Apostila Agregados
Apostila Agregados
Apostila Agregados
1) AGLOMERANTES (Apostila 1)
2) AGREGADOS
2.1) Introdução:
Uma vez que cerca de ¾ do volume do concreto são ocupados pelos agregados, não é de se
surpreender que a qualidade destes seja de importância básica na obtenção de um bom concreto,
exercendo nítida influência não apenas na resistência mecânica do produto acabado como,
também, em sua durabilidade e no desempenho estrutural. Procura-se, neste capítulo, apresentar
as principais propriedades dos agregados, analisando o seu grau de importância e
responsabilidade na geração das características essenciais aos concretos, tais como: resistência à
compressão, tração na flexão, impermeabilidade, durabilidade, trabalhabilidade e retratilidade.
São apresentados também, baseados nas experiências nacional e estrangeira, alguns critérios
seletivos para a obtenção dos agregados, proporcionando concretos que irão corresponder
plenamente às expectativas de projeto e execução das obras onde serão empregadas.
Podemos definir agregado como: material granular, inerte, com dimensões e propriedades
adequadas e isentos de impurezas prejudiciais.
à origem;
às dimensões das partículas;
à massa unitária.
naturais já são encontrados na natureza sob a forma definitiva de utilização: areia de rios,
seixos rolados, cascalhos, pedregulhos,...
industrializados aqueles que são obtidos por processos industriais. Ex.: argila expandida,
escória britada, ...
Deve-se observar aqui que o termo artificial indica o modo de obtenção e não se relaciona com
o material em si.
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c) Quanto à massa unitária pode-se classificar os agregados em leves, médios e pesados. Veja a
tabela abaixo:
Leves1 (menor que 1,0 t/m3) Médios (1,0 a 2,0 t/m3) Pesados (acima de 2,0 t/m3)
Vermiculita 0,3 Calcário 1,4 Barita 2,9
Argila expandida 0,8 Arenito 1,45 Hematita 3,2
Escória granulada 1,0 Cascalho 1,6 Magnetita 3,3
Granito 1,5
Areia seca ao ar 1,5
Basalto 1,5
Escória 1,7
Os agregados leves, médios e pesados podem ser caracterizados, também, por suas massas
específicas (densidade):
Leves: M.E. < 2,0 t/m3
Médios: 2,0 M.E. 3,0 t/m3
Pesados: M.E. > 3,0 t/m3
a) Atividade – o agregado pela própria definição, deve ser um elemento inerte, ou seja:
- não deve conter constituintes que reajam com o cimento “fresco” ou endurecido.
- não deve sofrer variações de volume com a umidade.
- não deve conter incompatibilidade térmica entre seus grãos e a pasta endurecida.
1
Agregados leves: utilizados para a produção de concretos leves. A pequena massa unitária é devida à microestrutura
celular ou altamente porosa do agregado.
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b) Resistência Mecânica
- ao desgaste : a pasta de cimento e água não resiste ao desgaste . Quem confere esta
propriedade aos concretos é o agregado.
Ao desgaste superficial dos grãos de agregado quando sofrem “atrição”, dá-se o nome de
abrasão. A resistência à abrasão mede, portanto, a capacidade que tem o agregado de não se alterar
quando manuseado (carregamento, basculamento, estocagem). Em algumas aplicações do concreto,
a resistência à abrasão é característica muito importante, como por exemplo em pistas de
aeroportos, em vertedouros de barragens e em pistas rodoviárias, pois o concreto sofre grande
atrição.
A resistência à abrasão é medida na máquina “Los Angeles”, que consta, em essência, de
um cilindro oco, de eixo horizontal, dentro do qual a amostra de agregado é colocada juntamente
com esferas de ferro fundido.A NBR 6465 trata do ensaio à abrasão, dando as características da
máquina e das cargas de agregado e esferas de ferro. O cilindro é girado durante um tempo
determinado, sofrendo o agregado atrição e também um certo choque causado pelas esferas de ferro.
Retirada do cilindro, a amostra é peneirada na peneira de 1,7mm; o peso do material que passa,
expresso em porcentagem do peso inicial, é a “Abrasão Los Angeles”.
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a) Massa específica
Granito 2690
Arenito 2650
Calcário 2600
Da amostra representativa, colhida de acordo com a NBR 7216, pesam-se 500g de areia
seca, coloca-se água no interior do frasco até sua marca padrão de 200 ml; introduz-se
cuidadosamente o material. A água subirá no gargalo do frasco até uma certa marca (L); faz-se
essa leitura e do valor obtido diminuem-se os 200 ml, obtendo-se, assim, o valor absoluto de
areia; dividindo-se o peso dos 500g de areia pelo volume achado, teremos a massa específica
real ou peso específico real.
500
M.E kg / l
L 200
Seja o traço em peso de um concreto, para materiais secos (traço de um concreto define a
proporção unitária entre seus materiais constituintes, considerando-se o cimento como
unidade de medida):
Cimento: 1 kg
Areia: 2,8 kg
Pedregulho: 4,8 kg
Água: 0,7 kg
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b) Massa Unitária
Sua determinação deverá ser feita em recipiente, com forma de paralelepípedo, de volume
nunca inferior a 15 litros.
Quanto ao enchimento do recipiente, o material deverá ser lançado de uma altura que não
exceda a 10 cm da boca. Após cheio, a superfície do agregado é rasada e nivelada com uma
régua. No caso do agregado graúdo, a superfície é regularizada de modo a compensar as
saliências e reentrâncias das pedras.
Cimento: 1 kg
Areia: 2,8 kg
Pedregulho: 4,8 kg
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Exercício:
1) Um pedreiro misturou 25 kg de cimento com 80 kg de areia úmida (h = 3%) e 12 litros de água.
Pergunta-se:
Resolução:
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c) Índice de Vazios: é a relação entre o volume total de vazios e o volume total de grãos.
Vv
i
Vg
No caso dos agregados miúdos o espaço intergranular é menor que nos agregados graúdos,
porém a quantidade destes espaços vazios é bastante superior, por isso podemos dizer que os
totais de espaços vazios nos agregados miúdos e graúdos independem do tamanho máximo dos
grãos. A mistura de agregados miúdos e graúdos, entretanto, apresentará, sempre, um menor
volume de vazios.
d) Compacidade (c): é a relação entre o volume total ocupado pelos grãos e o volume total do
agregado.
Vg
c
Va
e) Finura: quando um agregado tem seus grãos de menor diâmetro que um outro, diz-se que ele
tem maior finura.
f) Área específica: é a soma das áreas das superfícies de todos os grãos contidos na unidade de
massa do agregado. Admite-se para área da superfície de um grão, a área da superfície de uma
esfera de igual diâmetro; o grão real tem, contudo, superfície de área maior que a esfera. A forma
dos grãos de brita é irregular e sua superfície extremamente rugosa; para a mesma granulometria,
os agregados com grãos mais regulares têm menor superfície específica.
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Coesão: coesão de um material granular é a resistência ao cisalhamento quando o material não está
sujeito à compressão. A coesão é desprezível nos agregados graúdos; as areias apresentam,
quando úmidas, uma resistência ao cisalhamento causada pela tensão capilar da água, que é
chamada coesão aparente. Quando secas ou saturadas, as areias não têm coesão.
Fragilidade: propriedade dos materiais de se fraturarem sob pequena tensão, sem deformação
perceptível.
Maleabilidade: propriedade dos materiais de se deformarem fácil e extensamente sob baixa tensão.
Ex. argila.
2.6.1) Areia natural: considerada como material de construção, areia é o agregado miúdo.
A areia pode originar-se de rios, de cavas (depósitos aluvionares em fundos de vales cobertos por
capa de solo) ou de praias e dunas.
As areias das praias não são usadas, em geral, para o preparo de concreto por causa de sua
grande finura e teor de cloreto de sódio. O mesmo ocorre com as areias de dunas próximas do
litoral.
Preparo de argamassas;
Concreto betuminoso – juntamente com fíler, a areia entra na dosagem dos inertes do concreto
betuminoso e tem a importante propriedade de impedir o amolecimento do concreto betuminoso
dos pavimentos de ruas nos dias de intenso calor);
Concreto de cimento (constitui o agregado miúdo dos concretos);
Pavimentos rodoviários: constitui o material de correção do solo;
Filtros – devido a sua grande permeabilidade, a areia é utilizada para a construção de filtros,
destinados a interceptar o fluxo de água de infiltração em barragens de terra e em muros de
arrimo.
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2.7.1) Definições:
a) Pedra britada: agregado obtido a partir de rochas compactas que ocorrem em jazidas, pelo
processo industrial da cominuição (fragmentação) controlada da rocha maciça. Os produtos
finais enquadram-se em diversas categorias.
b) Areia de brita ou areia artificial: agregado obtido dos finos resultantes da produção da brita,
dos quais se retira a fração inferior a 0,15 mm. Sua graduação é 0,15 /4,8mm.
c) Fíler: agregado de graduação 0,005/0,075mm. Seus grãos são da mesma ordem de grandeza
dos grãos de cimento e passam na peneira 200 (0,075 mm). É chamado de pó de pedra.
O fíler é utilizado nos seguintes serviços:
- na preparação de concretos, para preencher vazios;
- na adição a cimentos;
- na preparação da argamassa betuminosa;
- como espessante de asfaltos fluidos.
d) Bica-corrida: material britado no estado em que se encontra à saída do britador. Pode ser
classificada em primária ou secundária. Será primária quando deixar o britador primário, com
graduação aproximada de 0/300mm, dependendo da regulagem e tipo de britador. Será
secundária quando deixar o britador secundário, com graduação aproximada de 0/76mm.
e) Rachão: agregado constituído do material que passa no britador primário e é retido na peneira
de 76 mm. É a fração acima de 76 mm da bica corrida primária. A NBR 9935 define rachão
como “pedra de mão”, de dimensões entre 76 e 250 mm.
f) Restolho: material granular, de grãos em geral friáveis (que se partem com facilidade). Pode
conter uma parcela de solo.
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Várias são as rochas aptas a serem exploradas para a produção de agregados. Em cada região
haverá rocha de natureza tal que mais vantajosa se mostre para o tipo de agregado que se queira
produzir. Dentre as rochas mais comumente exploradas estão:
a) Granito: rocha plutônica ácida (75% de sílica), granular macroscópica, de cor cinza.
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a) Propriedades físicas:
Granito 2,660 1,37 1,38 1,37 1,38 1,357 0,7 0,6 0,9 0,4 0,4 0,517
Granito
2,768 1,45 1,48 1,44 1,45 1,455 - - - 0,526
Gnáissico
Basalto 2,742 1,41 1,41 1,41 - 1,41 2,7 3,8 4,4 - 3,4 0,514
b) Usos
A NBR 7211, que padroniza a pedra britada nas dimensões hoje consagradas pelo uso, trata de
agregado para concreto. Não obstante isso, e apesar de as curvas granulométricas médias dos
agregados comerciais não coincidirem totalmente com as curvas médias das faixas da Norma,
emprega-se o agregado em extensa gama de situações:
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padronizado para concreto (areia). A tecnologia do concreto evoluiu, de modo que o pó de pedra
é usado em grande escala.
- Argamassas: em certas argamassas de enchimento, de traço mais apurado, podem ser usados a
areia de brita e o pó de pedra.
- Pavimentos rodoviários: para este emprego, a NBR 7174 fixa três graduações para o
esqueleto e uma para o material de enchimento das bases de macadame hidráulico, graduações
estas que diferem das pedras britadas.
- Lastro de estradas de ferro: este lastro está padronizado pela NBR 5564, e consta
praticamente de pedra 3.
- Aterros: podem ser feitos com restolho, obtendo-se mais facilmente, alto índice de suporte do
que quando se usam solos argilosos.
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a) Hematita: a hematita britada constitui os agregados miúdo e graúdo que são usados no preparo
do concreto de alta densidade (dito “concreto pesado”) destinado à absorção de radiações em
usinas nucleares (escudos biológicos ou blindagens). O grau de absorção cresce com o aumento
da densidade do concreto
b) Barita: pela sua alta densidade, a barita também é usada no preparo de concretos densos.
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PENEIRAS
Série Normal Série Intermediária
76 mm -
- 64 mm
- 50 mm
38 mm -
- 32 mm
- 25 mm
19 mm -
- 12,5 mm
9,5 -
- 6,3
4,8 mm -
2,4 mm -
1,2 -
0,600 -
0,300 -
0,150 -
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* Pode haver uma tolerância de até um máximo de cinco unidades de porcento em um só dos limites
marcados com o * ou distribuídos em vários deles.
** Para agregado miúdo resultante de britamento, este limite pode ser 80.
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Exemplo:
MATERIAL
PENEIRAS (mm) % SIMPLES % ACUMULADO
RETIDO (g)
4,8 30 3 3
2,4 70 7 10
1,2 140 14 24
0,6 320 32 56
0,3 300 30 86
0,15 120 12 98
Fundo 20 2 100
= 1000g = 100%
3 10 24 56 86 98
Mf 2,77
100
Obs. Na tabela anterior todas as peneiras são da série normal, por isso para o cálculo do
módulo de finura somou-se todos os percentuais retidos acumulados. Atenção!
A Norma estabelece que os agregados miúdos devem se enquadrar em uma das faixas
granulométricas e que a variação máxima do módulo de finura seja 0,2.
Na tabela acima, o diâmetro máximo do agregado é 4,8 mm, pois é na peneira 4,8 mm que
o percentual retido acumulado é igual ou imediatamente inferior a 5%.
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Exercício:
1) Na folha anexa, traçar a curva granulométrica do agregado que teve as seguintes massas retidas
nas peneiras (em mm): 25 (850g); 19 (2150 g); 12,5 (3300 g); 9,5 (2900 g); 6,3 (500 g); de 4,8 a
0,15 (0 g) e no fundo (300 g). Calcular o módulo de finura e a dimensão máxima.
Solução:
Material retido
Peneiras (mm) % simples % acumulado
(g)
25 850 8,5 8,5
19 2150 21,5 30
12,5 3300 33 63
9,5 2900 29 92
6,3 500 5 97
4,8 0 0 97
2,4 0 0 97
1,2 0 0 97
0,6 0 0 97
0,3 0 0 97
0,15 0 0 97
Fundo 300 3 100
10000
DM = 32 mm
30 92 97 97 97 97 97 97
Mf = 7,04
100
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Curva Granulométrica
8 4 1/4" 3/8" 1/2" 3/4" 1" 1 1/4" 1 1/2" 2" 2 1/2" 3"
100
90
80
Percentagem Retida Acumulada
70
60
50
40
30
20
10
0
2,4 4,8 6,3 9,5 12,5 19 25 32 38 50 64 76
Aberturas ABNT
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2.9.2) Forma dos grãos: os grãos dos agregados não tem forma geometricamente definida.
a) Quanto às dimensões:
Com relação ao comprimento (l), largura (l) e espessura (e), os agregados classificam-se em
alongados, cúbicos, lamelares e discóides, conforme sejam as relações entre as três
dimensões, que definem o coeficiente de forma.
Tabela 5
Coeficiente de forma
c 2
l
Recomenda-se que: l 2
e
c l 6e
Admite-se no máximo 15% dos grãos de uma amostra não atendendo as relações acima.
Índice de forma (NBR 7809) – é a relação entre a maior dimensão c (comprimento) e a menor
dimensão e (espessura), determinadas por meio de paquímetros (I = c/e). O índice de um
agregado é a média ponderada dos índices de 200 grãos obtidos de uma amostra quarteada.
Os grãos cubóides tem I variando entre 0,25 e 0,30; para os grãos lamelares, I 0,05 e para os
alongados, I = 0,64; para uma esfera, I = 1,0.
V
Para todo o agregado, o coeficiente é dado C 1,9 por:
d3
Recomenda-se Cv 0,20.
No que se refere à textura superficial do agregado, a sua avaliação é feita pelo grau de
polimento ou rugosidade da superfície da partícula, sendo função principalmente da dureza,
tamanho do grão e das características dos poros da rocha matriz. Também as ações mecânicas
externas colaboram para o aumento ou diminuição da rugosidade.
Normalmente a simples inspeção visual é uma solução bem eficaz para a avaliação da textura
superficial, uma vez que os métodos da medida da rugosidade são muito laboriosos e pouco
difundidos.
* Partículas formadas por desgaste superficial contínuo tendem a ser arredondadas, pela perda de
vértices e arestas, como é o caso das areias e seixos rolados formados nos leitos dos rios, e
também nos depósitos eólicos em zonas marítimas, tendo geralmente uma forma bem
arredondada. Agregados de rochas britadas possuem vértices e arestas bem definidos e são
chamados angulosos.
A forma dos grãos tem efeito importante no que se refere à compacidade, à trabalhabilidade e ao
ângulo de atrito interno.
A influência da forma é mais acentuada nos agregados miúdos. Argamassas de revestimento, por
exemplo, se preparadas com areia artificial, ficam tão rijas que não se podem espalhar com a
colher, constituindo o que se chama de argamassas duras.
Os agregados naturais tem grãos cubóides, de superfície arredondada e lisa, contra as superfícies
angulosas e extremamente irregulares dos grãos dos agregados industrializados. Apresentam,
além disso, maior resistência à desgraduação (alteração da distribuição granulométrica por
quebra de grãos). O cascalho apresenta 92,28% de grãos cúbicos, contra 70 a 90% na brita de
basalto. Tornam as argamassas mais trabalháveis que os artificiais.
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Nos agregados artificiais, a forma dos grãos depende da natureza da rocha e do tipo de britador. O
granito produz grãos de melhor forma que o basalto, que produz apreciável quantidade de grãos
lamelares.
Concretos preparados com agregados de britagem exigem 20% mais água de amassamento do que
os preparados com agregados naturais, sendo os grãos lamelares os mais prejudiciais. Apesar disso,
concretos de agregados de britagem têm maiores resistências ao desgaste e à tração, devido a maior
aderência dos grãos à argamassa.
2.9.3) Substâncias nocivas: são aquelas existentes nas areias ou britas que podem afetar alguma
propriedade desejável no concreto fabricado com tal agregado.
b) Teor de cloretos (encontrados nas areias de dunas e praias) os cloretos têm efeito danoso
em concretos destinados à estruturas armadas, porém são utilizados como aceleradores de pega.
O cloreto ataca o aço das armações de modo que a seção reta de uma barra pode crescer até 16
vezes o tamanho original, lascando o concreto e expondo a armação, reduzindo a capacidade de
trabalho das peças estruturais. O teor máximo de cloreto de sódio é 0,08% do peso da areia.
c) Argila em torrões partículas presentes nos agregados, suscetíveis de serem desfeitas pela
pressão entre os dedos polegar e indicador, (nos agregados miúdos o máximo é de 1,5%, em peso
seco)
d) Material pulverulento material impalpável que pode ser encontrado na superfície dos grãos do
agregado graúdo, o qual pode prejudicar a aderência da argamassa, reduzindo o desempenho do
concreto. Nos concretos submetidos ao desgaste superficial, o percentual máximo em peso de
material pulverulento é de 3,0% e para os demais concretos, 5%.
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g) Óleos: podem atacar quimicamente o concreto. Penetram nos poros do concreto seco e, por sua
ação lubrificante reduzem a resistência do mesmo, podem destruir a aderência entre a argamassa, os
grãos e a armação, resultando na desagregação do concreto.
a) Umidade:
- agregado seco em estufa: isento de umidade livre, quer seja na superfície externa ou
umidade interna, expelidas pelo calor. Toda a água “evaporável” do agregado foi
removida pelo aquecimento a 100oC.
- agregado seco ao ar: sem umidade superficial, mas com alguma umidade interna;
- agregado saturado com superfície seca (sss): o agregado é considerado na condição de
sss quando, durante o amassamento, não absorver nenhuma parte da água adicionada
nem contribuir com nenhuma de sua água contida na mistura. Qualquer agregado na
condição de sss possui água absorvida (água mantida à superfície por ação físico-
química) na sua superfície, desde que esta água não possa ser removida facilmente do
agregado. Esta condição (sss) também pode ser descrita como sendo a fase em que todos
os poros permeáveis estão preenchidos e não há um filme de água na superfície;
- agregado saturado: com água livre em excesso, o que contribui para alterar o teor de
água da mistura (há umidade livre na superfície do agregado).
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Absorção efetiva: é definida como a quantidade de água requerida para trazer o agregado da
condição seca ao ar para a condição sss.
Umidade superficial: é a quantidade de água em excesso além da requerida para a condição sss
(veja adiante mais alguns detalhes).
A umidade dos agregados miúdos nos canteiros de obra varia de 2 a 7%, correspondendo ao
inchamento que pode variai de 20 a 30% e que depende também da granulometria do material.
Nos agregados miúdos, os tamanhos dos vazios podem ser da ordem, ou até menores, que a
espessura da película de água de adsorção (água que adere às superfícies dos grãos). Por isso, o
agregado pode ter seus grãos afastados uns dos outros pela película de água. É o fenômeno do
inchamento. Nos agregados graúdos, os tamanhos dos vazios são muito maiores que a espessura da
película de água, não ocorrendo o inchamento. Podemos então dizer que inchamento é o aumento
de volume que sofre a areia seca ao absorver água. Esse fenômeno deve ser levado em consideração
na medida do volume da areia para os traços de concreto em volume. O efeito do inchamento da
areia pode influir em até 30% na medição de seu volume. Traçando-se a curva de inchamento da
areia que está sendo utilizada numa obra, pode-se conhecer a qualquer momento o seu inchamento
com a determinação da umidade. A curva terá a seguinte função:
I f(h) em porcentagem
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Vah Vas d as
I% 100 Ci (1 C h ) 1
Vas d ah
Pah Pas
Vah Vas
d ah d as
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A figura abaixo mostra o que ocorre com a areia absolutamente seca (h=0,00%) ao absorver água.
C = Inchamento Crítico
B = Define a Umidade Crítica
Segundo a NBR 6467, para calcularmos a umidade crítica e o inchamento crítico devemos proceder
da seguinte maneira:
Denominaremos inchamento médio o valor do inchamento igual à média aritmética dos valores do
inchamento máximo (1,40) e o correspondente ao do ponto C (1,38), portanto o inchamento médio
será 1,39.
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Argamassas
A eficiência de uma argamassa, seja para alvenaria, revestimento ou piso, depende da qualidade da cal e
areia, como também da aplicação de traços certos para cada serviço específico.
O costume nas obras é usar alguns poucos traços diferentes para uma variedade de serviços, adicionando
uma quantidade maior ou menor de cimento.
Os constituintes:
b) Cal: com poucas exceções de obras menores, usa-se quase exclusivamente cal hidratada, em sacos de 20 quilos.
c) Areia: já que para os diversos tipos de aplicação das argamassas usam-se areia limpa de granulação fina,
média, grossa ou média comum, contendo um pouco de argila e impureza, a quantidade a ser usada também
depende do grau de umidade da areia, nas dosagens das argamassas. Em seguida são usadas as designações dos
diversos tipos de areia:
G = grossa
M = média
F = fina (peneirada)
C = comum
L = lavada
A quantidade de areia pode ser indicada em altura de caixas (padiolas) com base de 45 x 35 cm. Para
facilitar a medida de 1/2 caixa, marcar internamente a metade da altura com uma ripa triangular.
O grau de umidade da areia pode ser considerado seco quando esta ficou muito tempo exposta ao sol ;
com 3% de umidade, quando a areia com sua umidade original estava depositada em tempo nublado; e 5% de
umidade em tempo chuvoso.
A umidade é medida em relação ao peso da areia seca.
Preparação da argamassa:
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Além da necessidade de verificar a qualidade da matéria-prima e da escolha das dimensões e das proporções
entre miúdos e graúdos, uma especial atenção deve ser dada às impurezas ainda que admissíveis, conforme suas
quantidades e as diversas aplicações.
As impurezas podem ser húmus, torrões de argila, ramos, carvão, .... Húmus prejudica a pega e o
endurecimento do concreto, diminuindo sua resistência. O ácido húmico neutraliza a água da argamassa e forma
uma película sobre os grãos de areia, diminuindo a aderência com a pasta de cimento ou cal. Torrões de argila têm
pouca resistência e originam vazios que diminuem a resistência do concreto e a eficiência da argamassa. Carvão
pode intumescer (endurecer), rachar e desagregar o concreto e perturbar o endurecimento do concreto e
argamassa. Veremos adiante um pouco mais sobre as impurezas nos agregados-
A areia para concreto deve ser grossa, lavada e limpa. A areia fina não é recomendável, pois compromete a
resistência do concreto.
Além das impurezas já assinaladas, não deve haver mica e partículas vegetais. Impurezas com teor maior do
que 3% em volume, sendo material carbonoso no máximo 1%, para concreto comum, e 0,5% para concreto
aparente, prejudicam a qualidade do concreto.
A cor escura da areia é indício de material orgânico, exceto quando esta se origina de rochas escuras. Antes do
uso da areia, deve-se diariamente verificar o seu teor de umidade, para determinar a variação da quantidade de
areia e da água a ser usada na dosagem. Veja abaixo:
- Quando a areia chega do porto em tempo seco, pode-se considerar o aumento do volume da areia em 3%, em
tempo chuvoso, em 5%.
- No caso de concreto aparente, deve-se usar sempre a mesma qualidade de areia e do mesmo fornecedor, para
evitar alteração da coloração do concreto aparente.
- Argila e silte envolvem os grãos dos agregados, formando películas que não se separam durante a mistura,
reduzindo a aderência entre a pasta e a areia, em detrimento da resistência do concreto e aumentando sua
retração,
Quanto ao transporte:
No recebimento da areia deve-se considerar que, durante o transporte no caminhão, a areia se assente,
diminuindo o volume a fornecer. Por esse motivo o pessoal do caminhão revolve a areia antes de chegar ao
canteiro. Assim sendo, não se pode calcular a quantidade certa em volume de areia fornecida. O volume de areia
deve ser medido na boca da betoneira.
A descarga deve ser feita diretamente na boca larga dos depósitos de agregados.
Quanto a estocagem:
O depósito de areia deve ser feito em terreno seco e plano, com proteção contra invasão de água durante as
chuvas. Para não dispersar areia, recomenda-se fazer em volta deste depósito uma barreira de tábuas. Se houver
chuvas fortes e prolongadas, convém cobrir a areia com uma manta plástica.
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GABARITO DO EXERCÍCIO:
1ª Questão)
80 80 80
Pas 77,67kg de areia seca
h 3 1,03
1 1
100 100
Volume de cimentoVc
Massa de cimento 25 kg
8,06dm3
Massa específica 3,10 kg
dm3
Volume total de argamassa Vc Vas Va 8,06 29,31 14,33 51,7 dm3 0,0517m3
água 14,33
b) Relação a 0,57
c cimento 25
Para calcularmos o volume de areia seca , basta dividirmos a massa de areia pela sua massa unitária:
1 caminhão 5 m3
x caminhão 5,178 m3
x = 1,0356 caminhão.
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BIBLIOGRAFIA:
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