Dissertação Sônia Versão Final
Dissertação Sônia Versão Final
Dissertação Sônia Versão Final
Natal/RN
2019
2
Natal/RN
2019
3
RN/UF/BCZM
CDU 376
Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429
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BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Profª Drª Izabel Hazin
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(Orientadora)
__________________________________________________
Profª Drª Ediana Rosselly de Oliveira Gomes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(Membro da Banca Examinadora)
__________________________________________________
Profº Drº Sérgio Paulino Abranches
Universidade Federal do Pernambuco
(Membro da Banca Externo)
5
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À Minha querida Orientadora, professora Drª Izabel Hazin, pela cumplicidade, paciência e
amizade construída neste processo, que não media esforços frente às minhas dúvidas e
angústias. Sempre presente e companheira em todos os momentos, compartilhando as
alegrias, tristezas, as vitórias e as incertezas. Cada orientação era uma aula de conhecimentos
e experiências extremamente significativas. Tive ainda o direito de ser a única do programa a
ser sua orientanda, “para mim, foi uma honra, ter confiado no meu, agora, nosso projeto. És,
Izabel, um norte fundamental para esta conquista, tão árdua, porém tão sonhada.
À minha co-orientadora professora Drª Taciana Pontual, que conseguia, mesmo distante, estar
presente em todos os momentos, que durante este processo, contribuiu grandemente para a
conclusão deste trabalho. Os seus ensinamentos, as suas orientações pelo google docs, as
mensagens e a disponibilidade em auxiliar-me foi decisiva para o sucesso desta etapa. Nossos
encontros não foram muitos, mas foram consistentes e decisivos, com sua experiência e
paciência, construímos saberes, aprendizagens e uma amizade verdadeira.
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pelo dom da vida e todas as virtudes presentes nos seres humanos;
Aos meus filhos: Ethyene, Tathyane e Thiago, e minha netinha “Maitê”, motivo maior da
minha perseverança em estudar.
Aos meus pais, em especial minha MÃE, que não mediram esforços para me auxiliar em
todos os aspectos da minha vida, especialmente a acadêmica, nos quais faço da minha
conquista um instrumento de gratidão.
Aos meus irmãos, especialmente a Sanai Medeiros, além de incentivadora, muito cuidou dos
meus filhos nas horas da minha ausência.
Ao meu marido, que soube me compreender em tudo: ausência e falta de tempo para estar ao
seu lado enquanto estudava.
Aos colegas de trabalho do Centro de Reabilitação, por compreenderem as minhas ausências
no trabalho;
Aos colegas de turma, a primeira e a melhor, pela companhia, aprendizagens e os momentos
de alegria e conquistas
Aos Professores do Curso, por todo aprendizado construído nesta sonhada caminhada;
À minha grande amiga “Marecilda”, pelo incentivo e empenho em ouvir as dúvidas, angústias
e ainda compartilhar os momentos de alegrias e vitórias;
Às minhas companheiras de grupo “Zelda, Claudiana e Pedrina”, por serem compreensivas,
colaborativas e incentivadoras em todos os momentos.
Aos Secretários Estadual e Municipais e Professores, pela paciência em responder os
questionários;
A Artur Neri, que aceitou o desafio da produção do e-book, pela competência e paciência
neste processo;
Ao Centro Educacional Felinto Elísio, por permitir que a sua Sala de Recursos Multifuncional
seja fotografada para inserir as fotos no e-book;
Aos avaliadores do e-book, que com suas sugestões e opiniões, contribuíram para validação
do trabalho.
Aos Educandos com Necessidades Especiais e suas famílias, que muito nos ensinam, sem
perceber.
RESUMO
ABSTRACT
The present dissertation is composed of two interconnected studies. The first study aimed to
map the reality of the implementation of Multifunctional Resource Rooms (MRR) in the state
of Rio Grande do Norte (RN), and to investigate the training and experiences of the teachers
who work in these rooms. In turn, the second study aimed to offer theoretical and
methodological subsidies to educators working in the MRR, for the use of assistive
technology as a dynamic tool, composed of efficient strategies and potentiating of the learning
process of the students with Intellectual Disabilities, who attend these rooms. The theoretical
reference describes the characterization of the MRR, as well as assistive technologies, as an
instrument guiding the National Special Education Policy in the perspective of inclusive
education. The current conceptions about intelligence and intellectual deficiency, causes,
diagnoses and interventions that may occur in the educational process of these subjects are
also discussed. As a necessary support to these adaptations, a reflection on the training of the
educators who work in these rooms, as well as the discussions inherent to the inclusive
paradigm are presented. Subsequently, a historical context of the laws, decrees and
recommendations that support and guide the inclusive process in regular schools, at national
level, as well as in the local reality of Rio Grande do Norte (RN) is presented. A diagnosis of
RN was made, based on the analyzes constructed with the answers of the state and municipal
secretaries of education, together with the statements pointed out by the teachers who work in
the MRR. From this diagnosis, it was verified that the greatest difficulties faced by the
teachers are the lack of qualification and material resources. Based on these findings, an e-
book (digital book) was developed for intellectual disability as a strategy for teacher training,
with two objectives: a) to discuss the potential of the assistive technologies available in the
MRR; b) to point out learning strategies based on the use of such technologies. The e-book
was validated by eight evaluators, six from technical areas (design and computing) and twelve
teachers of the MRR. From this validation, the suggestions were incorporated into the final
product. It is hoped that this instrument will subsidize new actions related to MRR, enabling
new pedagogical practices and, thus, seeking to ensure meaningful learning and full
development of students with Intellectual Disability attending this device.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO 24
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS DE
ACORDO COM A POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL 24
2.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA NO CONTEXTO DA SRMF 33
2.3 AS CONCEPÇÕES ATUAIS SOBRE INTELIGÊNCIA E DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL: CAUSAS, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES 39
2.4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATUAR NAS SRMF 46
2.5 CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO 49
2.6 LEIS QUE FUNDAMENTAM E/OU CONSOLIDAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA NO BRASIL E NO RN 56
2.6.1 As Leis que fundamentam o processo inclusivo no estado Rio Grande do Norte 73
73
3 OBJETIVOS 78
3.1 GERAL 78
3.2 ESPECÍFICOS 78
4 ESTUDO 01: “O FUNCIONAMENTO DAS SRMF NO ESTADO DO RN,
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAS DOS PROFESSORES QUE ATUAM NESTE
DISPOSITIVO”. 79
4.1 OBJETIVOS 79
4.2 MÉTODO 79
4.2.1 Participantes da pesquisa e instrumentos utilizados 79
4.2.2 Análise Documental 80
4.2.3 Procedimento para Análise dos Dados 81
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 81
4.4 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES 97
5 ESTUDO 02: “DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, TECNOLOGIA ASSISTIVA E
SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: O QUE POSSO FAZER” 100
5.1 OBJETIVOS 100
5.2 CONSTRUÇÃO DO MATERIAL INFORMATIVO 100
5.2.1 Planejamento 100
5.2.2 Produção do e-book 102
5.2.3 Pós-produção do e-book: avaliação do material 102
5.3 MÉTODO 102
5.3.1 Participantes da pesquisa 102
18
1 INTRODUÇÃO
A presente dissertação objetiva apresentar estratégias para inserção
didático/pedagógicas das tecnologias assistivas, através de um e-book, destinado aos
educadores que atuam nas salas de recursos multifuncionais, como um meio para
consolidação e ampliação das aprendizagens que ocorrem no espaço escolar.
A escolha desta temática ocorreu devido à atuação como psicopedagoga clínica no
Centro de Reabilitação Infantil desde 2011. Nesta atuação, orienta-se professores quanto ao
processo inclusivo das crianças com deficiências ou necessidades educacionais especiais-
NEE. Percebeu-se então que, alguns professores, especialmente os que atuam nas SRMF
vivenciam dificuldades em trabalhar efetivamente em prol do pleno desenvolvimento das
habilidades e competências dos alunos.
Neste sentido, o referido trabalho busca contribuir com o processo de escolarização de
alunos com deficiência intelectual e, ainda, melhorar a prática pedagógica dos profissionais
que atuam nas SRMF. Entendendo que a inclusão é um paradigma que propõe o acesso, a
permanência e a aprendizagem dos discentes, não se trata apenas de garantir o acesso, mas de
contribuir com sugestões que podem levar a alterações nos aspectos pedagógicos, atitudinais e
arquitetônicos da escola.
No campo específico desta pesquisa, debruçou-se sobre as especificidades que cercam
o funcionamento das SRMF, que tratam de um programa promovido pela Secretaria de
Educação Especial, vinculado ao Ministério de Educação e Cultura - MEC, implementado no
ano de 2005 que objetiva apoiar o atendimento educacional especializado (AEE). O referido
programa é destinado às escolas das redes estaduais e municipais de educação e intenta
promover o ensino com qualidade para alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação - público alvo da educação especial. Esse
programa é desenvolvido de forma complementar e suplementar à escolarização, sendo
oferecido no contra-turno em que a criança frequenta na escola regular em que está
matriculada (BRASIL, 2007). Nos atendimentos do AEE, são ofertados serviços voltados para
avaliação, organização e implementação de recursos didáticos e de acessibilidade, que tem
como objetivo promover uma melhor aprendizagem por parte desta clientela (BRASIL, 2008).
De forma geral, os investimentos para o AEE envolvem a aquisição de equipamentos,
mobiliários e materiais didático-pedagógicos e de aces-sibilidade para a organização das
SRMF. Porém, um dos maiores desafios está na circunscrição das atribuições e na formação
dos professores que atuarão no AEE.
Neste contexto, percebe-se que o educador destinado a trabalhar nestas salas deve
20
atuam nas salas de recursos multifuncionais, como um meio para consolidação e ampliação
das aprendizagens que ocorrem no espaço escolar. Por sua vez, o presente estudo tem como
objetivos específicos: analisar as dificuldades que os professores das SRMF enfrentam para
realizar o seu trabalho com eficiência; Identificar as potencialidades dos atendimentos
ofertados na sala de recursos multifuncionais para a melhoria e o desenvolvimento das
habilidades e competências das crianças com deficiência intelectual; apontar os benefícios da
formação continuada, dos professores que atuam nas SRMF, problematizar acerca das
potencialidades das tecnologias assistivas disponíveis nas SRMF e ainda, apontar estratégias
de aprendizagem a partir do uso de tais tecnologias,
Buscando-se contribuir para a eficiência e eficácia da prática pedagógica dos
profissionais que atuam nas salas de recursos do Rio Grande do Norte - RN, o presente estudo
apresenta as discussões, o processo de construção e validação de um e-book, destinado a
oferecer subsídios teóricos e metodológicos possíveis de serem inseridos no cotidiano das
SRMF. No referencial teórico descreve-se a caracterização das SRMF, bem como as
tecnologias assistivas, como instrumento norteador da Política Nacional de Educação Especial
na perspectiva de educação inclusiva. Ainda discorre-se sobre as concepções atuais sobre a
inteligência e a deficiência intelectual, causas, diagnósticos e intervenções que devem ocorrer
no processo educacional destes sujeitos. Como suporte necessário a estas adequações, traz-se
uma reflexão sobre a formação dos educadores que atuam nestas salas, bem como, as
discussões inerentes ao paradigma inclusivo. Posteriormente, apresenta-se uma
contextualização histórica das leis, decretos e recomendações que amparam e orientam o
processo inclusivo nas escolas regulares, a nível nacional, bem como na realidade local do
Rio Grande do Norte.
A seguir são apresentados os estudos realizados durante a pesquisa, composta por dois
estudos independentes, porém, interconectados. Estudo 01: “O funcionamento das SRMF no
estado do RN, formação e experiências dos professores que atuam neste dispositivo”. Trata-se
de estudo exploratório, com aspectos quali/quantitativos, que tem como objetivos apontar as
características essenciais da execução da Política das SRMF no Estado do RN, ampliando a
compreensão acerca das vivências dos docentes junto a tais dispositivos.
Este estudo teve como objetivo mapear a realidade da implementação das Salas de
Recursos Multifuncionais (SRMF) no estado do Rio Grande do Norte (RN), e investigar a
formação e experiências dos professores que atuam nestas salas. Os sujeitos participantes do
estudo 01, foram os funcionários da Subcoordenadoria de Educação Especial - SUESP, órgão
subordinado a Secretaria Estadual de Educação e Cultura do estado do Rio Grande do Norte,
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O MEC iniciou em 2007 a implantação das SRMF no âmbito das escolas da rede
municipal e estadual de educação. Através da Portaria Ministerial nº 13 de 2007, institui o
Atendimento Educacional Especializado - AEE, o qual objetiva garantir a matrícula e
permanência na escola dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e/ou altas habilidades/superdotação.
A inserção desta oferta de serviço nas escolas faz parte da Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que tem como objetivos:
1
A Secretaria de Educação especial, foi extinta em 2011, através do decreto nº 7.480, de 16 de maio. No entanto,
em 2012 o MEC revoga tal decreto e, edita mais um, o nº 7.690, de 2 de março, mas mantendo-se a SECADI,
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, como Secretaria responsável pelas
ações e propostas da educação inclusiva no Brasil.
27
política pública vinculada ao MEC, disponibilizada aos municípios e estados, que por termo
de adesão, aceitam a oferta do serviço, disponibilizando os professores e um espaço para a
sala funcionar. Todos os equipamentos e móveis são de responsabilidade do MEC (BRASIL,
2010). A função da SRMF é facilitar a acessibilidade da aprendizagem do aluno com recursos
tecnológicos adaptados, considerando suas necessidades específicas, trabalhando a inclusão
nos aspectos político, cultural e social-pedagógico, em defesa de todos os alunos, estando
assim juntos aprendendo e participando sem nenhum tipo de discriminação.
Neste aspecto, tem-se nas SRMF uma oportunidade de acesso a diversos materiais e
equipamentos que podem promover e potencializar a aprendizagem das pessoas com NEE.
Ainda em 2011, é promulgado o Decreto nº 7611, que em seu art. 4, § 3º caracteriza as SRMF
como sendo “ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e
pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado”. Nesta perspectiva, as
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado - AEE diferenciam-se
daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse
atendimento que deve ser ofertado em turno contrário às aulas regulares, complementa ou
suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e à independência na escola e fora
dela.
De acordo com a Portaria nº 13 de 2007, para atender melhor às especificações das
escolas e das pessoas com NEE, as SRMF dividem-se em dois tipos. Na sala tipo I, estão
presentes materiais pedagógicos acessíveis aos alunos, com exceção daqueles que apresentam
deficiência visual. Na sala de tipo II, além de todos os materiais que compõem a sala tipo I,
são acrescidos materiais específicos para trabalhar e atender às necessidades das pessoas que
apresentam deficiência visual (ROPOLLI, 2010).
De acordo com os dados oferecidos pelo Ministério da Educação, até 2013, o número
de salas instaladas em todo o território nacional era de 36.272, assim distribuídos: Tipo I –
36.431; Tipo II - 1.433; e kits de atualização – 1.500 (BUENO, 2016). As imagens abaixo
(Figura 01) buscam caracterizar os tipos das salas de recursos, nestas percebe-se a distinção
entre os equipamentos das salas do tipo I e II:
28
2
AMANKAY. Instituto de Pesquisas e Estudos: Práticas e desafios da Educação Inclusiva, 2018 Disponível em:
http://www.amankay.org.br/educadorinclusivo/index.php/capitulos/capitulo-4. Acesso em 15 de jan. de 2019.
29
3
Nota técnica nº 42 de 16 de junho de 2015, que orienta aos sistemas de ensino quanto a destinação dos
materiais e equipamentos disponibilizados por meio do Programa de Salas de Recursos Multifuncionais.
30
No âmbito das SRMF, existem jogos que podem ser utilizados pelos professores para
ampliar as aprendizagens dos alunos com deficiência. No Quadro 3 estão descritos e
caracterizados os jogos e as habilidades que os professores podem trabalhar através deles.
● Auxílios para a vida diária e vida prática: aquelas que auxiliam na realização das
atividades diárias, proporcionando uma maior autonomia. Podem ser talheres
adaptados, suporte para utensílios domésticos e outros;
● CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa: beneficiam as pessoas que não
apresentam fala ou têm dificuldades para se comunicar e/ou escrever. Exemplos desta
tecnologia são as pranchas de comunicação alternativa, sintetizadores de voz e outros;
● Recursos de acessibilidade ao computador: são programas específicos para auxiliar as
35
adequação. Atualmente a Lei Brasileira de Inclusão (2015), em seu Art. 74 preconiza que: "É
garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas,
processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia,
mobilidade pessoal e qualidade de vida." Nestes aspectos, as tecnologias podem melhorar a
independência e autonomia na realização das atividades, sejam no âmbito escolar ou social.
Na composição das salas de recursos, o MEC as equipa com mobiliários,
equipamentos e jogos (apresentados nas Tabelas 1 e 2), dispostas na seção anterior. No
entanto, para que os professores consigam utilizá-los adequadamente torna-se necessários que
eles disponham de saberes construídos em sua formação, seja a inicial e/ou continuada.
Assim, esses kits, distribuídos pelo MEC, de acordo com Manzinni (2013) podem ser
divididos em três categorias, a saber:
1. Materiais do kit que não demandam saber acadêmico: seu uso destina-se a atividades
do cotidiano, sendo conhecidos e utilizados por todos. Ex.: mesas, cadeiras, armários e
outros;
2. Materiais do kit que demandam saber acadêmico inerente a qualquer curso de
formação de professores: são os materiais apresentados com mais frequência nas
formações dos educadores, como os jogos. Estes podem ser utilizados pelos alunos
com ou sem deficiência;
3. Materiais do kit que demandam saber acadêmico específico para atendimento a alunos
com deficiência: Envolve os saberes mais simples, até os mais complexos, como a
utilização do sistema Braille ou da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, ou ainda, a
utilização de softwares mais específicos para comunicação alternativa.
Porém, estes mesmos autores pouco trabalharam em termos das alterações que podem
acometer tais processos, ocasionado a denominada deficiência intelectual (DI). Dentre as
concepções de DI, certamente a mais utilizada é aquela prevista pelo DSM V (Manual de
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), para o qual DI é:
Quadro 4 - Classificação da DI
Constata-se na imagem acima que 54% dos sujeitos com DI têm um grau
intenso/muito intenso de limitação e, que, em média, apenas 22% deles têm pouca ou
nenhuma limitação. Nestes aspectos, destaca-se que “a deficiência intelectual não significa,
necessariamente, uma incapacidade (...) pois, de pessoa para pessoa, as limitações podem
44
O gráfico acima revela uma realidade preocupante, pois apenas 30% das pessoas com
DI no Brasil têm acesso aos serviços de reabilitação e, esse número cai de forma significativa
quando essas pessoas residem na zona rural, onde apenas 16% delas conseguem ser atendidas
pelos Centros de reabilitação. Esse contexto vai de encontro ao que preconiza a Lei Brasileira
de Inclusão - LBI (2015) que garante a oferta e o acesso a todos os serviços que o cidadão
com deficiência tenha direito.
As causas da DI precisam ser conhecidas, para a partir de então, ter-se a possibilidade
delas serem minimizadas. Não se trata de um manual, do que se pode ou não fazer antes,
durante e após a gravidez, mas cuidados que devem ser tomados, para que a incidência da DI
não venha a aumentar. De acordo com a AMMR (2006) as principais causas da DI estão
atreladas aos fatores pré-natais, perinatais e pós-natais, conforme apresentado no Quadro 5.
45
entre este professor e os demais que atuam nas salas comuns, possibilitando uma troca de
experiências, ampliação, adequação e modificações da metodologia do professor da sala
comum, possibilitando assim um compartilhar de responsabilidade.
Sob esta premissa, Pletsch (2014, p. 15) destaca que
Nestes termos tem-se que a formação de professores deve ser um ponto discutido,
analisado e contextualizado dentro da prática diária dos educadores, pautada em suas
necessidades reais, permitindo assim, uma construção mais significativa das aprendizagens e,
consequentemente, permitindo que ocorram modificações no interior das escolas. Quanto à
política de formação de professores na área de educação inclusiva, o MEC, no ano de 2003,
tinha como objetivo formar uma equipe de profissionais de cada município para que estes
pudessem provocar alterações em seus sistemas de ensino atuais em sistemas educacionais
inclusivos. De acordo com o documento norteador do programa (BRASIL, 2005) a formação
seria ofertada em município-polo, com um total de 1869 e, a partir das formações oferecidas
nestes pólos, os participantes desta formação, organizariam cursos de formações continuadas
aos funcionários da sua rede de ensino.
Neste processo de formação, a intenção era que os participantes tivessem a
oportunidade de repensarem, construírem, ampliarem as concepções do aluno ideal,
oportunizando então, a compreensão de que os indivíduos possuem características próprias,
com possibilidades de ampliação de habilidades e competências. Ainda assim, seriam
redefinidas a “infraestrutura escolar e dos recursos pedagógicos fundamentados na concepção
de desenho universal” (BRASIL, 2015. p. 12).
Naturalmente que as discussões relacionadas à formação de professores na área de
educação inclusiva sempre provocaram questionamentos, reflexões e discursos intensos. No
entanto, há de se compreender que esta vertente é uma necessidade urgente, que não pode ser
compreendida como política apenas de governo, mas com a inserção de uma política contínua
que assegure aos professores a possibilidade de ressignificar seus conhecimentos e práticas,
ampliação de aprendizagens e, consequentemente estes fatores possam solidificar-se no chão
da escola, como uma educação de qualidade oferecida para todos os educandos.
A inserção das pessoas com deficiência na sociedade sempre ocasionou discursos por
parte de entidades que, de algum modo, objetivavam defender as ideologias predominantes
excludentes. Evidentemente que o modo como as pessoas com deficiência eram e são tratadas
está relacionado às modificações no pensamento, na cultura, nos meios sociais, econômicos,
jurídicos, psicológicos, religiosos e educacionais. Neste percurso histórico, as pessoas com
deficiências já foram submetidas a diversos atos que passaram do extermínio ao discurso de
aceitação de que todos são diferentes. No entanto, para alcançar o patamar no qual hoje
50
encontram-se, sendo reconhecidos como cidadãos com direitos e deveres, uma longa
caminhada foi percorrida, regada com muito sofrimento, lutas e conquistas. Os estudos
realizados em Silva (2009), Mantoan (2003, 2006), Martins (2004), Miranda (2003), Sassaki
(1999), entre outros, denotam que durante um longo período histórico, as pessoas com
deficiência tinham o estigma de doentes, incapazes ou inúteis, sendo alvo de extermínios ou
segregados à margem da sociedade.
Nas sociedades primitivas, com características nômades, as pessoas com deficiência
eram exterminadas ou abandonadas à própria sorte, sendo justificadas tais atitudes pelo fato
de que as comunidades precisavam se deslocar constantemente de um lugar para outro, em
busca da sobrevivência, e carregar essas pessoas seria um fardo a mais para os membros da
comunidade (MAZZOTA, 1999).Posteriormente, a deficiência passou a ser compreendida sob
a ótica da religião, onde buscou-se defender que o corpo imperfeito era resultado do pecado e
que as pessoas imperfeitas deveriam ser queimadas na fogueira da inquisição para assim
expulsar o diabo do corpo (MARTINS, 2004).
No século XIX, as pessoas com deficiências passaram a ser inseridas em instituições
de caridade que objetivavam escondê-las dos olhos da sociedade, para que esta não tivesse
contato nem acesso às pessoas que apresentavam diferenças em seus corpos. Nestes aspectos,
surge o entendimento de segregação, onde a pessoa com deficiência era obrigada a conviver
com outras pessoas também com deficiência, em espaços denominados de asilos ou casas de
proteção, que na verdade seriam depósitos, cujo objetivo estava longe do cuidar e protegê-las,
mas era na verdade o de preservar o restante da comunidade do contato, mesmo porque
algumas eram consideradas “violentas” (MARTINS, 2004). Assim, fundamentou-se o
paradigma segregativo, para o qual, na concepção de Santos (1999, p.2), “a exclusão é,
sobretudo um fenômeno cultural e social, um fenômeno da civilização”, que buscava afastar
aqueles que podiam provocar instabilidade no interior da sociedade.
Surge ainda no século XIX e nas décadas posteriores, o entendimento da deficiência
sob a explicação da ciência, ou seja, as diferenças deveriam ser tratadas pelos médicos, que
procuravam curar as diferenças encontradas. As pesquisas genéticas começam a se dedicar a
estudar o fenômeno da deficiência e assim, apresentar explicações biológicas capazes de
modificar as concepções da sociedade, evidenciando que em alguns casos a deficiência podia
ser tratada, controlada ou evitada (MANTOAN, 2006).
Na metade do século XIX, inicia-se a preocupação com a escolarização das pessoas
com deficiência. Neste momento, surgem as instituições de caridade, associações ou
instituições filantrópicas que procuravam oferecer educação para os sujeitos que não se
51
enquadravam no padrão dito normal, concebido pela sociedade (MARTINS, 2004). No Brasil
surgem as primeiras escolas especiais no Rio de Janeiro, como o Instituto meninos cegos e o
Instituto dos meninos surdos, que atendiam a deficiências específicas. O Instituto de meninos
cegos, hoje denominado de Instituto Benjamim Constant - IBC4, inaugurado em 1850, foi a
primeira instituição de educação especial da américa latina, sendo pioneiro no ensino do
método braille para pessoas cegas.
As pessoas com deficiência mental tinham acesso à educação em Salvador, onde
foram criadas salas anexas a um hospital psiquiátrico, que ofereciam atendimentos de cunho
médico-pedagógico.
Ainda assim, Martins (2004, p. 26) enfatiza que:
4
Atualmente, o Instituto Benjamin Constant é mais do que uma escola que atende crianças e adolescentes cegos,
surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla; é também um centro de referência, a nível nacional, para
questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa
área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão. Mais Informações no
site: http://www.ibc.gov.br/o-ibc.
52
também amparada pelo modelo médico-psico-pedagógico, que objetivava apontar aqueles que
poderiam ser atendidos ou não neste serviço educacional.
No entanto, a partir de 1960, esse modelo segregativo passa a ser questionado por
diversas áreas da sociedade e as escolas iniciam o processo de integração das pessoas com
deficiência na escola comum. Nestes aspectos, tem-se o conceito de normalização5,
amplamente disseminado mundialmente. No tocante à integração, Mantoan (2006, p. 18)
explica que “o aluno tem acesso às escolas por meio de um leque de possibilidades
educacionais que vai da inserção às salas de aula do ensino regular ao ensino em escolas
especiais”.
Nesta concepção educacional, percebe-se que não existia a preocupação em adaptar as
escolas às necessidades dos educandos. A adaptação deveria seguir a direção contrária, ou
seja, o aluno com deficiência deveria se adaptar à escola, sendo esta, condição para que ele
permanecesse ou não na instituição. Enfim, não havia adaptações do, currículo, metodologia,
prática pedagógica, modelo avaliativo, ou seja, ao aluno caberia provar que tinha condições
de adequar-se e permanecer na escola. Assim o entendimento de normalização ganhava força,
pois entendia-se que estavam sendo oferecidas as mesmas condições de acesso ao ambiente
escolar, pois
5
Normalização é entendida aqui como sendo a oferta de condições de vida idênticas às que as outras pessoas
recebem. Ensinando-o a viver uma vida tão normal quanto possível.
53
outras.
Diante deste contexto, que na prática continuava excluindo as pessoas com deficiência
do ambiente escolar, o modelo de integração passa a ser também questionado, e assim,
iniciam-se algumas discussões em prol da defesa de uma educação inclusiva para todos.
Mendes (2010 p. 13) ressalta que estas discussões contribuem para a eclosão de um contexto
no qual o país vai sendo cada vez mais pressionado por agências multilaterais a adotar
políticas de educação para todos e de educação inclusiva.
Neste novo contexto educacional, a escola passa a ser questionada em termos de sua
adoção de modelo homogeneizador, que até então, pautava-se na oferta de um ensino que
discriminava e excluía aqueles que não atendiam às suas exigências. Sobre essa perspectiva
Bourdieu (1966, p. 336-337) diz que:
Tratando todos os alunos, por mais desiguais que sejam de fato, como iguais
em direitos e em deveres, o sistema escolar é levado a dar, na verdade, sua
sanção às desigualdades iniciais diante da cultura. A igualdade formal que
regula a prática pedagógica serve, na verdade, de máscara e de justificativa à
diferença para com as desigualdades reais diante do ensino e diante da
cultura ensinada ou, mais exatamente, exigida.
Assim, no exposto acima, a escola regular, juntamente com o conjunto de normas e
exigências por ela defendido, pode ser apontada como uma das responsáveis por identificar
aqueles que podiam ou não permanecer no seu interior, sob a prerrogativa de que estava
cumprindo o seu papel, porém, o educando foi quem não se adaptou ou não conseguiu
acompanhar o percurso escolar.
Evidentemente que nestes parâmetros
O processo educacional das pessoas com deficiência sempre foi marcado por uma
descontinuidade de Programas, Leis, decretos e notas técnicas. Na verdade, as concepções
contidas nos documentos a níveis internacional, nacional e estadual demonstram
inconsistências em termos do papel da escola enquanto instituição que deve atender a todos os
educandos, oferecendo um ensino de qualidade para todos, independentemente da sua
condição física, orgânica, cultural ou social.
Objetivando compreender tais contextos, pretende-se nessa seção, organizar e analisar
as sequenciadas políticas que nortearam e ainda estão presentes nos contextos educacionais
brasileiros. Neste sentido, torna-se interessante conceituar, de acordo com a legislação atual,
quem é o cidadão com deficiência que está no centro destas discussões:
três Leis de Diretrizes e Bases da Educação. A primeira, Lei nº 4.024 de 1961, contemplava a
educação dos excepcionais6, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. Tal lei
destacava o termo “preferencialmente” dentro do sistema geral de ensino. Esta lei destacava
tal termo, dentro do sistema de ensino geral, desobrigando as escolas e pais a matricularem
seus filhos nas escolas comuns, já que na época, como dito anteriormente, existiam
instituições voltadas exclusivamente para os deficientes.
Porém, apesar da aparente segregação, esta Lei contemplou a possibilidade de
matricular crianças com deficiência na rede regular de ensino. Por sua vez, a Lei nº 5692 de
1971, representa um retrocesso na medida em que previa um “tratamento especial” para
aqueles alunos que tinham Deficiência física, doença mental e os que apresentavam atraso de
desenvolvimento em relação à idade ou os superdotados. Nestes aspectos, a referida Lei traz
os termos de “Classe especial e Escola especial” para aqueles que se não se enquadram no
sistema de ensino comum.
Evidentemente que tal orientação promoveu alterações em toda a rede de ensino,
ocasionando a proposição de dois tipos de educação e de escola, a regular e a especial.
Passaram a serem enviados para esta última, aqueles que não se enquadravam no sistema de
ensino regular, provocando uma “distribuição desigual de indivíduos portadores de uma
determinada característica” (COSTA, BARTHOLO, 2014).Na prática, o Brasil tem um
conjunto de leis, decretos e resoluções sofisticados, que buscam assegurar os direitos das
pessoas com deficiência. A Figura 10 apresenta o resumo, das principais leis.
6
Nomenclatura utilizada na época, para as pessoas que apresentam alguma deficiência.
58
LDBEN nº 9394 que institui um novo processo educacional, que traz em seus princípios a
educação especial como sendo uma modalidade de ensino, que deve ser oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino. Sob esta prerrogativa, ainda define-se que esta
modalidade de ensino deve estar presente da educação infantil ao ensino superior, dispondo
de currículos, métodos, técnicas e recursos educacionais específicos, assim como, professores
capacitados e especializados para integrar os educandos nas classes comuns (Arts. 58 a 60).
Ainda prevê a terminalidade específica para aqueles que não conseguirão atender aos
objetivos propostos para o nível no qual estão matriculados, assim como a aceleração dos
estudos para aqueles alunos com diagnóstico de superdotação/altas habilidades.
Ainda no ano de 1999 surge o Decreto nº 3.298, que tinha como proposta regularizar
a Lei 7853/89 que orientava e assegurava a implementação da Política Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Ratifica também a educação especial,
entendida como modalidade transversal em todos níveis e modalidades de ensino.
Já em 2001, através da Convenção de Guatemala (1999) o Brasil edita o decreto que
corrobora com os princípios da educação inclusiva, garantindo o acesso e permanência das
pessoas com deficiência na escola regular, assegurando que se tal direito fosse negado,
poderia configurar-se em ato discriminatório baseado na deficiência. A Resolução nº 2, deste
mesmo ano, destaca a necessidade das escolas se adequarem à oferta do ensino inclusivo,
proporcionando condições adequadas para a oferta de uma educação de qualidade para
aqueles que têm direito. Nesta Resolução, tem-se que a educação especial passou a integrar a
educação básica como uma modalidade, sendo definido seu conceito e os alunos que seriam
atendidos. (BRASIL7, 2001). Nesse cenário, conceitua-se a educação especial como uma:
7
Resolução publicada pelo Ministério da Educação e Cultura, através da Secretaria de Educação Especial.
61
pedagógico especializado na classe comum, que pode ser compreendido como a atuação de
um professor especializado [...] junto com o professor regente”.
Nesse sentido, tem-se uma dualidade de concepções no tocante à oferta da educação
especial, que em determinado momento poderia substituir a matrícula na escola comum e, em
outras ocasiões poderia tornar-se parceria do professor na sala de aula comum com recursos,
serviços e professores especializados à disposição das turmas que tinham educandos com
NEE matriculados.
Ainda em 2001, entra em vigor o Plano Nacional de Educação - PNE, registrado sob a
Lei nº 10172, fruto de uma ampla discussão nacional com todos os agentes envolvidos no
processo educacional. Este plano orientava a consolidação dos princípios de uma educação
inclusiva, pautada no entendimento de heterogeneidade, inerente a todos os seres humanos.
Em 2002, o Conselho Nacional de Educação - CNE publica a Resolução nº 1, que
traça as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da Educação
Básica, com a prerrogativa de que as formações dos novos educadores deveriam contemplar
questões relacionadas à diversidade, habilidades, competências e especificidades das pessoas
com deficiência.
Ainda no tocante à formação de professores, a Lei n 1.0436/02 consolida a LIBRAS
como sendo a língua materna para os surdos, orientando também que nos currículos dos
cursos de licenciatura e fonoaudiologia, ocorresse a inserção desta língua, garantindo assim,
uma formação mais próxima da nova realidade existente nas escolas e consultórios.
Juntamente com a LIBRAS, o MEC também autoriza o uso do código Braille em todas as
modalidades de ensino.
Em 2003, a formação de professores para educação inclusiva continua sendo alvo de
preocupações. As alterações previstas nos documentos oficiais supracitados buscavam
assegurar a eficiência da educação para todos, como encontrava-se dispostos nas convenções
que o Brasil havia assinado. Assim, o MEC, em parceria com os estados e municípios,
implementa o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, que buscava nestas
formações a garantia de que as redes de ensino municipal e estadual pudessem se reorganizar,
assegurando os princípios da igualdade de direito para todos os educandos (BRASIL, 2015).
Além do poder público orientar em seus decretos e leis as concepções do processo
inclusivo, em 2004 o Ministério Público Federal inicia as discussões sobre a temática e
publica um documento intitulado “O Acesso de Alunos com Deficiências às Classes Comuns
da Rede Regular”. O objetivo deste foi corroborar com o poder executivo, orientando e
afirmando a necessidade dos alunos com deficiência estarem matriculados nas escolas de
62
educação infantil ao ensino superior. No entanto, Garcia (2013, p. 106) alerta que nesta
concepção, a importância da educação especial seria a de ofertar recursos e serviços,
excluídas as funções de apoiar e substituir, como estava descrito na Resolução nº 1 de 2001.
Fato este percebido que “o Decreto nº 6.571/2008 nem mesmo menciona o termo ‘educação
especial’, promovendo uma substituição discursiva pelo termo ‘atendimento educacional
especializado’”.
Ainda com relação ao AEE, em 2009, a Resolução nº 4 enfatiza este atendimento
como um suporte inserido nas instituições de ensino, ofertado em todos os níveis,
assegurando a educação especial como uma modalidade transversal presente em todos os
níveis, etapas e modalidades de ensino. Assim, tem-se uma reestruturação da educação
especial, proporcionando uma parceria entre os serviços ofertados por esta modalidade e as
necessidades dos professores e da escola comum.
Desse modo, a educação especial e o AEE, juntamente com as adequações
curriculares, arquitetônicas e atitudinais, são ações que devem promover a efetivação da
garantia dos direitos educacionais das pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação.
Em 2011, a política de educação inclusiva vivencia um momento delicado, quando o
MEC extingue a SEESP através do Decreto nº 7.480, de 16 de maio de 2011, revogado 10
meses depois por outro Decreto nº 7.690, de 2 de março de 2012. Esclarece-se que “sem
fomentar amplo debate, promove-se, no interior desse ministério, por força de decreto, o
fechamento da SEESP e a diluição de seus encargos na Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão - SECADI” (BEZERRA, 2013, p. 950). Tal atitude
provoca uma instabilidade no contexto educacional e, na política de educação inclusiva,
construída nas últimas décadas, de uma vez, ao perder o posto de secretaria, a educação
especial, fica relegada a contextos de sub coordenadorias, sem voz ativa suficiente para ser
ouvida na manutenção e construção de novas políticas públicas para esta área.
Neste cenário duvidoso no tocante aos rumos da educação especial e, inclusiva, o
MEC edita mais um Decreto sobre a Educação especial e o Atendimento Educacional
Especializado, nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Este, provocam inúmeras discussões na
sociedade, visto que dois artigos trazem redações que passam a ser interpretadas como um
retrocesso na política de educação inclusiva. Este Decreto revoga o anterior datado de 20088 e
8
Decreto n 6571/2008, que Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo
único do art. 60 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto n 6.253, de
o o
13 de novembro de 2007.
66
altera o artigo 14 do Decreto de 20079, que dispõe sobre os recursos do FUNDEB - Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação, permitindo a seguinte realidade:
9
Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação- FUNDEB, regulamenta a Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, e dá outras
providências.
67
Mesmo após a divulgação desta nota técnica, a sociedade geral e, de modo particular a
educacional parece não estar completamente satisfeita com as explicações contidas na nota
técnica, pois de algum modo, percebe que a construção de políticas públicas atende a
interesses diversos (MAINARDES, 2006; 2009); no caso da educação especial, seria a
insatisfação das instituições historicamente responsáveis pela educação especial (BAPTISTA,
VIEGAS, 2016), que não ficaram satisfeitas em transferir seus educandos para as instituições
públicas.
Em 2012, é aprovada a Lei nº 12.764, que dispõe sobre a política de proteção dos
direitos da pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), considerando estes como
pessoas com deficiência para todos os efeitos legais (Art. 1º, § 2). Tal Lei traz recomendações
68
ao sistema escolar quanto ao processo inclusivo destes alunos, destacando no Art. 3º que trata
dos direitos da pessoa com TEA, a possibilidade de ser acompanhada por um profissional
especializado em sala de aula, pois em seu parágrafo único “a pessoa com transtorno do
espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do
Art. 2o, terá direito a acompanhante especializado”.
Nesta perspectiva, tem-se a possibilidade da escola oferecer um acompanhante ao
discente com TEA, oportunizando assim, um acompanhamento mais efetivo das necessidades
individuais, uma vez que, o serviço do profissional de apoio deve ser disponibilizado pelos
sistemas de ensino, oportunizando ampliação da acessibilidade, comunicação e cuidados
especiais da sua vida diária. Convém enfatizar que esta recomendação direciona-se à escola
comum, ou seja, ao processo inclusivo. Prevendo ainda a necessidade da oferta do AEE, como
um meio potencializador do desenvolvimento das habilidades e competências destes alunos.
No tocante à garantia dos direitos acima destacados, quando o aluno está matriculado
na escola pública, existe a duplicidade de matrícula, como um meio que oferte recursos
financeiros para as instituições atenderem as necessidades individuais dos alunos, público
alvo da educação especial. Já as instituições particulares, têm a seguinte orientação:
Ainda pode-se destacar nos textos das estratégias, a oferta de recursos que financiam a
acessibilidade arquitetônica, veículos acessíveis e aquisição de materiais pedagógicos e de
tecnologia assistiva (ESTRATÉGIA 4.6). Ressalta ainda a estratégia 4.8, que garante uma
“educação inclusiva, vedada exclusão no ensino regular sob a alegação da deficiência,
transtorno global do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação”.
Confirma-se ainda que a União deva fomentar as “pesquisas voltadas para o
desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia
assistiva” (ESTRATÉGIA 4.10), além de “promover o desenvolvimento de pesquisas
interdisciplinares para subsidiar a formulação de políticas públicas intersetoriais”
(ESTRATÉGIA 4.11). Ainda esclarece ser fundamental “apoiar a ampliação das equipes de
profissionais da educação para atender à demanda do processo de escolarização dos (das)
estudantes” (estratégia 4.13), devendo-se considerar também o incentivo “a inclusão nos
cursos de licenciatura e nos demais cursos de formação para profissionais da educação,
inclusive em nível de pós-graduação” (ESTRATÉGIA 4.16).
Quanto à universalização do ensino, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, em consonância com as informações disponíveis pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira - INEP, enfatizam que “em 2014 o índice de acesso do
público alvo da educação especial à educação básica, de 4 a 17 anos, é de 51,80%. Para
atingir o previsto na meta 4, mantendo-se o ritmo de crescimento da inclusão escolar
apresentado nos últimos anos, em 2024, os sistemas de ensino atingiriam 92,40” (BRASIL,
2015, p. 49).
A referida projeção encontra-se apresentada no Gráfico 6.
10
Informações obtidas no site:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17437. Acesso em: 01 de jun. de
2018.
71
Para atender a esta meta, tem-se que atentar para o fato de que o PNE (2014/2024) é
fruto de uma ampla discussão nacional, construído com a participação efetiva dos agentes
educacionais, pesquisadores e representantes das instituições de ensino superior e da
sociedade civil organizada, ou seja, o conjunto de metas e estratégias baseiam-se em uma
perspectiva futura, fundamentada numa realidade que deve ser superada. Não se trata de um
documento inviável, porém para que estas metas e estratégias possam ser atingidas, torna-se
necessária a participação incisiva dos órgãos federais, estaduais e municipais, assim como o
monitoramento constante da sociedade, onde se possam descobrir os avanços e obstáculos
deste Plano e, cobrar dos responsáveis o desenvolvimento necessário acordado em Lei.
Para as pessoas com deficiências, o ano de 2015 foi marcado pela publicação da Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei
13.146/15, que em seu Art. 1º destaca que esta lei é “destinada a assegurar e a promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa
com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”.
Traz ainda no Art. 2º o entendimento de que a pessoa com deficiência é
Nestes termos, pode-se perceber que as políticas públicas destinadas a pessoas com
deficiência passa a ter um parâmetro base para compreender quem de fato enquadra-se nestas
políticas. Compreende-se que esta Lei também é fundamentada na Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPC (2007), regulamentada pelo
Decreto nº 6.949 de 2009, onde o Brasil assume o compromisso de garantir todos os direitos
às pessoas com Deficiência, excluindo a discriminação e apoiando o sistema inclusivo em
âmbito nacional.
No Estatuto da pessoa com deficiência, tem-se um arcabouço de 127 artigos,
destinados à proteção, estímulo, e garantia de todos os direitos à pessoa com Deficiência. No
tocante ao ambiente escolar, tal estatuto destina os artigos 27 ao 30, com destaque ao texto do
Art. 27, parágrafo único quando este ressalta a responsabilidade do “estado, da família, da
comunidade escolar e da sociedade, em assegurar educação de qualidade à pessoa com
deficiência”. Tem-se aqui o entendimento de que o Estado deve ser o primeiro a garantir o
direito à educação, seguido das demais instituições.
Nos demais artigos do estatuto estão previstos o estímulo ao processo inclusivo nas
escolas, com vistas a garantir o “acesso, a permanência, participação e aprendizagem, por
meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e
promovam a inclusão plena” (art. 28, alínea II). Ainda assegura a oferta de educação bilíngue,
em LIBRAS, formação inicial e continuada dos professores que contemplem a temática da
pessoa com deficiência, oferta de profissionais de apoio escolar, e ainda apresenta regras a
serem observadas nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos
pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e
privadas.
Em 2016, a Lei nº 13.049 é promulgada com o objetivo de garantir a reserva de vagas
para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições
federais de ensino, com destaque para o Art. 3º que possui a seguinte redação
2.6.1 As Leis que fundamentam o processo inclusivo no estado Rio Grande do Norte
11
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae ) nasceu em 1954, no Rio de Janeiro. Caracteriza-se
por ser uma organização social, cujo objetivo principal é promover a atenção integral à pessoa com deficiência
intelectual e múltipla. A Rede Apae destaca-se por seu pioneirismo e capilaridade, estando presente em mais
de 2 mil municípios em todo o território nacional. Informações disponíveis no site: http://apae.com.br.
Acessado em 01 de junho de 2018.
74
12
Denominação utilizada na época para as pessoas com deficiência.
13
Informações obtidas no site: http://apaebrasil.org.br. Acessado em 01 de junho de 2018.
14
As responsabilidades desta subcoordenadoria do estado, destina-se também as redes municipais e privadas do
estado, quando estas não possuem sistema próprio de ensino, cabendo a estas instituições seguirem as
orientações estaduais.
75
15
Estas salas foram criadas antes da oferta do AEE nas Salas de recursos multifuncionais, que ocorreu a partir de
2005.
76
16
A presença do cão-guia em todos os estabelecimentos está prevista na Lei nº 11.126 de 2005, que garante o
direito da pessoa cega transitar livremente em todos os espaços públicos ou privados com seu animal.
17
Diretoria Regional de Ensino e Cultura.
77
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
4.1 OBJETIVOS
4.2 MÉTODO
18
A SUESP é uma subcoordenadoria de Educação Especial, ligada diretamente a Secretaria Estadual de
Educação do estado do Rio Grande do Norte. Tem como objetivo organizar, orientar e oferecer subsídios ao
processo inclusivo nas escolas da rede estadual.
80
19
Enfatiza-se que a coleta dos dados foi autorizada pela Secretária de Estadual de Educação, como consta no
Anexo A.
81
A primeira parte deste estudo ocorreu no estado do Rio Grande do Norte, cuja a
capital é a cidade do Natal, localizado na Região nordeste do Brasil, que é composta por nove
estados. Tem clima tropical úmido e semiárido, com área geográfica de 52.811.107 (dados de
2016), sua densidade demográfica é de 59,99 (hab/km²) (dados de 2010), seu índice de
Desenvolvimento Humano - IDH é de 0,684, apresentando um grau de urbanização de 77,8%.
Está dividido em 167 municípios, onde residem 3.507.003 (dados de 2017 20) apresentando um
total de domicílios de aproximadamente 899.498, com expectativa de vida ao nascer de 74,97
anos, e taxa de mortalidade infantil de 44,8 a cada mil nascidos vivos. O rendimento mensal
domiciliar per capita é de R$ 845,00 (dados de 2017) (IBGE, 2018 21).
Em termos geográficos, o IBGE em 1989, dividiu o estado em 4 regiões, assim,
distribuídas no mapa mostrado na Figura 7.
20
Informações disponíveis no site: www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidade-estado-
estatisticas.html?t=destaques&c=24. Acessado em 01 de junho de 2018.
21
Informações disponíveis no site: www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidade-estado-
estatisticas.html?t=destaques&c=24. Acesso em 01 de jun. de 2018.
82
22
Gonçalves, Francisco Ednardo: As regionalizações do Rio Grande do Norte. Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia, 2012. Informações obtidas no site:
docente.ifrn.edu.br/ednardogoncalves/regionalizacoes-do-espaco-potiguar. Acesso em 01 de jun. de 2018.
83
Percebe-se que nas matrículas no estado, cerca de 705.338, apenas 89.326 (18%)
encontram-se frequentando a educação infantil, sendo estes, dados significativamente abaixo
do número esperado. Contexto similar é identificado no onde estão matriculados
aproximadamente 486.560 (69%). Quanto ao ensino médio, a procura por este nível também é
pequena, pois apenas 129.452 (13%) encontram-se cursando este nível.
O Gráfico 8 expõe os dados relacionados à quantidade de docentes e número de
estabelecimentos de ensino no RN, coletados a partir das informações no site do IBGE
(2018).
Percebe-se nas informações acima expostas que o número de docentes que atuam no
ensino fundamental é de 25.065, ultrapassa os que lecionam na educação infantil, 2.801. Tal
fato parece estar relacionado com a política pública que até 2015 deixava a educação infantil
como uma etapa opcional, ou seja, pais decidiam se os filhos deveriam cursar ou não esta
etapa. No tocante ao fato do número de docentes que atuam no ensino médio (7.146) ser
menor que os do ensino fundamental, acredita-se que a evasão no ensino médio, ainda é alta,
ocasionando uma formação menor de turmas e, consequentemente uma menor contratação
dos professores.
Quanto aos estabelecimentos de ensino do RN, a menor oferta encontra-se destinada
ao ensino médio, com aproximadamente 438 instituições. Neste nível, ressalta-se que o ensino
é de responsabilidade do Estado, e que, as escolas, muitas vezes, ofertam o ensino médio em
23
Informações oferecidas pelo IBGE, coletadas por este órgão em 2015. Disponível no site:
cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/panorama. Acesso em 01 de jun. de 2018.
84
três turnos, diferentes do que ocorre na educação infantil e no ensino fundamental, nos quais
são dois, ou apenas um turno. Neste sentido, a oferta do nível médio em três turnos, reduz a
quantidade de prédios escolares a serem utilizados.
Em pesquisa realizada no portal do SIGETEC (2018), órgão responsável pela
distribuição24 das Salas de Recursos Multifuncionais - SRMF no Brasil, pôde-se constatar que
dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, apenas oito não receberam os Kits da sala de
recursos.
No Gráfico 9, encontra-se a quantidade de cidades de cada região que receberam estes
kits.
Percebe-se que a rede municipal está bem assistida pelo Ministério da Educação, no
tocante à oferta dos equipamentos das SRMF. Tal contexto certamente direciona-se pela
oferta da educação infantil e do ensino fundamental ser realizada pelos municípios e ainda, as
crianças com deficiência estarem entrando nestes níveis mais cedo.
No entanto, apesar dessa assistência oferecida pelo MEC, estas ações não estão
traduzindo-se em efetivação da oferta do serviço, pois como percebe-se no gráfico acima dos
167 municípios do estado, 159 receberam os kit das SRMF e apenas 99 tem a SRMF
24
Estes equipamentos foram distribuídos entre os anos de 2008 a 2014. Informações obtidas no site:
www.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.phpwww.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.php. Acesso em 24 de maio de
2018.
25
Gráfico elaborado com as informações disponíveis no site:
www.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.phpwww.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.php. Acessado em 24 de maio
de 2018.
85
funcionando.
A aplicação dos questionários na rede estadual, mediada pela SUESP, órgão
responsável pela orientação, funcionamento e organização da educação especial e inclusiva na
rede estadual de ensino, forneceu as informações expostas no Gráfico 10.
Os números expostos no gráfico acima destacam que dos 167 municípios que ofertam
o ensino estadual no estado, apenas 13426 foram contemplados e 33 não receberam os kits. Já
na rede estadual, percebe-se uma discreta diferença dos municípios que foram equipados pelo
Ministério da Educação e Cultura - MEC.
Verifica-se também que a rede municipal recebeu os equipamentos em maior
quantidade, em relação às escolas estaduais, com uma diferença de 25 municípios. Tal
realidade ocorre devido a política da educação especial na perspectiva da educação inclusiva
desencadeada em 2008, onde o processo inclusivo passou a ter maior ênfase, e as escolas
especiais deixaram de ofertar o ensino regular. Assim, a rede municipal, responsável pela
oferta da educação infantil e fundamental, passa a receber os alunos com deficiência mais
rápido que a rede estadual, responsável pela oferta do ensino médio.
Consequentemente, os alunos, público da educação especial, passaram a ser
informados no censo escolar e, deste modo, as escolas foram contempladas com os recursos
26
Estes dados referem-se ao dados disponibilizados pelo MEC, onde as informações estão disponíveis no site:
www.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.phpwww.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.php. Acessado em 24 de maio
de 2018
86
Tabela 127 - Oferta do Atendimento Educacional Especializado em 2018 nas Escolas da Rede
Municipal
QUANTIDAD RESPONDERAM NÃO DISPÕE
OFERTAM
REGIÃO DO RN E DE AO DESTE
O AEE
MUNICÍPIOS QUESTIONÁRIO ATENDIMENTO
Agreste Potiguar 43 29 22 07
Central potiguar 37 30 24 06
Leste potiguar 25 15 13 02
Oeste Potiguar 62 45 40 05
Total 167 119 99 20
Fonte: Dados da pesquisadora (2018).
27
A tabela foi construída a partir das informações fornecidas pelos Secretários Municipais de Educação. Por não
ter conseguido as respostas de todos, infelizmente não conseguiu-se organizar uma gráfico comparativo com as
informações disponíveis no SIGETEC e os dados dos secretários, assim como encontra-se organizado o
Gráfico 10, com as informações disponíveis da rede estadual.
87
Tabela 2 - Professores que atuam nas salas de recursos das redes municipais e estaduais
ENSINO PROFESSORES ATUANDO
Municipal 42128
Estadual 281
Total 707
Fonte: Dados da pesquisadora (2018).
28
Este número corresponde há uma realidade de 99 municípios que retornaram os emails com as informações
solicitadas
88
Ressalta-se que estas habilitações atendem aos requisitos do MEC, o qual exige que os
educadores que atuem nas SRMF tenham formação inicial que o habilite para o exercício da
docência (BRASIL, 2010).
Na pergunta seguinte, questionou-se se os educadores tinham pós-graduação. As
respostas encontram-se apresentadas no Gráfico 13:
89
Nos documentos do MEC (2010) enfatiza-se que o professor deverá ter formação
específica na área de educação especial. Tais dados deixam evidente a necessidade de se
implementar uma formação específica para os profissionais que atuam nestas salas, visto que
apenas o curso a nível de pós-graduação que destaca os conhecimentos específicos para atuar
nas SRMF é o AEE e o de educação especial.
A pergunta seguinte objetivava caracterizar o tipo de sala de Recursos que o município
dispõe, tendo-se o contexto apresentado no Gráfico 14.
O cenário acima exposto é delineado pela presença maciça (79%) das salas de recursos
do Tipo I, ou seja, são locais que se destinam a atender alunos com deficiência (exceto a
visual), transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Já a sala do
Tipo II encontra-se com um percentual de 20%, sendo estas dotadas, além dos equipamentos
da sala do Tipo I, de equipamentos que atendem às especificidades dos educandos com
Deficiência Visual.
Ainda procurou-se identificar o horário de funcionamento das Salas de recursos, cujos
resultados são mostrados no Gráfico 15:
Constata-se que as salas funcionam em 83% dos municípios pesquisados nos dois
turnos, manhã e tarde, e, em aproximadamente 8% atendem apenas em um turno. Tal
realidade se dá por uma ausência de educandos nestes turnos, ou ainda, indisponibilidade do
profissional em atender os dois turnos.
Ainda nas pesquisas realizadas pelo SIGETEC 29, consta na base de dados desta
plataforma, a doação de equipamentos para as SRMF para Instituições específicas, que
encontram-se listadas no quadro 9:
29
Informações disponíveis no site: www.fnde.gov.br/sigetec/sisseed_fra.php. Acesso em 20 de maio de 2018
91
De acordo com os dados acima destacados na tabela, infere-se que dos 167 municípios
do estado, apenas duas cidades concentram a oferta do AEE em instituições especializadas.
Na capital, estão equipadas SRMF no NAAHS, que atende a educandos com Altas
habilidades/superdotação, um Centro para alunos com Surdez, outra Instituição para alunos
com Deficiência Visual e ainda a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Na cidade de
Mossoró, estão equipadas o Centro de apoio à Deficiência Auditiva, ainda, dois centro de
apoio às pessoas com Deficiência Visual.
Em relação à formação dos professores que atuam nas SRMF do estado, os dados
apontam que 90% destes são graduados em pedagogia e os demais em áreas específicas da
educação. Desta totalidade, 50% possuem pós-graduação lato sensu em psicopedagogia, 20%
em Atendimento Educacional Especializado e 30% em áreas afins. Tal realidade revela a
necessidade de realização de formações continuadas direcionadas aos professores recém
admitidos, garantindo a ampliação das habilidades e competências, promovendo uma prática
pedagógica mais significativa e eficiente. Mendes (2011) ressalta que tal formação é
complexa, pois o educador precisa conhecer os documentos que norteiam o processo
inclusivo, as orientações em relação à Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva, devendo ainda saber trabalhar com a diversidade de limitações e/ou habilidades que
os alunos apresentam.
Nota-se ainda que existe um percentual de 80% de salas do tipo I (atende aos
30
Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/ Superdotação): Apoiar a formação continuada de professores
para atuar no atendimento educacional especializado a estudantes com altas habilidades/superdotação.
31
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez): Promover a
educação bilíngue, por meio da formação continuada de profissionais para oferta do AEE a estudantes surdos e
com deficiência auditiva e da produção de materiais didáticos acessíveis.
32
Centro de Apoio para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual /NAPPB: Apoiar a formação
continuada de professores para o atendimento educacional especializado e a produção de material didático
acessível aos estudantes com deficiência visual.
92
Identifica-se que 30% dos professores que atuam nas SRMF têm um tempo de
experiência de mais de cinco anos, 20% dos professores atuam no intervalo de um a cinco
anos, enquanto 50% estão trabalhando há menos de um ano nestas salas. Vale salientar que
esse último dado provavelmente reflete o fato do Estado do Rio Grande do Norte ter realizado
recentemente concurso público com cargo específico para professor para atuar nas SRMF
recentemente.
A segunda pergunta, indagava qual seria a deficiência que os professores enfrentam
mais dificuldade para selecionar estratégias pedagógicas. As respostas encontram-se descritas
no gráfico abaixo.
93
A realidade acima descrita, demonstra a DI como sendo uma das que mais apresenta
dificuldade em organizar estratégias pedagógicas, isso ocorre devido não existir materiais
específicos para esta deficiência, diferente das demais que dispõem da LIBRAS (Deficiência
Auditiva) e Braille (deficiência Visual) e software ou Equipamentos das Tecnologias
Assistivas para alunos com paralisia cerebral.
A terceira pergunta do questionário investigou acerca do padrão de uso de tecnologias
assistivas na sala de recursos. A totalidade dos educadores informou que utilizam as
tecnologias assistivas em suas práticas cotidianas. Destaca-se aqui a importância que estas
têm em relação ao desenvolvimento das aprendizagens dos educandos. Sob esta premissa, os
documentos do Ministério da Educação (BRASIL, 2006) preconizam que a tecnologia
assistiva deve ser inserida nas escolas, como um meio de ampliar e melhorar o processo
inclusivo das pessoas com deficiência.
A quarta pergunta investigou a concepção dos professores sobre tecnologias assistivas.
Por se tratar de uma pergunta subjetiva, as respostas foram organizadas por categorias
apresentadas pelos próprios sujeitos da pesquisa. Para tanto, identificou-se as temáticas mais
prevalentes nas respostas e, posteriormente, estas foram agrupadas em categorias semelhantes.
Destacam-se as principais e/ou mais recorrentes concepções no Quadro 10.
94
Quadro 10 - Concepções sobre tecnologias assistivas por parte dos professores das SRMF
Abrange todo tipo de recurso, estratégias, metodologias, que podem ser utilizadas para ensinar,
reabilitar e proporcionar mais independência às pessoas com deficiência
São recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades das pessoas com
deficiência;
Uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços.
Objetiva a promoção da funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida.
Visa a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
Fonte: Dados da pesquisadora (2018).
Os dados expressos no Gráfico 18 revelam que 33% dos professores ressaltam que a
inserção das tecnologias assistivas facilita a inclusão e ainda, 33% contribui para a
comunicação entre alunos, assim como entre alunos e profissionais da educação. Ainda
identifica-se que 28% marcaram que a TA melhora a aprendizagem.
Acerca do posicionamento assumido pelo conjunto dos professores, Scherer e
Dal’Igna (2015 p. 421) observam que:
a busca em sites oficiais do MEC, constatou-se que: algumas escolas e/ou municípios que
receberam os Kits para as salas de Recursos Multifuncionais, não conseguiram efetivar os
atendimentos; às salas de recursos atendem, em sua maioria (cerca de 96%), aos educandos
matriculados no Ensino Fundamental; dos professores que atuam nestas salas, 92% são
pedagogos e 56% são especialistas. No entanto, apenas 41% dos professores atendem as
orientações do MEC, de acordo com as quais estes profissionais precisam estarem habilitados
para atuarem nas SRMF com estudos a nível de pós-graduação em educação especial.
Evidenciou-se que maioria (79%) das salas de recursos são caracterizadas por “Tipo
I”, ou seja, não dispõem de equipamentos para atender as especificidades das pessoas com
deficiência Visual. E ainda que 83% destas salas funcionam nos turnos matutino e vespertino.
Assim, tem-se que as tecnologias assistivas configuram-se como um suporte
necessário ao pleno desenvolvimento das habilidades e competências das pessoas com
deficiências, além de possibilitar a inserção qualitativa destes sujeitos na escola e na vida
social. No tocante ao contexto educacional, percebe-se que o uso destas tecnologias encontra-
se em ascensão, uma vez que as SRMF dispõem de vasto material capaz de proporcionar
práticas pedagógicas voltadas para o desenvolvimento deste grupo específico de alunos.
Um fator importante é que todos os profissionais ressaltaram que utilizam as
tecnologias assistivas em suas práticas pedagógicas, e demonstraram ter conceitos bem
definidos sobre o uso das tecnologias assistivas. Destaca-se ainda que os profissionais
afirmaram que a inserção das tecnologias assistivas no atendimento educacional especializado
contribui para a comunicação entre alunos/alunos/profissionais da educação, facilitando a
inclusão destes alunos, e melhorando significativamente o processo inclusivo, uma vez que
proporcionam um processo de aprendizagem mais significativo.
No tocante às dificuldades destacadas pelos professores, são mais recorrentes a
ausência de formação específica para atuação na área das tecnologias assistivas e ainda, a
dificuldade em selecionar estratégias para os alunos com DI, por não existir nenhuma TA
construída especificamente para esta deficiência. Tal aspecto é concebido como um fator que
dificulta esta inserção, bem como, a ausência de algumas tecnologias que poderiam ampliar e
melhorar o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos com necessidades educacionais
especiais. Por fim, identifica-se que dentre as tecnologias assistivas utilizadas, os softwares
são apontados como as mais prevalentes, seguidos da confecção de pranchas de comunicação
alternativa e demais atividades adaptadas pelos próprios professores.
Neste sentido, percebe-se que o maior desafio para a implementação das políticas de
inclusão no estado do RN é a garantia deste direito à toda a população e em todos os
99
municípios do estado, uma vez que hoje menos de 50% destes possuem SRMF.
Adicionalmente, verifica-se que não há programas de formação docente e de dotação das salas
com o equipamento necessário para o exercício de qualidade da prática docente. Conclui-se
portanto, que se trata de necessidade premente o investimento na educação inclusiva, de modo
a superar as fragilidades identificadas, garantindo o pleno direito de toda criança de
desenvolver-se e de aprender de modo significativo.
A partir dos dados coletados e analisados neste estudo, traçou-se o delineamento do
segundo estudo, que seria a construção de um material instrucional, destinado aos professores
das SRMF, com a apresentação de estratégias pedagógicas direcionadas para o
desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos com Deficiência Intelectual.
100
5.1 OBJETIVOS
5.2.1 Planejamento
O planejamento desta etapa encontra-se ancorado nos estudos de Lima et al. (2017),
que sugerem três momentos: a) planejamento, b) produção do e-book, c) pós-produção do e-
book: avaliação do material.
A partir dos dados coletados na etapa do diagnóstico (Estudo 01), passou-se a planejar
a construção do material informativo para os professores, optando-se por trabalhar com um e-
book. Pinheiro (2011, p. 14) conceitua o e-book como sendo “uma publicação em formato
digital que, para além de texto, pode incluir também imagens, vídeo e áudio”. O objetivo foi
disponibilizar um material que pudesse atingir o maior número possível de sujeitos e, ainda
oferecer informações em diversos formatos ao educador, ou seja, uma ferramenta de
capacitação que contribua para a efetivação de um processo inclusivo mais eficiente nas
escolas.
Através das análises dos resultados oriundos do estudo 1, estabeleceu-se que os
conteúdos do e-book seriam trabalhados a partir do seguinte contexto:
1. Circunscrição da DI como foco do material, uma vez que esta foi apontada
pelos professores como aquela para a qual menos se identificam tecnologias assistivas
101
específicas;
2. Caracterização das SRMF, pois 60% dos professores atuam nestas salas há menos
de um ano;
3. A tecnologia Assistiva também deveria ser discutida, pois os educadores em suas
respostas não conseguiram conceituá-la com segurança; e por fim
4. A tecnologia assistiva no contexto da SRMF, pois percebeu-se que seria necessário
apontar alguns software que pudessem desenvolver habilidades e competências nos alunos
com DI.
De posse desta análise, trabalhou-se com uma revisão de literatura de produções
científicas nacionais e internacionais nas principais bases de dados da educação. Foi realizada
uma pesquisa nos periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior- CAPES/MEC, objetivando encontrar as pesquisas atualizadas sobre os assuntos que
foram escolhidos para compor o material instrucional. Foram utilizados como descritores:
Deficiência Intelectual33, Sala de Recursos, Tecnologia Assistiva, Software, onde associou-se
por meio do operador booleano AND.
Posteriormente, estabeleceram-se os conteúdos, a partir do material pesquisado, e que
seriam abordados no e-book, elaborando-se o roteiro para escrevê-lo, definindo as seções que
fariam parte do material, de acordo com a figura 8.
33
Destaca-se aqui, que nas pesquisas realizadas, não procurou-se pelos termos “retardo mental” ou “deficiência
mental”, nomenclatura utilizadas anteriormente para designar a Deficiência Intelectual.
102
A partir da estrutura apresentada acima, fez-se a escolha da plataforma que iria ser
usada para construir o e-book. Optou-se pela Wix34, por ser uma ferramenta gratuita e simples
de ser trabalhada, além de não ser necessário instalar software específicos (JOSEP, 2018).
Organizou-se o conteúdo do e-book inicialmente em slides, nos quais foram inseridos os
elementos visuais, tais como figuras, fotos, vídeos e textos referentes às ilustrações.
Nesta etapa, o conteúdo do e-book foi transferido para a plataforma Wix, realizando a
revisão sistemática do conteúdo, do layout e da ortografia, minimizando os erros.
Posteriormente, a pesquisadora realizou uma revisão geral de todo o conteúdo, das imagens,
link e vídeos inseridos no e-book. A implementação técnica do e-book foi realizada por um
profissional da área de design, para garantir a qualidade do produto construído.
Nesta etapa foi realizada a avaliação do material produzido, por profissionais da área
de design e tecnologia, bem como da área de educação, a fim de contribuir para que o e-book
possa atender aos objetivos planejados.
5.3 MÉTODO
34
Esta plataforma permite a criação de sites com facilidade e agilidade, sem exigir a inserção de muitos aspectos
técnicos de profissionais da área da tecnologia. Disponível em: https://www.wix.com/dashboard/cb41d6e7-
7f77-497c-b406-43be1605d792/home
103
5.3.2 Instrumentos
35
A escolha deste professor, deu-se pelo critério de antiguidade na função de professora da SRMF.
36
A escolha da região do Seridó, deu-se por ser o lugar onde a pesquisadora reside.
37
Escolheu-se trabalhar com os professores que residem no mesmo município que a pesquisadora atua como
psicopedagoga.
104
será garantida a qualidade do processo de avaliação do e-book, uma vez que o próprio
instrumento dispõe de critérios bem específicos da área de formação e experiência dos
avaliadores.
Na segunda parte do instrumento de avaliação dos técnicos, foram analisados o design
gráfico do e-book, layout, e distribuição das abas com os conteúdos específicos incluindo seus
links e vídeos. Tais atributos encontram-se dispostos no Quadro 13. Os avaliadores
preencheram o quadro utilizando uma escala Likert de cinco pontos com os seguintes níveis:
Discordo totalmente, Discordo parcialmente, Não concordo e nem discordo, Concordo
parcialmente ou Concordo totalmente.
Na avaliação do material instrucional por docentes da educação básica que atuam nas
SRMF, os avaliadores receberam um questionário com atributos que deveriam analisar, tais
como: o conteúdo, a pertinência dos vídeos e links, e a usabilidade do e-book. Tais critérios
encontram-se dispostos no Quadro 14, com os atributos a serem observados e avaliados
utilizando-se a mesma escala Likert de cinco níveis.
105
Além da avaliação dos critérios dos Quadros 13 e 14, os avaliadores foram convidados
também a emitir um parecer geral de cada aba do e-book, apontar outras sugestões não
contempladas no questionário, e responder se indicariam a leitura do e-book a colegas. Os
protocolos de avaliação completos, para cada grupo de avaliadores, encontram-se nos
Apêndices E e G.
Ainda no tocante à avaliação das abas do e-book (Quadros 13 e 14), os avaliadores
emitiram um parecer final da qualidade do material, obedecendo a 10 variáveis adaptadas dos
estudos de Pasquali (2010), apresentadas no Quadro 15.
106
De acordo com o Quadro 15, enfatiza-se que as variáveis do e-book deveriam ser
observadas e, os avaliadores assinalavam como “adequado”, “adequado com alterações” ou
“inadequado”. Ao assinalar que alguma das variáveis como “adequado com alterações” ou
“inadequado”, o avaliador recomendava as alterações que poderiam ser realizadas no material.
Para avaliar a validade de conteúdo dos itens foi utilizado o Índice de Validade de
Conteúdo (IVC) proposto por Waltz, Strickland e Lenz (1991), calculado da seguinte forma:
A avaliação de cada juiz foi comparada com as avaliações dos demais, calculando-se o
IVC para cada par de juízes (juiz 1 x juiz 2; juiz 1 x juiz 3; juiz 2 x juiz 3; ... e assim
sucessivamente).
No índice de validade Waltz; Strickland; Lenz (1991) referem que o foco principal da
validação de conteúdo é determinar se os itens especificados no instrumento representam a
adequação do conteúdo do critério expresso no instrumento, sendo a função de como o
instrumento foi desenvolvido, os resultados obtidos foram analisados conforme o Índice de
Validação de Conteúdo e em relação aos critérios supracitados.
● Teste de Kappa
O Kappa é um índice que permite avaliar apenas a concordância entre pares, ou seja,
entre juízes ou de juízes com um gabarito. Para verificar o grau de concordância dos juízes
sobre avaliação dos itens analisados, foi aplicado o teste de Kappa, onde a interpretação
apresenta a seguinte classificação:
Os resultados dos dados foram analisados em duas etapas distintas, onde a primeira
108
parte consistiu em quantificar o perfil dos juízes, que encontra-se apresentado na tabela
abaixo.
Na Tabela 5, a idade média dos especialistas técnicos foi de 31,17 anos ± 6,82,
109
enquanto que o tempo médio de formação foi de 4,50 anos com desvio padrão de 2,26. Já
entre os especialistas professores, temos uma idade média de 36,08 anos ± 9,86, enquanto que
o tempo médio de formação foi de 12,42 anos com desvio padrão de 10,41.
apresentado
Possibilita colocar em prática o
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
conteúdo apresentado
Estimula aprendizagem sobre o
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
conteúdo abordado
Permite buscar informações sem
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
dificuldades
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e vídeos 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
apresentados
Apresenta informações
necessárias para compreensão 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
do conteúdo
Possui apresentação atrativa 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Oferece interação, envolvimento
0,83 0,92 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
ativo no processo educativo
Global 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Fonte: Dados da pesquisadora (2019).
No parecer final, através do Kappa e IVC, definindo ponte de corte de 0,80, temos
todos os itens sendo classificados como adequado. Destaca-se que nenhum avaliador marcou
a opção “inadequado”, sendo assim, extremamente significativo este resultado.
111
Após a análise dos dados quantitativos, trabalhou-se com os aspectos qualitativos das
respostas, uma vez que os avaliadores técnicos dispunham de um espaço para colocar as
sugestões para cada aba do e-book. As respostas encontram-se transcritas no quadro a seguir.
Através dos comentários acima expostos, pode-se perceber que os conteúdos das abas,
conseguiram atender as expectativas, uma vez que os professores destacaram que o material
contribui para a melhoria da prática pedagógica nos atendimentos do AEE.
Quanto a avaliação do parecer final do e-book, os professores apontaram os seguintes
elogios.
Como pode-se perceber, nesta tela inicial, realizou-se alterações no padrão das telas
das cores: antes o fundo era colorido, e foi alterado para uma única cor, um azul mais claro,
para deixar a leitura confortável. Ainda fez-se a alteração, como sugerida pelos avaliadores,
invertendo a ordem dos botões do “iniciar leitura” e “sumário”.
Ainda na tela principal, o leitor encontrará em cada aba uma breve síntese do conteúdo
a ser discutido em seu interior. Utilizou-se esta proposta com o objetivo do leitor acessar as
abas que lhes são necessárias com mais facilidade. Na figura abaixo, as abas estão
apresentadas da seguinte forma.
116
O e-book é composto por quatro abas, onde cada uma delas destaca um conteúdo
importante necessário a prática pedagógica dos professores das SRMF. Procurou-se construir
abas independentes, porém interconectadas, ou seja, o leitor pode escolher uma aba específica
para realizar a leitura e iniciar seus estudos, ou pode realizar de modo sequenciado,
dependendo da necessidade do leitor. As abas têm um botão intitulado “ler capítulo” que ao
clicar nesta parte, o leitor será direcionado para as partes sequenciadas do capítulo. A seguir,
serão expostos os conteúdos individualmente de cada aba.
Cada aba tem uma tela inicial, com as informações introdutórias de cada assunto
abordado, a fim de auxiliar o leitor a compreender o assunto de cada uma delas.
117
Destaca-se que abaixo de cada aba, o leitor encontra botões que o direciona para o
texto anterior ou posterior da tela que ele está lendo.
As abas 01 e 02 encontram-se estruturadas de acordo com a figura exposta abaixo.
De acordo com a imagem acima, constata-se que na primeira aba, cujo título é
“Deficiência Intelectual”, tem-se a distribuição dos conteúdos iniciados pela introdução do
assunto, a seguir apresenta-se os conceitos, epidemiologia, etiologia e os procedimentos
necessários para o diagnóstico. Ainda inseriu-se histórias de superação das pessoas que
apresentam DI, e que conseguiram o reconhecimento da sociedade do estado do RN. Por fim,
estão dispostos links de vídeos e ou outros materiais, e as referências bibliográficas que
subsidiaram a construção desta aba.
Na aba 02, que traz a temática das SRMF, inserindo-se a introdução, como elemento
inicial das leituras seguido por discussões sobre as análises das políticas públicas que
norteiam o processo inclusivo. A seguir, tem-se a caracterização da SRMF, as recomendações
sobre a formação e o perfil do professor para atuar nestas salas. Buscou-se também, inserir
links importantes com documentos, livros e vídeos que pudessem ampliar os conhecimentos
dos professores durante o estudo do material.
As duas abas sequenciadas, a 03 e 04 discutem o uso das tecnologias assistivas no
âmbito da aprendizagem na SRMF. Estas estão organizadas de acordo com a figura abaixo.
120
38
Encontram-se disponíveis o roteiro para Anamnese com os pais, o roteiro para elaboração do Plano de
Desenvolvimento Individual - PDI, fichas para planejamento, execução, avaliação e replanejamento das
atividades.
39
Optou-se por colocar tais documentos neste formato, para que o professor tenha a possibilidade adequá-los à
sua realidade.
121
Figura 15 - Síntese dos jogos e habilidades que podem ser desenvolvidas nos educandos com
DI.
5.6 CONSIDERAÇÕES
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: decreto legislativo nº
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BRASIL. Lei 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
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Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras
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pensando a inclusão sociodigital de PNEs. 2013. Disponível em:
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Acessado em 20 de novembro de 2018.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Trad. Daniel Grassi. Porto
Alegre: Bookman, 2005.
141
ANEXO A
142
APÊNDICE A
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
MESTRADO PROFISSIONAL EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
QUADRO DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DA SALA DE RECURSOS
MULTIFUNCIONAIS DA REDE ESTADUAL
DADOS GERAIS
Assinatura: .................................................................................................
Cargo: .................................................................................
Portaria de nomeação
143
APÊNDICE B
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
MESTRADO PROFISSIONAL EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
DADOS GERAIS
1. Nome do
Município ..............................................................................................................
Formaçã
Professore Pós-
Modalidad o inicial Quantidad Horário de
s por graduação Tipo da
Escola e de Ensino do e de alunos funcionament
escola na do professor SRMF
oferecida professor atendidos o
SRMF da SRMF
da SRMF
Assinatura: .................................................................................................
Cargo: .................................................................................
Portaria de nomeação
144
APÊNDICE C
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
MESTRADO PROFISSIONAL EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
DADOS GERAIS
1. Graduação .......................................................................................................................
2. Idade: ...............................................................................................................................
3. Tempo de serviço no magistério:
...................................................................................
7 Qual a tecnologia assistiva que o (a) senhor (a) mais utiliza na SRMF?
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
APÊNDICE D
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
MESTRADO PROFISSIONAL EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
Esclarecimentos
__________________________________ __________________________________
(rubrica do Participante/Responsável legal) Sonia Azevedo de Medeiros
1 / 2 Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável
Sonia Azevedo de Medeiros
147
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados
serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela
trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da
pesquisa Tecnologia Assistiva e a Sala de Recursos Multifuncional: as Contribuições para o
Ensino e Aprendizagem dos Discentes com Necessidades Educacionais Especiais, e autorizo a
divulgação das informações por mim fornecidas na dissertação de mestrado, em congressos
e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
__________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
Natal (data).
_________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
2 / 2 Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável
Sonia Azevedo de Medeiros
148
APÊNDICE E
1. Perfil:
Não
Discordo Discordo concordo Concordo Concordo
ATRIBUTOS
totalmente parcialmente e nem parcialmente totalmente
discordo
A paleta de cores está
adequada
A distribuição das
informações e imagens
está adequada
As abas podem ser
facilmente localizadas e
acessadas
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
A organização dos
conteúdos em abas está
adequada
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possui apresentação
atrativa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não
Discordo Discordo Concordo Concordo
ATRIBUTOS concordo
totalmente parcialmente parcialmente totalmente
e nem
150
discordo
A paleta de cores está
adequada
A distribuição das
informações e imagens
está adequada
As abas podem ser
facilmente localizadas e
acessadas
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
A organização dos
conteúdos em abas está
adequada
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possui apresentação
atrativa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
informações e imagens
está adequada
As abas podem ser
facilmente localizadas e
acessadas
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
A organização dos
conteúdos em abas está
adequada
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possui apresentação
atrativa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não
Discordo Discordo concordo Concordo Concordo
ATRIBUTOS
totalmente parcialmente e nem parcialmente totalmente
discordo
A paleta de cores está
adequada
A distribuição das
informações e imagens
está adequada
As abas podem ser
facilmente localizadas e
152
acessadas
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
A organização dos
conteúdos em abas está
adequada
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possui apresentação
atrativa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Adequado
VARIÁVEIS DE VALIDAÇÃO Adequado com Inadequado
alterações
Avaliação geral dos conteúdos
Organização
Apresentação
Utilidade/pertinência
Clareza
Objetividade
Confiabilidade
Atualização
Vocabulário
Sequência instrucional das abas
153
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
17. Você recomendaria o e-book como instrumento para ampliação das aprendizagens?
Marque com um X
Sim
APÊNDICE F
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
MESTRADO PROFISSIONAL EM INOVAÇÃO EM TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
Venho através deste documento, convidar vossa senhoria para participar, como Juiz
avaliador de um e-book, construído a partir da pesquisa intitulada: DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL, TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALA DE RECURSOS
MULTIFUNCIONAIS: ELEMENTOS DE UM NOVO FAZER PEDAGÓGICO. Tal estudo,
faz parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em
Inovações em Tecnologias Educacionais do Instituto Metrópole Digital da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que tem como objetivo oferecer subsídios teórico-
metodológicos aos educadores que atuam na SRMF, para o uso da tecnologia assistiva na sala
de recursos multifuncional, como instrumento dinamizador, composto por estratégias
eficientes e potencializadoras do processo de aprendizagem dos discentes com Deficiência
Intelectual, que frequentam estas salas.
A partir do diagnóstico inicial da realidade estadual, optou-se por construir um e-book,
destinado aos professores que atuam nas SRMF, com informações específicas para a inserção
didático-pedagógico da tecnologia assistiva, no processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com Deficiência Intelectual.
Escolheu-se construir um e-book, por se tratar de um instrumento que atinge um
público maior, proporcionando aos professores mais facilidade de acesso (pois a maioria das
SRMF dispõe de internet), comodidade de estudar sem precisar se deslocar para cidades mais
distantes (pois, o acesso ao e-book, ocorre em lugares e aparelhos diversos) e ainda, tem a
possibilidade de estudar na hora que o educador tenha disponibilidade.
Para tanto, antes de colocar a disposição este material para os educadores, torna-se
necessário avaliá-lo, para que os possíveis problemas sejam corrigidos e adequados ao público
alvo do estudo. Assim, a sua contribuição será essencial, pois ao avaliar o protótipo deste e-
book, terá a oportunidade de perceber, através dos atributos abaixo destacados na tabela, os
aspectos que merecem ser corrigidos e ainda, através do parecer final, oferecer contribuições
que servirão de subsídios para as adequações do e-book.
Em caso de aceite, vossa senhoria irá participar da etapa de validação dos
instrumentos da pesquisa e/ou validação e-book. Onde deverá preencher um instrumento de
caracterização com variáveis sociodemográficas e um questionário para avaliação, com os
atributos a serem observados. Vossa senhoria terá acesso a todo o conteúdo, vídeos, links, e
ilustrações disponíveis na plataforma digital que está hospedado o e-book.
Convém destacar que sua participação será voluntária e que a confidencialidade dos
dados, serão inteiramente sigilosos, sem a possibilidade de identificá-lo, sendo guardados com
o pesquisador, os dados por um período de 5 (cinco) anos. Durante todo o período da pesquisa
você poderá tirar suas dúvidas ligando para Sonia Azevedo de Medeiros através do telefone
84 996702824 ou por email: [email protected]. Você tem o direito de se recusar
155
a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo
para você.
Desde já agradecemos a sua atenção e colaboração em participar voluntariamente do
estudo, e caso aceite participar, solicitamos a sua confirmação neste documento.
Natal, ___/___/_____.
_________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
Natal ___/___/_____.
_________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
156
APÊNDICE G
e nem
discordo
Apresenta conteúdo e
informações organizadas
Conteúdo está adequado às
suas necessidades
Apresenta informações
necessárias para
compreensão do conteúdo
Desperta seu interesse para
utilizar o material
Permite refletir sobre o
conteúdo apresentado
Possibilita colocar em
prática o conteúdo
apresentado
Estimula aprendizagem
sobre o conteúdo abordado
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
Possui apresentação
atrativa
Oferece interação,
envolvimento ativo no
processo educativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não
Discordo Discordo concordo Concordo Concordo
ATRIBUTOS
totalmente parcialmente e nem parcialmente totalmente
discordo
Apresenta conteúdo e
informações organizadas
Conteúdo está adequado às
suas necessidades
Apresenta informações
necessárias para
compreensão do conteúdo
Desperta seu interesse para
utilizar o material
Permite refletir sobre o
conteúdo apresentado
Possibilita colocar em
prática o conteúdo
apresentado
Estimula aprendizagem
sobre o conteúdo abordado
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
Possui apresentação
atrativa
Oferece interação,
envolvimento ativo no
processo educativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Não
Discordo Discordo concordo Concordo Concordo
ATRIBUTOS
totalmente parcialmente e nem parcialmente totalmente
discordo
Apresenta conteúdo e
informações organizadas
Conteúdo está adequado às
suas necessidades
Apresenta informações
necessárias para
compreensão do conteúdo
Desperta seu interesse para
utilizar o material
Permite refletir sobre o
conteúdo apresentado
Possibilita colocar em
prática o conteúdo
apresentado
Estimula aprendizagem
sobre o conteúdo abordado
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
Possui apresentação
atrativa
Oferece interação,
envolvimento ativo no
processo educativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não
Discordo Discordo concordo Concordo Concordo
ATRIBUTOS
totalmente parcialmente e nem parcialmente totalmente
discordo
Apresenta conteúdo e
informações organizadas
Conteúdo está adequado às
suas necessidades
Apresenta informações
necessárias para
compreensão do conteúdo
Desperta seu interesse para
utilizar o material
Permite refletir sobre o
conteúdo apresentado
Possibilita colocar em
prática o conteúdo
apresentado
Estimula aprendizagem
sobre o conteúdo abordado
Permite buscar
informações sem
dificuldades
Possibilita navegar sem
dificuldades pelos links e
vídeos apresentados
Possui apresentação
atrativa
Oferece interação,
envolvimento ativo no
processo educativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Adequado
VARIÁVEIS DE VALIDAÇÃO Adequado com Inadequado
alterações
Avaliação geral dos conteúdos
Organização
Apresentação
Utilidade/pertinência
Clareza
Objetividade
Confiabilidade
Atualização
Vocabulário
Sequência instrucional das abas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
17. Você recomendaria o e-book como instrumento para ampliação das aprendizagens?
162
Marque com um X
Sim
APÊNDICE H
_________________________________
Assinatura