Literatura
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3 Poemas ao vento
Você já ouviu falar que a melhor propaganda é feita no “boca a
boca”? Conhece o ditado que diz “quem tem boca vai a Roma”? As
O que você vai estudar
palavras voam como o vento. As lendas, os mitos, as cantigas, os di-
neste capítulo
tados populares não morrem porque passam de geração em geração
Cordel
Elementoscaracterísticos por meio da oralidade. Os poemas que vamos ler nesta unidade nas-
dosfolhetos ceram assim, na boca do povo, e foram passando de boca em boca...
Aleituraexpressiva Se isso não tivesse acontecido, nunca conheceríamos essas histórias.
Heróis,vilõeseanti-heróis Divirta-se!
Afunçãodeentreterede
criticar
Contextodeproduçãoe Antes da leitura
decirculação Observe a imagem e responda às perguntas oralmente.
Odiálogocomoleitor
J.Borges/Acervo do artista
Cultura popular
Origemdaliteraturadecordel
Textoseautores
Reflexões gramaticais
Avariaçãolinguística
Asexpressõesidiomáticas:
usoseefeitosdesentido
Algumasparticularidadesdo
textoemregistroinformal
Aescolhaeaordemdas
palavrasnoversoeseus
efeitosdesentido
Arimaeamétrica
1. Acenarevelaumapersonagememdestaque.Qual?
2. Oqueessapersonagemestáfazendo?Emqueelementosvocêsebaseoupararesponder?
3. Comoasdemaispersonagensreagemaessaação?
4. Ondesepassaacenaretratada?
5. VocêvailerumtextochamadoTravessuras de Pedro Malasartes e a sopa de pedras.Oque
vocêesperaencontraremumahistóriacomessetítulo?
42
Durante a leitura Navegue no livro
No final desta unidade,
Você sabe o que é cordel? Narrados em verso, os cordéis são his-
você e a turma vão
tórias populares que costumam ser cantadas e recitadas em feiras e produzir um sarau
praças públicas, por artistas conhecidos como cordelistas. Agora, é para leitura de textos
a sua vez de ganhar a praça, lendo um folheto de cordel para a sua literários. Se quiser obter
turma. Para se dar bem como cordelista, leia as informações e ins- mais informações sobre
truções a seguir. como preparar a leitura
de um texto em voz alta,
Leitura de cordel em praça pública veja algumas dicas nas
páginas 63 e 64.
Imagine que você está em um local público, como o retratado
na xilogravura de J. Borges, na página 42. Você e um colega querem
vender um folheto de cordel e, para isso, vão ler um pedaço
da história para a turma. Cada um deve ler uma estrofe.
A turma será o público e vai decidir se comprará ou não
o folheto.
Veja como preparar sua leitura.
x Leia o texto, procurando torná-lo compreensível
para você e para os ouvintes.
x Use entonações diferentes para que o texto
não fique cansativo e monótono.
x Enfatize, pela entonação, uma palavra ou ex-
pressão, de acordo com o efeito de sentido
que você queira produzir em seu ouvinte.
x Pronuncie todas as palavras de forma clara.
x Planeje as pausas, que devem respeitar a
Robson Araújo/ID/BR
pontuação, para que você possa respirar e
ganhar fôlego, assim como controlar o rit-
mo da leitura.
x Evite postura curvada, cabeça baixa e
mão na boca.
x Faça uma leitura expressiva, indicando o sentido emocional dos Veja também o objeto educacional
versos. Por exemplo, se eles expressam tristeza e sofrimento, o digital “Pedro Malasartes e a sopa
de pedras”.
tom de sua voz deve ser triste (ou seja, não leia de maneira en-
tusiasmada, como se estivesse falando de coisas boas e alegres).
editora
É importante saber
da
43
44
Contava muita lorota
45
Leitura
Agora, leia individualmente o restante da história e confira o que
aconteceu com Pedro Malasartes.
[...] Ter paciência na vida
É coisa tão gloriosa
O Pedro juntou suas tráias
Malasartes sabendo disto
Bem no fundo do bornal
Abusava da jeitosa
Tinha uma panela grande
Toda sua persistência
Mais uns gravetos de pau
Deixou a velha curiosa.
Rumou pra casa da velha
Acampou lá no quintal. Foi grande a curiosidade
Que a velha não aguentou
Malasartes bolou um plano
Chegou perto, deu olhadela
De engambelar a velhota
E ligeira retirou
Malasartes sem preguiça
Malasartes ficou firme
Com a cara de janota
Começou falar sozinho Até mais fogo atiçou.
Só balera com lorota. Pela noite não dormiu
Pegou sua panela velha Para o fogo não apagar
Fez um fogo pelo chão A água sempre fervendo
Botou água pra ferver E a fumaça a fumegar
Cutucava com tição O dia logo amanheceu
A velhota vendo aquilo E a velha pôs-se a espiar.
Despertou sua atenção.
Malasartes pressentiu
O dia inteiro Malasartes Que o novo dia era fatal
Ficou sentado esperando Sentado e cantarolando
A velha viu da lonjura Como a mãe para o pardal
A panela fumegando Até que venha o gatinho
Dentro daquela panela E dar o bote final.
Só tinha água cozinhando.
Malasartes sempre acerta
Com toda premunição
A velhoca chegou perto
Perguntou no sopetão:
— Que tanto estás a cozinhar
Nesta panela aí no chão?
46
— Se come sopa de pedra? Malasartes bem depois Na telona
Disse a velha interessada. Foi dizendo à mulher:
— É claro minha senhora — A sopa está prontinha O comediante Amácio
Inda mais bem temperada. Traga o prato e a colher
Mazzaropi (1912-1981),
diretor e protagonista
Respondeu Malasartes Vamos servir para nós dois
do filme As aventuras de
Pensando na trapaçada. E para quem mais vier.
Pedro Malasartes (1960,
— Estou muito curiosa Malasartes foi servindo 90 min), eternizou a
personagem no cinema.
Pra provar desta provinha Logo, logo encheu o prato,
No filme, Pedro é
Vou em casa vou correndo Separou todas as pedras
enganado pelos irmãos e
Pegar salsa e cebolinha Jogou todas lá no mato passa a viver sozinho. Em
Disse a velha a Malasartes A velhinha perguntando busca de uma vida melhor,
Bem ali naquela horinha. Qual a razão daquele fato. encontra um grupo de
crianças, afeiçoa-se a elas
Sopa melhor que a minha As pedras você não come?
e as ajuda a sobreviver
Não se acha em qualquer parte Disse a velha dando um bote. por meio de pequenos
Ora pois, minha senhora — Cê tá doida minha velha, golpes e traquinagens.
Sou o famoso Malasartes O meu dente é serrote?
Minha fama corre mundo Disse Pedro Malasartes
Cinemagia/ID/BR
Cá na terra, lá em Marte. Preparando pro pinote.
Mirella Spinelli/ID/BR
Traga tomate também (Próximo cordel: de como
Vou por tudo na panela Malasartes fez o urubu falar.)
Misturar como convém
Olegário Alfredo (membro da ABLC).
É a sopa mais barata Travessuras de Pedro Malasartes e a sopa
Vamos todos passar bem. de pedras. Belo Horizonte: Crisálida, 2004. p. 6-12.
(Xilogravura: Milton Ferro.)
Desta forma Malasartes
Foi a velha engabelando
Cada caldo que trazia
A sopa ia melhorando
A sopa ficar prontinha
A velha estava esperando.
47
Na estante Depois da leitura
O Dicionário do Responda às questões a seguir em seu caderno.
Nordeste, do jornalista
recifense Fred Navarro A reconstrução dos sentidos do texto
(Estação Liberdade,
2004), traz 5 mil palavras 1. Paracomeçar,responda:Quemganhouaaposta?Vocêestavacerto
e expressões que, com sobreofinaldahistória?
sentidos variados nas
diferentes regiões 2. Comoovencedorganhouaaposta?
nordestinas, caracterizam
de maneira particular 3. Releiaaúltimaestrofedahistória.
esses grupos de falantes
da língua portuguesa. “Desta feita Malasartes Achou no chão um urubu
Foi gastar o seu tutu Viu que com o bicho podia
editora
Notrecho,oquesignificaapalavratutu?
Estação Liberd
Relacioneaspalavrastutuegastar.
4. PorqueonarradorterminouahistóriadeMalasartesiniciandooutra?
Relacioneaestrofecomasinformaçõesqueestãoentreparêntesesnofinal
dotexto.
Pixote Meninonovo
Danado Levado,esperto
Peraltice Esperteza,molecagem
Peripécias Aventuras
Trapaceiro Indivíduoquefaztrapaças,queengana
Zombateiro/zombeteiro Indivíduoquezomba,quefazgozação
Cambito de mocotó Pernafina
Cabeça de sarapó Cabeçapequena
Traquineiro Indivíduoquefaztrambiques,malandro
Contar lorota Falarmentira
Mofino Medroso,covarde
Matreiro Esperto,astuto,experiente
Engambelar/engabelar Enganar
Cara de pau Indivíduoquenãotemvergonha
Cara de janota Aparênciadebommoço,depessoainofensiva
a) Essestermosestãorelacionadosaquepersonagem?
b) Quaistermossereferemacaracterísticasfísicasdapersonagem?
c) Quaistermossereferemacaracterísticasdecomportamento?
d) Quetermosindicamaçõesdapersonagem?
e) Oconjuntodepalavrasdáumaideiapositivaounegativadaperso-
nagem?Justifique.
48
6. ReleiaadefiniçãodeheróiapresentadanoboxeFim de papodocapí- Escuta essa
tulo1,página29.Emseguida,compare-aàsdefiniçõesdeanti-herói No início dos anos 2000,
evilãoaseguir. o grupo pernambucano
Cordel do Fogo Encantado
an.ti-he.rói s.m. (o) Protagonista de novela, filme, etc. caracteri- fez grande sucesso
zado pela falta das qualidades heroicas tradicionais, como idealismo, de público e crítica ao
coragem e audácia. misturar o lirismo das
composições a diferentes
Luiz Antonio Sacconi. Míni Sacconi: o seu dicionário de língua portuguesa. 11. ed. ritmos e instrumentos.
São Paulo: Nova Geração, 2009. p. 89.
Nascido de um espetáculo
teatral de mesmo nome, o
vi.lão adj. e s.m. (o) 1. Que ou aquele que vive numa vila. 2. Que grupo lançou seu primeiro
ou aquele que é cruel e dado a cometer crimes de todos os tipos;
CD em 2001. Em 2005,
foi lançado o primeiro
bandido. 3. Baixo, sórdido.
DVD, gravado durante o
Luiz Antonio Sacconi. Míni Sacconi: o seu dicionário de língua portuguesa. espetáculo A trajetória da
11. ed. São Paulo: Nova Geração, 2009. p. 1203.
Terra, em São Paulo.
Fac-símile/Trama
a) PedroMalasartesseencaixaemqualdefinição?Justifiqueeexplique
porqueelenãoseencaixanasoutrasduasdefinições.
b) Vocêconhecepersonagensdeoutrashistóriasquesecomportam
comoMalasartes?Quais?
7. Identifique, entre as opções a seguir, o tema central da história e
escreva-oemseucaderno.
a) Abelaamizadeentreosirmãos,PedroeJoão.
b) Aespertezacomomeiodeadaptaçãoesobrevivência.
c) Oódioentreclassessociaisdistintasquegeraavingança. Capa do DVD MTV apresenta
Cordel do Fogo Encantado.
8. Emsuaopinião,ofatodeavelhaseravarentae
mesquinhajustificaaatitudedeMalasartes?
Explique.
9. Qualéafinalidadedessepoema?
10.Releiaestaestrofedopoema.
a) Hátrêsinformaçõesnessaestrofe.Quaissãoelas?
b) Asinformaçõessãoapresentadasemduplasdeversos.Emque
duplaseencontracadainformação?
c) Pensandonassuasrespostasanteriores,oqueépossívelconcluir
sobreomododelertextosemversos?
49
Multimídia A gramática na reconstrução dos sentidos do texto
Em dupla, escolha uma
expressão idiomática da 1. Segundootexto,Malasartes“passavatodosparatrás”.
língua portuguesa. Com a) Sevocêpedisseaocolegasentadoàsuafrentepara“passarabor-
criatividade e a ajuda de rachaparatrás”,qualseriaosignificadodessaexpressão?
programas de edição de
imagens, crie com o seu b) Sevocêdissessequefoi“passadoparatrás”aocomprarumpro-
colega uma ilustração dutocomdefeito,qualseriaosignificadodaexpressão?
que traduza literalmente
a expressão escolhida.
c) Qualdosdoissentidosdaexpressãovocêachaqueseriamais
Utilize diferentes difícildetraduzirparaoutralíngua?Porquê?
ferramentas para
produzir um desenho ARQUIVO
totalmente original ou Expressão idiomática é o nome dado a um conjunto de palavras da língua que
faça “colagens” a partir de produz um significado diferente do sentido extraído de cada um de seus termos
imagens digitalizadas ou isoladamente.
selecionadas da internet.
Ao final, compartilhe seu
trabalho com a turma. 2. Copieepreenchaoquadroabaixoemseucaderno.Sigaoexemplo.
ID/BR
Tercredenciais
Algodelascar
Mirella Spinelli/ID/BR
Cairnomundo
Ralarfeitoburro
Escutarlenga-lenga
Encherapança
Perderalinha
Darobote
Abrirbrecha
Cairnomeugogó
Nãodarpontosemnó
Nãotácomnada
Darogolpedobaú
3. Porqueotextotemmuitasexpressõesidiomáticas?
ARQUIVO
As expressões idiomáticas refletem a visão de mundo de uma comunidade. Elas
podem enriquecer e tornar mais expressivo um discurso, e são adequadas ao uso
cotidianoeinformaldalíngua.
50
b) Emquesituaçãoapalavraavarentaseriamaisadequadaparase Mais gramática
referiraalguémdoqueosoutrostrêstermos?Explique.
Faça as atividades
Assimcomomudamosderoupaparairaumafestaouàpadaria,aspalavras das páginas 231 e 232
queescolhemosdevemvariardeacordocomasituação. para construir o seu
conhecimento sobre
5. Paraseaproximarmaisdafalacotidiana,alémdasexpressõesidio- a variação linguística.
máticas,otextopossuipalavrasabreviadascomopraemvezdepara. Depois, responda:
Retiredotextooutrosexemplosdepalavrasabreviadas. Qual é a relação entre
a variação linguística
ARQUIVO e as expressões
idiomáticas?
Amaneiracomonosexpressamospodeseguiroregistro formalouoregistro infor-
maldalíngua.Oregistroformaléadequadoparasituaçõesdepoucaintimidadeentre
aspessoas,comoreuniões,apresentaçõesdetrabalho,discursosdeformatura,etc.
Jáoregistroinformaléutilizadoentrepessoaspróximas,comoemsituaçõesdecon-
versaseencontrosentreamigosefamiliares.Essesregistrosestãopresentestanto
naoralidadecomonaescrita.
6. Releiaaestrofeaseguir.
a) AscaracterísticasdeJoãoePedrosãoopostaseserelacionam
aseusdestinos.Comoissoacontece?
b) Observeamesmaestrofecomalgumaspalavras
substituídasporseussinônimos.
TantoJoãocomooPedro
Cresceramcompoucos recursos
Pedroeraespertalhão
Joãovivianaapatia
Pedrocresceutrapaceiro
Joãofoi-secomatristeza Mirella Spinelli/ID/BR
Aspalavraspobrezaemolezaforamtrocadasporpoucos
recursoseapatia.Comoessasmudançasafetamotexto?
c) Agora,emvezdetrocarumapalavraporoutra,vamostrocaraspalavras
delugar.
TantoJoãocomooPedro NamolezaJoãovivia
Comapobrezacresceram Pedrocresceutrapaceiro
Pedroeraespertalhão ComatristezaJoãofoi-se.
Releiaemvozaltaotrechooriginaleaversãoacima.Expliquecomoa
mudançadeordemdaspalavrasalterouasonoridadedotexto.
d) Conclua:alémdosignificadodaspalavras,oqueélevadoemconta
naescolhaenaordemdaspalavrasdotexto?
51
Avalie o que você aprendeu
Na seção anterior, você conheceu as expressões idiomáticas, algumas caracterís-
ticas do texto informal e a importância da escolha e da posição das palavras nos tex-
tos. Leia o texto a seguir, sobre uma conhecida figura do Ceará, para fazer as atividades.
1. Expliquecomooautorfazparatornarseutextomaissonoro.
2. Retiredotextopalavraseexpressõesquecomprovemautilizaçãodoregistroinformal.
52
Oficina de textos
Qual é o gênero?
Se você quisesse contar uma história por meio de versos, com uso de registro informal da língua, para fazer as
pessoas rirem e refletirem sobre uma questão, você escreveria:
a) uma piada. b) um cordel. c) uma resenha. d) um artigo de opinião.
Apresentação da situação
Imagine que você é um cordelista que vai escrever um folheto de cordel para contar os princi-
pais fatos e realizações da vida de uma grande personalidade. Depois de prontos, os folhetos pro-
duzidos pela turma serão dispostos em cordéis instalados em espaços de circulação da escola.
lli/ID/BR
ID/BR
Gênero Cordel
Mirella Spine
Tema Umagrandepersonalidade
Objetivo da produção final Escreverumcordelparahomenagearumapersonalidade
Leitores Alunosefuncionáriosdaescola
Produção Emdupla
Preparação de conteúdos
Você e sua dupla devem fazer um levantamento de informações sobre a vida da personali-
dade que escolheram.
1. Váàbibliotecadaescolaparapesquisarinformaçõesemlivroserevistasespecializados.Por
exemplo,seapersonalidadeescolhidaéumpilotodecorrida,procureporrevistasdeautomo-
bilismooudepráticasesportivas.
2. Incrementesuapesquisaemumsitedebuscas.Prefirasitesoficiais,deinstituiçõesreconheci-
dasedenotícias.
3. Selecioneasinformaçõesmaisimportantes.Vejaalgunsexemplos.
a) Ondeequandonasceuohomenageado.
b) Comofoiatrajetóriadeleparaalcançaroreconhecimentopúblicoequaisforamasdificuldades
enfrentadasnessepercurso.
c) Dequemaneiraasatividadesrealizadasporessapessoasedestacamemrelaçãoàsoutraspes-
soasdamesmaárea.
d) Característicasfísicasecomportamentais.
e) Acontecimentosmarcantesnavidadapersonalidade.
f) Seforescritoroucantor,nomeoutrechosdetextosoumúsicasimportantes.
g) Sejáfaleceu,quandoecomomorreu.
A primeira produção
Escreva, com o colega, a primeira versão do seu cordel. Utilize as informações que você pes-
quisou, mas sem copiá-las. Não se esqueça de que o texto deve ser escrito em versos.
53
Criando soluções para os problemas
Agora você vai refletir a respeito da sua produção inicial e avaliar
se ela ficou mesmo parecida com os cordéis.
Leitura
Tupynanquim
É importante saber
O folheto Patativa do Assaré: vida e obra do poeta do povo foi escrito por Evaristo
Klévisson Viana/
Geraldo da Silva. O cordelista nasceu em Quixadá, no Ceará, e faz parte da Sociedade dos
Poetas e Escritores de Maracanaú.
Capa do folheto.
54
Informações sobre Pela boa poesia Patativa tem assim Informação sobre o
as referências do Lendo cordel e escutando Grande popularidade interesse dos uni-
poeta: os cordéis e Violeiro em cantoria. versitários em estu-
os violeiros. O seu nome é conhecido dar a obra do poeta
[...] No sertão e na cidade popular.
De treze aos quatorze anos E hoje ele é estudado
Informações sobre Quase em toda faculdade.
aquele que vai ser Começou a fazer verso
o principal tema de Brincando com os amigos [...]
seus versos: a vida Num mar de rimas imerso
dos nordestinos. Da vida do nordestino Sua voz passou pro papel
Destaque para a
Relata todo o universo. Em várias publicações
repercussão do me-
[...] E “Inspiração Nordestina” lhor trabalho de Pa-
Ganha grandes dimensões tativa: “Inspiração
Informações sobre o Quando o jovem Patativa Nordestina”.
Pois foi o melhor trabalho
início da trajetória de Fez seus vinte anos de idade
Patativa como cor- De todas as edições.
Um parente dele veio
delista conhecido. [...]
Visitá-lo na cidade
Com a intenção de levá-lo Ao som “Triste partida”
Pra sua localidade.
Ele relata o sofrer
[...] Informação sobre
Dum roceiro que viaja
a temática de “Tris-
Quando chegou no Pará Tentando sobreviver te partida”.
Foi Patativa levado Pois devido à cruel seca
A um tal José Carvalho Faltava o pão pra comer.
Tabelião renomado
Que estava para lançar Porém a morte levou
Um livro naquele Estado. O poeta resoluto Informações sobre
[...] Aos oito do mês de julho a morte do escritor
Fica o Nordeste de luto e sua repercussão
Patativa nesse livro no Nordeste.
Porque se calou pra sempre
É mencionado então
Robson Araújo/ID/BR
Combasenesseexemplo,indique,emseucaderno,aspartesquepodemcomporaestruturade
umcordelquecontaavidadeumapersonalidade.
55
Módulo II – A gramática na construção dos sentidos do texto
1. Osversosnoscordéissãometrificados:possuemestrofescomomesmonúmerode
versose,também,versoscomomesmonúmerodesílabaspoéticas.Observecomo
sefazacontagemdesílabaspoéticas.
1 2 3 4 5 6 7
A/ tre/ vi/ doe/ mal/ cri/ a/ do
Quantassílabaspoéticastêmosversosaseguir?
2. Osversosdocordeltambémcontamcomrimas,queserepetemnasestrofesdefor-
maregular,formandoumesquema.Vejaumexemplo.Letrasiguaisindicamversos
querimamentresi.
CopienocadernoaprimeiraestrofedocordeldeOlegárioAlfredo(página44)eidenti-
fiqueoesquemaderimasutilizado.
3. Onarradordocordelpode“conversar”comoleitor.Identifique,notrechoabaixo,as
marcaslinguísticasquesinalizamessediálogo.
56
4. Os dois trechos a seguir narram o mesmo episódio da vida de Patativa do Assaré, mas com
linguagem diferente. Compare-os. O segundo trecho foi retirado do cordel da página 55.
Foi nessa ocasião que conheceu o escritor cearense José Carvalho de Brito, que
lhe consagrou um capítulo em seu livro intitulado O matuto cearense e o caboclo do
Pará. Além disso, este publica os primeiros textos de Antônio Gonçalves da Silva no
Correio do Ceará, no qual colaborava. Esses textos foram acompanhados de comen-
tários nos quais José Carvalho de Brito comparava a poesia espontânea de Antônio
Gonçalves da Silva à pureza do canto da patativa, pássaro do Nordeste. Foi assim
que nasceu o pseudônimo de Patativa. E, para distingui-lo de outros improvisado-
res, acrescia-se o topônimo de sua vila natal: Assaré.
Sylvie Debs. Em: Patativa do Assaré. Patativa do Assaré: uma voz do Nordeste. São Paulo: Hedra, 2000. p. 17.
Mirella Spinelli/ID/BR
Um livro naquele Estado. Por sua voz expressiva.”
[...]
a) Em qual dos textos as palavras estão em uma ordem menos usual? Justifique.
b) Por que a ordem menos comum é mais utilizada em textos em versos?
5. Leia a estrofe de cordel a seguir.
Sua missão agora será organizar em seu caderno a segunda estrofe desse poema,
já que os versos apresentados estão com as palavras fora de ordem. Siga as pistas.
x 1a pista: cada verso da estrofe tem sete sílabas poéticas
x 2a pista: o esquema rímico é ABCBDB
x 3a pista: a única rima da estrofe é eira.
57
1.RetomesuasanotaçõessobreaestruturadocordelPatativa do As-
saré: vida e obra do poeta do povoeutilize-asparaavaliarsuapro-
dução.Marquetudooqueestáfaltandoouprecisaserrevisto.
2.Certifique-sedequeseupoematemestrofescomomesmonúmero
deversos,umesquemaderimasemétrica.
3.Verifique,ainda,sevocêutilizoualgunsrecursoslinguísticoscomuns
aocordel:
a)expressõesidiomáticas;
b)registroinformal;
c)ordeminvertida(menosusual)daspalavrasnasfrases;
d)diálogocomoleitor.
4. Porúltimo,observesevocêexplicitouotemadeseucordelnotítulo.
Mais gramática
Módulo IV – Ortografia
Por que é errado
Muitos dos erros ortográficos estão relacionados à ideia de que a
pensar que a escrita é a
reprodução da fala? Afinal, escrita é a reprodução da fala. Vamos pensar na relação entre a escri-
as letras da escrita não ta das letras e seus sons.
representam os sons da
fala? Descubra por que 1.Observeepronunciealistadepalavras.
nos confundimos com a
Mirella Spinelli/ID/BR
ortografia da nossa língua céu•anel•canal•jornal•mingau
lendo o tópico Fonema e
letra na página 233.
•caracol•sarau•meu
a)Emboraosomfinaldaspalavrassejaidêntico,aescritadessesom
nãoé.Comosaber,então,sedevemosusaraletralouau?
b)Separeaspalavrasemdoisgrupos:palavrasqueterminamcomu
epalavrasqueterminamcoml.
c)Essaspalavrasnomeiamumúnicoexemplardaquiloaquesere-
ferem.Comovocêserefeririaamaisdeumexemplardecadaum
desseselementos?
d)Quediferençavocêobservaentreogrupo
depalavrasqueterminacomleoqueter-
minacomu?
e)Apalavraaneldeuorigemaotermoanelar.
Penseemoutrostermosderivadosdaspa-
Mirella Spinelli/ID/BR
lavrasdalistaqueterminamcoml.
f)Tentefazeromesmocomaspalavras
queterminamcomu.
g)Aqueconclusãovocêchegousobre
essesdoisgruposdepalavras?
58
A produção final
Para escrever a versão definitiva de seu poema, retome com seu colega a avalia-
ção que vocês fizeram da produção inicial da dupla no Módulo III (página 58).
1. Acrescente informações, altere partes, reordene os acontecimentos.
2. Se necessário, reescreva trechos que tenham ficado excessivamente formais ou dis-
tantes da linguagem do cordel.
3. Cuide também da ortografia. Se tiver dúvida quanto à escrita de determinada palavra,
consulte um dicionário.
Elaboração do folheto
Uma vez que o texto tenha sido reescrito, você e o colega se organizarão para
compor o folheto.
1. Não se esqueça de fazer a capa e a quarta capa. Um de vocês pode ilustrar a capa
simulando uma xilogravura.
2. Faça vários exemplares, para que você possa distribuí-los. Veja as orientações.
ID/BR
Fotografia do
autor
Klévisson Viana/Tupynaquim
Título da obra
Autor da obra
Breve biografia
do autor
Ilustração
Títulos de outros
cordéis do autor
Fim de papo
O que há em comum entre as lendas, os mitos, o repente, o rap, o cordel e as cantigas de lavadeira?
59
Lendas
Um velho do mato Lá de Parintins
Com sangue de índio Uma moça linda, um moço encantado
Conta suas lendas para os curumins Saem da festança
De um rio doce, meio abarrotado Pra não mais voltar aqui
Dois dragões dourados [...]
Júnior Lima e Sérgio Albuquerque. Em: Lendas. Intérprete: Antônio Pereira. Store Music, 2000. 1 CD. Faixa 7.
Parintins, cidade amazonense citada na canção, realiza um Festival Folclórico conhecido
nacionalmente:
a) pelacomemoraçãodacolheitadauva,remontandoaosprimeirosimigrantesitalianosqueti-
nhamohábitodereverenciaraterraeacolheita.
b) pelacoroaçãodoreidoCongo,acompanhadodeumcortejocompassado,cavalgadas,levan-
tamentodemastrosemúsica.
c) pelarivalidadeentreoboiGarantidoeoboiCaprichoso,queexploraastemáticasregionaiscomo
lendas,rituaisindígenasecostumesdosribeirinhospormeiodealegoriaseencenações.
d) pelashomenagensprestadasaostrêssantoscatólicos:SãoJoão,SãoPedroeSantoAntônio,
marcadaspelasquadrilhas,comidastípicas,bandeirinhas,fogueiras.
e) pelodesfiledemilvaqueiros,quesaememprocissãonosseuscavalos,levandosuasoferen-
das,tendoorigememumapersonagemmíticadossertões–RaimundoJacó.
2. Leiaumtrechodocordel“Emigraçãoeasconsequências”,dePatativadoAssaré.
Otextoapontacomoumadasprincipaiscausasdoêxodorural:
a) adesigualdaderacial. c) ascrisesdeenergia.
b) a formação de favelas em d) odesempregonocampo.
centrosurbanos. e) odesmatamentoeasqueimadas.
60
3. Releiaaprimeiraestrofedocordel.
Qualdasimagensaseguirretrataotipodevegetaçãoreferidonotrecho?
a) b)
Marcos Issa/Argosfoto
Serra do Amolar (MS), 2008. Olho D’água do Casado (AL), 2007.
c) d) e)
Marcos Issa/Argosfoto
Teixeira
a) agricultura de subsistência e Itapetim
São José do Egito
pelaindústriatêxtil. PIAUÍ Triunfo
Tabira
Monteiro
61