espessa do coração.
Presença de fibroblastos e tecido fibroso.
Fibras musculares estriadas uninucleadas ou binucleadas com presença de discos
intercalares (unem, rigidamente, uma fibra a outra).
EPICÁRDIO
O epicárdio, homólogo da adventícia dos vasos, coincide com o pericárdio visceral que recobre o coração,
aderindo-se, intimamente, a ele.
Constituída de T.E.R. Pavimentoso simples denominado mesotélio.
Camada mais externa do coração.
Local onde há maior depósito de tecido adiposo.
Presença de fibras colágenas.
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OBS : Propagação do impulso nervoso no coração:
SNA Nó sinusal ou sinoatrial (marca passo natural do coração, coordenado pelo sistema nervoso autônomo
simpático – através da adrenalina é estimulado – e parassimpático – através da acetilcolina é retardado). Nó átrio
ventricular (localizado na região do septo) Fibras de Purkinje (subendocárdio).
NÓ ATRIOVENTRICULAR / NODO AV
Localizado na parede do septo, logo acima da valva tricúspide. Células musculares cardíacas modificadas do nó
atrioventricular, reguladas por impulsos provenientes do nó sinoatrial, transmitem sinais para o miocárdio dos ventrículos
através do feixe atrioventricular (feixe de Hiss).
FIBRAS DE PURKINJE
Grandes células cardíacas modificadas localizadas na camada subendocárdica formam as fibras de Purkinje,
que transmitem os impulsos para as células musculares cardíacas localizadas no ápice do coração, onde tem inicio a
contração do miocárdio ventricular.
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OBS Quando o vaso apresenta uma parede muito espessa, o processo de difusão fica muito difícil, fazendo com que
haja a necessidade de pequenos vasos perfurantes (vasa vasorum) na túnica adventícia que auxiliam no processo de
nutrição das células.
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OBS : Entre uma túnica e outra, há a presença de tecido conjuntivo elástico (lâmina elástica interna e externa), sendo
elas mais espessas nas artérias médias (distribuidoras), e menos desenvolvidas nas de maior calibre e quase inexistente
nas arteríolas.
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OBS : Na base das grandes artérias (aorta e pulmonar) há presença de músculo estriado esquelético.
Arteriosclerose: pouca produção de fibras elásticas na parede dos vasos devido à células envelhecidas,
tornando-as mais enrijecidas.
Aterosclerose: depósito de gordura (ateromas) junto a parede dos vasos, podendo evoluir para AVCs.
ARTÉRIAS
São vasos sanguíneos que recebem sangue do coração. Estão classificadas em três tipos: elásticas
(condutoras), musculares (distribuidoras) e arteríolas, de acordo com seu tamanho relativo em referência as suas túnicas
média.
• Artérias Elásticas (condutoras): túnica muscular espessa (de 40 a 70 camadas de fibras musculares). Suas
lâminas não são tão bem desenvolvidas. São exemplos: aorta, tronco pulmonar, artérias ilíacas. Os vasa
vasorum são abundantes nesse tipo de artéria.
• Artérias Musculares (distribuidoras): túnica média um pouco menor que a das artérias elásticas (com até 40
camadas de fibras) mas com lâminas elásticas bem desenvolvidas. A adventícia é bem espessa. Estão
representadas, por exemplo, por artérias que partem da aorta.
• Arteríolas (vasoconstricção e vasodilatação): poucas células musculares na túnica média (apenas 2 a 3
camadas de fibras).
• Metarteríolas: as células musculares não são contínuas, circulando o endotélio do capilar. As lâminas elásticas
são totalmente desenvolvidas.
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OBS : São pequenos vasos localizados na túnica adventícia que favorecem a nutrição das células de grandes vasos,
suprindo as túnicas adventícia e média.
CAPILARES
Vasos mais numerosos formados a partir das extremidades terminais das arteríolas. Formado por tecido epitelial
e, algumas vezes, uma camada muscular. A luz do capilar geralmente é definida por um só célula. São supridos pelas
arteríolas e metarteríolas, drenados pelas vênulas.
Os capilares se ramificam e anastomosam-se formando um leito (rede) capilar situado entre arteríolas e vênulas
(anastomoses arteriovenosas), em que o sangue é desviado da rede de capilares.
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OBS : Anastomoses arteriovenosas: são regiões em que acontece uma ligação direta da arteríola sem que seja
necessário uma interligação por capilares. Nesses casos, a camada muscular das arteríolas torna-se mais espessas.
VEIAS
São vasos que levam sangue de volta para o coração. Como não somente as veias são muito mais numerosas
do que as artérias, mas em geral, o diâmetro de sua luz também é bem maior (quase 70% do volume total de sangue
fica nestes vasos).
Por não terem altas pressões como ocorre nas artérias, existe um sistema de válvulas nesses vasos que ajudam
no movimento de repouso venoso.
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OBS :
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OBS : Pericitos: São encontrados ao longo de capilares e vênulas, de origem mesenquimal, assim como todo o tecido
conjuntivo. Envolvem porções de células endoteliais, apresentando, em sua configuração: miosina, actina e
tropomiosina. Em danos teciduais, reconstituem novos vasos sanguíneos e novas células do tecido conjuntivo.
Defeitos de Válvulas: crianças que tiveram febre reumática podem, mais tarde, apresentar a doença da valva
cardíaca em consequência de cicatrizes das valvas causadas pelo episódio. Nesses casos, acontece uma
incompetência das valvas (principalmente a mitral e a valva aórtica), dificultando seu fechamento ou abertura.
Aneurisma: alterações que podem ocorrer em qualquer vaso do sistema cardiovascular, em que a luz do vaso
aumenta.
Ateroesclerose: depósito de placas de ateroma em sua luz, gerando estenose.
SISTEMA LINFÁTICO
Inicia-se em pequenos capilares linfáticos formados por células epiteliais em
fundos de saco. Esses capilares deságuam seu conteúdo em vasos linfáticos, que
desembocam em ductos linfáticos (ducto torácico – restante do corpo - e o ducto
linfático direito – linfa do quadrante superior direito).
Os linfonodos estão interpostos ao longo do trajeto dos vasos linfáticos e a
linfa precisa passar por eles para ser filtrada e limpa de materiais em partículas.
Linfócitos são adicionados à linfa e ela sai desses linfonodos por meio dos vasos
linfáticos eferentes.
Os vasos linfáticos podem ser classificados como:
• Capilares Linfáticos: vasos de parede delgada constituídas por uma única
camada de células endoteliais e uma lâmina própria incompleta.
• Vasos Linfáticos Pequenos e Médios: possuem valvas com espaçamento
próximo.
• Vasos Linfáticos Grandes: assemelham-se estruturalmente às pequenas
veias, exceto por sua luz ser maior e sua parede ser mais fina. Possuem uma
delgada camada de fibras elásticas abaixo do endotélio e uma fina camada de
células musculares lisas.
FATORES DE RISCO
• Histórico familiar de doença coronariana
• Idade (a partir dos 60 anos)
• Presença de fatores que predispõem a aterosclerose: Hipertensão; Tabagismo; Diabetes; Hipercolesterolemia.
• Obesidade
• Estresse
• Sedentarismo
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TIPOS DE INFARTO
1. Transmural
Toda ou quase toda a espessura da parede ventricular
Área irrigada por uma única artéria coronária
Associado a aterosclerose coronariana
Alteração da placa
Estenose / Trombose
2. Subendocárdico
Limitada ao terço interior ou no máximo a metade da parede ventricular, podendo se estender lateralmente
Pode ir além da área de uma única artéria coronária
Formação da placa
Formação de trombo que lisa antes que a necrose se estenda
Redução da PA
BASES DA ISQUEMIA
• Aterosclerose coronariana
• Alteração da morfologia de uma placa ateromatosa
• Exposição ao colágeno subendocárdico
• Ativação plaquetária (adesão, agregação, ativação e liberação de
agentes agregadores)
• Trombose
• Vasoespasmo
• Perda do suprimento sanguíneo consequências bioquímicas,
morfológicas e funcionais.
RESPOSTA DO MIOCÁRDIO
• Morte celular
• Cessação da glicólise aeróbica em segundos
• Perda de contratilidade dentro de 60 segundos após isquemia
• Relaxamento miofibrilar
• Depleção de glicogênio
• Tumefação mitocondrial e celular
• Apenas isquemia intensa (20 a 40 minutos) leva a danos irreversíveis (necrose).
• Reconstituição do tecido por tecido fibroso (fibroblastos), inclusive com angiogênese.
ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS
• 0 – ½ h sem alteração.
• ½ - 4 h geralmente sem alteração. Ondulação variável das fibras na borda.
• 4 – 12 h início da necrose por coagulação; edema; hemorragia.
• 12 - 24 h continuação da necrose por coagulação
picnose dos núcleos
miócitos com hipereosinofilia
necrose marginal com faixas de contração
início do infiltrado neutrofílico
• 1 - 3 dias necrose por coagulação
perda dos núcleos e das estriações
infiltrado intersticial de neutrófilos
• 3 – 7 dias início da desintegração das miofibrilas mortas
morte de neutrófilos
fase inicial da fagocitose das células mortas pelos macrófagos na borda da área infartada.
• 7 – 10 dias fase avançada da fagocitose das células mortas
fase inicial da formação do tecido de granulação fibrovascular nas margens.
• 10 - 14 dias tecido de granulação
novos vasos sanguíneos
deposição de colágeno
• 2 – 8 semanas aumento da deposição de colágeno
diminuição da celularidade.
• > 2 meses cicatriz colagenosa densa.
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