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ABÓBODA CELESTE

Ir∴ Luiz Renato Sacardo Dias

10 de agosto de 2016

Esoterismo e Astrologia

A bóbada celeste, em astronomia, é o hemisfério celeste visível,


conhecido popularmente como firmamento. Matematicamente, as
observações e medições astronômicas executadas seguem os
critérios estabelecidos pelo ramo
da matemática denominado trigonometria esférica, que neste caso
pertence ao domínio da astrometria, uma parte da astronomia.
ASTRONOM IA E ASTROMETRIA

Em astronomia, a utilização da astrometria permite a substituição de


distâncias reais por projeções sobre uma superfície esférica de raio
indeterminado (abóbada celeste), demonstrando assim, as distâncias
reais entre os corpos celestes.
Foi graças a essa propriedade que os astrônomos puderam alavancar
um tipo de sistema que, por se utilizar de medidas micrométricas, dá
valor bem próximo das velocidades dos corpos no espaço, apesar das
distancias imensas que os separam da Terra.
C O OR D EN AD AS ESP AC I AI S

A utilização do conceito de abóbada se fez necessária para o


estabelecimento de um sistema de coordenadas de espaço e tempo,
de forma a facilitar a descrição científica do universo.
Esta descrição é conhecida como astronomia esférica ou astronomia
de posição. Através destes conceitos, as posições dos astros podem
ser determinadas através do uso das coordenadas esféricas.
Na abóbada celeste, a localização dos objetos é dada pela
determinação de suas distâncias em relação ao centro ou origem do
sistema de coordenadas e pelos dois ângulos, análogos à longitude e
à latitude terrestres, formados pela linha visual do astro com os planos
e eixos de referência.
CÍRCULO MERIDIANO

O círculo meridiano é o instrumento mais utilizado para determinar as


coordenadas na abóbada celeste; este equipamento contém uma
lente montada no plano meridiano do observatório astronômico, a qual
é livre para realizar movimentos circulares.
Através deste aparelho é possível medir diretamente a altura de um
corpo celeste quando este atravessa a linha do meridiano. Isto ocorre
porque estas coordenadas são determinadas, conhecendo-se a
latitude geográfica do observatório, o ângulo formado pela linha visual
do astro (conhecido como declinação), e o plano da linha do equador,
projetados de forma tridimensional na Abóbada Celeste.
INTRODUÇÃO

“No princípio, Deus criou o Céu e a Terra… Deus disse: Haja Luz! E
houve Luz… Viu que a Luz era boa e separou a Luz das Trevas…
Deus disse: Haja um firmamento… e chamou o firmamento de Céu”. O
Céu da Loja em Maçonaria, simbolicamente, representa o firmamento
natural e se denomina de Abóbada Celeste.
Platão já nos falava:

“Para crer em Deus basta erguer o olhar para cima”.


A Abóbada Celeste com seus astros e estrelas tem a função mística
destinada a produzir energia e contemplação.
O Templo significa o Cosmo, é o símbolo da universalidade. Está
atribuída à construção da primeira abóbada aos romanos, que tiveram
influência dos etruscos e gregos na arquitetura, construindo-a com tal
habilidade e beleza que, naquela época, foi considerada como
inspirada pelos deuses.
Assim, o teto do templo maçônico é confeccionado em forma de
abóboda ou céu com a cor azul celeste predominante, na qual figuram
os astros e as estrelas que mais ferem a imaginação do homem.
Sabemos que, normalmente, o céu é escuro, sendo o tom de azul o
efeito da luz do sol, por isso com o movimento de rotação da terra
temos o dia e a noite. Convém salientar que não são quaisquer astros
ou qualquer disposição, mas sim determinados astros e numa posição
previamente estudada e preparada. A distribuição dos astros e
estrelas no teto da Loja variam em alguns ritos. Cada astro e estrela
têm sua importância simbólica e merece um estudo mais aprofundado.
A palavra céu vem do latim “caelum” ligado também ao ar, espaço
livre, atmosfera. Na verdade o céu é a parte física que vemos, e o
firmamento do latim “firmamentum”, onde pela crença de cada um,
imaginamos ser a morada dos deuses e anjos.
Cada astro e estrela, uniformemente dispostos na abobada celeste,
representam funções e possuem valores místicos próprios, sendo que,
no templo destinado à pratica do R∴E∴A∴A∴ existem com 35 (trinta e
cinco) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em posição
geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.
A ABÓBADA CELESTE NOS TEM PLOS M AÇÔNICOS

01) SOL – É a estrela do centro do sistema solar (e pensar que Galileu


Galilei quase morreu por defender o óbvio!!!), tem cerca de cinco
bilhões de anos e continuará brilhando por mais cinco bilhões de anos.
O Sol também é o símbolo do Deus Único, sustentado por Akenaton
(faraó egípcio) no século XIV antes de Cristo, numa época em que o
politeísmo (vários deuses) era a idéia predominante. No Egito Osíris
era representado no Sol; na Síria Adônis era o Sol; na Grécia, o sumo
sacerdote conhecido como Hierofante, simbolizava o Sol. No nosso
caso não vamos adentrar na figura mitológica do Sol (ex. a lenda do
Deus Rá, símbolo do Sol); tendo seu significado para cada povo
da Antiguidade. Basta verificarmos o Panteão de deuses e deusas na
mitologia grega.
O Sol na Maçonaria aparece no painel de Aprendiz; no avental do
Mestre Instalado; na joia do Orador; no oriente da Loja à frente do
Trono. É a luz do céu da Loja, representando o Ven\M\ Colocado no
oriente e no eixo da Loja – “Assim como o Sol aparece no Oriente
para principiar sua carreia e romper o dia, assim o Venerável ali tem
assento para abrir a Loja, ajudar os Obreiros com seus conselhos e
iluminá-los com suas Luzes”.

02) LUA – “Selene” É o único satélite natural da Terra, tendo


exatamente ¼ do tamanho da Terra. Nas antigas Escolas de Mistério,
sempre esteve representada. No Egito era a deusa Ísis, patrona dos
Mistérios Menores; na Síria, era a deusa Astaroth; na Grécia, Hecate.
Na Loja a Lua aparece acima do Altar do Primeiro Vigilante e no
Painel de Aprendiz.

03) STELLA PITAGORIS – A estrela Virtual ou Estrela Flamejante,


colocada sobre o altar do Segundo Vigilante (O Homem, Deus, Cristo,
Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a condição
humana).

04) SATURNO – Com seus satélites – É o sexto planeta e o segundo


em tamanho, possui três anéis na altura do Equador e mais quinze
satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em que os
rituais foram escritos. Na Loja, Saturno é representado com seus três
anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do
ocidente. Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis
representam os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons.
Os nove satélites representam os nove cargos: Venerável Mestre,
Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro,
Chanceler, Mestre de Cerimônias e Guarda do Templo.

05) MERCÚRIO – Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos


comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos, era filho de Maia
e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro dos
deuses. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas
(Caduceu) símbolo da paz (harmonia) e forças opostas. É o menor e
mais rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais próximo do
Sol e por isso representa o Primeiro Diácono.

06) JÚPITER – Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema


solar era o guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das
fronteiras e do matrimônio. Júpiter representa a sabedoria, rege a
visão, a prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestre
e a felicidade. Júpiter é o astro regente do ex-venerável e por isso fica
no Oriente.

07) VÊNUS – É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge


sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do
Segundo Diácono. Conhecido ainda hoje como “Estrela Vésper”, a
primeira a aparecer no céu, Vênus era o “Mensageiro do Dia”,
anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.

08) ARCTURUS – Estrela Alfa da constelação de Bootes. Por sua


posição junto à Ursa Maior é conhecida como a “guardiã do Urso” e
correspondente ao cargo de Orador, guardião do Oriente. Sua posição
é em cima da grade do Oriente.

09) ALDEBARAN – Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais


pertencem as Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o
cargo do Tesoureiro.

10) FOMALHAUT – Alfa Piscis Austrinis – em latim significa peixe do


sul, é aqui uma correlação com a coluna zodiacal dos peixes.
Fomalhaut é uma palavra árabe que significa “a boca do peixe do sul”,
o que se aplica ao cargo de Chanceler.

11) REGULUS – Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação


de Leão. Na Astrologia, Regulus sempre manteve posição de
comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi Nicolau
Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa
“Regente”. Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.

12) SPICA – Alfa Virginis, em latim, “a Espiga”, é a estrela gerente do


cargo de Secretário. Por outro lado, os primitivos instrumentos de
escrita usados pelos gregos e romanos não eram penas, mas canetas
feitas de caules ocos de vegetais chamadas de “Spícula”.

13) ANTARES – Alfa Scorpii, a estrela vermelha gigante. Durante


muitos séculos, a maior estrela conhecida. Às vezes confundida com
Marte, razão do grego chamá-la de “O Rival de Marte”. Tanto Antares
como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem próximas.
Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do Guarda
do Templo.

Existem, ainda, representadas na Abóbada Celeste do Templo


Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro
constelações, sendo elas:

01) ORION – Constelação equatorial é formada por quatro estrelas


brilhantes com uma linha de três estrelas que formam o “Cinto de
Orion” e são popularmente conhecidas como “as Três Marias” ou “os
Três Reis Magos”. No Teto do Templo só são representadas as três
estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que ainda não tem
o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais antiga,
Orion era chamada de “A Ovelha de Cinto Branco” e o avental de
Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas
de Orion são regentes dos Aprendizes.

02) HYADES ou HÍADAS – É o notável grupo de cinco estrelas


formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro. As Híadas
são as regentes dos Companheiros.

03) PLÊIADES – É um outro grupo de estrelas da mesma constelação


de Touro. São também conhecidas como “As Sete Irmãs”. Elas regem
os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.

04) URSA MAIOR – É considerada a constelação mais antiga. No teto


da Loja são Representadas as sete estrelas mais importantes que
formam a “Charrua”. A última estrela da cauda da Ursa Maior é
ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os nomes
fazem parte da frase árabe “QUAID AL BANAT AD NASCH”, que
significa “A Chefe dos Filhos do Ataúde Maior”. Este nome provém da
concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como
um caixão e três carpideiras. Esta interpretação interessa à
Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a arábica, de
um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Isis) e o filho da viúva (Orus) em
procissão fúnebre.

Ao todo contamos 35 (trinta e cinco) astros existentes na ABÓBADA


CELESTE DO TEMPLO MAÇONICO, ressaltando a ausência do
planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como tal,
não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia
universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das
lutas.
Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de “cobrir o Templo”,
sendo o astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do
Templo foi colocado Antares, do Cobridor Interno, para garantir a
fronteira entre o mundo iniciático e o profano.
CONCLUSÃO

Poderíamos concluir afirmando que, esse céu representado em


nossos Templos é o do Hemisfério Norte. Sim, é verdade, no
Hemisfério Sul o nosso maravilho céu é diferente, entretanto, a origem
de nosso Rito nos leva às belezas vislumbradas e estudadas pelos
nossos valorosos irmãos que nos antecederam e a eles devemos
nosso respeito e gratidão.
Assim, a Abóbada Celeste existente nos Templos Maçônicos
preparado para a prática do R∴E∴A∴A∴, estejam eles no Norte ou no
Sul, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de pesquisas
e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou
mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo
firmamento a nos elevar espiritualmente.

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